SUSTENTABILIDADE E REDES SOCIAIS: CERTIFICADOS VERDES PELAS REDES SOCIAIS
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1 Pró-Reitoria de Graduação Curso de Comunicação Social Trabalho de Conclusão de Curso SUSTENTABILIDADE E REDES SOCIAIS: CERTIFICADOS VERDES PELAS REDES SOCIAIS Autor: Karina Barbosa do Carmo Orientador: Prof. MSc. André Roberto Sabioni Brasília - DF 2012
SUSTENTABILIDADE E REDES SOCIAIS: CERTIFICADOS VERDES PELAS REDES SOCIAIS
Monografia de autoria de Karina Barbosa do Carmo, intitulada “SUSTENTABILIDADE E REDES SOCIAIS: CERTIFICADOS VERDES PELAS REDES SOCIAIS”, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda da Universidade Católica de Brasília, em 03 de dezembro de 2012, defendida e aprovada pela banca examinadora. Orientador: Prof. MSc. André Roberto Sabioni
Text of SUSTENTABILIDADE E REDES SOCIAIS: CERTIFICADOS VERDES PELAS REDES SOCIAIS
1. 1 Pr-Reitoria de Graduao Curso de Comunicao Social Trabalho
de Concluso de Curso SUSTENTABILIDADE E REDES SOCIAIS: CERTIFICADOS
VERDES PELAS REDES SOCIAIS Autor: Karina Barbosa do Carmo
Orientador: Prof. MSc. Andr Roberto Sabioni Braslia - DF 2012
2. 2 KARINA BARBOSA DO CARMO SUSTENTABILIDADE E REDES SOCIAIS:
CERTIFICADOS VERDES PELAS REDES SOCIAIS Monografia apresentada ao
curso de graduao em Comunicao Social da Universidade Catlica de
Braslia, como requisito parcial para obteno do ttulo de Bacharel em
Publicidade e Propaganda. Orientador: Prof. MSc. Andr Roberto
Sabioni Braslia 2012
3. 3 Monografia de autoria de Karina Barbosa do Carmo,
intitulada SUSTENTABILIDADE E REDES SOCIAIS: CERTIFICADOS VERDES
PELAS REDES SOCIAIS, apresentada como requisito parcial para obteno
do grau de Bacharel em Comunicao Social Publicidade e Propaganda da
Universidade Catlica de Braslia, em 03 de dezembro de 2012,
defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:
______________________________________________ Prof. MSc. Andr
Roberto Sabioni Orientador Comunicao Social UCB
______________________________________________ Prof. MSc. Lunde
Braghini Junior Comunicao Social UCB
______________________________________________ Prof. Dr. Sheila da
Costa Oliveira Comunicao Social UCB Braslia 2012
4. 4 "A gratido a memria do corao" Provrbio francs com muito
orgulho que dedico esse trabalho aos meus pais, Gilberto e Clia,
pois sem eles eu no teria chegado at aqui. Vocs so: o meu porto
seguro, minha admirao diria, meus mestres, meu amor eterno. Tambm o
dedico s pessoas que esto ao meu lado, transmitindo f, amor,
alegria, determinao, pacincia, e coragem. So vocs, familiares e
amigos, que tornam meus dias mais alegres, divertidos, inspiradores
e vitais.
5. 5 AGRADECIMENTO Chegou o to esperado momento de agradecer a
todos que fizeram parte desse momento to importante da minha vida.
A fase da maturidade bateu porta de forma singela. Ingressar nessa
universidade fez de mim uma pessoa melhor, um ser humano capaz de
respeitar as diferenas e acreditar que por meio dos estudos, da
tica e da moral somos todos capazes de construir um futuro melhor
para nossa sociedade. Agradeo a Deus, que diariamente me
proporciona os dons do Esprito Santo como fonte de inspirao e
renovao, pois sem eles eu no teria foras para enfrentar essa longa
jornada, ento cantarei ao Senhor pelos benefcios que me concedeu.
(SALMO 12,6). Aos meus pais, pela confiana, amor, cuidado, dedicao
e sabedoria. Obrigada por me ensinar a seguir pelo caminho certo,
obrigada por me darem a vida e a me ensinarem a sorri. Ao meu irmo,
Filipe, que com sua alegria, simpatia e inteligncia, no me deixou
ficar brava com seus barulhos ao longo da escrita desse trabalho.
Te amo maninho. Aos familiares que sempre esto do meu lado,
acreditando no meu potencial. Aos amigos, esses so demais. No tenho
palavras para agradecer as ligaes, as dicas e conselhos... Passar
pela universidade e no matar aula com vocs no teria sentido. O meu
sincero obrigada, pela amizade, confiana e carinho. Agradeo aos
queridos colegas de trabalho, que por diversas vezes me ajudaram,
deram foras para seguir na jornada tripla e me fizeram rir para
aliviar o estresse. Em especial, as meninas de Plos e Logstica,
vocs fizeram parte dessa histria, muito obrigada! Agradeo a todos
os mestres que me ensinaram e me fizeram ter apreo e desejo ardente
pelo saber, em especial: Lunde Braghini (voc incrvel), Iasbeck (
simplesmente fascinante v-lo falar sobre Semitica), Joo Curvello
(entender a comunicao organizacional sem suas aulas algo
impossvel). Maria Bernadete Brasiliense (quo doce o seu sorriso nos
corredores, seu abrao carinhoso e seu amor pela fotografia), Newton
Scheufler (no me esqueo das aulas de Elementos de Esttica em
Comunicao, das leituras de Roland Barthes e Ariano Suassuna).
6. 6 Paulo Marcelo (como foram boas as aulas de Audiovisual,
foi uma experincia mpar). Rafiza Varo (o texto jornalstico com voc
parece ser to fcil), Raquel Cantarelli (bom, curte Pearl Jam, ento
no tem como no gostar dela. Aulas dinmicas, inteligentes e
criativas), Ronaldo Carvalho (um cara que me fez entender, as
agncias publicitrias, que um briefing precisa ser bom e que preciso
planejar!). Sheila da Costa (um exemplo de competncia, tenho muita
admirao, carinho e respeito. Hoje tenho outra viso sobre poltica),
Alex Vidigal (estou em busca do roteiro perfeito!). E, finalmente
ao meu querido orientador, Andr Sabioni, que um exemplo de doura,
inteligncia, didtica e carisma. Obrigada pela confiana, pacincia e
por acreditar em mim. PS.: Estou escutando Pearl Jam, trilha sonora
de toda minha graduao e de momentos incrveis da minha vida ao lado
de todos vocs.
7. 7 O crescimento pelo crescimento a ideologia da clula
cancergena Edward Abbey
8. 8 RESUMO CARMO, Karina Barbosa do. Sustentabilidade e Redes
Sociais: certificados verdes pelas redes sociais. 2012. 43 f.
Trabalho de Concluso de Curso (graduao em Comunicao Social,
habilitao em Publicidade e Propaganda) Universidade Catlica de
Braslia, Braslia, 2012. Este trabalho mostra a importncia do
marketing verde para a sociedade do sculo XXI. No decorrer dos
tempos o ecossistema sofreu e, ainda sofre com o mau uso dos seus
bens naturais. O marketing verde surge como uma possibilidade de
administrar uma empresa, ou produto, de modo que no cause danos aos
seres vivos e ao meio ambiente, mas sim que viva em harmonia com
ele, restaurando e cuidando desse bem valioso. Nesse sentido, o
objetivo desse estudo mostrar que atravs do marketing verde a
conscincia ambiental, social e econmica, seja estabelecida entre o
cliente e a empresa a fim de obter benefcios para a comunidade
local. A partir dos estudos sobre marketing verde surgiu o desejo
de criar um projeto, chamado Sustentabilidade e Redes Sociais:
certificados verdes pelas redes sociais, que tem por finalidade
criar um Selo Verde Social. Esse Selo ser criado para se tornar
referncia em aes sustentveis e fonte de informao para os usurios
das redes sociais. Os benefcios para o meio ambiente, a sociedade e
a economia que iro desfrutar do marketing verde so muitos, por isso
to importante a divulgao desse tema dentro dos meios de comunicao.
Palavras-chave: Certificao Ambiental. Comunicao. Marketing Verde.
Redes Sociais. Sustentabilidade.
9. 9 ABSTRACT CARMO, Karina Barbosa do. Sustainability and
Social Networks: green certificates through social networks. 2012.
43 f. Course completion assignment (graduate in Social
Communication, major in Advertising) - Catholic University of
Braslia, Braslia, 2012. This term paper presents the importance of
green marketing to society of XXI century. In course of time, the
ecosystem has suffered and still suffers from the misuse of their
natural assets. The green marketing arises as a possibility to
manage a company or product, so they do not harm living beings and
the environment, instead, live in harmony with it by restoring and
taking care of this valuable asset. Therefore, the objective of
this study is to show that through the green marketing
environmental, social and economic awareness is established between
the client and the company in order to obtain benefits for the
local community. From the research on green marketing emerged the
desire to create a project named "Sustainability and Social
Networking: green certificates through social networks", which aims
to create a Green Social Seal. This seal will be designed to become
a benchmark in sustainable actions and source of information for
users of social networks. The benefits for the environment, society
and economy that will enjoy the green marketing are plenty, thats
why the dissemination of this topic within the media is so
important. Keywords: Environmental Certification. Communication.
Green Marketing. Social Networks. Sustainability.
10. 10 SUMRIO 1 INTRODUO
...................................................................................................
11 2 REFERENCIAL TERICO
................................................................................
11 2.1 DESENVOLVIMENTO
SUSTENTVEL...........................................................
12 2.2 MARKETING
VERDE.......................................................................................
14 2.2.1 Produto verde
.........................................................................................
16 2.2.2 Preo verde
............................................................................................
17 2.2.3 Praa verde
............................................................................................
17 2.2.4 Promoo
verde......................................................................................
17 2.2.5 Posicionamento
.........................................................................................
18 2.3 REDES SOCIAIS
.............................................................................................
20 2.3.1 Atores das redes sociais e suas conexes
............................................... 21 2.3.2 Interao,
Relao e Laos Sociais
.......................................................... 22 2.3.3
Capital Social
............................................................................................
24 2.3.3.1 Visibilidade e Reputao
....................................................................
24 2.3.3.2 Popularidade e Autoridade
.................................................................
24 2.3.4 Mdias Sociais
...........................................................................................
25 3 METODOLOGIA
................................................................................................
25 3.1 OBJETIVO GERAL
..........................................................................................
26 3.2 OBJETIVO ESPECFICO
.................................................................................
26 3.3 DETALHAMENTO DAS PESQUISAS
.............................................................. 27 4
ANLISE DOS DADOS
.....................................................................................
27 4.1 ANLISE DA PESQUISA EXPLORATRIA QUANTITATIVA - FASE I
............ 28 4.2 ANLISE DA PESQUISA QUALITATIVA - FASE II
.......................................... 32 CONCLUSO
...........................................................................................................
34 SUGESTO DE TRABALHOS
FUTUROS...............................................................
36 REFERNCIAS
.........................................................................................................
37 APNDICE A - PESQUISA EXPLORATRIA
QUANTITATIVA.............................. 39 APNDICE B - PESQUISA
QUALITATIVA..............................................................
41
11. 11 1 INTRODUO Apesar de ser um conceito bastante utilizado
pela mdia em geral, o desenvolvimento sustentvel ainda se depara
com diversas barreiras, dentre elas a falta de informaes precisas e
coerentes sobre o termo e sua aplicabilidade. Algumas empresas j
utilizam dessa prtica, em conjunto com o marketing verde, para
melhorar seu desempenho econmico e conquistar o reconhecimento de
seus clientes por suas prticas ambientais. Porm, existe uma carncia
no que diz respeito a validao e certificao, por parte dos
consumidores, sobre as prticas sustentveis desenvolvidas pelas
organizaes. Nesse sentido, o projeto Sustentabilidade e Redes
Sociais: certificados verdes pelas redes sociais tem por objetivo
propor um modelo para validar e certificar as aes sustentveis das
organizaes por meio das redes sociais. Falar sobre certificao
ambiental por meio das redes sociais se faz necessrio, pois essa
prtica deve ser divulgada para os consumidores brasileiros como
ponto de partida para uma nova fase de consumo e de manejo
sustentvel. A partir do momento em que o desejo dos consumidores
por produtos verdes for capaz de interferir no processo de produo e
modificar a rotina das empresas em prol do desenvolvimento
sustentvel, ser possvel medir o nvel do engajamento e compromisso
das empresas com relao sustentabilidade. O planejamento estratgico
e a implantao do projeto sero feitos de forma a dar resposta s
necessidades imediatas e futuras das pessoas que navegam e usufruem
das redes sociais como fonte de informao e interao sobre o tema em
destaque. O projeto tem por misso criar espaos de comunicao dentro
das redes sociais para amplificar a manifestao do desejo dos
consumidores por um consumo sustentvel, a fim de provocar mudanas
corporativas a favor do desenvolvimento sustentvel. 2 REFERENCIAL
TERICO
12. 12 Devido ao mau uso dos recursos ambientais, tornou-se
frequente entre os meios de comunicao a discusso sobre os problemas
ambientais e a necessidade de se ter uma conscincia ambiental.
Diante disso, o marketing verde uma oportunidade que as organizaes
tm para introduzir prticas e processos produtivos capazes de
modificar a relao empresa/consumidor com os recursos naturais
disponveis no meio ambiente. Entre vrios conceitos de marketing, a
autora utiliza a definio do professor Philip Kotler, que se encaixa
com o conceito de sustentabilidade. Sendo assim, o marketing como
uma definio social um processo social por meio do qual as pessoas e
grupos de pessoas obtm aquilo de que necessitam e o que desejam com
a criao, oferta e livre negociao de produtos e servios de valor com
outros (KOTLER, 2000, p. 30). A terminologia explorada acerca do
termo sustentabilidade no meio corporativo : empresa sustentvel
aquela que gera lucro para os acionistas, ao mesmo tempo em que
protege o meio ambiente e melhora a vida das pessoas com que mantm
interaes (SAVITZ, 2007, p. 02). 2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL Aps
o relatrio produzido pela Comisso Brundtland, Nosso Futuro Comum,
em 19871, que teve como objetivo discutir a importncia de se pensar
em questes ambientais e o desenvolvimento humano, vinculando
economia e ecologia, surgiu pela primeira vez o termo
desenvolvimento sustentvel. Nesse momento foi elaborado pela
Comisso Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD) o
conceito do tema: Um processo de transformao no qual a explorao dos
recursos, a direo dos investimentos, a orientao do desenvolvimento
tecnolgico e a mudana institucional se harmonizam e reforam o
potencial presente e futuro, a fim de atender s necessidades e
aspiraes humanas. (CMMAD, 1991, p. 49). Com isso o mbito
empresarial j fora tomado por um novo conceito de produo
industrial, no qual comearam a ser pensar e discutir os acidentes 1
Comisso criada em 1983, aps avaliao de resultados dos 10 anos da
Conferncia de Estocolmo. Essa comisso teve por objetivo, promover
audincias em todo o mundo, alm de produzir o relatrio final,
nomeado de Nosso Futuro Comum ou Relatrio Brundtland, apresentado
no ano de 1987.
13. 13 ambientais e o modelo de produo industrial que se deu
aps a revoluo industrial. A dcada de 1990 foi marcada pela busca do
desenvolvimento sustentvel mais efetivo. Com a Conferncia das Naes
Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), tambm
conhecida como Cpula da Terra, ou Eco92, realizada no Rio de
Janeiro com representantes de 179 pases, o termo ganhou fora e mais
contedo. Foram elaborados documentos importantes que continuam
sendo referncia para as discusses ambientais at os dias de hoje. As
discusses geradas propuseram uma mudana profunda nas atitudes
empresariais. Ou seja, criar uma nova tica e uma nova maneira de se
fazer negcios cujo eixo no era o lucro, mas sim o bem-estar humano
e ambiental. Segundo Reinaldo Dias2 (2009, p. 39) o desenvolvimento
sustentvel nas organizaes deve apresentar trs dimenses, so elas: a
econmica, a social e a ambiental, o que chamado de trip da
sustentabilidade. Ou seja, a empresa dever prosperar economicamente
sem agredir o meio ambiente, de forma a economizar recursos
econmicos, sociais e ambientais, tudo isso com foco nas geraes
futuras. Em (DIAS, 2009, p. 130) no ano de 1993 a World Business
Council for Sustainable Development3 (WBCSD) em conjunto com outras
organizaes elaboraram uma definio para mais um conceito ligado ao
desenvolvimento sustentvel, que a ecoeficincia: A eco-eficincia
atinge-se atravs da oferta de bens e servios a preos competitivos,
que, por um lado, satisfaam as necessidades humanas e contribuam
para a qualidade de vida e, por outro, reduzam progressivamente o
impacto ecolgico e a intensidade de utilizao de recursos ao longo
do ciclo de vida, at atingirem um nvel, que, pelo menos, respeite a
capacidade de sustentao estimada para o planeta Terra (WBCSD,
2000). A ecoeficincia tem como objetivo atender as necessidades
bsicas do homem, de modo a aplicar o desenvolvimento sustentvel em
todos os seus aspectos, respeitando o ciclo de vida de um produto
sem comprometer as necessidades das geraes futuras. 2 Reinaldo Dias
- Socilogo, mestre em Cincia Poltica e doutor em Cincias Sociais
pela Unicamp. Especialista em Cincias Ambientais pela USF. 3
Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento
Sustentvel.
14. 14 Diante disso, o desenvolvimento sustentvel deve ser
implementado desde a etapa inicial de pr-produo, passando pela
produo, at chegar ps-produo. A conscientizao dever atingir todas as
instncias desse processo, desde os grandes empresrios, donos e
gerentes, os colaboradores da empresa, os fornecedores, os
distribuidores, os representantes at chegar aos clientes (DIAS,
2009, p. 37). Com todos esses novos conceitos de desenvolvimento
sustentvel empresarial, tambm se criou um novo conceito de
consumidor. No adianta a empresa exercer e desempenhar um servio
com base na ecoeficincia se o consumidor final no comprar essa
ideia. Nesse sentido, temos hoje os consumidores verdes, ou seja,
consumidores com conscincia ambiental, que esto preocupados com o
meio ambiente e os resduos que os produtos consumidos esto
causando. Com isso, temos um novo comportamento de compra, o que
significa que a comunicao e o marketing tambm so influenciados por
essa nova tendncia: Desde o final do sculo passado, um novo
consumidor tem aparecido no mercado, mais consciente e preocupado
com a questo ambiental, estimulando e demandando o aparecimento de
novos selos verdes, certificados e auditorias ambientais. Esta
conscincia sobre o consumo chama-se consumerismo, cujo movimento
nasceu nos Estados Unidos, buscando os interesses dos consumidores
na dcada de 1960 (GIGLIO, 2002, p. 238). Atualmente, este mesmo
consumidor, ajudado por ONGs ambientais, vem cobrando atitudes
ambientais mais coerentes das organizaes empresariais e os prprios
governos (SMITH, 2009) (SEMEAD, 2009). 2.2 MARKETING VERDE O novo
comportamento do consumidor, mais responsvel e preocupado com as
questes ambientais e sociais, proporcionou o surgimento do
marketing verde. Segundo Welford (1995, p. 153-154), o marketing
verde deve ter um enfoque tico e, uma viso holstica do produto
desde o bero tumba, considerando o contexto no qual o produto
produzido. Para Peattie (1995, p. 28), o marketing ambiental um
processo de gesto integral, responsvel pela identificao, antecipao
e satisfao das demandas dos clientes e da sociedade, de uma forma
rentvel e sustentvel. Esse dois conceitos so bem claros, porm, o
termo mais consistente e que se encaixa na comunicao social o
marketing verde, como:
15. 15 Um conjunto de polticas e estratgias de comunicao
(promoo, publicidade e relaes pblicas, entre outras) destinadas a
obter uma vantagem comparativa de diferenciao para os produtos ou
servios que a empresa oferece em relao s marcas concorrentes,
conseguindo desse modo incrementar sua participao no mercado,
consolidando seu posicionamento competitivo (DIAS, 2009, p. 141). A
autora Jacquelin Ottman (1994) deixa claro que no suficiente ter
uma linguagem verde em campanhas, ou abordar a ecoeficincia de um
produto ou empresa em uma publicidade: preciso esverdear a cultura
corporativa da empresa e implementar Polticas Ambientais que sejam
fortemente cumpridas e valorizadas por todos os setores da empresa.
Somente atravs da tica ambiental, verdadeiramente incorporada que
as estratgias de marketing verde podero ser executadas com sucesso.
A Poltica Ambiental de uma empresa deve passar por um profissional
da rea da Gesto Ambiental que, por meio de um Sistema de Gesto
Ambiental (SGA), trar sugestes e orientaes quanto aos recursos e
resduos ambientais que a empresa gera (DIAS, 2009). O objetivo do
SGA no mbito empresarial a reduo de custos com autuaes, passivos
ambientais, matrias-primas, resduos e emisses. J no mbito ambiental
implementar e difundir os princpios do desenvolvimento sustentvel
(DIAS, 2009). O objetivo do Sistema de Gesto Ambiental ser sempre
uma gesto mais eficiente dos recursos e uma maior satisfao do
segmento de mercado em que atua (DIAS, 2009, p. 143). Os princpios
bsicos de um SGA so: conhecer o que deve ser feito e assegurar o
comprometimento da empresa para definir uma poltica de meio
ambiente; elaborar um plano de ao para atender os requisitos da
poltica ambiental da empresa; assegurar condies para o cumprimento
dos objetivos e metas ambientais e implementar ferramentas de
sustentao necessrias para tal; realizar avaliaes
quali/quantitativas peridicas do desempenho ambiental da empresa; e
por fim, revisar e aperfeioar a poltica de meio ambiente, os
objetivos e metas ambientais e as aes implementadas para assegurar
a melhoria contnua do desempenho ambiental da empresa (DIAS, 2009).
O marketing verde deve ser executado e planejado de acordo com o
SGA da empresa, respeitando as diretrizes da gesto ambiental. No
marketing verde no basta projetar e comercializar um produto que no
prejudique o meio ambiente.
16. 16 preciso demonstrar para o consumidor as prticas verdes e
os reflexos destas para a sua atividade de consumo. Para obter
sucesso o marketing verde tem um mix de mercado diferenciado,
baseado no desenvolvimento sustentvel, ou seja, os 4Ps do marketing
(produto, praa, preo e promoo) devem ser ecoeficientes e
sustentveis. 2.2.1 Produto verde o bem, o servio, a pessoa, a idia
e/ou a organizao ofertada ao mercado de consumidores, de modo a
satisfazer as necessidades e desejos dos clientes. Nesses produtos
agregado o adjetivo ecolgico, o que remete ao ciclo de vida do
produto. Este dever cumprir as mesmas funes dos produtos
equivalentes, mas causando menos prejuzo ao meio ambiente durante
seu ciclo de vida (DIAS, 2009, p.144). Um produto verde (ou
ecolgico) , portanto, aquele que cumpre as mesmas funes dos
produtos equivalentes e causa um dano ao meio ambiente inferior,
durante todo o seu ciclo de vida. E, quanto ao produto em si, deve
ser analisada sua composio, se reciclvel, se agride ou no o meio
ambiente, e quanto embalagem, se o material tambm pode ser
reciclado (JOHN, 1994). O conceito de produto ecolgico envolve
todas as etapas do processo de fabricao. Do ponto de vista
ambiental o produto pode ser avaliado atravs de normas. Uma delas a
ISO 14001 (aes coordenadas dentro da empresa e auditadas
externamente, envolvendo a organizao e o produto), ou atravs da
anlise do ciclo de vida do produto (produo, venda,
utilizao/consumo, e eliminao). Outro aspecto a ser analisado sob o
ponto de vista do marketing so as certificaes e rotulagens
ambientais, os chamados selos verdes, que so conferidos por
organizaes independentes, que no esto ligados empresa a ser
vistoriada. Esses selos verdes asseguram a qualidade ambiental do
produto e dos processos produtivos associados a ele. Essa rotulagem
importante e um ponto positivo para promoo desse produto (DIAS,
2009, p. 145).
17. 17 2.2.2 Preo verde O preo um indicador de valor atribudo
ao produto pelo consumidor e reflete nos valores ambientais que ele
possui, alm dos custos de produo (DIAS, 2009, p. 146). O novo
consumidor, mais responsvel e mais flexvel com a causa ambiental,
de modo geral, aceita pagar um preo maior pelo produto
ecologicamente correto, pois entende que existe um valor agregado,
entendendo que o custo financeiro maior significa tambm uma
contrapartida socioambiental. Com isso, esse novo consumidor passa
a ter repdio dos produtos que trazem conseqncias ambientais
irreparveis e que no esto ligadas a causas ambientais. 2.2.3 Praa
verde A distribuio de um produto ou servio verde envolve fatores de
suma importncia, pois necessrio combinar os benefcios primrios do
produto, ou seja, ele dever atender a determinadas necessidades
individuais, juntamente com os benefcios ecolgicos, atendendo a uma
necessidade social. A escolha do ponto de venda (PDV) ir depender
da localizao, dos canais de distribuio, da idoneidade da empresa,
alm da filosofia do PDV, que ser de grande valia para implementar o
produto nesse local, a fim de estimular e finalizar a compra pelo
usurio final. De acordo com DIAS (2009), h dois aspectos que devem
ser considerados na distribuio de um produto do ponto de vista
ecolgico: 1- Minimizar o consumo de recursos e a gerao de resduos
durante a distribuio fsica do produto, ou seja, no transporte,
armazenamento e manipulao; e 2- Criar um sistema eficiente e
distribuio inversa para os resduos que podem ser incorporados ao
sistema produtivo como matria-prima secundria (DIAS, 2009, p. 147).
2.2.4 Promoo verde A funo da comunicao em todo esse processo de
esverdeamento da empresa e do produto de informar os consumidores
sobre os atributos do produto, principalmente os aspectos positivos
em relao ao meio ambiente, alm de
18. 18 transmitir uma imagem organizacional comprometida com a
defesa e preservao dos valores ambientais. A comunicao deve
projetar e sustentar a imagem da empresa, colocando em foco o seu
diferencial ecolgico junto sociedade (DIAS, 2009, p. 148). Durante
o processo de promoo, a comunicao deve divulgar o trabalho de
conscientizao ecolgica da empresa, dar informaes sobre os produtos
e processos de fabricao, colocar em alta as aes pblicas em torno de
questes ecolgicas, etc. Os instrumentos de promoo a serem
utilizados para os produtos e/ou servios verdes so os mesmos
utilizados para uma promoo comum, porm a comunicao pode utilizar
mais dois instrumentos de qualificao e certificao, vindos da gesto
ambiental, de modo a agregar mais valor e credibilidade para o
produto verde. So eles: rotulagem ambiental, os chamados selos
verdes e a certificao dos sistemas de gesto ambiental (SGA), que
tem como exemplo a ISO 14001. As certificaes e as rotulagens
ambientais esto se constituindo cada vez mais em garantia de que os
atributos ambientais declarados sejam reais; o que bom para o
consumidor, que assim tem a certeza de estar adquirindo um produto
ou servio saudvel para si e/ou para o ambiente natural. Tambm para
o empresrio, que obtm em elemento que diferencia o seu produto em
relao a outros com a mesma finalidade; e para a sociedade mais
geral ONGs, administraes pblicas, organismos internacionais etc. ,
que assim tem condies de identificar as organizaes que contribuem
ou no para atingir objetivos ambientais predeterminados. (DIAS,
2009, p. 151). A certificao e a rotulagem ambiental, se adotadas
como estratgia de marketing, so instrumentos de grande importncia
para gerar oportunidade de mercado, a fim de diferenciar o produto
verde de seu concorrente convencional. Alm de posicionar a marca
como uma marca ambientalmente correta e socialmente justa, a
certificao pode contribuir para a insero da marca em novos nichos
de mercado, que a cada dia que passa adota critrios mais rigorosos
quanto responsabilidade ambiental. 2.2.5 Posicionamento
19. 19 Segundo a autora Martha Gabriel (2010, p. 40) o
posicionamento usado como uma ferramenta de comunicao para atingir
a mente do pblico-alvo. Ela tambm usa da definio de (KOTLER, 2003)
de que o posicionamento o ato de projetar a oferta da empresa, de
forma que ela ocupe um lugar distinto e valorizado nas mentes dos
consumidores/clientes-alvo. Para agregar mais valor ao termo,
utilizo a definio de que o posicionamento a escolha que a organizao
faz quanto posio que ela deseja ocupar no mercado, ou seja, a
maneira como o consumidor vai definir a marca com relao aos seus
atributos (DIAS, 2009, p. 148). A fim de complementar o significado
do termo, de modo a acrescentar e dar mais subsdios entende-se que
posicionamento o que voc faz com a mente de seu potencial cliente.
Ou seja, voc posiciona o produto na mente do potencial consumidor
(RIES, 1999). O posicionamento ecolgico funciona da mesma maneira,
pois o foco ser sempre ganhar o primeiro lugar na mente do
consumidor. Porm a partir de anlises feitas, (DIAS, 2009) constatou
que a relao dos clientes verdes com a marca passa por duas dimenses
estratgicas de posicionamento de marca ecolgica, que devem ser
levadas em considerao: 1- Posicionamento ecolgico com reflexos
racionais procura influenciar na percepo da marca, proporcionando
informaes tcnicas ao consumidor, mostrando que durante todo o ciclo
de vida do produto, ele gera baixo impacto ambiental. 2-
Posicionamento ecolgico com reflexos emocionais busca transformar a
marca num meio de associar a experincia sensorial de contato com a
natureza. Ou seja, a natureza que idealizada pelos meios de
comunicao de massa, que transmite sensaes agradveis, de cenrio
buclico, com belas paisagens pode estar mais perto do consumidor,
basta ele experimentar o produto e sentir essa sensao. (DIAS, 2009,
p.149) importante ressaltar que a dimenso emocional aproxima o
cliente da marcar, e surte efeitos de compra em curto prazo. Porm,
essa dimenso tende a ser substituda pela dimenso racional, que se
consolida atravs da fidelizao da marca, o que torna os efeitos de
compra mais duradouros, em mdio e em longo prazo (DIAS, 2009). O
interessante associar essas duas dimenses no processo de
posicionamento e fidelizao da marca verde, pois agregando as duas
dimenses o cliente se tornar um multiplicador promocional dos
produtos.
20. 20 Nesse sentido, inicia-se aqui a discusso sobre o papel
das redes sociais nesse processo de esverdeamento dos usurios e
consumidores conscientes com a causa socioambiental. 2.3 REDES
SOCIAIS Com o desenvolvimento da internet, vrias mudanas ocorreram
no mundo. No momento em que a tecnologia da informao e comunicao e
a internet se aliaram, a sociedade se viu diante de um fenmeno
poderoso e de grande visibilidade, causador de efeitos
surpreendentes e continuamente renovveis. A partir desse encontro,
surgiu o termo cibercultura, que se denomina como uma cultura
contempornea, marcada pelas tecnologias digitais (LEMOS, 2003). De
acordo com o autor Andr Lemos4 (2003) podemos compreender a
cibercultura como a forma sociocultural que emerge da relao
simbitica entre a sociedade, a cultura e as novas tecnologias de
base micro-eletrnica. O que nasceu na dcada de 70, hoje uma
realidade que vibra e corre nas veias de todos que usufruem da
internet como meio de comunicao. As novas tecnologias so criadas e
apresentadas a todo instante para os usurios. A velocidade com que
a informao se prolfera do mundo virtual para o mundo real tamanha,
que a inveno de novas velocidades o primeiro grau da virtualizao
(LVY, 1996, p. 23). A informao em tempo real cada vez mais
utilizada: com a cibercultura podemos estar aqui e agir distncia. A
forma tcnica da cibercultura permite a ampliao das formas de ao e
comunicao sobre o mundo (LEMOS, 2003). Segundo o doutor em
antropologia, Airton Luiz Jungblut, em seu artigo A heterogenia do
mundo on-line: O virtual que ocorre na Internet depende,
fundamentalmente, do tipo de comunicao experimentado pelos homens
que operam esses computadores. Logo, quando falamos em coisas como
relaes virtuais na Internet, no estamos falando propriamente em
Internet, mas, sim, em comunicao mediada por computador ou, como
outros tambm chamam, telemtica (comunicao a distncia atravs da
informtica) (JUNGBLUT, 2004, p. 102). 4 Prof. Dr. Andr Lemos -
doutor em sociologia (ParisV-Sorbonne), professor associado da
Faculdade de Comunicao/UFBA. Pesquisador do CNPq.
21. 21 A partir da cibercultura iniciamos esse processo de
comunicao mediada pelo computador (CMC), assim chamado tambm pela
autora Raquel Recuero 5. Essa comunicao mediada por ferramentas
tecnolgicas possibilita a interao e a comunicao entre autores que,
atravs da rede de computadores deixam rastros que permitem o
reconhecimento de suas conexes e visualizao de suas redes sociais
atravs desses rastros (RECUERO, 2009). A introduo do computador
promoveu mudanas substantivas e sem precedentes na histria da
humanidade. Hoje, milhes de pessoas podem trocar informaes,
estabelecendo vnculos instantneos e efmeros que no tm compromisso
de permanncia, muito menos de fidelidade. 6 (IASBECK , 2002). No
incio da dcada de 90 o estudo sobre redes sociais assume uma
perspectiva diferenciada, a fim de compreender melhor essa nova
forma de se comunicar atravs do universo virtual. Uma rede social
definida como: Um conjunto de dois elementos: atores (pessoas,
instituies ou grupos; os ns da rede) e suas conexes (interaes ou
laos sociais) (Wasserman e Faust, 1994; Degenne e Forse, 1999). Uma
rede, assim, uma metfora para observar os padres de conexo de um
grupo social, a partir das conexes estabelecidas entre os diversos
atores. A abordagem de rede tem, assim, seu foco na estrutura
social, onde no possvel isolar os atores sociais e nem suas conexes
(RECUERO, 2009, p. 24). Para Gabriel (2010), as redes sociais so
estruturas sociais que existem desde a antiguidade e vm se tornando
mais abrangentes e complexas devido evoluo das tecnologias de
comunicao e informao. Vale ressaltar que a tecnologia em si no uma
rede social. As redes sociais s existem com a presena das pessoas,
com o ato de relacionar-se humanamente. As tecnologias so apenas
catalisadores que facilitam as interaes e o compartilhamento
comunicacional, pois a essncia das redes sociais a comunicao.
(GABRIEL, 2010, p. 194). 2.3.1 Atores das redes sociais e suas
conexes 5 Profa. Dra. Raquel da Cunha Recuero doutora em Comunicao
e Informao pela UFRGS, jornalista, professora e pesquisadora do
PPGL e do curso de Comunicao Social da UCPel. 6 Prof. Dr. Luiz
Carlos Assis Iasbeck - doutor em Comunicao e Semitica pela PUC/SP,
professor de Comunicao na Universidade Catlica de Braslia e na
UPIS-DF.
22. 22 J que as redes sociais esto fundamentadas nas relaes
humanas, os atores, representados pelos ns (das redes analisadas),
atuam de forma a moldar estruturas sociais, atravs da interao. Por
se tratar de uma comunicao mediada por computador, as redes sociais
trabalham com representaes de atores sociais, que constroem suas
identidades no ciberespao. Essas representaes podem ser
individuais, um nico n, ou podem ser constitudas por vrios ns, porm
com a mesma ideologia (RECUERO, 2009). preciso criar nas redes
sociais espaos de comunicao e interao humana para percepo do outro.
De acordo com Judith Donath (1999, apud RECUERO, 2009, p. 27)
devido ausncia de informao no ciberespao, as pessoas que interagem
nele so julgadas e percebidas por suas palavras. Essas palavras so
expresses que legitimam e ao mesmo tempo constroem percepes na
mente dos indivduos sobre os atores sociais (RECUERO, 2009, p. 27).
Portanto, preciso, assim, colocar rostos, informaes que gerem
individualidade e empatia, na informao geralmente annima do
ciberespao (RECUERO, 2009, p. 27). Os atores nada mais so que os
ns, ou seja, pessoas ligadas pelos laos, ou conexes. Essa concluso
bsica e singela se d a partir do estudo da Teoria das Redes
Sociais. Um dos primeiros escritores a estudar a natureza dos laos
entre as pessoas foi o cientista e filsofo alemo Johann Wolfgang
von Goethe, em 1809 (GABRIEL, 2010, p. 199). Para que um ator
social exista e mantenha interao na rede necessria uma conexo e,
essa conexo se d a partir dos laos sociais que so criados atravs da
interao social e da relao coexistente entre os atores e isso, de
certa forma, independe de tecnologia de mediao. 2.3.2 Interao,
Relao e Laos Sociais O objetivo da comunicao a interao, que por sua
vez, pode viabilizar as relaes, a fim de facilitar a comunicao
entre os atores sociais. Nesse sentido, a interao uma troca de
estmulos, podendo ela ser mtua ou reativa entre os atores sociais
(PRIMO, 2007). Para Recuero, a interao a matria-prima das relaes e
dos laos sociais (RECUERO, 2009, p. 30-31).
23. 23 A interao social de fato estudar a comunicao entre os
atores sociais, ou seja, a troca de mensagens desse grupo, que pode
ser apresentada de duas formas, sncrona ou assncrona, segundo Reid
(1991, apud RECUERO, 2009, p. 32). A comunicao sncrona aquela que
simula uma interao em tempo real, ou seja, so respostas imediatas
ou quase imediatas, mediadas por computador. Essa comunicao pode
acontecer via chat, ou sistemas de mensagens instantneas. J a
comunicao assncrona no imediata, ou seja, ela leva algum tempo para
ser respondida, o que acontece, por exemplo, em uma comunicao via
e-mail, ou frum (RECUERO, 2009, p. 32). Por se tratar de uma
interao mediada por computador Primo (2003) estabelece duas
tipologias de interao, a mtua e a reativa, que, segundo ele, se
distinguem pelo relacionamento mantido entre os agentes envolvidos.
Desse modo: A interao mtua aquela caracterizada por relaes
interdependentes e processos de negociao, em que cada interagente
participa da construo inventiva e cooperada da relao, afetando-se
mutuamente; j a interao reativa limitada por relaes determinsticas
de estmulo e resposta (PRIMO, 2003, p. 62). Recuero (2009) afirma
que pelo fato de a interao ser mediada pelo computador, ela
geradora de relaes sociais que, por sua vez, vo gerar os laos
sociais (RECUERO, 2009, p. 36). A relao, da mesma forma que a
interao, pode ser mediada pelo computador: sendo assim, pode-se
dizer que os laos sociais so a conexo entre os atores, que foram
constitudos no tempo e espao atravs da interao social. O estudo dos
laos em redes sociais bastante importante para a anlise do capital
social de cada n (indivduo) o valor que cada indivduo recebe da
rede social. A qualidade dos laos interpessoais de um n e as
informaes que esses laos circulam determinam o capital social desse
n. Os laos interpessoais podem ser de trs tipos: fortes (amigos,
famlias, pessoas com quem mantemos relaes prximas), fracos
(conhecidos, pessoas com quem mantemos relaes mais superficiais) ou
ausentes (pessoas que no conhecemos ou no nos relacionamos)
(GABRIEL, 2010, p. 199). Os laos sociais, no entanto, so relaes
especficas, de contato, proximidade, sentimento, localizao que ao
longo da relao e da interao foram estabelecidos.
24. 24 2.3.3 Capital Social Segundo Gabriel (2009, p. 200) o
capital social o valor que cada n, indivduo, adquire, por meio das
redes sociais a que pertence. Esse valor se d atravs do nvel de
visibilidade, reputao, popularidade e autoridade que o ator social
tem dentro das redes sociais. 2.3.3.1 Visibilidade e Reputao A
visibilidade decorrente da presena do ator na rede social. Quanto
mais conectado est o n, maior a chance de o ator social ser
percebido. A visibilidade, portanto, um capital social relacional
(RECUERO, 2009, p. 108). J a reputao um dos principais valores
construdos nas redes sociais. Ela vai ao encontro das impresses
dadas e emitidas (RECUERO, 2009, p. 109) dos indivduos da rede. A
reputao no est ligada a quantidade de conexes de um n, mas sim as
impresses que as conexes tm sobre esse n. A reputao um capital
social relacional cognitivo (GABRIEL, 2010, p. 201). Vale ressaltar
que a maneira pela qual a visibilidade obtida afeta a reputao.
2.3.3.2 Popularidade e Autoridade A audincia de um n na rede vai
indicar a popularidade desse n. Quanto mais conexes um n tem, mais
popular e mais centralizado na rede ele se torna. A popularidade
est relacionada ao nmero de comentrios e ao tamanho da audincia de
cada ator social (GABRIEL, 2010, p. 201). Por ser um capital social
relacional, a audincia est mais relacionada aos laos fracos, pois a
percepo de valor est ligada quantidade de conexes e no qualidade
dessas conexes (RECUERO, 2009, p. 112). O poder de influncia de um
n na rede social denominado de autoridade. Ela no decorrente apenas
do capital social relacional, mas tambm do capital social cognitivo
(GABRIEL, 2010, p. 201). Por ser uma medida de influncia, a
25. 25 autoridade de um ator social est diretamente ligada
reputao que este tem em meio ao seu conjunto de ns. Diante desses
tipos de capital social possvel traar estratgias de monitoramento e
mensurao da influncia do ator social nos sites de redes sociais,
que so espaos utilizados para a expresso das redes sociais na
Internet (RECUERO, 2009, p. 102). 2.3.4 Mdias Sociais Da mesma
forma que as redes sociais no tm ligao direta com a tecnologia, mas
sim dependem de uma ligao entre as pessoas e as conexes humanas, as
mdias sociais tambm tm essas caractersticas. A fim de facilitar a
compreenso desse conceito, a autora Raquel Recuero explica que uma
mdia social : " um conjunto de dinmicas da rede social. Explico: So
as dinmicas de criao de contedo, difuso de informao e trocas dentro
dos grupos sociais estabelecidos nas plataformas online (como sites
de rede social) que caracterizam aquilo que chamamos hoje de mdia
social. So as aes que emergem dentro das redes sociais, pela
interao entre as pessoas, com base no capital social construdo e
percebido que vo iniciar movimentos de difuso de informaes,
construo e compartilhamento de contedo, mobilizao e ao social. E
isso ocorre principalmente porque as redes sociais acabam criando e
mantendo, atravs das ferramentas da Internet, canais mais
permanentemente abertos de informao e contato" (RECUERO, 2010).
Tanto para as redes sociais quanto para as mdias sociais o uso da
tecnologia apenas facilita e favorece a interao das pessoas e a
criao e compartilhamento que alavancam o volume de mdias sociais
criadas pelas pessoas. (GABRIEL, 2010, p. 202). Ou seja, esse
volume de contedo gerado pelos atores das redes sociais precisa ser
armazenado. Nesse sentido, esse contedo registrado e arquivado nas
mdias sociais. 3 METODOLOGIA
26. 26 A tese levantada para elaborao desse projeto a do
marketing sustentvel para alm da imagem da empresa. Isso significa
que no sero propostas estratgias que passe ao consumidor uma falsa
impresso de preocupao ambiental, o chamado greenwashing (OTTMAN,
2012, p.182). Greenwashing no divulga apenas informaes falsas, mas
a ao de maquiar a seriedade da organizao perante sua contribuio com
o meio ambiente, as organizaes alm de divulgar que so verdes,
precisam de fato ser verdes da pr-produo ao ps-consumo (VALENTIM,
2012). A autora acredita que por meio do trip da sustentabilidade7
(ser economicamente vivel, ambientalmente correta e socialmente
justa) as empresas possam desempenhar aes, internas e externas, a
fim de viabilizar o desenvolvimento sustentvel. O Projeto ser
subsidiado por duas pesquisas: a primeira exploratria quantitativa
e a segunda qualitativa, considerando os conhecimentos adquiridos a
partir do referencial terico. Essas pesquisas serviro para
identificar a atitude, o comportamento, a interao e o interesse das
pessoas acerca do tema. 3.1 OBJETIVO GERAL As pesquisas tm por
objetivo identificar conexes e aes que correlacionam redes sociais
e sustentabilidade. As pesquisas serviram para entender como as
pessoas se relacionam com os temas sustentabilidade e marketing
verde, e tm por inteno identificar opinies, sentidos de valor,
identificao de estilo de vida e comportamento dos usurios, com as
pesquisas pretende-se entender o que as pessoas valorizam e como
elas tratam esses temas nas redes sociais. 3.2 OBJETIVO ESPECFICO 7
Trip da sustentabilidade ou triple bottom line, uma expresso que
surgiu na dcada de 90 que reflete o conjunto de valores, objetivos
e processos que uma organizao deve focar para criar valor em trs
dimenses: econmica, social e ambiental (DIAS, 2009). Tambm
conhecido como os 3Ps, da sustentabilidade, mantm relao com as
pessoas (people), o planeta (planet) e o lucro (proift).
27. 27 A partir do resultado obtido nas pesquisas, ser
elaborada a proposta para criao do Selo Verde Social, que ter como
objetivo certificar as aes sustentveis de uma empresa e/ou produto,
a fim de incentivar a divulgao e expanso do mercado sustentvel
atravs das redes sociais. 3.3 DETALHAMENTO DAS PESQUISAS A Pesquisa
Exploratria Quantitativa (ver apndice A) foi desenvolvida por meio
de um formulrio via Google Docs8, aplicado em ambiente virtual,
e-mail e perfil do facebook da autora, com o intuito de mensurar a
interao dos usurios. A fonte de dados para a pesquisa foi de origem
primria, feita atravs da opinio do pblico-alvo. O questionrio
eletrnico foi elaborado com base nas referncias bibliogrficas deste
trabalho, com o objetivo de conseguir um entendimento mais profundo
para realizar uma anlise quantitativa eficaz. A amostra dessa
pesquisa foram 100 pessoas de ambos os sexos, maiores de 18 anos de
idade, de todos os nveis de ensino, que trabalham e utilizam as
redes sociais como meio de comunicao, a fim de obter informaes,
esclarecimentos e opinies sobre produtos/empresas. A Pesquisa
Qualitativa foi realizada aps a anlise dos dados obtidos na
Pesquisa Exploratria Quantitativa, pois o primeiro questionrio
serviu de subsdio para o segundo. A pesquisa foi desenvolvida em
formato de entrevista (ver apndice B) para melhor obter a percepo
das necessidades, opinio, desejos e anseios dos entrevistados em
relao ao tema. A amostra foi a mesma da primeira pesquisa, o que
diferencia que esse questionrio foi aplicado presencialmente, para
um grupo de 36 pessoas, a partir do banco de dados da primeira
pesquisa. Os entrevistados foram escolhidos por meio de uma seleo
aleatria, entre os funcionrios e estudantes da Universidade Catlica
de Braslia, alunos da Academia Torp da Asa Norte/DF e servidores
pblicos do Governo do Distrito Federal e do Governo Federal. 4
ANLISE DOS DADOS 8 Aplicativo do Google usado como ferramenta para
criao de formulrios.
28. 28 4.1 ANLISE DA PESQUISA EXPLORATRIA QUANTITATIVA - FASE I
Os resultados da pesquisa exploratria quantitativa mostram que 65%
dos entrevistados so representantes do sexo feminino e dentre elas
40% concluram ou esto cursando o ensino superior. A pesquisa revela
que 73% dos entrevistados acessam suas redes sociais vrias vezes ao
dia. Entre as redes mais acessadas esto o facebook9, com 30% dos
usurios utilizando a rede, ficando em 2 lugar o youtube 10, com 23%
de usurios assduos. Os aparelhos tecnolgicos mais utilizados para
acessar as redes sociais, segundo os entrevistados, so notebook e
smartphone. De acordo com a pesquisa 78% dos entrevistados
afirmaram que se pudessem contribuir com uma certificao ambiental
que melhorasse o desempenho, a comunicao e a atuao das empresas,
eles o fariam. Esse mesmo grupo declarou que compartilha em suas
redes sociais causas socioambientais em prol do desenvolvimento
sustentvel. Essa pesquisa foi desenvolvida em ambiente virtual no
perodo de 10 a 17 de setembro, do ano de 2012. Seguem abaixo os
dados analisados. Figura 01 Formao Acadmica 11 Fonte: Do autor . 9
Rede Social criada pelo americano Mark Zuckerberg em 2004. Os
usurios podem criar perfis ou fanpages (pessoal ou corporativo) com
lbuns de fotografia, listas de interesses pessoais, acadmicas e
profissionais, alm de compartilhar interesses com seus amigos via
timeline. Existe ainda uma srie de aplicativos que possibilitam a
interao entre os usurios. 10 Site que permite o carregamento e
compartilhamento de vdeos em formato digital. Fundado em 2005 por
trs pioneiros do PayPal, foi comprado pelo Google no ano de 2006.
11 Grficos elaborados pela autora a partir dos resultados gerados
nas pesquisas realizadas para esse projeto.
29. 29 Figura 02 Redes sociais utilizadas Fonte: Do autor.
Figura 03 Frequncia de acesso s redes sociais Figura 04 Plataformas
de acesso s redes sociais Fonte: Do autor. A partir desses dados
foi analisado o nvel de engajamento das pessoas com o termo
sustentabilidade, o uso de produtos ecologicamente corretos e o
nvel de percepo da publicidade anunciada das empresas verdes. Para
95% dos entrevistados que declararam ter familiaridade com o termo
sustentabilidade, apenas 41% deles consomem produtos com Selo
Verde. O grfico
30. 30 da figura 08 mostra o nvel de confiana dos entrevistados
com relao s empresas que passam uma imagem verde, de modo que 58%
acreditam que talvez elas trabalhem de fato com o desenvolvimento
sustentvel. Figura 05 Uso de produtos com Selo Verde Fonte: Do
autor. Figura 06 Nvel de confiana com relao s empresas verdes
Fonte: Do autor. Nos grficos das figuras 08 e 09, 78% dos
entrevistados afirmam que se pudessem contribuir com uma certificao
ambiental para melhorar o desempenho, a comunicao e a atuao das
empresas, eles o fariam. Esse mesmo nmero afirma que compartilharia
em suas redes sociais causas socioambientais em prol do
desenvolvimento sustentvel.
31. 31 Figura 07 Redes sociais como fonte de informao Fonte: Do
autor. Apenas 19% dos entrevistados declararam no utilizar as redes
sociais como fonte de informao, ou seja, hoje, alm de estabelecer
relacionamentos, ela fonte de dados para os consumidores e
transformou o SAC e a Ouvidoria das empresas em uma verso 2.0.
Figura 08 Certificao Ambiental Fonte: Do autor. Figura 09
Compartilhamento de causas sustentveis Fonte: Do autor.
32. 32 4.2 ANLISE DA PESQUISA QUALITATIVA - FASE II A pesquisa
qualitativa foi desenvolvida no perodo de 01 a 11 de outubro, do
ano de 2012. Foram entrevistadas 36 pessoas a partir do banco de
dados da primeira pesquisa. Ela foi importante para qualificar o
nvel de engajamento sustentvel das pessoas que seguem e
compartilham em suas redes sociais eventos e causas sustentveis. A
pesquisa foi feita com o objetivo de identificar um perfil de
consumidor verde, responsvel e consciente do seu papel como agente
do desenvolvimento sustentvel. De acordo com a pesquisa realizada
69%, dos entrevistados so do sexo feminino, esto na faixa etria
entre 19 a 22 anos, 72% tem formao acadmica de nvel superior, 69%
esto no mercado de trabalho, com representao significativa na
classe social B de consumo. Tanto na primeira quanto na segunda
fase da pesquisa foi possvel identificar um perfil feminino, jovem,
com um nvel de escolaridade elevado, atuante no mercado de
trabalho. A partir desse perfil de consumidor, a autora pretende
desenhar e alinhar suas estratgias para elaborao do projeto
Sustentabilidade e Redes Sociais: certificados verdes pelas redes
sociais. Nessa pesquisa, os entrevistados foram questionados sobre
por que deles compartilhariam da suas redes sociais causas
sustentveis. A grande maioria relatou que o faria, pois alm da
conscincia ambiental, eles gostariam de dar visibilidade ao tema,
de modo que, espalhando a mensagem para os amigos, eles poderiam
conscientizar as pessoas, alm de ajudar o planeta, sendo essa uma
afirmao recorrente entre os entrevistados. Alguns relataram que no
compartilhariam em suas redes essas causas, pois no pensaram sobre
o assunto, ou no tenham interesse nisso, porm essa uma parcela
mnima dos entrevistados. Foi possvel identificar que grande parte
dos entrevistados est presente no facebook. Na opinio dos
entrevistados, a minoria das empresas trabalha realmente com o
desenvolvimento sustentvel em sua plenitude. Eles acreditam que h
muito discurso por parte das corporaes. preciso alinhar o discurso
prtica para que essa prtica seja percebida pelos consumidores. Com
relao divulgao feita pelas empresas e/ou produtos ecolgicos, os
entrevistados acreditam que no eficaz, pois nem sempre as pessoas
tm
33. 33 interesse nesses assuntos. Para eles falta divulgao por
parte das empresas, alm de investimento nessa rea. Eles confiam que
uma empresa verde quando seus amigos das redes sociais opinam sobre
ela, muito mais do que quando a prpria empresa comunica que verde.
Por se tratar de um comportamento de compra, a pesquisa aponta que
apenas 14% dos entrevistados pagariam mais caro por um produto,
desde que ele seja social e ecologicamente correto. Esse um nmero
significativo, pois 40% deles alegam que s vezes pagam mais caro
por um produto verde e apenas 6% nunca pensaram sobre o assunto. Ou
seja, esses 46% so clientes em potencial (j compraram a causa, so
conscientes e podem pagar mais caro por um produto/servio de
qualidade). Para grande parte dos entrevistados, apenas
compartilhar causas e aes sustentveis em redes sociais no
suficiente. Uma minoria acredita que vai ficar com uma imagem boa
ao ser um agente de causas sustentveis em suas redes de
relacionamento. De acordo com os entrevistados, os produtos
ecologicamente corretos mais consumidos atualmente por eles so:
lmpada econmica, pincis de maquiagem ecolgicos, papel reciclado,
produtos orgnicos, cosmticos da empresa Natura, lpis ecolgico da
empresa BIC, produtos de limpeza, ecobag, sacolas biodegradveis e
reutilizveis. perceptvel que algumas marcas j tm sua imagem
vinculada sustentabilidade e ao marketing verde. Das pessoas
entrevistadas, mais da metade afirmaram que se pudessem contribuir
compartilhando sua opinio a respeito de prticas ambientais de uma
determinada empresa, desde que isso contribusse para melhorar o
desempenho, a comunicao e a atuao das empresas, elas o fariam. A
fim de aumentar a responsabilidade das empresas quanto ao uso
sustentvel dos recursos naturais, econmicos e humanos, os
entrevistados declararam que no suficiente certificar e avaliar
somente via redes sociais, mas isso um comeo. De acordo com a
pesquisa, a maioria dos participantes acha que as empresas esto
preocupadas sim, com a repercusso de suas prticas ambientais nas
redes sociais, pois de certa forma isso pode ajudar a divulg-la
positivamente. Segundo os entrevistados, uma certificao via redes
sociais, iria aumentar a responsabilidade das empresas quanto ao
uso sustentvel dos recursos
34. 34 naturais, econmicos e humanos, porm, essas prticas
precisam ser sentidas fora das redes, se no, o Selo Verde Social no
ser suficiente. CONCLUSO Por meio desse trabalho foi possvel
realizar um estudo sucinto sobre desenvolvimento sustentvel,
marketing verde e redes sociais. A primeira etapa do trabalho
serviu para identificar os autores e os conceitos, por eles
abordados, a respeito dos temas. A forma de consumo da sociedade
tem muito a ver com a maneira como ela usa os recursos e energias
disponveis na sociedade. Tem ligao com a atitude em cada momento de
suas vidas. Criar relacionamentos duradouros e lucrativos com um
cliente, com a funo de planejar e executar a distribuio de um
produto, a fim de satisfazer o consumidor, de forma que no degrade
o meio ambiente, sem gastos desnecessrios, o que prope o marketing
verde. Ele deve ser visto e praticado de forma a renovar e cuidar
do meio ambiente e de todos os colaborarem para esse
desenvolvimento limpo e ecologicamente correto. A pesquisa aponta
que fundamental impregnar na mente do consumidor a conscincia
ambiental e o desejo de mudana de comportamento. Nesse sentido, os
sites de redes sociais so fundamentais, pois so capazes de
construir e facilitar a manifestao dos diversos tipos de capital
social na rede. O uso dos sites de rede social favorece a atuao das
pessoas para interagir e compartilhar contedo em suas redes sociais
online e off-line. Com essa interao e engajamento dos usurios das
redes sociais, o projeto Sustentabilidade e Redes Sociais:
certificados verdes pelas redes sociais entrar em prtica, de
maneira que o Selo Verde Social ganhe visibilidade e reconhecimento
a partir do modelo que ser desenvolvido futuramente. Com os dados
levantados na pesquisa foi possvel analisar o nvel de engajamento
das pessoas perante o tema sustentabilidade e sua aplicabilidade.
Alm disso, foi possvel identificar usurios que esto preocupados com
o meio ambiente, mas que ainda no praticam aes concretas para o
desenvolvimento sustentvel.
35. 35 A pesquisa ainda aponta que as empresas precisam
esclarecer para seus clientes quais aes, estratgias e resultados
devem adotar para realizar as aes em prol do desenvolvimento
sustentvel. No basta que as corporaes implementem aes sustentveis.
Elas precisam anunciar aos seus consumidores para que os mesmos
possam comprar e disseminar essa ideia tambm. Ficou claro nas
pesquisas que h um problema de comunicao que precisa ser resolvido,
seja atravs do marketing verde, do engajamento nas redes sociais ou
no comportamento de compra dos indivduos. Para que esse problema de
comunicao seja resolvido, importante que todos da organizao
sintam-se parte dessa mudana de comportamento, alm da mudana nos
processos de produo. Investir em rodas de conversa e treinamento
dos colaboradores certamente far com que as pessoas mudem sua viso
de mundo, com a quebra de paradigmas e o despertar do pensamento
para uma sociedade ecologicamente correta, think outside the box12.
preciso melhorar a comunicao interna e externa da empresa, de modo
que ela adquira um posicionamento ecolgico. Criar um plano de
comunicao que atenda as necessidades do marketing verde ampliar o
espao de comunicao da organizao. Estabelecer prazos, metas e
objetivos ser fundamental para essa nova fase das empresas.
importante que essa mudana seja de dentro para fora, portanto,
imprescindvel que todos os colaboradores entendam o que precisa ser
modificado. S assim ser possvel assimilar a participao de cada
indivduo nesse processo de mudana, a fim de viabilizar a conscincia
ambiental dentro dos meios de comunicao, e por fim, gerar contedo
para as redes sociais, local de aplicao e discusso do Selo Verde
Social. O projeto Sustentabilidade e Redes Sociais: certificados
verdes pelas redes sociais est diretamente relacionado capacidade
do indivduo de se adaptar ao novo, a fim de ser um agente de
transformao. Entender que mudar pode ser fascinante e pode trazer
oportunidades e reconhecimento, tanto para empresa, quanto para o
usurio algo que deve ser rapidamente percebido, atravs das
campanhas publicitrias e/ou institucionais. 12 Expresso de lngua
inglesa para o termo pensar fora da caixa.
36. 36 SUGESTO DE TRABALHOS FUTUROS Sugere-se como trabalhos
futuros estudos para aprofundar o conhecimento na rea de marketing
verde e explorar mais sobre o comportamento desse novo consumidor,
para assim poder implantar e validar a proposta do Selo Verde
Social, nas redes sociais. Na consolidao do modelo proposto
fundamental verificar se as empresas participantes possuem um
Sistema de Gesto Ambiental e uma Poltica Ambiental bem definida,
pois esses so princpios bsicos para aplicao do Selo. A implantao do
Selo em uma determinada empresa depender do cumprimento da sua
poltica ambiental, da melhoria contnua do seu desempenho
socioambiental, dos resultados das auditorias, alm do nvel de
envolvimento com os consumidores. S assim ser possvel obter dados e
resultados, a fim de alimentar as redes sociais e motivar os
consumidores a avaliarem as empresas. necessrio tambm criar mtricas
para monitorar o nvel de engajamento e posicionamento das empresas
participantes, permitindo assim a complementao do modelo proposto
nesse trabalho para ampliao da capacidade da certificao e sua
utilizao por outros atores da sociedade.
37. 37 REFERNCIAS CARMO, Karina Barbosa do. Artigo acadmico: O
marketing sustentvel para alm da imagem da empresa. 2011. Trabalho
apresentado para aprovao na disciplina de Metodologia da Pesquisa
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Paulo, 29 fev. 2012. Disponvel em: . Acesso em 24 nov. 2012.
39. 39 APNDICE A - Pesquisa Exploratria Quantitativa 1. Qual o
seu sexo? ( ) Feminino ( ) Masculino 2. Qual a sua formao acadmica?
( ) Educao bsica ( ) Ensino fundamental ( ) Ensino Mdio ( ) Ensino
Superior ( ) Especialista ( ) Mestre/Doutor 3. Quais redes sociais
voc utiliza? ( ) Facebook ( ) Twitter ( ) Orkut ( ) Google Plus ( )
Youtube ( ) LinkedIn ( ) Outros 4. Com que frequncia voc acessa
suas redes sociais? ( ) Uma vez por dia ( ) Vrias vezes ao dia ( )
Semanalmente ( ) Mensalmente ( ) Raramente 5. Voc acessa as redes
sociais pelo: ( ) Desktop ( ) Notebook ( ) Smartphone ( ) Tablet (
) Outro aparelho eletrnico 6. Voc compra produtos com selo verde? (
) Sim ( ) No ( ) Desconheo
40. 40 7. O termo sustentabilidade comum para voc? ( ) Sim ( )
No 8. Em sua opinio, as empresas que passam uma imagem verde, de
fato trabalham com o desenvolvimento sustentvel? ( ) Sim ( ) No ( )
Talvez 9. A divulgao feita pelas empresas/produtos verdes a seu ver
eficaz? ( ) Sim ( ) No ( ) s vezes 10. Voc pagaria mais caro por um
produto, desde que ele seja social e ecologicamente correto. ( )
Sim ( ) No ( ) Talvez 11. Voc utiliza as redes sociais como fonte
de informao sobre empresas e/ou produtos? ( ) Sim ( ) No ( ) s
vezes 12. Se voc pudesse contribuir com uma certificao ambiental
para melhorar o desempenho, a comunicao e a atuao das empresas, voc
o faria? ( ) Sim ( ) No ( ) Talvez 13. Voc compartilharia em suas
redes sociais causas socioambientais em prol do desenvolvimento
sustentvel? ( ) Sim ( ) No ( ) Talvez
41. 41 APNDICE B - Pesquisa Qualitativa 1. Qual o seu sexo? ( )
Feminino ( ) Masculino 2. Em qual faixa etria voc se encaixa? ( )
16 a 18 anos ( ) 19 a 22 anos ( ) 23 a 26 anos ( ) 27 a 30 anos ( )
mais de 30 anos 3. Qual a sua formao acadmica? ( ) Educao bsica ( )
Ensino fundamental ( ) Ensino Mdio ( ) Ensino Superior ( )
Especialista ( ) Mestre ( ) Doutor 4. Voc trabalha? ( ) Sim ( ) No
5. Em qual classe de consumo voc se encaixa? ( )A ( )B ( )C ( )D 6.
Voc utiliza quais dessas redes sociais? ( ) Facebook ( ) Twitter (
) Orkut ( ) Google Plus ( ) Youtube ( ) LinkedIn ( ) Outros
42. 42 7. Com que frequncia voc acessa suas redes sociais? ( )
Uma vez por dia ( ) Vrias vezes ao dia ( ) Semanalmente ( )
Mensalmente ( ) Raramente 8. Voc utiliza as redes sociais como
empresas/produtos/ eventos sustentveis? ( ) Sim ( ) No ( ) s vezes
( ) ____________________________ fonte de informao sobre 9. Por que
voc compartilharia em suas redes sociais causas sustentveis? 10. Em
sua opinio, as empresas que passam uma imagem verde de fato
trabalham com o desenvolvimento sustentvel? 11. A divulgao feita
pelas empresas/produtos ecolgicos a seu ver eficaz? 12. Em qual
situao voc confia mais que uma empresa verde: ( ) quando seus
amigos das redes sociais opinam; ( ) quando a empresa comunica que
verde? 13. Voc compra produtos com selo verde? ( ) Sim ( ) No ( )
No fao ideia de quais produtos so verdes 14. Voc paga mais caro por
um produto, desde que ele seja social e ecologicamente correto. ( )
Sim ( ) No ( ) s vezes ( ) _____________________________ 15. Voc
acha que compartilhar causas e aes sustentveis em redes sociais
suficiente? ( ) Sim ( ) No ( ) s vezes ( )
_____________________________
43. 43 16. Quando voc compartilha em suas redes um
produto/empresa/evento verde, por que o faz? 17. Voc acha que vai
ficar com uma imagem boa ao ser um agente de causas sustentveis? (
) Sim ( ) No ( ) Talvez ( ) _____________________________ 18. O que
voc est consumindo atualmente de produtos que sejam sustentveis?
19. Quando voc consume algo verde, o que te motiva a usar? E a
compartilhar? 20. Se voc pudesse contribuir compartilhando uma
opinio a respeito de prticas ambientais de uma empresa para
melhorar o desempenho, a comunicao e a atuao das empresas, voc o
faria? ( ) Sim ( ) No ( ) Talvez ( ) _____________________________
21. Voc acha que as empresas esto preocupadas com a repercusso das
suas prticas ambientais nas redes sociais? 22. Voc acha que uma
certificao, via redes sociais, iria aumentar a responsabilidade das
empresas quanto ao uso sustentvel dos recursos naturais, econmicos
e humanos?