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Super Saudável - clementerolim.med.br · Super Saudável3 Lúpus apresenta melhor prognóstico nos últimos anos Saúde intestinal foi discutida em simpósio no Japão Yakult LB

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3Super Saudável

Lúpus apresenta melhorprognóstico nos últimos anos

Saúde intestinal foi discutidaem simpósio no Japão

Yakult LB ajuda no controleda enterocolite em bebês

Alho e cebola devem estarmais presentes na alimentação

Catuaba e marapuamaajudam a controlar a celulite

Dança colabora para mantero autocontrole e a saúde

Chás , medicamentos e laserno combate às olheiras

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ expediente

A Revista Super Saudável é umapublicação da Yakult SA Indústria

e Comércio dirigida a médicos,nutricionistas, técnicos e funcionários.

Coordenação geralIchiro Kono

EdiçãoCompanhia de Imprensa

Divisão Publicações

Editora responsávelAdenilde Bringel - MTB 16.649

[email protected]

Editoração eletrônicaReginaldo Oliveira

Maicon César da Silva

FotografiaArquivo Yakult, Ilton Barbosa

CapaCornelia Doerr/Keystone

Impressão e fotolitosVox Editora - Telefone (11) 3871-7300

Cartas e contatosYakult SA Indústria e ComércioAlameda Santos, 771 – 9º andar

Cerqueira CésarSão Paulo – CEP 01419-001

Telefone (11) 3281-9900Fax (11) 3281-9829www.yakult.com.br

Cartas para a RedaçãoRua Álvares de Azevedo, 210 - Sala 61

Centro - Santo André - SP - CEP 09020-140

Telefone (11) 4432-4000

A psiquiatraCecília Grossafirma queo TranstornoObsessivoCompulsivo émuito limitante eatinge de 4% a 6%da populaçãomundial

Especial

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ÍndicePáginas 8 a 10

Páginas 11 a 14

Páginas 15 a 17

Páginas 22 e 23

Páginas 24 e 25

Páginas 28 e 29

TurismoA história e a modernidade se misturam nas cidades da Alemanha,que convidam os turistas a se divertirem em meio ao lazer e à cultura

Páginas 30 e 31

Matéria de capaNeuropatia acomete mais de 50% dosdiabéticos e pode causar sérios problemas

Páginas 4 a 7

Páginas 18 a 21

Hans

Pet

er

Páginas 26 e 27

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Capa

Por Rosângela Rosendo

O amargo sabor daneuropatia diabética

Dados da Sociedade Brasileira de Dia-betes (SBD) indicam que 7,6% da popula-ção – média de 12 milhões de pessoas –tem Diabetes Mellitus. A doença, atual-mente, tem atingido indivíduos de qual-quer faixa etária no mundo, em caráterquase epidêmico como a obesidade, devi-do a maus hábitos alimentares e estilo devida inadequado, associados à pré-disposi-ção genética. Sexta causa de óbito no Brasile responsável por alto índice de morbi-dade, o diabetes se caracteriza por hiper-glicemia associada à falta, relativa ou abso-luta, de insulina devido à lesão primáriano pâncreas (Tipo I); ou quando há maiorresistência periférica e dificuldade de o ór-gão produzir insulina eficazmente (TipoII). Do total de diabéticos, os especialistasafirmam que 50% ou mais vão ter uma daspiores complicações da doença, a neuropa-tia diabética, que se manifesta, em geral,por sinais ou sintomas de disfunção nosnervos periféricos.

Embora possa ser prevenida, a situaçãose torna mais grave porque mais da meta-de dos pacientes com neuropatia não apre-senta sintomas e, pior, a complicação ain-da é subdiagnosticada pelos médicos. Pes-quisa coordenada pela Sociedade Brasilei-ra de Diabetes constatou que 68% dosmédicos entrevistados nunca examinamos pés dos pacientes em consultas. Nos Es-tados Unidos, dos 1.434 médicos partici-pantes do Programa de Cuidados e Rotinada American Diabetes Association (ADA),apenas 50% realizam exame neurológico

Manifestada peladisfunção dos

nervos periféricos,a taxa de açúcar

no sangue,no diabetes

descontrolado,é o grande vilão

para desencadeara complicação

Luiz Clemente S. Pereira Rolim

nos portadores da doença. Para tentar re-verter esse comportamento, especialistasbrasileiros engajados na luta contra odiabetes alertam sobre a importância deprevenir as complicações com controle gli-cêmico, suporte de equipes multidis-ciplinares, que devem integrar endocrino-logistas, neurologias, ortopedistas, enfer-meiros e nutricionistas, além da sistemati-zação do diagnóstico.

Luiz Clemente S. Pereira Rolim, neu-rologista responsável pelo Setor de Neu-ropatias Diabéticas do Centro de Diabetesda Universidade Federal de São Paulo(Unifesp), enfatiza que a taxa de açúcar nosangue no diabetes descontrolado é ogrande vilão para desencadear a neuropa-tia. Isso porque o açúcar no sangue é consi-derado neurotóxico e provoca o estresseoxidativo nos nervos. “Os pacientes que fi-cam oscilando de hiperglicemia e hipo-glicemia, ou que têm altas taxas no perío-do pós-prandial, são os maiores candida-tos a ter neurite grave, porque apresentammaior variabilidade glicêmica”, alerta. Aneuropatia avança lenta e silenciosamenteaté o aparecimento de complicações debi-litantes (úlceras neuropáticas, gangrenas,impotência sexual, incontinências e dis-funções cardíacas graves). O neurologistaconta que pesquisas já indicaram que, dospacientes diabéticos, 50% ou mais são por-tadores de neurites, mas somente 15%destes são sintomáticos e vão procurar aju-da médica. Para detectar a presença deneuropatia podem ser utilizados vários

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Mônica Antar Gamba

métodos de exame,mas, dependendo dasensibildade e especificida-de dos recursos (testes cardiovas-culares para neuropatia autonômica,eletroneuromiografia), a prevalênciade pacientes com neurite pode chegara 100%.

Dentro das afecções causadas pelaneuropatia diabética, o maior fantasmaé o pé diabético, principalmente devidoao surgimento de lesões que, se não fo-rem tratadas a tempo, podem compro-meter o membro e avançar para a am-putação. Érika Paniago Guedes, endo-crinologista do Instituto Estadual deDiabetes e Endocrinologia, no Rio deJaneiro, ressalta que entre 4% e 10%dos diabéticos, em algum momento dadoença, vão desenvolver lesões nos pés,que em geral são precedidas por trau-mas decorrentes da insensibilidade nosmembros. As lesões do pé diabético sãodesencadeadas por alterações neuroló-gicas e vasculares do membro, que pro-movem alteração no ponto de pressãoda região plantar. A situação pode fa-vorecer o desenvolvimento de calo, se-guido de fissuras e feridas, que são as

principais portas de acesso para bacté-rias nocivas e infecções. “Média de 80%dos casos de amputação ocorrem apóslesões avançadas e não-tratadas”, acres-centa a especialista.

Em geral, o paciente com neuropa-tia periférica avançada não sente nada,mas quando reclama de dor pode inter-pretar como queimação, ardência e for-migamento. Por comprometer princi-palmente os membros inferiores e su-periores, a neuropatia diabética temcomo característica peculiar o acometi-mento simétrico e distal, com distribui-ção em ‘meias’ e em ‘luvas’, ou seja, nospés e nas mãos. “Até mesmo o pacientepré-diabético pode ter neuropatia e nãosaber. Isso vai depender do tempo deinstalação da doença e do controle, queé fator significativo para a evolução doproblema”, comenta a endocrinologis-ta, ao enfatizar a necessidade de fazermonitoração da doença para evitar acomplicação.

Sob vigilância – Os profissionais desaúde fazem coro ao enfatizar que oexame clínico, rápido e fácil pode mui-to bem auxiliar no diagnóstico da neu-ropatia periférica. A professora adjun-to do Departamento de Enfermagemda Unifesp, enfermeira Mônica AntarGamba, explica que o monofilamentode Semmes Weinstein 5.07 foi estabele-cido pelo Consenso Internacional do PéDiabético como meio de medir a sensi-bilidade dos pés. Em geral, a ferramen-ta é aplicada na região plantar do pé,principalmente na parte superior do

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Capa

A progressão da neuropatia é res-ponsável pela disfunção da biomecânicados membros inferiores e pode ocasio-nar sérias alterações ortopédicas, prin-cipalmente nos pés que, às vezes, exigemintervenção cirúrgica. Neste caso, alémdo monitoramento multidisciplinar, opaciente necessitará da ajuda de umortopedista, que fará a avaliação e de-terminação sobre qual procedimentoterapêutico adotar. Nelson Astur Filho,presidente da Sociedade Brasileira deMedicina e Cirurgia do Pé, explica queo ortopedista verifica em que estágio estáo problema do paciente que perdeu asensibilidade dos pés e desenvolveu al-gum tipo de úlcera. A partir daí são to-mados os procedimentos rigorosos paratratar os pés, começando pela imobili-zação. “O recurso mais utilizado é o ges-so de contato total, que tem a função dedistribuir mais adequadamente o pesodo corpo através do pé, para que aúlcera não tenha sobrecarga, consigaregredir e cure. O paciente pode vir a

usar órteses específicas, como sapatos oupalmilhas, se necessário”, explica.

Cada caso tem as próprias caracte-rísticas, como ocorre na Doença ou Péde Charcot, em que os pés apresentammúltiplas fraturas sem, necessariamen-te, terem sofrido trauma. O ortopedistaressalta que os pés funcionam como umaorquestra, que depende da precisão eharmonia dos instrumentos para exe-cutar a obra com perfeição. Se desafinar,o resultado fica comprometido. “NoCharcot, os ossos dos pés ficam fracos,os músculos, tendões e ligamentos quemantêm a estrutura descoordenam e opé desaba”, esclarece Nelson Astur. Pararesolver o problema há, freqüentemen-te, necessidade de cirurgia para que sefaça a junção das duas articulações (ar-trodese), o que deixa o pé o mais plan-tígrado e sapatável possível. “É uma dastécnicas mais complexas do pé e da Or-topedia. Nos grandes centros, o índi-ce de sucesso da cirurgia para evitar am-putação é de 70%”, ressalta.

Ortopedista definehipótese cirúrgica

Nelson Astur Filho

primeiro, terceiro e quinto metatarso.“O paciente que já perdeu um pouco asensibilidade às vezes usa sapato aper-tado e nem sente incomodar. Ele preci-sa ter consciência e fazer o controle dadoença, examinar seus pés diariamentepara que a neuropatia não evolua e che-gue a uma amputação”, orienta.

Mônica Gamba, que há 18 anos atuacom diabéticos e trabalha no Centro deAssistência, Educação e Enfermagem daUnifesp, e no Lar Escola São Francisco,que prestam atendimento gratuito aos pa-cientes, explica que a prevenção começapelo auto-exame. Durante o procedimen-to, o diabético deve observar a planta dospés, rachaduras, fissuras, sangramentos,líquidos e odores diferentes, inchaço e al-terações da integridade da pele. Na pre-sença de qualquer desses sinais, o pacien-te deve procurar um serviço especializa-do, por meio do qual possa receber orien-tação de profissionais treinados sobre usode calçados, higiene e corte das unhas.“No caso de ulceração, o paciente neces-sita de curativos específicos também”,acrescenta.

Segundo os especialistas, para evitara maior incidência do diabetes e o de-senvolvimento da neuropatia e demaiscomplicações, o paciente deveria rece-ber abordagem multidisciplinar. “Issoaté depende de investimentos do go-verno, mas os médicos podem fazer asua parte se informando mais sobre otema”, acredita a enfermeira docenteda Unifesp. Érika Paniago compartilhada mesma idéia e reforça que os médi-cos de outras especialidades poderiampraticar mais a educação continuada,participar de campanhas e treinamen-tos sobre o assunto. As profissionais in-formam, ainda, que a própria SBD tempropiciado cursos, fóruns de discussão econgressos para o que os médicos seatualizem e tenham capacitação paraavaliar melhor o problema e evitar aneuropatia.

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Segundo Luiz Clemente Rolim, daUnifesp, há pelo menos sete subtipos clí-nicos de neuropatias que acometem o in-divíduo diabético. Um deles é a neuro-patia autonômica cardíaca, que pode le-var o paciente à queda da pressão arte-rial (hipotensão), arritmias e até infartosem dor. Isso porque atinge todas as fi-bras do sistema nervoso periférico – sen-sitivas, motoras e do sistema neurove-getativo – responsáveis pelo controle darespiração, evacuação, sudorese e diges-tão, e por produzir reflexos automáticos.“Pesquisa realizada na Unifesp, com apoiodo Hospital Albert Einstein, descobriuque os pacientes diabéticos portadores deneuropatia autonômica cardíaca têm oprocesso de aterosclerose nas coronáriasmais acelerado e o risco aumentado ematé quatro vezes para infarto”, indica.

Neuropatia atinge outros órgãosOs outros subtipos são as neuro-

patias focais, como a radiculopatiatroncular diabética, que pode acometeros nervos do tronco e do abdome e si-mular um infarto; apendicite ou cole-cistite, embora as duas últimas sejammais raras. Há, ainda, a mononeuro-patia craniana diabética, também cha-mada de oftalmoplegia diabética, queatinge os terceiro, quarto ou sexto parescranianos, e a amiotrofia diabética, quenão é tão rara. “Diferentemente da po-lineuropatia, as neuropatias focais têmbom prognóstico se forem bem diag-nosticadas”, ressalta Luiz ClementeRolim. Outra complicação é a neuropa-tia compressiva ou síndrome do túneldo carpo (mão) ou do tarso (pé), quegera compressão no nervo mediano outibial posterior, respectivamente, e pro-

duz sensação de formigamento nos de-dos. O tratamento requer fisioterapiapara evitar que a neuropatia atinja asfibras motoras do nervo. “A boa notíciaé que novas drogas para tratamentopatofisiológico das neuropatias estãochegando ao Brasil. Até o segundo se-mestre, teremos o ácido lipóico, quetem ação antioxidante e pode reverter oestresse oxidativo no nervo e, daqui adois anos, a ruboxitaurina, que é uminibidor de PKC capaz de deter a evo-lução da doença se administrada a tem-po”, comenta o neurologista. Mas, mes-mo com novos recursos, o especialistaacredita que o segredo para prevenir aneuropatia é fazer diagnóstico precocecom exames clínicos mais apurados emanter controle glicêmico rigoroso des-de o início do diabetes.

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Medicina

Doença nãotem cura,

mas otratamentoadequado

permite umalonga e

produtivavida para os

pacientes

Lúpus pode órgãos e sist Por Marlene Valensuela

Embora os casos de lúpus eritematososistêmico (LES) pareçam ser mais freqüentesnos consultórios atualmente, não se pode afir-mar que se trate de uma doença comum. Aocontrário. O LES – caracterizado como o pro-tótipo de doença auto-imune sistêmica, demúltiplas manifestações orgânicas e de evolu-ção crônica – é bastante raro. Segundo especia-listas, o melhor conhecimento científico e osavanços em métodos diagnósticos são os moti-vos pelos quais a doença tem sido detectadacom mais freqüência e tenha prognóstico muitomelhor do que há algumas décadas.

Os sintomas clássicos incluem lesões aver-melhadas na pele, dor nas juntas e fadiga. En-tretanto, evidências científicas demonstram

que, apesar de a maioria dos indivíduos sofre-rem apenas sintomas leves, a doença pode oca-sionar sérios danos a órgãos vitais como cére-bro, pulmão, coração e rins. Isso porque o por-tador de lúpus desenvolve anticorpos que rea-gem contra os componentes das células nor-mais (auto-anticorpos), fator propício para aformação de imunecomplexos que podem cau-sar inflamação de órgãos e tecidos na mais va-riada intensidade. A doença não tem cura, maspode entrar em remissão e permanecer fora deatividade por consideráveis períodos, desde quedevidamente diagnosticada e tratada comacompanhamento médico especializado.

Embora a causa seja um mistério para a Me-dicina, alguns cientistas acreditam em predis-posição genética à doença, mas os genes causado-res são desconhecidos. A reumatologista EmíliaInoue Sato, chefe do Departamento de Medi-cina da Universidade Federal de São Paulo(Unifesp), professora titular da especialidadee integrante da Comissão de LES da Socieda-de Brasileira de Reumatologia, informa quefatores hormonais (como o estrógeno), ambien-tais (como luz solar) e alguns medicamentostambém participam do desencadeamento dolúpus. Segundo a especialista, que é autora dediversos capítulos de livros e artigos sobre otema, o lúpus pode afetar indivíduos de qual-quer etnia, embora estudos norte-americanosdemonstrem que atinge mais os negros. Ape-sar de acometer pessoas de qualquer idade, a

Emília Inoue Sato

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atingiremas

doença é muito mais rara na infância e na ve-lhice. “O lúpus incide predominantemente nosexo feminino e afeta cerca de 10 mulheres paracada homem”, alerta. Não há levantamentosabrangentes no Brasil, mas há estimativa deque existam entre 16 mil e 80 mil casos, compico de incidência em indivíduos em torno de30 anos de idade. O único estudo brasileiro,realizado em Natal (RN) estimou, em 2000, 8,7casos por 100 mil habitantes, superior à inci-dência descrita em pesquisas internacionais, su-gerindo que a maior exposição à luz solar nes-sa região favoreça o aparecimento da doença.

Critérios de pele – Mancha ‘asa borboleta’ (vermelhidãocaracterística no nariz e na face), lesões na pele(em áreas expostas ao sol), sensibilidade ao sol eà luz (lesões após a exposição de raios ultravioletaA e B) e úlceras recorrentes na boca e no nariz.

Critérios sistêmicos – Artrite (inflamação de duasou mais juntas periféricas, com dor, inchaço ou fluido),serosite (inflamação do revestimento do pulmão –pleura – e coração – pericárdio), alterações renais(presença de proteínas e cilindros na urina) eneuropsiquiátricas (psicose ou convulsão).

Critérios laboratoriais – Anormalidades hematológicas(baixa contagem de células brancas (leucopenia),redução do número de plaquetas (trombocitopeniaou anemia hemolítica causada por anticorpos contracélulas vermelhas), anormalidades imunológicas(anticorpos anti-DNA, anti-Sm ou antifosfolípidespositivos) e fator antinúcleo positivo (FAN).

Critérios diagnósticos daAmerican College of Rheumatology

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Atualmente, não existem exames es-pecíficos para determinar se um indiví-duo tem lúpus, uma vez que a doençavaria enormemente de um paciente parao outro. Por isso, o diagnóstico é realiza-do por meio de cuidadosa avaliação clí-nica, detalhada entrevista e análises labo-ratoriais. Uma importante referência paraos médicos são os critérios de classifica-ção estabelecidos pela American Collegeof Rheumatology, associação norte-ame-ricana que reúne reumatologistas. De umtotal de 11 critérios, um paciente podeter LES se quatro estiverem presentes (vejaquadro detalhado na página 9). Os reuma-tologistas advertem que o tratamento de-pende da manifestação apresentada e, por-tanto, deve ser sempre individualizado.

Os medicamentos mais usados servempara reduzir a inflamação dos tecidos afe-tados e inibir anormalidades do sistemaimunológico. Em geral, são administra-dos desde antiinflamatórios e drogas sin-tomáticas até antimaláricos, corticoes-teróides e imunossupressores. Entre as no-vas modalidades para os casos que nãorespondem ao tratamento convencionaltêm sido indicados medicamentos cha-

Tratamento individualizadomados de biológicos, como o rituximabe(anti-CD20). Em pacientes com múlti-plos sistemas afetados, o tratamento cos-tuma ser orientado para o mais grave. Nor-malmente, as alterações de maior gravi-dade são aquelas que acometem o siste-ma nervoso central e os rins.

“Nesses casos, os pacientes são trata-dos de forma mais intensiva”, alerta JozélioFreire de Carvalho, médico do Serviçode Reumatologia dos Ambulatórios deLES, Esclerodermia e Febres Periódicas,e chefe do Ambulatório de Síndromedo Anticorpo Antifosfolípide do Hospi-tal das Clínicas da Faculdade de Medici-na da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). O especialista lembra que asmanifestações do sistema nervoso centralvariam de convulsões e paralisi as de nervosaté o coma. Nos rins, pode ocorrer desdealterações do exame de urina até quadrosde insuficiência renal, com necessidadede diálise. “Usamos medicamentos imu-nossupressores, habitualmente na formade pulsoterapia mensal, através de inje-ção intravenosa, em ambiente hospitalar”,exemplifica.

Em outros órgãos vitais – coração epulmões – o LES também pode provo-car sérias alterações. “A presença de líqui-do no pericárdio ou a inflamação do mes-mo (pericardite) são manifestações car-díacas freqüentes”, salienta o médico. Paraa pericardite lúpica, o tratamento costu-ma ser feito com agentes antiinflamató-rios e, ainda, com um breve uso de corti-cóide. Outra manifestação grave, apesarde rara, é a hemorragia pulmonar, trata-da de forma agressiva com pulsoterapiade corticóide, com medicações como agamaglobulina intravenosa e uma meto-dologia que retira os anticorpos circulan-tes do sangue (plasmaférese), semelhan-te a uma hemodiálise.

Internações – Geralmente, só precisamde internação hospitalar os pacientes queapresentam infecções intercorrentes ourecaídas graves da doença. No Hospitaldas Clínicas da USP, por exemplo, ocor-rem cerca de 360 internações ao ano, oque corresponde a 40% dos pacienteslúpicos do ambulatório. Já no Hospitaldo Servidor Público Estadual de São Paulo(HSPE), a média anual é de 80 hospita-lizações, o que corresponde a 25% do aten-dimento ambulatorial local. José CarlosM. Szajubok, responsável pela Enfermariade Reumatologia e pelo Ambulatório deLúpus do HSPE, reforça que normalmen-te as hospitalizações se dão por poucosdias, e só casos com grandes complica-ções passam de um mês.

O especialista, que também atende noHospital Cristóvão da Gama, em SantoAndré, e é professor auxiliar de Ensinode Reumatologia da Faculdade de Me-dicina do ABC (FMABC), enfatiza quea necessidade de hospitalização é inco-mum e os casos de morte súbita peladoença são raros. Independentemente dotipo de acometimento, os portadores deLES podem ajudar no tratamento comdietas alimentares balanceadas, exercíciosfísicos adequados, proteção contra luzsolar e repouso. O médico José CarlosSzajubok diz, ainda, que o tratamentodeve ser seguido por um profissional acos-tumado com as recaídas e as eventuaisarmadilhas que a doença pode colocar nocaminho.

Jozélio Freire de Carvalho

José Carlos M. Szajubok

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Lactobacillus

Cientistas discutem amicrobiota intestinal

O trato intestinal possui um mecanismode defesa altamente adaptável no qual há umacooperação do sistema imunológico da mucosae do epitélio intestinal, facilitando a função debarreira enquanto se permite o desenvolvimen-to da imunidade e da tolerância. A afirmaçãofoi apresentada por Hans Christian Reinecker,do Centro de Estudos de Doenças Inflamató-rias Intestinais da Faculdade de Medicina deHarvard, nos Estados Unidos, durante o 14ºSimpósio Internacional sobre a Microbiota In-testinal. O pesquisador afirma que as evidên-cias obtidas de modelos animais de DoençaInflamatória do Intestino (IBD) indicam quea desregulação no reconhecimento do antígeno

e processamento da microbiota intestinal é ummecanismo comum na doença, assim como amutação nos reguladores do reconhecimentomicrobiano tem sido associada com a doençade Chron.

A mucosa gastrintestinal constantementeinterage com o microambiente do lúmen, quecontém microbiota comensal (superior a 1012

organismos/g de conteúdo intestinal), bem comoa variedade dos patógenos bacterianos, viraisou protozoários. Uma simples camada de cé-lulas epiteliais intestinais (IECs) cobre umagrande superfície interna, que tem o tamanhode uma quadra de tênis (260 a 300m2), impe-dindo a disseminação descontrolada de pató-

Durante o14º SimpósioInternacional,realizado emoutubro de2005 noJapão, váriospesquisadoresapresentaramtrabalhosque procuramestabelecercaminhospara a saúdedo intestino

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Lactobacillus

O trato gastrintestinal possui umaatividade autônoma e responde aos estí-mulos do lúmen momento a momento,e é sabido que a atividade do sistemanervoso central influencia nas funçõesdo intestino. Recentes avanços nas pes-quisas demonstram claramente a exis-tência das interações mútuas e recípro-cas entre esses dois órgãos. Acredita-seque esses fenômenos de interação cére-bro e intestinos desempenham um gran-de papel nas patogêneses da Síndromedo Cólon Irritável (IBS) que é o modelode distúrbio funcional. E o estresse psi-cossocial é conhecido por exacerbar es-ses sintomas da IBS.

Drossman e colaboradores relataramque o estresse afeta a função intestinal em84% dos pacientes que sofriam de IBSou induzia a dor abdominal em 69% dessespacientes. Whitehead e colaboradores con-firmaram que os pacientes com IBS apre-sentavam acentuada inclinação da linhade regressão, relacionando o estresse com

Estresse inte Shin Fukudo*

genos para dentro dos tecidos. As célulasdendríticas (DCs) direcionam as respos-tas imunes aos antígenos para manter acomplexa homeostase dos compartimen-tos imunológicos intestinais em múltiplosníveis de aquisição dos antígenos, apre-sentação e reconhecimento.

“Entretanto, resta determinar a quenível a bactéria comensal é distinta daspatogênicas e como o balanço das DCsresponde aos sinais de perigo para pro-teger a superfície das mucosas. Enquantose torna cada vez mais evidente que ossinais do ambiente influenciam as res-postas das DCs, começa-se a estudar aligação dos programas funcionais intrín-secos do sistema imunológico da mu-cosa”, diz o cientista. O sistema imuno-lógico da mucosa interage constantemen-te com a microbiota intestinal, e o resul-tado dessa interação é determinado pe-las propriedades funcionais das DCs, que desempenham papel-chave na res-posta imune facilitando a amostragemdo antígeno e o reconhecimento do pató-geno, bem como as defesas inatas dohospedeiro.

Avanços recentes proporcionam umavisão da diversidade de mecanismos en-volvidos na aquisição dos antígenos in-testinais e levam a uma nova avaliaçãoda subespecificação funcional das DCs.“As DCs não são tipos raros de célulasnos intestinos, mas são numerosas na lâ-mina própria íntegra do trato gastrin-testinal, formando uma extensa rede”,explica. A mucosa do intestino íntegro édensamente preenchida por um sistemade DCs, caracterizado através da expres-são de CX3CR1 (o receptor para a que-mocina fractalquina/Cx3CL1). As DCsda mucosa possuem dendritos dentro dolúmen intestinal e, constitutivamente, sãocomensais, bem como as bactérias pato-gênicas, e podem servir como ponte paraos antígenos luminais. Essa subsérie dasDCs pode ser derivada do monócitoCX3CR1highGr1- do sangue que mi-

gra para dentro dos tecidos não-infla-mados e não apresentam sinais de in-flamação. Em contraste, os monócitosCX3CR1lowGr1+ são ativamente recru-tados para os tecidos inflamados. Osantígenos internalizados das célulasdendríticas são mais lentos do que osmacrófagos, o que favorece um acúmu-lo eficiente, processamento, dissemina-ção e apresentação de antígenos pelas cé-lulas dendríticas.

Os receptores de quemocinas CCR6estão envolvidos na migração para den-tro da região do domo das Placas de Peyerdas células dendríticas CD11c+CD11b+em resposta aos CCL20, um mecanismoligado à regulação do reconhecimento doantígeno nos intestinos. Entretanto, ascélulas dendríticas CD11c+CD11b+ es-tão ainda presentes nas Placas de Peyerem quatro diferentes linhagens de ca-mundongos CCR6 deficientes, indican-do uma heterogeneidade indesejada en-tre as células dendríticas intestinais. Emcontraste com as células dendríticas dasPlacas de Peyer, as da lâmina própriaCX3CR1+ interrompem a expressão doCCR6, sugerindo que a aquisição de an-tígenos do lúmen pelas células dendríti-cas CX3CR1+ da lâmina própria é umaalternativa e um sistema independenteonde coexistem as células M dependen-tes das Placas de Peyer.

As DCs surgem como as chaves re-guladoras do sistema imunológico dosintestinos, cuja habilidade está em dire-cionar a migração específica e o contro-le das células T. “A elucidação da biolo-gia do complexo DC no sistema imunedos intestinos apenas começou. Com-preendendo as funções específicas dassubséries das DCs obteremos importan-tes informações, que poderão nos aju-dar a desenvolver um novo modeloterapêutico de tratamento das doençasinflamatórias, infecções intestinais e es-tratégias de imunização”, completa opesquisador.

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rfere na síndrome do cólon irritávelos sintomas intestinais e sugerindo quepossuíam grande reatividade com oestresse. Para verificar os efeitos doestresse mental sobre a motilidade in-testinal, induzimos o estresse nos pacien-tes com IBS. Esses pacientes apresenta-vam altos índices de motilidade colônicadurante e após o estresse, em compara-ção com o grupo de pacientes controle.

Welgan e colaboradores relataramum brusco aumento de freqüência daatividade mioelétrica e motilidade docólon nos pacientes com IBS. Esses doisdados independentes expressam a pa-tofisiologia da motilidade colônica in-duzida pelo estresse nos pacientes comIBS. Muitos neurotransmissores estãoenvolvidos neste mecanismo. Os hor-mônios que liberam a corticotropina(CRH) são um dos prováveis candida-tos a desempenhar um papel importan-te na patogênese do IBS.

O CRH é um dos 41 aminopeptídeosproduzidos, principalmente no hipotá-

lamo, e distribuídos no cólon. O estresselibera o CRH hipotalâmico resultandona secreção pituitária do hormônio adre-nocorticotrópico (ACTH). Em roedo-res, o antagonista do CRH inibe as alte-rações induzidas pelo estresse na mo-tilidade colônica. A administração exó-gena do CRH, intracerebroventricularou intravenosamente, acelera o trânsitocolônico. O CRH provoca razoavelmen-te a motilidade colônica nos humanos.Enquanto nos pacientes com IBS oCRH estimula a motilidade colônicamais proeminentemente, a secreção doACTH em CRH também ocorre deuma forma exagerada.

Hipersensibilidade – A patofisiologiado intestino-cérebro é cada vez mais es-tudada. Os pacientes com IBS possuemhipersensibilidade visceral aos mecanis-mos de estimulação do cólon-reto. Aestimulação repetitiva do cólon sig-móide provoca aumento da motilidade

*Shin Fukudo é pesquisador daFaculdade de Medicina da

Universidade de Tohoku, no Japão.

colônica no cólon descendente de pa-cientes com IBS. Esse fenômeno sugereuma hipersensibilidade visceral e refle-xo intramural anormal. Além disso, ainflamação da mucosa desempenha umgrande papel na sensibilização dos pa-cientes com IBS. Por isso, o ambienteintraluminal controlador, incluindo osprobióticos, é uma área interessante naspesquisas da IBS. A partir destas obser-vações, é possível concluir que os pacien-tes com IBS possuem um cérebro sensi-tivo ao estresse e uma hiper-reatividadeintestinal. A sensibilização do neurôniono cérebro e no intestino pode resultardesse efeito genético, bem como o efeitoadquirido (aprendido), que é dependen-te de padrões de estímulo.

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Lactobacillus■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Lactobacillus

O médico Michael Blaut, chefe doDepartamento de Microbiologia Gastrin-testinal da Universidade de Potsdan, naAlemanha, apresentou palestra sobre aCaracterização Molecular e Benefícios doEcossistema Intestinal. O pesquisadorlembra que os microrganismos residen-tes no trato intestinal humano formamum complexo ecossistema denominadomicrobiota intestinal. Essa comunidademicrobiana exerce uma grande influên-cia na fisiologia do hospedeiro e desem-penha um papel importante no controledo crescimento e diferenciação das célu-las epiteliais do intestino. Além disso, amicrobiota intestinal indígena é um fa-tor primordial no sistema de defesa dohospedeiro por impedir o desenvolvimen-to das bactérias patogênicas. Por outrolado, componentes da microbiota intesti-nal também podem contribuir para de-sencadear certas doenças, como a coliteulcerativa. “A manipulação desse comple-xo sistema através da intervenção dietéticarequer conhecimentos dos parâmetros queinfluenciam a composição e atividade damicrobiota intestinal”, explica.

Até recentemente, a análise do ecos-sistema da microbiota intestinal consis-tia essencialmente de contagem das bac-térias fecais semeadas em placas com meiosde cultura específicos. Atualmente, osmétodos moleculares baseados na seqüên-cia altamente definida dos 16S rRNA têmproporcionado maior precisão às identi-ficações de bactérias. O médico conta que,em parceria com pesquisadores da Eu-ropa, foram recrutados 240 voluntáriosde duas faixas de idade (25 a 45 anos e

acima de 60 anos) através de quatro cen-tros de estudo, e foram coletados dados arespeito dos hábitos alimentares e das com-posições da microbiota fecal. As análisesdos dados microbiológicos foram basea-das em 15 grupos e em espécies específi-cas, mostrando diferenças nas colônias in-testinais entre os países. “É de particularinteresse que a proporção relativa debifidobactérias foi muito alta no grupode estudos da Itália em comparação comos demais países. Essa observação estásendo discutida com atenção para umaumento no consumo de fibras hidro-solúveis, que pode influenciar um outroparâmetro – a concentração de ácidosgraxos de cadeia curta”, informa.

Os principais substratos da micro-biota intestinal são componentes dieté-ticos que não foram digeridos no intesti-no delgado. Esses substratos incluem ospolissacarídeos das paredes celulares devegetais e carboidratos solúveis não-di-geríveis, bem como as proteínas dieté-ticas não-digeríveis e proteínas derivadasdas enzimas digestivas e células epiteliaisdanificadas. A conversão bacteriana decarboidratos no cólon leva à formação deácidos graxos de cadeia curta (SCFA),dióxido de carbono e hidrogênio mole-cular. Os SCFA fornecem uma energiaadicional ao hospedeiro. O butirato é afonte de energia preferida dos colonó-citos e o maior fator controlador do seudesenvolvimento e diferenciação. A fer-mentação da proteína resulta na forma-ção de amônia, fenol, indol e amina se-cundária que, em altas concentrações,podem atuar como co-carcinogênicos.

As bactérias intestinais podem atuarcomo ativadores e inativadores de subs-tâncias polifenólicas derivadas de vege-tais como as ligninas e os flavonóides, quepossuem propriedades promotoras desaúde e previnem doenças. Para verifi-car a influência do metabolismo bacterianona biodisponibilidade de flavonóides notrato intestinal de humanos, os pesquisa-dores isolaram o Eubacterium ramulus eelucidaram a via de degradação da quer-cetina flavonol. “Utilizamos essas espé-cies juntamente com o Clostridium orbis-cindens como modelo de organismo paracaracterizar a transformação das flavonasem comparação com as dos flavonóis.Embora ambos os organismos tenhamutilizado a mesma via de degradação, ne-nhum intermediário pôde ser detectadodurante a quebra dos flavonóides pelo E.ramulus, enquanto vários intermediáriosforam acumulados sob condições seme-lhantes com o C. orbiscindens”, informa.

O pesquisador afirma que as lig-nanas requerem ativação pelas bactériasintestinais para desencadear atividadesestrogênicas e antioxidantes. “Isolamose identificamos várias espécies de bacté-rias envolvidas na ativação de lignanase estudamos as etapas catalíticas que vie-ram das secoisolariciresinol diglicósidode lignanas vegetais (SDG) para entero-diol lignanas bioativas (ED) e entero-lactonas (EL)”, conta. Os resultados in-dicaram que a ativação das SDG envol-ve bactérias fitogeneticamente diversas,sendo que a maioria é membro comumà microbiota intestinal dominante dehumanos.

Complexoecossistema

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LB previne enterocoliteem bebês prematuros

Protocoloinéditodesenvolvidona Santa Casade Irati, noParaná, foiapresentadono CongressoInternacional deNeonatologiade Curitiba

Por Adenilde Bringel

Nas Unidades de Terapia Intensiva emtodo o mundo, um problema preocupa e as-susta os profissionais de saúde. A enterocolitenecrotizante, doença que atinge entre 2,5% a28% da população de recém-nascidos prema-turos em todo o planeta, possui etiologiamultifatorial em que a colonização intestinaltem participação bem estabelecida, e altamorbidade e mortalidade – de 60% a 70% dos

pacientes – por infecção generalizada, necroseda mucosa do intestino delgado e falência demúltiplos órgãos. Para prevenir o problema, aequipe do Centro de Terapia Intensiva de Irati(CeTII), que atua na Santa Casa da pequenacidade do interior do Paraná, passou a minis-trar o regulador intestinal Yakult LB nos re-cém-nascidos e obteve resultados importantes,com diminuição expressiva na incidência da

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Probióticos

Divu

lgaçã

o

José Maria Davaus

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Probióticosdoença. O estudo, inédito no Brasil, foiapresentado no Congresso Internacionalde Neonatologia de Curitiba, em março.

Em um período de seis meses, osprofissionais do CeTII avaliaram 99 re-cém-nascidos, divididos em dois grupos.Destes, 47 não usaram o LB (grupo A) e52 utilizaram (grupo B), na dose de100mg/kg/dose, duas vezes ao dia du-rante 21 dias seguidos. No grupo A, amédia de peso dos bebês era de 2.113g,com idade gestacional de cerca de 32 se-manas; no grupo B, os recém-nascidostinham média de 1.727g e idade ges-tacional em torno de 30 semanas. Ao fi-nal dos 21 dias, o grupo A apresentou17,2% de incidência da enterocolite ne-crotizante, com mortalidade de 10,6%.Já no grupo B, a incidência foi de 3,8%,com mortalidade de 1,9%.

“O uso do probiótico determinou aredução na incidência da doença, assimcomo a gravidade e mortalidade, de for-ma muito significativa, o que nos leva aacreditar que os microrganismos pro-bióticos são realmente importantes paraprevenir a enterocolite necrotizante”,define o neonatologista e intensivistaJosé Maria Davaus, chefe da UTI neo-natal do CeTII. O médico cita exem-plos de estudos com probióticos em re-cém-nascidos, como o desenvolvido naColômbia pela médica Ângela Hoyo em1999, com 1,2 mil prematuros, conside-rado o maior trabalho do mundo sobreo tema, e o estudo publicado recente-mente no Journal of Pediatrics do grupode Jerusalém, que também demonstraa eficácia dos probióticos na prevençãoda enterocolite necrotizante em recém-nascidos.

No entanto, o neonatologista ressal-ta que a medida tem caráter profiláticoporque, uma vez instalada, a doençapode ser realmente fatal. “É a grandevilã das UTIs neonatais”, reforça. JoséMaria Davaus enfatiza que a ação posi-tiva dos microrganismos probióticos

deve-se à maior colonização do intesti-no com bactérias benéficas, que impe-dem a ação de patógenos e não deixa quese multipliquem no intestino dos recém-nascidos prematuros. “Os probióticosdiminuem a permeabilidade do intesti-no e normalizam a microecologia intes-tinal”, define. No entanto, o médico la-menta que os colegas ainda temam a uti-lização dos probióticos em recém-nasci-dos, embora a literatura já tenha dadospromissores a respeito da ação benéficados produtos. “É um receio infundado”,acredita.

Comparativo – O trabalho com pro-bióticos na UTI neonatal de Irati co-meçou com o uso do regulador intesti-nal Yakult RI e, com a substituição doproduto, teve continuidade com o LB.José Maria Davaus conta que o resulta-do com o RI se mostrou inferior ao LB,e que a idéia da equipe do CeTII é fa-zer um estudo comparativo com osdois grupos. “Não sabemos a dose idealainda, mas temos a certeza de que osprobióticos poderão ajudar, e muito,no controle dessa doença tão grave”,garante.

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A preocupação constante da Yakultem manter íntegra a microbiota intesti-nal resulta em incansáveis pesquisas de-senvolvidas na Fundação Yakult de Bio-ciências e no Centro de Pesquisas da em-presa, no Japão, sobre a ação dos micror-ganismos probióticos. Por isso, a matrizjaponesa desenvolveu um novo reguladorintestinal, em substituição ao Yakult RI,lançado em 2001, que se mostrou aindamais eficaz no equilíbrio da microbiota.O produto possibilita melhora do trânsi-to intestinal, normalização da consistên-cia fecal, diminuição do número de eva-cuações em casos de diarréia, regulari-zação dos transtornos gastrintestinais emaior combate das bactérias patogênicasno intestino.

O Yakult LB tem ampla atuação por-que contém Lactobacillus casei Shirota eBifidobacterium breve. O Bifidobacte-rium breve, primeiro microrganismobenéfico que se coloniza durante oaleitamento materno, tem açãoprincipalmente no intestinogrosso. Os ácido lático e acé-tico produzidos pelo Lacto-bacillus casei e pelo Bifidobac-terium breve, respectiva-mente, proporcionam am-biente levemente ácido nointestino e, conseqüente-mente, inibem a prolifera-ção de bactérias patogênicas, melhoran-do o ambiente intestinal. O Yakult LBtem maior estabilidade, o que permite pra-zo de validade de três anos, e está apro-

Regulador intestinal temeficácia comprovada

vado pela Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária (Anvisa) do Ministério daSaúde como medicamento probiótico.

Eficiente – Estudo desenvolvido pelos mé-dicos Tetsuya Yamada e Takako Komi-yama, do Departamento de Pediatria doHospital Geral Eiju, no Japão, demons-trou que o LB tem maior eficácia em com-paração ao RI – 91,7% contra 87,5% –embora ambos tenham sido eficientes nocombate à diarréia. O estudo clínico en-volveu 48 crianças, com idades entre 5meses e 12 anos, que apresentavam qua-dro de diarréia, gastrenterite aguda edispepsia em diferentes proporções.

Divididas em dois grupos iguais, ascrianças foram medicadas com Yakult LBe RI por período de uma semana paraobservação do grau de melhora dos sin-tomas. Dos 24 casos tratados com LB, 10tiveram melhora evidente, 8 registrarammelhora, 4 tiveram ligeira melhora, 2 fo-ram indiferentes, e não houve caso compiora do quadro. No grupo do RI, 8 pa-cientes apresentaram melhora evidente,9 tiveram melhoras, 4 registraram ligei-ra melhora e 3 foram indiferentes. Nãoforam registrados casos com efeitoscolaterais e o índice de melhora foi al-cançado entre 3 e 5 dias após a adminis-tração dos medicamentos.

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Entrevista do mês / Cecília Gross

Por Adenilde Bringel

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Rituais de pRecentemente, o cantor Roberto Car-los divulgou que tem Transtorno Ob-sessivo Compulsivo (TOC), e a doen-ça passou a ser mais comentada. Por queocorre esse desconhecimento geral so-bre o TOC?

A doença é pouco divulgada porque,como o indivíduo que tem TOC, em ge-ral, tem muita vergonha do que sente, doque faz e do que pensa, tende a esconder.Muitos adultos que recebemos em nossaclínica, com TOC, já tinham sintomasna infância. Mas existe uma confusãomuito grande entre o TOC e, no dito po-pular, as manias, que no vocabuláriomédico são outro transtorno. Uma ma-nia só é considerada doença quando ossintomas emperram a vida do indivíduo,ou seja, quando ele tem prejuízos. Den-tro dos Códigos Mundiais de SaúdeMental, que definem todos os critériosdiagnósticos, considera-se TranstornoObsessivo Compulsivo quando o indiví-duo leva mais de uma hora por diaritualizando em suas compulsões e ma-nias. Por exemplo, se uma pessoa nãogosta da porta do armário aberta e levan-ta para fechar à noite, isso pode ser ma-nia ou superstição. Isso não é TOC por-que não traz um prejuízo. Mas, umapessoa com TOC faz rituais com a portado armário, vai e vem, fecha a porta doarmário 20, 25, 30 vezes, e perde horasde sono porque nunca está bom. Ela vaise retroalimentando com aquilo e sofremuito, porque sente que não tem a me-nor lógica entre o que está sentindo, pen-sando e fazendo com a lógica do dia-a-dia. Isso é o que chamamos de egodis-tônico, ou seja, a pessoa tem crítica de

O Transtorno ObsessivoCompulsivo (TOC) nãoé uma doença nova,e tampouco rara,mas virou notícia noBrasil depois que ocantor Roberto Carlosconfessou ter oproblema. A doençaacomete crianças eadultos e se manifesta naforma de pensamentosruins e rituais paraneutralizá-los. Segundoa psiquiatra CecíliaGross, diretora daClínica de Medicinado Comportamento,em São Paulo, o TOCé um dos transtornosmentais maisaprisionantes queexistem, e deve serdiagnosticado e tratadoprecocemente paraevitar prejuízos àvida dos pacientes.

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pensamentosque aquilo não tem sentido, mas nãoconsegue deixar de fazer.

O paciente sabe o que está fazendo, amania não é inconsciente?

Não, mas aí vêm as variações. Tem oTOC de insight, que é bastante egodis-tônico, e de baixo insight, em que a pes-soa não tem crítica. Nas crianças, muitasvezes, é de baixo insight, porque elasrealmente acreditam que, se não ritua-lizarem, o pensamento vai se concretizare, muitas vezes, não escondem. Em geral,na infância se diagnostica mais TOC debaixo insight.

O que significa um TOC de baixoinsight?

TOC de baixo insight é quando o pa-ciente realmente acha que aconteceráalgo de ruim se ele não fizer o ritual, semdúvida ou crítica. TOC de baixo insighté mais comum na infância. Criançascom TOC de baixo insight podem ser cri-ticadas e ridicularizadas no seu meio so-cial, pois ritualizam em qualquer lugar,o que faz o grupo as achar estranhas e,com isso, essas crianças podem ficar maisisoladas.

Como são esses rituais?Existem vários tipos de rituais: rituais

de limpeza e lavagem, por exemplo.Existem pacientes que podem ficar até 14horas no banho, e ficam exauridos; pes-soas que lavam as mãos até irritar a pele.Rituais de checagem, rituais de simetria,em que os pacientes precisam fazer tudosimetricamente. Por exemplo, tudo quetocarem com a mão direita têm de tocar

com a esquerda. Esses rituais são feitospara neutralizar a ansiedade gerada porum pensamento obsessivo, que é um pen-samento ruim.

Qual o significado de pensamento ob-sessivo para a Medicina?

São pensamentos obsessivos aquelesque invadem a cabeça do indivíduo, odeixam muito angustiado, mas ele nãoconsegue parar de pensar. São indesejá-veis e repetitivos Um pensamento intru-sivo muito comum na infância é de quea mãe vai morrer. Aí eles pensam: ‘se euacender e apagar a luz 25 vezes, isso nãovai acontecer’. Na verdade, eles sentemque não é lógico, mas podem pensar que,fazendo aquilo, evitam realmente que amãe morra.

Tudo parte do pensamento?Sim e, às vezes, têm crianças que real-

mente pensam que nada acontecerá seelas ritualizarem. Em compensação, senão ritualizarem começam a ficar pro-fundamente angustiadas, achando queaquilo que pensaram vai acontecer por-que não fizeram o ritual direitinho. Émuito importante diferenciar o sintomade superstição e de fatores religiosos cul-turais. Para diagnosticar um transtornoé preciso afastar essas variáveis e ver oquanto atrapalha a vida do indivíduo.

Como separar as manias do TOC?Primeiro que, quando tem o trans-

torno, a pessoa fica mais de uma hora ri-tualizando e se prejudica, tanto na vidapessoal quanto profissional. Geralmente,as famílias chegam ao consultório preo-

cupadas porque a criança (ou o adulto)começa a ficar estranha, com algumasatitudes e atividades estranhas. Quando éum ritual de pensamento, muitas vezes asfamílias dizem que as crianças estão no‘mundo da lua’, e há que se diferenciarisso do Transtorno de Déficit de Atenção.No TOC, muitas vezes, a pessoa fica an-siosa fazendo rituais de pensamento, efica desatenta porque está presa naqueleritual.

A Medicina já descobriu a causa doTOC?

São várias causas e não temos aindauma causa só definida. Existem fatoresgenéticos – e já há pesquisas de concor-dância de gêmeos univitelinos com TOC.Situações de estresse, fatores bioquímicos,fatores hormonais, no parto, gravidez,fatores imunológicos e fatores psicológi-cos. Por exemplo, filhos de pais muitoansiosos, que fazem rituais de checagem,podem eventualmente vir a ter TOC. Fi-lhos de pais muito exigentes podem co-meçar a ter o transtorno. E, de 1989 paracá, estão sendo feitas pesquisas sobre a in-fluência do Streptococcus Betahemo-lítico do grupo A, que é a bactéria dasamidalites e da febre reumática – quepode fazer vários estragos, atingir cora-ção, articulação, garganta e cérebro. Naverdade, o dr. Fernando Ashbahr e aDra. Susan Sweedo começaram a perce-ber que crianças com febre reumáticaque tinham Coréia de Sydenham (oudança de São Vito) – uma das doençasprovocadas pelo Streptococcus – tinhamsintomas TOC tanto quanto uma crian-ça com TOC sem infecção alguma. Eles

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Entrevista do mês /Cecília Gross

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aprofundaram a pesquisa e perceberamque essas crianças, na pós-infecção, tam-bém poderiam desenvolver TOC e Tou-rette. E essa síndrome foi chamada dePandas (Pediatric Autoimmune Neuro-psychiatric Disorders Associated withStreptococcal Infections – ou DistúrbioPediátrico Neuropsiquiátrico AutoimuneAssociado ao Streptococcus, em portu-guês). Na verdade, é o sistema de defesado paciente que, ao invés de atacar a bac-téria, ataca estruturas no cérebro fazendouma inflamação e gerando tais sintomas.

Quando se configura o transtorno?Só é considerado transtorno quando

atrapalha a vida do indivíduo, quando esteperde muito tempo ritualizando. O Cae-tano Veloso foi muito feliz quando escre-veu que ‘de perto ninguém é normal’ eninguém é normal mesmo. Não há per-feição. Na Psiquiatria, as imperfeições sósão consideradas doenças quando, literal-mente, causam um prejuízo à vida daspessoas. A atriz Luciana Vendramini, porexemplo, declarou que ficava horas e ho-ras e horas em frente a um outdoor. Issoprejudicou muito a vida e a carreira delaaté descobrir que tinha TOC.

Um indivíduo com TOC costuma tervárias manias?

Nunca vi nenhuma criança ou adul-to com TOC com uma única mania. Emgeral são várias. Existem crianças que têmmania, por exemplo, de apagar várias ve-zes o que escrevem no caderno e, na esco-la, perdem rendimento. A pessoa pode ter,também, verdadeiro pavor de colocar umameia de determinada maneira, então tirae põe inúmeras vezes, senão entra em an-gústia profunda.

Uma criança com TOC será um adul-to com o mesmo problema?

Sim, mas a doença não se manifesta otempo todo. O indivíduo pode ficar mesessem sintomas e, de repente, começar a ter

sintomas TOC. O grande valor da psicoe-ducação é que esses pacientes passam a co-nhecer os sintomas. Tenho pacientes ado-lescentes que dizem ‘começaram a voltaros pensamentos, mas já sei como neutra-lizá-los e não faço mais nenhum ritual.De vez em quando vem um pensamento,mas não está atrapalhando minha vida’.Essa noção é muito importante.

As pessoas ansiosas podem desenvol-ver TOC?

Sim, dentro do código de doenças men-tais, TOC fica dentro de transtornos deansiedade. Ansiedade é necessária, medoé necessário, culpa é necessária, tristeza énecessária. Mas o que diferencia saúde dotranstorno é o grau de prejuízo. Ter ansie-dade de sair em São Paulo, por exemplo,a qualquer hora do dia, é normal e é bom,porque temos de ter recursos de fuga e deluta. Entretanto, aqueles que param desair de casa por causa do perigo, não an-dam mais de carro e nem de ônibus, co-meçam a ficar aprisionados, devem se tra-tar pois ficam paralisados pelo medo. TOCé um dos transtornos mentais mais aprisio-nantes que existem, porque as pessoas po-dem ficar horas e horas ritualizando. E émuito comum ter co-morbidades, patolo-gias que vêm junto, como a depressão.

Um indivíduo com depressão tem maisprobabilidade de desenvolver TOC?

Não necessariamente. O que se sabe éque os neurotransmissores cerebrais envol-vidos são os mesmos. Mas a pessoa podeter TOC e depressão; pode ter depressãosem TOC; TOC sem depressão, emboraeste último seja mais raro. Isso porquequem tem TOC começa a ter baixa auto-estima e pode ficar muito deprimido.

Que atenção os médicos devem man-ter e como desconfiar que uma crian-ça possa ter TOC?

Por exemplo, um dermatologista quepegue uma mãozinha descamada deve

desconfiar, porque isso pode acontecerde tanto lavar. Na anamnese é impor-tante pesquisar. Na escola, uma criançaque fica apagando demais o caderno ouque fica muito tempo arrumando omaterial também deve ser encaminha-da para avaliação. Muitas vezes, vêmqueixas da escola de crianças desafiado-ras, metódicas, malcriadas, agressivas(ansiedade na infância, muitas vezes, semanifesta por pura agressividade). Ospais devem desconfiar quando umacriança começa a ordenar todos os brin-quedos muito direitinhos e, quando al-guém mexe, fica muito irritada, explo-de. Em geral, os pediatras são os pri-meiros a receber as crianças com taisqueixas, e é importante na anamnese daconsulta perguntar sobre o comporta-mento dessas crianças. Quanto aos clí-nicos gerais e médicos de outras especia-lidades, também devem lembrar de in-cluir o tópico comportamento em suaanamnese.

O TOC pode se manifestar na idadeadulta sem ter tido sinais na infância?

Os adultos com TOC que vi na mi-nha vida profissional, quando argüidosmais profundamente sobre sua infância,diziam ter uns ‘pensamentinhos’ ruins.Isso não quer dizer que tinham TOCna infância, mas podiam ter a predispo-sição. É importante lembrar que exis-tem rituais de desenvolvimento. A crian-ça com 4 anos de idade começa a ter al-gum controle da própria vida, passa afazer alguns rituais como não pisar nafaixa preta ou branca na rua, contartodos os sinais luminosos... Esses rituaissão lúdicos para a criança. Essas sãoformas de autocontrole que as criançasvão aprendendo, e é muito importantediferenciar essa fase de TOC. O que opediatra e a família devem observar é seisso está aumentando, e se a criança co-meça a ter prejuízos com relação a essecomportamento.

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Que tipo de prejuízo? De sono, escolaridade, convivência

no dia-a-dia. Mas é fundamental ressal-tar que quem tem TOC não é louco,porque muitas pessoas chegam ao con-sultório achando que estão loucas. TOCé um transtorno de ansiedade tratável,controlável.

Qual a principal dificuldade para otratamento?

Muitas vezes, os adultos têm vergo-nha de falar sobre o transtorno, vergonhade contar os rituais. Muita vergonha. Oque acaba atrasando o tratamento.Quanto mais a população estiver atentae souber que TOC não é loucura, quetem tratamento, que grande parte da po-pulação tem o transtorno, mais vai faci-litar o diagnóstico precoce. E quantomais precocemente for tratado, menosprejuízos essa pessoa terá na vida.

Qual o tratamento ideal?O tratamento deve ser à base de psi-

coeducação, desensibilização, para que opaciente aprenda a controlar o ritual e ospensamentos, e medicação, que ajuda noprocesso neuroquímico do transtorno.Recentemente saiu uma pesquisa em quecompararam crianças que se trataramcom medicação, somente, e com terapiacognitiva comportamental, somente. Ascrianças tratadas com terapia cognitivacomportamental tiveram índice muitomenor de recidiva do que as que se trata-ram somente com medicação. É óbvioque se a gente juntar a medicação com aterapia cognitiva comportamental os re-sultados serão melhores.

Qual o papel da família?É importante frisar que a terapia

cognitiva comportamental envolve psi-coeducação e educação da família paranão complementar o ritual. Tive umpaciente que pedia para a mãe desinfe-tar a casa várias vezes ao dia, e a mãe

obedecia e, com isso, retroalimentavao ritual. A dra. Ana Beatriz BarbosaSilva, no livro Mentes e Manias, fazuma comparação genial sobre isso: ‘écomo se a pessoa estivesse com sede ebebesse água do mar. Então, ela au-menta a sede.’ O paciente com TOCque fica ritualizando retroalimenta otranstorno e fica cada vez com mais an-siedade e ritualiza cada vez mais... Afamília é fundamental na ajuda a essepaciente, independentemente de ser crian-ça ou adulto.

Como deve ser essa ajuda?Na verdade, os pacientes sofrem

muito por se sentirem ridículos. É mui-to importante que os familiares se cons-cientizem de que isso é um transtorno,que de 4% a 6% da população mundialtem TOC, e que esse número pode sermuito maior porque as pessoas tendema esconder o problema. A ajuda incluinão complementar os rituais do pacien-te e se instruir cada vez mais sobre otranstorno, ou seja, deve ser com educa-ção, continência e não complementa-ridade dos rituais.

Até onde pode ir a gravidade do TOC?Pode ser perigoso porque a pessoa

pode querer se livrar daquele pensamen-to e cometer suicídio. O paciente tambémpode parar a sua vida e ter problemasprofissionais, financeiros e até físicos comoconseqüência dos rituais.

Como estar com TOC e viver feliz?Procure um profissional especiali-

zado e vá se tratar, porque aí você vaiser mais feliz e menos aprisionado. Setodo indivíduo com TOC puder ser COT(cognição, organização e transforma-ção) e usar tudo aquilo que ele tem debom, como organização, método e exe-cução, para transcender, transformarao invés de ritualizar, ele vai ser muitomais feliz.

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Saúde

Condimentos pr Alho e cebolasão utilizados

desde aAntigüidade

por possuíremcomprovada

açãoterapêutica

Por Rosângela Rosendo

Há pelo menos uma década, a ciência serendeu aos alimentos funcionais, que têm con-tribuído com a promoção da saúde humana eprevenção de doenças devido às substânciasbioativas. Populares no prato do brasileiro, oalho e a cebola são exemplos típicos desse tipode alimento que, na Antigüidade, foi muitoutilizado para a defesa do organismo. Nos li-vros Pharmácia de Alimentos e Faça do Alimen-to seu Medicamento, Jocelem Mastrodi Salga-do, professora titular de Nutrição da EscolaSuperior de Agricultura Luiz de Queiroz daUniversidade de São Paulo (Esalq-USP), co-menta que, entre outros indícios desses bene-fícios, um papiro egípcio, com data de 1.550aC, indicou mais de 800 fórmulas terapêuti-cas, 22 à base de alho e destinadas à cura defraqueza, dores de cabeça e tumores de gar-ganta. Hipócrates também tirou proveito dafamília Allium (botânica), que inclui ainda acebolinha e o alho-poró. O pai da Medicinaconsiderava o alho eficiente diurético e exce-lente na cura de tumores. Já Alexandre, o Gran-

de, fornecia cebola às tropas de soldados poisacreditava que ficariam fortalecidas. Alguns

estudiosos admitem que o conhecimen-to da ação antibacteriana, anti-

séptica e antioxidante doalho e da cebola, entre ou-tras, não está totalmen-te fundamentado pelaciência, embora inú-meras pesquisas ve-nham sendo realiza-

das para descobrir no-vos princípios ativos des-

ses alimentos.Jocelem Salgado, que

também preside a Socieda-de Brasileira de Alimentos

Funcionais, conta que, no século 19, os pionei-ros foram o microbiologista francês LouisPasteur, que descobriu a ação bactericida doalho, e o alemão P.W. Semmler, que isolou subs-tâncias capazes de prevenir doenças cardíacas.Recentemente, o Indian Journal of ExperimentalBiology publicou estudo realizado com cincopacientes, com média de 55 anos de idade ecolesterol sérico até 350mg%, que após o con-sumo do suco de alho fresco (0,5ml/kg peso/dia), por dois meses, conseguiram reduzir a taxamédia de colesterol de 305mg% para 218mg%.“Com a suspensão da terapia, os níveis subi-ram gradualmente e voltaram aos valores ini-ciais em 60 dias”, relata a professora.

Outra pesquisa observou 274 pacienteshiperlipidêmicos que consumiram diariamente0,12g de óleo de alho (equivalente a 50g de alhocru), durante um mês. As taxas de colesterol,triglicérides e lipoproteína, que no início eramde 260mg%, 273mg% e 486mg%, respecti-vamente, caíram para 225mg%, 193mg% e401mg% após um mês. Além disso, as concen-trações de HDL-colesterol subiram depois dotratamento. “Isso tudo comprova que os com-

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Jocelem Mastrodi Salgado

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otetoresCiência oriental preconizaalimentação saudável

Segundo a Medicina Chinesa, a saúdedepende do equilíbrio das energias negativa(Yang) e positiva (Yin) do ser humano, quesofre influência do estilo de vida e do ambiente.Mas essa estabilidade também resulta do tipode alimentação que o indivíduo consome.Baseada em filosofia, a ciência orientalavalia os alimentos conforme seu equilíbrioenergético – conceito da acupuntura – e relacionacaracterísticas de cor, sabor, forma e espaçona natureza. O ginecologista-obstetra, homeopatae acupunturista Mauro Perini, entusiasta daciência, explica que o sabor é a parte yang doalimento e a matéria é a parte yin. “Os melhoresalimentos são os que têm equilíbrio entreo sabor e a matéria”, explica. Por disporemde muito sabor e pouca matéria, o médicoenfatiza que a cebola e o alho são consideradosalimentos aquecedores (yang), usados comocondimentos para melhorar o sabor de outros.

Em seu livro, Terapia Dietética Chinesa,o médico conta que o calor proporcionado poresses alimentos contribui com o metabolismodo organismo, favorece a vasodilatação e, comisso, diminui a insuficiência cardíaca e mantéma estabilidade da pressão arterial. “Mas épreciso cuidado. Porque uma pessoa consideradamuito quente, por exemplo, pode ter gastritee, se comer muito alho e cebola, vai aquecerdemais o organismo e provocar um desequilíbrio”,orienta. Mauro Perini enfatiza que os médicosdevem ter conhecimento científico sobreos alimentos, mas não devem desprezaros dados da Medicina Chinesa, que podemajudar a melhorar a vida dos pacientes.

postos da família Allium impedem que ocolesterol se fixe nas paredes dos vasossangüíneos e, assim, ajudam a diminuiros riscos de formação de placas de ateromaque prejudicam a circulação”, explicaJocelem Salgado. A professora da Esalq-USP acrescenta que as substâncias bio-ativas também contribuíram com o au-mento da elasticidade dos vasos e relaxa-mento de pequenos músculos ao redor,o que assegurou maior resistência a agres-sões, como a hipertensão.

A professora reforça que o corte ou atrituração do bulbo dessas plantas pro-move a formação de uma série de com-ponentes (sulfetos alílicos), que partici-pam de complexas reações químicas e po-dem estar envolvidos com a função tera-pêutica dos alimentos. Entre as princi-pais substâncias bioativas do alho, comação comprovada, está a alicina (gama-glutamil-cisteína), que ajuda a inibir aperoxidação do LDL-colesterol, reduzira absorção intestinal do colesterol e, ain-da, contém ácido ferúlico, espécie defenólico antioxidante, tóxico para célu-las cancerígenas. A professora associada

do Instituto de Ciências Biomédicas daUniversidade de São Paulo (ICB-USP),química, fisiologista e especialista em Nu-trição, Rebeca Carlota de Angelis, con-corda que a alicina, encontrada no bulbointacto e responsável pelo cheiro do alho,é importante para a saúde. “Ativada porenzimas do estômago, a alicina tem forteação antibacteriana e produz vários com-postos sulfurados antioxidantes, como osulfeto de alila, que tem ação anticoagu-lante e antifúngica”, destaca.

Bioatividade benéfica – Ótima fonte devitamina C e betacaroteno, a cebola tam-bém dispõe de substâncias bioativas im-portantes para a proteção do organismo.Originária da família das Aliáceas, a ce-bola contém, entre outros, campferol,flavonóide que se converte em quercetinano fígado e melhora os sistemas imuno-lógico e circulatório. O alimento tem, ain-da, fibras solúveis que favorecem a re-dução da hiperglicemia e do colesterol, einsolúveis, que contribuem com o au-mento do peristaltismo. “A cebola tam-bém contém fruto-oligossacarídeos, car-boidratos não-digeríveis mas que, ao atra-vessarem o intestino delgado, ajudam aproteger o cólon contra substâncias can-cerígenas”, enfatiza Rebeca de Angelis.Além disso, o suporte da luteína e dazeaxantina, substâncias com semelhan-ça molecular do caroteno, confere à ce-bola ação protetora da mancha macularque acomete a visão. Por causa dessesprincípios ativos, as especialistas reco-mendam uma reeducação alimentar combase em refeições mais saudáveis com apresença desses condimentos.

Rebeca Carlota de Angelis

Mauro Perini

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24Super Saudável

Plant contr Por Claudia Monteiro

Popularmente conhecida como celu-lite, a hidro lipodistrofia ginóide atingecerca de 93% das mulheres entre 18 e 60anos de idade, em todo o planeta. O pro-blema é gerado pelo aumento do acúmulode gordura na hipoderme, seguido peladiminuição de temperatura na região e,conseqüentemente, pelo comprometi-mento da microcirculação local que difi-culta a troca entre os capilares e a derme.A partir desse processo, as fibras decolágeno e elastina vão se atrofiando ecomeçam a encapsular, e os líquidos não-permeáveis dão origem a grandes bolsões,compostos de líquidos interteciais, quenão são trocados e formam deformida-des estéticas na pele.

Estudo da FCF-USPcomprova aação de extratosde catuaba emarapuamana melhora damicrocirculação

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Pesquisa■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Pesquisa

25Super Saudável25Super Saudável

as ajudam noole da celulite

Para combater essa falta de micro-circulação, a farmacêutica industrialIdalina Salgado Santos coordenou umestudo, que defendeu como dissertaçãode mestrado na Faculdade de CiênciasFarmacêuticas da Universidade de SãoPaulo (FCF-USP), que utiliza um com-posto com extrato de catuaba e mara-puama, plantas nativas das matas brasi-leiras, com objetivo principal de com-provar a eficácia dos dois componentes,quando utilizados de forma associada, parapromover a melhora da microcirculaçãocutânea e a drenagem linfática. A pes-quisa tinha, como segundo objetivo, o de-senvolvimento de técnicas que pudessemacompanhar e comprovar os benefíciosdas plantas.

Após 60 dias de uso do extrato foi cons-tatada melhora no estado geral da peledevido à melhor microcirculação local eaumento da circulação sangüínea nos ca-pilares da derme, o que refletiu no au-mento de até um grau na temperaturadas regiões onde havia sido aplicado oextrato. Com esse resultado, o estudo com-provou que as plantas combinadas têmefeito drenante, entretanto, não atingema gordura localizada na hipoderme. “Oaumento de um grau na temperatura re-presenta um resultado expressivo e bas-tante interessante, e podemos afirmar queas duas plantas, juntas, realmente cola-

boram com a drenagem linfática”, ava-lia Idalina Santos.

Metodologia – Iniciado em 2003, o es-tudo é resultado de uma parceria daFCF-USP com empresas da iniciativaprivada. Os testes foram realizados em43 mulheres com idades entre 25 e 48anos, com celulite em graus dois e trêsno abdome e nas coxas. Para evitar in-terferências externas, as voluntáriaspassaram por rigorosa avaliação física,que determinou o grau de celulite, alémde indicadores como o Índice de MassaCorporal (IMC), peso, acúmulo de lí-quido, hábitos alimentares e cosméti-cos, histórico de gestações, utilização demedicamentos e prática de atividadesfísicas, antes e durante o estudo.

Para comprovar a ação do extrato,Idalina Santos utilizou, em parte dogrupo, somente a substância pura,acompanhada de base neutra; no segun-do grupo foi aplicado placebo e, no ter-ceiro, um produto já conhecido no mer-cado e com funcionalidade aprovadapela literatura. Para verificar o desem-penho do estudo foram utilizados di-versas técnicas e aparelhos, aplicadospor equipe multidisciplinar, como ul-tra-sonografia bidimensional, ultra-so-nografia com efeito doppler, mediçãode temperatura com termômetro infra-

vermelho e acompanhamento das me-didas antropométricas.

As aplicações do extrato foram feitasde uma a duas vezes ao dia, durante doismeses. A primeira avaliação foi realiza-da após a primeira aplicação, na qual foipossível observar a ação inicial do extra-to. Com 30 dias de uso do produto, asmulheres retornaram para acompa-nhamento e, aos 60 dias, para as avalia-ções finais. “Normalmente, a melhora dacelulite não acontece em um primeiromomento. Escolhemos o prazo de 60 diasporque assim é possível fazer avaliaçõesmais precisas”, justifica a farmacêutica.

Idalina Salgado Santos

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Vida Saudável

Dança trabalha o co Liberada paraa maioria dosindivíduos, a

atividade trazvantagens

como oautocontrole

sobre osmovimentos ecombina partefísica e técnica

Por Françoise Terzian

Realizar movimentos repetitivos diariamen-te, sem ânimo e sem novos atrativos, é chato edesestimulante. Por culpa da monotonia, muitaspessoas largam a academia e perdem a chancede ganhar uma saúde melhor. Se, para seguirem frente, é preciso encontrar um esporte queagrade, a dança surge como a melhor soluçãoe é consenso entre fisiologistas e professores deEducação Física. Lúdica, animada, com ritmocontrolado pelo praticante e boa para a saúdefísica e mental, a dança pode ser tão benéficapara um indivíduo que precisa emagrecer e ga-nhar tônus muscular quanto para uma senho-ra em busca de momentos de relaxamento.

“Excelente, a dança mexe com o corpo in-teiro de forma a não colocá-lo em risco”, ex-plica Renato Romani, médico do esporte epesquisador do Centro de Estudos de Medici-na da Atividade Física e do Esporte da Uni-versidade Federal de São Paulo (Unifesp).Como a atividade é extremamente lúdica eunicamente controlada pelo próprio corpo, oindivíduo pode parar de praticá-la imediata-mente caso se sinta cansado demais. É porconta dessa vantagem que a dança pode ser se-guida até por sedentários. Está ofegante? É sóreduzir o ritmo ou parar, sem a preocupaçãode ter de terminar uma série ou sair machu-cado ou com dor. Na dança, sem perceber,pratica-se o autocontrole.

A dança pode ajudar a emagrecer, reduziro nível de colesterol e trabalhar o sistemacardiovascular, desde que sejam respeitados osníveis adequados de trabalho aeróbico de cadaindivíduo. “Trabalhamos a coordenação, o rit-mo, a consciência corporal, a flexibilidade e aforça, entre outros aspectos que envolvem ocorpo”, afirma Aline Nogueira Haas, profes-sora da Faculdade de Educação Física e Ciên-cias do Desporto da Pontifícia Universidade

Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) nasdisciplinas de Expressão Corporal e Fundamen-tos da Atividade Rítmica e Dança, e coorde-nadora e professora do Curso de Especializa-ção em Dança da mesma universidade.

Além desses benefícios, Aline Haas lembraque a dança também pode auxiliar na melho-ra da auto-estima e da auto-imagem do indi-víduo. Dançando, o praticante se sente melhor,mais alegre e com mais energia para realizaras atividades da vida diária. “A dança ajuda aespairecer e funciona como uma hora da pessoacom ela mesma”, complementa Renato Romani.Embora o gasto energético e o trabalho cardio-vascular proporcionados pela dança dependamdo ritmo e estilo escolhidos – axé é mais rigoro-so que dança de salão –, nos exemplos mais sim-ples os resultados são positivos para a saúde.

“Até mesmo uma aula de valsa é excelente,pois, durante o período em que se realiza a ativi-dade, existe um deslocamento e é gerado ummovimento”, analisa o especialista. De uma únicavez, a dança faz o indivíduo evoluir física etecnicamente. Apesar de não existir um limitede dias para se praticar, Renato Romani suge-re combinar três vezes por semana de aula dedança com dois de caminhada. É claro que,para chegar a dançar ritmos nordestinos maisagitados, como axé, é preciso estar muito bemcondicionado e ter um nível de intensidade quenão vai ocorrer da noite para o dia. “Primeiroé preciso muito treino para depois participarde torneios ou pular feito um dançarino pro-fissional”, orienta.

Qual estilo fazer? – Não existe a dança maisapropriada, pois a atividade proporciona be-nefícios físicos, psíquicos e sociais de forma geral.Aline Haas enumera muitos estilos, como dançade salão, balé clássico, dança moderna, dança

Renato Romani

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Divu

lgaçã

o

27Super Saudável27Super Saudável

rpo sem monotoniacontemporânea, jazz, danças folclóricas, streetdance e dança do ventre entre as boas opções.“O indivíduo deve escolher o estilo com o qualse identifique mais”, sugere. Para fazer a ati-vidade render mais, o melhor é ter a orienta-ção de um profissional. Embora ocorra maispor lazer e divertimento, a dança despretensiosaalegra a mente e distrai, tornando a atividadealtamente prazerosa. No entanto, a dança podeser um risco para quem sofre de osteoporose,reumatismo, problemas nas articulações ou nacoluna de forma geral. “Com o ânimo, umasenhora de 70 anos com osteoporose pode le-var um tombo e acabar sofrendo as conseqüên-cias”, explica Renato Romani. Para evitar pro-blemas, a recomendação é passar previamentepor um ortopedista ou reumatologista e con-versar com o professor para saber qual o tipode dança e aula é mais apropriado para o pro-blema em questão.

O termo significa ‘dança da vida’ e foi criadopelo antropólogo e poeta chileno Rolando ToroArañeda, que buscava trabalhar a evolução física,mental e emocional por meio da dança, do cantoe do contato entre indivíduos. Com o tempo, abiodança foi ganhando espaço e, hoje, é muitousada por profissionais que desejam tratarproblemas como timidez, obesidade edependência química. Indicada por proporcionardesenvolvimento mental e emocional por meio demovimentos induzidos pela música, a biodançaestimula o sistema límbico hipotalâmico, quecontrola as vivências, emoções, impulsos einstintos. A técnica pode ser praticada porqualquer pessoa, independentemente da idade,com melhorias físicas, psíquicas e sociais.

Biodança ganha espaço

Foto

ilustr

ativa

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Profundase de cor

arroxeada,as marcas

que seformam ao

redor daspálpebras

podem sertratadas comingredientes

naturais,como a

camomila,antiinflamatóriolocal ou laser

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Beleza

sa, automaticamente, uma cor arroxeada maisevidente. “Com o passar do tempo, a idade, ofotoenvelhecimento e a gravidade também fa-vorecem o aumento das olheiras”, acrescentaPaulo Freire, dermatologista especializado pelaUniversidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Embora fatores como a fadiga sejam osmaiores responsáveis pelo aumento das olhei-ras, o problema tem importante origem here-ditária. Segundo Paulo Freire, o componentegenético é o mais comum, já que muitos des-cendentes de povos árabes e de latinos apre-sentam olheiras. “A incidência em homens emulheres é igual, porém, o problema é maisacentuado em mulheres morenas, que apresen-tam mais pigmentação na pele, situação quepode ser agravada com a tensão pré-menstrual”,afirma. Excluindo as doenças sistêmicas, e comoa maior parte das olheiras tem o fator genéticocomo causa, o dermatologista diz não existiruma forma eficaz de prevenção. No entanto,há pequenas atitudes que podem ajudar a ate-nuar as olheiras e o inchaço, como uma boanoite de sono e compressas de água fria locais.

Se o problema já se instalou, a melhor for-ma de tratar as olheiras é utilizar substânciasque reduzam a luz dos vasos, especificamentedas veias (venoconstritores) ou, ainda, o uso deantiinflamatórios e despigmentantes locais.

Manchas arroxeadas e acastanhadas ao re-dor dos olhos, as olheiras quebram a estéticado rosto e denunciam uma noite mal dormi-da. Embora a falta de sono seja uma das prin-cipais causas do problema, por trás das pálpe-bras escurecidas há motivos variados que vãodesde o cansaço, pálpebras muito transparen-tes, doenças sistêmicas e estresse até o períodopré-menstrual. Problema que afeta igualmentehomens e mulheres, as indesejadas marcas –tecnicamente chamadas de lago venoso, mui-tas vezes acompanhadas por hiperpigmentaçãoda pele palpebral – surgem em decorrência doacúmulo de melanina (pigmento escuro da pele)e da congestão dos vários vasos sangüíneos dapele das pálpebras.

Célia Sampaio Costa Accursio, diretoracientífica da Sociedade Brasileira de MedicinaEstética (SBME) e membro titular da Socie-dade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP),diz que quando as veias da pálpebra inferiorencontram-se mais dilatadas, seja pelo cansa-ço, falta de sono ou esforço de chorar, levam auma cor mais escura na região, além de inchaçodecorrente da própria vasodilatação. Isso cau-

Olheiras!

Paulo Freire

Por Françoise Terzian

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Célia Sampaio Costa Accursio

Célia Accursio lembra que a função dosmedicamentos, neste caso, é diminuir ocalibre dos vasos e enxugar o inchaço aoredor das veias, além de diminuir a for-mação de melanina. A médica recomen-da o uso de antiinflamatórios naturaiscomo a camomila (compressas geladas dochá melhoram o aspecto), cremes com ar-nica, venotrópicos (que melhoram a açãoe as paredes das veias), castanha-da-ín-dia e substâncias que diminuem a gor-dura, como o noderama, usado em cre-mes e géis.

Tecnologia – Com o surgimento de no-vas técnicas e produtos químicos há, ain-da, tratamentos avançados que prome-tem resultados satisfatórios, o que podeser conquistado com procedimentos delaser ou cirurgia. “O tratamento defini-tivo ocorre quando removemos os vasoscutâneos com a retirada do excesso de pelepalpebral (caso exista) ou quando ocluí-mos a luz de vários desses vasinhos coma ação de um laser vascular”, explica acirurgiã-plástica Célia Accursio. No casodo laser, a especialista orienta fazer vá-rias sessões com intervalos de 15 a 20 dias,com resultado geralmente muito bom.

Para o médico Paulo Freire, um tra-tamento muito eficaz é a aplicação localde laser de luz pulsada, cuja missão é cla-rear a pele e diminuir os vasos sangüíneos.Mas o dermatologista explica que, em-bora melhore muito o aspecto, com o tem-po as olheiras tendem a voltar e, depoisde um ano, é preciso refazer o procedi-mento. Além disso, não são todos os pa-cientes que podem utilizar o laser. Nes-ses casos, outros tratamentos eficazes ede baixo custo são os peelings químicosespecíficos para os olhos, que amenizamo aspecto escuro das olheiras, e cremes des-pigmentantes específicos para as pálpe-bras. “O peeling melhora em cerca de 60%as indesejáveis manchas escuras, além deatenuar o fotoenvelhecimento local”, ga-rante. Apesar da grande oferta de pro-

Biotecnologia no descanso da peleIndivíduos com olheiras – especial-

mente as mulheres – costumam recor-rer a tratamentos estéticos à base de más-caras relaxantes e massagens para dei-xar a pele mais descansada e, conseqüen-temente, as manchas suavizadas. Mas,para isso, é preciso disponibilizar algu-mas horas do dia e, com as agendas cadavez mais apertadas, essa tarefa nem sem-pre é possível. Para oferecer mais pra-ticidade ao cotidiano de homens e mu-lheres na recuperação do equilíbrio dasaúde da pele, a Yakult Cosmetics dis-ponibiliza a máscara de tratamento facialsem enxágüe Beauty-SkinEssence.Confeccionada em TNT descar-tável, a máscara recupera a vitali-dade e o frescor da pele porque é for-mulada com ingredientes que refres-cam, hidratam e suavizam.

Dermatologicamente testada, a más-cara contém hidratantes aliados ao ex-clusivo Complexo S.E. – ativo lácteo

de hidratação profunda, antioxidante ede controle do pH da pele – e ácido hia-lurônico obtido por biotecnologia pelafermentação de algumas espécies delactobacilos, que oferece maior poderde hidratação. Esses ingredientes sãocombinados com o extrato de alcaçuz(Glycyrrhiza glabra Linné), ativo muitoconhecido pelas propriedades cicatri-zantes e antialérgicas, entre outras, quecontribui com as ações calmante e sua-vizante para de-volver vitalidade eequilíbrio à pele.

dutos e tratamentos disponíveis, o espe-cialista avisa que é preciso ficar atento aouso de cosméticos que prometem trataressa desordem, porque a maioria não é tãoeficiente como os medicamentos e aindapode causar alergias nas pálpebras. “A ca-muflagem com maquiagem ainda é umaboa opção para disfarçar olheiras”, orienta.

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30Super Saudável

Impossível falar da Alemanha semrelembrar um pouco da história. Háapenas 16 anos, um imenso muro dei-xou de separar o país ao meio e, agora,guarda os cenários reconstruídos após aSegunda Guerra Mundial. Antes divi-dida entre Oriental e Ocidental, a Ale-manha vive um novo momento, cosmo-polita, com belas e estruturadas cidadesque reservam inúmeras opções de lazere entretenimento aos visitantes, commuseus, teatros e casas de shows. A vidacultural alemã tem longa tradição e vá-rias facetas e, só para ter uma idéia,mais de 2,5 mil peças teatrais são apre-sentadas, todos os anos, nas mais de 450salas de teatro do país. A culinária tam-bém é bastante peculiar e os visitantespoderão saborear diversos pratos, comoos preparados à base de carne de porco,lingüiça, salsicha e batata cozida. Outracaracterística curiosa é que em nenhumoutro país do mundo é comum encon-trar uma variedade tão grande de pães,bolos, tortas e biscoitos como na Alema-nha, onde existem mais de 300 tipos depães e 1,2 mil de tortas, bolos e biscoitos.

Na capital Berlin, onde moram 3,4milhões de pessoas, é comum encontrargente criativa e artistas que fazem modae arte nas ruas. Os turistas podem andarpelos caminhos do antigo muro e visitaro Checkpoint Charlie, posto de controlenorte-americano instalado depois dotérmino dos conflitos. Na cidade foiinaugurado, no ano passado, o Museudo Holocausto, ao ar livre, bem perto doPortal de Brandemburgo, onde aindaexiste um memorial às vítimas do muro.Outra gigante em população é Ham-burg, com 1,7 milhões de habitantes, asegunda maior cidade da Alemanha.

Descobertas preciosasCidades daAlemanha

preservam umpassado repleto

de lembranças einvestem no futuro

Por Claudia Monteiro

Também conhecida como Veneza doNorte, a cidade preserva característicaslitorâneas e tem moradores que costu-mam ser bastante receptivos com os visi-tantes. Quem gosta de caminhar deveconhecer a parte velha da cidade, semdeixar de passar pela igreja São Miguel,em estilo barroco, com uma torre de 132metros de altura de onde é fascinanteobservar a cidade.

Na charmosa Munich, que combinaatmosfera de cidade grande com o char-me do interior, é comum ver muita gen-te jovem andando pelas ruas a qualquerhora. Por ser festeira, a cidade é repletade bares com mesinhas ao ar livre, queficam lotadas nos dias mais quentes.Perto de Munich, em Dachau, os turis-tas podem visitar um impressionanteex-campo de concentração, que agora éum museu. O prédio, destruído com ofim da Segunda Guerra Mundial, anosdepois foi reconstruído como o original.Em Frankfurt, o coração financeiro daAlemanha, a agitação predomina e a ci-dade é ideal para os turistas que quise-

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Turismo

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Portal de Brandemburgo, em Berlin

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Colunada Vitória,em Berlin

31Super Saudável31Super Saudável

Particularidades – Na maioria das cidades alemãs há serviçosde informações que oferecem mapas dos principais pontos tu-rísticos e históricos aos visitantes. Os moradores do país falaminglês e, em alguns casos, espanhol. Se o turista for alugar umautomóvel, compensa pagar um pouco mais para dirigir umcarro com serviço de GPS, que pode ser utilizado em três idio-mas – alemão, inglês e espanhol – e disponibiliza, ao ser acio-nado, o roteiro ideal para chegar de um ponto a outro do bair-ro, cidade, estado ou país.

Também não é possível falar de Alemanha neste ano sem lem-brar da Copa do Mundo. A competição, que será realizada de 9 dejunho a 9 de julho, tem provocado movimento muito além do normalem todo o país. As cidades de Berlin, Munich, Nuremberg, Leipizg,Hanover, Frankfurt, Stuttgart, Cologne, Dartmund, Hamburg, Gelse-kirchen e Kaiserslautem, que abrigarão os jogos, investiram milhõesem infra-estrutura, reforma e adequação de gigantescos estádios eda rede hoteleira, para receberem esportistas e visitantes. Como aCopa do Mundo vai acontecer no verão alemão, os turistas não de-vem deixar de conhecer os Bier-Gartens – jardins da cerveja – gran-des bares com mesas ao ar livre para tomar cerveja, a bebida maistradicional no país.

Copa 2006rem desfrutar de atrações que costu-mam encher os olhos, como passeios aoMuseum fur Moderne Kunst e à casaonde nasceu Johann Wolfang Goethe.

Repleta de gente alegre, a cidade deCologne, uma das mais antigas da Ale-manha, é o destino favorito dos brasilei-ros, principalmente para hospedagem.Com 2 mil anos de história cultural,construída com as heranças dos roma-nos, da Idade Média e da Idade Moder-na, existem na cidade diversos museus,um farto programa de eventos, ruas decomércio movimentado e shoppings en-vidraçados, que parecem verdadeirospalácios.

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Ponte Elbe, portos de Baakenhafen, Oberhafen e Billhafen, em Hamburg

Joachim Messerschmidt

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Augustiner Bräu, a mais antiga cervejaria de Munich

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Catedral Francesa de Gendarmenmarkt, em Berlin

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Frankfurt

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Destaque

Como todas as mães, Maria Marga-reth Farias da Silva, de 53 anos, Comer-ciante Autônoma (CA) do Departamen-to Jardim Ester, em São Paulo, tambémtem a preocupação de ver os filhos bemencaminhados na vida. Com esse objeti-vo na cabeça e receosa com o fantasmada inflação na década de 1990, a dona-de-casa visualizou que seria necessáriocomplementar a renda da família se qui-sesse ver os dois filhos, Carlos Alberto ePaula Sandra, formados como tanto de-sejavam. Para auxiliar o marido Severi-no, taxista e ex-garçom de uma rede derestaurantes em São Paulo, Margarethresolveu se aventurar em um dos maio-res desafios da sua vida.

Com perseverança, a fiel consumidorados produtos da Yakult resolveu atuarcomo CA e se revelou uma negociantede sucesso que, atualmente, comercializamédia de 6,5 mil frascos de leite fermen-tado por mês. Graças ao esforço pessoal eao apoio da família, a meta da paraibanade São João do Cariri, que nunca haviatrabalhado, foi alcançada com êxito. Ofilho está formado em Engenharia Me-cânica, e a filha em Engenharia Quími-

SonhosrealizadosA Comerciante AutônomaMaria Margareth Farias daSilva comemora o sucessodos negócios e da família

ca. Agora, a CA está prestes a realizaroutro grande sonho: ser avó, já que PaulaSandra está grávida de quatro meses.

“Embora algumas pessoas duvidas-sem da minha capacidade, inclusive meumarido, com quem estou casada há 32anos, sempre pensei no objetivo de ofe-recer educação e bem-estar aos meus fi-lhos. Em nenhum momento quis desis-tir”, enfatiza Margareth. Logo no primeiromês, a previsão estabelecida pela CA erade 1,6 mil unidades. Mas, para surpresade todos, Margareth conseguiu comer-cializar 3 mil, que incluía leite fermenta-do, Taffman-E e Tonyu. Com o passardos anos e o aprimoramento da estraté-gia comercial, a CA chegou a entregar10 mil unidades de produtos.

Hoje, além do leite fermentado,Margareth mantém a marca mensal demil frascos de Yakult 40, 200 unidadesde Sofyl e pelo menos 700 produtos dalinha seca (Taffman-E, Tonyu e Hiline).Consciente dos produtos similares de queo mercado dispõe atualmente, a comer-ciante mantém preocupação constante deorientar muito bem os 450 clientes quepossui. A cada entrega, Margareth des-

taca o valor científico dos alimentos e for-nece folhetos explicativos de consumo econservação. “Além disso, a pontualidadeé o segredo dos negócios e garante a cre-dibilidade com o cliente”, enfatiza.

Retribuição merecida – Comercializar osprodutos da Yakult até quando puder éo novo alvo de Margareth, que se orgu-lha de estar realizada profissionalmentee ter ajudado a formar os filhos. A comer-ciante também se sente gratificada porter sido reconhecida como uma das CAsde destaque da Yakult, fato que lhe per-mitiu comprar um carro 0km, reformara casa e visitar as fábricas da empresa emLorena e no Japão. “Foi uma experiên-cia única. As empresas são fantásticas emuito organizadas”, destaca, ao acres-centar que se impressionou com o cuida-do e as rigorosas normas de higiene daprodução. Em novembro de 2005, Mar-gareth também ganhou uma viagem aoRio de Janeiro, com direito a acompa-nhante. “Com isso, consegui realizar ogrande sonho do meu marido, que eraconhecer o Pão de Açúcar e o Cristo Re-dentor”, comemora.

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Artigo

Amor à primeira observação!Em perfeita harmonia

Dartiu Xavier da Silveira é médicopsiquiatra, professor da disciplina

de Psiquiatria na Unifesp e chefe doPrograma de Orientação e Atendimento ao

Dependente de Álcool e Drogas da instituição.

“Na minha família, música e Medi-cina sempre caminharam juntas. Com 6anos de idade iniciei meus estudos de pia-no, quando ainda encarava tudo comouma grande brincadeira. O tempo foipassando e comecei a perceber meu po-tencial, alertado pelos mestres que meensinavam. Nessa época, dedicava dequatro a seis horas do meu dia ao pianoe isso nunca me cansava. Também du-rante toda a infância e adolescência cresciacreditando que cursaria Medicina, mas,quando estava quase chegando a hora dadecisão final, fiquei em dúvida. Medici-na mesmo, arquitetura, música ou, quemsabe, engenharia? Escolhi a Medicina.

Com 17 anos de idade entrei na Uni-versidade Federal de São Paulo (Unifesp),antiga Escola Paulista de Medicina e, semmuitos problemas, consegui manter meus

estudos de piano, é claro, dedicando-meum pouco menos. Ainda quando estavana faculdade comecei a ser convidado paratocar com orquestras e, a partir do mo-mento em que me formei, passei a acei-tar muitos convites para fazer tempora-das com músicos muito experientes e, até,internacionais. Em seguida, vieram astemporadas fora do País e as participa-ções em muitos concertos na Europa eem outros estados brasileiros. Tocava, emmédia, uma vez por mês, o que é umaconquista no campo de música erudita,ainda considerada meio elitizada. Ao lon-go da minha carreira ganhei cinco prê-mios, como o da Orquestra Sinfônica doEstado de São Paulo e o da OrquestraSinfônica Brasileira.

Sempre consegui me dedicar à músicae à Medicina, mas, entre os 30 e 40 anos de

idade, além de trabalhar e estudar pia-no, tinha esposa e filhos pequenos queexigiam minha atenção. Quantas vezesestudei de madrugada e até com a crian-ça nos meus braços, porém, dava um jei-to de abafar o som do piano e continuavameus estudos. Depois dos 40 anos, meuritmo diminuiu um pouco, mas continuome apresentando de duas a três vezes porano. Se um dia não for mais chamadopara tocar em concertos, vou continuarem casa mesmo, pois a música, como qual-quer arte, é um relaxamento e serve parafugir do estresse, além de humanizar. Te-nho 50 anos e não pretendo parar nunca!

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Rua Álvares de Azevedo, 210 – Sala 61 – Centro – Santo André – SPCEP 09020-140 – Telefone: (11) 4432-4000 – Fax: (11) 4990-8308e-mail: [email protected]

Em função do espaço, não é possível publicar todas as cartas e e-mailsrecebidos. Mas a coordenação da revista Super Saudável agradece

a atenção de todos os leitores que escreveram para a redação.

�Cartas para a RedaçãoA resolução nº 1.701/2003

do Conselho Federalde Medicina estabelece

que as publicações editoriaisnão devem conter os

telefones e endereços dosprofissionais entrevistados.Os interessados em obter

esses telefones e endereçosdevem entrar em contato

pelo telefone 0800 13 12 60.

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Cartas“Sou assistente social aposentadoe consumidor regular dos produtosYakult, porém, não conhecia aSuper Saudável. Conheci a revistapor acaso e me tornei fã devido àalta qualidade, não só das matérias,mas também do visual.”Manabu Hasunuma – São Paulo.

“Acho a revista interessante e vai ajudara me manter informada sobre ciênciae nutrição. A informação é um pontoimportante, já que meu ramo é lecionar.Passar informações seguras e curiosaspara os alunos, com certeza, melhorao desempenho de uma aula.”Gabriela Nunes MarsiglioMaringá – PR.

“Quero cumprimentá-los pela excelentequalidade da revista Super Saudável,tanto no aspecto de conteúdo daspesquisas quanto do visual. Parabéns!”Maria Antonia PaduanCoord. Medicina PreventivaUnimed Piracicaba – SP.

“Sou biomédica, conheci a revista SuperSaudável em um consultório médico efiquei muito interessada, gostaria até quea minha vez para consulta demorasse maispara que eu pudesse acabar de ler arevista.” – Flavia Kenfe – Monte Alto – SP.

“Sou professora de Ciências e Biologia,tomei conhecimento da revista SuperSaudável em uma consulta médica e acheias matérias muito interessantes, commuitas informações, dicas, discussões etodos os assuntos atuais que os estudantesprecisam e gostariam de saber. Asreportagens são maravilhosas e vãocontribuir para o conhecimento de meusalunos.” – Leila Vera T. Mello MartinsPiracicaba – SP.

“Sou estudante do último ano do cursode Nutrição e sempre leio a revista SuperSaudável no site. Adoro a revista, que trazmatérias interessantes, atualizadas e defácil entendimento.”Ana Paula GluckFoz do Iguaçu – PR.

“Gostei muito do exemplar sobre aspropriedades da própolis. Sou vice-presidente da Associação dos ProdutoresAgro-Saudáveis de Joaquim Távora, noParaná, e para mim as informações sobresaúde são de grande importância.”Clara Deise Aparecida MorgueteJoaquim Távora – PR.

“Ao ler os artigos desta saudável revistafiquei encantada com a qualidadee a categoria.” – Lucélia Mello SilvaRibeirão Preto – SP.

“Gostei muitíssimo da revista SuperSaudável, principalmente dos artigos,e também venho agradecer em nomedos fisioterapeutas da AACD. Soupaciente da instituição desde janeirode 2005 e meu quadro clínicoapresenta encefalite idiopáticacom sintomas de ataxia e disfagia.Parabenizo a revista pelo ótimotrabalho em promover a melhorada qualidade de vida das pessoas.”Abrão H Dumont – São Paulo.