SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO - FJN

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  • 7/28/2019 SUSPENSO E INTERRUPO DO CONTRATO DE TRABALHO - FJN

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    FACULDADE DE JUAZEIRO DO NORTE -FJN

    Direito do Trabalho

    Da suspenso e interrupo do contrato deTrabalho

    1 Consideraes gerais:

    1.1 Conceitos e Diferenas:

    H dificuldade em conceituar a interrupoe a suspenso do contrato de trabalho. A CLTno traz definio das duas hipteses.

    A maioria da doutrina esclarece que nasuspenso a empresa no deve pagar salrios,nem contar o tempo de servio do empregado

    que se encontra afastado. Na interrupo, hnecessidade do pagamento dos salrios noafastamento do trabalhador e, tambm, acontagem do tempo de servio. Entretanto,esse conceito no resolve todos os casos, poispode no haver pagamento de salrios, nemcontagem de tempo de servio paradeterminado fim, mas haver para outro, como

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    recolhimento do FGTS, na hiptese de oempregado estar afastado para prestar serviomilitar ou por acidente de trabalho.

    Necessrio se faz distinguir, inicialmente, acessao da paralisao do contrato detrabalho. Na primeira hiptese ocorrer aextino do contrato ao passo que na segundaocorre apenas suspenso temporria da suaexecuo. Na suspenso o empregado no

    trabalha temporariamente, porm nenhumefeito produz em seu contrato, sendosuspensas e no abolidas as obrigaes e osdireitos mtuos que, para as parte contratantes,resultam num pacto. Na interrupo, apesar deo obreiro no prestar servios, so produzidosefeitos em seu contrato.

    Analisando-se os elementos dos doisconceitos reproduzidos, possvel chegar distino entre a interrupo e a suspenso docontrato de trabalho. Haver interrupoquando o empregado for remuneradonormalmente, embora no preste servios,contando-se, tambm, seu tempo de servio,mostrando a existncia de uma paralisaoprovisria e parcial dos efeitos do contrato. Nasuspenso, o empregado fica afastado, norecebendo salrio, nem conta-se seu tempo deservio, havendo a paralisao provisria e

    total dos efeitos do pacto laboral.

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    Sebastio Machado Filho fez uma severacrtica nomenclatura e a distino adotadapela Consolidao das Leis do Trabalho:

    durante a suspenso da prestao deexecuo de servio, o contrato de empregocontinua em sua plena vigncia, de vez queaquela constitui uma prestao no fazerintegrante deste, como contedo institucional,que, conseqentemente, se cumpre e s pode

    ser cumprida, pressupondo a vigncia ouexistncia atual do contrato de emprego, cujanatureza jurdica se esteia na teoria do salriodiferido, substitui e exclui, assim, o pagamentodo salrio diretamente pelo empregador.

    A resciso e a suspenso tm um pontoem comum; todas as clusulas contratuaisficam paralisadas; mas tem um por de profundadiferena: a primeira uma cessao e asegunda uma paralisao provisria, pois ocontrato reatado desde o momento em quefor removida a causa suspensiva. J ainterrupo distingui-se da resciso porque,

    embora tambm em carter provisrio, nemtodas as clausulas ajustadas deixa de produzirefeitos. Apenas algumas ficam imobilizadas atque desaparea a razo de ser da mesma,enquanto na interrupo, o contrato continua avigora, embora com parte de seus dispositivos

    momentaneamente inaplicveis e inexigveis;na suspenso o contrato no vigora.

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    As obrigaes acessria, decorrentes docontrato de trabalho, que no sejam opagamento dos salrios e a prestao deservios, em ambos os casos permanecemintactas, apesar da paralisao. Por exemplo, aobrigao do empregado de no revelarsegredo da empresa, de no lhe fazerconcorrncia. O descumprimento dessas

    obrigaes pode resultar no rompimento dopacto por justa causa.

    Na suspenso do contrato inexisterecolhimento previdencirio (art. 15 da Lei n8.213/91 e art. 22 da Lei n 8.212/91). Osdepsitos fundirios so devidos nos casos da

    interrupo do contrato (Decreto n 99.684/90).

    1.2 Hipteses previstas em lei e ajustadaspelos contratantes:

    As hipteses de suspenso e interrupoesto previstas em lei, todavia, nada impedeque os contratantes, ou os sindicatos atravsde convenes e acordos coletivos detrabalhos, fixem outras alem daquelaslegalmente determinadas, desde que sejaobservado o principio da condio mais

    benfica ao empregado.

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    Fundamenta-se a determinao legal nosentido de suspender ou interromper aexecuo do contrato de trabalho, ao invs de

    rescindi-lo, nas idias de justia social.Comentou Baressi que a velha doutrina civilistaentendeu que cada partcula de remuneraodeveria corresponder a casa partcula detrabalho. E a conseqncia dessa relao deproporcionalidade rgida seria a de que a

    retribuio no devida nas interrupes dotrabalho, com exceo da mora do empregado.O abandono desse rigor lgico acentuou-selogo no atual Direito do Trabalho, que procuraresolver, no pertinente aos efeitos dainterrupo, o habitual conflito de interesses.De uma parte, os interesses dos

    empregadores, que procuram pagar aretribuio s pelo trabalho efetivamenteprestado, de modo que, segundo este conceito,o risco da interrupo deveria estar a cargointegralmente do trabalhador; de outra parte, asexigncias do trabalhador que, por motivos de

    sustento, pode pretender que no esteja a seucargo a interrupo, isto , que para asinterrupes de durao no excessiva e sobcertas garantias, se lhe deva a retribuio.Compreende-se que, em tal caso, o risco dasinterrupes esteja a cargo do empregador.

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    1.3 Dispensa do empregado;

    A lei nada esclarece sobre se oempregado pode ser dispensado durante oprazo de suspenso ou interrupo do contratode trabalho. Poderia se dizer que aquilo queno proibido permitido; logo, a dispensaseria possvel. Assim, o empregador poderdispensar o empregado durante o perodo de

    suspenso ou interrupo do contrato detrabalho, porm dever pagar as vantagens doperodo, mesmo que o empregado estejacoberto por benefcios da Previdncia Social.Em certos casos, essa dispensa invivel, poiso empregador ter de pagar todos os salrios

    do empregado at o termino da garantia deemprego, porm sem que o obreiro presteservios, alem de pagar mais trinta dias deaviso prvio. Em outras hipteses, a dispensano ser mesmo possvel, como do dirigentesindical, em que se exige inqurito paraapurao de falta grave; do cipeiro, em que preciso provar motivo econmico, financeiro,tcnico ou disciplinar etc. a jurisprudnciaentende, porm, que, se o contrato de trabalhoestiver suspenso, a dispensa no pode serefetuada.

    2. Suspenso do contrato de trabalho:

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    2.1 Efeitos Jurdicos:

    2.1.1 Manuteno do vinculo contratual:

    H manuteno do vinculo empregatcio,apesar de no haver prestao de servios epagamento de salrio.

    2.1.2 Retorno ao servio:

    A lei garante ao empregado o seu retornoao cargo que exercia quando da ocorrncia doevento subordinar da suspenso contratual, ouseja, a cessao do fato que a ocasionou.

    2.1.3 Vantagens atribudas categoria dosempregados:

    Se durante o perodo da suspensoforem atribudas categoria a qual pertence o

    empregado, vantagens de qualquer natureza,desde que de carter geral, devero serestendidas ao empregado quando ao seuretorno.

    Art. 471 da CLT: Ao empregadoafastado do emprego, so asseguradas, porocasio de sua volta, todas as vantagens que,

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    em sua ausncia, tenham sido atribudas categoria a que pertencia na empresa.

    2.1.4 Perodo de afastamento:

    Na hiptese de celebrao de contratode trabalho por tempo determinado, o tempo deafastamento, na ser computado na contagem

    do prazo para a terminao do mesmo, seassim acordarem as partes interessadas;

    Art. 472 2 da CLT: ... nos contratospor prazo determinado, o tempo deafastamento, se assim acordarem as partesinteressadas, no ser computado na

    contagem do prazo para a respectivaterminao.

    2.1.5 Tempo de Servio

    O tempo de suspenso no contado

    para efeito das normas de proteo aotrabalhador, tendo em vista que estosuspensas todas as clausulas contratuais.Existe a exceo criada pela Lei 4.072, de 16de Junho de 1962, que trata do servio militar.

    2.2 Hipteses previstas em lei:

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    2.2.1 Servio Militar:

    O afastamento do empregado emdecorrncia dos encargos do servio militar noser motivo para a resciso do contrato detrabalho por parte do empregador (art. 472 daCLT).

    H divergncias doutrinarias em relaoao servio militar ser suspenso ou interrupodo contrato de trabalho, porm a doutrinamajoritria preconiza ser esse, um caso desuspenso.

    Na hiptese de prestao de serviomilitar obrigatrio (reservista), haversuspenso no contrato de trabalho, ma vez que

    a lei no impe ao empregador o pagamentode salrio. A circunstancia da lei determina queo perodo de afastamento seja computadocomo tempo de srvio, apenas para efeito deindenizao de antiguidade e de estabilidade,no alterando sua natureza jurdica. O art. 61

    da Lei 4.375/64 dispe que se o empregado convocado para manobras, tem direito areceber do empregador dois teros do valor daremunerao.

    Prescreve o art. 60 da Lei 4.375/64 queos empregados e funcionrios pblicos, quando

    incorporados ou matriculados em rgo deformao de reserva, por motivo de

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    convocao para prestao de servio militar,tero assegurado ao licenciamento, ou terminode curso, salvo se declararem, por ocasio da

    incorporao ou matricula, no pretender a elevoltar. Para que o empregado tenha direito volta a exercer o cargo do qual se afastou, emvirtude de exigncias do servio militar, indispensvel que notifique o empregadordessa inteno, por telegrama ou carta

    registrada, dentro do prazo mximo de 30 dias,contados da data em que se verifica a baixa (1 do art. 472 da CLT). Se o empregado estservindo o pas, nada mais razovel do que sergarantido seu emprego quando retornar empresa. O art. 132 da CLT dispes que deveser considerado o tempo de trabalho anterior

    apresentao do empregado ao servio militarobrigatrio para os efeitos de frias.

    O engajamento definitivo na carreiramilitar implica cessao do contrato detrabalho.

    2.2.2 Encargo publico:

    O afastamento do empregado em razode exigncias decorrentes de encargo pblicono constituir motivo para a resciso do

    contrato de trabalho; h a continuidade deste,porm seus efeitos so suspensos.

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    Se o empregado se afasta da empresapara exercer algum encargo pblico, como demembro de conselhos previdencirios,

    mandato eletivo no Congresso Nacional,Assemblias Legislativas, Cmaras Municipaisetc., no constituir fundamento para alteraoou resciso do contrato de trabalho. Oempregado ser considerado em licena, noremunerado, no tendo direito a frias, 13 e

    FGTS do perodo, porm, dever ser anotadalicena na CTPS dele e no livro ou ficha deregistro de empregados.

    Dever o empregado, quando cessar asuspenso, comunicar ao empregador, dentrodo prazo de trinta dias.

    2.2.3 Aposentadoria por invalidez:

    Esclarece o art. 475 da CLT que oempregado, aposentado por invalidez tersuspenso seu contrato de trabalho durante o

    prazo fixado pela legislao previdenciria paraefetivao do benefcio. Pode-se entender peloart. 47 da Lei 8.213/91 que a aposentadoria porinvalidez torna-se efetivo aps cinco anoscontados da data do incio da aposentadoriapor invalidez ou auxlio-doena que a

    antecedeu. Conclui-se, portanto, que at cincoanos a contar dos perodos anteriormente

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    mencionados, o contrato de trabalho estsuspenso. Se a aposentadoria for mantida, sejapela recuperao parcial do empregado ou

    aps os cinco anos, ou se esse for declaradoapto para o exerccio de trabalho diverso (art.47, II da Lei 8.213/91), o beneficio ir sendoreduzido. Quem ir dizer se a aposentadoria ou no definitiva, o mdico do INSS.Consoante o que foi visto, os efeitos do

    cancelamento da aposentadoria por invalidez,varia mediante:

    a o grau e a natureza da recuperao dacapacidade de trabalho;

    b o tempo em que o seguradopermaneceu incapaz;

    2.2.3.1 Recuperao parcial ou aptido paraexerccio de trabalho diverso do quehabitualmente realizava:

    O empregador no ter a obrigao dereadmiti-lo, porquanto o contrato de trabalho forpactuado levando em considerao a funoexercida pelo empregado e em razo da qual,permanece o mesmo ainda incapacitado (art.47, II da Lei 8.213/91).

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    2.2.3.2 Recuperao total e para o prprioservio aps o qinqnio:

    Contados a partir da concesso dobeneficio por incapacidade (somados osperodos de auxlio-doena e aposentadoria porinvalidez). Nenhuma obrigao ter oempregador, visto que o contrato de trabalhose extingue pelo simples implemento dos cinco

    anos de concesso dos aludidos benefcios.

    2.2.3.3 Recuperao total do empregado,inclusive para a funo exercida durantea fluncia dos cinco anos:

    O empregador esta obrigado a readmitiro empregado, valendo como titulo hbil ocertificado de capacidade fornecido pelainstituio de previdncia social. A lei, todavia,faculta ao empregador denunciar o contrato,mediante o pagamento das indenizaesrespectivas (Enunciado 160 do TST).

    Uma vez cancelada a aposentadoria porinvalidez, durante o transcurso dos cincos anosde sua concesso, dever o empregadoapresentar-se empresa, dentro do prazo detrinta dias, contados da comunicao recebida

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    da instituio de previdncia social, sob penade se configurar abandono de emprego.

    Na hiptese de haver algum umsubstituto ocupando a vaga do empregadoafastado, e o mesmo tiver cincia de que foicontrato de forma interina, poder serdispensado sem qualquer indenizao, seoptante, contudo, poder levantar os depsitosfundirios.

    caracterstica da suspensa, portanto, asua temporariedade. No se pode conceberque o contrato de trabalho pudessepermanecer suspenso indefinidamente.

    2.2.4 Auxlio-doena:

    A doena do empregado uma dascoisas mais freqentes da suspenso dosefeitos do contrato de trabalho. Impossibilitadode trabalhar por motivo independente de suavontade, justo no seria que se visse privadodo seu meio de subsistncia. Mas, por outrolado, no se justificaria a imposio, pagando-lhe o salrio como se trabalhando estivesse.

    A CLT, em seu art. 476, determina queem caso de percepo de auxlio-doena, oempregado considerado em licena no

    remunerada, durante o prazo deste beneficio,

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    ou seja, considera suspenso o contrato detrabalho.

    Incumbe, todavia, ao empregador, opagamento do salrio integral durante osprimeiros 15 dias de afastamento,considerando-se, assim, a interrupo docontrato de trabalho. Aps este prazo, caberao INSS, o pagamento de auxlio-doena.

    Vale salientar que o auxlio-doena

    devido ao empregado portador de enfermidadeou incapacidade biolgica de naturezapresumidamente transitria.

    2.2.5 Suspenso disciplinar:

    O empregador detm, entre outros, opoder disciplina sobre seus empregados, podereste limitado e vinculado. A CLT diz que asuspenso por motivo disciplinar no poderultrapassar o prazo de trinta dias consecutivossob pena de ser considerada ruptura contratualinjusta (art. 474 da CLT).

    Esse perodo considerado como desuspenso, posto inexistir para o empregador,a obrigao de pagamento de salrio.

    2.2.6 Participao em curso ou programa dequalificao profissional:

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    Artigo introduzido na CLT, pela mediaprovisria n 2.164-41/01. Teve como objetivoprincipal amenizar a crise do desemprego. No inovao brasileira. um instrumentopraticado em diversos pases h algum tempo. recomendado pela OIT, atravs daConveno n 168

    2.3 Hipteses no previstas em lei:

    2.3.1 Empregado eleito para o cargo dediretor:

    O enunciado 269 do TST firmou o

    entendimento de que o empregado eleito paraocupar cargo de diretoria tem seu contrato detrabalho suspenso. No se computa o tempode servio no exerccio do cargo de diretoriapara efeitos do contrato de trabalho, salvo sepermanecer a subordinao jurdica inerente arelao de emprego.

    2.3.2 Representante sindical:

    Se o empregado eleito para exercermandato sindical continua normalmente a

    prestar servios ao empregador, no haver

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    que se falar em suspenso ou interrupo docontrato de trabalho. Porem, se ao trabalhadorque for conferido um mandato sindical para

    exercer cargo de administrao sindical ourepresentao profissional poder:

    a ter suspenso o contrato de trabalho,enquanto perdurar o mandato se afuno para o qual foi eleito impuserseu afastamento cotidiano do

    emprego;b suspender, interpoladamente, a

    execuo do contrato, sempre que odesempenho do mandato exigir;

    c ter apenas interrompida a prestaode servios contnua ou

    interpoladamente, desde que uminstrumento normativo ou mesmoprprio contrato individual de trabalholhe assegure, em casos tais, arespectiva remunerao, ou, ainda, oempregador, espontaneamente,

    concorde em pagar-lhe os salrios.Via de regra, o afastamento doempregado para exercer mandato sindicalcorresponde licena no remunerada, maspode revestir-se da forma de interrupo daprestao de servios, se a empresa respectivaestiver obrigada ao pagamento dos salrios,seja em virtude de conveno ou acordo

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    coletivo, seja em razo do ser regulamentointerno, seja, enfim, em ocorrncia de clausulacontratual.

    2.3.3 Suspenso do empregado estvel pararesponder a inqurito:

    Tem o objetivo de apurar a prtica de

    falta grave. A sua classificao ir depender dadeciso da Justia do Trabalho.

    Julgado improcedente o inqurito paraapurao de falta grave, com a reintegrao doempregado e o pagamento de salrios, hhiptese de interrupo do contrato de

    trabalho. Se o inqurito for julgadoimprocedente, porm no havendo pagamentode salrios ou outra vantagem, o caso desuspenso do pacto laboral. Caso o pedidoseja procedente, o perodo de suspenso sertransformado em resciso contratual.

    2.3.4 Beneficio previdencirio em decorrnciade acidente de trabalho:

    Acidente de trabalho, em seu sentidoamplo, abrange, tambm, o acidente in itinere e

    a doena profissional. Se o empregado sofreresta espcie de acidente, e perder ou tiver

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    reduzida, de forma permanente ou temporria,sua capacidade para o trabalho, ter direito,conforme o caso, ao auxlio-doena ou

    aposentadoria por invalidez.O auxlio-doena ser devido ao

    acidentado que ficar incapacitado para otrabalho por mais de quinze dias, em valorequivalente a 91% do salrio de contribuio,vigente no dia do acidente, no podendo ser

    inferior a um salrio mnimo.Nos primeiros quinze dias dever o

    empregador pagar ao empregado aremunerao integral percebida no dia doacidente. Assim sendo, haver simplesinterrupo no contrato de trabalho, nos

    primeiros quinze dias de afastamento. A partirdo 16 dia, ocorrer a suspenso do contratode trabalho, embora o pargrafo nico do art.4da CLT determina que esse tempo de servioseja computado no tempo de servio doempregado para os efeitos da indenizao porantigidade e, para a manuteno dosdepsitos do FGTS.

    Em face do que dispe o art. 118 da Lei8.213/91, o acidentado tem assegurado amanuteno do seu contrato de trabalho peloprazo de doze meses a partir da cessao doauxlio-doena.

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    2.3.5 Greve:

    A greve deflagrada como meio depresso para fazer com que os empregadoresparticipem de boa-f da negociao coletiva,visando conquista de novas vantagens paraos trabalhadores ou a reviso de condies detrabalho anteriormente ajustadas.

    Desde que a legislao respectivaconceitue a greve como direito e lhe trace oslimites e formalidades para o seu exerccio,mister se torna distinguir entre a greve licita eilcita. A Constituio Federal de 1988, em seuart. 9, inclui a greve no titulo dos direitos egarantias fundamentais.

    A lei 7.783/89 (Lei da Greve) estabeleceem seu art. 7 que, se no forem observadasas determinaes previstas na referida norma,o contrato de trabalho fica suspenso, devendoas relaes obrigacionais durante o perodo serregidas por acordo, conveno, laudo arbitral

    ou deciso da Justia do Trabalho. Isso leva acrer em sentido contrrio, que se inobservadasas determinaes da Lei 7.783/89, a greve nosuspende o contrato, podendo causa aresciso do referido pacto at mesmo por justacausa. Entretanto, se a empresa pagar ossalrios durante a greve estaremos diante da

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    hiptese de interrupo do contrato detrabalho.

    2.3.6 Intervalos:

    Nos intervalos que ocorrem paraalimentao e descanso, o empregado notrabalha, no tem remunerao, como se

    observa o 2 do art. 71 da CLT: ... osintervalos de descanso no sero computadosna durao do trabalho. Trata-se desuspenso dos efeitos do contrato de trabalho.

    3 Interrupo:

    3.1 Efeitos jurdicos:3.1.1 Remunerao do Empregado:

    O empregador est obrigado a pagar, notodo ou em parte, o salrio do empregado,apesar da lei impor ou autorizar a ausncia doempregado ao servio. Idem se isso acontecerpor forca de conveno coletiva ou ajuste entreos prprios interessados.

    3.1.2 Vantagens atribudas sua categoria:

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    As vantagens atribudas categoria dorespectivo empregado, na empresa, ser-lhe-oasseguradas imediatamente, desde que, direta

    ou indiretamente, digam respeito a clausulasalarial.

    3.1.3 Retorno ao trabalho:

    Uma vez terminado o perodo legal oucontratual de ausncia remunerada dever oempregado, retornar, de logo, ao servio daempresa, sob pena de perder, a partir dessedia, o direito aos correspondentes salrios,aps trinta dias, em abandono de emprego.

    3.1.4 Cmputo do perodo de interrupocomo tempo de servio:

    Os perodos de interrupo remuneradada prestao de servio so sempre

    computados como tempo de servio doempregado para todos os efeitos legais.

    3.2 Natureza jurdica da remunerao:

    Cada prestao salarial no precisacorresponder a cada prestao de servio,

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    mesmo porque j se universalizou o principiode que trabalho no mercadoria. O contratode trabalho sinalagmtico em seu todo e a

    equivalncia subjetiva das obrigaespertinente aos contratantes no deve seranalisada em relao a cada prestao, masno que tange ao conjunto das obrigaesrecprocas. Se o Estado impe ao empregadora obrigao de remunerar seu empregado

    determinadas interrupes do contrato detrabalho, afigura-se que tal remuneraoconstitui salrio.

    A moderna concepo de salrioprescinde de uma correlao de cunho civilistacom a remunerao, ou seja, o Direto doTrabalho ao empregado a obrigao de pagarsalrios em diversas hipteses nas quais aprestao de servios interrompida pormotivos de ndole biolgicas ou de interessesocial.

    3.3 Ausncias legais:

    Existem casos, previstos em lei, que oempregado pode ausentar-se do servio, semprejuzo de sua remunerao (art. 473 da CLT).

    As faltas ao servio que forem previstas

    em lei, norma coletiva, regulamento da

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    empresa ou no prprio contrato de trabalhosero consideradas justificadas, no havendoprejuzo da remunerao do obreiro. Em tais

    casos, estaremos diante de hipteses deinterrupo do contrato de trabalho.

    3.3.1 Hipteses previstas na CLT:

    3.3.1.1 Morte de parente ou Nojo:

    Nojo consiste no falecimento do cnjuge,ascendente, descendente, irmo ou de pessoaque, declarada na CTPS do empregado, vivasob sua dependncia econmica, hiptese emque o obreiro poder faltar por dois diasconsecutivos. Em relao pessoa que vivesob a dependncia econmica do empregado,

    a Previdncia Social, no mais admite comodependentes a pessoa curatelada, a tutelada ea designada pelo segurado (art. 473, I).

    3.2.1.2 Casamento ou Gala:

    Gala o casamento da pessoa. Tambm utilizada a palavra bodas.

    O empregado poder faltar at trs diasconsecutivos, em virtude do casamento. Jhavia hiptese semelhante na alnea d, do 1

    da Lei 605/49 para fins de abandono de falta dorepouso semanal remunerado Art. 473, II.

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    Jos Serson menciona que o casamento civil. Era o entendimento do legislador napoca, pois o casamento religioso ou contratual

    no oficial. Entretanto, os art. 71 a 75 da Lei6015/73 (Registros Pblicos), regulaminteiramente a matria, passando a ter efeitocivil o casamento religioso. O empregado tertambm suas faltas abonadas para efeito decasamento religioso.

    3.3.1.3 Nascimento de filho:

    Este caso foi ampliado de um para cincodias pela atual Carta Magna. Discute-se se alicena paternidade um direito trabalhista ou

    um beneficio previdencirio. A primeirahiptese mais aceita, visto que o direitoencontra-se previsto no Captulo II (Dos DireitoSociais), do Ttulo II (Dos Direitos e GarantiasFundamentais).

    Existe controvrsia acerca de ser ou no

    remunerada a licena paternidade. Inexistedeterminao constitucional ou legal parapagamento da mesma, ou seja, o empregadorno obrigado a remuner-lo, mas, apenas,conceder os dias de licena ao empregado.

    Pouco importa se o pai ou no casado,

    no tendo importncia se o filho ou no da

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    constncia do casamento ( 6 do art. 227 daCF), a licena paternidade ser devida tanto aopai casado, como ao solteiro. Ser tambm

    devida ao pai adotivo, ao contrrio da licenagestante, em que a empregada tem de terestado na condio de gestante, pois o incisoXVIII do art. 7 da CF refere-se licena agestante.

    O empregado tem direito a um dia para

    registro do filho decorrer da primeira semanado nascimento e mais cinco dias para cuidar dacriana, totalizando seis dias de afastamento.Art. 473, II.

    3.3.1.4 Doao de Sangue:

    Poder o obreiro faltar um dia, em cadadoze meses de trabalho, no caso de doaovoluntria de sangue, desde que devidamentecomprovada. Art. 473, IV.

    O dispositivo diz respeito falta abonadapor doao de sangue e no venda desangue. A falta por doao de sangue poderocorrer apenas em cada doze meses detrabalho, pois no ser contado o prazo dedozes a partir da ultima doao, mas a cadadozes meses de trabalho, como ocorre em

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    relao s frias, nem ser considerado o anocivil.

    H limitaes de falta a cada dozemeses de trabalho, pois do contrrio oempregado desonesto iria faltar varias vezessob o motivo de doar sangue.

    3.3.1.5 Alistamento eleitoral:

    Quando o empregado vai se alistar paraefeitos eleitorais, so consideradas faltasabonadas at dois dias consecutivos ou no,nos termos da lei respectiva. Art. 473 V.

    O legislador entende que um dia no

    pode ser suficiente para se alistar eleitor, damencionar dois dias. Os dias podem no serconsecutivos, pois o empregado vai um diapara se alistar e outro pra buscar o ttulos deeleitor.

    Dispe o art. 48 da Lei 4.737/65 (Cdigo

    Eleitoral) que o empregado mediantecomunicao de 48h de antecedncia, poderdeixar de comparecer ao servio, sem prejuzodo salrio e por tempo no excedente a doisdias, para o fim de se alistar eleitor ou requerertransferncia.

    3.3.1.6 Ajuizamento de ao:

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    Determina o inciso VIII do art. 473 daCLT que o empregado pode deixar decomparecer ao servio, sem prejuzo dosalrio, pelo tempo que se fizer necessrioquando tiver que comparecer a juzo.

    Emprega a CLT a expresso juzo. Issono diz respeito apenas a Justia do Trabalho,mas a qualquer juzo, como na Justia Comum,

    Federal, Militar etc. Tanto faz se o empregado autor ou ru na ao, no mbito cvel oucriminal, pois a CLT no faz distino, aocontrrio do que se observa o Enunciado 155do TST: as horas em que o empregado faltaao servio para comparecimento necessrio,

    como parte, Justia do Trabalho no serodescontada de seu salrio, no entanto, aorientao contida nesse enunciado ficaprejudicada, em funo da previso explicita dalei. No se pode dizer que o citado verbete estrevogado, pois enunciados no so revogados,por no terem natureza de lei.

    3.3.1.7 Exame vestibular:

    O empregado poder faltar nos dias emque estiver, comprovadamente, fazendo provas

    de exame vestibular para ingresso em

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    estabelecimento de ensino superior. Essa regrano era prevista na redao origina da CLT. Oinciso VII do art. 473 da CLT foi acrescentado

    pela Lei 9.471/97).A hiptese contida no inciso VII, j era

    prevista muitas vezes em dissdios coletivos eacordos e convenes coletivas.

    O STF entendeu que a referida clausulano pode ser estabelecida em dissdio coletivo:

    Incabvel, por falta de base constitucional, aimposio de clausula que concede abono defaltas ao empregado estudante 9 1 Turma,RE n 109.397-8, Min, Ilmar Galvo, DJU, 103-1996, p. 5.1013). Isso ocorreria em razo dainexistncia de lei prevendo tal situao para o

    exerccio do poder normativo da Justia doTrabalho.

    A redao da norma mostra que o abonoda falta no apenas de um dia, mas em todosos dias em que a pessoa estiver prestandovestibular. As provas para vestibular sero

    apenas aquelas feitas para admisso emestabelecimento de ensino superior e no emoutros graus, como de colegial e outros quecostumam assim proceder. Entretanto, hnecessidade de que o empregado comproveperante o empregador os dias em que estarfazendo o exame, pois, do contrrio, este no

    ter obrigao de abonar a falta.

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    3.3.1.8 Segurana Nacional:

    Ocorrendo motivo relevante desegurana nacional, poder a autoridadecompetente solicitar afastamento doempregado do local de servio ou do local detrabalho, sem que se configure a suspenso docontrato de trabalho. O afastamento sersolicitado pela autoridade competentediretamente ao empregador, em representaofundamenta, com audincia da ProcuradoriaRegional do Trabalho, que providenciar,desde logo, a instaurao do competenteinqurito administrativo.

    Sendo afastado o empregado em virtudede inqurito administrativo para apurao demotivo de interesse da segurana nacional, ocontrato de trabalho no fica suspenso duranteos primeiros 90 dias, pois continuar o obreirorecebendo sua remunerao ( 3 e 5 do art.

    472 da CLT). Nessa hiptese, ficar o contratointerrompido, pois o empregador dever pagarsalrios (5 do art. 472 da CLT). Aps 90 dias,o empregador no obrigado a pagar salriosao empregado, por falta de previso legal,ficando suspensos os efeitos do contrato detrabalho.

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    3.3.2 Outras hipteses:

    3.3.2.1 Aborto:

    Se o aborto no criminoso, tem aempregada direito a duas semanas dedescanso (art. 395 da CLT). Quem faz opagamento da Previdncia Social. Trata-se,

    portanto, da interrupo do contrato detrabalho, pois conta-se o tempo de servio paratodos os efeitos. Se o aborto for, porm,criminoso, haver a suspenso do contrato detrabalho, pois nenhum efeito gerar para aempregada.

    3.3.2.2 Doena at quinze dias:

    Os quinze primeiros dias do afastamentodo obreiro em funo da doena so pagospela empresa, computando-se como tempo de

    servio do trabalhador ( 3 do art. 60 da Lei8.213/91). Trata-se de hiptese de interrupodo contrato de trabalho.

    3.3.2.3 Aviso Prvio

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    Durante o perodo do aviso prvio oempregado poder optar em deixar detrabalhar duas horas dirias ou sete dias

    corridos. As horas ou dias que o empregadourbano sai mais cedo para procurar novoemprego, assim como o dia em que oempregado rural pode ausentar-se durante omesmo aviso, configuram hipteses deinterrupo do contrato de trabalho. O

    empregador deve pagar o salrio dessas horase contar o tempo de servio.

    3.3.2.4 Professor:

    As faltas do professor, no decurso de

    nove dias, decorrentes da gala ou luto, emconseqncia do falecimento do cnjuge, paiou me, ou de filho, no sero descontadas deseu salrio ( 3 do art. 320 da CLT). Trata-sede caso de interrupo do contrato de trabalho.Os nove dias de falta sero considerados

    justificados.Aqui h previso diversa, para os mesmo

    casos, nos incisos I e II do art. 473 da CLT,pois, para o empregado comum, as faltasrelativas ao casamento, so de trs diasconsecutivos e dois em caso de nojo. A

    determinao do 3, do art. 320 da CLT, violao principio da igualdade (art. 5, caput, da CF),

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    pois o professor tem faltas diferenciadas dasprevistas nos incisos I e II do art. 473 da CLT,que nenhuma outra profisso possui.

    3.3.2.5 Atestados mdicos:

    Ser considerada falta abonada ajustificada por atestado mdico da empresa, de

    convnio mdico firmado pela empresa ou demdico da Previdncia Social, exigindo-se essaordem para a validade do referido atestado (4 do art. 60 da Lei 8.213/91 e os Enunciados15 e 282 do TST).

    3.3.2.6 Parte testemunho na justia:As testemunhas no podero sofrer

    descontos em seus salrios em funo dasfaltas ao servio ocasionadas por seucomparecimento para dispor na Justia doTrabalho, quando devidamente arroladas ou

    convocadas (art. 822 da CLT).No salrio da testemunha no podehaver qualquer desconto pelo fato decomparecer para depor, nem desconto dotempo de servio ( nico do art. 419 do CPC).Mesmo que no tenha sido arrolada, masconvocada pela parte, no poder haverdesconto, desde que comparea audincia.

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    O empregado que se recusa a depordepois de intimado, sofre multa (art. 730 daCLT). O empregador que impedir que o

    empregado seu sirva como testemunha,tambm fica sujeito multa ( 2 do art. 729 daCLT).

    3.3.2.7 Conselhos:

    O representante dos trabalhadores ematividade ter sua ausncia justificada,computando-se como jornada efetivamentetrabalhada para todos os fins e efeitos legaispara participao nas reunies do ConselhoNacional de Previdncia Social (6 do art. 3 da

    Lei 8.213/91), como tambm nas do ConselhoCurador do FGTS, decorrentes das atividadesdesse rgo ( 7 do art. 3 da Lei 8.036/90.

    3.3.2.8 Frias:

    O exemplo mais comum que se d dehiptese de interrupo do contrato detrabalho, ocorre nas frias. Nestas, oempregado no presta servios, mais recebesalrios, no ficando privado da suaremunerao (art. 129 da CLT), sendo,

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    tambm, contado o tempo de servio paratodos os efeitos ( 2 do art. 130 da CLT).

    3.3.2.9 Intervalos

    No intervalo de pessoas que fazemdigitao, mecanografia etc. (art. 72 da CLT), oempregador obrigado a remunerar o

    empregado, embora no haja prestao deservios. uma hiptese de interrupo dosefeitos do contrato de trabalho. O mesmo seobserva no intervalo do mineiro a cada trshoras de trabalhos. (art. 298 da CLT), dointervalo nos frigorficos ou das pessoas quetrabalham em cmaras frias (art. 253 a CLT).

    3.3.2.10 Prontido e sobreaviso

    Na prontido e sobreaviso, o empregadoest disposio do empregador, pois est

    aguardando ordens (art. 4 da CLT). Os 2 e 3do art. 225 da CLT, determinam o pagamentode remunerao, logo, so hipteses deinterrupo do contrato de trabalho, em funode que feito o pagamento ao empregado econtado o tempo de servio.

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    3.3.2.11 Repouso semanal remunerado

    Obrigao legal imposta pelaConstituio, do empregador remunerar seusempregados durante o descanso semanalremunerado e nos feriados, como tambmcontar seu tempo de servio, trata-se, assim,de hiptese de interrupo do contrato detrabalho.

    3.3.2.12 Paralisao da empresa lockout

    a) Voluntria Paralisao dasatividades, por iniciativa do empregador com o

    objetivo de frustrar negociao ou dificultar oatendimento de reivindicaes dos empregados(art. 17 da Lei 7.783/89). Caso assim proceda oempregador, os trabalhadores tero direitos apercepo do salrios durante o perodo deparalisao, configurando hiptese deinterrupo do contrato de trabalho, idnticoefeito ser verifica se outro for o motivovoluntrio da paralisao.

    b) Involuntria O empregador assumeos riscos da atividade econmica. Sendoassim, se a paralisao decorre de riscos a quefica sujeito o empresrio, no resta duvida que

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    o mesmo seja responsvel pelo pagamento dossalrios do perodo de interrupo.

    3.2.2.13 Licena gestante:

    A licena gestante, segundo o art. 7 daConstituio Federal, de 120 dias. Apesar deo salrio-maternidade ser pago pelo

    empregador, o valor lquido dessa prestao deduzido do montante das contribuiesprevidencirias que lhe couber. No caso deempregada domestica, o salrio maternidade pago diretamente pelo INSS (art. 73 da Lei n8.213/91). Dessa forma, para alguns autores,essa hiptese de interrupo do contrato de

    trabalho, devendo o respectivo tempo sercontado como de efetivo servio.

    4 Nova modalidade de suspenso decontrato de trabalho:

    4.1 Participao em curso ou programa dequalificao profissional:

    Artigo introduzido na CLT pela medidaprovisria 2076-35/01. Teve como objetivoprincipal amenizar a crise do desemprego. No

    inovao brasileira. um instrumentopraticado em diversos pases h algum tempo.

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    recomendado pela OIT, atravs daConveno n 168.

    Significa o lay off ficar o trabalhador emdisponibilidade por certo tempo, ficandoafastado da empresa at sua recuperao.Seria uma espcie de licena remunerada aotrabalhador, que fica em caso e nodispensado. A empresa no faz a dispensa,pois precisa de trabalhadores qualificados.

    Pode o empregador determinar que oempregado faa curso de qualificaoprofissional.

    O art. 476-A da CLT estabeleceu ahiptese de suspenso dos efeitos do contratode trabalho para a participao do trabalhador

    em curso ou programa de qualificaoprofissional. Na verdade, a norma cria umanova hiptese de suspenso dos efeitos docontrato de trabalho, alm das j previstas nosart. 471 a 476 da CLT.

    4.1.1 Denominao:

    O objetivo da norma que o contrato detrabalho fique suspenso diante de crisemomentnea passada pela empresa. No setrata, portanto, de dispensa provisria, como

    tem sido chamada na prtica, pois a dispensa

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    implica a sada do trabalhador da empresa. Nocaso, o trabalhador no dispensado, apenasos efeitos de seu contrato de trabalho so

    suspensos temporariamente. Seria possvelutilizar a denominao suspenso dos efeitosdo contrato de trabalho para que o empregadoparticipe de cursos de qualificao profissional.

    4.1.2 Perodo:

    O pacto laboral poder ter seus efeitossuspensos por um perodo de dois a cincomeses, visando participao do empregadoem curso ou programa de qualificaoprofissional oferecido pelo empregador. No

    existe obrigatoriedade da suspenso dosefeitos do contrato de trabalho, mas afaculdade de se estabelecer esse mecanismo.

    O art. 476-A da CLT no est exigindo,porm, que a empresa passe por problemasconjunturais ou econmicos, nem justifique

    suas adversidades, apenas ter de negociarcom o sindicato. Excedido o perodo de cincomeses ou o que for acordado na normacoletiva, persistindo a suspenso dos efeitos docontrato de trabalho, o empregado poder aresciso indireta do contrato de trabalho, em

    razo de no terem sido cumpridos osrequisitos legais.

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    4.1.3 Atividade da empresa:

    A suspenso dos efeitos do contrato detrabalho poder ser utilizada em qualquer ramode atividade, tanto na indstria como nocomrcio, nos servios, na rea rural etc.. Noh distino tambm quanto idade dotrabalhador, que poder ter mais ou menos de18 anos, tanto sendo utilizado em relao aohomem como para a mulher.

    4.1.4 Requisitos

    So dois os requisitos para a suspensodos efeitos do contrato de trabalho visando qualificao profissional:

    a instrumento coletivo;

    b aquiescncia formal do empregado.

    O instrumento utilizado para a suspensodos efeitos do contrato de trabalho sernecessariamente a conveno ou acordocoletivo. O acordo ser, portanto, coletivo e noindividual, pois se exige a participao dosindicato. Se o empregado pertencer categoria diferenciada, a negociao tem de

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    ser feita com o respectivo sindicato, como desecretrias, motoristas etc.

    O empregado tambm dever manifestara sua concordncia com a suspenso. Aaquiescncia deve ser formal.

    Aps a autorizao concedida porintermdio de conveno ou acordo coletivo, oempregador dever notificar o respectivosindicato, com antecedncia mnima de quinze

    dias da suspenso contratual ( 1 do art. 476-A da CLT). A lei no clara sobre que osindicato seria esse. A primeira interpretaopoderia conduzi o interprete a que se trata dosindicato das empresas, pois no acordocoletivo s a empresa negocia com o sindicato

    dos trabalhadores.

    4.1.5 Renovao da suspenso:

    Contrato de trabalho no poder sersuspenso mais de uma vez no perodo dedezesseis meses para efeito da qualificaoprofissional do empregado.

    4.1.6 Despesas da qualificao profissional:

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    A lei no expressa sobre quem irpagar as despesas da qualificao profissional.As despesas nos cursos de qualificao

    profissional ficaro a cargo do empregador,salvo se este utilizar rgo pblico para essefim.

    4.1.7 Direitos:

    No interregno de tempo em que houversuspenso contratual para efeito dequalificao profissional, o empregadoreceber bolsa, que ser paga pelo fundo deamparo ao trabalhador (FAT). O empregadono receber no perodo nenhum valor da

    empresa. O empregador poder conceder aoempregado ajuda compensatria mensal, semnatureza salarial, durante o perodo desuspenso contratual, com valor a ser definidoem conveno ou acordo coletivo. Durante operodo de suspenso contratual para esse fim,

    o empregado far jus aos benefciosvoluntariamente concedidos pelo empregador.Exemplo seria a concesso de reajustessalariais que iro beneficiar o obreiro quandoretornar empresa. A hiptese j estavaprevista no art. 471 da CLT, que determinavaque ao empregado afastado do emprego soasseguradas, todas as vantagens, que em sua

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    ausncia tenham sido atribudas categoriaque pertencia na empresa.

    A periodicidade, os valores, o clculo donmero de parcelas e os demaisprocedimentos operacionais de opacamente dabolsa de qualificao profissional, bem como ospr-requisitos para habilitao sero os mesmoadotados em relao ao beneficio do seguro-desemprego. Se o contrato for rompido no

    perodo da suspenso ser suspenso opagamento da bolsa. Havendo retorno dotrabalhador ao emprego, tambm cessa opagamento da mesma.

    O empregado no tem direito liberaodo FGTS, nem indenizao de 40% durante o

    perodo que houver suspenso, como tambmno haver contagem de tempo de servio parafrias e 13 salrio.

    4.1.9 Sanes:

    Na hiptese de no ser ministrado cursoou programa de qualificao profissional, ou oempregado permanecer trabalhando para oempregador, ficar descaracterizada asuspenso, sujeitando o empregador aopagamento imediato dos salrios e dos

    encargos sociais referentes ao perodo, s

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    penalidades cabveis previstas na legislaotrabalhista, bem como as sanes previstas emconveno ou acordo coletivo.

    4.1.10 Concluso:

    A suspenso dos efeitos do contrato detrabalho no precisaria estar amparada em lei,

    pois a CLT permite que as partes combinem areferida suspenso, apenas no haveria odireito bolsa de qualificao profissional noperodo.

    As novas medidas adotadas pelogoverno no vo resolver os efeitos do

    desemprego, podem ajudar a minor-lo. Pararesolver esse problema preciso baixar osjuros e permitir tantos investimentos pblicosquanto os privados

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    4.2 Contratos por tempo determinado:

    Nos contratos por tempo determinado, operodo de suspenso ou interrupo docontrato de trabalho no influenciar em nadano trmino do pacto, pois as partes sabiam deantemo quando haveria a cessao do citadoajuste. Assim, se ocorrer, por exemplo, doenado empregado ou acidente de trabalho quinze

    dias antes da cessao do contrato, oempregador ir remunerar esses dias e ocontrato cessar.

    Se o pacto laboral terminar no dia 30 dejunho e o empregado sofrer acidente dotrabalho ou ficar doente no dia 21 de junho, a

    empresa no ter de pagar os salrios de cincodias aps o dia 30 de junho, nem o pactolaboral ficar interrompido ou suspenso at oretorno do empregado empresa. Caso oempregador entenda que o contrato de trabalhofica interrompido at o dia cinco de junho,

    retornando o empregado ao trabalho por maisquinze dias, o pacto laboral se transformar emcontrato por tempo indeterminado, pois foiexcedido o prazo de contratao.

    Apenas se as partes acordarem nosentido de suspender o contrato durante operodo de afastamento do pacto laboral, queser computado a tempo de afastamento do

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    empregado na contagem do prazo para arespectiva terminao ( 2 do art. 472 daCLT).

    No contrato de trabalho por tempodeterminado disciplinado por Lei 9.601/98, aregra a observar a mesma, ou seja, se oempregado sofrer acidente do trabalho ou ficardoente, tendo de se afastar, o contrato detrabalho no ser prorrogado pelo tempo igual

    ao do afastamento. No ltimo dia acordado,terminar o pacto laboral.

    FRANCISCO BACURAU BENTO

    Professor