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Subsídio Jovem- JMV Província de Fortaleza

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Subsídio formativo como material de apoio aos jovens da Juventude Mariana Vicentina nos seus encontros e movimentos.

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Subsídio para jovens Juventude Mariana Vicentina

Província de Fortaleza1ª Edição- 2015

Conselho Provincial da Juventude Mariana Vicentina- Província de FortalezaGestão 2013-2015Bruna Cunha: Presidente Catarina Érika Morais Lima: vice-presidenteClenilce de Paula: SecretáriaHugo Gomes: vice-secretárioRaquel de Souza Silva: tesoureiraAntonieta Carvalho : vice-tesoureira Patrícia Gomes: irmã assessora (FC)

ORGANIZAÇÃO

Catarina Érika MoraisDIAGRAMAÇÃO

Fotos de arquivos dos grupos da Juventude Mariana VicentinaILUSTRAÇÃO

[email protected]

@jmvfortaleza

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APRESENTAÇÃO“Queridos jovens, Cristo tem confiança em vocês e

lhes confia sua própria missão: ‘Ide, fazei discípulos’.” (Papa Francisco)

Amados jovens,

A Juventude Mariana Vicentina já é mudança na vida de muitos jovens da nossa Província e a caminhada não pode parar. Precisamos seguir mudando e apostando no futuro destes jovens. Estamos de mãos dadas para mergulhar nos desafios e acreditar que juntos podemos transformar a JMV. Pouco a pouco vamos fazer isso, desde os encontros para iniciar novos grupos da JMV, à formar melhor as lideranças. É com grande satisfação que este material chega nas mãos de vocês e a razão de tudo isso é pela melhoria da caminhada de cada grupo da Juventude Mariana Vicentina Provincia de Fortaleza. O presente subsídio pretende ser um instrumento que auxilie os jovens na evangelização dos jovens e seguir o exemplo de Jesus Cristo no caminho da caridade e amor aos pobres. Desejamos que este material seja útil na vivência do grupo, que as lideranças façam bom uso dele e o material acrescente aos encontros e demais atividades. Que Nossa Senhora das Graças os acompanhe, que São Vicente de Paulo seja inspiração de testemunho na missão de cada jovem e que Jesus Cristo os abençoe sempre, tornando-os cristãos à imagem e semelhança de Nosso Senhor.

Conselho Provincial- 2013-2015

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Capitulo 1: Vai começar o encontroPágina 10

Capitulo 2: Estratégias de evangelizaçãoPágina 15

Capitulo 3: Dinamizando o encontro Página 18

Capitulo 4: Vai uma mãozinha? Página 29

Capitulo 5: Explorando Página 32

Capitulo 6: Dicas de Autofinanciamento Página 37

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Capitulo 7: Cuidando do cuidador Página 41

Capitulo 8: Temas Marianos e vicentinosPágina 46

Capitulo 9: Temas liturgicos Página 58

Capitulo 11: Textos para espiritualidadePágina 64

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CAPITULO 1

VAI COMEÇAR O ENCONTRO

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Está tudo armado: temos jovens, uma reunião semanal e um local. E agora, o que precisamos fazer? Elaborar o encontro. Para muitos isso parece ser uma grande problemática, mas veremos que não há muitas dificuldades para realizar esta missão. Elaborar o encontro não é nenhum bicho de sete cabeças e pode ser um momento tão descontraído que não precisaríamos chamá-los de reuniões e sim, encontros de amigos. Não há uma porção mágica para deixar o encontro atrativo e tampouco um roteiro específico a ser seguido, o jogo é criar, imaginar, envolver os membros com a palavra de Deus e principalmente se deixar ser usado para a evangelização acontecer ali. Mesmo que esse jogo de criar o encontro seja algo tão simples, sugerimos neste capítulo alguns roteiros de encontros. Na verdade, são ideias de momentos que você pode praticar no seu grupo e se divertir.

Essa estrutura de encontro simples é realizada pela maioria dos grupos de jovens da JMV e se seu grupo ainda não experimentou, pode dar super certo. É objetivo, simples e prático. O local pode ser uma sala, salão ou qualquer ambiente fechado.

Acolhida: encarrega-se uma equipe para receber os participantes entregando cartões, distribuindo sorrisos e abraços para que se sintam de fato acolhidos. Oração: depois que os membros são acolhidos, eles são envolvidos na oração inicial. Pode-se rezar o Pai-Nosso, a Ave-Maria ou simplesmente a oração do Divino Espírito Santo. Fica a critério de quem vai ministrar o momento.

Louvor: esse é um momento de agradecer e louvar a Deus. Com um grupo de músicos ou apenas as vozes dos participantes, entoem cânticos de louvor. Podem distribuir folhetos com as canções digitadas para que acompanhem as músicas.

Desenvolvimento de um tema: leitura do evangelho ou textos reflexivos

Debate sobre o tema Oração final e lema: assim como iniciaram com uma oração, devem finalizar com outra. Pode-se rezar por exemplo o Magnificat.

Por ser realizado no local mais aberto, se possível, podem se conectar a uma caixa de som ou até um megafone para que todos os passantes da praça escutem e participem do encontro junto aos membros do grupo. Dependendo do local, pode colocar cadeiras espalhadas ou os membros se acomodam no espaço de acordo com sua estrutura. Acolhida: desta vez, todos os membros do grupo farão o momento de acolhida. A diferença é que acolherão o público que está na praça e os convidarão para o encontro que acontecerá naquele exato momento. Pode-se colocar um fundo musical bem animado para acolher essas pessoas.

2. Na praça ou na rua

1. Encontro simples

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Louvor: a animação dos jovens é o que mais chama atenção para quem está chegando no encontro pela primeira vez. Por isso, não há nada melhor que iniciar o encontro mostrando isso às pessoas e motivando-as a participar desse agradecimento e louvor à Deus. O sorriso e a alegria de ser cristão jovem é o melhor testemunho que ele pode dar e o louvor é um ótimo momento para demonstrar isso. Oração: depois de louvar à Deus, é ora de agradecer também em oração. Pode-se colocar neste momento de oração as pessoas que estão participando deste encontro aberto e se surgir a necessidade, cada membro do grupo pode ir ao encontro dessas pessoas e rezar com elas em dupla. Pregação: um palestrante ministrará o encontro sobre um determinado assunto que deverá ser bem abrangente e de interesse da maioria das pessoas que estão ali, principalmente temáticas que os despertem para se inserirem na Igreja. Reflexão: pode ser uma oração ou leitura da Biblia para concluir o que foi dito. O importante é que tenha inquietado as pessoas que estão assistindo.

Convite: o encontro já está chegando ao fim. Agora um representante do grupo lançará o convite para que essas pessoas participem dos encontros periódicos.

Oração final e lema: assim como iniciaram com uma oração, devem finalizar com outra. Pode-se rezar por exemplo o Magnificat.

Os membros se reunem no circulo a beira do mar, lago ou rio. Pode-se espalhar almofadas ou toalhas para os assentos. Não necessita de microfone ou megafone. É um encontro fechado aos membros do grupo ao ar livre dedicado principalmente para espiritualidade.

Acolhida: é neste circulo que os membros se confraternizarão e se acolherão.

Oração profunda: o encontro já inicia em tom de espiritualidade e o tema é discorrido na própria oração

complementada por textos reflexivos ou leituras da Biblia. É a oração que conduzirá praticamente todo o encontro. É um ótimo momento para tentar despertar questionamentos nos membros e fazer o contato direto com a natureza por meio desta oração. Depende muito de quem conduz este momento.

Partilha: os membros poderão expor o que quiserem sobre o que sentiram neste momento de oração profunda.

Louvor

Abraço da paz

Oração final e lema

Lanche partilhado: o encontro finaliza com um lanche partilhado. Cada um leva seu lanche que será dividido com os outros.

3. Luau

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Pode ser um encontro simples, um filme ou um terço. Depende muito da criatividade do grupo. Se for um terço, pode ser da seguinte forma:Acolhida: por conta do jovem dono da casa

Louvor

Oração: santissima trindade cantada ou sinal da cruz

Evangelho do dia

Terço

Consagração à Nossa Senhora

Música de bençãos aos donos da casa

Lanche (se o dono da casa disponibilizar).

4. Na casa dos membros

5. Cineclub

Pode ser realizado no local onde se reúnem com frequência ou na casa dos membros. Só precisa de um datashow, computador e som ou uma grande TV para que todos assistam confortavelmente. Ah! E a pipoca, claro. Se acharem necessário, podem também trocar as cadeiras por almofadas no chão para que fiquem bem a vontade.

Acolhida: encarrega-se uma equipe para receber os participantes entregando cartões, distribuindo sorrisos e abraços para que se sintam de fato acolhidos.

Apresentação do filme

Filme

Debate sobre o filme

Oração final: evangelho do dia e lema.

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Esse é um encontro bem descontraído que pode unir lazer, lanche partilhado e roda de conversa. Cada membro levará algo para o lanche que será partilhado. Põe-se tudo em cima de uma toalha e os membros formam um circulo ao redor da toalha no chão. Podem ousar com flores e demais itens para a decoração também, se quiserem. Este encontro pode ser realizado em parques e áreas de lazer de sua cidade.

Acolhida: Por ser um local bem descontraído, pode-se iniciar com uma dinâmica ou uma música sobre abraço da paz, acolhida ou amigos.

Louvor

Espiritualidade: evangelho do dia

Roda de conversa: abordar temas sobre jovens e assuntos de afetividade, por exemplo. Enquanto isso, os participantes lancham.

Momento de deserto breve sobre o tema com oração profunda

Dinâmica para finalizar o encontro ou abraço da paz

Oração final e lema

6. Picnic

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CAPITULO 2

ESTRATÉGIAS DEEVANGELIZAÇÃO

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Mídias sociaisA internet revolucionou a sociedade contemporânea e essa nova invenção ofereceu diferentes formas de relacionamento entre as pessoas, não fixando um território, porque nela cabem todas as culturas e religiões. O facebook, por exemplo, hoje em dia é um grande meio de interação e evangelização da internet para a Igreja Católica. Por meio dele, os grupos podem divulgar suas ações, fazer coberturas de eventos em tempo real, compartilhamento de fotos, estreitar relacionamentos entre seus membros, etc. Ter um facebook é muito fácil, o problema é como utilizá-lo para a evangelização de forma correta e institucional. Por isso, pontuamos algumas dicas de uso das redes sociais:

Perfil ou fanpageSeu grupo pode ter um perfil ou uma fanpage, mas é mais aconselhavel a fanpage que é visualizada com mais frequencia, não há restrinções de quem pode ver suas publicações e o número de seguidores é ilimitado, enquanto no perfil há um limite de amigos.

Posso postar tudo?Os assuntos podem ser diversos, desde que estejam dentro da política e conduta do grupo. Não se pode publicar tudo ou qualquer coisa, é necessário ter no mínimo algo de interesse aos jovens, ideias em comum de todos os membros e principalmente conteúdos que promovam a evangelização.

ConteúdoIsso vai de grupo para grupo, mas segue algumas sugestões: evangelho do dia; fotos de perfil dos membros; divulgação de atividades do grupo, como passeios e encontros; mensagens de reflexão com vídeos e imagens; notícias da Igreja e outros assuntos de interesse dos jovens; temáticas abordadas nos encontros de forma resumida; etc.

Boca a bocaNada melhor que ser convidado por um amigo para ir aonde ele se sente bem. A divulgação boca a boca começa dos próprios membros que podem chamar seus amigos para experimentarem da experiência de um primeiro encontro. Que tal marcar um dia para todos do grupo sairem nas ruas chamando os amigos e parentes para participar do encontro de um determinado dia? E que tal marcar um super encontro bem produzido e combinar com cada membro de trazerem o maior número de convidados? São muitas formas de divulgar o grupo boca a boca, isso só depende da criatividade de vocês.

FlashmobJá pensou você passando na rua e de repente, um grupo de jovens desperta sua atenção promovendo uma intervenção de rua com danças e teatro? Apostem na ideia de arte nas ruas de forma criativa para convidar os jovens a fazerem parte da Juventude Mariana Vicentina. Os jovens gostam de inovações e espontaneidade e, certamente se sentiriam chamados com um projeto de evangelização como este.

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Ações sociaisHoje em dia as pessoas são bem vistas pelas obras que realizam no mundo e desenvolver projetos sociais inclusivos são portas de passagens para a mudança de vida de muitos jovens que necessitam muito mas que um pão ou esmola. Realizem projetos sociais para jovens, crianças e adolescentes, afinal, seu grupo da JMV não foi feito apenas para realizar encontros, precisam ir para o mundo chamar aqueles que precisam ouvir o chamado de Deus por meio de cada um dos jovens do seu grupo.

EsporteEsta é uma modalidade que está dando super certo na evangelização católica cearense. O jovens são conquistados de diversas formas e até mesmo por meio do esporte isso acontece. Já pensaram, por exemplo, em lançar um projeto de futsal em alguma comunidade ou escola? Nesse projeto vocês podem evangelizar unindo as regras do jogo e a Palavra de Deus. O jogo pode se transformar no encontro com oração inicial, louvor, aulas de futsal, etc.

ArteJá parou para pensar na quantidade de talentos que pode ter no ambiente que seu grupo se localiza? A simples ideia de promover uma oficina de teatro, coral, aulas de violão ou qualquer instrumento, pode despertar a atenção dos jovens do lugar. Por meio da arte, eles podem se sentir chamados a participar dos encontros e a partir disso, podem até formar um grupo de dança, teatro ou música no seu grupo. Apostem na descoberta de talentos no ramo das artes.

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CAPITULO 3

DINAMIZANDO O ENCONTRO

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Uma das preocupações de quem vai ministrar o encontro é dinamizar a formação para que os jovens estejam atentos e participem daquele momento. Para cada tema e momento, uma dinâmica especifica, seja ela para quebrar o gelo, refletir, debater, etc. Por isso, disponibilizamos algumas dinâmicas.

1. MEUS SENTIMENTOS

Objetivo: apresentação e entrosamento

Material: papel, lápis de cor.

Desenvolvimento: cada um deve retratar num desenho os sentimentos, as perspectivas que têm.

Dar um tempo para este trabalho individual que deve ser feito em silêncio, sem nenhuma comunicação.

Num segundo momento as pessoas se reúnem em subgrupos e se apresentam dizendo o nome, de onde vem, mostrando o seu desenho explicado-o.

O grupo escolhe um dos desenhos para ser o seu símbolo apresentando-o e justificando. Pode-se também fazer um grupão onde cada um apresenta mostrando e comentando o seu desenho.

Palavra de Deus: Fl. 1,3-11 SL 6.

2. MANCHA OU PONTO

Objetivo: oração, pedido de perdão, preces, revisão de vida...

Material: uma folha branca com um ponto escuro ou mancha, bem no centro da mesa.

Desenvolvimento: mostrar ao grupo a folha com o ponto ou mancha no centro.

Depois de um minuto de observação silenciosa, pedir que se expressem descrevendo o que viram. Provavelmente a maioria se deterá no ponto escuro.

Pedir, então, que tirem conclusões práticas.Exemplo: em geral, nos apresentamos nos aspectos negativos dos acontecimentos, das pessoas, esquecendo-nos do seu lado luminoso que, quase sempre, é maior.

Palavra de Deus: 1 Cor 3,1-4 Sl 51

3. IDENTIFICAÇÃO PESSOAL COM A NATUREZA

Objetivos: Auto conhecimento e preces

Material: Símbolos da natureza, papel e caneta.

Desenvolvimento:1. Contemplação da natureza. Cada um procura um elemento na natureza que mais lhe chama a atenção e reflete: Porque o escolhi? O que ele me diz?2. Formação de pequenos grupos para partilha.3. Cada pequeno grupo se junta com o outro e faz uma nova partilha. O grupo escolhe um como símbolo e formula uma prece.4. Um representante de cada grupo apresenta o símbolo ao grupo, fazendo uma prece.

Palavra de Deus: Gn 1,1-25

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4. QUEM SOU EU?

Objetivo: Conhecimento Pessoal

Material: papel e caneta

Desenvolvimento:1. Refletir individualmente:- A vida merece ser vivida?- Somente a vivem os que lutam, os que querem ser alguém?2. Escrever numa folha- Quem sou eu? (enumerar seus valores, qualidades e defeitos).

- O que eu quero ser? (escrever o que quer com a vida, os seus objetivos e ilusões).- Como atuo para chegar no que quero?3. Terminada a reflexão pessoal, formar grupos para partilhar.4. Avaliação:- Como cada um se sentiu ao se comunicar?- E depois da dinâmica?

Palavra de Deus: Gn 1,26-31 Sl 139

5. O OUTRO LADO

Objetivos: ver o objetivo comum do grupo. Processo de comunhão e união. Análise da realidade.

Desenvolvimento: (não dizer o objetivo da dinâmica).O coordenador pede a todos que se coloquem no fundo da sala ocupando toda parede. Pede silêncio absoluto, muita atenção para a ordem que vai ser dada e que sejam rigorosamente fieis a ela. Deve manter silêncio durante a dinâmica.A ordem é a seguinte: Vocês deverão procurar como grupo, atingir o outro lado da sala, da forma mais rápida possível e mais eficiente.Repete-se a ordem várias vezes.O coordenador dirá que a ordem não foi cumprida, pede ao grupo que recomece. Repita a ordem várias vezes, pedindo que haja silêncio.

NOTA: É bom que haja obstáculos pelo meio da sala (cadeiras...) dificultando a passagem. Ele considerará a tarefa cumprida quando julgar que o grupo se aproximou do ideal alcançando o outro lado unido, obedecendo ao ritmo um dos outros, tendo incluindo todos na travessia.

Em seguida fazer comentários sobre tudo que observaram e sentiram:- Como cada um se sentiu?- Quem se sentiu esmagado e desrespeitado?- Quem ais correu ou empurrou?- De que forma as lideranças foram se manifestando???- Houve desistência no meio do caminho?- Surgiram animadores???Palavra de Deus: 1 Cor. 12,12-27 Sl 133

6. ESPELHO

Objetivo: Partilha dos sentimentos.

Desenvolvimento: O ambiente deve ser silencioso.Cada um deve pensar em alguém que lhe seja muito importante, aquém gostaria da atenção em todos os momentos, alguém que se ama de verdade, que merece todo cuidado. Entrar em contato com essa pessoa e pensar os motivos eu os tornam tão amada.(Deixar tempo para interiorização).Agora cada um vai encontrar a pessoa que lhe tem um grande significado.

Cada um em silêncio profundo se dirige até a caixa, olha a tampa e volta em silêncio para seu lugar. Depois se faz a partilha dos próprios sentimentos, das reflexões e conclusões de cada um.

Palavra de Deus: Lc 12.1-3 Sl 131

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7. NÚMEROS

Objetivos: Conhecimentos Pessoais.

Material: Cartões com números diferentes.

Desenvolvimento: Cada participante recebe um número que não deve ser mostrado para ninguém.Dada a ordem, cada um vai procurar o número igual e não acha.

Comentam-se as conclusões tiradas (Somos únicos e irrepetíveis perante ao outro).

Palavra de Deus: Lc 15.3-7 Sl 8.

8. CONSTRUÇÃO DE UMA CIDADE

Objetivos: reflexão sobre a realidade.

Material: Fichas com nomes de profissões.

Desenvolvimento: Cada participante recebe uma ficha com o nome de uma profissão e deve encarna-la. Por um instante analisar a importância daquela profissão. Depois da interiorização deve dizer. Vamos viajar porque aquela cidade fica distante (atitude de quem viaja no mar).

Depois dizer: o navio vai afundar só há um bote que pode salvar sete pessoas. O grupo deverá decidir quais as profissões mais urgentes que devem ser salvas.

Analisar profundamente e iluminar com um texto bíblico.

Palavra de Deus: Mt 7,26-27 Sl 127

9. SENSAÇÕES DE VIDA OU MORTE

Objetivo: analisar a pratica e revisão de vida.

Material: duas velas uma nova e outra velha.

Desenvolvimento: grupo em círculo e ambiente escuro.Eu..., tenho apenas cinco minutos de vida. Poderia ser feita em minha existência e deixar de fazer...(a vela gasta, acesa, vai passando de mão em mão). Apaga-se a vela gasta e acenda a nova. Ilumina-se o ambiente. A vela passa de mão em mão e cada

um completa a frase: Eu..., tenho a vida inteira pela frente e o que eu posso fazer e desejo é ...

Analisar a dinâmica e os sentimentos.

Palavra de Deus: Mt 6,19-24 Sl 1.

10. PERFUME- ROSA E BOMBA

Objetivo: celebração penitencial e compromisso.

Material: não há material, usar a imaginação.

Desenvolvimento: o grupo deve estar em círculo.Colocados imaginariamente sobre a mesa. Estão o perfume, a rosa e a bomba. Um dos participantes pega inicialmente o vidro de perfume, faz o que quiser com ele e passa para o colega do lado. Faz-se o mesmo com a rosa e por último com a bomba.

Palavra de Deus: Mt 7, 7-12 Sl 101

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11. VALORES

Objetivo: reconhecer os valores e qualidades.

Material: Cartões com valores escritos.

Desenvolvimentos: cada pessoa recebe um cartão com um valor que ela possua. Deixar um momento para a reflexão pessoal. Depois cada um vai dizer se considera ter mesmo este valor ou não. E se reconhece no grupo alguém que tem o mesmo valor. Só no final da dinâmica, alguns guardam para si, outros souberam recomeçar este valor em outra pessoa, outros até duvidam o cartão com quem tem o mesmo valor.

Palavra de Deus: 1 Cor. 12,4-11 Lc 1, 46-55.

12. VALORES II

Objetivo: ressaltar o positivo do grupo.

Material: folhas, canetas e alfinetes.

Desenvolvimento: cada participante recebe uma folha em branco. Depois de refletirem um momento sobre suas qualidades, anotam na folha colocando o seu nome. Em seguida prendem a folha com alfinete nas costas e andam pela sala, um lendo os valores dos outros e acrescentando valores que reconhecem no companheiro. Só no final todos retiram o papel e vão ler o que os colegas acrescentaram.

Palavra de Deus: Ef 4, 1-16 Sl 111

13. DINÂMICA DE APRESENTAÇÃO

Objetivo: conhecimentos mútuos, memorização dos nomes e integração grupal.

Desenvolvimento:Cada um dirá o próprio nome acrescentando um adjetivo que tenha a mesma inicial do seu nome. Roberto Risonho. O seguinte repete o nome do companheiro com o adjetivo e o seu apresenta acrescentando um adjetivo para o seu nome e assim sucessivamente.

Exemplos: Roberto Risonho, Nair Neutra, Luzia Linda, Inácio Inofensivo.

Palavra de Deus: Ap. 2,17 Sl 139

14. A MALETA

Objetivo: conscientização sobre a estrutura da sociedade que reforça a defesa dos interesses particulares, não estimulando o compromisso solidário.

Material: uma maleta chaveada, chave da maleta, dois lápis sem ponta, duas folhas de papel em branco, dois apontadores iguais.

Desenvolvimento: forma-se duas equipes.A uma equipe entrega-se a maleta chaveada, dois lápis sem ponta e duas folhas de papel em branco

dentro da maleta. A outra equipe entrega-se a chave da maleta e dois apontadores iguais. O coordenador pede que as duas equipes negociem entre si o material necessário para cumprimento da tarefa que é a seguinte: ambas deverão escrever Eu tenho Pão e Trabalho. A equipe vencedora será a que escrever primeiro e entregar a frase para o coordenador. A frase deve ser anotada no quadro ou em cartaz em letra grande e legível.

Palavra de Deus: 2 Cor 9, 6-9 Sl 146

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15. O HELICÓPTERO

Objetivo: apresentação e entrosamento.

Desenvolvimento: (duração 40 minutos).Faz-se um círculo com os participantes da reunião. O coordenador convida a todos a fazerem um passeio de barco a remo. Inicia-se o passeio. Todos devem fazer gestos com os braços, como se estivessem remando.O coordenador anuncia a chegada à ilha. Todos podem passear por ela, à vontade (todos passeiam pela sala e cumprimentam o companheiro).O coordenador anuncia a todos que houve um maremoto e a ilha vai se inundada. Por isso, virá um helicóptero para resgatar o grupo. Porém ele não comporta todos de uma vez. O grupo deverá organizar rapidamente seguindo as orientações.a) O helicóptero chegou. Ele levará cinco pessoas.b) O helicóptero voltou. Desta vez levará quatro pessoas, e estas devem ser estranhas umas das outras.c) Nosso helicóptero deu pane no motor. Veio desta vez um menor. Só levará tr6es pessoas e devem ser de comunidades diferentes. Quem não seguir orientação poderá ser jogado no mar.d) O helicóptero esta aí novamente. Vai levar quatro pessoas, devido o perigo de afogamento. Mas continua a exigência o grupo deve ser formado por pessoas que ainda não se conhecem.e) O helicóptero não pode voltar mais. Acabou o combustível. Temos que sair de barco. Há

uma exigência fundamental: levar uma pessoa desconhecida com quem não se conversou ainda.f) Anuncia que todos foram salvos.

NOTA: Dá-se o tempo necessário para os grupos discutirem as questões. Elas podem ser como sugeridos abaixo ou pode-se elaborar outras de acordo com a realidade do grupo.

Sugestões para as questões:a) Grupo de cinco pessoas: seu nome. Nome do grupo e o significado do mesmo. Nome da comunidade ou atua, mora. Qual o eu ideal?b) Grupo de quatro pessoas: seu nome. O que faz na comunidade? Estuda? O que? Onde? O que espera do curso e o que gostaria que fosse tratado?c) Grupo de três pessoas: Como se sente aqui? Porque veio? O que é pastoral para você? E movimento? Como esta organizada a pastoral na sua paróquia?d) Grupo de quatro pessoas: O que é céu? O que achou desta dinâmica de conhecimento e entrosamento? Porque?e) Grupo de três pessoas: Agora converse com alguém que você não conhece e com quem não tenha conversado ainda.

Palavra de Deus: Jo 13, 34-35 Sl 133

16. CAMISETASObjetivo: Conhecimento mútuo e levantamento da realidade.

Material: Alfinetes ou fita adesiva, pincéis ou canetas, folhas de jornal e tesoura.

Desenvolvimento: Cada participante pega uma meia folha de jornal, rasga ou corta as pontas de cima no formato de camiseta.Escreva na camiseta de jornal. O seu nome, que trabalho faz. Onde trabalha, se gosta ou não do trabalho. Pode dar as seguintes orientações: escreva ou desenhe algo que caracterize sua vida de trabalhador. Prega-se a camiseta no corpo e circula pela sala para cada um ler o que outro escreveu ou desenhou.

17. A BALA

Objetivo: Despertar a importância do outro. Despertar a solidariedade. Perceber o nosso individualismo. Descobrir soluções em conjunto com outras pessoas.

Material: Algumas balas. Dois cabos de vassoura ou varas. Barbantes.

Desenvolvimento: pede-se dois voluntários para abrir os braços. Por a vara ou cabo da vassoura nos ombros

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acompanhando os braços e amarrar os braços abertos na vara, para não dobrar. Por as balas numa mesa e pedir aos dois para chuparem balas sem dobrar os braços que estão amarrados.

Analisar a dinâmica:Como se sentiram?O que o grupo observou? Poderia ter sido diferente?Por que os dois agiram assim?Isso tem alguma coisa com o nosso dia a dia?O que acharam da dinâmica?Pode confrontar com a Palavra de Deus?

Palavra de Deus: AT.4, 32-37 Sl. 15

18. ÁRVORE DA VIDA E ÁRVORE DA MORTE

Objetivo: Refletir sobre os sinais de vida e morte no bairro, na comunidade, na família, no grupo de jovens.Material: um galho de árvore seco, um galho de árvore verde, caneta ou pincel e pedaços de papel.

Desenvolvimento: em pequenos grupos descobrir os sinais de vida e morte que existem no bairro, na família, no grupo de jovens... Depois, diante da árvore seca e verde vão explicando para o grupo o que escreveram e penduraram na árvore. No intervalo das colocações pode-se cantar algum refrão.

Iluminar com a palavra de Deus e em grupo refletir:Iluminados pela prática de Jesus, o que fazer para gerar mais sinais de vida e enfrentar as situações de morte de nosso bairro etc.

Fazer a leitura de João 15,1-8. Depois cada participante toma um sinal de morte da árvore e faz uma prece de perdão e queima, em seguida cada um pega um sinal de vida e leva como lembrança e desafio.

Palavra de Deus: Jo. 15, 1-8. Sl 1.

19. VIRAR PELO AVESSO

Objetivo: Despertar o grupo para a importância da organização

Desenvolvimento:1° Passo: formar um círculo, todos de mãos dadas.2° Passo: O coordenador propõe o grupo um desafio. O grupo, todos deverão ficar voltados para fora, de costas para o centro do círculo, sem soltar as mãos. Se alguém já conhece a dinâmica deve ficar de fora observando ou não dar pistas nenhuma.3° Passo: o grupo deverá buscar alternativas, até conseguir o objetivo.4° Passo: depois de conseguir virar pelo avesso, o grupo deverá desvirar, voltando a estar como antes.5° Passo: Analisar a dinâmica:O que viam? Como se sentiram?Foi fácil encontrar a saída? Porquê?Alguém desanimou? Porquê?

O que isto tem a ver com o nosso dia a dia?Nossa sociedade precisa ser transformada?O que nós podemos fazer?

Palavra de Deus: Ex 18, 13-27 Sl 114

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20. AFETO

Participantes: 7 a 30 pessoas

Tempo Estimado: 20 minutos

Material: Um bichinho de pelúcia.

Descrição: Após explicar o objetivo, o coordenador pede para que todos formem um círculo e passa entre eles o bichinho de pelúcia, ao qual cada integrante deve demonstrar concretamente seu sentimento (carinho, afago, etc.). Deve-se ficar atento a manifestações verbais dos integrantes. Após a experiência, os integrantes são convidados a fazer o mesmo gesto de carinho no integrante da direita. Por último, deve-se debater sobre as reações dos integrantes com relação a sentimentos de carinho, medo e inibição que tiveram.

21. ABRE O OLHO

Participantes: 2 pessoas.

Tempo estimado: 20 minutos.

Material: Dois panos para fechar os olhos e dois chinelos ou porretes feitos com jornais enrolados em forma de cassetete.

Descrição: Dois voluntários devem ter os rostos cobertos e devem receber um chinelo ou porrete. Depois devem iniciar uma briga de cegos, para ver quem acerta mais o outro no escuro. O restante do grupo apenas assiste. Assim que inicia a “briga”, o coordenador faz sinal para o grupo não dizer nada e desamarra a venda dos olhos de um dos voluntários e deixa a briga continuar. Depois de tempo suficiente para que os resultados das duas situações sejam bem observados, o coordenador retira a venda do outro voluntário e encerra a experiência.

Conclusão: Abre-se um debate sobre o que se presenciou no contexto da sociedade atual. A reação dos participantes pode ser muito variada. Por isso, é conveniente refletir algumas posturas como: indiferença x indignação; aplaudir o agressor x posicionar-se para defender o indefeso; lavar as mãos x envolver-se e solidarizar-se com o oprimido, etc. Alguns questionamentos podem ajudar, primeiro perguntar aos voluntários como se sentiram e o por quê. Depois dar a palavra aos demais participantes. Qual foi a postura do grupo? Para quem torceram? O que isso tem a ver com nossa realidade? Quais as cegueiras que enfrentamos hoje? O que significa ter os olhos vendados? Quem estabelece as regras do jogo da vida social, política e econômica hoje? Como podemos contribuir para tirar as vendas dos olhos daqueles que não enxergam?Palavra de Deus: Mc 10, 46-52 Lc 24, 13-34.

22. APOIO

Participantes: Indefinido.

Tempo Estimado: 10 minutos.

Descrição: O coordenador deve pedir a todos os participantes que se apóiem em um pé só, onde deveram dar um pulo para frente sem colocar o outro pé no chão, um pulo para a direita outro para esquerda dar uma rodadinha, uma abaixada e etc.

Mensagem: Não podemos viver com o nosso individualismo porque podemos cair e não ter força para levantar. Porque ficarmos sozinhos e temos um ombro amigo do nosso lado?

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23. APRESENTAÇÃO

Tamanho do grupo: 20 a 30 pessoas.

Tempo: 45 minutos.

Descrição: O coordenador explica que a dinâmica é feita para o conhecimento de quem é quem no grupo, e se pretende fazer apresentação a dois, para isso se formam pares desconhecidos que durante uns minutos esses pares se entrevistem, após a entrevista feita pelos pares volta ao grupo, e nisso cada pessoal fará apresentação da pessoa que foi entrevistada, não podendo fazer a sua própria apresentação. Quem estiver sendo apresentado vai verificar se as informações a seu respeito estão corretas conforme foi passada na entrevista. Termina com uma reflexão sobre a validade da dinâmica.

24. ARTISTA

Participantes: Indefinido.

Tempo Estimado: 10 minutos.

Material: Lápis e papel.

Descrição: O dirigente pede para os participantes fecharem os olhos. Peça a cada participante que desenhe com os olhos fechados uma:- Casa- Nessa casa coloque janelas e portas.- Ao lado da casa desenhe uma arvore.- Desenhe um jardim cercando a casa, sol, nuvens, aves voando.- Uma pessoa com olhos, nariz e boca.- Por fim peça para escreverem a frase a baixo:- SEM A LUZ DE DEUS PAI, DEUS FILHO, DEUS ESPÍRITO SANTO, TUDO FICA FORA DO LUGAR.Peça para abrirem os olhos e fazer uma exposição dos desenhos passando de um por um.Comentário: Sem a luz e a presença do Pai, toda obra sai imperfeita. Deus é única luz. Sem ela só há trevas.

25. AS CORES

Participantes: Indefinido.

Tempo Estimado: 25 minutos.

Material: Fita adesiva, 5 cartolina de cores diferentes cortadas uma de cada cor no tamanho de uma folha de papel ofício. Cortadas no tamanho que de para colar na testa de cada um.

Descrição: Pedir para que os participantes formem um circulo e que fechem os olhos. O coordenador deve pregar na testa ou na costa de cada um uma cor, e logo depois as cinco cartolinas de cores diferentes do tamanho de papel ofício, devem ser colados cada um em uma parede da sala. O coordenador pode pedir par abrirem os olhos e que não podem conversar até o termino da dinâmica. O coordenador

deve explicar que eles terão um certo tempo para descobrirem sua cor e se destinar pata perto da parede que tenha a sua cor. E tudo isto sem poderem ser comunicarem. E os que não conseguirem terão que pagar uma prenda.

Recomendação: Com certeza algumas pessoas que iram entender 1º a dinâmica, onde iram para seu lugar e ficaram rindo dos colegas em vez de ajuda-los. Ao termino o coordenador deve informar que todos venceram com exceção dos que chegaram 1º e não ajudaram os seus irmãos.

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26. AULINHA

Participantes: 25 a 30 pessoas

Tempo: 35 minutos

Material: o mesmo numero de temas para o de participantes do grupo

Descrição: a AULINHA é dada quando o grupo tem dificuldade de expressão, é inibido e prolixo. Para isso o coordenador:- Entrega a cada participante o tema, sobre o qual deverá expor suas idéias, durante dois ou três minutos;- O membro participante anterior ou posterior dará uma nota ou conceito ao expositor, que será comunicada ao grupo no final do exercício;

- A AULINHA permite diversas variações, tais como:A) O coordenador em vez de dar a cada participante um título de tema para dissertar em público, poderá utilizar somente um tema, ou então vários temas, mas com uma introdução para auxiliar as pessoas, ou até mesmo um texto para ser lidoB) Ou ainda pode-se utilizar uma folha em branco para que cada participante possa lançar nela no mínimo dois assuntos da atualidade, notícias recentes de jornais. A seguir recolherá os assuntos, que cada participante possa dar sua AULINHA, escolhendo um dos artigos constantes na papeleta.

27. A VELA E O BARBANTE

Participantes: 7 a 15 pessoas

Tempo Estimado: 20 minutos

Material: uma Bíblia, barbante, velas para todos os integrantes e mais uma para ser colocada no centro do grupo.

Descrição: Todos deverem estar na forma de um círculo, e no centro do círculo, numa mesa, coloca-se a Bíblia, junto com uma vela acesa. A Bíblia deve estar amarrada com o barbante, e este, deve ter sobra suficiente para amarrar as velas de

todos. Cada pessoa, com uma vela vai ao centro do círculo, passa o barbante em volta de sua vela, acendendo-a, e em seguida, entrega à ponta do barbante para outra pessoa, que circulará sua vela, também acendendo-a, e assim sucessivamente. Quando todos estiverem enlaçados pelo barbante, lê-se a passagem do Evangelho de João, capítulo 8, versículo 12 - “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas possuirá a luz da vida”. Ao final, todos partilham o sentido da dinâmica, tentando relacioná-la com o texto bíblico proposto.

28. A VELA E O COPO

Participantes: Indefinido.

Tempo Estimado: 10 minutos.

Material: Uma vela, fósforos e um copo de vidro transparente.

Descrição: Colocar uma vela sobre a mesa e acende-la cuidadosamente. Deixar que se queime por alguns segundos. Em seguida, pegar um como transparente e, cuidadosamente e lentamente, colocar sobre a vela. Aos poucos, ela se apagará. Deixá-la assim e pedir que as pessoas falem o que sentiram ou observaram, quando viram a experiência.

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29. CASTIGO

Material: Pedaços de papel e caneta.

Desenvolvimento: Distribui-se um pedaço de papel para cada um.

Diz a todos o seguinte: Somos todos irmãos não é? Portanto, ninguém aqui vai ficar chateado se receber um castigo do irmão. Então vocês vão escolher uma pessoa, e dar um castigo a ela.

Isso será feito da seguinte forma: no papel deverá ser escrito o nome de quem vai dar o castigo, o castigo e o nome de quem vai realizar o castigo.

Após recolher todos os papéis o animador fala o desfecho da dinâmica:Acontece que o feitiço virou contra o feiticeiro, portanto quem deu o castigo é que vai realizá-lo.

Obs: Caso a pessoa não queira realizar o castigo ela receberá um castigo do grupo todo.

Mensagem: O que não queremos para nós, não desejamos para os outros.

30. CHOCOLATE

Material: Bombons, cabo de vassoura, fita adesiva.

Desenvolvimento: O animador divide o grupo em duas turmas. Com a primeira turma ele passa a instrução de que eles somente ajudarão os outros se eles pedirem ajuda (isso deve ser feito sem que a outra turma saiba). A segunda turma terá seu braço preso com o cabo de vassoura (em forma de cruz) e a fita adesiva. Deve ficar bem fechado para que eles não peguem o chocolate com a mão. Coloca-se o bombom na mesa e pede para que cada um tente abrir o chocolate com a boca, e se conseguir pode comer o chocolate. A primeira turma ficará um atrás de cada um da segunda turma, ou seja, existirá uma pessoa da primeira turma para cada pessoa da segunda turma. Após algum tempo o animador encerra a dinâmica dizendo que nunca devemos fazer as coisas sozinhos, cada um deles tinha uma pessoa a qual eles simplesmente poderiam ter pedido que abrisse o chocolate e colocasse na boca.

Reflexão: nunca devemos fazer nada sozinho, sempre que preciso temos que pedir ajuda a alguém.

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CAPITULO 4

VAI UMA MÃOZINHA?

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Muitas são as temáticas a serem abordadas nos encontros pelos coordenadores, mas de vez enquanto é bom contar com uma mãozinha para abordar outros assuntos, por isso disponibilizamos aqui os contatos de formadores da Juventude Mariana Vicentina da Província de Fortaleza que podem ajudá-los na abordagem de diversos temas nas seguintes linhas de estudos:

1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

Identidade Juventude Mariana Vicentina (história da Juventude Mariana Vicentina, Família Vicentina, distintivo da JMV- Medalha Milagrosa, consagração, vida de São Vicente de Paulo, estrutura organizacional da JMV, eleições nos grupos, etc.)

Missão (caridade, amor aos pobres, como realizar visitas, etc.)

Mariologia

Relacionamentos e afetividade no grupo

Lideranças

Catecismo da Igreja Católica

Igreja e celebração (liturgia, celebrações, comunhão, tempos liturgicos, etc.)

8. Espiritualidade (realização de retiros, oração, adoração, etc.)

9. Encontros (metodologias e dinâmicas para encontros, etc.)

10. Auto financiamento

11. Comunicação e evangelização (redes sociais, sites, blogs e divulgação em modo geral do grupo)

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CONTATOSAlexandrina Fernandes (Jmv Unijocc- Fortaleza)Formações nas linhas 4, 5 e 9. (85) 9- 88094133/ 96690273

Alvino Neto (Jmv Cascavel)Formações nas linhas 3e 7. Telefone: (85) 9- 85269978

Beatriz Castro (Jmv Cascavel)Formações nas linhas 3 e 6. (85) 9- 86539281

Bruna Cunha (JMV Aracati)Formações nas linhas 1, 3, 7 e 10. Telefone: (88) 9- 97447847

Catarina Érika (JMV Unijocc/ JMV Cascavel)Formações sobre nas linhas 2, 4, 5, 8, 9 e 11. Telefone: (85) 9- 88484756/ 99981650

Clenilce de Paula (Jmv Cascavel)Formações nas linhas 1, 2, 3, 6 e 10. (85) 9- 85898384/ 96595172

Gorete Timbó (JMV Ipu)Formações nas linhas 1, 2 e 3.(88) 9- 96557978

Guilherme Azevedo (JMV Cascavel)Formações nas linhas 1, 2, 7 e 11. (85) 9- 86596133

Herlon Macedo (Jmv Ruah- Fortaleza)Formações nas linhas 6, 7 e 8. (85) 9- 85622535

Raquel Sousa (Jmv Unijocc- Fortaleza)Formações nas linhas 4, 5 e 10. (85) 9- 96690113

Rogleson Albuquerque (JMV São Rafael- Fortaleza)Formações nas linhas 1, 2, 3 e 6(85) 9- 87216846/ 979322209

Roberto Sousa (Jmv Unijocc- Fortaleza)Formações nas linhas 2, 4 e 5. (85) 9- 96107096

Talita Silva (Jmv Ruah- Fortaleza)Formações nas linhas 6, 7 e 8.(85) 9- 87309123/ 99259207

Veja a necessidade do seu grupo e contacte um dos jovens facilitadores. O grupo solicitante custeará apenas o deslocamento, alimentação e hospedagem do convidado.

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CAPITULO 5

EXPLORANDO

LIVROS

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LIVROS

Juventude: crises , cruzes e luzes

Pe. Zezinho . Editora Paulinas

Geração NET: relacionamento, espiritualidade, vida profissional

Gildasio Mendes. Editora Paulinas.

Jovem, o caminho se faz caminhando

Dunga. Editora Canção Nova

Tecendo a caridade

Pe. Mizael Poggioli. Coleção Vicentina.

103 razões para ser feliz

Alexandre Silveira. Editora Palavra & Prece.

Parafraseando aqueles que tecem, a Caridade na perspectiva de Mudança de Estrutura, para dar certo, precisa ser construída passo a passo, com cuidado, zelo, amor, perseverança e paciência. E recomeçar quantas vezes for preciso. E o mais importante, ouvir os Pobres antes de começar. E como tecelões e tecelãs da Caridade, nós, Vicentinos e Vicentinas, precisamos ser perseverantes, zelosos e pacientes para tecer a Mudança Sistêmica – Mudança de Estruturas na vida daqueles que Deus confiou a nós, os Pobres”.

Uma grande cura para a nossa vida é a alma saciada por Deus. A sede de Deus, a fome por seus projetos fazem brotar em nós uma procura interior que nos conduz a Ele. A instrução de Deus aprende-se a caminho. Cada conflito de nossa vida nos faz entender melhor o que Ele espera de nós. “Caminhante, não há caminho; o caminho se faz caminhando-desde que caminhemos com nosso Deus”.

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O Tratado da Verdadeira Devoção a Santissima Virgem

São Luís Maria Grignion de Montfort. Editora Vozes.

Tempo de Esperas

Padre Fábio de Melo. Editora Canção Nova.

Santos de Calça JeansAdriano Golçalves. Editora Canção Nova.

Conhecendo a Juventude Mariana Vicentina

Pe. Mizael Poggioli. Coleção Vicentina.

Quem me roubou de mim?Padre Fábio de Melo. Editora Planeta. aborda uma violência sutil que aflige muitas pessoas - o

sequestro da subjetividade. Essa expressão refere-se à privação que sofremos de nós mesmos quando estabelecemos com alguém, nas palavras do próprio autor, um vínculo que mina nossa capacidade de ser quem somos, de pensar por nós mesmos, de exercer nossa autonomia, de tomar decisões e exercer nossa liberdade de escolha.

Este livro revela de maneira objetiva, prática e sintética a radiografia e os principais elementos que todos os assessores e jovens que abraçam a JMV precisam conhecer para caminharem firmes nesta Juventude, que tem como pedra fundamental a experiência de Catarina Labouré, na França, em 1830. Aborda desde registros sobre as origens da JMV, passando por Espiritualidade, realizações de Assembleias, roteiros de Consagração, até questões mais específicas como Linhas de Ações cuja nossa Associação se compromete a seguir, são tópicos importantes que constam neste livro.

Este pequeno livro é um devocionário mariano. Seu objetivo é anunciar às pessoas, em particular às famílias, e todas as nações que o caminho para encontrar Jesus Cristo passa por depositar a confiança no regaço acolhedor da Virgem Maria. Aqui se encontram pensamentos, orações e meditações sobre Nossa Senhora.

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Vamos aos pobres

Pe. Mizael Poggioli. Coleção Vicentina.

Catecismo da Igreja CatólicaEdições Loyola

O Catecismo da Igreja Católica, é fruto de uma vastíssima colaboração: foi elaborado em seis anos de intenso trabalho, conduzido num espírito de atenta abertura e com apaixonado ardor. O projeto tornou-se objeto de vasta consulta de todos os Bispos católicos, de suas conferências episcopais ou de Sínodos, dos Institutos de teologia e catequética.

Verdade é um encontroJorge Mario Bergoglio. Editora Paulinas

YoucatEditora Paulus Chamado também de Youcat (abreviação de Youth

Catechism), o Catecismo Jovem da Igreja Católica chega às mãos dos leitores brasileiros. A obra tem a mesma proposta do “Catecismo da Igreja Católica”, sendo a linguagem e o projeto gráfico seu maior diferencial.

Quero um Amor de VerdadeDiego Fernandes. Editora Canção Nova.

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SITES

www.jovensconectados.org.br

www.brasil.alpha.org

www.arquidiocesedefortaleza.org.br

www.catolicoorante.com.br

www.secretariadojmv.org Este é o site internacional da Juventude Mariana Vicentina. Aqui você pode ler tudo sobre a JMV no mundo, baixar documentos, formações, rituais de consagração, admissão, etc.

www.jmvfortaleza.orgSite da Juventude Mariana Vicentina Provincia de Fortaleza. Conheça a história da JMV na nossa província, onde encontrar a jmv no Ceará e Maranhão e notícias sobre tudo que rola nos grupos e na jmv no mundo.

Notícias de movimentos, comunidades, grupos e pastorais da arquidiocese de Fortaleza, acesso a documentos, contatos de paróquias, etc.

A Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é o espaço que articula, convoca e propõe orientações para a evangelização da juventude, respeitando o protagonismo juvenil, a diversidade dos carismas, a organização e a espiritualidade para a unidade das forças ao redor de algumas metas e prioridades comuns.

Este é o site internacional da Juventude Mariana Vicentina. Aqui você pode ler tudo sobre a JMV no mundo, baixar documentos, formações, rituais de consagração, admissão, etc.

Alpha é uma série de encontros interativos que explora livremente os fundamentos da fé cristã. Sem pressão. Sem cobrança. Sem nenhum custo.

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CAPITULO 6

DICAS DE AUTOFINANCIAMENTO

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Na caminhada de Igreja sabemos que uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos grupos é o autofinanciamento para ‘tocarem’ suas atividades e infelizmente o custo sempre é alto. Como a grande maioria é independente e precisa fazer ‘movimentos’ para angariar fundos, sugerimos algumas estratégias.

Façam os ingressos, estipulem o preço de acordo com a realidade das pessoas da sua cidade/bairro/ paróquia, não adianta colocar algo absurdo e caro onde ninguém compra. Peça doação do sorvete ou compre, disponibilize voluntários para ajudar servir no dia, embalagens descartáveis, calda e o que mais for preciso. Uma boa dica é acrescentar ao festival uma atração que desperte a atenção das pessoas, como uma banda, uma apresentação teatral, dança, etc.

FESTIVAL DE SORVETE

FESTIVAL DE TORTAS

Tortas doces ou salgadas são sempre uma tentação, não é mesmo? E com elas, podem arrecadar um bom dinheiro. Basta fazer um festival de tortas. Com a ajuda de colaboradores, podem fazer ou pedir doações de tortas para serem vendidas no festival. A organização deste evento é similar ao Festival de sorvetes.

A rifa é uma antiga forma de angariar fundos e é algo muito fácil de fazer. Para cada membro do grupo distribui rifas para serem vendidas por um valor bem em conta. Deve ter uma premiação e pode ser qualquer coisa que desperte o interesse das pessoas, como cestas básicas, ferro de passar, liquidificador, ‘pranchinha’, etc. Podem conseguir com padrinhos ou patrocinadores estes materiais também. Marque o dia do sorteio (‘Dia D’) e no ato da compra da rifa, informe ao participante. Vocês podem marcar o dia do sorteio com os interessados presente ou fazer o sorteio no encontro do grupo e depois divulgar o resultado.

RIFA

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Reunam roupas, calçados e acessórios usados (em boas condições) em algum espaço grande e arejado para vendê-los por preços bem simbolicos, dependendo da realidade do seu local. Para adquirir um bom material, podem mobilizar os jovens do grupo e até mesmo parentes, amigos e parceiros para doarem os itens para o bazar. Tudo vale. Durante a ação, pode ter um som ambiente agradável para receber os fregueses.

BAZAR

Com a ajuda de patrocinadores ou parceiros, o grupo pode conseguir eletrodomésticos, cestas básicas, etc. Depois de adquirir o ‘produto’, vendam com antecedência, cartelas de bingo por um preço único. Na cartela deve constar inscrito: o prêmio, a data do sorteio (‘Dia D’) e o horário para que os participantes compareçam.

BINGO

LEILÃO SILENCIOSO

Uma atividade comum em eventos para arrecadar fundos é o leilão silencioso. As cestas de presente, cestas básicas e até galeto assado podem ser inclusos em seu leilão silencioso ou on-line. No início do evento, o grupo pode expor o ‘produto’ que será leiloado e distribuir bilhetes (fáceis de fechar) para os convidados pedindo qualquer valor que ele possa dar na compra desse produto com seu nome no verso do bilhete. Ao longo do evento, enquanto os convidados decidem o que ofertar e os bilhetes recolhidos, pode colocar alguma atração para descontrair. Depois de recolher todos os bilhetes, o grupo confere qual o maior valor ofertado ao produto e este será o ganhador.

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VENDA DE COMIDA

Com a ajuda de membros do grupo ou parceiros, podem fazer comida para vender em um ponto estratégico por um preço bem acessível em pratinhos descartáveis. O cardápio pode ser variado ou até mesmo uma feijoada. O grupo pode pedir doações dos ingredientes.

CINEMA

Com um data show, um DVD, som e um computador seu grupo pode fazer um pequeno cineminha. Basta escolher um local fechado e arejado para exibir o filme, antecipadamente vender os ingressos por um preço acessível, divulgando também a sessão. No dia (‘Dia D’) é só recolher os ingressos na entrada e curtir o filme. Ah! É importante fazer uma boa divulgação do filme.

LIVRO DE OURO

Pega-se um livro ata (pode enfeitá-lo e deixar a cara do grupo) e relaciona a atual necessidade do grupo. Faz-se orçamentos e anexe-o ao Livro de Ouro. Com o livro na mão, o grupo pode fazer visitas às casas ou simplesmente abordar membros da sua paróquia/bairro/comunidade apresentando a real necessidade do grupo. Muitas vezes eles deixam de ajudar por não saberem de suas necessidades. Cada pessoa que for movida a ajudar o grupo financeiramente, colocará seu nome no livro.

APADRINHAMENTO

Façam um projeto apresentando todos os detalhes da ação que desejam realizar e os possíveis gastos que seu grupo pode ter com isso. Distribuam entre os membros do grupo e cada um destes jovens ficarão responsaveis de conseguir um padrinho para custear o projeto de vocês com um valor mínimo estipulado pelo grupo.

PEDÁGIO

Com uma faixa escrita ‘pedágio solidário’ e camisa da JMV, os jovens do grupo se posicionam numa rua movimentada da cidade para pedir a colaboração dos motoristas e pedestres. Enquanto dois seguram a faixa, os outros podem ir de carro em carro abordando os motoristas.

Pedágio solidário

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CAPITULO 7

CUIDANDO DO CUIDADOR

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É comum nos grupos encontrarmos lideranças natas, compromissadas, altamente capacitadas e pro- ativas o suficiente para tomarem à frente de uma causa e resolvê-la. Parabéns se seu grupo tem pessoas assim. O Reino de Deus precisa de cristãos compromissados como este e que se sentem felizes por esta missão.

Geralmente, para os demais membros do grupo, contar com essas pessoas é certeza que tudo dará certo e por isso deixam tudo por sua conta, ficam despreocupados. E como estão à frente, assumem as responsabilidades. Mas há um problema em todo esse contexto, com um tempo, esses líderes podem se sentir sobrecarregados. Tanto que chegam a perder o foco da missão e cansar-se de tudo, chegando a ‘abandonar o barco’.

A verdade é que este líder se preocupa tanto com todos que se esquece de si e isso pode ser um grande problema para o grupo inteiro. É uma realidade presente em TODOS OS GRUPOS da Juventude Mariana Vicentina.

Neste capítulo, pontuaremos algumas problemáticas e caminhos para ‘fugir’ desses problemas com as lideranças.

Perceber-se como membro

Muitos coordenadores, consagrados, conselheiros e assessores da JMV têm a mania de achar que pode fazer tudo ao mesmo tempo e que precisam resolver tudo do grupo sozinhos. Com tantas ocupações e a ideia de achar que precisam estar a frente de tudo, se sobrecarregam, deixam de viver aquele momento que o grupo está vivendo e esquecem que antes de serem lideranças, são ovelhas e filhos também. É necessário se perceberem como membros antes de lideranças, afinal, precisam estar no meio dos demais jovens para entenderem como se sentem, se permitirem viver o que todos estão vivendo. Como todo ser humano e todo membro de grupo cristão, as lideranças também têm seus momentos de fragilidades. Precisam de oração, atenção, compreensão e muitos cuidados.

Necessidade de parar

Sabe quando o copo está cheio e transborda? Pois é... Assim comparamos à liderança que está sobrecarregada. Ela está tão ocupada que não tem tempo para si, não tem vida social e chega a um ponto que não consegue mais contribuir como uma liderança. É importante que este líder perceba a necessidade de parar para refletir sobre a caminhada e o que está causando tudo isso. Todos precisam desse tempo e é comum dar essa parada. Não é uma parada que vai te distanciar da Igreja, mas é um período que você usará para si, se distanciando de funções e atividades para assumirem a posição de membros como os outros. Muitos não se permitem dar essa parada, ficam estressados com tudo e com todos, discutem com os membros, criam desentendimentos e simplesmente saem do grupo. Para que isso aconteça, os demais membros do grupo de lideranças precisam ser compreensíveis a essa parada, afinal, essa situação poderia ser vivida por qualquer um deles. Por isso, é importante que as lideranças conversem entre si para que todos entendam o porquê do “parar” quando for necessário.

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Lideranças que se completam

Costumeiramente se ver por aí jovens coordenadores que apenas exercem a função de lideranças para organizarem seus encontros semanais ou eventualidades do grupo. E quando há uma dificuldade vivida por algum deles de ‘parar’ ou resolver alguma dificuldade nas suas funções, não compreendem o porquê e logo os desentendimentos começam a surgir. A questão é

que esses coordenadores só conseguirão trabalhar juntos e em harmonia se houver diálogo. De que adianta conduzir um grupo de ‘ovelhas’ se os pastores não têm foco e não estão em sintonia? Antes de conduzir um grupo, esses ‘pastores’ precisam estar fortalecidos e unidos. Para isso, devem sempre avaliar a caminhada de lideranças juntos e perceberem suas dificuldades. Assim, um pode ajudar o outro, dividir funções e resolver os assuntos com mais sabedoria e oração. Nesse intuito de se acompanharem antes como lideranças para depois conduzir o grupo, podem se organizar da seguinte forma: - Encontros mensais de avaliação- Retiros de lideranças semestrais- Aconselhamentos com assessores local, regional ou provincial.- Participar de momentos formativos ou promoverem debates entre si sobre assuntos a serem abordados nos encontros futuros.

Distribuir funções

Ter coordenadores para estarem à frente do grupo não quer dizer que eles precisam fazer tudo no grupo. É válido dividir funções entre os membros também. O jovem gosta de se sentir útil e quando lhe é confiada uma missão que ele sabe que pode fazê-la, ele se sente importante naquele meio. Ao perceberem as qualidades, defeitos e gostos de cada um dos seus jovens, os coordenadores podem distribuir atividades entre os membros. Se há um jovem no seu grupo que gosta de estar sempre nas redes sociais, porque não usar disso para responsabilizá-lo pela divulgação do grupo nesse meio? Se há um jovem que gosta de cantar e dançar, porque não confiá-lo a missão de formar um grupo de artes? Confiem nos jovens de vocês, distribuam atividades e o grupo produzirá muito mais.

Formados para formar

Como podem levar aprendizado para o grupo se não estão suficientemente preparados para isso? Não adianta só ler umas passagens da Bíblia ou o evangelho do dia nos encontros. É necessário também levar assuntos pertinentes a realidade dos jovens e formações que acrescentem mais ainda na vida cristã. Para que as lideranças façam isso, é necessário que busquem formações para si, se enriqueçam de conhecimento e estejam por dentro de muitos assuntos para formar os jovens e até mesmo para darem aconselhamentos com mais sabedoria. Formação nunca é demais e é fácil de encontrar por aí. Se informem na paróquia local, diocese e arquidiocese ou até mesmo nos outros grupos da JMV Província de Fortaleza.

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TEMÁTICASPARA ENCONTROS

Nos próximos capítulos, o subsídio disponibiliza alguns temas para abordarem nos encontros. São textos, reflexões, sugestões de roteiro de encontro e passagens bíblicas que podem ser usadas no desenvolvimento dos debates das formações.

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CAPITULO 8

Temas marianos e vicentinos

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FIAT – FAÇA-SE

São conhecidos quatro fiat’s (sim, faça-se), na Sagrada Escritura. E foram pronunciados por quatro especiais figuras da História da Salvação.

O Fiat de Deus! O primeiro fiat – sim, faça-se – foi o de Deus. É o chamado fiat da Criação. Foi pronunciado por Deus quando decidiu livremente iniciar céu e terra ao dizer faça-se a luz e a luz se fez (Gn 1,3). Este fiat de Deus revela seu desejo de criar um ambiente adequado para nele colocar o homem e a mulher – estes, as últimas obras da criação iniciada com a primeiríssima obra, a luz! Este fiat mostra ainda que tudo o que existe, a criação inteira – natureza, homem e mulher – tiveram início em Deus, que num dado momento de Sua existência se decidiu por tudo e por todos. Existimos – tudo e todos – por um desígnio do Criador, que quis colocar-nos na existência como criaturas. Interessante que a primeira obra do fiat de Deus foi a luz. Esta é o contrário de escuridão, sombra, trevas, medo, confusão. Ela, a luz, foi também o primeiro dom recebido quando entramos na vida. Uma mãe deu à luz... Ou seja, deu luz a uma vida desenvolvida em seu seio, e que agora entra na existência para ser guiada por outra Luz, Jesus Cristo, luz do mundo (Jo 8,10).

O Fiat de Maria! O segundo fiat – sim, faça-se – foi o de Maria. Foi o fiat da cooperação! Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra (Lc 1,38). Maria, uma jovem de

Nazaré, visitada por um anjo, deu o seu sim a Deus, pronunciou o seu fiat, em condições tão adversas, numa atmosfera de incertezas e contradições, pois grávida sem cooperação de seu esposo José. E Maria não temeu, encontrou forças no Senhor. Cheia de graça cooperou para a vinda ao

mundo do Filho de Deus, Aquele que viria redimir o homem, que até então não estava dando o seu sim a Deus como Ele esperava.

O Fiat de Jesus! O terceiro fiat – sim, faça-se – foi o de Jesus Cristo. Foi o fiat da redenção!Ele, filho de Deus, segundo a divindade, e filho de Maria, segundo a carne ou a humanidade. Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo, não como eu quero, mas faça-se a vossa vontade (Lc 22,39). Com seu fiat Jesus abraçou a cruz, reparou a falta da humanidade, que na figura dos primeiros pais abdicou do paraíso pela desobediência ao Criador. Tal falta inicial manchou sua natureza, logo ficou incapaz de repará-la. Era preciso um homem isento de qualquer falta para reparar a falta dos primeiros e de toda a humanidade, herdeira da mesma. Por isso, que a nossa vida custou o sangue de um homem inocente, Jesus de Nazaré, que do alto da cruz nos redimiu! O nosso fiat! O quarto fiat – sim, faça-se – é o de cada um de nós! Não se encontra na Sagrada Escritura. Cada pessoa é chamada a dizer sim, dizer o seu fiat ao plano que Deus tem para a sua vida. E assim com Maria e Jesus, muitas vezes as condições para nossa resposta não são as melhores ou as mais favoráveis. Precisamos, também e muito mais, da graça de Deus para, a exemplo de Maria e Jesus, darmos nosso sim ou nosso faça-se ao que o Senhor nos pede e pedirá, e muitas vezes em condições nem sempre ideais e seguras. Possa a fidelidade inicial de Deus, bem como a de Maria e a de Cristo quando deram seus fiat’s, ser modelo para você responder aos apelos de fiat’s que a vida vem oferecendo-lhe a ainda vai oferecer-lhe!

D. FELIPE. Fiat- Faça-se! Disponível em:<http://www.lugardeencontro.com.br/textos/fiat-faca-se.html>. Data de acesso 30/06/15.

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AFIRMAÇÕES BÁSICAS SOBRE O CARISMA VICENTINO

É difícil tentar oferecer uma definição do carisma vicentino. É melhor fazer uma descrição de suas características e dos elementos principais que o compõem.

1 - O carisma vicentino é um dom Os carismas são dons do Espírito Santo à Igreja para o bem de seus membros, bem como para o bem de todos. Os carismas são realidades espirituais dinâmicas, que respondem a situações históricas concretas (muitas vezes necessidades urgentes) da Igreja e da humanidade. A Igreja vê os carismas nascerem em seu interior, e eles constituem sua riqueza e sua resposta concreta aos desafios que o mundo lhe apresenta. O carisma vicentino continua sendo, hoje, um dom para a Igreja e para o mundo quanto à evangelização e ao serviço dos pobres.

2 - O carisma vicentino é um carisma laical O carisma vicentino é secular. Nasce com os leigos e são eles quem primeiro o vivem. Recordemos a fundação de São Vicente em Chatillon do primeiro grupo das Damas da Caridade (1617):As senhoras que se

associaram caritativamente para assistir aos pobres enfermos... propunham-se dois fins, a saber: ajudar ao corpo e a alma; ao corpo dando-lhe alimentos, e a alma preparando-a para bem morrer, aos que tendem para isto, e para viverem cristãmente se se curam.

3- O carisma vicentino é um carisma missionário Nasce com São Vicente de Paulo, que em 1617 funda as Confrarias da Caridade, hoje AIC.. Mais tarde, em 1625 funda a Congregação da Missão. Finalmente, em 1633, funda, com Santa Luisa de Marillac, a Companhia das Filhas da Caridade. Quando ele morreu, suas fundações já estavam presentes em vários países fora da França: Polônia, Itália, Argélia, Madagascar, Irlanda, Escócia...

4 - Desde o início o carisma vicentino segue a Jesus Cristo, evangelizador e servidor dos pobres Para São Vicente, Jesus é o Filho de Deus que vem a este mundo e compadece-se das multidões famintas, vai de aldeia em aldeia e de povo em povo ensinando nas sinagogas. Jesus Cristo é, para ele, o missionário do Pai, enviado para evangelizar e servir aos pobres; é o missionário perfeito, a quem não se pode seguir senão imitando-o e revestindo-se de seu espírito: quem foi?, o que disse?, o que fez?. Estas são as perguntas permanentes para quem quer seguir a Jesus Cristo e continuar Sua missão.

5 - Desde o início o carisma vicentino vive o espírito evangélico de humildade, simplicidade e de caridade afetiva e efetiva São Vicente chama a simplicidade de “meu Evangelho”. Esta é uma das formas privilegiadas do carisma, necessária para aproximar-se do pobre. Mais que uma virtude, a simplicidade é, sobretudo, espírito que supõe um conjunto de qualidades ou de virtudes. A simplicidade é viver e dizer a verdade. Da humildade São Vicente dizia: “é a virtude que mais aprecio”. É o fundamento da vida espiritual e da condição primeira da evangelização. Ela nos leva a reconhecer que recebemos tudo de Deus e, por isso, a agradecer e a esperar tudo de Deus. Faz-nos

BENJAMÍN ROMO, C.M. Um caminho possível... Disponível em:<http://www.misevi.org.br>. Data de acesso 30/06/15.

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reconhecer o que somos e dispõe-nos para ser servidores. Acerca do amor e da caridade, São Vicente dizia: Amemos a Deus, meus irmãos, amemos a Deus, mas que seja com o esforço de nossos braços e com o suor de nossa fronte.

6 - O carisma vicentino é um carisma atual São Vicente dizia: Nossa vocação nos impulsiona a servir aos mais miseráveis, aos mais abandonados, aos mais oprimidos pelas misérias materiais e espirituais. Falando da atualidade do carisma, João Paulo II disse às Filhas da Caridade: O carisma do Senhor Vicente é de uma provocadora atualidade... cabe a vós torná-lo vivo aonde quer que sejam enviadas.Assistimos à descoberta da riqueza e atualidade do carisma vicentino na Igreja e no mundo. São milhares os leigos que hoje estão conhecendo em profundidade o carisma vicentino e buscando caminhos novos para vivê-lo.

AS CINCO VIRTUDES DA ESPIRITUALIDADE VICENTINA

A Espiritualidade vicentina está pautada, desde sua gestação, mediante o testemunho de Vicente de Paulo e seus primeiros companheiros de missão, no contexto da Igreja do século XVII, na França, em cinco virtudes, colhidas do Evangelho de Jesus Cristo e da sua práxis libertadora junto ao povo empobrecido e marginalizado, os protagonistas do Reino de Deus, por Ele mesmo inaugurado na humanidade. Estas virtudes são assim nomeadas pelo próprio Vicente de Paulo: SIMPLICIDADE, HUMILDADE, MORTIFICAÇÃO, MANSIDÃO, ZELO PELAS ALMAS (ZELO APOSTÓLICO), também denominadas pelo próprio Vicente de Paulo de Conselhos Evangélicos. Ao tratarmos das virtudes vicentinas, não estamos falando de conteúdos teológicos rebuscados de múltiplas interpretações hermenêuticas, mas de posturas humanizantes e humanitárias da pessoa que assume uma missão dentro do universo da espiritualidade vicentina junto aos mais carentes, lugar social, geográfico, cultural e teológico do agente de pastoral com identidade eminentemente vicentina. Assim sendo, nós vicentinos, somos reconhecidos pelos mais empobrecidos não tanto pelo nosso discurso hermenêutico e teológico, mas primordialmente por nossa postura aproximativa do mundo dos pobres, ou seja, pelo nosso esforço imensurável em nos inculturar no seu universo, que é por demais exigente para nosso padrão de vida enquanto pertencente a uma instituição carregada de tradições milenares, semelhantes a todas as instituições que compõem o catolicismo na humanidade. Inspirados na própria concepção que São Vicente de Paulo teve dos Conselhos Evangélicos, podemos dizer que as Cinco Virtudes vicentinas dão uma configuração própria à nossa maneira de viver os quatro Votos na Pequena Companhia (Congregação da Missão): Castidade, Pobreza, Obediência, Serviço aos Pobres (Estabilidade). No presente texto procuraremos expor de forma bastante sintética em que corresponde cada Conselho Evangélico dentro da Espiritualidade Vicentina, desmembrando cada um deles em seis Características ou Dimensões, em se tratando da busca de transformá-los em testemunho vivo no mundo de hoje: Eixo Vicentino, Dimensão Humana, Dimensão Espiritual, Dimensão Intelectual, Dimensão Comunitária, Dimensão Apostólica. Por final, descreveremos pelas próprias palavras de São Vicente de Paulo, através de seus escritos, pequenos trechos sobre cada uma das Cinco Virtudes Vicentinas.

1. SIMPLICIDADE A virtude da Simplicidade educa-nos na capacidade de desenvolver os valores da verdade, da

Pe. Luiz Roberto Lemos do Prado, CM

Pe. Alexandre Nahass Franco, CM

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sinceridade, da transparência. Viver plenamente a simplicidade nos ajudará a evitar ser falsos uns com os outros e muito menos com o povo; por esta virtude somos chamados a ser simples, a dizer as coisas como são, sempre com sinceridade em relação à outra pessoa. Diante dos desafios que o pluralismo de idéias e de valores e contra-valores que a sociedade capitalista nos impõe, precisamos ficar mais atentos em relação à nossa postura junto ao povo e o cultivo de valores que não são transitórios, mas base para a vida com dignidade. Um desses valores é o cultivo da simplicidade. O povo ao qual procuramos evangelizar se aproximará de nós mediante nossa postura diante dele. A simplicidade impregnada em nossos atos possibilitará essa pedagógica aproximação do povo mais simples a nós e vice-versa. O próprio São Vicente definiu na sua vivência a importância desta virtude na vida de um vicentino: “A simplicidade é a virtude que mais amo, eu a chamo de meu evangelho” (SV I,284). a. Eixo Vicentino: A vivência da Virtude da Simplicidade educa-nos para a proximidade do mundo dos pobres na realidade de hoje em seu universo sócio-econômico, cultural, religioso, geográfico; tal aproximação coloca-nos em clima de disponibilidade para acolhermos e nos aproximarmos do diferente, da compreensão do pluralismo no meio da humanidade, favorecendo-nos em nossa missão de instrumentos da universalidade da salvação inaugurada por Jesus de Nazaré em sua práxis libertadora. b. Dimensão Humana: A vivência da Virtude da Simplicidade no concernente à dimensão humana leva-nos ao tratamento da pessoa com o devido cuidado e atenção que ela merece, o que favorece à mesma sentir-se saudável psíquica e fisicamente, pois sentir-se uma pessoa amada no seio de uma comunidade e em meio à sociedade produz um aspecto profundamente agradável no sentimento da auto-estima. A simplicidade no nosso viver vicentino leva-nos a quebrar barreiras na convivência com os mais pobres, proporcionando-nos maior aproximação ao seu universo de vida, levando-nos a contribuir no processo de sua própria educação, visando a integralidade da sua própria pessoa. c. Dimensão Espiritual: A experiência da Simplicidade na vida exige de cada um de nós uma busca saudável do equilíbrio entre trabalho e descanso recreativo. A Espiritualidade vicentina necessita de

uma forte experiência de Deus para que possamos irradiá-la no serviço aos pobres. Conseqüentemente, nossa inserção no mundo dos pobres a partir do cerne da nossa Espiritualidade, exige-nos a clara consciência de que fazemos este esforço não por meras motivações, mas pela convicção de estarmos contribuindo qualitativamente na construção do Reino de Deus aqui e agora. d. Dimensão Intelectual: A procura da vivência da Simplicidade no meio dos pobres traz-nos também uma exigência no aspecto intelectual; para que a nossa ação de aproximação ao mundo dos pobres seja sinal de transformação profética, precisamos investir em nossa própria formação inicial e permanente, motivados pelo ideal da compreensão das causas da pobreza para atacá-las com precisão. Para essa formação permanente acontecer precisamos de motivações internas e externas, lembrando que a sociedade atual, por si mesma, já nos faz essa exigência, pois torna-se, progressivamente, mais pluralista e complexa. Neste sentido, trabalhar com os pobres no nosso contexto atual exige de nós busca constante de preparação intelectual justamente pelo respeito que devemos ter à dignidade de todo ser humano. E o empobrecido não é um ser menos humano. e. Dimensão Comunitária: Vivenciar a virtude da Simplicidade no concernente à dimensão comunitária exige colocarmo-nos na escola do Evangelho e também de São Vicente, para aprendermos sempre a alegria de partilhar com os irmãos na fé, sobretudo os mais empobrecidos da nossa história o saber, os bens, os dons e a vida. Nossa presença no meio do povo é sempre uma experiência de troca de saberes em todas as dimensões da vida. f. Dimensão Apostólica: Cultivar a Simplicidade em nossas comunidades apostólicas compromete-nos a interiorizar progressivamente o valor de distribuir responsabilidades com os irmãos de fé, lembrando-nos que um dos aspectos da nossa vivência comunitária vicentina é alimentar nossa espiritualidade para um autêntico testemunho missionário no meio dos pobres do nosso tempo. Uma de nossas máximas é esta: Vida em comunidade para a Missão. Finalizando nossa reflexão sobre a virtude da Simplicidade, vejamos uma belíssima descrição do próprio Vicente de Paulo sobre esta máxima evangélica: “Deus é simples. Onde encontrares a simplicidade cristã caminharás seguro; pelo contrário, os que recorrem a precauções e artimanhas estão num medo contínuo de que descubram seu

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artifício e que, ao se ver surpreendido em sua falsidade, ninguém quer ter confiança neles.

Da minha parte, posso afirmar, uma grande experiência me demonstrou, para minha satisfação que uma fé vigorosa e um verdadeiro espírito de religião encontram-se freqüentemente entre as pessoas simples e pobres. Deus se compraz em enriquecê-las com uma fé viva: eles crêem, apalpam, saboreiam as palavras de vida eterna que Cristo nos deixou em seu evangelho. Em geral, suportam pacientemente suas enfermidades, aflições e necessidades, sem nunca se queixarem ou murmurar.Todo mundo sente atração por pessoas que são simples e cândidas, pessoas que se recusam a empregar a astúcia, os enganos. São populares, porque agem ingenuamente e falam com sinceridade; seus lábios estão de acordo com seus corações. São amadas e estimadas em toda parte…”(SV XI, 740s, 462).

2. HUMILDADE São Vicente de Paulo define a Humildade como a virtude que dá a característica essencial à missão na Pequena Companhia. A humildade é a virtude que nos torna capazes de reconhecer e admitir nossas fraquezas e limitações, criando assim a possibilidade de confiar mais em Deus e menos em nós mesmos. A humildade ajuda-nos a nos livrarmos da nossa auto-suficiência, a reconhecermos nossa dependência do amor do Criador e nossa interdependência comunitária. Ao mesmo tempo, a humildade nos capacita para reconhecer nossos talentos, talentos que devem ser postos a serviço das outras pessoas. É a virtude que permite aos pobres aproximar-se de nós. É a virtude que nos ajuda a ver que todos somos iguais aos olhos de Deus. A vivência desta virtude educa-nos e capacita-nos, em contrapartida, para aproximar-nos progressivamente dos Pobres. Esta virtude nos impulsiona a um processo contínuo de inculturação no mundo dos pobres, encorajando-nos a um esforço de identificação com os mesmos. Diante de uma sociedade tremendamente hedonista, individualista, separatista, perfeccionista do ponto de vista da aparência física em detrimento do cuidado integral do ser, a vivência da humildade se torna mais desafiadora, pois exige-nos maior sociabilidade a partir de dentro do nosso próprio lar, nosso grupo de convívio. a. Eixo Vicentino: A humildade, segundo São Vicente, é a virtude eminentemente evangélica. Jesus é o único mestre. Na conferência de 18 de abril de 1659, São Vicente se perguntou: “Em que consiste a humildade?” E respondeu: “Em querer o desprezo, em desejar a humilhação, em alegrar-se quando nos vemos humilhados, por amor a Jesus Cristo”. (SV XI, 488) A humildade faz-nos criar um sentido de pertença a um objetivo comum. Quando estamos dispostos a formar comunidade, construir unidade, nos entusiasmamos em trabalhar com objetivos comuns, somos capazes de nos doar, propor, aceitar e reconhecer como comunidade em vista da missão de evangelizar comunitariamente os pobres. b. Dimensão Humana: A virtude da humildade nos educa para a tolerância dialogada. Torna-se condição necessária para desenvolvermos, crescermos e fortalecermos como pessoas em comunidade, em sociedade de vida apostólica, como atitude que nos leva a reconhecer que todos necessitamos do outro para enriquecermos e superar nossas próprias dificuldades e individualidades. A abertura ao diálogo, o respeito, a atitude de compartilhar, a capacidade de escutar, de falar e de agradecer podem ser formas muito atuais da virtude da humildade. c. Dimensão Espiritual: Reconhecer que somos redimidos pelo Ressuscitado. A humildade nos faz ver que o ser humano é pecador e o sensibiliza perante o pecado. A atitude de nos reconhecer pecadores perdoados pelo sangue de Cristo nos responsabiliza a reconhecer que nossa vida se enriquece e fortalece com o perdão; o perdão implica aceitação, e para aceitar é necessário sair de nós mesmos, esvaziarmos de nós mesmos, dar um passo na direção do outro, quebrar nossas arestas, derrubar muros, construir pontes. d. Dimensão Intelectual: Reconhecer que somos pessoas limitadas, interdependentes, complementares. Temos opiniões diferentes diante da realidade que nos cerca e por isso mesmo a

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vivência da virtude da humildade nos faz constatar que é necessário estar dispostos à escuta dos outros e à reflexão, para juntos construir o caminho do discernimento coerente ao clamor da realidade. e. Dimensão Comunitária: A virtude da humildade nos faz conscientes de nossas limitações e nos capacita para a aceitação da colaboração do outro em vista da missão. A atividade missionária corre sempre o risco de ser dominadora e auto-suficiente, de encerrar-se nas próprias idéias e métodos, de negar a colaboração do outro e da outra. A humildade faz com que o missionário, ao mesmo tempo que evangeliza, se deixe evangelizar e que pregue não sua palavra, mas a Palavra de Deus,

assegurada pelo magistério da Igreja. f. Dimensão Apostólica: A virtude da humildade nos impulsiona a posicionarmos diante da missão apostólica não como donos de determinada situação mas como seres que estão dispostos a somar nossas qualidades e dons, simplesmente como colaboradores. Isso requer um processo de conversão onde cada um coloca o seu ser e faz o maior esforço para suscitar a mudança pessoal e estrutural, na sã consciência de que o único indispensável é a presença de Deus. Tudo o mais é transitório, instrumental para a eficácia da construção do Reino de Deus. Concluindo a reflexão sobre a virtude da humildade, lançamos mão de palavras do próprio São Vicente em seus magníficos escritos, destacando sua dimensão missionário-pastoral. Vejamos: “Entendei bem isto, meus senhores e meus irmãos: nunca poderemos fazer a obra de Deus se não tivermos uma profunda humildade e uma humildade de opinião sobre nós mesmos. Não, se a

Companhia da Missão não é humilde, se não tem a fé e a convicção de que não pode fazer o bem, que é mais apta para atrapalhá-lo, nunca realizará nada de grande; mas quando tem e vive o espírito do que acabo de dizer, então, ficai seguros, senhores, estará capacitada para fazer a obra de Deus, porque Deus usa de seus membros para suas grandes obras” (SV IX, 71, 284,809).

3. MANSIDÃO Etimologicamente, mansidão vem de “mansuetude” e manso de “mansus”, forma do latim vulgar de “mansuetus”. Tem um significado de comportamento aconchegante, familiar, doméstico.

Conceitualmente, a mansidão se entende como a força, a virtude, que permite a pessoa moderar razoavelmente sua ira e indignação. A razoável indignação pode ser com freqüência sã e saudável, transposição lícita da sobrecarga psicológica a um ato de zelo pela glória de Deus, pela justiça ou pelo bem do próximo. A mansidão não é agressiva, raivosa, barulhenta. Certamente é uma virtude chave na comunidade. É a virtude que ajuda a construir a confiança de uns nos outros, porque, quando somos amáveis, os que são tímidos se abrirão em relação a nós. Por estas razões podemos dizer que a mansidão é a virtude por demais vocacional, como constatou o próprio São Vicente: “Se não se pode ganhar uma pessoa pela amabilidade e pela paciência, será difícil consegui-lo de outra maneira”(SV VII, 226). A mansidão inspira um trato suave, agradável, educado, e fundamenta a tolerância, valor este muito importante para a convivência em uma sociedade plural em que o respeito à pessoa e à sua liberdade deve ser uma lei indiscutível.

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a. Eixo Vicentino: Com certeza, todas as virtudes contribuem para o dinamismo da vida comunitária em vista da missão. Todas as virtudes trazem em seu bojo um aspecto construtivo da vivência comunitária, porém é evidente que a mansidão entra em jogo por seus próprios valores e porque a comunidade se faz mediante relações plenas de conteúdo humano, cristão e vicentino. Devem ser expressões de pessoas que se estimam, se querem e se entreajudam. Toda atitude dura, de rechaço, de desprezo, pode ser superada precisamente pela prática da mansidão. b. Dimensão Humana: A vivência da mansidão no aspecto humanitário ajuda-nos no

processo da aceitação e compreensão da cultura do outro, nos colocando num processo de crescimento junto ao diferente, abrindo-nos à dinâmica da inculturação, educando-nos no processo da complementariedade. No trabalho junto aos mais pobres essa abertura é essencial para uma autêntica inserção popular. c. Dimensão Espiritual: Viver a virtude da mansidão no aspecto espiritual compromete-nos a inspirarmos na mansidão divina para com o seu povo na caminhada da história da salvação. Remete-nos à práxis da paciência histórica mediante a atitude do Criador para com as suas criaturas. Sem dúvida, um tema relacionado com a mansidão é o da hospitalidade, que é uma característica que deve distinguir um Vicentino: uma pessoa acolhedora; uma pessoa que está atenta às necessidades dos outros, especialmente dos marginalizados e transeuntes. d. Dimensão Intelectual: A mansidão causa a paz e cria melhores condições para o discernimento. A importância que tem, moral e espiritualmente

falando, o cultivo da mansidão, é que livremente, permite-nos ver a importância da paz interior e exterior como condições para um bom discernimento. Se não há paz interior, tranqüilidade e serenidade, a opção sempre é suspeitosa e moralmente imperfeita. Portanto, a mansidão é uma ferramenta que nos ajuda a buscar e defender a verdade, favorece a busca incansável do discernimento no serviço aos pobres. e. Dimensão Comunitária: A vida em comum, se não está animada pela mansidão, se torna insuportável. É evidente que é difícil conviver com pessoas irritáveis e duras. A condescendência pode ser uma expressão indubitável de mansidão. São Vicente disse o seguinte sobre a condescendência:

“Em uma comunidade, é necessário que todos os que a compõem e que são como seus membros sejam condescendentes uns com os outros. Com esta disposição, os sábios têm que condescender com a debilidade dos ignorantes, nas coisas em que não há erro e nem pecado. Os prudentes e sábios devem condescender com os humildes e simples. E com esta mesma condescendência, não só temos de aprovar os pareceres dos demais nas coisas boas e indiferentes, senão incluso preferirmos aos nossos, crendo que os demais têm luzes e qualidades naturais e sobrenaturais maiores e mais excelentes do que nós. Porém temos de evitar muita condescendência com os outros em coisas más, pois isto não seria virtude, senão um defeito, que proviria da libertinagem de espírito, ou de nossa covardia e pusilanimidade” (SV XI,758). f. Dimensão Apostólica: A apostolicidade da virtude da mansidão consiste basicamente em centrar nossas pregações no discernimento da procura da justiça e da paz que brotam da Palavra de Deus. Neste sentido, convém estar convictos

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de que nossas atitudes de bondade e coerência convencem muito mais as pessoas do que sermões, muitas vezes carregados de sentimentos contraditórios e moralismos exagerados. Nossas atitudes evangelizam mais que nossas palavras. Por isso mesmo, elas necessitam estar imbuídas da sensibilidade social na defesa incondicional dos direitos da pessoa humana, sobretudo dos mais pobres e excluídos. No final desta reflexão sobre a virtude da Mansidão, vejamos mais algumas palavras do mestre Vicente de Paulo: “Não há pessoas mais constantes e firmes no bem que aqueles que são mansos e pacíficos; pelo contrário, os que se deixam levar pela cólera e pelas paixões são geralmente

muito inconstantes, porque agem por impulsos e ímpetos. São como as correntezas que só têm força e impetuosidade nas chuvas, mas secam logo depois de ter passado o temporal, enquanto os rios que representam as pessoas pacíficas caminham sem ruído, com tranqüilidade, sem jamais secar” (SV XI, 752).

4. MORTIFICAÇÃO Por esta virtude somos interpelados a morrer para nós mesmos. É a virtude que pede que nos entreguemos totalmente, pensemos primeiro nos outros, pensemos especialmente nos Pobres antes de pensar em nós mesmos. Esta virtude educa-nos para o altruísmo em detrimento do nosso egocentrismo.Assim nos diz São Vicente: “Os santos são santos porque seguem as pegadas de Jesus Cristo, renunciam a si mesmos e se mortificam em todas as coisas” (SV XII, 227). a. Eixo Vicentino: Em tempos de busca de refundação e refontização da Vida Consagrada, urge-nos enquanto vicentinos aprofundar o

carisma que nos identifica no mundo e retomar nossas tradições fundantes, bem como nossas constituições, nossos bons costumes como alimentos sólidos em vista de um testemunho mais autêntico na humanidade hodierna. b. Dimensão Humana: Embora nosso tipo de trabalho seja diverso do que a maioria da população, cabe-nos saber utilizar bem o nosso tempo e os meios que temos em nossas mãos em vista da nossa missão junto às pessoas. Em respeito e solidariedade ao trabalho duro das pessoas para sobreviver temos o dever moral de fazer bom uso de tudo o que dispomos. É preciso que utilizemos o tempo responsavelmente. c. Dimensão Espiritual: A oração pessoal e comunitária é uma fonte irrenunciável para um autêntico vicentino, por isso mesmo foi insistentemente recomendada por São Vicente. É muito importante rezar de modo disciplinado, dar à oração seu tempo, compartilhar com os irmãos sua espiritualidade, fazer dos sacramentos um alimento para a vida missionária. d. Dimensão Intelectual: Em contrapartida ao consumismo desenfreado da sociedade, é saudável viver a sobriedade diante do uso das coisas, levar um estilo de vida simples, educarmos numa vida ascética, por mais difícil que seja. Para conseguirmos dar passos neste sentido, é profundamente necessário que utilizemos em tudo o senso crítico dentro de uma corresponsabilidade evangélica. e. Dimensão Comunitária: A vivência comunitária exige-nos, progressivamente, profunda sensibilidade evangélica. Por sermos irmãos no Senhor, é de se supor que sempre nos sentiremos mais próximos uns dos outros. Portanto, que nossas amizades não sejam exclusivas nem excludentes. Hoje todos somos chamados a participar no processo de tomada de decisões e a viver uma obediência responsável. Interpela-nos expressar nossas opiniões. Isto gasta muito tempo e, às vezes, é penoso. Por isso mesmo é para alguns uma grande mortificação. f. Dimensão apostólica: Entendendo por mortificação renunciar a comodidades para nos doarmos para que o outro tenha mais vida, cabe-nos estar dispostos para responder às necessidades da própria comunidade e às do povo de Deus, sobretudo aceitando as mudanças de local geográfico e social, vendo nesta dinâmica de vida apostólica os apelos do Deus da Vida. Todos nós

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somos dotados de muitas qualidades e talentos. Colocá-los a serviço é sempre uma virtude. A apostolicidade da virtude da mortificação nos impulsiona a estarmos sempre abertos ao inesperado, pois com freqüência somos interpelados a responder a novas situações, e isso extrai de nosso interior recursos pessoais que nem sabíamos que possuímos. Portanto, a abertura ao novo é profundamente necessário na espiritualidade vicentina. Bebamos mais um pouco na fonte de Vicente de Paulo sobre a virtude da Mortificação: “Somos firmes em resistir à natureza, pois se permitimos que alguma vez se cole em nós um pé, se meterá até quatro. E estamos seguros de que a medida de nosso progresso na vida espiritual está em nosso progresso na virtude da mortificação, que é especialmente necessária para os que hão de trabalhar na salvação das almas, pois é inútil que preguemos a penitência aos demais, se nós estamos vazios dela e se não a demonstramos em nossas ações e modo de nos comportar” (SV XI, 758-759).

5. ZELO APOSTÓLICO Podemos identificar o zelo apostólico com paixão pela humanidade. O zelo é a conseqüência de um coração verdadeiramente compassivo. Trata-se da paixão por Cristo, paixão pela humanidade e paixão especialmente pelo Pobre. O zelo é uma virtude verdadeiramente missionária. Expressa-se em forma de disponibilidade, de disposição para o serviço e a evangelização, mesmo quando as forças físicas já estão decadentes. Assim sendo, relacionado com o zelo está o entusiasmo, que leva à ação. Podemos entender o zelo como uma expressão concreta do amor efetivo, que é motivado pela compaixão, ou amor afetivo. a. Eixo Vicentino: O zelo é a quinta virtude característica e mais própria do missionário vicentino. O próprio São Vicente assim qualifica o “zelo pelas almas”: “Se o amor de Deus é um fogo, o zelo é sua chama. Se o amor é um sol, o zelo é o seu raio” (SV XII, 307-308). O Zelo Apostólico é o amor pela missão que dura a vida inteira. Vicente de Paulo trabalhou com constância até o final de sua vida. O Zelo é, pois e antes de tudo, entusiasmo, e entusiasmo significa cheio de Deus, plenitude de Deus. b. Dimensão Humana: Zelo é amor

ardente, uma disponibilidade para ir em qualquer lugar para falar de Jesus Cristo, ainda que em circunstâncias difíceis; disponibilidade para morrer por Ele. O testemunho do zelo apostólico inclui não só um profundo amor afetivo pelo Senhor e por seu povo mas também deve se expressar no amor efetivo e no sacrifício. Para bem e melhor servir ao povo a nós confiado torna-se necessário o devido cuidado com nossa saúde e o equilíbrio do nosso ser. c. Dimensão Espiritual: O Zelo cria a disponibilidade de ir a todo o mundo levar, como Jesus Cristo e os apóstolos esse fogo de amor e de temor de Deus. O Zelo fortalece, aumenta a

capacidade de trabalhar, capacita para sofrer tudo pela glória de Deus e salvação do próximo. O Zelo atualiza o comportamento do missionário, aceitando as exigências da Nova Evangelização: novos conteúdos, novas expressões, um novo ardor que não é outra coisa que a atualização do zelo apostólico ou da caridade apostólica. Para esta finalidade precisamos de uma sólida espiritualidade vicentina. d. Dimensão Intelectual: Zelo é amor fiel e perseverante. É fácil amar durante algum tempo. Mas amar durante toda a vida é mais difícil. Assumir compromissos permanentes é hoje mais difícil do que foi no século XVII, sobretudo porque muitos dos apoios sociais que ajudavam a sustentá-los naquele tempo, hoje desapareceram.O Zelo hoje se manifesta como fidelidade. Ouro provado no fogo. Exige-nos encontrar criativamente novas maneiras de amar, apesar das mudanças bruscas. Como afirmava São Vicente: “O amor é inventivo até o infinito” (SV XI, 65).O Zelo leva o missionário a adaptar-se e encontrar

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novas formas de servir aos pobres, apelando à capacitação profissional e especialmente através da formação permanente. Assim nos tornamos mais efetivos perante um mundo mais exigente. e. Dimensão Comunitária: Demonstra-se Zelo com o desejo de conseguir operários para a messe. Com o entusiasmo em comunicar a Palavra pela convivência agradável dentro e fora da comunidade interna. O amor é contagioso. O fogo se propaga. Um amor ardente busca se comunicar aos outros, atrai todos à mesma maravilhosa missão com que se está comprometido. O Zelo nos leva a compartilhar com alegria com outras pessoas, aproveitando os espaços formais e informais. O Zelo é amor fiel e perseverante.

f. Dimensão Apostólica: O Zelo indiscreto se mostra hoje com o trabalho excessivo, muitas vezes sem critérios equilibrados. Hoje é tão importante como no tempo de São Vicente, o conhecer nossas limitações, aceitar nossa condição de seres criados,o desenvolver um estilo de vida equilibrado que inclui o descanso suficiente e o tempo de lazer. Também é importante manter-se em boa condição física para ter a energia que caracteriza o zelo. A ética do cuidado aplica-se interinamente ao nosso ser por causa da missão.Outro aspecto da dimensão apostólica do Zelo é a busca de assumirmos responsabilidades

compartilhadas, trabalho em equipe, decisões colegiadas. Esse caráter educa-nos para a valorização dos ministérios em suas múltiplas modalidades apostólicas e teologais. Enriqueçamos nossa visão sobre o Zelo Apostólico com palavras inquietantes de Vicente de Paulo: “Buscamos a sombra, não nos gosta sair ao sol. Não goste tanto da comodidade! Na missão, pelo menos, estamos na igreja, a coberto das injúrias do tempo, do ardor do sol, da chuva, ao que estão expostas essas pobres gentes. E gritamos pedindo ajuda quando nos dão um pouquinho mais de ocupação que do ordinário! Meu quarto, meus livros, minha missa! Está bem! É ser missionário, ter todas as comodidades? Deus é nosso provedor e atende todas nossas necessidades e algo mais, nos dá o suficiente e algo mais. Não sei se nos preocupamos muito de agradecê-lo. Vivemos do patrimônio de Jesus Cristo, do suor dos pobres” (SV XI, 120-121).

Palavras Conclusivas: As virtudes características nos ajudam a permanecer fortes diante de qualquer obstáculo que nos dificulte viver plenamente a vocação a que fomos chamados. Como sabemos, as virtudes características são aqueles valores evangélicos que São Vicente contemplava, de modo especial em Jesus Cristo. São virtudes de que sentiu necessidade e, ainda mais, que se esforçou por viver, compreender e por em prática durante toda a sua vida.Façamos da oração de São Vicente para pedir o Zelo, nossa súplica missionária: “Ó Salvador, ó meu bom Salvador, apraza à vossa divina bondade livrar a Missão deste espírito de ociosidade, de busca das próprias comodidades e dar-lhe um zelo ardente por vossa glória, que faça abraçar tudo com alegria e que nunca a deixe recusar uma ocasião de vos servir”(Repetição de Oração de 24 de julho de 1655).

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CONSELHO INTERNACIONAL DA JMV. Processos Formativos. Disponível em:<http://www.secretariadojmv.org/>. Data de acesso 30/06/15.

PARA REFLETIR NOS ENCONTROS Uma jovem como tuObjetivo: Ajudar os jovens a ver em Maria um exemplo de como viver a sua juventude em harmonia com Deus.- Maria, uma adolescente aberta à voz de Deus.- Sim, uma resposta responsável.

Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.Objetivo: Que os jovens reconheçam na pessoa de Maria o seu verdadeiro valor e a importância que ela tem nas nossas vidas, no nosso tempo, como exemplo a imitar no seguimento de Jesus e no cumprimento da vontade do Pai.

Porque viu a humildade da sua servaObjetivo: Aprofundar o Magnificat como fonte da nossa espiritualidade.

“As bodas de Canã” (Jo 2, 1-12)Objetivo: Apresentar qual é o papel da Virgem Maria no plano de Salvação.

Por isso nos consagramos (A Consagração Mariana na JMV)Objetivo: Que os jovens da Associação possam compreender a Consagração Mariana como um verdadeiro e completo programa de vida cristã e como elemento vital da Associação.- O máximo no mínimo (A medalha milagrosa).- Consagração para jovens laicos.

Ao estilo de Jesus Cristo, como Maria e VicenteObjetivo: Aprofundar na identidade da JMV e apresentar as figuras de Maria da Medalha Milagrosa e de S. Vicente de Paulo como seguidores da mensagem de Jesus e o seu papel na nossa Associação.- O estilo do Reino de Deus.- Viver como Maria.- Viver como Vicente- Viver como Catarina Labouré.- Atualizado neste tempo.

Santa Catarina Labouré, a Santa do SilêncioObjetivo: Apresentar a vida de Catarina de Labouré, a sua vocação e a mensagemrecebida da Virgem para os jovens.A vida de Catarina Labouré.A mensagem da Virgem para nós.

Vida breve de S. Vicente de PauloObjetivo: Apresentar aos jovens a vida de S. Vicente como modelo de seguimento deJesus na pessoa dos pobres e como agente de mudança na sociedade.Os seus passos até à santidade.“Este homem mudou o rosto da Igreja”

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CAPITULO 9

Temas liturgicos

ADVENTO

TEMAS

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A Liturgia da Igreja convida todos os fiéis católicos a celebrar a fé recordando vivamente o exemplo deixado por Jesus, a Virgem Maria e os santos com um coração agradecido e cheio de alegria. Através dos Tempos Litúrgicos, celebramos durante um ano os Mistérios de nossa Fé, buscando viver a Palavra de Deus em nosso dia a dia.

ADVENTOIniciamos na Igreja o novo ano litúrgico com o tempo do Advento Composto por quatro semanas, iniciando quatro domingos antes do Natal e encerrando dia 24 de dezembro. O tempo do Advento é o período propício para nos prepararmos para receber Jesus.

TEMAS

Tempo de esperas

Durante quatro semanas nos preparamos para a chegada de Jesus. A igreja nos convida a prepararmos nosso coração, como uma manjedoura, e, assim acolhermos o Messias.

Sugestões:1. Confecção de uma “manjedoura”. Após a reflexão do tema, pode-se realizar a reflexão

conjunta, embasada nas seguintes perguntas:a. Quais os sentimentos que quero que sirva como “manjedoura” para receber Jesus? Cada

um escreve e, após a partilha, deposita na Manjedoura.2. Como está o meu coração? De que maneira estou à espera de Jesus? Momento pessoal, onde

cada um faz sua reflexão.

Preparai o Caminho do Senhor (Lc. 3, 4)Sugestões:1. Evangelho: Lucas 3,1-62. Momento Reflexivo: Através do testemunho de João Batista possamos preparar os caminhos

necessários à conversão pessoal e comunitária.Reflexão: João preparou o caminho de Jesus mostrando a mudança que deve ocorrer na vida dos

homens especificamente. João não só condenava o mal, mas salientava a mudança que Deus espera das pessoas perdoadas. O que é necessário para preparar o caminho que leva a Cristo?

Partilha: Faz-se uma reflexão sobre o tema e em seguida cada um “constrói o caminho” utilizando seus calçados. Mostrando que cada membro é importante na preparação desse caminho na vida pessoal, familiar.

Alegrai-vos sempre no Senhor (Fl 4, 4)“Paulo escreveu essas palavras à igreja em Filipos. Na ocasião, ele era prisioneiro em Roma e

poderia ter se atormentado. [...] O que marca essa carta da prisão não é a preocupação ou a dúvida, mas a alegria e o encorajamento que transparecem do começo ao fim. Paulo sabia que tinha todas as razões do mundo para se alegrar, apesar de sua situação pessoal penosa, apesar das perseguições e da enfermidade.” (Thomas Lieth)

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Maria, a Virgem que esperaEm sua exemplaridade para a Igreja, Maria é plenamente a Virgem do Advento na dupla dimensão

que a liturgia tem sempre em sua memória: presença e exemplaridade. Presença litúrgica na palavra e na oração, para uma memória grata dAquela que transformou a espera em presença, a promessa em dom. Memória de exemplaridade para uma Igreja que quer viver como Maria a nova presença de Cristo, com o Advento e o Natal no mundo de hoje.

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1, 14)

O Nascimento de Jesus é um dos momentos mais importantes para os cristãos. Relembrar o nascimento de Cristo, refletindo sobre o verdadeiro sentido do Natal.

Sugestões:1. Evangelho: Jo 1, 1-142. Música: Simplesmente amar (Walmir Alencar)3. Refletir sobre o nascimento de Jesus: Encenação4. Confraternização: Momento de refletir sobre a caminha do grupo e realizar a reflexão pessoal.

Sagrada Família: Jesus, Maria e José a nossa família vossa é

“Aqui se aprende o método e o caminho que nos permitirá compreender facilmente quem é Cristo. Aqui se descobre a importância do ambiente que rodeou a sua vida, durante a sua permanência no meio de nós: os lugares, os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo o que serviu a Jesus para Se revelar ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem sentido. Aqui, nesta escola, se compreende a necessidade de ter uma disciplina espiritual, se queremos seguir os ensinamentos do Evangelho e ser discípulos de Cristo. Quanto desejaríamos voltar a ser crianças e acudir a esta humilde e sublime escola de Nazaré! Quanto desejaríamos começar de novo, junto de Maria, a adquirir a verdadeira ciência da vida e a superior sabedoria das verdades divinas!” (Alocução de Paulo VI, Papa, em Nazaré, 5.1.1964).

Sugestões:1. Refletir sobre as três pessoas da Sagrada Família - Jesus, Maria e José.A Sagrada Família, imagem modelo de toda a família humana, ajude cada um a caminhar no

espírito de Nazaré; ajude cada núcleo familiar a aprofundar a própria missão civil e eclesial, mediante a escuta da Palavra de Deus, a oração e a partilha fraterna da vida! Maria, Mãe do amor formoso, e José, Guarda e Redentor, nos acompanhem a todos com a sua incessante proteção.

2. A importância da família para os cristãos.

Epifania do Senhor: Manifestação de Jesus

“Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dEle, o adoraram. Depois, abriram seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra.” (Mt 2, 11).

Sugestões:- Refletir sobre o significado dos presentes entregues pelos Reis Magos: Ouro, incenso e mirra.- Evangelho: Mt 2, 1-12- Música: Vem Senhor Jesus (Adoração e Vida)

TEMPO COMUM

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TEMPO COMUM

Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer (Mc 1, 11)

“Jesus quis ser batizado pelo seu precursor João Batista nas águas do rio Jordão. Ele se apresenta não somente como obediente ao Pai do Céu mas modelo para todos os que receberem a sua Palavra e se tornarem filhos de Deus pelo batismo.” (Cardeal Geraldo Majella Agnelo).

Sugestões:1. Evangelho: Mc 1, 9-122. Refletir sobre o chamado de Deus através do

Batismo;3. Espiritualidade Dinamizada:- Após a reflexão sobre o Batismo motivar os jovens a

formar duplas. Providenciar um recipiente com água benta. Em dupla, cada participante molha o dedo na água, faz uma cruz na testa do outro enquanto diz “Deus te proteja e te guarde”.

Os ensinamentos de Jesus

“O chamado ‘Sermão da Montanha’ faz parte do discurso inaugural do ministério público de Jesus que se estende entre os capítulos 5 a 7 do Evangelho de São Mateus. [...] É então, para nós, um autêntico programa de vida cristã que não deixaremos de meditar e pôr em prática todos os dias, pois ele compreende o ‘anúncio de um novo céu e uma nova terra’ onde haveremos de morar.” (Pe. Bantu Mendonça - Homilia Diária Canção Nova).

Sugestões:1. Evangelho Mt 5, 1-12)2. Refletir sobre o Sermão da Montanha (Bem-aventuranças.“Jesus é o caminho e o povo de Deus deve segui-lo a fim de colocar em prática a

vontade de Deus e entrar em seu Reino, na vida eterna”. Somente uma criatura já chegou ao topo da montanha: a Virgem Maria. “Graças à união com Jesus, a sua justiça foi perfeita” (Papa Emérito Bento XVI)

3. Partilha dinamizada através de paródia, teatro, dança.

Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja (Mt 16, 18)Sugestões:1. Reflexão:a. Música: “Pedro” (Pe. Fabio de Melo);b. “O que ligares na terra será ligado no céu”2. Trabalho grupal embasado em mensagens do Papa.3. Apresentação de todos os Papas como sucessores de Pedro;4. Formação sobre os Conclaves e significados.

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QUARESMA

Quarta-feira de Cinzas: Convertei-vos e credes no Evangelho

“Neste dia, após a Liturgia da Palavra, em que se proclama o trecho do Evangelho em que Cristo recomenda a oração, o jejum e a esmola como exercícios de conversão (cf. Mt 6,1-18), realiza-se o rito da imposição das cinzas. Elas são sinal de penitência, no sentido de conversão. A conversão consiste, sobretudo, no reconhecimento de nossa condição de criaturas limitadas, mortais e pecadoras. No gesto de imposição das cinzas sobre a cabeça das pessoas, o sacerdote ou o ministro diz: “Convertei-vos e crede no Evangelho”. A conversão consiste em crer no Evangelho. Crer é aderir a ele, viver segundo os ensinamentos do Senhor Jesus. Pode-se usar também a fórmula tradicional: “Lembra-te que és pó e ao pó hás de voltar”. Numa das orações de bênção das cinzas se diz: “Reconhecendo que somos pó e que ao pó voltaremos, consigamos, pela observância da Quaresma, obter o perdão dos pecados e viver uma vida nova, à semelhança do Cristo ressuscitado”. (Trecho do texto “Viver o Ano Litúrgico – Reflexões para os domingos e solenidades”, de Frei Alberto Beckhauser, Editora Vozes.).

Sugestões:1. Texto: Dom Orani João Tempesta2. Motivar trabalhos grupais sobre o significado das cinzas.

Campanha da Fraternidade

Formar e fazer com que os jovens conheçam o Tema e o Lema da Campanha da Fraternidade, utilizando os materiais disponibilizados pela CNBB.

A Transfiguração do Senhor

Sugestões:1. Evangelho: Mt 17, 1-82. Texto reflexivo: A transfiguração de Jesus (Gary Fisher)

Caminho de oração e Penitência

Sugestões: 1. Texto: Quaresma, tempo de voltar

para Deus (Prof. Felipe Aquino);2. Reflexão Pessoal:3. Dinâmica do espelho: Motivar

cada um a olhar para si mesmo, identificando o que precisa ser transformado.

4. Música: Tempo de voltar (Pe. Fábio de Melo)

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Domingo de Ramos

“O Domingo de Ramos abre caminho para o clima da Semana Santa, quando Cristo é recebido de forma triunfal em Jerusalém, acolhido pelo povo com ramos nas mãos. O seu jeito simples e coerente, montado em um jumento, atraía multidões, mas provocava a ira orgulhosa das autoridades judaicas.” (Domingo de Ramos – D. Paulo Mendes Peixoto)

Sugestões:1. Evangelho: Mt 21, 1-8

Fazei isto em memória de mim

“Na Quinta-feira Santa celebramos a Instituição do Sacramento da Eucaristia. Jesus, desejoso de deixar aos homens um sinal da sua presença antes de morrer, instituiu a Eucaristia.” (Ir. IIi Alves- A Semana Santa: Símbolos e significados).

Sugestões:1. Partilha de pão e vinho;2. Encenação do “Lava pés”.

Os símbolos da Paixão

“Na Sexta-feira Santa Celebra-se a paixão e morte de Jesus Cristo. O silêncio, o jejum e a oração devem marcar este dia que, ao contrário do que muitos pensam, não deve ser vivido em clima de luto, mas de profundo respeito diante da morte do Senhor que, morrendo, foi vitorioso e trouxe a salvação para todos, ressurgindo para a vida eterna. Às 15 horas, horário em que Jesus foi morto, é celebrada a principal cerimônia do dia: a Paixão do Senhor. Ela consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração da cruz e comunhão eucarística. Depois deste momento não há mais comunhão eucarística até que seja realizada a celebração da Páscoa, no Sábado Santo.” (Ir. IIi Alves- A Semana Santa: Símbolos e significados)

Cristo Ressuscitado: principio e fonte de vida nova

“Para sempre, a ressurreição de Cristo é a certeza do triunfo de Deus e sua justiça diante dos inocentes condenados da história. É a certeza que a vida tem a última palavra, porque está com Deus e Ele é Vida. A ressurreição de Cristo nos fala que a nossa vida tem um sentido, que o mundo tem uma direção, tem uma luz que o ilumina e uma força que o guia. Que “toda a criação geme em dores de parto” (Rm 8,22), esperando sua libertação, até que chegue “novos céus e nova terra” (Ap 21,1).” (Dom Adelar Baruffi – CNBB).

Sugestões:1. Música: Ao partir do Pão (Walmir Alencar); Ressuscitou (Comunidade Shalom).2. Confraternização de Páscoa: Celebração da Ressurreição de Cristo

Ascensão: “Subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai”

“Por ‘estar sentado à direita do Pai’, entendemos a glória e a honra da divindade, onde aquele que existia como Filho de Deus antes de todos os séculos, se sentou corporalmente junto do Pai, como homem também, com a sua carne glorificada. Assim, através de Jesus, a humanidade, outrora expulsa do Paraíso, agora volta para o convívio de Deus. Daí, Cristo glorioso vai derramar o Espírito Santo sobre a Igreja para que ela cumpra a sua missão de resgatar os filhos de Deus. O sentar-se à direita do Pai significa também “a inauguração do Reino do Messias, realização da visão do profeta Daniel no tocante ao Filho do Homem: “A Ele foram outorgados o império, a honra e o reino, e todos os povos, nações e línguas o serviram. Seu império é um império eterno, que jamais passará, e seu reino jamais será destruído” (Dn 7,14). A partir desse momento, os Apóstolos se tornaram as testemunhas do “Reino que não terá fim”. (Cat. §664)” (Dom Orani João Tempesta – CNBB)

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CAPITULO 10

Textos para espiritualidade

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A perseverança nas boas obras

Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se corromper, com que se há de salgar? Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende a candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas sim em cima do candelabro, e assim alumia a todos os que estão em casa. Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu” (Mt 5,13-16). Desta Palavra, São João Crisóstomo, doutor da Igreja, comentou: “Na verdade, ao dizer-lhes: ‘Vós sois o sal da terra’, indicou-lhes que toda a natureza humana está insossa, corrompida pelo pecado; é pelo seu ministério que a graça do Espírito Santo regenerará e conservará o mundo. Aquele que é manso, modesto, misericordioso, justo, não encerra em si mesmo as boas ações que realiza; preocupa-se que essas belas fontes jorrem também para o bem dos outros. Aquele que tem o coração puro, que é construtor da paz, que sofre perseguição pela verdade, eis a pessoa que consagra a sua vida ao bem dos outros.”Amando a Deus e ao próximo, tudo isto pode ser praticado com naturalidade. E como Jesus disse: “Quero amor e não sacrifício”, de nada adianta levarmos uma vida correta, sem grandes pecados, se não agirmos com misericórdia. Esta é a palavra chave da conduta cristã: misericórdia! Da mesma forma que precisamos da compaixão de Deus em relação aos nossos pecados e também contamos com o perdão do próximo nos erros que cometemos, temos que ter piedade do irmão que sofre. Amar como Jesus amou é difícil, mas possuir um coração misericordioso é possível. Somente assim podemos dar continuidade a estas boas obras que realizamos: filhos obedientes aos pais, agentes de pastorais perseverantes na evangelização, esposos pacientes com as mulheres, cristãos comprometidos com o dízimo, enfim, não descuidar em fazer parte do grupo de pessoas orantes e caridosas, na construção de um Reino novo. Estar preparado para rejeitar tudo aquilo que nos separa de Deus, de maneira que possamos responder generosamente ao seu chamado, deve pautar nossa vida, como aconteceu com Santa

Filomena. Ela era filha de um rei da Grécia e sua mãe também tinha sangue real. Aos 11 anos, se consagrou a Cristo por voto de virgindade perpétua e, aos 13, seu pai foi ameaçado de uma injusta guerra pelo imperador romano, Diocleciano, que somente lhe concederia paz duradoura se a linda princesinha aceitasse ser sua esposa. Filomena não concordou. Sabendo da pronta recusa da jovem, o imperador ordenou que a torturassem publicamente. O primeiro dos suplícios foi o dos açoites, quando o corpo da menina ficou reduzido a uma única chaga e, já agonizante, foi atirado na escura prisão onde deveria exalar os últimos suspiros. Mas, dois formosos anjos lhe apareceram, ungiram seu dilacerado corpo com um bálsamo celeste e deixaram-na completamente curada. Diocleciano, louco de raiva, ordenou que lhe amarrassem uma âncora no pescoço e a lançassem no Rio Tibre. Entretanto, no exato momento em que a mesma estava sendo atirada, dois anjos cortaram a corda que prendia a âncora e a transportaram para a outra margem. O imperador, porém, atribuiu o maravilhoso prodígio a algum poder mágico da menina e ordenou que fosse transpassada por setas até ficar comprovadamente morta. E, por mais que se esforçassem os arqueiros, as setas voltavam contra eles – seis tiveram morte instantânea! Temendo maiores conseqüências e já bastante confuso, o imperador pediu que a princesa fosse imediatamente decapitada. Assim, a Virgem Mártir doou sua vida por amor ao divino Filho da Virgem Santíssima. Colheu a palma do martírio numa sexta-feira, às três horas da tarde – 10 de agosto, hoje dia de Santa Filomena. O Papa Gregório XVI, elevou-a à honra dos altares, proclamando-a ‘Padroeira do Rosário Vivo’. As relíquias de Filomena ainda são preservadas em Mugnano, Itália.

Paulo Roberto Labegalini

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Amar para ser amado

Paulo Roberto Labegaliniprofessor na Universidade Federal de Itajubá e autor de

“Minha Vida de Milagres” (Editora Santuário – lançamento). E-mail: [email protected]

Mãe e filha estavam caminhando pela praia. Num certo ponto da conversa, a menina disse:

– Mãe, como se faz para manter um amor?– Vou lhe explicar, filha – disse a mãe. – Pega num pouco de areia e fecha a mão com

força.A menina assim o fez e reparou que quanto mais forte apertava a areia, mais escapava.– Mamãe, mas assim a areia cai!– Eu sei. Agora, abre completamente a mão.A menina obedeceu, mas o vento levou parte da areia que estava por cima.– Assim também não consigo mantê-la na minha mão!– Então, filha, pega outra vez num pouco de areia e deixe a mão semi-aberta, bastante

fechada para protegê-la e sem apertar para lhe dar liberdade.A menina experimentou e viu que a areia não escapava. E a mãe completou:– É assim que se faz durar um amor. Se você quer muito alguém, dê-lhe um pouco

de liberdade. Se voltar com saudades, será seu para sempre; se não, é porque nunca foi seu de verdade. A liberdade é o espaço que a felicidade precisa para se expandir, meu bem.

Pois é, sabemos o quanto isto é importante porque Deus também nos dá liberdade suficiente para decidirmos entre o bem e o mal, embora saibamos que seremos mais felizes se trilharmos bons caminhos. Mas, mesmo sendo bom cristão, é impossível atravessar a vida sem que um trabalho saia mal feito, sem que uma amizade cause decepção, sem padecer com alguma doença, sem que ninguém da família morra, sem tirar alguma nota baixa na escola e sem a gente se enganar em algum negócio. Tudo isto é verdade, mas o importante é como você reage.

Você cresce quando não perde a esperança nem diminui a fé. Quando sofre com a provação, mas tem garra para construir o que tem pela frente. Cresce quando se valoriza e sabe dar frutos. Cresce quando assimila experiências e semeia a paz. Cresce também quando é sensível no temperamento e humilde de coração. Cresce ajudando seus semelhantes, conhecendo a si mesmo e dando mais do que recebe.

A felicidade é a conseqüência de tudo isto. Realizando e superando as dificuldades com amor, tudo se torna mais fácil, mesmo porque o amor que doamos retorna rapidamente. Normalmente, as pessoas que mais amamos são as mesmas que também nos amam de verdade; e as que menos gostamos, pouco se importam conosco. Você já reparou nisto? Para abrir o coração para o amor, eis um segredo:

Em momentos felizes, louve a Deus. Em momentos difíceis, busque a Deus. Em momentos silenciosos, adore a Deus. Em momentos dolorosos, confie em Deus. A cada momento, agradeça muito a Deus pela sua vida e seja obediente aos seus Mandamentos. Tudo isto está na Bíblia, custa muito pouco e vale uma passagem para a vida eterna!

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A espiritualidade vicentina

Dois nomes marcam a espiritualidade vicentina: São Vicente de Paulo e Frederico Ozanam. São Vicente, cognominado pai dos Pobres, conseguiu viver santa, humilde e pobremente em dois mundos bem diferentes. Frequentou ambientes sofisticados da corte francesa, de pessoas riquíssimas e, ao mesmo tempo, dedicou-se ao serviço humilde dos pobres. Vida de maravilhas espirituais e de caridade, ao lado de argúcia e capacidade diplomática.

Saía do palácio onde cumpria a função de capelão da Rainha para distribuir esmolas aos pobres. Impressiona como viveu contrastes. Preceptor dos filhos do general das galés e residindo no Palácio dos riquíssimos Gondi, não hesitou em pôr-se no lugar de escravos presos às mesmas galés. Lutara pela dignidade desses miseráveis condenados por crimes comuns, submetidos à punição de remar as embarcações, com freqüência amarrados a elas por grilhões.

A santidade permitia-lhe escapar ileso da contaminação do dinheiro e da glória para dedicar-se aos humildes e sofridos da humanidade. Passou esse espírito para a Congregação que fundou e inspirou o ramo feminino das Filhas da caridade. Caridade, humildade, serviço aos pobres, capacidade de viver em situações bem diversificadas marcam a vida e a espiritualidade desse gigante do século XVII.

Outro nome se liga a essa corrente espiritual quase dois séculos depois: Frederico Ozanam. Já na família respirava o ar da caridade para com os pobres. O pai, médico famoso, cuidava com desvelo dos enfermos indigentes, ao lado de uma esposa, também ela, feita pura caridade para com os pobres e enfermos.

Ozanam possuia extraordinário conjunto de qualidades. Embora tenha morrido relativamente jovem, aos 40 anos, preencheu bela vida. Vale dele o que rezamos na oração da liturgia da festa de Santo Estanislau Kostka, que morreu bem jovenzinho: entre os milagres da sabedoria divina está a graça de madura santidade em tenra idade. E mais expressivo ainda soa-nos o elogio da sabedoria daquele “que tendo alcançado em pouco tempo a perfeição, completou uma longa carreira. Sua alma era agradável ao Senhor” (Sb 4, 13s).

Ozanam unia profunda humanidade, imensa cultura em literatura, filosofia, teologia e espiritualidade. Ofereceu a partir da fé cristã resposta contundente ao socialismo da época, ao mostrar exímio serviço aos pobres, não somente pessoalmente, mas fundando a “Conferência de caridade”, hoje espalhada pelo mundo inteiro sob o nome de “conferências vicentinas”. Soube apresentar a fé cristã e a prática pastoral consentâneas com os tempos polêmicos e difíceis em que viveu. Com esplendorosa eloquência, enfrentou debates em que a fé e a política, a dimensão religiosa e social entravam em questão. Não só refutou as objeções contra a oposição entre ambas, como demonstrou teórica e praticamente a autêntica mútua implicação.

Padre João Batista Libânio (SJ)

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Evangelização da juventude

Ainda nos ressoa ao ouvido a forte interpelação que Bento XVI fez aos jovens da América Latina: “Meu apelo de hoje, a vós jovens, que viestes a este encontro, é que não desperdiceis vossa juventude. Não tenteis fugir dela. Vivei-a intensamente. Consagrai-a aos elevados ideais da fé e da solidariedade humana”. “Eu vos envio para a grande missão de evangelizar os jovens e as jovens, que andam por este mundo errantes, como ovelhas sem pastor. Sede apóstolos dos jovens”!

Os Bispos do Brasil aprovaram o documento da evangelização da juventude. Já fora redigido no clima de preparação de Aparecida. Nele ressoam as mensagens fundamentais que o Documento Final reafirmou. A missão da Igreja consiste em introduzir os jovens na experiência religiosa do Encontro com Cristo e acolhê-los na comunidade para educá-los na fé e fazer deles discípulos missionários do Evangelho da vida.

A tarefa apresenta-se árdua. Estamos diante de juventude bem distante dos entusiasmos da década de 60. Sofre o desencanto da modernidade, mergulhada na hipermodernidade da subjetividade exacerbada, da religiosidade light, ou atribulada por condições sociais duras e sem futuro. A geração dourada padece a falta de sentido, os pobres ressentem da dificuldade de romper horizonte sem perspectivas, sem esperança de trabalho estável. O texto fala de três traços da juventude atual: medo de sobrar por causa do desemprego, medo de morrer vítima de violência e uma vida imersa no virtual conectado da Internet.

Custa aos jovens romper a muralha do isolamento, do fechamento em si mesmos, já que não precisam sair do quarto para terem a sensação ilusória de contactar todo o mundo. O evangelho chega-lhes como vitória sobre os medos e apelo à comunidade real de pessoas. Oferece-lhes outro tipo de experiência que supera o presentismo de “amar as pessoas como se não houvesse amanhã”. Abre-lhes os olhos para outros que sofrem mais que eles e a dor alheia quebra-lhes o gelo do individualismo. Somente estendendo os braços para entrelaçá-los com companheiros em causa humanitária deixarão o bairro da melancolia em direção da vida de sentido.

Na perplexidade pós-moderna, despontam pequenos sinais de esperança em jovens que anseiam por espiritualidade comunitária. Organizam-se em comunidades de vida e de oração. Aí sentem o calor do Espírito. Outros ousam mais. Arrancam-se da acomodação estagnada da vida burguesa e lançam-se na aventura missionária religiosa ou secular. Ocupa-lhes o coração a situação de carência de tantas pessoas e isso os impele ao compromisso. O ideal consiste em articular essas duas tendências, enriquecendo o voluntariado com a espiritualidade, e encarnando a espiritualidade no serviço aos necessitados.

Padre João Batista Libânio (SJ)

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Solidariedade com os mais pobres

Em um mundo dividido entre os progressos da globalização e a massa crescente de excluídos, a solidariedade desponta como uma solução para amenizar diferenças. Organizando nossa solidariedade, superamos a perplexidade que as emergências costumam produzir, e tornamos nossa ação mais adequada e oportuna. “A solidariedade convida a ver (...) o ser humano, a compadecer-se com seus sofrimentos e empreender ações para reduzir seus sofrimentos, devolvendo-lhes a dignidade e protegendo a vida e os direitos humanos”, Edson Louidor, do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais.

A solidariedade, abrangente que é, convoca esforços na luta contra a pobreza e as desigualdades. “A ONU quer ser a voz dos Pobres e das gerações futuras” (Jornalista Márcia Pimenta). Não só a Igreja se empenha em defender os Pobres, mas demais associações realizam esforços de mostrar às pessoas que nossas escolhas e decisões aumentam as vulnerabilidades dos mais Pobres. Mesmo na questão ambiental é comprovado que os países mais Pobres contribuíram apenas com 2% das emissões dos gases que criam o efeito estufa, enquanto os países ricos despejaram 75% destas emissões.

É sabido que uma globalização sem solidariedade afeta, negativamente, os setores mais Pobres. Já não se trata, simplesmente, do fenômeno da exploração e da opressão, mas de algo novo: a exclusão social. Com ela fica afetada a própria raiz da pertença à sociedade na qual se vive, pois a pessoa excluída já não está abaixo, na periferia, mas está fora.

Os excluídos não são somente “explorados”, mas “sobrantes” e, por isso, “descartáveis”. Diante desta forma de globalização, é nosso dever enquanto vicentinos e Família Vicentina contribuirmos para uma globalização diferente que esteja marcada pela solidariedade, pela justiça e pelo respeito aos direitos

humanos. Uma das perguntas que comumente

se houve quando alguém se dedica a ações e lutas em favor dos mais Pobres, dos mais vulneráveis e os mais marginalizados na sociedade é “o que você ganha com isso?”

Esta é uma pergunta razoável, pois de fato, se a ação é realmente bem-intencionada, isto é não visa autopromoção (de si ou do seu grupo, partido ou Igreja), não se ganha muita coisa; e com certeza terá problemas e incompreensões. É claro que no início há o idealismo e o entusiasmo de estar construindo um mundo melhor; e também o reconhecimento de outros que notam a diferença dessas iniciativas. Mas, com o passar do tempo, o entusiasmo do início é substituído pela rotina, os reconhecimentos desaparecem porque não é mais novidade e surge também certo desencanto com os resultados que ficam muito abaixo das nossas expectativas. E aos poucos vamos desistindo do nosso idealismo e tornando-nos mais “amadurecidos” e nos adaptando ao nosso mundo em redor.

O “Espírito do Mundo” acaba nos tomando por dentro, pouco a pouco.

Pessoas que descobriram que esses valores e ideologia são desumanizadores precisam encontrar outro modo de justificar as suas ações e vidas.

Madre Teresa de Calcutá, quando estava pedindo a sua saída da Congregação das Irmãs de Loreto – onde atuava em uma escola para classe média – para trabalhar com as pessoas miseráveis da Índia, justificou este seu desejo (não compreendido pela maioria) escrevendo: “Devo ir-me – a Índia é tão abrasadora como o inferno – mas suas almas são belas e preciosas porque Sangue de Jesus as

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alcançou”. Esta linguagem religiosa tradicional, escrita em 1923, não deve fazer-nos perder o foco do mais importante: o que a levou a assumir uma vida que sabia que seria muito difícil foi a sua fé de que essas pessoas miseráveis também eram amadas de forma radical por Jesus. A mudança radical da sua vida foi justifica pela sua fé; e a sua vida foi movida pelo desejo, como ela escreveu, de “fazer o mesmo trabalho que Jesus fazia quando estava na terra”.

Na vida não pode faltar a solidariedade. Ela deve fazer parte da dinâmica da vida. Não pode se limitar a ações esporádicas, a atitudes inócuas ou superficiais, que em nada alteram a existência humana. A solidariedade precisa se constituir em componente normal de nosso relacionamento humano.

João Paulo II insistia que era preciso “globalizar a solidariedade”. Numa época em que todos os setores da sociedade recebem o impacto da globalização, é possível impregnar de solidariedade à própria globalização.

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Primeiramente, ele sugere na Carta, que a Igreja faça “...um sério exame de consciência, principalmente sobre a Igreja de hoje. No limiar do novo milénio, os cristãos devem pôr-se humildemente diante do Senhor, interrogando-se sobre as responsabilidades que lhes cabem também nos males do nosso tempo. Na verdade, o momento atual, a par de muitas luzes, apresenta também tantas sombras” (36). “E quanto ao testemunho da Igreja no nosso tempo, como não sentir pesar pela falta de discernimento, quando não se torna mesmo condescendência, de não poucos cristãos perante a violação de direitos humanos fundamentais por regimes totalitários? E não será porventura de lamentar, entre as sombras do presente, a corresponsabilidade de tantos cristãos em formas graves de injustiça e marginalização social? Seria de perguntar quantos deles conhecem a fundo e praticam coerentemente as diretrizes da doutrina social da Igreja” (36).

É este caminho de convencimento para a solidariedade que nós, vicentinos (e Família Vicentina) somos convidados a testemunhar. O testemunho faz parte da tradição cristã. O testemunho é imprescindível na vida do vicentino.

A Carta Apostólica ainda reflete sobre a necessidade de que “... sejam valorizados e aprofundados os sinais de esperança presentes neste epílogo do século, não obstante as sombras que frequentemente os escondem a nossos olhos: no campo civil, os progressos realizados pela medicina

ao serviço da vida humana, o sentido mais vivo de responsabilidade pelo ambiente, os esforços para restabelecer a paz e a justiça em todo o lado onde foram violadas, a vontade de reconciliação e solidariedade entre os vários povos, particularmente nas complexas relações entre o Norte e o Sul do mundo...”(46).

E por último: “Nesta perspectiva e recordando que Jesus veio (Mt 11, 5; Lc 7, 22), como não sublinhar com maior decisão a opção preferencial da Igreja pelos Pobres e os marginalizados? Antes, deve-se afirmar que o empenho pela justiça e pela paz num mundo como o nosso, marcado por tantos conflitos e por intoleráveis desigualdades sociais e econômicas, é um aspecto qualificante da preparação e da celebração do Jubileu. Assim, no espírito do livro do Levítico (25, 8-12), os cristãos deverão fazer-se voz de todos os Pobres do mundo, propondo o Jubileu como um tempo oportuno para pensar, além do mais, numa consistente redução, se não mesmo no perdão total da dívida internacional, que pesa sobre o destino de muitas nações” (51).

Ser cristão não é ter devoção a Jesus, mas sim seguir o caminho de Jesus. Viver como Jesus viveu, como Jesus viveria hoje. O que justifica ser solidário com os mais Pobres e assumir lutas que não nos gerarão nenhum ganho extra para nós é o desejo de viver como Jesus viveu, desejo de sermos testemunhas do amor gratuito de Deus por toda a humanidade.

Tertio Millennio Adveniente –Esta Carta Apostólica de João Paulo II, apresentada a Igreja no dia 10 de Novembro de 1994

vem fortalecer nossa reflexão sobre a solidariedade para com os mais Pobres.

Padre Joelson Soten (CM)

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Não sou daqui nem dali, mas de qualquer lugar onde Deus quer

que esteja

- São Vicente de Paulo

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A Cristo com MariaSER- AMAR- CONSTRUIR

Juventude Mariana VicentinaProvíncia de Fortaleza