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Sumário - ipfiladelfia.com§ão... · 6 Novo Testamento ... Observar a necessidade de Teologia Bíblica para a interpretação e exegese das ... Testamento, com frase do tipo “isso

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Sumário

1 Introdução à Teologia Bíblica .............................................................................................................. 1

1.1 Entendendo a Importância da Teologia Bíblica .......................................................................... 1

1.2 Definição ..................................................................................................................................... 1

1.3 Sobre o Cânon ............................................................................................................................. 1

1.4 O ponto de Unidade entre Antigo e Novo Testamento ............................................................... 2

NA teologia Bíblica Responde quatro perguntas ........................................................................ 3

2 Temas .................................................................................................................................................. 3

3 Segunda Parte ...................................................................................................................................... 4

4 Introdução ............................................................................................................................................ 4

5 Antigo Testamento............................................................................................................................... 4

6 Novo Testamento ................................................................................................................................. 6

7 CAPÍTULO VII DO PACTO DE DEUS COM O HOMEM .............................................................. 7

7.1 Seção I ........................................................................................................................................ 7

7.2 Seção II e III .............................................................................................................................. 9

7.3 Seção IV .................................................................................................................................... 10

7.4 Seção V e VI ............................................................................................................................. 10

8 Conclusão .......................................................................................................................................... 11

APÊNDICE 1 ............................................................................................................................................ 12

9 Apêndice 2 ......................................................................................................................................... 12

10 Bibliografia ........................................................................................................................................ 13

1

1 INTRODUÇÃO À TEOLOGIA BÍBLICA

1.1 Entendendo a Importância da Teologia Bíblica

a) Perceber a presença de Cristo – Lc 24.13-35;

b) Saber lidar com a tristeza e falta de esperança ao mundo;

c) Saber interpretar os fatos da vida formal correta- Mt 13.34-37;

d) Entender a centralidade da cruz e a ressurreição;

e) Compreender a necessidade da pregação;

f) Observar a necessidade de Teologia Bíblica para a interpretação e exegese das

Escrituras

1.2 Definição

“Teologia Bíblica canônica é a exibição do processo orgânico da especial revelação

verbal no seu gênero multiforme e continuidade” James Gries

“É um método de interpretar a Bíblia”

“O Ramo da teologia exegética que lida com o processo da auto revelação de Deus

registrada na Bíblia” Geerhardus Vos

1.3 Sobre o Cânon

A ordem do cânon é importante para compreendermos a sua mensagem. Um exemplo

Lc 24.44 (Lei, Profeta, Salmos). Devemos lembrar que a ordem do cânon na Bíblia

hebraica é diferente, mas só a ordem dos livros o conteúdo é exatamente o mesmo em

nossas traduções, a ordem no texto hebraico tem importância teológica, a Bíblia em suas

traduções segue um ordem que usa outros critérios.

Basicamente são dois os critérios para a ordem do cânon no português

1° Estrutura Macro canônica:

Gênero literário

2° Micro canônica

Cronologia

Autoria

2

Essa modificação é resultado da influência de Flávio Josefo que tinha uma intenção

apologética e evangelista para com os Romanos, isso para o Antigo Testamento,

Jerônimo também usa a mesma ordem dos livros da Sptuaginta.

A ordem do AT na Bíblia hebraica segue a seguinte sequência: Torá (5 livros); Neviim

8 livros; Ketuvim 11 livros.

Torá (instrução) Gênesis; Êxodo; Levítico; Número; Deuteronômio.

Neviim (Profetas) Anteriores: Josué; Juízes; Samuel; Reis. Posteriores: Isaías; Jeremias;

Ezequiel; Os doze.

Ketuvim (Escritos) Salmos; Jó; Provérbios; Rute; Cantares; Eclesiastes; Lamentações;

Ester; Daniel; Esdras; Neemias; Crônicas.

Critérios usados para a ordem dos livros em hebraico

1° Macro canônico: Pacto

2° Tema ou teologia

1.4 O ponto de Unidade entre Antigo e Novo Testamento

É comum no meio evangelical o diminuir ou simplesmente abandonar o Antigo

Testamento, com frase do tipo “isso é coisa do tempo da Lei estamos no tempo da

graça” e similares, mas o que mais chama a atenção é que esse tipo de pensamento é

totalmente anticristão, mas poucos sabem que esse pensamento não é novo e muito

menos cristão tem inicio no 2° século com um herege gnóstico chamado Marcião, ele

ficou conhecido por dizer entre outras coisas que o ‘deus’ dos judeus o ‘deus’ do AT era

mal e tinha matado Jesus, Marcião é o primeiro a tentar fazer uma coleção dois livros do

cristianismo, mas ele não usa os livros do AT e forma um ‘cânon’ com pedaços dos

escritos de Lucas, cartas de Paulo. Quando separamos a história em tempo da Lei e

tempo da Graça na verdade repetimos antigas heresias que nos impede uma maior

compressão da Revelação do Senhor. Como presbiterianos zelamos pela Palavra de

Deus e por sua unidade, o cap 19 da CFW nos ensina justamente a importância da Lei,

do AT.

Só compreenderemos a Palavra só quando for vista a sua unidade, temos uma história

contada de Gênesis a Apocalipse, uma única história sua magnitude é extraordinária

nela poderemos perceber a mão de um condutor nessa grande história. Uma das

importâncias da teologia Bíblica é justamente ser a base para a apologética e a boa

interpretação devemos ver a unidade temática da Revelação. A base, o esqueleto da

unidade da palavra de Deus é a doutrina do pacto essa aliança estabelecida por Deus

com o seu povo é o fio condutor de toda revelação,1 doutrina tão cara para os

presbiterianos é ela a base de toda fé reformada, é a base onde construímos todo o nosso

1 Na segunda aula veremos propriamente a teologia do pacto.

3

entendimento de Deus e seu relacionamento com a sua criação. A importância da

unidade das Escrituras fica evidente quando olhamos o seu todo à luz da Aliança, ler as

Escrituras com disposição que seus autores tiveram a sua unidade Pactual2:

Gên

esis

: P

rólo

go P

actu

al

Lei Profeta Escritos

Apoca

lipse

: E

píl

ogo P

actu

al

Êxodo

Levítico

Número

Deuteronômio

Josué Isaías

Juízes Jeremias

Samuel Ezequiel

Reis Os Doze

Promotores do Pacto

Salmos Eclesiastes

Jó Lamentações

Provérbios Ester

Rute Daniel

Cantares Esdras

Neemias

Crônicas

Mateus

Marcos

Lucas

João

Atos dos Apóstolos

Cartas Paulinas

Hebreus

Tiago

1 e 2 Pedro

1, 2 e 3 João

Judas

Pacto História do Pacto Vida Pactual

NA TEOLOGIA BÍBLICA RESPONDE AS QUATRO PERGUNTAS:

Onde estamos?

Quem nós somos?

Qual o problema? O que há de errado?

Qual é a solução?

São as perguntas básicas da grande história humana, o que todo pergunta, mas a única

resposta correta é dada pela Revelação.

A Teologia Bíblica vai nos fazer entender: A Criação; Queda; Redenção e Consumação.

2 TEMAS

Outro ponto importante para a teologia Bíblica são os temas que perpassam toda A

Palavra, são 20 grandes temas e 80 temas menores. Construindo a meta narrativa que é a

base para a apologética. Devemos entender que a o Cristianismo não é uma religião ou

que a Bíblia é um texto de religião, mas a expressão da própria realidade, o fundamento

2 Quadro apresentado pelo Rev. Tiago Baía, no curso de teologia Bíblica.

4

do que há diante de nós, a revelação proposicional de Deus, então deixemos nossas

opiniões de lado e nos humilhemos diante do Senhor Jesus.

3 SEGUNDA PARTE

4 INTRODUÇÃO

A palavra “Aliança” é a tradução do termo hebraico (bᵉrît) cuja etimologia

é incerta.3 Pode estar relacionada com a palavra acadiana “barru”, que significa

“estabelecer uma situação legal por meio de um testemunho acompanhado de uma

juramento”4

Também pode ser traduzido por tratado, acordo, pacto, mas a simples

definição não é suficiente para dar o pleno sentido “ O catálogo de propostas para o

significado de ‘bᵉrît’ ilustra a estreita relação entre a derivação etimológica e a

interpretação teológica que tem caracterizado a tentativa de entender o termo ‘aliança’

na Bíblia”5, em suma, o significado de “aliança” deve ser buscado por meio de um

estudo de caso.

5 ANTIGO TESTAMENTO

A aliança em Deuteronômio6 segundo McConville assemelha-se ao tratado de

vassalagem dos hititas (2º milênio), que consiste em seis partes: 1ª título; 2ª prólogo

histórico; 3ª estipulações; 4ª cláusula do documento; 5ª lista dos deuses (ou seja,

3 é um substantivo hebraico da raiz ; mas permanece obscuro se o significado pode ser

derivado desta etimologia. Por um lado, alguns têm relacionado baraya à palavra acadiana barû ,

“agrilhoar”, da qual vem o nome birîtu; cp. Ezequiel 20.37, “a obrigação” do berît. In: PAYNE J.

B. Aliança. Enciclopédia da Bíblia Cultura Cristã, vol1, p200. 4 MCCONVILLE, Gordon J., Berît, in: Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo

Testamento, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 1, p. 723. 5 Ibid.

6 Isso também pode ser percebido nos Dez Mandamentos, todo livro de Deuteronômio e texto de Josué 24

está baseado nesse modelo de aliança, segundo M. G. Kline em sua obra: By oath consigned, 1967.

5

testemunhas do tratado, e 6ª bênçãos e maldições7, esse tipo de trado é a chave para a

compreensão da forma de aliança de Deus com o antigo Israel.8

É importante compreendermos esse tipo de tratado onde um Suserano (senhor)

estipulas as clausulas do acordo (aliança) com um Vassalo (escravo), ilustra bem como

o Javé tomou a iniciativa de estabelecer uma aliança, Ele como Senhor e nós como seus

escravos, Deus usa uma realidade já existente para dar forma a sua aliança.9

Como já mencionado a melhor forma de compreender a (aliança), é

vermos seu uso ao longo da revelação bíblica.

A palavra de Deus faz dois usos de aliança; a aliança entre pessoas e entre Deus

e seus servos.10 A aliança entre pessoas. Alianças de amizades (1Sm 18.3; 20.8);

tratados ou acordos entre governos e indivíduos poderosos (Gn 21.27; 26.28; 31.44; 1Rs

5.12); tratados onde a parte mais poderosa define os termos (Êx 23.32; Dt 7.2; Jz 2.2; Js

9.15) ou onde a parte mais fraca solicita os termos (1Rs 20.34; Os 12.1-2); e

matrimônio (Ml 2.14; cf. Ez 16.8).11

A aliança entre Deus e seu povo. Ao longo da

história da revelação vemos O Senhor estabelecendo “alianças”12, essas alianças são

denominadas de acordo com cada agente pactual.

A aliança Edênica aliança estabelecida com Adão, em Gn 3.14-19 registra as

estipulações da administração aliança, também pode ser chamada de aliança do

começo13, vemos a aliança em forma de semente.14 Aliança Noética, o registro do

relacionamento de Deus com Noé é narrado em quatro passagens (Gênesis 6.17-22;

8.20-22; 9.1-7 e 9.8-17). Que também pode ser chamada de aliança da preservação.15

Aliança Abraâmica, Deus faz aliança com Abraão em duas ocasiões, em Gn 15.18 e

17.2, as duas estão relacionadas quanto ao significado da promessa feita inicialmente a

Abraão em Gn 12.1-3. Aliança sinaítica, aliança estabelecida com Moisés cuja essência

7 MCCONVILLE, Berît.

8 SMICK, Elmer B, Aliança, in: Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, São Paulo:

Vida Nova, 1998, p. 214. 9 Vemos que a aliança na Bíblia não é uma cópia do que era visto no oriente próximo, mas na revelação

bíblica esse tipo de tratado assume aspectos específicos, tendo uma estrutura superior, isso é importante

pois demostra que a religião em Israel é histórica. Para mais informação ler: Teologia do Antigo

Testamento Cap2 de Walther Eichrodt. 10

Temos, portanto, um pacto legal de um lado e um pacto teológico de outro. 11

MCCONVILLE, Berît. 12

Embora possamos usar alianças, mas devemos entendê-las como uma única aliança que tem um

crescimento/desenvolvimento, para mais esclarecimentos ver seção 2 deste presente trabalho. 13

ROBERTSON, O. Palmer, O Cristo dos Pactos, 2a. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2011.p 81.

14 Há um debate se de fato houve um pacto de Deus com Adão, mas vemos em Os 6.7 e Jó 31.36, onde

nitidamente Adão “quebrando” o pacto, a mais a se falar, mas deixarei para a próxima seção onde esse

assunto será melhor tratado. 15

ROBERTSON, O Cristo dos Pactos. p 93.

6

é expandida em Êx 19-24, a expressão mais perfeitamente desenvolvida da aliança

mosaica se encontra em Deuteronômio.16

Aliança Davídica, se originou como concessão

à exigência desobediente do povo de ter um rei (1Sm 8.5-8) e prometeu que Israel

sempre teria um rei(Sl 89.3-4).

A aliança é um tema deveras importante, para compreensão do relacionamento

de Deus com o seu povo ao longo do Antigo Testamento, Eichrodt defende que o tema

unificador é o pacto, em sua teologia do Antigo Testamento, mostrando a realidade

histórica da religião de Israel.17

6 NOVO TESTAMENTO

No Novo Testamento é usado o termo diaqhkh (diathéke), palavra essa que é a

tradução de bᵉrît na LXX. É digno de nota que, embora “aliança” ocorra quase 300

vezes no AT, ocorre somente 33 vezes no NT.18

Embora o termo aliança não apareça

tão frequente quanto se esperaria, a razão é que o pensamento subjacente já foi abarcado

pelas declarações acerca do Reino de Deus isso fica mais claro em Lc 22.29, a nova

aliança e Reino de Deus são conceitos inter-relacionados.19

Em Paulo encontramos nove

ocorrências de diathéke, em Gl 3.15ss, a linguagem jurídica mostra que Paulo está

usando uma ilustração da lei helenista, mostra que o testamento original de Deus não

pode ser mudado pela lei. Em Rm 11.27 a disposição salvífica de Deus na história é o

sentido óbvio, Rm 9.4 são a declaração da vontade de Deus no Antigo Testamento. Em

Gl 4.24ss a escrava Hagar representa o pacto do Sina i que foi reduzido à escravidão,

enquanto a Sara livre representa o pacto celestial que confere libertação.

Hebreus usa diathéke para ilustrar o sentido popular de “última vontade ou

testamento” em 9.16-17, o conceito central de hebreus é o de um novo pacto. Ele

substituiu o antigo pacto que foi feito no Sinai (9.20), está ligado ao culto (9.14). Ele

inclui os dons da salvação, cujo fiador é Cristo, seu sangue é o sangue do pacto (10.29,

cf. Êx 24.6).20

O uso de diathéke nos Sinóticos Jesus chama o vinho da Santa Ceia de

sangue do diathéke, ou do novo diathéke em seu sangue representado pelo vinho, essa

16

MCCONVILLE, Berît. 17

EICHRODT, Walther, Teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Hagnos, 2005. 18

BECKER, O, Aliança, in: Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, 2a. ed. São

Paulo: Vida Nova, 2007, v. 1, p. 58. 19

Ibid. 20

Ibid.

7

afirmação é baseada em Jr 31.31ss. O diathéke é a disposição de Deus, uma poderosa

declaração da sua vontade na história, por meio da qual ele ordena a relação entre si

mesmo e nós, de acordo com o seu propósito salvivífico, e que carrega em si a

autoridade do mandamento divino.

7 CAPÍTULO VII

DO PACTO DE DEUS COM O HOMEM

7.1 Seção I

Tão grande é a distância entre Deus e a criatura, que, embora as criaturas racionais

lhe devam obediência como ao seu Criador, nunca poderiam fruir nada dele como bem-

aventurança e recompensa, senão por alguma voluntária condescendência da parte de

Deus, a qual foi ele servido significar por meio de um pacto.

De inicio vemos temos que partir com alguns pressupostos tais como: A

transcendência do Senhor Deus; A limitação humana com respeito ao seu

relacionamento com Deus que é totalmente dependente da Revelação; A mediação de

Cristo; A Revelação de Deus para o homem sem a qual o ser humano jamais poderia

conhecer qualquer verdade sobre a vontade do Senhor apesar da revelação natural;21

o

dever que o homem tem de cultuar ao Senhor. É importante ressaltar esses pontos, pois

eles entre outros compõe a cosmovisão dos autores desse documento. Vamos ao

comentário da seção I:

Deus é o totalmente outro. Esta verdade é conhecida por quase todas as

religiões,22

pode não ser tão bem formulado assim, e normalmente não é, mas ninguém

escapa de tal realidade, por causa da mente pecaminosa do ser humano ele tenta fugir

21

Vide seção I capitulo 1 CFW. 22

Há religiões onde há uma confusão/mistura entre o aspecto transcendente e imanente do ser divino não

é muito bem distinguido tais como as religiões animistas, panteístas, paneteístas. De alguma forma o ente

divino que é transcendente se harmoniza ao eixo da estrutura da criação não possibilitando uma distinção

essencial entre a divindade e o “deus”, por isso a frase “tudo é deus”, essa frase demostra uma

contradição lógica, posso demonstra uma delas: quando falamos que um ente “É” esse mesmo ente não

pode por definição estar dentro do eixo estrutural do tempo e sofrer modificação de qualquer natureza, um

ente não pode estar num fluxo do devir e na mesma realidade “É”. Para um maior entendimento da

matéria ver o artigo : “A insustentável Irrelevância do Ser”, autor: Edson Matias.

8

disso usando de uma religião que é fruto de sua imaginação ou até mesmo negando, mas

uma coisa é certa não podemos escapar ilesos a essa verdade. Se observarmos bem

“Deus é o totalmente outro” tal sentença gera no homem angustia e desespero pois não

podemos de forma alguma “ir” até Ele, o Senhor está distante sem qualquer

possibilidade de fluirmos bem algum Dele, esse é exatamente o sentimento observado

no mundo moderno ou melhor em todas as eras, mas o Niilismo moderno deu uma

significação filosófica a esse sentimento que o homem caído tem e quando adentra a

esfera da teologia destrói qualquer possibilidade de significação da Revelação. Um dos

resultados foi a chamada teologia liberal clássica hoje em desuso (será?), que foi

combatida por vários teólogos entre eles o conhecidíssimo Karl Barth que fez frente ao

niilismo teológico, luta iniciada com o seu comentário da carta de Paulo aos Romanos,

“O Deus da Epístola aos Romanos é o Deus absconditus, o totalmente Outro (das ganz

Andere), conceito que Barth extrai de Rudolf Otto, inserindo-o, porém, não em um

contexto fenomenológico, e sim teológico. Nenhum caminho vai do homem a Deus: nem

a vai da experiência religiosa (Scheleirmacher), nem a da história (Troeltsch), e

tampouco uma via metafísica; o único caminho praticável vai de Deus ao homem e se

chama Jesus Cristo.”23

Através de Cristo e só por Ele somos resgatados de tão horrível situação, há

única solução para o distanciamento de Deus e sua criatura é o Pacto estabelecido entre

Criador e criatura que é mediado por Cristo O Agente pactual.24

É justamente isso que

os nossos pais na fé tinham em mente quando afirmaram a seção I, que o homem em

seu estado natural não pode estabelecer qualquer tipo de comunhão com Deus, tendo em

si mesmo a semente da religião,25

deve obediência e culto ao seu Criador sentindo-se o

homem impelido à adoração, constrói meios de acesso Deus Criador, mas por não

contar com uma revelação proposicional, não pode encontrar elementos que o direcione

a culto que possa satisfazer a vontade de Deus, comete idolatria, pois utiliza apenas o

dados sensíveis da criação e a interpreta a luz de sua realidade caída, ele adora apena a

um deus que é apenas uma projeção do seus ser, o homem natural adora a si mesmo e

em sua arrogância o chama de deus, colhendo frutos terríveis de idolatria; morte e ainda

23

GIBELLINI, Rosino, A Teologia do Século XX, 2a. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2002, p. 21.

24 Ao longo da Revelação, Deus escolheu vários agentes pactuais os quais foram os quais tipificavam o

Cristo. Mais na frente será tratado mais detalhadamente desse assunto. 25

Para mais explicação sobre o tema ler: Institutas 1.III.I; Rm 1.19; 2.14-16.

9

mais confusão, Deus de forma condescendente estabeleceu o pacto para que possa o

homem que é resgatado fluir de bem-aventurança e recompensa.

7.2 Seção II e III

O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras; nesse pacto foi a vida

prometida a Adão e nele à sua posteridade, sob a condição de perfeita obediência

pessoal.

O homem, tendo-se tornado pela sua queda incapaz de vida por esse pacto, o Senhor

dignou-se fazer um segundo pacto, geralmente chamado o pacto da graça; nesse pacto

ele livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação por Jesus Cristo, exigindo

deles a fé nele para que sejam salvos; e prometendo dar a todos os que estão ordenados

para a vida o seu Santo Espírito, para dispô-los e habilitá-los a crer.

O termo “pacto de obras” tem levantado certos questionamento ao longo dos

séculos, foi o teólogo puritano inglês Dudley Fenner (1558-1587) mais tarde sendo

convertido para o latim foedus operum,26

foi com Thomas Cartwringht(1535-1603), que

posteriormente ensina essa doutrina no continente sendo cristalizada nos símbolos de fé

reformados do século 17.27

O pacto de obras tem despertado certos questionamentos ao

longo desse tempo, as opiniões variam desde defesa até a completa negação.28

Mas vale

ressaltar que o fé cristã tornaria sem sentido se o pacto de obras não fosse uma realidade

tanto no passado com Adão quanto com os seus descendentes.

A violação do pacto das obras, por Adão e Eva, tornou as promessas do

pacto inacessíveis aos seus descendentes. Essas promessas foram

canceladas por Deus, o qual não pode aviltar Seu padrão da lei,

redistribuindo o pacto das obras para creditar a injustiça do homem caído.

26

BEEKE, Joel R.; JONES MARK, A Puritan Theology, Grand Rapids: Reformation Heritage Books,

2012, p. 218. 27

Ibid. 28

Por se tratar de um trabalho introdutório não será tratado aqui o desenvolvimento da doutrina, tal

analise será feita de forma detalha em uma posterior monografia do mesmo autor.

10

Entretanto, o cancelamento divino não anula a demanda de Deus por

obediência perfeita. Antes, em razão da estabilidade da promessa de Deus e

de sua lei, o pacto das obras se torna efetivo em Cristo, o perfeito

cumpridor da lei. Ao cumprir todas as condições do pacto da graça, Cristo

cumpriu todas as condições do pacto das obras.29

Vemos que a verdade do pacto das obras é fundamental para entendermos a obra

substitutiva de Cristo, Paulo torna ainda mais evidente isso em sua carta aos Romanos

(Rm 5.12-21). Por isso é fundamental dependermos do nosso Senhor Jesus, que obedece

as clausulas da lei de forma perfeita, já Adão e seus descendentes não cumpriram os

termos do acordo, sendo a vida recebida pela obediência do nosso Representante Maior;

Cristo, Deus cumpre a promessa de dar vida em Cristo. Toda glória ao Deus bendito.

7.3 Seção IV

Este pacto da graça é frequentemente apresentado nas Escrituras pelo nome de

Testamento, em referência à morte de Cristo, o testador, e à perdurável herança, com

tudo o que lhe pertence, legada neste pacto.30

7.4 Seção V e VI

Este pacto no tempo da Lei não foi administrado como no tempo do Evangelho. Sob a

Lei foi administrado por promessas, profecias, sacrifícios, pela circuncisão, pelo

cordeiro pascoal e outros tipos e ordenanças dadas ao povo judeu, prefigurando, tudo,

Cristo que havia de vir; por aquele tempo essas coisas, pela operação do Espírito

Santo, foram suficientes e eficazes para instruir e edificar os eleitos na fé do Messias

prometido, por quem tinham plena remissão dos pecados e a vida eterna: essa

dispensação chama-se o Velho Testamento.

Sob o Evangelho, quando foi manifestado Cristo, a substância, as ordenanças pelas

quais este pacto é dispensado são a pregação da palavra e a administração dos

sacramentos do batismo e da ceia do Senhor; por estas ordenanças, posto que poucas

em número e administradas com maior simplicidade e menor glória externa, o pacto é

manifestado com maior plenitude, evidência e eficácia espiritual, a todas as nações, aos

29

BEEKE, Joel, Espiritualidade Reformada, são José dos campos: Fiel, 2014, p. 445. 30

Para mais detalhes ver introdução, essa seção trata basicamente da nomenclatura.

11

judeus bem como aos gentios. É chamado o Novo Testamento. Não há, pois, dois pactos

de graça diferentes em substância, mas um e o mesmo sob várias dispensações.

Poderíamos chamar essas duas seções de promessa e cumprimento, no sentido

de que vemos o desenvolvimento progressivo da revelação acontecer ao longo do

Antigo Testamento. Essas duas seções ensinam que há um só pacto que é administrado

de modos diferentes ao longo da revelação bíblica, na economia da aliança novos

elementos são acrescentados sem desmentir os elementos anteriores, um exemplo disso

é a circuncisão que no antigo testamento era o sinal externo de uma realidade espiritual

este sacramento hoje na nova aliança é administrado sob a forma de batismo ampliando

assim sua aplicabilidade que antes era restrita aos homens.

Na medida do progresso da revelação e desenvolvimento da aliança vemos cada

vez mais luz sendo lançada,31

há um só pacto que é desenvolvido sucessivamente e

plenamente revelado em Cristo.32

8 CONCLUSÃO

A doutrina do pacto é sem duvida uma das mais belas de toda Bíblia, ela revela

aspectos importantes do caráter de Deus e de como Ele se compadeceu de suas criaturas

revelando amor e misericórdia ao seu povo, e como Ele tomou a iniciativa em

relacionar-se conosco.

31

Ver apêndice 1 32

Ver apêndice 2

12

APÊNDICE 133

9 APÊNDICE 2

33

O Termo “revelação Subjetiva” significa “Iluminação” na distinção agostiniana.

13

10 BIBLIOGRAFIA

BEEKE, Joel R. e JONES Mark. A Puritan Theology, Grand Rapinds: Reformation

Heritage books, 2012, 1054 p.

COENEN, Lothar e BROWN, Colin(orgs). Dicionário Internacional de Teologia do

Novo Testamento 2ªed vol 1, São Paulo: Vida Nova, 2007, 1360p.

DOUGLAS, J. D.(org). O Novo Dicionário da Bíblia 3ªed, São Paulo: Vida Nova,

2006, 1397p.

EICHRODT, Walther. Teologia do Antigo Testamento, São Paulo: Hagnos, 2004,

966p.

HARRIS, R. Laird (org). Dicionário Internacional de Teologia do Antigo

Testamento, São Paulo: Vida Nova, 1998, 1789p.

HODGE, A. A. Confissão de Fé de Westminster comentada por A. A. Hodger 3ªed,

São Paulo: Os Puritanos, 2010, 596p.

KITTEL, Gerhard e FRIEDRICH, Gerhard(orgs). Dicionário Teológico do Novo

Testamento vol 1, São Paulo: Cultura Cristã, 2013, 768p.

ROBERTSON, O Palmer. O Cristo dos Pactos 2ªed, São Paulo: Cultura Cristã, 2011,

240p.

TURRETINI, François. Compêndio de Teologia Apologética vol 2, São Paulo:

Cultura Cristã, 2011, 864p.

VANGEMERAN, Willem A.(org). Novo Dicionário Internacional de Teologia e

Exegese do Antigo Testamento, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, 1168p.

Por Edson Matias

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