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√ O CNT, os generais khadafistas e o imperialismo atacam à classe operária e os explorados para desarmá-los e derrotar a revolução. √ Na Europa e nos EUA, tomando portos, ocupando praças, cercando Wall Street e com a greve geral, já soa um grito de guerra da classe operária mundial: HÁ QUE LUTAR COMO NO EGITO E O NO NORTE DA ÁFRICA! ABAIXO O CNT SUSTENTADO COM AS BAIONETAS DOS OFICIAIS KHADAFISTAS ASSASSINOS E DA OTAN! Por um governo provisório revolucionário da classe operária, as milícias e os comitês de soldados! POR UM COMITÊ INTERNACIONAL EM DEFESA DAS MASSAS INSURRECTAS DA LÍBIA! HÁ QUE ROMPER O CERCO E BARRAR O MASSACRE DO IMPERIALISMO E O ASSASSINO AL-ASSAD CONTRA OS EXPLORADOS DA SÍRIA! Um primeiro passo adiante: REALIZOU-SE UM ATO INTERNACIONALISTA NA ARGENTINA EM SOLIDARIEDADE COM OS EXPLORADOS LIBIOS E SUAS ORGANIZAÇÕES DE LUTA ATACADAS SUPLEMENTO ESPECIAL LIBIA 28 DE DEZEMBRO DE 2011 Blog: www.comitepelarefundacaoiv.blogspot.com E-mail: [email protected] Basta de caluniar às massas insurrectas da Líbia! A classe operária, desde suas fábricas e com seus uniformes de trabalho: o coração das milícias

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√ O CNT, os generais khadafistas e o imperialismo

atacam à classe operária e os explorados para

desarmá-los e derrotar a revolução.

√ Na Europa e nos EUA, tomando portos, ocupando

praças, cercando Wall Street e com a greve geral, já

soa um grito de guerra da classe operária mundial:

HÁ QUE LUTAR COMO NO EGITO E O NO

NORTE DA ÁFRICA!

ABAIXO O CNT SUSTENTADO COM AS

BAIONETAS DOS OFICIAIS KHADAFISTAS

ASSASSINOS E DA OTAN! Por um governo provisório revolucionário da classe operária,

as milícias e os comitês de soldados!

POR UM COMITÊ INTERNACIONAL EM DEFESA DAS MASSAS

INSURRECTAS DA LÍBIA! HÁ QUE ROMPER O CERCO E BARRAR O MASSACRE DO IMPERIALISMO E O

ASSASSINO AL-ASSAD CONTRA OS EXPLORADOS DA SÍRIA!

Um primeiro passo adiante: REALIZOU-SE UM ATO

INTERNACIONALISTA NA ARGENTINA EM SOLIDARIEDADE COM OS EXPLORADOS LIBIOS E SUAS ORGANIZAÇÕES DE LUTA

ATACADAS

SUPLEMENTO ESPECIAL

LIBIA

28 DE DEZEMBRO DE 2011 Blog: www.comitepelarefundacaoiv.blogspot.com E-mail: [email protected]

Basta de caluniar às massas insurrectas da Líbia! A classe operária, desde suas fábricas e com seus

uniformes de trabalho: o coração das milícias

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Declaração do Comitê Internacionalista:

20 de dezembro de 2011

Apelo em defesa das massas insurrectas da Líbia e suas organizações operárias e populares de luta

Abaixo o CNT e seu ultimato para desarmar às milícias a risco de ser atacadas pelos oficiais kadafistas sustentados pelas baionetas da OTAN/ONU! Hoje na Líbia o CNT, os generais kadafistas e o imperialismo atacam à classe operária e os explorados para desarmá-los e derrotar a revolução. É que juntos acabam de ditar um ultimato para que as massas entreguem suas armas, dando um prazo máximo: o 20/12/2011. Todos se unificaram para perseguir, julgar, encarcerar e aniquilar às massas insurrectas e particularmente às milícias operárias e populares de Misarrata, quem, constituindo-se como um verdadeiro tribunal popular, fizeram justiça com o ditador Kadafy. Os explorados negam-se a desarmar-se: em Trípoli mantêm ocupado o aeroporto, em Bengasi lutam nas ruas se mobilizando por dezenas de milhares contra o brutal aumento dos preços ditado pelo CNT e em Misarrata mantêm intacto o fervor revolucionário das milícias operárias e populares. Por tudo isto, desde este Comitê Internacionalista convocamos a defender às milícias e o povo líbio hoje atacados pelo CNT pró-imperialista e caluniados pelos bolivarianos e outros setores como Chávez, Morales, Castro e todos seus serventes da esquerda reformista defensores de Khadafy, do imperialismo, acusando às heróicas milícias de °tropas terrestres da OTAN” e “agentes da CIA” . A classe operária líbia, que desde as fábricas tem posto em pé às milícias, saiu a defender seu legítimo direito a se manter armada, reclamando melhores condições de vida! Por isso dizemos: Abaixo o CNT sustentado com as baionetas dos oficiais kadafistas assassinos e da OTAN/ONU! As armas não devem se entregar nem devem ser dissolvidas as milícias! As massas líbias devem brigar por um governo provisório revolucionário da classe operária e os explorados, assentado em suas organizações democráticas e de luta, as milícias e os comitês de soldados. A luta do povo líbio faz parte de uma só revolução, que percorre o Norte da África e Oriente Médio. Para que ganhem as milícias devem triunfar seus companheiros de luta da Síria, da Tunísia, do Egito, da Palestina e demais países da região. Nesse sentido, desde este comitê convocamos a lutar para romper o cerco contra as massas da Síria, onde o regime contra-revolucionário de Al-Assad massacra a 50 explorados por dia, enquanto a “esquerda” reformista olha para outro lado, quando mais de 50.000 soldados se passaram com suas armas ao bando da revolução, e não devem ficar isolados. Mas hoje, apesar e na contramão dessas direções reformistas, pôs-se novamente em pé de luta do poderoso proletariado egípcio, que não aceita o engano °democrático° perpetrado pela casta de oficiais de Mubarak, que ainda conservam o poder e seguem massacrando em Praça Tahrir. Viva o combate do Egito insurgente, verdadeiros aliados das massas líbias insurretas! Os operários têxteis marcam o caminho de como lutar, chamando a pôr em pé “Conselhos Revolucionários Populares em todas as praças do Egito, para se coordenar e atingir os objetivos da revolução”.

Para desgraça dos exploradores também têm saído a lutar os trabalhadores das potências imperialistas, quem gritam nas ruas que “há que lutar como no Egito e todo o Norte da África”: os trabalhadores gregos, os operários italianos ou os “indignados” dos EUA, que lhe marcaram às massas do mundo que seus máximos inimigos são os banqueiros parasitas de Wall Street. Aí está a chave para que triunfe a revolução na Líbia, na Síria, no Egito, toda a

região e todas as lutas da classe operária dos países oprimidos, principalmente das massas da China que hoje entram em manobras de combate e são cruelmente massacradas pelo regime de Hu Jintao, com a cumplicidade de todas as direções reformistas. Convocamos a todas as organizações operárias, estudantis e populares combativas a tomar em suas mãos a tarefa da defesa do legítimo direito das massas de auto organizar-se, se armar e insurrecionar-se para fazer justiça com seus verdugos. Rompamos o cerco do imperialismo e seus serventes! Fortaleçamos a luta internacionalista da classe operária mundial! Sigamos o caminho dos trabalhadores e jovens que queimaram a embaixada sionista no Cairo em apoio das massas palestinas e começaram a coordenar seu combate com os portuários de Oakland nos EUA! Lutemos forjando a unidade das massas exploradas do mundo colonial e semi-colonial, com a classe operária dos países imperialistas! Chamamos aos operários portuários de Oakland, aos “indignados” dos EUA e aos imigrantes que sitiam Wall Street, aos trabalhadores e explorados da Grécia, a juventude chilena, as heróicas massas palestinas e às indomáveis massas do norte da África e do Oriente Médio, aos partidos de esquerda ou antiimperialistas, às comissões internas, corpos de delegados, sindicatos, centros de estudantes, movimentos de desempregados e assembléias territoriais a impulsionar juntos esta campanha anti-imperialista e uma jornada internacionalista de organização e de luta em todo mundo em solidariedade com as milícias da Líbia, para que os heróicos combatentes desse país derrotem o plano do governo do CNT, os Kadafistas e o imperialismo. Assembléias do Povo; Convergência Socialista; T.or.re.; Comissão de Trabalhadores de PATY; M.c.i.boL. (Movimento de Costureiros Imigrantes Bolivianos); Carlos Olivera (preso político, dirigente do SITRAIC); Vicente Guindan (Secretário Geral SINTECT/ RS, Correios do Rio Grande do Sul, Brasil); Mateus Crespo (dirigente oposição bancária do Brasil); Democracia Operária e a FLTI (Fração Leninista Trotskista Internacional) Adere: JRCL/FMR (Liga Comunista revolucionária do Japão/Fração Marxista revolucionária)

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Contra a calunia e a traição às heroicas massas libias…

A verdade sobre o caráter das milícias operárias e dos explorados da Líbia Reproduzimos a seguir extratos das respostas que deu o revolucionário internacionalista Yusseff Mohammad Al-Arjentiny, que combateu junto às massas líbias, no ato debate realizado em 18 de novembro na Faculdade de Filosofia e Letras (na Universidade de Buenos Aires, NdeT) em defesa das milícias operárias de Líbia e suas organizações de luta: Yusseff: Boas tardes, não estou acostumado a usar microfone, mas quero saudar primeiro a todos os companheiros que estão aqui presentes, a todas as organizações que se acercaram e agradecer este exemplo de internacionalismo. Estou aqui para responder e para tirar as dúvidas que possam chegar a ter sobre o processo da Líbia. (…) Aqui estamos de acordo em pôr em pé este Comitê para defender às milícias de Misarrata, com quem demos uma batalha na Líbia e agora nos estão tratando de expropriar o poder que conseguimos. Parece-me bem abrir este debate agradecendo aos companheiros da Democracia Obrera, porque foram a única organização que se animou a dar um passo adiante, e se bem não se somou com companheiros no campo físico de batalha, fez um aporte que ajudou a derrocar a estes lacaios ajudantes de Khadafy. (…) Cheguei na Líbia quando o exército kadafo vinha de atacar a cidade de Bengazi, e tinha sido aniquilado pelas forças lixo da OTAN, que vieram a roubar o triunfo às massas insurrectas de Bengazi. Estas tinham resistido não somente um mês, senão que tinham resistido os três dias de ataque deste exército, e com segurança se continuavam resistindo o iam derrotar. Os imundos da OTAN saíram por todos os lados a dizer “nós libertamos Bengazi, libertamos Bengazi” e se levaram o triunfo das massas. Em fevereiro também se esmagava uma terrível insurreição em Trípoli. Insurreição totalmente organizada de massas que queimam uma instituição do estado bastante importante, lhos massacram com balas antiaéreas. Uma população bastante organizada, ajudando-se entre si. Toda a produção, já seja de combustível, comida e demais, era para as milícias. A vanguarda estava totalmente apoiada na retaguarda, que eram as mães que mandavam a seus filhos às milícias, ou o trabalhador que não se animava a pegar numa arma, mas não tinha nenhum problema de trabalhar oito horas para estar ao serviço das milícias. Tudo isto rompe com essa mentira de que somos da OTAN, que nos suja e se caga no sangue de todos os que morreram ao lado meu. Abro o debate disposto a contestar o que perguntem. Qual era a relação que tinham as milícias com o CNT?

Y: Vivíamos na frente de batalha. Tínhamos um inimigo em comum que era a ditadura deste lixo. E isto do CNT são coisas que se escuta quando sai de Líbia, porque na Líbia não tinha peso, não tinha uma instituição ou uma pessoa que o representasse. Não tinha alguém que nos mandasse. Era totalmente anárquico, era uma organização em base ao caos, não tinha uma figura, um organismo, nem sequer um edifício que represente a este CNT tão nomeado, que posteriormente tenta se roubar a revolução das massas líbias. Não tinha nenhuma relação com essa gente porque não a víamos no combate. Todo o que faziam era por fora. Que papel teve a OTAN na frente de batalha? Y: Posso-me dar o gosto e o luxo de afirmar que em toda nossa luta, todas as balas que atiramos saíram de nossos fuzis, jamais brigou nenhum soldado estrangeiro, nem americano, nem francês, nem inglês a nosso lado. Todas as armas como esta, que lha trago para que a vejam, ou a baioneta russa, lha sacamos a um soldado que lhe quebramos a cabeça, porque ninguém nos atirou rifles pelos aviões, nem nada, (aplausos) Não tínhamos armas de última geração, tínhamos rifles kalashnikov, AK-47, que são do ano 47. Com isso nos defendíamos do exército e expropriávamos. Ao princípio com

barretas, paus, pedras e molotov. Em nenhum momento tivemos um ataque aliado da OTAN que nos tenha salvo de algo. Tenho uma esquírola na cabeça e três espalhadas pelo corpo, porque me estourou uma bomba RPG suportada por um tanque de Kadafy e da imundícia da OTAN escutavam-se seus aviões inúteis. Mas em nenhum momento por sorte meteram-se e roubaram-nos o triunfo. Foi tudo graças ao sangue dos companheiros, ao esforço e ao suor deles. A participação que teve a OTAN foi somente até aqui, para expropriar a revolução. Um episódio. Começada a revolução para 2 meses e meio, tínhamos expropriado ao redor de 40 tanques. Tínhamos disposto esses tanques no deserto para entrar diretamente à cidade de Brega -a segunda após Bengazi- indo para o oeste. Estávamos dispostos a entrar a Brega, a seguir até Sirte, avariar o exército aí, unir com as massas insurrectas de Misarrata para, por fim, entrar a Trípoli e libertar aos que estavam na clandestinidade porque tinham sido massacrados. A OTAN deu-se o luxo de desconhecer esses tanques, ou de reconhecer que eram do povo e esmagá-los. Esmagaram todos os tanques com milicianos dentro, a infantaria que eram as forças de atrás foram bastante golpeadas. Essa era a participação que teve a OTAN na insurreição, e como pouco a pouco com suas bombas se foi roubando ou

Destacamos as opiniões do revolucionário internacionalista que mais impactaram no auditório de operários e jovens da Argentina no ato-debate:

Que sentiste ao ver a morte de Khadafy? Yusseff: Senti uma enorme felicidade ao ver o justiçamento de Khadafy. Uma honra foi para mim poder reconhecer aos que tinham estado comigo na trincheira, os que tínhamos chorado juntos, colegas com os que tínhamos compartilhado o frio da manhã, a fome do meio dia e o cansaço da noite. Para nós eles são heróis. Levantamo-nos e jogamos a nossa vida. E daríamos a vida por eles. Condenamos completamente a ação da ONU e o CNT de querer julgar-los, julgar-nos, porque nos sentimos partícipes todos pela justa morte do ditador. Qual é o sentimento das massas líbias com os operários e jovens palestinos? Y: Sempre se disse: „após Trípoli a Jerusalém‟. Foi o grito que se escutava popularmente a favor das massas palestinas. Nas expressões artísticas que se vêem em todas as cidades insurrectas, desenham Khadafy levantando uma bandeira ianque, com uma estrela de Israel, o associando com o sionismo. O reconhecem como lacaio do imperialismo. Por que Misarrata é tão nomeada pelos meios burgueses como o coração da insurgência? Y: Em Misarrata foram justiçados por mãos populares todos os serventes de Khadafy, todo aquele que tinha acrescentado seu capital por estar ao lado dele. Praticamente a todos eles que foram acionistas do regime foram justiçados. Quanto aos soldados kadafos que foram abandonados, se resistiam obviamente não ficava outra que responder. Se se rendiam eram tomados como prisioneiros de guerra, lhos respeitava. O primeiro que faz um muçulmano é lhe oferecer água, teto e comida, a um prisioneiro, de modo que em base a essas leis nos baseávamos.

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facilitando o roubo desta revolução e desta insurreição. Qual foi a sensação dos milicianos quando tiveram as primeiras notícias de que a OTAN estava intervindo militarmente? Y: sabe-se que tinha medo em setores de base quando atacava Khadafy. Tinha uma retaguarda que estava muito assustada, teve muitos que escaparam para Egito quando vinha o exército do ditador lixo. Essas pessoas que se escaparam para Egito e que não puderam presenciar a frente de batalha porque não se animavam ou porque não o viam, foram as que em algum momento levantaram uma que outra bandeira de França, acho que pode ter sido visto pela televisão, foi uma minoria. Em sua grande maioria sabia-se que se algum lixo da OTAN pisava território líbio não iam ter a menor dúvida -e estou falando das milícias- de lhe voar a cabeça ao invasor, porque não permitiriam jamais que uma situação como a de Iraque ou Afeganistão se repita. Por que disse que a relação do CNT com a milícia é praticamente nula, porque se uma força militar não conta com o CNT como se abastece? Y: O CNT pode impor seu poder, quando se meteu a Trípoli. Eles expropriam -por dizer de alguma maneira- o levantamento de Trípoli. Foi algo bastante organizado. Estávamos resistindo em Misarrata, daí passamos a Zliten que ficava bastante perto de Trípoli, e de um dia para o outro as milícias do leste entram a Trípoli. E quando começamos a avançar porque o exército tinha deixado de assediar-nos, demos conta que não tinha exército, que tinha desaparecido. Em esses 150 quilômetros não tinha nenhum acampamento de guerra. Tinha escaramuças isoladas. O exército junto com a OTAN tinha ajudado a tirar a Kadafi da Líbia em um comboio totalmente armado, algo que se a OTAN estava realmente disposta a destruir o tivesse visto desde o ar, porque são capazes de me ver a mim, não vão ver um comboio escoltado por este armamento de guerra que nos esteve assediando mais de dois meses em Misarrata? Então fazemos nossa entrada triunfal a Trípoli, onde encontramos pouca resistência, mas não encontramos a cabeça do ditador. É aí onde nos enganam, como muitas vezes. Mandam-nos a Sirte, onde se produz um grande desgaste da milícia. Assim fica livre um setor de Trípoli, o setor das instituições, e se fazem das casas dos oficiais ex kadafistas que tratam de legitimar a autoridade do CNT por meio destes lixos que dizem ser renegados do kadafismo mas terminam sendo exatamente o mesmo. (…) Falando com os companheiros de Trípoli e Bengazi nestes últimos dias, se bem o contato telefônico é pouco e as palavras que usamos por uma questão de segurança não são muito fluídas, poderia dar conta de que estão ocorrendo confrontos militares, e que em base a isso estão tentando captar com o engano de que se unam ao novo exército nacional. Mas há uma grande quantidade de pessoas que estão vendo e fazendo a experiência de que o CNT não é melhor que Kadafi, é igual ou pior.

Uma anedota: Tinha um geral ex kafdafista, mão direita de Kadafi em frente a todas as repressões, e um líder militar que esteve os últimos 40 anos junto a Kadafi. Impedia o avanço das milícias, constantemente punha travas, ou as desgastava. As fazia avançar, perder companheiros e retroceder. Esse general ex kadafista foi justiçado por um setor das milícias. Imediatamente após isso as milícias avançaram com todo seu poder, e obviamente com algumas perdas, mas puderam impor sua marcha até as portas de Sirte. Qual é a percentagem de milicianos internacionalistas foram a lutar aí e qual é o grau de discussão política que há dentro das mesmas milícias? Discute-se a idéia de expropriar, de tomar o poder ou defender a revolução que está em curso? Y: Podemos nomear palestinos, não sei o número. Teve muitos egípcios, não eram uma grande maioria, mas estiveram na frente ou em a retaguarda. Na retaguarda também tinha muitos filipinos, bósnios e demais que colaboraram também com as milícias. Estive uma tarde intera falando com um que dirigia um antiaéreo, numa destas camionetas expropriadas. Se solidarizava de maneira profunda com a causa Líbia e associava-a com a causa palestina. O tema da expropriação e desconhecer as autoridades impostas se falavam sempre. No tempo que eu estive o objetivo era massacrar à cabeça do ditador. Sabia-se que não se lhe ia a entregar à OTAN, nem a Haia, nem ao CNT. O que capturasse a Kadafi lhe metia três tiros na cabeça no mínimo, e isso era vox populi, se falava sempre. No momento em que as insurreições começaram e estiveram bastante duras, toda a produção se expropriou e se pôs em solidariedade com as massas e os colaboradores. De modo que é óbvio que a discussão de expropriar e de produzir para o povo sempre esteve. Que idades tinham os milicianos e o que te moveu para ser parte das milícias? Y: Nosso grupo de milicianos se auto-denominava “a revolução de 17 de fevereiro dos jovens”, porque foi uma revolução impulsionada por jovens, entre 17 anos e 27 em sua maioria. Obviamente tinha gente grande, mas com maioria de jovens.

Chegar a um país o qual me tinha vendido por todos os meios e por meio da bandeira vermelha e demais, que era um país socialista, um país igualitário, um país onde todos cobravam por igual; e a miséria que se via aos olhos, que foi o que explique recém, esgotos estourados e demais, a miséria quanto às pessoas que não tinham para comer. E, uma diferença entre os que estavam sócios ao governo e os trabalhadores, acho que esse foi o motor inicial que me impulsionou a participar. Foi o que você viu? Y: Foi o que eu vivi, e experimentei. Na frente de batalha às vezes comíamos bem e às vezes nos faziam um molho aguado com feijão e algo de pão. Então isso dá conta também do nível de vida neste país, que faz um poço com uma pá e sai petróleo, mas tem gente morrendo de fome. Qual é o papel que jogaram os trabalhadores, concretamente como setor social, e se ficou algum saldo organizativo além das milícias, como organizações operárias? Y: Tinha uma ditadura onde todo tipo de organização operária ou de qualquer tipo estava totalmente proibida, por mais que fora em nome da revolução. Se não passava pelo governo e era aprovada pelo lixo do ditador era óbvio que ia ser massacrada. É algo novo isto dos sindicatos e demais, após 40 anos de ditadura. As milícias estavam compostas por trabalhadores. Colegas meus eram taxistas, operários, mecânicos, metalúrgicos, motoristas de caminhões em nas petroleiras, trabalhadores das boca de poço (de petróleo, NdeT), o denotam as mãos que podem ser visto nas fotos. Isto das organizações é algo novo, se tinha começado a impulsionar o movimento de sindicatos, não sei se o chamar assim... seria um grupo representante da classe trabalhadora. De modo que isso ficou em construção. Obviamente tinha um objetivo primordial que era derrocar ao ditador e terminar com esta ditadura de fome e as milícias e os que as integrávamos, de alguma forma -com o fuzil- expressávamos os interesses dessa classe. Como se comunicavam entre vocês?

Qual é o setor mais rebelde das massas líbias?

Y: As massas mais rebeldes -ou que desconhecem ao CNT- são as massas de Misarrata porque seu triunfo não foi expropriado por ninguém, não caiu nenhuma bomba da OTAN que ajudou a romper os tanques kadafos, os romperam as massas num princípio com as barretas e as molotov. São as milícias que estão hoje desconhecendo ao CNT e não as podem desarmar, porque sabem que se vai produzir um derrocamento. Há que entender que são massas muçulmanas que estão influenciadas também por sua religião. E com todo este tipo de artimanhas e enganos acho que o CNT tem conseguido parcialmente impor este tipo de estabilidade.

O chacal Khadafy ataca os insurgêntes em Trípoli

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Y: A tecnologia que utilizava o inimigo era comunicação por rádio walkie-talkie e se foram expropriando esses instrument os e começamos a nos comunicar mais. No começo era espontâneo e netamente anárquico, não tinha uma comunicação nem uma organização entre nós. À medida que fomos expropriando a tecnologia ao exército fomos nos armando e nos organizando melhor. Muitas das camionetes que expropriamos da ditadura, que parecem ser Toyota, são camionetes chinesas que o ditador tinha pactuado entregar com facilidades a todo aquele que tivesse nascido na data do aniversário de sua revolução. Camionetes que o povo não quis e recusou, ficando varadas nos portos. Quando estoura a insurreição o primeiro que fazem as massas é buscar um meio de mobilidade rápido. Imediatamente expropriam estas camionetes e junto com os metalúrgicos e os soldados de base, começaram a armá-las para pôr ao serviço das milícias e da insurreição. No momento da captura de Khadafy escutam-se vozes falando em espanhol tinha latino-americanos? Y: Não tenho conhecimento. Pôde ter sido um jornalista, ou bem algum com dupla nacionalidade, ou algum latino-americano, que em grande gesto de internacionalismo teria ido em apoio das massas insurrectas. Mas o que pude escutar é que falavam árabe. A morte de Khadafy foi coordenada com a OTAN? isso é verdadeiro? Y: Não sei por qual meio terá saído. O que sim escutei é que a OTAN se adjudica essa vitória. E sai o lixo de Obama a reivindicá-la. Depois começam a sair os vídeos na internet de que tinham sido as massas, os que o justiçaram e levantaram a cabeça de Khadafy. Acho que ao não poder sustentar essa mentira enorme de que eles tinham participado na morte de Kadafi, é que saem a condenar aos meus companheiros que pude ver nos vídeos e que reconheci. Saem a buscar a cabeça destes companheiros que tinham justiçado por mão própria ao ditador lixo. Desminto totalmente que a OTAN tenha sido partícipe desta ação, e acho que o desmentem os fatos, porque se tivessem sido participes não estariam condenado àqueles que justamente o fuzilaram. Como faziam para combater? Compartilhavam a tecnologia? Funcionavam os hospitais? Que faziam as massas?

Y: As massas estavam totalmente a disposição das milícias, bem como os hospitais operavam totalmente grátis, de vez em quando cruzava um caminhão de Egito que mandava insumos, e era o que se punha a disposição das massas. Se se te inflamava o apêndice podias ir ao hospital, e se te atendia. Era bastante fraterno e solidário o acionar da retaguarda das massas com a vanguarda que eram as milícias. Nosso treinamento eram as batalhas, a vitória e a derrota da cada dia. Com gente que luta primeira vez via ou tomava um fuzil em suas mãos, e que enchia de balas um carregador. E pela primeira vez via o efeito que esse fuzil causava em outra pessoa, isso era bastante chocante. Não tínhamos treinamento militar, era imitar simplesmente ao que mais valor tinha. Ao que se cruzava a corrente de balas ao pescoço e avançava. E tomar um pouco a experiência dos soldados de base que se tinham passado às milícias. As mulheres que papel cumpriram? Y: A mulher cumpria um papel de retaguarda, repartiam alimentos. Conseguiu-se -pese a todas as restrições do culto muçulmano- conformar um grupo de mulheres que se armaram para a auto-defesa porque os soldados kadafos vinham e as violavam. Assim lhes entregávamos armas para que pudessem ser defender. Como era o bunquer de Kadafi? Y: Tinha um muro de aproximadamente 3 ou 4 metros, ao que não lhe passavam as balas de fuzil semi-automático. Tinham fossas onde encontramos colegas fuzilados e colegas aprisionados, presos políticos. Tinham grandes armazenes de armas, e contava com um bairro de privilegiados, com televisores e todas as comodidades de um lacaio do imperialismo e os colaboradores do regime que viviam junto ao ditador. Estava a carpa do ditador. Encontramos a metralhadora do ditador banhada em ouro. Via-se totalmente refletido o “socialismo”, a sociedade que pretendia Kadafi e o que mostrava aos demais era totalmente uma farsa, era a máxima expressão da mentira. Que vão fazer com as milícias? Y: A última notícia que tive dos companheiros, bastante novas, é que

estão tratando de cooptá-los para o exército nacional do CNT. Esperemos que não o possam conseguir. São 9 meses de guerra, estão totalmente cansados da briga constante, incessante e com fome. E tendo em conta a falta de um Partido Revolucionário forte na Líbia, temos que pôr em pé imediatamente este Comitê em Defesa das massas insurrectas de Misarrata e Líbia, para que não possam ser enganadas e atacadas. René: Pertenço ao Movimento de Costureiros Imigrantes Bolivianos, e faz umas

semanas, justo quando a Khadafy o estavam assassinando, o governo de Evo Morales estava a ponto de ser derrocado justamente pelo combate das massas dos T.I.P.N.I.S. Lá na Líbia, reconhece-se à esquerda traidora, ao FSM e aos verdugos da classe operária de hoje em dia? Conhecem-se entre as milícias, os cidadãos de Misarrata, da Líbia, do Egito? Que estão fazendo para poder estrangular a esses caras? Y: Em primeiro lugar um aplauso para o companheiro e para a luta dos companheiros bolivianos. Nas expressões artísticas que se vêem em todas as cidades insurrectas, lho desenha a Kadafi levantando uma bandeira ianque, com uma estrela de Israel, o associando com o sionismo. Reconhece-lho como lacaio do imperialismo. Não se fala do FSM e demais, mas se tem em conta que tanto ele como Ben Ali, como Hosni Mubarak, como Al-Assad, inclusive a ditadura do Irão, lhos reconhece como inimigos ao processo insurrecional. Quando se lhes terminavam as munições, Como lhas arranjavam? Y: Numa guerra é o mais catastrófico. Nosso nível de organização estava quase sempre baseado na poupança de munições. Nenhum festejo ao ar, isso significava menos trinta mortos. Teve momentos nos que os fuzis kalashnikov, porque tinha desabastecimento de balas 762 ou 31, ficaram sem balas. Salvaram-nos os antiaéreos e as balas de FAL que tinha nos quartéis de Bengazi, e que puderam ser transladado a Misarrata. Previa-se e tratava-se de fazer uma ofensiva para tirar-lhas ao exército ou aos soldados caídos. Mas conquanto ficamos curtos de balas, não estivemos sem balas. Antes de ser pegos pelo inimigo quem nos dirigia levava uma granada consigo, preferia morrer antes de cair em mãos do lixo. Que discussões políticas tinha nas milícias? Falava-se de como seguir a luta? Y: As discussões eram em condições e em qualidade de milícias, eram forças totalmente precárias. Em quanto as discussões a futuro deram-se em algum momento, vivíamos no dia a dia. Lamentavelmente o primeiro que se tentava fazer era sacar ao ditador, porque sabíamos que como conseqüência se retirava a OTAN e deixaria de custodiar o céu líbio. Eram as discussões políticas que estavam à ordem do dia. Sempre se falou da solidariedade com a Tunísia e o Egito, e sobretudo com as massas insurrectas da Palestina. A idéia era formar algo que pudesse solidarizar-se com todos os movimentos que estavam no norte da África e Oriente Médio.

Estiveste em algum combate junto a um amigo?

Y: Quando chego a Misarrata conheço a um letrado, um pensador da esquerda, um quadro militante. Tinha viajado a Ucrânia para conhecer os inícios e as raízes de Trotsky. Começou sendo castrista e depois fez-se trotskista. Tinha muitíssima clareza na frente de batalha e na retaguarda. E no político, com ele compartilhei muitas discussões, e muitas batalhas. Lamentavelmente se martirizou, caiu nos campos de batalha. Esperemos que esta proclama internacionalista e este Comitê que estamos impulsionando sirva para vingar a morte e o sangue de meu colega. Já demos um primeiro passo adiante, e com a cabeça de Khadafy o pudemos fazer.

18-11 na faculdade de Filosofia e Letras (Buenos Aires - Argentina) Ato em defesa das massas libias

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EM 18 DE NOVEMBRO, NO BUENOS AIRES – ARGENTINA, REALIZOU-SE: O ATO “EM DEFESA DAS MASSAS INSURRETAS DA LÍBIA E SUAS

ORGANIZAÇÕES”

“A manutenção das armas em poder do povo é a única garantia de que avance a revolução. Há que unir a todos os que estamos dispostos a defender este direito elementar! Para isso há que começar por defender aos milicianos que justiçaram ao ditador, perseguidos pelo governo, que cumpre as ordens da OTAN.” Reproduzimos a seguir um fragmento da reportagem a Yusseff Mohammad a Al-Arjentiny, depois do ato-debate em Defesa das massas insurrectas de Líbia e suas organizações operárias e populares de luta. Que passou com a ofensiva sobre Sirte para acabar com Kadafi? Y: Os imperialistas não queriam que as milícias executassem ao ditador. Estavam negociando sua retirada. Em última instancia, queriam ser eles os que aparecessem derrotando a Kadafi. No entanto ali, como em muitas batalhas, os milicianos superaram o cerco imperialista e avançaram sobre os objetivos. Ademais quero-te dizer outra coisa: tinha muita clareza em todo o povo em relação ao que tinha que fazer com Kadafi. Todos diziam: Jamais entregar a Kadafi! Por isso, os que o justiçaram são considerados heróis pela maioria da população. Não é casualidade que o governo e o imperialismo tenham questionado a execução, atacando aos milicianos que a cumpriram. Por isso a grande tarefa de agora é os defender, impedir que os julguem e punam, defender ao povo em armas! Como funcionavam as milícias e os setores que controlavam? Y: As empresas estavam nas mãos dos trabalhadores e o povo. Todo o que se expropriava se repartia em partes iguais entre todos; o alimento, o petróleo, o pão, a água, controlado por comitês de trabalhadores e o povo. Eu um tempo cumpri essa função na retaguarda junto com os comitês. Os que brigávamos comíamos uma espécie de “molho” onde molhávamos o pão e sobre o qual flutuavam uns feijão. Quando ganhávamos uma posição que tinha pertencido ao inimigo ou entrávamos nos bairros dos militares (a maioria vivia muito bem) repartíamos a melhor comida que encontrávamos. As milícias, além de organizar a vida e repartir as mercadorias, garantiam a aplicação de justiça. Aos setores mais unidos ao poder, aos mais corruptos e sanguinários, diretamente passava-lhos pelas armas. Aos mais recatáveis, tratava-lhos de somar às forças da resistência. Misarrata é uma cidade muito combativa porque a diferença de outras localidades, ali executou-se praticamente todos os setores relacionados à ditadura. A justiça popular foi exemplificadora e saudável. Qual era a imagem de Kadafi entre a população? Y: O discurso com o que assume Khadafy, em seus primeiros anos, é “antiimperialista” de um regime que vai trazer “igualdade para todos”. Que a gente de maior idade reivindique isso e que os jovens o odeiem por fazer todo o contrário, acho que mostra a consciência antiimperialista do povo líbio. Pelo que me contam caiu muito mau o alinhamento com Bush para apoiar a guerra contra Iraque e Afeganistão. Também era mau vista a política do governo de condescendência com os sionistas. Na Líbia há uma grande consciência antisionista, não antijudía, porque a gente diferencia com clareza a religião judia da política que leva adiante o estado de Israel. Lá reivindicam muito aos palestinos por sua luta, como também aos trabalhadores e o povo de Egito e Tunísia, que vêm de derrotar suas ditaduras. Que perspectiva vê a população na Líbia? Y: Pelo que eu entendo não se fala nem de eleições nem de coisas parecidas. Também não tem-se muita clareza em relação às políticas que teria que aplicar. O que sim a absoluta maioria dos trabalhadores e o povo não quer deixar as armas, porque entende que é a melhor maneira de defender seus direitos. A única garantia de que não os passem por cima. A muitos milicianos e à gente do povo custou-lhe muitíssimo conseguir um arma para defender-se, às vezes eram assassinados três trabalhadores tentando ter um rifle. Para eles não é só um arma de luta, é sangue que não querem entregar. Isto é muito importante e há que o defender, em todo mundo, impedindo que desde o governo e o imperialismo desmobilizem às milícias. Há uma campanha internacional de isolamento do povo armado, montada por setores políticos que se denominam de esquerda, mas que nos fatos trabalham em equipe com o governo do CNT e a OTAN: o isolamento lhes permitirá a estes últimos passar à ofensiva militar sobre os milicianos. A manutenção das armas em poder do povo é a única garantia de que avance a revolução. Há que unir a todos os que estamos dispostos a defender este direito elementar! Para isso há que começar por defender aos milicianos que justiçaram ao ditador, perseguidos pelo governo, que cumpre as ordens da OTAN. Em esse sentido, já teve mobilizações em Bengazi.

Representantes das organizações que convocaram ao ato em defesa das massas líbias

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Extrato da intervenção do companheiro do Secretariado de Coordenação Internacional da FLTI

"Há uma discussão apaixonante na esquerda mundial, que pede DNA às milícias. Análise de sangue para ver até onde estão contaminadas pelo CNT e a OTAN. Quem pede essa análise de sangue às milícias de Bengasi e Misarrata? A esquerda européia e mundial que jamais falou que tinham que fazer nem Misarrata, nem Egito, nem Tunísia. E, que muito menos propôs que para conseguir o pão na Europa, parar o ataque na Grécia tinha que fazer uma revolução, derrotar ao exército da Espanha, ao exército de Sarkozy, ao exército de Obama e fazer-se do poder, e desorganizar ao exército, fazer insurreições, e fazer revoluções. Não teve uma só corrente da esquerda européia, no meio do maior ataque da história à classe operária européia, que tenha dito que tinham que fazer insurreições, se armar, para conquistar o pão. Essa é a esquerda que chamou a parar o ataque dos capitalistas pressionando para que “morigerem o ataque” na Europa. Ou vamos esquecer que essa era a política. Que não tinha condições para fazer uma revolução na Grécia. Que tinha que apoiar a Papandreu e o pressionar para que nos de aumento de salário. Líbia, Egito e Tunísia demonstraram-lhe ao reformismo da esquerda mundial como se consegue o pão. Derrotando aos Sarkozy, fazendo voar a cabeça da rainha de Inglaterra, esse é Mubarak, esse é Khadafy, esse é Ben Alí. E isso fizeram as massas do Egito, da Tunísia e da Líbia, e agora a esquerda reformista diz “mas esteve o CNT”, “se meteu a OTAN”; mas por que não foram as brigadas operárias da França, da Itália, da Espanha para Bengasi a combater com os companheiros? Vêm a pedir DNA? Se o Partido Anticapitalista francês tem 10 mil, 20 mil militantes; se o SWP move 50 mil nas ruas de Londres. Por que não fizeram brigadas, como fez individualmente o companheiro, para ir combater e sacar às massas da influência do CNT?” (..)Khadafy foi o maior representante do imperialismo, na Líbia e no Norte da África. Nossos colegas de Zimbábue são testemunhas. A Khadafy pagavam-lhe Itália e França com 500 dólares por cada escravo operário negro que passava a trabalhar pelo Mediterrâneo e por Líbia. Era um tratante de escravos de operários de cor da África do Sul, Zimbábue, de Ruanda e do Congo e mandava-os a trabalhar na Europa. E a burguesia imperialista da Fiat, da ENI Italiana que tinha a maioria das empresas petroleiras na Líbia, lhe pagavam uma comissão pelos operários negros da África. Era um tratante de escravos do Norte da África. E um setor da esquerda vem-nos dizer que era antiimperialista. Antiimperialista porra nenhuma. 10 mil milhões de dólares na FIAT tinha Khadafy, 35 mil milhões de dólares na British Petroleum, nas transacionais imperialistas. E, onde estava a burguesia líbia? A burguesia líbia estava toda com Khadafy. Ou a burguesia líbia foi opositora a Khadafy? Estavam todos com Khadafy. Por isso quando se levantam as massas a burguesia foge e em Misarrata se vingou aos comuneiros de Paris. Não ficou um só burguês vivo em Misarrata. (APLAUSOS)

(…) Há alguns que dizem que as milícias eram agentes da OTAN desde Bengasi. Outros dizem desde que avançaram a Misarrata. Ouvi a um imbecil dizer que a Royal Air Force marcou o objetivo às milícias de onde estava Khadafy. Mas Khadafy saiu de Trípoli com um Comboio de 2 mil soldados, 50 caminhões, 45 tanques e foi acomodar-se em Sirte. Como vai marcar o objetivo a OTAN amiga de Khadafy, às milícias de onde estava Khadafy, se o sacaram os assessores de Bush, do Partido Republicano e da CIA? Sacaram a Khadafy e mandaram para Sirte, enquanto a burguesia do CNT negociava com a burguesia de Sirte como iam fazer os negócios, sobre a base de que a Khadafy o entregava o imperialismo, como faz todo burguês, porque Khadafy não lhe servia mais para manter os negócios na Líbia. Tinham lembrado que a Khadafy o mandavam ao tribunal da Haya, e estavam discutindo, com a burguesia de Sirte, como somavam ao CNT a 40 membros da burguesia de Sirte. Iam ampliar o CNT de 40 a 80 membros. E quando passava isso matam a Khadafy. Festeja Obama. Ria-se a Clinton. Chorava de alegria supostamente Sarkozy. Ao outro dia aparece o vídeo. Vocês imaginam um míssil da OTAN contra uma camioneta de Khadafy? Um míssil? Alguém sabe o que faz um míssil quando bate num corpo? Khadafy não estava morto, estava vivo. Tinham-no as milícias de Misarrata. Eram as massas que lhe diziam cachorro, que em árabe, no mundo muçulmano cachorro é o pior insulto. Cachorro, por meus filhos! Te mato porque se entravas em Misarrata matavas aos meus. Inesperadamente a Clinton deixou de festejar, Obama deixou de festejar, Sarkozy deixou de festejar, todo mundo dizendo “que vão presas as milícias de Misarrata”. Que significa isto? Que lhe expropriaram toda a revolução que fizeram as massas. Mas o que não lhe puderam expropriar são duas coisas: Primeiro, a cabeça de Khadafy. Na praça de Misarrata joga-se futebol e todos dizem que são “Messi” com a cabeça de Khadafy. É o triunfo das massas que não lho tiraram. Segundo, é o problema que vão ter que desarmar às massas. Lhe expropriaram a revolução, mas não a cabeça de Khadafy e a luta segue aberta, entre o CNT e os generais khadafistas, que inclusive tentaram comprar a um setor das milícias. Por isso as milícias têm que voltar ao povo que lhes deu origem. O caminhoneiro tem que voltar a dirigir; o operário petroleiro tem que voltar a produzir nas petroleiras; o operário do porto tem que pôr a funcionar o porto; o taxista tem que voltar ao táxi, mas todos com o fuzil atrás. Isto é, como se salvam as milícias? Como fazemos que o CNT não a coopte? Muito singelo. Sem entregar as armas, fazendo comitês de trabalhadores das petroleiras, do porto, para que a classe operária se faça do poder e liberte a Líbia junto com seus irmãos do Norte da África e a Europa”.

Intervenção de David Soria da Comissão de Trabalhadores de

Paty “Companheiras e companheiros, trazemos o saúdo dos trabalhadores da carne, da Argentina. A questão da Líbia para nós é parte da luta única dos trabalhadores em geral e os povos contra a opressão, contra a fome, a miséria que provoca o sistema capitalista. Isso lhe dá pavor, não somente a nível internacional aos grupos econômicos senão a seus sócios locais, a patronal, as burocracias, enquanto há alguns que perderam a pipa, são os que choram hoje a morte de Khadafy, os órfãos e suas viúvas. O que queremos deixar claro é que a ação de hoje em defesa das milícias é parte da briga pelo desprocessamento e pela liberdade de todos os trabalhadores. Os presos de Guantánamo, os estudantes chilenos e na Líbia não nos esqueçamos que Khadafy prestava seus cárceres para a CIA. Por isso nós estamos a favor deste comitê”. (…) “Desde a comissão interna de Paty, o aporte que devemos fazer a nosso critério, -já que com o aporte dos colegas tanto da mesa, como também os esclarecimentos que tem feito o colega Yuseff- a nós em relação à parte que nos toca como organização com responsabilidade ante a classe trabalhadora, é que temos que fazer e de que tem que servir isto. A campanha não é a luta pela unidade entre aparelhos, a campanha a temos que levar à classe companheiros. Às faculdades, às oficinas, aos colégios, hospitais e às fábricas. Aí é onde lhes temos que dar a batalha a estas correntes, porque aí é onde têm que render contas. Mais dois aspectos companheiros: Um é a questão política e o outro é a mesma que há pela liberdade dos presos na Argentina e para que se ponha de pé um Congresso de trabalhadores empregados, desempregados e estudantes em luta com mandato da base. É parte do mesmo. Se lutamos e empurramos por isso à classe, vamos romper o isolamento da milícia e de todos os que lutam: os estudantes chilenos, os operários portuários de Oakland, etc. Por isso há que a levar companheiros -e voltamos a remarcarlo- à base, aos estudantes. E já começamos hoje! Aos que dizem que os milicianos são “assassinos” lhes demonstramos, que esses mesmos que dizem “assassinos” se calaram durante 42 anos quando Khadafy massacrava ao povo líbio. E temos que dizer isto. Que se parecem à burocracia sindical que se calava quando os companheiros ficavam desempregados, quando nos rebaixavam o salário. Temos que ir à classe. Esse é o desafio que temos!”

Extrato da intervenção do companheiro Walter Montoya de Democracia Obrera

“A conformação desta comissão é um passo adiante. Não só para as massas insurrectas da Líbia e suas organizações de combate, senão também para toda essa corrente de revoluções do Norte da África e Oriente Médio que estão sacudindo a Europa e o resto do mundo. Estamos reunidos aqui para pôr em pé, ainda que alguns stalinistas não gostem, ainda que ao FSM (Fórum Social Mundial, NdeT) não goste, de um comitê internacional para defender às massas insurrectas e para defender às organizações operárias e de luta da Líbia. Porque queremos que o enorme processo revolucionário que começou triunfe, não só no Norte da África senão no coração da besta imperialista. Por isso saudamos e fazemos nosso o combate de nossos irmãos que combatem em Oakland e em Wall Street, em Tóquio, em Madri, em Roma, e em Atenas”. “Alguns escrevas do FSM propunham que tinha um passeio democrático no Norte da África. E aqui o que tem é um inferno, de sofrimentos e padecimentos inauditos das massas e uma resposta: a revolução e a guerra, porque não ficou outro caminho para lutar pelo pão, pelo trabalho e pela independência nacional. A luta é por comer”. (…) “Aí estão novamente hoje no Egito, milhares e milhares de trabalhadores nas ruas, combatendo ao regime dos generais de Mubarak, tão assassinos como Mubarak, que roubaram a luta das massas”.

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Extrato da intervenção do companheiro Juan Carlos Beica da Convergência Socialista “Companheiros e companheiras, antes de falar trago um saúdo do colega Carlos Olivera, preso político -agora em dezembro se cumprem dois anos de seu encarceramento- do regime kirchnerista. O colega queria estar aqui com vocês, e vê com muita simpatia o que esta sucedendo”. (…) “A cada vez que ocorrem fatos violentos, fatos muito duros, como o justiçamento de Kadafy, estão os que se põem de um lado e os que se põem do outro. O mérito do Comitê Internacionalista que estamos tratando de armar é que nos localizarmos com clareza do lado do povo armado da Líbia. Nos colocamos lutando ao lado do povo que reclama liberdade, democracia, pão, satisfazer as necessidades elementares e que esta dizendo em este momento: “o poder emana do fuzil, não queremos nos desarmar”. (…) “Que é o que pretendem a OTAN em primeiro lugar, ou seja os imperialistas? Que é o que pretende o governo lacaio da OTAN, o governo do CNT, em cumplicidade com o Castro-chavismo e um montão de setores de esquerda que diz “não apoiamos às milícias”? Isolar às milícias. Porque se as isolam, as podem triturar, as podem justiçar”. (…) “O governo do CNT, se legitimo porque têm tido políticas os imperialistas, evidentemente os imperialistas têm políticas,

brigam a direção, sabem fazê-lo melhor que muitos de nós. Mas essencialmente porque têm tido o apoio organizado e sistemático de um setor da esquerda mundial, em primeiro lugar Castro e Chávez que fizeram todo o tido e por ter para isolar às milícias de Misrata e aos milicianos rebeldes que iam por mais e que os imperialistas sabiam que iam por mais”. (…) “Mas o pior do caso não é Castro e Chávez, que os que estamos aqui muitos sabemos o papel que jogam, o pior do caso são aqueles que se dizem trotskistas capitularam a Castro e Chávez porque estavam no “nem” ou no “olho com a OTAN” ou no “não nos metamos olha que estão os imperialistas” como se houve-se revoluções onde os imperialistas não vão intervir”. (…) “Agora às provas me remeto, está o colega aqui que brilhantemente explicou. Mas há um fato, há milhares de milicianos que não querem entregar suas armas. Que fazemos, os deixamos nas mãos do governos do CNT? Deixamo-los em mãos do imperialismo? Deixamo-los que os triturem ou os vamos defender? Chamo-os à reflexão, os colegas da LIT-QI, os colegas UIT, os colegas da cada um dos agrupamentos que provavelmente estejam aqui e os que não estão, unimo-nos todos em defender a revolução que dizemos que existe ou deixamos à revolução que fracasse?”

Extratos da intervenção do companheiro Mateus Crespo do Movimento Revolucionário do Brasil “Em primeiro lugar um saúdo para todos vocês. Esta é uma manifestação e um ato muito importante. (…) Nós dizemos: há uma revolução que merece ser na Líbia. E esta revolução é algo histórico, é algo transcendente, que temos, antes que nada, que a defender. Por que é um fato histórico deste tipo? Em primeiro lugar porque fez-se atirando a um ditador e não a qualquer ditador, um ditador de 40 anos na Líbia e que era o principal responsável por aplicar os planos do imperialismo na Líbia. Não era um ditador contra o imperialismo, era um ditador junto ao imperialismo. Não só as massas atiraram a este governo, senão que o justiçaram também. Para nós isto é algo histórico. (…) Ocorreu como parte de um processo mundial contra a crise econômica, contra a fome, contra desemprego e foi isso o que impulsionou

às massas da Tunísia, às massas no Egito e às massas na Líbia. Líbia é o que tem a mais avançado em todo este processo. Fizeram isso as massas com suas próprias forças. Sozinhas, isoladas. Contra tudo e contra todos, e contra o imperialismo. Fizeram isso através do método das milícias populares, fizeram isso armando ao proletariado, armando à população, ou seja através do método mais clássico das revoluções. (…) Por isso nós estamos do lado dessa revolução, e é o lado de Yuseff, é o lado dos milicianos, é o lado daqueles que justiçaram a Khadafy, é o lado dos trabalhadores e dos revolucionários em todo mundo”. (…) “Uma revolução inconsciente, mas uma revolução de conteúdo socialista. É uma revolução que propõe ao mesmo tempo as tarefas democráticas, as

tarefas da distribuição da terra, da moradia, do emprego, por democracia, pelo direito à organização operária, mas que propõe também a expropriação, o armamento do proletariado e o nome de uma revolução com estas características é uma revolução socialista”. (…) “É fundamental a construção agora de um comitê internacional de solidariedade com as massas insurrectas na Líbia, mas que não é somente uma solidariedade desde o ponto de vista político, isso é fundamental. Senão que seja cada vez mais uma solidariedade prática, onde possa ser armado, organizar, outras milícias para outras revoluções, que se intervenha sobre Líbia para ajudar a disputar o poder e o futuro da revolução na Líbia”.

Intervenção de Ana Melvin, Assembléia popular de San Telmo “Vimos a trazer a solidariedade com esta comissão, com as milícias da Líbia e com todas as lutas populares que se estão desenvolvendo neste momento no mundo inteiro. Quando morreu Khadafy o progressismo chorou pela forma cruel em que o tinham matado. O imperialismo, Obama, Hillary, pediram investigações enquanto por outro lado festejavam com toda felicidade que já não ia ter quem fale, que já estava feito o trabalho sujo. Então pensaram que as milícias tinham sido o varre-fundo das piscinas, que era missão cumprida, que podia voltar a começar a reconstrução do capitalismo miserável, que já não tinham mais nada que fazer, que já podia ser começada a construção daquilo com o qual Khadafy tinha colaborado. Pois não, pois se equivocaram. As milícias seguem em pé, têm que seguir armadas e temos que, todos nós, difundir esta luta, apoiar, multiplicar, para que isto seja possível. Porque companheiros, estamos em uma articulação da história do mundo, este é um momento que dentro de anos nos livros de História vai ser referido como a época em que a História mudou. Isto é assim, temos que ter em conta essa perspectiva, temos que olhar para adiante pensando isto, este mundo tem mudado e está mudando e nosso dever como socialistas, como revolucionários, é apoiar isto e seguir em luta para que esta mudança que se esta vislumbrando seja concreto, e tomara o possamos ver”.

Extrato da intervenção do companheiro Leo de T.or.re “Desde o começo da insurreição das massas em todo o Magreb, com este processo que na Líbia se deu de uma maneira mais forte, nós nos vemos identificados com a situação das massas árabes, mais oprimidas, mais humildes e a relação que têm com estes governos que são muito parecidos ao governo que temos aqui, supostamente nacional e popular. (…) Por isso nós estamos aqui, na organização e nos sentimos solidários com o companheiro Al Arjentiny com respeito também a todas estas calunias de todos estes aparelhos reformistas. São os mesmos com os quais temos a briga cotidiana aqui em nosso país para que aceitem que este governo tenha presos políticos, que faz perseguição política. (…) Todos os aparelhos reformistas que estão reticentes a aceitar e a difundir, são os mesmos que difamam e que aqui estão dizendo coisas terríveis como que o colega é um assassino, um mercenário da OTAN, e por isso estamos aqui, repudiando essas atitudes e até as últimas conseqüências do que signifique essa defesa”.

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Adesões ao ato Apresentamos a seguir as adesões ao Ato e à Campanha Internacional em

defesa das massas insurrectas da Líbia e suas organizações operárias e populares de luta

17/11/2011

MENSAGEM DE SOLIDARIEDADE DA LIGA OPERÁRIA INTERNACIONAL DE ZIMBÁBUE

Nós, o movimento revolucionário de Zimbábue enviamos nossa mensagem de solidariedade a vocês e a todos os camaradas que se juntaram para ser parte do ato em defesa das massas insurgentes da Líbia. As massas revolucionárias da Líbia levantaram-se para derrocar ao regime de Khadafy e seus aliados. Como parte de nossa campanha internacional é nosso dever lutar em solidariedade com um de nossos países africanos, Líbia, combatendo junto ao povo libio. Os dirigentes do Conselho Nacional de Transição (CNT) agora estão desesperados por saquear e combater contra seu próprio povo, para expropriar o combate das massas que foram as que estiveram à frente na luta que derrotou a Khadafy. Como antes fazia Khadafy, hoje é o CNT o que está vendendo petróleo às multinacionais imperialistas enquanto o povo pobre segue igual que ontem. Hoje as potências imperialistas têm começado a invasão neo-colonialista usando aos dirigentes do CNT como sua ferramenta para fortalecer contra as massas e expropriar sua luta. Mas na Líbia a luta continua, já que as massas seguem sendo oprimidas pelo CNT, inimigo das massas e entregador da nação oprimida aos EUA, Inglaterra, França e outras potências imperialistas. Lutamos com o objetivo da verdadeira libertação da classe operária, em solidariedade com o povo da Líbia que está batalhando sob as bandeiras de luta contra o imperialismo norte-americano e o sionismo, para além das fronteiras nacionais e as diferenças religiosas. Os que vimos lutando em solidariedade com as massas líbias, nos levantemos em defesa das organizações combativas dos explorados da Líbia para terminar com o CNT que está entregando o valioso petróleo das massas aos EUA, Inglaterra e França para seguir eles no poder e continuar repetindo o que Khadafy vinha fazendo. Nós, os operários de cor do continente africano sabemos muito bem quem era Khadafy: um verdadeiro tratante de escravos ao serviço das multinacionais imperialistas. Sabemos que ele cobrava comissões por cada operário africano que enviava à Europa imperialista a realizar os piores trabalhos sem nenhum direito, quando as potências imperialistas assim o ordenavam. O chacal Khadafy era sócio menor de Berlusconi - até ontem representante do capital financeiro italiano-, quem encerrou na ilha de Lampedusa (um verdadeiro campo de concentração) aos milhares de trabalhadores provenientes da Tunísia, Líbia, Marrocos e demais países da África, que fugiam de nosso continente pela fome e pelo desespero. Enquanto, o conjunto dos bandos imperialistas europeus jogava a ponta de pistola a centenas de milhares de operários imigrantes africanos de volta a seus países, o que significou que muitos deles morriam como cachorros no mar Mediterrâneo. Frente a isto, nenhuma das correntes da Europa que se diz de “esquerda” moveu um dedo enquanto a nossos irmãos de classe lhes impunham os piores padecimentos. Por isso não nos estranha que estes mesmos partidos, quando nós nos insurgimos em Tottenham, Inglaterra, como ontem o fizemos nas cités de França, nos acusem de ser “vândalos” e “delinqüentes”. E quando protagonizamos revoluções contra nossos verdugos como na Líbia, onde as massas exploradas se insurrecionaram, derrotaram à polícia, partiram o exército, conquistaram o armamento e finalmente, justiçaram Khadafy, estas correntes nos tratam de ser “agentes da CIA” ou “tropas terrestres da OTAN”. Basta de calunias contra os operários revolucionários de África! Escrevemos esta mensagem de solidariedade desde Zimbábue. Vivemos nesse verdadeiro campo de concentração no que têm convertido a Anglo American e demais multinacionais a

nossa nação, transformando no país mais pobre do mundo junto com Etiópia. Aqui vimos combatendo, ao igual que os explorados do norte de nosso continente, contra o governo pró-imperialista de Mugabe, que não é mais o que o Khadafy de Zimbábue. Foi o governo de Mugabe quem declarou que “todo o que tente fazer o da Líbia, será esmagado”. E aqui também lutamos contra o “Movimento pela Mudança Democrática” (MDC), um verdadeiro CNT como o da Líbia, imposto pelo imperialismo para manter seu domínio ante qualquer investida revolucionária dos operários zimbabuenses. Por isso afirmamos que o caminho o marcam as massas da Líbia e lutamos em defesa delas. Chegou a hora mais uma vez de estreitar os laços internacionais de solidariedade internacionalista a nível mundial entre as forças revolucionárias, junto com os companheiros da FLTI. Esses companheiros têm organizado e estão totalmente respaldando este ato. Nós lhes damos nossa confiança de que vocês estão na frente da luta, junto conosco, por um mundo melhor. A luta continua!

Workers International League (WIL) de Zimbábue

APOIO À LUTA SOLIDÁRIA E COMBATIVA DOS OPERÁRIOS NA LÍBIA

Ante o pedido solidário, por companheiros combativos na Bolívia, no marco da luta de classes, a emissora “Rádio Nacional de Huanuni”, meio de comunicação social dos trabalhadores mineiros de Huanuni-Oruro-Bolívia, e ante o conhecimento da valente luta operária líbio que lhes correspondeu jogar historicamente no derrubamento de um governo da reação como o de Khadafy não há outro caminho que mostrar toda nossa admiração aos operários, operárias e juventude que deu seu valioso aporte, por encontrar uma aspiração que todo operário do mundo requer urgentemente: sua verdadeira libertação. E condenamos duramente a toda tentativa do capitalismo e de seus tentáculos: o CNT e a OTAN, que querem desconhecer que a luta pela liberdade da LÍBIA corresponde nada mais aos operários líbios e à conduta libertadora de todo seu povo por se desfazer da férula Khadafista e capitalista, para brindar uma completa soberania e independência da LÍBIA, bem como também na Bolívia os mineiros de Huanuni, estão em essa tarefa nobre e humana de pôr à frente das massas, para obter muito cedo nossa verdadeira independência e que será obra dos explorados e pobres do mundo. Por isso e bem mais, companheiros operários da LÍBIA, nosso saúdo combativo e revolucionário de classe para todos vocês e nossa homenagem firme para nossos caídos e feridos que estão em nosso pensamento diário. DESDE A RÁDIO “NACIONAL” DE HUANUNI – ORURO – BOLÍVIA - TODOS OS TRABALHADORES DA EMISSORA MINEIRA

Atenciosamente.- Rafael Linneo Morales - DIRETOR

BOLÍVIA

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Campanha em solidariedade pela defesa incondicional das milícias de Misarrata Por Juan “Pico” Muzzio, membro fundador da LOI-CI

Defesa Incondicional das milícias de Misarrata! Para que seu exemplo de combate chegue e destrua o coração da Europa

imperialista!

Senti uma grande alegria e festejei no dia em que as massas insurrectas e suas milícias na Líbia executaram ao verdugo Khadafy, chefe do governo e regime do imperialismo e as petroleiras. Glória e honra a todos os milicianos insurretos que caíram em combate! Sua luta não foi em vão! Os combatentes que seguiram terminaram festejando na praça de Bengasi. Este grande exemplo de luta e justiça operária faz correr um arrepio e terror pelas veias do cadáver fedorento do sistema capitalista imperialista e seus monopólios hoje comandados por Obama, pois o temor é que este exemplo se espalhe por toda a Europa: que volte Grécia a se prender fogo, que volte Inglaterra a se prender fogo, os indignados na Espanha contra o governo de Zapatero, a monarquia e o pacto da Moncloa, as últimas manifestações na Itália e a atual queda de Berlusconi, e que todos estes métodos de luta se tendam a sincronizar com a América Latina. Isto combinado com a crise da economia mundial faz que tenha milhares de hectares de pasto seco para que se acenda a revolução nos países imperialistas e nas colônias. Este grande exemplo põe triste e de luto aos que se fazem passar como aliados dos operários: Chávez, Castro, Evo Morales, Cristina Kirchner, todos os que estão no Fórum Social Mundial, os renegados do marxismo PO, MST, MAS, PTS, e os socialimperialistas agrupados no NPA. Para que este exemplo não se espalhe sobre os povos martirizados como Palestina, os países imperialistas (EUA, França, Inglaterra, Alemanha, etc.) as petroleiras, a ONU, a OTAN, e o atual governo do CNT com seus generais e oficiais khadafistas, com a ajuda dos renegados do marxismo e do Fórum Social Mundial como sempre o fizeram em toda revolução, têm lançado uma verdadeira CAMPANHA DE CALUNIAS E DESPRESTIGIO sobre os organismos de luta do povo líbio. Já fizeram isto na Latino América e por isto mantêm presos aos comuneiros de Ayo Ayo -Bolívia- que no ano 2004 justiçavam a seus verdugos com os métodos da classe operária queimando em praças publicas aos prefeitos corruptos; o mesmo faziam seus irmãos do Puno no Peru, no povoado de Ilave no mesmo ano; em Moquegua em 2008 para defender-se da repressão e garantir a greve departamental saqueavam delegacias tomavam de reféns a 35 polícias até que se rendessem aplicando assim uma derrota militar aos cães de guarda do regime fujimorista de Toledo naquele tempo. Estes combates, que foram isolados por parte de todas as direções reformistas latino-americanas e traídos pela burocracia sindical foram defendendo suas terras e atacando os interesses das petroleiras com os métodos da classe operária, com piquetes, barricadas, com verdadeiros tribunais populares para punir aos patrões assassinos. Quando na Argentina se levantaram os piqueteros do norte de Salta atacando os municípios e os prendendo fogo, assaltando as delegacias e se armando, e tomando as plantas petroleiras ao grito de: Vivemos sobre a riqueza e não temos para comer! Trabalho digno para todos já! Renacionalização sem pagamento sob controle operário de todas as petroleiras! Conquistando seu programa de 21 pontos, acusavam-nos de “matacos”, aborígenes bárbaros, delinqüentes, guerrilheiros, infiltrados, provocadores, agentes da oposição, toda esta campanha de desprestígios e calunias eram feitas nos escritórios das petroleiras imperialistas e o governo de Romero (PJ), enquanto a esquerda reformista corria ao salão dos passos perdidos dizendo: “Eu não fui”. Eles são os verdadeiros inimigos da classe operária que as dividem e estrangulam sua luta, eles são os verdadeiros agentes do imperialismo ao interior do movimento operário para submete-lhos a sua própria burguesia! Em 2001 quando estourou a revolução D´Elía e essa podre burocracia da CTA, nos acusavam de ser infiltrados. Eles junto aos renegados do trotskismo serventes da revolução bolivariana, para pôr um broche final à destruição dos organismos das massas em luta (piquetes, comitês, assembléias populares, e todo o que colocamos em pé, etc.) entregaram o microfone a Fidel Castro em 2003 nas escadarias da Faculdade de Direito dizendo às massas que apoiassem a Kirchner que tinha que trabalhar, que agora este ia repartir. E assim estamos hoje, com os mártires de Mosconi e Tartagal esquecidos e com as petroleiras retomando o controle e com a Kirchner e as cooperativas e os micro empreendimentos (a política do Fórum Social Mundial, de Castro Chávez e Hu Jintao), todas trabalhando como nas maquiladoras do México. Os mortos de 20 de dezembro, o massacre no Parque Indoamericano, o assassinato de Mariano Ferreyra, o massacre de Jujuy e todos os presos e perseguidos não têm justiça, em a cada luta decisiva que tentamos levar adiante temos sido assassinados como no Parque Indoamericano ou com presos reféns nos cárceres das mesmas multinacionais que saqueiam Oriente Médio, no sul da Argentina, na Las Heras. Para que aos organismos das massas em luta não lhes passe como à Revolução Argentina e seus mártires, Temos que combater internacionalmente em defesa dos milicianos da Líbia! As forças estão na Grécia, nos indignados da Espanha, no valente movimento de indignados e das massas egípcias que se organizam num mesmo combate contra os parasitas de Wall Street, para barrar o massacre contra as heróicas massas revolucionárias na Síria e no Iêmen, para que irrompam as martirizadas massas palestinas! As forças estão nos estudantes chilenos que combatem junto aos Zengakuren pela defesa incondicional dos presos reféns do regime cívico militar servente do imperialismo e as multinacionais japonesas que saqueiam o cobre. Nos mineiros e camponeses bolivianos que combatem contra Evo, carcereiro dos comuneiros de Ayo Ayo, servente do imperialismo igual que Khadafy. Aí estão as forças para pôr em pé os comitês operários internacionais em defesa das milícias de Misarrata, Bengasi e Trípoli! Defendendo as milícias, impedindo que as esmaguem e brigando para que avancem em seu combate, estaremos em melhores condições para brigar internacionalmente pela defesa de todos os nossos presos, processados e por todas nossas demandas. O imperialismo NÃO pode permitir o ataque à propriedade privada, a execução de seus chefes e seus milionários lucros, para defender isto faz guerras, tem presos como em Guantánamo, bombardeia Paquistão e conta com a colaboração da burocracia, a aristocracia e toda a esquerda reformista que vivem das migalhas que lhes dá o imperialismo. A classe operária que é uma só e internacional tem apresentado batalha. Hoje, depois de participar em este ato pela defesa das massas líbias posso ver que a fração internacionalista com a que rompemos o MAS (Movimiento Al Socialismo, NdeT) em ‟88 ao grito de “Viva a revolução política em Armênia! tem sua continuidade. Ficou claro qual é a única corrente internacionalista que luta por coordenar as ações das massas a nível internacional. Quando rompemos o PTS, a fração majoritária queria ser localizado como fração internacional, já a realidade tem demonstrado que não são mais que uma seita nacional com alguns grupos satélites.

Al-Arjentiny e Juan “Pico” Muzzio

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Mensagem de solidariedade da JRCL-RMF ao ato de 18 de novembro em defesa do povo insurgente líbio

Nós, os marxistas revolucionários do Japão, lhes enviamos nossa mensagem de solidariedade a vocês, a todos os camaradas que se reuniram neste ato em defesa das massas líbias insurrectas. As massas trabalhadoras líbias, que se levantaram para derrubar ao regime de Kaddafi, agora estão resistindo padecimentos de outro tipo pelo assim chamado Conselho Nacional de Transição aliado aos imperialistas norte-americanos e europeus. Achamos que é um dever internacionalista lutar em solidariedade com elas, as massas líbias combativas, para derrotar a agressão neo-colonialista das potências imperialistas. Os dirigentes do CNT agora estão desesperados por afogar a luta do povo líbio. Estão entregando os recursos petrolíferos líbios às multinacionais imperialistas e ta mbém estão entregando ao povo líbio como presa da cobiça capitalista por lucros. Tal como o fazia Kaddafi! A direção do CNT é uma usurpadora do levantamento revolucionário do povo líbio. O povo levantou-se em luta contra o regime de Kaddafi para derrotar ao governante corrupto, que se tinha enriquecido, junto a seus lacaios, a expensas das massas trabalhadoras em acordo com as grandes petroleiras imperialistas. Jibril e outros colaboracionistas, no entanto, roubaram-se a direção do CNT e introduziram tropas imperialistas na guerra civil com o objetivo de estabelecer uma dominação autoritária respaldada pelas potências imperialistas estrangeiras. EUA, Grã-Bretanha, França e outras potências imperialistas, que intervieram na guerra civil, produziram assim “a queda de Trípoli” ao pôr à direção do CNT à frente, após lançar bombas sobre as massas líbias, incluindo aos residentes anti-Kaddafi. Agora as potências imperialistas têm começado sua invasão neo-colonialista usando à direção do CNT como seu fantoche. (As potências imperialistas têm justificado sua intervenção militar sob o pretexto de “proteção dos civis”. Como antigos pretextos hipócritas, como a “intervenção humanitária” e os “direitos humanos”, já tinham sido expostos como um engano, como os bombardeios em Iugoslávia, as agressões contra Afeganistão e Iraque, os imperialistas têm fabricado outro pretexto que pode justificar sua intervenção em qualquer lugar em qualquer momento).

Povo combatente da Líbia! Lutem por derrocar a dominação da direção do CNT! Lutem contra a invasão neo-colonialista das potências imperialistas! Lutem com o objetivo da verdadeira libertação do povo trabalhador, em solidariedade com as massas trabalhadores do Egito, da Palestina e todo Oriente Médio, que estão combatendo sob as bandeiras de “contra o imperialismo americano e contra o sionismo” para além das fronteiras nacionais e as diferenças religiosas. Camaradas! Devemos lutar em solidariedade com elas, as massas insurgentes líbias. Estamos presenciando, no entanto, entre os stalinistas, os degenerados do trotskismo e outros dirigentes “da esquerda”, que alguns alavam à direção do CNT como “forças democráticas”. Também há alguns que, efetivamente, defendem ao regime de Kaddafi sob a cobertura de “contra a intervenção estrangeira” ou dizendo que “o levantamento foi tramado pela CIA”. Nós, a JRCL, denunciamos a esses “esquerdistas” degenerados. Levantamo-nos junto com as massas líbias. Em solidariedade com eles chamamos a uma luta internacional contra a invasão neo-colonialista das potências imperialistas norte-americanas e européias. Lutamos porque avancem as lutas contra “a guerra e a pobreza” em solidariedade com as massas trabalhadoras do Chile, da Argentina e Latino América, e com todo o povo trabalhador que tem levantado seus gritos de guerra na Europa, Norte América e China. Também achamos que, para avançar em suas lutas, os laços internacionais entre as forças revolucionárias da classe operária mundial devem ser fortalecido mais que nunca. Com este fim, a JRCL tem estado fortalecendo a

solidariedade internacionalista com os camaradas da FLTI e com os camaradas que se reuniram nesta reunião! Temos a confiança de que estão na frente de batalha desta luta, junto conosco. Lutemos juntos! Akira Kato Pela Direção Nacional da Liga Comunista Revolucionária de Japão (Fração Marxista Revolucionária) – JRCL-RMF

Mobilização de trabalhadores e estudantes japoneses contra as plantas nucleares

As camionetes artlilhadas das milicias líbias

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SÍRIA: APELO DE EMERGÊNCIA A TODAS As ORGANIZAÇÕES OPERÁRIAS E ESTUDIANTÍS COMBATIVAS

DO MUNDO PAREMOS O MASSACRE CONTRA AS HEROICAS MASSAS SÍRIAS INSURRETAS!

Abaixo o governo assassino do Al-Assad e sua casta de oficiais genocida, todos lacaios do

imperialismo! Basta de silêncio! Rompamos o cerco imposto por todas as direções colaboracionistas!

Como o fizessem os jovens e operários do estado espanhol no Madri...

MARCHEMOS ÀS EMBAIXADAS DE SÍRIA EM TODO O MUNDO! As massas sírias estão suportando uma terrível matança, perpetrada pelo governo De Al-Assad e seus militares assassinos. Desta maneira, banhando em sangue e fogo aos explorados, querem frear a luta revolucionária das massas sírias, que é mais um elo de uma mesma e única revolução que tem começado no Norte da África e Oriente Médio. Infelizmente, frente a estes contínuos massacres, que já cobrou a vida de dezenas de milhares de novos mártires, não teve um só chamado valente das direções das organizações operárias a realizar uma ação internacionalista solidária com os operários e explorados sírios. É que desde o Fórum Social Mundial, as burocracias sindicais, as correntes stalinistas e ex-trotskistas, serventes dos bolivarianos Chávez, Castro, Morales, todos lacaios do imperialismo, se dedicaram caluniar às milícias líbias chamando-as de “tropas terrestres da OTAN” e “agentes da CIA”. Estes nefastos argumentos que têm como objetivo isolar às massas líbias que conquistaram o armamento e derrotaram a ditadura de Khadafy, permitem que hoje se levante um criminoso cerco sobre as massas insurretas da Síria para que Al-Assad as massacre sem piedade. Assim, desta forma, a sua vez tentam impedir que a revolução no Egito triunfe -enquanto a junta militar segue massacrando na praça Tahrir-, e que isso não se converta na força que precisam as martirizadas massas Palestinas para se libertar destruindo ao estado sionista-fascista de Israel com a revolução proletária, deslocando todos os dispositivos contra-revolucionários do imperialismo na região. Hoje mais de 50 mil soldados passaram-se com suas armas ao bando da revolução desertando do exército de Al-Assad, e inclusive justiçando aos oficiais. Há que aprofundar o caminho das massas líbias que destruíram o exército de Kadafy! Tribunais operários e populares para julgar e punir a todos os assassinos! Abaixo o governo assassino de Al-Assad e sua casta de oficiais genocida, lacaios do imperialismo ianque e sustentadores do sionismo! Rompamos o cerco do imperialismo e seus serventes! Por um governo provisório revolucionário das milícias, as organizações operárias, os camponeses pobres e os comitês de soldados rasos! Abaixo o CNT e seu ultimato para desarmar às milícias líbias a risco de ser atacadas pelos oficiais khadafistas sustentados pelas baionetas da OTAN/ONU! Viva o combate do Egito insurgente, verdadeiros aliados das massas insurretas! Viva o chamado dos operários têxteis a pôr em pé “Conselhos Revolucionários Populares em todas as praças do Egito, para se coordenar e atingir os objetivos da revolução”. Há que pôr em pé o poder da classe operária e os explorados contra o poder dos governos e regimes assassinos e capachos do imperialismo no Egito, na Líbia, na Síria, na Tunísia e toda a região! Que voltem as martirizadas massas Palestinas ao combate pela destruição do estado sionista-fascista de Israel!

ROMPAMOS O CERCO CONTRA AS MASSAS SÍRIAS! SIGAMOS O EXEMPLO DOS JOVENS E OPERÁRIOS QUE MARCHAM NO MADRI!

Mas contra este manto de injúrias e de cínico silêncio, alçaram-se as vozes de milhares de jovens e operários no Madri, no Estado espanhol, quem marcharam sobre a embaixada da Síria em repudio ao genocídio de milhares e milhares de explorados. Esse é o caminho que deve seguir a classe operária mundial! Não se pode perder um só minuto mais. Há que parar o massacre. Basta de silêncio! Levemos este exemplo às ruas de Londres, Nova York, Atenas, Tóquio, Paris, etc., porque os melhores aliados dos explorados da Europa e do mundo estão no Norte da África e Oriente Médio: as organizações operárias e estudantis combativas devem paralisar a maquinaria de guerra do imperialismo -que são os que armam ao genocida Al-Assad- paralisando os portos e marchando às embaixadas sírias na Europa! Uma só classe, uma só luta contra os assassinos de operários como o governo de Al-Assad! Fortaleçamos a luta internacionalista da classe operária mundial! Tomemos o caminho que marca o combate das milícias líbias: “Hoje Líbia, Amanhã Wall Street!”, para que triunfe a revolução proletária em todo o Magreb e Oriente Médio, insurrecionando aos explorados no coração da besta imperialista. Pelo caminho dos trabalhadores e jovens que queimaram a embaixada sionista no Cairo em apoio às massas palestinas e começaram a coordenar seu combate com os portuários de Oakland nos EUA! Lutemos forjando a unidade das massas exploradas do mundo colonial e semi-colonial, com a classe operária dos países imperialistas! Chamemos aos operários portuários de Oakland, aos “indignados” do EUA e aos imigrantes que sitiam Wall Street, aos trabalhadores e explorados da Grécia, aos indignados do Estado espanhol, à juventude chilena, às heróicas massas palestinas e às indomáveis massas do norte da África e Oriente Médio, aos partidos de esquerda ou antiimperialistas, às comissões internas, corpos de delegados, sindicatos, centros de estudantes, movimentos de desempregados e assembléias territoriais a impulsionar juntos esta campanha anti-imperialista para romper o cerco e uma jornada internacionalista de organização e de luta em todo o mundo em solidariedade com as massas sírias insurretas.

26-12-2011

Líbia: “Hoje Líbia, amanhã Wall Street”

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Egito: As massas voltam a ocupar suas

praças e retomam o caminho da revolução

Contra a falsificação e a mentira do reformismo:

Assim se luta! Para derrotar aos generais, à burguesia e o imperialismo, a classe operária e os explorados procuram pôr em pé seu próprio poder

Declaração da Associação Revolucionária de Operários Têxteis dirigida aos revolucionários nas barricadas de

Tahrir, Alejandría e Suez 29 de Novembro 2011 Onze dias nas barricadas nas praças de Egito são prova de que os revolucionários têm reclamado legitimidade revolucionária em dezessete províncias. Com tudo isto, ainda que os revolucionários tenham dado mártires nas praças, como se oferecendo em sacrifício pela liberdade, a igualdade e a justiça; ainda que eles tenham oferecido seus feridos e perdido a mais de 11.000 nas prisões militares, ainda não temos colhido o fruto de nossa luta. Agora, após dez meses, vemos aos resquícios do velho sistema reciclado, e tentativas oportunistas das forças políticas com autoridade religiosa de ignorar a legitimidade revolucionária das massas nas praças; dez meses onde o sangue dos mártires tem irrigado novamente os pavimentos, agora estão inventando e falsificando a democracia pela qual lutamos. Estão assinando a certidão de morte da revolução nas boletas eleitorais porque sabem que seu caminho ao poder só pode ser sobre o sangue dos mártires e dos feridos. Portanto é tarefa dos revolucionários nas praças propor uma alternativa à democracia manchada de sangue que o conselho militar e seus aliados -entre eles as forças políticas com autoridade religiosa- têm decidido. A volta das massas às praças tem inspirado experiência entre as forças revolucionárias de estudantes, camponeses, profissionais e marginalizados, as quais devemos construir criando uma nova forma de democracia onde todos devem defender. O conselho militar e seus aliados nos corredores do poder e os partidos políticos estão preparando um parlamento para ampliar sua presença e legitimidade. Chegou a hora em que as massas nas praças ponham em pé formas de democracia revolucionária popular em Tahrir, Alejandría, Suez, Mansoura e Sohag. Devemos desenvolver novas e legítimas formas revolucionárias de representação democrática desde as ruas e, portanto, devemos criar os conselhos revolucionários populares nas praças públicas, mediante: 1 - Um voto público das dezenas de milhares nas barricadas da praça Tahrir para criar o primeiro conselho popular revolucionário elegendo a 100 revolucionários desde dentro da praça para expressar os objetivos e as demandas de legitimidade revolucionária 2 - O Conselho Revolucionário Popular deve formar comitês eleitos, os quais devem tomar suas decisões votando.

3 - O Conselho Revolucionário informará ao conselho militar das decisões que tem tomado mediante os meios de comunicação. 4 - Os Conselhos Revolucionários Populares devem ser postos em pé nas praças públicas de Alejandría e Suez, após Tahrir, e devem coordenar-se para atingir os objetivos da revolução do povo. 5 - Os Conselhos Revolucionários Populares são a forma mais madura da expressão democrática da aspiração do povo à justiça, igualdade e liberdade. Representam a legitimidade revolucionária contra a “legitimidade” de Mubarak e a do conselho que ele mantinha junto a seus aliados. Propomos a vocês a eleição de um Conselho Revolucionário Popular nas praças públicas porque apoiamos a revolução com toda nossa força, e como associação de trabalhadores têxteis, a qual foi formada após a revolução, nós nos uniremos em apoio e solidariedade com todas suas decisões democráticas mediante sentadas, greves parciais e inclusive uma greve geral devido a nossa confiança em vocês. Que triunfe a revolução! Glória aos mártires!

Associação Revolucionária de Operários Têxteis

As massas revolucionárias retomam a Praça Tahrir