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Comportamento suicida

Suicídio: morte autoprovocada, com evidências (explícitas ou implícitas) de que a pessoa tinha intenção de morrer. Tentativa de suicídio: comportamento

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Comportamento suicida

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Suicídio: morte autoprovocada, com evidências (explícitas ou implícitas) de que a pessoa tinha intenção de morrer.

Tentativa de suicídio: comportamento autolesivo com consequências não-fatais, acompanhado de evidências (explícitas ou implícitas) de que a pessoa tinha intenção de morrer.

Ideação suicida: pensamentos sobre ser o agente da própria morte. Pode variar em gravidade, dependendo da especificidade do plano de suicídio e do grau de intenção suicida.

Letalidade do comportamento suicida: ameaça objetiva à vida associada à ação ou ao método de suicídio. Nem sempre corresponde à expectativa do indivíduo em relação ao que é perigoso em termos médicos.

Danos autoprovocados deliberados: realização proposital de atos dolorosos, destrutivos ou lesivos a si mesmo, sem intenção de morrer.

Conceitos

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Entre as 3 primeiras causas de morte em pessoas de 15 a 34 anos de idade;

Entre as 10 principais causas de morte em todas as idades;

Indivíduos do sexo masculino suicidam-se 2,3 a 4 vezes mais do que as mulheres;

Número de ideação suicida é maior em mulheres;

Embora em números absolutos o suicídio seja mais frequente entre os jovens, as taxas são maiores em idosos.

Epidemiologia

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As taxas de suicídio no Brasil cresceram 21% em 20 anos, especialmente entre os 15 e 24 anos de idade.

O Brasil está entre os 10 países com os maiores índices de morte por suicídio, com números próximos a 6 mil casos por ano.

Taxas de prevalência de ideação suicida e tentativa de suicídio: 17,1 e 2,7% respectivamente.

A tentativa de suicídio anterior é o principal fator de risco para o suicídio consumado.

Epidemiologia

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O enforcamento é o método de suicídio mais usado no Brasil, seguido por armas de fogo e envenenamento.

Entre as mulheres o envenenamento é o mais usado.

Dados de suicídio consumado:

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Em tentativas de suicídio que chegam às emergências hospitalares, os estudos apontam o envenenamento como o principal meio, seguido por métodos como auto-agressão e uso de armas de fogo.

Dados de tentativas de suicídio não-consumados:

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Identificar fatores específicos que possam aumentar ou diminuir o risco de suicídio e de outros comportamentos suicidas;

Garantir a segurança imediata do paciente e determinar o contexto mais apropriado para o tratamento;

Desenvolver diagnósticos diferenciais.

Objetivos da avaliação

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Que problemas você tem enfrentado ultimamente?

Sente que sua vida perdeu o sentido?

Pensa que seria melhor morrer?

Pensou em por fim à própria vida?

São idéias passageiras ou persistentes?

Pensou em como se mataria?

Já tentou se matar ou fez algum preparativo?

Tem esperança de ser ajudado?

Roteiro sugerido:

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Sinais e sintomas psiquiátricos (agressividade, impulsividade, ansiedade, entre outros);

Presença de comportamentos suicidas “mascarados”, como exposições deliberadas a riscos (dirigir embriagado, práticas sexuais inseguras, entre outras).

Avaliação

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Ideação, plano e intenção suicida

Letalidade dos métodos cogitados no plano suicida

Evidências de desesperança, impulsividade e ansiedade

Razões para viver e planos para o futuro

Uso de álcool ou de outras substâncias

Violência contra terceiros

Apresentação do paciente

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Transtornos do humor, esquizofrenia, uso de substâncias, ansiedade e transtorno da personalidade

Diagnósticos e transtornos psiquiátricos anteriores, incluindo momento de início da doença e seu curso

Doenças psiquiátricas

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Tentativas de suicídio e outros comportamentos autolesivos

Diagnósticos e tratamentos médicos anteriores e atuais, incluindo cirurgias e hospitalizações

História familiar de suicídio ou tentativas de suicídio e de doenças mentais, incluindo uso de substâncias

História

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Crises e estressores psicossociais agudos ou crônicos (como perdas interpessoais reais ou percebidas)

Dificuldades financeiras ou mudanças na condição sócioeconômica

Discórdia familiar, violência doméstica e história de negligência e abuso físico ou sexual

Situação psicossocial

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Ocupação

Situação domiciliar e familiar

Qualidade dos relacionamentos familiares

Presença de filhos pequenos

Apoio externo

Crenças culturais e religiosas a respeito da morte e do suicídio

Situação psicossocial

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Habilidade de enfrentamento de situações diversas

Traços de personalidade

Respostas anteriores ao estresse

Capacidade de teste de realidade

Capacidade de tolerar o sofrimento psicológico e satisfazer às necessidades psicológicas

Vulnerabilidade e pontos fortes individuais

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Transtorno depressivo maior

Transtorno bipolar, em especial nas fases depressiva ou mista

Fatores associados a aumento de risco para suicídio – Doenças psiquiátricas

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Ansiedade

Desesperança

Impulsividade

Agressividade

Fatores associados a aumento de risco para suicídio – Sintomas psiquiátricos específicos

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Tentativas anteriores de suicídio

História de abuso físico ou sexual na infância

Fatores associados a aumento de risco para suicídio – História psiquiátrica prévia

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Desemprego, perdas recentes, declínio da condição socioeconômica

Significado psicodinâmico do suicídio para o paciente (vingança, raiva, alívio, etc.)

Fatores associados a aumento de risco para suicídio – Estressores psicossociais e aspectos psicodinâmicos

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AIDS Epilepsia Lesões medulares Lesões cerebrais Coréia de Huntington Neoplasias

Fatores associados a aumento de risco para suicídio – Doenças físicas

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História familiar de suicídio em parentes próximos

Fatores associados a aumento de risco para suicídio – História familiar

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Comunicação prévia de que iria se matar Mensagem ou carta de adeus Providências finais antes do ato (p. ex., conta

bancária) Planejamento detalhado Precauções para que o ato não fosse descoberto Ausência de pessoas por perto que pudessem socorrer Nenhuma busca de ajuda logo após a tentativa de

suicídio Método violento ou uso de drogas mais perigosas Crença de que o ato seria irreversível e letal Afirmação clara de que iria morrer Arrependimento por ter sobrevivido

Circunstâncias sugerindo alta intencionalidade suicida

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“Se eu perguntar sobre suicídio, poderei induzir o paciente a isso.”

“Ela está ameaçando o suicídio apenas para manipular.”

“Quem quer se matar, se mata mesmo.” “No lugar dele, eu também me mataria.” “Veja se, da próxima vez, você se mata

mesmo!” “Quem se mata é bem diferente de quem

apenas tenta.”

Idéias equivocadas em relação ao suicídio

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Tentativa de suicídio grave (alta letalidade)

Ideação persistente

Pouco suporte familiar e social

Transtorno psiquiátrico grave

Baixa adesão ao tratamento

Piora aguda do quadro psiquiátrico

Internação

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Há condições clínicas, sociais e familiares de tratamento domiciliar?

Tratamento intensivo

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Plano ou método de baixa letalidade

Bom apoio psicossocial

Comportamento auto-lesivo crônico

Menor gravidade

Ambulatório

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O lítio reduz as taxas de suicídio e de tentativas

Os antidepressivos são eficazes no tratamento do transtorno depressivo, mas não exercem efeito protetor contra o suicídio

Os antipsicóticos, em especial a clozapina, reduzem de forma significativa as taxas de suicídio entre pacientes esquizofrênicos

A ECT reduz com eficácia o risco de suicídio em casos agudos

Psicofármacos no risco de suicídio

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Schmitt R, Quevedo J & Kapczinski F. Risco de suicídio. Em: Emergências Psiquiátricas. – 2. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2008.

Botega NJ, Rapeli CB & Cais CFS. Comportamento suicida. Em: Prática psiquiátrica no hospital geral: interconsulta e emergência. – 2. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2006.

Referências bibliográficas