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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
BAIANO CAMPUS GUANAMBI
A ACESSIBILIDADE WEB DO AMBIENTE MOODLE PARA O
PÚBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL COM DEFICIÊNCIA
VISUAL
Guanambi
2015
2
ÉRICA JARDIM DA SILVA
A ACESSIBILIDADE WEB DO AMBIENTE MOODLE PARA O
PÚBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL COM DEFICIÊNCIA
VISUAL
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia Baiano –
Campus Guanambi como exigência para
obtenção do grau de Tecnólogo em Análise
e Desenvolvimento de Sistemas.
Orientador: Prof. MSc. Naidson Clayr Santos Ferreira.
Guanambi
2015
3
ÉRICA JARDIM DA SILVA
A ACESSIBILIDADE WEB DO AMBIENTE MOODLE PARA O
PÚBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL COM DEFICIÊNCIA
VISUAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
Baiano – Campus Guanambi como exigência para
obtenção do grau de Tecnólogo em Análise e
Desenvolvimento de Sistemas.
Aprovada em .......... / ........... / ..............
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Prof. MSc Naidson Clayr Santos Ferreira
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Campus Guanambi
______________________________________
Prof. MSc Reinaldo Monteiro Cotrim
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Campus Guanambi
_________________________
Prof..MSc. Woquiton Lima Fernandes
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Campus Guanambi
Guanambi
2015
4
Dedico este trabalho a todos que me acompanharam nesta caminhada;
Ao meu Orientador Naidson por sua dedicação;
Aos colegas e amigos que viram e participaram desta obra, em especial Willian Viana;
Ao Grupo Acessibilidade Virtual;
5
AGRADECIMENTOS
À DEUS por permitir que tudo acontecesse;
À minha família por todo apoio;
Aos amigos por toda parceria e paciência nos momentos difíceis;
Ao Rodrigo pelo companheirismo e força;
A Professora Paula Patrícia por sua colaboração e apoio;
Aos membros do Grupo Acessibilidade Virtual;
6
Lista de Abreviaturas
AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem
CSS – Folhas de Estilo em Cascatas(Cascading Style Sheets)
DEV – Desenvolvedor
DOM – Modelo de objeto de domínio (Domain Object Model)
DV – Deficiente Visual
EAD – Educação a Distancia
e-MAG – Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico
HTML – Linguagem de Marcação de Hipertexto (HyperText Markup Language)
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LDB – Lei de Diretrizes e Bases
ODF – Documento de Formato Aberto (Open Document Format)
ONU – Organização das Nações Unidas
PAEE – Público Alvo da Educação Especial
PDF – Formato Portátil de Documento (Portable Document Format)
PHP _ (Hipertext Preprocessor originalmente Personal Home Page )
PROEJA – Programa de Educação de Jovens e Adultos
SO – Sistema Operacional
SQL _Linguagem de Consulta Estruturada (Structure Query Language)
UTIC – Unidade de Tecnologia da Informação e Comunicação
W3C – (World Wide Web Consortium) organização de padronização da World Wide
Web.
WAI – Iniciativa para a acessibilidade Web (Web Accessibility Initiative) diretrizes
que definem o padrão internacional de acessibilidade Web
WCAG – Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web (Web Content
Accessibility Guidelines)
WEB – “Teia Mundial” Rede de serviços por meio de hiperlinks por um espaço
multimídia na Internet (www-World Wide Web)
7
Lista de Figuras
Figura 1- Tela Checkmycolours .................................................................................... 25
Figura 2- Tela ASES .................................................................................................... 28
Figura 3- Tela Inicial daSilva ....................................................................................... 29
Figura 4-Tela Inicial Moodle ........................................................................................ 34
Figura 5- Página Inicial do Usuário .............................................................................. 35
Figura 6- Página de Programação do curso Parte I ....................................................... 35
Figura 7-Página de Programação do curso Parte II ...................................................... 36
Figura 8-Página de Programação do curso Parte III ..................................................... 36
Figura 9- Ordem de tabulação apresentada................................................................... 42
Figura 10- Código javascript encontrado no HTML .................................................... 43
Figura 11- Análise do CSS ........................................................................................... 44
Figura 12- Análise do Script ......................................................................................... 44
Figura 13- Teste CheckMyColors ................................................................................ 45
8
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
2. OBJETIVOS ........................................................................................................... 14
2.1 Objetivo Geral ....................................................................................................... 14
2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................ 14
3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 14
4. REVISÃO BILIOGRÁFICA ................................................................................. 15
4.1 Deficiência Visual ..................................................................................................... 15
4.2 A Informática na Educação Especial ......................................................................... 16
4.3 Ambientes Virtuais de Aprendizagem ...................................................................... 18
4.3.1 Moodle ................................................................................................................... 19
4.5 Acessibilidade na WEB ................................................................................................ 20
5. CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO DE ACESSIBILIDADE DO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO
RIO GRANDE DO SUL ............................................................................................. 21
5.1 Projeto Acessibilidade Virtual ............................................................................. 21
6. METODOLOGIA ................................................................................................... 22
6.1 Participantes .......................................................................................................... 22
6.2 Local de coleta de dados ....................................................................................... 22
6.3 Delineamento da pesquisa .................................................................................... 22
6.4 Procedimentos de coleta de dados ....................................................................... 23
6.5 Instrumentos de coleta de dados ......................................................................... 24
6.5.1 Checklist ............................................................................................................. 24
9
6.5.2 Ferramentas utilizadas ...................................................................................... 24
6.5.2.1 Leitor de Tela NVDA ...................................................................................... 25
6.5.2.2 Firebug ............................................................................................................. 25
6.5.2.3 CheckMyColors .............................................................................................. 25
6.5.2.4 Emag 3.1 .......................................................................................................... 26
6.5.4 ASES ................................................................................................................... 28
6.5.5 daSilva ................................................................................................................. 28
6.6 Procedimento de análise de dados ....................................................................... 29
6.7 Critérios de Inclusão ............................................................................................. 29
6.8 Critérios de Exclusão ............................................................................................ 30
7. DIRETRIZES PARA PROPOSTAS DE MELHORIAS .................................... 30
7.1 Emag: ..................................................................................................................... 30
7.2 W3C ................................................................................................................... 32
7.3 WCAG ................................................................................................................... 32
8. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 33
8.1 Caracterização do Ambiente Moodle .................................................................. 34
8.1.1 Página Inicial Moodle ........................................................................................ 34
8.1.2 Dentro do Moodle ............................................................................................... 35
8.2 Dados referentes aos testes do Desenvolvedor ................................................... 36
8.2.1 Marcação ............................................................................................................ 37
8.2.2 Comportamento (DOM) .................................................................................... 37
10
8.2.3 Conteúdo /Informação ....................................................................................... 37
8.2.4 Apresentação/Design ......................................................................................... 37
8.2.5 Multimídia .......................................................................................................... 38
8.2.6 Formulário .......................................................................................................... 38
8.2.7 Barra Acessibilidade .......................................................................................... 38
8.3 Avaliação dos resultados dos testes do desenvolvedor ...................................... 39
8.4 Dados referentes aos testes do Deficiente Visual................................................ 39
8.4.1 Links .................................................................................................................... 39
8.4.2 Conteúdo ............................................................................................................. 40
8.4.3 Formulários ........................................................................................................ 41
8.4.4 Estrutura dos Sites ............................................................................................. 41
8.5 Avaliação dos resultados dos testes do deficiente visual ................................... 42
8.7 Testes de Acessibilidade DaSilva ......................................................................... 42
8.8 Inspeção com Firebug ........................................................................................... 43
8.9 Testes de acessibilidade CheckMyColors ........................................................... 44
9. PROPOSTA DE MELHORIAS ............................................................................ 45
9.1 Propostas de melhorias para ocorrências detectadas no checklist do deficiente
visual: ........................................................................................................................... 45
9.2 Propostas de melhorias para ocorrências observadas no checklist do
Desenvolvedor: ............................................................................................................ 47
10. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 48
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 51
11
SILVA, Érica Jardim da. A acessibilidade web do ambiente Moodle para o público alvo da
educação especial com deficiência visual. 53p. Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnólogo
em Análise e Desenvolvimento de Sistemas) Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Baiano – Campus Guanambi, Guanambi, BA, 2015.
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo avaliar a acessibilidade web do Ambiente Virtual
de Aprendizagem Moodle sob a perspectiva do Modelo de Acessibilidade do Governo
Eletrônico - e-MAG. Verificamos as recomendações de acessibilidade do ambiente sob a
perspectiva do e-MAG do Governo Eletrônico, descrevendo as falhas e apresentando uma
proposta de melhoria para viabilizar a acessibilidade do Ambiente Virtual de Aprendizagem
Moodle. A revisão de literatura apresenta uma contextualização da deficiência visual, a
informática na educação especial, os ambientes virtuais de aprendizagem e acessibilidade
web. O presente estudo teve como participantes um aluno Desenvolvedor e um com
Deficiência Visual. A pesquisa trata-se de um estudo exploratório de caráter aplicado e
qualitativo, baseado em um quadro conceitual constituído a partir da revisão de literatura. A
coleta de dados foi realizada no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano –
Campus Guanambi, onde se encontra instalado na Unidade de Tecnologia da Informação e
Comunicação – UTIC, o ambiente virtual de aprendizagem Moodle. Para a realização da
coleta de dados foi utilizado como instrumento o checklist e as seguintes ferramentas leitor de
tela NVDA, Firebug, CheckMyColors, e-MAG e DaSilva. Após a conclusão da fase de testes,
os resultados foram analisados buscando a proposição de melhorias do Moodle. Os resultados
mostraram que o Ambiente Virtual de Aprendizagem do Moodle não é um ambiente acessível
precisando ser modificado por meio da e-MAG, visando tornar o conteúdo web do ambiente
acessível.
Palavras-Chave: Moodle; Acessibilidade Web;e-MAG;
12
SILVA, Erica Jardim. The accessibility of the Virtual Environment Moodle for the
visually impaired. 53p. Work Course Conclusion (Technologist in Systems Analysis and
Development) Federal Institute of Education, Science and Technology Baiano - Campus
Guanambi, Guanambi, BA, 2015.
ABSTRACT
This study aims to evaluate the Virtual Environment web accessibility Moodle
Learning from the perspective of model of accessibility Electronic Government - E-MAG. We
checked the environmental accessibility guidelines from the perspective of e-MAG Electronic
Government, describing the flaws and presenting a proposal for improvement to enable the
accessibility of the Virtual Learning Environment Moodle. The literature review presents a
context of visual impairment, information on special education, virtual learning environments
and web accessibility. This study was attended by a Developer student and Visually Impaired.
Research this is an exploratory study applied and qualitative, based on a conceptual
framework constructed from the literature review. Data collection was performed at the
Federal Institute of Education, Science and Technology Baiano - Campus Guanambi, which is
installed in Information and Communication Technology Unit - UTIC, the virtual
environment Moodle learning. To perform the data collection was used as a tool the checklist
and the following NVDA screen reader tools, Firebug, CheckMyColors, e-MAG and DaSilva.
Upon completion of the testing phase, the results were analyzed in an attempt to propose
Moodle improvements. The results showed that the Moodle Virtual Learning Environment is
not an accessible environment need to be modified by e-MAG, designed to make web content
accessible environment.
Keywords: Moodle; Web accessibility; e-MAG;
13
1. INTRODUÇÃO
A partir da década de 80 iniciou-se um movimento de conscientização sobre as
necessidades de se adaptar o ambiente, os produtos produzidos e todos os serviços acessíveis
a todos os indivíduos de diferentes limitações. Neste início um dos maiores interlocutores
deste processo foi a ONU (Organizações das Nações Unidas) que tomou como papel, intervir
para que todos os indivíduos fossem inclusos diante da sua diversidade na sociedade e para
que a mesma o respeitasse e valorizasse as suas diferenças.
Na década de 90, com o impacto da criação da internet, vários serviços e informações
foram oferecidos na web, e desde então vem sendo utilizada em diversas áreas nas atividades
do indivíduo para facilita-las. E devido a isso, foram criados padrões e especificações para
que se estabelecesse uma forma de criar e interpretar os conteúdos da web e que este mesmo
conteúdo seja interpretado por diferentes pessoas e diferentes tecnologias, o W3C( World
Wide Web Consortium).
Diante disso, o W3C criou a WAI( Web Acessibillity Initiative) que é uma iniciativa
que desenvolve diretrizes com padrões internacionais para a acessibilidade na web.
No Brasil, o Ministério do Planejamento juntamente com pesquisadores da área de
acessibilidade, desenvolveram documentos que possuem diretrizes e técnicas que viabilizam
a acessibilidade de sítios eletrônicos baseados em padrões internacionais anteriormente citado
o WAI( Web Acessibillity Initiative). O modelo brasileiro foi adaptado à realidade brasileira e
se chama e-MAG (Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico).
Atualmente, são disponibilizados na internet Websites com diversos tipos de
informações, possibilitando realizar vários os tipos de serviços. Portanto, é necessário que as
condições de uso sejam comuns a todos os seus potenciais usuários.
No entanto, o cenário é outro, a grande maioria dos Websites disponíveis na rede
mundial de computadores não é acessível. Acessibilidade na web tem por objetivo atender aos
que perderam ou reduziram a capacidade de estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica.
Neste cenário, encontram-se os ambientes virtuais de aprendizagem que são utilizados
por alunos público alvo da educação especial. Diante disso, ressalta a importância da
avaliação da acessibilidade do ambiente virtual de aprendizagem Moodle.
Pelo fato do Moodle ser uma ferramenta já consagrada no mercado, optou-se por
adotar os princípios dispostos na e-MAG 3.1 para identificar os novos requisitos de utilização
14
do público alvo da educação especial – PAEE com deficiência visual para atender as normas
de acessibilidade web.
Neste panaroma, a Acessibilidade propõe mudanças para agregar vantagens e
qualidade ao software observado, buscando caminhos por meio de melhorias para adequar e
melhorar as condições de uso do sistema.
As mudanças propostas são vistas com bons olhos desde que, sua utilização seja para
garantir o aperfeiçoamento do produto, para que ele ofereça suas funcionalidades de forma
mais ampla, abrangendo todos os tipos de diversidades dos seus usuários.
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Avaliar a acessibilidade web do Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle sob a
perspectiva do Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico - e-MAG.
2.2 Objetivos Específicos
Verificar as recomendações de acessibilidade web do Ambiente Virtual de
Aprendizagem Moodle sob a perspectiva do Modelo de Acessibilidade do
Governo Eletrônico / e-MAG;
Descrever as falhas de acessibilidade web do ambiente virtual de aprendizagem
Moodle;
Apresentar uma proposta de melhoria para viabilizar a acessibilidade do
Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle;
Disponibilizar as sugestões de melhorias para comunidade Moodle.
3. JUSTIFICATIVA
Na Constituição Brasileira, a educação é conhecida como um direito de todos e dever
do Estado, o que constitui ter ideia clara que o sistema educacional deve ser direcionado a
todos os brasileiros, sem separação, concretizado em um mesmo espaço, com a finalidade do
desenvolvimento humano e o preparo íntegro da cidadania, por meio das maneiras
enriquecedoras e variadas de ensino.
Os debates que abrangem o tema Educação Especial vêm conquistando relevância na área
de estudos em Educação. Embora mais exigente que a educação regular, a educação especial
15
que, além de incluir as pessoas público alvo da educação especial na conjunção escolar e na
vida social de maneira igualitarista, busca modernos recursos para ampliar essa interação.
E a partir daí prover aos seus alunos PAEE (Público Alvo da Educação Especial),
contribuições e apoio para vinculação e aprendizado dos conteúdos, tornando-os indivíduos
mais independentes e cidadãos participativos do desenvolvimento da sociedade.
Como um importante recurso a informática explora o acesso ao conhecimento universal
e, nas salas de aula, permitem professores e alunos visarem novos conhecimentos.
A literatura mostra que o uso pedagógico da Informática produz maiores/melhores
implicações na Educação Especial quando confrontada à Educação de modo geral. Também
se tem observado que a maior parte do que é planejado/aplicado às pessoas PAEE (público
alvo da educação especial), especialmente na área de acessibilidade virtual, está resultando
em benefícios a outros usuários, ampliando-se sua utilização de modo generalizado.
O Moodle é uma importante ferramenta de ensino- aprendizagem que como toda
ferramenta computacional que é utilizada regularmente, ele necessita acompanhar as
demandas atuais, onde tudo se modifica frequentemente e as tecnologias atendem a diversas
demandas.
Para a reestruturação deste cenário de acessibilidade na web com o objetivo de atender
aos alunos com deficiência visual, faz-se de suma importância a avaliação da acessibilidade
do ambiente virtual de aprendizagem Moodle, sob a perspectiva do Modelo de Acessibilidade
do Governo Eletrônico / e-MAG que fornecerá os padrões a serem seguidos.
4. REVISÃO BILIOGRÁFICA
4.1 Deficiência Visual
Segundo a Fundação Dorina (2012), classifica-se como uma deficiência, qualquer perda
ou anormalidade da estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, em que
representa um estado patológico e, apresentam distúrbios no nível de órgão, neste caso
abordado, os olhos.
No Brasil, o Decreto 5.296/04 define deficiência visual da seguinte forma:
Deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no
melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade
visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos
quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor
que 60º; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores.
(BRASIL, 2004, p.2).
16
A deficiência visual ela pode ser definida como a perda total ou parcial, congênita ou
adquirida, da visão, apresentando diferentes níveis (acuidade), que são divididos em dois
grupos, a Cegueira em que há perda total da visão ou pouquíssima capacidade de enxergar, ou
a Baixa visão (visão subnormal) onde há comprometimento do funcionamento visual dos
olhos, mesmo após tratamento ou correção.
No Brasil de acordo com o censo demográfico 2010 realizado pelo IBGE (2012), possui
mais de 6.5 milhões de pessoas com deficiência visual, dentre essas 6 milhões possuem baixa
visão e 582 mil são consideradas cegas. Diante desses dados, podemos considerar que devido
a grande inovação tecnológica e a grande oferta de diversas tecnologias, maior parte destas
pessoas utiliza ou desejam utilizar algumas destas tecnologias.
No entanto os grandes avanços se preocuparam apenas em produzir para usuários sem
restrições, deixando de lado essa grande parcela da população excluída dos avanços
tecnológicos. Milhares dessas pessoas necessitam de alguma ferramenta que possibilite
utilizar de forma limitada.
4.2 A Informática na Educação Especial
Segundo Klieman (2006), dentro de uma ocorrência global, aparecem modelos que
envolvem toda a sociedade e, nesse panorama, criam-se paradigmas sobre a utilização da
informática, tanto em residências quanto na escola.
Faz-se necessário, assim, avaliar a finalidade quanto ao uso da informática na educação
para que não perca sua identificação real, pois a informática instrumental, que atende as
necessidades de uma empresa, é diferente do ambiente escolar, que necessita ser dirigida de
forma educativa.
Mesmo que a informática na educação e a informática instrumental possam andar
juntas, é real a necessidade para o uso da máquina, neste caso, o computador. A informática
por si só não exerce as ações próprias esperadas se não forem intercedidas por docentes
capacitados.
Assim, a literatura destacada o fato de que o professor de sala de aula ou da disciplina
deve ter conhecimento do poder educacional da informática e ser apto a integrar atividades
não informatizadas de ensino-aprendizagem e atividades que executem a utilização
pedagógica de recursos da informática. Desta forma, gerar condições para que os alunos
construam seu conhecimento, propiciando a sua inclusão digital e social.
O processo de ensino e aprendizagem poderá alterar-se de forma significativa com a
utilização dos computadores, porém faz-se absolutamente necessário meditar a respeito das
17
tecnologias usadas para melhorar o processo educativo, especialmente dos alunos público
alvo da educação especial.
Elas deverão ser usadas como recursos didáticos, com a finalidade de instigar a
aprendizagem e a construção do conhecimento, recomendando atividades que acresçam os
conteúdos educativos e as habilidades do discente, o abarcamento do grupo de trabalho com o
professor, planejando as atividades expressivas para o processo, favorável ao aluno.
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) para a Educação Nacional, Lei 9394/96, em seu
capítulo V, trata a Educação Especial, definindo-a como modalidade de educação escolar,
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para pessoas com necessidades
educacionais específicas; desde a educação infantil até o ensino superior.
Essa modalidade de Educação é avaliada como um conjunto de recursos educacionais e
de estratégias de apoio que estejam à disposição de todos os alunos, apresentando diversas
opções de atendimento.
Ao usar o computador, as pessoas público alvo da educação especial poderão perceber
que o seu desempenho acadêmico é parecido com os outros alunos, uma vez que os seus erros
serão também os erros dos outros e seus acertos poderão ser tão ou mais precisos do que
outros.
Existem softwares específicos para uso dos alunos PAEE (Público Alvo da Educação
Especial), quando esses não podem usar o mesmo que os demais alunos, por algum
impedimento motor ou cognitivo.
O computador é uma solução essencial como componente de interação com o outro na
perspectiva de permuta e cooperação, beneficiando o desenvolvimento do aluno nas
dimensões cognitivas e sócio afetivas, mas ao mesmo tempo permite ao docente trabalhar o
conteúdo curricular de maneira interdisciplinar e gradativa.
Tudo isso sob um novo olhar pedagógico permitindo que o aluno possa interatuar,
comunicar-se com o outro sem ficar preso às seus obstáculos, superando a questão e
promovendo a sua inclusão social.
De acordo com Valente (1994),
O computador pode ser um aliado no processo de ensino e aprendizagem de alunos
especiais, pois dispõe de recursos como animação, som, imagem e efeitos especiais,
que superam as possibilidades didáticas e metodológicas tradicionais, tornando o
material didático e os conteúdos mais interessantes e atrativos aos alunos, além de
possibilitar a adaptação às necessidades e capacidades do discente, assim, com
pequenos ajustes, é possível aos alunos com alguma deficiência mais acentuada,
terem igualdade de acesso e utilização do equipamento para desenvolvimento de sua
aprendizagem e de sua autonomia.
18
Pensando nisso, nessa aliança entre Informática e o processo ensino e aprendizagem
encontramos os ambientes virtuais de aprendizagem que são muito utilizados nas instituições
de ensino como uma ferramenta a mais neste processo.
4.3 Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Dowbor (2001, p.29) destaca essas evoluções tecnológicas onde afirma que “não é
preciso ser nenhum deslumbrado da eletrônica para constatar que o movimento transformador
que atinge hoje a informação, a comunicação e a própria educação, constitui uma profunda
revolução tecnológica.”
Nesta necessidade de levar o docente a rever seu papel diante destas novas tecnologias,
Moran, Masetto e Behrens (2000, p.36) dizem que “a educação escolar precisa compreender e
incorporar mais as novas linguagens, desvendar seus códigos, dominar as possibilidades de
expressão e as possíveis manipulações”.
Os ambientes virtuais surgem como possibilidade para que o docente possa motivar os
discentes, que já estão habituados ao uso de ferramentas digitais fora dos muros da escola, a
utilizá-las como ferramenta de auxílio no desenvolvimento de sua aprendizagem.
Neste cenário Dowbor (2001, p.09) afirma que “a educação já não pode funcionar sem
se articular com dinâmicas mais amplas que extrapolam a sala de aula”.
O termo e-learning atualmente é bastante mencionado devido a sua popular utilização
como ferramenta de aprendizagem à distância, é originada da junção de significados
fundamentais para esta prática, o aprendizado por meio eletrônico (“ eletronic learning”).
Esta prática vem se mostrando bastante eficiente para o ensino a distância e como um
componente extraclasse para o ensino através de um meio eletrônico que neste caso é o
computador.
Por meio dessa modalidade a informação é totalmente disponibilizada pela rede
(Internet), permitindo que seja utilizada a qualquer momento e em qualquer lugar, sendo
assim, uma grande revolução na área da educação, em que o individuo não está “preso” a uma
sala de aula somente, mas, fora dela também.
Segundo Downes (2005),
Content is organized according to this traditional model and delivered either
completely online or in conjunction with more traditional seminars, to cohorts of
students, led by an instructor, following a specified curriculum to be completed at a
predetermined pace. 1
1 O conteúdo é organizado de acordo com este modelo tradicional e entregues completamente on-line ou em
conjunto com mais seminários tradicionais, para grupos de estudantes, liderados por um instrutor, seguindo um
currículo especificado para ser concluída a um ritmo pré-determinado.
19
O autor citado anteriormente fala da forma como é possibilitado esse ensino online em
que o conteúdo está disposto na rede e os estudantes fazem parte de grupos que tem acesso a
esta informação e este grupo tem o professor como um instrutor deste curso que tem um ritmo
a ser seguido e um tempo determinado para execução.
Essa metodologia e-learning possibilita que os aprendizes, neste caso os alunos,
colaborem com os tutores (professores) e vice versa para que haja uma interatividade, que
possam trocar ideias para que as tarefas propostas e o conhecimento sejam realizados.
Também considerado um modelo de comunicação-interação entre professor e aluno,
consequentemente dá outra perspectiva de ensino, onde, o formador e o formando tem a
possibilidade de estender o ensino fora da sala de aula, através de materiais (conteúdos) que
auxiliem no ensino-aprendizagem.
Uma das principais vantagens dessa metodologia é a flexibilidade dos horários de
estudo, geralmente o AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) está disponível todo tempo o
que possibilita ao aluno definir seu próprio ritmo de estudo. A possível desvantagem recai
sobre a disciplina do aluno sobre o plano de estudo, onde ele pode se sentir desmotivado a
cumprir todas as tarefas por não ter a figura presencial do professor.
Contudo, diante da grande evolução tecnológica e com os ambientes constantemente
alterados para dar suporte a diferentes relações humanas em todos panoramas, o ambiente
virtual de aprendizagem continuará evoluindo para atender as demandas dos seus usuários,
com funcionalidades mais abrangentes e possivelmente mais acessíveis aos seus diferentes
tipos de usuários.
Neste elo entre Informática e ambientes virtuais encontra-se a acessibilidade web, que
são pontos importantes que devem ser levados em consideração por uma instituição de ensino
no processo ensino e aprendizagem quando utilizam de algum ambiente virtual de
aprendizagem como, por exemplo, o Moodle.
4.3.1 Moodle
O Moodle é um software Open Source (Código Aberto) para o desenvolvimento de
cursos e sites para web. É um projeto mantido por uma comunidade internacional
mantenedora do software composta por colaboradores de diversas partes do mundo.
Por ser um software Open Source, ele é fornecido gratuitamente sob a Licença Pública
Geral GNU(General Public License), o que significa que o Moodle possui direitos autorais
mas que oferece permissões para copiar, modificar e usar, desde que concorde em, fornecer o
20
código fonte para outros interessados caso tenha feito alguma modificação, não remover ou
modificar os direitos autorais e a licença original e a publicar esta mesma licença em trabalhos
derivados dele.
Pode ser instalado em qualquer computador desde que, execute PHP (Hipertext Pré
Processor), base de dados SQL( Structure Query Language) e sistema operacional Windows,
MAC e algumas distribuições Linux.
É um sistema bastante utilizado por profissionais da educação, pois, auxilia na
abordagem do estudo e aprendizagem de forma criativa e online.
4.5 Acessibilidade na WEB
A revolução tecnológica tem delineado intelectualmente modernos espaços e tempos e
organizado conceitos culturais e sociais originais que têm condicionando um volume humano
enorme .
Com isso a acessibilidade passa a ser entendida como sinônimo de aproximação, uma
forma de tornar disponível a cada usuário interfaces que respeitem suas necessidades e
preferências.
Neste cenário a acessibilidade envolve diferentes áreas. Entre elas podemos citar: (1) a
acessibilidade ao computador que uma concentração de programas de acesso incluindo
diferenciados tipos de Ajudas Técnicas para uso genéricos de acesso aos computadores e
periféricos ou que podem ser especialmente programados para o acesso a WEB; (2) a
acessibilidade ao Navegador, os quais podem ser o Microsoft Internet Explorer, Mozilla
Firefox, etc.
Contudo, existem navegadores específicos que oferecem facilidade de acesso a diferentes
usuários como o navegador só de texto LYNX para cegos; (3) a acessibilidade ao
planejamento de páginas WEB, que envolve diversas partes como conteúdo, estrutura e
formato.
O componente de maior importância, neste caso, é a seleção da ferramenta de construção
de páginas que possa apresentar maiores possibilidades de opções de acessibilidade. Para isso
existem o Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico – e-MAG 3.1 que fornece
diretrizes que facilitam a implementação da acessibilidade de forma padronizada e de acordo
com as necessidades brasileiras e diretrizes internacionais.
21
5. CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO DE ACESSIBILIDADE DO INSTITUTO
FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL
5.1 Projeto Acessibilidade Virtual
Uma rede de pesquisa criada em 2006 pelo SIEP (Sistema de Informações da
Educação Profissional e Tecnológica) e logo após veio se tornar RENAPI (Rede Nacional de
Pesquisa e Inovação em Tecnologias Digitais.
Institucionalizado em 2008, através da Portaria 351, o Projeto de Acessibilidade
Virtual, com o principal objetivo de garantir um bom nível de acessibilidade aos artefatos
gerados no contexto da RENAPI e promover a inclusão digital de todos os indivíduos
independente de suas diversidades.
É uma parceria com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão por meio do
Governo Eletrônico, possuindo atualmente, três núcleos de pesquisas, sendo um no próprio
IFRS – Campus Bento Gonçalves, outro no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Baiano – Campus Catu e Campus Guanambi e no Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Ceará – Campus Fortaleza.
Composto por pesquisadores e bolsistas (alunos e egressos) de diversas áreas, tais
como: Informática, Eletrônica, Educação Inclusiva, Pedagogia, Psicopedagogia, Física,
Matemática, Letras, História, dentre outros, além de bolsistas e pesquisadores com
necessidades especiais.
O projeto Acessibilidade Virtual também promove melhorias em sítios governamentais
onde é feito preenchimento de checklist de acessibilidade, que até o ano de 2012 eram
realizados por meio de um documento Word preenchido de forma manual que continha as
recomendações do e-MAG 3.0.
Esse documento contém pontos específicos a serem avaliados pelo Deficiente Visual e
pelo Desenvolvedor, atualmente é realizado por meio de um checklist online que contem as 45
recomendações do e-MAG que é preenchido por meio de uma página web. O Checklist de
acessibilidade mapeia os principais problemas de acessibilidade, usabilidade e
comunicabilidade dos sites, portais e sistemas web de acordo com o e-MAG 3.0 – Modelo de
Acessibilidade em Governo Eletrônico Brasileiro.
Além de auxiliar na acessibilidade dos sites da Rede de Educação Profissional
Científica e Tecnológica, são realizadas pesquisas e desenvolvimento de Tecnologia Social
Assistiva (tecnologia de baixo custo) para os alunos com deficiência, sob demanda, pesquisas
22
sobre o estado da arte da Tecnologia Assistiva e propor metodologias para sua produção e
uso, pesquisas e promoção de soluções de acessibilidade (sites, formulários, OAs...) para os
artefatos gerados no âmbito da SETEC e fora dela, pesquisas e desenvolvimento de games
acessíveis, pesquisas sobre a interação do deficiente com dispositivos móveis e propor uma
solução acessível e disseminação do uso do Banco de Recursos Humanos Acessível que é um
sistema que fornece contato entre profissionais com necessidades especiais com empresas
contratantes.
No campus Guanambi, a equipe é formada por três professores e 4 alunos, dentre
estes o Coordenador do projeto do núcleo Guanambi Woquiton Fernandes, Orientadores
Naidson Clayr Ferreira e Paula Patrícia Oliveira, alunos desenvolvedores Rodrigo Lima e
Érica Jardim e os alunos deficientes visuais Willian Viana e João Gilberto Pereira que
possuem cegueira total, onde são feitas contribuições ao projeto através da produção de
checklists de testes de acessibilidade com usuários reais e desenvolvedores Web.
6. METODOLOGIA
6.1 Participantes
Participaram deste estudo o Desenvolvedor que é responsável pelos testes do código
HTML (abreviação de para a Expressão inglesa HyperText Markup Language, que significa
Linguagem de Marcação de hipertexto) e o aluno com deficiência Visual que é responsável
pelos testes de acessibilidade web. Esse aluno está regularmente matriculado e realizando o
curso de Informática Integrado ao Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e
Adultos – PROEJA e tem conhecimento dos testes que foram verificados bem com da e-
MAG.
6.2 Local de coleta de dados
O local da coleta de dados foi o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
Baiano – Campus Guanambi, onde se encontra instalado na Unidade de Tecnologia da
Informação e Comunicação – UTIC, o ambiente virtual de aprendizagem Moodle que foi
pesquisado. Esse ambiente é utilizado por todo o Campus.
6.3 Delineamento da pesquisa
A presente pesquisa trata-se de um estudo exploratório de caráter aplicado e
qualitativo, baseado em um quadro conceitual constituído a partir da revisão de literatura.
23
Marconi e Lakatos (2010, p. 171) afirma que os estudos exploratórios,
São investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou
de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a
familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização
de uma pesquisa futura mais precisa, ou modificar e clarificar conceitos.
Segundo Gil (1999) os estudos exploratórios são usados para investigar problemas de
pesquisas pouco explorados. Sua principal finalidade seria a de identificar, descrever e
esclarecer conceitos e ideias, para embasar intervenções e pesquisas posteriores.
Do ponto de vista da abordagem do problema, segundo Silva e Menezes (2001, p.20)
uma pesquisa pode ser: aplicada e qualitativa
Pesquisa aplicada objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à
solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.
Pesquisa Qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o
sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do
sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a
atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não
requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta
para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu
significado são os focos principais de abordagem.
Ainda sobre pesquisa qualitativa Mazzotti e Gewandsznajder (1999) diz:
Oferecer sugestões para o planejamento de estudos qualitativos não é fácil. Em
primeiro lugar porque, ao contrário do que ocorre com as pesquisas quantitativas, as
investigações qualitativas, por sua diversidade e flexibilidade, não admitem regras
precisas, aplicáveis a uma ampla gama de casos. Além disso, as pesquisas
qualitativas diferem bastante quanto ao grau de estruturação prévia, isto é, quanto
aos aspectos que podem ser definidos já no projeto.
6.4 Procedimentos de coleta de dados
O ambiente virtual de aprendizagem avaliado foi o Moodle e para isso usado o Checklist
de acordo com as padronizações existentes no Modelo de Acessibilidade do Governo
Eletrônico – e-MAG. Os testes foram realizados pelo Desenvolvedor e pelo Deficiente Visual,
onde foram avaliados o código HTML e os padrões de acessibilidade web do ambiente
Moodle.
Primeiramente, foram realizados testes de acessibilidade web pelo Desenvolvedor e
Deficiente Visual com o sistema de checklist (Disponível em:
www.governoeletronico.gov.br), levantando informações referentes às recomendações de
acessibilidade nas seções de Marcação, Comportamento (DOM), Conteúdo/Informação,
24
Apresentação/Design, Multimídia, Formulário, do Modelo de Acessibilidade do Governo
Eletrônico.
Em seguida foram utilizadas as ferramentas Firebug, CheckMyColors e daSiva
necessárias para a realização dos testes.
6.5 Instrumentos de coleta de dados
Para a realização da coleta de dados foi utilizado o seguinte instrumento:
6.5.1 Checklist
O checklist de Acessibilidade Manual para o Desenvolvedor (BRASIL, 2010), possui
duas categorias para realização de testes, o Desenvolvedor que é a pessoa que desenvolve
conteúdos para web e que conheça as recomendações para as práticas acessíveis de conteúdos.
Este documento contém pontos de verificação para serem seguidos na hora do
desenvolvimento.
Esses pontos são baseados em experiências com testes na página que está sendo
verificada sua acessibilidade com base nos estudos dos padrões de desenvolvimento da W3C
e das diretrizes de acessibilidade WCAG e e-MAG. O objetivo é orientar o Desenvolvedor
para que logo de início ao desenvolvimento de páginas web acessível já exista a preocupação
com a acessibilidade, usabilidade e comunicabilidade.
O checklist de Acessibilidade Manual para Deficientes Visuais (2010) apresenta
informações a serem analisadas e também explanações sobre o que avaliar para cada
elemento. O documento possui formatação e conteúdo disposto de forma intuitiva, permitindo
a autonomia de preenchimento ao deficiente visual que estará realizando os testes. E para que
isso ocorra corretamente são necessários alguns requisitos para realização dos testes, as
seguintes combinações:
• SO Windows + Leitor de tela Jaws + Navegador Internet Explorer
• SO Windows + Leitor de tela Virtual Vision + Navegador Internet Explorer
• SO Windows + Leitor de tela NVDA + Navegador Mozilla Firefox
• SO Linux, distribuição Ubuntu + Leitor de tela Orca + Navegador
Mozilla Firefox
6.5.2 Ferramentas utilizadas
25
6.5.2.1 Leitor de Tela NVDA
O NVDA (LEITORES DE TELA, 2009) é um programa leitor de tela livre, ou seja,
possui o código aberto para possíveis modificações e/ou adaptações sem ter que pedir
permissão ao fornecedor do software desde que seja disponibilizado para comunidade.
Os Leitores de telas segundo FERREIRA (2014, p.137) “são programas que
interatuando com o sistema operacional do computador, capturam toda e qualquer informação
exibida no formato de texto e a modifica em uma resposta falada usando um sintetizador de
voz”.
É uma importante ferramenta para a educação, pois, possibilita que alunos com
deficiência visual utilizem ambientes que lhes proporcionem aprendizagem.
6.5.2.2 Firebug
É uma ferramenta integrada ao navegador Firefox utilizada para encontrar possíveis
erros em desenvolvimento para web em sites, através de inspeção do elemento. Com esta
ferramenta é possível analisar, checar possíveis erros em CSS, HTML e JavaScript em
qualquer página da web.
6.5.2.3 CheckMyColors
Ferramenta que verifica a escala de cores de um site e a relação entre estas cores e
contrastes e se esta relação está adequada.
Figura 1- Tela Checkmycolours
26
6.5.2.4 Emag 3.1
O e-MAG (2014) é um documento criado em 2005 que contem recomendações e
diretrizes sobre a acessibilidade. A versão e-MAG 3.1 está baseado em diretrizes
internacionais como a WCAG 2.0 que possibilita a criação e adaptações de conteúdos para
web acessível de forma padronizada e fácil implementação.
O documento surgiu da parceria firmada entre o Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (Departamento de Governo Eletrônico) e o Projeto de Acessibilidade
Virtual, que iniciou em 2009 e atualmente o trabalho dos professores, bolsistas do projeto e
colaboradores consistem em atualizar e reformular as versões.
O e-MAG 3.1 (2014) está dividido em secções, como:
a) Recomendações de acessibilidade – MARCAÇÃO
Respeitar os padrões de desenvolvimento web.
Organizar o código HTML de forma lógica e semântica
Utilizar corretamente os níveis de cabeçalho
Ordenar de forma lógica e intuitiva a leitura e tabulação
Disponibilizar todas as funções da página via teclado
Fornecer âncoras para ir direto a um bloco de conteúdo
Não utilizar tabelas para diagramação
Separar links adjacentes
Não abrir novas instâncias sem a solicitação do usuário
b) Recomendações de acessibilidade – COMPORTAMENTO
Garantir que os objetos programáveis sejam acessíveis
Não criar páginas com atualização automática
Não utilizar redirecionamento automático de páginas
Fornecer alternativa para modificar limite de tempo
Não incluir situações com intermitência de tela
Assegurar o controle do usuário sobre as alterações temporais do conteúdo
c) Recomendações de acessibilidade – CONTEÚDO/INFORMAÇÃO
Identificar o idioma principal da página.
Oferecer um título descritivo e informativo à página
27
Disponibilizar informação sobre a localização do usuário na página
Descrever links clara e sucintamente
Fornecer alternativa em texto para as imagens do sítio
Fornecer alternativa em texto para as zonas ativas de mapa de imagem
Disponibilizar documentos em formatos acessíveis
Em tabelas, utilizar títulos e resumos de forma apropriada
Associar células de dados às células de cabeçalho em uma tabela
Garantir a leitura e compreensão das informações
Disponibilizar uma explicação para siglas, abreviaturas e palavras
incomuns
Informar mudança de idioma no conteúdo
d) Recomendações de acessibilidade – APRESENTAÇÃO/DESIGN
Oferecer contraste mínimo entre plano de fundo e primeiro plano.
Não utilizar apenas cor ou outras características sensoriais para diferenciar
elementos
Permitir redimensionamento de texto sem perda de funcionalidade
Dividir as áreas de informação
Possibilitar que o elemento com foco seja visualmente evidente
e) Recomendações de acessibilidade – MULTIMÍDIA
Fornecer alternativa para vídeo
Fornecer alternativa para áudio
Oferecer audiodescrição para vídeo pré-gravado
Fornecer controle de áudio para som
Fornecer controle de animação
f) Recomendações de acessibilidade – FORMULÁRIOS
Fornecer alternativa em texto para os botões de imagem de formulários
Associar etiquetas aos seus campos
Estabelecer uma ordem lógica de navegação
Não provocar automaticamente alteração no contexto
28
Fornecer instruções para entrada de dados
Identificar e descrever erros de entrada de dados
Agrupar campos de formulário
Fornecer CAPTCHA humano
6.5.4 ASES
O ASES é um avaliador e simulador de acessibilidade de sítios que permite além de
avaliar e simular a acessibilidade dos sítios corrigi-los também, sendo uma importante
ferramenta para desenvolvedores de conteúdos.
Com ele é possível, avaliar os sítios de acordo as diretrizes e recomendações (e-MAG
e WCAG), avaliar HTML e CSS das páginas, simular leitores de Tela e também é possível
selecionar informações que fazem parte do sitio para testa-las, por exemplo: associador de
rótulos, links redundantes, corretor de eventos, e preenchimento de formulários.
O ASES é um dos validadores de acessibilidade recomendados pelo e-MAG e um dos
mais atualizados até o momento para avaliar e simular os testes, mas devido a necessidade de
instala-lo localmente para realizar os testes e o ambiente utilizado na pesquisa necessita de
permissão para instala-lo não foi possível em tempo hábil realizar os testes com o mesmo.
Figura 2- Tela ASES
6.5.5 daSilva
O daSilva (www.dasilva.org.br), é uma ferramenta avaliadora de sites, desenvolvida
pela Acessibilidade Brasil com parceria com a empresa W2B Soluções Internet, é o primeiro
avaliador de acessibilidade de sites da web brasileiro com base nos princípios de
29
acessibilidade difundidos pelo W3C (WCAG) e pelo documento e-MAG. Possibilita a
análise de todas as paginas do site indicando os erros das páginas em discrepância com a
acessibilidade, permitindo sua utilização em qualquer plataforma que suporte Java.
Figura 3- Tela Inicial daSilva
6.6 Procedimento de análise de dados
Os dados qualitativos obtidos por meio dos testes de acessibilidade realizados pelo
Desenvolvedor e pelo Deficiente Visual por meio do sistema de checklist foram submetidos a
uma análise dos códigos do conteúdo HTML e das folhas de estilo.
Foram verificados o fluxo de leitura da página, o fluxo de leitura da página sem estilos,
sem script e sem as imagens. Testadas também as funcionalidades da barra de acessibilidade,
aumentando e diminuindo a letra e modificando o contraste. Além da validação manual,
utilizando os checklists de validação humana, foi realizada a validação automática de
acessibilidade utilizando o daSilva.
6.7 Critérios de Inclusão
Como critérios de inclusão têm-se: o desenvolvedor se interessar em participar da
pesquisa, ter experiência em HTML, CSS e ser aluno do curso Superior de Tecnologia em
Análise e Desenvolvimento de Sistema. O deficiente visual aceitar participar da pesquisa e ser
30
aluno do Instituto Federal Baiano – Campus Guanambi. Além desses conhecimentos, os dois
participantes devem ter conhecimento do Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico /
e-MAG.
6.8 Critérios de Exclusão
Como critérios de exclusão têm-se: o desenvolvedor não se interessar em participar da
pesquisa, não ter experiência em HTML, CSS e não ser aluno do curso Superior de
Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistema. O deficiente visual não aceitar
participar da pesquisa e não ser aluno do Instituto Federal Baiano – Campus Guanambi. Além
de não ter esses conhecimentos, os dois participantes não devem ter conhecimento do Modelo
de Acessibilidade do Governo Eletrônico / e-MAG.
7. DIRETRIZES PARA PROPOSTAS DE MELHORIAS
7.1 Emag:
O documento utilizado para respaldar todos os testes e avaliações no ambiente virtual de
aprendizagem Moodle foi o e-MAG, este apresentado anteriormente. Este documento possui
várias recomendações importantes para a proposta de melhorias deste ambiente escolhido para
o teste. A seguir estão dispostos em tópicos diretrizes recomendadas que devam ser
disponibilizadas para o ambiente Moodle.
Segundo e-MAG 3.1(2014):
Marcação:
Nesta recomendação é feita a utilização do código semanticamente correto, ou seja,
cada elemento para o seu propósito, seguindo os Padrões Web ou do W3C.
Conceito de Camadas:
É a utilização das tecnologias adequadamente, e cada tecnologia deve ser utilizada
com o propósito para qual foi idealizada.
Conceito Tableless:
As tabelas devem ser para apenas dados tabulares e não para fins de layout.
31
Conceito de semântica:
É a utilização correta das tags HTML, onde cada tag tem um objetivo específico e
somente para isso deve ser utilizado.
Comportamento:
De acordo com a e-MAG, os eventos de uma página que funcionam somente pelo
mouse se tornam um grande problema para a acessibilidade, pois, nem todas as pessoas
conseguem usar.
Por isso, todas as funções de uma página devem ser dispositivo independente, eles
devem funcionar pelo mouse, teclado ou outro dispositivo. Além disso, o foco do teclado não
deve ficar fixado ou “preso” em algum elemento, pois o usuário deve poder percorrer toda a
página pelo teclado facilmente.
Deve-se garantir que scripts, conteúdos dinâmicos e outros elementos programáveis
sejam acessíveis e que seja possível sua execução via teclado ou outro dispositivo.
É muito comum a utilização de conteúdos que se movem, como os slideshows. Esse
tipo de elemento não deve mover-se automaticamente, pois o usuário é quem deve decidir se
quer “rolar” o conteúdo ou não.
Principalmente quando ocorre uma mudança, atualização ou redirecionamento
repentino na página, o usuário pode sentir-se confuso ou desorientado, especialmente se
estiver utilizando algum recurso de Tecnologia Assistiva, como um leitor de tela, por
exemplo.
Conteúdo e Informação:
O idioma principal do site deve ser declarado em todas as páginas e o título da página
é a primeira informação que será lida para quem utiliza leitor de tela, devendo ser descritivo e
informativo, de modo que represente o conteúdo principal da página.
As páginas internas do site devem disponibilizar o caminho das páginas percorridas,
através de mecanismos que possibilitem ao visitante orientar-se dentro de um conjunto de
páginas.
Assim como o conteúdo de um site deve ser acessível, o material disponibilizado para
download também precisa ser. Um dos formatos mais acessíveis é o próprio HTML e, por
isso, sempre que possível, é disponibilizar documentos neste formato.
32
Apresentação / Design:
Segundo o e-MAG 3.1(2014), uma relação de contraste adequada entre o texto e o
plano de fundo é necessária para que todos possam visualizar as informações de forma clara e
sem grandes esforços. Além disso, um bom contraste é essencial para pessoas com baixa
visão, com daltonismo e usuários que utilizam monitores monocromáticos.
As informações não podem ser transmitidas unicamente por meio de características
sensoriais, tais como cor, forma, tamanho, localização visual, orientação ou som.
Para pessoas com baixa visão, é muito importante que seja possível perceber
facilmente onde está o foco do teclado, garantindo uma maior facilidade de navegação.
Assim, a área que recebe o foco pelo teclado deve ser claramente marcada, devendo a área de
seleção ser passível de ser clicada.
7.2 W3C
O World Wide Web Consortium é uma comunidade internacional em que as organizações
associadas trabalham em conjunto para desenvolver padrões para a Web.
Liderado pelo inventor da Web Tim Berners-Lee e CEO Jeffrey Jaffe, a missão do W3C é
conduzir a Web ao seu potencial máximo. Onde, seu objetivo é levar o World Wide Web para o
seu pleno potencial através do desenvolvimento de protocolos e diretrizes que garantam o
crescimento a longo prazo da Web.
7.3 WCAG
As Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG, 2007) 2.0 abrangem um
conjunto de recomendações que têm como objetivo tornar o conteúdo Web acessível. O
cumprimento destas diretrizes fará com que o conteúdo se torne acessível a um maior número
de pessoas público alvo da educação especial. Seguir estas diretrizes fará também com que o
conteúdo Web se torne mais usável aos utilizadores em geral.
Os critérios de sucesso das WCAG 2.0 são escritos sob a forma de declarações
testáveis, que não dependem de uma tecnologia específica. As orientações sobre a forma de
satisfazer um critério de sucesso específico para uma tecnologia em particular, bem como
informação geral sobre a interpretação de um determinado critério de sucesso, encontram-se
disponíveis em documentos separados.
33
O documento Uma Visão Geral sobre as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo
Web (em inglês) possui informações de enquadramento e aceder a um conjunto de hiper
ligações para documentação técnica e didática relativa às WCAG.
As WCAG 2.0 sucedem às Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web 1.0 (em
inglês) [WCAG10] publicadas como uma Recomendação W3C em maio de 1999. Apesar dos
conteúdos poderem estar em conformidade com as WCAG 1.0 ou com as WCAG 2.0 (ou
ambas), o W3C recomenda que os novos conteúdos, ou os que sejam objeto de atualização,
utilizem as WCAG 2.0. O W3C recomenda ainda que as políticas de acessibilidade na Web
tenham como referência as WCAG 2.0.
Os princípios que baseiam a WCAG são:
Princípio 1- Perceptível:
A informação e os componentes da interface de utilizador têm de ser
apresentados de forma a que os utilizadores as possam percepcionar.
Princípio 2- Operável:
Os componentes da interface de utilizador e a navegação têm de ser operáveis.
Princípio 3- Compreensível:
A informação e a utilização da interface de utilizador têm de ser
compreensíveis.
Princípio 4- Robusto:
O conteúdo deve ser suficientemente robusto para ser interpretado de forma
fiável por uma ampla variedade de agentes de utilizador, incluindo as tecnologias de apoio.
8. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo apresentaremos os resultados obtidos por meio dos testes de
acessibilidade realizados pelo Desenvolvedor e pelo aluno com Deficiência Visual, com o
objetivo de avaliar a acessibilidade web do Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle sob a
perspectiva do Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico - e-MAG, o que constitui
fator de qualidade do ensino.
34
Os resultados abaixo estão divididos em três partes: (a) Caracterização do ambiente
Moodle do Instituto Federal Baiano – Campus Guanambi; (b) dados referentes aos testes do
Desenvolvedor; (c) dados referentes aos testes do aluno com Deficiência Visual.
8.1 Caracterização do Ambiente Moodle
O Ambiente Moodle, versão 2.2.9 do Instituto Federal Baiano – Campus Guanambi
foi criado para que os docentes desse campus utilizassem como um recurso a mais de
aprendizagem nas suas disciplinas. Para a realização dos testes de acessibilidade foi utilizado
uma disciplina de Informática Básica do curso de Agroindústria Integrado ao Ensino Médio.
Essa disciplina está dividida em 12 tópicos, tais como: apostilas, atividades para aula,
avaliações, arquivos para aulas, exercícios para aulas, etc., e foram usadas para a realização
dos testes.
8.1.1 Página Inicial Moodle
A tela inicial possui informações sobre o Ambiente Virtual Moodle do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano - Campus Guanambi, onde se encontram
os seguintes recursos: notícias, usuários utilizando o sistema no momento, atividades criadas e
realizadas recentemente, informações sobre eventos, calendário, categoria de cursos
cadastrados e opção para login do usuário.
Figura 4-Tela Inicial Moodle
35
8.1.2 Dentro do Moodle
A estrutura básica do Moodle é organizada em cursos. Estes são basicamente espaços
dentro do ambiente onde os professores podem trabalhar de acordo as disciplinas que são
ministradas. Dentro dos cursos os professores podem elaboram suas atividades e avaliações
para os alunos. Os cursos criados podem ter uma duração de até um ano ou mais a depender
da necessidade. O Moodle possibilita também, que os alunos se inscrevam nos cursos ou que
o professor realize as inscrições dos mesmos. Todos são organizados em categorias.
Figura 5- Página Inicial do Usuário
Figura 6- Página de Programação do curso Parte I
36
Figura 7-Página de Programação do curso Parte II
Figura 8-Página de Programação do curso Parte III
8.2 Dados referentes aos testes do Desenvolvedor
Os resultados referentes aos testes do desenvolvedor estão divididos em seis partes: (a)
Marcação; (b) Comportamento (DOM), (c) Conteúdo/Informação; (d) Apresentação/Design,
(e) Multimídia e (f) Formulário do Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico / e-
MAG.
37
8.2.1 Marcação
Em todas as páginas foram encontrados códigos Java script dispostos no código
HTML estes códigos podem vir a comprometer a leitura e compreensão da página através do
leitor de tela.
A organização no código não permite que o conteúdo seja lido antes do menu e
também não apresenta o código que permitiria usar opção de teclado para ser remetido ao
mesmo e outras partes como menu e pesquisa. Esse caso ocorre em todo ambiente.
8.2.2 Comportamento (DOM)
Ao efetuar a renderização do endereço
(http://web02.guanambi.ifbaiano.edu.br/moodle_22/) do AVA há um redirecionamento para o
endereço (https://200.128.100.15/moodle_22/) sem emitir um aviso. Mas esse
redirecionamento não influencia no funcionamento do ambiente.
8.2.3 Conteúdo /Informação
Há páginas em que o titulo não possui uma boa descrição e há locais em que são
descritos em siglas o que dificulta muito o entendimento e localização do usuário na página.
Possui um caminho no topo da página, mas não é informada qualquer descrição textual
de que se tratam do caminho percorrido no AVA.
São apresentados documentos do tipo PDF, mas não são informados a sua extensão e o
seu tamanho, dificultando sua identificação como um documento e seu relativo tamanho.
Nas tabelas apresentadas em AVALIAÇÕES e EXERCÍCIOS PARA AULA não está
disponível a relação entre as células, isso pode ser considerado uma obstrução para o
entendimento da mesma, isso ocorre pela ausência de relação entre o cabeçalho da tabela e
suas células.
No ambiente é encontrado siglas sem seus significados. Exemplo: IB1AB.
8.2.4 Apresentação/Design
No ambiente virtual de aprendizagem foram encontrados através do validador My
check colours erro de contraste de luminosidade, Diferença de brilho e Diferença de cor. Obs:
São Temas (Quando alterado seu tema, há mudanças na avaliação da relação de contraste das
cores no site).
38
O ambiente virtual de aprendizagem não apresenta uma divisão padrão da informação
que permita o usuário percorrer de forma intuitiva as páginas e se familiarize com suas
divisões de conteúdos.
8.2.5 Multimídia
A disciplina testada não tinha elementos multimídia, tais como: vídeos, som, etc.
8.2.6 Formulário
Na página Home Page e Meus cursos logo no inicio após o login no AVA há um
campo de busca onde seu botão apresenta uma descrição inadequada como “botão VAI”.
8.2.7 Barra Acessibilidade
A página apresenta somente âncora “Ir para o conteúdo principal”.
Alguns itens como alto contraste, dicas de atalhos e página de acessibilidade não estão
disponíveis no sítio. Aumentar fonte- A sua funcionalidade esta comprometida, pois, sua
utilização somente é aplicada a parte do conteúdo do sitio.
Esta página deverá apresentar os recursos de acessibilidade presentes no sítio, como as
teclas de atalho disponíveis, as opções de redimensionamento de texto e alto contraste,
detalhes sobre testes de acessibilidade realizados no sítio e outras informações pertinentes a
respeito de sua acessibilidade.
O link para a página contendo os recursos de acessibilidade deve ser disponibilizado
na barra de acessibilidade, a qual será abordada no terceiro item desta seção. No carregamento
de arquivos de atividades propostas, no ambiente é aberto um aplicativo para carregamento do
conteúdo, mas, o foco continua na janela sobreposta pelo aplicativo, não permitindo o leitor
percorrer pelo conteúdo da atividade.
Ao clicar Adicionar arquivo na seção Meu Arquivo Privado, é aberta a janela de um
aplicativo, que em nenhum momento informa ao usuário que será utilizado este tipo de
ferramenta para o carregamento do mesmo.
Ao sair da página por algum motivo ao retornar ao mesmo local que se encontra o
aplicativo ainda em utilização não permite que o usuário utilize qualquer atalho para sair ou
movimentar-se no mesmo através de tabulação ou setas.
39
Ao clicar em Criar diretório do curso é remetido diretamente ao Botão „ok‟, saltando
do campo de edição de texto, deixando claramente a entender que o código apresenta uma
sequência inapropriada de navegação.
8.3 Avaliação dos resultados dos testes do desenvolvedor
Os erros identificados nos testes do desenvolvedor foram bastante detalhados. Foi
necessário analisar todas as páginas do AVA Moodle para garantir que não houve
preocupação com a acessibilidade.
A necessidade de disponibilizar igualdade de acesso aos conteúdos informacionais
digitais disponibilizados no ambiente não são devidamente acessíveis para os alunos público
alvo da educação especial com deficiência visual.
Isso se torna preocupante ainda mais quando se trata de uma ferramenta utilizada na
disseminação de conhecimento e geralmente disponibilizada por instituições de ensino como
meio educacional. Os resultados obtidos nos testes realizados pelo desenvolvedor
demonstraram a necessidade da aplicação de recomendações de acessibilidade do e-MAG 3.1
8.4 Dados referentes aos testes do Deficiente Visual
Os resultados referentes aos testes do deficiente visual estão divididos em quatro
partes: (a) Links; (b) Conteúdo; (c) Formulários; (d) Estrutura dos Sites do Modelo de
Acessibilidade do Governo Eletrônico.
8.4.1 Links
O AVA Moodle não apresenta atalhos de teclados que possibilitem o deficiente visual
navegar pela pagina através do teclado.
Não apresenta links que indiquem início e fim de conteúdo o que dificulta ao usuário
manter o controle do que está lendo com o leitor de tela:
40
Não foi encontrado qualquer link que indicasse ao usuário em que página estava e a
página anterior a ela, deixando o usuário sem localização no conjunto de páginas.
8.4.2 Conteúdo
O AVA Moodle apresenta ocorrências de verborragia que consiste informações
repetidas ou desnecessárias. Apresenta siglas sem descrições que são utilizadas para nomear
turmas de cursos do AVA.
O AVA possui documentos disponibilizados para realização de atividades extra classe,
que não possui um formato acessível para leitura com o leitor de tela e não possui
informações sobre seu tamanho ou sua extensão.
41
As tabelas utilizadas para dispor as atividades não permitem o entendimento das
questões, pois, não possuem relações entre suas células, o que não está de acordo com a
recomendação 3.10 que refere-se a associação de células de dados a seus cabeçalhos.
8.4.3 Formulários
Há um formulário que apresenta um botão que não possui descrição adequada.
8.4.4 Estrutura dos Sites
A estrutura do Ambiente virtual de aprendizagem não apresenta para o deficiente
visual uma estrutura definida para que o usuário compreenda a página.
A tabulação das páginas é bastante comprometida, pois não segue uma ordem lógica e
intuitiva.
O Ambiente Virtual de Aprendizagem não possui qualquer elemento de acessibilidade
para o deficiente visual testar, que é: atalhos de teclado(1 para Conteúdo, 2 para Menu e 3
para Busca) e Página de Acessibilidade contendo os recursos de acessibilidade do site.
42
Figura 9- Ordem de tabulação apresentada
8.5 Avaliação dos resultados dos testes do deficiente visual
Os testes realizados pelo aluno com deficiência visual demostraram as dificuldades
encontradas ao utilizar o Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle utilizado no campus
Guanambi, que apesar de parecer intuitivo e de fácil compreensão para o usuário vidente, para
o deficiente visual se mostrou algo muito difícil de ser utilizado, pois, não oferece opções de
acessibilidade.
8.7 Testes de Acessibilidade DaSilva
Para gerar um relatório sobre a acessibilidade do Ambiente Virtual de Aprendizagem
foi escolhido um avaliador de acessibilidade que se adapta ao contexto brasileiro, o DaSilva.
Este avaliador apresentou um total de 45 erros e 97 avisos de pontos verificados.
Foram encontrados 45 erros estabelecidos pelo verificador de acessibilidade, onde os
criadores de conteúdo Web devem satisfazer inteiramente. Se não o fizerem, um ou mais
grupos de usuários ficarão impossibilitados de acessar as informações contidas no documento.
Foram encontradas 44 ocorrências entre as informações e relações: as estruturas e as
relações transmitidas através de apresentação podem ser determinadas de forma pragramática
ou estão disponíveis no texto e não estão acontecendo dessa forma (Exemplo: topo, menu,
conteúdo e rodapé). Os Scripts, flash e conteudos dinâmicos sejam acessíveis, titulo de tabela
não é definido e sendo assim, não tem descrição do que se trata a tabela e seus elementos não
estão associados. Há uma ocorrência em que o formulário não apresenta relações na entrada
de dados, ou seja, as etiquetas não estão associadas aos seus campos.
43
Outra ocorrência encontrada, foi a ausência do atributo „tabindex‟, ele permite que
matenha uma sequência lógica de leitura para percorrer links, controles de formulários e
objetos e essa sequência é determinada pela ordem que se encontra no código HTML.
É importante ressaltar o quanto é imprescindivel a tabulação pelas páginas, pois, não
tem como navegar de forma lógica e intuitiva.
Foram localizadas ocorrências classificadas como aviso que encontraram pontos de
verificações em que não há etiquetas de textos associadas a campos de formulários. Por
exemplo:
<label for="nome">Nome: </label>
<input type="text" name="nome" id="nome" />
8.8 Inspeção com Firebug
A ferramenta foi utilizada para analisar os códigos HTML, CSS e Javascript do
Ambiente Moodle.
Foram analisados os códigos de cada página que compõe o ambiente, em todas as
páginas foram encontradas práticas desaconselhadas para criação de conteúdos, em que o
código javascript esta disposto juntamente com o código HTML o que torna o código “sujo”
e para usuários de leitor de tela esse tipo de camada de conteúdo pode levar a um
comportamento inesperado.
Figura 10- Código javascript encontrado no HTML
44
Figura 11- Análise do CSS
Foram encontrados elementos que dificultam a utilização do leitor de tela, tais como:
“overflow: hidden”, “text-indent:-10000em”, “display:none”, “visibility:hidden”, “position:
absolute”. Esses efeitos dificultam a acessibilidade podendo desde tornar o elemento oculto, a
mover o conteúdo para “fora da tela”, não sendo mais visível.
Figura 12- Análise do Script
Os códigos javascript do ambiente não apresentaram erros, todos comportaram como o
esperado, atendendo as suas funcionalidades.
8.9 Testes de acessibilidade CheckMyColors
Os testes de contraste foram feitos em 747 elementos e apresentaram os seguintes
resultados:
45
Figura 13- Teste CheckMyColors
Segundo e-MAG (2014) as cores do plano de fundo e do primeiro plano deverão ser
suficientemente contrastantes para que possam ser visualizadas, também, por pessoas com
baixa visão, com cromo deficiências ou que utilizam monitores de vídeo monocromático.
Esse teste gerou uma quantidade grande de resultados sendo necessárias 120 páginas para
descrevê-los. O erros encontrados demonstram que em alguns elementos dispostos no
ambiente não apresenta um contraste mínimo entre as cores de plano de fundo e o primeiro
plano. Onde: a cor de fundo, independente da cor utilizada, ela deve ser preto; a cor de texto
independente da cor utilizada também deve ser branca; os links deve ser sublinhado para
diferenciar dos textos normais (modo “hover” e o modo “active”) e deve ser na cor amarelo;
as linhas e devem ser branco.
9. PROPOSTA DE MELHORIAS
9.1 Propostas de melhorias para ocorrências detectadas no checklist do deficiente visual:
Para um funcionamento eficaz do Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle, deve-
se realizar melhorias de ordem estrutural no tratamento das informações, na estrutura do
ambiente, da seguinte forma:
Deve-se criar o código HTML com uma sequência lógica de leitura para percorrer o
AVA Moodle.(Ver Recomendação 1.4 do documento e-MAG 3.1,p. 21, 2014);
46
Utilizar atalhos para o menu principal, para o conteúdo e para a caixa de pesquisa e
links que indiquem estrategicamente na página, o início e fim do conteúdo e início de
fim do menu.(Ver Recomendação 1.5 do documento e-MAG 3.1 p.22, 2014);
Definir as estruturas: topo, menu, conteúdo e rodapé. Disponibilizar uma leitura e
compreensão das informações contidas do ambiente devendo ser de fácil leitura e
compreensão, não exigindo do usuário o auxílio de outra pessoa. (Ver Recomendação
1.8 do documento e-MAG 3.1 p.27, 2014);
Disponibilizar o bloco do conteúdo principal da página antes do bloco de menu. (Ver
Recomendação 1.4 do documento e-MAG 3.1 p.21, 2014);
Neste cenário NICÁCIO (2010) afirma que se preocupar com a organização e
estrutura da página de Web é uma obrigação do bom projetista. Ele deve pensar em como
organizar o conteúdo na página de maneira que esta faça sentido, mesmo quando o usuário
não possa utilizar CSS.
Fornecer um mecanismo que permita ao usuário localizar-se dentro das páginas,
permitindo que ele saiba onde está no momento. Utilizando o recurso de “migalha de
pão” (breadcrumbs). (Ver Recomendação 3.4 do documento e-MAG 3.1 p.43, 2014);
Dispor de uma explicação para siglas, abreviaturas utilizadas para identificar cursos.
Neste sentido é recomendável a disponibilização de sua explicação ou forma completa
através do uso da tag abbr. (Ver Recomendação 3.12 do documento e-MAG 3.1 p.57,
2014);
Os documentos devem ser disponibilizados preferencialmente em HTML ou também,
pode ser utilizado arquivo para download no formato ODF com cuidados para que
sejam acessíveis. (Ver Recomendação 3.8 do documento e-MAG 3.1 p.51, 2014);
Para as atividades que utilizam tabelas é considerável a importância de que elas
apresentem seus elementos relacionados entre si, diferente disso é totalmente
inacessível, indica-se o uso do elemento TH para os cabeçalhos e do elemento TD para
as células de dados. (Ver Recomendação 3.10 do documento e-MAG 3.1 p.52, 2014);
Deverá ser fornecida uma descrição textual para o botão através do atributo “alt” nos
botões utilizados no ambiente. (Ver Recomendação 3.10 do documento e-MAG 3.1
p.52, 2014);
47
9.2 Propostas de melhorias para ocorrências observadas no checklist do Desenvolvedor:
Para solucionar os problemas com a utilização de scripts em javascript, recomenda-se
separar do código HTML as camadas lógicas de apresentação e comportamento. (Ver
Recomendação 1.1 do e-MAG 3.1 p.16, 2014).
Para os problemas encontrados a respeito da ordenação da leitura da página é indicado
disponibilizar o bloco do conteúdo antes do menu, ou oferecer opções do teclado para
efetuar a navegação através destes atalhos utilizando o atributo „accesskey’. (Ver
Recomendação 1.4 do e-MAG 3.1 p.21, 2014).
Para evitar o redirecionamento de um endereço para o outro deve-se configurar o
servidor para que o redirecionamento seja transparente para o usuário, indicando por
mensagem o redirecionamento. (Ver Recomendação 2.4 do e-MAG 3.1 p.39, 2014).
Os casos em que o titulo da página for disponibilizado em siglas ou de forma confusa
indica-se que estes títulos de página sejam informativos e bem descritos, dando ao
usuário uma informação completa e compreensível do que está sendo acessado. (Ver
Recomendação 3.3 do e-MAG 3.1 p.42, 2014).
Os documentos apresentados no ambiente Moodle devem disponibilizados
preferencialmente em HTML. Se disponibilizado em PDF, deverá ser fornecida uma
alternativa em HTML ou ODF, tomando-se os cuidados para que sejam acessíveis, e
informar o tipo do documento e seu tamanho. (Ver Recomendação 3.8 do e-MAG 3.1
p.51, 2014).
Em tabelas de dados simples, a uso apropriado do elemento „th‟ para os cabeçalhos e
do elemento „td‟ para as células de dados é essencial para torná-las acessíveis. É
recomendável utilizar os elementos thead, tbody e tfoot, para agrupar as linhas de
cabeçalho, do corpo da tabela e do final, respectivamente, com exceção de quando a
tabela possuir apenas o corpo, sem ter seções de cabeçalho e rodapé. (Ver
Recomendação 3.10 do e-MAG 3.1 p.52, 2014).
De acordo com NICÁCIO (2012),
Na verdade as tabelas quer sejam usadas para dados tabulares ou para construção de
layout, se não forem bem estruturadas, os leitores de tela acabam fazendo uma
grande confusão ao ler os dados para os seus usuários, tornando a tabela impossível
de ser entendida.
Deve estar disponível uma explicação que identifique a forma completa ou o
significado das abreviaturas e siglas. Usa-se a tag <abbr> para disponibilizar o
significado das siglas. (Ver Recomendação 3.12 do e-MAG 3.1 p.57, 2014).
48
As áreas de informação devem ser divididas em grupos fáceis de gerenciar. As
divisões mais comuns são “topo”, “conteúdo”, “menu” e “rodapé”. Nas páginas
internas deve-se manter uma mesma divisão para que o usuário se familiarize mais
rapidamente com a estrutura do sítio. (Ver Recomendação 1.8 do e-MAG 3.1p. 27,
2014).
Os botões de formulários devem ser fornecidos uma descrição textual para o botão
através do atributo alt, como BOTÃO ENVIAR.( Ver Recomendação 6.1 do e-MAG
3.1 p.72, 2014).
Os elementos padronizados de acessibilidade digital que se buscam estarem presentes
em todos os ambientes da web devem ser usados para facilitar o acesso ao cidadão.
(Ver Seção 4- Elementos padronizados de acessibilidade digital no Governo Federal
do e-MAG 3.1 p.88, 2014).
Para mais informações, acessar iniciativas como a do Governo Federal:
(http://portalpadrao.plone.org.br/manuais).
10. CONCLUSÃO
A revolução tecnológica tem delineado intelectualmente modernos espaços e tempos e
organizado conceitos culturais e sociais originais que têm condicionando um volume humano
enorme. Com isso, a acessibilidade passa a ser compreendida como sinônimo de aproximação,
uma forma de tornar disponível a cada usuário interfaces que acatem suas necessidades e
preferências.
Atualmente acessibilidade tem como papel auxiliar no desenvolvimento de um
ambiente semelhante para todos os indivíduos, ampliando as possibilidades de proporcionar
uma autonomia na utilização de qualquer tipo de interface incluindo páginas para a Web.
Contribuindo com esses aspectos, focaliza-se também o poder da informática na
educação especial no propósito de abrir caminho para acabar com o isolamento daqueles
alunos que, por obstáculos arquitetônicos e sociais, têm interrompido o seu acesso à
informação de maneira interativa.
No ciberespaço, por exemplo, é possível organizar ambientes de aprendizagem criando
soluções e meios que promovam a interação entre dois ou mais grupos para a
comunicação/desenvolvimento entre usuários, de diversos países e dentro do país, por meio
49
da permuta de informações, diálogos, trocas, listas de discussões sobre temas de interesse
comum, produção de materiais cooperativos, entre outros.
Nesse cenário de uso, incluem-se aspectos relacionados aquilo que é absolutamente
necessário de considerar o potencial da informática para a aprendizagem e o desenvolvimento
das pessoas público alvo da educação especial no sentido de corroborar com o acesso e a
adaptação dessas tecnologias e contemplando, na heterogeneidade, o real sentido da
"educação para (com) todos".
Durante o processo da pesquisa, foram analisados métodos e técnicas para a melhoria
da acessibilidade para as pessoas com deficiência visual no Ambiente virtual de
Aprendizagem Moodle de modo que possam ser agregados ao ambiente sem modificações em
seu uso.
E por fim, propor melhorias a ferramenta de aprendizagem com base nas atividades de
testes desenvolvidas, analisando os resultados obtidos e as respectivas conclusões que
puderam ser inferidas a partir de recomendações dispostas no e-MAG 3.1.
As principais contribuições dessa pesquisa, foram: a identificação de barreiras de
acessibilidade encontradas no acesso de pessoas com deficiência visual ao Ambiente Virtual
de Aprendizagem Moodle; Através da identificação das melhorias, auxiliar os
desenvolvedores de conteúdos web a criação de conteúdos acessíveis para pessoas com
deficiência visual e outras necessidades especiais; A criação de um documento que oferece a
comunidade Moodle propostas para melhorar a ferramenta testada.
Os principais erros identificados foram: disposições da informação no ambiente;
problema de tabulação no ambiente; problema na ordem dos rótulos e dos campos de tabelas;
ausência de teclas de atalho para ir para menu, conteúdo, pesquisa e busca da página; presença
de códigos Java script que possam vir a comprometer a leitura e compreensão da página
através do leitor de tela; a organização no código não permite que o conteúdo seja lido antes
do menu e também não apresenta o código que permitiria usar opção de teclado para ser
remetido ao mesmo e outras partes como menu e pesquisa; a renderização do endereço do
AVA há um redirecionamento sem qualquer aviso ao usuário; páginas em que o titulo não
possui uma boa descrição e há locais em que são descritos em siglas; não possui um caminho
no topo da página, que informe do caminho percorrido no AVA; possui documentos do tipo
PDF, mas não são informados a sua extensão e o seu tamanho; são encontrado siglas sem seus
significados; são encontrados erros de contraste de luminosidade, Diferença de brilho e
Diferença de cor; ausência de uma descrição adequada em botões de formulários ausência de
50
alguns itens como alto contraste, dicas de atalhos e página de acessibilidade não estão
disponíveis no sitio; comprometimento na funcionalidade aumentar e ausência da página de
acessibilidade.
Analisando os resultados através de pesquisa qualitativa, utilizando questionários
distintos aplicados a um deficiente visual e um desenvolvedor de conteúdos web capacitados
pelo e-MAG do Instituto Federal Baiano campus Guanambi, concluímos que o ambiente
Moodle não pode ser considerado acessível.
Durante toda avaliação do Ambiente, foram apontados diversos pontos de melhorias e
até mesmo pontos que devem ser criados.
51
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