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ana-beatriz-pacheco
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Uma perspectiva psicológica e sociológica
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O suicídio é considerado uma temática chocante que evoca inúmeras questões
acerca de possíveis motivos, indícios e porquês de sua ocorrência. Ora, o que leva uma
pessoa a resistir a todos os seus mecanismos naturais de sobrevivência, ao acabar com a
própria vida? Angustia, desespero, tristeza, honra, loucura, amor talvez?
Trata-se de uma pergunta complexa, repleta de muitas variáveis singulares, tais
como a história de vida, a subjetividade e a cultura de cada indivíduo. Por isso, nos
limitaremos a discutir apenas uma dessas variáveis: o aspecto cultural do suicídio na
contemporaneidade.
Para realizar esta discussão, abordar o contexto cultural da atualidade, através do
conceito de “modernidade líquida” descrita por Bauman (2001), para em seguida
trabalhar com os conceitos de solidariedade e suicídio egoísta a partir da perspectiva de
Durkheim, e por fim realizar uma correlação entre estas duas temáticas e o atual mundo
do trabalho.
Bauman (2001) considera o período em que vivemos como a pós-modernidade,
e a distingue da modernidade a partir de uma metáfora de fluidez. Para ele a
modernidade era sólida, e foi através do seu “derretimento” que se originou a pós-
modernidade, ou a atual modernidade, descrita como líquida.
Enquanto a modernidade sólida está relacionada ao espaço, à constância e a
manutenção de forma, a modernidade líquida não pode ser pensada isolada do tempo,
pois flui, movimenta-se a todo momento, passa, muda, transfigura-se como um líquido
que escorre.
Segundo Bauman (2001) a transição entre a modernidade e a pós-modernidade
ocorreu através de um processo de “derretimento dos sólidos”, que fragilizou as
relações sociais, deixando-as expostas a uma racionalidade instrumental e também
possibilitou o estabelecimento da economia como base da vida social.
Isso porque, de acordo com Thomas Carlyle (apud Bauman, 2001, p. 10), para
que isso ocorresse foi necessário “dentre os vários laços subjacentes às
responsabilidades humanas mútuas, deixar restar somente o ‘nexo dinheiro’”. Sendo
assim, a sociedade livrou-se das obrigações sociais, das tradições que limitavam a
economia. Essa nova ordem também liberou a economia de sua moral, ética e política
que a congelavam, e assim sedimentou-se como uma ordem definida principalmente em
termos econômicos. O resultado disto foi uma flexibilização, libertação e
desregulamentação do trabalho, dos mercados e da economia, que se tornou mais livre,
pois se desvencilhou dos antigos valores.
Os crescentes avanços tecnológicos (principalmente na área da comunicação e
transporte) modificaram a estrutura do mundo atual, que se tornou pequeno devido à
fácil a movimentação e comunicação entre pessoas e idéias. Nesse novo “pequeno”
mundo globalizado, tudo se movimenta, se transforma e se liquefaz com a maior
facilidade.
Bauman (2006) descreve como “líquido-moderna” a sociedade tão marcada pela
transformação e rapidez, que as condições de ação dos seus indivíduos mudam antes de
suas formas de agir (hábitos e rotinas) se consolidarem. Desta forma, essa nova
modernidade é marcada pela flexibilidade, rapidez, transformação constante,
velocidade, variabilidade, individualidade, etc.
Na modernidade líquida, ou pós-modernidade, a liberdade individual passa a ter
maior força e ultrapassa os limites impostos pela segurança (controladora dos instintos).
Assim o homem torna-se hedonista, sempre procurando sua própria felicidade e prazer
imediato. É neste momento que o individualismo ganha força, interferindo nas relações
interpessoais, as tornando cada vez mais efêmeras e menos altruístas.
A vida levada pelos sujeitos dessa sociedade é descrita por Bauman (2006) como
uma vida líquida, que condiz com as características da mesma. Assim, essa forma de
viver também não se consolida, permanecendo sempre em constante e rápida mudança.
Nesta sociedade de valores efêmeros e os produtos descartáveis, a felicidade está
diretamente relacionada ao consumo irrefreável. Desta forma, a vida líquida é
caracterizada pela falta de tempo devido à necessidade do indivíduo de trabalhar para
poder sobreviver, comprar e assim vivenciar a felicidade, também instantânea,
propiciada pelo consumo.
Trata-se de uma vida precária, dominada pela incerteza e imprevisibilidade, onde
os vínculos humanos estão fragilizados e os indivíduos se relacionam de maneira
contraditória, através da distância ao invés da proximidade. Isso porque, apesar de a
globalização trazer informações a todos e tornar o mundo mais acessível, ela diminui o
“conTATO” entre as pessoas, que se relacionam através de mediações tecnológicas
(celular, internet, telefone...).
Segundo Sennett (1999) o capitalismo vive um novo momento caracterizado por
uma natureza flexível, que ataca as formas rígidas da burocracia, as conseqüências da
rotina exacerbada e os sentidos e significados do trabalho. Cria assim uma situação de
ansiedade nas pessoas, que não sabem os riscos que estão correndo e a que lugar irão
chegar, colocando em teste o próprio senso de caráter pessoal.
Para este autor, o regime flexível afeta o caráter dos indivíduos na medida em
que não oferece condições para construção de uma narrativa linear de vida, sustentada
na experiência. Isso porque, as relações de trabalho e os laços de afinidade com os
outros não se processam à longo prazo para o trabalhador flexibilizado, em decorrência
de uma dinâmica de incertezas e de mudanças constantes de emprego e de moradia que
impossibilitam os indivíduos de conhecer os vizinhos, fazer amigos e manter laços com
a própria família. Diante das mudanças no mundo do trabalho, “[...] como se pode
buscar objetivos de longo prazo numa sociedade de curto prazo? Como se podem
manter relações duráveis? “ ( Sennett, 1999, p.27). Este é o grande desafio, segundo o
autor, que as pessoas no contexto atual têm que enfrentar.
No que diz respeito às relações de trabalho presentes nesta modernidade-
líquida, Sennett (1999) afirma que estas se tornaram precárias devido ao trabalho
flexível. Isto porque, a nova ordem concentra-se na capacidade imediata, não leva em
conta que acumulação dá sentido e direito às pessoas. Esta flexibilidade coloca em
questão o senso de caráter dos indivíduos e propiciam à eles um sentimento de
esvaziamento completo em todos os sentidos (moral, social, cultural ou político), na
medida em que para “sobreviver” aos riscos do mundo do trabalho, os trabalhadores
devem adaptar-se, mudando constantemente suas condutas, ações, idéias etc.
Lima (2004) afirma que o mal-estar devido à exposição à riscos constantes está
presente no cotidiano do trabalho, e é visível no medo do desemprego, na pressão de ser
bem sucedido e produzir, na competitividade crescente entre os trabalhadores etc. Isto
está gerando patologias muito recorrentes no mundo pós-moderno, como o stress, a
obesidade e a depressão. E porque não o suicídio?
Tais patologias seriam resultado da quebra dos valores morais realizada pela
modernidade-líquida, que levaram ao “tudo pode”. Esta quebra das leis morais se
reflete na constituição do superego dos indivíduos que, sem ter a “lei do pai” para se
apoiar, passam a exigir e buscar irrefreadamente o prazer imediato oferecido pela
sociedade pós-moderna. E para usufruir destes prazeres, os indivíduos têm que trabalhar
exageradamente, expondo-se mais ainda às incertezas e riscos do mercado de trabalho,
uma vez que tais prazeres são mercadorias consumíveis.
A ausência da “lei do pai” também está presente nos modos de gestão das
organizações hipermodernas, que estabelecem com o indivíduo uma relação de
adoração na medida em que abandonam condutas repressivas e punitivas, passando a
utilizar mecanismos que fazem com que os trabalhadores internalizem sua cultura, seus
ideais e objetivos. Desta maneira, os trabalhadores passam a adorar a organização, pois
identificam-se com ela. Percebe-se, portanto, a existência de uma relação edípica entre a
organização e seus trabalhadores, onde a primeira assume um papel de “mãe”, sendo um
objeto de amor e admiração.
Esta relação edípica acarreta em um grande peso para a subjetividade dos
trabalhadores, pois a perda do emprego e até mesmo o risco de desemprego são indícios
de fracasso unicamente individual. Desta forma, o indivíduo que perde o seu emprego
sente-se frustrado, confuso, e culpado por não ter sido “bom o suficiente” para a
organização.
Sobre o fracasso, Sennett (1999) aponta que é um fenômeno social que atinge
todas as pessoas, é o grande tabu moderno. Trata-se de uma experiência que muitas
vezes se apresenta de maneira confusa e, segundo este autor, a solução para enfrentar tal
problema precisa ser coletiva, e é através das experiências compartilhadas que se
encontra a saída. Entretanto, como encontrar uma saída através do compartilhamento de
experiências se as relações entre as pessoas são efêmeras?
Em sua obra “O suicídio” Durkheim realiza uma análise sociológica deste
fenômeno, que ele considera como um fato social. Fatos sociais são eventos exteriores
aos indivíduos, coletivos e coercitivos, que também são independentes das vontades
individuais e se relacionam entre si em uma relação causal, uma vez que um fato social
só pode derivar de outro fato social.
Os fatos sociais dizem respeito ao todo social, e por esta razão é utilizado como
o objeto de pesquisa sociológica deste autor, que acredita que o estudo de tais
fenômenos coletivos é a única forma de se compreender a sociedade como um todo.
Durkheim considera que os grupos sociais possuem uma disposição coletiva
para o suicídio, da qual derivam as inclinações individuais. Tais disposições podem ser
decorrentes de correntes de egoísmo, altruísmo ou anomia, que existem em uma
sociedade. “Em geral, essas três correntes compensam-se mutuamente e mantêm os
indivíduos estáveis” (QUINTANERO, p. 78). Quando alguma destas correntes
predomina sobre as outras além do grau normal de sua sociedade e seus indivíduos são
expostos às formas de suicídio características de cada uma destas correntes.
Isso significa que, para Durkheim causas exteriores podem levar o indivíduo a
cometer o suicídio, como por exemplo, certas condições sociais, profissões ou
confissões religiosas é que estimulariam os indivíduos a ir adiante ou ajudariam a contê-
los. Desta forma, para este autor, o suicídio é uma tendência social, sendo que suas
causas são objetivas e exteriores aos indivíduos.
Discordamos deste autor no que diz respeito ao grau de influência que a
sociedade possui no que diz respeito ao suicídio. Acreditamos que as conjunturas
particulares são mais do que “ressonâncias do estado moral da sociedade”
(DURKHEIN, XXXX apud QUINTANERO, 2003, p.), de que os fatores externos como
os internos ao indivíduo possuem força
De qualquer forma, se forem tomadas as devidas ressalvas, o estudo de
Durkheim pode ser muito útil, principalmente para relacionar o trabalho como um
possível determinante do suicídio.
Sendo assim, para Durkheim (apud QUINTANERO, 2003) o suicídio altruísta é
aquele praticado por indivíduos por honra, orgulho ou fé, e é considerado como um
dever que se não for cumprido é punido pela desonra, castigos religiosos ou vergonha
pública. É o caso dos samurais, que preferem “morrer com honra a viver com desonra”
e por isso se matam quando percebem que perderam uma batalha (para não serem
mortos por seus inimigos) ou quando cometem alguma atitude indigna que sujou o
nome de sua família.
Este tipo de suicídio tende a ocorrer em sociedades que possuem a chamada
“solidariedade mecânica”, ou seja, em que os laços que unem os indivíduos entre si e
com o próprio grupo não são recíprocos, mas mecânicos. Para este autor, a solidariedade
mecânica ocorre quando o indivíduo é ligado diretamente à sociedade ou grupo sem
intermédios. Este é o tipo de relação existente em sociedades despóticas ou absolutistas,
uma vez que o chefe une os membros à imagem do grupo. Desta forma há uma
“massificação” geral das pessoas, que são muito similares, pois dividem uma
consciência comum. Por isso, uma das características dos grupos relacionados através
deste tipo de solidariedade é a homogeneidade.
Neste tipo de solidariedade, a vontade geral se sobrepõe à do indivíduo, de modo
que o ego de uma pessoa não lhe pertence, mas situa-se em um dos grupos do qual faz
parte: família, estado ou igreja. Sendo assim a própria vida do indivíduo não lhe
pertence, de modo que ela pode ser abdicada em prol do grupo.
O outro tipo de suicídio descrito por Durkheim (XXXX, apud QUINTANERO,
2003) é o egoísta, causado por depressão, melancolia e sensação de desamparo moral.
Para o autor, o suicídio egoísta normalmente ocorre em sociedades que começam a
realizar uma divisão do trabalho, os indivíduos passam a se tornar diferenciados a partir
da função que realizam. Neste tipo de sociedade, predomina a solidariedade “orgânica”,
na qual os indivíduos relacionam-se mutuamente de uma forma similar aos órgãos do
corpo humano: cada um realiza sua função individualmente e relacionam-se para a
manutenção do bom funcionamento do corpo, ou neste caso, da própria sociedade.
Desta maneira, a solidariedade orgânica enfraquece os grupos sociais na medida
em que os indivíduos adquirem uma maior autonomia e diferenciação, e assim passam a
não mais depender dos grupos a que ele pertence. Os indivíduos passam a partir daí a
depender apenas de si mesmo para reconhecer como regras de conduta tão somente as
que se calquem nos seus interesses particulares. O autor chama de egoísta a esta
situação, na qual o ego individual sufoca o eu social.
O suicídio egoísta é, portanto, aquele que resulta da laguna gerada pela carência
social que as pessoas que vivem em sociedades regidas pela solidariedade orgânica
vivenciam. Trata-se de uma atitude derivada do individualismo exacerbado e dos
sentimentos de solidão frente à um mundo onde as pessoas não se identificam e nem
possuem empatia umas com as outras, porque “ninguém é igual a ninguém”.
Por fim, o suicídio anômico é aquele resultante de um demasiado afrouxamento
de regras sociais, resultantes da sua ausência ou desrepeito. Ele normalmente em
sociedades em que o individualismo se tornou tão grande a ponto de terem se
enfraquecido todos os laços que as pessoas mantém entre si e com os grupos aos quais
pertencem. Esses laços não deixaram de existir, mas tornaram-se insuficientes, uma vez
que os contatos não são ocorrentes e nem duradouros. Não se trata mais de uma
solidariedade, mas sim de uma coexistência mútua, na qual o coletivo perde
completamente o seu valor e desta forma a sociedade deixa de estar presente para
regular as condutas.
De acordo com Durkheim, este tipo de sociedade se originou a partir do
crescimento desordenado das indústrias, que não foi acompanhado pelo
desenvolvimento da moralidade, sendo que esta ultima se desenvolveu a uma
velocidade inferior à primeira. Desta maneira, a ocorrência de uma crise econômica ou
de mudanças súbitas nas crenças vigentes em uma sociedade pode impedi-la de cumprir
sua função reguladora, disciplinar e, desse modo, tornar a condição de anomia normal.
Isso porque, “se alguém é lançado por um desastre econômico a uma situação
inferior pode não ter tempo para aprender a conter suas necessidades, refazendo sua
educação moral” (QUINTANERO, 2003, p. 80)
Pode-se então traçar um paralelo entre a modernidade-líquida de Bauman (2001)
e a sociedade anômica descrita por Durkheim, afim de estabelecer um nexo causal entre
as relações de trabalho atual e o suicídio também anomico. A hipótese defendida parte
da característica de “liquidez” da pós-modernidade que, por estar em constante
transformação, não é acompanhada pelo desenvolvimento da moralidade, o que resulta
na ausência da “lei do pai”. Isto resultaria na desregulamentação econômica, social e
moral, que por sua vez, se configurariam como possíveis desencadeantes do suicídio
anômico.
Nesta sociedade de extremo individualismo ocorre uma degradação social, de
modo que as pessoas (que não possuem laços suficientes) vivenciam situações de
extrema angústia, solidão e isolamento. Acreditamos tais sentimentos colaboram com a
criação dos laços psicológicos que os indivíduos realizam com as organizações
hipermodernas, na medida em que a “lei do pai” passa então a ser substituída pelo
“amor à mãe-organização”, que lhe impõe suas próprias regras, cultura, modos de agir e
pensar, de maneira que o indivíduo internaliza tais valores, tomando-os como seus.
Desta forma os trabalhadores investem tudo na organização em busca do prazer
narcísico que elas lhe proporcionam quando lhe dão a oportunidade de obtenção de
poder, status, ascensão social etc. Além disso indivíduo identifica-se com a
organização-mãe, de modo que vivencia o sucesso da mesma como se fosse seu. Daí o
narcisismo da situação, que surge da identificação que o trabalhador cria com sua
empresa.
Em nossa opinião, este investimento de amor na organização decorre da carência
afetiva do indivíduo que, por estar isolado em seu individualismo, não recebe
gratificações narcísicas de outras fontes (família, amigos). Assim sua única fonte de
prazer é o trabalho, que se torna sua razão de viver.
Percebe-se então que trata-se de um ciclo fechado, onde o indivíduo é
desestruturado emocionalmente por múltiplas fontes: o individualismo e a
competitividade com os semelhantes, as exigências de flexibilidade, rapidez,
produtividade, etc.; a insegurança frente às constantes mudanças e ao risco de
substituição e desemprego; a responsabilização por seu fracasso e conseqüente
sentimento de culpa pela ocorrência do mesmo, dentre outras.
As organizações hipermodernas utilizam-se desta fragilidade emocional que o
indivíduo apresenta criando um vínculo psicológico com ele, de modo que se torna sua
única fonte de prazer.
Entretanto, este vínculo torna o indivíduo dependente da organização e também
contribui com sua fragilidade emocional através das cobranças constantes,
responsabilização individual, ameaça de desemprego etc, fechando o ciclo, de modo que
o indivíduo não consegue encontrar a solução para o seu sofrimento, uma vez que o
extermínio da solução (contato com semelhantes, compartilhamento de experiências,
socialização no trabalho) é uma das fontes de sofrimento.
Sofrimento este que pode levar o indivíduo a acabar com a própria vida, pois:
O trabalho, enquanto atividade humana, dá sentido à vida, fortalecendo a identidade e a dignidade de trabalhador [...] E tudo aquilo que dá sentido ao viver pode constituir-se como razão para morrer
Sendo assim, é possível perceber que a organização de trabalho atual, com suas
práticas de gestão que incentivam a competitividade e o individualismo, é uma das
bases de sustentação desta vida líquida, onde a organização se tornou uma entidade
maior e mais valiosa que a própria vida dos indivíduos. Nesta sociedade sem
regulamentações morais, o indivíduo encontra-se isolado em seu individualismo e tem o
seu trabalho como única fonte de gratificação narcísica. Isso significa que a não
obtenção, manutenção e falta êxito no trabalho podem ser causadores de angústia e
sofrimentos tamanhos, que ferem diretamente o indivíduo na medida em que ele
identifica-se com a organização, podendo levá-lo cometerem o suicídio.