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SUPERINTENSIVO UNIOESTE SOCIOLOGIA – PROF. GUERRA 1. (Unioeste 2013) Em seu artigo Max Horkheimer: teoria crítica e materialismo interdisciplinar (2011), o filósofo Luís Sérgio Repa afirma que a teoria crítica procurou reintegrar a razão pelas promessas não cumpridas pelo Iluminismo. Entre os pensadores ligados a Escola de Frankfurt, Max Horkheimer se destacou por ter sistematizado e teorizado a teoria crítica, além de ter formulado um programa de pesquisa. Entre os principais fundamentos teóricos da teoria crítica frankfurtiana, assinale a alternativa correta. a) O grande mérito da teoria crítica foi separar teoria e prática e de considerar a realidade social distante do seu devir histórico. b) A teoria crítica faz uma crítica das noções de teoria e práxis, suprimindo a separação entre o ser e o dever, tão caras ao marxismo e ao ativismo político. c) Segundo a teoria crítica de Horkheimer, o pesquisador é neutro em relação à sociedade que estuda e critica, ou seja, a teoria crítica separa o sujeito do objeto do conhecimento. d) A teoria crítica tem como principal característica não se preocupar com os problemas sociais do tempo presente e por demonstrar desinteresse pela emancipação humana diante das estruturas econômicas, políticas e culturais de seu tempo. e) A ideia de emancipação humana e de um comportamento crítico em relação à sociedade e à cultura contemporânea não é uma preocupação da teoria crítica, pois ela não anseia uma sociedade emancipada por um interesse universalista. 2. (Unioeste 2013) Karl Marx (1818–1883), Émile Durkheim (1858–1917) e Max Weber (1864–1920), teóricos da Sociologia, chegam a conclusões distintas em suas análises e reflexões sobre as funções das religiões nas sociedades. Com base na visão desses sociólogos, assinale a alternativa correta. a) Para Max Weber, as concepções religiosas são fatores irrelevantes da conduta econômica. b) Segundo a teoria de Weber, a religião é uma das fontes causadoras do status quo, impedindo que mudanças sociais ocorram na sociedade. c) Para Durkheim, a religião teria a função de fortalecer os laços de coesão social, e contribuir para a solidariedade dos membros do grupo. d) Para Karl Marx a religião teria a função de chamar a atenção para a alienação e sujeição do indivíduo na sociedade, levando-o a lutar contra as contradições sociais. e) Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber afirmam que, com o desenvolvimento das sociedades industriais, a religião tenderia a ganhar mais espaço entre as instituições sociais. 3. (Unioeste 2013) De acordo com Richard T. SCHAFER, em Sociologia (São Paulo, 2006), “a língua é a fundação de todas as culturas, é um sistema abstrato de significados, de palavras e símbolos para todos os aspectos da cultura.” Nesse sentido, a palavra “pai”, por exemplo, revela uma série de aspectos da estrutura de parentesco, tais como sexo, idade, atribuições, deveres, inserção numa cadeia hierárquica etc. Isso porque as palavras não são sons escolhidos aleatoriamente, mas um meio de pensar e denominar a realidade, construídas culturalmente, referindo-se a situações concretas que envolvem sentimentos, obrigações, alianças, conflitos, hostilidades etc. Partindo da análise do texto transcrito acima, assinale a alternativa INCORRETA. a) A língua comunica às pessoas as mais importantes normas, os valores e as sanções de uma cultura. b) O idioma precede (gera) o pensamento, assim, os símbolos das palavras e a gramática de um idioma organizam o mundo para nós. c) A língua falada por um grupo cultural é mais do que uma descrição da realidade, ela também serve para moldar a realidade dessa cultura. d) Um idioma pode moldar a forma como vemos, experimentamos, cheiramos, sentimos e ouvimos. Pode influenciar a forma como pensamos as pessoas, as ideias e objetos à nossa volta. e) A linguagem para o indivíduo humano, como para a raça humana, é uma coisa inteiramente hereditária e não adquirida, completamente interna e não externa, é um crescimento orgânico e não um produto social. 4. (Unioeste 2013) A antropologa norte-americana Margaret Mead, em sua obra Sexo e Temperamento, pesquisa sobre o condicionamento das personalidades sociais de homens e mulheres. Descreve os comportamentos típicos de cada sexo em três culturas diferentes da Nova Guiné da seguinte maneira: “Numa delas (os Arapesh), homens e mulheres agiam como esperamos que mulheres ajam: de um suave modo parental e sensível; na segunda (os Mundugumor), ambos agiam como esperamos que os homens ajam: com bravia iniciativa; e na terceira (os Tchambuli), os homens agem segundo o nosso estereótipo para as mulheres, são fingidos, usam cachos e vão às compras, enquanto as mulheres são enérgicas, administradoras e parceiras desadornadas.” MEAD, M. Sexo e Temperamento, prefácio à edição de 1950. Partindo da análise do texto transcrito acima, assinale a alternativa correta. a) O sexo, no seu aspecto biológico, é o fator determinante dos temperamentos masculinos e femininos nas diferentes sociedades. b) O condicionamento cultural é de fundamental importância na definição de temperamentos e de papéis sociais de homens e mulheres nas diferentes sociedades. c) As diferenças biológicas entre homens e mulheres determinam todas as diferenças culturais associadas aos sexos, moldando temperamentos e papéis sociais de homens e mulheres. d) Em qualquer sociedade, homens são fortes, agressivos, dominadores, calculistas, controlam as relações sociais e sexuais; as mulheres são frágeis, submissas, passionais, temperamentais, vaidosas. e) Homens e mulheres são morfologicamente diferentes, portanto, apresentam diferenças de temperamento e de aprendizado, uns sendo mais aptos para algumas tarefas sociais e papéis sociais que outros. 5. (Unioeste 2013) Segundo John Stuart Mill, a autoridade da sociedade sobre o indivíduo deveria ser claramente limitada. Visando estabelecer o justo limite da soberania do indivíduo sobre si mesmo, ele afirma que “(...) o único objetivo a favor do qual se possa exercer legitimamente pressão sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada, contra a vontade dele, consiste em prevenir danos a terceiros. Não basta que se leve em conta o próprio bem, físico ou moral, da pessoa.” MILL, J. S. Da Liberdade. São Paulo: Ibrasa, 1963. Este princípio, muito caro ao liberalismo político radical, ficou conhecido como “princípio da liberdade”. Com base na leitura do enunciado de Mill, escolha a alternativa correta. a) Os indivíduos têm total liberdade de ação e a sociedade jamais pode legitimamente reprimi-los, mesmo quando suas ações venham a provocar danos aos demais. b) A vontade do indivíduo é soberana, mas a sociedade tem o direito legítimo de reprimir os vícios e os comportamentos autodestrutivos por parte de seus membros. c) Os indivíduos movidos por seus interesses pessoais agem de forma egoísta e a sociedade tem o direito legítimo de regular suas ações em função dos valores estabelecidos pelos bons costumes. d) Os indivíduos têm o direito de fazer suas escolhas pessoais, mesmo quando estas colidem com a visão de mundo dominante e a sociedade só pode coibir tais escolhas quando estas provocarem danos a terceiros. e) A salvaguarda do bem-estar físico ou moral do indivíduo é o fundamento para que o poder possa ser legitimamente exercido sobre qualquer membro de uma sociedade civilizada, mesmo contra a sua vontade. 6. (Unioeste 2013) Em História das ideias políticas, François Châtelet e Olivier Duhamel inscrevem o movimento anarquista do século XIX dentro de uma tradição muito antiga, que é marcada pela reivindicação da independência do indivíduo e a sua capacidade para engendrar uma outra forma de organização da sociedade que não a do Estado. Sobre as principais ideias anarquistas, é correto afirmar que a) os anarquistas defendem um sistema político centralizador, que parte do princípio de que o indivíduo é essencialmente subordinado à coletividade. b) o anarquismo crê na emancipação social através do voto e na possibilidade de uma revolução na sociedade somente pela via política proporcionado pelo sufrágio universal. c) o anarquismo tem em mira o coletivo e o seu objetivo é a mudança da sociedade, numa visão de classe coletivista; seu método é sempre a organização política via democracia representativa. d) não há correntes anarquistas, mas um único anarquismo, pois todos os anarquistas sempre estiveram de acordo em relação ao fim último de seus propósitos, e a tática mais convincente para conseguí-los. e) para os anarquistas, o Estado, este organismo imenso e todo poderoso, é a síntese da autoridade e da centralização, cuja eliminação é inevitável ou cuja ação deve ser minimizada, quando não substituído por formas de cooperação inteiramente livres e espontâneas entre grupos, regiões e nações. 7. (Unioeste 2013) O antropologo brasileiro Darcy Ribeiro, em sua obra O Povo Brasileiro, afirma: “Nós, brasileiros, somos um povo sem ser, impedido de sê-lo. Um povo mestiço na carne e no espírito, já que aqui a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. Nela, fomos feitos e ainda continuamos nos fazendo. Essa massa de nativos oriundos da mestiçagem viveu por séculos sem consciência de si, afundada na ninguendade. Assim foi até se definir como uma nova identidade étnico- nacional, a de brasileiros.” RIBEIRO, D. O Povo Brasileiro. 1995, p.453. Partindo da análise do texto transcrito acima, assinale a alternativa INCORRETA. a) A identidade nacional brasileira nasceu do encontro e mestiçagem entre diversos grupos étnicos. b) A miscigenação do povo brasileiro se deu fisicamente e principalmente no seu modo de ser e agir. c) A mestiçagem no Brasil foi um erro histórico e um obstáculo para a construção de uma identidade nacional. d) As identidades não são coisas com as quais nascemos, são formadas e transformadas no interior das representações coletivas. e) O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado, é herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento e as experiências adquiridas pelas numerosas gerações que o antecederam.

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SUPERINTENSIVO UNIOESTE SOCIOLOGIA – PROF. GUERRA

1. (Unioeste 2013) Em seu artigo Max Horkheimer: teoria crítica e materialismo interdisciplinar (2011), o filósofo Luís Sérgio Repa afirma que a teoria crítica procurou reintegrar a razão pelas promessas não cumpridas pelo Iluminismo. Entre os pensadores ligados a Escola de Frankfurt, Max Horkheimer se destacou por ter sistematizado e teorizado a teoria crítica, além de ter formulado um programa de pesquisa. Entre os principais fundamentos teóricos da teoria crítica frankfurtiana, assinale a alternativa correta. a) O grande mérito da teoria crítica foi separar teoria e prática e de considerar a

realidade social distante do seu devir histórico. b) A teoria crítica faz uma crítica das noções de teoria e práxis, suprimindo a

separação entre o ser e o dever, tão caras ao marxismo e ao ativismo político. c) Segundo a teoria crítica de Horkheimer, o pesquisador é neutro em relação à

sociedade que estuda e critica, ou seja, a teoria crítica separa o sujeito do objeto do conhecimento.

d) A teoria crítica tem como principal característica não se preocupar com os problemas sociais do tempo presente e por demonstrar desinteresse pela emancipação humana diante das estruturas econômicas, políticas e culturais de seu tempo.

e) A ideia de emancipação humana e de um comportamento crítico em relação à sociedade e à cultura contemporânea não é uma preocupação da teoria crítica, pois ela não anseia uma sociedade emancipada por um interesse universalista.

2. (Unioeste 2013) Karl Marx (1818–1883), Émile Durkheim (1858–1917) e Max Weber (1864–1920), teóricos da Sociologia, chegam a conclusões distintas em suas análises e reflexões sobre as funções das religiões nas sociedades. Com base na visão desses sociólogos, assinale a alternativa correta. a) Para Max Weber, as concepções religiosas são fatores irrelevantes da conduta

econômica. b) Segundo a teoria de Weber, a religião é uma das fontes causadoras do status

quo, impedindo que mudanças sociais ocorram na sociedade. c) Para Durkheim, a religião teria a função de fortalecer os laços de coesão social,

e contribuir para a solidariedade dos membros do grupo. d) Para Karl Marx a religião teria a função de chamar a atenção para a alienação e

sujeição do indivíduo na sociedade, levando-o a lutar contra as contradições sociais.

e) Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber afirmam que, com o desenvolvimento das sociedades industriais, a religião tenderia a ganhar mais espaço entre as instituições sociais.

3. (Unioeste 2013) De acordo com Richard T. SCHAFER, em Sociologia (São Paulo, 2006), “a língua é a fundação de todas as culturas, é um sistema abstrato de significados, de palavras e símbolos para todos os aspectos da cultura.” Nesse sentido, a palavra “pai”, por exemplo, revela uma série de aspectos da estrutura de parentesco, tais como sexo, idade, atribuições, deveres, inserção numa cadeia hierárquica etc. Isso porque as palavras não são sons escolhidos aleatoriamente, mas um meio de pensar e denominar a realidade, construídas culturalmente, referindo-se a situações concretas que envolvem sentimentos, obrigações, alianças, conflitos, hostilidades etc. Partindo da análise do texto transcrito acima, assinale a alternativa INCORRETA. a) A língua comunica às pessoas as mais importantes normas, os valores e as

sanções de uma cultura. b) O idioma precede (gera) o pensamento, assim, os símbolos das palavras e a

gramática de um idioma organizam o mundo para nós. c) A língua falada por um grupo cultural é mais do que uma descrição da realidade,

ela também serve para moldar a realidade dessa cultura. d) Um idioma pode moldar a forma como vemos, experimentamos, cheiramos,

sentimos e ouvimos. Pode influenciar a forma como pensamos as pessoas, as ideias e objetos à nossa volta.

e) A linguagem para o indivíduo humano, como para a raça humana, é uma coisa inteiramente hereditária e não adquirida, completamente interna e não externa, é um crescimento orgânico e não um produto social.

4. (Unioeste 2013) A antropologa norte-americana Margaret Mead, em sua obra Sexo e Temperamento, pesquisa sobre o condicionamento das personalidades sociais de homens e mulheres. Descreve os comportamentos típicos de cada sexo em três culturas diferentes da Nova Guiné da seguinte maneira: “Numa delas (os Arapesh), homens e mulheres agiam como esperamos que mulheres ajam: de um suave modo parental e sensível; na segunda (os Mundugumor), ambos agiam como esperamos que os homens ajam: com bravia iniciativa; e na terceira (os Tchambuli), os homens agem segundo o nosso estereótipo para as mulheres, são fingidos, usam cachos e vão às compras, enquanto as mulheres são enérgicas, administradoras e parceiras desadornadas.” MEAD, M. Sexo e Temperamento, prefácio à edição de 1950. Partindo da análise do texto transcrito acima, assinale a alternativa correta. a) O sexo, no seu aspecto biológico, é o fator determinante dos temperamentos

masculinos e femininos nas diferentes sociedades.

b) O condicionamento cultural é de fundamental importância na definição de temperamentos e de papéis sociais de homens e mulheres nas diferentes sociedades.

c) As diferenças biológicas entre homens e mulheres determinam todas as diferenças culturais associadas aos sexos, moldando temperamentos e papéis sociais de homens e mulheres.

d) Em qualquer sociedade, homens são fortes, agressivos, dominadores, calculistas, controlam as relações sociais e sexuais; as mulheres são frágeis, submissas, passionais, temperamentais, vaidosas.

e) Homens e mulheres são morfologicamente diferentes, portanto, apresentam diferenças de temperamento e de aprendizado, uns sendo mais aptos para algumas tarefas sociais e papéis sociais que outros.

5. (Unioeste 2013) Segundo John Stuart Mill, a autoridade da sociedade sobre o indivíduo deveria ser claramente limitada. Visando estabelecer o justo limite da soberania do indivíduo sobre si mesmo, ele afirma que “(...) o único objetivo a favor do qual se possa exercer legitimamente pressão sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada, contra a vontade dele, consiste em prevenir danos a terceiros. Não basta que se leve em conta o próprio bem, físico ou moral, da pessoa.” MILL, J. S. Da Liberdade. São Paulo: Ibrasa, 1963. Este princípio, muito caro ao liberalismo político radical, ficou conhecido como “princípio da liberdade”. Com base na leitura do enunciado de Mill, escolha a alternativa correta. a) Os indivíduos têm total liberdade de ação e a sociedade jamais pode

legitimamente reprimi-los, mesmo quando suas ações venham a provocar danos aos demais.

b) A vontade do indivíduo é soberana, mas a sociedade tem o direito legítimo de reprimir os vícios e os comportamentos autodestrutivos por parte de seus membros.

c) Os indivíduos movidos por seus interesses pessoais agem de forma egoísta e a sociedade tem o direito legítimo de regular suas ações em função dos valores estabelecidos pelos bons costumes.

d) Os indivíduos têm o direito de fazer suas escolhas pessoais, mesmo quando estas colidem com a visão de mundo dominante e a sociedade só pode coibir tais escolhas quando estas provocarem danos a terceiros.

e) A salvaguarda do bem-estar físico ou moral do indivíduo é o fundamento para que o poder possa ser legitimamente exercido sobre qualquer membro de uma sociedade civilizada, mesmo contra a sua vontade.

6. (Unioeste 2013) Em História das ideias políticas, François Châtelet e Olivier Duhamel inscrevem o movimento anarquista do século XIX dentro de uma tradição muito antiga, que é marcada pela reivindicação da independência do indivíduo e a sua capacidade para engendrar uma outra forma de organização da sociedade que não a do Estado. Sobre as principais ideias anarquistas, é correto afirmar que a) os anarquistas defendem um sistema político centralizador, que parte do

princípio de que o indivíduo é essencialmente subordinado à coletividade. b) o anarquismo crê na emancipação social através do voto e na possibilidade de

uma revolução na sociedade somente pela via política proporcionado pelo sufrágio universal.

c) o anarquismo tem em mira o coletivo e o seu objetivo é a mudança da sociedade, numa visão de classe coletivista; seu método é sempre a organização política via democracia representativa.

d) não há correntes anarquistas, mas um único anarquismo, pois todos os anarquistas sempre estiveram de acordo em relação ao fim último de seus propósitos, e a tática mais convincente para conseguí-los.

e) para os anarquistas, o Estado, este organismo imenso e todo poderoso, é a síntese da autoridade e da centralização, cuja eliminação é inevitável ou cuja ação deve ser minimizada, quando não substituído por formas de cooperação inteiramente livres e espontâneas entre grupos, regiões e nações.

7. (Unioeste 2013) O antropologo brasileiro Darcy Ribeiro, em sua obra O Povo Brasileiro, afirma: “Nós, brasileiros, somos um povo sem ser, impedido de sê-lo. Um povo mestiço na carne e no espírito, já que aqui a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. Nela, fomos feitos e ainda continuamos nos fazendo. Essa massa de nativos oriundos da mestiçagem viveu por séculos sem consciência de si, afundada na ninguendade. Assim foi até se definir como uma nova identidade étnico-nacional, a de brasileiros.” RIBEIRO, D. O Povo Brasileiro. 1995, p.453. Partindo da análise do texto transcrito acima, assinale a alternativa INCORRETA. a) A identidade nacional brasileira nasceu do encontro e mestiçagem entre diversos

grupos étnicos. b) A miscigenação do povo brasileiro se deu fisicamente e principalmente no seu

modo de ser e agir. c) A mestiçagem no Brasil foi um erro histórico e um obstáculo para a construção

de uma identidade nacional. d) As identidades não são coisas com as quais nascemos, são formadas e

transformadas no interior das representações coletivas. e) O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado, é herdeiro de

um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento e as experiências adquiridas pelas numerosas gerações que o antecederam.

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8. (Unioeste 2013) No capítulo XV de O Príncipe, Nicolau Maquiavel, influenciado diretamente pela observação da constituição do Estado absolutista na Europa ocidental, sintetiza o estilo realista de sua nova abordagem da política: “(...) como é meu intento escrever coisa útil para os que se interessarem, pareceu-me mais conveniente procurar a verdade pelo efeito das coisas, do que pelo que delas se possa imaginar” MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p. 63. Sobre as características do realismo político de Maquiavel, é correto afirmar que a) a teoria do Estado e da sociedade deve ser formulada somente através da

especulação filosófica. b) a teoria do Estado e da sociedade deve ser estabelecida através da proposição

de uma forma utópica e justa de regulação das relações sociais humanas. c) a teoria do Estado e da sociedade vincula-se à reflexão moral, constituindo-se

num ramo específico desta, que busca um ideal normativo de regulação da conduta social humana.

d) a teoria do Estado e da sociedade deve se vincular à visão de mundo da religião, estabelecendo uma concepção cristã de regulação da vida social e de aplicação do poder político.

e) a teoria do Estado e da sociedade deve fundar-se na investigação empírica, apreendendo a realidade política em termos de prática humana concreta e o fenômeno do poder como formalizado na instituição do Estado.

9. (Unioeste 2013) Segundo a filosofia política clássica, mesmo considerando a diversidade de concepções de contrato partilhada por seus principais representantes (Hobbes, Locke e Rousseau), a constituição do estado civil ou sociedade política marcaria uma ruptura profunda no ordenamento da sociedade humana. Com base na ideia de contrato defendida por estes autores, é correto afirmar que a constituição do estado civil ou sociedade política representaria a) a superação do estado de natureza. b) a redenção teológica da humanidade. c) um retorno à idílica Idade de Ouro da história humana. d) uma regressão da vida em sociedade ao estado de selvageria. e) a superação da exploração do homem pelo homem e o fim da propriedade

privada dos meios de produção. 10. (Unioeste 2013) Thomas Hobbes é um pensador político contratualista. Isso significa que ele pode ser incluído na rica tradição da filosofia política que floresceu entre o século XVI e o XVIII, que reivindicava que a origem do Estado e/ou da sociedade civil (nesta tradição os dois conceitos se equivalem) residiria num contrato estabelecido pelos homens entre si, que poria fim ao estado de natureza. Contudo, a concepção hobbesiana do contrato distingue-se profundamente dos demais contratualistas. Com relação aos principais elementos da concepção contratualista de Hobbes, é correto afirmar que a) o estado de natureza é uma condição de liberdade e sua superação através do

contrato visa instaurar o controle social sobre o direito de propriedade. b) o estado de natureza é a condição autêntica do homem antes de sua corrupção

pelo contrato que estabelece a artificialidade do Estado na regulação do intercâmbio social entre os homens.

c) o estado de natureza é marcado pela presença de alguns direitos naturais e o contrato visa estabelecer um pacto de consentimento que cria o Estado para preservar e consolidar os direitos que os homens já possuíam anteriormente.

d) o estado de natureza é uma condição de paz relativa, concórdia e harmonia entre os homens e sua superação através do contrato, que institui o Estado, visa apenas assegurar juridicamente a defesa da propriedade e a proteção da nação contra as ameaças externas.

e) o estado de natureza é concebido como uma condição permanente de guerra de todos contra todos e sua superação só pode ocorrer através do estabelecimento de um contrato firmado por aqueles que vão se tornar súditos, que transfere integralmente o poder para a figura do soberano.

11. (Unioeste 2012) Émile Durkheim é considerado um dos fundadores das Ciências Sociais e entre as suas diversas obras se destacam “As Regras do Método Sociológico”, “O Suicídio” e “Da Divisão do Trabalho Social”. Sobre este último estudo, é correto afirmar que a) a divisão do trabalho possui um importante papel social. Muito além do aumento

da produtividade econômica, a divisão garante a coesão social ao possibilitar o surgimento de um tipo específico de solidariedade.

b) a solidariedade mecânica é o resultado do desenvolvimento da industrialização, que garantiu uma robotização dos comportamentos humanos.

c) a solidariedade orgânica refere-se às relações sociais estabelecidas nas sociedades mais tradicionais. O nome remete ao entendimento da harmonia existentes nas comunidades de menor taxa demográfica.

d) indiferente dos tipos de solidariedade predominantes, o crime necessita ser punido por representar uma ofensa às liberdades e à consciência individual existente em cada ser humano.

e) a consciência coletiva está vinculada exclusivamente às ações sociais filantrópicas estabelecidas pelos indivíduos na contemporaneidade, não tendo nenhuma relação com tradições e valores morais comuns.

12. (Unioeste 2012) Para Max Weber a economia capitalista não é marcada pela irracionalidade e pela “anarquia da produção”. Ao contrário de Karl Marx, que frisava a irracionalidade do capitalismo, para Weber as instituições do capitalismo moderno podem ser consideradas como a própria materialização da racionalidade. Segundo Weber, uma das características do capitalismo moderno é a estrutura burocrática com instituições administradas racionalmente com funções combinadas e especializadas. Para o sociólogo alemão, o controle burocrático é marcado pela eficiência, precisão e racionalidade. Considerando a importância do tema da burocracia na obra de Weber, é correto afirmar que a) Marx Weber identifica a burocracia com a irracionalidade, com o processo de

despersonalização e com a rotina opressiva. A irracionalidade, nesse contexto, é vista como favorável à liberdade pessoal.

b) segundo Weber, a ocupação de um cargo na estrutura burocrática é considerada uma atividade com finalidade objetiva pessoal. Trata-se de uma ocupação que não exige senso de dever e nenhum treinamento profissional.

c) na burocracia moderna os funcionários são altamente qualificados, treinados em suas áreas específicas, enfim, pessoas que tem ou devem ter qualificações consideradas necessárias para serem designadas para tais funções.

d) para Weber, o elemento central da estrutura burocrática é a ausência da hierarquia funcional e a obediência à ordem pessoal e subjetiva.

e) a burocratização do capitalismo moderno impede segundo Weber, a possibilidade de se colocar em prática o princípio da especialização das funções administrativas.

13. (Unioeste 2012) ,A filosofia da História – o primeiro tema da filosofia de Augusto Comte – foi sistematizada pelo próprio Comte na célebre “Lei dos Três Estados” e tinha o objetivo de mostrar por que o pensamento positivista deve imperar entre os homens. Sobre a “Lei do Três Estados” formulada por Comte, é correto afirmar que a) Augusto Comte demonstra com essa lei que todas as ciências e o espírito humano

desenvolvem-se na seguinte ordem em três fases distintas ao longo da história: a positiva, a teológica e a metafísica.

b) na “Lei dos Três Estados” a argumentação desempenha um papel de primeiro plano no estado teológico. O estado teológico, na sua visão, corresponde a uma etapa posterior ao estado positivo.

c) o estado teológico, segundo está formulada na “Lei dos Três Estados”, não tem o poder de tornar a sociedade mais coesa e nenhum papel na fundamentação da vida moral.

d) o estado positivista apresenta-se na “Lei dos Três Estados” como o momento em que a observação prevalece sobre a imaginação e a argumentação, e na busca de leis imutáveis nos fenômenos observáveis.

e) para Comte, o estado metafísico não tem contato com o estado teológico, pois somente o estado metafísico procura soluções absolutas e universais para os problemas do homem.

14. (Unioeste 2012) Segundo Zygmunt Bauman, a Sociologia é constituída por um conjunto considerável de conhecimentos acumulados ao longo da história. Pode-se dizer que a sua identidade forma-se na distinção com o chamado senso comum. Considerando que a Sociologia estabelece diferenças com o senso comum e estabelece uma fronteira entre o pensamento formal e o senso comum, é correto afirmar que a) a Sociologia se distingue do senso comum por fazer afirmações corroboradas por

evidências não verificáveis, baseadas em ideias não previstas e não testadas. b) o pensar sociologicamente caracteriza-se pela descrença na ciência e pouca

fidedignidade de seus argumentos. O senso comum, ao contrário, evita explicações imediatas ao conservar o rigor científico dos fenômenos sociais.

c) pensar sociologicamente é não ultrapassar o nível de nossas preocupações diárias e expressões cotidianas, enquanto o senso comum preocupa-se com a historicidade dos fenômenos sociais.

d) o pensamento sociológico se distingue do senso comum na explicação de alguns eventos e circunstâncias, ou seja, enquanto o senso comum se preocupa em analisar e cruzar diversos conhecimentos, a Sociologia se preocupa apenas com as visões particulares do mundo.

e) um dos papéis centrais desempenhados pela Sociologia é a desnaturalização das concepções ou explicações dos fenômenos sociais, conservando o rigor original exigido no campo científico.

Gabarito: Resposta da questão 1: [B] Resposta da questão 2: [C] Resposta da questão 3: [E] Resposta da questão 4: [B]

Resposta da questão 5: [D] Resposta da questão 6: [E] Resposta da questão 7: [C] Resposta da questão 8: [E] Resposta da questão 9: [A]

Resposta da questão 10: [E] Resposta da questão 11: [A] Resposta da questão 12: [C] Resposta da questão 13: [D] Resposta da questão 14: [E]