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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ANÁLISE E PROPOSTA DE SOLUÇÃO PARA A PRODUÇÃO DE ENTULHO CLASSE A (CALIÇA) NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM LUCIANO RODRIGO SILVA DE LIMA BRUNA FONSECA PEREIRA Belém PA Abril de 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL

SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL – ANÁLISE E PROPOSTA DE SOLUÇÃO

PARA A PRODUÇÃO DE ENTULHO CLASSE A (CALIÇA) NA REGIÃO METROPOLITANA

DE BELÉM

LUCIANO RODRIGO SILVA DE LIMA

BRUNA FONSECA PEREIRA

Belém – PA

Abril de 2013

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LUCIANO RODRIGO SILVA DE LIMA

BRUNA FONSECA PEREIRA

SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL – ANÁLISE E PROPOSTA DE SOLUÇÃO

PARA A PRODUÇÃO DE ENTULHO CLASSE A (CALIÇA) NA REGIÃO METROPOLITANA

DE BELÉM

Belém – PA

Abril de 2013

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como exigência parcial para

a obtenção do Título de Engenheiro

Civil, submetido à banca examinadora

da Universidade Federal do Pará, do

Centro Tecnológico, da direção do curso

de engenharia civil, elaborado sob a

orientação da Prof. Dr. Manoel Diniz

Peres.

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LUCIANO RODRIGO SILVA DE LIMA

BRUNA FONSECA PEREIRA

Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Curso de Bacharelado em

Engenharia Civil do Instituto de Tecnologia, da Universidade Federal do Pará, como

parte dos requisitos para a obtenção do título de Engenheiro Civil, sendo considerado

satisfatório e APROVADO em sua forma final pela banca examinadora existente.

APROVADO EM: _____/_____/_____

Banca Examinadora

_______________________________________________

Prof. Dr. Manoel Diniz Peres

Engenheiro Civil, Diretor da Faculdade de Engenharia Civil da UFPA

Professor-Orientador – DET/CT - UFPA

_______________________________________________

Prof. MSc. José Hélio Alvarez Elarrat

Engenheiro Civil, Professor da Faculdade de Engenharia Civil da UFPA

Examinador Interno – DET/CT- UFPA

_______________________________________________

Prof. MSc. Antônio Malaquias Pereira

Engenheiro Civil, Professor da Faculdade de Engenharia Civil da UFPA

Examinador Interno – DET/CT- UFPA

CONCEITO FINAL: __________

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Dedicamos ás nossas famílias, aos

amigos, aos professores do curso, em

especial ao Prof. Dr. Manoel Diniz Peres,

os quais foram fundamentais em nossa

carreira acadêmica.

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Agradecemos aos nossos pais, amigos e

familiares pelo incentivo, dedicação e

carinho.

Aos colegas de turma, que contribuíram

para o nosso amadurecimento pessoal e

profissional.

Aos professores e funcionários da

UFPA, pela disposição em nos ajudar.

Ás empresas que nos forneceram

materiais indispensáveis para estudo:

Mapre Equipamentos, Cidade Limpa,

Marko Engenharia, entre outras.

Agradecemos á noiva do Luciano Lima

por toda compreensão e apoio.

Agradecemos a todos os colaboradores

diretos e indiretos para o sucesso deste

trabalho de conclusão.

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"O desenvolvimento sustentável é talvez um dos

mais difíceis e um dos objetivos mais prementes

que enfrentamos. Exige por parte de todos nós,

compromisso, ação, parcerias e, por vezes, os

sacrifícios dos nossos padrões de vida tradicionais

e dos interesses pessoais".

Mostafa Tolba, presidente da Comissão sobre

Desenvolvimento Sustentável

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LISTA DE IMAGENS

Imagem 01 Logotipo do Conama e imagem de sustentabilidade 19

Imagem 02 Quadro de uso recomendado de agregados 30

Imagem 03 Modelo de área de implantação 49

Imagem 04 Características do Rebritador 53

Imagem 05 Plataforma Metálica 57

Imagem 06 Um dos modelos de projetos fornecidos pela Mapre 58

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LISTA DE FOTOS

Foto 01 Processo de demolição e container para recolhimento 22

Foto 02 Restos de demolição, blocos cerâmicos, argamassa, etc 23

Foto 03 Bank Of America Tower – EUA 25

Foto 04 Catedral de Brasília 28

Foto 05 Container de entulho normalmente disposto próximo ao calçamento e

obstruindo via

33

Foto 06 Container de entulho da empresa Cidade Limpa disposto de forma

adequada, sem obstrução de via

33

Foto 07 Retirada de entulho proveniente de demolição em andamento da

obra Ananindeua-PA

36

Foto 08 Tomada aérea Lixão do Aurá 40

Foto 09 Alimentador Vibratório modelo AV-27070 ou 28050 novo 50

Foto 10 Britador Primário modelo 6240 novo (Capacidade de produção de 20-

40 m3/hora. Motor de: 40 CV)

51

Foto 11 Rebritador 9026 novo 52

Foto 12 Peneira Vibratória 4000x1500x04 decks 54

Foto 13 Quadro Elétrico dos Equipamentos, Vista Interna 55

Foto 14 Quadro Elétrico dos Equipamentos, Vista Externa 55

Foto 15 Equipamento motorizado e treliças U 57

Foto 16 Pátio de estocagem de material produzido pela USIPAR 64

Foto 17 Processo de triagem no alimentador da britadeira 65

Foto 18 Movimentação de materiais produzidos pela USIPAR 65

Foto 19 Pátio de usinagem e estocagem de material da Eco-X 66

Foto 20 Usina Aparecida de Goiânia-GO da RNV 67

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 Classificação e quantificação do entulho retirado da obra Belém-PA 35

Gráfico 02 Classificação e quantificação do entulho retirado da obra

Ananindeua-PA

36

Gráfico 03 Classificação e quantificação do entulho retirado na RMB. Fonte:

Cidade Limpa

39

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Dados da obra Belém-PA 34

Tabela 02 Dados da obra Ananindeua-PA 34

Tabela 03 Especificações dos equipamentos fornecidos 59

Tabela 04 Custo global com mão-de-obra 61

Tabela 05 Custo fixo de faturas 62

Tabela 06 Resumo do orçamento geral 62

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

ABRECON – Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil

e Demolição.

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

APORTE – Crédito da Caixa Econômica Federal.

ATT – Área de Transbordo e Triagem.

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

CAP – Clube Atlético Paranaense.

CEMPRE – Compromisso Empresarial para a Reciclagem.

CBCS – Conselho Brasileiro de Construção Sustentável.

CDS – Comissão de Desenvolvimento Sustentável.

CNI – Confederação Nacional da Indústria.

CO2 – Dióxido de Carbono.

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente.

CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia.

CV – Cavalos.

FCO – Fundo Constitucional de Financiamento.

FINAME – Financiamento de Máquinas e Equipamentos.

GO – Estado de Goiás.

h – Hora.

HXLXC – Altura, largura e Comprimento.

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

ISO – International Organization for Standardization (Organização Internacional para

Padronização).

KG – Quilo.

m² – Metro quadrado.

m³ – Metro Cúbico.

mm – Milímetro.

MPE – Ministério Público Estadual.

NBR – Denominação de norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ONU – Organização das Nações Unidas.

PA – Estado do Pará.

PR – Estado do Paraná.

PROGER – Programa de Geração de Emprego e Renda.

PVC – Cloreto de Polivinila.

RCD – Resíduos da Construção Civil e Demolição.

RH – Recursos Humanos.

RMB – Região Metropolitana de Belém.

RMC – Região Metropolitana de Curitiba.

RPM – Rotações por Minuto.

RS – Rio Grande do Sul.

SESAN – Secretaria Municipal de Saneamento.

SESMA – Secretaria Municipal de Saúde e Meio Ambiente.

SEMA – Secretaria do Meio Ambiente.

SINDUSCON – Sindicato da Indústria da Construção Civil

SINIMA – Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico.

SINIR – Sistema Nacional de Informações Sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos.

SINISA – Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico.

SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente.

SNIRH – Sistema Nacional de Informações de Recursos Hídricos.

SP – Estado de São Paulo.

Ton – Tonelada.

USIPAR - Usina de Recicláveis Sólidos Paraná S/A.

USP – Universidade de São Paulo.

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RESUMO

A fim de discorrer sobre um tema de extrema importância para o futuro do setor

da construção civil, as questões a respeito da sustentabilidade, seus preceitos, órgãos

gestores, eventos, dentre outras manifestações de preocupação com o tema são

inicialmente abordados. Almejando discorrer a respeito de sustentabilidade, um tema

muito impactante atualmente, e inserir o termo no crescente, apesar da redução no

índice de crescimento, mercado da construção civil. Inserindo a pesquisa de campo

com restrição na Região Metropolitana de Belém e visando obter dados referentes à

produção, coleta e manejo de resíduos. Levando em conta dados obtidos direto da

produção com as obras, e todo processo e classificação interna de acordo com classes

especificadas e descritas em normas. A atual situação da coleta de resíduos, seus

entraves e sérios problemas judiciais, ambientais e sociais são abordados a fim de

obter uma visão paralela à situação da produção de resíduos da construção. Por fim

uma análise de custos de implantação de uma usina de reciclagem de entulho

proveniente da construção civil, bem como a norma vigente, e todos os processos para

se produzir novos materiais a partir do que, estava, e atualmente ainda está sendo

lançado inadequadamente no meio ambiente.

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SUMÁRIO

1 – Introdução. ............................................................................................................... 17

2 – Sustentabilidade na Construção Civil ...................................................................... 18

2.1 – Condições para uma Construção Sustentável ...................................................... 18

2.2 – CONAMA .............................................................................................................. 19

2.3 – Reciclagem ........................................................................................................... 20

2.4 – Reciclagens de Entulho ........................................................................................ 21

2.5 – Construção Civil e a Geração de Entulho ............................................................. 21

2.6 – Trabalho de Reciclagem na Construção Civil ....................................................... 23

2.7 – Construção Sustentável: Etapa Preliminar ........................................................... 24

2.8 – Etapas Importantes .............................................................................................. 25

2.9 – Uso racional de Recurso Hídrico .......................................................................... 26

2.10 – Variáveis Climáticas ........................................................................................... 26

2.11 – Sobre Conforto e Construção ............................................................................. 27

2.12 – ABRECON .......................................................................................................... 28

2.13 – RCD (Resíduos da Construção Civil e Demolição) ............................................ 28

2.14 – Ilustração ............................................................................................................ 30

2.15 – Plano .................................................................................................................. 31

3 – Coleta de dados referente aos serviços de retirada de entulho proveniente da

construção civil na Região Metropolitana de Belém (RMB) ........................................... 32

3.1 – Geração de entulho na região metropolitana de Belém-PA .................................. 32

3.1.1 – Crescimento da Construção Civil....................................................................... 32

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3.1.2 – Geração de entulho na construção civil ............................................................. 32

3.1.3 – Região metropolitana de Belém-PA e a geração de entulho ............................. 34

3.1.3.1 – Resultado dos dados obtidos nas obras ......................................................... 35

3.1.3.2 – Análise dos dados obtidos nas obras ............................................................. 36

3.1.3.2.a – Belém-PA .................................................................................................... 36

3.1.3.2.b – Ananindeua-PA............................................................................................ 37

3.1.4 – Pesquisa com uma empresa de coleta de entulho atuante em grande ou maior

escala na RMB .............................................................................................................. 37

3.1.4.1 – Empresa Cidade Limpa .................................................................................. 37

3.1.5 – Destinação inadequada e não licenciada de resíduos na RMB ......................... 39

4 – Implantação de uma empresa recicladora de caliça proveniente da construção civil

na RMB. (Classe Crítica) ............................................................................................... 42

4.1 – Reciclagem e sua importância para a sustentabilidade na construção civil ......... 42

4.2 – O impasse denominado “Classe Crítica” .............................................................. 44

4.3 – Proposta de uma empresa de reciclagem direcionada à classe crítica na RMB .. 45

4.3.1 – Benefícios da utilização de serviços de uma Usina de Reciclagem .................. 45

4.3.2 – Estudo econômico e normativo de implantação de uma Usina de Reciclagem na

RMB .............................................................................................................................. 45

4.3.2.1 – Classificação dos resíduos da construção civil ............................................... 46

4.3.2.1.a - Classe A ....................................................................................................... 46

4.3.2.1.b - Classe B ....................................................................................................... 46

4.3.2.1.c - Classe C ....................................................................................................... 46

4.3.2.1.d - Classe D ....................................................................................................... 47

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4.3.2.2 – Área de instalação .......................................................................................... 47

4.3.2.3 – Orçamento obtido com dados pesquisados .................................................... 48

4.3.2.4 – Orçamento Mapre Equipamentos Rodoviários (fabricação e fornecimento de

planta completa com produção de: 30-60 ton./h) .......................................................... 50

4.4 – Modelos de inspiração para empresa de reciclagem e análise técnica de sua

implantação ................................................................................................................... 63

4.4.1 – USIPAR - Usina de Recicláveis Sólidos Paraná S/A ......................................... 63

4.4.2 – ECO-X ............................................................................................................... 66

4.4.3 - RNV – Gestão e Soluções em Resíduos ............................................................ 67

5 – Conclusões .............................................................................................................. 68

ANEXO .......................................................................................................................... 69

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 74

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INTRODUÇÃO

O homem e sua relação com o meio ambiente sempre foi fundamental para o

desenvolvimento da sociedade, sendo da natureza o que ser humano extrai para suprir

suas necessidades primordiais para a sobrevivência. Ao mesmo tempo, o homem

desenvolve avanços em suas técnicas e se qualifica para trabalhar no meio ambiente

começando em sua moradia. Hoje a busca é muito grande para o desenvolvimento de

construções que sejam sustentáveis e propiciando técnicas que visem, tais medidas:

condicionamento de ar, posicionamento de fachada em relação ao nascente/poente do

sol, destinação de resíduos sólidos, reuso de água entre outras.

O conceito de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável na construção

necessita visar um planejamento capaz de interferir de forma consciente no meio

ambiente e também se preocupando com as questões financeiras da construção sem

contabilizar projetos de manutenção de sua edificação. Portanto, construções mais

modernas devem, e nos dias atuais, já utilizam modelos e tecnologias visando o bem

estar do homem/ natureza, porém ainda temos um caminho longo a seguir.

A sustentabilidade está interligada a uma série de medidas sendo as principais

no aspecto social, econômico e ecológico visando sempre melhorar a condição de vida

do homem em seu meio. Por isso, ele busca usar o meio ambiente como um

complemento fundamental em seu desenvolvimento e precisando ter a

responsabilidade de cuidar conscientemente para que haja sempre os recursos

naturais para a vida. Algo que ilustra bem o que foi argumentado até então e que

também servirá de base para o entendimento de muitos argumentos a serem vistos em

assuntos posteriores é uma parte do discurso feito no Relatório de Brundtland em

1987:

“Suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações

futuras de suprirem as suas".

O Relatório de Brundtland, feito por uma ministra norueguesa Gro Harlem

Brundtland, nomeada pela ONU para coordenar os debates ambientais na Comissão

Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Este relatório acabou sendo uma

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referência mostrando que existe uma limitação neste uso de recursos naturais para que

o homem possa continuar sobrevivendo em seu meio e continue a perpetuação da

espécie. Algumas considerações devem ser lembradas a fim de moldar um projeto

minimamente capaz de estabelecer o desenvolvimento sustentável correto, as medidas

são: uso de novos materiais na construção, reestruturação da distribuição de zonas

residenciais e industriais, aproveitamento e consumo de fontes alternativas de energia,

como a solar, a eólica e a geotérmica; reciclagem de materiais reaproveitáveis,

consumo racional de água e de alimentos e redução do uso de produtos químicos

prejudiciais à saúde na produção de alimentos.

Outras referências tão conhecidas como a mencionada anteriormente seriam:

Relatório do Clube de Roma: Limites do Crescimento (1968), Declaração de Estocolmo

(1972); Declaração do Rio (1992), Agenda 21 (1992) e Rio +20 (2012). Tão importante

como o Relatório de Brundtland, e também propondo ideias para garantir a

conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e visando

também o âmbito social como foi a Agenda 21, por exemplo. A Agenda 21 tinha em

vista as estratégias de combate à pobreza e à miséria, as mudanças necessárias a

serem introduzidas nos padrões de consumo, nas inter-relações entre sustentabilidade

e dinâmica demográfica e com propostas para a promoção da saúde pública e a

melhoria da qualidade do saneamento urbano.

2. SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

2.1 Condições para uma Construção Sustentável

É importante que um projeto de sustentabilidade tenha qualidade, sempre pela

busca de melhoria contínua, por estimular a melhoria constante dos processos

empresariais, que estão ligados ao consumo de recursos naturais, produtividade,

desperdício e durabilidade. Outra medida fundamental é selecionar fornecedores de

forma consciente e tendo conhecimento de seu papel no mercado, tanto de materiais e

serviços, assim como a equipe da mão de obra. Porque tendo a garantia da

legitimidade da empresa, a seleção de fornecedores formais aumenta a

profissionalização na cadeia produtiva. E por fim, utilizar novas tecnologias sempre que

possível, a tecnologia deve ser vista como uma ferramenta que auxilia o homem a

trabalhar de forma racional na natureza.

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Por exemplo, o planejador, tem programas de geo-referenciamento como fotos

aéreas tiradas de satélites, programas que permitem trabalhar simultaneamente várias

disciplinas de planejamento pode então mostrar obstáculos a serem vencidos bem

como auxiliar a maneira de pensar em soluções para os mais graves problemas de

nossas cidades. Logo, as inovações são usadas como recursos que fazem o homem

conhecer seu ambiente e ele podendo trabalhar melhor e com mais lógica e cautela.

2.2 CONAMA

Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) emitiu a Resolução Nº 307, de

cinco de julho de 2002, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a

gestão dos resíduos da construção civil. Segundo o texto da resolução, “os geradores

deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a

redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final”.

Imagem 01 – Logotipo do CONAMA e imagem de sustentabilidade. Fonte: Internet.

http://geracaosustentavel.com.br/2011/09/28/transformando-entulhos-da-construcao-

civil-em-novos-produtos/

CONAMA nº 307/2002: Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a

gestão dos resíduos da construção civil.

Considerando que a implantação de sistemas de disposição final de resíduos

sólidos urbanos deve ser precedida de Licenciamento Ambiental concedida por órgãos

de controle ambiental competentes, nos termos da legislação vigente e desta

Resolução.

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2.3 Reciclagem

Este termo reciclagem pode ser descrito como redução do uso de recursos

naturais e permanência da matéria-prima no processo de produção, e sendo um tema

muito discutido no que diz respeito à construção civil.

Os resíduos da construção civil (de acordo com a CONAMA) são aqueles

provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção

civil e os resultantes da preparação e escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos

cerâmicos, concreto em geral, solo, rocha, madeira, forro, argamassa, gesso, telha,

pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica, sendo este último

comumente chamado de entulho de obra, caliça ou metralha.

Para uma proposta adequada referente à gestão sustentável é necessário o

conceito de reciclagem quando há geração de resíduos da fonte. Caso não exista a

possibilidade de reciclá-los, os resíduos devem ser incinerados (com recuperação de

energia) ou aterrados. Um processo de reciclagem adequado requer um resíduo de

qualidade, o que implica no trabalho de segregar os resíduos junto à fonte geradora, ou

seja, nos próprios canteiros de obra, sendo algo extremamente complicado a ser

trabalhado ainda por muitas empreiteiras.

Entretanto, a segregação dos resíduos nos canteiros de obra, permitiria a

garantia de uma maior qualidade dos resíduos e reduzir custos de beneficiamento,

fortalecendo o processo de produção de materiais reciclados. O que por fim tornaria

uma medida economicamente rentável ao construtor.

A viabilização da coleta seletiva envolve o desenvolvimento de um Plano de

Gerenciamento de Resíduos em cada obra, incluindo a conscientização da mão de

obra e a introdução de rotinas de segregação/armazenamento dos resíduos e a

organização dos seus fluxos.

A dificuldade está na falta do hábito em reciclar, para isso teriam que empresas

construtoras buscar reduzir ao máximo as perdas e a geração de resíduos por meio da

adoção de métodos construtivos e racionais. O governo local teria de fiscalizar

corretamente geradores e transportadores, visando proibir as disposições irregulares

dos resíduos em áreas públicas e/ou privadas que não tenham licença ambiental e

propagar o uso de materiais reciclados nas obras públicas.

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2.4 Reciclagens de Entulho

A critério de informação, em todo o mundo, a quantidade de entulho

corresponde, em média, a 50% do material desperdiçado. No Brasil produzem-se

850.000 t/mês de entulho, no Reino Unido 53.000 t/mês e no Japão 6.000 t/mês. E no

Brasil, o seu reaproveitamento é restrito praticamente à sua utilização como material

para aterro e, em muito menor escala, à conservação de estradas de terra.

Na reciclagem de entulhos os benefícios são muitos e podendo ser além do que

apenas uma providência ecológica e sustentável. Na área econômica, o custo para a

administração municipal é aproximadamente US$ 10 por metro cúbico de entulho

clandestinamente depositado, incluindo a correção da deposição e o controle de

doenças. Estima-se que o custo de reciclagem, por exemplo, fique perto de 25%

desses custos, ou seja, aproximadamente US$ 2,50/m³, além da produção de

agregados com base no entulho poderem gerar economias de mais de 80% em relação

aos preços dos agregados convencionais. No âmbito ambiental, diminui a deposição

em locais impróprios como também por minimizar a necessidade de extração de

matéria-prima em jazidas, o que nem sempre é adequadamente fiscalizado.

2.5 Construção Civil e a Geração de Entulho

Este trecho prestes a ser citado consegue descrever bem o papel e a

importância na preocupação a respeito da geração de entulhos quando se está falando

sobre uma construção sustentável.

“Reciclagem de resíduo da construção civil contempla o tripé da

sustentabilidade: gera economia, proteção ambiental e desenvolvimento social.” -

Revista Geração Sustentável.

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Foto 01 – Processo de demolição e container para recolhimento. Fonte: Internet. http://geracaosustentavel.com.br/2011/09/28/transformando-entulhos-da-construcao-

civil-em-novos-produtos/

É muito importante a metodologia de minimizar ao máximo os resíduos, assim

gerando menos impactos ambientais na construção. Quando não é possível evitar usar

um produto ou material, tem-se a opção de reduzir o consumo. Ou seja, reduzir é uma

solução. Na construção civil tem-se o exemplo que é possível reduzir a quebra de

tijolos solicitando ao fornecedor de blocos cerâmicos o envio de blocos previamente

cortados (meio bloco).

Também se tem que a técnica do reuso dos materiais na construção civil é

normalmente muito simples, se dar com a execução de um desmonte. É necessário ter

uma boa organização para organizar a demolição seletiva ou desconstrução para que

os materiais não sejam danificados e que não sejam misturados. Por exemplo: os

elementos estruturais, caixilhos, porta, piso, painéis, etc., podem ser reutilizados de

forma simples (caso estejam em bom estado) apenas é precisa removê-lo com cuidado

para não danificá-lo e reinstalá-lo em seu novo lugar. Os caixilhos de madeira ou PVC

ilustram bem este exemplo, por ser possível retirá-los por inteiro, junto com o vidro.

É interessante também que na construção civil tem-se a presença da

reciclagem, o aço é uma boa matéria de ser reciclada, no entanto seu processo é feito

somente em escala industrial resultando num inevitável consumo de energia e impacto

no meio ambiente, sem contar com o transporte e lugar para armazenamento. Assim

também acontece com o vidro que é também reciclado em escala industrial, embora

não demande tanta energia em comparação àquela que foi usada na sua fabricação.

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Além disso, o vidro pode ser reciclado quantas vezes forem necessárias sem que haja

perda de suas propriedades. O único fator que pode dificultar e até mesmo impedir sua

reciclagem é a adição de filmes e películas.

Foto 02 – Restos de demolição, blocos cerâmicos, argamassa, etc. Fonte: Internet.

http://geracaosustentavel.com.br/2011/09/28/transformando-entulhos-da-construcao-

civil-em-novos-produtos/

2.6 Trabalho de Reciclagem na Construção Civil

O resíduo mais comum na construção são restos de alvenaria e revestimento,

pois estes são utilizados na maioria das construções: trata-se de entulho. O entulho é

geralmente constituído por: areia, cimento, concreto, aço, blocos e tijolos. O passo a

passo é bem simples quando se há planejamento, feito isso se pode passar para a

demolição seletiva a qual consiste na diferenciação integral dos resíduos sólidos para a

alteração da destinação adotada na reciclagem para evitar mistura dos materiais entre

si e de contaminantes.

O processo de reciclagem segue a etapas de limpeza e seleção prévia;

homogeneização; extração de contaminantes e materiais metálicos através de um

eletroímã; e, por fim, a britagem, sendo esta o fracionamento do entulho até um

determinado diâmetro para resultar no produto final chamado de agregado reciclado.

Portanto, deve-se lembrar da larga quantidade de matérias-primas, técnicas e

metodologias empregadas na construção civil que afetam significativamente as

características do agregado quanto à composição e quantidade. É preciso estudar a

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compatibilidade do uso com as características do agregado para que tenha segurança

e bom desempenho do material.

2.7 Construção Sustentável: Etapa Preliminar

Para uma construção ecologicamente correta não basta apenas pensar-se em

impactos ambientais e termos o pensamento arcaico de que qualquer mudança no

ambiente seja apenas um prejuízo ao espaço natural do homem. Tem que saber

trabalhar no ambiente e para isso é preciso estudar todo o espaço a ser trabalhado, e

sem afetar negativamente a ponto de gerar prejuízos irreparáveis ao meio ambiente

sendo dele que sobrevivemos.

Então para o começo de uma obra sustentável é preciso ter um estudo de

viabilidade econômica, estudo de legislações, estudo das condições naturais e entorno.

É nessa fase que é montado o Programa de Necessidades, que define o padrão da

edificação a ser construída.

A Constituição de 1988 define bem a posição do empreendedor diante ao seu

meio ambiente e na construção de seu empreendimento.

Art. 225: “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso

comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à

coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” direito

fundamental do cidadão, cabendo tanto ao governo quanto a cada indivíduo o dever de

resguardá-lo. Abaixo, seguem imagens de uma construção que segue a lógica consciente e

sustentável.

O prédio do Bank of America é uma boa edificação que ilustra por conta de ele

ter o reaproveitamento de água, isso porque a água das pias, da chuva e do ar-

condicionado será coletada para ser usada nas descargas dos banheiros e para irrigar

o teto verde. A água capturada da chuva (95% do que cai sobre o prédio) deixa de ir

para o sistema de esgoto da cidade. Utiliza teto verde a fim de diminuir o aquecimento

em torno do prédio, o topo do edifício terá uma área coberta com plantas.

Além de energia própria tendo uma usina no edifício vai gerar 70% da

eletricidade a partir de gás natural, menos poluente que o carvão, usado nas

termelétricas americanas.

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Outro fato interessante foi que na edificação foram usados materiais reciclados

em sua construção O concreto usado no Bank of America Tower é uma mistura de

cimento com 45% de um material feito com sobras de minérios.

Para que não haja desperdício de energia, máquinas foram instaladas no

subsolo do prédio produzirão gelo à noite, quando a energia é mais barata, e

abastecerão o ar-condicionado durante o dia.

E para facilitar no transporte dos funcionários o Bank of America Tower terá

poucas garagens para carros e dará acesso a dezessete linhas de metrô. Quem quiser

ir pedalando para o trabalho encontrará lugares para estacionar a bicicleta.

Foto 03 – Bank Of America Tower – EUA. Fonte: Internet. www.nteditorial.com.br/revista/Materias/index.asp?RevistaID1=7&Edicao=54&id=4

12&TopicoID=480 (acesso em 23/01/2009)

2.8 Etapas Importantes

É importante a observação do meio e dos condicionantes, especialmente

veiculados a uma postura sensível ao meio ambiente, suas alterações em função do

impacto gerado pelo empreendimento urbano, atrelado à tomada de decisões que

considerem cautelosamente os efeitos de médio e longo prazo no meio. Porque em

grandes cidades é possível ver os problemas de impactos com espaços criados nós

mesmos sem a menos preocupação com a edificação entrando em harmonia com o

ambiente.

Tais como: Adensamento, verticalização, impermeabilização, alteração da

paisagem natural pelo desmatamento, desvio de cursos d’água, ocupação excessiva e

intensiva nos grandes centros urbanos, alteração de lençóis, poluição e formação de

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barreiras arquitetônicas ao local, alterando o clima, o desempenho de ventos

dominantes, a produção de espaço artificial em abundância, a alteração do

comportamento das espécies vegetais etc.

As grandes criações do mundo não se deram com o trabalho de uma única

pessoa, logo uma construção segura e sustentável precisa também de outras pessoas

pensando nela e trabalhando para o seu desenvolvimento. Assim, tem-se a criação de

compromisso com grupos de interesse envolve a troca de informações, através de

consulta e diálogo entre os diferentes grupos de interesse, transferência de valores e

princípios para a cadeia de fornecedores, treinamento e capacitação da mão de obra

para o aumento da transparência entre as pessoas e construção de ações conjuntas

visando à sustentabilidade.

O diálogo com a comunidade sobre os possíveis impactos sócio-ambientais,

principalmente quando se tem um empreendimento de grande porte que irá acarretar

mudança significativa à localidade. Sempre respeitando a opinião deste grupo de

interesse no sentido de preservar seus aspectos culturais, seu bem-estar e seu

relacionamento com os futuros usuários do empreendimento. Ter uma relação

profissional positiva com fornecedores, que por fim estes mesmos tenham

responsabilidade socioambiental, tenham em mente políticas de qualidade e

valorização de funcionários que são fatores imprescindíveis para garantir a

sustentabilidade de todos os aspectos do seu próprio empreendimento.

2.9 Uso racional de Recurso Hídrico

A água é um recurso extremamente importante para a vida do homem por isso

se o homem adotar uma postura correta no uso deste recurso além de sua contribuição

ao meio ambiente, ele também pode reduzir custos em seu empreendimento. O uso

racional basicamente diz respeito a um bom desenvolvimento de sistemas hidráulicos

com consumo eficiente de água durante toda a vida útil da edificação: redução da

quantidade de água extraída em fontes de suprimento, redução do consumo e do

desperdício de água, aumento da eficiência do uso de água, aumento da reciclagem e

do reuso de água.

2.10 Variáveis Climáticas

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Uma edificação deve fornecer ao seu cliente conforto térmico e visual, por isso é

bom estudar o clima analisando e buscando aproveitar a radiação solar, temperatura,

ventos e umidade. Estes aspectos devem ser analisados sob as perspectivas do macro

e micro clima.

Para ajudar ainda mais neste processo em busca do conforto recorrer à

habilidade da arquitetura em selecionar as alternativas que, alinhadas às

características climáticas, ofereçam conforto no empreendimento com eficiência

energética. As principais variáveis são: Forma, Função, Tipos de acabamento e

Sistemas de condicionamento. Deve-se buscar além diminuir o consumo, a valorização

das fontes renováveis.

2.11 Sobre Conforto e Construção

Uma construção deve visar conforto e usando o ambiente como aliado a fim de

ter uma paisagem bonita e ser um lugar arejado. Por exemplo, a utilização de brisas

proporciona um conforto térmico e por fim grande redução da utilização de energia

elétrica para condicionamento interno. Sendo uma característica muito requisitada em

construções modernas.

Pode-se mencionar também, a combinação de aço e vidro nos grandes espaços

dando uma iluminação natural ao lugar além de um requinte que nos leva a

modernidade no que diz respeito à arquitetura. Porém há uma preocupação com o

condicionamento de ar principalmente no verão.

Cita-se como exemplo, a Catedral de Brasília com os seus vitrais que cumprem

maravilhosamente um papel singular de beleza e iluminação natural. O espelho d’água

e o fator do vão da nave estar abaixo do nível do terreno natural, proporcionando um

ambiente agradável sem uso de ar condicionado. Esta obra prova que arquitetura usa

além da arte, se utiliza de técnicas que podem deixar uma construção além de bela,

algo sustentável por no caso dos vitrais diminuírem os gastos em energia elétrica.

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Foto 04 – Catedral de Brasília. Fonte: Internet. http://camisasemanias.blogspot.com.br/2012/10/catedral-de-brasilia.html

2.12 ABRECON

O tópico são siglas que significam Associação Brasileira para Reciclagem de

Resíduos da Construção Civil e Demolição. Esta associação é responsável em ajudar

com as necessidades das empresas recicladoras de entulho de se mobilizarem e

sensibilizarem governos e sociedade a respeito do problema com o descarte irregular

dos resíduos da construção e oferecer soluções sustentáveis para a construção civil

em um dos momentos mais importantes da história para o setor produtivo.

A ABRECON representa o que há de mais avançado em gestão dos Resíduos

da Construção Civil e Demolição – RCD no Brasil.

2.13 RCD (Resíduos da Construção Civil e Demolição)

O segmento da reciclagem de resíduos da construção e demolição no Brasil

ainda é incipiente. A reciclagem deste resíduo é um mercado desenvolvido em muitos

países europeus, e em grande parte por conta da escassez de recursos naturais que

aqueles países têm.

Uma característica vital para a reciclagem de RCD no país é a ligação com as

questões ambientais e a preservação dos recursos como ideal que a atividade agrega.

Ser sustentável assegura ao setor um crescimento acima do esperado e também

facilita as negociações com órgãos públicos, iniciativa privada e com potenciais

parceiros.

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Ser sustentável significa que, no processo como um todo, não se utiliza, em

nenhuma hipótese, recursos naturais, como pedreiras, cascalhos, terra ou material

congênere. A reciclagem contribui com a limpeza da cidade poupa os rios, represas,

terrenos baldios, o esgotamento sanitário, aliviando o impacto nos aterros sanitários e

lixões e até ameniza alagamentos e enchentes, pois não vai parar em bueiros e não

impermeabiliza o solo. A matéria prima (entulho que é gerado) é resultado de um

processo produtivo que ainda não tem políticas para o descarte adequado do resíduo.

Não existem apenas benefícios ambientais, há também o retorno social. A

atividade tem o potencial de expandir a geração trabalho e renda. Com um trabalho

planejado e organizado, a implantação de uma usina de reciclagem de RCD pode gerar

um retorno financeiro relativamente alto para o empresário, dado as condições

ofertadas, tais como matéria prima e venda dos produtos.

Os subprodutos da reciclagem de RCD é um item importante a ser observado.

Como por exemplo: blocos de concreto para vedação, cascalhamento para

pavimentação de ruas, contrapiso e material para drenagens, contenção de encostas,

banco e mesas para praças, guia e tampas para bueiros, tubo para esgotamento e uma

série de detalhes fabricados com concreto e pedra virgens são também produzidos

com agregado reciclado.

Em relação a efeito comparativo da brita nova e com o produto reciclado, tem-se

que os produtos reciclados são mais em conta. A comparação técnica não faz o

reciclado menor ou menos eficiente em detrimento do convencional. A comparação,

feita em meados de 2008 com técnicos e alunos da USP, mostrou que o produto

reciclado tem uma consistência igual ao produto convencional, ou seja, características

idênticas de medida, peso e durabilidade.

As exigências da sociedade estão cada vez maiores para a melhoria e

manutenção das condições ambientais, o que exige do Estado e da iniciativa privada

medidas que possibilitem compatibilizar o desenvolvimento às limitações da exploração

dos recursos naturais. O setor imobiliário, segundo reportagem da Revista Exame de

06/06/2007 é um dos setores que mais cresce e vai continuar crescendo no país, ainda

mais considerando o fato de que o país tem carência de aproximadamente sete

milhões de habitações. Então, esse é um dos setores econômicos que mais consome e

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mais gera resíduos sólidos, que merecem ter destinação adequada, com perigo de

serem depositados em locais impróprios trazendo danos à paisagem, ao solo, ao ar, às

águas e à saúde humana. Sendo atualmente o melhor momento para negócios sociais

e sustentáveis. Deve-se compreender por “sociais” e “sustentáveis” aqueles que geram

valor para a sociedade e para o meio ambiente.

2.14 Ilustração

É um exemplo sobre alguns materiais usados no que diz respeito aos resíduos

reciclados na construção civil, e principalmente além de suas características que são

importantes a serem estudadas é preciso atentar ao uso destinado de cada um deles.

Na imagem são citados os principais: areia reciclada, pedrisco reciclado, brita

reciclada, bica corrida, rachão. Este processo evita a extração desses materiais no

meio ambiente.

Imagem 02 – Quadro de uso recomendado de agregados. Fonte: Internet. http://www.abrecon.com.br/ (fev/2013)

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2.15 Plano

Ter um sistema de gestão de qualidade tem de prever a melhoria contínua do

desempenho, coordenação, produtividade e manutenção do patamar de

competitividade alcançado. De acordo com a série de normas NBR’s ISO 9000:2000 é

necessário cumprir algumas tarefas, tais como: a determinar as necessidades e

expectativas dos clientes e das outras partes interessadas; ter estabelecida a política

da qualidade e dos objetivos da qualidade da organização; determinar os processos e

responsabilidades necessários para atingir os objetivos da qualidade; determinar e

fornecer os recursos necessários para atingir os objetivos da qualidade; estabelecer os

métodos para medir a eficácia e a eficiência de cada processo; aplicar todas as

medidas possíveis e conscientes para determinar a eficácia e a eficiência de cada

processo; determinar os meios para prevenir não conformidades e eliminar suas

causas.

Voltando a ABRECON, o programa de qualidade desenvolvido pela ABRECON

será encetado pela Universidade Nove de Julho em São Paulo e busca atender a

necessidade dos integrantes em padronizar a qualidade do agregado reciclado

produzido atualmente. O programa é de caráter voluntário (a empresa participa se

achar conveniente) e gratuito para o associado ABRECON.

A Universidade Nove de Julho (Uninove) participará do programa de qualidade

na condução dos ensaios laboratoriais de acordo com as normas técnicas pertinentes.

Os ensaios serão realizados nas dependências do Laboratório de Mecânica dos Solos

e Materiais de Construção e serão conduzidos por alunos pertencentes ao curso de

Engenharia Civil.

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3. COLETA DE DADOS REFERENTE AOS SERVIÇOS DE RETIRADA DE ENTULHO

PROVENIENTE DA CONSTRUÇÃO CIVIL NA REGIÃO METROPOLITANA DE

BELÉM (RMB)

3.1 Geração de entulho na Região Metropolitana de Belém-PA

3.1.1 Crescimento da Construção Civil

O crescimento da construção civil no Brasil e no mundo vem sendo assunto de

pauta para estudos econômicos regionais. O volume de investimentos no setor

influencia cada vez mais no surgimento de novas empresas e empreendimentos, os

quais incidem diretamente na avaliação de crescimento econômico das regiões nas

quais os mesmo virão a influir.

A atividade do setor de construção civil fechou o ano de 2012 com crescimento

de 4%, ante 2011 quando seu índice foi 4,8%, segundo o Sindicato da Indústria da

Construção Civil do Estado de São Paulo (SINDUSCON-SP). Para 2013, a estimativa

do presidente da entidade, Sergio Watanabe, é de que o setor cresça entre 3,5% e 4%.

O SINDUSCON-PA através de seu site (www.sindusconpa.org.br/) publicou um

informativo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de março de 2011, o qual já

indicava uma desaceleração no crescimento do setor da construção civil.

Este crescimento, apesar de apresentar desaceleração, é acompanhado de

vários outros fatores, dos quais, a geração de entulho proveniente das construções

será a pauta principal a ser analisada, devido a sua magnitude afetar esferas

ambientais, sociais e econômicas.

3.1.2 Geração de entulho na construção civil

“O crescimento das cidades e o afluxo de grande número de pessoas aos

centros geradores de emprego e renda desencadearam um desafio endereçado às

administrações públicas municipais: o recolhimento e destinação final dos resíduos

gerados pela construção civil. Uma enorme quantidade de resíduos constituída por

argamassa, areia, cerâmicas, concretos, madeira, metais, papéis, plásticos, pedras,

tijolos, tintas, etc. – tornou-se um sério entrave ao cumprimento da Resolução

307/2004 do CONAMA” (Ecodebate, 2009).

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Foto 05 - Container de entulho normalmente disposto próximo ao calçamento e

obstruindo via. Fonte: Blog Recicle, Reduza, Recrie-se.

Foto 06 - Container de entulho da empresa Cidade Limpa disposto de forma adequada,

sem obstrução de via. Fonte: Luciano Lima.

“O resíduo de construção e demolição ou simplesmente entulho, possui

características bastante peculiares. Por ser produzido num setor onde há uma gama

muito grande de diferentes técnicas e metodologias de produção e cujo controle da

qualidade do processo produtivo é recente, características como composição e

quantidade produzida dependem diretamente do estágio de desenvolvimento da

indústria de construção local, qualidade de mão de obra, técnicas construtivas

empregadas, adoção de programas de qualidade, etc. Dessa forma, a caracterização

média deste resíduo está condicionada a parâmetros específicos da região geradora do

resíduo analisado”. ( Zordan, 1998).

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3.1.3 Região Metropolitana de Belém-PA e a geração de entulho

Na região metropolitana de Belém-PA a geração de entulho proveniente da

construção civil tem aumentado acompanhando a crescimento do setor. As classes de

entulho são as mesmas dispostas na NBR-10004 e na resolução CONAMA 307.

Para melhor análise de dados, o estudo a seguir foi pautado na execução de duas

obras, sendo uma em Belém-PA e outra em Ananindeua-PA, estas cidades compõem a

RMB (Região Metropolitana de Belém). A seguir características das obras:

DADOS DA OBRA BELÉM-PA

CLASSE VOLTADA MÉDIA/ALTA

TIPO CONDOMÍNIO/APARTAMENTOS

Nº DE APARTAMENTOS 40 UNIDADES

PAVIMENTOS 24 (TÉRREO/LAZER I E II)

EXPEDIENTE 07:30H - 12:00H / 13:00H - 17:30H (SEG. A SEX.)

ÁREA CONSTRUÍDA 12068,24 M²

Tabela 01 - Dados da obra Belém-Pa.

DADOS DA OBRA ANANINDEUA-PA

CLASSE VOLTADA EMPRESARIAL

TIPO CONCESSIONÁRIA

PAVIMENTOS SUBSOLO E TÉRREO

SEGUIMENTO VEÍCULOS PESADOS / VENDA E ASSISTÊNCIA

EXPEDIENTE 07:30H - 12:00H / 13:00H - 17:30H (SEG. A SEX.)

ÁREA CONSTRUÍDA 32824,67 M²

Tabela 02 - Dados da obra Ananindeua-Pa.

Nos períodos de execução foram observados os quantitativos de entulho

gerados, e no decorrer do processo de coleta uma análise percentual e seletiva foi

facilitada pela separação das classes, muito devido ao volume de produção ser intenso

e relativamente alto.

Ambas as obras deste estudo tiveram movimentação de terra, porém sua

destinação foi executada de forma terceirizada, com empresa do ramo e especializada

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na inserção destes materiais provenientes de jazidas em local adequado, fato também

repetido em cerca de 90% das empresas do ramo da construção civil conforme contato

por telefone com 10 das maiores empresas do estado; e na maioria dos casos estes

volumes de aterro são reaproveitados em obras. Esta parcela será desconsiderada do

levantamento estatístico devido seu regresso ao meio ambiente ser adequado.

Igualmente entre estas obras, um processo inicial contribuiu para uma parcela

significativa desta pesquisa, este processo foi o de demolição das construções

existentes no terreno ao qual foi desenvolvido o empreendimento. Chegou-se a um

ponto crucial, pois não existe no estado do Pará um processo de usinagem e produção

de “produtos homologados” a partir deste material de caliça (restos de tijolos, blocos,

telhas, placas de revestimento, argamassa e concretos), uma vez que este é muito

variado, tanto em termos de classes, como em formas geométricas. Atualmente este

tipo de entulho tem seu remanejo executado de diversas formas, sendo que todas

estão equivocadas num senso ambiental, prejudicando tanto a infiltração do solo,

quanto a vegetação.

3.1.3.1 Resultado dos dados obtidos nas obras

O Gráfico 01 mostra os dados de coleta obtidos na obra de Belém-PA, nos

períodos entre 16/04/2011 e 21/07/2012 os quais seguiram até seu pós- entrega, com

um volume quase que insignificante de entulho gerado a partir de março de 2012.

Gráfico 01 - Classificação e quantificação do entulho retirado da obra Belém-PA.

22%

64%

11%

2% 1% OBRA BELÉM-PA (ENTULHO)

Madeira

Caliça - tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassa e concretos

Metais

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O Gráfico 02 mostra os dados de coleta obtidos na obra de Ananindeua-PA, nos

períodos entre 16/08/2011 e 15/01/2013 os quais se assemelharam ao obtido em

Belém-PA devido ao processo de demolição nesta ter sido maior, porém ainda houve

um acréscimo de caliça devido ao fato de a obra bruta com as alvenarias e a obra fina

com os revestimentos ainda estarem em fase de execução.

Gráfico 02 - Classificação e quantificação do entulho retirado da obra Ananindeua-PA.

Foto 07 - Retirada de entulho proveniente de demolição em andamento da obra

Ananindeua-PA. Fonte: Engº Rollan Soares.

3.1.3.2 Análise dos dados obtidos nas obras

3.1.3.2.a Belém-PA

28%

61%

7%

3% 1%

OBRA ANANINDEUA-PA (ENTULHO) Madeira

Caliça - tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassa e concretos Metais

plásticos

outros (papel, vidro, etc.)

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Na obra de Belém-PA foram consumidos ao longo de sua execução até o

período de entrega, cerca de 366 unidades de containers, dentre os quais 234

unidades foram de caliça, sendo que o volume de uma unidade de container, da

empresa contratada, é da ordem de 5 m³. Sendo assim, no total foram gerados pela

obra Belém-PA 1171,2 m³ de caliça em um período de dois anos de obra.

3.1.3.2.b – Ananindeua-PA

Na obra de Ananindeua-PA até o presente momento foram consumidas 78

unidades de containers dentre os quais 48 unidades foram de caliça, o volume de uma

unidade de container, da empresa contratada, é da ordem de 5 m³. Assim, no total

foram gerados pela obra Ananindeua-PA 237,9 m³ até o dia 15 de janeiro do ano de

2013, quando o levantamento para a pesquisa foi encerrado. Apesar de um dado

parcial, o mesmo é um indicador da produção de caliça das obras que a RMB

comporta.

No entanto, o serviço inicial da obra Ananindeua-PA, contemplou a demolição de

construções existentes no terreno a ser desenvolvido o projeto. A demolição resultou

em dados extremamente importantes para conhecimento da produção de caliça por

serviços de demolição. Foram retiradas 37 caçambas com volume de 7 m³ de caliça,

com peso médio, considerando índice de vazios, de 1670 kg de entulho por m³,

resultando em 432,5 toneladas de entulho. Dentre estes foi fornecido o índice de 96%

do material era da classe caliça.

3.1.4 Pesquisa com uma empresa de coleta de entulho atuante em grande ou

maior escala na RMB

3.1.4.1 Empresa Cidade Limpa

No dia 07 de fevereiro do ano de 2013 uma coleta de dados referente aos

serviços de retirada de entulho na RMB foi executada a fim de apurar dados precisos

de uma empresa atuante no ramo, com maior parcela de participação no mercado,

além de ampla estrutura de equipamentos e volume de serviços prestados na RMB.

A Cidade Limpa é uma empresa altamente especializada em coleta, transporte,

manuseio, tratamento "incineração", "coprocessamento" e destinação final de resíduos

classes I, II e III.

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Há onze anos atua no mercado paraense devidamente licenciada e habilitada

pelos órgãos fiscalizadores (SEMA, IBAMA, ANVISA, CAPITANIA DOS PORTOS,

CREA-PA, SESMA, SESAN e CORPO DE BOMBEIROS), possui um quadro técnico

multidisciplinar de consultores e técnicos especializados para atender seus clientes

através de soluções técnicas adequadas às mais diferenciadas necessidades em

gestão ambiental.

Tem como missão atender com postura ética, respeito às questões de saúde,

segurança, meio ambiente e responsabilidade social.

A empresa de coleta de resíduos “Cidade Limpa” foi primordial para esta

pesquisa. Esta é uma empresa pioneira no ramo, estando presente desde 1998;

totalmente licenciada pelos órgãos competentes para execução dos serviços

prestados, conta com uma frota de 89 caminhões, sendo 19 com poliguindastes do tipo

simples e duplo (simples cabem um container e dupla cabe dois), 450 caixas

estacionárias (containers), na área de incineração são 11 coletores. No seu

conhecimento atual do mercado cita 15 empresas atuantes no estado. O grupo envolve

outras empresas que geram mão de obra direta em torno de 140 funcionários, dentre

estes 42 direcionados para a coleta de entulho. Atualmente toda sua frota está

renovada em cerca de 60%. A empresa possui duas unidades, uma situada na BR-316

e outra no Aurá, a sua lucratividade somente com a parte de entulho gira em torno de

400 a 450 mil por mês, sendo que o mês de dezembro é taxado com um índice de pico.

A partir dos dados obtidos quanto à magnitude da empresa, pode-se levar em

plena consideração estes, os quais se assemelham a coleta de dados nas obras

Belém-PA e Ananindeua-PA, com relação à conferência do índice de produção de

classes de entulho de obras.

Os dados constantes do gráfico 03 foram fornecidos diretamente da diretoria da

empresa Cidade Limpa, através do Diretor Sérgio, estes foram de oportuna obtenção

em prol do conhecimento da produção de caliça na RMB.

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Gráfico 03 - Classificação e quantificação do entulho retirado na RMB. Fonte: Cidade

Limpa.

Segundo o Diretor Sérgio, a parcela de coleta de resíduos como a madeira tem

sido reduzida ao decorrer dos anos, muito devido à reutilização da madeira na obra, e o

crescimento do mercado de escoras metálicas.

O índice de caliça, no caso, o seu aumento no decorrer dos anos, se deve ao

fato de a quantidade de demolições nas fases de pré-obra também terem aumentado.

O entulho, da forma que é retirado das obras, é lançado em lixão, o qual não é

licenciado, porém devem-se fazer as licenças prévias para utilização deste espaço para

destinação dos resíduos.

A empresa confirma o fato de o lixão do Aurá ser a alternativa utilizada por

empresas de coleta de entulho, devido o alto custo que seria montar uma empresa de

reciclagem para a caliça e outras classes de entulho, provenientes da construção civil.

A partir de toda esta apuração de dados pode-se concluir que a classe de

entulho denominada caliça trata-se de uma “classe crítica” em termos de

sustentabilidade na construção civil da RMB. Sendo as outras classes mais passíveis

de viabilidade para sua reciclagem.

3.1.5 Destinação inadequada e não licenciada de resíduos na RMB

A destinação inadequada de resíduos na RMB envolve o famigerado e polêmico

“Lixão do Aurá”, o qual é um entrave clássico nas questões de meio ambiente do

18%

71%

7%

3% 1% DADOS CIDADE LIMPA (ENTULHO) Madeira

Caliça - tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassa e concretos

Metais

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estado do Pará. Nos últimos anos a questão mais polêmica é a contaminação do lençol

freático em Belém, uma vez que sanitaristas especialistas afirmam que o lixão deve ser

fechado porque o novo projeto de exploração não possui licenciamento ambiental. As

quase duas mil toneladas de lixo produzidas diariamente pelas mais de 450 mil

residências da capital e de Ananindeua são depositadas a céu aberto, juntamente com

os entulhos provenientes de construtoras e empresas.

Foto 08 - Tomada aérea Lixão do Aurá / Fonte: Bruno Carachesti (Repórter

Fotográfico)

Segundo o jornal “O Estado de São Paulo”, o grave problema é que o chorume

continua penetrando no solo abaixo do lixão. Em 1998, uma tese de doutorado

constatou que o chorume fluía para as lagoas localizadas no sul da área, atingindo

principalmente os igarapés Santana do Aurá, Jarucá e Santo Antônio.

Em março de 2011 o IBAMA aplicou multas diárias de R$ 40 mil à prefeitura e

R$ 4 mil ao prefeito de Belém pelas irregularidades ambientais no aterro do Aurá. As

autuações foram tanto pelo aterro funcionar sem licença ambiental como por lançar

resíduos sólidos a céu aberto sem o devido tratamento. As multas diárias só se

interrompem com a implantação, pelo município, do projeto que visa a adequar o lixão

do Aurá às regras de proteção ao meio ambiente.

Em 2012, o então prefeito Duciomar Costa tentou abrir uma licitação para que

empresas viessem a gerenciar o lixão do Aruá, porém o Ministério Público Estadual

(MPE) impediu a realização da licitação. O fato gerou diversas opiniões de

especialistas contra e a favor, sendo de maior o número de opiniões contra a licitação.

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A adequação dos aterros irregulares à legislação ambiental é umas das medidas

estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em agosto de

2010 pelo Congresso Nacional. A nova lei estabelece as diretrizes para o

gerenciamento de resíduos sólidos no país, além das responsabilidades de quem

produz o lixo (contribuir para a destinação correta), como as do poder público (recolher

e dar destino ambientalmente adequado).

O fato de o Lixão do Aurá receber esta denominação se deve ao fato de um lixão

ser uma área onde os resíduos sólidos são lançados sem nenhum cuidado ambiental,

diretamente sobre o solo. Não há impermeabilização nem sistemas de tratamentos de

efluentes líquidos. Como a decomposição do lixo gera chorume, o lixão lança

contaminantes no solo e no lençol freático, provocando também outros problemas

ambientais. Um dos sinais de um lixão é o mau cheiro e a grande presença de aves,

como urubus.

Já o aterro sanitário controlado, antes de iniciar o lançamento do lixo, recebe um

tratamento no terreno. Principalmente, a impermeabilização do solo, protegendo o

lençol freático. O chorume é coletado através de drenos e encaminhado para uma

estação de tratamento antes de ser descartado. O aterro sanitário controlado não exala

mau cheiro nem atrai animais.

Quanto à produção de entulho proveniente da construção civil na RMB, da forma

que as empresas de coleta os removem das obras e empresas contratantes, este

entulho é direcionado ao lixão do Aurá, contribuindo ainda mais para a parcela de

degradação ambiental da área e seu entorno, além de alcançar esferas maiores de

degradação.

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4. IMPLANTAÇÃO DE UMA EMPRESA RECICLADORA DE CALIÇA PROVENIENTE

DA CONSTRUÇÃO CIVIL NA RMB. (CLASSE CRÍTICA)

4.1 Reciclagem e sua importância para a sustentabilidade na construção civil

Segundo a matéria “Gestão do Lixo” do portal Brasil (www.brasil.gov.br) num

período de cinco anos, o volume de lixo urbano reciclado no Brasil aumentou. Entre

2003 e 2008, passou de 5 milhões de toneladas para 7,1 milhões, equivalente a 13%

dos resíduos gerados nas cidades, embasado nos dados do Compromisso Empresarial

para a Reciclagem (Cempre).

O Setor de reciclagem é responsável por uma movimentação na ordem de R$ 12

bilhões por ano. No entanto, o Brasil perde cerca de R$ 8 bilhões anualmente quando

deixa de reciclar resíduos que são encaminhados para aterros ou lixões, segundo o

estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizado a pedido do

Ministério do Meio Ambiente. Esta perda poderia ser ainda maior, pois o serviço de

reciclagem está presente em somente 8% dos municípios brasileiros.

A coleta seletiva é de suma importância para eficácia do processo de

reciclagem, uma vez que facilita o processo de execução por classes de materiais.

Quando não ocorre esta seleção o percentual de aproveitamento de resíduos reduz

bruscamente, afetando a capacidade de reciclagem por parte das usinas.

No setor da construção civil não é diferente dos demais, pois em muitos casos a

destinação para a produção de resíduos de classes de entulho é executada de forma

incorreta. Focada nesta problemática a ABRECON (Associação Brasileira para

Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição) foi fundada. Esta surgiu das

necessidades das empresas recicladoras de entulho de mobilizar e sensibilizar

governos e sociedade sobre a problemática do descarte irregular dos resíduos da

construção e oferecer soluções sustentáveis para a construção civil em um dos

momentos mais importantes da história para o setor produtivo. A ABRECON representa

o que há de mais avançado e inteligente na gestão dos Resíduos da Construção Civil e

Demolição – RCD no Brasil. Esta vai além da simples reciclagem de entulho, visa

consonância do desenvolvimento com um olhar focado nas questões ambientais.

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O segmento da reciclagem de resíduos da construção e demolição no Brasil

ainda é fragilizado. A reciclagem de resíduo é um mercado desenvolvido de forma mais

abrangente em muitos países da Europa, muito devido pela escassez de recursos

naturais que aqueles países têm.

Ter princípios de sustentabilidade significa deixar os recursos naturais

(pedreiras, cascalhos ou material congênere) de lado. A reciclagem além de contribuir

com a limpeza da cidade poupa os rios, represas, terrenos baldios; o esgotamento

sanitário alivia o impacto nos aterros sanitários e lixões e até ameniza alagamentos e

enchentes, uma vez que, não vai parar em bueiros e não influi diretamente na

permeabilidade do solo.

Investir em sustentabilidade atualmente, no setor em crescimento da construção,

envolve mais do que questões ambientais e econômicas, atinge de forma significativa a

esfera social. Assim contemplando o tripé da sustentabilidade, gerando emprego e

renda.

As exigências da sociedade são cada vez maiores, em relação a melhoria e

manutenção das condições ambientais, o que exige do Estado e da iniciativa privada

medidas que possibilitem compatibilizar o desenvolvimento às limitações da exploração

dos recursos naturais.

Reciclar o entulho, independente do uso que a ele for dado, representa

vantagens econômicas, sociais e ambientais, tais como: economia na aquisição de

matéria-prima, devido à substituição de materiais convencionais, pelo entulho;

diminuição da poluição gerada pelo entulho e de suas consequências negativas como

enchentes e assoreamento de rios e córregos, e preservação das reservas naturais de

matéria-prima.

Parte majoritária das empresas de reciclagem de resíduos, provenientes da

construção civil, busca se fundamentar na resolução 307 do CONAMA. Além desta, é

muito abordada a Lei nº 12.305 de 02 de agosto do ano de 2010; a qual foi sancionada

para a gestão de resíduos sólidos e determina uma destinação correta para os

resíduos de construção civil. Na seção IV a lei trata dos “Planos Municipais de Gestão

Integrada de Resíduos Sólidos” e no seu artigo 18 estabelece a iniciativa da elaboração

de um plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, nos termos previstos

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por esta Lei, e condiciona para o Distrito Federal e os Municípios terem acessos a

recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços

relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem

beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou

fomento para tal finalidade.

4.2 O impasse denominado “Classe Crítica”

A classe crítica (detritos de concreto armado, tijolos, pisos e revestimentos

cerâmicos, mármores e granitos, pedras em geral), a qual compõe vasta parcela da

geração de entulho referente a região metropolitana de Belém, gera uma série de

impactos ambientais devido as condições nas quais é lançada de volta ao meio

ambiente em muitos casos.

A pesquisa realizada nas obras de Belém-PA e Ananindeua-PA forneceram

dados estatísticos relevantes à produção de caliça por obra, fomentado nestes dados,

percebe-se que esta taxa, sendo levada em uma esfera mais abrangente, demonstra

que o fato de não termos uma empresa que recicle esta classe de entulho na RMB é

diretamente responsável pela perda de potencial sustentável do setor construtivo.

O fato de não haver investimento neste ramo, gera perda de potencial

econômico e social, deixa-se de investir em um ramo que é extremamente importante

para o crescimento e desenvolvimento da região. O potencial de geração de matéria

prima é inegável, e parelho a este potencial o mercado da construção civil no estado

apresenta crescimento em conformidade com os índices nacionais. Tornou-se comum

observarmos o surgimento de empreendimentos de cunho residencial, empresarial,

industrial, etc. As obras vão surgindo a cada dia e a busca por investimentos e

realização de negócios é fluente, acompanha o aquecimento de qualquer mercado em

questão, pois o mesmo virá a necessitar de investimentos em termos de infraestrutura.

Se no Brasil se perdem cerca de R$ 8 bilhões pela falta de investimento no

mercado de reciclagem de entulho, a parcela do Pará pode ser um ponto a se pensar,

visto que a lucratividade das empresas que investem neste setor é um ponto positivo

exaltado logo em seguida ao bem - estar ambiental.

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Os problemas com o manejo e destinação final da caliça produzida na RMB

necessitam de uma solução, e embasado em conscientização ambiental, a melhor

solução é o reaproveitamento. Seria um ponto extremamente importante para a

construção civil da RMB a implantação de uma Usina de reciclagem e produção de

novos materiais a partir da caliça, seria um destaque para o ramo ter esta influência da

sustentabilidade inserida no processo de crescimento.

4.3 Proposta de uma empresa de reciclagem direcionada à classe crítica na RMB

4.3.1 Benefícios da utilização de serviços de uma Usina de Reciclagem

Dentre vários e diversificados benefícios no ato de utilização dos serviços de

uma Usina de Reciclagem, podemos citar a diminuição de riscos ambientais em novos

empreendimentos; otimização dos processos ambientais com empresas parceiras;

gestão sustentável dos resíduos; diminuição com custo de transporte e destinação dos

resíduos; diminuição do risco exposto, com o cumprimento da legislação ambiental;

atendimento a exigências de agentes financiadores e possibilidade de pleitear selos

verdes em instituições financeiras ou de certificação; redução na utilização de recursos

naturais; redução de emissões de CO2; preservação do meio ambiente; marketing

coorporativo e institucional sustentável; agrega valor a produtos e serviços.

4.3.2 Estudo econômico e normativo de implantação de uma Usina de

Reciclagem na RMB

A necessidade da gestão e manejo corretos dos resíduos da construção civil, de

forma a tornar viáveis destinos mais nobres para os resíduos gerados nesta atividade,

resultou no estabelecimento da Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002, pelo

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. O atendimento aos limites a serem

respeitados e o potencial de uso destes resíduos remetem a um conjunto de Normas

Brasileiras que abrangem os resíduos da construção civil, resíduos volumosos e

resíduos inertes, incluindo as diretrizes para projeto, implantação e operação de áreas

de triagem, áreas de reciclagem e aterros, bem como o estabelecimento de requisitos

para os agregados reciclados que podem ser gerados e sua aplicação em obras de

engenharia.

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Para o estudo a seguir, a pauta de referência estará embasada na norma ABNT

NBR 15114 Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de reciclagem – Diretrizes

para projeto, implantação e operação.

Como o alvo é a RMB, todo o estudo a seguir foi baseado nesta, sendo que o

fato de este tipo de usina promover solução, em parte, ao problema de destinação de

resíduos da região, a busca por parcerias com órgãos de esfera federal, estadual e

municipal, além de parcerias com empresas do setor privado, serão um foco para

otimizar os custos de implantação de uma usina desta escala de produção.

A área de instalação da usina, a quantidade de funcionários, o maquinário

utilizado para produção de novos produtos a partir da caliça, o mercado e a demanda

por produtos de menor custo e igual eficiência. Ambos os assuntos serão debatidos e

melhor analisados.

4.3.2.1 Classificação dos resíduos da construção civil

Os resíduos da construção civil são classificados, para os efeitos desta Norma e

em conformidade com a Resolução CONAMA nº 307, de acordo com Classe A até

Classe D.

4.3.2.1.a Classe A

Resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras

obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes

cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;

c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em

concreto (blocos, tubos, meios fios etc.) produzidas nos canteiros de obras.

4.3.2.1.b - Classe B

Resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel,

papelão, metais, vidros, madeiras e outros.

4.3.2.1.c - Classe C

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Resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações

economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os

produtos oriundos do gesso.

4.3.2.1.d - Classe D

Resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes,

óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos

de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.

4.3.2.2 – Área de instalação

Uma Usina deste porte deve ser instalada em local de amplo espaço, devido a

quantidade de volume produzido diariamente, o maquinário extenso, os veículos de

grande porte utilizados no processo.

Com base em outros modelos, percebeu-se que a metragem quadrada suficiente

e ideal para a RMB seria em torno de 10,5 mil metros quadrados (exemplo: 70x150

metros). Segundo a norma NBR 15114, esta deve conter uma área de reciclagem de

resíduos da construção: área destinada ao recebimento e transformação de resíduos

da construção civil classe A, já triados, para produção de agregados reciclados; área

de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos (ATT):

área destinada ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos volumosos,

para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados, eventual

transformação e posterior remoção para destinação adequada, sem causar danos à

saúde pública e ao meio ambiente.

Existem critérios para localização de “áreas de reciclagem de resíduos da

construção civil classe A” (assim denominada na norma NBR 15114); tais critérios são:

o impacto ambiental a ser causado pela instalação da área de reciclagem seja

minimizado; a aceitação da instalação pela população seja maximizada; esteja de

acordo com a legislação de uso do solo e legislação ambiental.

Segundo a norma, para a avaliação da adequabilidade de um local aos critérios

descritos, devem ser observados os aspectos relacionados a: hidrologia, vegetação e

vias de acesso. A área de reciclagem deve possuir: cercamento no perímetro da área

em operação, construído de forma a impedir o acesso de pessoas estranhas e animais;

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portão junto ao qual seja estabelecida uma forma de controle de acesso ao local;

sinalização na(s) entrada(s) e na(s) cerca(s) que identifique(m) o empreendimento;

anteparo para proteção quanto aos aspectos relativos à vizinhança, ventos dominantes,

estética, como, por exemplo, cerca viva arbustiva ou arbórea no perímetro da

instalação. Os acessos internos e externos devem ser protegidos, executados e

mantidos de maneira a permitir sua utilização sob quaisquer condições climáticas.

Quanto à proteção das águas superficiais: o empreendimento deve respeitar as

faixas de proteção dos corpos d’água superficiais, previstas na legislação pertinente;

deve ser previsto um sistema de drenagem das águas de escoamento superficial na

área de reciclagem, capaz de suportar uma chuva com período de recorrência de cinco

anos, compatibilizado com a macrodrenagem local, para impedir: o acesso, na área de

reciclagem, de águas precipitadas no entorno e o carreamento de material sólido para

fora da área.

Quanto ao preparo da área de operação: a área de operação deve ter sua

superfície regularizada; deve ser determinado local específico para o armazenamento

temporário de resíduos não recicláveis na instalação; deve ser prevista a cobertura da

área de armazenamento temporário de resíduos classe D.

4.3.2.3 Orçamento obtido com dados pesquisados

O orçamento final, obtido conforme análise do objetivo final com a implantação

da Usina de Reciclagem de resíduos de Classe A, foi pautado em investimento direto,

no caso, sem nenhum auxílio ou investimento de iniciativa pública, porém o fato de

uma usina desta proporção de benefícios socioambientais, ser uma, dentre várias,

válvulas de escape para solucionar os problemas com destinação de resíduos na RMB,

fica implícito que a cooperação do setor público com o investimento será inevitável,

uma vez que a Lei nº 12.305 em sua seção IV, artigo 18, prevê benefícios e incentivos

a esta classe de usina.

Os gastos com projeto e orçamento, licenças gerais de funcionamento,

instalações (terreno, suporte aos equipamentos, execução de projetos previstos em

norma), equipamentos, ensaios, teste de qualidade e homologação de produtos, mão-

de-obra.

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Alguns valores inseridos foram adaptados á RMB, a partir de projetos

gentilmente fornecidos pela empresa “Mapre Equipamentos”, sendo assim o estudo

será pautado neste projeto, porém a autoria será preservada e os valores serão

lançados de forma que seu conhecimento sirva de base para fluxo de gastos.

A imagem 03 mostra um modelo de área de usina de reciclagem de caliça:

Imagem 03 - Modelo de área de implantação / Fonte: Mapre Equipamentos

Rodoviários Ltda.

De acordo com a configuração exposta no site da empresa “Mapre

Equipamentos Rodoviários Ltda.” o material a ser britado é colocado no alimentador

vibratório (1) no alimentador existe uma grelha para retirada de materiais finos que

recolhe a terra para um transportador de correia (2) formando uma pilha ao lado (3).

Esse processo de retirada da terra evita o desgaste desnecessário das mandíbulas do

britador. Do britador (4) sai um transportador de correia radial (5) que pode se

posicionada hora em direção a pilha de agregado vermelho (6) e hora em direção a

peneira-vibratória (7). Da peneira vibratória saem agregados de entulhos cinza de

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diversos tamanhos já separados e cada um é levado por um transportador de correia

(8) para sua pilha final (9).

4.3.2.4 Orçamento Mapre Equipamentos Rodoviários (fabricação e fornecimento

de planta completa com produção de: 30-60 ton./h)

Os equipamentos necessários para implantação de uma usina de reciclagem de

resíduos classe A, provenientes de obra civis, necessitam de uma análise

especializada, e dados obtidos juntos a experiências positivas no mercado.

Pensando assim, a empresa escolhida para produção do orçamento de

equipamentos foi a “Mapre Equipamentos Rodoviários Ltda.”. A Mapre Equipamentos

Rodoviários Ltda. é especialista em equipamentos de britagem e mineração. Possui

corpo técnico altamente especializado nos mais diversos segmentos de britagem a fim

de atender uma demanda cada vez maior de clientes, tanto a nível nacional como

internacional. Com fábrica própria aliam equipamentos de ultima geração com preços

competitivos. Desenvolvem usinas de reciclagem de entulho para construção civil e

dispõem de mais de 1.500 projetos de configuração de equipamentos.

A seguir os equipamentos fornecidos:

Foto 09 - Alimentador Vibratório modelo AV-27070 ou 28050 novo / Fonte: Mapre

Equipamentos Rodoviários Ltda.

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Os alimentadores Vibratórios se destinam a alimentação mecanizada de

britadores, combinando separação e alimentação numa única operação, eliminando a

necessidade de uma pré-classificação, além de permitir uma maior eficiência do

britador. Consiste em um funil de chapa, altamente reforçado, apoiado num chassi que

se destina a receber a carga de pedras, e de uma plataforma vibratória inclinada que

da o impulso encaminhando o material ao britador. Esta plataforma esta composta por

mesa revestida de chapas de alta resistência à abrasão, apoiada sobre molas para

serviço pesado nas extremidades. O Movimento vibratório é provocado por um eixo

excêntrico devidamente posicionado, que determinam um movimento vibratório

direcionado.

Foto 10 - Britador Primário modelo 6240 novo (Capacidade de produção de 20-40 m3/hora. Motor de: 40 CV) / Fonte: Mapre Equipamentos Rodoviários Ltda.

Utilizados em mineradoras, pedreiras, indústrias de calcário, e em inúmeras

instalações de britagem e processamento de materiais, os britadores de mandíbulas,

estão em todo o Brasil e América Latina e demais países. São mais robustos que a

maioria dos britadores de tamanho equivalente, e com capacidade de produção

elevada dentro de suas características. Desenhado para britar as rochas mais duras

mantendo a desempenho com mínima manutenção durante longos períodos de tempo.

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Foto 11 - Rebritador 9026 novo. Fonte: Mapre Equipamentos Rodoviários Ltda.

Utilizados em Mineradoras, Pedreiras, Indústrias de Calcário, e em inúmeras

instalações de Britagem e processamento de materiais, os Rebritadores de

mandíbulas, estão em todo o Brasil e América Latina e demais países . São mais

robustos que a maioria dos britadores de tamanho equivalente, e com capacidade de

produção elevada dentro de suas características.

Desenhado para britar as rochas mais duras mantendo a desempenho com

mínima manutenção durante longos períodos de tempo.

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Imagem 04 - Características do Rebritador / Fonte: Mapre Equipamentos Rodoviários

Ltda.

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Foto 12 - Peneira Vibratória 4000x1500x04 decks / Fonte: Mapre Equipamentos

Rodoviários Ltda.

Destinada especialmente para serviços pesados, extra–pesados e leves de

classificação dos mais diversos tipos de materiais, do tipo inclinado apoiada, montado

sobre um sistema de molas de alta elasticidade e freios de parada que evitam a

transmissão dos esforços para a base.

Equipada com 01, 02, 03 (três) ou 04 (Quatro) decks de peneiramento, sendo os

quadros laterais de apoio das telas construídos de ferro chato com transversais de

apoio de cantoneiras, soldados à chapa lateral. As telas, com fios metálicos em aço

1070, são com bordas recurvadas, tencionadas lateralmente, fixadas por chapas

viradas em forma de ganchos, parafusadas nas chapas laterais da peneira. As telas,

com fios maiores, são com bordas lisas, tanto um sistema como outro, proporciona fácil

substituição das telas.

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A vibração é obtida por meio de eixo concêntrico, apoiados em rolamentos

autocompensadores de rolos e colocados em mancais retificados, lubrificados a graxa

e protegidos por sistema de labirintos e retentores, possui fácil ajuste de amplitude

através de contrapesos reguláveis permitindo atender aos requisitos de cada operação.

Foto 13 - Quadro Elétrico dos Equipamentos, Vista Interna / Fonte: Mapre

Equipamentos Rodoviários Ltda.

Foto 14 - Quadro Elétrico dos Equipamentos, Vista Externa / Fonte: Mapre

Equipamentos Rodoviários Ltda.

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Correias Transportadoras: destina-se ao deslocamento de material, os

transportadores de correias são projetados e fabricados segundo as mais recentes

tecnologias.

Conjuntos de acionamento: o conjunto é composto de tambor de acionamento

fabricado em chapa de aço carbono, calandrado e soldado, tendo eixo em aço SAE

1045, suportado por mancais, acionado por moto redutor com motor acoplado.

Conjunto de retorno: Tambor de retorno, tremonha de carga e roletes de

impacto.

Tremonha de carga: para permitir a alimentação do material no transportador

usa-se uma tremonha em chapa de aço, tendo em sua parte inferior em contato com a

correia, uma lamina de borracha, facilmente substituível.

Roletes de impacto: evitando choques do material com a lona de borracha,

usam-se, três conjuntos desses roletes, revestidos de borracha de acordo com a

largura da correia. O conjunto de retorno é equipado ainda de um limpador em U para

evitar a entrada do material entre a correia e o tambor de retorno e uma cobertura

inferior sob o ponto de carregamento, para evitar a queda de material sobre a correia

de retorno.

Roletes de carga: os roletes de carga e retorno são construídos com tubos de

aço de 4” (102mm) de diâmetro nominal, girando sobre rolamentos de esferas, sobre

eixo fixo de 20mm. Os rolos possuem vedação contra penetração de impureza e

umidade, a lubrificação é permanente, através da selagem na fabrica.

Treliças ou vigas U: fabricadas em cantoneiras soldadas ou perfis dobrados,

formam uma estrutura super-reforçada.

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Foto 15 - Equipamento motorizado e treliças U / Fonte: Mapre Equipamentos

Rodoviários Ltda.

Imagem 05 - Plataforma Metálica / Fonte: Mapre Equipamentos Rodoviários Ltda.

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Imagem 06 - Um dos modelos de projetos fornecidos pela Mapre / Fonte: Mapre

Equipamentos Rodoviários Ltda.

No Preço Total da britagem fixa, estão inclusos os seguintes itens de fábrica:

-Equipamentos completos com todos os motores elétricos;

-Equipamento Equipado com Quadro de Comando Elétrico;

-Entrega Técnica e Treinamento do operador por conta de nossa fábrica;

-Plataformas metálicas para fixação dos equipamentos, minimizando ao máximo

as obras civis do cliente.

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Tabela 03 - Especificações dos equipamentos fornecidos / Fonte: Mapre Equipamentos

Rodoviários Ltda.

Validade da Proposta: 05 (cinco) dias.

Garantia: 180 dias contra defeitos de fabricação.

Prazo de entrega: 60-90 dias.

Frete: FOB - Posto Fábrica, Nova Santa Rita –RS.

Montagem da britagem: a Mapre fornecerá a britagem praticamente toda

completa, restando ao cliente apenas contratar uma equipe de pessoal para fixar os

equipamentos nas bases e fazer a finalização das bicas da peneira e das

transportadoras. Para tanto, a Mapre fornecerá seu técnico para orientar o pessoal

contratado do cliente. Sugere-se ao cliente colocar a disposição do técnico: um

soldador, dois ajudantes, um munck ou guincho e colocar a disposição do técnico,

materiais necessários a finalização da montagem. O cliente deverá contratar eletricista

local para puxar a rede elétrica até o quadro de comando elétrico e dos motores até o

quadro de comando elétrico. Será fornecido esquema do quadro elétrico.

Custos da entrega técnica e do técnico para auxiliar a montagem: a Mapre não

cobrará nenhum valor da entrega técnica e da orientação técnica da montagem da

britagem, porém o cliente deverá arcar com a estadia e traslados do técnico. (Hotel,

passagens aéreas e/ou km e translado no local).

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Dos equipamentos: todos os equipamentos serão fornecidos completos, com

motores elétricos, bases dos motores, polias, correias de acionamento. As

transportadoras, também serão fornecidas completas, com fitas de borrachas, pés de

apoio, motor e redutores.

Valor da britagem completa: R$1.298.000,00 em 08 de janeiro de 2013.

Completa com todos os equipamentos considerados.

Pagamento: 40% no pedido e saldo contra aviso de pronto para embarque.

Financiamento: é sugerido o PROGER do Banco do Brasil ou Caixa. FCO Banco do

Brasil. APORTE Caixa Federal, etc.. (Não trabalham com FINAME-BNDES).

Os orçamentos finais com gastos previstos para instalação de uma usina de

reciclagem de entulho na RMB foram baseados em pesquisa preços, análise de

serviços, normas técnicas, regularização das condições de trabalho, e estruturação

completa em todos os sentidos do gerenciamento de um empreendimento deste porte.

Os custos de mão-de-obra foram baseados no salário de 2013 R$678,00. Os

custos fixos foram pesquisados e comparados com as demais usinas, e, todo e

qualquer preço foi obtido com o simples intuito de se obter os custos de implantação de

uma usina.

Os custos de mão-de-obra foram adicionados de 81,5% de custos extras com

encargos e toda a sua manutenção estabilizada e regularizada na empresa.

As faturas mensais com gastos com energia elétrica, abastecimento de água,

custo de telefonia e internet, segurança armada e vigilância eletrônica. Os custos de

segurança são muito variáveis e a opção de sua utilização foi sugerida pelo fato de as

instalações da empresa, serem completas, preferindo assim, assegurar a proteção vida

dos funcionários e dos equipamentos das instalações administrativas, também orçadas.

As instalações da administração foram orçadas com simplicidade, porém

equipadas de todo conforto e facilidade de condições de desenvolvimento dos serviços,

e seu custo final por metro quadrado ficou em R$1.366,75 (extraído da tabela do

SINDUSCON-PA Custos Unitários Básicos de Construção (CUB/m²), calculados de

acordo com a Lei Federal nº. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Técnica NBR

12.721:2006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e são

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correspondentes ao mês de Fevereiro/2013). O projeto mostrou total de 240,06 m² de

construção. Os demais custos diretos foram obtidos de empresas regularizadas quanto

a todos os requisitos básicos para fornecimento de materiais e serviços.

CUSTO GLOBAL COM MÃO-DE-OBRA

ENGENHEIRO (A) R$ 9.075,00

ESTAGIÁRIO (A) DE ENGENHARIA (FUNÇÃO: SUPERVISOR DE PRODUÇÃO) R$ 726,40

OPERADOR DE MÁQUINA R$ 2.461,14

AUXILIAR DE RECURSOS HUMANOS (RH) R$ 1.230,57

VENDEDOR (A) R$ 1.230,57

AUXILIAR DE TRIAGEM (6 PESSOAS) R$ 7.383,42

AUXILIAR DE MANUTENÇÃO R$ 1.230,57

AUXILIAR DE LIMPEZA R$ 1.230,57

TÉCNICO DE SEGURANÇA R$ 1.845,86

OPERADOR DE BRITAGEM R$ 2.461,14

TOTAL R$ 28.875,24

VALOR MENSAL DO CUSTO DE MÃO-DE-OBRA DA USINA

Tabela 04 - Custo global com mão-de-obra.

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Tabela 05 - Custo fixo de faturas

Tabela 06 – Resumo do orçamento geral.

SEGURANÇA ELETRÔNICA E ARMADA VIDE COTAÇÃO DE PREÇOSLUZ, ÁGUA, TEFEFONE + INTERNET VIDE CONSUMO OBTIDO

CUSTO FIXO DE FATURASENERGIA ELÉTRICA R$ 2.223,90

SEGURANÇA ELETRÔNICA R$ 550,00

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

SEGURANÇA ARMADA R$ 8.150,00

TOTAL

R$ 3.631,25

TELEFONIA E INTERNET R$ 355,00

COMBUSTÍVEIS R$ 3.344,00

R$ 18.254,15

INSTALAÇÕES ADMINISTRATIVAS: INFRA

ESTRUTURA COMPLETA (ADM. USINA) R$ 328.102,01

DESPESAS DE ÁGUA, LUZ, TELEFONE, INTERNET,

SEGURANÇA ELETRÔNICA, VIGILÂNCIA ARMADA. R$ 18.254,15

PÁ CARREGADEIRAR$ 250.000,00

ENSAIOS, TESTES DE QUALIDADE E

HOMOLOGAÇÃO DO PRODUTOS (A CADA 2 MESES) R$ 4.000,00

TERRENO (150x70 m= 10.500 M²)R$ 320.000,00

MÃO-DE-OBRA PRÓPRIAR$ 28.875,24

CUSTOINSUMOS

RESUMO DO ORÇAMENTO GERAL

DESPESAS COM O TÉCNICO DA MAPRE

(HOSPEDAGEM, PASSAGEM, TRANSLADO) 1 MÊS R$ 4.216,80

EQUIPE PARA MONTAGEM DAS ESTRUTURAS

METÁLICAS, INSTALAÇOES ELÉTRICAS E AUXÍLIO AO

TÉCNICO

R$ 23.890,00

ALUGUEL DE EQUIPAMENTO MUNCK OU GUINCHO

(5 DIÁRIAS NO MÁXIMO) R$ 2.300,00

LICENÇAS PARA FUNCIONAMENTO E GASTOS

EXTRAS COM PROCESSOS R$ 10.000,00

EQUIPAMENTOS DA USINA, PROJETOS,

CONSULTORIA MAPRE EQUIPAMENTOS R$ 1.298.000,00

TOTAL DO INVESTIMENTO:R$ 2.288.788,19

CUSTOS FIXOS (AO LONGO DOS MESES SE REPETIRÃO)

CUSTOS DIRETOS

OS CUSTOS PODEM SER REDUZIDOS CONSIDERAVELMENTE SE AS INSTALAÇÕES

FOREM MAIS SIMPLES E O TERRENO FOR CEDIDO POR INICIATIVA PÚBLICA. OS

CUSTOS FIXOS PODEM SER ALTERADOS CONFORME PRETENSÃO DA EMPRESA

INVESTIDORA. A PÁ CARREGADEIRA PODE SER SEMI NOVA OU USADA. O ORÇAMENTO

DA MAPRE EQUIPAMENTOS PODE SER NEGOCIADO.

R$ 1.150,00MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS

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Ao finalizar este orçamento em busca de um custo mais próximo da implantação

de uma usina de reciclagem com todos os requisitos técnicos atendidos conseguimos o

investimento de R$2.288.788,19 (dois milhões duzentos e oitenta e oito mil setecentos

e oitenta e oito reais e dezenove centavos).

Custos que irão se repetir durante os decorrer dos meses R$52.279,38

(Cinquenta e dois mil duzentos e setenta e nove reais e trinta e oito centavos).

4.4 Modelos de inspiração para empresa de reciclagem e análise técnica de sua

implantação

4.4.1 USIPAR - Usina de Recicláveis Sólidos Paraná S/A

Atua na reciclagem da sobra de materiais da construção civil de Curitiba e toda a

região, apoiando todo o setor da construção. Situa-se na Região Metropolitana de

Curitiba (RMC), em Almirante Tamandaré.

Ocupa uma área de 54 mil metros quadrados com a possibilidade de alcançar 20

mil toneladas por mês. A empresa conta com mais de 30 colaboradores, mas a

expectativa é que o número dobre para esse ano. O investimento inicial foi de R$ 7

milhões. A intenção do grupo é participar de 25% do mercado de construção civil.

O processo usado na USIPAR recolhe resíduos do tipo A, que inclui a caliça das

obras de construção (restos de material cerâmico, concreto, argamassa) e tritura,

transformando os materiais em Areia, Brita 1, Pedrisco, Rachão e Bica Corrida, que

serão comercializados para uma nova utilização na construção civil com o preço 25%

mais barato que os produtos não reciclados. Além disso, o processo evita a extração

desses materiais no meio ambiente.

Todo material a ser reciclado é depositado em área de triagem onde são

selecionados os materiais que não poderão ser processados na usina, tais como:

papel, ferro, madeira, vidro, entre outros. Após previamente separados o material

resultante passará pelo processo de reciclagem. Materiais recicláveis como: pedras,

restos de concreto, tijolos e telhas são levados por caminhão ou pás carregadeiras até

um alimentador vibratório que alimentará mecanicamente um britador que fará a

redução destes materiais a tamanhos compatíveis a sua reutilização. O resultado

dessa britagem é recolhido por um transportador de correia que levará o produto até

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uma peneira vibratória onde se realizará a separação dos materiais que podem chegar

a cinco produtos: Bica Corrida, Rachão, Brita 1, Pedrisco e Areia. Todos os produtos

são ensaiados e homologados.

Na USIPAR, todo o material reciclado que é separado na triagem e não serve para a

construção civil, como os plásticos, papéis, conduites, etc., são prensados e

encaminhados às empresas licenciadas para o destino correto destes produtos. Os

materiais excedentes como aço e madeira são destinados para a reciclagem

específica. “Cerca de 10% é rejeito (tapetes, roupas, isopor, fitas, gesso e etc.),

direcionado para aterro industrial classe II.”

Foto 16 - Pátio de estocagem de material produzido pela USIPAR / Fonte: site USIPAR

No site da USIPAR (usiparreciclagem.com), podem-se verificar os preços

referentes aos produtos com os quais a mesma trabalha. Seus custos podem ser

adicionados de entrega na região metropolitana de Curitiba-PR, basta consultar, pois

os preços tabelados no site mostram o valor do produto sendo retirado na USIPAR ou

entregue na cidade de Curitiba.

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Foto 17 - Processo de triagem no alimentador da britadeira / Fonte: site USIPAR

Os profissionais são habilitados e possuem todos os equipamentos de proteção

individual necessários para a mais segura e perfeita execução dos serviços, aferindo

qualidade produtiva no processo de triagem dos materiais que irão originar novos

produtos.

Foto 18 - Movimentação de materiais produzidos pela USIPAR. Fonte: site USIPAR

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No site da USIPAR também é possível verificar a lista de clientes e parceiros da

iniciativa, um enfoque de destaque atual foi à parceria da empresa com a construção

de uma das sedes da copa do mundo de 2014 no Brasil. A USIPAR fechou contrato de

fornecimento de materiais para a Arena CAP do clube atlético paranaense,

promovendo um selo de sustentabilidade nesta obra de conhecimento internacional, o

que atribui um saldo positivo para o país, atribuindo uma melhor avaliação quanto a

iniciativa para as questões ambientais.

4.4.2 ECO-X

A ECO-X, é uma das mais completas usinas de processamento e reciclagem de

resíduos do Brasil. Instalada em Guarulhos-SP, a usina tem capacidade para processar

80 toneladas de entulho por hora. Viabilizando o descarte adequado dos resíduos

gerados pela construção civil e contribuindo efetivamente com a preservação do meio

ambiente, gerando agregados reciclados de alta qualidade a preços substancialmente

inferiores aos produtos naturais.

A ECO-X tem consciência do cenário atual de São Paulo que gera mais de 17mil

toneladas de resíduos sólidos por dia e mais de 50% desse volume é composto por

resíduos de construção e demolição.

Os produtos gerados da usinagem efetuada pela ECO-X são: areia, brita

reciclada, brita 4, pedrisco e bica corrida. Todos os produtos são ensaiados e

homologados.

Foto 19 - Pátio de usinagem e estocagem de material da ECO -X. Fonte: site ECO-X

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4.4.3 RNV Gestão e Soluções em Resíduos

A RNV tem como foco a gestão sustentável de resíduos, buscando soluções

inovadoras e viáveis econômica e ambientalmente. Os objetivos desta empresa são:

incentivar a adoção de novas soluções e tecnologias, para tornar vantajosa a gestão de

resíduos do ponto de vista ambiental, social e econômico; Desenvolver e aplicar

procedimentos de segregação para cada tipo de resíduo gerado, visando potencializar

a destinação mais nobre possível para cada resíduo gerado; Parcerias em pesquisas

inovadoras para o melhor aproveitamento dos resíduos; Retornar os resíduos em

novos ciclos produtivos, diminuindo o consumo de energia e de recursos naturais.

A RNV possui uma unidade própria de reciclagem de resíduos inertes de

construção civil com 22 mil metros quadrados, na cidade de Aparecida de Goiânia-GO,

denominados resíduos Classe A, conforme a Resolução do CONAMA 307/2002.

Os serviços prestados pela RNV são: recebimento e reciclagem de resíduos

classe A; consultoria em montagem de unidades de reciclagem de resíduos classe A;

desenvolvimento do plano de gerenciamento de resíduos sólidos para empresas,

indústrias, obras, municípios e órgãos públicos, buscando a forma mais eficiente para a

gestão dos resíduos.

Foto 20 - Usina Aparecida de Goiânia-GO da RNV. Fonte: site RNV.

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CONCLUSÕES

O intuito principal desta pesquisa foi conhecer a situação atual da produção e

destinação final da caliça na RMB. O fator solução foi proposto de forma a agregar

valor à pesquisa de campo, a qual mostrou a realidade da produção, coleta e

destinação final de caliça em obras civis da região metropolitana de Belém em dados

obtidos junto a obras da RMB e Empresa coletora de resíduos em grande escala.

Um dos objetivos foi mostrar que uma usina de reciclagem vem sendo a solução

em vários estados do Brasil. Este tipo de investimento requer um alto valor monetário,

em vista de se ater a padrões milionários, no entanto é inferior a diversas formas de

empreendimento que não são de cunho sustentável. Assim propondo uma análise do

investimento necessário para criação de uma usina deste porte. Sendo que a mesma

virá a compensar monetariamente o investidor com a pós venda dos materiais gerados

pela usina.

A destinação final na RMB é caótica e envolve uma sequência de problemas

ambientais graves. Esta classe de resíduos sendo absorvida por uma usina seria uma

solução parcial para os problemas ambientais gerados em torno do famigerado Lixão

do Aurá.

Define-se este investimento como um olhar futurístico quanto às questões

socioambientais sustentáveis, pautado no tripé fundamental para a sustentabilidade,

economicamente viável, socialmente justo, ambientalmente correto.

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ANEXO

ANEXO 1A – Projetos da Usina de reciclagem de entulho classe A.

ANEXO 1B – Projeto de Layout das instalações da administração.

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ANEXO 1A – Projetos da Usina de reciclagem de entulho classe A. Os projetos a seguir tiveram a autorização de sua divulgação pelo Diretor da Empresa MAPRE Equipamentos Rodoviários Ltda. Paulo Sporteman.

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ANEXO 1B – Projeto de Layout das instalações da administração.

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BIBLIOGRAFIA

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para projeto, implantação e operação. Rio de Janeiro, 2004.

NBR 15114: Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de reciclagem – Diretrizes

para projeto, implantação e operação. Rio de Janeiro, 2004.

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Endereço Eletrônico: Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e

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