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"Já não se quer talento, mas o melhor talento" TEXTO CÁTIA MATEUS O programa é inovador entre as Business Schools nacionais e tem como missão a deteção precoce de talentos em contexto nacional. O The Magellan MBA Followers caminha para a segunda edição, na Escola de Gestão da Universidade do Porto (EGP-UPBS). Tudo porque não basta às empresas captar e reter talentos. A meta é escolher os melhores. OThe Magellan MBA Followers arrancou em novembro de 2010, com o objetivo de dar às empresas a possibilidade de detectarem e testarem os alunos do Magellan MBA, e assim perceberem qual o que melhor se adequaria ao perfil da sua organização. O programa está estruturado em função das empresas, mas nesta relação lucram ambos os intervenientes: alunos e organizações envolvidas. Para Paula Rodrigues, coordenadora do Serviço de Gestão de Carreiras da EGP-Univerity of Porto Business School (entidade mentora do projeto), "o programa é inédito entre as business schools em Portugal e coloca em contacto empresas de topo com alunos de MBA que se encontrem numa fase inicial do programa". Foi o caso de Patrício Carvalho, que durante um ano integrou este programa. Tal como a grande maioria dos seus colegas, a frequência deste curso acabou por ditar uma mudança no rumo da carreira. Licenciado em Medicina Veterinária, Patrício Carvalho exercia a sua formação inicial quando integrou o The Magellan MBA, mas no decorrer do curso percebeu o enorme potencial para alcançar novas competências profissionais. O jovem profissional realizou o seu internship ao abrigo do Programa Followers numa das empresas do grupo RAR, a Acembex, especializada no desenvolvimento de soluções para o sector agroalimentar, e acabou por ser contratado depois de ter respondido com sucesso ao desafio lançado pela organização. "A experiência foi extremamente positiva, tendo tido a oportunidade de participar no estudo de oportunidades de mercado, analisar transversalmente as operações da empresa e, acima de tudo, verificar o focus da Acembex na valorização dos seus parceiros, fornecedores e clientes", relembra Patrício Carvalho, que parece ter deixado para trás o exercício clínico da medicina veterinária. Na sua primeira edição, o The Magellan MBA Followers contou com a adesão de 10 empresas - entre elas a BIAL, RAR, EDP, BES, AMORIM, MILLENNIUM BCP, CEREALIS - que identificaram um mentor interno e durante um ano letivo acolheram um aluno lançando- lhe desafios que permitem avaliar o seu desempenho e as suas competências. A edição deste ano contará com 13 empresas participantes, mas segundo Paula Rodrigues os princípios são os mesmos, "por um lado proporcionar às empresas um contacto antecipado, privilegiado e em primeira mão com os alunos do Magellan MBA, possibilitando uma forma eficaz, atempada e proativa de identificar talento e funcionando também como uma iniciativa de atração de talento e de employer branding. Por outro lado, o programa cria um contexto muito favorável para o aluno conhecer de forma privilegiada, empresas, funções e projetos e para se dar a conhecer a estas empresas". A coordenadora do Serviço de Gestão de Carreiras da EGP-UPBS não tem dúvidas de que se trata de "uma iniciativa que gera ótimas condições para que o aluno consiga dar visibilidade aos seus talentos de forma concreta, o que na maior parte das vezes não seria possível mostrar através de um CV ou até de uma entrevista". Paula Rodrigues acrescenta que "tendo em conta que a maior parte dos alunos do The Magellan MBA pretendem fazer e fazem grandes mudanças de carreira após o MBA, é muito importante criar contextos que lhes permitam dar-se a conhecer como um todo e mostrar o que valem em áreas e projetos para os quais não apresentam experiência formal". Uma iniciativa que para a EGP-UPBS tem potencial de crescimento cada vez mais decisiva para os alunos em matéria de desenvolvimento de carreira. cmateus.externo(ã)impresa.pt O The Magellan MBA Followers aproxima alunos e empresas, promovendo a descoberta das suas aptidões através de desafios práticos

talento, mas melhor talento "Já não se quer só talento, mas o melhor talento" TEXTO CÁTIA MATEUS O programa é inovador entre as Business Schools nacionais e tem como missão a

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"Já não se quersó talento, mas omelhor talento"

TEXTO CÁTIA MATEUS

O programa é inovador entre asBusiness Schools nacionais e temcomo missão a deteção precocede talentos em contexto nacional.O The Magellan MBA Followers

já caminha para a segundaedição, na Escola de Gestão daUniversidade do Porto (EGP-UPBS).Tudo porque já não basta às

empresas captar e reter talentos.A meta é escolher os melhores.

OTheMagellan MBA Followers

arrancou em novembro de

2010, com o objetivo de daràs empresas a possibilidade

de detectarem e testarem os alunos do

Magellan MBA, e assim perceberemqual o que melhor se adequaria ao perfilda sua organização. O programa está

estruturado em função das empresas,

mas nesta relação lucram ambos os

intervenientes: alunos e organizaçõesenvolvidas. Para Paula Rodrigues,coordenadora do Serviço de Gestão de

Carreiras da EGP-Univerity of Porto

Business School (entidade mentorado projeto), "o programa é inédito

entre as business schools em Portugal e

coloca em contacto empresas de topo

com alunos de MBA que se encontrem

numa fase inicial do programa".Foi o caso de Patrício Carvalho, quedurante um ano integrou este programa.Tal como a grande maioria dos seus

colegas, a frequência deste curso acabou

por ditar uma mudança no rumo da

carreira. Licenciado em Medicina

Veterinária, Patrício Carvalho exercia

a sua formação inicial quando integrou

o The Magellan MBA, mas no decorrer

do curso percebeu o enorme potencial

para alcançar novas competências

profissionais. O jovem profissionalrealizou o seu internship ao abrigo

do Programa Followers numa das

empresas do grupo RAR, a Acembex,

especializada no desenvolvimento de

soluções para o sector agroalimentar,e acabou por ser contratado depois de

ter respondido com sucesso ao desafio

lançado pela organização. "A experiênciafoi extremamente positiva, tendo tido

a oportunidade de participar no estudo

de oportunidades de mercado, analisar

transversalmente as operações da

empresa e, acima de tudo, verificar o

focus da Acembex na valorização dos

seus parceiros, fornecedores e clientes",relembra Patrício Carvalho, que pareceter deixado para trás o exercício

clínico da medicina veterinária.Na sua primeira edição, o The MagellanMBA Followers contou com a adesão de

10 empresas - entre elas a BIAL, RAR,

EDP, BES, AMORIM, MILLENNIUMBCP, CEREALIS - que identificaram

um mentor interno e durante um ano

letivo acolheram um aluno lançando-lhe desafios que permitem avaliar o seu

desempenho e as suas competências.A edição deste ano contará com 13

empresas participantes, mas segundo

Paula Rodrigues os princípios são os

mesmos, "por um lado proporcionaràs empresas um contacto antecipado,

privilegiado e em primeira mão com os

alunos do Magellan MBA, possibilitando

uma forma eficaz, atempada e proativade identificar talento e funcionando

também como uma iniciativa de atraçãode talento e de employer branding. Por

outro lado, o programa cria um contexto

muito favorável para o aluno conhecer

de forma privilegiada, empresas, funções

e projetos e para se dar a conhecer

a estas empresas". A coordenadora

do Serviço de Gestão de Carreiras da

EGP-UPBS não tem dúvidas de que se

trata de "uma iniciativa que gera ótimas

condições para que o aluno consiga dar

visibilidade aos seus talentos de forma

concreta, o que na maior parte das vezes

não seria possível mostrar através de

um CV ou até de uma entrevista". Paula

Rodrigues acrescenta que "tendo em

conta que a maior parte dos alunos do

The Magellan MBA pretendem fazer e

fazem grandes mudanças de carreira

após o MBA, é muito importante criar

contextos que lhes permitam dar-se a

conhecer como um todo e mostrar o quevalem em áreas e projetos para os quais

não apresentam experiência formal".

Uma iniciativa que para a EGP-UPBS

tem potencial de crescimento e é cada

vez mais decisiva para os alunos em

matéria de desenvolvimento de carreira.cmateus.externo(ã)impresa.pt

O The Magellan MBAFollowers aproximaalunos e empresas,

promovendo adescoberta das suas

aptidões através dedesafios práticos

"O conhecimento já não é diferenciador"

P: Da experiência que temno Serviço de Gestão de

Carreiras da EGP-UPBS, quecompetências têm atualmentede possuir os jovens paratriunfarem no mercado laborai?R: Como refere Daniel Pink,vivemos numa era de high-touch

e high-concept, na qual

o conhecimento já não é

diferenciador. Competênciascomunicacionais e relacionais,

capacidade de inovar,

relacionando conceitos e ideias

muito diversos, capacidade de

lidar e gerir a mudança e um fortesentido de empreendedorismo,mesmo para quem trabalha porconta de outrem (entrepreneur),de fazer acontecer e de

acrescentar são factores

determinantes.

P: Participar em programasdeste tipo pode ser um caminho para a empregabilidade?R: Diria que nenhuma iniciativa, por si só, é garantia de empregabilidade.Numa era em que já não se quer só talento, mas sim o melhor talento, a EGP-

UPBS tenta criar todas as condições para que os alunos possam desenvolver

a sua carreira. Contudo, a gestão da carreira é da responsabilidade de cada

aluno e tem muito que ver com a forma como estes aproveitam as ferramentas

e as aprendizagens que adquirem no MBA e, também, com a sua capacidadede diferenciação e de construir e dar visibilidade à sua marca pessoal.

P: Quantos alunos já envolveu o The Magellan MBA Followers?R: Na sua primeira edição, o programa envolveu 85% dos alunos do MagellanMBA. Em termos de qualificação, aprendizagem, experiência e networking, é

sem dúvida uma aposta ganha.P: Que metas futuras tem a EGP-UPBS para este programa?R: Em relação ao Magellan MBA é de esperar que no futuro este programaveja consolidada a sua posição como um dos MBAfull-time de referência na

Europa. O Programa Followers é um exemplo de uma das características

mais marcantes deste programa, que é a forte ligação aos meios empresariais.Mas há outras dimensões e sucessos recentes que potenciam uma evolução

promissora. Refira-se, por exemplo, a dupla acreditação internacional (AMBA,EPAS/EFMD) que o Magellan MBA possui, a maior taxa (60%) de alunos

internacionais em qualquer MBA acreditado em Portugal e a sua entrada

para o Top 30 dos MBA Rising Stars 2011. Há ainda que salientar as vitórias

alcançadas pelos nossos alunos em 2010 e 2011, em competições internacionais

de MBA e empreendedorismo, o track record dos nossos alumni (patente, por

exemplo, no facto de 4 das 20 empresas do PSI-20 serem dirigidas por CEOs

alumni neste MBA) e a crescente rede internacional de alunos.

Paula Rodrigues

Coordenadora do Serviço de Gestão

de Carreiras da EGP-UPBS

Programa COHITEC atrai biotecnologiaA maioria dos projetos selecionados pelo Programa COHITEC provém das áreas

da biotecnologia e da química. Segundo a Cotec Portugal, "o Programa COHITEC,realizado com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento

(FLAD), recebeu este ano 47 candidaturas, mais do dobro das registadas no ano

passado". O programa, que tem por objetivo avaliar o potencial comercial de

produtos ou serviços baseados em tecnologias desenvolvidas em instituições de

Investigação & Desenvolvimento (I&D) ou empresas, tem início marcado para 28

de fevereiro, no Porto, e 1 de março, em Lisboa. Entre as candidaturas recebidas

foram selecionados 16 projetos, oito dos quais vão frequentar uma ação de

formação em ambas as cidades. A maioria dos projetos selecionados provém das

áreas da biotecnologia (seis projetos) e da química (cinco projetos), havendo ainda

tecnologias de outras áreas como a robótica, eletrónica, engenharia de materiais

e energias renováveis. Desde a sua criação, em 2004, já participaram no ProgramaCOHITEC 92 projetos, num total de 284 investigadores, 155 estudantes de gestãoe 96 empresas. Deste programa nasceram 13 empresas de base tecnológica.

«Mais ética para não termosde pensar na repressão»

ALEXANDRE MESTRE

? 0 Plano Nacional de

Ética no Desporto é

uma iniciativa do Governo, que

vai ser apresentado na segun-

da-feira, em cerimónia, a rea-

lizar-se no Teatro Camões, em

Lisboa, às 18 horas. A BOLA é

parceiro da iniciativa. O secre-

tário de Estado do Desporto e

Juventude, Alexandre Mestre,

antecipa-lhe algumas ideias

deste projeto

Secretário de Estado do Desporto e Juventude, em pose formal, no gabinete

Entrevista de

MARTINS MORIM

VEMaí

o Plano Nacional deÉtica no Desporto. Podedizer-nos a quem se des-tina e o que pretende al-cançar?

— Visa a promoção da ética e dos

valores que a suportam. Há vários

públicos-alvo, o federado e o não-federado, os movimentos olímpi-cos e paraolímpico, os universos es-colar e universitário, nacional e

internacional, sendo que, no âmbi-to da vertente internacional, há algode especial, até porque este ano va-mos acolher os Jogos da CPLP, emMarra, no mês de julho, e ainda areunião dos ministros do Desportoe da Juventude da CPLP. É este ouniverso e pretende-se dar ênfase à

promoção de regras, princípios e

valores...

— Tais c0m0...— O respeito, a tolerância, a ho-

nestidade, a solidariedade, o espíri

to de grupo, trabalho em equipa, ahumildade... Mas, como aética não

se decreta, através de iniciativas co-nexas com o desporto, vai-se tentar

que os diversos agentes possam vi-venciar princípios, regras e valores.

-Masaética pode ser ensinada...— Por isso, vai haver, natural-

mente, uma articulação com a mi-nha colega do ensino básico e se-cundário. Temos, aliás, a noção de

que é na fase infantojuvenil que tudo

começa, desde logo nos hábitos da

prática desportiva. E, ou esse hábi-

to se adquire naquela faixa etária,ou já será tarde.

— A BOLA é parceira nesta ini-

ciativa. Há outros media envolvi-dos?

— Tanto a imprensa como a rádio

e a televisão vão estar envolvidas. ABOLA, por exemplo, além de parcei-ro, é claramente um veículo através

do qual o governo, através da ad-

ministração pública desportiva, pen-sa concertar a disseminação destes

ideais desportivos. Aliás, uma das

iniciativas que estamos a prever é a

criação da figura do Provedor da Éti-ca no Desporto, que vai ser o juizdesembargador, Sérgio Abrantes

Mendes, que será uma espécie de

recetador de mensagens que sejamtransmitidas pelos leitores, espeta-dores, ouvintes e agentes desporti-vos sobre o que acham menos bemnas condutas dos diversos agentes.E terá a oportunidade, quer atravésde uma plataforma digital, quer porvia dos media, assim eles se dispo-nibilizem para esta ação concerta-da, de evidenciar o papel de refe-rencial ético e de, pedagogicamente,estimular a adoção de um tipo deconduta correta.

— Está também prevista a cria-ção da figura do embaixador da éti-ca desportivo. Pode elucidar-nossobre os critérios de escolha?

— Os embaixadores têm comomissão no terreno propagarem os

princípios, regras e valores de quefalámos antes. Um dos critérios foi,desde logo, o de pedir às federa-ções desportivas que nos indiquemquem, no entender delas, na respe-tiva modalidade, tem o perfil cer-to. De igual modo, também fomosescolher pessoas que são vistas nasociedade civil como referenciaisde conduta num percurso de vida,tanto das artes, como do espetá-culo e do desporto, passando pelaciência e a literatura. Há aqui trans-versalidade e um denominador co-

mum, que é serem pessoas que são

ouvidos, porque são um referencialético.

— Para além do que já disse rela-tivamente ao ensino básico, como é

que o plano vai ser posto em prati-ca?

— Claro que pretendemos incluiro tema ética nos vários níveis do en-sino, do básico ao superior, atravésde formação especializada para os

docentes do básico e do secundá-

rio, mas também para agentes des-

portivos - treinadores, juizes, árbi-tros, dirigentes, etc - e, a este nível,

já há um conjunto de ações concre-tizadas com algumas entidades.

— Exemplos...— Criação de um Kit de formação

em parceria comaLEDonVahies, es-

pecializada em educação para os va-lores. Será um Kit sobre éticano des-

porto para diferentes públicos; açõesde formação certificada para os pro-fessores, em articulação com o Mi-nistério da Educação. Com a parti-cipação de especialistas e deuniversidades, será criado um mó-dulo formativo específico com a du-ração de 25 horas, que será objetode uma certificação.

— Acredita que, com a aplicaçãodo plano, pode haver maior cons-

E na fase infantojuvenil

que tudo começa,

desde logo nos hábitos

da prática desportiva

ciência cívica, que situações como a

do Estádio da Luz, no Benfica-Spor-

ting, não se repitam?— No essencial, o que se preten-

de é olhar para a ética numa ver-tente positiva, para evitar que te-nhamos de pensar mais na

repressão. A ética, a meu ver, até

ao momento presente, tem sido

abordada numa lógica de comba-

te a flagelos associados ao despor-to, como a dopagem, corrupçãono fenómeno desportivo, váriasformas de descriminação social,

sempre numa lógica de combate a

algo que já acontece. Nós, a mon-tante, teremos que evitar o mais

que possível que isso aconteça. E,

com uma maior consciencializaçãoe vivência, evitar fenómenos como

a viciação de resultados, reduziros casos dopagem, que põe emcausa a verdade e a lealdade des-

portivas. E, porque estamos tam-bém imbuídos desse propósito,logo que tomámos posse e detetá-mos que, desde 2009, a AgênciaMundial Antidopagem vinha ten-tando sensibilizar o governo paraconformar a legislação com o Có-

digo Mundial Antidopagem, o quenõrv cnr*f»Hpu niidámnç rlp nor co-

bro a uma situação que fez com

que o nosso laboratório nacional ti-vesse perdido a sua acreditação.

— E agora?— Já diligenciámos com a Agên-

cia Mundial Antidopagem pôr co -bro a essa situação e vamos avan-

çar com uma proposta de leiantidopagem e, entroncando nis-

so, com uma proposta de criaçãode um tribunal arbitrai do despor-to, tudo orientado precisamentepara a ética no desporto a montan-te. O laboratório perdeu a acredi-

tação, mas, com uma ação muito

rápida, em mês e meio, fizemos o

que.não foi feito num ano e meio.

-E que foi?— Recuperou a acreditação.

Este governo não tem

falhado rigorosamente

em nato Ino apoio à

preparação olímpica!

O » Nasceu em Lisboa, é licencidado

em Direito, mestre em Estudos

Europeus e tem pós-graduação em

Estudos Jurídicos e Económicos da

União Europeia, Legística e Estudos

Olímpicos. Foi investigador na

Universidade Nova, lecionou na

Universidade Autónoma de Lisboa e

foi jurista na Confederação de

Agricultores de Portugal. Foi adjunto

do secretário de Estado do

Desporto, Hermínio Loureiro, e inte-

grou o grupo fundador do Tribunal

Arbitrai do Desporto. Éautor de

vários livros e de artigos em revistas

científicas e em jornais diários.

Para uma justiça célere e mais barata-> Governante quer movimento as-sociativo empenhado na criaçãodo Tribunal Arbitrai do Desporto

— Falou atrás no Tribunal Ar-bitrai do Desporto. Em que pé está?

— Está já a ser concluído um tra-balho político e técnico e pratica-mente desenhado o modelo do fu-turo tribunal arbitrai do desporto,que vai, no fundo, compaginar duas

prioridades absolutas. Uma, que éclaramente o descongestionamen-to dos tribunais, designadamenteos tribunais administrativos, e si-multaneamente algo que me é mui-to caro, uma forte participação domovimento associativo no dese-nho, na operacionalização e no fun-

cionamento desse tribunal.— Como?— Não quero avançar os moldes

deste tribunal. Posso apenas lem-brar que, em assembleia plenária doComité Olímpico de Portugal(COP), creio que em 2007 ou 2ooB,foi aprovada por unanimidade a

criação de um Tribunal Arbitrai do

Desporto. Claro que os represen-tantes do movimento associativoserão dos primeiros a serem auscul-tados, logo que tenhamos fechadoo projeto de diploma e estou plena-mente convicto de que irá ao en-contro dos anseios e das necessida-des dos agentes desportivos. Temosde ter uma justiça célere, especia-

lizada e porventura mais barata.

— Com ele, os órgãos jurisdi-cionais federativos serão esva-ziados?- O Tribunal Arbitrai do Des -porto vai dirimir litígios, diretaou indiretamente conexos como fenómeno desportivo e com a

agilização que a arbitragem,como método alternativo na re-solução de litígios proporciona,vamos ter seguramente decisõescéleres e espero convictamenteque ajustadas.

Mestre diz que processo está a andar

Secretário de Estado não abdicou dos 'dossiers' para responder ao jornalista de A BOLA

Reforma legislativasó depois dos Jogos Olímpicos

¦* Alexandre Mestre entende quelegislar agoraprejudicariaprepa-ração para os Jogos Olímpicos

—Vem ai os Jogos Olímpicos de

Londres. No final do ano, o presiden-te do COP queixava-se de um défi-ce de 300 mil euros. Qualéhqjeasi-tuação relativamente aos apoios doEstado?

— Este governo não tem falhado

rigorosamente em nada. Estamos a

falar de um projeto a quatro anos e

nós estamos no governo há sete me -ses. Apesar de estarmos numa fase

em que os recursos não abundam, a

nossa preocupação foi assegurar o

cumprimento integral e pontual-mente das responsabilidades finan-ceiras. Estamosafalar de um progra-ma de 14 milhões e 600 mil euros,havia efetivamente um saldo nega-tivo, creio que em 2009, que foiamortizado em 2010, em 2011 o sal-do foi positivo e, em 2012, estamos

a pagar cerca de 4,2 milhões de eu-ros no âmbito do PIDDAC. A res-

ponsabilidade do Estado está total-mente assegurada para que haja total

serenidade e condições de prepara-ção da nossa missão. Por esse moti-

vo, tenho dito reiteradamente quenão haverá qualquer reforma legis-lativa até aos Jogos Olímpicos, por-que isso também implicaria desmo-bilizar as federações e os agentes

desportivos envolvidos na prepara-ção. Não podemos estar aqui sob a

pressão de uma febre legislativa. . .

- Porquê então intervir no Re-

gime Jurídico das Federações?— Eu preferia não mudar, mas o

Regime Jurídico das Federações Des-

portivas dotadas de Utilidade Pú-blica Desportiva tem de ser adapta-do à prática. Tenho recebido todas as

federações que me têm solicitado

audiência e todas têm enumerado

um conjunto de normas que não

aplicáveis à especificidade da sua

própria modalidade. E nós não po-demos deixar de ser sensíveis à ne-cessidade de uma lei que seja adequa-da a muitas modalidades e não

apenas auma, duas. De igual modo,

o Conselho Superior do Desporto jáidentificou que há algo a mudar no

regime jurídico relativamente aos fe-nómenos da violência associados ao

desporto.Por outro lado, anão-con-formidade com o Código Mundial

Antidopagem também nos leva a al-terar a legislação e, por força da di-retiva de serviços da UE, temos de le-

gislar em sede de formação, de

treinadores, por exemplo, e não só.

Enfim, há um conjunto de itens quefazem com que tenhamos de alterar

a legislação. Mas, insisto, isso só será

feitas no momento em que se tenha

perfeita noção de que já passou tem-

po suficiente para saber se esta ou

aquela lei é ou não exequível.

— Ogovemo propõe-se tambémestudar a mudança do modelo das

SAD para Sociedades Comerciais

Desportivas...— É uma recomendação de um

dos quatro grupos de trabalho, pre-cisamente das sociedades despor-tivas, coordenado pelo Prof. Paulo

Pittae Cunha.- Concorda que se pode ver ano-sa liga, algoprotecionista, ser trans-formada em objetivamente liberal?

—Eu concordo, objetivamente,com a premissa com que este grupode trabalho partiu. E que é a de queas SAD foram criadas com um mo-delo, que inicialmente, em 1995, não

funcionou, porque não se permitia a

distribuição de lucros. Em 1997, não

funcionou tanto como se pretendia,

porque se levou a que se recorresse

o mais possível ao modelo da SAD e

o regime especial de gestão fosse re-sidual, mas viu-se que, na prática,se recorreu muito mais ao regime

especial de gestão , porque havia for -mas de se poder viver sem ter a fi-gura daSAD. Ora, se queremos trans-

parência, rigor e sustentabilidade no

desporto, uma sociedade desporti-vaé, claramente, algo de vantajoso.Se é nos moldes que este grupo de

trabalho propõe, ou não, caberá ao

governo ajuizar, mas há que valori-zar que este grupo de trabalho apre-sentou uma proposta de diploma de

um novo regime jurídico e de umnovo regime fiscal, facilitando o tra-

balho dos agentes desportivos noseio do Conselho Nacional do Des-

porto e do próprio governo.— Mas pode desaparecer a figu-

ra do clube...— Não nos esqueçamos de que

estamos a falar aqui de competiçõesde natureza profissional. Infelizmen-

te, no mandato anterior, não se che-

gou a repensar o que é uma compe-tição de natureza profissional e,portanto, qualquer alteração legis-lativa terá de ser feita a montante.

Estado quer ajudar no Totonegócio-» O assunto está a ser tratado

pela tutela das Finanças em ar-ticulação com a do Desporto

— Deve o Estado intervir nos di-reitos televisivos?- Em Itália, o Estado, por lei, jápreviu uma coisa e outra: a nego-ciação individual e a coletiva. É ver-dade que a Comissão Europeia e o

Parlamento Europeu têm recomen-dado a negociação em bloco, mas

também referem, nomeadamente

no livro Branco sobre o Desporto

que há também algumas vantagensna negociação individual. Portan-

to, eu entendo, até com o exemplo

prático de Itália, que não teve efeito

prático, que deve ser o movimento

associativo, os clubes a encontrar a

opção, numa lógica de repartição de

ganhos e de solidariedade.

— Mas já no caso do totonegócio,

ele não pode agir sozinho. Precisadas

verbas dos jogos sociais. . .

— Há quem lhe chame dação em

pagamento, dação em cumprimen-to, não quero entrar nessa discussão,

tão só lembrar a intervenção do Es-tado no sentido de viabilizar o paga-mento dessas dívidas através de re-ceitas oriundas de receitas de jogossociais . Na lógica de ajudar , mas num

enquadramento de respeito pela lei,é que esse assunto está a ser tratado

ao mais alto nível pelo senhor minis-

tro das Finanças em articulação comesta Secretaria de Estado.

— Há quem conteste o monopó-lio da Santa Casa da Misericórdianeste domínio...

— Isso é um facto. Está na lei. Mas

muitos clubes e SAD, em Portugal,têm recorrido a essas empresas de

apostas online como uma fonte de

receita. Por isso mesmo, e hoje mes-mo está a decorrer a primeira reu-nião interministerial, para ver se, e

em que medida, deve ou não, haver

alteração legislativa em sede de jo-gos sociais.

«Monopólio da Santa Casa está na lei»

Professores em vigíliaem frente ao MinistérioReforçar a denúncia de precariedade no setor é um dos objetivos

o Protesto terá a duração de 24 horas o Sem dormir por mais direitos

LISBOA

por

IRINAIGLÉSIAS

VINTE

e quatro horas. E

este o tempo que os pro-fessores e sindicalistasvão ficar sem dormir emnome de mais direitos.

A vigília teve início às 15 ho-ras de ontem, em frente ao Minis-tério da Educação, e foi erguidasob forma de protesto contra o

desemprego e a precariedade de-vido à instabilidade dos contra-tos a prazo e o desemprego queafeta a classe.

De acordo com a Federação Na-cional dos Professores (FENPROF) ,

o objetivo deste protesto «é refor-çar a denúncia dos problemas de

precariedade e desemprego que se

abatem violentamente sobre osdocentes e investigadores».

Para os professores, as medi-das de cortes financeiros impos-tos pelo Orçamento de Estado, a

revisão da estrutura curricularno ensino básico e secundário, oencerramento de escolas e a cria-ção de mega agrupamentos, bemcomo o aumento do número dealunos por turma visam apenascortar nas despesa e em nada be-

neficiam o ensino português e a

classe profissional.«A vígilia pretende chamar

atenções para o problema, denun-ciá-lo e corrigi-lo» , afirmou Má-rio Nogueira, secretário -geral da

FENPROF, acrescentando:— Em 2011, inúmeros docen-

tes ficaram desempregados porforça das medidas deliberada-mente tomadas para reduzir o nú-

mero de professores nas escolas.O número de desempregados

na classe estava, em outubro de2011, estimado em mais de 12 mil,sendo que alguns desses profes-sores tinham mais de dez anosde serviço.

No final do período de 24 horasa que está sujeito o protesto, será

aprovada uma moção a enviar aoMinistério da Educação.

Professores durante a vigília de 24 horas contra a precariedade e o desemprego

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Portuguesa cria

robotnosEUA¦A investigadora portugue-sa, Marta Ferraz, de 29 anos,desenvolveu nos EUA, umfato biónico, um robot e umanave espacial com aplicações

terapêuticas. As inovaçõesforam criadas com o objecti-vo de optimizar o desenvolvi-

mento das crianças nos do-mínios cognitivo, motor, fisio-

lógico, social e virtual. A por-tuguesa já tem parceria comuma empresa da Califórnia,

na área da Neurologia.

Grão Torrado Querido, mudei o caféCriou uma tosta com 800 gramas que tem que ser dividida. E um conceito de café que aproxime as pessoas. Rui trabalha com arquitetose 'marketeers' para transformar os velhos cafés em pontos de encontro. Pelo caminho, quer criar uma rede sociável em Portugal

Rui Mendes aposta na imagem para tornar os cafés mais sociáveis, foto: adelino meirelles

fia-prima

Grão Torrado é pro-bado. Rui Mendes, 35 anos,Sa empresa que procura ca-

Dtio o País para os transfor-es^aços adaptados à atuali-

dade. "Os cafés eram os sítios onde

se sabiam as notícias. Agora, graçasàs cápsulas à venda no mercado,

qualquer um pode tomar um ótimocafé com conforto e sem sair de casa.

Quero devolver aos cafés a dinâmi-ca social que tinham, devolver-lhes

a sociabilidade", explica Rui Men-des, fundador da Grão Torrado.

A empresa, criada no final de

2010 com um investimento de cemmil euros e capital brasileiro e por-tuguês, começou a trabalhar no ter-reno no início deste ano. Os resulta-dos do primeiro refresh já podemver-se no renovado café Tremen-dão-Grão Torrado, no Porto. Para fa-

zer parte da rede Grão Torrado é pre-ciso investir 3500 euros. O valor ga-

rante a redecoração do espaço, oti-mizando os recursos disponíveis e

optando, muitas vezes, por umanova pintura e, por exemplo, a apli-cação de vinil nas mesas: a ideia é

aumentar as vendas entre 20 e 25%nos primeiros seis meses depois docontrato com o master franchising.O universo é enorme: em Portugalexistem 70 mil cafés, quatro vezesmais do que o número ideal parauma "concorrência saudável", es-

conceito. Além de uma nova decora-

ção, a empresa assegura que, por 150

euros por mês, a comunicação nosmedia e nas redes sociais é feita de

maneira a ajudar no posicionamen-to do novo produto. A empresa tra-balha com a Universidade do Portonum projeto de redução da pegadaecológica, que estabelece uma tabe-la classificativa em que os cafés queconvidarem clientes a plantar árvo-res terão lugar de destaque.

O nome original de cada cafémantém-se com o devido destaquee lado a lado com logotipo da redeGrão Torrado, "de uma cor que se

destaca entre os concorrentes: o

roxo." Rui quer estabelecer parce-rias com pelo menos 50 cafés até aofim de 2012 e chegar a mais de 300até 2014. Depois de aprovadas, as

obras nos cafés demoram dois dias.

"Porque é que um cliente vai esco-lher um café Grão Torrado e não ou-tro? Porque vamos ajudar a diferen-ciar. Fazer que o mínimo investi-mento possível resulte no maior

impacto possível."—Mariana de Araújo Barbosa

o A Grão Torrado é um masterfranchising fundado no últimotrimestre de 2010. o A primeirarenovação de um café ficouterminada em janeiro de 2012.o Cada projeto custa aos clientes

3500 euros (base), o o chefdo Grão Torrado criou menuslow cost a 5€ e tem parceriacom a Escola de Turismo, o A

aplicação para iPhone e Androidestá disponível a partir de 15 de

março, www.graotorrado.pt

Descobertos insetosdas profundezas

ciência Sofia Reboleira, biólo-

ga da Universidade de Aveiro,foi uma das cientistas que des-

cobriram quatro novas espé-cies de insetos primitivos semasas e sem olhos que vivem acerca de dois mil metros de pro-fundidade, em total escuridão.A descoberta, agora divulgada,foi feita durante uma expedi-ção ibero-russa, em 2010, à gru-ta Krubera-Vorónia (a maisfunda que se conhece) na Geór-

gia, perto do Mar Negro. Atéentão não se conheciam ani-mais cavernícolas adaptados acondições tão extremas. As es-

pécies encontradas medem en-tre um e quatro milímetros.

Professor catedrático do Instituto Superior Técnico questiona a fusão da UL e da UTL

Que universidades para Lisboa?

Manuel Heitor

A eventual fusão das Universidades deLisboa (UL) e Técnica de Lisboa

(UTL) foi alvo de um documento cir-culado há poucos dias, o qual não po-

de deixar de suscitar um debate público, maugrado já incluir um calendário e um modelode organização para a sua concretização.

Passados cinco anos sobre a aprovaçãodo novo regime jurídico do ensino superiore completado todo um ciclo de acreditaçãodos cursos de ensino superior, é legítimo ede saudar a abertura da discussão sobre a

reorganização do ensino superior em Lis-boa. A oportunidade é ainda estimulada pe-lo atual contexto social e económico. Con-tudo, a discussão deve orientar-se por valo-res e ideias.

Primeiro, revela-se totalmente desajustadaa opção de ignorar a crescente capacidadeacadémica da região de Lisboa no seu todo e,neste caso, esquecer em particular a capacida-de da Universidade Nova de Lisboa e do ISC-TE. O argumento da complementaridade en-tre a UL e a UTL é totalmente irrelevantenum quadro universitário moderno. O debate

só é sério se for aberto a todos, mobilizando

professores e estudantes nas quatro universi-dades públicas de Lisboa, assim como alar-gando a discussão a outros parceiros, com

tempo e de uma forma informada.

Porque não fazer Lisboa evoluir para umaorganização federativa de todas as escolas uni-versitárias públicas, assente num quadro re-formador de mobilidade interinstitucional e

programação conjunta, garantindo novas for-mas de colaboração e competição num âmbi-to de referência internacional?

Segundo, o documento agora em circulaçãoé sobretudo uma declaração do défice de fun-cionamento interno da UTL mais de 80 anos

após a sua criação e imposição administrativa

pelo regime de Salazar, assim como do reco-nhecimento claro dos problemas internos de

afirmação da UL. Apoiamos este esforço declarividência crítica, mais uma vez, de louvar.Mas sendo reconhecido que os modelos orga-nizacionais da UTL e da UL não funcionam,não será certamente a "colagem" desses mo-delos que vai funcionar!

Haja a coragem de entender as melhores

práticas internacionais e facilitar a constru-

ção de um sistema orientado pelas necessida-des de formação avançada da população, valo-

rizando as oportunidades de afirmação inter-nacional da capacidade académica de Lisboa.

A qualidade constrói-se sobretudo com di-versidade e seleção, e não apenas com acumu-lação e escala.

Terceiro, que se comece por valorizar os

estudantes e as suas ambições. Passados cer-ca de cinco anos sobre a adoção do novosistema de graus e diplomas em Portugal,incluindo a nova legislação para facilitar amobilidade dos estudantes, persistem namaioria das instituições de Lisboa regras e

práticas antiquadas e de imobilismo. Por-

que não evoluir para um quadro efetivo de'autonomia do aluno' em Lisboa, de âmbitointerinstitucional?

Quarto, não parece sequer compreensívelque a reorganização das universidades públi-cas em Lisboa não passe obrigatoriamentepor um debate profundo sobre a sua interna-

cionalização efetiva, nomeadamente num qua-dro de grande exigência internacional e rele-vante nos espaços da lusofonia. Mais uma vez,a discussão agora lançada parece ser imune a

essa realidade.Os portugueses merecem mais e melhor. E

as universidades de Lisboa têm certamentemuito para oferecer!

EmpreenDourodinamiza Norte

TEXTO CÁTIA MATEUS

O projeto resulta de um trabalhode mais de dois anos no terreno,mas só agora viu a luz do dia.A Rede EmpreenDouro é um

projeto com contornos inéditos

que promete gerar uma novaatitude de empreendedorismono Norte do país.

São26 as entidades envolvidas

nesta rede com a missão

de que os empreendedoresnortenhos não se aventurem

no mercado sem ela, a rede. Apesar das

singularidades e potencialidades que

encerra, o Douro é uma das regiões

que apresenta menores índices de

desenvolvimento da Europa. Umarealidade que faz crescer o desafio da

Rede EmpreenDouro, mas também

a sua missão: promover a criação de

empresas e a captação de projetos de

investimento em atividades de valoracrescentado para a região duriense.A Universidade de Trás-os-Montes e

Alto Douro (UTAD), a Comunidade

Intermunicipal do Douro o InstitutoPolitécnico de Bragança (IPB) e

a Estrutura de Missão da RegiãoDemarcada do Douro, figuramentre as 26 instituições que se

uniram em rede para provocare apoiar a criação de iniciativas

empreendedoras e inovadoras na

região. Um projeto pretende assegurarde forma sitemática a divulgação de

iniciativas de empreendedorismo,bem como promover a transferênciade conhecimento das instituiçõesde ensino superior e centros de

Investigação & Desenvolvimento,

que possa conduzir à criaçãode empresas a nível local.Em termos práticos, esta rede

permite a qualquer empreendedorcom uma ideia de negócio recorrera uma das entidades parceiras- câmaras municipais, associações

de desenvolvimento comerciais ou

empresariais e, a curto prazo, os

centros de emprego - que o ajudarãoa garantir o encaminhamento do

processo dentro da rede, bem como

ao apoio na maturação da ideia,

elaboração do plano de negócios e

análise do risco. Um apoio no qualcolaboram diretamente a UTAD e IPB

e que contempla também a formaçãona área do empreendedorismo e gestão

empresarial, a constituição formal da

empresa, o coaching ao empresárionos primeiros anos de atividade e

até o apoio na internacionalização,se essa for a meta do empresário.

Valorizar o potencial da regiãoPara Fontainhas Fernandes,coordenador do projeto Douro

Empreendedor, que integra a

rede, "o objetivo deste programa é

valorizar o potencial endógeno desta

região, organizando uma abordagemsistémica, global e sistemática do

apoio ao empreendedorismo na

região". O responsável acrescenta

que "a criação de uma rede de apoio

ao empreendedorismo do Douro,envolvendo e articulando a ação de

um conjunto de entidades locais e

regionais que já operam no terreno,complementando-a com o eventual

desenvolvimento de novos serviçosem falta, constituirá um dispositivorelevante para promover a iniciativa

empresarial e o empreendedorismoeconómico na região".A rede está já em funcionamento e

para este ano estão já agendados um

conjunto de eventos. Em março arranca

já um ciclo de conferências temáticassobre Start Up Program para Jovens

Universitários, EmpreendedorismoLocal e dois workshops sobre

Empreendedorimso Social e

Oportunidades no Douro. Para maioestá previsto o lançamento do Prémio

EmpreenDouro, que vai distinguiro que de melhor se faz na regiãoem matéria de empreendedorismo,

inovação e promoção do Douro como

uma região onde vale a pena investir.

No mesmo mês arranca o Fórum do

Empreendedorismo e Emprego (a 2 e

3 de maio), que promete debater umatemática cada vez mais vital para o

país: como vencer a crise e inverter a

escalada do desemprego nacional.cmateus.externo(ã>impresa.pt

Erasmus da lusofoniaune alunos e professores

Está em marcha um programa que visa facilitar o intercâmbio de alunos e professores dentro do espaço lusófono

TEXTO CÁTIA MATEUS

Cerca de 120 alunos e

professores de universidadesde língua portuguesa vãover mais facilitadas as suas

aspirações de estudar outrabalhar no espaço lusófono.

oderia chamar-se o

J Erasmus da Lusofonia,

porque, afinal, é disso que

se trata. A Associaçãode Universidades de LínguaPortuguesa (AULP) é uma das

dinamizadoras de um projeto que

possibilitará a mais de 120 alunos

e professores de universidades de

língua portuguesa, a realizaçãode intercâmbios. Jorge Ferrão,

presidente da AULP, granteque está dado o primeiro

passo para a construção de

um Erasmus da Lusofonia.

A AULP e a FundaçãoCoordenação de Aperfeiçoamento

de Pessoal de Nível Superior

(CAPES), do Brasil, já assinaram

o primeiro Memorando de

Entendimento em Ensino

Superior, Ciência e Pesquisa.Outros se poderão seguir, com

outros países, numa missão

que para Jorge Ferrão tem porobjetivo "iniciar verdadeiramente

um programa de mobilidade e

partilha de conhecimento entre

as universidades lusófonas".

A CAPES é a primeira agênciafinanciadora deste projeto e

contribuiu já com 1,5 milhões

de euros que viabilizarão o

primeiro ano desta operação.Segundo o presidente da AULP,"o montante permitirá cobrir os

custos com passagens aéreas,

vistos, estadias e as universidades

aderentes comparticiparãooutros custos, como materiais".O responsável estima que seja

possível apoiar nesta fase, o

intercâmbio de, pelo menos, 120

pessoas que deverão ser mais

discentes do que docentes.

Intercâmbios de curta duraçãoQuatro a cinco semanas é quantodeverá durar cada intercâmbio.Os interessados em participarneste projeto deverão formalizara sua candidatura junto da AULP

que confessa que privilegiará os

alunos dos segundo e terceiro

anos de licenciatura. "Vamos dar

prioridade aos alunos que aindanão iniciaram os seus trabalhos

de final de curso e que a partirdessas trocas de experiênciapossam beneficiar da deslocação

e do contacto com outros

estudantes", revela Jorge Ferrão.O presidente da AULP é tambémreitor da universidade de Lúrio,em Moçambique, e estima queos estudantes africanos prefiramfazer intercâmbios nas áreas das

ciências naturais e os portugueses

e brasileiros optem mais pelasciências sociais. "Os alunos

africanos querem claramente

aprofundar os seus conhecimentos

sobre o continente africano,

enquanto os europeus procuramlaboratórios de referência, quemuitas vezes não temos nos nossos

países", explica o presidente

que diz acreditar num equilíbrioentre a adesão de estudantesafricanos e os restantes.As primeiras fundações deste

projeto lusófono já estão emmarcha e com o financiamento

para o primeiro ano garantido,as universidades parceirasdo projeto preparam agoraeditais até abril. Jorge Ferrão

espera que 60 dias depoisexistam condições para iniciarformalmente os intercâmbios.

Fundada em 1986, a AULPreúne mais de 150 universidades

públicas e privadas e institutos

politécnicos, nos oito países daComunidade dos Países de LínguaPortuguesa (CPLP) e em Macau.cmateus.externo(ã>impresa.pt

BREVES

Sardinhaportuguesaé seguraUM ESTUDO do InstitutoSuperior de Engenhariado Porto diz que "consu-mir sardinha, carapau e

cavala pescados em Por-

tugal é seguro". Dos qua-se 900 peixes analisados,todos apresentaram ní-veis de contaminaçãomuito abaixo dos limitesimpostos pelas leis euro-peia e não tinham hidro-carbonetos cancerígenos.

No PUBLICOonEineA fotogaleria

Dois estudantes da Faculdade deArquitectura da Universidadedo Porto criaram uma cápsulahabitacional low-cost com cercade seis metros quadrados. Chama-se Polikatoikea e, quando forfabricada, vai custar mil euros.p3.publico.pt