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Súmula n. 218

Súmula n. 218 · Réus: Enéas Rômulo Dalton Di Franco de Araújo ... DJ 18.05.1992). ... Stelio Lopes Mendonça Junior EMENTA

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Súmula n. 218

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SÚMULA N. 218

Compete à Justiça dos Estados processar e julgar ação de servidor estadual

decorrente de direitos e vantagens estatutárias no exercício de cargo em

comissão.

Referência:

Estatuto dos Funcionários Públicos Estaduais.

Precedentes:

CC 5.563-RO (3ª S, 11.11.1993 – DJ 13.12.1993)

CC 11.410-PE (3ª S, 18.05.1995 – DJ 07.08.1995)

CC 12.630-CE (3ª S, 26.02.1997 – DJ 14.04.1997)

CC 16.753-PE (3ª S, 24.04.1996 – DJ 03.06.1996)

CC 17.768-BA (3ª S, 09.10.1996 – DJ 11.11.1996)

Terceira Seção, em 10.02.1999

DJ 24.02.1999, p. 106

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CONFLITO DE COMPETÊNCIA N. 5.563-RO

Relator: Ministro Assis Toledo

Autor: Antônio Braga Gonçalves

Réus: Enéas Rômulo Dalton Di Franco de Araújo

Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia

Município de Porto Velho-RO

Estado de Rondônia

Suscitante: Juízo de Direito da Vara da Fazenda Pública, Falências e

Concordatas de Porto Velho

Suscitada: 3ª Junta de Conciliação e Julgamento de Porto Velho-RO

Advogados: Paulo Roberto Teixeira Albuquerque

Lindolfo Santana Júnior

Rosyara Martins de Barros Freitas

Savio de Jesus Gonçalves

EMENTA

Processual Civil. Competência. Relação empregatícia. Cargo em

comissão.

O exercício do cargo em comissão não gera relação empregatícia

de natureza trabalhista. Competência da Justiça Comum Estadual.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Terceira

Seção do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das

notas taquigráfi cas a seguir, por unanimidade, conhecer do confl ito e declarar

competente o Suscitante, Juízo de Direito da Vara da Fazenda Pública, Falências

e Concordatas de Porto Velho-RO, nos termos do voto do Ministro-Relator.

Votaram de acordo os Ministros Edson Vidigal, Luiz Vicente Cernicchiaro,

Adhemar Maciel, Anselmo Santiago, José Dantas, José Cândido de Carvalho

Filho, Pedro Acioli e Jesus Costa Lima.

Brasília (DF), 11 de novembro de 1993 (data do julgamento).

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

188

Ministro Cid Flaquer Scartezini, Presidente

Ministro Assis Toledo, Relator

DJ 13.12.1993

RELATÓRIO

O Sr. Ministro Assis Toledo: Antônio Braga Gonçalves propôs reclamação

trabalhista contra a Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia e outros,

objetivando o recebimento de férias, salários, FGTS, aviso prévio, etc, alegando

ter sido demitido sem justa causa.

A 3ª Junta de Conciliação e Julgamento de Porto Velho-RO declinou de

sua competência.

O Juízo de Direito da Vara da Fazenda Pública, Falências e Concordatas

de Porto Velho deu-se, igualmente, por incompetente, suscitando o presente

confl ito.

A douta Subprocuradoria-Geral da República, em parecer da Dra. Delza

Curvello Rocha, opinou pela competência da Justiça Trabalhista.

É o relatório.

VOTO

O Sr. Ministro Assis Toledo (Relator): O reclamante foi admitido em

02.02.1987 para exercer cargo em comissão de assessor junto à Assembléia

Legislativa do Estado de Rondônia. Demitido em 10.12.1992, requer vantagens

a que teria direito.

Este Tribunal, por sua 2ª Seção, tem entendido que, no caso em que se

postula vantagem decorrente do exercício de cargo em comissão, regido por

normas de direito administrativo, a competência é fi rmada pela natureza da

lide, delineada na inicial, sendo competente a Justiça Comum Estadual (CC n.

2.348-SP, Rel. Min. Waldemar Zveiter, DJ 18.05.1992).

O extinto Tribunal Federal de Recursos também entendia que o exercício

de função acessória de cargo público não gerava relação empregatícia de natureza

trabalhista (CC n. 5.529-PE, Rel. Min. Jesus Costa Lima, DJ 08.03.1984; CC

n. 6.929-SP, Rel. Min. Washington Bolívar, DJ 30.10.1986).

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SÚMULAS - PRECEDENTES

RSSTJ, a. 5, (16): 183-198, março 2011 189

Por outro lado, se a ação proposta é inadequada, caberá ao juiz competente decidir a respeito, indeferindo a inicial ou procedendo como julgar de direito, conforme já se decidiu nesta Seção quando do julgamento no CC n. 3.298-1-SC, do qual fui relator, cujo acórdão fi cou assim ementado:

Processual Civil. Administrativo. Competência. Funcionário público federal.

Litígio sobre vantagens decorrentes de relação estatutária. Reclamação trabalhista equivocadamente proposta perante a Justiça do Trabalho.

Competência da Justiça Federal, à qual caberá decidir sobre a inadequação da via processual eleita.

(DJ 05.10.1992, p. 17.064).

Diante do exposto, na linha dessa jurisprudência, conheço do Confl ito e declaro competente o Juízo de Direito da Vara da Fazenda Pública, Falências e Concordatas de Porto Velho-RO, suscitante.

É o voto.

VOTO

O Sr. Ministro José Dantas: Senhor Presidente, a generalização de que cargo em comissão é, por natureza, estatutário, não me parece proceder, pois que, até a instituição do “regime único”, havia mesmo cargo em comissão regido pela CLT - o chamado de DAS-LT que o Serviço Público Federal e Estadual admitiam.

Essa observação apenas serve de ressalva àquela generalização do Sr. Min. Relator, dado que, numa rápida consulta aos autos, verifi quei que a reclamada está correta ao dizer que, neste caso, tratava-se mesmo de cargos em comissão estatutário.

Portanto, acompanho o voto do Sr. Ministro-Relator.

CONFLITO DE COMPETÊNCIA N. 11.410-PE (94.034776-6)

Relator: Ministro Adhemar Maciel

Autor: Mario Guedes Loureiro

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

190

Advogado: Celso Barreto de Miranda

Ré: Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco

Réu: Estado de Pernambuco

Advogados: Cléa Lúcia Maia da Silva e outros

Suscitante: Juízo de Direito da 1ª Vara da Fazenda do Estado de

Pernambuco

Suscitado: 14ª Junta de Conciliação e Julgamento de Recife-PR

EMENTA

Processual Civil. Competência. Relação empregatícia. Cargo

em comissão. O exercício do cargo em comissão não gera relação

empregatícia de natureza trabalhista. Competência da Justiça Comum

Estadual.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas.

Decide a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade,

conhecer do confl ito e declarar a competente o Suscitante, Juízo de Direito

da 1ª Vara da Fazenda do Estado de Pernambuco, nos termos do voto do Sr.

Ministro-relator, na forma do relatório e notas taquigráfi cas constantes dos

autos, que fi cam fazendo parte integrante do presente julgado. Votaram de

acordo os Srs. Ministros Anselmo Santiago, Vicente Leal, José Dantas, Jesus

Costa Lima, Assis Toledo, Edson Vidigal e Luiz Vicente Cernicchiaro.

Custas, como de lei.

Brasília (DF), 18 de maio de 1995 (data do julgamento).

Ministro Cid Flaquer Scatezzini, Presidente

Ministro Adhemar Maciel, Relator

DJ 07.08.1995

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SÚMULAS - PRECEDENTES

RSSTJ, a. 5, (16): 183-198, março 2011 191

RELATÓRIO

O Sr. Ministro Adhemar Maciel: Trata-se de conflito negativo de competência estabelecido entre o juízo de direito da 1ª Vara da Fazenda do Estado de Pernambuco, o suscitante, e a 14ª Junta de Conciliação e Julgamento de Recife-PE, a suscitada.

A ação é uma reclamatória trabalhista em que servidor público estadual, lotado na assembléia legislativa do Estado, pugna em desfavor do Estado de Pernambuco perante a 14ª JCJ de Recife-PE.

Vindica reajustes salariais devidos por produtividade e créditos trabalhistas (Férias, 13º salário proporcional) em virtude de ter sido admitido em cargo de confi ança em 1°.03.1989 e exonerado em 28.02.1991 por ato do presidente da Assembléia Legislativa de Pernambuco.

A procuradoria-geral do Estado argúi a exceção de incompetência absoluta da justiça trabalhista, uma vez que se trata de relação de trabalho regido pelo Regime Jurídico Único do Estado.

Acolhida a exceção, os autos foram encaminhados ao juízo de direito da 1ª Vara da Fazenda do Estado de Pernambuco, que suscitou o presente confl ito negativo de competência.

O Ministério Público opinou pela competência do juízo federal.

É o relatório.

VOTO

O Sr. Ministro Adhemar Maciel (Relator): Trata-se, como se viu do

relatório, de conflito negativo entre juiz de direito e junta trabalhista. O

reclamante era servidor público estadual, que ocupava cargo em comissão.

Assim manifestou-se esta Corte no CC n. 5.563-RO, rel. Min. Assis Toledo:

Processual Civil. Competência. Relação empregatícia. Cargo em comissão.

O exercício do cargo em comissão não gera relação empregatícia de natureza trabalhista. Competência da Justiça Estadual (DJU de 13.12.1993, p. 27.387).

Com estas breves considerações, declaro a competência do juízo suscitante

( Juízo de Direito da 1ª Vara da Fazenda do Estado de Pernambuco).

É como voto.

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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CONFLITO DE COMPETÊNCIA N. 12.630-CE (95.0003583-9)

Relator: Ministro Vicente Leal

Autor: Francisco Marcos Oria

Réu: Estado do Ceará

Suscitante: Sétima Junta de Conciliação e Julgamento de Fortaleza-CE

Suscitado: Juízo de Direito da 3ª Vara dos Feitos da Fazenda Municipal de

Fortaleza-CE

Advogados: Antonio José da Costa

Stelio Lopes Mendonça Junior

EMENTA

Constitucional. Administrativo. Competência. Ação postulatória

de vantagem estatutária. Incorporação de gratificação de cargo

comissionado. Servidor estadual.

- Compete à Justiça Comum do Estado processar e julgar

ação em que se postula a incorporação de gratificação de cargo

comissionado, de natureza nitidamente estatutária, em função da

estabilidade adquirida pelo tempo de serviço comissionado exercido,

ainda que sob a égide da legislação trabalhista.

- Conflito conhecido. Competência do Juízo de Direito, o

suscitado.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Terceira

Seção do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do confl ito

e declarar competente o Suscitado, Juízo de Direito da 3ª Vara dos Feitos

da Fazenda Municipal de Fortaleza-CE, na conformidade dos votos e notas

taquigráfi cas a seguir. Participaram do julgamento os Srs. Ministros Fernando

Gonçalves, Felix Fischer, José Dantas, William Patterson, Luiz Vicente

Cernicchiaro e Anselmo Santiago. Ausentes, ocasionalmente, os Srs. Ministros

Cid Flaquer Scartezzini e José Arnaldo.

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SÚMULAS - PRECEDENTES

RSSTJ, a. 5, (16): 183-198, março 2011 193

Brasília (DF), 26 de fevereiro de 1997 (data do julgamento).

Ministro Edson Vidigal, Presidente

Ministro Vicente Leal, Relator

DJ 14.04.1997

RELATÓRIO

O Sr. Ministro Vicente Leal: - Proposta ação trabalhista por servidor

público estadual objetivando a incorporação a seus vencimentos de gratifi cação

de cargo de confi ança exercido, por quase treze anos, ainda sob a regência

das regras trabalhistas, a 7ª Junta de Conciliação e Julgamento de Fortaleza,

acolhendo o entendimento das partes quanto a sua incompetência para processar

e julgar o feito, determinou a remessa dos autos a Justiça Estadual.

Por sua vez o ilustre Juiz de Direito da 3ª Vara dos Feitos da Fazenda

também declarou-se incompetente e suscitou o presente confl ito negativo de

competência.

A douta Subprocuradoria-Geral da República opinou em prol da

competência do Juízo suscitado, o trabalhista (fl s. 88).

É o relatório.

VOTO

O Sr. Ministro Vicente Leal (Relator): - A pretensão deduzida na ação

reclamatória tem como ponto central a incorporação da gratifi cação de cargo

comissionado DAS-2 e o pagamento das diferenças salariais decorrentes, em

função da estabilidade adquirida por ter exercido, durante quase treze anos

habitualmente, cargos comissionados, ainda que sob a égide da legislação

trabalhista.

Verifi ca-se, com efeito, que se postula em Juízo vantagem de natureza

nitidamente estatutária excluída dos vencimentos do autor, servidor público

estadual, pela contagem de tempo de serviço celetista exercido em cargo

comissionado.

Assim, tanto o pedido como a causa de pedir colocam a demanda no campo

no campo de Direito Administrativo, de competência da Justiça Comum Estadual.

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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Isto posto, conheço do confl ito para declarar a competência do Juízo de

Direito da 3ª Vara dos Feitos da Fazenda Municipal de Fortaleza-CE.

É o voto.

CONFLITO DE COMPETÊNCIA N. 16.753-PE (96.0018209-4)

Relator: Ministro William Patterson

Autor: Aluízio Furtado de Mendonça

Advogado: Aluízio Furtado de Mendonça (em causa própria)

Recorrido: Fundação de Saúde Amaury de Medeiros - FUSAM

Advogados: Vânia Cristina de Holanda Cavalcanti e outros

Suscitante: Juízo de Direito da 1ª Vara da Fazenda Pública do Recife-PE

Suscitado: Terceira Junta de Conciliação e Julgamento de Recife-PE

EMENTA

- Competência. Servidor estadual. Cargo em comissão.

- Tratando-se de direitos vindicados por ocupante de cargo em

comissão, declara-se a competência da Justiça Comum.

- Confl ito conhecido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Terceira

Seção do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das

notas taquigráfi cas a seguir, por unanimidade, conhecer do confl ito e declarar

competente o Suscitante, Juízo de Direito da 1ª Vara da Fazenda Pública do

Recife-PE, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Votaram com o Relator

os Srs. Ministros Cid Flaquer Scartezzini, Edson Vidigal, Adhemar Maciel,

Anselmo Santiago, Vicente Leal e José Dantas.

Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Luiz Vicente Cernicchiaro.

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SÚMULAS - PRECEDENTES

RSSTJ, a. 5, (16): 183-198, março 2011 195

Brasília (DF), 24 de abril de 1996 (data do julgamento).

Ministro Assis Toledo, Presidente

Ministro William Patterson, Relator

DJ 03.06.1996

RELATÓRIO

O Sr. Ministro William Patterson: - Na ação que ajuizou, perante a Justiça

do Trabalho, contra a Fundação de Saúde Amaury de Medeiros, entidade de

direito público do Estado de Pernambuco, Aluízio Furtado de Mendonça

pleiteou o recebimento de verbas rescisórias, afi rmando despedida imotivada.

Constatando tratar-se de ocupante de cargo em comissão, a Junta de

Conciliação e Julgamento declinou da competência para a Justiça Comum, por

decisão que veio a ser confi rmada pela Corte Regional do Trabalho, em autos do

recurso ordinário.

Daí a remessa dos autos ao Juízo de Direito, que suscitou o presente

confl ito.

É o relatório.

VOTO

O Sr. Ministro William Patterson (Relator): - Revelam os autos, tratar-se

de ação ajuizada por servidor admitido pela Fundação da Secretaria de Saúde do

Estado de Pernambuco para ocupar cargo em comissão.

Destarte, anoto que sobre a hipótese este Superior Tribunal já assentou sua

jurisprudência, na linha do precedente abaixo ementado:

Processual Civil. Competência. Relação empregatícia. Cargo em comissão.

O exercício do cargo em comissão não gera relação empregatícia de natureza trabalhista. Competência da Justiça Comum Estadual. (CC n. 11.410-PE, Rel. Min. Adhemar Maciel, DJ de 07.08.1995)

Em coerente raciocínio com o julgado desta Egrégia Terceira Seção,

conheço do confl ito para declarar a competência do Juízo de Direito da 1ª Vara

da Fazenda Pública do Recife-PE.

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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CONFLITO DE COMPETÊNCIA N. 17.768-BA (96.0040840-8)

Relator: Ministro Vicente Leal

Autora: Neuza Novais de Oliveira Antunes

Réu: Secretaria de Planejamento Ciência e Tecnologia do Governo

do Estado da Bahia

Suscitante: Juízo de Direito da Fazenda Pública de Santa Maria

da Vitória-BA

Suscitado: Junta de Conciliação e Julgamento de Bom Jesus da Lapa-BA

Advogado: Geraldo Oliveira

EMENTA

Constitucional. Competência. Servidor público estatutário.

Regime jurídico próprio.

- Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar ação

proposta por servidor ocupante de cargo de provimento comissionado,

cuja situação funcional era regida por estatuto Jurídico próprio, de

natureza eminentemente estatutária.

- Conflito conhecido. Competência do Juízo de Direito da

Fazenda Pública de Santa Maria da Vitória-BA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Terceira

Seção do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do confl ito

e declarar competente o Suscitante, Juízo de Direito da Fazenda Pública de

Santa Maria da Vitória-BA, na conformidade dos votos e notas taquigráfi cas

constantes dos autos. Participaram do julgamento os Srs. Ministros José

Arnaldo, Fernando Gonçalves, José Dantas, Cid Flaquer Scartezzini, Luiz

Vicente Cernicchiaro e Anselmo Santiago. Ausente, justifi cadamente, o Sr.

Ministro William Patterson.

Brasília (DF), 09 de outubro 1996 (data do julgamento).

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SÚMULAS - PRECEDENTES

RSSTJ, a. 5, (16): 183-198, março 2011 197

Ministro Edson Vidigal, Presidente

Ministro Vicente Leal, Relator

DJ 11.11.1996

RELATÓRIO

O Sr. Ministro Vicente Leal: - Neuza Novais Oliveira, nomeada para exercer cargo em comissão na Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia do Governo do Estado da Bahia, após ser exonerada do cargo, ajuizou ação reclamatória trabalhista contra a sua empregadora, pleiteando o pagamento das verbas decorrentes da injusta dispensa, como férias, 13º salário, Horas-Extras, bem como pedindo a anotação da carteira de trabalho.

A Justiça Especializada declinou de sua competência em favor da Justiça Comum, afi rmando que o pedido se revelou incompatível, porque se fundava em relação estatutária, matéria estranha à sua competência, já que a servidora era regida pelo Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado (fl s. 138-139).

O ilustre Juiz de Direito da Comarca de Santa Maria da Vitória, por sua vez, declarou sua incompetência para julgar o feito, ao argumento de que, não tendo sido legalmente nomeada para o cargo em comissão que ocupava nem tão pouco investida em cargo público mediante concurso público, inexiste vínculo estatutário entre as partes, mas sim de emprego. Suscitou, pois, confl ito de competência e determinou a remessa dos autos ao egrégio Tribunal Regional do Trabalho. (fl s. 143).

O Órgão Especial daquele tribunal, ao constatar que o conflito se estabelecera entre juízes de tribunais diversos, declinou de sua competência e determinou a subida dos autos a esta Colenda Corte, competente para dirimir o confl ito, a teor do disposto no artigo 105, I, d, da CF/1988.

A douta Subprocuradoria-Geral da República, em parecer de fl s. 159, opina pela competência da Justiça Especializada.

É o relatório.

VOTO

O Sr. Ministro Vicente Leal (Relator): - Examinando-se o contexto

dos autos, verifi ca-se ser de clareza meridiana a compreensão da res in judicio

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

198

deducta, de vez que a demanda envolve relação fundada em vínculo estatutário,

sujeita às normas de direito público.

Com efeito, trata-se de ação proposta por funcionária pública ocupante

de cargo público comissionado em função de confi ança, tendo sido sua situação

funcional regida pelo Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado da Bahia,

Lei n. 2.323/1966.

Ademais, a própria natureza do cargo de provimento em comissão reclama

que a ele se apliquem as regras inscritas no campo do direito administrativo.

Como se vê, não se trata de pleito de natureza trabalhista, de vez que não

se encontrava sujeita a normas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho.

Impõe-se, portanto, que se reconheça a competência do Juízo de Direito da

Fazenda Pública de Santa Maria da Vitória-BA.

Isto posto, conheço do confl ito e declaro a competência do Juízo suscitante.

É o voto.