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SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA- AJES
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO ESPECIAL
INCLUSIVA
8,0
A INCLUSÃO DE UM MENINO AUTISTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DESAFIOS
E APRENDIZAGEM
MARLI RODRIGUES DA SILVA
ORIENTADOR: PROF. DR. ILSO FERNANDES DO CARMO
JUÍNA/2017
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA- AJES
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO ESPECIAL
INCLUSIVA
A INCLUSÃO DE UM MENINO AUTISTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DESAFIOS
E APRENDIZAGEM
MARLI RODRIGUES DA SILVA
ORIENTADOR: PROF. DR. ILSO FERNANDES DO CARMO
“Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de Especialização em Neuropedagogia e Educação Inclusiva.”
JUÍNA/2017
AGRADECIMENTO
À Deus por não ter me deixado sozinha nesta caminhada. Ao meu marido
Marcelo Pais dos Santos e aos meus filhos Jamily e Kaik, por serem a razão do meu
viver.
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo colaborar com a discussão e reflexão
sobre um dos temas mais discutidos na atualidade, a questão da inclusão, com
ênfase ao Autismo. Tendo-se em vista contribuir para uma reflexão sobre os
desafios enfrentados pelos profissionais da educação, a presente monografia visa
apresentar um estudo de caso com um aluno da instituição Educação Infantil Dom
Franco Dalla Vale, com diagnóstico de autismo infantil, e demonstrar como os
professores do centro encontraram meios para lidar com alunos que apresentam
este transtorno, levando-se em consideração a eficácia dos educadores nesse
processo. Para tanto foi realizado um estudo de caso com um aluno aqui identificado
pelas iniciais K.J., demonstrando indícios que apontavam o transtorno de espectro
autista. Assim, o trabalho apresenta as leis que amparam alunos com deficiência,
como também o conceito de Autismo, causas, manifestações mais comuns, o
processo de inclusão, a metodologia, apresentação e análise dos resultados
através do relato da mãe do aluno e apresentação da observação feita através de
quatro pareceres descritivos. Os resultados apontam ao longo dos anos que a
escola tem contribuído muito com o desenvolvimento do aluno K.J, e, que o trabalho
de inclusão.
Palavras-chave: Autismo. Inclusão. Transtorno Global de Desenvolvimento.
ABREVIATURAS E SIGLAS
CAPS – Centro de Atenção Psicossocial
CEI – Centro de Educação Infantil
CID – Classificação Internacional de Doenças
ECA – Estatuto da Criança do Adolescente
LDB – Lei De Diretrizes e Base da Educação Nacional
MEC – Ministério da Educação
ONU – União das Nações Unidas
PPP – Projeto Político Pedagógico
TEA – Transtorno Espectro Autista
TGD – Transtorno Global de Desenvolvimento
WAAD – World Autism Awareness
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................................... 06
1. REFERENCIAL TEORICO.............................................................................. 08
1.1 EDUCAÇÃO INFANTIL ................................................................................. 08 1.2 AUTISMO ..................................................................................................... 11
1.2.1 Definição..................................................................................................... 11
1.2.2 Causas do Autismo.................................................................................... 11
1.2.3 Manifestações mais comuns....................................................................... 12
1.2.4 Espectro de Manifestações Autistas ......................................................... 13
1.3 INCLUSÃO.................................................................................................... 20
1.4 CONCEPÇÕES DE INCLUSÃO E INTEGRAÇÃO ESCOLAR..................... 22
2. METODOLOGIA............................................................................................. 24
3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS.................................. 25
CONCLUSÃO...................................................................................................... 30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 31
INTRODUÇÃO
Os transtornos do Espectro Autista (TEA) são categorizados como um
transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por demonstrar anormalidades
no desenvolvimento social e na comunicação e padrões restritos de comportamento
e interesses desde idades muito precoces.
Atualmente esse tema vem sendo discutido com frequência entre os
profissionais da educação, devido ao fato de alunos com esta síndrome serem
inseridos no ambiente escolar. Uma pedagogia pautada na inclusão é fundamental
para que aja um enternecimento das relações escola-família-sociedade formando e
transformando as crianças em indivíduos capazes.
Assim referencial teórico deste trabalho contempla as leis que amparam o
processo de inclusão e alguns autores que estudam sobre o Autismo. Hoje em dia
há uma busca em incluir todas as pessoas com deficiência desde da Educação
Básica até o Ensino Superior e muitas pesquisas caminham na direção buscar
metodologias que ajudam na inclusão e desenvolvimento de uma educação voltada
a esse aspecto. Ao longo do tempo mudanças ocorreram no processo de inclusão
através de leis que que acabaram por influenciar de forma significativa a educação
essa inclusão que serão abordados no trabalho.
Nesse sentido o presente trabalho objetiva levar o leitor a conhecer a base
teórica acerca do tema pesquisado sendo apresentado referenciais teóricos
bibliográficos, enfatizando a inclusão de um menino autista na Educação Infantil:
desafios e aprendizagem.
PROBLEMATIZAÇÃO
O que é o autismo? E quais foram as contribuições da Educação Infantil no
desenvolvimento de um menino com autismo?
OBJETIVOS
Compreender como os educadores, se organizaram para a inclusão de uma
criança autista no Centro de Educação Infantil ―Dom Franco Dalla Valle‖.
OBJETIVO GERAL
Apresentar um histórico sobre a inclusão de uma criança autista na
educação infantil.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Verificar todas as ações pedagógicas envolvidas para a inclusão.
Explicitar os resultados alcançados.
DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa será focada no desenvolvimento e na aprendizagem de um aluno
autista na educação infantil.
JUSTIFICATIVA
Tendo em vista a descoberta de ser mãe de um menino autista, várias foram
as razões que motivaram o desenvolvimento dessa pesquisa como: a dificuldade em
compreender e lidar com as birras, a agressividade, os gritos, entre outros
comportamentos decorrentes deste transtorno.
A finalidade principal desse projeto é demonstrar como o Centro de
Educação Infantil ―Dom Franco Dalla Valle‖ se organizou em benefício da inclusão
desse menino. Levando-se em consideração a eficácia dos educadores nesse
processo.
ESTRUTURA DO TRABALHO
O presente trabalho foi realizado por meio de três capítulos considerados
essenciais, sendo que o primeiro deles refere busca mostrar o referencial teórico do
tema abordado como: Educação Infantil, Definição, causas e manifestações comuns
do autismo, o espectro de manifestações autistas, a inclusão, concepções de
inclusão e integração escolar.
No segundo capítulo apresentaremos a metodologia utilizada para o
desenvolvimento do trabalho.
No quarto capitulo, será apresentado a análise e discussão sobre a pesquisa
com relatos da mãe do aluno, aqui identificado pelas iniciais K. J.
07
1. REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo serão apresentados os fundamentos teóricos acerca do tema,
enfatizando a inclusão de um menino autista na educação infantil: desafios e
aprendizagem.
1.1 EDUCAÇÃO INFANTIL
A Educação Infantil nem sempre foi vista e organizada como se conhece nos
dias atuais.
Discutir sobre a Educação Infantil no Brasil é relevante para a sociedade
contemporânea, uma vez que a educação voltada para as crianças de 0 a 6 anos foi
vista durante muitos séculos como um cuidar.
Segundo PIETROBON (2010, p.14), “os primeiros jardins-de-infância no
Brasil surgiram na década de 1860 no Paraná, e na década de 1890 em São Paulo,
na Escola Norma Caetano de Campos.”
Após a Constituição Federal de 1988, a Educação Infantil começou a ser
desenhada por outros viesses, assim começa a ser responsabilidade do município
juntamente com o Estado, como também passa a ser configurar como direito do
cidadão, como define os artigos 205 e 208 da Constituição Federal de 1988
(PIETROBON, 2010).
Art. 205 a educação, direito de todos e dever do Estado e da família será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 208 inciso quarto da Constituição Federal de 1998 ―atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade‖. (BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, 2012, p.117-331).
No Brasil a Educação Infantil funciona em creches e pré-escolas, essas
instituições são de responsabilidade do poder público, sendo gratuitas e laicas,
assim como, pode se observar nos artigos 29 e 30 da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/96.
Art. 29 a educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, completando a ação da família e da comunidade. Art. 30 a educação infantil será oferecida em: -
creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; - pré-escolas, para crianças de quatro e seis anos de idade (LDB, 1996, p.11).
Quanto ao seu funcionamento fica a critério do gestor disponibilizar vagas,
durante o ano letivo, seguindo o regulamento interno. Entretanto, os pais não são
obrigados a matricularem seus filhos de 0 a 4 anos em creches e pré-escolas, essa
é uma escolha da família (BRASIL, 2006).
Assim, com o passar dos anos a Educação infantil vem ganhando espaço e
principalmente respeito através dos trabalhos desenvolvidos pelos Centros de
Educação Infantil (CEis).
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação infantil (RCNEI
1998. Vol. 3, p.7) ―a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica‖.
Portanto, deve ser respeitado o percurso escolar do educando diante dessa
ótica. Observa-se que diante dessa concepção a Educação Infantil traz a luz de
conceitos éticos e morais desde os primeiros anos escolares, fortalecendo a
formação pessoal e social desses alunos.
Nesse enfoque, percebe-se que a Educação Infantil é uma etapa importante
para o desenvolvimento da criança, pois a mesma além de socializar-se com outras
crianças e professores capacitados, têm a oportunidade de aprender brincando.
Conforme os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil:
É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de crianças que completam 4 ou 5 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula. As crianças que completam 6 anos após o dia 31 de março devem ser matriculados na Educação Infantil (BRASIL. 2006, p.17).
Na Educação Infantil, os CEis trabalham assim como nas escolas de Ensino
Fundamental, uma proposta pedagógica denominada Projeto Político Pedagógico
(PPP).
Nele são atribuídas atividades a serem desenvolvidas durante o ano letivo,
principalmente os projetos que a Educação Infantil desenvolve, sendo construído
juntamente com a comunidade escolar, professores e direção. Esses projetos
trazem um teor teórico que é repassado aos alunos por meio de leituras, conversas,
dentre outras estratégias e são desenvolvidas atividades e apresentações dos temas
proposto para uma melhor fixação dos conteúdos. (BRASIL, 2010).
09
Na Educação Infantil a jornada é constituída de dois turnos, a jornada parcial
com quatro horas diárias e a jornada integral que pode ser igual ou ultrapassar sete
horas diárias.
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil deve
ser integral, ou seja, o cuidado está integralmente ligado ao processo de ensino e
aprendizagem, a construção do conhecimento e ao ato educativo (BRASIL, 2010).
Dessa forma, entender a criança como cidadã é o primeiro passo para
construir uma educação de qualidade.
De acordo com os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação
Infantil – V. 02 (2006), todas as crianças têm capacidade para aprender, no entanto,
seu aprendizado depende da condição do ambiente.
Ainda no entendimento do autor, a criança mesmo antes de aprender falar
consegue se expressar e interagir através de outras linguagens como a música,
gestos, danças, teatro, sendo essas propostas pedagógicas promotoras da
“integração dos aspectos físicos, emocionais, cognitivos, linguísticos e sociais,
entendendo que ela é um ser completo, total e indivisível.” (BRASIL, 2006, p.32).
Porquanto, na Educação Infantil a educação deve ser planejada, contemplar
ações e, seus desenvolvimentos devem levar os alunos a entender e refletir sobre a
sociedade.
Algumas leis ajudam a amparar e efetivar a Educação Infantil no Brasil,
sendo mecanismos legais para promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB) Lei nº 9.394/96, esta que confirma a Educação Infantil como um
direito social e dever do Estado.
Essas Leis são a Constituição Federal de 1988, já citada e discutida a priori,
sendo a responsável pelo desvencilhar do idealismo impregnado que se tinha até
sua promulgação, e também o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA/90).
O Estatuto da Criança e do Adolescente é uma lei que foi criada para
fortalecer os direitos e deveres das crianças e dos adolescentes, discorrendo sobre
a educação em seu artigo 4º (DUARTE, 2012).
Art. 4º - É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos diretos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer,
10
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária (BRASIL, ECA/90, 2012).
Observa-se que a Educação Infantil vem se estabelecendo como um
processo de construção do conhecimento. Além do cuidar já estabelecido por
décadas, nos tempos atuais essa educação ganha espaço e consideração, se
fortalecendo diante das Leis que a amparam.
Nesse sentido, a criança hoje já não é mais vista como um ser incompleto, a
mesma apresenta na atualidade um cidadão inerente aos demais, sendo capaz de
aprender, compreender as coisas e o mundo à sua volta. Assim, a Educação Infantil
na contemporaneidade é vista com um olhar pedagógico (ROCHA et al., 2011).
1.2 AUTISMO
A palavra, segundo MELLO (2004), "autismo" deriva do grego "autos", que
significa "voltar-se para si mesmo". A primeira pessoa a utilizá-la foi o psiquiatra
austríaco Eugen Bleuler, em 1911, para descrever uma das características de
pessoas com esquizofrenia, se referindo ao isolamento social dos indivíduos
acometidos.
1.2.1 DEFINIÇÃO
Autismo, segundo MELLO (2004), é uma síndrome(*) definida por alterações
presentes desde idades muito precoces, tipicamente antes dos três anos de idade, e
que se caracteriza sempre por desvios qualitativos na comunicação, na interação
social e no uso da imaginação.
Estes três desvios, que ao aparecerem juntos caracterizam o autismo, foram
chamados, segundo MELLO (2004), por Lorna Wing e Judith Gould, em seu estudo
realizado em 1979, de ―Tríade‖. A Tríade é responsável por um padrão de
comportamento restrito e repetitivo, mas com condições de inteligência que podem
variar do retardo mental a níveis acima da média.
1.2.2 CAUSAS DO AUTISMO
11
As causas do autismo são desconhecidas. Acredita-se, segundo MELLO
(2004), que a origem do autismo esteja em anormalidades em alguma parte do
cérebro ainda não definida de forma conclusiva e, provavelmente, de origem
genética. Além disso, admite-se que possa ser causado por problemas relacionados
a fatos ocorridos durante a gestação ou no momento do parto.
Em termos de prevenção do autismo, segundo MELLO (2004), são os
cuidados gerais a todas as gestantes, especialmente cuidados com ingestão de
produtos químicos, tais como remédios, álcool ou fumo.
1.2.3 MANIFESTAÇÕES MAIS COMUNS
O Autismo, segundo MELLO (2004), pode manifestar-se desde os primeiros
dias de vida, mas é comum pais relatarem que a criança passou por um período de
normalidade anteriormente à manifestação dos sintomas.
É comum também estes pais relacionarem a algum evento familiar o
desencadeamento do quadro de autismo do filho. Este evento pode ser uma doença
ou cirurgia sofrida pela criança ou uma mudança ou chegada de um membro novo
na família, a partir do qual a criança apresentaria regressão.
Normalmente, o que chama a atenção dos pais inicialmente, segundo
MELLO (2004), é que a criança é excessivamente calma e sonolenta ou então que
chora sem consolo durante prolongados períodos de tempo. Uma queixa frequente
dos pais é que o bebê não gosta do colo ou rejeita o aconchego.
Mais tarde, segundo MELLO (2004), os pais notarão que o bebê não imita,
não aponta no sentido de compartilhar sentimentos ou sensações e não aprende a
se comunicar com gestos comumente observados na maioria dos bebês, como
acenar as mãos para cumprimentar ou despedir-se.
Geralmente, segundo MELLO (2004), estas crianças não procuram o contato
ocular ou o mantêm por um período de tempo muito curto. É comum o aparecimento
de estereotipias, que podem ser movimentos repetitivos com as mãos ou com o
corpo, a fixação do olhar nas mãos por períodos longos e hábitos como o de morder-
se, morder as roupas ou puxar os cabelos.
12
Problemas de alimentação, segundo MELLO (2004), são frequentes,
podendo se manifestar pela recusa a se alimentar ou gosto restrito a poucos
alimentos. Problemas de sono também são comuns.
1.2.4 O ESPECTRO DE MANIFESTAÇÕES AUTÍSTICAS
O autismo, segundo MELLO (2004), não é uma condição de ―tudo ou nada‖,
mas é visto como um continuo, um que vai do grau leve ao severo. A definição de
Autismo adotada pela AMA (1993), para efeito de intervenção, é que o Autismo é um
distúrbio do comportamento que consiste em uma tríade de dificuldades:
1. Dificuldade de comunicação - caracterizada pela dificuldade em utilizar
com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal. Isto
inclui gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação
na linguagem verbal.
Portanto, dentro da grande variação possível na severidade do Autismo, é
possível encontrar uma criança sem linguagem verbal e com dificuldade na
comunicação por qualquer outra via - isto inclui ausência de uso de gestos ou um
uso muito precário dos mesmos; ausência de expressão facial ou expressão facial
incompreensível para os outros e assim por diante - como também pode-se,
igualmente, encontrar crianças que apresentam linguagem verbal, porém esta é
repetitiva e não comunicativa.
Muitas crianças que apresentam linguagem verbal repetem simplesmente o
que lhes foi dito. Este fenômeno é conhecido como ecolalia imediata.
2. Dificuldade de sociabilização - este é o ponto crucial no autismo, e o mais
fácil de gerar falsas interpretações. Significa a dificuldade em relacionar-se
com os outros, a incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e
emoções e a dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas.
Muitas vezes a criança com autismo aparenta ser muito afetiva, por
aproximar-se das pessoas abraçando-as e mexendo, por exemplo, em seu cabelo,
ou mesmo beijando-as, quando na verdade ela adota indiscriminadamente esta
postura, sem diferenciar pessoas, lugares ou momentos.
13
Esta aproximação usualmente segue um padrão repetitivo e não contém
nenhum tipo de troca ou compartilhamento. A dificuldade de sociabilização, que faz
com que a pessoa com autismo tenha uma pobre consciência da outra pessoa, é
responsável, em muitos casos, pela falta ou diminuição da capacidade de imitar, que
é um dos requisitos cruciais para o aprendizado, e também pela dificuldade de se
colocar no lugar do outro e de compreender os fatos a partir da perspectiva do outro.
3. Dificuldade no uso da imaginação - se caracteriza por rigidez e
inflexibilidade e se estende às várias áreas do pensamento, linguagem e
comportamento da criança. Isto pode ser exemplificado por
comportamentos obsessivos e ritualísticos, compreensão literal da
linguagem, falta de aceitação das mudanças e dificuldades em processos
criativos. Esta dificuldade pode ser percebida por uma forma de brincar
desprovida de criatividade e pela exploração peculiar de objetos e
brinquedos.
Uma criança que tem autismo pode passar horas a fio explorando a textura
de um brinquedo. Em crianças que têm autismo e têm a inteligência mais
desenvolvida, pode-se perceber a fixação em determinados assuntos, na maioria
dos casos incomuns em crianças da mesma idade, como calendários ou animais
pré-históricos, o que é confundido, algumas vezes, com nível de inteligência
superior.
As mudanças de rotina, como mudança de casa, dos móveis, ou até mesmo
de percurso, costumam perturbar bastante algumas destas crianças.
O Autismo Infantil foi relatado, pela primeira vez, por Leo Kanner, em 1943,
quando descreveu um grupo de 11 crianças que apresentavam um quadro clínico
semelhante, no qual o principal distúrbio era a incapacidade de se relacionar com as
outras pessoas. (GAUDERER, 1993).
Inicialmente, Kanner descreveu o autismo sob o nome de ―Distúrbios
Autísticos do Contato Afetivo‖, um quadro que ele caracterizou por ―autismo
extremo, obsessividade, estereotipias e ecolalia.” (SCHWARTZMAN, 1995, p.03)
Seu diagnóstico diferencial já se referia às doenças específicas que
poderiam ocorrer em associação com o autismo, ressaltando que a síndrome
autística seria decorrente de uma patologia específica do Sistema Nervoso Central.
14
Começam, então, a ser esmiuçadas por ORRÚ (2012), que apresenta o estudo do
psiquiatra austríaco, Leo Kanner, residente nos Estados Unidos, médico do
departamento de psiquiatria infantil do Hospital Johns Hopkins, que publicou, por
volta de 1943, o artigo intitulado: Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo.
Neste artigo, descreve o caso de onze crianças com quadro de autismo
severo, marcado por características de obsessividade, estereotipias e ecolalia bem
acentuados. Outro traço importante percebido por Kanner em seu estudo foi que o
distúrbio afeta a interação da criança com seu ambiente, e pessoas desde o início
de sua vida.
Os traços apresentados pelo grupo de crianças observado por Kanner eram,
de acordo com ORRÚ:
Incapacidade para estabelecer relações com as pessoas, um vasto conjunto de atrasos e alterações na aquisição e no uso da linguagem e uma obsessão em manter o ambiente intacto, acompanhada da tendência a repetir uma sequência limitada de atividades ritualizadas. (2012, p. 19).
Seu estudo apontou para uma sintomatologia, que acompanha a criança
desde o nascimento: não ter ou manter contato com o ambiente, não apresentar
mudanças na expressão facial diante de estímulos advindos do ambiente, não
manter contato visual, problemas na aquisição da fala, dificuldade de generalizar
conceitos, de usar o pronome eu, o uso da prosódia, tendência a ignorar o que lhe é
perguntado, recusa determinados alimentos, apresenta pica, palavra dada ao ato de
ingerir objetos não comestíveis, como, giz e sabonete, por exemplo, comportamento
repetitivo, criação e manutenção de rotinas, sensibilidade aguçada, para mais ou
para menos, dos sentidos, ser suscetível a crises ansiosas diante de mudanças ou
alterações bruscas dos ritos.
CUNHA (2012), comenta que Kanner apropria-se do termo autismo pelo
psiquiatra suíço Bleuler, empregado pela primeira vez em 1911, cuja finalidade era
descrever a fuga da realidade e o retraimento interior dos pacientes acometidos de
esquizofrenia.
Segundo CUNHA (2012, p. 20), ―o termo „autismo‟ deriva do grego „autos‟,
que significa „por si mesmo‟ e, „ismo‟, condição, tendência.”
15
As crianças observadas pelo psiquiatra austríaco apresentavam as
características de isolamento, igualmente demonstrada pelos esquizofrênicos, dando
a impressão de que eles estavam presos em si mesmos.
A princípio, notou-se que o autismo tinha maior incidência em lares
considerados com problemas afetivos e, que por isso, durante longo tempo, pensou-
se que a causa do transtorno estivesse relacionada a problemas psicodinâmicos,
uma vez que não era possível encontrar fatores biológicos, que incidissem em testes
médicos existentes na época. Porém, o diferencial era que no autismo esta condição
já estava presente desde tenra idade.
Embora, Kanner, em seus artigos, não afirmasse a posição psicodinâmica
como sendo a origem do autismo, levantou esta possibilidade, pois, as crianças
observadas não possuíam a capacidade inata para estabelecer contato afetivo e
biologicamente previsto no desenvolvimento, sem estimulação, devido a esta
condição, ressaltou a possibilidade delas, não serem receptivas às personalidades
dos pais, gerando a hipótese da etiologia deste transtorno ser de natureza
psicodinâmica. (BRASIL, 2013).
A partir dos estudos de Kanner surgiram outros pesquisadores que tentaram
encontrar a etiologia desta síndrome, passando a registrar suas ideias sobre a
origem do Autismo e formando seus conceitos a partir de suas experiências no
cuidado dessas pessoas.
Autores, estes, abordados a seguir. O médico vienense, Hans Asperger,
apenas um ano após a publicação do trabalho de Kanner, divulga seu artigo em
1944, intitulado ―Psicopatologia autística na infância‖.
Ao contrário de Kanner, ele não especula a atribuição da causa do autismo
como de ordem psicodinâmica, ele atribui a causa do autismo a uma deficiência
biológica, especialmente genética. (BRASIL, 2013, p. 25).
Porém, segundo BRASIL (2013), o trabalho de Hans Asperger permaneceu
desconhecido até meados de 1980, quando Lorna Wing, desterra os artigos de
Asperger, e passa a estabelecer semelhanças entre os dados obtidos pelo grupo de
crianças estudadas por ele, e os estudos que estavam sendo produzidos nos
Estados Unidos e Inglaterra. Ela reconhece que ambos os estudos apresentavam
pontos em comuns basicamente a mesma tríade sintomática.
16
De acordo com BRASIL (2013), Lorna, em um de seus artigos descreve o
conceito de espectro autista, que será adotado para se referir a sintomatologia
presente no transtorno, e seu trabalho contribuiu para incorporar a Síndrome de
Asperger ao Transtorno Global de Desenvolvimento (TGD), que passou a constar na
classificação psiquiátrica.
De acordo com ORRÚ (2012), o autismo atualmente é considerado como
“uma síndrome comportamental com etiologias múltiplas e curso de um distúrbio de
desenvolvimento [...], é uma disfunção orgânica e não um problema dos pais [...] e é
de origem biológica.” (ORRÚ 2012, p. 21).
De acordo com SILVA (2012), os fatores que originaram o desenvolvimento
do autismo são respaldados na neurociência, conforme o estudo tem demonstrado:
Que indivíduos com autismo aparentam ter dificuldades na área cognitiva de funções executivas. Essas funções são um conjunto de processos neurológicos que permitem que a pessoa planeje coisas, inicie uma tarefa, controle-se para continuar na tarefa, tenha atenção e, finalmente, resolva o problema. (p. 41).
Apesar do avanço sobre o tema, a etiologia do autismo ainda é fruto de
discussões cientificas. Entretanto, não exclui o diagnóstico neurobiológico, como
descreve ROTTA (2007):
Uma pessoa com comportamentos que preencham requisitos para o diagnóstico de autismo pode ter um exame cromossômico que dê o diagnóstico de X frágil. Neste caso, os sintomas comportamentais seriam consistentes com um diagnóstico de autismo com todas as implicações que isso possa ter em termos de manejo e prognóstico, e a causa biológica para essa síndrome comportamental seria a síndrome do X frágil, com as devidas consequências em termos genéticos e de prognóstico. (p.427).
O mesmo autor discorre que “as várias patologias associadas com o TEA
suportam a hipótese de que as manifestações comportamentais no autismo podem
ser secundárias a uma grande variedade de insultos ao cérebro.” (ROTTA, 2007, p.
427).
O autor ainda ressalta que:
Hoje, sabe-se que o autismo não é uma doença única, mas sim um distúrbio de desenvolvimento complexo, que é definido de um ponto de vista comportamental, que apresenta etiologias múltiplas e que se caracteriza por graus variados de gravidade. (ROTTA, 2007, p. 423).
Configura, desta forma, a característica multifatorial do autismo, que pode se
manifestar de diferentes formas e intensidades, tendo a tríade autística como ponto
17
comum. O diagnóstico pode demonstrar que o indivíduo, encontra-se na ponta do
espectro e que por isso apresenta características leves da patologia.
No ano de 1944, segundo SILVA (2012), o pesquisador austríaco Hans
Asperger publicou, em sua tese de doutorado, a psicopatia autista da infância, um
estudo observacional com mais de 400 crianças, avaliando seus padrões de
comportamento e habilidades. Descreveu um transtorno da personalidade que
incluía falta de empatia, baixa capacidade de fazer amizades, monólogo, hiperfoco
em assunto de interesse especial e dificuldade de coordenação motora (quadro que
depois ficou denominado como síndrome de Asperger).
Hans Asperger cunhou o termo psicopatia autística e chamava as crianças
que estudou de "pequenos mestres", devido à sua habilidade de discorrer sobre um
tema minuciosamente.
Em 1949, segundo SCHWARTZMAN (1995), Kanner, começa a se referir
ao quadro como Autismo Infantil Precoce‖, descrevendo-o a partir de: a) uma
dificuldade profunda no contato com as outras pessoas; b) um desejo obsessivo de
preservar as coisas e as situações; c) uma ligação especial com os objetos e d) uma
dificuldade no contato e na comunicação interpessoal.
A partir da década de 1960, segundo MELLO (2004), a psiquiatra inglesa
Lorna Wing, cuja filha era portadora de autismo, passa a publicar textos de grande
importância para o estudo deste assunto, inclusive traduzindo para o inglês os
trabalhos de Hans Asperger, popularizando suas teorias.
Além disso, Lorna Wing, segundo MELLO (2004), foi a primeira pessoa a
descrever a tríade de sintomas: alterações na sociabilidade, comunicação/linguagem
e padrão alterado de comportamentos.
O objetivo deste conceito foi introduzir a ideia de que os sintomas
relacionados a qualquer um dos três domínios citados podem ocorrer em variados
graus de intensidade e, portanto, com diferentes manifestações.
Na mesma década, segundo MELLO (2004), o psicólogo comportamental
Ole Ivar Lovaas introduziu a ideia de que as crianças com autismo aprendem
habilidades novas através da técnica da terapia comportamental. Seus resultados
apresentavam-se de maneira mais efetiva do que as tradicionais terapias
psicodinâmicas. Naquela época a psicologia comportamental sofria forte preconceito
18
por parte dos psicólogos que seguiam outras linhas teóricas e pela sociedade como
um todo.
Em 1976, segundo MELLO (2004), Ritvo e Ornitz apresentaram estudos
que viriam mudar a concepção sobre o autismo. Introduziram as características já
identificadas do referido distúrbio, os problemas de desenvolvimento, afirmando que
as crianças com autismo são possuidoras de déficits cognitivos, mudando
radicalmente os conceitos, existentes na época, baseados nas teorias psicogênicas.
Os psicólogos comportamentais, segundo MELLO (2004), só costumavam
ser consultados depois de esgotar as outras modalidades terapêuticas. Sendo
assim, o comportamento da criança com autismo tornava-se, muitas vezes,
insuportável para os pais e muito danoso para elas próprias.
Até então, segundo MELLO (2004), o autismo infantil ainda persistia como
um subgrupo dentro das psicoses infantis — era considerado uma forma de
esquizofrenia —, o que faz com que alguns profissionais ainda usem a denominação
errônea de "psicose infantil" para se referir a esses pacientes.
Na década de 80, segundo MELLO (2004), o autismo recebeu um
reconhecimento especial, diferente da esquizofrenia, o que propiciou um maior
número de estudos científicos, recebendo a denominação diagnostica correto e com
critérios específicos.
Desde então, segundo MELLO (2004), o problema passou a ser tratado
como uma síndrome, como um distúrbio do desenvolvimento e não mais como uma
psicose. A partir desses estudos e até a criação do CID 9 e do DSM-III — manuais
utilizados por profissionais da área médica e de saúde mental — o autismo ainda era
visto por diferentes enfoques. No entanto, nas revisões subsequentes desses guias
médicos (CID 10 e no DSM-IV — em 1993 e 1994, respectivamente), houve uma
melhor definição e alinhamento do autismo.
Em dezembro de 2007, a ONU, segundo MELLO (2004), decretou 2 de abril
o Dia Mundial de Conscientização do Autismo (World Autism Awareness Day —
WAAD), celebrado pela primeira vez em 2008. Com adeptos em várias partes do
planeta, o evento pede mais atenção aos transtornos do espectro autístico, que
afetam cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a ONU, sendo
mais comuns em crianças do que Aids, câncer e diabetes juntos.
19
1.3 INCLUSÃO
Durante os séculos XVIII e XIX, segundo GRINKER (2010), as pessoas com
necessidades especiais eram tratadas como doentes, ―anormais‖ e eram então
descartadas da sociedade. A partir do século XX é que se passou a aceitar essas
pessoas na sociedade e as mesmas passaram a ter direitos, assim como qualquer
ser humano.
Com a Conferência Mundial sobre Educação para todos, realizada na
Tailândia em 1990, onde participaram educadores de todo o mundo, aprovaram a
Declaração Mundial sobre Educação para Todos que nos mostra:
Que no início da década de 1990 países pobres apontavam que mais de 100 milhões de crianças e jovens não tinham acesso à escolarização básica; e que apenas 2% de uma população com deficiência, estimada em 600 milhões de pessoas, recebia qualquer modalidade de educação. Tais evidências estimularam o consenso sobre a necessidade de concentrar esforços para atender as necessidades educacionais de inúmeros alunos até então privados de direito de acesso, ingresso, permanência e sucesso na escola básica. (UNESCO, 1990, p.01).
Em 1994 surge a Declaração de Salamanca, promovida pelo governo da
Espanha e pela Unesco, realizada na Conferência Mundial sobre as Necessidades
Especiais, onde reconheceram a obrigação de o ensino chegar a todas as crianças,
jovens e adultos com necessidades especiais, em ensino regular.
Após o surgimento da declaração de Salamanca, amplia-se o conceito de
que o ensino alcance todas as pessoas com necessidades especiais. Como nos
mostra SÁNCHEZ (2005, p. 09), essa declaração proclama que:
- Todas as crianças têm direito à educação e deve-se dar a elas a oportunidade de alcançar e manter um nível aceitável de conhecimentos;
- Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são próprias;
- Os sistemas de ensino devem ser organizados e os programas aplicados de modo que tenham em conta todas as diferentes características e necessidades;
- As pessoas com necessidades educacionais especiais devem ter acesso às escolas comuns; e
- As escolas comuns devem representar um meio mais eficaz para combater as atitudes discriminatórias, criar comunidades acolhedoras, construir uma sociedade integradora e alcançar a educação para todos.
A educação inclusiva está presente no nosso dia-a-dia, com o pressuposto
de que toda criança tem direito à educação de qualidade. Portanto, a escola para
incluir as crianças com necessidades especiais precisa estar preparada para
corresponder a tais necessidades.
20
De acordo com MONTE; SANTOS (2004, p. 15), pessoas com autismo têm
dificuldades em estabelecer relações entre eventos e, consequentemente,
estabelecer generalizações.
Precisa se adequar à nova clientela, proporcionando-lhes um ambiente
acolhedor e instigador da aprendizagem. Ou seja, uma educação inclusiva se refere
a uma educação para todos, não somente do ponto de vista de quantitativo, mas
também na qualidade, possibilitando aos alunos a apropriação do conhecimento, a
integração social o uso de seus direitos.
O desenvolvimento de escolas inclusivas capazes de educar a todas as
crianças não é portanto, unicamente uma forma de assegurar o respeito dos direitos
das crianças com deficiências de forma que tenham acesso a um ou outro tipo de
escola, senão que constitui uma estratégia essencial para garantir que uma ampla
gama de grupos tenha acesso a qualquer forma de escolaridade. (DYSON, 2001,
p.150 apud SÁNCHEZ, 2005, p.13).
A inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais é lei no
âmbito nacional. A LDB, Lei nº. 9.394 de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996),
define no capítulo V que ―a educação para alunos com deficiência deve ser oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino, assegurando aos mesmos currículos,
métodos, técnicas, recursos educativos específicos para atender às suas
necessidades‖, dentre outros.
No Brasil a LEI Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012. ―Lei Berenice
Piana‖ Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista;
Art.1º Esta Lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e estabelece diretrizes para sua consecução. § 2º A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais.
Art. 2º São diretrizes da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista: VII - o incentivo à formação e à capacitação de profissionais especializados no atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista, bem como a pais e responsáveis;
Art. 3º São direitos da pessoa com transtorno do espectro autista: a) o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo; b) o atendimento multiprofissional; c) a nutrição adequada e a terapia nutricional; d) os medicamentos; e) informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento; Parágrafo único. Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular, terá direito a acompanhante especializado.
21
Esta lei reconhece a pessoa com TEA como pessoa com deficiência, para
todos os efeitos legais, e estabelece diretrizes para o desenvolvimento de ações e
políticas públicas, atenção integral, às necessidades de saúde da pessoa com TEA,
estimulo à inserção no mercado de trabalho e à pesquisa científica, e oferta de
informação pública sobre o transtorno do Espectro Autista (BRASIL, 2012, b). A lei
foi regulamentada no âmbito federativo brasileiro pelo Decreto nº 8.368 de 02 de
Dezembro de 2014.
1.4 CONCEPÇÕES DE INCLUSÃO E INTEGRAÇÃO ESCOLAR
Ainda há muitos desafios a enfrentar para se atingir uma educação como
direito de todos. Um deles é não permitir que os alunos com necessidades especiais
sejam matriculados em salas de aulas comuns, para estarem apenas matriculados.
Nesse caso, eles estariam inseridos em seu contexto, mas não estariam sendo
reconhecidos em suas igualdades de direitos.
De acordo com PRIETO (2006), a integração escolar tem como objetivo
ajudar pessoas com deficiências a estarem inseridas em um ambiente cotidiano para
que possam fazer parte de uma existência possível ao normal, disponibilizando
padrões de vida cotidianos, proporcionando uma proximidade física e a inserção nos
espaços públicos como a escola, usufruindo dos mesmos recursos educacionais que
os demais alunos.
A integração, mediante a comunicação, a assimilação, pela participação
ativa e reconhecida do excepcional como elemento do grupo de crianças ―normais‖
e, finalmente, a aceitação, refletida na aprovação da criança excepcional como
elemento participante e aceito no grupo, mediante relações regulares e espontâneas
que fazem com que o excepcional se sinta parte natural do grupo. (MAZZOTA, 1989,
p.43-44).
A escola para ser inclusiva precisa se adaptar a todos os alunos, não só ao
especial, mas re-estruturando sua organização escolar e pedagógica para que cada
aluno faça parte da instituição, receba um atendimento especializado e de qualidade
para que possa estudar e viver socialmente.
22
Contudo, quando ocorre apenas o processo de integração ao aluno especial
possibilita-se a inserção em uma sala de aula onde irá interagir com os demais,
participando das aulas, cumprindo seu ―dever‖ de aluno, mas a escola não muda a
sua estrutura para que isso aconteça; simplesmente o aluno com necessidades
especiais será tratado como igual a todas outras crianças. O processo de inclusão
vai além do de integração.
De acordo com AINSCOW (2005, p.15),
a educação inclusiva vai muito além de atender ao aluno com necessidades educacionais especiais, uma vez que supõe a melhoria das práticas educativas para todos os alunos e para o conjunto da escola.
Ou seja, a inclusão abrange a todos os alunos, proporcionando uma
educação de qualidade. Promove uma reformulação no currículo e na capacitação
dos professores, enquanto a integração visa apenas um indivíduo, aquele que é
―excluído‖ da sociedade.
Portanto, a escola para se tornar inclusiva deve se dispor a mudar seu
currículo e ambiente, fazendo com que todos os alunos sejam beneficiados,
mudando o seu paradigma educacional a fim de atingir toda a sociedade.
23
2 METODOLOGIA
Para se realizar uma pesquisa é necessário um método de investigação.
Segundo CERVO e BERVIAN (2002, p.23), “não se inventa um método , ele
depende fundamentalmente do objeto de pesquisa.”
A presente pesquisa foi realizada na Instituição Centro de Educação Infantil
―Dom Franco Dalla Valle‖. No primeiro momento foi feito um levantamento
bibliográfico sobre o tema, onde buscou-se material já publicado sobre o assunto,
principalmente em livros e artigos científicos para dar embasamento teórico,
possibilitando a obtenção de informações que serviram de parâmetro para o
conhecimento sobre Autismo, como também, leis que dão suporte jurídico ao
processo de inclusão em instituições educacionais
Após o levantamento bibliográfico foi feito um estudo de caso com um
aluno aqui identificado pelas iniciais de K. J com relatos orais da mãe e das
professoras da Instituição desde do momento que K. J entrou no Centro de
Educação Infantil ―Dom Franco Dalla Valle‖ até a presente data. Utilizou-se como
técnica de pesquisa observação direta, relatos orais da professora regente, da
coordenadora pedagógica, que configuram um estudo de caso que permitiu analisar
as metodologias que foram usadas para que o aluno se adaptasse ao ambiente
escolar.
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Autismo, segundo MELLO (2004), é uma síndrome(*) definida por alterações
presentes desde idades muito precoces, tipicamente antes dos três anos de idade, e
que se caracteriza sempre por desvios qualitativos na comunicação, na interação
social e no uso da imaginação.
O presente trabalho buscou-se levantar, no referencial teórico, obras que
enfatizam o tema em estudo. A seguir, serão apresentados os principais resultados
acerca do mesmo.
Os relato aqui apresentados configuram-se na integra da entrevista feita com
a mãe de K.J, onde a seguir serão apresentados em forma de texto descritivo para
maior compreensão dos leitores. Cada parágrafo apresenta o relato feito pela mãe
desde o momento que percebeu que o filho tinha algum problema.
Relato da mãe do menino autista k. J.
“Meu filho nasceu uma criança normal como qualquer criança, o seu
desenvolvimento foi tranquilo, com 5 meses começou a se arrastar e andou com 10
meses e meio, com 1 ano desenvolveu a fala só que ele chorava bastante e era
muito apegado comigo não gostava de ficar com ninguém a não ser eu.”
“Com 1 ano ele começou a frequentar a creche, na creche a professora
começou a notar que ele chorava demais mas para mim era normal, mais a partir
dos 2 anos comecei a perceber que havia algo de errado no meu filho, ele começou
a retrair a voz, não conversava mais começou a pegar na minha mão para mostrar o
que ele queria, nem água ele pedia”.
“Ele começou a desenvolver convulsões, onde ele conseguia sentir quando
iria acontecer as crises ele me procurava e começava a fazer carinha de choro e
saia água dos olhos e ficava agoniado como não falava só me olhava, mas com o
olhar dele eu percebia que queria me falar alguma coisa eu comecei a me
desesperar e procurei ajuda, levei ele ao neurologista para fazer eletro e com o
resultado constatou que ele tinha um disturbo de comportamento, o neurologista
receitou medicamentos para evitar essas crises, mas as crises continuavam cada
vez mais fortes e com frequência”.
“Dessa forma pedi ao médico uma ressonância de crânio, foi ai que descobri
que ele tinha uma alteração na face, procurei um neurologista pediátrico, comecei a
fazer o tratamento pois, meu filho precisava de ajuda , ele também foi encaminhado
para psicóloga e psiquiatra , ele começou a ter atendimento do neurologista e
´psiquiatra com os dois profissionais, deram o diagnóstico de autismo, hiperatividade
e uma suposta epilepsia, mas com os medicamentos não conseguiram evitar as
crises e a agitação dele, pois ele não sentava nem pra comer.”
“A psiquiatra não conseguiu controlar as crises dele e resolveu deixar só
com o neurologista, mas, os medicamentos foram muitos até chegar a um
medicamento controlou as crises.”
“Logo a pós começou a desenvolver sua fala, comportamento e a interação
com outras crianças, hoje já tem 2 anos que ele não tem crises mais e seu
desenvolvimento está cada vez mais surpreendente, seu diagnóstico e autismo leve
e hiperatividade.”
A partir dos relatos da mãe e dos professores foi possível apresentar um
parecer descritivo composto por quatro partes onde são relatados as fases pelas
quais o aluno K. J passou.
PARECER DESCRITIVO 1
Com base nos objetivos trabalhados, foi possível observar que o aluno K.J,
com 02 (dois) anos de idade, no início do bimestre do ano letivo de 2013,
apresentou dificuldade para adaptar-se no ambiente escolar, chorava muito quando
era deixado pela mãe, com o passar do tempo foi socializando e interagindo com os
demais colegas e ambiente o qual estava inserido.
Alimentava-se sozinho sem ajuda das educadoras, demonstra interesse em
manusear (livros, revistas e brinquedos) procurava objetos escondidos com
curiosidade de conhecer o meio físico e social. Realizava movimentos como: bater
palmas, agachar, levantar, correr, pular com facilidade. Expressava sentimentos de
(ciúmes, simpatia, ansiedade e raiva), identificava algumas partes de seu corpo
através da exploração, gostava de ouvir música e história. Participava do momento
de guardar os brinquedos de sala de aula.
26
PARECER DESCRITIVO 2
O aluno K.J aos 03 (três) ano de idade, matriculado no Centro de Educação
Infantil Dom Franco, relaciona-se bem com os colegas e professora, está
construindo a respeitar as regras e combinados da turma. Nas atividades em sala
mostra-se alheio ao que é proposto, principalmente durante a roda de conversas e
na realização de atividades que requerem concentração, precisa ser incentivado a
desenvolver suas atividades.
Aprecia assistir vídeo de desenhos, consegue pronunciar algumas palavras,
a expressão oral encontra-se em fase de desenvolvimento, pouco avanço para sua
idade.
Na representação de desenhos as formas são indefinidas, nos desenhos
dirigidos está construindo o respeitar espaço e linhas limites, demonstra satisfação
em realizar movimentos corporais de correr, saltar, pular. No espaço físico da escola
participa das brincadeiras.
Mas, apresenta dificuldades em manusear os talheres corretamente. O seu
processo de aprendizagem requer atenção especial no objetivo de está contribuindo
de forma satisfatória. Ele também está desenvolvendo suas habilidades seu
rendimento escolar corresponde ao estágio em que se encontra.
O aluno está em tratamento médico com profissionais habilitados a lidar com
esses transtornos.
PARECER DESCRITIVO 3
O aluno K.J aos 4 (quatro) anos de idade, demonstra interesse em estudar
no C.E.I, gosta de brincar com bola, brinquedos e no balanço. Apresenta certa
resistência para brincar na areia e com massinha de modelar.
Houve um avanço significativo nas brincadeiras com os colegas de sala
conseguindo interagir com os mesmos nas brincadeiras em grupo. Já vem
desenvolvendo bem a fala, conseguindo expressar pequenas frases. Conhece seus
colegas e professores pelo nome e alguns profissionais do C.E.I também.
Nos momentos literários se mostra interessado pela leitura e também pelas
figuras de animais que aparecem na história contada pela professora.
27
Aprecia vídeos com desenhos animados e cantigas de roda, demonstrando
muita alegria e emoção com risos, corridinhas na sala de aula, corre para o colo das
professoras para demonstrar sua gratidão. Aceita carinho das crianças e das
profissionais também.
Mas, apresenta inquietude em alguns momentos, correndo em volta da
escola e entrando em outros ambientes para brincar. Escuta e entende tudo que as
crianças e os adultos dizem, demonstrando isso com mudanças de comportamento.
No período matutino frequenta o Centro Renascer Pestalozzi onde tem
acompanhamento de profissionais da saúde como fisioterapeuta, psicólogo,
fonoaudiólogo e também faz atividades pedagógicas.
PARECER DESCRITIVO 4
No ano de 2016 o aluno K.J, demonstra facilidade em adaptar-se ao
ambiente escolar, relacionando bem com os colegas e professoras. No entanto, em
alguns momentos o educando fica agitado a certas brincadeiras com músicas,
ocasionando certa inquietação.
É capaz de fazer leitura de imagens, neste sentido apresenta percepção
visual bem elaborada, consegue identificar o próprio nome e reconhece as letras que
o compõe, porém ainda, não registra. Assimilou cores primárias e secundárias
através de agrupamentos com a ajuda da auxiliar pedagógica, mas, tem pouca
coordenação motora. Ele não consegue reconhecer números, somente o faz de
forma desordenada contanto com acompanhamento da professora.
O aluno encontra-se em tratamento médico, bem como de outros
profissionais no horário oposto na escola Pestalozzi.
Assim, observa-se que nos relatos da pesquisa mostra que a criança autista
quanto mais cedo começar o tratamento o desenvolvimento será maior, a mãe logo
que descobriu, procurou ajuda com especialistas, e a cada fase na C. E. I., podemos
perceber o desenvolvimento dele.
De acordo com MELLO (2004), um atendimento especializado, antes da
inclusão numa escola regular, pode ajudar a criança a desenvolver a consciência de
si mesma, preparando-a para utilizar-se de modelos posteriormente. Nesse sentido
28
mesmo a CEI sem professores capacitados, porém com dedicação de todos fizeram
com que ele conseguisse se adaptar com o ambiente e socializar com as crianças.
29
CONCLUSÃO
A preocupação inicial foi fornecer elementos teóricos que pudessem dar
sustentação a esta pesquisa. Partiu-se do principio que é de fundamental
importância conhecer o Autismo. As pesquisas teóricas mostraram que a partir da
década de 80 muitos pesquisadores começaram a ver o Autismo de outra forma
recebendo um reconhecimento especial, diferente da esquizofrenia, o que propiciou
um maior número de estudos científicos, recebendo a denominação diagnostica
correta e com critérios específicos. Desde então, o problema passou a ser tratado
como uma síndrome, como um distúrbio do desenvolvimento e não mais como uma
psicose.
Embora as dificuldades de aprendizagem estejam ligadas a diversos fatores,
elas são sustentadas pelo meio familiar, escolar e social, e a forma como estes
sistemas, e atualmente o ambiente escolar podem ajudar a socialização de forma
acolhedora os alunos que apresentem algum tipo de deficiência é de suma
importância. A escola nesse sentido é um dos agentes responsáveis pela
integração da criança na sociedade, além da família.
Não há duvidas de que educadores e demais profissionais que atuam na
escola reconhecem a importância da integração no desenvolvimento social,
emocional e cognitivo do aluno, por isso é importante para que a escola e
educadores estejam preparados para lidar com as diversas situações que envolvam
a questão da inclusão no ambiente escolar.
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