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TECNOLOGIA FARMACÊUTICA III
SUPOSITÓRIOS
1- DEFINIÇÃOSupponere = colocar por baixo
2- LOCAL DE APLICAÇÃO Supositórios retais
Supositórios vaginais
Supositórios uretrais (velas)
3- CARACTERÍSTICAS
Supositórios retais- peso: 2g (adulto) e 1g (criança)
- forma: cilíndrica alongada com extremidades afiladas
- Comprimento (adulto): 32 mm
Supositórios vaginais- peso: 3 a 5g
- forma: globulares, ovóides ou cônicos.
Supositórios uretrais- forma: mais finas, com forma de lápis e são pontiagudos.
- masculino: 4g /140mm de comprimento / 3 a 6 mm de diâmetro
- feminino: 2g / 70 mm de comprimento
4- USOS TERAPÊUTICOS
Ação local: constipação ou dor, irritação, prurido e inflamações associados a casos de hemorróidas, laxantes, contraceptivos, anti-sépticos, antibióticos, anestésicos locais.
Ação Sistêmica: analgésicos, antiespasmódicos, sedativos, tranqüilizantes antiinflamatórios não-esteroidal e agentes bacterianos e quando apresentam vantagens sobre a via oral.
Profa. Luciane Flávia Rodrigues Cera
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TECNOLOGIA FARMACÊUTICA III
5- FATORES QUE AFETAM A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS
5.1- FATORES FISIOLÓGICOS
Reto humano: 15 a 20 cm de comprimento.Vazio: 2 a 3 mL de fluído inerte
– Conteúdo do cólon
– Via circulatória
– pH
Profa. Luciane Flávia Rodrigues Cera
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TECNOLOGIA FARMACÊUTICA III
5.2- CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO FÁRMACOFármaco no veículo
Fármaco nos fluidos do cólon
Absorção pela da mucosa retal
Solubilidade
Tamanho da partícula
5.3- CARACTERÍSITICAS FÍSICO-QUÍMICAS DA BASE
- Análogas às bases de pomadas
- Influenciam na biodisponibilidade
- Deve permanecer sólida a temperatura ambiente
- Adjuvantes pode afetar a absorção de fármaco.
- A base deve fundir, amolecer ou se dissolver à temperatura corporal.
- Fenobarbital sódico apresenta velocidade de absorção maior a partir de bases graxas.
- Usando bases de polietilenoglicol mostraram uma diminuição do tempo de absorção com o aumento da massa molecular dos PEGs utilizados.
- Supositórios de ação prolongada (ex: sulfato de morfina)
6- A BASE IDEAL PARA SUPOSITÓRIOS- sem ação terapêutica- atóxicos- consistência adequada- não possuir formas metaestáveis- facilidade de fundir, dissolver ou emulsionar no líquido retal a 37˚C- compatível com o princípio-ativo- capacidade de contração por arrefecimento- rápida solidificação- liberação do fármaco em tempo adequado- índice de água elevado- é estável durante o armazenamento
Profa. Luciane Flávia Rodrigues Cera
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7-EXEMPLOS DE SUPOSITÓRIOS7.1- SUPOSITÓRIOS RETAIS
Nome Químico Nome Comercial
Dosagem Categoria Tipo de Efeito
Base
clorpromazina Thorazine 25 a 100mg Antieméticotranquiliznate
sistêmico Glicerina, monopalmitato e monoestearato de glicerila e ácidos graxos hidrogenados de coco e dendê
Tartarato de ergotamina e cafeína
Cafergot 2mg e 100mg respectivamente
Combate e previne dores de cabeça vasculares como enxaqueca
sistêmico Manteiga de cacau
Cloridrato de prometazina
Phenergan 12,5 / 25 e 50 mg
Anti-histamínico, antiemético e sedativo
sistêmico Manteiga de cacau e cera branca
bisacordil Dulcolax 10 mg catártico local Óleo vegetal hidrogenado
hidrocortisona Anusol-HC 25 mg Para prurido anal, hemorróidas inflamadas
local Glicerídeos hidrogenados
7.2- SUPOSITÓRIOS VAGINAIS
Fármacos CategoriaSulfanilamida
Tricomonicidas
Tratamento de infecções por Cândida albicansCombater vaginites por Trichomonas vaginalis
Nitrato de miconazol 200mg
Tratamento antifúngico de candidíase vulvovaginal localizada
Nonoxinol-9 100mg Método de controle de natalidade não-sistêmico
8- CLASSIFICAÇÕES DAS BASES
8.1- Bases gordurosas ou oleosas
Manteiga de cacau
Profa. Luciane Flávia Rodrigues Cera
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- Vantagens:
inócua; suave; não reativa; funde a T˚ corporal
- Desvantagens:
rançar; fundir quando o tempo está mais quente; com o sobreaquecimento isomerizar para um ponto de fusão indesejavelmente mais
baixo; fraca contractibildide durante a solidificação.
- Características:
gordura branca-amarelada, sólida, quebradiça. É um triglicéride P.F. = 30 e 35 ˚C P.S. = 12 a 13 ˚C Índice de iodo = 34 e 38 Índice de acidez = não é superior a 4 Índice de água = 20 a 30g de água por 100g de manteiga de cacau
Apresenta a propriedade de existir em diversas formas cristalinas
FORMA P.F. (˚C)α 24β 34 a 35β' 28 a 31γ 18
- substância como o fenol e os cloridratos têm tendência de abaixar o ponto de fusão da manteiga de cacau
Óleos VegetaisEnvolve processo de hidrogenação para reduzir a insaturação e aumentar a
porcentagem de triglicéridos sólidos à temperatura ambiente.
Ex: óleo de cocoóleo de amendoimóleo de algodão.
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8.2- Bases hidrossolúveis
Supositórios de gelatina glicerinada
- gelatina granulada (20%)/glicerina (70%) e fármaco (10%)
- gelatina granulada (60%)/glicerina (20%) e fármaco (20%)
- não fundem à T˚ corporal
- são mais utilizadas para óvulos
- propriedades higroscópicas
- permitem o crescimento de fungos e bactérias Os polietilenoglicóis
- São polímeros de óxido de etileno e água, preparados em vários comprimentos de cadeia, pesos moleculares e estados físicos.
- a sua solubilidade em água, higroscopicidade diminuem com o aumento do peso molecular médio.
- não hidrolisam ou deterioram e são fisiologicamente inertes
- não permitem o crescimento de fungos.
- não fundem à T˚ corporal
- dissolve-se lentamente nas secreções da cavidade corporal.
- liberação mais lenta do princípio-ativo
- armazenagem conveniente
- propriedades higroscópicas
- Ex: PEG 4000: PF 52 °C / PEG 6000: PF 60 °C
8.3- Bases Mistas
- São misturas de materiais oleosos e hidrossolúveis.
- São emulsões pré-preparadas
- Tensoativos não-iônicos + polietilenoglicois = veículos supositórios
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- Ex: Estearato de polioxila 40, empregado em várias bases comerciais.
- é possível preparara misturas de muitas bases graxas (ex: manteiga de cacau) com emulsificante capazes de formar emulsões A/O.
- cuidado com a absorção e interações com fármacos.
- usados para bases hidrodispersíveis com elevado P.F (50˚C)
- Ex:• Myrj 51+cera branca+Dioctilsulfossuccinato Na
• Tween 61(90%) + Laurato glicerila(10%)
1- PREPARAÇÃO DE SUPOSITÓRIOS
9.1- MOLDAGEM MANUAL
9.2- MOLDAGEM POR COMPRESSÃO
9.3- MOLDAGEM POR FUSÃO
9.4- MÁQUINA AUTOMÁTICA DE MOLDAGEM- 3500 a 6000 supositórios por hora- massa é continuamente agitada e mantida a temperatura constante
Etapas:
- Pesagem- Fundição- Incorporação do fármaco- Lubrificação do molde- Vertido- Resfriamento- Raspagem- Retirada do molde- Controle- Acondicionamento
10 – CALIBRAÇÃO DOS MOLDES• trata-se de um enchimento volumétrico
• é importante que o farmacêutico calibre cada um de seus moldes:
Profa. Luciane Flávia Rodrigues Cera
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11- CÁLCULO DE QUANTIDADE DE EXCIPIENTE• uma vez que o enchimento dos moldes é volumétrico, um outro problema que surge é a
presença de fármacos e excipientes com densidades diferentes
• determinar o volume do molde:
• para evitar erros de dosagem o cálculo da quantidade de excipiente necessária para preparar um supositório com uma dada concentração de fármaco:
- deve considerar a diferença entre as densidades do fármaco e excipiente
A massa da base é determinada a partir da densidadeda base e sua relação com o volume do molde
Ex: - 12 mL de mc= volume molde - 2,8 mL = volume do fármaco - densidade mc = 0,86 - massa de mc = ???
- corrigir o erro decorrente desta diferença
- para esta correção podemos utilizar tabelas que apresentam valores de densidade relativa de um fármaco frente a um determinado excipiente.
Peso excipiente = Peso do supositório – (Peso do fármaco/ densidade)
Peso do Excipiente = 20g – ( 2g/ 3 )
Peso do Excipiente =19,4g
• Outro método de calcular a quantidade de excipiente:
- Fator de deslocamento
Peso excipiente = Peso do supositório – (Peso do fármaco x fator)
- cada fármaco tem seu respectivo fator de deslocamento em relação excipiente usado.
Peso do Excipiente = 30g – ( 1 x 0,62 )Peso do Excipiente = 29,38g
12-PROBLEMAS ESPECÍFICOS NA FORMULAÇÃO DE SUPOSITÓRIOS
12.1- ÁGUA EM SUPOSITÓRIOS
12.2- HIGROSCOPIA
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12.3- INCOMPATIBILIDADES
- bases de polietilenoglicol
- são incompatíveis com os sais de prata, o ácido tânico, a quinina, a aspirina, a benzocaína e as sulfonamidas.
- cristalizam com barbital sódico, ácido salicílico e a cânfora
- [ ] elevadas de ácido salicílico amolecem a base
- aspirina complexa-se com a base
- penicilina G decompõe-se na base
12.4- VISCOSIDADE
12.5- FRAGILIDADE12.6- DENSIDADE
12.7- CONTRAÇÃO DE VOLUME
12.8- LUBRIFICANTES
12.9- FATOR DE DESLOCAMENTO
- Pode calcular-se a quantidade de base que é substituída pelas substâncias ativas na formulação dos supositórios.
O fator de deslocamente, f, é determinado pela equação seguinte:
f = 100 (E – G) + 1(G) (X)
onde: E = peso dos supositórios de base pura
G = peso dos supositórios com X% de substância ativa
- Exemplos de fator de deslocamento dos fármaco, usando a manteiga de cacau como base padrão.
- ácido bórico = 0,67- fenobarbital = 0,81- subnitrato de bismuto = 0,33- sulfanilamida = 0,6
Exemplo:
Profa. Luciane Flávia Rodrigues Cera
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Fenobarbital = 100 mgPeso supositório mc = 2,0gPeso de cada supositório (G) = ??
12.10- CONTROLE DO PESO E DO VOLUME A quantidade de substância ativa em cada supositório depende:
- concentração da massa
- do volume da cavidade do molde
- da densidade específica da base
- da variação de volume entre moldes- de variações de peso entre supositórios devido a inconsistências do processo
de fabricação.
12.11- RANÇO E ANTIOXIDANTES
- não confunda a acidez das gordura com ranço.
– antioxidantes: fenóis, tocoferóis, sesamol, ácido ascórbico, butil-hidroxi-anisol (BHA) e butil-hidroxi-tolueno (BHT).
13-TESTES DE SUPOSITÓRIOS
13.1- TESTE DE INTERVALO DE FUSÃO
- Teste de intervalo de macrofusão
- Teste de intervalo de microfusão
13.2- TESTE DE TEMPO DE LIQUEFAÇÃO
- Através de um aparelho que simula as condições in vivo
Profa. Luciane Flávia Rodrigues Cera
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13.3- TESTE DE QUEBRA- Supositórios com formatos diferentes possuem pontos de quebra diferentes, na qual
está estabelecido como o nível que suporta as forças de quebras causadas por variados tipos de manuseamento, isto é, produção, embalagem, transporte e durante o uso pelo doente.
13.4- TESTE DE DISSOLUÇÃO- velocidade de libertação do fármaco in vitro
13.5- ESPECIFICAÇÕES PARA AS BASES DE SUPOSITÓRIOS
Origem e composição química
Intervalo de fusão
Índice de gorduras sólidas (IGS)
Índice de hidroxila
O número representa os miligramas de KOH que neutralizariam o ácido acético usado para acetilar um grama de gordura.
Ponto de solidificaçãoDiferença entre IF e PS acima de 10° C aumenta-se a refrigeração para diminuir o tempo de solidificação
Índice de saponificação (200 – 245)
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O número de miligramas de hidróxido de potássio necessário para neutralizar os ácidos livres e saponificar os ésteres contidos um grama de gordura dá uma indicação do tipo de glicerídeo, bem como a da quantidade de glicerídeo presente.
Índice de iodo (menor que 7)
Expressa o número de gramas de iodo que reage com 100g de gordura. A possibilidade de decomposição pela umidade, ácidos e oxigênio aumenta com índices de iodo elevados.
Índice de água
A quantidade de água, em gramas, que pode ser incorporada em 100g de gordura. O índice da água pode ser aumentado pela adição de agentes tensoativos.
Índice de acidez (inferior a 0,2)
O número de miligramas de hidróxido de potássio necessários para neutralizar os ácidos livres em 1g de substância.
Índice de acidez baixo ou ausência completa de ácidos são importantes em boas bases para supositórios.
14-ARMAZENAGEM
Composição AcondicionamentoGlicerina ou gelatina glicerinada Vidro bem fechado pra evitar a umidade.
Devem ser armazenadas abaixo de -1˚C, de preferência na geladeira.
Manteiga de cacau Embalados individualmente ou separados em compartimentos para evitar contato e aderência.Devem ser armazenadas abaixo de -1˚C, de preferência na geladeira.
Fármacos sensíveis à luz Envoltos individualmente em material opaco, como laminado metálico.
Polietilenoglicol Pode ser armazenado à temperatura ambiente normal, sem precisar de refrigeração
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANSEL, Howard C. et al Farmacotécnica - Formas Farmacêuticas & Sistemas de Liberação de Fármacos. Editorial Premier 6ª Edição, 1999.
PRISTA, L. N ; ALVES, A. C.; MORGADO, R. M.R.Técnica Farmacêutica e Farmácia Galênica Fundação Calouste Gulbenkian, 3ªEd.Lisboa. Vol.III.1990.
Profa. Luciane Flávia Rodrigues Cera
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