38
22/10/13 1 Microbiologia Alimentar I Taxonomia e Nomenclatura Microbiologia Alimentar I Na ciência denominar e classificar é essencial !

Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

  • Upload
    others

  • View
    107

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

1

Microbiologia Alimentar I

Taxonomia e Nomenclatura

Microbiologia Alimentar I

Na ciência denominar e classificar é essencial

!

Page 2: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

2

Microbiologia Alimentar I

o Os diferentes microrganismos estão organizados em taxons, ou seja grupos

taxonómicos.

o Três aspetos importantes na taxonomia:

» identificação;"

» classificação – ordenar em grupos"

» nomenclatura – atribuição de designações

Nomenclatura

NOMENCLATURA

Page 3: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

3

Microbiologia Alimentar I

Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) – formou a nomenclatura binominal, com dois nomes:

•  O primeiro nome, escrito com letra maiúscula e em itálico (ou sublinhado) corresponde ao género;

•  O segundo nome, escrito com letra minúscula e em itálico é o epítopo específico da espécie.

•  Juntos formam o nome da espécie, em itálico ou sublinhado. Ex. Escherichia coli

OBS: por vezes é abreviado, substituindo-se o nome do género pela 1ª letra (maiúscula e com um “.”)

Ex. E. coli

Microbiologia Alimentar I

• Membros de uma espécie têm muitas características em comum que os distinguem de outras espécies.

• Podem ser divididos em grupos pequenos e permanentes. A estes chamamos estirpes: subgrupos de uma espécie que têm características comuns que as distinguem de outras estirpes da mesma espécie.

• Estirpe: espécie mais um tripleto de números, letras ou ambos. Ex. Escherichia coli O157:H7

Nomenclatura

Page 4: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

4

Microbiologia Alimentar I

Nomenclatura

As estirpes, dentro da mesma espécie, podem diferir umas das outras de várias maneiras: •  Biovares: estirpes procarióticas caracterizadas por diferenças

químicas e fisiológicas; •  Morfovares: diferem morfologicamente; •  Serovares: têm propriedades antigénicas distintas.

Microbiologia Alimentar I

Nomenclatura

•  epíteto especifico é estável, i.e., o epíteto mais antigo de um organismo particular deve manter-se.

•  Pelo contrário, o nome genérico pode alterar-se se um organismo for colocado num novo género, devido a nova informação.

Exemplo: O género Streptococcus foi dividido para formar 2 novos géneros: Enterococcus e Lactococcus, baseado na análise de RNAr e outras características. Assim, o antigo Streptococcus faecalis é agora denominado Enterococcus faecalis.

Page 5: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

5

Microbiologia Alimentar I

• Linnaeus, para além da nomenclatura binominal, introduziu ainda uma hierarquia taxonómica de grupos.

• Um príncipio básico da taxonomia é que um grupo numa posição mais elevada possui menos características em comum do que os grupos em posição mais baixa.

Nomenclatura

Microbiologia Alimentar I

Page 6: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

6

Microbiologia Alimentar I

o O primeiro código de identificação surgiu em 1900, e o último data dos

princípios dos anos 90.

o No que respeita à espécie, tratam-se de organismos de cada tipo distinto com

características semelhantes, que recebem uma designação binominal em latim

ou grego, ex. Escherichia coli

o A atribuição dos nomes obedece a regras internacionais

Nomenclatura

Microbiologia Alimentar I

Nomenclatura Escherichia coli"

"

A primeira palavra respeita ao género: sempre iniciado com letra maiúscula, e a segunda à espécie: sempre em minúsculas. Em itálico ou sublinhadas separadamente.

O nome do organismo normalmente está relacionado com alguma característica: forma, habitat, quais os nutrientes que utiliza, qual a doença que causa.

Page 7: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

7

Microbiologia Alimentar I

Curiosidades

Géneros com raiz latina: •  Bacillus: pequeno bastão •  Lactobacillus: pequeno bastão do leite •  Sarcina: grumo

Géneros com raiz grega: •  Micrococcus: pequeno grão •  Clostridium: pequeno fuso

Géneros em homenagem a pessoas: •  Erwinia: Erwin Smith (1º fitobacteriólogo - espécies patogénicas para as plantas)

•  Pasteurella: Pasteur •  Neisseria: Herbert Neisser (bacteriologista alemão que descobriu o 1º exemplo de Neisseria

gonorrheae)

•  Escherichia: Theodor Escherich (bacteriologista que descobriu a E. coli)

•  Salmonella: Daniel Helmer Salmon (patologista veterinário americano que descobriu a Salmonella enterica var. choleraesuis)

Microbiologia Alimentar I

Curiosidades

O EPÍTETO ESPECÍFICO indica uma característica do grupo:

•  E. coli: do cólon

•  B. albus: bacilo branco •  S. pullorum: slamonela dos pintos

•  S. abortusovis: salmonela do aborto dos ovinos

•  Brucella cannis: brucela dos cães

Page 8: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

8

CATEGORIAS TAXONÓMICAS

Microbiologia Alimentar I

Categorias taxonómicas

o  Espécie - grupo de bactérias semelhantes; dentro da espécie podemos encontrar variedades

o  Género - grupo de espécies semelhantes

o  Famílias - grupo de géneros semelhantes

o  Ordem

o  Classe

o  Filo

o  Reino

Page 9: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

9

Microbiologia Alimentar I

Por vezes a espécie é subdividida em variedades:"

•  S. lactis var multigenes – aroma a malte no leite

•  S. lactis var cremoris – espessura do leite

Existem ainda os nomes comuns das bactérias:

•  Morrinha – Pseudomonas aeruginosa

•  Gonococo – Neisseria gonorrhoeae

•  Bacilo da tuberculose – Mycobacterium tuberculosis

•  Bacilo da febre tifóide – Salmonella typhi

Categorias taxonómicas

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS USADAS EM TAXONOMIA

Page 10: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

10

Microbiologia Alimentar I

Características e classificação dos microrganismos

Deparados com um número elevado e com uma grande

diversidade de organismos, os cientistas utilizam as

características dos diferentes tipos de organismos para

descrever formas específicas de vida e identificar novas

formas de vida.

Agrupar organismos relacionados é a base da

classificação.

Microbiologia Alimentar I

Características e classificação dos microrganismos

Os objetivos óbvios da classificação são:

-estabelecer critérios para identificação de organismos

-agrupar organismos relacionados

-estabelecer relações entre esses organismos

Page 11: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

11

Microbiologia Alimentar I

Características e classificação dos microrganismos A taxonomia é a ciência da classificação.

Dá as bases para a denominação dos organismos e para a

sua classificação em categorias – taxon (plural taxa)

Os organismos classificados num grupo específico partilham

certas características, ou seja, apresentam unidade em

relação a essas características. Dentro de cada grupo

taxonómico existe também variedade.

Microbiologia Alimentar I

Características e classificação dos microrganismos

Page 12: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

12

Microbiologia Alimentar I

Características e classificação dos microrganismos Para classif icação é necessário reconhecer as suas características de forma a descobrirem-se as semelhanças e as diferenças.

Dado o tamanho e as características dos microrganismos efetuam-se “culturas” dos mesmos

puras – descendentes de um mesmo tipo de microrganismo

mistas – descendentes de vários tipos de microrganismos

A partir do momento, em que o microrganismo é classificado, então é possível saber se é útil, banal ou patogénico, entre outros atributos eventualmente importantes.

Microbiologia Alimentar I

Características e classificação dos microrganismos A maioria dos organismos macroscópicos podem ser

c lassi f icados prel iminarmente de acordo com as

características estruturais observáveis.

É mais difícil classificar organismos microscópicos, porque

têm estruturas muito semelhantes. Separar de acordo apenas

com a forma da célula, o seu tamanho ou associação não é

um sistema de classificação muito útil, nem a presença de

outras estruturas como flagelos, endosporos ou cápsula.

Page 13: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

13

Microbiologia Alimentar I

Características e classificação dos microrganismos Têm de ser utilizados outros critérios, entre eles a coloração Gram e

outras características relacionados com o crescimento, necessidades

nutricionais, fisiologia, bioquímica, genética…

Microbiologia Alimentar I

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS USADAS NA CLASSIFICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: •  Forma (cocoide, bacilar, espiralada e associações) e tamanho da célula; •  Morfologia das colónias (tamanho, textura); •  Características ultraestruturais; •  Coloração de Gram – Hans Christian Gram (1884): características da

estrutura que explicam a coloração; •  Cílios e flagelos; •  Mobilidade; •  Esporolação (termoresistência e toxinfeções alimentares); •  Cápsula; •  Pili; •  Etc.

Page 14: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

14

Microbiologia Alimentar I

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS USADAS NA CLASSIFICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS

CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS E METABÓLICAS: •  Fonte de carbono; •  Fonte de energia; •  Nutrição (autotróficos / heterotróficos); •  Mecanismos de conversão energética; •  Produtos de fermentação; •  Temperatura de crescimento (mínima, máxima e ótima); •  Relação com o O2 (aeróbia, anaeróbia, anaeróbia facultativa, microaerófila); •  pH ótimo e amplitude de crescimento; •  Etc.

Microbiologia Alimentar I

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS USADAS NA CLASSIFICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS

CARACTERÍSTICAS ECOLÓGICAS: (CARACTERÍSTICAS QUE AFETAM A RELAÇÃO DOS MICRORGANISMOS COM O MEIO AMBIENTE) •  Capacidade de causar doença (patogenicidade); •  Preferências de habitat (temperatura, pH, O2, concentração osmótica)

Page 15: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

15

Microbiologia Alimentar I

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS USADAS NA CLASSIFICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS

CARACTERÍSTICAS MOLECULARES: •  COMPARAÇÃO DE PROTEÍNAS: as sequências de aminoácidos das proteínas

refletem as sequências de RNAm e, assim, estão diretamente relacionadas com as sequências de DNA que as codificam;

•  COMPARAÇÃO DE NUCLEOTIDOS: os genomas microbianos podem ser comparados diretamente e podem estabelecer-se similaridades taxonómicas, nomeadamente através da determinação da % de bases do DNA:

•  DNA -> 4 bases: A, G, C e T -> A emparelha com T e G emparelha com C.

ou varia com os microrganismos

G +CG +C + A+T

G +CA+T

Microbiologia Alimentar I

Os cientistas utilizam normalmente chaves taxonómicas para

identi f icar microrganismos de acordo com as suas

características.

Nomenclatura

Page 16: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

16

Microbiologia Alimentar I

CLASSIFICAÇÃO DE BERGEY

Page 17: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

17

Microbiologia Alimentar I

É um manual que contém a

descrição dos organismos e chaves

dicotómicas para identificação.

(2ª edição).

CLASSIFICAÇÃO DE BERGEY

Microbiologia Alimentar I

CLASSIFICAÇÃO DE BERGEY

Bergey – 2ª edição: I.  Archea e bactérias profundamente ramificadas e fototróficas; II.  Proteobactérias (Gram negativas); III.  Bactérias Gram positivas com baixa G+C; IV.  Bactérias Gram positivas com alta G+C; V.  Planctomycetes, Spirochaetes, Fibrobacteres, Bacteroidetes e

Fusobacteria.

Page 18: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

18

Archea e bactérias ramificadas fototróficas

Microbiologia Alimentar I

CLASSIFICAÇÃO DE BERGEY

Page 19: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

19

Microbiologia Alimentar I

Archea e bactérias ramificadas fototróficas

Grande diversidade de procariotas pertencentes a 2 Domínios: •  Archea •  Bacteria

As Archea estão divididas em 2 Filos baseados no RNAr: •  Filo Crenarchaeota: organismos termofílicos e hipertermofílicos

metabolizantes do sulfato. Hyperthermus butylicus Ex: fontes termais Nevada, Furnas

•  Filo Euryarchaeota: organismos metanogénicos halofílicos e termofílicos. sulfato-redutores. Ex: Lago Owens

Microbiologia Alimentar I

Archea e bactérias ramificadas fototróficas

As Bacteria estão divididas em 11 Filos: •  Filo Aquificae: inclui uma grande variedade de bactérias que vivem em

ambientes inóspidos. •  Filo Thermotogae: termófilos e hipertermófilos com uma membrana

exterior adicional.

•  Filo Thermodesulfobacteria: pequeno filo de bactérias redutoras de sulfato e termófilas.

•  Filo “Deinococcus-Thermus”: filo de bactérias cocóides altamente resistentes a condições ambientais extremas. Grossa parede celular (Gram +) mas revestidas por uma ME como as Gram -.

Page 20: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

20

Microbiologia Alimentar I

Archea e bactérias ramificadas fototróficas

•  Filo Chrysiogenetes: constituído por uma única espécie com bioquímica e forma de vida únicas. Respira arsénico (forma oxidada. Arsenato-Tóxico) e usa acetato como dador de eletrões.

•  Filo Chloroflexi: bactérias verdes não sulfurosas. Realizam fotossíntese mas não produzem oxigénio (em àguas moderamente alcalinas).

•  Filo Thermomicrobia: bactérias verdes não sulforosas termófilas. •  Filo Nitrospira: bactérias Gram negativas oxidantes do Nitrogénio (imp em

aquários)

•  Filo Deferribacteres: quimioorganotróficas heterotróficas anaeróbicas (red do Fe – bacias petroliferas Mar do norte)

•  Filo Cyanobacteria: “algas azuis” – fotossintéticas

•  Filo Chlorobi: obrigatoriamente anaeróbias, fotoautotróficas

Proteobactérias Gram negativas (Filo Proteobacteria)

Page 21: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

21

Microbiologia Alimentar I

CLASSIFICAÇÃO DE BERGEY

Page 22: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

22

Microbiologia Alimentar I

Filo Proteobacteria

•  Filo Proteobacteria tem mais de 1300 espécies em 384 géneros. •  Apesar de relacionados, os organismos deste grupo são muito

diferentes em morfologia e fisiologia.

5 Classes: §  Alphaproteobacteria §  Betaproteobacteria §  Gammaproteobacteria §  Deltaproteobacteria §  Epsilonproteobacteria

Oligotróficas (crescem em maios com baixos níveis de nutrientes)

Usam substâncias como H (Alcaligenes), Amónia (Nitrosomonas), Metano (Methylobacillus) e ácidos gordos voláteis (Burkholderia) em anaerobiose.

Quimiorganotróficas heterotróficas Bactérias predadoras de outras bactérias e bactérias que produzem sulfito a partir do sulfato.

Campylobacterales (Campylobacter e Helicobacter) – forma helicoidal, flagelos, Gram -, aeróbios / microaerófilos. Ap. Digestivo.

Microbiologia Alimentar I

Filo Proteobacteria Classe I. Alphaproteobacteria

Inclui a maioria das formas oligotróficas (capazes de crescer em meios com baixos níveis de nutrientes). Exemplos: Nitrobacter: papel importante no ciclo do azoto (oxida o nitrito a nitrato)

Acetobacter: converte o álcool (etanol) em ácido acético - vinagre

Brucella (brucelose ou febre de malta), Rickettsia (riquetsiose), Coxiella (febre Q): patogénicos

Page 23: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

23

Microbiologia Alimentar I

Filo Proteobacteria Classe I. Alphaproteobacteria

GÉNERO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS FONTE: Singleton, P. (2004)

Nitrobacter

Gram-, bastonetes, 0,6-0,8x1-2μm, geralmente imóveis, aeróbicos obrigatórios, respiração, obrigatoriamente quimiolitoheterotroficas (nitrificantes) ou facultativamente quimiorganoheterotroficas, opt 25-30ºC, solo

Acetobacter Gram-, cocos/bastonetes, 0,6-0,8x1-4μm, imóveis ou flagelados, aeróbicos obrigatórios, quimiorganotróficos, muitas estirpes conseguem oxidar o etanol a ácido acético (usado na produção de vinagre), opt 25-30ºC

Brucella

Gram-, bastonetes, cocobacilos ou cocos, 0,5-0,7x0,6-1,5μm, imóveis, aeróbicas, respiração, quimiorganotróficos. Complexos (são necessários meios de cultura enriquecidos), a maioria das estirpes são oxidase + e são tipicamente urease +, parasitas intracelulares patogénicos dos animais (incluindo Homem).

Rickettsia

Gram-, bastonetes, 0,3-0,6x0,8-2μm, imóveis, parasitas intracelulares obrigatórios/ patogénicos em vertebrados (incluindo o Homem) e artrópodes (ácaros), não usam a glucose como substrato mas sim o glutamato, opt. 32-35ºC.

Coxiella Gram-, bastonetes (polimórficos), 0,2-0,4x0,4-1μm, imóveis, endosporos. C. burnetii é parasita intracelular obrigatório vertebrados e artrópodes.

Microbiologia Alimentar I

Classe I. Alphaproteobacteria

•  Género Brucella (febre ondulante ou de malta)

•  Género Coxiella; C. burnetti (febre Q; parasitas celulares obrigatórios)

•  Género Nitrobacter •  Género Acetobacter (produção de

vinagre)

Page 24: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

24

Microbiologia Alimentar I

Filo Proteobacteria Classe II. Betaproteobacteria

Bactérias que tendem a usar substâncias difundidas a partir da decomposição orgânica em zonas anaeróbias. Algumas destas bactérias usam: •  Hidrogénio: Alcaligenes •  Amónia: Nitrosomonas •  Metano: Methylobacillus •  Ácidos gordos voláteis: Burkholderia

Microbiologia Alimentar I

Filo Proteobacteria Classe II. Betaproteobacteria

Exemplo: Família Neisseriaceae Diplococos Gram-, imóveis, não formadores De esporos, aeróbias estritas

Géneros: Moraxella: alimentos refrigerados Acinetobacter: alimentos refrigerados Alteromonas: ambiente marinho e carne e peixe refrigerados Flavobacterium: alimentos refrigerados

Alcaligenes: água, solo e alimentos refrigerados Neisseria: parasitas da espécie humana – Ex. N.meningitis e N.

gonorrhoeae

Page 25: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

25

Microbiologia Alimentar I

Filo Proteobacteria Classe III. Gammaproteobacteria

Classe Gammaproteobacteria

Ordem Enterobacteriales

Família Enterobacteriaceae

Ordem Vibrionales

Família Vibrionaceae

Ordem Pasteurellales

Família Pasteurellaceae

Ordem Pseudomonadales

Família Pseudomonadaceae

Família Azotobacteriaceae

Microbiologia Alimentar I

Filo Proteobacteria Classe III. Gammaproteobacteria

Na sua maioria são quimiorganotróficos heterotróficos (matéria orgânica como fonte de energia, eletrões e carbono).

FAMÍLIA PSEUDOMODACEAE e AZOTOBACTEROACEAE: Bastonetes Gram negativos, oxidase positivos, aeróbios estritos, o catabolismo do glícidos realiza-se através das vias Entner-Doudoroff e pentoses-fosfato + ciclo do ácido tricarboxílico (quimioorganoheterotróficas), FAGELOS POLARES

FAMÍLIA VIBRIONACEAE: Bastonetes (retos ou curvos, em forma de vírgula) Gram negativos, flagelos polares.

FAMÍLIA PASTEURELLACEAE: Bastonetes Gram negativos, Imóveis (ausência de flagelos), Géneros Pasteurella e Haemophilus.

FAMÍLIA ENTEROBACTERIACEAE: Bastonetes Gram negativos, flagelados perítricos ou imóveis, anaerobios facultativos.

Page 26: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

26

Microbiologia Alimentar I

Ordem Pseudomonadales

Família Pseudomonadaceae e Azotobacteriaceae (Gram negativos, bastonetes, aerobios)

Género Pseudomonas – putrefação superficial

Género Azotobacter (saprófita, solo) – fixação do azoto

Classe III. Gamaproteobacteria

Microbiologia Alimentar I

Ordem Vibrionales

Família Vibrionaceae (Gram negativos, bastonetes retos ou curvos

(vírgula), móveis com um único flagelo polar)

Vibrio cholerae (cólera)

Vibrio parahaemolyticus (problemas gastrointestinais)

Classe III. Gamaproteobacteria

Page 27: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

27

Microbiologia Alimentar I

Ordem Enterobacteriales

Família Enterobacteriaceae

Gram negativos, flagelados perítricos ou não móveis,

anaerobios facultativos, bastonetes, fermentadores da

glucose

Classe III. Gamaproteobacteria

Microbiologia Alimentar I

Família Enterobacteriaceae

Classe III. Gamaproteobacteria

Page 28: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

28

Microbiologia Alimentar I

Classe III. Gamaproteobacteria Família Enterobacteriaceae

Família Enterobacteriaceae Bastonetes, Gram -, anaerobios facultativos. Infeções intestinais, contaminações alimentares. GÉNEROS: Salmonella Shigella Yersinia Enterobacter Escherichia Klebsiella Proteus Serratia

Microbiologia Alimentar I

Classe III. Gamaproteobacteria Família Enterobacteriaceae GÉNEROS: Salmonella -> bastonetes Gram-, móveis (flagelos perítricos), não esporuladas e não capsuladas. Antigénio O e H. Ex. Salmonella enterica, espécies patogénicas: Salmonella Typhi (febre tifóide), Salmonella Typhimurium (gastroenterites). Salmonelose adquirida por ingestão de alimentos ou H2O contaminados ou contato fecal-oral. Shigella -> bastonetes Gram-, não esporuladas, relacionadas com a E. coli e a Salmonella. Provoca intoxicação alimentar com diarreia sanguinolenta com muco – disenteria bacilar (ingestão de água e alimentos contaminados). Yersinia -> bastonetes Gram-, não esporuladas, com cápsula, agentes zoonóticos – Y. pestis (peste negra) Enterobacter -> Gram-, anaerobias facultativas. Existentes na água, esgotos, animais, vegetais e fezes humanas. Agentes patogénicos oportunistas (ex. infeções urinarias)

Page 29: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

29

Microbiologia Alimentar I

Classe III. Gamaproteobacteria Família Enterobacteriaceae GÉNEROS: Escherichia -> Gram-, anaerobias facultativas, não esporoladas. Habita o trato gastrointestinal de animais de sangue quente – a sua presença na água para consumo é indicadora de contaminação fecal. Klebsiella -> Gram-, imóveis, capsuladas. Ocorrem em fezes, trato gastrointestinal, água, solo, vegetais, frutos e cereais. Provoca pneumonias, infeções do trato urinário, infeções nos serviços de cuidados intensivos e neonatais. Proteus -> Gram -, anaerobia facultativa. Produz urease que hidrolisa ureia a amónia (NH3) => urina alcalina. Provoca infeções urinarias. Atividade proteolítica. Encontrados em alimentos refrigerados. Serratia -> Gram -, anaerobia facultativa. Produz pigmentação vermelha. Provoca alteração de carne refrigerada.

Microbiologia Alimentar I

Ordem Pasteurellales

Família Pasteurellaceae (imóveis, cocobacilos com pleomorfismo)

Género Pasteurella

Género Haemophilus

Infetam animais e poucas são patogénicas para o Homem.

Atacam membranas mucosas e trato respiratorio.

Classe III. Gamaproteobacteria

Page 30: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

30

Microbiologia Alimentar I

Filo Proteobacteria Classe Deltaproteobacteria

Contém bactérias predadoras de outras bactérias e bactérias que produzem sufito a partir do sulfato. São bactérias Gram – capazes de mudar de forma.

Microbiologia Alimentar I

Filo Proteobacteria Classe Epsilonproteobacteria

Composta só por uma Ordem: Campylobacterales, com 2 Famílias: Família Campylobacter Família Helicobacter Forma helicoidal (espiral ou forma de S), flagelos, Gram negativos, aeróbios / microaerófilos, não formadores de esporos.

Page 31: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

31

Microbiologia Alimentar I

Género Campylobacter Campylobacter jejuni: enterites

Campylobacter coli: enterites

Género Helicobacter Helicobacter pylori: Gram-, Microarefilo, encontrado no estômago todos têm flagelos, movem-se em linha reta Gram negativos, Aeróbios/ Microaérofilos, móveis, helicoidais/vibriões

Classe V. Epsilonproteobacteria

Bactérias Gram positivas com baixa % (C+G) (Filo Firmicutes)

Page 32: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

32

Microbiologia Alimentar I

CLASSIFICAÇÃO DE BERGEY

Microbiologia Alimentar I

Filo Firmicutes

Bactérias Gram +, com baixa % (G+C) no DNA

3 Classes: §  Clostridia §  Mollicutes §  Bacilli

Page 33: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

33

Microbiologia Alimentar I

Ordem Mycoplasmatales Mycoplasmas

Classe Mollicutes

Os membros da Classe Mollicutes não têm parede celular e não produzem Peptidoglicano. Como são bactérias rodeadas apenas pela MC, são POLIMÓRFICOS (cocos, forma helicoidal ou bastonetes). Normalmente imóveis.

Microbiologia Alimentar I

Género Clostridium:

C. botulinum

C. perfringens

Classe Clostridia

Apesar de variarem na sua morfologia e tamanho, os organismos da Classe Clostridia tendem a ser anaeróbios. Género Clostridium: formam verdadeiros endosporos.

Page 34: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

34

Microbiologia Alimentar I

Classe Bacilli

Os membros da Classe Bacilli são aeróbicos ou anaeróbicos facultativos e podem ter a forma de bastão o cocos. A Classe Bacilli tem duas Ordens:

•  Bacillales: Género Bacillus Género Staphylococcus

•  Lactobacillales: Géneros Streptococcus, Enterococcus, Lactococcus, Lactobacillus, Leuconostroc

Microbiologia Alimentar I

Ordem Bacillales

Género Bacillus: ubiquitario; esporulado

B. cereus B. anthracis

Género Staphylococcus: pele, alimentos

S. aureus

Classe Bacilli

Ordem Lactobacillales

Géneros: Streptococcus (flora fecal e alimentos), Enterococcus (comensais

no intestino dos humanos), Lactococcus (produção de manteiga e queijo),

Lactobacillus (produção de ácido lático – iogurtes, regulador flora intestinal) e

Leuconostoc (vegetais)

Page 35: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

35

Bactérias Gram + com % (C+G) de 50 a 55% (Filo Actinobacteria)

Microbiologia Alimentar I

CLASSIFICAÇÃO DE BERGEY

Page 36: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

36

Microbiologia Alimentar I

Filo Actinobacteria

Bactérias Gram +, com alta % (G+C) no DNA

1 Classe: §  Actinobacteria

Microbiologia Alimentar I

Género Microbacterium: termodurica (pode sobreviver a Temp. muito acima da Temp. máxima de crecimento), leite e produtos de quinta Género Propionobacterium: Pele (acne), queijo suíço Género Bifidobacterium: intestinos Género Corynebacterium: infeções cutâneas, frequentemente isoladas de alimentos

Filo Actinobacteria

Page 37: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

37

Microbiologia Alimentar I

Família Mycobacteriaceae Género Mycobacterium: M. tuberculosis - tuberculose

Filo Actinobacteria

Outros (colocados juntos por conveniência)

Page 38: Taxonomia e Nomenclatura · »nomenclatura – atribuição de designações Nomenclatura NOMENCLATURA . 22/10/13 3 Microbiologia Alimentar I Nomenclatura Linnaeus (séc. XVIII) –

22/10/13

38

Microbiologia Alimentar I

CLASSIFICAÇÃO DE BERGEY

Microbiologia Alimentar I

Filo Spirochaetes •  Família Spirocaetaceae

•  Família Leptospiraceae

•  Bactérias móveis (flagelo), helicoidais, divisão

binária sem associação

•  Água, fluídos corporais (patogénicas)