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TAM I - aula 3 UFJF - IAD Prof. Luiz E. Castelões [email protected]

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TAM I - aula 3

UFJF - IAD

Prof. Luiz E. Castelõ[email protected]

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Plano Geral da Aula:

(1) Princípios básicos de Teoria Musical;

(2) Aplicação da Teoria do item (1) naanálise de pequenos trechos de umprelúdio de S. L. Weiss (1686-1750);

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(1) Princípios básicos deTeoria Musical

1.1) Diferença entre História e Teoria daMúsica;

1.2) Relação entre Teoria e Análise Musicais;

1.3) Princípios gerais de Teoria da MúsicaTonal;

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1.1) Diferença entre História eTeoria da Música

• A História é, a grosso modo, um relato emtorno do que aconteceu (ou do que se sabesobre o que aconteceu), portantoessencialmente temporal, enquanto que aTeoria almeja ser um relato sobre como seexplica o funcionamento de certas “coisas”(musicais, no nosso caso) retiradas de seucontexto e tempo, o que faz da Teoria algo,em certa medida, atemporal (mesmo quecada teoria seja aplicada para um repertóriohistoricamente específico e sofra dasvicissitudes históricas próprias do período emque foi desenvolvida).

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1.2) Relação entre Teoria eAnálise Musicais

• A Teoria é análise “congelada”,enquanto que a Análise é teoriaaplicada;

• Ou seja, a Teoria cria e desenvolve osconceitos que serão usados pelaAnálise. E a Análise modifica, adapta eadeqüa estes conceitos a exemplos davida real (i.e., do repertório musical).

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1.3) Princípios gerais deTeoria da Música Tonal

1.3.1) Harmonia

1.3.2) Melodia (apostila daaula 5)

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1.3.1) Harmonia (aspecto simultâneo[vertical] da Música)

1.3.1.1) formação de acordes na música tonal;

1.3.1.2) relações entre acordes sucessivos(funções harmônicas) na música tonal;

1.3.1.3) relação entre harmonia e forma namúsica tonal;

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1.3.1.1) formação de acordes• No contexto da música tonal, os acordes de

um tom (Maior ou menor) qualquer sãoformados a partir de sua respectiva escala(Maior ou menores); mais precisamente, apartir da sobreposição (ou empilhamento) deterças sobre CADA UM dos graus destaescala; cada acorde assim formado recebeum algarismo romano DE ACORDO com ograu da escala sobre o qual ele é construído,maiúsculo para acordes Maiores e minúsculopara acordes menores (para tons maiores: I,ii, iii, IV, V, etc.; para menores (usando astrês escalas menores): i, iiº, ii, III, III+, iv, IV,V, v, etc.);

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Exemplo (1.3.1.1a): acordesformados a partir da escala de

Dó Maior

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Exemplo (1.3.1.1b): acordesformados a partir da escala de ré

menor harmônico (com exceção doIII, advindo da menor natural)

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• No contexto da música tonal, defende-se aidéia de que o que determina a passagem deum acorde para o seguinte são as FUNÇÕESque estes acordes detêm (daí o nome“Harmonia Funcional”). Existem três funçõesbásicas que um acorde pode assumir: TÔNICA(geralmente relacionada ao “repouso”),SUBDOMINANTE (geralmente relacionada ao“distanciamento”) e DOMINANTE (geralmenterelacionada à “tensão”). A teoria da músicatonal, portanto, descreve a música tonal comouma alternância entre estados de repouso etensão (entremeados por “distanciamentos”).

1.3.1.2) relações entre acordes sucessivos (funções harmônicas);

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Exemplo (1.3.1.2a): esquema geral dasfunções harmônicas na música tonal (T =tônica; S = subdominante; D = dominante).

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• O que determina a função harmônica de umacorde É O GRAU DA ESCALA sobre o qualele é construído. O sistema de funçõesharmônicas se baseia na premissa de que afunção tônica é via de regra desempenhadapelo acorde I (ou i, para tons menores), afunção subdominante pelo acorde IV (ou iv) e afunção dominante pelos acordes V e V7. [ex.1.3.1.2b] Os acordes construídos sobre osdemais graus da escala atuam comosubstitutos de I, IV e V (ou i, iv e V),desempenhando suas respectivas funções detônica, subdominante e dominante. [ex. 1.3.1.2c]

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Exemplo (1.3.1.2b): esquema geral das funçõesharmônicas na música tonal com acordes I, IV e Vcorrespondentes.

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Exemplo (1.3.1.2b): esquema geral das funçõesharmônicas na música tonal com acordes i, iv e

V correspondentes (para tons menores).

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Ex. (1.3.1.2c): esquema geral das funçõesharmônicas na música tonal com acordes I,IV e V e seus substitutos ii, iii, vi e vii°.

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Ex. (1.3.1.2c): [para tons menores] esquema geral dasfunções harmônicas na música tonal com acordes i, iv e

V e seus substitutos ii°, III, VI e vii°.

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• O esquema de funções harmônicas acima descrito(sinteticamente chamado de “tonalidade”) éexpandido pelo fato de que ele também pode seraplicado, ao longo de uma obra musical, aos grausda escala sobre os quais o empilhamento de terçaspara formação de acordes gera tríades Maiores oumenores, ou seja, entre 2 e 6 para tons maiores e 3e 7 para menores (“modulação a tons vizinhos”), ouseja, quando uma música “modula”, isto significa queela transfere todo o esquema de funções harmônicasacima descrito da tônica original ou “primária” (I ou i)para a tônica de destino ou “secundária”, a qualpassa a ser chamada de “I” (ou “i”). (para tonsMaiores: ii, iii, IV, V, ou vi; e para tons menores: III,iv, v, VI, ou VII [III, v e VII advindos da escala menornatural]).

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- Qualquer obra musical do “período daprática comum” (a grosso modo, deMonteverdi a Beethoven tardio) contémtanto o esquema de funçõesharmônicas descrito acima quantomodulações a tons vizinhos - além deum punhado de exceções e situaçõesharmônicas que a Teoria Musical nãoconsegue explicar de maneira simples,elegante e satisfatória…

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1.3.1.3) relação entre harmonia e formana música tonal

• No contexto da música tonal (no “período da práticacomum”), a Harmonia determina em larga medida aForma de uma obra musical. Neste sentido, boaparte das formas binárias de Bach são compostaspor uma 1a seção que modula de I para V (ou de i aIII) e uma 2a seção que retorna de V para I (ou de IIIa i); grande parte das sonatas clássicas têm umaesposição onde o 1o tema (ou grupo de temas) é natônica, e o 2o tema é na dominante, odesenvolvimento modula a tons vizinhos e areexposição reitera 1o e 2o temas no tom da tônica,etc. É justamente o fato de que a Harmoniadetermina a Forma na música tonal que faz com quea análise harmônica seja um item fundamental naanálise deste tipo de música…

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(2) Aplicação da Teoria do item (1) naanálise de pequenos trechos de umprelúdio de S. L. Weiss (1686-1750)

• Proposta de prática “lúdica” individual: esqueçam porum momento a análise da grande forma (do macro-pro micro-) que vínhamos fazendo e concentrem-seem observar exemplos de casos descritos pelaTeoria aprendida hoje (acordes construídos sobregraus da escala, relações entre acordes, funçõesharmônicas, modulações, diferença entre tonsmenores e Maiores, etc.) no Prelúdio da Suíte 34 deS. L. Weiss.

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- Uma estratégia que facilita enormemente aanálise harmônica é a “redução harmônica”(Schenker), que consiste em reescrever a

harmonia do trecho em questão SEM o ritmo eas figurações originais (ex. 2a)

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- Exemplo de redução harmônica nos comp. 1-5 doPrelúdio de S. L. Weiss (ex. 2b)

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Referências (Teoria e AnáliseMusicais):

• Zarlino, Fux, Marpurg, Rameau,Schenker, Riemann, Schoenberg,Hindemith, Koellreutter, Forte, Kerman,Berry, Narmour, Cone, Lewin, etc.