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1 Sumário

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1Sumário

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32 Sumário

Categoria Professor Categoria gestão esColar

Educação Infantil Educação Infantil

Ensino Fundamental I Ensino Fundamental I

Ensino Fundamental II Ensino Fundamental II

Ensino Médio Ensino Médio

sumárioSumário 2

APRESENTAÇÃO 6Duas décadas de desafios e conquistas 6

PRÊMIO EDUCAR PARA A IGUALDADE RACIALPrêmio Educar para Igualdade Racial 10Histórico do Prêmio Educar 121ª EDIÇÃO 142ª EDIÇÃO 153ª EDIÇÃO 164ª EDIÇÃO 175ª EDIÇÃO 18

Educação em REDE 20A cor-raça dos participantes do Prêmio Educar 21Promoção da Igualdade nas Escolas: uma luta de mulheres e homens 23

CEERT 20 ANOS 24Mercado de Trabalho 25Marcha “Zumbi dos Palmares pela vida” 26Saúde, Educação e Direitos Humanos 27Educação para a igualdade racial e liberdade de crença 28Diversidade no ambiente corporativo: nossa missão 29Identidade e Direito à Comunicação 30

EXPERIÊNCIASRoda de história: uma vivência em Guiné-Bissau 33Festejando a Cultura Afro-Brasileira 37Vamos aprender com a MPB 40Batucando com a Princesa: Um encontro do samba com as brincadeiras infantis 44Teatro e Letramento 48

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54 Sumário

Diferentes sim, Desiguais nunca! 52Nem Chá, Nem Café: degustamos história e cultura negra 57Projeto Orgulho e Consciência Negra 60Intercâmbio Cultural Pará/Brasil/Luanda-Angola: Um caminho a ser descoberto 64Trabalhando as diferenças, superando o preconceito 67Projeto Cinema Negro 70Historiando as Expressões Culturais Afro-Brasileiras no Ambiente Escolar 73Projeto Pérola Negra - Renascimento Africano em Terras Brasileiras 77História de negros do Baixo Amazonas: Bom Jardim, estudo de caso de uma comunidade negra em busca da sua identidade quilombola – período de 1996 a 2006 81Etnomatemática: Jogos Milenares da África 85Redescobrindo e Valorizando nossa História na perspectiva da Pluralidade Cultural 88Mãe África no Tocantins 92Festejando a Cultura Afro-Brasileira 97Quem conta um Conto, Axé 101A ÁFRICA ESTÁ EM NÓS: trabalhando igualdade racial com bebês e criançasbem pequenas 104Panos de sobrevivência: pedaços de vidas enlaçadas pelamoradia e pelo trabalho 108Preconceito: Ajude-me a olhar! 112Quilombos e Quilombolas, exemplos de resistência 116Vivências Culturais 120Capoeira – SANSAKROMA 124Projeto da Cultura Afro-Brasileira e Indígena 128Projeto “Comunidade Tia Eva: O Cabelo Como Forma de Expressão 132Semana das Africanidades 134Reflexões Sobre o 13 de Maio 136Campo Grande “Praça dos Pretos Velhos” 138Projeto Machado de Assis 140

Trilhos da Memória - Comunidade Indígena Terena 142Origens e destinos diante da diversidade Ação Uh-Batuk-Erê 145 Promovendo a Igualdade Racial: 148Resgatando Valores Histórico-Culturais 148Campo Grande do Piauí e sua Africanidade 154A busca pela cidadania dos afrodescendentes no espaço escolar: uma ruptura na educação esbranquiçada. 158Projeto – “Brasil, ritmos e cores” 162Igualdade de Direitos nas Relações Etnicorraciais 166

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76 Sumário

aPreseNtaÇão

Duas décadas de desafios e conquistas

Em 1990, ano que marca o fim do apartheid e a eleição do presidente Nelson Mandela, na África do Sul, as elites brasileiras não hesitavam em invocar alegremente o nome de astros negros do futebol ou da MPB, tratando-os como provas incontestes da democracia racial: não haveria racismo no Brasil porque a po-pulação negra, representando metade dos brasileiros, deveria contentar-se com um ou dois negros famosos no mundo do en-tretenimento.

A ação resoluta e competente do Movimento Negro desnudou a torpeza desse raciocínio e, no presente ano de 2010, a Copa do Mundo foi sediada na África do Sul, enquanto no Brasil quase uma centena de instituições de ensino superior adotam cotas so-ciorraciais ou outras formas de ação afirmativa.

No mês de fevereiro daquele longínquo ano de 1990, um gru-po de sonhadores resolvia criar uma despretensiosa e modesta organização negra: o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), cuja missão principal deveria ser cola-borar com o esforço de organização do povo negro e com as lutas por igualdade, justiça e democracia.

Há exatas duas décadas temos conjugado produção de conhe-cimento e intervenção no campo da promoção da igualdade, com ênfase nas de natureza racial e de gênero.

Mas a ação do CEERT não teria sido possível não fosse o cresci-mento vigoroso da luta do Movimento Negro, da consciência so-

cial sobre o racismo e da progressiva adoção de políticas públicas e programas corporativos de promoção da igualdade racial e de valorização da diversidade etnicorracial.

A rigor, não apenas a noção de política pública, mas a própria noção de direitos humanos foi fortemente marcada pela atuação do ativismo negro nestas duas décadas.

Vale lembrar que até o processo de redemocratização, cujo marco jurídico foi a Constituição de 1988, a noção de direitos hu-manos esteve vinculada essencialmente à luta contra a tortura, abusos cometidos por agentes policiais ou, antes, à luta contra a censura, pela anistia dos exilados políticos, por eleições livres e diretas etc.

Com a retomada da luta contra o racismo e a reorganização das entidades negras, a temática da discriminação e a reivindi-cação por igualdade passaram a ocupar cada vez mais lugar no debate público, influenciando a pesquisa acadêmica, o discurso da sociedade civil (incluindo o sindicalismo) e pautando gradati-vamente a agenda das casas legislativas e os pronunciamentos de autoridades públicas. Como ilustra a criação, a partir de 1992, de Comissões de Combate ao Racismo no âmbito dos sindicatos e das centrais sindicais.

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), entidade de vanguar-da na luta pelos direitos humanos, passou a instituir, no âmbito dos Estados, comissões direcionadas especificamente para a te-mática da discriminação racial, num reconhecimento de que a plataforma “tradicional” dos direitos humanos afigurava-se in-suficiente para dar resposta às bandeiras defendidas pelo Movi-mento Negro.

Do mesmo modo, a Câmara Federal e as casas legislativas esta-duais passaram a incluir o tema “minorias” em suas comissões de

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direitos humanos. Leis federais, estaduais e municipais passaram a ser aprovadas. Em São Paulo e outros Estados, dentre eles Ser-gipe, Rio de Janeiro e Distrito Federal, criaram-se “Delegacias Es-pecializadas em Crimes Raciais e Delitos de Intolerância”, e cres-ceu significativamente o número de ações judiciais referentes à questão da discriminação.

No plano internacional, relatórios publicados anualmente pelo Congresso dos Estados Unidos, pela Human Rights Watch e pela Anistia Internacional começaram a incluir dados e análises sobre desigualdades raciais, discriminação e preconceito.

Atualmente, é remota a possibilidade de um interlocutor, em qualquer área pública ou da sociedade civil, referir-se publica-mente ao tema dos direitos humanos sem ao menos tangenciar a matéria da discriminação e do preconceito.

Do mesmo modo que a agenda dos direitos humanos, a agen-da das políticas públicas não mais se encontra imune à crítica e à contribuição do Movimento Negro. Sem olvidarmos da crescente preocupação, no campo empresarial, com a adoção de progra-mas corporativos de valorização e inclusão da diversidade étnico--racial.

Estes são, em síntese, os marcos que orientaram os progra-mas, pesquisas e ações do CEERT nestes vinte anos, cuja visão mesmo panorâmica realça a modesta mas aguerrida contribui-ção que temos dado para o profundo processo de transforma-ção pelo qual vem passando nossa sociedade no que se refere à promoção da igualdade de oportunidades e de tratamento para todos os brasileiros na educação, no trabalho, no acesso à Justiça ou em qualquer outro quadrante das relações humanas.

Mais do que respostas, fórmulas ou receitas, nossa atuação pretende oferecer reflexões e subsídios que fortaleçam a ação

coletiva em defesa da igualdade e da cidadania, ideais que nos animaram a criar o CEERT, ressalvado que à época sequer pode-ríamos imaginar o tamanho do respeito, do prestígio e do reco-nhecimento que nossa modesta organização desfrutaria ao com-pletar 20 anos.

Ao completarmos vinte anos reverenciamos aqueles que vie-ram antes de nós e agradecemos a todas as pessoas e instituições que acreditaram em nosso potencial e reconheceram nosso es-forço.

Agradecemos ainda de modo muito especial nossa equipe de funcionários e consultores que não mede esforços para que se-jamos uma organização de referência na concepção, formulação e execução de políticas e programas de promoção da igualdade étnico-racial.

Hédio Silva Jr.Maria Aparecida Silva Bento

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1110 Sumário

Prêmio Educar para Igualdade Racial10 anos valorizando experiências de promoção da igualdade educacional

O Prêmio Educar para Igualdade Racial: experiências de pro-moção da igualdade racial no ambiente escolar nasceu como par-te do Programa de Educação desenvolvido pelo Centro de Estu-dos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT).

Ele foi idealizado em 2001, atendendo a uma expectativa de mapeamento das práticas escolares voltadas para o tratamento da temática racial. Sua primeira edição ocorreu no ano de 2002 com abrangência nacional, tendo como principal objetivo mape-ar, analisar, sistematizar e divulgar essas práticas educacionais.

O Prêmio Educar – que atualmente está em sua 5ª Edição – analisa e premia práticas de promoção da igualdade étnico-racial desenvolvida por educadores ou escolas em todo o país. Além de promover, no âmbito da educação pública, experiências que visem à promoção da igualdade étnico-racial em conformidade com a legislação que institucionaliza tais experiências no âmbito da gestão escolar.

O Prêmio Educar é dividido em duas categorias: gestão escolar e professor.

As premiações da categoria professor visam mapear, apoiar e dar visibilidade às boas práticas escolares desenvolvidas por pro-fessores, reconhecendo a importância pedagógica dessas práti-cas para a formação de crianças desprovidas de preconceitos e discriminações de toda natureza e preparadas para conviver de forma respeitosa com a diversidade cultural, regional e étnico--racial.

Já as premiações da categoria escola visam incentivar e apoiar iniciativas institucionais praticadas pela gestão escolar, que forta-leçam práticas pedagógicas desenvolvidas por professores. E que favoreçam a institucionalização dessas boas práticas, contribuin-do para a implementação da LDB (arts. 26-A e 79-B) e das Dire-trizes Curriculares Nacionais para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, fortalecendo a democratização da polí-tica nacional de educação.

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1312 Sumário

Histórico do Prêmio Educar

Desde sua fundação, em 1990, havia por parte dos membros do CEERT o interesse em desenvolver atividades na área de edu-cação, ora construindo metodologias para o tratamento da di-versidade na educação, ora subsidiando a educação pública para condução de políticas nessa temática, seja formando os agentes ou realizando pesquisas.

Foram muitas as atividades desenvolvidas ao longo da primei-ra década de existência do CEERT nesta área, o que permitiu à entidade selar parcerias com prefeituras municipais, secretarias estaduais de educação e com organizações não-governamentais que atuam com educação. Sempre na perspectiva de conduzir um trabalho de subsídio para introdução e continuidade da te-mática étnico-racial na educação.

“A ética de que falo é a que se sabe afrontada na manifestação discriminatória de raça, de gênero, de classe. É por essa ética in-separável da prática educativa, não importa se trabalhamos com crianças, jovens, ou com adultos, que devemos lutar. E a melhor maneira de lutar por ela é vivê-la em nossa prática, é testemu-nhá-la, vivaz, aos educandos em nossas relações com eles.”

Paulo Freire

eXPeriÊNCias iNsCritas Por eDiÇão

1ª Edição2002210

2ª Edição2004314

3ª Edição2006393

4ª Edição2008

182 (São Paulo)

5ª Edição

785Regiões 1ª Edição 2ª Edição 3ª Edição 4ª Edição Regional 5ª Edição*Norte (3.3%) (9.5%) (8.6%) - (9,5%)Nordeste (14.3%) (7.6%) (17,5%) - (30,4%)Centro-Oeste (10,0%) (21.9%) (7,4%) - (8,3%)Sudeste (50,0%) (53.5%) (46,8%) 100% (37,5%)Sul (22.4%) (7.5%) (19,7%) - (14,3%)

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1514 Sumário

1ª EDIÇÃO

A 1ª Edição do Prêmio Educar, realizada em 2002, recebeu um total de 210 experiências de educadores das cinco regiões do país, nas categorias de educação infantil e ensino fundamental I (1ª a 4ª séries) e II (5ª a 8ª séries). Na primeira edição eram consi-deradas apenas as experiências realizadas por professores. Como primeira experiência, o número de inscritos chamou a atenção dos organizadores. Essa edição foi possível em virtude da parce-ria estabelecida com outras organizações sociais e em especial com o Banco Real, atualmente Grupo Santander Brasil.

A parceria com o Grupo Santander Brasil surgiu no ano de 2002 por conta da realização do 1º Prêmio Educar para a Igual-dade Racial.

Em 2008, essa parceria se ampliou com a participação do CE-ERT no Programa Escola Brasil. No PEB, o CEERT atua com o Pro-grama de Formação de Educadores constituindo, assim, a Rede PEB de Promoção da Igualdade Racial na Escola. O objetivo do Programa de Formação de Educadores é a formação continuada de professores e coordenadores pedagógicos das escolas parcei-ras no tema diversidade.

A última edição Prêmio Educar, realizada em 2010, contou com número recorde de inscritos: 785 no total, o que mostra que essa é uma parceria que vem dando certo.

“O CEERT é um parceiro natural do Projeto Escola Brasil para essa temática, na medida em que, ele é um parceiro de muitos anos do Grupo Santander Brasil, no Prêmio Educar para a Igual-dade Racial.”

Mara Christofani, Grupo Santander Brasil

2ª EDIÇÃO

A 2ª Edição do Prêmio Educar foi muito importante para o for-talecimento do projeto. Foi nessa edição que se inscreveram pro-fessores de todos os estados brasileiros, sendo 314 inscritos no total. Em parte, isso foi possível devido ao investimento realizado em 2003 – ano anterior a realização – na promoção e divulgação do Prêmio Educar. Foram realizados seminários regionais, com o objetivo de discutir a interseção entre educação e diversidade e igualdade étnico-racial. Foram cinco seminários, sendo um em cada região do país, com a participação de professores, organiza-ções locais, poder público e universidades. Nessa edição, houve também uma alteração significativa, que foi a inclusão da catego-ria Ensino Médio.

“Dentre a gama enorme de experiências e projetos exitosos que o CEERT vem empreendendo no país, gostaria de destacar e chamar a atenção para a importância do Prêmio Educar para Igualdade Racial. Essa experiência tem mostrado a importância de se mapear, valorizar e dar visibilidade a experiências peda-gógicas e de gestão escolar em todo o Brasil. É uma experiência importante, que gera efetivamente inclusão de crianças e adoles-centes nos ambientes educacionais de todo o país.”

Silvio Kaloustian, coordenador de programas do escritório do UNICEF para os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Sul do Brasil

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1716 Sumário

3ª EDIÇÃO

A 3ª Edição, realizada em 2006, foi marcada por importantes al-terações – estruturais e formais. Mudanças que permitiram uma reflexão mais aprofundada do novo cenário educacional, referen-te à alteração da LDB por meio da introdução da Lei 10.639/2003. Dessa forma, tanto os critérios de seleção quanto os objetivos do Prêmio Educar abrangeram questões pertinentes ao ensino da história da África e da cultura afro-brasileira. A edição de 2006 recolheu 393 experiências de 23 estados, com exceção do Acre e de Rondônia, no Norte, e Piauí e Sergipe, no Nordeste. Apesar da não participação desses quatro estados, houve uma satisfação geral resultante do aumento significativo no número de profes-sores inscritos, percentual 25% maior do que a edição anterior, realizada em 2004.

“É fundamental que nesses últimos 20 anos o CEERT tenha con-tribuído não só para discussão da questão racial em outras ins-tâncias, na saúde, no direto, mas focado também em educação; e agora com esse olhar mais cuidadoso para a educação infantil. É extremamente interessante e importante para a comunidade e para as escolas a atuação do CEERT, especialmente, a produção do Prêmio Educar como possibilidade de divulgar as práticas que existem na educação infantil e também nas outras modalidades.”

Waldete TristãoConsultora de educação infantil do CEERT

4ª EDIÇÃO

Em 2008 foi realizada a 4ª Edição do Prêmio Educar, com abrangência restrita ao Estado de São Paulo. Foi nesta edição que houve a criação da categoria gestão escolar, pois até então só eram recebidas experiências na categoria professor. Nessa edi-ção, foram 182 inscrições, feitas nos segmentos da educação in-fantil e ensino fundamental I. Em 2008 o Prêmio Educar já soma-va mais de 1000 experiências inscritas e avaliadas – oriundas de todo o território nacional – o que demonstra seu destaque entre as ações educativas existentes em todo país como proposta im-pulsionadora de uma educação livre do racismo, preconceito e discriminações.

ACOMPANHAMENTO

Também foi nesta 4ª Edição que teve início o programa de acompanhamento de escolas premiadas na categoria gestão es-colar. Assim, desde então, duas escolas – definidas pelo júri final –, e que foram premiadas, recebem a cada edição o acompanha-mento da equipe do CEERT, por até 12 meses, com o objetivo de auxiliar a consolidação da iniciativa inscrita no Prêmio Educar.

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1918 Sumário

5ª EDIÇÃO

Certamente a 5ª Edição do Prêmio Educar para a Igualdade Racial foi aquela que contou com maior número de experiências inscritas. Foram 785 no total. O que representou um aumento de 100% em relação à última edição nacional, realizada em 2006. Foram premiadas 16 experiências, sendo oito na categoria pro-fessor e oito na categoria gestão escolar. Alguns fatores contribu-íram para esse aumento progressivo no número de participantes, entre eles, o aperfeiçoamento da estratégia de comunicação rea-lizada pelo CEERT. Para isso a entidade contou com a parceria de organizações negras nos estados, bem como com a colaboração de ativistas do movimento negro que atuam em órgãos públicos ou instituições que trabalham com a temática étnico-racial por todo o país.

Na primeira edição realizada em 2002, as experiências do eixo sudeste-sul somavam 72,4% das inscritos e 17,6 do norte--nordeste. Em 2010, a participação norte e nordeste dobrou em relação a 2002: 38,5% das experiências de professores inscritas são oriundas dessas duas regiões. E está sendo evidenciado um número cada vez maior de inscrições de experiências adotadas por escolas (gestão escolar), o que pode ilustrar o impacto da implementação da legislação. Tal crescimento revela que estão sendo tomadas medidas, no âmbito administrativo, para favore-cer a institucionalização de políticas educacionais de promoção da igualdade racial, o que é um dos principais objetivos do CEERT.

“Os projetos sinalizam algumas tendências, além de ilustrarem o cresci-mento da consciência social sobre o racismo e mesmo o progressivo, porém ainda insuficiente, avanço da implementação da LDB (Lei de Diretrizes e Base da Educação) alterada pela Lei 10.639.”

Hédio Silva Jr., advogado e diretor executivo do CEERT

Foram realizadas atividades com extensa programação nas cinco regiões do Brasil, com eventos em Salvador (BA), Santarém e Belém (PA), Porto Alegre (RS), Campo Grande (MS), Manaus (AM), São Luís (MA), Belo Horizonte (MG), além de municípios do interior e da região metropolitana de São Paulo. A estratégia de realizar eventos locais acabou colaborando com um dos obje-tivos do Prêmio Educar, que é favorecer a institucionalização das iniciativas, a partir da formação dos agentes.

eXPeriÊNCias Por Categoria

Categoria 1ª Edição2002210

2ª Edição2004314

3ª Edição2006393

4ª Edição2008

182 (São Paulo)

5ª Edição

785Ed. Infantil (18.6%) (13%) (9,1%) (26,9%) (13,0%)E.Fundamental 1 (33.3%) (25.1%) (24.9%) (73,1%) (25,3%)E. Fundamental 2 (48.1%) (31.5%) (41,2%) - (36.8%)Ensino Médio - (30.4%) (24.8%) - (24.9%)

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2120 Sumário

Educação em REDE

Uma experiência que se constituiu em torno do Prêmio Educar é a Rede Educar para a Igualdade Étnico-Racial. Ela foi criada em 2008 pelos participantes da 4ª Edição do Prêmio Educar e atual-mente busca seu fortalecimento. Participam dessa rede professo-res, gestores escolares, tutores dos cursos de formação de educa-dores, parceiros como Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Grupo Santander Brasil, pareceristas do Prêmio Edu-car, além de professores e outros profissionais envolvidos com o Prêmio. O ambiente virtual foi construído na plataforma NING e seu objetivo é divulgar atividades relativas ao Prêmio Educar e também ao CEERT. Os participantes também trocam informa-ções, fotos e vídeos sobre atividades de educação e igualdade étnico-racial, divulgam editais e outros informes relacionados, transformando a internet numa importante ferramenta de mobi-lização social em torno da temática étnico-racial.

“Não é que a articulação tenha surgido com a internet. Ela já existia. A internet potencializa uma identificação e uma ação em rede, que já é existente, ou seja, não há articulação possível sem o envolvimento das pessoas”.

Sônia Maria Barbosa Dias, psicóloga e jornalista

A cor-raça dos participantes do Prêmio educar

A quase equivalência percentual de professores negros e bran-cos trabalhando com a temática da igualdade e diversidade étni-co-racial no ambiente escolar é um dado importantíssimo, pois confronta o senso comum de que o racismo seria um problema dos negros. Essa equivalência foi visível nas três primeiras edi-ções do Prêmio Educar. Na edição de 2008, que abrangeu apenas o Estado de São Paulo, houve prevalência de inscritos brancos, somando esses 60% contra 30% de negros.

Por outro lado, o 5º Prêmio Educar para Igualdade Racial apon-ta uma mudança importante, que é a constatação do aumento no número de experiências inscritas por educadores negros. Se na primeira edição, quase 52% das experiências foram inscritas por educadores brancos, na 5ª edição, esses concentram 38,7% das inscrições, sendo que os educadores negros atingiram o per-centual de 60,3%. Em outras palavras, o Prêmio Educar tem con-tribuído não apenas para a promoção da igualdade étnico-racial nas escolas, como também tem sido instrumento de valorização e incentivo do protagonismo dos professores negros.

Ainda é uma preocupação do CEERT a baixa participação de educadores indígenas no Prêmio Educar e por isso algumas es-tratégias têm sido montadas ao longo dos anos para uma maior divulgação voltada para tais comunidades.

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2322 Sumário

“Creio que este Prêmio é uma boa ferramenta para comprovar o intenso envolvimento de educadores negros na luta pela implementação da LDB alterada pela Lei 10.639. Olhando para as edições anteriores do Prêmio, pode-se observar, na última, o forte crescimento da participação de negros, buscando no ambiente escolar, a partir de diferentes caminhos, seja pela arte, pela literatura ou outro, tornar este país mais civilizado e mais huma-no.”

Maria Aparecida Bento, diretora executiva do CEERT

PROFESSORES INSCRITOS SEGUNDO A COR–RAÇA

Cor–raça* 1ª Edição2002

2ª Edição2004

3ª Edição2006

4ª Edição2008 (São Paulo)

5ª Edição 2010***

Negra** (45,7%) (49,3%) (52,2%) (34,7%) (60.3%)Branca (51,9%) (48,7%) (44,8%) (63,2%) (38.7%)Indígena (1%) (0,7%) (1,5%) (0,5%) -Amarela - (1,3%) (1,5%) (1,6 %) (1,0%)Não responderam

(1,4%) Item obriga-tório

Item obriga-tório

Item obrigatório Item obriga-tório

* De acordo com as categorias do IBGE.**Soma das categorias Preto e Pardo.

Promoção da Igualdade nas Escolas: uma luta de mulheres e homens

Acompanhando os quadros da educação brasileira, o percen-tual de educadoras mulheres é significativamente superior ao de educadores. Isso acaba se refletindo também nas experiências inscritas no Prêmio Educar. Em geral, o índice de participação fe-minina se mantém acima dos 80%, enquanto a participação mas-culina abaixo dos 20%. Na 5ª Edição do Prêmio Educar, na cate-goria professor, 82,1% são de inscritas mulheres e apenas 17,9% de homens. Isso mostra que continua predominando o protago-nismo das mulheres nas iniciativas de promoção da igualdade étnico-racial na educação.

PROFESSORES INSCRITOS SEGUNDO O SEXO

sexo 1ª Edição2002

2ª Edição2004

3ª Edição2006

4ª Edição2008 (São Paulo)

5ª Edição 2010

Masculino (15.7%) (15.2%) (16.8%) (5,5%) 17,9%Feminino (84.3%) (84.8%) (83,2%) (94,5%) 82,1%

PARCEIROS DO CEERT NO PRÊMIO EDUCAR

Grupo Santander BrasilFundação Ford BrasilSecretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial SEPPIRFundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEFSecretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade – SECAD/MEC

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2524 Sumário

CEERT 20 ANOS

O Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualda-des (CEERT) completa 20 anos em 2010. Nasceu em 1990 com a ideia de intervir na área do trabalho no que diz respeito àpro-moção da igualdade racial. Trata-se de uma organização não--governamental que tem como missão trabalhar pela garantia de direitos da população negra, lutando pelo fim das desigualdades étnico-raciais. Para isso, desenvolve projetos nas áreas de acesso da população negra à Justiça, ao trabalho, diversidade no am-biente corporativo, liberdade de crença e por implementação de políticas públicas de educação, saúde, cidadania, dentre outras.

Atualmente conta com uma equipe de psicólogos, juristas, educadores, sociólogos, assistentes sociais e gestores de pessoal. Faz diagnósticos, elabora e implementa programas de promoção da igualdade racial e de valorização da diversidade étnico-racial em sindicatos, escolas, empresas e órgãos públicos, além de as-sessorar órgãos governamentais, instituições privadas e movi-mentos sociais em formação política, capacitação de pessoal e produção de material educativo.

Essa expertise permitiu a ampliação do diálogo com a socie-dade civil e com as agências públicas e atualmente o CEERT é publicamente reconhecido por parceiros institucionais, como organização preparada para prestar serviços que tenham como objetivo a luta contra o racismo e a promoção da igualdade racial e de valorização da diversidade étnico-racial. .

Mercado de Trabalho

O CEERT nasceu com uma tarefa pioneira, a de levar o debate sobre a desigualdade racial no trabalho para o movimento sindi-cal, para as empresas e para o poder público. Com a realização de pesquisas sobre a situação do trabalhador negro, os mecanismos de discriminação das empresas, a maneira como Estado lidava com esta temática e como o movimento sindical incorporava ou não essas questões em sua pauta.

Isso foi possível, primeiramente pelo trabalho desenvolvido pelos seus fundadores Maria Aparecida da Silva Bento e Hédio Silva Jr., que atuavam dentro do movimento sindical e no do Con-selho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, criado em 1984, no governo Franco Montoro.

Àquela época, a criação de políticas de promoção da igualda-de racial no trabalho demonstrava-se urgente, destacadamente a inclusão de trabalhadores negros no mercado. Em âmbito inter-nacional foi na década de 1980 que se realizou II Segunda Confe-rência Mundial de Combate ao Racismo e à Discriminação Racial (1983), ocorrida em Genebra, na Suíça.

No Brasil, era crescente o movimento pelo reconhecimento da questão racial como pauta fundamental das centrais sindicais. Neste sentido, as centrais se unem para a constituição do Insti-tuto Sindical Interamericano Pela Igualdade Racial (INSPIR), em 1990, com ativa participação do CEERT.

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2726 Sumário

Marcha “Zumbi dos Palmares pela vida”

Os anos pós-Constituição de 1988 registraram avanços na luta contra o racismo. A década seguinte registrou o crescimento da pressão social sobre o o Estado, provocadas, em especial pelo desvelamento do racismo, o desmascaramento do mito da de-mocracia racial e pelas reivindicações cada vez mais organizadas do Movimento Negro.

Em 1995, por exemplo, é criada a primeira Secretaria Nacional de Combate ao Racismo dentro de um partido – até aquele mo-mento era comum os partidos imputarem à pauta racial um lugar secundário na contradição capital x trabalho. É em 1995 também, que numa conjunção de forças no movimento negro realiza-se a “ Marcha Zumbi dos Palmares – contra o racismo, pela cidadania e a vida”, que elaborou e entregou à presidência da República um documento exigindo políticas públicas voltadas para a população negra.

Saúde, Educação e Direitos Humanos

Muitos estudos sobre a condição do negro foram sendo reali-zados na década de 1990. Uma boa parte deles objetivava des-construir o mito da democracia racial no país, que imperava des-de o início do século XX e que foi potencializado pela ditadura militar na década de 1970.

O CEERT amplia sua área de atuação e passa a intervir também em áreas como educação, saúde, psicologia do racismo, liberda-de de crença, acesso à Justiça e direito a igualdade racial, sem-pre na perspectiva de assegurar direitos e conjugando o trabalho de pesquisa e de produção de conhecimento com a aplicação de seus resultados em políticas públicas.

Aqui estão incluídos os estudos sobre a relevância do racismo para a constituição de uma subjetividade negra; a luta pela inclu-são do quesito raça/cor nos formulários dos serviços de saúde para gerar informação e, conseqüentemente, políticas de saúde específicas para a população negra; formação de educadores para a promoção de igualdade racial nas escolas; e formação de operadores do direito para trabalhar em ações sobre racismo e desigualdade racial.

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2928 Sumário

Educação para a igualdade racial e liberdade de crença

Com a chegada dos anos 2000 foi possível avaliar os avanços conseguidos ao longo da década anterior, mas tais avanços, longe de proporcionarem comodidade na luta pela promoção da igual-dade racial, provocaram novos desafios.

Em 2001, foi realizada a III Conferência Mundial contra o Racis-mo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e as Formas Conexas de Intolerância, em Durban, na África do Sul, com a participação do CEERT. Os compromissos selados em Durban trouxeram ao Brasil perspectivas de avanços nas políticas de inclusão racial, como as políticas de ações afirmativas (dentre elas, as cotas) no mercado de trabalho e no ensino superior.

Em 2003, ampliou-se ainda mais o leque de disputa, com a criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igual-dade Racial (Seppir) da Presidência da República e a aprovação da alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional pela Lei 10.639/2003 que obrigou a inclusão do ensino de História da África e dos Afrodescendentes nas escolas públicas de níveis fun-damental e médio. Foi também um período em que se impôs a necessidade de trazer a público o debate sobre a discriminação e o preconceito em relação às religiões de matrizes africanas.

O CEERT não apenas esteve presente nessas lutas, subsidiando e subscrevendo ações e políticas, mas também consolidou seus projetos para a construção de uma educação voltada à promoção da igualdade étnico-racial, na perspectiva de combater o precon-ceito na educação de crianças e jovens.

Diversidade no ambiente corporativo: nossa missão

Especificamente na área empresarial, ao menos três con-siderações orientam nosso trabalho, quais sejam:

1. programas de valorização da diversidade destinam-se à in-clusão e a promoção da igualdade de oportunidades e de trata-mento aos membros de grupos discriminados em função da cor, raça, etnia, origem, sexo, deficiências, idade, credo religioso e orientação sexual;

2. a valorização da diversidade encerra valores éticos fundados na busca da igualdade e da justiça; mas, além de um aspecto de responsabilidade social, trata-se igualmente de interesse corpo-rativo rigorosamente orientado para a realização dos objetivos do negócio;

3. A experiência demonstra que a valorização da diversidade aglutina desempenho, inovação, criatividade, versatilidade e agi-lidade, favorecendo a realização do negócio e otimizando a ima-gem da empresa.

Ao longo dos últimos anos desenvolvemos projetos inova-dores no Banco JP Morgan, Itaipu Binacional, República do Para-guai, FEBRABAN.

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3130 Sumário

Identidade e Direito à Comunicação

Após mais de 20 anos de democracia no país e da conquista de alguns direitos fundamentais, foi possível ao CEERT também abrir novas frentes de atuação , como a luta pela representação digna da identidade negra na mídia.

Já em 2005, uma grande realização foram as ações civis públi-cas movidas pelo CEERT contra emissoras de rádio e TV que re-tratavam de forma deturpada as religiões afro-brasileiras. Alguns anos depois, a organização realizou, em conjunto com o Observa-tório de Mídia, uma pesquisa sobre as formas de representação do negro em jornais e revistas.

Na esteira do que já vinha sendo desenvolvido pelo CEERT des-de a década anterior, foi possível estabelecer também novas par-cerias de trabalho, construir e consolidar o Prêmio Educar para a Igualdade Racial, além de consolidar a parceria com diferentes empresas e organizações da sociedade civil para a produção e im-plementação de políticas de combate ao racismo e de promoção da igualdade racial.

Categoria Professor

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3332 Sumário

Educação Infantil

Roda de história: uma vivência em Guiné-Bissau

“Um olhar atento do adulto para a construção positiva das identidades das crianças, trazendo para a roda o patrimônio cultural de seus familiares, valorizando a memória, a história e a diversidade etnicorracial.”

RESUMOO projeto pautou-se na construção positiva das identidades

das crianças, por meio dos brincos de tradição, das histórias e contos africanos e afro-brasileiros, envolvendo as histórias e cul-turas de suas famílias, em especial a de uma família africana de Guiné-Bissau, a qual participou de uma roda de conversa (histó-ria) com o grupo de crianças para contar sobre a sua história, va-lores, costumes e cultura.

TÍTULO DO TRABALHO: “Roda de história: uma vivência em Guiné-Bissau” CATEGORIA: Professor - Educação Infantil PROFESSORA ENVOLVIDA: LUCYMARA CORDEIRO BERNARDES MACHADO ESCOLA: ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL – EMEI ÂNGELO MARTINO CIDADE/ESTADO: SÃO PAULO/SP

OBJETIVOSContribuir para a construção da identidade positiva de cada

criança, em especial da criança negra. Oportunizar a todas as crianças conhecer, valorizar e respeitar a cultura africana, reco-nhecendo-se como afrodescendentes. Incluir uma das famílias das crianças – africana – no desenvolvimento do projeto.

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3534 Sumário

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas• Leitura de contos, mitos e histórias africanas e afro-brasileiras;

• Acesso a livros, mapa da África e materiais audiovisuais que valorizam a diversidade etnicorracial alimentando o universo infantil não explorado pela mídia;

• Conhecimento e apreciação das produções artísticas de Artur Bispo do Rosário, seguida da confecção coletiva do “Manto da Apresentação” do mesmo artista;

• Vivências de brincos de roda, de mãos, cantados, de versos e cantigas de ninar;

• Roda de história (e conversa) com uma das famílias das crianças do grupo sobre Guiné-Bissau, local de origem da mesma;

• Exibição para a comunida de escolar e discussão do filme “Vista Minha Pele”, produzido pelo CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades) e dirigido por Joel Zito de Araujo.

METODOLOGIA Usou-se da pedagogia que respeitasse as diferenças etnicorra-

ciais, de gênero, de orientação sexual, socioeconômica, de neces-sidades educacionais especiais e de religião. Rodas de conversa e de histórias lidas e contadas, tanto africanas como afro-brasi-leiras e indígenas; pesquisas em mapa da África e de significa-dos de nomes africanos; leitura de imagens, brincos de tradição; produções artísticas pelas crianças; painel de fotos das crianças e suas famílias; entrevistas com as famílias; exibição de filmes e registros.

RESULTADOS ALCANÇADOS Crianças com uma imagem positiva de si, respeitando as diver-

sidades, reconhecendo e valorizando o seu pertencimento etni-corracial e do outro.

Valorização pelas crianças da cultura africana através da am-pliação do conhecimento da mesma. Maior visibilidade das crian-ças negras na escola. Integração e envolvimento das famílias com a escola. Crianças com um repertório maior de brincos de tradi-ção da cultura brasileira e suas heranças africanas.

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3736 Sumário

GALERIA DE FOTOS: RODA DE HISTóRIA: UMA VIVÊNCIA EM GUINÉ-BISSAU

Festejando a Cultura Afro-Brasileira“Ensinar exige reconhecimento e assunção da identidade cultural” (Paulo Freire)

RESUMOO Projeto “Festejando a Cultura Afro-Brasileira” visou realizar

um trabalho pautado na diversidade, em particular na diversida-de racial, por focar no desenvolvimento da identidade da criança na medida em que foram resgatados valores e manifestações da cultura brasileira.

TÍTULO DO TRABALHO: Festejando a Cultura Afro-BrasileiraCATEGORIA EM QUE CONCORREU AO PRÊMIO: Professor PROFESSORES ENVOLVIDOS: Luzia Campos, Maria da Conceição Ramos, Antonia Soares, Fabiane Trinta, Neli da Silva, Zélia Lima, Maria Nilce da Silva, Maria José Melo, Elisângela Ribeiro, Lucilene da Silva, Giovanna Guimarães, Rita Matos, Ranna de Almeida, Marluce de Abreu, Mary Moreira, Eulália Lima, Maria Aparecida Santos, Maria de Fátima Figueiredo, Maria Joana Correia e Anayra Pinheiro. ESCOLA: Unidade de Ensino Básico Pastor Estevam Ângelo de Souza. CIDADE/ESTADO: São Luís/MA.

OBJETIVOSValorizar a diversidade etnicorracial com o intuito de respeitar

as diferentes expressões e suas características individuais, além de contribuir para a percepção corporal, através das brincadeiras, da musicalidade e da oralidade, essenciais para o desenvolvimen-to infantil.

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3938 Sumário

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDasLevantamento dos conhecimentos sobre a temática e am-

pliação dos mesmos. Leitura de contos africanos como “Ana e Ana” de Célia Godoy. Exibição do filme “Kiriku e a Feiticeira”; de DVDs, livros animados como “Berimbau”; de um documentário sobre animais da savana “Bichos da África”, entre outras. Dese-nhos livres; atividades de recorte e colagem sobre os persona-gens vistos e suas características. Práticas do jogo da Capoeira. Confecção de bonecos com jornais e tecido. Elaboração de livro e CD. Realização de desfile com indumentárias de personagens de certas manifestações afro-descendentes.

METODOLOGIA Rodas de conversa; pesquisas em livros, revistas, jornais e In-

ternet; apreciação de músicas e realização de movimentos; exi-bição de filmes e documentários; atividades de linguagem oral, escrita e de arte; visitas a museus; aulas de Capoeira; oficina de confecção de bonecas; apreciação de músicas; banho coletivo e pic-nic com o intuito de desenvolver a percepção corporal e a afetividade tanto referente a si mesmo quanto ao outro.

RESULTADOS ALCANÇADOS As experiências vivenciadas serviram de base para a constru-

ção da identidade etnicorracial, aumento da auto-estima e exer-cício da cidadania entre os envolvidos. Nas crianças, percebeu-se mais que um meio de expressão e socialização, mas uma forma efetiva de comunicação e transformação em atitudes de afetivi-dade. Elas revelaram sensibilidade às diferenças e contemplaram o princípio da corporeidade, conhecendo melhor o seu próprio corpo, respeitando e aceitando o corpo do outro, como possibi-lidade de trocas, encontros, construções, produção de saberes e conhecimentos coletivizados, compartilhados.

GALERIA DE FOTOS: FESTEJANDO A CULTURA AFRO-BRASILEIRA

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Vamos aprender com a MPB“Entre o oriente e o ocidente. Onde fica? Qual a origem da gente? Onde fica? África fica no meio do mapa do mundo do atlas da vida; Áfricas ficam na África que fica lá e aqui África ficará.” Trecho da música África (Palavra Cantada)

RESUMOO projeto “Vamos Aprender com a MPB?” proporcionou às

crianças – através de atividades que despertaram e estimularam o desenvolvimento da linguagem oral e escrita e ampliação do gosto musical – a valorização dos negros, índios e brancos em nossa herança cultural, estimulando o respeito à diversidade e contribuindo na construção da identidade. O projeto perpassou diferentes áreas do conhecimento utilizando a música como eixo norteador.

TÍTULO: “Vamos aprender com a MPB?” CATEGORIA: Educação InfantilPROFESSORA: Adriana Rodrigues dos SantosESCOLA: Centro Municipal de Educação Infantil Vovô Zezinho CIDADE/ESTADO: Salvador/BA

OBJETIVOS Despertar e desenvolver na criança – a partir da música po-

pular brasileira – o gosto musical, percebendo diferentes ritmos, sons e estilos, visando à valorização da nossa herança artística e cultural, assim como a contribuição dos negros, índios e brancos estimulando o respeito à diversidade e à construção da identida-de.

Respeitando os diferentes movimentos e tendências, favo-receu-se o desenvolvimento da linguagem oral e escrita, assim

como as diferentes áreas de conhecimento.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas As atividades foram desenvolvidas a partir de músicas da MPB,

proporcionando o contato com a história da música e com um re-pertório de qualidade mais apurada, partindo do pressuposto de que o trabalho com a língua materna tem um papel fundamental para ampliação da bagagem linguística das crianças, além de am-pliar o conhecimento do meio físico e sociocultural retratado pe-las músicas, valorizando a contribuição dos negros, índios e bran-cos. Cada música era apresentada de uma maneira diferente para aguçar a curiosidade e participação. Foram realizadas peças de teatro, fantoches, exposições, oficinas de músicas e instrumen-tos musicais, pesquisas, experiências, além de passeios ao mu-seu Afro-Brasileiro e de Etnologia, Praça Vinicius de Moraes, Casa de Música e Teatro Castro Alves onde assistiram a apresentação da orquestra NEOJIBÁ, apresentações do grupo dentro e fora da escola, além de recebermos a visita do arte-educador senegalês Doudou e das crianças do bloco afro Malê Debalê, contribuindo de forma positiva na construção da identidade e do respeito à diversidade e obtendo avanços em todas as áreas de conheci-mento.

METODOLOGIAA metodologia utilizada é a Pedagogia de Projetos, valendo

ressaltar que ele foi trabalhado de forma interdisciplinar, repen-sando a aprendizagem como um movimento indissociável entre as áreas de conhecimento.

Outro fator muito importante foi revisar com a turma o que já havíamos trabalhado em cada etapa, pois acredito que a am-pliação dos conhecimentos se dá através da construção de novas relações. A observação e o registro eram feitos diariamente, além

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de selecionar as atividades, fotos e relatos que iriam compor o portfólio do grupo. As músicas escolhidas foram devidamente selecionadas e apresentadas de diferentes maneiras, a fim de aguçar o interesse e respeitar a faixa etária dos mesmos.

RESULTADOS ALCANÇADOS A partir do projeto, as crianças conheceram novos ritmos e

ampliaram o seu repertório musical. Foi constatado também o desenvolvimento da linguagem oral e do vocabulário, possibili-tando também avanços na linguagem escrita e demais áreas de conhecimento. A turma aprendeu a trabalhar em grupo, respei-tar as diferenças e, principalmente, a serem mais cooperativos uns com os outros, demonstrando orgulho de fazer parte do gru-po etnicorracial ao qual pertence, motivo este de grande alegria.

GALERIA DE FOTOS: VAMOS APRENDER COM A MPB

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Batucando com a Princesa: Um encontro do samba com as brincadeiras infantis

“Das vivências ao samba, do samba às brincadeiras, das brincadeiras à valorização da cultura do nosso morro.”

RESUMO O universo do samba é muito significativo e presente no coti-

diano da creche, seja no momento em que as crianças represen-tam ser o mestre da bateria, a porta bandeira ou então um folião feliz que transforma um balde ou uma lata num instrumento mu-sical.

TÍTULO DO TRABALHO: Batucando com a Princesa: Um encontro do samba com as brincadeiras infantis CATEGORIA: Professor – Educação Infantil PROFESSORES ENVOLVIDOS: Adriana Maria Cardoso, Leila Andrade Dias, Marcia Theodorico Mezzomo, Regina Lacerda e Rosicléia dos Passos. ESCOLA: Creche Morro da Queimada – Secretaria Municipal de Educação CIDADE/ESTADO: Florianópolis/SC

OBJETIVOSConhecer a história da Escola de Samba Protegidos da Prince-

sa; explorar as diferentes linguagens; valorizar a cultura da co-munidade e reconhecer as manifestações da cultura africana em nosso cotidiano.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas • Investigação da origem do nome da escola de samba “Protegidos da Princesa”

• Leitura do livro chamado “Chico Rei”, do autor Renato Lima / Registro coletivo sobre o tema do livro. • Organização de um painel contando a história do projeto. • Construção de instrumentos musicais com latas e garrafas pet. • Entrevista com o presidente da escola de Samba Protegidos da Princesa e com um de seus integrantes mais antigos.• Passeio no Palácio Cruz e Sousa/Museu Histórico de Santa Catarina. • Passeio na Fundação Hassis. • Ida ao Festival Internacional de Mágica. • Ida no Encontro de Bois-de-Mamão de Norte a Sul. • Dramatização da história “Menina Bonita do Laço de Fita”. • Participação no V Seminário da Diversidade Etnicorracial. • Saída a campo: Galpão da Escola de Samba Protegidos da Princesa.

METODOLOGIA A pesquisa investigativa e o trabalho de campo criaram ações

que vieram ao encontro com o que as crianças indicavam como sendo significativas, atendendo assim seus desejos e ampliando o repertório infantil.

RESULTADOS ALCANÇADOS Com o desenvolvimento deste projeto foi possível construir

um caminho cheio de descobertas, mergulhamos no universo da cultura africana visando conhecer, respeitar e reconhecer as ricas manifestações culturais que estão presentes em nosso cotidiano e nasceu um espaço de criação, contribuição, mudança e cres-cimento, indicando que há muito a se construir na parceria Cre-che/Família/Comunidade, para uma aquisição sociocultural ativa e sadia entre todos, em especial entre nossas crianças.

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4746 Sumário

GALERIA DE FOTOS: BATUCANDO COM A PRINCESA: UM ENCONTRO DO SAMBA COM AS BRINCADEIRAS INFANTIS

Ensino Fundamental I

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4948 Sumário

Teatro e Letramento“Afirmar a negritude no palco da escola e no palco da vida é a peça que

se deseja ver em cartaz com recorde de público e de bilheteria!!!”

TÍTULO DO TRABALHO: Teatro e Letramento CATEGORIA: Professor PROFESSORES ENVOLVIDOS: Maria do Carmo Ferreira da Costa; Camila Natali Ferreira; Ana Amélia de Souza Gariano; Luciana Mara de Almeida; Escyla Cristina Soares; Julio César Amaro; Stephanie Lima da Silva; Silvio Duarte de Jesus; Rayanne Gabrielle de Jesus Almeida; Claudia Pereira da Silva; Pollyanna Mara dos Reis Gomes; Regina Márcia do Nascimento Costa; Auro da Silva; Maria Cristina Ferreira Bicalho; Olga de Souza Silveira; Luciana Mara da Almeida; Maria da Glória Martins de Melo; Claudio Mafra; Vilma Fátima; Marcos Antonio; Elvira; Veda; Marta; Marília; Carolina; Wellington; Bruno; Ana Angélica; Maria de Fátima; Meire e Maria Alice.ESCOLA: EM Belo Horizonte/Regional NOROESTECIDADE/ESTADO: Belo Horizonte/MG.

OBJETIVOS• Promover ações afirmativas através de dinâmicas de Leitura Literária Etnicorracial;

• Trabalhar a temática Etnicorracial (LDB alterada pela Lei 10.639/03);

• Produzir textos teatrais a partir da transposição de gênero textual (narrativo/dramatúrgico);

• Reforçar a autoestima dos alunos negros utilizando literatura temática afirmativa: textos/imagens.

PriNCiPais atiViDaDesBrinquedos e brincadeiras africanas e afro-brasileiras; jogos

dramáticos destacando a reconstrução de uma identidade etni-corracial negra positiva; dinâmicas de socialização, dinâmicas de autoafirmação; leitura de textos literários etnicorraciais; reconto oral e escrito; produção de textos teatrais; representação plástica dos textos lidos e adaptados para teatro; ensaio das peças; leitu-ra dramática dos textos produzidos coletivamente pelos diferen-tes grupos; confecção de cenário; apresentação teatral na escola e em outros espaços pertinentes; excursões em salas de teatro para formação de pIateia e laboratório de observação dos atores; visitas à bibliotecas; oficinas de cordel para ampliar o repertório de criatividade, de leitura, de produção textual, de desinibição corporal, oral, rítmica, estética e ética. Apresentação do conti-nente africano através de mapas, vídeos, contos tradicionais afri-canos, músicas africanas e de matriz africana, aspectos religiosos africanos e afro-brasileiros (orixás, candomblé, umbanda etc.)

Através de 02 oficinas semanais de 1 hora, os grupos de 15 a 20 alunos realizam as atividades de aquecimento, estudo sobre África, jogos dramáticos, esquetes, leituras literárias: “A Botija de Ouro” de Joel Rufino; “Betina” de Nilma Lino; “As Panquecas de Mama Panya” de Richard Chamberlin e Mary Chamberlin; “Ca-darços Desamarrados” de Madu Costa; e “Kofi e o Menino de Fogo” de Nei Lopes, entre outros. Os três primeiros foram trans-formados em teatro. Faz-se a representação plástica, o reconto oral e escrito, a adaptação para teatro, as brincadeiras africanas, a confecção de cenário, excursões e ensaios. Formam-se equipes por afinidades: atores, cenógrafos e apoio.

RESULTADOS ALCANÇADOS Há uma dinâmica de leitura criada e garantida. Houve a pro-

dução coletiva de textos teatrais. Um grande número de alunos negros afirmou sua negritude. Criaram-se grupos de teatro afro-

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descendente na escola. Ampliou-se o debate e as ações sobre racismo e bullying. A autoestima dos alunos negros da escola é visivelmente melhor se comparada ao período anterior ao pro-jeto. Muito será necessário fazer para se alcançar os resultados desejados para a igualdade racial, mas esse conjunto de ativida-des aponta um caminho frutífero. Outros projetos nesta temática estão se desenvolvendo na escola.

GALERIA DE FOTOS: TEATRO E LETRAMENTO

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5352 Sumário

Diferentes sim, Desiguais nunca! “As crianças não são naturalmente preconceituosas. Elas aprendem a

ser com os adultos.”

RESUMO É impossível, enquanto educadora, fechar os olhos e fingir que

não há discriminação no Brasil contra negros, indígenas, pesso-as portadoras de deficiências, pobres etc. Ao mesmo tempo em que as pessoas estão mais informatizadas e formadas, vemos a intolerância contra pessoas que não correspondem a um padrão crescente. Sendo educadora em uma comunidade quilombola, já pude constatar em várias situações que a cor ainda tem sido a causa de inúmeros conflitos e problemas, tanto na escola quanto na sociedade.

TÍTULO PROJETO: Diferentes sim, Desiguais nunca! CATEGORIA: Professor PROFESSORA: Célia Cristina Lima Lolico PROFESSORES ENVOLVIDOS: Catarina Ramalho e Eliana Cristina de Lima ESCOLA: EM Prof. Juarez Costa CIDADE/ESTADO: ltapeva/SP

OBJETIVOS GERAIS • Discutir e questionar o que é preconceito etnicorracial, discriminação e exclusão;

• Conscientizar as crianças da necessidade de compreender e respeitar a diversidade etnicorracial, as diferenças físicas e de gênero, para a formação de uma sociedade igualitária;

• Contribuir para a campanha da Cultura da Paz.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS• Incentivar o gosto pela leitura de histórias narradas;

• Desenvolver habilidade de escrever frases a partir de gravuras;

• Interpretar fatos da história a partir de perguntas sugeridas;

• Tratar a questão das diferenças, valorizando a diversidade a partir da raça negra.

PriNCiPais atiViDaDesConhecimentos prévios trabalhados pelo professor com os

alunos. Cada criança observou-se no espelho da sala e desenhou na folha A4 o que viu e, em seguida, pintou com lápis de cor, giz de cera ou tinta guache.

METODOLOGIAS Momento 1: Com o livro “Menina Bonita do Laço de Fita” nas mãos iniciou-se uma conversa informal com as crianças: Com quem a gente se parece? Todas as pessoas são iguais?

Mostrei a capa do livro “Menina Bonita do Laço de Fita” eperguntei: Quem será essa menina? Como ela é? Quais as suas características? Como ela parece estar se sentindo?

Em seguida, foi feita a leitura do livro pela professora Catarina Ramalho.

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Momento 2: Trabalhei oralmente as características físicas da menina, asso-

ciando às comparações do texto. Em seguida, realizei a interpre-tação do livro:

Qual era a cor da pele da menina? Parecia com o que? Quem se lembra?

Qual a conclusão que o coelho chegou sobre a cor da pele da menina?

Deixei claro para as crianças que cada um de nós tem caracte-rísticas próprias, herança da nossa família. Dessa forma, somos únicos, diferentes, mas não desiguais, o que nos torna especiais.

Momento 3:Montamos um painel de fotos das pessoas da comunidade,

onde estão presentes pais, avós, primos (a maioria delas paren-tes).

Diferenças: não basta reconhecê-Ias é preciso valorizá-Ias. A professora Eliana Cristina fez a leitura das fotos e pediu para

que as crianças procurassem em seus parentes alguma caracte-rística parecida com a sua.

Em seguida, foi verificado que a aluna Stefany apresenta várias semelhanças com a menina da história.

Momento 4: Confecção da Caixinha da História, montar a bonequinha ne-

gra com a escrita do texto. Foram confeccionados os livros da his-tória “Menina Bonita do Laço de Fita”.

Momento 5: Foi xerocado cada personagem da história, as crianças pinta-

ram os desenhos e realizaram o teatro da história.

Momento 6: Trabalhando com o mosaico, a atividade era recortar pedaci-

nhos de EVA e montar a personagem da história.

Momento 7: Com o auxílio de EVA e terra as crianças do 2° ano fizeram a

menina bonita

Momento 8:Foi feito o coelhinho da história com as peças do TANGRAN.

Momento 9: Abusando da Arte, os alunos ilustraram a história com carvão,

muita alegria nessa atividade.

Momento 10: Foram confeccionados fantoches de caixinhas de fósforo e as

crianças realizaram o teatrinho, mexendo os dedinhos.

RESULTADOS ALCANÇADOS• Respeito às diferenças, só assim formaremos cidadãos de verdade;

• Alunos com a estima elevada, não se sentindo discriminados, pois afinal existe uma história onde a heroína tem o mesmo tom de pele que eles;

• Alunos críticos e valorizando a sua raça que, afinal, ajudou a formar essa identidade mesclada do povo brasileiro.

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GALERIA DE FOTOS: DIFERENTES SIM, DESIGUAIS NUNCA!

Nem Chá, Nem Café: degustamos história e cultura negra

“Ao ler gostei muito, gostei tanto que decidi compartilhar minhas leitu-ras, a sabedoria e a beleza que existem no universo da literatura relaciona-da ao povo negro.”

RESUMO O Projeto visa valorizar as manifestações afro-brasileiras, pro-

porcionando reflexão e conhecimentos a partir das produções literárias, sejam elas direcionadas ao público infanto-juvenil ou adulto, possibilitando de modo prazeroso não só o reconheci-mento da nossa história e cultura, bem como, incentivando a lei-tura, colaborando para o rompimento das barreiras da discrimi-nação e do preconceito, pois alguns dos nossos alunos carregam duas marcas, de serem negros e deficientes.

TITULO DO TRABALHO: “Nem Chá, Nem Café: degustamos história e cultura negra”CATEGORIA: Professor – Fundamental IPROFESSORA ENVOLVIDA: Marielda Barcellos Medeiros ESCOLA: Escola Louis Braille para deficientes visuais CIDADE/ESTADO: Pelotas/RS

OBJETIVOProporcionar reflexão relacionada à História e Cultura Afro-Bra-

sileira a partir das produções literárias, apresentando sugestões práticas, não como verdades ou receitas, mas como possibilida-des a serem construídas, ampliadas, reinventadas e enriquecidas com a criatividade dos professores e alunos, bem como repudiar qualquer forma de relação preconceituosa, discriminatória e ex-cludente.

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5958 Sumário

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas Leitura e reflexão das histórias; elaboração e exposição de tra-

balhos; jogos; visitas/passeios fora da escola; preparação de re-feições a partir da culinária afro-brasileira; atividade cultural em novembro, e neste ano de 2010 estamos com o I Encontro de Capacitação.

METODOLOGIA O Projeto é desenvolvido em sala de aula, na biblioteca e espa-

ços dentro e fora da escola que possibilitem interação com as his-tórias, uma vez ao mês, de abril a novembro. Iniciamos escolhen-do os livros que serão trabalhados a cada mês, providenciamos materiais de suporte, tais como filmes, músicas, jogos entre ou-tros e encaminhamos atividades de registro como compreensão das histórias (desenho, pintura, colagem) e dramatização, entre outros. No mês de novembro, semana de comemoração a Zumbi dos Palmares, organizamos uma atividade cultural com apresen-tações artísticas diversas.

RESULTADOS ALCANÇADOS Os alunos percebem e valorizam as manifestações culturais

afro-brasileiras; apresentam e desenvolvem cuidados consigo e com os outros, numa relação fraterna de reconhecimento as di-ferenças; repudiam qualquer forma de relação preconceituosa, discriminatória e excludente (apelidos, linguagens pejorativas); contribuem no cuidado com o ambiente, organizando um acer-vo dos trabalhos para exposição; percebem que podemos nos relacionar a partir do que nos traz a filosofia africana, que não existem vencedores e vencidos, mas que o outro sempre tem a oportunidade do recomeço.

GALERIA DE FOTOS: NEM CHÁ, NEM CAFÉ: DEGUSTAMOS HISTóRIA E CULTURA NEGRA

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6160 Sumário

Projeto Orgulho e Consciência Negra“Que a cor da minha pele não seja motivo de conflitos. Mas prove que

nas diferenças constrói-se a riqueza de uma nação.”

RESUMOO projeto foi desenvolvido durante todo o ano letivo, intera-

gindo com outros projetos presentes na escola. Desta forma, em todos os bimestres, ações pedagógicas relacionadas com a diver-sidade cultural presente no Brasil e com a valorização da cultura africana e afro-brasileira foram desenvolvidas com os alunos, os quais quando se entendem como sujeitos históricos passam a va-lorizar e interagir com as diferentes culturas presentes na escola e na comunidade.

TÍTULO DO TRABALHO: Projeto Orgulho e Consciência Negra CATEGORIA: Professor PROFESSOR: Marcos Lopes dos Reis ESCOLA: Escola Classe 47 de CeilândiaCIDADE/ESTADO: Ceilândia/DF

OBJETIVO Democratizar o espaço escolar, valorizando e interagindo com

as matizes que o formam, para que os nossos alunos possam con-viver bem com a diversidade. Resgatar o orgulho da comunidade negra e possibilitar que todos conheçam sua história vitoriosa e aprendam a ter respeito por si e por aqueles que convivem em nossa escola e na sociedade.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas Pesquisa socioantropológica da turma; estudo da linha do

tempo com os grupos que formam o país; montagem da árvo-

re genealógica; apreciação de slides com características culturais dos grupos que formam o país; apreciação de músicas com dife-rentes ritmos; momento GRIOT (ouvindo e contando histórias, lendas e contos africanos); apreciação de filmes como “Kiriku e a Feiticeira”, “Kiriku e os Animais Selvagens”, “Vista minha Pele”, “Livros animados e Heróis do mundo” do programa A Cor da Cul-tura; visita à exposição “Africanidades”, organizada pelo sindicato dos professores do DF; reflexões sobre provérbios de diferentes grupos étnicos; confecção de painel para a exposição; montagem do coral Afro-Brasilidade para apresentar o Hino à África do Sul e outras músicas que destacam a cultura africana e afro-brasileira no dia 20 de novembro, dia da culminância do projeto.

METODOLOGIAO projeto foi desenvolvido considerando momentos em que

toda comunidade escolar esteve presente na escola. No primei-ro bimestre tem a festa da família, então desenvolvo o trabalho aproveitando a diversidade presente nas famílias. No segundo tem a festa junina, ótimo momento para trabalhar a diversida-de cultural. No terceiro tem a feira de ciência, tecnologia e lite-ratura, momento para se trabalhar contos africanos. No quarto há um maior destaque para cultura africana e afro-brasileira por conta da culminância do projeto.

RESULTADOS ALCANÇADOS Percebe-se que a autoestima dos alunos negros vem aumen-

tando. Os alunos negros e não negros da escola passaram a va-lorizar as diferentes culturas e, de acordo com depoimentos dos mesmos, isso é refletido na comunidade, pois quando presenciam situações preconceituosas sabem resolver os conflitos de forma inteligente. Agressões físicas motivadas por apelidos pejorativos já não existem, todos compreendem que tem uma identidade, uma origem, um jeito de ser próprio e ao mesmo tempo comum.

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6362 Sumário

GALERIA DE FOTOS: PROJETO ORGULHO E CONSCIÊNCIA NEGRA

Ensino Fundamental II

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6564 Sumário

Intercâmbio Cultural Pará/Brasil/Luanda--Angola: Um caminho a ser descoberto

“Intercâmbio, entrelaçamentos de vidas pessoais e culturais, partilha de saberes.”

RESUMODiscutir a relação etnicorracial na nossa sociedade brasileira

requer de nós um olhar crítico frente aos desafios de aceitação e respeito aos diferentes. A LDB alterada pela Lei 10.639/03 nos traz a necessidade de uma abordagem mais enfática da história da África e dos afros no currículo escolar. O Projeto surge como uma ação que visa ampliar conhecimentos e estreitar laços de povos semelhantes e diferentes.

TÍTULO: Intercâmbio Cultural Pará/Brasil/Luanda-Angola: Um caminho a ser descobertoCATEGORIA: Professor Ensino Fundamental anos finais (6ª a 9ª série) PROFESSORA: Clemilda Andrade ESCOLA: ERC de Educação Básica do Instituto Bom Pastor CIDADE/ESTADO: Ananindeua/Pará

OBJETIVODesenvolver a prática da produção escrita e oral; estabele-

cer relações intercambiais entre os alunos da Escola Bom Pastor Pará/Brasil e a Escola Bom Pastor Malange/Angola; partilhar sa-beres entre os alunos dos países; valorização das raízes de matriz africana identificando permanências e rupturas.

PriNCiPais atiViDaDes • Sessão do longa de animação “Kiriku e a Feiticeira”;

• Leituras e narrativas de contos africanos: “Menina Bonita do Laço de Fita”; “A criação do mundo nagô”; • Oficinas de bonecas; • Concursos de bonecos e bonecas negros e negras; • Elaboração de correspondências para Angola; • Angola: Quem sou? Onde estou?; pesquisa e estudos dos países africanos; localização; língua e bandeira; • Lendo Angola: leitura de texto em verso e prosa de autores angolanos.

METODOLOGIAAs abordagens foram feitas a partir de um tema âncora que

serviu como elemento norteador de toda discussão proposta.

O envolvimento das temáticas se deu de forma divertida, es-pontânea, criativa, com ambientação e simbologias, além de di-nâmicas que resgatam o sentido e o valor próprio do povo africa-no e afrodescendente.

Avaliação contínua, utilizando diferentes instrumentais.

RESULTADOS ALCANÇADOS• Os conhecimentos adquiridos pelos alunos e professores sobre Angola.• A parceria com os correios, que possibilitou a postagem e o envio das correspondências; • Elevação da autoestima dos alunos, principalmente dos alunos negros; • A confecção e envio de bonecos negros para Malange/Angola; • O recebimento de cartas, fotos e CDs.

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6766 Sumário

GALERIA DE FOTOS: INTERCÂMBIO CULTURAL PARÁ/ BRASIL / LUANDA-ANGOLA: UM CAMINHO A SER DESCOBERTO

Trabalhando as diferenças, superando o preconceito

“Quando você se defrontar com argumentos cheios de remorsos de que não existe discriminação racial no Brasil, que o preconceito contra o negro é social e que os negros são complexados, pergunte ao interlocutor cheio de culpas se já passou um dia de negro.” (Arnaldo Xavier)

RESUMOEste projeto é fruto de muita discussão no contexto escolar da

EMREB Prof.ª Hilda Caetano de Oliveira Leite de situações de pre-conceito e discriminação entre alunos do 6° ao 9° ano do ensino fundamental, onde através de um trabalho contínuo os resulta-dos já estão sendo satisfatórios, pelo respeito às diferenças.

TÍTULO DO TRABALHO: “Trabalhando as diferenças, superando o preconceito”CATEGORIA: Professor ESCOLA: EMREB Prof.ª Hilda Caetano de Oliveira LeiteCIDADE/ESTADO: Cuiabá/MT.

OBJETIVOProporcionar ao aluno a realização de estudo que permeie a

discussão sobre a história e a cultura afro-brasileira, bem como perceber as práticas racistas no contexto escolar.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas Ao longo destes três anos foram realizadas as seguintes ati-

vidades: análise de texto sobre a temática, filmes, produção de texto, produção de charges, quebra-cabeça, obra literária, cader-nos de receitas, dicionário com palavras africanas, apresentações

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6968 Sumário

culturais, palestras e oficinas.

METODOLOGIA Como melhor maneira de trabalhar a temática, utilizei apos-

tilas com textos sobre raça e racismo, aula expositiva, pesquisa, apresentações de pesquisas pelos alunos, pintura, produção tex-tual e seus derivados, projeções cinematográficas, documentá-rios, materiais pedagógicos e bibliografia diversa nas discussões.

RESULTADOS ALCANÇADOS Ao longo desse período, percebi o quanto as crianças foram

resistentes em trabalhar o tema, mas na medida do possível elas foram percebendo a grande importância de discutir essas situa-ções que estavam atrapalhando o bom andamento delas. Hoje percebo que o relacionamento entre elas é outro, em todas as atividades realizadas.

GALERIA DE FOTOS: TRABALHANDO AS DIFERENÇAS, SUPERANDO O PreCoNCeito

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7170 Sumário

Projeto Cinema Negro“A transformação da Literatura Afro-Brasileira em Cinema pelos pró-

prios alunos possibilita o ensino aprendizagem em Língua Portuguesa.”

RESUMO O Projeto Cinema Negro foi desenvolvido durante dois meses

no segundo semestre de 2009, com alunos de 14 e 15 anos, em uma escola pública de Belo Horizonte nas aulas de Língua Portu-guesa. Após a leitura de livros que compõem o Kit de Literatura Afro-Brasileira, os alunos os transformaram em roteiros cinema-tográficos e foram produzidos nove curtas-metragens.

TITULO DO TRABALHO: Projeto Cinema Negro CATEGORIA: Professor PROFESSORA ENVOLVIDA: Maria de Fátima Bessa Soares ESCOLA: Escola Municipal Florestan Fernandes CIDADE/ESTADO: Belo Horizonte/MG

OBJETIVOSensibilizar os alunos para temática etnicorracial; levá-los a

pensar sobre sua identidade negra na medida em que sua pró-pria imagem é usada para contar histórias de África; colocá-los em contato com o cinema e levá-los a ler e escrever de forma contextualizada e criativa.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas Os alunos leram os livros constantes no Kit de Literatura Afro

e, em seguida fizeram, em grupo, um resumo da história. Com o resumo em mãos e a turma dividida em grupos, a professora levou modelos de roteiros cinematográficos e explicou como se constrói esse tipo de texto e para quê serve. Os alunos, então

receberam fichas padronizadas para que cada grupo construísse o seu próprio roteiro. Passando por alguns momentos de rees-crita, os roteiros foram digitados pela professora e repassados à equipe de filmagem (Produtora Café Pingado Filmes, que realizou a oficina de Cinema). Para a produção dos filmes, os alunos pre-cisaram voltar à leitura dos livros várias vezes até se apropriarem do texto.

METODOLOGIA Leitura extraclasse, produção de textos, aulas expositivas,

atendimento individual e trabalhos em grupo.

RESULTADOS ALCANÇADOS Com a produção dos filmes, os alunos foram levados a pensar

sobre sua própria identidade, uma vez que seus corpos foram usados para narrar histórias vividas por personagens africanos. Além da Leitura e da Escrita, o projeto ajudou a inserir a discus-são etnicorracial nas aulas de Língua Portuguesa.

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7372 Sumário

GALERIA DE FOTOS: PROJETO CINEMA NEGRO

Historiando as Expressões Culturais Afro--Brasileiras no Ambiente Escolar

“Ritmos e cores transformando o ambiente escolar em uma teia plurié-tnica, capaz de construir uma nação participativa e democrática.” (Sérgio Murilo)

RESUMOO Projeto “Historiando as Expressões Culturais Afro-Brasileiras

no Ambiente Escolar”, desenvolvido na EMEF Liceu de Maraca-naú trouxe para a sala de aula atividades multidisciplinares, que valorizam a cultura afro-brasileira com o objetivo de proporcio-nar conhecimento sobre a história e a cultura africana e dos afro-descendentes, introduzindo a LDB alterada pela Lei 10.639/03 no dia a dia da comunidade escolar.

TÍTULO DO TRABALHO: “Historiando as Expressões Culturais Afro-Brasileiras no Ambiente Escolar” CATEGORIA: Ensino Fundamental anos finais (6° ao 9°) PROFESSOR ENVOLVIDO: Sérgio Murilo Batista Barros ESCOLA: Escola Municipal de Ensino Fundamental Liceu de Maracanaú CIDADE/ESTADO: Maracanaú/CE

OBJETIVO Reconhecer a influência e a contribuição da História e da cul-

tura africana e dos afrodescendentes na formação do povo bra-sileiro, valorizando suas expressões artísticas e culturais para promoção do respeito às relações etnicorraciais, construção de identidades e repúdio às discriminações.

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7574 Sumário

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDasAnálise das imagens, ideias e representações sobre o conti-

nente africano veiculado pelas mídias e livro didático, entre ou-tros. Pesquisa sobre curiosidade do continente africano e pro-dução de estandartes, criando frases de respeito à diversidade etnicorracial. Elaboração de uma ficha de identificação na comu-nidade das expressões culturais: capoeira, grafite, hip-hop, sam-ba compondo um mosaico de tradições em um caldeirão vibrante que alimenta a produção cultural do município de Maracanaú e transforma o ambiente escolar em uma teia pluriétnica de ritmos e cores; produção de cordéis, textos diversos, painéis (desenhos e pinturas) sobre a temática africanidades e roda de conversa, seguida de relato oral com histórias de vida dos representantes de terreiros e afrodescendentes, entre outras ações.

METODOLOGIA O “Historiando as Expressões Culturais Afro-Brasileiras no Am-

biente Escolar” foi desenvolvido através da criação de oficinas temáticas (Afro Arte) sobre as relações etnicorraciais. Essas ofici-nas se efetivaram com pesquisas onde os alunos tiveram a opor-tunidade de utilizar as mais diversas manifestações artísticas e culturais, tais como teatro, poesia, pintura, dança e música, como forma de fazer uma releitura da história e cultura afro-brasileira, buscando na igualdade o respeito à diferença.

RESULTADOS ALCANÇADOS A partir da realização do projeto, percebemos que o sentimen-

to de pertença aflorou em alguns de nossos estudantes que ou-trora rejeitavam sua herança étnica; bem como contribuiu para a melhoria das relações interpessoais minimizando as discrimina-ções e promovendo o respeito à diversidade etnicorracial. Outro resultado foi o despertar da importância de se trabalhar as rela-ções etnicorraciais nas demais disciplinas, fato este que provocou iniciativas interdisciplinares sobre o tema.

GALERIA DE FOTOS: HISTORIANDO AS EXPRESSõES CULTURAIS AFRO-BRASILEIRAS NO AMBIENTE ESCOLAR

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7776 Sumário

Ensino Médio

Projeto Pérola Negra - Renascimento Afri-cano em Terras Brasileiras

“É primordial ampliar o espaço de discussão, estudo, pesquisa e reflexão sobre a diversidade e a história das diversas etnias que formam o povo bra-sileiro, valorizando e reconhecendo suas lutas e heranças na atualidade.”

RESUMO O Projeto Pérola Negra busca a valorização da ascendência

africana por meio de oficinas de formação de professores e da prática pedagógica em contexto escolar e local no intuito de co-tidianizar a LDB alterada pelas Leis 10.639/03 e 11.645/08, efeti-vando a inserção da educação etnicorracial na esfera educacional e cultural do município de Acaraú. Pois não basta que haja leis, é preciso efetivá-las, dando subsídios a professores e alunos.

TÍTULO DO TRABALHO: Projeto Pérola Negra - Renascimento Africano em Terras Brasileiras CATEGORIA: Professor – Ensino Médio PROFESSORA: Maria Socorro Brandão Everton PROFESSORES MEDIADORES: Edna Carvalho - LP; Klaudenir Ferreira - LE; Conceição Nascimento - LE; Leiliane Guimarães - ARTE; Ildiana Azevedo - EF; Roberto Vasconcelos Chaves - FIL/SOC; Alex Araújo - GEO; Estevão Silveira e Socorro Brandão - HIST; Edilene Silva - BIO; Edcarlos Vasconcelos – MAT APOIO INDISPENSÁVEL: Núcleo Gestor: Fabiana Carvalho,Erisvan Alves, Gillenê Vasconcelos e Nágila Freitas; Profª do Lie: Cáritas Nogueira; Prof. de Química e Física: Emanuel Bento e Marília Marinho e Centro de Multimeios PARCERIAS IMPRESCINDÍVEIS: Secretaria de Cultura e Turismo; Secretaria de Educação; 3ª CREDE e Câmara Legislativa Municipal de Acaraú ESCOLA: Escola de Estadual de Educação Profissional Tomaz

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7978 Sumário

Pompeu de Sousa BrasilCIDADE/ESTADO: Acaraú/CE

OBJETIVOS • Efetivar a legislação da temática da Educação etnicorracial;

• Cotidianizar ações educativas e culturais de valorização das manifestações afro-brasileira e indígena, aumentando a auto-estima de indivíduos não-brancos;

• Sensibilizar e oportunizar a formação de professores, preparando-os para desenvolverem uma educação etnicorracial mais efetiva, eficiente e eficaz.

atiViDaDes DeseNVolViDas1) Palestras de sensibilização e planejamento: gestores, professores, alunos, Grêmio Estudantil, Secretários deEducação e Cultura e Câmara Municipal; 2) Oficinas de capacitação: professores e alunos gremistas; 3) Execução de aulas teóricas e práticas: Estudo e reflexão de textos e imagens; Pesquisa de Campo: “Nossa Escola Combate a Discriminação?” e tabulação em dados estatísticos; Concurso Literário e Artes Visuais; produção de painéis temáticos; números artísticos; produção de seminários pelos alunos – Civilizações Africanas; 4) Articulação para aprovação de Projeto de Lei junto à Câmara Municipal; 5) Culminância - Dia da Consciência Negra: passeata, sessão da Câmara; apresentação de grupos artísticos das regiões dostrabalhos produzidos e desfile Beleza Negra.

METODOLOGIA A metodologia se desenvolve através de sensibilização e de

construção prática-teórica com professores, gestores e alunos, além da sensibilização de parceiros fora do ambiente escolar. A intenção é ampliar a execução do projeto em outras escolas da rede estadual e da rede municipal. Em todas as fases houve a participação de todos os envolvidos na construção de novos sa-beres e na construção de uma autoestima positiva dos indivíduos não-brancos, repudiando toda e qualquer forma de preconceito e discriminação e valorizando nossa herança africana e indígena.

RESULTADOS ALCANÇADOS • Sensibilização e envolvimento de diversos segmentos da sociedade nas discussões sobre as relações e a educação etnicorracial;

• Professores mais preparados para efetivarem a educação etnicorracial;

• Valorização da imagem e da autoestima de alunos e indivíduos não-brancos;

• Lei Municipal: incentiva estudos da temática afrodescendente e indígena nas escolas municipais e inclui o Dia da Consciência Negra nas festividades locais.

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8180 Sumário

GALERIA DE FOTOS: PROJETO PÉROLA NEGRA - RENASCIMENTO AFRICANO EM TERRAS BRASILEIRAS

História de negros do Baixo Amazonas: Bom Jardim, estudo de caso de uma co-munidade negra em busca da sua iden-tidade quilombola – período de 1996 a

2006

“Conhecer a história do negro no Pará requer uma análise através das memórias dos descendentes que hoje se articulam politicamente pela luta da terra e direitos sociais.”

RESUMO A pesquisa realizada em Bom Jardim objetivou, dentre outras

coisas, discutir a história do negro no Pará sob a ótica dos qui-lombos, tendo em vista o movimento quilombola articulado em Bom Jardim. Assim, as lembranças das lideranças dos moradores foram relevantes para repensar a história dos descendentes de escravizados na Amazônia, problematizando o conceito quilom-bo no sentido de discutir o negro como sujeito político.

TÍTULO DO TRABALHO: História de negros do Baixo Amazonas: Bom Jardim, estudo de caso de uma comunidade negra em busca da sua identidade quilombola – período de 1996 a 2006CATEGORIA: Professor PROFESSORA ENVOLVIDA: Cláudia Laurido Figueira ESCOLA: Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José de Alencar CIDADE/ESTADO: Santarém/PA

OBJETIVO

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8382 Sumário

Registrar, através da metodologia da história oral, a trajetória do movimento quilombola em Bom Jardim. Discutir o conceito de quilombo a partir dos discursos das lideranças. Analisar o proces-so de ressignificação da identidade quilombola em Bom Jardim. Produzir documentário em vídeo sobre a trajetória do movimen-to quilombola em Bom Jardim.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas Para desenvolver a pesquisa inicialmente foi abordada em clas-

se a relevância do estudo da África, através de textos e análise de documentários e filmes. Em seguida, os alunos foram desafiados a estudar e elaborar ficha de leitura de textos que abordavam temas como quilombo, memória, identidade e poder; além dis-so, oficinas de metodologia da história oral e produção de vídeo foram organizadas para os alunos elaborarem roteiros de entre-vista e de filmagem; pesquisa em jornais no Instituto Boanerges Sena; visitas à Federação dos Quilombos de Santarém e no qui-lombo Bom Jardim para a realização de entrevistas e filmagem; transcrição de entrevistas e análise; filmagem; registro fotográfi-co; produção do documentário; produção de artigo e produção de documentário em vídeo. Outra atividade desenvolvida pelos alunos foi a participação da programação do Dia da Consciência Negra realizada em Murumuru e exposição do trabalho no cam-pus universitário de Santarém – UFPA e Feiras Regionais.

METODOLOGIA A pesquisa em Bom Jardim consistiu em exercício de constru-

ção do saber histórico a partir do conceito “Quilombo”. Através da metodologia da história oral foram entrevistados moradores antigos e lideranças que participaram do movimento quilombo-la. As entrevistas seguiram três eixos básicos: histórias contadas pelos antigos, gênese do movimento quilombola e o significado de quilombo. Além das entrevistas, foram analisados artigos de

jornais da década de 1990.

RESULTADOS ALCANÇADOS O resultado do trabalho foi a produção de artigo e documen-

tário em vídeo. O artigo teve por objetivo discutir a trajetória das lideranças quilombolas de Bom Jardim na luta pela titulação da terra. O documentário traduziu material didático que sintetiza o discurso das lideranças nesse processo, destacando as lembran-ças e o significado de quilombola no contexto do movimento atu-al. O documentário foi produzido pelos alunos de Ensino Médio no laboratório da escola. Os programas utilizados para a produ-ção do vídeo foram o Linux e o Cinelera.

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8584 Sumário

GALERIA DE FOTOS: HISTóRIA DE NEGROS DO BAIXO AMAZONAS

Etnomatemática: Jogos Milenares da Áfri-ca

“Nos jogos de origem africana não há um vencedor ou perdedor, para vencer é preciso que se dê a possibilidade do adversário recomeçar.”

“Sinto-me muito feliz em ser negro, sabendo que meus antepassados construíram jogos que contribuem para a matemática. Eu sou negro sim.” Aluno Pedro Nery Santos Filhos (57 anos, EJA médio)

TÍTULO: Etnomatemática: Jogos Milenares da África CATEGORIA: Professore – Ensino Médio PROFESSORA: Odalícia Oliveira Neves Conceição PROFESSORES ENVOLVIDOS: Flávia Adriane Oliveira da Silva e Paulo Sidney Amaral ESCOLA: Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Jornalista Rômulo MaioranaCIDADE/ESTADO: Ananindeua/PA

OBJETIVO Proporcionar aos educandos a implementação da LDB altera-

da pela Lei 10.639/03, a partir do conhecimento da África e sua diversidade, a partir dos jogos de origem africana, facilitando as-sim o processo ensino aprendizagem, desenvolvendo raciocínio lógico, nos conteúdos de Matemática, Geografia e Filosofia dos alunos da EJA médio.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas • Exibição de filmes com histórias reais e documentários sobre a África. • Trabalho sobre a questão racial utilizando música.• Visitas a Comunidade Remanescente de Quilombo Abacatal, município de Ananindeua, para pesquisar sobre cultura,

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8786 Sumário

situação econômica e social.• Pesquisa de jogos de origem África, nome dos países, capitais, população e política. • Confecção de cartazes, mapas e os jogos, apresentados em seminários. • Roda de conversas sobre experiências, opiniões e conhecimentos adquiridos. • Escolha dos melhores trabalhos para apresentar na Programação da Semana da Consciência Negra. • Trabalho do conteúdo de sequência e função a partir dos jogos trabalhados, SENAT, SONA e MANCALA.

METODOLOGIA Sensibilização dos alunos negros e não negros sobre a África,

nossas origens e, principalmente, aprender a respeitar e valorizar a contribuição da cultura africana nas várias áreas do conheci-mento humano. Promovendo seções de filmes, visita à comuni-dade quilombola, rodas de conversas, confecção de mapas, car-tazes e jogos (compreender a presença da matemática nos jogos de origem africana), apresentação de seminários e relatos das experiências vividas pelos alunos.

RESULTADOS ALCANÇADOS Mudança de comportamento dos alunos não negros, as-

sim como o avanço na aceitação e autoestima dos negros “Ser Negro(a)”, bem como a superação do preconceito, racismo e dis-criminação sofridos principalmente dentro do ambiente escolar, suas opiniões referentes ao continente africano e à relação etni-corracial.

GALERIA DE FOTOS: ETNOMATEMÁTICA: JOGOS MILENARES DA ÁFRICA

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8988 Sumário

Redescobrindo e Valorizando nossa Histó-ria na perspectiva da Pluralidade Cultural

“[u.] a cultura da qual nos alimentamos cotidianamente é fruto de to-dos os segmentos étnicos que, apesar das condições desiguais nos quais se desenvolveu, têm contribuído, cada qual a seu modo, para a riqueza e a identidade nacional”. (Kabengele Munanga)

RESUMO Pautados nos princípios básicos do Ensino Médio e na LDB al-

terada pela Lei 10.639/03, que legitima o ensino da História da África e da cultura afro-brasileira, o projeto “Redescobrindo e Valorizando nossa História” funciona como suporte fundamental para maior conhecimento e valorização da cultura local e nacio-nal, com a intenção de suscitar nos alunos o interesse pela in-vestigação e integração com a comunidade, a fim de resgatar a historicidade dos povos que constituem nossa história.

TÍTULO DO TRABALHO: Redescobrindo e Valorizando nossa História na perspectiva da Pluralidade Cultural CATEGORIA: Professor PROFESSORES ENVOLVIDOS: Anett Neila França Sousa Silva – História Maria Joana Pereira – Língua Portuguesa e Literatura ESCOLA: Escola de Educação Básica e Profissional “Fundação Bradesco” CIDADE/ESTADO: Pinheiro/MA

OBJETIVO Resgatar o patrimônio histórico cultural do município de Pi-

nheiro e municípios circunvizinhos, valorizando a diversidade cultural e reconhecendo a importância do negro na formação da identidade cultural do povo brasileiro.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas Leitura e exibição de material de apoio: poemas “Navio Negrei-

ro” e “Os Escravos” (Castro Alves), filme Amistad (Steven Spiel-berg), documentários sobre comunidades quilombolas (Canal Fu-tura, TV Escola e Eletrobrás) e programa Heróis de Todo Mundo (Projeto a Cor da Cultura). Palestra na escola com membros do Movimento Negro (Raízes) de Pinheiro/MA, com o objetivo de enfatizar a contribuição da cultura negra na sociedade contem-porânea e oportunizar aos alunos tomarem-se multiplicadores da valorização da cultura regional. Pesquisa in loco com o grupo de Tambor de Crioula “Ginga do Zé Macaco”. Estudo do meio am-biente na comunidade quilombola “Quilombo do FrechaI” e na cidade de Alcântara, para realização de pesquisas e entrevistas. Montagem de Painel Ilustrativo na Semana da Consciência Negra.

METODOLOGIA Leitura de obras literárias: “Os Escravos”, “Navio Negreiro”.

Veiculação do filme Amistad (Steven Spielberg), documentários sobre as comunidades quilombolas (Canal Futura - Projeto a Cor da Cultura). Palestra com líder do Movimento Negro. Pesquisas bibliográficas e nos grupos organizados da cidade de Pinheiro so-bre as contribuições culturais do negro na sociedade brasileira. Estudo do meio ambiente no Quilombo FrechaI e na cidade de Alcântara. Socialização e debates das atividades desenvolvidas por meio do Painel Ilustrativo na Semana da Consciência Negra.

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9190 Sumário

RESULTADOS ALCANÇADOS Percebemos ao longo das atividades desenvolvidas a serieda-

de, o compromisso e o respeito com que os alunos passaram a visualizar tal realidade, além do desejo de aprofundar os estudos sobre a temática. Acreditamos que os objetivos de fato foram al-cançados à medida que observamos o envolvimento e a divulga-ção do que foi aprendido pelos alunos da escola. Foi perceptível o aprendizado adquirido e principalmente o respeito à diversidade, quebrando desta forma “tabus” e reconstruindo conceitos acerca das contribuições do negro na nossa sociedade.

GALERIA DE FOTOS: REDESCOBRINDO E VALORIZANDO NOSSA HISTóRIANA PERSPECTIVA DA PLURALIDADE CULTURAL

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9392 Sumário

Mãe África no Tocantins“A cultura afro-indígena inserida na educação, na família e na sociedade

transformando vidas.” (Maria Luiza Barbosa da Silva)

RESUMO Esta experiência “Mãe África no Tocantins” foi idealizada a

partir da necessidade de se trabalhar na sala de aula a LDB alte-rada pela Lei 10.639/03 por professores militantes do movimento negro e assumida por várias áreas do conhecimento. Contou com a participação dos alunos da segunda fase do Ensino Fundamen-tal e Ensino Médio. Foi norteada pela concepção de educação popular, segundo o método de Paulo Freire.

TITULO DO TRABALHO: Mãe África no Tocantins CATEGORIA: Ensino Fundamental PROFESSORES ENVOLVIDOS: Maria Luiza Barbosa da Silva, Rosimar Neres de Sousa Oliveira, Maria de Jesus Monteiro, Silvio Inácio Moreira, Carmina Carvalho, Zanir Jussara, Fernando Oliveira, Jose Costa e Silva, João Coelho e os coordenadores Pedagógicos Ivanilene Monteiro, Solimar Alves dos Santos, e os professores bilíngüe Sinval Xerente, Fernando Xerente e Rogério Srõne Xerente. ESCOLA: Centro Educativo Fé e Alegria – Frei Antônio CIDADE/ESTADO: Tocantínia/TO

OBJETIVO Desenvolver ações que visem à aplicação da LDB alterada pe-

las Leis 10.639/03 e 11.645/08, no intuito de valorizar, respeitar e preservar as tradições culturais materiais e imateriais dos afro-descendentes e indígenas que são sinais de resistência, solidarie-dade e vida para a educação no mundo globalizado.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas As ações foram desenvolvidas em quatro etapas: Primeiro, a

pesquisa de campo na Rua 31 de março conhecida como “rua dos pretos”. Os alunos constataram que essa identificação surgiu há anos, pois os habitantes na sua maioria eram negros (o pescador, o canoeiro, o batedor de algodão, a dona fiadeira, a doméstica, o professor). São oriundos desta região, alunos e professores, evidência bloco nº 1. A segunda, a Semana dos Povos Indígenas: palestra com especialista em “Direitos Indígenas nos 20 anos da Constituição Federal”. O terceiro foi o Fórum do Conhecimento, com exposição dos principais trabalhos que foram socializados com a comunidade externa. O quarto, visita à Comunidade Qui-lombola Remanescente da Guerra do Paraguai: Barra da Aroeira no Município de Santa Teresa. Caravana de alunos, professores, pais e membros da comunidade.

METODOLOGIA Pesquisa de campo, entrevistas, Programas nas Rádios Comu-

nitárias como a 87,9 Nova FM e a 104,9 Miracema FM, pesquisas bibliográficas, apresentação de seminários, produção de textos pelos alunos, aulas expositivas, estudo em grupo, exibição de fil-mes, debates, simpósio, fórum e visita/turismo e montagem e apresentação de peças de teatro, confecção de murais e painéis.

RESULTADOS ALCANÇADOS Estas experiências proporcionaram aos professores e alunos

um grande debate, questionamentos em relação à ocupação e surgimento do município no século XIX com os aldeamentos indí-genas, período áureo, chegada dos negros, hoje trabalhada como História oral regional e difundida pelas Rádios Comunitárias. As-sim, as Políticas Públicas Etnicorraciais: Os Direitos Indígenas, Quilombola e as Ações Afirmativas são conhecidas e defendidas, nos trabalhos, na escola e na comunidade.

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9594 Sumário

GALERIA DE FOTOS: MÃE ÁFRICA NO TOCANTINS

Categoria Gestão Escolar

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9796 Sumário

Educação Infantil

Festejando a Cultura Afro-Brasileira “A construção da autoestima positiva é estabelecida no cotidiano de

respeito ao outro, na superação de atitudes preconceituosas, no conheci-mento de nossas raízes culturais e na afetividade entre as pessoas.”

RESUMO O Projeto Festejando a Cultura Afro-Brasileira aborda a diver-

sidade etnicorracial, valorizando a construção da autoestima e afetividade nas relações sociais das crianças, a partir do resgate cultural, em especial da população negra, utilizando-se da lingua-gem artística, da literatura infantil, da expressão corporal e das tradições essenciais para a construção da cidadania.

TÍTULO: Festejando a Cultura Afro-Brasileira CATEGORIA EM QUE CONCORREU AO PRÊMIO: Categoria Escola PROFESSORAS ENVOLVIDAS: Edna Maria Cabral Martins – Gestora Escolar Fernanda Correa Castro – Coordenadora Pedagógica Maria do Socorro Pereira Correia – Coordenadora Pedagógica PROFESSORAS: Anayra Souza Pinheiro Antonia Ferreira de Moura Soares Elisangela de Sousa Ribeiro Eulália Cristina Frazão Lima Fabiane Pinheiro Trinta Giovanna da Silva Guimarães Lucilene Lima da Silva Luzia Maria Pessoa Campo Maria Aparecida de Souza Santos Marluce Conceição de Abreu Mary Lurdes Moreira Maria da Conceição Rocha Ramos

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9998 Sumário

Maria de Fátima Pinheiro Figueiredo Maria Joana Melo Correia Maria José de Jesus Melo Maria Nilce Araújo da Silva Neli Pereira da Silva Ranna Tathima Pinheiro de Almeida Rita de Cássia Lemos de Matos Zélia Lima ESCOLA: UEB Pastor Estevam Ângelo de SouzaCIDADE/ESTADO: São Luís/MA

OBJETIVO Valorizar a importância da pluralidade racial no sentido de con-

tribuir na construção da identidade da criança, através da brin-cadeira, da musicalidade, da oralidade e da corporeidade, além de elevar a autoestima por meio da vivência de alguns valores e referências afro-brasileiras.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas Apresentação e apreciação de alguns materiais referentes à

temática na semana pedagógica; definição de estratégias para a realização do projeto junto ao conselho escolar; formações con-tinuadas e planejamentos didáticos para estruturação do proje-to; abertura envolvendo a comunidade; oficinas de confecção de bonecos(a) negros(a) e penteados afros; acompanhamento de atividade da gestão de sala de aula; visitas a museus e centros culturais; desfile cívico contemplando pelotão sobre a etnia ra-cial; alusão reflexiva e cultural ao Dia Nacional da Consciência Ne-gra; ensaios dos produtos finais do projeto; encerramento com apresentações das crianças e grupos culturais do bairro; avalia-ção durante e após o desenvolvimento do projeto.

METODOLOGIA Viabilização do desenvolvimento do projeto por meio do di-

álogo, da organização de espaço e tempo para formações conti-nuadas e planejamentos didáticos; pesquisas bibliográficas; dis-cussões e reflexões; articulação e estabelecimento de parcerias; promoção de oficinas e outros eventos envolvendo os familiares durante as etapas do projeto; acompanhamento da gestão de sala de aula, através de observação, registro e avaliação.

RESULTADOS ALCANÇADOS Contribuição na valorização da diversidade da cultura afro-

-brasileira entre as crianças e a comunidade escolar, efetivando a construção da identidade, aumentando a autoestima e o exer-cício da cidadania; melhor abordagem dos conteúdos por parte dos professores; maior envolvimento nas atividades pelos dife-rentes segmentos de profissionais da escola e familiares; mudan-ça de atitudes relacionadas a preconceitos sobre a cultura afro--brasileira.

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GALERIA DE FOTOS: FESTEJANDO A CULTURA AFRO-BRASILEIRA

Quem conta um Conto, Axé“Ler as lendas africanas é (re) descobrir um mundo secreto cheio de be-

lezas, encantos e axé!”

RESUMO As lendas africanas são envolventes e despertam a imaginação

e a criatividade, possibilitando promover os aspectos culturais no trabalho com as crianças, bem como com seus familiares.

TÍTULO DO TRABALHO: Quem conta um Conto, Axé CATEGORIA: Educação Infantil PROFESSORES ENVOLVIDOS: Fabiana Santos Costa. ESCOLA: EMEI CEU Jorge Amado. CIDADE/ESTADO: São Paulo/SP.

OBJETIVO Promover elementos da cultura africana através das lendas.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas • Rodas de leituras sobre livros de lendas africanas;

• Discussões sobre os aspectos culturais e contextos dessas lendas;

• Dramatização das lendas;

• Desenhos para ilustrar as lendas;

• Pesquisas na Internet sobre outras lendas africanas;

• Confecção de um livro individual, com resumos das lendas

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e desenhos, sendo os textos ditados pelos alunos, e a professora como escriba na lousa. Em seguida, os alunos copiavam em seus livros;

• Montagem de um “desenho animado” sobre uma lenda (Power Point);

• Mostra de trabalhos na Feira Cultural.

METODOLOGIAPartindo da leitura de livros com lendas africanas, contextua-

lizar a lenda lida (local, costumes do povo, o que vestem, caçam, onde moram etc.). A partir da leitura, ampliar gradativamente as atividades e incentivar os alunos a contarem em casa o que ou-viram na escola e nos trazerem as reações de sua família a partir dos conhecimentos transmitidos.

RESULTADOS ALCANÇADOS O interesse das crianças pela cultura africana; o envolvimen-

to dos pais que compareceram em massa na Feira Cultural, pois queriam ver de perto o que seus filhos lhes contavam em casa.

GALERIA DE FOTOS: QUEM CONTA UM CONTO, AXÉ

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A ÁFRICA ESTÁ EM NóS: trabalhando igualdade racial com bebês e crianças-

bem pequenas “O berço da igualdade pode estar na possibilidade de oportunizar, aos

bebês e às crianças pequenininhas, contextos educativos que valorizem as bonitezas e riquezas das diferenças etnicorraciais, construindo o sentimen-to de pertencimento cultural.”

RESUMO O que significa trabalhar as questões etnicorraciais com crian-

ças de 0 a 3 anos? Essa inquietação, fomentada pela escuta e vivência de situações concretas de preconceito e discriminação, impulsionou o coletivo de educadores do CEI a pensar e construir contextos educativos que fortalecessem a promoção da igualda-de racial, tendo a arte e a valorização da cultura africana como eixos.

TÍTULO DO TRABALHO: A ÁFRICA ESTÁ EM NóS: trabalhando

igualdade racial com bebês e crianças bem pequenas CATEGORIA: Gestão Escolar

PROFESSORES ENVOLVIDOS: TODOS OS PROFESSORES DA UNI-DADE: Adriana Teixeira Gomes, Ana Claudia de Paula Correia, Car-la Cristina Lira Ferreira, Cecília Albanez Garcia de Oliveira, Claudia de Amorim Silva, Claudia Maria Martins Benitz, Edna Aparecida Goncalves Pizzini, Eleiriane Martins Rodrigues, Evandro Galvão Bertunes, Fabiana de Sá Teles, Gabriele Dalarte, Tona Cristina de Souza Silva, Juliana Mendes Domingues, Luciana Corradi Das Cha-gas, Maria Jose Dias, Maria Rozineide Rodrigues Caldeira, Maria Santos Sousa, Maura Regia de Sousa, Nilza Maria Flauzino de Oli-veira, Patricia Rocha Araujo, Priscila Nunes Joaquim Da Cruz, Ri-nalda Beatriz dos Santos, Rosa Mendes de Lima, Rosangela Luzia

Torres, Roseli Albertina Guedes Berti, Rosimeire Ribeiro Vilela da Silva, Rute Maria da Silva Araujo, Sandra Marina Ianelli de Freitas, Tatiana da Graça Campos Polli, Vânia Maria dos Santos, Vicineia Maria Silva Dias, Zuleide Bento Lima da Silva, Alice Michie Hatta da Fonseca – Diretor Escolar e Renata Cristina Dias Oliveira – Co-ordenadora Pedagógica.

ESCOLA: Centro de Educação Infantil Vereador Rubens Granja CIDADE/ESTADO: São Paulo/SP

OBJETIVO 1. Apurar o olhar e a escuta em relação às situações de precon-

ceito e discriminação, construindo atitudes de intervenção.

2. Oportunizar as crianças contextos educativos que valorizem a cultura da África, a beleza negra, a promoção da igualdade ra-cial, a autoestima, a identidade e o pertencimento.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDasBuscando integrar os elementos da cultura africana nos dife-

rentes contextos educativos do CEI, tendo a arte como um im-portante eixo, as atividades desenvolvidas foram: socialização de diferentes livros e contos de origem africana e livros de literatura infantil com personagens negros; atividades com danças, ritmos, sons e instrumentos musicais africanos; apreciação e exploração de pinturas, imagens, fotografias, filmes com personagens ne-gros; brincadeiras com espelho, incentivando a criança a apreciar a sua imagem, trabalhando a autoestima e fomentando a visibi-lidade positiva de uma identidade negra. De forma integrada à prática educativa, a formação permanente dos educadores incor-porou a temática como um importante eixo de reflexão, estudo e pesquisa.

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METODOLOGIAO referido trabalho, envolvendo todos os agrupamentos do

CEI, está sendo construído com 130 crianças de 8 meses a 3 anos, através de diversos contextos educativos balizados pelos princí-pios da pedagogia da escuta, das relações e da participação. Todo o trabalho está sendo realizado de forma dialogada, a partir de uma perspectiva interdisciplinar, tendo a arte com um importan-te eixo articulador.

RESULTADOS ALCANÇADOS Superação das visões estereotipadas em relação à África, sua

história e cultura. Integração dos elementos da cultura africana aos contextos educativos que compõem a jornada das crianças no CEI. Construção de atitudes de intervenção nas situações de preconceito e discriminação. Multiplicação das imagens com pes-soas e personagens negros nos painéis presentes no CEI.

GALERIA DE FOTOS: A ÁFRICA ESTÁ EM NóS: TRABALHANDO IGUALDADE RACIAL COM BEBÊS E CRIANÇAS BEM PEQUENAS

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Panos de sobrevivência: pedaços de vidas enlaçadas pela moradia e pelo trabalho

“Uma colcha de retalhos que aviva a memória e aquece corações.”

RESUMO Nosso projeto visou à criação de uma colcha de retalhos onde

os alunos da educação infantil avivassem a memória, aquela que aquece corações para num primeiro momento, individualmente, recordassem sobre sua família, a cidade onde vivem, o local onde moram e até mesmo se desenharem neste contexto utilizando “retalhos” de suas vidas. Depois costuramos os pedaços, entrela-çados pela leitura, valores, a amizade e ações do grupo. Bom para a mente e para o coração!

TÍTULO DO TRABALHO: “Panos de sobrevivência: pedaços de

vidas enlaçadas pela moradia e pelo trabalho” CATEGORIA: Escola PROFESSORA: Adriana Althoff de Villa ESCOLA: EMEIEF Archimedes Naspolini CIDADE/ESTADO: Criciúma/SC

OBJETIVO Fazer com que as crianças avivassem a memória, recordando

sobre a leitura do livro “A Colcha de Retalhos”, sobre si e sua vida, possibilitando suas próprias expressões ao retratarem fatos signi-ficativos de sua história. E trabalhar tudo isso no ensino da arte, com beleza e plasticidade.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas Iniciamos com a leitura do livro “A Colcha de Retalhos” de Con-

ceil Corrêa da Silva e Nye Ribeiro da Silva, que trata do relaciona-mento de uma avó com seu neto, onde é explicado sobre como são os relacionamentos de nossa vida. A criação de uma “colcha de retalhos”, com sua própria expressão, onde cada aluno faz de sua memória um capítulo a mais em sua vida. As memórias e desenhos individuais uniram-se para formar uma colcha, um en-contro, um momento.

METODOLOGIA Utilizamos livros e materiais diversos como recortes de tecido,

cola colorida, giz de cera, lápis de cor, linha, botões, praticando um novo conceito em relação ao ensino da arte. Buscamos his-tórias e objetos pessoais para que os alunos fossem levados a se encontrar com as lembranças, o meio em que vivem, as imagens, os objetos e relatos, comparando os diferentes momentos his-tóricos, não apenas de suas vidas, mas da cidade onde vivem e especialmente do bairro Naspolini.

RESULTADOS ALCANÇADOS Houve um grande envolvimento dos alunos, particularmente

a utilização da cola colorida e seu efeito de autorrelevo foi um atrativo, com resultado plástico muito bonito. Aqueles simples desenhos de criança, a garatuja, transformaram-se numa “obra” moderna de variadas cores e linhas fabulosas que jamais serão repetidas. É a expressão de um momento que vai ficar na memó-ria. Para além da originalidade, percebemos que contribuímos para formação de pessoas com valores que serão revertidos em ações corretas.

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GALERIA DE FOTOS: PANOS DE SOBREVIVÊNCIA: PEDAÇOS DE VIDASENLAÇADAS PELA MORADIA E PELO TRABALHO

Ensino Fundamental I

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Preconceito: Ajude-me a olhar! “Racismo e intolerância religiosa hostilizam a massa, somos dignos de

um mundo novo, cheio de pérolas negras: esse é o diálogo na escola.”

RESUMO INICIAL Conhecer a história e a cultura do continente africano, numa

perspectiva de mudança de mentalidade preconceituosa, cons-truindo conhecimentos através da interação com os sujeitos his-tóricos da própria comunidade em que está inserida a escola. Assim, as atividades desenvolvidas foram a mola propulsora de questões estudadas, debatidas e aprofundadas, de forma curri-cular, estabelecendo uma rede de enfrentamento dos preconcei-tos.

TÍTULO DO TRABALHO: Preconceito: Ajude-me a olhar! CATEGORIA: EscolaGESTORES ENVOLVIDOS: Patrícia Pereira de Matos, Solange Maria Silva Loiola, Luiza Almeida Patriota; Francisca Lima de Morais e Luciana Lima Ramos ESCOLA: Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Conceição Mourão CIDADE/ESTADO: Fortaleza/CE

OBJETIVO Conhecer a história e a cultura do continente africano, obten-

do assim mecanismos para conhecer um Brasil fortemente mar-cado pela cultura africana, numa perspectiva de mobilização e mudança de mentalidade preconceituosa, contribuindo para o cumprimento da LDB alterada pela Lei 10.639/03.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas Sessões de estudos com docentes; palestras com professores

da Universidade Federal do Ceará e representantes do Movi-mento Negro; pesquisas bibliográficas com estudantes; visitas a comunidades de terreiros de Umbanda do bairro da Escola. Ofi-cinas de danças, ritmos e comidas afrobrasileiras; dramatização da Diáspora; apresentação das danças, vestimentas e ritual dos Orixás com adeptos da Umbanda Omolokô; contação de história dos Orixás, contos africanos e histórias da cultura africana pelas professoras; exposição em salas de aula explorando objetos da ritualística das religiões de matriz africana, bem como fotos, ma-quetes, painéis com conteúdo da História da África, organizada pelos estudantes, e apresentação do Maracatu Nação Iracema do Bairro Jardim Iracema.

METODOLOGIA - Realização de sessões de estudo e pesquisa interdisciplinares de conteúdos com a comunidade escolar referentes às temáticas: LDB alterada pela Lei 10.639/03. - História e Cultura da África e Afro-Brasileira e Religiões de Matriz Africana sob a orientação de grupos dos movimentos sociais envolvidos com as referidas temáticas.

- Interação dos conteúdos conceituais, atitudinais e procedi mentais através de palestras, minicursos, oficinas, expressões artísticas e corporais.

- Organização dos alunos por séries, de modo que cada série dedicou-se a uma temática com atividades de pesquisa, sensibilização e socialização dos conhecimentos adquiridos, através de folders, faixas, cartazes, exposições artísticas, dramatizações, músicas, danças, brincadeiras e vídeos, culminando com uma grande festa de confraternização.

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RESULTADOS ALCANÇADOSImplantação de ações referentes à História e Cultura Africa-

na e Afro-Brasileira no Projeto Político Pedagógico da Escola a partir do ano de 2008 fundamentando o currículo escolar; nova abordagem didática por parte dos docentes; busca por parte da comunidade escolar de mais conhecimentos teóricos sobre a te-mática; estudos com integrantes do movimento social; compra de livros, vídeos, bonecos que auxiliem o trabalho em sala de aula e a elaboração da Resolução nº 01 do Conselho Escolar, que fortalece a lei já existente sobre a implementação do estudo da História e da Cultura Afro-Brasileira e Africana e o combate ao preconceito racial na escola.

GALERIA DE FOTOS: PRECONCEITO: AJUDE-ME A OLHAR!

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Quilombos e Quilombolas, exemplos de resistência

“Lembrar para existir, valorizar-se para não esquecer.”

RESUMO As atividades do Novembro Negro, realizadas nesta unidade

educacional, envolveram todos os educadores (56) e educandos (1602), incluindo os educadores da EJA. Dividimos por ano/série. Realizamos a devolutiva do trabalho à comunidade escolar e do entorno por meio de apresentações artísticas, roda de capoei-ra, jograis, exposição dos trabalhos e painéis temáticos. Enfim, abrimos uma ampla discussão em torno da diversidade cultural existente em nosso país e consequentemente em nossa escola.

TÍTULO DO TRABALHO: Quilombos e Quilombolas, exemplos de resistência CATEGORIA: Gestão Escolar PROFESSORES ENVOLVIDOS: Aiko Yolanda Matsuno, Alessan-

dra Barbosa de Lima, Ana Lúcia Panadés, Andréa Lulsa da Silva Santos, Andrea Marques Monteiro de Moraes, Ângela Bassin Se-bestyen, Angela Ferraz de Morais, Aretuza de Paula Fernandes Gu-selian, Brenda Angela Ferreira, Cátia Aparecida Vaz, Celso Ronald de Oliveira Reis, Clelde Miranda Monteiro, Cristina de Lima Gatz, Cristina Demétrio, Daniele Thomaz Oliveira, Débora Cayres, Do-ranel Herculani Mariano, Edleuza, Jesuína Alves de Freitas, Edna Ismerim Nascimento Lima, Elaine Cristina Ribeiro Franco, Eliane Cristina Gomes da Silva, Elisabete Charkanl Celestini, Elisabete Plácido Alonso, Elizabeth Regis Carvalho, Érica Rodrigues Cogo, Irandi Gomes da Silva, Irma de Campos Costa Pereira, Ivonete Ro-cha Rodrigues, Jaqueline Paulino de Lima, Jenny Stella Tonalezzi Furbren, José Francisco Barbosa, Júlia Pellsser Rossi Silva, Kelly Cristina Martins Ribeiro Stacenco, Léa Regina da Silva Ivvanski, Liege Prandi, Magda Aparecida Bertossi Dreher, Mara Cristina de Castilho Carvalho, Márcia Pereira de Souza, Márcia Rosana Barros

Paredes, Maria Aparecida Barros Lemos Coutinho, Maria Cristina Fernandes Samogvi, Maria Marlene Sergio Cordeiro, Maria Tere-za Lopes Scatolin, Marilza do Socorro Teixeira, Mirlan Nuccini da Silva, Mônica Martinelli Bracco Barros, Patrícia Vae Odani, Paulo, José Martins dos Santos, Renata Costa Fontes, Renata Moreira da Silva, Ricena Adamerls Calarga, Roberta Susishi Pereira, Roserlei Ribeiro, Sandra Aparecida dos Santos, Sergio Hideo Ishigami, Sli-vérla de Fátima Campos Soares, Silvia Maria Ferreira de Souza Ca-bral, Simone Hermanas Alves, Teresinha Vieira, Therezinha Suely Barbosa Pereira.

ESCOLA: EMEF Benedicto Weschenfelder CIDADE/ESTADO: Osasco/SP

OBJETIVO• Sensibilizar a comunidade escolar para a valorização da cultura negra, sendo os Quilombos a expressão da resistência e afirmação positiva dos valores culturais negros nos dias de hoje.• Promover dentro da escola espaços para manifestações artísticas, proporcionando reflexões críticas da realidade.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas • Leitura de livros (temática afro-brasileira) • Confecção de trabalhos (maquetes, máscara, cartazes e gráficos) • Pintura, recorte e colagem • Confecção de bonecos e símbolos africanos (artes) • Produção de textos • Estudo do meio: visita à Casa de Angola • Apresentações de danças • Apresentações de Capoeira • Leitura de mundo. Leitura coletiva de textos africanos (EJA) • Apresentações de Jogral

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119118 Sumário

METODOLOGIA Nas reuniões de Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo

(HTPC), decidimos sobre o tema a ser trabalhado, elencando os temas a serem trabalhados em cada ano/série. Discutimos com os alunos possíveis estratégias a serem trabalhadas, divulgando o tema e construindo conjuntamente ações.

Realizamos a pesquisa de embasamento utilizando a bibliogra-fia afro-brasileira disponível em nossa unidade escolar.

No transcorrer do processo, avaliamos nosso percurso com-plementando e adequando as ações.

RESULTADOS ALCANÇADOS A valorização e respeito à diversidade, garantindo a participa-

ção de todos, transformando a escola em um espaço de reflexão e de ações afirmativas contra o preconceito.

GALERIA DE FOTOS: QUILOMBOS E QUILOMBOLAS, EXEMPLOS DE resistÊNCia

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121120 Sumário

Vivências Culturais “Educar para o respeito à diversidade humana e à riqueza de uma socie-

dade multicultural”.

RESUMO Mitos, cantos, tambores, maracás, roupas, penteados, comi-

das, modo circular de se reunir em assembleia ensaiando um "novo" jeito de se relacionar e viver; descobrindo que esse "novo" jeito na verdade é muito antigo, é ancestral: esse é o trabalho "Vivências Culturais", direcionado às crianças do 1º ao 5º ano da Escola Pluricultural Odé Kayodê e aberto aos seus familiares.

TÍTULO DO TRABALHO: Vivências Culturais CATEGORIA: EscolaPROFESSORES ENVOLVIDOS: Rosângela Madga de Oliveira Souza, Emicléia Alves Pinheiro, Adriana Ferreira Rebouças, Renata Tavares de Brito Falleti. ESCOLA: Escola Pluricultural Odé Kayodê CIDADE/ESTADO: Cidade de Goiás/GO

OBJETIVO O trabalho tem como objetivo geral valorizar a pessoa huma-

na, através da valorização cultural de suas próprias origens. Va-lorização e respeito de si mesmo e do outro, consciência crítica, solidariedade, autoestima e identidade, criatividade e estética. Valorização da cultura africana e afro-brasileira e da cultura indí-gena.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas O trabalho é formado por dois módulos: a vivência cultural

africana e afro-brasileira "Ojó Odé", e a vivência cultural indígena

"Porancê Poranga", que seguem metodologicamente o mesmo esquema:

• Encontro e caracterização com elementos de cada cultura • Roda de cantos, toques e danças • Contação de um Mito • Vivência em oficinas • Festa com banquete cultural. As oficinas realizadas são:

Capoeira angola, percussão, dança, canto, tecelagem, modela-gem em barro, estética (penteados e adornos), pintura em batik, brincadeiras e jogo do Ori, mandalas e culinárias na vivência afri-cana; trançados em palha, construção de instrumentos, grafismo indígena, brinquedos e brincadeiras, modelagem em barro, ador-nos e arte plumária e culinária na vivência indígena.

METODOLOGIA A metodologia foi concebida para privilegiar os interesses das

crianças atendidas nos conteúdos trabalhados em espaços de-mocráticos, que propiciam o protagonismo das crianças e o diá-logo para uma educação cidadã. O trabalho acompanha e avalia as atividades de modo participativo. Semanalmente acontece a reunião com a equipe de educadores, avaliando a prática, achan-do soluções novas, discutindo problemas ou partilhando alegrias e resultados.

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123122 Sumário

RESULTADOS ALCANÇADOS • Desenvolvimento mais harmônico da criança, com uma percepção valorizada de si mesmo, sua identidade e do seu próprio mundo cultural.

• Conquista de autoestima, maior coragem de se expor, confiança e criatividade. • Desenvolvimento da capacidade de escolher, priorizar, emitir opiniões, formular críticas, avaliar e modificar pensamentos e atitudes.

GALERIA DE FOTOS: VIVÊNCIAS CULTURAIS

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125124 Sumário

Capoeira – SANSAKROMA “Não basta dar os passos que nos devem levar um dia ao objetivo, cada

passo deve ser ele próprio um objeto em si mesmo, tempo que nos leva para diante.” (Goethe)

TÍTULO DO TRABALHO: Capoeira – SANSAKROMA CATEGORIA: Gestão Escolar PROFESSORES PARTICIPANTES: Adriana, Sonia, Donizete e Marcela Rosana. ESCOLA: EMEF Prof. Dr. Domingos Angerami CIDADE/ESTADO: Ribeirão Preto/SP

OBJETIVO• Resgatar os valores que se encontram adormecidos; • Propiciar movimentos através da prática da capoeira (cinestesia); • Implementar a LDB alterada pela Lei 10.639/03; • Ser autor da própria história e agente de transformação social.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas Atividades desenvolvidas aliadas às aulas de Capoeira: 1. Artes plásticas 2. Confecção de máscara 3. Releitura de obras 4. Leitura de livros temáticos 5. Pesquisas 6. Artes Cênicas 7. Musicalização 8. Confecção de instrumentos (pau-de-chuva, berimbau e xequerê)

9. Participação em festivais culturais (em outros locais e municípios vizinhos) 10. Apresentações de capoeira, maculelê, dança com referência as matrizes africanas dentro da escola, no município e fora do município.

METODOLOGIA Atividades lúdicas, músicas, dinâmicas de grupo, jogos, danças,

exploração de instrumentos musicais, oficinas de objetos afro, instrumentos musicais e adornos, pesquisas, excursões a museus e cidades da região e uso de acervo afro. Ensaios (apresentação) de coral, roda de capoeira, confecção de cartazes, degustação de comidas típicas; leitura e produção de textos e confecções de ma-pas e esculturas.

RESULTADOS ALCANÇADOS A maior conquista alcançada foi a adesão de muitos alunos,

que não queriam permanecer em sala de aula, desmotivados, faltosos e que hoje têm interesse maior com relação a outros conteúdos, visão de mundo diferente, respeito à diversidade e a certeza de que são agentes de transformação desta comunidade da qual fazem parte.

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127126 Sumário

GALERIA DE FOTOS: CAPOEIRA – SANSAKROMA

Ensino Fundamental II

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129128 Sumário

Projeto da Cultura Afro-Brasileira e Indí-gena

“O respeito à diversidade étnico-cultural é o caminho para a compreen-são entre os povos.”

RESUMO O Projeto da Cultura Africana, Afro-Brasileira e Indígena foi

implementado pela Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes com o objetivo de promover o resgate da cultura destes povos para fortalecer as relações etnicorraciais entre todos os segmen-tos da comunidade escolar, utilizando-se, para tanto, diversas manifestações artísticas e culturais.

TÍTULO: Projeto da Cultura Afro-Brasileira e IndígenaCATEGORIA: Gestão Escolar

PROFESSORES ENVOLVIDOS: Andrelita de Souza Silva, Adenil da S. Santos, Antônia dos S. Silva, Carlos Eduardo C. Massa, Cátia Valentina Santos, Célia de S. Carvalho, Cláudia Regina M. de Oli-veira, Cláudia Verena Ceita, Cláudia N. dos Ramos, Cybelle da Sil-va Lobão, Cícero Cassiano da S. Nascimento, Eliane S. da Silva, Él-son Morais Alves, Jaciara Pereira Mendes, Isabel Regina Nunes de Barros, Kátia Smera Nunes, Luizete de Souza Braz, Marta Cunha Costa, Mônica Neri dos Santos, Rose Mary S. dos Santos, Otto Marques de Freitas Filho, Roberta Renilda F. dos Santos, Safira S. M. de Aquino, Vânia Sampaio Botelho.

ESCOLA: Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes CIDADE/ESTADO: Salvador/BA

OBJETIVO Compreender o processo de formação étnico-cultural do povo

brasileiro dando visibilidade às matrizes africanas e indígenas, fortalecendo o sentimento identitário da comunidade escolar e o respeito à diversidade racial para a promoção de uma convivên-cia respeitosa entre a comunidade.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas 1ª Fase do projeto Pesquisa temática, palestras, contação de Histórias, exibição

de filmes, construção de painéis, cartazes e murais informativos e leitura de textos diversos.

2ª Fase do Projeto Mostra Cultural com exposição dos trabalhos desenvolvidos

durante todo o projeto. Apresentação Cultural: coreografias, danças, apresentação de capoeira e dramatizações.

METODOLOGIAO projeto prioriza a busca da informação sobre o tema, favo-

recendo a fundamentação teórica adequada para o desenvol-vimento das ideias, gerando assim a construção de habilidades leitoras e escritoras criativas, através de apresentações culturais, palestras, exibição de filmes, documentários e visitas a museus.

Todo o trabalho desenvolvido culminou com a Mostra Cultural no mês de novembro.

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131130 Sumário

RESULTADOS ALCANÇADOS O educando desenvolveu habilidades de leitura e escrita na

busca da informação para o desenvolvimento do projeto, contri-buindo para a melhoria do seu desempenho em todas as áreas do conhecimento.

Sentindo-se parte integrante do projeto, o educando ressig-nifica sua identidade, eleva a autoestima e realiza ações efetivas em sua comunidade.

GALERIA DE FOTOS: PROJETO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA

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133132 Sumário

Projeto “Comunidade Tia Eva: O Cabelo Como Forma de Expressão

“Cabelo é um marcante indício de procedência étnica, principal elemen-to fenotípico na construção das pessoas e da cultura.”

RESUMO O projeto "Comunidade Tia Eva - O Cabelo Como Forma de Ex-

pressão” foi elaborado para trabalharmos a autoestima dos nos-sos alunos afrodescendentes, aproveitando a presença de uma comunidade quilombola em nossa região. Partindo desse prin-cípio, o unimos ao Projeto Patrimonial intitulado "Conhecendo nosso patrimônio imaterial", para resgatarmos a cultura africana perdida.

TÍTULO DO TRABALHO: Projeto "Comunidade Tia Eva: O Cabelo Como Forma de Expressão CATEGORIA: Gestão EscolarPROFESSORES ENVOLVIDOS: Cléia Aparecida (Diretora), Marcia (Diretora Adjunta), Sheila e Edela (Supervisoras), Dejair (História), Edna (História) e Cláudia (Artes). ESCOLA: EM Prof. Múcio Teixeira Júnior CIDADE/ESTADO: Campo Grande/MS

OBJETIVO Identificar o cabelo crespo como identidade, liberdade e ex-

pressão do afrodescendente, relacionando essas características físicas como fatores determinantes, étnicos e culturais. Desen-volver o conhecimento e a valorização da cultura negra em nossa cidade.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDasVisitas à comunidade quilombola Tia Eva; participação da Fes-

ta de São Benedito, ocorrida na comunidade; palestra sobre cul-tura afro, utilizando o material da "Cor da Cultura"; Oficina de Tranças: transformação dos cabelos em rastafári, para valoriza-ção uma das características afro; Oficina de Adinkra para a ela-boração de vestimentas africanas e apresentação de cabelos e vestimentas africanas através de desfile de alunos.

METODOLOGIAVisita à comunidade dos descendentes de Tia Eva; pesquisa

sobre a História da comunidade; pesquisa sobre as características dos cabelos e vestimentas dos africanos que vieram para o Brasil Colônia; registro da festa tradicional de São Benedito; discussões e debates.

RESULTADOS ALCANÇADOS A escola conseguiu atingir melhorias no processo de ensino-

-aprendizagem, através da valorização da autoestima dos alunos, que na sua grande maioria se reconhece como afrodescendentes.

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135134 Sumário

Semana das Africanidades “Vivendo uma nova lição, sem preconceito e discriminação.”

RESUMO: Projeto de desconstrução de todas as formas de preconceito

e discriminação étnica da sociedade contemporânea, elaborado através de aulas sobre etnias buscando-se viver uma nova lição, através de palestras, oficinas e dinâmicas abordando assuntos que combatam o racismo presente em nossa sociedade.

TÍTULO DO TRABALHO: Semana das Africanidades CATEGORIA: Gestão EscolarPROFESSORES ENVOLVIDOS: Cléia Aparecida (Diretora),Dejair (História), Diomedes (Matemática), Deolinda (L. Portuguesa), Cláudia (Artes), Silvia Renata (Ciências), Branca (Artes) e Rubens (História). ESCOLA: EM Prof. Múcio Teixeira Júnior CIDADE/ESTADO: Campo Grande/MS

OBJETIVO Revelar um novo jeito de olhar o mundo, que possibilite viven-

ciar outros caminhos estéticos, além daqueles orientados pelo olhar europeu e ocidental. O continente africano é um rico lugar de "experiências estéticas e expressões artísticas", conceitos es-tes relacionados a pertencimento.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDasOficina de estampas africanas – Adinkra: um tecido repleto

de desenhos, sendo que cada um deles representa um símbolo, usado por líderes espirituais e sacerdotes africanos; Oficina de Dança: música Navio Negreiro, uma adaptação do poema de Cas-

tro Alves; Oficina de Conto Africano: A Menina do Laço de Fita, história oral correspondente ao relato de sucessivas gerações do cotidiano dos afrodescendentes; Oficina de Mancala: Ludicidade como instrumento de ensino e aprendizagem, a mancala é co-nhecida como o “jogo nacional da África”. Oficina de Culinária Africana: A receita Muamba de Galinha foi elaborada pelas alu-nas e professora. Oficina de Releitura das obras de Debret: con-textualização do trabalho dos afrodescendentes no Brasil. Oficina de Estampas Africanas/Adinkra.

METODOLOGIA Trabalho elaborado e executado através de palestras com o

Professor Rubens Moraes (historiador e representante do movi-mento negro), oficinas (várias atividades relacionadas à cultura africana) e dinâmicas (atividades folclóricas da cultura afro). A culminância do projeto ocorre na semana de 20 de novembro.

RESULTADOS ALCANÇADOS Conseguimos através do nosso trabalho melhorar as relações

sociais entre os alunos, conscientizando e sensibilizando o seu reconhecimento como afrodescendentes, valorizando sua cultu-ra e os seus traços físicos, consequentemente aumentando sua autoestima.

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137136 Sumário

Reflexões Sobre o 13 de Maio “A negritude não está na cor da pele e sim na hereditariedade.”

RESUMO Considerando a necessidade de prevenção e desconstrução de

todas as formas de preconceito e discriminação étnica da socie-dade, elaboramos o presente projeto para conhecer, reconstituir e valorizar o esforço de quem procura recuperar os relatos das contribuições de origem africana, algo fundamental para inter-romper esse processo de apagamento, de alienação em relação aos valores.

TÍTULO DO TRABALHO: Reflexões Sobre o 13 de Maio CATEGORIA: Gestão EscolarPROFESSORES ENVOLVIDOS: Cléia Aparecida (Diretora), Edela (Supervisora), Dejair (História), Patricia Longui (L. Portuguesa), Rubens Moraes (História) e Vonivanda (Artes) ESCOLA: EM Prof. Múcio Teixeira Júnior CIDADE/ESTADO: Campo Grande/MS

OBJETIVO Conscientizar a comunidade escolar sobre a importância de

uma política de promoção de igualdade racial, promovendo e for-talecendo, por meio da "Educação Afirmativa", o exercício pleno da cidadania em nossa escola, que é o palco das soluções para os problemas sociais dos nossos alunos e da comunidade.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas Eleição de alunos com facilidade de comunicação para serem

os alunos multiplicadores do projeto; realizar reuniões com os alunos multiplicadores do projeto para repassarmos as informa-

ções; realizar uma campanha de promoção do projeto com car-tazes que levem à valorização das ações na escola; elaboração de oficinas, palestras e objetos artísticos; promover a composição de relatórios e vídeos (movie maker) das pesquisas, apresentações que podem ocorrer na acolhida ou na culminância do projeto; montar mural no pátio da escola para a exposição de trabalhos realizados pelos alunos.

METODOLOGIA Realização de reflexões semanais com leitura de textos enfo-

cando a igualdade étnica; divulgação do projeto para a comunida-de escolar pelos alunos multiplicadores; em sala de aula abordar os temas de forma sistemática e informal, utilizando conteúdos específicos de pesquisa histórica de uma ou mais disciplinas; através da análise crítica da publicidade, desmascarar as mensa-gens ambíguas ou mentirosas, e desenvolver argumentação con-sistente no combate ao preconceito; organizar exposições com fotos, filmagens e relatórios sobre os resultados das pesquisas e práticas do projeto.

RESULTADOS ALCANÇADOS A partir de sondagem feita com os alunos foi possível perceber

certas dificuldades dos mesmos em expor suas reflexões sobre o preconceito tanto na escrita como na oralidade. Devido a esse fato o projeto é trabalhado todos os anos, para desconstruir os paradigmas que envolvem o assunto. Concluímos que os alunos que participaram do projeto apresentam maior interesse pelas disciplinas das quais estavam participando e realizam as ativida-des com mais motivação e iniciativa.

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139138 Sumário

Edificações Históricas e Culturais deCampo Grande “Praça dos Pretos Velhos”

“Refletir e descobrir a sua ancestralidade, ou seja, reconhecer suas ori-gens, raízes e sua história.”

RESUMO O Monumento dos Pretos Velhos está localizado próximo à

EM Prof. Múcio Teixeira Júnior e foi idealizado pela FECAMS - Fe-deração de Cultos Afro-Brasileiros e Ameríndios do MS. A figura do Preto Velho representa a memória da vivência afro-brasileira, memória essa que compõe nossa identidade. É por intermédio dela que construímos nossa história. Por isso, a importância na preservação do monumento.

TÍTULO DO TRABALHO: Edificações Históricas e Culturais de

Campo Grande "Praça dos Pretos Velhos" CATEGORIA: Gestão Escolar PROFESSORES ENVOLVIDOS: Cléia Aparecida (Diretora), Vicên-

cia (Direção Adjunta), Edela (Supervisora), Dejair (História), Ro-saura (Artes).

ESCOLA: EM Prof. Múcio Teixeira Júnior CIDADE/ESTADO: Campo Grande/MS

OBJETIVO Valorizar outras fontes de sabedoria, a oralidade dos mais ve-

lhos, como os pretos velhos, gente antiga que tem sabedoria; memória social que dá coesão a um grupo, no caso os afrodes-cendentes e estabelece sua identidade. O ancião, na cultura afri-cana, não tem ciência, mas sabedoria.

METODOLOGIA

Ouvir os relatos dos anciãos afro-brasileiros é uma atividade de pesquisa, investigação e construção do conhecimento históri-co marcado pela aproximação, pelo contato direto, e não só pelo livro, vídeo ou mediador, enfim pelo distante. O fator principal é ir ao encontro, conversar, sentir, ouvir ou tocar, tirar suas con-clusões a respeito, sempre atentos ao seu próprio preconceito; refletir e descobrir a sua ancestralidade, ou seja, reconhecer suas origens, raízes e história; realizar o trabalho de limpeza da praça e do monumento; solicitar na FUNDAC – Fundação de Cultura de Campo Grande a revitalização da praça e a recuperação do mo-numento; editar o material elaborado (fotos, imagens etc.) para a produção de vídeo.

RESULTADOS ALCANÇADOS Conseguimos conscientizar as autoridades e a comunidade da

importância do monumento como patrimônio imaterial e, tam-bém, o que a figura do Preto Velho representa a memória da vivência afro-brasileira compartilhada. Ouvimos relatos dos an-ciãos afro-brasileiros nas atividades de pesquisa, investigação e construção do conhecimento histórico, marcado pelo fator prin-cipal que foi encontrar, conversar, sentir, ouvir ou tocar, tirar as conclusões a respeito do que presenciaram sempre atentos ao seu próprio preconceito.

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141140 Sumário

Projeto Machado de Assis“É preciso ler isto, não com os olhos, mas com a memória e a imagina-

ção.” (Machado de Assis)

RESUMOProjeto criado para resgatar e interromper o processo de "apa-

gamento" e de alienação dos valores culturais dos afrodescen-dentes. Machado de Assis, afrodescendente, autodidata, cronis-ta, dramaturgo, poeta e crítico, ficou imortalizado com dezenas de obras que o tornaram célebre, sendo um bom exemplo da contribuição dos afrodescendentes para a cultura e história bra-sileira.

TÍTULO DO TRABALHO: Projeto Machado de Assis CATEGORIA: Gestão Escolar PROFESSORES ENVOLVIDOS: Cléia Aparecida (Diretora), Vicência (Direção Adjunta), Edela (Supervisora), Maria Luiza (L. Portuguesa), Dejair (História), Deolinda (L. Portuguesa), Rosaura (Artes) e Adriana Machado (Artes). ESCOLA: EM Prof. Múcio Teixeira Júnior CIDADE/ESTADO: Campo Grande/MS

OBJETIVO Resgatar a memória nacional; discutir a participação e a im-

portância da população afrodescendente no processo de desen-volvimento cultural brasileiro; estimular e oportunizar aos alunos o conhecimento das obras literárias.

METODOLOGIA Leitura de diferentes gêneros textuais que retratem a litera-

tura brasileira (poesias, reportagens, notícias, poemas, livros);

apresentação dos poemas; oficinas de produção de cartazes com fotos e pinturas de lugares onde o autor viveu no século XIX; co-mentários sobre os personagens das obras; narrativas dos alunos para a apresentação de seus poemas; café filosófico, em sala de aula, de discussões sobre o papel dos afrodescendentes na cul-tura brasileira.

RESULTADOS ALCANÇADOSConseguimos melhorar a prática da leitura na escola e resgatar

a autoestima de nossos alunos que se identificaram com a vida de Machado de Assis.

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143142 Sumário

Trilhos da Memória - Comunidade Indígena Terena

“Divulgar e preservar a história indígena para as gerações futuras.”

RESUMO O projeto foi iniciado com aulas de apresentação e orientação

sobre a importância da mão-de-obra indígena Terena na constru-ção e desenvolvimento da ferrovia, sendo realizados pelos alunos pesquisas e investigações sobre indígenas que participaram deste movimento. O ex-cacique e ex-ferroviário Sr. Calixto (indígena da etnia Terena) da Aldeia Urbana Marçal de Souza relatou histórias de vida e trabalho.

TÍTULO DO TRABALHO: Trilhos da Memória - Comunidade Indígena Terena CATEGORIA: Gestão Escolar PROFESSORES ENVOLVIDOS: Cléia Aparecida (Diretora), Vicência (Direção Adjunta), Edela (Supervisora), Dejair (História), Silvia Pereira (L. Portuguesa) e Rodrigo (Matemática). ESCOLA: EM Prof. Múcio Teixeira Júnior CIDADE/ESTADO: Campo Grande/MS

OBJETIVO Transmitir o legado cultural sul-matogrossense interagindo

com o processo de construção da ferrovia, que foi determinan-te para o desenvolvimento do Estado, com a participação efeti-va dos indígenas Terenas que estavam estabelecidos nesse local. O projeto afigura-se um amplo recurso de ensino, centrado nos bens culturais legados pela ancestralidade.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDasVisitas às comunidades indígenas Terenas; visitas aos patrimô-

nios históricos e culturais ligados à ferrovia; entrevistas e filma-gens dos integrantes da Comunidade Indígena Terena da "Aldeia Urbana Marçal de Souza"; produção do documentário em vídeo; culminância do projeto, apresentação do vídeo documentário e entrega da revista sobre os projetos das escolas municipais.

METODOLOGIAPesquisa da história da ferrovia e a dos indígenas Terenas pe-

los alunos na biblioteca e na sala de tecnologia da escola; encon-tro com a cacique e outros indígenas que tiveram participação no processo de construção da ferrovia; editar o material (fotos, entrevistas orais, vídeos etc.) para a produção do documentário; organizar a participação na culminância.

RESULTADOS ALCANÇADOS Valorização da cultura indígena e reconhecimento da ances-

tralidade por parte dos alunos da escola e também a aquisição de conhecimento sobre a história do Estado do Mato Grosso do Sul e dos povos indígenas da região.

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145144 Sumário

GALERIA DE FOTOS: EXPERIÊNCIAS DE CAMPO GRANDE/MS

Origens e destinos diante da diversidade Ação Uh-Batuk-Erê

“Uh-Batuk-Erê - Ação, emoção e educação ao som dos tambores.”

RESUMO A Ação Uh-Batuk-Erê, utilizando as artes como mediadoras do

multiculturalismo de forma não excludente, abre espaço para o diálogo entre os diversos saberes e tradições, identificando as et-nias que formam o povo brasileiro, valorizando e ressignificando a construção da identidade, oportunizando a vivência, a reflexão e a prática de valores básicos e o respeito às diferenças.

TÍTULO DO TRABALHO: Origens e destinos diante dadiversidade – Ação Uh-Batuk-Erê CATEGORIA: Escola DIREÇÃO ESCOLAR: Rose Mary Postilhone de Oliveira COORDENADOR DA AÇÃO: Prof. Edson Azevedo Barboza ESCOLA: EMEF Esmeralda Salles Pereira Ramos CIDADE/ESTADO: São Paulo/SP

OBJETIVO Consolidar a ação Uh-Batuk-Erê como referência de trabalho

na questão das diversidades socioculturais em consonância com os temas transversais propostos pela LDB/96 e os PCNs, a Lei 11.645/08 e as Orientações Curriculares para a Educação Etnicor-racial da SME.

atiViDaDes DeseNVolViDas Oficinas de formação afro-indígenas que contemplam: identi-

dades e ritmos, o corpo como expressão, canto e oralidade, arte popular e artesanato, protagonismo juvenil e multimídia.

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147146 Sumário

Trilhas culturais: visitas a espaços externos de formação como museus, exposições, casas de cultura e produções da diversida-de cultural, bem como participação em concursos e prêmios da temática.

Espaços para as ações: oficinas de formação com avaliações e encaminhamentos; ensaios; dinâmicas; interações; encontros; fóruns e apresentações para a comunidade.

METODOLOGIA Pesquisa e levantamento de dados, visando a identificação da

comunidade na questão da diversidade sociocultural; reflexão e formação contínua; acompanhamento do processo e registros da produção e dos indicadores de mudança da postura no espaço escolar e nas comunidades por onde se apresentam; interação e avaliação final para elaboração de novas metas na continuidade do projeto.

RESULTADOS ALCANÇADOS A atuação e envolvimento dos protagonistas e multiplicadores

da ação Uh-Batuk-Erê, com olhar na diversidade cultural e tra-balho na dimensão comunitária, possibilitaram ações dialógicas que minimizam as exclusões, os preconceitos, as discriminações e as desigualdades, intensificando a relação como grupo e o com-partilhamento de ações coletivas no espaço escolar.

GALERIA DE FOTOS: ORIGENS E DESTINOS DIANTE DA DIVERSIDADE – AÇÃO UH-BATUK-ERÊ

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Promovendo a Igualdade Racial: Resgatando Valores Histórico-Culturais

“Educar para a Igualdade Racial é fazer das diferenças um triunfo, explorá-Ias na sua riqueza, possibilitar a troca, proceder como grupo, en-tender que o acontecer humano é feito de avanços e limites e que juntos podemos redefinir escolhas tomando novos rumos.”

RESUMO Em seus 500 anos de história, o contexto educacional brasilei-

ro é marcado por uma sociedade racista e excludente, o Colégio Estadual Pedro Viriato Parigot de Souza reproduz esta realidade. Com a realização do projeto “Promovendo a Igualdade Racial: Resgatando Valores Histórico-Culturais” foram desenvolvidas com os alunos e professores do Ensino Fundamental II um con-junto de atividades que despertaram para o caminho da convi-vência entre as diferentes etnias, não só no contexto escolar, mas em todo o contexto social.

TÍTULO: Promovendo a Igualdade Racial: Resgatando Valores Histórico-Culturais CATEGORIA: EscolaPROFESSORES E FUNCIONÁRIOS ENVOLVIDOS: Ayala Rejane Guerreiro, Cíntia Sparenberg, Dilma Rovaris Garlini, Rejane Maria Christ Ghellere, Vera Lucia Christ Raimundi, Ariana Solange Marschal Tavares, Jaime Emir Bogorni, Fátima Mariza Vargas Dstefane, Rosemeri Aparecida da Silva, Dirlei Bach, Alciane Guizzo, Ana Paula Lemos Kostezcka Andrade e Patrick Bellei. ESTABELECIMENTO DE ENSINO: Colégio Estadual Pedro Viriato Parigot de Souza CIDADE/ESTADO: São Miguel do Iguaçu/PR

OBJETIVO Retomada de conteúdos estratégicos, dinâmicos e metodoló-

gicos para o pleno desenvolvimento dos alunos e erradicação do racismo e preconceito existente na sociedade brasileira e de ou-tros povos do mundo.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas • Debates, leituras e reflexões na semana pedagógica sobre as

relações etnicorraciais, que possibilitam a sensibilização do corpo docente para a atividade pedagógica.

• Fórum escolar sobre "Orientações" e ações de cidadania para a educação das relações etnicorraciais envolvendo alunos e professores.

• Realizou-se uma visita à comunidade Remanescente Quilom-bola e à Comunidade Avá-Guarani de São Miguel do Iguaçu para conhecer sua história de vida e a realidade atual. Após recolheu--se fontes históricas para embasar a pesquisa.

• Na sala de aula, na disciplina de História, os alunos analisa-ram o material e as fotos das visitas. Foi trabalhada a diversidade cultural, o trabalho escravo, os costumes, a religião, a economia, enfim, a importância dos povos negros e indígenas na formação da nossa cultura.

• Construção de painel na disciplina de Arte e História sobre a questão racial, destacando nessa atividade as relações entre descendentes de africanos, indígenas, europeus e outros povos. Desenvolveram-se oficinas com o grupo Raça de Capoeira para demonstrar que através da dança se preserva a cultura africana. Essa atividade teve envolvimento de toda a comunidade escolar.

• Oficina de teatro, produções de máscaras e adereços na dis-

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ciplina de Arte e História, utilizando materiais da natureza como: cascas, folhas e palhada, relacionando essas produções às mani-festações artísticas e valorizando assim a cultura africana em sua essência.

• Nas aulas de Ciências os alunos pesquisaram sobre as con-tribuições dos povos africanos para a medicina, a agricultura e técnicas de plantio, irrigação e tecnologia no Brasil.

METODOLOGIA No início da semana pedagógica de 2009, o tema escolhido

para a leitura, debate e reflexões, foi sobre relações etnicorra-ciais. Essas atividades possibilitaram a sensibilização do corpo do-cente e a tomada de decisões para desenvolver o projeto.

A introdução do tema para os alunos se deu por meio de pro-blematizações seguidas de leituras, pesquisas, debates, reflexões, filmes, produções de textos, painéis, máscaras, teatro, danças, oficina de capoeira, trabalho com mapas, Atlas geográfico, oficina de contação de história e visita as comunidades Remanescente Quilombola e Avá-Guarani.

RESULTADOS ALCANÇADOS Os resultados puderam ser percebidos em forma de mudanças

de atitudes por parte dos alunos, que demonstraram compreen-der a importância de combater o preconceito e a discriminação reconhecendo a participação dos africanos, afrodescendentes e indígenas na produção de riquezas materiais e imateriais da so-ciedade brasileira.

Avaliamos como positivo o processo de aprendizagem dos es-tudantes que conheceram a realidade da comunidade Avá-Gua-rani e remanescentes de quilombolas e aprenderam não só a res-

peitar, mas principalmente a valorizar.

Essa atividade teve envolvimento de toda a comunidade es-colar e hoje o Colégio Parigot apresenta uma realidade menos excludente, com mais respeito às diversidades.

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GALERIA DE FOTOS: PROMOVENDO A IGUALDADE RACIAL: RESGATANDO VALORES HISTóRICO-CULTURAIS

Ensino Médio

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155154 Sumário

Campo Grande do Piauí e sua Africanida-de

“Enquanto a cor da pele for mais importante, que o brilho dos olhos, haverá guerra.”

(Bob Marley)

RESUMO A V Exposição Literária Cultural – EXPOL com seu tema "CAM-

PO GRANDE E SUA AFRICANIDADE" é um projeto de pesquisa, exposição e apresentação dos trabalhos realizados. Fundamen-tou-se em pesquisas bibliográficas sobre a cultura africana e seu legado em Campo Grande do Piauí, bem como pesquisas cam-pais que resultaram em registro e documentário de comunidades quilombolas reconhecidas pelo Estado do Piauí. Envolveu toda a comunidade escolar e a comunidade em geral.

TÍTULO DO TRABALHO: Campo Grande do Piauí e sua Africanidade CATEGORIA: Gestão Escolar PROFESSORES ENVOLVIDOS: Projeto elaborado e coordenado por Marinete Rosa de Sousa Silva e Maria Sandra de Sousa. Outros professores envolvidos: Manoel Júnior, Jaime Neto, Josefa Cleidiana, Maria Luciene, José Enildo, Maria do Socorro, Eliciana Alves, Janaiane Anjos, Gorete do Carmo, José de Carvalho, Elivaneide Sousa, Maria Carleide, Ana Águida, Tássia Kelly e Talvanys Oliveira. ESCOLA: Unidade Escolar Serafim José de Brito CIDADE/ESTADO: Campo Grande do Piauí/PI

OBJETIVO Atender a dois pré-requisitos básicos: o exercício da cidada-

nia e a vivência dos valores através da apropriação da arte e da

cultura, como ferramentas necessárias para estar num mundo formado por sociedades que reproduzem preconceitos e desi-gualdades sociais, e resgatar a herança africana, cuja história fora esquecida e ignorada ao longo do tempo.

PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas • Palestra: "Um Olhar Negro".

• Capoeira com demonstrações coreográficas de grupos com-postos por alunos.

• Musicalidade de contextualização negra – com a participa-ção de cantores amadores da escola e do município, com reper-tório de raízes.

• Coreografias fundamentadas nas raízes negras – com a parti-cipação de grupos de alunos advindos das comunidades quilom-bolas locais.

• Teatralidade interpretativa de textos da cultura africana – monólogos, poesias etc.

• Desfile para escolha da Beleza Negra da escola.

• Lendas, história e costumes das comunidades quilombolas de campo Grande do Piauí.

• Barraca "culinária africana".

• Documentário das comunidades quilombolas do município de Campo Grande do Piauí feito pelos alunos sob orientação dos Professores de História e de Sociologia.

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METODOLOGIA • Pesquisa realizada pelos alunos da Unidade Escolar Serafim

José de Brito, buscando dentro da própria comunidade traços da cultura africana na música, dança, alimentação, esporte, luta e brincadeiras;

• Buscar junto às comunidades quilombolas informações acer-ca do seu modo de vida, hábitos e costumes, fazendo um paralelo com as antigas tribos africanas;

• Apresentação dos resultados das pesquisas com exposições de danças, músicas, relatos de moradores quilombolas, poesia, teatro, brincadeira, jogos, comidas típicas, palestras, indumentá-rias africanas, escolha da beleza negra da escola;

• Oficinas (hip-hop, percussão afro, artesanato e capoeira).

RESULTADOS ALCANÇADOS Conquistamos a admiração dos nossos alunos pela cultura, de-

vido às pesquisas realizadas acerca do tema. A grande maioria dos alunos aprendeu a valorizar e argumentar a favor de nossa cultura. Agora é notável o orgulho dos alunos das comunidades quilombolas em expor suas tradições antes negadas.

GALERIA DE FOTOS: CAMPO GRANDE DO PIAUÍ E SUA AFRICANIDADE

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A busca pela cidadania dos afrodescen-dentes no espaço escolar: uma ruptura

na educação esbranquiçada. “Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, ha-

verá guerra”.

RESUMO Entendendo que no espaço escolar existem vários exemplos

de discriminação e preconceitos raciais, como também uma re-produção cultural centrada em padrões estrangeiros, presente no currículo escolar, nos propomos a realizar um trabalho inter-disciplinar, de valorização da participação das africanidades na formação da nossa sociedade, através do estudo da História e Cultura da África.

TÍTULO DO TRABALHO: A busca pela cidadania dos afrodescendentes no espaço escolar: uma ruptura na educação esbranquiçada. CATEGORIA: Gestão Escolar PROFESSORES QUE PARTICIPAM DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS: Elia Maria de Souza, Emerson Teles Viana, Karliane Pinheiro de Andrade, Maria de Jesus Lourenço, Maria lriane de Souza, Mônica Ivo dos Santos e Tiago Ítalo Ferreira da Silva. ESCOLA: EEFM Antônio Albuquerque de Souza Filho CIDADE/ESTADO: Iguatu/CE

OBJETIVOTrabalhar a afrodescendência de forma interdisciplinar, for-

mando assim um elo de conhecimento sobre as questões que envolvam o povo africano e seus descendentes no Brasil: identi-ficando e combatendo as formas de preconceito e discriminação racial existentes na sociedade e reproduzidas no ambiente esco-

lar. PriNCiPais atiViDaDes DeseNVolViDas Lançamento do projeto na comunidade escolar, onde foi abor-

dada a trajetória dos negros na História do Brasil, bem como a luta pela cidadania negada aos afrodescendentes. Esclarecimen-to da LDB alterada pela Lei 10.639/03, que torna obrigatório na Educação Básica, públicas e particulares, o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira. Pesquisa sobre a Identidade cultural dos afrodescendentes e a sua participação na área social, econômica e política do país. Pesquisa sobre a religiosidade africana. Estudo da trajetória de luta dos negros pela cidadania. Palestra sobre religiões de matriz africana. Aula de campo. Mostra cultural: ex-posições de trabalhos (painéis, charges, desenhos, pinturas, dan-ças, capoeira, maculelê, peças teatrais e recitais). Apresentação de alguns dos trabalhos em outras unidades escolares. Participa-ção na feira cultural regional da 16ª CREDE.

METODOLOGIAInserção da temática no currículo da escola (Matriz Curricu-

lar, PDE e PPP), abordagem do Projeto "Afro" no Prêmio Nacio-nal de Gestão Escolar 2009. Estudo sobre a LDB alterada pela Lei 10.639/03. Pesquisas bibliográficas. Debates. Exposição Cultural. Confecções de painéis, gravuras, charges e pinturas. Palestra: as religiões afro-brasileiras. Pesquisas de campo. Participação em feiras culturais regionais. Seminários. Exibição de filmes que abordam a cultura afrodescendente. Aula de campo no Museu do Negro Liberto em Redenção, Ceará. Apresentação de peças teatrais e danças de origem afro-brasileira.

RESULTADOS ALCANÇADOS Mobilização e participação de toda a comunidade escolar no

projeto. O envolvimento e dedicação dos professores. Também o desempenho e interesse dos alunos, que participaram de todas

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as atividades propostas e se mostraram sensíveis diante da con-dição desumana e de submissão dos afrodescendentes excluídos de cidadania. Percebe-se que os envolvidos no projeto tornaram--se mais conscientes frente ao preconceito racial.

GALERIA DE FOTOS: A BUSCA PELA CIDADANIA DOS AFRODESCENDENTES NO ESPAÇO ESCOLAR: UMA RUPTURA NA EDUCAÇÃO ESBRANQUIÇADA.

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Projeto – “Brasil, ritmos e cores” “Brasil: as diferenças fazem a diferença!”

RESUMO Com o objetivo de retratar o mais fielmente possível as rique-

zas culturais indígenas e africanas, tão presentes no cotidiano de nossa comunidade escolar, procuramos desenvolver ativida-des de formação humana e cidadã voltadas para essas culturas, nas quais o nosso principal alvo, o educando, possa valorizar sua identidade autêntica.

TÍTULO DO TRABALHO: Projeto – "Brasil, ritmos e cores" CATEGORIA: Escola - Ensino Médio PROFESSORES ENVOLVIDOS: Professora Coordenadora de Área (Ciências Humanas): Maria lonara Silva de Sousa História - Mara Rúbia Gonçalves dos Reis Alencar História - Marcela Alves Sobreira História - Maria Alda Roseno Rodrigues Sociologia - Ayda Maria Barbosa Passos Filosofia - Márcio Cleyton Rabelo dos Santos Geografia - João Rinaldo de Oliveira Elói Geografia - Antonio Márcio Duarte Dias Português - Maria Vanuza Bezerra Ferreira Educação Física - Francisco Arlindo da Silva Matemática - Carlos Aragão da Silva ESCOLA: Liceu Deputado Francisco Alves SobrinhoCIDADE/ESTADO: Acopiara/CE

OBJETIVO Conhecer, valorizar e respeitar a pluralidade cultural que for-

ma a identidade do povo brasileiro, estabelecendo traços de liga-ção com a identidade e cultura regional, no combate a qualquer tipo de ação discriminatória e estimulando a convivência pacífica e democrática dentro e fora da comunidade escolar.

PriNCiPais atiViDaDes O tema afrodescendente foi trabalhado durante a semana pe-

dagógica e, a partir daí, a dinâmica das atividades foram direcio-nadas para as três áreas do conhecimento, atuando, por exemplo, na Matemática, através dos dados estatísticos sobre populações indígenas e negras em diferentes épocas. A Língua Portuguesa estimulou as produções textuais pelos educandos onde estes re-trataram os antepassados afrodescendentes contribuindo assim com a dinâmica do projeto de forma continuada. Já as Ciências Humanas, de posse do conhecimento historiográfico das leis e da cultura popular, oportunizou momentos de interação, criticida-de, reflexão e dinâmica sobre temas como escravidão, preconcei-to, realidade socioeconômica, preservação da cultura material e imaterial.

METODOLOGIA As atividades do projeto que foram desenvolvidas no ano le-

tivo de 2009 e tiveram continuidade no ano de 2010, em todas as turmas da escola Liceu Deputado Francisco Alves Sobrinho de Acopiara; as disciplinas envolvidas foram: História, Geografia, So-ciologia, Filosofia, Educação Física, Português, Arte e Matemáti-ca. Em nossa proposta estão inseridas ações tais como: trabalhos em grupo, aplicação de seminários, exibição de documentários, aulas de campo e eventos culturais, entre outras atividades.

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RESULTADOSElegemos três pontos de maior relevância: a integração das

áreas do conhecimento, a feliz constatação de enxergar em nos-sos educandos a consciência da cidadania brasileira e a valori-zação da cultura regional. Assim sendo, mesmo vivendo em um país com tantas distâncias geográficas, socioeconômicas, políti-cas e culturais, nos sentimos como parte integrante desse todo, uma parte diferente sim, mas igual em direitos e deveres.

GALERIA DE FOTOS: PROJETO – “BRASIL, RITMOS E CORES”

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Igualdade de Direitos nas Relações Etni-corraciais

Ninguém liberta ninguém. As pessoas se libertam em comunhão.” (Paulo Freire)

RESUMO O presente projeto parte da necessidade de superar o etno-

centrismo, a discriminação e os preconceitos e estereótipos insti-tuídos no ambiente escolar em relação à desigualdade de direitos etnicorraciais, através de palestras, atividades recreativas, entre-vistas, pesquisas realizadas pelos alunos e videografias. Os alunos são convidados a participar das reflexões e discussões sobre a “IGUALDADE DE DIREITOS NAS RELAÇõES ETNICORRACIAIS.”

TÍTULO DO TRABALHO: “Igualdade de Direitos nas Relações Etnicorraciais” CATEGORIA: Gestão Escolar PROFESSORES: Adriana Carneiro, Éderson Cortelline e Maria Konfidera ESCOLA: Centro Estadual de Educação para Jovens e Adultos CIDADE/ESTADO: União da Vitória/PR

OBJETIVO• Superar o etnocentrismo;

• Eliminar o preconceito e a discriminação nas relações etnicorraciais;

• Conhecer a história percebendo a desigualdade racial no Brasil.

atiViDaDes DeseNVolViDas • Palestras para os alunos da Escola com professores de História e professores que participaram de cursos ligados a GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA (UAB), para estabelecer discussões e reflexões sobre a história das relaçõesetnicorraciais e sobre a desigualdade racial e social.

• Gincana Recreativa envolvendo todos os alunos da Escola, para integração e superação de discriminações.

• Pesquisas realizadas pelos alunos

• Entrevistas com sujeitos que sofreram preconceitos e discriminação, reflexão com todos a partir da desigualdade.

METODOLOGIA A partir de um cronograma, realizaram-se palestras, discus-

sões e reflexões com os alunos sobre a história etnicorracial no Brasil, superando o etnocentrismo e o eurocentrismo.

RESULTADOS ALCANÇADOS Todos os alunos, no decorrer do projeto, participaram intensa-

mente e envolveram-se. Mudanças de comportamentos e atitu-des de alunos e professores. Alunos que sofreram discriminação e preconceito fizeram seus depoimentos e relataram sua alegria em serem tratados com “IGUALDADE DE DIREITOS”.

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GALERIA DE FOTOS: IGUALDADE DE DIREITOS NAS RELAÇõES etNiCorraCiais

Prêmio Educar para a Igualdade Racial: uma história que está sendo

escrita por nós!

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