O significado da 8° Conferência Nacional de Saúde no contexto da Reforma Sanitária, com destaque nos princípios e diretrizes do SUS, comentando os avanços, dificuldades e desafios para o SUS na atualidade.

Katiene do Sacramento Suzart1

O sistema de saúde brasileiro desde o seu inicio até hoje, tem passado por

transformações que objetivaram a sua melhora e aprimoramento. Reformas

importantes e conquistas marcaram esse sistema, dentro as principais estão a 8°

Conferência Nacional de Saúde e a conquista do Sistema Único de Saúde. Discutir

os princípios e diretrizes do SUS, entendendo seus avanços e dificuldades, constitui

o objetivo deste trabalho.

A 8° Conferência Nacional de Saúde representa um marco na história do sistema de

saúde brasileiro, pois através dela ocorreram transformações significativas em

saúde. A pressão da sociedade civil aliada a movimentos sociais foram fortes para

introduzir um capitulo sobre seguridade social. Assim, uma conjunto de práticas e

ações direcionadas aos poderes públicos asseguravam direitos à saúde, ou seja,

foram estabelecidos fundamentos que asseguram a todos os cidadãos, direito à

saúde , os quais seriam financiados por impostos, contribuições sociais e receitas.

Nesse contexto, a Constituição institui o Sistema Único de Saúde. Foi incluída

também a definição quanto a disponibilidade do setor privado frente a insuficiência

surgidas.

Compreende os princípios mais importantes do SUS: a universalidade no acesso e

igualdade na assistência, o qual garante serviços iguais à população sem distinção

de cor ou gênero, sem preconceitos ou privilégios; integralidade na assistência, diz

respeito à garantia da integração das ações de promoção à saúde, junto com a

articulação de políticas publicas e da saúde, tendo a vista a garantia da

intersetorialidade; a participação da comunidade na formulação, fiscalização e

acompanhamento de políticas de saúde, aliado a transparência e a prestação de

contas das ações públicas; e a descentralização e regionalização dos, os quais

promovam tanto um acesso regional dos serviços como a acessibilidade a serviços

distantes.

1 Graduanda do 5° Semestre de Psicologia pela Faculdade Social da Bahia.

Embora o sistema de saúde brasileiro não cumpra estes princípios ao pé da letra,

como pode ser observado em nossa sociedade, estes princípios representam uma

conquistas, pois foram conseguidos a custa de muitos e esforços e lutas, os quais

garantiram, ao menos que constitucionalmente, direitos negados uma população, na

sua maioria formada por pessoas pobres e desprovidas e renda suficiente para se

adequarem em sistemas anteriores. Ou seja, antes da implementação do SUS e

seus princípios a grande massa da população brasileira estava completamente

desamparada no que diz respeito à saúde.

Outra questão importante de se colocar é o fato de que esse “mau olhar” referente

ao SUS ofusca várias aspectos positivos inerentes a ele que não são reconhecidos

ou até mesmo sabido da sociedade. Um simples exemplo, é o Caps que embora

seja um “filho” do SUS, a maioria das pessoas nem sabem o que ele é de fato, quem

dirás que pertence ao SUS.

As dificuldades inerentes ao SUS são dificuldades inerentes a própria sociedade

brasileira, pois o que impede o avanço do desse sistema é exatamente o modelo

social de saúde estabelecido e estruturado durante séculos, em que as parcelas da

população nunca tiveram acesso. As dificuldades do SUS advêm de profundas

desigualdades socioeconômicas resultado de uma historia escravocrata, culturais,

inter-regionais, no modelo medico - assistencial privatista e de uma sociedade não

participativa. Por fim, faz-se necessário ações sociais que possibilitem a

implementação desse sistema.