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1 – Jurisdição (continuação) e Competência II (Segunda característica da jurisdição) 1.1 Inafastabilidade já foi visto. 1.2 Juiz Natural: Mais um campeão de audiência nas provas da OAB. É o juiz previamente estabelecido para a causa, sendo vedado tribunais de exceção. Como funciona isso? Desde as doutrinas mais antigas, colocam o principio do juiz natural como subprincípio do princípio da imparcialidade. Podemos tratar de maneira distinta daquele classificação escolhida, mas o importante é entender o seguinte: eu não posso designar, destacar um juiz para julgar uma causa. Veja: vamos imaginar que ocorreu um crime de grande magnitude numa cidade. Vamos imaginar que esse crime tenha projeção nacional. O que acontece? O grupo de juízes criminalistas do Brasil se reúne – imagine que há uma associação de juízes criminalistas do Brasil – e esses juízes decidem, deliberam que tal juiz, o juiz de uma outra comarca, na verdade, de outro Estado, o juiz José, por exemplo, será o juiz que vai julgar essa causa. Por que esse juiz José? Porque ele é o cara mais preparado para julgar esse tipo de delito. Ele fez mestrado e doutorado sobre o assunto, já fez várias pesquisas, conhece toda jurisprudência do STJ sobre o assunto. Então, ninguém melhor do que ele, efetivamente, pra poder determinar o julgamento desse caso. Isso é possível? Não. E por que não é possível? Por um motivo muito simples: isso ofenderia o juiz natural. O juiz natural, na verdade, tem que ser eleito pelas regras gerais e abstratas de competência, ou seja, o crime ocorreu naquela cidade, então vai ser dentro daquela cidade. Vamos imaginar que estejamos falando de São Paulo; dentro de São Paulo existe uma fragmentação da competência em foros regionais. Então nós temos que verificar qual

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Page 1: t   Web viewO filho do juiz é advogado de uma das partes. Prova-se de plano? ... 1 mês ou 1 ano ... - juiz de 2º grau;

1 – Jurisdição (continuação) e Competência II

(Segunda característica da jurisdição)

1.1 Inafastabilidade já foi visto.

1.2 Juiz Natural:

Mais um campeão de audiência nas provas da OAB.

É o juiz previamente estabelecido para a causa, sendo vedado tribunais de exceção.

Como funciona isso?

Desde as doutrinas mais antigas, colocam o principio do juiz natural como subprincípio do princípio da imparcialidade. Podemos tratar de maneira distinta daquele classificação escolhida, mas o importante é entender o seguinte: eu não posso designar, destacar um juiz para julgar uma causa.

Veja: vamos imaginar que ocorreu um crime de grande magnitude numa cidade. Vamos imaginar que esse crime tenha projeção nacional.

O que acontece? O grupo de juízes criminalistas do Brasil se reúne – imagine que há uma associação de juízes criminalistas do Brasil – e esses juízes decidem, deliberam que tal juiz, o juiz de uma outra comarca, na verdade, de outro Estado, o juiz José, por exemplo, será o juiz que vai julgar essa causa. Por que esse juiz José? Porque ele é o cara mais preparado para julgar esse tipo de delito. Ele fez mestrado e doutorado sobre o assunto, já fez várias pesquisas, conhece toda jurisprudência do STJ sobre o assunto.

Então, ninguém melhor do que ele, efetivamente, pra poder determinar o julgamento desse caso.

Isso é possível? Não. E por que não é possível? Por um motivo muito simples: isso ofenderia o juiz natural.

O juiz natural, na verdade, tem que ser eleito pelas regras gerais e abstratas de competência, ou seja, o crime ocorreu naquela cidade, então vai ser dentro daquela cidade. Vamos imaginar que estejamos falando de São Paulo; dentro de São Paulo existe uma fragmentação da competência em foros regionais. Então nós temos que verificar qual foro regional. Dentro do foro regional, vamos imaginar que existam 10 varas criminais.

Por sorteio aleatório, e.g., a 8ª vara foi escolhida.

Então é importante que vocês entendam, que nesse ponto específico, o juiz natural é aquele que foi eleito por regras gerais de competência, e não aquele que foi designado.

E a pergunta é: entendi juiz natural, mas você falou em tribunais de exceção.

Percebam, se juiz natural é a pessoa, tribunal de exceção é o órgão, na verdade é o espaço físico. Da mesma forma que eu não posso designar um juiz pra julgar uma causa, eu não posso criar um tribunal pra julgar uma causa.

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Como, por exemplo, aconteceu na 2ª Guerra – no Brasil, isso não seria possível – Ao final da 2ª guerra, criou-se um tribunal, o Tribunal de Nuremberg, pra julgar os alemães. Ou seja, na verdade, alemães, italianos e japoneses envolvidos na tríplice aliança. Então os militares derrotados na guerra foram julgado pelo Tribunal de Nuremberg. Isso é um tribunal de exceção, pois foi criado após o fato, com o exclusivo intuito de julgar aquele conflito.

1.3 Imparcialidade:

O juiz deve ser imparcial, isento, equidistante das partes. Então a imparcialidade, na minha opinião, é a principal característica do juiz. Montesquieu dizia: “coloquem meus piores inimigos pra julgar uma causa, desde que eles ajam com ânimo de isenção; desde que eles sejam isentos”.

O que nós devemos entender sobre a característica técnica da imparcialidade?

Temos que entender que o juiz deve ser imparcial. A lei não define o juiz imparcial, mas, sim, quem é parcial, e uma questão interessante pra vocês, é que a grande maioria dos casos de parcialidade, a lei não regulamenta. Não regulamenta vírgula, porque ela não pode. Porque não há como. Quando eu falo de parcialidade, eu não quero me referir a um juiz tendencioso, corrupto, que agiu com prevaricação, concussão, não é isso.

Nós estamos falando de um juiz que será mais focado para um lado ou para outro, porque efetivamente aconteceu algum fenômeno. Claro, nós temos situações de nossa vida que podem fazer com que o juiz julgue de maneira diferente.

Imagine um juiz que está tentando, há uma semana, cancelar uma linha telefônica, mas não consegue cancelar.

Se chegar a suas mãos um processo daquela companhia telefônica, como ele vai julgar?

O juiz que foi traído, se cair em suas mãos um divórcio cujo fato gerador tenha sido o adultério da esposa, como ele irá julgar?

O juiz que tem um imóvel locado, mas não consegue receber o aluguel, como irá julgar os despejos que chegam às suas mãos?

Então, essas situações, em que a doutrina costuma chamar de um direito consuetudinário do magistrado, não nos importam. O que nos importam são circunstâncias hospedadas dentro ou fora do processo que podem fazer com que o juiz veja o processo de maneira turva.

Veja, imagine que o juiz julgue um processo do seu inimigo capital. Imagine que o juiz julgue o processo de sua mãe. Imagine um juiz presidindo um inventário em que ele mesmo é herdeiro.

Então a lei, atenta a essas questões, resolveu estabelecer o seguinte, enumerou em dois artigos, o artigo 134 e 135, as hipóteses, respectivamente, de impedimento e suspeição.

No tocante à imparcialidade do juiz, temos, então, o impedimento e a suspeição.

Os impedimentos são as hipóteses mais graves e as de suspeição, menos graves.

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Temos duas opções: podemos ler esses artigos, que eu não recomendo, em função do tempo, ou aprendemos uma técnica para que, mesmo sem nunca ter aberto o código, possamos diferenciar impedimento de suspeição.

Qual que é a grande diferença entre impedimento e suspeição no Brasil.

O impedimento prova-se de plano. A suspeição demanda dilação probatória.

A mulher do juiz é uma das partes, prova-se de plano? Sim. Certidão de casamento.

O filho do juiz é advogado de uma das partes. Prova-se de plano? Sim. Certidão de nascimento.

O juiz é inimigo de uma das partes. Provo de plano? Não. Suspeição!

Esse critério não abrange 100% dos casos, mas resolve a grande maioria deles.

Uma outra técnica, baseada na primeira.

Se você olha pra questão e fica sorrindo, é porque descobriu na hora, é impedimento. Se fica refletindo, olhando pra cima, é suspeição, porque estará analisando que prova eu tenho que ter aqui. Olha pra cima e não vai conseguir como provar. Então é suspeição.

A OAB não vai inventar moda, ela vai pegar as hipóteses de impedimento e as de suspeição, misturá-las e você tem que saber qual é a diferente.

1.4 Identidade física do juiz (132, CPC):

Identidade física é o seguinte: aquele que colhe a prova, julga.

Ou seja, o juiz que colher a prova, deve julgar.

Para entendermos, temos que visualizar dois marcos: o dia da audiência e o dia da sentença.

O juiz que presidiu a audiência obrigatoriamente tem que dar a sentença. Daí chamarmos de “identidade física do juiz”.

Por que existe essa correspondência? Se o juiz colheu a prova, ouviu as testemunhas, colheu depoimento pessoal, se entendeu que a testemunha estava mentindo, fez acareação das testemunhas, viu o depoimento pessoal e considerou sendo verdadeiro ou mentiroso. Nesses casos, tal juiz será a pessoa mais preparada para proferir a sentença.

Daí porque a lei estabelece essa vinculação, e se a sentença for proferida por outra pessoa que não aquele juiz que colheu as provas, essa sentença é nula.

Entretanto, temos exceções, porque, entre o dia da audiência e o da proferição da sentença, que pode demorar 10 dias, 1 mês ou 1 ano – vai depender da burocracia daquela vara – é possível que possa acontecer uma série de situações, por exemplo, o juiz original:

- pode morrer;

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- aposentar-se;

- entrar de férias;

- ser afastado;

- ser promovido;

- ser transferido.

Qualquer uma das situações acima faz com que o juiz fique desobrigado.

Interessante é que a lei é imperiosa, mas se o juiz sai permanente ou temporariamente de seu ofício, ele já não precisa julgar.

2 – Competência:

O conceito de competência é importante dentro da teoria do direito, nem da teoria do processo, porque a competência não se aplica apenas dentro do processo civil.

Mas é comum estudarmos sobre competência baseados em uma problemática. E isso pode se dar através do estabelecimento de uma pergunta:

Um único juiz brasileiro teria juridicamente condições de jugar todas as causas no território nacional?

Sim, ele teria. Ele teria por um motivo simples, porque todo juiz que recebe essas causas possui jurisdição, pode julgar causas.

Fisicamente não seria possível, já que mal os juízes que possuímos conseguem julgar todas as causas, imagine um só.

E outra, os juízes prestam concursos diferentes e há o estabelecimento de regras de competência diferentes. Abstratamente seria possível que um juiz pudesse julgar todas as causas do território nacional.

Entretanto, por uma regra do direito italiano, chamada de ESPECIALIZAÇÃO, nós dividimos os juízes em competências, quanto mais especializado for o juiz em determinado ramo, melhor irá julgar a causa. Então, é melhor que um juiz julgue família, pois irá fazê-lo com mais presteza, mais celeridade, do aquele que vai julgar família, tributário, criminal, eleitoral, consumidor, etc.

Por isso dividimos os juízes em competências.

Por isso lemos na doutrina que competência é o limite da jurisdição ou a distribuição aos órgãos judiciários de suas funções.

Isso não acontece apenas no judiciário. Em empresas dividem-se, também, as pessoas em funções, pra que elas, especializando-se naquela função, trabalhem melhor.

O que costuma cair em exame de ordem são 3 perguntas importantes.

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A primeira pergunta que vou responder agora pra vocês.

Quais são os critérios para dividirmos os juízes no Brasil? Ou seja, quais são os critérios de competência que nós dividimos o poder judiciário.

Temos 4 critérios que o CPC adota;

A competência no Brasil pode ser:

1 - Material:

É a competência da matéria. Ela é dividida regionalmente, a divisão geográfica no Amazonas é diferente da divisão geográfica em São Paulo ou Brasília em relação a Goiás. Isso depende das peculiaridades de cada região. Mesmo dentro da Bahia ou dentro do Maranhão ou noutro Estado, teremos divisões diferentes; cidades maiores possuem varas cíveis e de família; outras possuem varas do consumidor; cidades que têm varas da empresa; outras que possuem varas de conflito agrário. Ou seja, isso vai depender muito da organização judiciária de cada Estado.

Mas competência material é dividir o juiz em cível, família, criminal, trabalho, etc.

2 - Funcional:

É a única em que ao bater o olho na lousa, você não identifica. A competência funcional é tradicionalmente a competência hierárquica, não só ela, mas principalmente ela. Vocês vão encontrar em vários livros de doutrina uma série de acepções de competência funcional, mas a que nos importa é a que o CPC erigiu.

Competência funcional é competência da hierarquia:

- juiz de 1º grau;

- juiz de 2º grau;

- Tribunais superiores.

3 - Territorial:

Que divide o juiz em comarcas. No caso da justiça federal, em subseções judiciárias

4 - Valor da Causa:

Essa foi a primeira pergunta a ser respondida. A segunda pergunta a ser respondida:

Quais são os critérios de competência nesses casos, de cunho absoluto e de cunho relativo?

A competência material e funcional é ABSOLUTA:

A competência territorial e valor da causa é RELATIVA:

Existe um motivo para que a competência material, funcional, territorial e valor da causa, tenha essa distinção.

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Por que as duas primeiras são absolutas e as duas segundas são relativas?

Pra responder essa pergunta, temos que passar, na verdade, por um critério anterior.

Esse critério anterior nos diz por que um juiz é incompetente.

Eu costumo dizer aos meus alunos que o juiz e incompetente porque o advogado do autor foi incompetente. Ele não observou as regras gerais e abstratas de competência previstas em lei e estabeleceu de alguma forma, uma regra de competência equivocada.

Ele tinha que distribuir perante a vara criminal, mas o fez na vara cível, ou seja, o juiz é materialmente incompetente.

Ele tinha que distribuir a causa em 1º grau, mas distribuiu no STF. O juiz é funcionalmente incompetente, além de ser um caso de psiquiatria forense.

O sujeito distribuiu a causa em Porto Alegre, e essa causa tinha que correr em Manaus. O juiz é territorialmente incompetente.

O sujeito distribuiu a causa no rito sumário, mas tinha que correr no rito ordinário. O juiz é incompetente pelo valor da causa.

Aí, é uma questão política, não questione, dependendo da gravidade do erro do advogado, a incompetência vai ser absoluta ou relativa.

Para o legislador, distribuir uma causa de família em uma vara criminal é muito grave. Como também, uma causa que deveria correr no 1º grau, mas é ajuizada no STJ. Então a competência material e funcional é absoluta.

Para o legislador, distribuir a causa em Porto Alegre, ou em Manaus, ou em Palmas, a gravidade é a mesma. É grave, mas não tão grave, pois o juiz cível de Porto Alegre tem as mesmas condições de julgar que o juiz cível de Manaus. Portanto a competência é relativa, tendo-se o mesmo critério para o valor da causa.

E aqui nós temos que tratar a incompetência, e na verdade ela é, para o plano do processo, como uma doença no organismo do processo.

Se nós temos uma doença grave, temos que tomar medicamentos pesados para que se possa curar essa patologia, nesse caso, a incompetência absoluta seria uma pneumonia.

A relativa é grave, mas nem tanto. Podemos chamar de uma pequena gripe. Então não precisamos de um medicamento tão pesado para sua cura. É o que vamos entender agora:

Como o sistema processual reage diante da incompetência absoluta e relativa.

Um juiz que recebe uma causa e percebe que ele é material ou funcionalmente incompetente, ele pode conhecer a incompetência absoluta de ofício (113, CPC). Pergunta que despenca em prova.

O juiz pode conhecer a incompetência relativa de ofício? Negativo. Se um juiz de Belo Horizonte recebe uma causa que deveria correr em Goiânia, ele não se declarar incompetente de ofício (Súmula 33 do STJ).

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Ele não pode, tem que ficar quieto, só a parte pode. Ele tem que esperar a outra parte entrar com um instrumento chamado de EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA (prazo de 15 dias).

E qual deve ser o instrumento que a parte pode manusear para arguir a incompetência?

Se estivermos falando de absoluta, o instrumento é a OBJEÇÃO.

E se a parte não opuser uma exceção de incompetência no prazo de 15 dias?

Nesse caso, ocorre um fenômeno jurídico chamado de PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA (114, CPC).

Ou seja, o juiz, que era incompetente, passa a ser competente pra causa.

No caso da incompetência absoluta, que se dá através da objeção.

Objeção, tecnicamente, é o nome que se dá à incompetência absoluta, não é uma peça. Na prova da OAB - cuidado com isso, haverá duas respostas diferentes para o momento de se alegar a incompetência absoluta.

Você encontrará duas possíveis saídas:

- A incompetência absoluta pode ser alegada em PRELIMINAR DE CONTESTAÇÃO (a primeira saída). Artigo 301, II.

- Você pode alegar, também, A QUALQUER MOMENTO, e quando eu falo a qualquer momento, é a qualquer momento mesmo: a qualquer tempo, grau de jurisdição e, inclusive, por meio de ação rescisória (485, II, CPC).

Veja que a incompetência no Brasil é tão grave, que posso alegá-la até mesmo em rescisória, transitou em julgado, fez coisa julgada, eu descubro ao término do processo – é difícil acontecer isso, mas eu descubro ao final do processo – o juiz que julgou a causa é absolutamente incompetente? Não tem problema, você entra com rescisória. Se passou 2 anos da rescisória, tarde demais.

Para encerrar, as partes podem abrir mão da competência?

Na absoluta, as partes não podem. Há um nome técnico: as partes não podem DERROGAR (abrir mão). Mesmo que as partes queiram. Exemplo:

Duas pessoas não podem estabelecer um contrato trabalhista que, caso surja algum problema com aquela causa, esta vá para o cível.

Duas pessoas que fazem um pacto antenupcial não podem estabelecer que o foro competente é o criminal.

Duas pessoas não podem estabelecer um contrato cujo foro competente é o STJ.

Ninguém pode dispor de competência material nem funcional.

Agora, na relativa, as partes podem derrogar abrir mão (111, CPC):

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Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações.

§ 1o O acordo, porém, só produz efeito, quando constar de contrato escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.

§ 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.

Então veja, a competência territorial e pelo valor da causa é possível derrogar.

NÓS TEMOS DUAS EXCEÇÕES NO BRASIL! JUIZADO ESPECIAL FEDERAL E JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA. As partes nesses casos, em que o critério preponderante é o valor da causa, não podem derrogar.