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Artigo Correio da Bahia
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14 | Salvador, terça-feira, 13 de outubro 2015CORREIO CORREIO Mais | 15Salvador, terça-feira, 13 de outubro 2015
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AGENDA BAHIA BAIXO CARBONO
Sustentabilidadepor toda parteRepórter do CORREIO visita a Dinamarca e a Noruega eacompanha ações para reduzir as emissões dos gases do efeitoestufa. A meta dos países nórdicos é audaciosa: zerar asemissões do carbono. A ajuda dos moradores é fundamental O
crescimentodos carroselétricos naNoruega é frutode incentivosdo governo,especialmentesubsídiosOlav LundstolConsultor da Embaixada da Noruega
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ABASTECEDE GRAÇAMais de 70%dos 1.100pontos derecarga emOslo sãopúblicos egratuitos.
NÃO PAGAPEDÁGIOCarroselétricos sãoisentos depedágios nasestradas epodem entrarnos ferry-boatstambém sempagar.
ESTACIONAFREE São osúnicosveículos quenão precisampagar paraestacionar na‘zona azul’ delá.
NÃO PEGATRÂNSITOAssim comoos ônibus,podemcircular nasfaixasreservadaspara otransportepúblico
AJUDINHA DAPREFEITURAOslo contribuicom a conta,de instalarum ponto derecarga pertode seuescritório.
Victor Villarpando
Do alto, ainda no avião, a ima-gem chama atenção. Uma se-quênciaaperderdevistadetur-binas para a geração de energiaeólica em diversos pontos deCopenhague, capital da Dina-marca. Já nas ruas, quem per-corre os bairros da cidade en-contra no dia a dia dos morado-res outras ações sustentáveis: asbicicletas, por exemplo, ga-
nham cada vez mais espaço esão tão importantes que foramconstruídas pontes exclusivaspara esse meio de transporte.
Tanto investimento tem umafinalidade: assim como a vizi-nha Noruega, a Dinamarca pre-tende zerar as emissões de gasespoluentes do efeito estufa parareduzir os efeitos das mudançasclimáticas no planeta. O inves-timento em energia limpa, in-clusive no combustível dosmeios de transportes, é funda-
mental. O planejamento come-çou há muito tempo, mas atéhoje novas ações são implanta-das,comooincentivoaoscarroselétricos, na Noruega.
“É um trabalho em equipe dediversos ministérios, universi-dades, instituições e ONGs. Háfóruns regulares para debaterquestões ambientais e as pes-soas têm oportunidade de opi-nar na elaboração das políticaspúblicas. Há também sites paramonitorar o que vem sendo fei-
Governo dá incentivo para uso de carro elétrico na cidadeNum país com mais de 95%da matriz energética em hi-drelétricas - caso da Noruega- carros elétricos são ótimasaída para reduzir as emis-sões de carbono. Mas nãoadianta apenas trocar a frotado governo, como fez a pre-feitura de Oslo, em 2009. É
preciso incentivar o cidadão aquerer um veículo elétricopara chamar de seu. De acor-do com a consultoria IHS Au-tomotive, em julho deste ano,22,9% dos automóveis vendi-dos em Oslo foram assim. Nomesmo período, na Holandao número ficou em 5,2% e
nos Estados Unidos em 0,8%.Segundo a Associação No-
rueguesa de Veículos Elétri-cos, da frota do país, estima-da em 2,6 milhões automó-veis, 62.500 são elétricos, oque equivale a 2,4% do total.Parece pouco, mas é quase odobro da fatia de 2013.
É umtrabalho emequipe dediversosministérios,universidades einstituições. Aspessoas podemopinar naspolíticaspúblicas
Troca de plástico por moedasEm 1972, a empresa norue-
guesa Tomra inventou a pri-meira máquina de venda re-versa do mundo: as pessoasdepositavam uma garrafa deplástico e recebiam de voltauma moeda. A invenção estápresente em diversos super-mercados e mercadinhos portoda a Noruega.
Hoje, uma garrafinha plás-tica de água mineral com ca-pacidade para 500 ml, porexemplo, rende NOK 1. É cercade 5% do valor que ela custa,
cheia, no mercado. Alguns dosprodutos trazem o valor daembalagem no próprio rótulo.
As mais de 70 mil máqui-nas de venda reversa da Tom-ra espalhadas por cerca de 40países levam para a recicla-gem aproximadamente 35 bi-lhões de recipientes usadosde bebidas por ano. Isso pou-pa uma quantidade de gasespoluentes equivalente àsemissões de dois milhões decarros percorrendo 10 milquilômetros cada.
Com isenção de impostos,os preços de automóveis mo-vidos a gasolina e à eletrici-dade ficam bem próximos. Asvantagens vêm depois: deisenção de pedágio à recargagratuita na maioria dospontos de abastecimento dacidade.
REPRODUÇÃO/FACEBOOK
VISIT DENMARK/DIVULGAÇÃO ELBIL/REPRODUÇÃO PREFEITURA DE OSLO/DIVULGAÇÃO
PREFEITURA DE OSLO/DIVULGAÇÃO
VISIT COPENHAGEN/DIVULGAÇÃO
Em Copenhague, há vagões de metrô e trem adaptados para bicicletas
Transporte integrado com bicicletaAlém de ciclovias por toda
a cidade, Copenhague inves-te pesado na integração dabicicleta com outros meiosde transporte. É o caso dosônibus, do metrô e dos trensurbanos, que oferecem espa-ços para os ciclistas viajaremcom as bikes. A maior partedas estações ferroviáriastem uma pequena rampana escada para contemplara descida e a subida dasbicicletas.
Outra iniciativa
ENERGIA LIMPAAs ações dos dois países visam reduzir os
impactos das mudanças climáticas com o controleda emissão dos gases do efeito estufa. Energia
eólica, transporte público, carro elétrico ereciclagem de resíduos estão entre as prioridades
NOVO SEMINÁRIOBaixo Carbono: A Nova Economia Mundial foi o tema dosegundo seminário do Fórum Agenda Bahia, realizado noúltimo dia 29. Na próxima terça-feira, acontece, no auditório daFieb, o seminário O Futuro do Emprego e o Valor do Trabalho,realizado pelo CORREIO e pela rádio CBN. Inscrições pelo sitecorreio24horas.com.br/agendabahia
As máquinas recebem garrafa de plástico e devolvem moedas
PARTE DA PAISAGEM3.768 turbinas de geração deenergia eólica estão espalha-das pela Dinamarca. Em diasmais ventilados, conseguemsuprir toda a necessidade dopaís e ainda exportar exceden-tes que chegam a 40%. A pro-dução de energia limpa corres-ponde a 74% do total das redu-ções de carbono em Copenha-gue. Os cataventos gigantesficam especialmente em luga-res próximos do litoral. No cen-tro da capital, Copenhague, fa-zem parte do skyline do bairrode Christianshavn e estão empontos de prática de esportesaquáticos
to”, explica Olav Lundstol,consultor de energia da Embai-xada da Noruega, no Brasil, pa-lestrante do último semináriodo Fórum Agenda Bahia (BaixoCarbono: A Nova EconomiaMundial).
Olav acompanhou a mudan-çadeculturadesdemenino.Emvez de jogar no lixo, ele juntavagarrafas plásticas vazias de suacasa numa sacola. Sempre queiaaomercadocomamãe,asco-locava numa máquina parecida
com aquelas de refrigerante. Esaia de lá com o bolso cheio demoedas.“Faziaissoparaganharuns trocados na infância. Osnoruegueses usam essas má-quinas no cotidiano, é comumnos mercadinhos”, conta ele.
ANoruegaéumdosexpoen-tes mundiais em redução deemissões de carbono. Entre osplanos do país está reduzir pelametade a emissão de gases po-luentes de 1991 até 2030 e zeraros números até 2050. “O en-volvimento dos cidadãos é devital importância para atingiressas metas”, afirma Olav.
O resultado está por todaparte. Até visitantes se sentemparte dessa cultura, com von-tade de separar o lixo, andar debicicleta e trocar garrafas pormoedas. Estive lá em agosto erecebi uma coroa norueguesa,que equivale a R$ 0,50, pelagarrafinha de água mineral.Foi supersimples. No própriorótulo havia indicação dequanto dinheiro eu receberiapelo retorno. Na Dinamarca, osentimento foi o mesmo. Nacidade mundial da bicicleta,Copenhague, impressionamruas e pontes exclusivas parabikes. Do bairro de Vesterbro,onde estive hospedado, paravisitar Christiania, ponto tu-rísticodooutroladodomar,foimais rápido - e simples - ir debike do que de metrô.
* O JORNALISTA VIAJOU A CONVITE DAINNOVATION NORWAY
interessante é a Bicyle Sna-ke, uma ponte sinuosa de220 metros de comprimentoe quatro de largura, exclusivapara bicicletas. Desde 2013,ela liga duas das principaisilhas do centro da capital di-namarquesa.
De acordo com o Plano Cli-mático Copenhague 2025,que pretende tornar a cidadeneutra em carbono daqui a 10anos, as iniciativas ligadas atransporte correspondem a11% das reduções de carbono.
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BAIXO CARBONO A frota da prefeitura de Oslo é de carros elétricos. Na cidade, amaioria dos pontos de recarga é gratuita (à direira, o equipamento da recarga)