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Sumário

26 com todas as letras10% da população foi ou foram

Importantes dicas da nossa língua portuguesa

4 chicounificação - dia da morte

Não sabemos o dia de nossa desencarnação 14 capatítulo

12 mediunidadediretrizeS de Segurança

Questões sobre mediunidade

23 esclarecimentoliberdade, igualdade, fraternidade

O progresso da Humanidade

5 mensagema miSericória do Senhor

Ele sempre nos compreende

edição centro de estudos espíritas “nosso lar” – depto. editorialJornalista responsável renata levantesi (mtb 28.765)projeto gráfico fernanda berquó Spinarevisão zilda nascimentoadministração e comércio elizabeth cristina S. Silvaapoio cultural braga produtos adesivosimpressão citygráfica

o centro de estudos espíritas “nosso lar” responsabiliza-se doutrinariamente pelos artigos publicados nesta revista.

9 reflexãoalguém deve plantar

Façamos nossa parte

centro de estudos espíritas “nosso lar”rua luís Silvério, 120 – vila marieta

13042-010 campinas/SpcnpJ: 01.990.042/0001-80 inscr. estadual: 244.933.991.112

assinaturasassinatura anual: r$45,00(exterior: uS$50,00)

fale [email protected] (19) 3233-5596

fale conosco on-line

cadaStre-Se no mSne adicione o noSSo endereço:

[email protected]

6 estudodiferençaS e convivência

As aptidões dos seres humanos

20 históriao flagelo do Século

Influências dos Espíritos

10 ensinamentoquando o Sono é inimigo

O sono durante reuniões mediúnicas

18 biografiaeurípedeS barSanulfo

Grande médium e estudioso do século XIX

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editorialraios, ondas, médiuns, mentes...

A Ciência do século 20, estudando a constituição da matéria, caminha de surpresa a surpresa, renovando aspectos de sua concei-tuação milenar.

Não obstante a teoria de Leucipo, o mentor de Demócrito, o qual, quase cinco séculos antes do Cristo, considerava todas as coisas formadas de partículas infinitesimais (átomos), em constante movi-mentação, a cultura clássica prosseguiu detida nos quatro princípios de Aristóteles, a água, a terra, o ar e o fogo, ou nos três elementos hipostáticos dos antigos alquimistas, o enxofre, o sal e o mercúrio, para explicar as múltiplas combinações no campo da forma.

No século 19, Dalton concebe cientificamente a teoria corpuscular da matéria, e um maravilhoso período de investigações se Inicia, atra-vés de inteligências respeitabilíssimas, renovando idéias e concepções em volta da chamada “partícula indivisível”.

Extraordinárias descobertas descortinam novos e grandiosos horizontes aos conhecimentos humanos.

Crookes surpreende o estado radiante da matéria e estuda os raios catódicos.

Röntgen observa que radiações Invisíveis atravessam o tubo de Crookes envolvido por uma caixa de papelão preto, e conclui pela existência dos raios X.

Henri Becquerel, seduzido pelo assunto, experimenta o urânio, à procura de radiações do mesmo teor, e encontra motivos para novas indagações.

O casal Curie, intrigado com o enigma, analisa toneladas de pechblenda e detém o rádio.

Velhas afirmações científicas tremem nas bases.Rutherford, à frente de larga turma de pioneiros, inicia preciosos

estudos, em torno da radioatividade.O átomo sofre Irresistível perseguição na fortaleza a que se acolhe

e confia ao homem a solução de numerosos segredos.E, desde o último quartel do século passado, a Terra se converteu

num reino de ondas e raios, correntes e vibrações.A eletricidade e o magnetismo, o movimento e a atração palpitam

em tudo.O estudo dos raios cósmicos evidencia as fantásticas energias espa-

lhadas no Universo, provendo os físicos de poderosíssimo instrumento para a investigação dos fenômenos atômicos e subatômicos.

Bohrs, Planck, Einstein erigem novas e grandiosas concepções.O veículo carnal agora não é mais que um turbilhão eletrônico,

regido pela consciência.Cada corpo tangível é um feixe de energia concentrada. A ma-

téria é transformada em energia, e esta desaparece para dar lugar à matéria.

Químicos e físicos, geômetras e matemáticos, erguidos à condição de investigadores da verdade, são hoje, sem o desejarem, sacerdotes do Espírito, porque, como consequência de seus porfiados estudos, o materialismo e o ateísmo serão compelidos a desaparecer, por falta de matéria, a base que lhes assegurava as especulações negativistas.

Os laboratórios são templos em que a inteligência é concitada ao serviço de Deus, e, ainda mesmo quando a cerebração se perverte,

transitoriamente subornada pela hegemonia política, geradora de guerras, o progresso da Ciência, como conquista divina, permanece na exaltação do bem, rumo a glorioso porvir.

O futuro pertence ao Espírito!E, meditando no amanhã da coletividade terrestre, André Luís

organizou estas ligeiras páginas, em torno da mediunidade, compre-endendo a importância, cada vez maior, do intercâmbio espiritual entre as criaturas.

Quanto mais avança na ascensão evolutiva, mais seguramente percebe o homem a inexistência da morte como cessação da vida.

E agora, mais que nunca, reconhece-se na posição de uma consci-ência retida entre forças e fluidos, provisoriamente aglutinados para fins educativos.

Compreende, pouco a pouco, que o túmulo é porta à renovação, como o berço é acesso à experiência, e observa que o seu estágio no Planeta é uma viagem com destino às estações do Progresso Maior.

E, na grande romagem, todos somos instrumentos das forças com as quais estamos em sintonia. Todos somos médiuns, dentro do campo mental que nos é próprio, associando-nos às energias edificantes, se o nosso pensamento flui na direção da vida superior, ou às forças perturbadoras e deprimentes, se ainda nos escravizamos às sombras da vida primitivista ou torturada.

Cada criatura com os sentimentos que lhe caracterizam a vida íntima emite raios específicos e vive na onda espiritual com que se Identifica.

Semelhantes verdades não permanecerão semi-ocultas em nossos santuários de fé. Irradiar-se-ão dos templos da Ciência como equações matemáticas.

E enquanto variados aprendizes focalizam a mediunidade, es-tudando-a da Terra para o Céu, nosso amigo procura analisar-lhe a posição e os valores, do Céu para a Terra, colaborando na construção dos tempos novos.

Todavia, o que destacamos por mais alto em suas páginas é a necessidade do Cristo no coração e na consciência, para que não estejamos desorientados ao toque dos fenômenos.

Sem noção de responsabilidade, sem devoção à prática do bem, sem amor ao estudo e sem esforço perseverante em nosso próprio burilamento moral, é impraticável a peregrinação libertadora para os Cimos da Vida.

André Luis é bastante claro para que nos alonguemos em qualquer consideração.

Cada médium com a sua mente.Cada mente com os seus raios, personalizando observações e

Interpretações.E, conforme os raios que arremessamos, erguer-se-nos-á o do-

micilio espiritual na onda de pen¬samentos a que nossas almas se afeiçoam.

Isso, em boa síntese, equivale ainda a repetir com Jesus:“A cada qual segundo suas obras”.

EMMANUEL Pedro Leopoldo, 3 de outubro de 1954.

fonte: Nos Domínios Da Mediunidade

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fidelidadeSpírita | Junho 2009chico

unificação- dia da mortepor Suely caldas Schubert

fonte:

SCHUBERT, Suely Caldas. Testemunhos de

Chico Xavier. Págs. 289 - 291. Feb. 1998.

15-3-1951

“Estou muito contente com a par-tida dos teus rapazes para a Europa. Será um grande serviço à nossa Causa a visita a Bordéus e Paris. Observador quanto é, Zêus pode trazer muito ma-terial informativo edificante para nós no Brasil, mormente no que se refere à obra de Roustaing. Também lastimo que o tempo dos dois estimados viajantes seja tão curto lá.

(...) O Dr. Lins de Vasconcellos esteve aqui e encontramo-nos, por duas noites consecutivas. Falou-me do teu trabalho com muito carinho e mostrou-se excelente amigo da unificação, cujo movimento lhe interessa, sobremaneira, a missão do momento. (...) Como vai passando o nosso confrade Sr. João d’Oliveira (e Silva, mais conhecido por “Joãozinho”)? Melhor? Não tenho o prazer de conhecer o irmão Sr. Carlos da Costa Guimarães, a quem te referes. Espero que continues resolvendo os teus problemas de administração com muito êxito e harmonia, como sempre.

(...) Agradeço as notícias da de-sencarnação do nosso companheiro J. E. Chagas, que eu ignorava. Partiu quando?

(...) O estado do Professor Leopoldo, ao que suponho, realmente inspira cuidados. Embora a resistência moral com que ele enfrentou a separação da

companheira, a partida dela foi um golpe terrível sobre o nosso amigo. Tenho muita inveja de todos os nossos irmãos que viajam e pergunto, em silêncio, quando terei a passagem carimbada para tomar o trem. Aguardarei a minha vez. (...)“

Entre os vários nomes mencio-nados, Chico refere-se ao Dr. Lins de Vasconcellos e enfatiza que este se mostrou “excelente amigo da unificação”. De fato, o Dr. Arthur Lins de Vasconcellos teve uma atu-ação marcante, ao lado de outros valorosos companheiros, na célebre Caravana da Fraternidade, que vi-sitou em 1950 instituições espíritas de todo o Norte e Nordeste do País visando à unificação dos espíritas. Esse movimento culminara, em 1949, com o Pacto Áureo (Unifica-ção dos Espíritas Brasileiros).

No final Chico refere-se ao Professor Leopoldo Machado (que também participou do Movimento de Unificação), que havia perdido a esposa havia pouco tempo.

Referindo-se à morte, Chico usa os termos viajar e tomar o trem. Diz estar com inveja de quem viaja e que deseja ter a sua passagem carimbada.

Um desabafo de quem está lu-tando muito.

Mas, em 1983, agosto, Chico dá uma entrevista ao repórter da Rede Manchete do Rio de Janeiro, levada ao vídeo no dia 27 do mês citado, e diz o seguinte:

“Eu não sei o dia da minha desencarnação. Embora não tema esse assunto, mas como, felizmente, a minha vida, a nossa vida, é repleta de muito trabalho, os Espíritos me poupam esta preocupação com o dia da morte, porque se Jesus per-mitir eu desejo trabalhar até o dia da partida. Então, eles me ocultam por uma questão de harmonia em trabalho.

Vamos fazer força para demorar no corpo, porque quanto mais tem-po desfrutarmos para trabalharmos juntos, uns com os outros, neste Mundo, melhor para nós, porque partiremos com mais experiência.” (Do livro “Entender Conversando”, 1ª ed. IDE.)

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Junho 2009 | fidelidadeSpírita mensagem

a misericórdia do Senhor

por hans Swigg / J. raul teixeira

mas o Senhor é o Senhor de misericórdia!

O Senhor é Senhor de misericórdia, agasa-lhando os atormen-

tados de todos os matizes, que se multiplicam na Terra desditosos, queixosos, chorosos.

Cada dia e cada hora, reveste-se o Coração dos Céus de maior cota de dulçor, de modo a atender as sofridas almas que se acham chafurdadas nas densas energias planetárias.

Impossível descrever os quadros

dos quais essas criaturas fazem parte, uma vez que, em virtude dos níveis diferentes de comprome-timentos com o erro, com o mal que geraram em si e ao redor de si, também as formas de agonias e ansiedades que sofrem tornam-se de multiplicados matizes.

De todas as paragens morais eles procedem: doidivanas, homicidas impenitentes, desalmados trafican-tes, suicidas desesperados, covardes traidores, displicentes baderneiros.

fonte:

TEIXEIRA, J. Raul. Em Serviço Mediúnico. Págs.

93-96. Editora Frater. 1996.

Todos, no entanto, formam o gru-po de infelizes filhos de Deus que se especializaram em não ouvir as orientações do bem que recupera

e ilumina; que se insurgiram na rebeldia, na indisciplina, que cha-furdaram no caos.

Mas o Senhor é o Senhor de misericórdia!

Porque Ele compreende as ra-zões que geraram razões, convida-te, medianeiro e irmão dos padecentes, para que possas somar esforços no socorro a essa procissão de inditosos corações, para que se libertem, para que se iluminem, deixando para trás os dias de dor e de frustração.

E, quando o hajas logrado, es-tarás feliz, conduzindo n’alma um profundo sentimento de paz com Cristo.

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fidelidadeSpírita | Junho 2009

...o que um não faz, outro faz. É assim que, cada um tem um papel útil (...)

estudo

diferenças e convivênciapor orson peter carrara

Sobre as diferentes apti-dões dos seres humanos, os Espíritos foram claros

na Codificação. À indagação de Allan Kardec sobre as razões sobre a desigualdade dessas aptidões, eles responderam que “Deus criou todos os Espíritos iguais, mas cada um deles, tem maior ou menor vivência e, por con-seguinte, maior ou menor experiência. A diferença está no grau da sua expe-riência e da sua vontade, que é o livre-arbítrio: daí, uns se aperfeiçoam mais rapidamente e isso lhes dá aptidões diversas. A variedade das aptidões é necessária, a fim de que cada um possa concorrer aos objetivos da Providência no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais: o que um não faz, outro faz. É assim que cada um tem um papel útil (...)” . (1)

Ora, a resposta acima enseja

vários desdobramentos. A própria indicação de maior ou menor vivência, de menos ou mais ex-periência, que naturalmente vai determinar o grau de vontade e liberdade, abrem imensos espaços de atuação material e moral. Sim, porque cada um de nós só poderá agir com desenvoltura na área que

conhece, que tem experiência, que domina por vivência anterior, não necessariamente de existência passada.

Isso também leva a refletir que não se está impedido de iniciar cam-po novo de atuação, cuja constân-cia e perseverança também levará a novas experiências e acúmulo de outras vivências, igualmente úteis em todo o processo evolutivo.

Na mesma resposta igualmente há a indicação do aperfeiçoamento mais rápido (que gera novas e cons-tantes aptidões, nas diversas áreas) ou mais lento, a depender do esfor-ço despendido e da movimentação da vontade neste objetivo.

Porém, os espíritos são muito claros. Como ensinam, “a varieda-de das aptidões é necessária” . Cada um trará sua cota de contribuição,

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Junho 2009 | fidelidadeSpírita estudo

onde há o sentimento de tolerância e benevolência estará presente a ordem...

cada experiência será utilizada, cada força física ou intelectual concorre-rá para o bem coletivo e todos tem um papel a desempenhar, sempre útil no conjunto geral. Sempre bem de acordo com a Vontade Divina, útil e sábia.

O interessante, porém, é que nem sempre as diferenças – que devem concorrer para um objetivo útil, como bem indicado em O Livro dos Espíritos (1) –, conseguem estabelecer elos de harmonia. Mui-tas vezes as diferenças individuais são causadoras de conflitos, frutos, é óbvio, da influência do orgulho e do egoísmo que ainda dominam a condição humana.

Allan Kardec, porém, traz a lu-cidez de seu pensamento em duas colocações – entre tantas no mes-mo sentido –, que transcrevemos parcialmente aos leitores:

a) “Se um grupo quer estar em

condições de ordem, de tranqüilidade e de estabilidade, é preciso que nele reine um sentimento fraternal. Todo grupo ou sociedade que se forma sem ter a caridade efetiva por base, não tem vitalidade; ao passo que aqueles que serão fundados segundo o verdadeiro espírito da Doutrina, se olharão como membros de uma mesma família, que, não podendo todos habitar sob o mesmo teto, moram em lugares diferentes”.

A observação está dirigida aos grupos espíritas (em resposta a re-querimento dos espíritas de Lyon, por ocasião do Ano Novo) e consta da Revista Espírita, de fevereiro de 1862, página 36 (2), mas vale para qualquer grupamento. Onde há o sentimento de tolerância e benevo-lência estará presente a ordem, a tranqüilidade, a estabilidade.

Da mesma forma, no exemplar de dezembro de 1868 (2), página 392, na Constituição Transitória do Espiritismo (item IX – Conclu-são), Kardec volta a afirmar:

b) “(...) mas pretender que o Espiri-tismo seja por toda a parte organizado da mesma maneira; que os Espíritas do mundo inteiro estejam sujeitos a um re-gime uniforme, a uma mesma maneira de proceder, que devam esperar a luz

de um ponto fixo para o que deverão fixar seus olhares, seria uma utopia tão absurda quanto de pretender que todos os povos da Terra não formem um dia senão uma única nação, governada por um único chefe, regida pelo mesmo código de leis, e sujeitos aos mesmos usos. Se há leis gerais que podem ser comuns a todos os povos, essas leis serão sempre, nos detalhes e na aplicação e da forma, apropriadas aos costumes, aos caracteres, aos climas de cada um. Assim o será com o Espiritismo or-ganizado. Os Espíritas do mundo inteiro terão princípios comuns que os ligarão à grande família pelo laço sagrado da fraternidade, mas cuja aplicação poderia varia segundo as regiões, sem, por isto, que a unidade fundamental seja rompida, sem formar seitas dissidentes se atirando a pedra e o anátema, o que seria anti-espírita (...)”.

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fidelidadeSpírita | Junho 2009estudo

...uni-vos, e chegareis bem mais depressa ao vosso alvo

Ora, é a questão das diferenças nos relacionamentos, na convi-vência. Há diferenças, óbvio, até por questão de entendimento nos diferentes estágios em que também nos encontramos, os adeptos do Es-piritismo. Isto, todavia, não elimina a fraternidade que deve reinar para construção da paz no planeta e na intimidade individual.

Bem a propósito, como destaca a mensagem Fundamentos da or-dem social (3):

“(...) A fraternidade pura é um perfume do Alto, é uma emanação do infinito, um átomo da inteligência celeste; a base das instituições morais, e o único meio de elevar um estado social que possa subsistir e produzir efeitos dignos da grande causa pela qual combateis. Sede, pois, irmãos se quiserdes que o germe depositado entre

fonte:

Artigo originalmente publicado no site do au-

tor: http://www.orsonpcarrara.k6.com.br/

vós se desenvolva e se torne a árvore que procurais. A união é a força soberana que desce sobre a Terra; a fraternidade é a simpatia na união. (...) É preciso estardes unidos para serdes fortes, e é preciso ser forte para fundar uma ins-tituição que não repouse senão sobre a verdade tomada tão tocante e tão admi-rável, tão simples e tão sublime. Forças divididas se aniquilam; reunidas elas são tantas vezes mais fortes. (...)”.

nota do autor: os destaques são de nossa autoria. (1) questão 804 de o livro dos espíritos, 8ª edição ide-araras-Sp, out/79, tradução de Salvador gentile. (2) edição ide-araras-Sp, nov/92, tradução Salvador gentile (3) mensagem obtida em reunião presidida por allan Kardec, ditada pelo espírito léon de muriane, e publi-

cada na edição de novembro de 1862 da revista espírita (edição ide-araras-Sp, tradução Salvador gentile, páginas 345 e 346)

E conclui com sabedoria: “(...) Sem a fraternidade, que vedes?

O egoísmo, a ambição. Cada um em seu objetivo; cada um persegue-o de seu lado; cada um caminha à sua maneira, e todos são fatalmente arrastados no abismo onde são tragados, depois de tantos séculos, todos os esforços huma-nos. Com a união, não há mais que um único alvo, porque não há mais do que um único pensamento, um único desejo, um único coração. Uni-vos, pois, meus amigos; é o que vos repete a voz incessante de nosso mundo; uni-vos, e chegareis bem mais depressa ao vosso alvo (...)”.

E qual seria o alvo, para nós que professamos o Espiritismo?

Permitimo-nos reproduzir a clareza da resposta com que ini-ciamos o presente comentário: A variedade das aptidões é necessária, a fim de que cada um possa concorrer aos objetivos da Providência no limite do desenvolvimento de suas forças físi-cas e intelectuais: o que um não faz, outro faz. É assim que, cada um tem um papel útil (...)” . (1)

Concentremos atenção no final da frase: o que um não faz, outro faz. É assim que, cada um tem um papel útil (...).

Compreendendo este escla-recimento vital, desaparecem as diferenças e a convivência toma seu verdadeiro rumo: o da frater-nidade.

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Junho 2009 | fidelidadeSpírita reflexão

fonte:

XAVIER, Francisco Cândido. Segue-me. Págs.

33 -34. Casa Editora O Clarim. 1978.

alguém deve plantarpor emmanuel / chico Xavier

Nada de personalismo dissolvente na lavoura do espírito.

Qual ocorre em qualquer campo terrestre, cultivador algum, na gleba da alma, pode jactar-se de tudo fazer nos domínios da sementeira ou da colheita.

Após o esforço de quem planta, há quem siga o vegetal nascente, quem o auxilie, quem o corrija, quem o proteja.

Pensando, porém, no impositi-vo da descentralização, no serviço espiritual, muitos companheiros

fogem à iniciativa nas construções de ordem moral que nos compe-tem. Muitos deles, convidados a compromissos edificantes, nesse ou naquele setor de trabalho, afirmam-se inaptos para a tarefa, como se nunca devêssemos iniciar o aprendizado do aprimoramento íntimo, enquanto que outros asseve-ram, quase sempre com ironia, que não nasceram para lideres. Os que assim procedem costumam relegar para Deus comezinhas obrigações no que tange à elevação, progresso, acrisolamento, ou melhoria, mas

“Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus”.— Paulo. (I Coríntios, 3:6).

as leis do Criador não isentam a criatura do dever de colaborar na edificação do bem e da verdade, em favor de si mesma.

Vejamos a palavra do Apóstolo Paulo, quando já conhecia os pro-blemas do auto-aperfeiçoamento, em nos referindo à evangelização: “Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus”.

A necessidade do devotamento individual à causa da Verdade transparece, clara, de semelhante conceituação.

Sabemos que a essência de toda atividade, numa lavra agrícola, pro-cede, originariamente, da Providên-cia Divina. De Deus vem a semente, o solo, o clima, a seiva e a orientação para o desenvolvimento da árvore, como também dimanam de Deus a inteligência, a saúde, a coragem e o discernimento do cultivador, mas somos obrigados a reconhecer que alguém deve plantar.

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fidelidadeSpírita | Junho 2009

quando o Sono é inimigopor miguel tavares gouveia

ensinamento

O sono foi dado ao homem para a reparação de suas for-ças orgânicas, informa-nos

Allan Kardec (2). Isso não quer dizer que estejamos a dormir a qualquer hora. Há momento próprio para o sono. Não se poderia imaginar alguém dormindo ou mesmo cochilando no exercício de seu trabalho profissional, cuidando de uma criança na escola, assistindo a uma aula ou dirigindo automóvel. O sono à hora em que se impõe à vigília torna-se inimigo cruel, diz-nos o Espírito Viana de Carvalho, referindo-se à sonolência nas reuniões espíritas (1).

Conseqüentemente, é estranhável que consideremos uma reunião espíri-ta um acontecimento banal, a ponto de nela cochilar, julgando-a menos importante que nosso trabalho profis-sional ou uma aula a que assistamos num educandário do mundo, ocasiões em que normalmente permanecemos em vigília. Não se justifica, pois, entre-gar-se ao sono nos estudos, palestras, reuniões mediúnicas ou demais ativi-dades na seara espírita.

Nós, encarnados, sempre procu-ramos, consciente ou inconscien-temente, justificar atos, fato a que psicólogos chamam de racionalizar. E, para justificar o adormecimento no

ambiente da casa Espírita, é comum ouvir-se o seguinte:

a) Estar cedendo fluidos para aju-dar o orador;

b) Trata-se de desprendimento mediú-nico para trabalhar em parcial desdobra-mento. (2)

c) Terceiros alegam que em espírito aprendem melhor, adquirindo cabedal que retorna à consciência no momento próprio. (1)

São alegações “desculpistas”, sem

fundamento, carente de lógica. (1) Viana de carvalho diz-nos textual-

mente o seguinte:Impostergável o esforço em combater

a epidemia da sonolência nas atividades e estudos Doutrina Consoladora. (1)

É certo que o cansaço, o esgota-mento físico, aliados à monotonia ou falta de motivação do orador podem, às vezes, dar origem à sonolência, representando isso, porém, a maioria das causas, funcionando, na realidade, mais como fatores predisponentes. Na maioria dos casos, a origem do adormecimento nas reuniões espíritas reside na ação espiritual inferior, na interferência de mentes viciosas do Mundo Espiritual, (1) operando magnetica-

mente, predominantemente à distân-cia, para que as pessoas, adormecendo, não se liguem ao tema edificante da reunião e assim não se beneficiem.

O mentor Aulus, respondendo a uma indagação de André Luiz (3) sobre o assunto, informa-nos que as entidades inferiores operam nas reu-niões com objetivo de “envolver” os desatentos em fluidos entorpecentes, conduzindo-os ao sono provocado, para que se lhes adie a renovação. A explicação é ratificada pela irmã Zélia quando, participando de uma reunião, aponta para uma médium que cochilava e pergunta a Otília Gonçalves:

- Notas algo?- Sim, está dormindo.- Exatamente, o fenômeno aí

chama-se “hipnose à distância”. Seu perseguidor ficou na retaguarda; no entanto, continua ligado ao pensa-mento, pela idéia. (4)

Portanto, isso nos esclarece que não há necessidade de os Espíritos en-trarem na Casa Espírita para provocar sono nos assistentes. Em muitos casos (talvez maioria), eles atuam telepatica-mente, de longe, o que a irmã Zélia cognomina Hipnose à distância.

O fenômeno reveste-se de maior gravidade quando o sono, ao invés de

Nenhuma chance deve-se dar ao sono, nos recintos de estudo e aprendizado, locais de meditação e prece, santuário de intercâmbio mediúnico e de iluminação interior.

Viana de Carvalho

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uma publicação do centro de estudos espíritas “nosso lar” – campinas/Sp 11assine: (19) 3233-5596 uma publicação do centro de estudos espíritas “nosso lar” – campinas/Sp

Junho 2009 | fidelidadeSpírita

as entidades adversárias do progresso, dão propriedades soporíferas, narcóticas, aos fluidos

ensinamento

ser ocasional, ocorre habitualmente, o que pode caracterizar uma obsessão em curso. Eis porque o espírito Marco Prisco (5) nos adverte a respeito: Se irre-freável torpor lhe domina a lucidez, quando convocado ao serviço do bem geral, observe o sinal vermelho de alarme chamando-lhe atenção. Pode ser cansaço, talvez seja sono mesmo... Se, porém, é habitual essa situação, ou você está doente de narcolepsia (sono incontrolável) ou insidiosa obsessão está assenhoreando-se de suas forças.

O fenômeno de adormecimento nas reuniões pode ser facilmente explicado pelo que se contém em A Gênese (6), onde Kardec nos instrui que os espíritos agem pelo pensa-mento sobre os fluidos, “dando-lhes propriedades especiais”, podendo ser “excitantes, calmantes, irritantes, dulcificantes, soporíficos (produz sono) narcóticos (que faz dormir)”. E prossegue esclarecendo que atuando os fluidos sobre o perispírito dos encarnados, este os assimila (como uma esponja se embebe de líquido) e, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Ora, as entidades adversárias do progresso, através da atuação mental, dão propriedades soporíferas, narcóticas, aos fluidos, e, com eles, tentam envolver os assisten-tes e demais participantes da reunião, sendo facilmente assimiláveis pelos que estão acomodados, enfadados (como se estivessem ali apenas fazendo um favor ou cumprindo um dever), indiferentes, desatentos muitas vezes totalmente desligados da atmosfera nobre do ambiente, mentalizando assuntos do dia-a-dia.

Com base na orientação dos Espíritos, damos algumas sugestões

para evitar situações predisponentes ao adormecimento nas reuniões espíritas:

a) Se possível, ensejar-se a um “relax”, antes de dirigir-se à Casa Es-pírita, fazendo o devido refazimento do corpo e do espírito;

b) Antes de sair do lar, preparar-se interiormente, através de leitura salutar, prece e meditação, ligando a tomada para o Alto, retirando-se das vulgaridades do “terra-a-terra”;

c) Poupar-se à alimentação exage-rada de difícil assimilação (estômago cheio, cérebro inábil);

d) Motivar-se para a reunião, conscientizando-se de que ela é um ato nobre, de doação espiritual e refa-zimento interior (pois é dando que se recebe), ao invés de encará-la como um encontro rotineiro, social ou como um dever ou obrigação enfadonha;

e) Se houver conversação antes de entrar na sala da reunião, esta deverá ser boa e edificante, de modo

a auxiliar a psicosfera do recinto ao invés de conturbá-la com temas nega-tivos: reprovações, críticas, anedotas, queixas, azedume, comentários de enfermidades, temas vulgares etc... (a absorção de fluidos perniciosos de psicosfera saturada negativamente também provoca sono) (1);

f) Após a entrada na sala, se possível, manter-se em silêncio e recolhimento e, enquanto aguarda o início dos trabalhos, ler obra doutri-naria ou concentrar-se em ideações superiores;

g) Sentar-se bem, evitando situa-ções de excessivo desmazelo, o que predispõe ao adormecimento;

h) Ligar-se ao tema exposto, di-namicamente, e não “arrastar-se mentalmente” ou “voar o pensamen-to”, fixando-se nas ocorrências do dia-a-dia;

i) Ante os primeiros sintomas do torpor, orar, renovando a paisagem psíquica.

Sugestões importantíssimas para aqueles que dormem habitualmente, nas reuniões espíritas.

A luta contra o adormecimento nas atividades espíritas deve ser encarada seriamente, razão porque encerramos este artigo, lembrando a recomenda-ção de Viana de Carvalho (espírito) sobre o assunto: Ou o candidato vence o sono ou o sono, desta ou daquela proce-dência, especialmente o produzido pelos espíritos inferiores, inutiliza o aprendiz das lições superiores... (1).

notas e referências:(1) mensagem de viana de carvalho, em nova lisboa, psicografada por divaldo franco, sob o título o sono inimigo.(2) o evangelho segundo o espiritismo, cap. XXviii, item 38 – feb.(3) nos domínios da mediunidade, de andré luiz, cap. iv pág. 39 da 9ª edição – feb.(4) além da morte, de otília gonçalves. cap. XXvi, pág. 211. alvorada.(5) Sementeira da fraternidade. cap. 37 – alvorada.(6) a gênese. cap. Xiv, itens 16-18 – feb.

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fidelidadeSpírita | Junho 2009mediunidade

diretrizes de Segurança

por divaldo franco e raul teixeira

64. pode-se dizer que a responsabilidade do doutrinador é do mesmo nível da dos demais médiuns participantes da sessão?

raul – é quase o mesmo que se indagar se a res-ponsabilidade do timoneiro é a mesma da tripulação de um navio.

o livro dos médiuns, no seu item 331 (capítulo 29º), na palavra esclarecida de allan Kardec, assevera que “a reunião é um ser coletivo”. em sendo assim, não poremos dúvida de que todos são grandemente importantes no desenrolar da sessão.

Sem laivos de dúvida, as responsabilidades se equiparam, sendo que cada qual estará atendendo as suas funções, mas todas são do mesmo modo importantes.

Se o timão estiver bem conduzido e a casa de máquinas mal cuidada ou relaxada, poderão decor-rer graves acidentes. o contrário também ensejaria sérias conseqüências. assim, médiuns, doutrinadores, aplicadores de passes precisarão estudar e renovar-se, para melhor atender aos seus deveres.

65. haverá necessidade de que, no início das sessões mediúnicas, todos os médiuns recebam seus mentores particulares, para garantirem suas presenças ou para deixar cada qual sua mensagem?

raul - não, não há. as leituras e meditações feitas na abertura da sessão, seguidas pela oração contrita e objetiva, assim como a predisposição positiva dos participantes dão-nos a garantia da presença e da conseqüente assistência dos espíritos-guias, sem ne-cessidade de que cada médium receba o seu mentor em particular.

há circunstâncias em que o espírito responsável pelo labor a desenrolar-se comunica-se, após a abertura da sessão, para alguma mensagem orientadora, comumen-te versando sobre as lides a se processarem, concitando à atenção, ao aproveitamento, etc. doutras vezes, vem ao final das tarefas para alguma explicação, conclama-ção ao encorajamento e à perseverança, desfazendo quaisquer temores em função de alguma comunicação mais preocupante. contudo, a comunicação de todos os guias, no mínimo, é desnecessária e sem propósito.

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Junho 2009 | fidelidadeSpírita mediunidade

fonte:

FRANCO, Divaldo P. TEIXEIRA, Raul J.

Diretrizes de Segurança. Frater, 2002.

66. o que pensar do médium que espera tudo do seu guia e do guia que faz tudo para o seu médium?

divaldo - que esse médium não está informado pela doutrina espírita. a mediunidade não é uma faculdade de que o espiritismo se fez proprietário. a mediunidade, sendo uma faculdade do espírito, expres-sa na organização somática do homem, é uma função fisiopsicológica.

o espiritismo possui a metodologia da boa condu-ção da mediunidade. por isso, há médiuns não-espíritas e espíritas não-médiuns.

o fato de alguém dizer-se médium não significa que esse alguém seja espírita. quando se espera que os guias assumam as nossas responsabilidades, nós nos omitimos do processo de crescimento, de evolução. porque se os espíritos Superiores devessem eqüacionar os nossos problemas, seria desnecessária a nossa reencarnação. isto facultaria a esses espíritos o progresso e não a nós. Se o professor solucionar todos os problemas dos alunos, estes não adquirirão experiência nem conheci-mento para um dia serem livres e lúcidos. a tarefa dos benfeitores é a de inspirar, guiar, de apontar os caminhos. e a do homem é a de reconquistar a terra, vencer os empeços, discernir e de aprimorar-se cada vez mais.

quando alguém diz que o seu guia lhe resolve os problemas, esses são guias que necessitam ser guiados. São entidades terra-a-terra, mais preocupadas com as soluções materiais, em detrimento das questões rele-vantes, que são as questões do espírito.

referiu-se raul às lágrimas diárias de chico Xavier, demonstrando que os benfeitores não lhe resolvem os problemas. ensinam-no a solucioná-los mediante sua autodoação, que lhe exige o patrimônio das lágrimas.

o médium que não haja chorado por amor, por solidariedade, que não haja padecido o escárnio da

incompreensão e ainda não tenha sido crucificado no madeiro da infâmia é apenas candidato, ainda não tem as condecorações do cristo, isto sem qualquer maso-quismo de nossa parte, mas fruto de observações e experiências.

67. o que dizer dos médiuns que só recebem espíritos mentores e jamais sofredores? seria uma mediunidade mais aprimorada?

raul – pautando-nos no pensamento de Jesus, que afirma não serem os sãos que carecem de médicos, e sim os doentes, podemos ver grande incoerência nesse fenômeno questionado.

há que desconfiar se sempre desses médiuns que só recebem guias ou mentores na terra, a mediunidade deverá ser socorrista para que tenha utilidade de fato.

médiuns espíritas destacados por suas vivências e re-alizações doutrinárias, como a saudosa Yvonne pereira, chico Xavier, divaldo franco e outros tantos, sempre afirmaram e afirmam que o que lhes garantiu sempre a assistência dos nobres mentores foi o atendimento aos sofredores aos infelizes dos dois hemisférios da vida, ou seja, encarnados e desencarnados.

os guias se comunicam sim, sem que, contudo, im-peçam-nos de atender os caídos como nós ou mais do que nós. comunicam-se justamente para nos fortalecer a fé e nos impulsionar à perseverança no bem. é pelos caminhos da caridade, do serviço do amor prestado aos espíritos sofredores que a mediunidade e os médiuns se aprimoram. fora dessa diretriz, os fenômenos, por mais impressionantes, deixam no ar um odor de impostura, de presunção, de exibição vaidosa, alimentado por tormentosa e disfarçada fascinação.

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fidelidadeSpírita | Junho 2009

educador internacional reconheceo trabalho de eurípedes barsanulfo

capa

“TRABALHO HÁ MAIS DE 30 ANOS COM ESCOLA QUE NÃO TEM AULA, SÉRIE E PROVA, E DÁ CERTO”, DIZ EDUCADOR PORTUGUÊS

Idealizador da Escola da Ponte, em Portugal, instituição que, em 1976, iniciou um projeto no qual os estudantes aprendem sem salas de aula, divisão de turmas ou disciplinas, o educador português José Pacheco afirma que as escolas tra-dicionais são um desperdício para os estudantes e os professores.

“O que fiz por mais de 30 anos foi uma escola onde não há aula, onde não há série, horário, diretor. E é a

por Simone harnik

José Pacheco, conhecido educador português, em recente entrevista publica-da na seção Educação do site UOL, cita e reconhece o trabalho educacional do notável médium e educador espírita Eurípedes Barsanulfo.

A revista FidelidadESPÍRITA convida o leitor, à apreciação da entrevista e a conhecer, ou recordar, a biografia do espírita, humanista, medianeiro e professor emérito, Eurípedes, que segue a esta matéria.

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Junho 2009 | fidelidadeSpírita capa

identifiquei, nos últimos anos, autores brasileiros da maior importância que o Brasil desconhece

melhor escola nas provas nacionais e nos vestibulares”, diz. “Dar aula não serve para nada. É necessário um outro tipo de trabalho, que requer muito estu-do, muito tempo e muita reflexão.”

Aos 58 anos, o professor que classifica autores como Jean Piaget como “fósseis”, fez uma peregri-nação pelo país. No trabalho de prospecção de boas iniciativas em colégios brasileiros, Pacheco só não conheceu instituições do Acre e do Amapá e diz ter somado cerca de 300 voos no último ano.

Com a experiência das viagens, escreveu dois livros de crônicas: o “Pequeno Dicionário de Absurdos em Educação”, da editora Artmed, e o “Pequeno Dicionário das Utopias da Educação”, da editora Wak. Aponta ainda que a educa-ção brasileira não precisa de mais recursos para melhorar: “O Brasil tem tudo o que precisa, tem todos os recursos e os desperdiça”. Veja a entrevista:

o educador portuguêS JoSé pacheco

simone harnik - em suas andanças pelo país, qual o absurdo que mais chamou sua atenção?

Pacheco - O maior absurdo é que a educação do Brasil não pre-cisa de recursos para melhorar. O Brasil tem tudo o que precisa, tem todos os recursos e os desperdiça.

simone harnik - desperdiça como?

Pacheco - Pelo tipo de organiza-ção. A começar pelo próprio Minis-tério da Educação. Eu brinco, por

vezes, dizendo que o melhor que se poderia fazer pela educação no Brasil era extinguir o Ministério da Educação. Era a primeira grande política educativa.

simone harnik - Qual o pro-blema do ministério?

Pacheco - Toda a burocracia do Ministério da Educação que se estende até a base, porque a burocracia também existe nas escolas, à imagem e semelhança do ministério. No próprio minis-tério, o contraste entre a utopia e o absurdo também existe. Conheço gente da máxima competência, gente honesta. O problema é que, com gente tão boa, as coisas não funcionam porque o modo buro-crático vertical não funciona. É um desperdício tremendo.

simone harnik - como re-solver?

Pacheco - Teria de haver uma diferente concepção de gestão pú-blica, uma diferente concepção de educação e uma revisão de tudo o que é o trabalho.

simone harnik - o que teria de mudar na concepção de educação?

Pacheco - O essencial seria que o Brasil compreendesse que não precisa ir ao estrangeiro procurar as suas soluções. Esse é outro absurdo. Quais são hoje os autores que influenciam as es-colas? Vygotsky [Lev S. Vygotsky (1896-1934)], Piaget [Jean Piaget (1896-1980)]? Não vejo um brasileiro. Mas podem dizer: “E Paulo Freire?”. Não vejo Paulo Freire em nenhuma sala de aula. Fala-se, mas não se faz.

Identifiquei, nos últimos anos, autores brasileiros da maior im-portância que o Brasil desconhece. Esse é outro absurdo. Quem é que ouviu falar de Eurípedes Barsanulfo (1880-1918)? De Tomás No-velino (1901-2000)? De Agostinho da Silva (1906-1994)? Ninguém fala deles. Como um país como este, que tem os maiores educadores que eu já conheci, não quer saber deles nem os conhece?

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fidelidadeSpírita |abril 2009capa

simone harnik - Qual foi a maior utopia que o senhor viu?

Pacheco - O Brasil é um país de utopias, como a de Antônio Conselheiro e a de Zumbi dos Pal-mares. Fui para a história, para não falar em educação. Na educação, temos Agostinho da Silva, que é um utópico coerente, cuja utopia é perfeitamente viável no Brasil. Ou seja, é possível ter uma educação que seja de todos e para todos. O Brasil, dentro de uns 30 ou 40 anos, será um país bem importante pela educação. São os absurdos que têm de desaparecer, para dar lugar à concretização das utopias. Acredito nisso, por isso estou aqui.

simone harnik - os professores são resistentes às mudanças?

Pacheco - Os professores são um problema e são a solução. Eu prefiro pensar naqueles professores que são a solução, conheço muitos que estão afirmando práticas diferentes.

simone harnik - práticas di-ferentes como a da escola da ponte?

Pacheco - Não são “como”, mas inspiradas, com certeza. São práticas que fazem com que a escola seja para todos e proporcione sucesso para todos.

simone harnik - dentro da es-cola tradicional, onde ocorre o desperdício de recursos?

Pacheco - Se considerarmos o di-nheiro que o Estado gasta por aluno,

Há 102 anos, em 1907, o Brasil teve aquilo que eu considero o projeto educacional mais avançado do século 20. Se eu perguntar a cem educadores brasileiros, 99 não conhecem. Era em Sacramen-to, Minas Gerais, mas agora já não existe. O autor foi Eurípedes Barsanulfo, que morreu em 1918 com a gripe espanhola. Este foi, para mim, o projeto mais arrojado do século 20, no mundo.

simone harnik - o que tinha de tão arrojado?

Pacheco - Primeiro, na época, era proibida a educação de moços e moças juntos. Só durante o governo Getúlio Vargas é que se pôde juntar os dois gêneros nos colégios. Ele [Barsanulfo] fez isso. Ele tinha pesquisa na natureza, tinha astronomia no currículo oficial. Não tinha série nem turma nem aula nem prova. E os alunos desse liceu foram a elite de seu tempo. Tomás Novelino foi um deles e Roberto Crema, que hoje está aí com a educação holística global, foi aluno de Novelino.

simone harnik - por que o senhor fala desses autores?

Pacheco - Digo isso para que o brasileiro tenha amor próprio, compreenda aquilo que tem para que não importe do estrangeiro aquilo que não precisa. É um absurdo ter tudo aqui dentro e ir pegar lá fora.

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abril 2009 | fidelidadeSpírita capa

fonte:

www.uol.com.br - 30/06/2009

daria para ter uma escola de elite. Onde o dinheiro se desperdiça? Por que em uma escola qualquer, que tem turmas de 40 alunos, a relação entre o número de professores e de alunos é de um para nove? Por que os laudos e os atestados médicos são tantos? Porque a situação que se criou nas escolas é a do descaso. Esse é um absurdo.

simone harnik - onde mais ocorre o desperdício nas es-colas?

Pacheco - O desperdício de tempo também é enorme em uma aula. Pelo tipo de trabalho que se faz, quando se dá aula, uma parte dos alunos não tem condições de perceber o que está acontecendo, porque não têm os chamados pré-requisitos, e se desliga. Há um outro conjunto de crianças que sabem mais do que o professor está explicando - e também se desliga. Há os que acompanham, mas nem todos entendem o que o professor fala. Em uma aula de 50 minutos, o professor desperdiça cerca de 20 horas. Se multiplicarmos o número de alunos que não aproveitam a aula pelo tempo, vai dar isso.

O desperdício maior tem a ver com o funcionamento das escolas. Os professores são pessoas sábias, honestas, inteligentes e que podem fazer de outro modo: não dando aula, porque dar aula não serve para nada. É necessário um outro tipo de trabalho, que requer muito estudo, muito tempo e muita reflexão.

simone harnik - as famílias não estão acostumadas com es-

colas que não têm classe, pro-fessor ou disciplinas. Querem o conteúdo para o vestibular. como se rompe com esse tipo de mentalidade?

Pacheco - Pode-se romper mos-trando que é possível. Eu falo do que faço, e não de teorias. O que fiz por mais de 30 anos foi uma escola onde não há aula, onde não há série, horário, diretor. E é a melhor escola nas provas nacionais e nos vestibulares. Justamente por não ter aulas e nada disso.

simone harnik - por que uma escola que não tem provas forma alunos capazes de ter boas notas em provas e con-cursos?

Pacheco - Exatamente por ser uma escola, enquanto as que dão aulas não são. As pessoas têm de perceber que não é impossível. E mais, que é mais fácil. Posso afir-mar, porque já fiz as duas coisas: estive em escolas tradicionais, com aulas, provas, com tudo igualzinho a qualquer escola; e estive também 32 anos em outra escola que não tem nada disso. É mais fácil, os resultados são melhores.

simone harnik - na concepção do senhor, o que é uma boa escola?

Pacheco - É a aquela que dá a todos condições de acesso, e a cada um, condições de sucesso. Sucesso não é só chegar ao conhecimento, é a felicidade. É uma escola onde não haja nenhuma criança que não

aprenda. E isso é possível, porque eu sei que é. Na prática.

simone harnik - o professor que está em uma escola tradi-cional tem espaço para fazer um trabalho diferente? o sen-hor vê espaço para isso?

Pacheco - Não só vejo, como par-ticipo disso. No Brasil, participei de vários projetos onde os professores conseguiram escapar à lógica da reprodução do sistema que lhe é imposto. Só que isso requer várias condições: primeiro, não pode ser feito em termos individuais; segundo, a pessoa tem de respeitar que os outros também têm razão. Se, dentro da escola, os processos começam a mudar e os resultados aparecem, os outros professores se aproximam. Não tem de haver divisionismo.

simone harnik - o senhor acha que a mudança na estrutura da escola poderia partir do poder público ou depende da base?

Pacheco - Acredito que possa partir do poder público, mas du-vido que aconteça. As secretarias têm projetos importantes, mas são de quatro anos. Uma mudança em educação precisa de dezenas de anos. Precisa de continuidade. E isso é difícil de assegurar em uma gestão. Precisa partir de cada unidade escolar e do poder público juntos.

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fidelidadeSpírita | Junho 2009

Logo cedo manifestou-se nele profunda inteligência e senso de responsabilida-

de, acervo conquistado naturalmente nas experiências de vidas pretéritas.

Era ainda bem moço, porém muito estudioso e com tendências para o ensino, por isso foi incumbi-do pelo seu mestre-escola de ensinar aos próprios companheiros de aula. Respeitável representante político de sua comunidade, tornou-se secretário da Irmandade de São Vicente de Paula, tendo participado ativamente da fundação do jornal “Gazeta de Sacramento” e do “Liceu Sacramen-tano”. Logo viu-se guindado à posi-ção natural de líder, por sua segura orientação quanto aos verdadeiros valores da vida.

Através de informações prestadas por um dos seus tios, tomou conheci-mento da existência dos fenômenos espíritas e das obras da Codificação Kardequiana. Diante dos fatos voltou totalmente suas atividades para a nova Doutrina, pesquisando por to-dos os meios e maneiras, até desfazer totalmente suas dúvidas.

Despertado e convicto, converteu-se sem delongas e sem esmorecimen-tos, identificando-se plenamente com os novos ideais, numa atitude sincera

e própria de sua personalidade, pro-curou o vigário da Igreja matriz onde prestava sua colaboração, colocando à disposição do mesmo o cargo de secretário da Irmandade.

Repercutiu estrondosamente tal acontecimento entre os habitantes da cidade e entre membros de sua própria família. Em poucos dias co-meçou a sofrer as conseqüências de sua atitude incompreendida.

Persistiu lecionando e entre as matérias incluiu o ensino do Espiri-tismo, provocando reação em muitas pessoas da cidade, sendo procurado pelos pais dos alunos, que chegaram a oferecer-lhe dinheiro para que voltasse atrás quanto à nova matéria e, ante sua recusa, os alunos foram retirados um a um.

Sob pressões de toda ordem e impiedosas perseguições, Eurípedes sofreu forte traumatismo, retirando-se para tratamento e recuperação em uma cidade vizinha, época em que nele desabrocharam várias fa-culdades mediúnicas, em especial a de cura, despertando-o para a vida missionária.

Um dos primeiros casos de cura ocorreu justamente com sua própria mãe que, restabelecida, se tornou valiosa assessora em seus trabalhos.

A produção de vários fenômenos fez com que fossem atraídas para Sacramento centenas de pessoas de outras paragens, abrigando-se nos ho-téis e pensões, e até mesmo em casas de famílias, pois a todos Barsanulfo atendia e ninguém saía sem algum proveito, no mínimo o lenitivo da fé e a esperança renovada e, quando merecido, o benefício da cura, através de bondosos Benfeitores Espirituais.

Auxiliava a todos, sem distinção de classe, credo ou cor e, onde se fizesse necessária a sua presença, lá estava ele, houvesse ou não condições materiais.

Jamais esmorecia e, humilde-mente, seguia seu caminho cheio de percalços, porém animado do mais vivo idealismo. Logo sentiu a necessidade de divulgar o Espiritis-mo, aumentando o número dos seus seguidores. Para isso fundou o “Gru-po Espírita Esperança e Caridade”, no ano de 1905, tarefa na qual foi apoiado pelos seus irmãos e alguns amigos, passando a desenvolver tra-balhos interessantes, tanto no campo doutrinário, como nas atividades de assistência social.

Certa ocasião caiu em transe em meio dos alunos, no decorrer de uma aula.

eurípedes barsanulfo

Nascido em 1º de maio de 1880, na pequena cidade de Sacra-mento, Estado de Minas Gerais, e desencarnado na mesma cidade, aos 38 anos de idade, em 1º de novembro de 1918.

biografia

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Junho 2009 | fidelidadeSpírita

Voltando a si, descreveu a reunião havida em Versailles, França, logo após a 1ª Guerra Mundial, dando os nomes dos participantes e a hora exata da reunião quando foi assinado o célebre tratado.

Em 1º de abril de 1907, fundou o Colégio Allan Kardec, que se tornou verdadeiro marco no campo do ensi-no. Esse instituto de ensino passou a ser conhecido em todo o Brasil, tendo funcionado ininterruptamente desde a sua inauguração, com a média de 100 a 200 alunos, até o dia 18 de outubro, quando foi obrigado a cerrar suas portas por algum tempo, devido à grande epidemia de gripe espanhola que assolou nosso país.

Seu trabalho ficou tão conhecido que, ao abrirem-se as inscrições para matrículas, as mesmas se encerravam no mesmo dia, tal a procura de alu-nos, obrigando um colégio da mesma região, dirigido por freiras da Ordem de S. Francisco, a encerrar suas ativi-dades por falta de freqüentadores.

Liderado a pulso forte, com dire-triz segura, robustecia-se o movimento espírita na região e esse fato incomo-dava sobremaneira o clero católico, passando este, inicialmente de forma velada e logo após, declaradamente, a desenvolver uma campanha difamató-ria envolvendo o digno missionário e a doutrina de libertação, que foi galhardamente defendida por Eurípe-des, através das colunas do jornal “Ala-vanca”, discorrendo principalmente sobre o tema: “Deus não é Jesus e Jesus não é Deus”, com argumentação abalizada e incontestável, determinan-do fragorosa derrota dos seus oposi-tores que, diante de um gigante que não conhecia esmorecimento na luta, mandaram vir de Campinas, Estado de S. Paulo, o reverendo Feliciano Yague, famoso por suas pregações e conhecimentos, convencidos de que

com suas argumentações e convicções infringiriam o golpe derradeiro no Espiritismo.

Foi assim que o referido padre de-safiou Eurípedes para uma polêmica em praça pública, aceita e combinada em termos que foi respeitada pelo conhecido apóstolo do bem.

No dia marcado o padre iniciou suas observações, insultando o Es-piritismo e os espíritas, “doutrina do demônio e seus adeptos, loucos

passíveis das penas eternas”, numa demonstração de falso zelo religioso, dando assim testemunho público do ódio, mostrando sua alma repleta de intolerância e de sectarismo.

A multidão que se mantinha respeitosa e confiante na réplica do defensor do Espiritismo, antevia a derrota dos ofensores, pela própria fragilidade dos seus argumentos vazios e inconsistentes.

O missionário sublime, aguardou serenamente sua oportunidade, iniciando sua parte com uma prece sincera, humilde e bela, implorando paz e tranqüilidade para uns e luz para outros, tornando o ambiente propício para inspiração e assistência do plano maior e em seguida iniciou a defesa dos princípios nos quais se alicerçavam seus ensinamentos.

Com delicadeza, com lógica, dan-do vazão à sua inteligência, descorti-nou os desvirtuamentos doutrinários apregoados pelo Reverendo, reduzin-do-o à insignificância dos seus parcos conhecimentos, corroborado pela manifestação alegre e ruidosa da mul-tidão que desde o princípio confiou naquele que facilmente demonstrava a lógica dos ensinos apregoados pelo Espiritismo.

Ao terminar a famosa polêmica e reconhecendo o estado de alma do Reverendo, Eurípedes aproximou-se dele e abraçou-o fraterna e sincera-mente, como sinceros eram seus pen-samentos e suas atitudes Barsanulfo seguiu com dedicação as máximas de Jesus Cristo até o último instante de sua vida terrena, por ocasião da pavo-rosa epidemia de gripe que assolou o mundo em 1918, ceifando vidas, espa-lhando lágrimas e aflição, redobrando o trabalho do grande missionário, que a previra muito antes de invadir o continente americano, sempre falando na gravidade da situação que ela acarretaria.

Manifestada em nosso continen-te, veio encontrá-lo à cabeceira de seus enfermos, auxiliando centenas de famílias pobres. Havia chegado ao término de sua missão terrena. Esgotado pelo esforço despendido, desencarnou no dia 1º de novembro de 1918, às 18 horas, rodeado de pa-rentes, amigos e discípulos.

Sacramento em peso, em verdadei-ra romaria, acompanhou-lhe o corpo material até a sepultura, sentindo que ele ressurgia para uma vida mais elevada e mais sublime.

Em 1º de abril de 1907, fundou o Colégio allan Kardec, que se tornou verdadeiro marco no campo do ensino

fonte:

Vultos do Espiritismo. Cap.18. FEB

biografia

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fidelidadeSpírita | Junho 2009

o flagelo do Séculopor Yvonne a. pereira

história

Não resta a menor dúvi-da de que a obsessão é o flagelo do Século

XX. Isso mesmo foi dito pelo emi-nente espírita Léon Denis, em suas obras. O estado atual da sociedade, quando vemos o “espírito das tre-vas” agindo em todos os setores, coletivamente, também foi profe-tizado por esse grande inspirado, colaborador de Allan Kardec. Nunca é demais, portanto, reba-termos nessa desagradável tecla, lembrando aos espíritas a urgente necessidade de se habilitarem moral, mental e doutrinariamente, quanto possível, para difundirem os ensinamentos apócrifos que, em nome do Espiritismo, vemos espalhados pelos quatro ventos como verdades ditas por respeitá-veis entidades protetoras.

A obsessão merece dos verda-deiros espíritas as mais acuradas atenções. Ela já se infiltra até mesmo “no seio dos santuários”, isto é, nos templos religiosos como nos templos espíritas pouco vigilantes, promovendo ciúmes entre seus componentes, vaida-des, dissenções, mal-entendidos, “reformas doutrinárias” e demais operosidades que contrariam os postulados da Doutrina, haja vis-ta o que, no momento, se passa, quando detectamos agrupamentos espíritas, dantes vistos e reconhe-cidos como templos, a exercerem o perfeito intercâmbio espiritual, hoje reduzidos a meros clubes onde verificamos de tudo: abusivas e inaceitáveis compras e vendas de “lanches” e merendas, festas e cânticos, burocracia intransigente,

diversões, recreios, mas não a “casa do Senhor”, de onde os protetores Espirituais se retiraram, e onde não mais contemplamos aquelas autênticas atividades próprias do Consolador, que eram o testemu-nho da presença do Cristo entre nós.

E não se falando na “mania”, ora em exercício, de “modificar”, “renovar” e “atualizar” a Doutrina dos Espíritos, que, pelo visto, dei-xou de agradar àqueles que acima dela desejam colocar a própria personalidade.

Afirmam os adeptos de tais movimentações que o Espiritismo “evoluiu”, e que tudo isso não é senão o “progresso” da Doutrina. Mas tal assersão é insana, pois que a lógica e o bom senso indicam que a evolução do Espiritismo

“pode o homem eximir-se da influência dos espíritos que procuram arrastá-lo ao mal?

- Pode, visto que tais espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos os chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos, os atraem.”

(“o Livro dos Espíritos”, Cap. 8, item 467)

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Junho 2009 | fidelidadeSpírita

o fato de se dizer espírita é também zelar pelo patrimônio que nos foi concedido pela revelação

história

seria, em parte, a vinda de outras revelações do Alto, a comunhão perfeita do Consolador com os homens, a pesquisa legítima e séria, e não a deturpação que vemos nos ambientes que devem ser consagrados ao intercâmbio com o Alto, onde consolamos os mais infelizes do que nós, e onde somos consolados e instruídos por aqueles seres angelicais que nos amam e que, há milênios, talvez, se esforçam por nos verem redimidos de tantos erros.

Certamente que muitos núcle-os espíritas se conservam afinados com as forças superiores do Alto, movimentando-se normalmente, sem as intromissões indevidas, que só podem desfigurar os ensi-namentos que temos todos tido a honra de receber dos códigos doutrinários.

Acreditamos mesmo que a maioria ainda não tenha sido atingida pelas vaidades, pela bu-rocracia, pelos preju-ízos do mundo, en-fim. Mas o número avantajado dos que aderiram ao nefasto movimento aqui lem-brado é, com efeito, desolador. Tudo isso outra coisa não é se-não a intromissão das trevas, fruto infeliz da invigilância, da não-as-similação da Doutrina por parte daqueles que, “abraçando-a”, esqueceram a auto-reforma, deixando de assumir a grande responsabilidade que

essa Doutrina representa para aquele que a aceita.

Porque o fato de ser espírita não é apenas dirigir um centro de estudos ou experimentações mediúnicas, subir a uma tribuna e dizer coisas belas, mesmo porque o Espiritismo é sempre belo de dizer; nem mesmo fornecer semanalmen-te tantas ou quantas sacolas de gêneros alimentícios ou vestuários

aos necessitados. Esse beneficio, realmente louvável, também o fazem adeptos de outras convic-ções ou de nenhuma convicção, livres-pensadores, materialistas e até ateus. Muitos destes, que conhecemos, dão até com a mão direita sem que a esquerda veja, observando um preceito cristão altamente humanitário.

O fato de se dizer espírita é também zelar pelo patrimônio que nos foi concedido pela Re-velação, respeitar e praticar, com autenticidade e exemplos bons, os ensinamentos superiores, os quais há um século recebemos do Alto, é assimilarmos esses mesmos ensinamentos livres de sofismas e idéias pessoais que a vaidade inspira; é sermos humildes de coração e dignos da assistência espiritual que não cessamos de rogar, aprendendo com o Mestre as qualidades que de cada um de nós poderão fazer um discípulo

verdadeiro, e não falsos profetas que deturpam tudo aquilo que nos códigos doutrinários encontram.

No atual momen-to, cremos que o que de mais urgente pre-cisamos fazer é nos habilitarmos a fim de reaprendermos, por-que isso foi esquecido, a evitar e combater a obsessão, quando ela já se infiltrou no in-divíduo ou no centro espírita. Nossas aten-ções precisam voltar-se para esse setor, um dos

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fidelidadeSpírita | Junho 2009

Para o combate a tão grande mal será necessária a reação de um grande amor a Deus e ao próximo

história

mais importantes e humanitários da Doutrina Espírita.

Hoje em dia vemos, com triste-za, que muitos médiuns têm medo dos obsessores, sendo que alguns nem mesmo oram por essas entida-des, tal o terror às vezes infundado que sentem. No entanto, esses Espíritos são grandes sofredores, sedentos de amor e proteção, irmãos nossos, filhos de Deus, ex-tremamente necessitados do nosso auxílio, pois possuímos tudo para fornecer-lhes. Os ensinamentos que a jorros temos recebido não serão, certamente, para nosso deleite, embelezando-nos a mente apenas, mas para socorrermos com eles os necessitados do pão espiri-tual também do Invisível.

Espíritos obsessores são famin-tos de pão espiritual e nem sempre culpados e maus como o nosso exagero e o nosso terror nos fazem vê-los. São, comumente, grandes injustiçados, grandes ofendidos, feridos no que tiveram de mais caro ao coração, carentes da nossa afeição. Se os amarmos, se por eles orarmos com a sinceridade com que oramos por um ser querido, se possuirmos confiança no Cristo de Deus, eles se tornarão nossos amigos e nenhum mal nos farão, porque o grande remédio para combatê-los é o Amor!

A “obsessão” — na palavra do eminente Guia Espiritual Bezerra de Menezes — “nada mais é do que uma troca de vibrações afins.” Se somos obsediados é porque que-remos ser obsediados. O próprio Jesus advertiu que aquele que procura acha, a quem bate abrir-se-á. E essas admiráveis sentenças,

fonte:

PEREIRA. Yvonne A. Cânticos do Coração. Págs.

65 – 70. Edições CELD. 1994.

que vemos no Capítulo VII do evangelista Mateus, v. 7 a 11, tanto nos instruem sobre aquilo de bom que procurarmos como também sobre o mal que procuramos com os nossos próprios passos; tanto se nos abrirão as portas do bem, se nela batermos, assim como as do mal, se as preferirmos. Impiedade será, portanto, deixarmos de orar por esses irmãos tão necessitados do auxilio dos nossos corações, tornando-os indiferentes à sua des-

graça. Lembremo-nos de que eles somente nos perturbam, deturpan-do os nossos centros espíritas ou infelicitando a nossa vida, porque nós mesmos os atraímos com as nossas paixões inferiores, a nossa invigilância, própria dos que não se esforçam para bem assimilar o Consolador.

Em nome da Caridade Cristã, portanto, roguemos uns aos ou-tros a esmola da prece do coração para esses desesperados irmãos do plano invisível que, impulsio-nados pelas nossas ruins paixões,

invigilância e indiferença, hoje in-felicitam os indivíduos, as nações, os povos, as famílias, os jovens, as próprias religiões, os nossos cen-tros espíritas, que negligenciam as atenções devidas à Doutrina que recebemos.

Para o combate a tão grande mal será necessária a reação de um grande amor a Deus e ao próximo.

E preciso educar médiuns, aproveitando-lhes as possibilida-des porventura existentes, a fim de socorrê-los, socorrendo a nós próprios, pois que, para tão alta operosidade, são indispensáveis médiuns especais, de alto gabarito moral, mental e afetivo. E preciso aprender com o Cristo de Deus a fornecer o pão espiritual também a esses pobres execrados, quando a verdade é que eles foram homens e mulheres como quaisquer outros filhos de Deus, apenas um pouco mais feridos pela sociedade e pelos próprios indivíduos.

“Em verdade vos digo: Todas as vezes que faltastes com a assistên-cia a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, deixaste de tê-la para comigo mesmo.”

Meditemos sobre isso, e fortale-çamos nossa fé. Ninguém fará esse trabalho por nós.

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Junho 2009 | fidelidadeSpírita esclarecimento

o oposto do egoísmo. a fraternidade diz: “Um por todos e todos por um.”

Liberdade, igualdade, fra-ternidade. Estas três pa-lavras constituem, por si

sós, o programa de toda uma ordem social que realizaria o mais absoluto progresso da Humanidade, se os princípios que elas exprimem pu-dessem receber integral aplicação. Vejamos quais os obstáculos que, no estado atual da sociedade, se lhes opõem e, ao lado do mal, procure-mos o remédio.

A fraternidade, na rigorosa acepção do termo, resume todos os deveres dos homens, uns para com os outros. Significa: devotamento,

a caridade evangélica e a aplicação da máxima: “Proceder para com os outros, como quereríamos que os outros procedessem para co-nosco.” O oposto do egoísmo. A fraternidade diz: “Um por todos e todos por um.” O egoísmo diz: “Cada um por si.” Sendo estas duas qualidades a negação uma da outra, tão impossível é que um egoísta proceda fraternalmente para com os seus semelhantes, quanto a um avarento ser generoso, quanto a um indivíduo de pequena estatura atingir a de um outro alto. Ora, sendo o egoísmo a chaga dominante

liberdade, igualdade, fraternidadepor allan Kardec

abnegação, tolerância, benevolên-cia, indulgência. É, por excelência,

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fidelidadeSpírita | Junho 2009esclarecimento

da sociedade, enquanto ele reinar soberanamente, impossível será o reinado da fraternidade verdadeira. Cada um a quererá em seu proveito; não quererá, porém, praticá-la em proveito dos outros, ou, se o fizer, será depois de se certificar de que não perderá coisa alguma.

Considerada do ponto de vista da sua importância para a realização da felicidade social, a fraternidade está na primeira linha: é a base. Sem ela, não poderiam existir a igualdade, nem a liberdade séria. A igualdade decorre da fraternidade e a liberdade é conseqüência das duas outras.

Com efeito, suponhamos uma sociedade de homens bastante desinteressados, bastante bons e benévolos para viverem fraternal-mente, sem haver entre eles nem privilégios, nem direitos excepcio-nais, pois de outro modo não have-ria fraternidade. Tratar a alguém de irmão é tratá-lo de igual para igual; é querer quem assim o trate, para ele, o que para si próprio quereria. Num povo de irmãos, a igualdade será a conseqüência de seus sentimentos, da maneira de procederem, e se estabelecerá pela força mesma das coisas.

Qual, porém, o inimigo da igualdade? O orgulho, que faz queira o homem ter em toda parte a primazia e o domínio, que vive de privilégios e exceções, po-derá suportar a igualdade social, mas não a fundará nunca e na primeira ocasião a desmantelará. Ora, sendo também o orgulho uma das chagas da sociedade, enquanto não for banido, oporá obstáculo à verdadeira igualda-de.

A liberdade, dissemo-lo, é filha da fraternidade e da igualdade. Falamos da liberdade legal e não da liberdade natural, que, de direito, é imprescritível para toda criatura humana, desde o selvagem até o civilizado. Os homens que vivam como irmãos, com direitos iguais, animados do sentimento de bene-volência recíproca, praticarão entre si a justiça, não procurarão causar danos uns aos outros e nada, por conseguinte, terão que temer uns dos outros. A liberdade nenhum

perigo oferecerá, porque ninguém pensará em abusar dela em prejuízo de seus semelhantes. Mas, como poderiam o egoísmo, que tudo quer para si, e o orgulho, que incessan-temente quer dominar, dar a mão à liberdade que os destronaria? O egoísmo e o orgulho são, pois, os inimigos da liberdade, como o são da igualdade e da fraternidade.

A liberdade pressupõe confiança mútua. Ora, não pode haver con-fiança entre pessoas dominadas pelo sentimento exclusivista da personalidade. Não podendo cada uma satisfazer-se a si própria senão à custa de outrem, todas estarão constantemente em guarda umas contra as outras.

Sempre receosas de perderem o a que chamam seus direitos, a dominação constitui a condição mesma da existência de todas, pelo que armarão continuamente ciladas à liberdade e a coarctarão quanto puderem.

Aqueles três princípios são, pois, conforme acima dissemos, solidários entre si e se prestam mútuo apoio; sem a reunião deles o edifício social não estaria completo. O da fraternidade não pode ser praticado em toda a pu-reza, com exclusão dos dois ou-tros, porquanto, sem a igualdade e a liberdade, não há verdadeira fraternidade. A liberdade sem a fraternidade é rédea solta a todas as más paixões, que desde então ficam sem freio; com a fraterni-dade, o homem nenhum mau uso faz da sua liberdade: é a or-dem; sem a fraternidade, usa da liberdade para dar curso a todas as suas torpezas: é a anarquia, a licença. Por isso é que as nações

a liberdade, dissemo-lo, é filha da fraternidade e da igualdade

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Junho 2009 | fidelidadeSpírita esclarecimento

fonte:

KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Págs. 233

– 237. Feb. 1985.

é preciso trabalhar sem descanso por extirpar o vírus do orgulho e do egoísmo

mais livres se vêem obrigadas a criar restrições à liberdade. A igualdade, sem a fraternidade, conduz aos mesmos resultados, visto que a igualdade reclama a liberdade; sob o pretexto de igualdade, o pequeno rebaixa o grande, para lhe tomar o lugar, e se torna tirano por sua vez; tudo se reduz a um deslocamento de despotismo.

Seguir-se-á daí que, enquanto os homens não se acharem imbuídos do sentimento de fraternidade, será necessário tê-los em servidão? Dar-se-á sejam inaptas as instituições fundadas sobre os princípios de igualdade e de liberdade? Semelhan-te opinião fora mais que errônea; seria absurda. Ninguém espera que uma criança se ache com o seu cres-cimento completo para lhe ensinar a andar. Quem, ao demais, os tem sob tutela? Serão homens de idéias elevadas e generosas, guiados pelo amor do progresso? Serão homens que se aproveitem da submissão dos seus inferiores para lhes desenvolver o senso moral e elevá-los pouco a pouco à condição de homens livres? Não; são, em sua maioria, homens ciosos do seu poder, a cuja ambição e cupidez outros homens servem de instrumentos mais inteligentes do que animais e que, então, em vez de emancipá-los, os conservam, por todo o tempo que for possível, subjugados e na ignorância.

Mas, esta ordem de coisas muda de si mesma, pelo poder irresistí-vel do progresso. A reação é não raro violenta e tanto mais terrível, enquanto o sentimento da fraterni-dade, imprudentemente sufocado, não logra interpor o seu poder mo-derador; a luta se empenha entre os que querem tomar e os que querem

reter; daí um conflito que se prolon-ga às vezes por séculos. Afinal, um equilíbrio fictício se estabelece; há qualquer coisa de melhor. Sente-se, porém, que as bases sociais não estão sólidas; a cada passo o solo tre-me, por isso que ainda não reinam a liberdade e a igualdade, sob a égide da fraternidade, porque o orgulho e o egoísmo continuam empenhados em fazer se malogrem os esforços dos homens de bem.

Todos vós que sonhais com essa idade de ouro para a Humanidade trabalhai, antes de tudo, na cons-trução da base do edifício, sem pensardes em lhe colocar a cúpula; ponde-lhe nas primeiras fiadas

a fraternidade na sua mais pura acepção. Mas, para isso, não basta decretá-la e inscrevê-la numa ban-deira; faz-se mister que ela esteja no coração dos homens e não se muda o coração dos homens por meio de ordenações. Do mesmo modo que para fazer que um campo frutifique, é necessário se lhe arranquem os pedrouços e os tocos, aqui também é preciso trabalhar sem descanso por extirpar o vírus do orgulho e do egoísmo, pois que aí se encontra

a causa de todo o mal, o obstáculo real ao reinado do bem. Eliminai das leis, das instituições, das reli-giões, da educação até os últimos vestígios dos tempos de barbárie e de privilégios, bem como todas as causas que alimentam e desen-volvem esses eternos obstáculos ao verdadeiro progresso, os quais, por assim dizer, bebemos com o leite e aspiramos por todos os poros na atmosfera social. Somente então os homens compreenderão os deveres e os benefícios da fraternidade e também se firmarão por si mes-mos, sem abalos, nem perigos, os princípios complementares, os da igualdade e da liberdade.

Será possível a destruição do orgulho e do egoísmo?

Responderemos alto e termi-nantemente: SIM. Do contrário, forçoso seria determinar um ponto de parada ao progresso da Humani-dade. Que o homem cresce em in-teligência, é fato incontestável; terá ele chegado ao ponto culminante, além do qual não possa ir? Quem ousaria sustentar tão absurda tese? Progride ele em moralidade? Para responder a esta questão, basta se comparem as épocas de um mesmo país. Por que teria ele atingido o li-mite do progresso moral e não o do progresso intelectual? Sua aspiração por uma melhor ordem de coisas é indício da possibilidade de alcançá-la. Aos que são progressistas cabe acelerar esse movimento por meio do estudo e da utilização dos meios mais eficientes.

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fidelidadeSpírita |Junho 2009

fonte:

MARTINS, Eduardo. Com Todas as Letras. Pág.

28. Editora Moderna. São Paulo/SP, 1999.

por eduardo martins

com todas as letras

10% da população foi ou foram?

Qual a forma correta, na sua opinião: 60% da população aprovou as medidas ou 60% da população aprovaram as medidas?

As duas são defensáveis do ponto de vista grama-tical. No entanto, a grande maioria dos professores e estudiosos do idioma defende a primeira opção, ou seja, a concordância do verbo com a expressão que vem depois do numeral.

Dessa forma: 60% da população aprovou as medidas. / 10% da tropa foi morta em combate. / Cerca de 50% das indústrias estão obsoletas. /Mais de 30% das pessoas foram atingidas pela doença.

Caso se particularize a porcentagem, a concordân-cia muda: Esses 60% da população aprovaram (e não “aprovou”) as medidas. / Os restantes 20% do aumento serão pagos (e não “será pago”) no fim do ano.

Se a expressão vem antes do número que exprime a porcentagem ou se está sozinha na frase, a concor-dância então se faz com o valor:

Da população, 60% aprovaram (e não “aprovou”) as medidas. /Da tropa, 10% foram mortos (e não “foi morta”) em combate. /17% não compareceram às eleições. /35% temem a violência na cidade.

Quando o verbo está antes do número, este define a concordância: Estava ali 1% dos alunos (e não “estavam”, pois o verbo concorda com 1%). / Foram perdidos 40% da safra de café (e não ‘foi perdida” - o verbo concorda com 40%). /Votaram na oposição 60% do eleitorado (e não “votou”).

Além da concordância, outra dúvida freqüente a respeito do assunto é quanto à forma a usar: percentual

ou porcentual? Torna-se até fácil explicar por quê: o dicionário Aurélio registra percentagem, percentual e porcentagem, mas não porcentual. Por causa disso, muitas pessoas que falam em porcentagem escrevem percentual, o que no mínimo envolve uma incoerên-cia.

Como tanto porcentual como percentual figuram no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Aca-demia Brasileira de Letras, recomenda-se porcentual a quem escreve porcentagem e percentual a quem prefere percentagem.

como eScrever a porcentagemDuas sugestões sobre a maneira de escrever a por-

centagem. a) Até por economia de espaço, prefira exprimir o

valor em algarismos, seguido do sinal equivalente, em vez da forma mista ou do número por extenso. Assim: 60% da população foi consultada sobre o candidato. Esse procedimento é o adotado pela imprensa. Grafar 60 por cento da população ou sessenta por cento da população é complicar desnecessariamente a questão (a menos que, por motivos legais, alguém precise grafar a por-centagem por extenso).

b) Quando usar dois ou mais valores da porcenta-gem, repita o sinal em cada um deles: As taxas devem baixar de 35% para 30% (e não “de 35 para 30%”). / O desconto subiu de 1% para 2% do salário dos empregados (e não “de 1 para 2%”).

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Emmanuel - Chico XavierVinha de Luz

“Pois somos cooperadores de Deus.” — Paulo. (I Coríntios, 3:9.)

Cooperemos Fielmente

O Pai é o Supremo Criador da Vida, mas o ho-mem pode ser fiel cooperador dEle.

Deus visita a criatura pela própria criatura. Almas cerradas sobre si mesmas declarar-se-ão

incapazes de serviços nobres; afirmar-se-ão empo-brecidas ou incompetentes.

Há companheiros que atingem o disparate de se proclamarem tão pecadores e tão maus que se sentem inabilitados a qualquer espécie de concurso sadio na obra cristã, como se os devedores e os ignorantes não necessitassem trabalhar na própria melhoria.

As portas da colaboração com o divino amor, porém, permanecem constantemente abertas e qualquer homem de mediana razão pode identificar a chamada para o serviço divino.

Cultivemos o bem, eliminando o mal. Façamos luz onde a treva domine. Conduzamos harmonia às zonas em discórdia. Ajudemos a ignorância com o esclarecimento

fraterno. Seja o amor ao próximo nossa base essencial em

toda construção no caminho evolutivo. Até agora, temos sido pesados à economia da

vida.

Filhos perdulários, ante o Orçamento Divino, temos despendido preciosas energias em numerosas existências, desviando-as para o terreno escuro das retificações difíceis ou do cárcere expiatório.

Ao que nos parece, portanto, segundo os conhe-cimentos que possuímos, por “acréscimo de miseri-córdia”, já é tempo de cooperarmos fielmente com Deus, no desempenho de nossa tarefa humilde.

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