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Sumário
O Coelho Azul ..................................... 7
A gata e o cão ..................................... 13
Aves .................................................... 21
Na toca da coruja ............................... 27
Trilhas, trilhos, becos e bueiros ......... 33
Entre esquilos e ratos,
coelhos são os mais orelhudos ...... 39
Dominando o submundo....................... 47
Atolados até as orelhas ....................... 53
Doce como um tesouro ....................... 59
O beco e o gato ................................... 67
A história do gato de rua ..................... 77
Como um velho ditado ........................ 83
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O Coelho Azul
O Coelho Azul não é azul. Ainda não. Ele
nasceu um coelho normal. Isso não significa
muito, pois foi seu caminho que o fez ficar
assim. Claro que todos já sabiam disso: nin-
guém nasce azul.
Havia uma grande família de coelhos, por-
que esta história começa quando ainda havia
grandes famílias e porque os coelhos têm mui-
tos irmãos. Também naquele tempo os coelhos
viviam no campo.
Então o Coelho Azul nasceu pelado, numa
toca cheia de coelhos de várias cores. A toca era
feita de terra; portanto, todos viviam sujos.
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O Coelho Azul foi o quinto a nascer. No
total, eram seis filhotes, além dos pais. Oito
coelhos vivendo num buraco na terra.
A paisagem era agradável, bonita para
quem gosta de verde e marrom: muitas árvores
altas, arbustos volumosos, um pequeno riacho
sem cheiro de esgoto.
Algumas pessoas da cidade talvez sentissem
falta de certas coisas: dos enormes prédios baru-
lhentos, do trânsito, dos rios poluídos e dos
muros pichados. Mas só algumas, bem poucas.
Então fica fácil entender por que o povo da
cidade ia para lá passar as férias ou grandes
feriados, como o Natal.
O campo, porém, não é apenas lugar de
festas e fugas. Há gente que mora ali, como os
coelhos. Pelo menos no tempo desta história,
quando os coelhos ainda viviam no campo.
Coelhos e pessoas. Tanto que lá havia uma
grande casa, um dos nossos cenários.
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No campo, onde a ação se passa, na verda-
de havia duas casas: uma enorme (até parecia
um castelo), em que viviam pessoas, e outra
pequena, um buraco no chão, cheio de coelhos.
Agora vou falar um pouco da família do
Coelho Azul. Papai coelho era o maior do grupo,
naturalmente. Grande e gordo, um verdadeiro
GG de pelo cinza. Mamãe coelha era a segunda
maior, branca e cansada de tomar conta de seis
coelhinhos (dois brancos, dois cinzentos e dois
brancos manchados de preto).
Felizmente, coelhos crescem rápido. Assim,
economizamos tempo. Os desta história nasce-
ram pelados, mas logo ficaram macios, felpu-
dos. O Coelho Azul era um dos brancos.
Excetuando a cor e o tamanho, não há
muito mais o que dizer das diferenças entre
coelhos. Todos eles têm orelhas grandes, bigo-
des e patas longas. Talvez até a mamãe coelha
tivesse dificuldade em saber quem era quem,
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mas devia distingui-los pelo cheiro. Quem sabe
ela agisse como as mães de gêmeos?
Como não sei diferenciar gêmeos, nem vou
tentar, mas você pode imaginar como se age
nesses casos. Pode até fazer um desenho, se
preferir. Pode também colorir, se quiser.
Mas lembre-se: o Coelho Azul ainda é
branco.
Agora vamos aos acontecimentos.
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