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SUSTENTABILIDADE DO USO DA ÁGUA NA MINERAÇÃO Eng. Mário Cicareli Pinheiro POTAMOS Engenharia e Hidrologia Ltda. [email protected]

SUSTENTABILIDADE DO USO DA ÁGUA NA MINERAÇÃO · GERENCIAMENTO: ações de aplicação das diretrizes de Gestão ... racionalizar o uso da água nas Unidades Industrais. ESQUEMA

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SUSTENTABILIDADE DO USO DA ÁGUA NA

MINERAÇÃO

Eng. Mário Cicareli Pinheiro

POTAMOS Engenharia e Hidrologia Ltda.

[email protected]

CONTEXTO 1: AS EMPRESAS

MINERADORASMINERADORAS

A MAIORIA DAS EMPRESAS MINERADORAS

POSSUE INFORMAÇÕES E ESTUDOS QUE

PERMITEM O MANEJO INTEGRADO E O USO

SUSTENTÁVEL DA ÁGUA EM SUAS

UNIDADES INDUSTRIAIS

CONTEXTO 2: A

INSTITUIÇÃO BRASIL

Nos últimos 20 anos foram sancionados 4,2

milhões de leis e normas federais, estaduais

e municipais. A maioria delas só serve para

atrapalhar a vida dos brasileiros.

A burocracia brasileira consome 2600 horas

de trabalho por ano de uma empresa. Nos

Estados Unidos são apenas 187 horas e na

Suécia 122 horas.

(Fonte: Revista VEJA – Edição 2236 de 28.09.2011)

USOS DA ÁGUA NA MINERAÇÃO

As peculiaridades: localização em pequenas bacias

hidrográficas, localização em cabeceiras de bacias,

baixos consumos e altas taxas de recirculação.

Água útil e água nociva na mineração.

Combinação do binômio qualidade x quantidade.

Disposição de rejeitos em vales de cursos de água.

Desaguamento de cavas: possibilidades de interferência nas reservas renováveis de água subterrânea.

INTERVENÇÕES DA MINERAÇÃO COM OS

RECURSOS HÍDRICOS

A mineração intervém nos recursos hídricos por

meio das obras hidráulicas.

Tipos de obras hidráulicas em mineração: barragens, captações, pilhas de estéril, bacias de contenção de sedimentos, sistemas de drenagem.

Consumo de energia para captação e disposição de rejeitos.

Impactos nos quesitos de quantidade: conflitos com outros usuários, supressão de nascentes.

Impactos nos quesitos de qualidade: aumento de turbidez, elementos químicos.

CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE

Executar as obras hidráulicas em conformidade com

os preceitos legais que regem a gestão de recursos

hídricos.

Reduzir a pegada hídrica consumo específico de água por tonelada de minério concentrado.

Aumentar a recirculação nas usinas de beneficiamento e nas barragens de rejeitos.

Reduzir o consumo de energia nas estações de bombeamento.

Projetar, construir e operar as obras hidráulicas observando os critérios de segurança.

Elaborar planos de gerenciamento de recursos hídricos (operação em tempo real) e de desativação das obras hidráulicas.

FLUXOGRAMA BÁSICO PARA IMPLANTAÇÃO

DO GERENCIAMENTO INTEGRADO DE

RECURSOS HÍDRICOS

FLUXOGRAMA DE BALANÇO HÍDRICO TÍPICO

DE EMPREENDIMENTO MINERÁRIO

ISOIETAS DE

PRECIPITAÇÃO MÉDIA

ANUAL

NAS BACIAS DO ALTO E

MÉDIO CURSO DO RIO

PARAOPEBA

MAPA GEOLÓGICO REGIONAL – BACIAS DOS

RIOS PARAOPEBA E DAS VELHAS

PANORAMA DE

DISPONIBILIDADE

HÍDRICA SUPERFICIAL

A FIO-D’ÁGUA

NAS BACIAS DO ALTO

E MÉDIO CURSO DO

RIO PARAOPEBA

Regiões Hidrologicamente

Homogêneas

Rio Itacaiúnas

Micro Regiões

Região 1

Região 2

Região 3

isoietas

mm

1600

1650

1700

1750

1800

1850

1900

Vazão de Referência = Q95

DEMANDA DE ÁGUA EM MINERAÇÃO

CONCEITOS BÁSICOS E DEFINIÇÕES

Importância de diferenciar DEMANDA e CONSUMO.

DEMANDA (o que precisa) quantidade de água

requerida para a operação de cada componente da

Unidade Industrial, tais como, Usina de

Beneficiamento, Mineroduto, Escritórios e Oficinas,

umectação de pistas.

CONSUMO (o que se gasta) quantidade de água

efetivamente suprimida da bacia hidrográfica, após a

incorporação dos processos de recirculação e

recuperação da água industrial. A água consumida

deve ser reposta com água nova.

DEMANDA E CONSUMO

As maiores DEMANDAS aparecem nas usinas de

concentração de minério e nas Unidades Industriais

que operam com mineroduto.

Principais CONSUMOS água incorporada ao

produto, água retida nos vazios do rejeito,

umectação de estradas e pátios de estocagem,

consumo humano, evaporação em torres de

resfriamento, minerodutos.

Racionalização do CONSUMO recuperação das

descargas das usinas, medição dos fluxos de água e

rejeitos, uso otimizado dos recursos disponíveis.

DEMANDA E CONSUMO

EM USINAS DE CONCENTRAÇÃO

CONSUMO EM BARRAGENS DE REJEITOS

INTEGRAÇÃO DE BALANÇOS

PARA CÁLCULO DE DEMANDAS E CONSUMOS

COMO SURGEM AS NECESSIDADES DE

APROFUNDAR OS ESTUDOS DE MANEJO DE ÁGUA

Áreas de Gestão Corporativa

Áreas de Meio Ambiente

Planejamento Estratégico

Engenharia de Projeto

Engenharia de Operação

Possibilidades de repetição de serviços contratados

Necessidade de sistematizar as demandas por novos estudos

Importância de implantar um sistema integrado de análise e

processamento de dados

IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO

INTEGRADO DOS RECURSOS HÍDRICOS

Significado do gerenciamento integrado: (i) integrar Planejamento, Projeto, Implantação, Operação e Desativação; (ii) integrar aspectos de qualidade e quantidade; (iii) integrar águas superficiais e águas subterrâneas; (iv) integrar operação dos centros de captação e consumo de água.

A importância do conceito de pegada hídrica (“water footprint”).

A racionalização do consumo de energia.

A redução do impacto da cobrança pelo uso da água.

A pressão crescente entre usuários competidores.

Adequação às legislações ambientais e de gestão institucional de recursos hídricos.

Atendimento imediato aos planos de expansão da empresa.

GERENCIAMENTO INTEGRADO

BASES CONCEITUAIS

• GESTÃO x GERENCIAMENTO

GESTÃO: ações da área corporativa, de caráter deliberativo,

estratégica gerencial

GERENCIAMENTO: ações de aplicação das diretrizes de Gestão

gerencial operacional

• CONCEITO BÁSICO DO SISTEMA DE

GERENCIAMENTO

Voltado para facilitar a GESTÃO de Recursos Hídricos, por meio de

instrumento de GERENCIAMENTO de Fluxos e Usos da Água.

Consiste em uma proposta de atuação de uma célula corporativa

(Equipe Executiva), multidisciplinar, apoiada por ferramentas de TI.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DO

GERENCIAMENTO INTEGRADO

Calcado em documento de formalização da Política de Recursos Hídricos da Empresa;

GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS: focado em ações operativas que são desenvolvidas na área de cada Unidade Operacional;

Princípios básicos da Política de Recursos Hídricos:

– DESCENTRALIZAÇÃO das ações de gerenciamento

– AUTONOMIA para as Unidades Operacionais

– PARTICIPAÇÂO interna de todas as áreas que utilizam água

– INTEGRAÇÂO total de todas as ações

ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA DE

GERENCIAMENTO DE RECUSOS HÍDRICOS

CONCEITO OPERACIONAL

BENEFÍCIOS PARA A CORPORAÇÃO

Operacionais • Possibilidade de simular cenários

• Central de Informações Hidrológicas

• Antecipação de mudanças

Estratégicos • Planejamento de médio e longo prazos

• Percepção das tendências de indicadores

• Ação proativa sobre o ambiente externo (arcabouço legal, competidores, demais usuários de recursos hídricos na bacia)

Gerenciais • Gestão Efetiva e proativa de Recursos Hídricos

• Apoio a decisões

• Conhecimento acumulado (histórico)

• Apropriação do custo da água nos Empreendimentos

PRINCIPAIS AÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO DO MANEJO

INTEGRADO DOS RECURSOS HÍDRICOS

Consolidar estudos de avaliação de ofertas hídricas: águas

superficiais e subterrâneas e qualidade de águas;

Consolidar os fluxogramas de água das unidades industriais:

medições de descarga, cálculo de demandas, avaliação de

perdas, cálculo do consumo efetivo;

Avaliação das disponibilidades hídricas: análise de alternativas

de fontes de produção de água;

Implantação de Sistema de Gerenciamento de Recursos

Hídricos nas unidades industriais: operação em tempo real;

Implantação de Sistema de Gestão de Recursos Hídricos:

indicadores para a gestão corporativa.

ASPECTOS INSTITUCIONAIS E LEGAIS

Lei Federal 9433: instrumentos da gestão de

recursos hídricos.

Instrumento 1: Planos de Bacias definem os usos a serem praticados.

Instrumento 2: Outorga necessidade de permear a lógica com a legalidade.

Instrumento 3: Cobrança importância de racionalizar o uso da água nas Unidades Industrais.

ESQUEMA TÍPICO DE CAPTAÇÃO ÁGUA NOVA

EM SITUAÇÃO REAL E DE ALTO CUSTO

PANORAMA DOS

USOS DA ÁGUA NAS

BACIAS DO ALTO

E MÉDIO CURSO DO

RIO PARAOPEBA

RECOMENDAÇÕES DE AÇÕES PARA

ALCANÇAR A SUSTENTABILIDADE

Buscar ações conjuntas e alinhadas entre os setores de

mineração e siderurgia (Órgãos de Classe).

Buscar ações conjuntas entre as empresas que têm empreendimentos em uma mesma bacia (Empresas).

Introduzir os conceitos de outorga sazonal e reservação “off-stream” no instrumento de outorga (Órgãos de Classe e Órgãos Gestores

de Recursos Hídricos).

Aumentar a recirculação e recuperação da água industrial, reduzindo os efluentes (Empresas).

Implantar sistemas de gerenciamento do uso da água a partir de diagnósticos e prognósticos (Empresas).

Estabelecer critérios para a desativação das obras hidráulicas (Empresas) .

Sensibilizar as empresas de pequeno porte (Órgãos de Classe).

Ajustar condutas e procedimentos com o Ministério Público (Órgãos de Classe)

REFLEXÕES FINAIS

A gestão de recursos hídricos como mecanismo proativo

governança corporativa e sustentabilidade ao negócio.

A gestão de recursos hídricos como mecanismo reativo o

instrumento de outorga e as auditorias internas, a revisão das

diretrizes de outorga como dispositivo essencial ao uso

otimizado da água.

O papel das ONGs e do Ministério Público.

Os movimentos nacionais contra mineração e contra a

implantação de obras de infra-estrutura hídrica.

A necessidade de recuperar as etapas clássicas de

desenvolvimento dos projetos em compasso com as etapas de

licenciamento ambiental.