tabela de herbicidas

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Tabela 30. Herbicidas seletivos, doses e poca de aplicao indicadas para o controle de plantas daninhas na cultura de trigo. Nome comum Pendimetalin Bentazon Metsulfuron-metil Dicamba 2,4-D amina2

Concentrao (g/L ou g/kg) 500 i.a.

1

2,4-D ster 2,4-D + MCPA 2,4-D + Picloran 3 Metribuzin 2,4-D ster + Dicamba 2,4-D ster + Bentazon 2,4-D amina + Bentazon Diclofop-metil4

600 i.a. 480 i.a. 600 i.a. 480 e.a. 400 e.a. 670 e.a. 720 e.a. 400 e.a. 275 + 275 e.a. 360 + 22,5 e.a. 480 i.a. 280 i.a.

Produto comercial (g ou L/ha) 2,0 a 2,5 (a) 2,5 a 3,0 (b) 3,0 a 3,5 (c) 1,2 a 1,6 1,5 a 2,0 4,0 0,3 1,0 a 1,5 1,0 a 1,5 1,0 a 1,5 0,6 a 1,0 1,0 a 2,0 1,0 0,3 0,6 a 1,0 + 0,2 0,6 + 0,8 1,0 + 0,8 1,5 a 2,0

poca de aplicao Pr-emergncia. A dose varia conforme a textura do solo. Solos arenosos (a), francos (b) e argilosos (c). Ps-emergncia das plantas daninhas (2 a 6 folhas). No trigo pode ser aplicado a partir do incio do perfilhamento.

Ps-emergncia das plantas daninhas (2 a 6 folhas). No trigo pode ser aplicado no estgio de perfilhamento (4 o folhas-at ocorrncia do 1 n).

Ps-emergncia do azevm e da aveia (2 a 4 folhas). No trigo pode ser aplicado desde a emergncia at o final do perfilhamento, desde que este no cubra as plantas daninhas.

1 2

i.a.= ingrediente ativo; e.a.= equivalente cido. Adicionar 0,1 % v/v de leo mineral emulsionvel (100 ml/100 L de gua). O Metsulfuron-metil apresenta incompatibilidade biolgica com a formulao concentrado emulsionvel de Tebuconazole, Paration metilico, Clorpirifs e Diclofop-metil. 3 No aplicar em solos com menos 1% de matria orgnica. No misturar em tanque com outros agrotxicos ou com adubo foliar. 4 No misturar em tanque com latifolicidas. Sua aplicao deve ser efetuada 3 dias antes ou depois desses herbicidas.

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Tabela 31. Eficincia dos herbicidas indicados para o controle de plantas daninhas na cultura de trigo. 2,4-D+ MCPA Diclofop-metil CM NC NC NC NC NC NC C NC NC Pendimetalin NC NC SI NC NC CM NC C NC CM Metsulfuronmetil

2,4-D amina

2,4-D ster

Metribuzin

2,4-D e Bentazon NC C CM C* SI C C NC C C*

Planta daninha

Avena spp. Aveia NC NC NC NC NC Bidens spp. Pico-preto SI C C C SI Bowlesia incana Ruiz et. Pav. Aipo bravo C C CM CM SI Brassica napus L. Colza SI C C NC C Echium plantagineum L. Flor roxa SI CM CM C SI Galinsoga parviflora Cav. Pico branco SI CM CM C C Ipomoea spp. Corriola SI CM CM C SI Lolium multiflorum Lam. Azevm NC NC NC CM NC Poligonum convolvulus L. Cip-de-veado SI CM CM C* C Raphanum sativus L. Nabo, nabia C C C NC C Rhichardia brasiliensis Gomez Poaia-branca SI C C SI SI Rumex crispus L. Lngua-de-vaca C** NC NC C SI Silene gallica L. Silene C CM CM C SI Sonchus oleraceus L. Serralha SI C C SI SI Spergula arvensis L. Gorga, Espergula C CM CM C SI Stachys arvensis L. Orelha-de-urso C NC NC CM SI Stellaria media (L.) Cyrril Esparguta C CM CM SI SI Vicia spp. Ervilhaca SI C C C SI C = Controle acima de 80 %; CM = Controle mdio 60 % a 80 %; NC = No controla; % C** = Controla lngua-de-vaca na fase de plntula, na dose de 4,0 g p.c./ha.

NC C SI C CM CM CM NC CM C*

NC C C C* SI C C NC C* C

NC C SI C* SI C C* NC C* C*

NC C CM C* SI C C NC C C

C C C C SI C SI NC CM C* C* C* C C C C CM C* C CM SI C SI NC CM C C CM SI SI SI SI SI = Sem informao; C*

NC NC NC NC NC SI C NC NC C NC C SI NC C NC NC SI SI NC SI SI SI SI = Controle acima de 90

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Bentazon

Dicamba

2,4-D e Dicamba

2,4-D + Picloran

Tabela 32. Herbicidas no-seletivos, doses e poca de aplicao indicadas para o manejo (dessecao) de plantas daninhas na cultura de trigo no plantio direto. Plantas daninhas a controlar Concentrao1 (g/L ou kg) 360 e.a. 330 e.a. 200 + 100 i.a. 200 i.a. 600 i.a. 200 + 100 i.a. 400 e.a. 360 e.a. 330 e.a. Produto comercial (g ou L/ha) 1,0 a 1,5 1,0 a 1,5 1,0 a 1,5 1,0 a 1,5 4,0 1,0 a 1,5 1,0 a 1,5 1,5 a 2,0 1,5 a 2,0 4,0 e 1,0 a 1,5 0,5 a 1,0 e 1,0 a 1,5 poca de aplicao em relao a semeadura

Nome comum Glifosate Sulfosate Paraquat + Diuron2 Paraquat Metsulfuron-metil Paraquat + Diuron2 2,4-D ster Glifosate Sulfosate Metsulfuron-metil e Glifosate ou Sulfosate 2,4-D ster e Glifosate ou Sulfosate

Monocotiledneas Anuais

No mnimo 1 dia antes

No mnimo 1 dia antes No mnimo 15 dias antes No mnimo 1 dia antes

Dicotiledneas Anuais

Monocotiledneas anuais e dicotiledneas anuais e perenes

No mnimo 15 dias antes

1 2

i.a. = ingrediente ativo; e.a. = equivalente cido. Usar somente nos estdios iniciais de desenvolvimento da planta daninha.

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Tabela 33. Herbicidas indicados para o controle de plantas daninhas na cultura de trigo. Nome comum Bentazon Diclofop-metil 2,4-D amina Produto comercial Basagran 600 Banir Iloxan CE Aminol 806 DMA 806 BR Herbi D 480 U46 D-Fluid 2,4-D Deferon Esteron 400 BR Dontor Glion Glifosato Nortox Roundup Sencor 480 Lexone SC Ally Concentrao1 (g/L ou kg) 600 i.a. 480 i.a. 280 i.a. 670 e.a. 670 e.a. 400 e.a. 720 e.a. 400 e.a. 400 e.a. 360 + 22,5 e.a. 360 e.a. 360 e.a. 360 e.a. 480 i.a. 480 i.a. 600 i.a. Classe toxicolgica III II III I I I I I I I IV IV IV IV IV III Formulao2 CS CS CE SA SA SA SA CE CE SA CS CS CS SC SC GrDA Continua...

2,4-D ster 2,4-D + Picloran Glifosate

Metribuzin Metsulfuron-metil

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Tabela 33. Continuao. Nome comum Paraquat Paraquat + Diuron Pendimetalin Sulfosate1 2

Produto comercial Gramoxone 200 Paraquat Herbitcnica Gramocil Herbadox 500 CE Zapp

Concentrao1 (g/L ou kg) 200 i.a. 200 i.a. 200 + 100 i.a. 500 i.a. 330 e.a.

Classe toxicolgica I I I II IV

Formulao2 SA SA SC CE CS

i.a. = ingrediente ativo; e.a. = equivalente cido. SA = soluo aquosa concentrada; CS = concentrado solvel; CE = concentrado emulsionvel; GrDA = grnulos dispersveis em gua; SC = suspenso concentrada.

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Na presena de orvalho, no aplicar herbicidas de contato, podendo ser utilizados os herbicidas sistmicos, desde que sejam aplicados com baixo volume de calda. No aplicar herbicidas de ps-emergncia quando ocorrerem perodos de estresse hdrico, de umidade relativa do ar inferior a 50% e de temperatura do ar igual ou inferior a 10 graus centgrados, pois nessas situaes a eficcia dos herbicidas prejudicada. A presente recomendao para o controle qumico considera apenas a eficincia relativa do controle e no a economicidade de cada um dos tratamentos. O uso e a adoo, por parte dos agricultores, da melhor opo de controle devero ser decididos, para cada caso, com o auxlio da Assistncia Tcnica.

5.3.1. Controle qumico em plantio convencionalAs doses de herbicidas de ps-emergncia (Tabela 30) devem variar com o grau de infestao, com a fase de desenvolvimento das plantas e com as condies climticas reinantes. A aplicao deve ser realizada na poca de crescimento intenso, evitando-se perodos de seca prolongada, pois nessa condio a eficincia, em geral, prejudicada. Durante o perfilhamento (estdio de 4 folhas at o 1 n visvel), os cereais apresentam melhor tolerncia aos herbicidas hormonais, no devendo ser utilizados aps o surgimento do primeiro n (incio da elongao). Em lavouras nas quais, nas vizinhanas, existirem culturas de folhas largas, como colza, e frutferas em geral, recomenda-se a utilizao de 2,4-D (amina), 106

em vez de 2,4-D (ster), para diminuir possveis efeitos fitotxicos de deriva. A aplicao de pendimetalin deve ser aps o plantio e antes da germinao das plantas daninhas (pr-emergncia). Para melhor eficincia do produto, a semeadura de trigo deve ser efetuada imediatamente aps o ltimo preparo de solo. importante observar a profundidade de semeadura para que se obtenha boa cobertura das sementes. Estas, em contato direto com a superfcie tratada, podem sofrer ao txica do herbicida, ficando prejudicada a sua germinao. A utilizao desse produto muito prxima da fase de emergncia tambm pode prejudicar o processo germinativo das sementes. A eficincia dos herbicidas indicados sobre as principais plantas daninhas de trigo especificada na Tabela 31.

5.3.2. Controle qumico em plantio diretoCom esse sistema, o solo no sofre qualquer preparo, e o controle das plantas daninhas representa o principal fator de sucesso. Esse controle obtido pelo efeito conjugado da presena dos restos culturais (palha) e pela utilizao de herbicidas, quando necessrio. Os herbicidas podem ser utilizados em duas etapas: ? pr-semeadura: consiste na eliminao das plantas daninhas, antes da semeadura, utilizando-se herbicidas de contato ou sistmicos de ao total. tambm chamada de operao de manejo (Tabela 32). ? ps-semeadura: consiste na eliminao das plantas daninhas aps a semeadura, utilizando-se os mesmos herbicidas recomendados para o controle de plantas 107

daninhas em plantio convencional (Tabela 30). Em algumas situaes (altas infestaes de plantas daninhas bem desenvolvidas), fazem-se necessrias duas aplicaes em pr-semeadura. A primeira dever ser feita, no mnimo 10 dias antes da semeadura; na segunda, utiliza-se a metade da dose recomendada, no mnimo trs dias antes da semeadura. Neste ltimo caso no se deve incluir o herbicida 2,4-D. A adio de surfactantes no inicos, de leos vegetais e de leos minerais aos herbicidas dessecantes, melhoram a eficincia destes.

5.4. Resistncia de plantas daninhas aos herbicidasAlguns casos de resistncia de plantas daninhas aos herbicidas j tem sido constatados no Brasil, ou seja, algumas espcies daninhas que anteriormente eram controladas por determinado herbicida, selecionaram bitipos que no so afetados pelo produto. J foi constatado bitipo de azevm (Lolium mult iflorum Lam.) resistente a 3240 g de equivalente cido de glifosate e bitipo de nabo (Raphanus sativus L.) resistente a inibidores de ALS (enzima acetolactate synthase O potencial de ). desenvolvimento de casos de resistncia se acentua com o uso prolongado de um mesmo herbicida, ou com a utilizao continuada de herbicidas que apresentam o mesmo mecanismo de ao nas plantas. Algumas medidas preventivas indicadas para minimizar o desenvolvimento de resistncia de plantas daninhas aos herbicidas so: ? acompanhar com ateno quaisquer mudanas nas populaes de plantas daninhas presentes na lavoura; 108

praticar rotao de culturas, j que essa prtica favorece a alternncia de herbicidas a utilizar na rea; ? rotacionar os herbicidas, evitando utilizar por mais de duas ocasies consecutivas produtos que apresentem o mesmo mecanismo de ao; ? misturar herbicidas com diferentes modos de ao, ou fazer aplicaes seqenciais de herbicidas com diferentes mecanismos de ao; ? utilizar de forma intensiva o manejo integrado de plantas daninhas, principalmente quando houver constatao de escapes no controle qumico de determinada espcie; ? realizar a eliminao mecnica de plantas remanescentes (capina). Uma vez constatado algum problema de resistncia, realizar a semeadura, os tratos culturais e a colheita da reaproblema por ltimo, praticando completa limpeza dos equipamentos utilizados na mesma para evitar disseminar sementes dessas plantas para outras reas da propriedade. Sugere-se a consulta a Assistncia Tcnica para dirimir dvidas a respeito das aes a adotar no caso.

?

6. REDUTORES DE CRESCIMENTOA aplicao de CCC est restrita s cultivares de porte alto, com tendncia ao acamamento, em solos de alta fertilidade. No indicada a sua utilizao no caso de ocorrncia de deficincia hdrica na fase inicial do desenvolvimento da cultura. Indica-se a aplicao do produto quando o trigo encontrase no estdio 6 da escala de Feekes-Large, o que corresponde 109

ao aparecimento do 1 n, na dose de 1.000 g/ha de ingrediente ativo, ou seja, 2 L/ha do produto comercial Cycocel 500 A.

7. CONTROLE DE DOENASDentre as medidas de controle das doenas de trigo, o uso de cultivares resistentes a preferencial. Entretanto, no se dispem de cultivares resistentes a todas as enfermidades. Outras medidas, como o tratamento de sementes, a rotao de culturas e a eliminao de plantas voluntrias e de hospedeiros secundrios, auxiliam na reduo do inculo dos patgenos. Alm dessas tticas, dispem-se, do controle qumico. Essa prtica uma medida emergencial e rpida de controle, porm, determina um acrscimo significativo no custo da lavoura (aproximadamente US$ 30,00/ha). Por isso, deve ser utilizada somente em lavouras tecnicamente planejadas e que apresentem potencial elevado de rendimento.

7.1. Controle de doenas do sistema radicular e red uo do inculo dos agentes causais de manchas foliaresMaiores informaes sobre o controle de doenas do sistema radicular e sobre a reduo dos agentes causais das manchas foliares, podem ser obtidas no tem 4.7 e nos sub-itens 4.7.1 e 4.7.2.

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7.2. Tratamento de sementesNa maioria das vezes, mesmo sem apresentar sintomas externos, as sementes podem estar infectadas por organismos causadores de doenas. Para se evitar a reintroduo de fungos patognicos na lavoura, como Bipolaris sorokiniana, Drechslera tritici-repentis e Stagonospora nodorum, as sementes devem ser tratadas com os fungicidas caraterizados na Tabela 34, obedecendo-se o seguinte critrio: preferencialmente, recomenda-se o tratamento de sementes para o plantio em lavouras com rotao de culturas de inverno ou em reas novas, independentemente da incidncia de B. sorokiniana , nas mesmas. Observaes importantes: Para todos os fungicidas, indica-se regular as semeadoras com as sementes tratadas. O controle do carvo indicado no caso de sementes provenientes de lavouras infestadas com mais de 0,1% de espigas com carvo, destinadas produo de sementes. Informaes complementares sobre os fungicidas recomendados encontram-se na Tabela 35. O fungo Fusarium graminearum , embora presente em sementes, no a principal fonte de inculo de Gibberella zeae na espiga de trigo. Os fungicidas atualmente indicados no apresentam controle para esse patgeno, portanto no sendo indicado o tratamento de sementes para o seu controle.

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7.3. Controle das doenas de rgos areosDevido as condies climticas adversas, aliadas suscetibilidade das cultivares, a cultura de trigo pode ter seus rendimentos reduzidos pelo ataque de doenas causadas por fungos necrotrficos. Em razo disso, o controle das doenas, pela aplicao de fungicidas nos rgos areos, pode ser um fator de estabilizao ou de aumento de rendimento em nveis econmicos. As doenas alvo do controle qumico so: odio, ferrugens da folha e do colmo, manchas foliares e giberela. A aplicao de fungicidas uma prtica que exige a planificao da lavoura por parte da assistncia tcnica e/ou do agricultor. A adoo desta prtica, bem como dos produtos a serem utilizados, deve ser decidida anteriormente ao surgimento da doena e associada a outras tcnicas que assegurem um potencial elevado de rendimento da lavoura. A escolha da cultivar, a prtica de rotao de culturas, o tratamento de sementes, podero ser fundamentais para o sucesso do tratamento com fungicidas. Na escolha do produto ou da mistura dos fungicidas recomendados, importante considerar fatores como o modo de ao, eficincia, persistncia, aspectos toxicolgicos e econmicos. Os fungicidas indicados para o controle de doenas da parte area esto listados na Tabela 36. Informaes complementares sobre os fungicidas indicados esto disponveis na Tabela 37. Na determinao do momento para a aplicao de fungicidas deve-se observar, na amostragem da lavoura, os seguintes critrios: ? iniciar o monitoramento do desenvolvimento das doenas (odio, ferrugens e manchas foliares) a partir do 112

?

afilhamento (estdio 4 da escala de Feekes & Large); amostrar a lavoura percorrendo vrios pontos representativos. Considera-se como situaes diferenciais de lavouras: cultivares, pocas de plantio, tratamento de sementes ou no, rotao de culturas ou monocultura. Uma amostra deve conter, no mnimo, 50 plantas.

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Tabela 34. Fungicidas indicados para o tratamento de sementes de trigo. Dose g i.a./100 kg sementes 30 75 7,5 50 + 150 140 93,7 + 93,7 50+50 40 45 30 + 50 Fungo Bipolaris sorokiniana e Stagonospora 1 Drechslera tritici-repentis nodorum *** *** *** *** ** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** ***

Produto Difenoconazole2 Guazatina Flutriafol2 Iprodione + Thiram Thiram Thiram + Carboxin PM Thiram + Carboxin SC Triadimenol3 Triticonazole2 Triticonazole2+ Iprodione

Ustilago tritici *** SI *** NR NR *** *** *** *** ***

** = Controle Regular; *** = Controle bom; SI = Sem informao; NR= No recomendado. 1 Para B. sorokiniana e D. tritici-repentis , o tratamento de sementes indicado somente para lotes com incidncia inferior a 30 %. Lembre-se que quando a incidncia for superior a 30 % a eficincia dos produtos comprometida. 2 Esse fungicida oferece controle de odio at 30 dias aps a emergncia. 3 At o final do perfilhamento (+ 45 dias), mantm o odio abaixo do ndice de infeco foliar indicado para o incio do controle da doena na parte area.

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Tabela 35. Fungicidas indicados para o controle de fungos na semente: nome comum, dose de ingrediente ativo, nome comercial, formulao, concentrao, dose do produto comercial, classe toxicolgica e empresa registrante. Dose Nome g i.a./100 kg comercial de semente 93,75 + 93,75 Vitavax-Thiran 50 + 50 30 7,5 75 140 Vitavax- Thiran Spectro Vincit 2,5 DS Panoctine P Rhodiauran 700 Vetran Mayran Rovrin Baytan 150 Baytan 250 Baytan Premis Formulao1 PM SC SA PS PS PS PM PS PS PS PS SC SC Produto Classe Concencomercial toxico- Empresa registrante trao L ou kg/100 lgica g/L kg sem. 375 + 37 200 + 200 150 25 250 700 700 700 600 + 20 150 250 150 200 0,25 0,25 0,20 0,30 0,30 0,20 0,20 0,20 0,25 0,27 0,16 0,27 0,225 III IV III IV III III III III III III III III IV Uniroyal Uniroyal Syngenta Syngenta Bayer CropSciences Bayer CropSciences Mayle Qumica Mayle Qumica Bayer CropSciences Bayer CropSciences Bayer CropSciences Bayer CropSciences Bayer CropSciences

Nome comum Carboxin + Thiram2 Carboxin + Thiram2 Difenoconazole Flutriafol Guazatina Thiram Thiram Thiram Thiram + Iprodione2 Triadimenol Triadimenol Triadimenol Triticonazole Triticonazole + Iprodione1 2

150 + 50 40

45 30 + 50

Premis + Rovral SC-PM 200 + 500 0,15 + 0,10 IV + III Bayer CropSciences

Formulao: PM = P molhvel; PS = P seco; SC = Suspenso concentrada; SA = Soluo aquosa. Refere-se a uma pr-mistura.

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Tabela 36. Nome comum, modo de ao, dose, persistncia, eficincia relativa, ndice de segurana, perodo de carncia e classe toxicolgica dos fungicidas indicados para o controle das doenas fngicas da parte area de trigo. Nome comum Azoxystrobin + Nymbus3 Ciproconazole Ciproconazole Epoxiconazole Epoxiconazole Flutriafol Metconazole Metconazole Procloraz Propiconazole Propiconazole Propiconazole + Ciproconazole Pyraclostrobin + Epoxiconazole Tebuconazole Tebuconazole Triadimenol Modo de ao P+ S S S S S S S P S S S S P S S S S PersisDoena fngica ndice de Classe Dose Carntncia Odio Ferrugens Manchas Gibesegurana1 toxico2 g i.a./ha cia lgica (dias) foliares rela Oral Dermal 50 + 0,5 % 20-25 NR *** *** NR 10.000 4.000 20 III v/v 100 20-25 *** *** *** NR 1.333 2.000 52 III 20 20-25 *** *** ** NR 6.665 10.000 52 III 94 20-25 *** *** *** NR 5.319 2.127 30 III 125 20-25 *** *** *** ** 5.319 2.127 30 III 94 20-25 *** *** ** NR 3.191 4.255 20 II 72 20-25 *** *** *** SI 3.915 5.555 30 III 90 20-25 *** *** *** ** 3.132 4.444 30 III 450 15 NR NR *** ** 355 1.111 40 I 125 20-25 *** *** *** NR 1.213 3.200 35 III 187,5 20-25 *** *** *** ** 1.213 3.200 35 III 75 + 2.426 + 6.400 + 35 + III 20-25 *** *** *** SI 25 3.999 6.000 52 III 100 + 20-25 SI *** *** SI 386 2.909 30 II 37,5 150 20-25 *** *** *** ** 2.622 3.333 35 III 125 20-25 *** *** NR NR 2.622 3.333 35 III 125 20-25 *** *** ** NR 373 2.676 45 II

*** = Controle bom, superior a 70 %, ** = Controle regular, de 50 % a 70 %, NR = No recomendado, SI = Sem informao; S = Sistmico, P= Protetor residual 1 ndice de Segurana = DL50 x 100 / g i.a./ha; quanto maior o ndice, menos txica a dose do produto. 2 Perodo compreendido entre a ltima aplicao e a colheita. 3 Nymbus = leo mineral parafnico. Usar na proporo de 0,5 % v./v.

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Tabela 37. Fungicidas indicados para o controle de doenas da parte area: nome comum, dose de ingrediente ativo, nome comercial, formulao, concentrao, dose do produto comercial, classe toxicolgica e empresa registrante. Nome comum Azoxystrobin + leo Ciproconazole Ciproconazole Epoxiconazole Epoxiconazole Flutriafol Metconazole Metconazole Procloraz Propiconazole Propiconazole Propiconazole Propiconazole + Ciproconazole Pyraclostrobin + Epoxiconazole Tebuconazole Tebuconazole Tebuconazole Tebuconazole Triadimenol Triadimenol1

Dose g i.a./ha 50 + 0,5 % 100 20 94 125 94 90 72 450 125 187,5 125 75 + 24 100 + 37,5 187 150 125 150 125 250

Nome comercial Priori + Nymbus Alto Alto Opus Opus Impact Caramba 90 Caramba 90 Sportak 450 Tilt Tilt Juno Artea 330 Opera Folicur Folicur Orius Orius Bayfidan CE Bayfidan

Formu1 lao SC SC SC CE CE SC SL SL CE CE CE CE CE S/E CE CE CE CE CE PM

Concentrao g/L ou kg 250/428 100 100 125 125 125 90 90 450 250 250 250 250 + 80 133/50 250 200 250 250 250 250

Produto comercial L ou kg/ha 0,20 + 0,5 % 1,00 1,00 0,75 1,00 0,75 1.00 0,80 1,00 0,50 0,75 0,50 0,30 0,75 0,75 0,75 0,50 0,60 0,50 0,50

Classe toxicolgica III/IV III III III III II III III I III III III I II III III III III II III

Empresa registrante Syngenta Syngenta Syngenta Basf Basf Syngenta Basf Basf Bayer CropSciences Syngenta Syngenta Milenia Syngenta Basf Bayer CropSciences Bayer CropSciences Milenia Milenia Bayer CropSciences Bayer CropSciences

Formulao: SC = Suspenso Concentrada; SL = concentrado solvel; PM = P Molhvel; CE = Concentrado Emulsionvel; S/E = Suspo/Emulso.

117

?

Determinar a incidncia das doenas em todas as folhas verdes, completamente expandidas, descartando as senescentes e as em expanso.

7.3.1. Ferrugem da folhaO controle de ferrugem dever ser iniciado obedecendo-se a um dos seguintes critrios: ? controle de ferrugem dever ser iniciado no aparecimento das primeiras pstulas do fungo (traos de severidade - Figura 4). Quando a incidncia atingir 50% das plantas, iniciar o controle, ou ? controle de ferrugem deve ser feito quando a incidncia foliar encontrar-se entre 30% e 40%, independente do estdio de desenvolvimento. Critrio baseado no limiar de dano econmico (LDE): 1 - Em cultivares que apresentam resistncia de planta adulta (RPA) (Tabela 26), a deciso quanto ao momento para a aplicao do fungicida deve ser baseada no LDE calculado segundo a equao que expressa a funo de dano: R = 1000 3,33 I, onde R o rendimento de gros de trigo e I a incidncia foliar da doena. 2 - Para o controle da enfermidade em cultivares suscetveis (S) (Tabela 26) o LDE deve ser calculado segundo a funo: R = 1000 6,08 I. 3 - As cultivares classificadas como resistentes (R) (Tabela 26) no respondem economicamente ao controle qumico. O LDE deve ser calculado segundo exemplo dado no item Observaes p. 120. 118

A reaplicao dos fungicidas dever ser realizada sempre que necessria, para manter a doena em nveis baixos de infeco.

0

T

5% 10%

25% 40% 65% 99%

Fig. 4. Avaliao da severidade da ferrugem da folha. Percentagem de infeco.

7.3.2. Ferrugem do colmoPara o controle da ferrugem do colmo, seguir o critrio 1 utilizado para o controle da ferrugem da folha, isto , com uma incidncia de 50% de plantas infectadas.

7.3.3. OdioO controle do odio em cultivares suscetveis mais econmico via tratamento de sementes (aproximadamente US$ 10,00/ha) do que por meio da aplicao de fungicidas nos rgos areos (aproximadamente US$ 30,00/ha). Havendo a necessidade de controle pela pulverizao de fungicidas na parte area esse dever ser feito segundo um dos seguintes critrios: 119

1 - Quando a incidncia foliar for de 20 a 25% a partir do estdio de alongamento; 2 - Baseado no clculo do LDE utilizando-se a funo de dano R = 1000 - 4,2 I. O LDE deve ser calculado segundo exemplo dado no item Observaes p. 120.

7.3.4. Manchas foliaresAs manchas foliares alvo do controle qumico atravs da pulverizao em rgos areos, so causadas por: Bipolaris sorokiniana, Drechslera tritici-repentis, Septoria nodorum e Septoria tritici . O uso de sementes com boa sanidade, o tratamento de sementes com fungicidas e doses eficientes, associado rotao de culturas, reduz o inculo primrio. Assim, retarda-se o aparecimento dos fungos causadores das manchas foliares nas lavouras, mesmo em cultivares suscetveis e em anos climaticamente adversos, de modo que, em muitos casos, o limiar de ao no atingido. A aplicao de fungicidas para o controle das manchas foliares deve ser feita com base no LDE utilizando-se para clculo a funo de dano R = 1000 - 5,7 I. O LDE deve ser calculado segundo exemplo dado no item Observaes p. 120. A reaplicao dos fungicidas poder ser feita quando o limiar for novamente alcanado. Por outro lado, se o limiar no for atingido no se deve efetuar o controle qumico. Nesse caso economizam-se aproximadamente US$ 30,00/ha. 120

7.3.5. GiberelaA giberela (Gibberella zeae ) uma doena que ataca a planta de trigo, especialmente em regies onde, por ocasio do espigamento, as condies climticas prevalecentes so de temperatura alta (20-25 oC) e de precipitao pluvial de, no mnimo, 48 horas consecutivas. Portanto, nessas condies, o controle da doena deve ser preventivo, pela deposio de fungicidas nas anteras. Pulverizaes especficas para o controle de giberela devem ser dirigidas s regies de maior risco, as quais podem ser identificadas pela freqncia da ocorrncia da doena nos ltimos 10 anos. Observaes Como o valor do LDE no fixo, deve ser calculado anualmente e para cada situao diferencial de lavoura em funo das variaes dos preos de trigo, do fungicida e do custo de aplicao. O LDE corresponde a intensidade da doena na qual o benefcio do controle iguala ao seu custo. O LDE determinado usando-se com base de clculo a frmula de Munford & Norton (1984) aplicada para doenas: ID = [Cc/(Pp x Cd)] x Ec; na qual, ID = intensidade de doena; Cc = custo do controle; Pp = preo da tonelada de trigo; Ec = eficincia do fungicida a ser usado; Cd = coeficiente de dano. O Cc pode ser tomado como = US$ 30,00/ha. O Pp, por exemplo, considerado em US$ 105,00/t, o Ec = 80% ou 0,8 e Cd tomado da equao da funo de dano apresentadas nos itens referentes ferrugem da folha, odio e manchas foliares. 121

Exemplo de clculo do coeficiente de dano. Descreve-se a seguir um exemplo de clculo do Cd para a ferrugem da folha. Toma-se a funo de dano do item 7.3.1. onde R = 1000 - 6,08 I correspondente a cultivares suscetveis (Tabela 26). Nesse caso o dano causado pela ferrugem da folha de 6,08 kg para cada 1000 kg de rendimento de gros. Sabendo-se o rendimento mdio de trigo/ha ou o rendimento potencial de uma lavoura, como por exemplo, 2.700 kg/ha, atravs de uma regra de trs, onde 1000 est para 6,08 e 2.700 est para X, obtm-se X = 16,416 kg/ha ou o Cd = 0,016416 t. Substituindo-se esses valores na frmula tem-se: ID = [30,00/(105 x 0,016416)] x 0,8 = 13,9 I Nesse caso o LDE igual a 13,9% de incidncia da ferrugem da folha. Isso significa que quando a incidncia foliar atingir este valor, em cultivar suscetvel (S), tem-se uma perda de US$ 30,00/ha. Esse mesmo procedimento utilizado no clculo do LDE para determinar o momento da aplicao de fungicidas para o controle da ferrugem da folha com RPA, do odio e de manchas foliares, utilizando suas respectivas funes de dano. Sugere-se que a aplicao do fungicida seja feita antes que as doenas atinjam o LDE. Portanto, recomenda-se que a aplicao seja no limiar de ao (LA). O LA a incidncia da doena na qual a medida de controle deve ser implementada para que a epidemia no exceda o LDE. Sugere-se como LA, subtrair-se 5 pontos percentuais da incidncia calculada para o LDE. No exemplo acima, o LA situa-se numa faixa de 9 a 14%. Ocorrendo conjuntamente numa lavoura duas ou trs das doenas alvo do controle qumico (ferrugem, odio e manchas foliares) a primeira delas que atingir o LA determinar o mo122

mento para a primeira aplicao. A reaplicao de fungicida ser feita sempre que uma das doenas atingir o LA. A determinao da incidncia (percentagem de folhas com ou sem doena), deve ser feita separando as folhas verdes e expandidas portadoras de sintomas daquelas sadias. Considerase infectada pela ferrugem da folha aquela que apresentar no mnimo uma pstula esporulante; pelo odio aquela que apresentar no mnimo uma rea visvel com os sinais do patgeno; e por manchas foliares, aquela que tiver no mnimo uma leso maior que 2 mm de comprimento. O monitoramento das doenas nas lavouras deve ser iniciado a partir do estdio final do afilhamento, porque durante esse estdio fenolgico h a emisso rpida de novas folhas e ocorre reduo da intensidade das doenas.

7.4. Fungicidas indicadosOs fungicidas indicados para o controle das molstias de rgos areos so apresentados na Tabela 36 e informaes complementares na Tabela 37. Produtos de formulaes diferentes, registrados para trigo no Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, podem ser usados, desde que na mesma quantidade de ingrediente ativo indicado.

7.4.1. CompatibilidadeTodos os produtos fungicidas indicados so compatveis com os inseticidas indicados para o controle das pragas de trigo. 123

7.4.2. Consideraes geraisA poca de aplicao dos fungicidas deve ser considerada como um dos fatores mais importantes na obteno de bons resultados. Portanto, devem-se observar, rigorosamente, as recomendaes de controle da doena. Persistindo a necessidade de controle aps o florescimento, observar o perodo de carncia dos produtos (intervalo de segurana). Caso ocorra chuva logo aps a aplicao, esta dever ser repetida, principalmente no caso de produtos protetores.

8. CONTROLE DE PRAGAS

8.1. PulgesOs inseticidas indicados para o controle de pulges encontram-se nas Tabelas 38 e 39. Entre os inseticidas indicados, deve-se dar preferncia aos que tenham menor toxicidade aos inimigos naturais e aos mamferos. O uso generalizado de produtos seletivos permitir, especialmente, o aumento das populaes de inimigos naturais. Os danos causados pelos pulges podem ser importantes na reduo do peso de mil sementes, do peso do hectolitro, do poder germinativo das sementes e do nmero de gros por espiga. Alm desses danos, os pulges podem ser vetores de viroses. 124

Tabela 38. Efeito sobre predadores e parasitides, intervalo de segurana, ndice de segurana e modo de ao dos inseticidas indicados para o controle dos pulges de trigo (a); do pulgo da folha, Metopolophium dirhodum (b); do pulgo verde dos cereais, Schizaphis graminum (c), do cor-das-pastagens, Diloboderus abderus (d) e das lagartas de trigo (e). Inseticida Betaciflutrina Carbossulfano Clorpirifs etlico Diflubenzurom Dimetoato Fenvalerato Fenitrotiom Imidaclopride Lambdacialotrina Lufenurom Metamidofs Dose g i.a./ha 5 (e) 250 (d)5

Toxicidade1 Predadores A A A A A A5

Parasitides B B S M M S S -

Intervalo de segurana2 (dias) 20 5

ndice de segurana3 Oral Dermal 18220 100000 240 85 34 40000 157 5333 50 25 571 a 5714 333 a 3333 1580 >4000 15 10 >1400 1042 417 40000 264 16667 600 300 ? 11428 ? 6667 13920 >4000 160 107

Modo de ao4 C,I S C,I,F,P I C,F,S C,I C,I,P S C,I C,I C,I,S Continua...

192 (a) 480 (e) 25 (e) 350 (a) 30 (a) 500 (a) 1000 (e) 35-36 (c) 60 (d) 5 5 (e) 5 (e) 120 (c) 180 (e)

21 21 30 28 17 14 14 5

-

-5 15 14 21 21

125

Tabela 38. Continuao. Inseticida Monocrotofs Dose g i.a./ha 80 (c) 180 (a, e) Paratiom metlico Permetrina Pirimicarbe Tiametoxam Triazofs Triclorfom Triflumurom Vamidotiom1

Toxicidade1 Predadores A A A S Parasitides B B A S S S S S

Intervalo de segurana2 (dias) 21 21 15 18 21 5

ndice de segurana3 Oral Dermal 18 420 8 4 4120 196 16674 36 119 33333 43 187 14 8000 600 ? 28571 550 400 33333 680

Modo de ao4 C,I,S

480 (a) 25 (e) 75 (a) 17,5 (b)5

C,I,F,P C,I C,I S C,I C,I,F,P I C,S

A M

200 (a, e) 500 (e) 15 (e) 240 (a)

28 7 14 30

Toxicidade a predadores, Cycloneda sanguinea e Eriopsis connexa e a parasitides (Aphidius spp.): S (seletivo) = 0-20 % de mortalidade; B (baixa) = 21-40 %; M (mdia) = 41-60 %; A (alta) = 61-100 %. 2 Perodo entre a ltima aplicao e a colheita. 3 Quanto maior o ndice, menos txica a dose do produto: IS = (DL50 x 100 / g i.a. por hectare). 4 C = contato; F = fumigao; I = ingesto; P = profundidade; S = sistmico. 5 Em tratamento de sementes, dose para 100 kg de sementes.

126

Tabela 39. Inseticidas indicados para o controle dos pulges de trigo (a); do pulgo da folha, Metopolophium dirhodum (b); do pulgo verde dos cereais, Schizaphis graminum (c), do cor-das-pastagens, Diloboderus abderus (d) e das lagartas de trigo (e). Nome tcnico Betaciflutrina Carbossulfano Diflubenzurom Dimetoato3

Nome comercial Bulldock 125 SC Fenix Lorsban 480 BR Dimilin Dimexion Perfektion Tiomet

ConcentraFormuo (g i.a./kg 1 lao ou L) SC SC CE PM CE CE CE CE CE UBV PM SC CE CS CE 125 250 480 250 400 400 400 200 500 950 700 600 50 50 50

Dose do produto comercial (kg ou L/ha) 0,04 (e) 1,0 (d) 0,4 (a) e 1,0(e) 0,06 (e) 0,875 (a) 0,875 (a) 0,875 (a) 0,15 (a) 1,0 (a) e 2,0 (e) 0,53 (a) e 1,05 (e) 0,05 (c) 0,06 (c) e 0,1 (d) 0,1 (e) 0,1 (e) 0,1 (e)

Classe toxicolgica2 II II II IV I I I II II II IV IV II III IV

Registrante Bayer CropSciences FMC Dow AgroSciences Basf Bayer CropSciences Basf Sipcam Iharabras Iharabras Iharabras Bayer CropSciences Bayer CropSciences Syngenta Syngenta Syngenta Continuao...

Clorpirifs etlico

Fenvalerato Fenitrotiom Imidaclopride3

Sumicidin 200 Sumithion 500 Sumithion Gaucho Gaucho FS Karate 50 CE Karate Zeon 50 CS Match

Lambdacialotrina Lufenurom

127

Tabela 39. Continuao. Nome tcnico Metamidofs Monocrotofs Paratiom metlico Permetrina Nome comercial Tamaron BR Azodrin 400 Nuvacron 400 Folidol 600 Ambush 500 CE Piredan Pounce 384 CE Talcord 250 CE Tifon 250 SC Pirimor 50 PM Cruiser 700 WS Hostathion 400 BR Dipterex 500 Alsystin 250 PM Certero Kilval 300 ConcentraFormuo (g i.a./kg 1 lao ou L) CS 600 CS 400 SNAqC 400 CE 600 CE 500 CE 384 CE 384 CE 250 SC 250 PM 500 WS 700 CE 400 SNAqC 500 PM 250 SC 480 CE 300 Dose do produto comercial (kg ou L/ha) 0,2 (c) e 0,3 (e) 0,2 (c) e 0,45 (a, e) 0,2 (c) e 0,45 (a, e) 0,8 (a) 0,05 (e) 0,065 (e) 0,065 (e) 0,1 (e) 0,1 (e) 0,15 (a) 0,025 (b) 0,5 (a, e) 1,0 (e) 0,06 (e) 0,03 (e) 0,8 (a) Classe toxicolgica2 II I I I II II II III III II III I II IV IV II Registrante Bayer CropSciences Basf Syngenta Bayer CropSciences Syngenta Du Pont FMC Basf Bayer CropSciences Syngenta Syngenta Bayer CropSciences Bayer CropSciences Bayer CropSciences Bayer CropSciences Bayer CropSciences

Pirimicarbe Tiametoxam 3 Triazofs Triclorfom Triflumurom Vamidotiom1

CE = Concentrado emulsionvel; CS = Concentrado solvel; PM = P molhvel; SC = Suspenso concentrada; SNAqC = Soluo no aquosa concentrada; UBV = Ultra baixo volume; WS = P para preparao de pasta em gua. 2 Classe I = Extremamente txico; Classe II = Altamente txico; Classe III = Medianamente txico; Classe IV = Pouco txico. 3 Em tratamento de sementes, dose para 100 kg de sementes.

128

A deciso do uso de inseticidas deve obedecer aos seguintes critrios: ? ? ? Fase de emergncia ao afilhamento: controlar quando encontrar, em mdia, 10% de plantas com pulges. Da fase de alongamento ao emborrachamento : controlar quando a populao mdia atingir 10 pulges por afilho. Na fase de enchimento de gros (do espigamento/antes e at gro em massa): controlar quando a populao mdia atingir 10 pulges por espiga. As aplicaes devem ser repetidas sempre que forem constatados esses nveis, durante os perodos considerados. Aps o estdio de gro em massa, no necessrio o controle de pulges. A determinao da populao mdia de pulges deve ser efetuada semanalmente, atravs de amostragem de plantas em vrios pontos representativos da lavoura.

8.2. LagartasOs inseticidas indicados para o controle da lagarta do trigo so apresentados nas Tabelas 38 e 39. O efeito dos inseticidas para o controle dessa praga tornase mais eficaz pela ao de ingesto dos produtos do que pela ao de contato. Indica-se, portanto, o incio do controle nos focos de infestao quando ainda existirem folhas verdes nas plantas de trigo.

129

8.3. CorsDiferentes espcies de larvas de solo, conhecidas como cors, com hbitos alimentares e potencial de danos tambm diferentes, ocorrem na cultura de trigo. As espcies mais comumente encontradas so o cor-das-pastagens (Diloboderus a bderus), o cor-do-trigo (Phyllophaga triticophaga ) e o corpequeno (Cyclocephala flavipennis ). Todas elas apresentam ciclo biolgico relativamente longo, passando pelas fases de ovo, de larva (cor), de pupa e de adulto (besouro). Somente as larvas, que so polfagas, so capazes de causar danos s culturas. Em geral, a infestao ocorre em manchas na lavoura. Cor-das-pastagens - A espcie apresenta ciclo anual: os adultos podem ser encontrados de dezembro a maro; a postura feita nesse perodo, com mais freqncia em janeiro; aps um perodo de incubao que dura entre uma e duas semanas, eclodem as larvas, que passam por 3 nstares at empuparem, geralmente em novembro. Escava galerias no solo e ocorre mais em sistema plantio direto e em pastagens, devido necessidade de palha para nidificao e oviposio, e mesmo para a alimentao das larvas. O dano decorre da ao das larvas, especialmente as de terceiro nstar, que consomem sementes, razes e partes verdes da planta, que carregam para dentro da galeria. As larvas se concentram entre 10 e 20 cm de profundidade. Os maiores danos s culturas ocorrem de maio a setembro. Cor-do-trigo - A espcie apresenta uma gerao a cada dois anos: os ovos so postos em novembro do ano 1; a fase de larva ocorre desde o final do ano 1, prolonga-se durante todo o ano 2 e termina em janeiro/fevereiro do ano 3; as pupas ocorrem de janeiro a abril do ano 3; os adultos surgem a partir de maro 130

e permanecem no solo at outubro/novembro do ano 3, quando vm a superfcie para acasalamento e disperso. Ocorre tanto em sistema plantio direto como em convencional. As larvas apresentam 3 nstares; no escavam galerias, so favorecidas por solos no compactados e vivem muito prximas da superfcie, concentrando-se at os 10 cm de profundidade. Os danos ocorrem em anos alternados e devem-se s larvas, especialmente as de terceiro nstar, que se alimentam de sementes, razes e parte rea das plantas, que puxam para o interior do solo. O perodo mais crtico para as culturas vai de maio a outubro/novembro do ano 2, quando as larvas param de comer e permanecem inativas at a pupao. Cor-pequeno - Apresenta uma gerao por ano e mais comum em lavouras com abundncia de palha e em pastagens. Os adultos fazem revoadas em setembro/outubro de cada ano. As larvas no escavam galerias, tm reduzida capacidade de causar danos s plantas e, provavelmente, tambm consomem matria vegetal em decomposio. Mesmo em populaes elevadas, como 80 a 100 larvas/m2, no tem causado danos s culturas. Manejo dos cors - Os pontos a serem considerados e as medidas a serem adotadas so: ? observar e demarcar as reas com ocorrncia de cors, com vistas ao acompanhamento nos anos seguintes; ? a mortalidade natural, normalmente provocada por patgenos e condies extremas de umidade do solo, pode ser expressiva, e o colapso de uma populao pode ocorrer de uma gerao para outra; ? identificar a(s) espcie(s) de cor existente(s) na lavou131

? ?

?

?

?

ra e a respectiva densidade, atravs de amostragens em trincheiras de 25 cm x 50 cm x 20 cm de profundidade, para D. abderus, e de 25 cm x 100 cm x 20 cm de profundidade, para Phyllophaga triticophaga ; estima-se que danos expressivos ocorram a partir de 5 cors/m2 (nvel de dano); no plantar trigo em reas infestadas acima do nvel de dano; a aveia preta tem maior capacidade de tolerar danos de cors e pode ser uma alternativa nessas situaes; cor-das-pastagens, apesar dos danos causados, tambm pode proporcionar benefcios, como melhorar a capacidade de absoro de gua do solo, em funo das galerias que escava, e melhorar caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas do solo, atravs da incorporao de matria orgnica; sistemas de rotao de culturas e de manejo de resduos que reduzam a disponibilidade de palha no perodo de oviposio de D. abderus desfavorecem o estabelecimento ou o crescimento populacional do inseto; tratamento de sementes com inseticidas tecnicamente vivel no controle de cors (Tabelas 38 e 39).

9. COLHEITA E PS-COLHEITA DE GROS

9.1. ColheitaO processo de colheita considerado de extrema impor132

tncia, tanto para garantir a produtividade da lavoura quanto para assegurar a qualidade final do gro. Para reduzir perdas quali-quantitativas, alguns cuidados devem ser tomados em relao regulagem da colhedora, lembrando que medida que a colheita vai sendo processada as condies de umidade do gro e da palha vo variando, necessitando assim de novas regulagens. Colheita de gros com umidade ao redor de 13% permitem uma folga de 8 a 10 mm, e rotao em 950 rpm. Para colheita de gros com umidade ao redor de 16%, a regulagem ideal exige uma folga entre cilindro e cncavo de 6 a 7 mm e aumento da rotao do cilindro para 1100 rpm. As lavouras de trigo podem ser colhidas antecipadamente, visando escapar de chuvas na maturao plena, evitando-se o problema de germinao na espiga, dentre outros. Nesse caso, para colheita ao redor de 20% de umidade, aconselhvel a regulagem cuidadosa da colhedora. Recomenda-se, nesse caso, folga entre cilindro e cncavo de 6 mm e 1300 rpm de rotao no cilindro. Deve-se ter cuidado especial na velocidade e na localizao do ar do ventilador, lembrando que tanto a palha quanto o gro esto mais pesados. Deve-se dar ateno ao alinhamento e afiao das navalhas da barra de corte e velocidade do molinete (? 25% acima da velocidade de deslocamento), pois esses cuidados contribuem para a reduo de perdas.

9.2. SecagemA secagem de trigo uma operao crtica na seqncia do processo de ps-colheita. Como conseqncia da secagem, 133

podem ocorrer alteraes significativas na qualidade do gro. A possibilidade de secagem propicia um melhor planejamento da colheita e o emprego mais eficiente de equipamentos e de mo-de-obra, mantendo a qualidade do trigo colhido. O teor de umidade recomendado para armazenar o trigo colhido da ordem de 13%. Desse modo, todo o produto colhido com umidade superior indicada para armazenamento deve ser submetido a secagem. Em lotes com mais de 16% de umidade, indica-se a secagem lenta para evitar danos fsicos no gro. A temperatura mxima na massa de gros de trigo no deve ultrapassar 60 C, para manuteno da qualidade tecnolgica do produto. Nos secadores essa temperatura obtida mediante a entrada de ar aquecido a mais ou menos 70 C. A secagem artificial de gros caracteriza-se pela movimentao de grandes massas de ar aquecidas at atingirem temperaturas na faixa de 40 a 60 C na massa de gros, com o objetivo de promover a secagem de gros em reduzido perodo de tempo. O aquecimento do ar ambiente requer uma alta potncia trmica, obtida com a combusto controlada de combustveis. A lenha o combustvel mais usado na secagem de gros. Recentemente, vem se difundindo o uso de GLP (gs liquefeito de petrleo) em secadores cujas condies de queima so mais controladas, em relao ao uso de lenha. As principais desvantagens do uso de lenha so: combusto descontnua e irregular, formao de fumaa que se impregna no gro, alta demanda de mo-de-obra e de espao prprio para cultivo de espcies florestais. Dependendo do tipo de secador, varia a temperatura de entrada de ar de secagem. Para atender s necessidades, os secadores existentes contemplam inmeras formas construtivas e operacionais, destacando-se quanto ao sistema de carga (in134

termitentes ou contnuos) e quanto ao fluxo de ar (concorrente, contracorrente, cruzado ou misto).

9.3. ArmazenamentoOs principais aspectos que devem ser cuidados no armazenamento de trigo, uma vez limpo e seco, so as pragas que atacam os gros, danificando-os e muitas vezes dificultando a comercializao, os fungos que podem produzir micotoxinas nocivas ao homem e a animais e os fatores que influenciam a qualidade tecnolgica.

9.3.1. Pragas de trigo armazenadoIndica-se o uso do manejo integrado de pragas no armazenamento, que compreende vrias etapas, como: Medidas preventivas ? Armazenamento de trigo com teor de umidade mximo de 13%; ? Higienizao e limpeza de silos, depsitos e equipamentos; ? Eliminao de focos de infestao mediante a retirada e a queima de resduos do armazenamento anterior; ? Pulverizao das instalaes que recebero os gros, usando-se os produtos indicados na Tabela 40, na dose registrada e indicada;

135

Tabela 40. Inseticidas registrados para tratamento preventivo e curativo contra as pragas, em trigo armazenado. ConcenFormulao1

Nome comum

Dose (g i.a./t)

Nome comercial

Dose comercial/t 3-9 g 3-9 g 14-20 ml 10-20 ml 8-16 ml

trao (g i.a./L,kg)

Intervalo de Registro para segurana2

Classe Modo toxicolgica I I III II II4

as espcies

3

de ao C, I C, I C, I

Registrante

Fosfina

5

1-3 1-3

Fermag Gastoxin

PF PF CE CE CE

660 570 25 500 500

4 dias 4 dias 30 dias 14 dias 30 dias

So, Sz, Tc, Sc So, Sz, Pi Rd, So, Tc, Cf, Sc So Sz

Fersol Casa Bernardo Bayer CropSciences Sumitomo Syngenta

Deltametrina Fenitrotiom Pirimifs-metil1 2

0,35-0,50 K-Obiol 5,0-10,0 Sumigran 4,0-8,0 Actellic

CE = Concentrado Emulsionvel; PF = Pastilha Fumigante. Perodo entre a ltima aplicao e o consumo. 3 Rd = Rhyzopertha dominica; So = Sitophilus oryzae; Sz = Sitophilus zeamais; Tc = Tribolium castaneum; Cf = Cryptolestes ferrugineus; Sc = Sitotroga cerealella; Pi = Plodia interpunctella. 4 ndice de segurana (DL50 x 100 / g i.a.; quanto maior o ndice, menos txica a dose do produto): Deltametrina (Oral = 658.000 Dermal = 3.428.571); Fenitrotiom (Oral = 3.333 Dermal = 40.000); Pirimifs-metil (Oral = 34.166 Dermal = 76.533). 5 O perodo de exposio da fosfina indicada de 120 horas, dependendo da temperatura e da umidade relativa do ar, no ambiente de armazenamento.

136

Ateno para evitar a mistura de lotes de gros no infestados com outros j infestados, dentro do silo ou armazm. Tratamento curativo Fazer o expurgo dos gros, caso apresentem infestao, usando o produto fosfina (Tabela 40). Esse processo deve ser feito em armazns, em silos de concreto, em cmaras de expurgo, em pores de navios ou em vages, sempre com vedao total, observando-se o perodo de exposio necessrio para controle de pragas e a dose indicada do produto. Tratamento preventivo de gros O tratamento com inseticidas qumicos protetores de gros deve ser realizado no momento de abastecer o armazm e pode ser feito na forma de pulverizao na correia transportadora ou em outros pontos de movimentao de gros. importante que haja uma perfeita mistura do inseticida com a massa de gros. Tambm pode ser usada a pulverizao para proteo de gros armazenados em sacaria, na dose registrada e indicada. Para proteo simultnea de gros s pragas R. dominica, S. oryzae e S. zeamais, indica-se fazer a mistura de tanque de um inseticida piretride (deltametrina) com um inseticida organofosforado (pirimifs-metil ou fenitrotiom), uma vez que estes inseticidas so especficos para cada espcie-praga (Tabela 40). Monitoramento da massa de gros Uma vez armazenado, o trigo deve ser monitorado durante todo o perodo em que permanecer estocado. O acompanhamento de pragas que ocorrem na massa de gros armazenados 137

de fundamental importncia, pois permite detectar o incio da infestao que poder alterar a qualidade final do gro. Esse monitoramento tem por base um sistema eficiente de amostragem de pragas, independentemente do mtodo empregado, e a medio das variveis, temperatura e umidade do gro, que influem na conservao do trigo armazenado.

9.3.2. Principais fatores que influenciam a taxa de deteriorao e respirao dos grosEm condies ambientais favorveis atividade metablica do gros (alta umidade e alta temperatura), o fenmeno da respirao o principal responsvel pela rpida deteriorao de gros armazenados. Outros fatores so: a) umidade: um fator importante, pois abaixo de 13% o gro pode ser armazenado por muitos anos com pequena deteriorao. b) temperatura: em baixas temperaturas h reduo do metabolismo e, conseqentemente, melhoria da conservao do gro. c) aerao: o processo de aerao na massa de gros permite a renovao do ar e pode reduzir a temperatura e a umidade do gro. d) Integridade do gro: o gro danificado pode hospedar maior nmero de esporos de fungos e de bactrias, fazendo com que a respirao seja mais rpida do que em gros inteiros.

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9.3.3. Classificao comercial de trigoNa recepo de trigo para armazenamento, deve-se identificar o lote recebido, separando os lotes de trigo germinado e lotes com teores de umidade muito diferentes. O trigo deve ser armazenado em silos de acordo com sua classe comercial e tipo ou produto final a que ser destinado. A classificao comercial de trigo deve basear-se na Instruo Normativa no 7, de 15 de agosto de 2001, do Ministrio da Agricultura e Abastecimento (MAA), denominada Regulamento Tcnico de Identidade e Qualidade do Trigo publicada , no Dirio Oficial da Unio de 21 de agosto de 2001, Seo 1 ou em legislao que venha a substitu-la. Tanto a classificao quanto a tipificao de trigo devem ser respeitadas pelo armazenador, uma vez que os limites definidos na Instruo Normativa N 7 afetaro a comercializao do trigo.Classificao de trigo segundo a instruo normativa no 7, de 15 de agosto de 2001, do MAA. Classe Trigo Brando Trigo Po Trigo Melhorador Trigo para outros usos Trigo Durum Alveografia (10 J) mnimo 50 180 300 Qualquer -4

Nmero de Queda (segundos) mnimo 200 200 250 200-4

Produto Bolo Biscoitos Cracker Po francs Uso domstico Po de forma Massas alimentcias1 2

P/L 2 0,40-1,00 0,40-1,00 0,70-1,50 0,50-1,20 0,50-1,00 0,50-1,20 1,00-3,00

Nmero de queda (segundos) >150 >150 225-275 200-300 200-300 200-300 >250

Fora geral de glten, expressa em 10 Joules. Relao entre tenacidade (P) e extensibilidade (L).

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10. PLANTIO DE TRIGO EM REAS DE ARROZ IRRIGADOIndica-se o plantio de trigo em reas com potencial para o cultivo de arroz irrigado, desde que seja efetuado dentro da tecnologia indicada pela CSBPT, para o Rio Grande do Sul, no tocante s prticas culturais, acrescidas de: ? eficiente sistema de drenagem superficial, de modo a no se formarem depsitos superficiais de gua, na lavoura; ? uso de cultivares indicadas pela CSBPT, para solos com potencial para o cultivo de arroz irrigado; ? uso de tcnicas de aviao agrcola para a adubao de cobertura e para tratamentos fitossanitrios.

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ANEXO ITabela 41. Semente bruta recebida e produo beneficiada (parcial) de trigo no RS, safra 2003/2004. Cultivar nix BRS 179 BRS 194 Fundacep 30 Alcover BRS 177 CEP 24 - Industrial CEP 27 - Misses Rubi CD 105 Jaspe BR 23 Fundacep 40 Fundacep 29 BRS Angico Pampeano Fundacep 31 BRS Figueira Embrapa 40 Fundacep 32 Fundacep 36 Avante BRS Timbava BRS 208 BRS 49 Produo recebida (t) (%) 29.850,66 29.023,89 17.500,88 12.830,63 9.001,79 8.545,57 7.955,58 6.560,12 5.370,62 5.035,94 4.999,39 4.856,83 3.431,76 2.108,50 1.712,34 1.444,78 1.432,97 1.426,73 1.112,64 852,18 753,60 744,68 714,71 676,72 625,56 18,50 18,00 10,85 8,00 5,60 5,30 4,95 4,05 3,35 3,12 3,10 3,00 2,15 1,30 1,10 0,90 0,88 0,88 0,70 0,55 0,47 0,46 0,44 0,42 0,39 Perspectiva de semente aprovada (t) 7.787,52 7.391,69 4.950,06 3.477,27 702,57 3.644,34 2.941,95 1.044,14 960,80 927,62 1.430,11 1.049,81 1.419,87 527,65 557,23 146,44 633,56 843,16 336,88 203,70 199,00 305,88 360,00 Continua...

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Tabela 41. Continuao. Cultivar Granito Fundacep 37 BRS Louro RS 1 - Fenix Embrapa 120 BRS 119 BRS 120 Linhagem CD 103 Peladinho Fepagro 15 CEP 11 Total Produo recebida (t) (%) 564,17 557,61 238,67 232,20 200,00 120,53 115,13 209,29 102,86 101,00 39,00 8,12 161.057,65 0,35 0,35 0,15 0,14 0,12 0,08 0,07 0,13 0,06 0,06 0,02 0,01 100,00 Perspectiva de semente aprovada (t) 183,96 24,35 193,10 130,45 36,44 32,45 42.514,64

Fonte: SAA/DPV - Organizao APASSUL.

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Indicaes tcnicas para o cultivo de triticale1. INTRODUO

O triticale (X Triticosecale Wittmack) um cereal de inverno produto do cruzamento artificial entre o trigo e o centeio. Seu aspecto, bem como a tecnologia de cultivo, assemelham-se aos do trigo. Apresenta alto potencial de produtividade pela resistncia a fatores biticos (doenas foliares) e abiticos (acidez) e pelo tipo de planta. Nos sistemas de produo agropecurios hoje vigentes, o triticale ocupa espao numa enorme gama de aplicaes principalmente na alimentao de animais na forma de forragem verde, feno, silagem da planta inteira ou de gro mido, gros secos para raes, duplo propsito (corte e posterior colheita de gros no rebrote), bem como na cobertura vegetal para proteo do solo e adubao verde.

2. CALAGEM E ADUBAO

2.1. Calagem Apesar do triticale ser tolerante ao alumnio no solo, a correo da acidez, por meio de aplicao de calcrio, tem propiciado incrementos significativos no rendimento dessa cultura. Sugere-se utilizar a dose indicada para a cultura de trigo (Tabela 144

22), levando-se em considerao os seguintes aspectos: (1) pressupe-se a utilizao integral das indicaes para a cultura de trigo, especialmente com relao rotao com culturas no suscetveis s podrides radiculares e (2) desaconselha-se reaplicaes de calcrio em reas infestadas com o mal-do-p.

2.2. Adubao 2.2.1. Nitrognio O triticale responde significativamente aplicao de nitrognio. A dose a aplicar dever ser estabelecida em funo da matria orgnica do solo (Tabela 23) e dos fatores considerados no item 2.3.1. Nitrognio.

2.2.2. Fsforo, potssio e outros nutrientes Sugere-se que sejam seguidas as indicaes contidas no item 2.3.2. Fsforo e potssio e Tabelas 24 e 25.

3. INDICAO DE CULTIVARESPara o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, para todos os tipos de solos e zonas tritcolas, so indicadas as seguintes cultivares: BRS 148, BRS 203, CEP 22-Botucarai, CEP 23-Tatu, CEP 28-Guar, Embrapa 18, Embrapa 53, Fundacep 48, Iapar 23-Arapoti, Iapar 54-Ocepar 4 e Triticale BR 4. 145

Na Tabela 42 so apresentadas as caractersticas gerais das cultivares de triticale indicadas para o cultivo. Estas informaes representam a sntese de dados obtidos em vrios anos, locais e pocas de semeadura e indicam o padro dominante de uma cultivar. Destaca-se que pode haver diferenas entre as mesmas e as caractersticas observadas em determinada condio. Isso mais marcante em caractersticas que dependem do ambiente a que so submetidas as cultivares, como por exemplo: ciclo, altura, reaes s doenas e ao acamamento. Alm disso, o triticale pode apresentar taxas de polinizao cruzada e aneuploidia mais elevadas que o trigo, e em decorrncia apresentar plantas com desvio do padro normal da cultivar, principalmente em relao ao ciclo, altura, forma e colorao das espigas.

4. SEMEADURA

4.1. poca de semeaduraDevido s similaridades com a cultura do trigo, no h necessidade de elaborao de um zoneamento especfico para triticale. Portanto, costuma-se utilizar o mesmo zoneamento elaborado para a cultura de trigo. Com isso as pocas de semeadura indicadas para a cultura de triticale podem ser consideradas as mesmas indicadas para a cultura de trigo no Rio Grande do Sul (Tabela 28) e em Santa Catarina (Tabela 29), pois so as que tm maiores probabilidades de apresentarem os melhores rendimentos dentro de cada zona homognea. 146

Tabela 42. Informaes quanto ao ciclo, altura, ao crestamento, reao s doenas e germinao na espiga das cultivares de triticale indicadas para cultivo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, segundo o obtentor. Ciclo Cultivar Estado (dias) Esp BRS 148 BRS 203 CEP 22-Botucara CEP 23-Tatu CEP 28-Guar Embrapa 18 Embrapa 53 Fundacep 48 Iapar 23-Arapoti Iapar 54-Ocepar 4 Triticale BR 41 1

Altura

Crestamento MR R R R R MR R MR MR R

Ferrugem Odio Folha R R R R R R R R R R R R MR R R R R R R R MR R Colmo R R R R R R MR R R MR R

Mancha da gluma R R MR MR MR R R MR MR MR R

Giberela S S S S MS S S MS MS MR S

Vrus do mosaico R MS MR MR MR MR R MR MR R2

Germinao espiga S MS S S S MS MS S S S

Mat. 140 Alta 144 Alta 140 Alta 140 Alta 133 Alta 148 Alta 150 Alta 150 Alta 148 Alta 140 Alta 143 Alta

RS/SC RS/SC RS/SC RS/SC RS/SC RS/SC RS/SC RS/SC RS/SC RS/SC RS/SC

77 76 79 84 77 78 82 82 71 80 82

- Sem informao; R = Resistente; MR = Moderadamente resistente; S = Suscetvel; MS = Moderadamente suscetvel. Espigamento = nmero mdio de dias da semeadura ao espigamento; Maturao = nmero mdio de dias da semeadura coPode ocorrer mosaico em cultivar R ou MR, desde que as condies sejam extremamente favorveis doena. lheita.2

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4.2. Densidade e profundidade de semeaduraA densidade de semeadura indicada de 400 sementes aptas/m2, preferencialmente em linhas distanciadas de 17 cm ou menos. Indica-se semear o triticale na profundidade de 2 a 3 cm. Nos locais onde existe risco de acamamento, pode-se diminuir a densidade para cerca de 300 sementes aptas/m2.

5. CONTROLE DE DOENAS

5.1. Tratamento de sementesOs principais fungos fitopatognicos infectantes de sementes de triticale so Bipolaris s orokoniana , Drechslera triticirepentis (helmintosporiose), Stagnospora nod orum (Septoriose) e Fusarium graminearum (giberela). O tratamento de sementes deve ser sempre associado prtica de rotao de culturas. Pode-se usar a mistura Carboxin + Thiran (p molhvel) (93,7 + 93,7 g i.a./100 kg de sementes); Triadimenol (40 g i.a./100kg de sementes). Diluir o produto a ser utilizado com 2 a 3 % de gua, misturando a calda com a semente, e agitando a mistura por 10 minutos, em um tambor rotativo ou betoneira, at que a semente esteja seca e completamente coberta com o produto. 148

Sugere-se regular as semeadoras com as sementes tratadas. Os fungicidas podem ser empregados apenas em lotes de sementes que apresentem um nvel de infeco por B. sorokiniana entre 10 e 40%. Nos lotes com infeco superior a 40% a eficincia do produto reduzida e, portanto devem ser eliminados.

5.2. Controle das doenas de rgos areos Para o controle das doenas dos rgos areos, principalmente as manchas foliares, pode-se seguir as indicaes utilizadas na cultura do trigo. As doenas da espiga, giberela e bruzone so de difcil controle com fungicidas. No entanto, considerando que essas doenas so as que, em geral, causamos maiores prejuzos ao triticale, aconselha-se que, ao optar por controle fitossanitrio, o agricultor utilize fungicidas que apresentem eficincia aceitvel para essas doenas e que a aplicao seja realizada no incio da florao plena. As cultivares indicadas para cultivo so resistentes ao odio e s ferrugens, tornando o seu controle desnecessrio.

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6. CONTROLE DE PRAGASAs indicaes utilizadas na cultura de trigo podem ser aplicadas cultura de triticale.

7. CONTROLE DE PLANTAS DANINHASAs indicaes utilizadas na cultura de trigo podem ser aplicadas cultura de triticale.

8. ROTAO DE CULTURASO trigo, o centeio, o triticale, a cevada e o azevm so suscetveis s doenas radiculares, como o mal-do-p e a podrido comum, portanto indicado praticar a rotao de culturas. O sistema de rotao de culturas ou sistema de produo de gros mais eficiente energeticamente, de maior rentabilidade e de menor risco, sob sistema de plantio direto, para a regio de Passo Fundo, RS, foi aquele que envolveu triticale/soja e ervilh aca/milho ou triticale/soja e aveia bra nca/milho. A escolha das culturas e do sistema de rotao deve ter flexibilidade de modo a atender s particularidades regionais e as perspectivas de comercializao dos produtos. O uso da rotao de culturas conduz diversificao das atividades na propriedade, que pode ser exclusivamente de culturas anuais e pastagens. Em ambos os casos, requer planeja-

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mento da propriedade a mdio e longo prazos, para que a adoo se torne exeqvel.

9. COLHEITAUmidade indicada para colheita: a) Colheita para feno ou silagem pr-secada - colher as plantas at o estdio do emborrachamento. b) Colheita para silagem da planta inteira - colher as plantas quando atingirem o estdio de gro leitoso a pastoso. c) Colheita manual colher quando o gro possuir menos de 25% de umidade (o gro se deforma, sob a presso dos dedos ou da unha do polegar sem liberar massa), preferencialmente nas primeiras horas da manh, deixar secar a palha e o gro. Trilhar quando a semente apresentar menos de 14% de umidade d) Colheita mecanizada do gro maduro - colher quando o gro apresentar menos de 14% de umidade (o gro rompe-se, mas no se deforma, sob a presso da unha do polegar) e com menos de 25% de umidade, se houver inteno de secar o gro. Trilhar, preferencialmente, durante a tarde, quando a palha e os gros estiverem mais secos que pela manh. A colheita deve ser realizada o mais cedo possvel, para evitar prejuzos na qualidade, no poder germinativo e no vigor. A colheita com