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ESTADO DA PARAÍBA POLÍCIA MILITAR CENTRO DE EDUCAÇÃO ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO CABO BRANCO CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS JARDEL BATISTA SILVA ARAÚJO APLICABILIDA E NECESSIDADE DO HELICÓPTERO NAS MISSÕES DO CORPO DE BOMBEIROS DA PARAÍBA JOÃO PESSOA 2012

TCC Aplicabilidade Do Helicoptero No CBMPB

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ESTADO DA PARABA POLCIA MILITAR CENTRO DE EDUCAO ACADEMIA DE POLCIA MILITAR DO CABO BRANCO CURSO DE FORMAO DE OFICIAIS

JARDEL BATISTA SILVA ARAJO

APLICABILIDA E NECESSIDADE DO HELICPTERO NAS MISSES DO CORPO DE BOMBEIROS DA PARABA

JOO PESSOA 2012

JARDEL BATISTA SILVA ARAJO

APLICABILIDA E NECESSIDADE DO HELICPTERO NAS MISSES DO CORPO DE BOMBEIROS DA PARABA

Trabalho apresentado como pr-requisito para a concluso do Curso de Formao de Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar da Paraba.

Orientador: Capito QOCPM lvaro Cavalcanti Filho

JOO PESSOA 2012

Esse trabalho dedicado a minha esposa, Maria, que compreende e me incentiva constantemente durante meus estudos que exigir tanta abnegao. A meus pais, Joana e Paulo, que me proporcionaram a oportunidade de ter uma educao sem precisar trabalhar, mesmo diante de tantos sacrifcios.

AGRADECIMENTOS

Agradeo a Deus pelo dom da vida e por todas as portas que tem aberto.

Agradeo aos meus pais, Joana e Paulo, pelo amor, carinho e pelo incentivo por uma educao digna, mostrando como ser uma pessoa de carter.

Agradeo a minha esposa, Maria, que pacientemente est ao meu lado para me apoiar nas minhas decises e alimentando minha motivao para a realizao de meu grande sonho.

Agradeo aos meus irmos, Jarbson, Jarbas e Sabrina pelas alegrias e companheirismo durante a caminhada da vida.

Agradeo aos meus avs, Jos e Cleonice, tia Valdenice e demais familiares que sempre estiveram ao meu lado dividindo as alegrias e tristezas.

Agradeo ao Capito lvaro por aceitar o convite para me orientar, e dessa forma, me nortear na realizao de meu estudo.

Agradeo ao Tenente Coronel Eduprcio, ao Tenente Romualdo e aos Companheiros do Batalho de Operaes Areas de Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, que me ajudaram e me apoiaram atravs das informaes para a concluso desse trabalho.

Muito Obrigado.

Uma vez que voc tenha experimentado voar, voc andar pela terra com seus olhos voltados para cu, pois l voc esteve e para l voc desejar voltar. (Leonardo da Vinci)

RESUMO Este trabalho tem como objetivo realizar um estudo que demonstre uma forma de melhorar a efetividade do servio operacional que o Corpo de Bombeiros Militar da Paraba presta a sociedade paraibana, utilizando o helicptero como uma ferramenta facilitadora de um processo, no qual o sucesso inversamente proporcional ao tempo resposta e ao tempo de transporte nas ocorrncias que a Corporao realiza. Para a realizao deste trabalho os estudos sero baseados em pesquisas bibliogrficas, em monografias, manuais, legislaes, pesquisa na WEB e informaes disponibilizadas por unidades areas do setor de Segurana Pblica. Os resultados obtidos com este trabalho iro fomentar a divulgao da aplicabilidade dessa ferramenta, atravs do aprimoramento da Corporao com a aquisio desse equipamento, e comprovar a sua necessidade atravs do custo benefcio que ser proporcionado a sociedade paraibana e ao Estado, justificando que o uso do helicptero fundamental para salvar vidas, diminuir sequelas e resguardar ou minimizar prejuzos patrimoniais. PALAVRAS-CHAVE: Helicptero, tempo de resposta e transporte, salvar vidas.

ABSTRACT This paper aims to conduct a study that demonstrates a way to improve the effectiveness of operational service that the Fire Brigade of Paraiba Paraiba render to paraibas society, using a helicopter as a tool that facilitate the process, which the success is inversely proportional the response time and to the transport time occurrences in which the Corporation conducts. To realize this work, the studies will be based on literature searches, in monographs, handbooks, legislation, research WEB and information available by air units of the Public Safety sector. The results of this study will encourage the dissemination of the applicability of this tool, through the enhancement of the Corporation with the purchase of this equipment, and demonstrate his need through the cost benefit that will be provided to the State and society paraibana, justifying the use of the helicopter is critical to saving lives, and diminishing sequels, protect or minimize property damage. KEYWORDS: Helicopter, response time and transport, save lives.

LISTA DE ILUSTRAES

Figura 1 - Mapa da Paraba....................................................................................... 16 Figura 2 - As mesorregies da Paraba ..................................................................... 17 Figura 3 - Zona da Mata Paraibana ........................................................................... 17 Figura 4 - Agreste...................................................................................................... 18 Figura 5 - Borborema ................................................................................................ 19 Figura 6 - Serto ....................................................................................................... 20 Figura 7 - Litoral Paraibano ....................................................................................... 22 Figura 8 - Salvamento Terrestre................................................................................ 28 Figura 9 - Combate a Incndio Florestal ................................................................... 28 Figura 10 - Salvamento Aqutico .............................................................................. 29 Figura 11 - Resgate................................................................................................... 29 Figura 12 - Salvamento em Altura ............................................................................. 30 Figura 13 - Busca em Cobertura Vegetal de Risco ................................................... 30 Figura 14 - Aes de Defesa Civil ............................................................................. 31 Figura 15 - La Hlice de Da Vince............................................................................. 33 Figura 16 - Cierva C. 19 ............................................................................................ 34 Figura 17 - Bell 47 ..................................................................................................... 35 Figura 18 - Pu ........................................................................................................ 39 Figura 19 - Sling ........................................................................................................ 40 Figura 20 - Cesto de Salvamento .............................................................................. 41 Figura 21 - Bambi Backet .......................................................................................... 42 Figura 22 - Bell 206 Jet Ranger III GRAer/PR ........................................................... 43 Figura 23 - Bell 206 Long Ranger IV IBAMA ............................................................. 44 Figura 24 - Bell 407 DOA/NE .................................................................................... 45 Figura 25 - AS 350 B BOA CBMSC .......................................................................... 46 Figura 26 - AS 350 B2 BOA CBMMG ........................................................................ 47 Figura 27 - AS 350 B3 CIOPAer/MT ......................................................................... 48 Figura 28 - EC 130 B4 GRAer/PR ............................................................................. 49 Figura 29 - KOALA 119 COASA/GO ......................................................................... 50 Figura 30 - EC 135 CBMDF ...................................................................................... 51 Figura 31 - EC 145 GTA/MA ..................................................................................... 52 Figura 32 - Transporte Aeromdico BOA CBMSC .................................................... 53

Figura 33 - Busca e Salvamento COASA CBMGO ................................................... 54 Figura 34 - GRAer/PR transportando alimentos em Santa Catarina ......................... 55 Figura 35 - Misso de Misericrdia realizado pelo COASA CBMGO ........................ 56 Figura 36 - Combate a Incndio Florestal utilizando o Bambi Backet ....................... 57 Figura 37 - Salvamento Aqutico utilizando o Pu .................................................. 58 Figura 38 - Organograma do BOA/MG ...................................................................... 64 Figura 39 - Organograma do BOA/SC ...................................................................... 64 Figura 40 - Organograma do CIOPAer/RN................................................................ 65

LISTA DE GRFICOS

Grfico 1 - Efetivo da unidade por posto e graduao .............................................. 61 Grfico 2 - Efetivo distribudo por funo que desempenha ...................................... 62 Grfico 3 - Efetivo distribudo por tempo de servio na Corporao ......................... 62 Grfico 4 - Efetivo distribudo por tempo de servio na Unidade............................... 63

SUMRIO

1 INTRODUO ....................................................................................................... 12 1.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 15 1.1.1 Objetivos Especficos .................................................................................... 15 2 REVISO DE LITERATURA ................................................................................. 16 2.1 DADOS RELEVANTES DO ESTADO DA PARABA ............................................ 16 2.1.1 rea territorial ................................................................................................. 16 2.1.1.1 Mesorregio Zona da Mata Paraibana .......................................................... 17 2.1.1.2 Mesorregio do Agreste Paraibano ............................................................... 18 2.1.1.3 Mesorregio da Borborema ........................................................................... 18 2.1.1.4 Mesorregio do Serto Paraibano ................................................................. 19 2.1.2 Populao ....................................................................................................... 20 2.1.3 Litoral paraibano ............................................................................................ 21 2.1.4 reas de Proteo Ambiental ........................................................................ 22 2.2 CORPO DE BOMBEIROS MILITAR.................................................................... 23 2.2.1 Breve histrico ............................................................................................... 23 2.2.1.1 Bombeiros no Mundo .................................................................................... 23 2.2.1.2 Bombeiros no Brasil ...................................................................................... 24 2.2.1.3 Corpo de Bombeiros Militar da Paraba......................................................... 24 2.2.2 Contexto legal ................................................................................................. 26 2.2.3 Conceitos sobre misses do Corpo de Bombeiros .................................... 27 2.3 HISTRICO DA UTILIZAO DO HELICOPTERO............................................. 32 2.3.1 O Helicptero no mundo................................................................................ 32 2.3.2 O Helicptero no Brasil.................................................................................. 34 2.4 CARACTERISTICAS DOS HELICPTEROS E EQUIPAMENTOS ..................... 35 2.4.1 Conceitos gerais ............................................................................................ 35 2.4.2 Principais comandos de voos do helicptero ............................................. 37 2.4.2.1 Cclico............................................................................................................ 37 2.4.2.2 Coletivo ......................................................................................................... 38 2.4.2.3 Pedais ........................................................................................................... 38 2.4.3 Principais equipamentos utilizados nos helicpteros ................................ 38 2.4.3.1 Pu .............................................................................................................. 39 2.4.3.2 Sling .............................................................................................................. 39

2.4.3.3 Cesto de Salvamento .................................................................................... 40 2.4.3.4 Bambi Backet ................................................................................................ 41 2.5 PRINCIPAIS HELICPTEROS OPERADOS NA SEGURANA PBLICA DO BRASIL ..................................................................................................................... 42 2.5.1 Monoturbina .................................................................................................... 42 2.5.1.1 Bell 206 Jet Ranger III ................................................................................... 43 2.5.1.2 Bell 206 Long Ranger IV ............................................................................... 43 2.5.1.3 Bell 407 ......................................................................................................... 44 2.5.1.4 AS 350 B ....................................................................................................... 45 2.5.1.5 AS 350 B2 ..................................................................................................... 46 2.5.1.6 AS 350 B3 ..................................................................................................... 47 2.5.1.7 EC 130 B4 ..................................................................................................... 48 2.5.1.8 KOALA 119 ................................................................................................... 49 2.5.2 Biturbina.......................................................................................................... 50 2.5.2.1 EC 135 .......................................................................................................... 50 2.5.2.2 EC 145 .......................................................................................................... 51 2.6 EMPREGO DO HELICPTERO NAS MISSES DOS BOMBEIROS.................. 52 2.6.1 Atendimento Pr-Hospitalar .......................................................................... 52 2.6.2 Busca e Salvamento....................................................................................... 54 2.6.3 Defesa Civil e Aes Humanitrias ............................................................... 54 2.6.4 Misses de Misericrdia ................................................................................ 55 2.6.5 Combate a Incndio ....................................................................................... 56 2.6.6 Salvamento Aqutico ..................................................................................... 58 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 59 4 ANALISE E DISCUSSO DE DADOS .................................................................. 61 4.1 PESQUISA DE CAMPO....................................................................................... 61 CONCLUSO ........................................................................................................... 69 RECOMENDAES ................................................................................................. 71 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ......................................................................... 72 APNDICE ................................................................................................................ 76 ANEXO I.................................................................................................................... 78 ANEXO II................................................................................................................... 79

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1 INTRODUO

Devido ao aumento populacional e rea territorial que estado da Paraba possui, alm de possuir inmeras riquezas patrimoniais, em especial os parques de preservao e conservao ambiental, tornou-se necessrio a utilizao de uma ferramenta que facilite o deslocamento, no menor espao de tempo possvel, para o atendimento s ocorrncias que so de responsabilidade do Corpo de Bombeiros Militar da Paraba (CBMPB). Alm disso, a Paraba possui grandes distncias entre varias cidades e os hospitais de referncia, equipados com pessoa e material capaz de receberem vtimas em caso grave. Devido a essa rea de abrangncia, existem diversas misses, como por exemplo, resgate de vtimas de acidentes

automobilsticos, enchentes e incndios florestais que ocorrem em reas de difcil acesso, sendo necessria uma ferramenta que possa transportar, no menor tempo possvel, tanto os materiais e o pessoal at o local do evento, quanto as vtimas at os hospitais de referencia. Diante do exposto, verificamos que o CBMPB possui a necessidade de ter uma ferramenta que melhore a eficincia e a eficcia nas prestaes dos seus servios a sociedade paraibana, pois isso facilitaria o deslocamento para as ocorrncias, o atendimento em reas de difcil acesso e o deslocamento do local da ocorrncia ate os hospitais de referencia no caso de atendimento s pessoas em estado grave. O helicptero , incontestavelmente, a ferramenta facilitadora nesses casos. O helicptero ser uma ferramenta essencial para a prestao dos servios, que o CBMPB realiza a sociedade paraibana, devido a sua versatilidade nas mais diversas misses e a comprovao atravs do histrico de sua utilizao nas Corporaes de outros estados brasileiros. O aprimoramento da capacidade de resposta aos anseios da populao, nos casos de defesa civil, seria alcanado se segurana pblica da Paraba utilizasse tal ferramenta, alm de estar ligada a qualidade dos mesmos. Apesar de convivermos com o avano tecnolgico e a modernizao em todos os campos da sociedade, a segurana pblica da Paraba, juntamente com a de Roraima, so as nicas da federao que no dispe dessa ferramenta. No

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Nordeste, estados como Sergipe e Alagoas j utilizam essa ferramenta, apesar de possurem extenses territoriais e populaes menores que a Paraba. No pronto atendimento s ocorrncias de resgate, busca e salvamento; combate a incndio urbano e florestal, transporte mdico e operaes de Defesa civil o helicptero ser utilizado tanto para transportar as vtimas da cena da ocorrncia at o hospital que ir atend-las, como para transportar o material e pessoal especializado at o local da ocorrncia. Alm da necessidade do resgate de vtimas em locais de difcil acesso, como por exemplo, uma embarcao que naufragasse em alto mar e a tripulao ficasse a deriva precisando de um resgate que tivesse a possibilidade de realizar a busca em tal local, como tambm para transport-las at um hospital; ou um incndio urbano em um prdio de 30 (trinta) andares, no qual o fogo atingisse os andares intermedirios e algumas vtimas ficassem isoladas nos andares superiores e sem condies de serem resgatados, dessa forma, a nica soluo seria um resgate com um helicptero, que resgatariam as vtimas pela cobertura do edifcio. A justificativa para realizao desse trabalho est no fato que o emprego do helicptero, devido a sua versatilidade, ir contribuir para uma melhor eficincia e eficcia nas prestaes dos servios que o CBMPB oferece a sociedade paraibana. As mais diversas misses relacionadas diretamente com a atividade fim da Corporao sero beneficiadas com o uso dessa aeronave. O CBMPB utilizar o helicptero nas misses de pronto atendimento emergenciais; como as aes de busca e salvamento, combate a incndio urbano e florestal, emergncias mdicas, misses de Defesa Civil e transporte de pessoal. Portanto, este trabalho buscar mostrar a importncia e as maneiras de utilizao do helicptero pelo CBMPB. A inteno de demonstrar que o investimento financeiro que o Estado realizar ser aqum, se comparado aos prejuzos causados pelas mortes, despesas com tratamentos em Unidades de Terapia Intensiva, indenizaes, alm de prejuzos materiais. A relevncia desse estudo se confirmar devido ao fato de estarmos s portas de eventos esportivos, Copa do Mundo de 2014 e Olimpadas de 2016, que iro atrair divisas para Paraba, sobretudo na rea do turismo. Levando-se em conta que um dos motivos que os turistas analisam durante a escolha do local aonde iro se hospedar a qualidade dos servios que o Estado oferece em tais locais, em especial o deslocamento, no caso de necessidade de atendimento mdico, do local

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do sinistro at um hospital de referncia. O custo da aquisio e manuteno da aeronave compatvel com as condies financeiras da Paraba, levando em considerao as parcerias que poderiam ser firmadas com a Secretaria Nacional de Segurana Pblica SENASP, e com o Ministrio da Sade atravs do Servio de Atendimento Mvel de Urgncia - SAMU. A principal questo a ser respondida neste estudo : Por que motivo necessrio e quais as formas que o helicptero poder ser utilizado para o alcance da efetividade dos servios que o CBMPB presta a sociedade paraibana. Outras questes foram formuladas com o intuito de direcionar esse trabalho. As respostas abaixo decorreram da reviso de literatura: 1) Qual a rea territorial da Paraba e suas caractersticas? 2) Qual a populao da Paraba e suas caractersticas? 3) Qual a extenso e as caractersticas do litoral paraibano? 4) Quais so as reas de proteo ambiental na Paraba? 5) Qual o histrico do CBMPB? 6) Qual o contexto legal das atribuies do CBMPB? 7) Quais so os termos que auxiliaro no estudo? 8) Quais os principais conceitos das misses que tem ligaes com a utilizao do helicptero? 9) Qual o histrico da utilizao do helicptero no mundo e no Brasil? 10) Quais so os conceitos gerais sobre o helicptero? 11) Quais os principais comandos de voos do helicptero? 12) Quais os principais equipamentos utilizados no helicptero? 13) Quais os principais helicpteros operados na Segurana Pblica no Brasil? 14) Quais as misses que o helicptero pedra ser empregado? As questes abaixo foram respondidas atravs de pesquisas de campo realizadas no CIOPAer-RN (Centro Integrado de Operaes Areas Grupamento areo Potiguares, GAP); BOA-SC (Batalho de Operaes Areas do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina); e BOA-MG (Batalho de Operaes Areas do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais): 15) Qual o perfil do pessoal que trabalha na sua Unidade Area? 16) Por que se originou o servio areo no seu estado? 17) Como se organiza o servio administrativo e operacional da sua Unidade?

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18) Como se dar o relacionamento com outras Unidades Areas do Pas? 19) Quais as necessidades e perspectivas de futuro para sua Unidade? 20) Quais so os critrios para a utilizao da aeronave? 21) Qual a importncia do servio areo para as misses do Bombeiro?

1.1 OBJETIVO GERAL

Melhorar a eficincia e eficcia do servio operacional que o CBMPB presta a sociedade paraibana, utilizando o helicptero como uma ferramenta facilitadora desse processo.

1.1.1 Objetivos Especficos

Para a construo do objetivo geral, foi necessrio realizar os seguintes objetivos especficos: Definir como se realiza o resgate de vtimas em carter emergencial da cena do evento ao hospital de referncia, por meio de mtodos e equipamentos de Suporte Bsico e Avanado de Vida. Definir como se realiza os transportes de pacientes entre hospitais, no menor espao de tempo, com a utilizao do Suporte Bsico e Avanado de Vida. Estabelecer a forma de combate a incndios urbanos e florestais em locais de difcil acesso, com a utilizao do Bambi-Bucket e transporte de pessoal, utilizando a aeronave. Descrever e demonstrar a importncia da utilizao do helicptero na busca e salvamento de vtimas em reas de cobertura vegetal de risco? Informar como se daria a atuao em ocorrncias que exijam a mobilizao da Defesa Civil, como em enchentes que cubram reas habitadas. Demonstrar que os custos para manter tal servio so menores que o prejuzo que o Estado com as percas humanas e recuperao patrimonial.

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2 REVISO DE LITERATURA

2.1 DADOS RELEVANTES DO ESTADO DA PARABA

2.1.1 rea territorial

O estado da Paraba ocupa uma rea territorial de 56.439,838 km, ou seja, 0,66% do territrio brasileiro. Com relao a esse aspecto o 20 estado brasileiro e o 6 no nordeste. A Paraba tem 98% do seu territrio inserido no polgono da seca. Faz limite ao Norte com o estado do Rio Grande do Norte, ao Sul com Pernambuco, ao Leste com o Oceano Atlntico e a oeste com o Cear. A Paraba possua 171 municpios at o ano de 1994. Devido criao de mais 52 municpios em 1994/1995, a Paraba hoje conta com um total de 223; com suas cidades-sede, alm de vrios distritos, vilas, e inmeros povoados. O IBGE dividiu a Paraba em 4 mesorregies: Mata Paraibana, Agreste Paraibano, Borborema e Serto. Esta diviso foi baseada em suas relaes econmicas, sociais e polticas.Figura 1 - Mapa da Paraba

Fonte: http://brasil-turismo.com/mapas/paraiba

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Figura 2 - As mesorregies da Paraba

Fonte: http://historiadaparaiba.blogspot.com

2.1.1.1 Mesorregio Zona da Mata Paraibana

Localizada na parte leste do Estado, e tem como principais formas de relevo as plancies litorneas e os tabuleiros. Possui um regime de chuvas abundantes, especialmente nos meses de maro a julho, quando o inverno regular. As terras so frteis e prprias para o cultivo da cana-de-acar. Segundo o professor Josias (2010):Zona da Mata Paraibana Faixa de clima mido que acompanha o litoral. A mata que existia foi substituda pela cana-de-acar. a parte mais povoada e mais urbanizada do estado.

Figura 3 - Zona da Mata Paraibana

Fonte: http://historiadaparaiba.blogspot.com

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2.1.1.2 Mesorregio do Agreste Paraibano

Localizada na parte intermediria do Estado, a mesorregio do Agreste que sucede ao litoral, na direo oeste, corresponde inicialmente a uma depresso, com 130m de altitude, formada por rochas cristalinas, e que logo d lugar s escarpas abruptas da Borborema, cujas altitudes ultrapassam os 600m. ( Id., 2010):Agreste Paraibano Regio de transio entre a zona da mata e a tradicional regio do serto. O clima e semi-rido, embora chova mais do que na Borborema e no serto. Economia: cana-de-acar, algodo, sisal, pecuria.

Figura 4 - Agreste

Fonte: http://historiadaparaiba.blogspot.com

2.1.1.3 Mesorregio da Borborema rea de domnio do Planalto da Borborema, que se constitui num conjunto de terras elevadas, estendendo-se desde o norte do Estado de Alagoas at o sul do Estado do Rio Grande do Norte, na direo SW-NE. Apresenta algumas serras, cujas altitudes variam de 500 a 600m. Entre elas, destaca-se a Serra do Teixeira, onde fica o Pico do Jabre, no Municpio de Maturia, considerado o ponto mais elevado da Paraba, com mais de 1000m de altitude. A parte leste da Borborema recebe chuvas vindas do litoral, o que vai influenciar no seu clima e vegetao so os brejos midos. O restante da Borborema est sob o domnio do clima quente e seco. (Id., 2010):

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Borborema - Localiza-se no planalto da Borborema, entre o serto e o agreste a regio onde as chuvas so mais escassas. Economia: Extrao mineral, sisal, algodo, pecuria de caprinos. principalmente na Borborema que ocorre o fenmeno das secas.

O planalto um importante divisor de guas porque os rios que ali nascem correm em direo leste e desguam no oceano Atlntico, enquanto os, enquanto os rios da poro oeste, no conseguindo ultrapassar a Borborema correm em direo ao Estado do Rio Grande do Norte e de l que alcanam o Oceano. Na Borborema, vo dominar pastagens plantadas (palma forrageira e capim) que permitiro e facilitaro a prtica de uma pecuria extensiva, principalmente a de mdio porte, e, em reas de exceo, pontuais, ocorre a presena de outras culturas. Por exemplo, o tomate nas proximidades de Boqueiro.

Figura 5 - Borborema

Fonte: http://historiadaparaiba.blogspot.com

2.1.1.4 Mesorregio do Serto Paraibano

O Serto compreende uma extensa rea formada de terras baixas em relao s elevaes da Borborema e das serras situadas nas fronteiras com os Estados vizinhos, pois suas maiores altitudes chegam a 300m, o clima quente e semimido. As chuvas so muito escassas, a vegetao pobre, no sendo o solo prprio para a agricultura, porm mais favorvel pecuria. A maioria das culturas agrcolas precisa ser irrigada. No Serto, a presena das pastagens permanece e constitui um forte indicativo da atividade pecuarista. Registrando-se ainda algodo, cana-de-

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acar, arroz, feijo, milho, cultivados em parte para subsistncia em reas onde solo e clima so favorveis ocorrendo ou no irrigao. (Id., 2010):Serto a regio da vegetao da caatinga, de clima menos seco que a Borborema, dos rios temporrios, da pecuria extensiva de corte e do cultivo do algodo, principal produto cultivado na regio.

Figura 6 - Serto

Fonte: http://historiadaparaiba.blogspot.com

2.1.2 Populao

Paraba uma das unidades da Federao brasileira e encontra-se na regio Nordeste. Sua extenso territorial ocupa uma rea de 56.439,838 km e possui como capital a cidade de Joo Pessoa. Conforme contagem populacional realizada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), o estado abriga uma populao de 3.766.528 habitantes. O IDH (ndice de Desenvolvimento Humano) correspondente a essa populao de 0,718 (mdio), logo, os indicadores sociais apresentam: uma expectativa de vida de 68,3 anos, taxa de mortalidade infantil de 35,2 mortes para cada mil nascimentos e taxa de analfabetismo de 25%. A maioria da populao se aglomera em duas cidades: Joo Pessoa e Campina Grande. As populaes dessas cidades, juntas, correspondem a 40% da populao do estado. Joo Pessoa, capital da Paraba, a cidade mais populosa do estado 723.515 habitantes. Outras cidades paraibanas que apresentam grande concentrao populacional so: Campina Grande (385.213), Santa Rita (120.310),

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Patos (100.674), Bayeux (99.716), Sousa (65.803), Cajazeiras (58.446), Guarabira (55.326) e Cabedelo (57.944). A Paraba ocupa o 5 lugar entre os Estados nordestinos mais populosos. Esto sua frente: Bahia, Pernambuco, Cear e Maranho. Analisando-se a participao da populao estadual na populao brasileira, verifica-se que bastante reduzida com tendncia ao declnio, passando de 2,31% em 1980, para 2,03% em 2000, o que se explica pela intensa emigrao e queda nas taxas de crescimento anual da populao. Mais da metade da populao paraibana vivem na Zona da Mata Paraibana e Agreste Paraibano com um percentual de 67,7% do total, seguindo-se o Serto Paraibano com 24% e a Borborema com apenas 8,1%.

2.1.3 Litoral paraibano

A Paraba possui um litoral que se estende por cerca de 133 quilmetros e 56 praias. Sua extenso vai da desembocadura do rio Goiana - ao sul, onde se limita com o estado de Pernambuco - at o esturio do rio Guaju - ao norte, na divisa com o Rio Grande do Norte. Segundo o professor Josias (2010):

O litoral paraibano divide-se em Litoral Norte e Litoral Sul. O limite entre esses dois seguimentos representado pelo esturio do rio Paraba. Os municpios que compem o Litoral Norte so: Lucena, Rio Tinto, marcao, Mamanguape, Baia da Traio e Mataraca. O Litoral Sul abrange os territrios municipais de Joo Pessoa, Cabedelo, Bayeux, Santa Rita, Conde, Alhandra e Pitimbu.

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Figura 7 - Litoral Paraibano

Fonte: http://carlosroberto.kit.net/litoral

O relevo representado por trs unidades morfolgicas espacialmente desiguais: os baixos planaltos sedimentares ou tabuleiros, com falsias na fachada ocenica; a baixada litornea, com suas dunas, restingas, lagoas e as plancies aluviais, flvio-marinhas e estuarinas dos rios que desguam no Atlntico. As belezas naturais do litoral paraibano um dos principais atrativo de turistas para o estado.

2.1.4 reas de Proteo Ambiental

A preservao da vegetao um dever de todos, principalmente do poder pblico. Dessa forma, as reas de preservao merecem destaque nesse contexto. As reas protegidas por iniciativa do IBAMA, SUDEMA e grupos ambientalistas na Paraba so as seguintes:

rea de Proteo Ambiental - (APA 14.640 hectares) da Barra do Rio Mamanguape nos municpios de Rio Tinto e Lucena. Jardim Botnico - Joo Pessoa (500 hectares) - considerado a maior rea verde em ambiente urbano dos pais. Monumento Natural Vale dos Dinossauros - (40 hectares) nos Municpios de Souza.

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O Porqu Estadual Pico do Jabre - (400 hectares) nos Municpios de Matureia de Me Dgua. Parque Estadual Mapa do Pau - Ferro - (600 hectares) no municpio de Areia. Parque Estadual Pedra da Boca - (157 hectares) no municpio de Araruna. Reserva Biolgica Guariba - (4.321 hectares) nos municpios de Mamanguape e Rio Tinto. Reserva Florestal Mata do Amm - (103.370 hectares) no municpio de Cabedelo, ltima reserva de Mata Alta de Restinga.

2.2 CORPO DE BOMBEIROS MILITAR

O Corpo de Bombeiros Militar instituio permanente, fora auxiliar e reserva do Exrcito Brasileiro, organizado com base na hierarquia e na disciplina, sendo a ele reservada a execuo das atividades de defesa civil e das misses especficas de bombeiros militares, alm de, quando necessrio, efetivao de aes de defesa ambiental. Na maioria dos estados da federao, inclusive o Distrito Federal, so instituies autnomas, porm em alguns estados como os de So Paulo, Paran e Rio Grande do Sul, ainda esto subordinados a Polcia Militar.

2.2.1 Breve histrico

2.2.1.1 Bombeiros no Mundo

Em Roma o Imperador Augusto criou, em 27 A.C., um grupo de vigiles. Esse grupo tinha a finalidade de patrulhar a cidade para policiar e impedir incndios. Aps o grande incndio de Londres, em 1666, que destruiu grande parte da cidade e deixar milhares de pessoas desabrigadas, que as companhias de seguros formaram bragadas particulares com a finalidade de proteger o patrimnio de seus clientes. Um incndio devastador, que ocorreu em 1679 na cidade de Boston, que destruiu 155 edifcios e alguns barcos foi o motivo da criao do primeiro

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Departamento Profissional Municipal Contra Incndios nos Estados Unidos. A bomba contra incndios foi importada da Inglaterra. Essa bomba de combate a incndio foi inventada pelo Matemtico e Engenheiro Ctesibio, que viveu em Alexandria entre 285-222 A.C.

2.2.1.2 Bombeiros no Brasil

Antes do sculo de XIX, os incndios eram combatidos atravs de longas filas que se formavam junto aos chafarizes mais prximos aos sinistros, onde a populao e os aguadeiros transportavam baldes de mos em mos. Alm de combaterem os incndios, eles tambm salvavam as vtimas dessas ocorrncias utilizando equipamentos improvisados. Em 02 de julho de 1856 o Imperador Dom Pedro II, atravs do decreto imperial n 1.775, instituiu o Corpo de Bombeiros. A primeira bomba de combate a incndio, que funcionava a vapor, foi importada pelo Corpo de Bombeiros, no ano de 1865. Por fora do decreto n 8.837 de 17 de dezembro de 1881, o Corpo de Bombeiros passou a ter uma organizao militar. . 2.2.1.3 Corpo de Bombeiros Militar da Paraba

Por causa dos diversos problemas de ordem estrutural com relao a incndios que viam ocorrendo em Joo Pessoa no ano 1916, no qual culminou com muitos incndios, entre eles, o da Camisaria Universal, Casa Vergara e o da Delegacia Fiscal. O Dr. Francisco Camilo de Holanda, atravs do Decreto Estadual n 844 de 9 de junho de 1917, atravs do decreto estadual n 844, foi criado o Corpo de Bombeiros Militar da Paraba, que era um rgo de execuo da Policia Militar da desse estado, com o efetivo de 30 homens. A primeira sede era o quartel de Gravat, na Rua Marciel Pinheiro, no centro, e o seu primeiro comandante foi o Tenente Jos Lopes de Macedo. Depois foi transferida para a Rua Diogo Velho, passou a ter como comandante o Tenente Alexandre Loureiro da conceio, que era Sargento do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal. Com a recente criao do Bombeiro, havia diversos problemas,

principalmente com relao falta materiais e equipamentos, o qual dificultava os

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treinamentos da tropa. Esse quadro melhorou com a vinda do Sargento Alexandre Loureiro Junior, que era militar do Bombeiro do Distrito Federal, que era no Rio de Janeiro. O Sargento Alexandre veio ministrar instruo sobre bomba a vapor, que o governado acabara de adquiri, alm de ministrar instruo sobre salvamento criando o ABS (Auto Busca e Salvamento), que em 1998, devido a sua transferncia para o Bairro de Mangabeira, recebeu a denominao de Grupamento de Busca e Salvamento (GBS). Logo aps chegar na Paraba, o Sargento Alexandre foi promovido ao posto de 2 Tenente e passou a comandar o Corpo de Bombeiros. Em 10 de novembro de 1947 foi criado a 2 Seo de Combate a Incndio (2 SCI), sediada em Campina Grande, devido necessidade de interiorizao dos servios de combate a incndio. No ano de 1974, atravs da presso realizada pela opinio pblica, o governo do estado comprou uma AEH (auto escada hidrulica), com capacidade para 30 metros, j prevendo a verticalizao de Joo Pessoa. Em 2 de junho de 1976, a sede do CBMPB passou a ocupar novas instalaes, localizadas as margens da BR101, no bairro de Mars, onde permanece at os dias atuais. Em 1980 foi firmado um contrato com a Empresa de Infra-estrutura Aeroporturia (INFRAERO) e a Policia Militar, no qual foi criada a 2 Sub Seo de Combate a Incndios (2 SSCI), sendo sua sede localizada no Aeroporto Internacional Castro Pinto. A 2 SSCI ficava subordinada a 1 Seo de Combate a Incndio (1 SCI), que funcionava no Comando do Corpo de Bombeiros (CCB). A finalidade da 2 SSCI era segurana aos voos dirios que ali decolava e pousavam, prestando servios de combate a incndio e atendimento as possveis vtimas de acidentes nas reas do referido aeroporto, ficando sua atuao delimitada por um raio de 8 km do interior do aerdromo. No ano de 1991, as cidades de Guarabira (3 SCI), Patos (4 SCI) e Cabedelo (5 SCI) foram contemplados com trs novas Sees de Combate a Incndios. Esse fato foi de fundamental importncia para interiorizao dos servios que o Corpo de bombeiros disponibiliza a sociedade paraibana, pois apenas Joo Pessoa e Campina Grande poderiam contar com esses servios. No ano de 2000 foi criado o Grupamento de Atendimento Pr-hospitalar, ficando sua sede nas instalaes do Hospital de Emergncia e Trauma de Joo Pessoa. J no ano de 2008, as cidades de Cajazeiras, com o 5 BBM (Batalho de

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Bombeiros Militar), e Sousa, 1 CRBM do 5 BBM (Companhia Regional de Bombeiros Militar) receberam uma unidade do Corpo de Bombeiros. O ano de 2007 foi o divisor de guas para a histria do Bombeiro na Paraba, pois nesse aconteceu sua emancipao administrativa e operacional em relao a Policia Militar. No contexto histrico vale ressaltar as mudanas nas nomenclaturas das unidades dessa corporao. O Comando do Corpo de Bombeiros (CCB) passou a se chamar Quartel do comando Geral do Bombeiro Militar (QCGBM); as Sees de combate a incndio (SCI) passaram a se chamar de Batalhes de Bombeiros Militar (BBM); as Sub Sees de Combate a Incndio (SSCI) passaram a se chamar de Companhias Regionais de Bombeiros Militar (CRBM); o Grupamento de Busca e Salvamento (BBS) passou a se chamar de Batalho de Busca e Salvamento (BBS); e o Grupamento de Atendimento Pr-hospital (GRAPH) passou a ser a Companhia Regional de Atendimento Pr-hospitalar (CRAPH). O nico detalhe com relao as essas mudanas de nomenclaturas foi a do 1 peloto da 5 SCI de Cabedelo, que passou a ser denominado de 1 CRBM do 1 BBM.

2.2.2 Contexto legal

Segundo a Constituio Federal de 1988, em seu artigo 144, o Corpo de Bombeiro faz parte da segurana pblica, nos seguintes termos:A segurana pblica, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, exercida para a preservao da ordem pblica e da incolumidade das pessoas e do patrimnio, atravs dos seguintes rgos: V - polcias militares e corpos de bombeiros militares. 5 - s polcias militares cabem a polcia ostensiva e a preservao da ordem pblica; aos corpos de bombeiros militares, alm das atribuies definidas em lei, incumbe a execuo de atividades de defesa civil. (grifo nosso).

Segundo a Lei 8443/07 da Paraba, Lei de Organizao Bsica do CBMPB, So atribuies institucionais do Corpo de Bombeiros Militar:I prevenir e combater incndios urbanos, rurais e florestais, assim como realizar busca, resgate e salvamento; II executar as atividades de defesa civil e de mobilizao previstas na Constituio Federal;

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III realizar percias tcnicas, percia de incndio e exploso em local de sinistro; IV prover socorro de urgncia e atendimento pr-hospitalar; V estudar, analisar, planejar, exigir e fiscalizar todos os servios de segurana contra incndio e pnico; VI notificar, isolar, embargar e interditar, obedecida sua competncia, as obras, servios, habitaes e locais de diverso pblicos e privados que no ofeream condies de segurana e de funcionamento; VII desempenhar atividades educativas de preveno e de combate a incndio, pnico coletivo e de proteo ao meio ambiente; VIII elaborar Normas Tcnicas relativas segurana de pessoas e bens contra incndio e pnico; IX desenvolver pesquisa cientfica em seu campo de atuao profissional; X estabelecer fiscalizao balneria e salvamento aqutico por guardavidas; XI outras aes definidas na legislao vigente.

Diante da tica jurdica cabe ressaltar um principio da administrao pblica elencado no artigo 37 da nossa Carta Maior, que o princpio da eficincia. Esse principio, alm de ser um norma exigvel, ele o que norteia as prestaes de servios que o Estado realiza diante da sociedade. Segundo Cunha (2004 apud Pratts, 2009, p. 49):[...] uma ao eficiente quando perfaz as respectivas finalidades, mas em geral so mltiplas e escalonadas as finalidades das aes sociais, variveis segundo o prisma dos diversos atores e os diferentes processos a que simultaneamente pertencem, mensurveis segundo distintos valores. socialmente eficiente a ao que a curto e longo prazo produz os melhores resultados, no contexto de todos os fatores e interesses envolvidos.

2.2.3 Conceitos sobre misses do Corpo de Bombeiros

Segundo o Manual Tcnico de Bombeiros 3, do Corpo de Bombeiros Militar do estado de So Paulo (CBMESP), O conceito de Salvamento Terrestre [...] toda atividade realizada em terra com o objetivo de salvar vidas humanas e animais, meio ambiente e preservar patrimnios.

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Figura 8 - Salvamento Terrestre

Fonte: http://civalanjos.blogspot.com

Segundo o Manual Tcnico de Bombeiros 4, do Corpo de Bombeiros Militar do estado de So Paulo (CBMESP), O conceito de Combate a Incndio Florestal [...] toda destruio total ou parcial da vegetao, em reas florestais, ocasionado pelo fogo, sem o controle do homem ou qualquer que seja sua origem. Figura 9 - Combate a Incndio Florestal

Fonte: http://www.cbmerj.rj.gov.br

Segundo o Manual Tcnico de Bombeiros 9, do Corpo de Bombeiros Militar do estado de So Paulo (CBMESP), O conceito de Salvamento Aqutico :[...] todas as operaes realizadas em rios, lagoas, represas, mar, enchentes, piscinas e outros mananciais de gua, visando preveno da integridade fsica de pessoas que envolvam em ocorrncias em que a gua seja o agente causador de acidentes.

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Figura 10 - Salvamento Aqutico

Fonte: http://www.pbagora.com.br

Segundo o Manual Tcnico de Bombeiros 12, do Corpo de Bombeiros Militar do estado de So Paulo (CBMESP), O conceito de Resgate e Emergncia mdica :[...] atendimento emergencial prestado por profissional qualificado e habilitado que visa acessar uma vtima que se encontre em condies de risco ou no, estabiliz-la e transport-la adequadamente, no menor tempo possvel, ao hospital adequado.

Figura 11 - Resgate

Fonte: http://sertencaico.blogspot.com

Segundo o Manual Tcnico de Bombeiros 26, do Corpo de Bombeiros Militar do estado de So Paulo (CBMESP), O conceito de Salvamento em Altura :Atividade de Bombeiro especializada no salvamento de vtimas em local elevado, atravs do uso de equipamentos e tcnicas especificas, com vista ao acesso e remoo do local ou condio de risco vida, de quem no consiga sair por si s, em segurana.

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Figura 12 - Salvamento em Altura

Fonte: http://www.jornaldaparaiba.com.br

Segundo o Manual Tcnico de Bombeiros 33, do Corpo de Bombeiros Militar do estado de So Paulo (CBMESP), O conceito de coberturas vegetais de Risco :[...] tudo que, por suas caractersticas de altura e densidade, dificulte ou impossibilite ao ser humano orientar-se adequadamente no terreno, tais como: mata capoeira, cerrado, cerrado, restinga, mangue e reflorestamentos. O relevo da rea tambm constitui um fator de risco por adicionar condies desfavorveis ao deslocamento seguro.

Figura 13 - Busca em Cobertura Vegetal de Risco

Fonte: http://profissaobombeiro.blogspot.com

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Segundo o Manual Tcnico de Bombeiros 41, do Corpo de Bombeiros Militar do estado de So Paulo (CBMESP), O conceito de Defesa Civil :[...] o conjunto de aes preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas, destinadas a evitar ou minimizar os desastres, preservando o moral da populao e restabelecendo a normalidade social.

Figura 14 - Aes de Defesa Civil

Fonte: http://g1.globo.com

Documento do Curso de Tripulante Operacional 2007 do CBMDF traz os seguintes conceitos:

Misses operacionais - Misses relacionadas as atividades fins do Corpo de Bombeiros com a necessidade de pronta resposta. As misses operacionais so as Aes de Busca e salvamento de qualquer natureza, resgates, combate a incndios urbanos e florestais, emergncias mdicas, transporte inter-hospitalar, transporte de pessoal, operaes de suprimento e de materiais operacionais, apoio pericial, observao, coordenao e controle areo de ocorrncias, prevenes, misses tpicas de Defesa Civil e de Segurana Pblica. Misses administrativas - So as relacionadas com as atividades da Corporao nas suas diversas modalidades sem, no entanto, a urgncia nem a necessidade de prontas respostas inerentes ao CBMPB. Todas as misses administrativas podem e devem ser planejadas com antecedncia. As

administrativas so os vos de levantamento estratgico, filmagem e fotografia, instrues de qualquer natureza, transporte de autoridades, demonstraes, apoio areo a rgos governamentais e outras misses afins.

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Aeronave de apoio - Toda aeronave pertencente outra instituio pblica ou privada, empenhada em misso de socorro do Corpo de Bombeiros em apoio direto s aeronaves do Corpo de Bombeiros. Transporte aeromdico - o transporte mdico especializado, utilizando-se de meios areos, de carter eletivo, sempre inter-hospitalar, efetuada desde que o paciente apresente condies para tal e a remoo, no represente riscos imediatos de agravamento do quadro clnico do paciente, atravs da utilizao de recursos materiais e metodologia de suporte avanado de vida. Resgate - Operao de carter emergencial, da cena do evento ao hospital, atravs da utilizao de socorrista ou mdicos, assim como de metodologias e equipamentos de suporte bsico ou avanado de vida, nas quais a estabilizao do paciente poder ser realizada a bordo durante o deslocamento. Acidentes de massa - o acidente envolvendo de 05 a 10 vtimas, requerendo assistncia hospitalar e, demandando ainda, mais de duas equipes de socorro na cena do evento, com durao das atividades limitada a poucas horas. Exemplo clssico: Acidente de nibus, incidentes em presdios. Catstrofe - o acidente envolvendo mais de dez vtimas, com durao de mais de dez horas na cena, requerendo assistncia multidisciplinar e revezamento de equipes. Exemplo clssico: desabamentos com soterramentos, catstrofes naturais, acidentes de avies de grande porte. Tempo resposta - o tempo entre, o momento do deslocamento de uma unidade de emergncia ao local do evento, at o incio do primeiro atendimento vtima por essa unidade. Tempo de transporte - o tempo decorrido entre, o momento do incio do deslocamento de uma unidade de emergncia, do local do evento, at a entrada do paciente na emergncia do hospital de referncia.

2.3 HISTRICO DA UTILIZAO DO HELICOPTERO 2.3.1 O Helicptero no mundo

Relatos afirmam que o helicptero engenho voador mais antigo que existe. A primeira apario ocorreu na China, em forma de brinquedo, cerca de trs mil

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anos antes de Cristo. Outra referncia encontrada na histria o desenho (projeto) desenvolvido por Leonardo Da Vinci denominado La Hlice de Da Vince, por volta de 1500 depois de Cristo, quando manifestou, atravs de sua arte, a idia de asa rotativa. Esse desenho composto por uma asa em espiral e um eixo central. Foi da que originou o nome Helicptero, do grego: HELIX = helicoide e PETERON = asa.Figura 15 - La Hlice de Da Vince

Fonte: http://dvintstalia.blogspot.com

No entanto o grande avano ocorreu no sculo XX, com a criao do motor a combusto interna. Louis Charles Breguet e Paul Cornu desenvolveram dois prottipos distintos no ano de 1907, utilizando esse tipo de motor. Um dos grandes nomes no desenvolvimento de helicpteros foi Juan de La Cierva, que na dcada de 20, idealizou avies capazes de continuar voando caso os motores falhassem. O avio desenvolvido por La Cierva por um rotor principal que girava impulsionado apenas pelo vento relativo. Esse efeito deu origem a auto rotao, que os atuais helicpteros utilizam com a finalidade de realizar um pouso de emergncia, caso o motor falhe. Porm La Cierva encontrou um problema nos primeiros modelos desenvolvidos, pois eles tendiam a tombar para o lado devido a

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dissimetria de sustentao. A soluo encontrada por La Cierva para solucionar esse problema foi a utilizao de ps flexveis.Figura 16 - Cierva C. 19

Fonte: http://www.vehibase.com

2.3.2 O Helicptero no Brasil

Em 1948 chegou ao Brasil o primeiro helicptero, um Bell 47 D, comprado por uma empresa de Orlndia SP. Na dcada de 50 a Fora Area Brasileira adquire helicpteros Bell 47 para compor o Grupo de Transporte Especial, sediado no Aeroporto Santos Dumont. Depois so criadas a aviao Naval e a do Exrcito. Com isso dar-se inicio a utilizao de helicpteros para fins militares no Brasil. Segundo Pratts (2009, p. 20):[...] no incio da dcada de 70, o helicptero era um meio de transporte seguro, consagrado e verstil, tendo em vista a sua operacionalidade e facilidade para o pouso em vrios locais, e no somente em pista de aerdromos homologados.

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Figura 17 - Bell 47

Fonte: http://www.bell47helicopterassociaton.org

Segundo Dupim (2005 apud Linhares e Santos, 2005, p. 57), no Brasil, 27 corporaes e rgos governamentais utilizam aeronaves para o cumprimento das misses de segurana pblica, busca e salvamento, resgate aeromdico, defesa civil, e de meio ambiente. O grande problema que os dirigentes dessas unidades areas enfrentam o nmero reduzido de aeronaves, pois o nmero maior facilitaria as operaes. (Id., 2009):A primeira Unidade Area implantada e gerenciada exclusivamente por Bombeiros Militares foi a do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, conforme quadro acima, onde o Batalho de Aviao Operacional (BAVOP/3BBS) tornou-se uma realidade em 1996, com a aeronave Esquilo BA, prefixo PT-HLZ, cujo codinome era Resgate 01, hoje no mais em operao, pois foi acidentada em servio em 2007. J a Secretaria Nacional de Segurana Pblica instituiu a sua Unidade Area aps os jogos Panamericanos de 2007, ocorridos no Rio de Janeiro, onde uma das aeronaves tipo Esquilo compradas para o evento permaneceu a disposio da Fora Nacional de Segurana Pblica, sendo operada por integrantes da FNSP, composta por PM e BM, a nvel de Pilotos e Tripulantes.

2.4 CARACTERISTICAS DOS HELICPTEROS E EQUIPAMENTOS

2.4.1 Conceitos gerais

Documento do Curso de Tripulante Operacional 2007 do CBMDF, traz os seguintes conceitos: Aerodinmica - Cincia ou o estudo das foras produzidas pelo movimento relativo entre o ar e os objetos.

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Aeroflio - Superfcie aerodinmica capaz de produzir reaes teis ao vo mediante o mximo aproveitamento do ar que se desloca sobre e sob sua superfcie. Os aeroflios podem ser simtricos ou assimtricos. Bordo de ataque - parte da frente do aeroflio e que primeiro entra em contato com os filetes de ar do vento relativo. Bordo de fuga - parte traseira do aeroflio por onde os filetes de ar do vento relativo se escoam. Extradorso ou cambra superior - superfcie dorsal do aeroflio, por onde os filetes de ar passam com maior velocidade. Intradorso ou cambra inferior - superfcie ventral do aeroflio, por onde os filetes de ar passam a uma velocidade mais ou menos uniforme. Corda do aeroflio - linha imaginria que vai do bordo de ataque ao bordo de fuga. Linha por sobre a qual varia o centro de presso. Centro de presso - ponto imaginrio onde esto concentradas todas as foras aerodinmicas de um aeroflio. Vento relativo - vento com a direo do deslocamento do aeroflio porm de sentido contrrio. O vento relativo sempre contrrio trajetria de vo. ngulo de ataque - o ngulo formado pela corda do perfil de um aeroflio e o vento relativo. O ngulo de ataque pode ser: Positivo - quando o ngulo formado acima da linha dos filetes de ar do vento relativo. Nulo - quando no existe ngulo Negativo - quando o ngulo formado abaixo da linha dos filetes de ar do vento relativo. Sustentao - a componente da fora total aerodinmica em um corpo e perpendicular ao vento relativo. A sustentao regida pelos princpios quantitativos da massa de ar do meio ambiente, tanto o motor quanto o rotor apresentaro limitaes operacionais, pela perda de potncia do motor ou pela perda da eficcia do rotor. Ambos dependem da densidade do ar. O rotor para sua melhor sustentao (estol de altitude) e o motor para uma melhor combusto. Estol - a perda sbita de sustentao. O aumento do ngulo de ataque implica num aumento do coeficiente de sustentao. O aumento desse ngulo limitado por um ponto chamado de ngulo crtico ou de estol.

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Trao - a fora que vencendo a resistncia do ar, imprime a um aeroflio uma determinada velocidade. Atrao sempre paralela ao vento relativo e perpendicular a sustentao. Envergadura - a distncia mxima da raiz da p do rotor at a sua ponta. Alongamento - a relao entre a envergadura e a corda. Disco do rotor - a projeo sobre um plano da trajetria circular das ps. Plano de rotao - um plano limitado pela mdia da trajetria das pontas das ps. Torque - a fora que tende a girar um corpo para uma direo oposta ao movimento deste. Cone do rotor - o grau de enflechamento de suas ps, por efeito do peso do aparelho e da maior ou menor rotao do rotor. O efeito de cone ocorre devido ao efeito de carga sobre o rotor. A fora peso sobre o rotor tende a aumentar em atitudes cabradas, curvas e manobras bruscas. Esse aumento de peso chamamos de aumento de G. O aumento de peso influi no aumento do seu ngulo de cone. O efeito de cone tende a diminuir com o aumento de velocidade de rotao das ps e o consequente aumento da fora centrfuga.

2.4.2 Principais comandos de voos do helicptero

Existem 3 comandos que garantem a manobrabilidade do helicptero. Apesar de serem mecanicamente independentes, eles esto correlacionados nas suas aes; pois para cada ao de comando necessrio tomar outra medida nos outros comandos para manter a navegabilidade da aeronave.

2.4.2.1 Cclico

O piloto utiliza a mo direita para control-lo. Responsvel pela direo horizontal e vertical. Segundo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (2007, p. 53): o comando primrio de direo e velocidade e secundrio de altura. As aes sobre o cclico iro repercutir diretamente na cabea do rotor

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principal, alterando todo o plano de rotao. O cclico trabalha sobre o eixo transversal e longitudinal do helicptero.

2.4.2.2 Coletivo

O piloto utiliza a mo esquerda para control-lo. Responsvel pela direo vertical. (Id., Ibid.): o comando primrio de potncia e altura. Esse comando est ligado diretamente ao motor da aeronave e ao controle do ngulo de ataque das ps. O controle da sustentao do vo especialmente do pairado de responsabilidade desse comando. As aes sobre o coletivo iro repercutir diretamente no controle dos pedais. O coletivo trabalha sobre o eixo vertical do helicptero.

2.4.2.3 Pedais

Como prprio nome j diz, o piloto utiliza os ps para control-lo. Responsvel pela direo horizontal, principalmente em baixa altitude serve tambm para compensar a utilizao dos outros comandos. (Id., Ibid.): o comando de guinada. Ele controla as aes do rotor de cauda. Especialmente nos vos a baixa velocidade, todas as aes dos pedais esto relacionadas aplicao de algum comando no coletivo. Alteraes de potencia variam a sustentao da aeronave e o torque sobre o rotor principal, a resultante uma reao na mesma direo e em sentido oposto sobre toda a estrutura da aeronave. Se o rotor gira no sentido horrio a fuselagem ter uma tendncia de girar no sentido anti-horrio. Essa reao contraria controlada pelos pedais que atuam diretamente sobre o rotor de cauda.

2.4.3 Principais equipamentos utilizados nos helicpteros

Nas ocorrncias que os Corpos de Bombeiros Militar atendem, so utilizados nos helicptero, em especial, quatro equipamentos que auxiliam nesses trabalhos. Esses equipamentos so usados nas misses de salvamento aqutico, combate a incndios, busca e salvamento, alm do resgate de vtimas que estejam isoladas no alto de edificaes elevadas, quando ocorrem incndios em andares intermedirios.

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2.4.3.1 Pu

Segundo documento do Curso de Tripulante Operacional 2011 do Batalho de Operaes Areas do CBMSC, o pu um constitudo por um arco de duro alumnio com 125 mm de raio interno e com espessura de 1`` (polegada), revestido de polipropileno. O saco composto por uma malha de rede 8 cm que tem em sua composio fios de nylon seda de 3,0mm, e sua altura de 1,5m. Ele preso a aeronave por um cabo de nylon seda de 10 mm com 8 m de comprimento fixado em quatro pontos, sendo na outra extremidade uma pea freio oito e/ou distorcedor.Figura 18 - Pu

Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br

2.4.3.2 Sling Segundo documento do Curso de Tripulante Operacional 2011 do Batalho de Operaes Areas do CBMSC, o Sling, ou Colar de Resgate, um dispositivo multi-uso de resgate, que oferece simplicidade de operao e segurana para a vtima e socorrista. Este equipamento foi projetado para resgate em gua (rios, lagos e mar), bem como para extrao de locais restritos. Desde que orientada, a vtima consciente pode utilizar o colar sem acompanhamento do socorrista. Esse equipamento s pode ser utilizado com pessoas, no podendo ser empregado para o transporte de outro tipo de carga. Ele composto por: Um cabo de salvamento de 12 m; dois mosquetes de ao ou alumnio; uma proteo para o cabo de

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salvamento; dois colares de salvamento; e uma bolsa para acondicionamento e transporte.Figura 19 - Sling

Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br

2.4.3.3 Cesto de Salvamento

Segundo Eduardo de Morais Gomes (2009), o Cesto de Salvamento composto por: Um aro superior de 70 cm, revestido com cordim branco de poliamida de 06 mm; um aro inferior de 1,00 m de dimetro medido pela parte externa, sendo da mesma espessura do aro superior, revestido com cordim branco de poliamida de 06 mm, se interligando ao aro superior por meio por meio de tirantes. No aro inferior ter ainda quatro tirantes que estaro ligado ao centro por uma argola de ao de 8 cm de dimetro. Malha do aro inferior que confeccionados em rede de malha do tipo pescador com o cordim de nylon tranado de 6 mm de esp essura, n tipo escota dupla; Corpo de Sustentao lateral se dar por 09 tirantes de corda de nylon torcida de meia polegada, com 2 m metros de comprimento e fixados de forma que fique uma abertura de 40 cm de distncia; malha do cesto que confeccionados

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em rede de malha do tipo pescador com o cordim de nylon tranado de 5 mm de espessura, n tipo escota dupla, cobrindo 5/6 da circunferncia do cesto, deixando apenas 1/6 que ser a abertura de entrada/sada. A malha deve ter um

espaamento entre elas de 8 cm; Estropo, uma corda naval de nylon poliamida tranada de uma polegada com 10 m de comprimento, que ser a ligao do gancho da aeronave com o cesto propriamente dito, em uma de suas extremidades dever ter uma sapatilha de ao presa por uma ala feita do tranado na corda, e na outra extremidade dever conter alm da sapatilha fixada da mesma forma que a anterior ter um distorcedor de ao; uma bolsa de acondicionamento acompanhando a ergonometria do equipamento devendo ser confeccionada em lona plstica de cor laranja e com reforos em suas paredes, com zper para fechamento, e ainda uma possuir duas alas para facilitao do transporte.Figura 20 - Cesto de Salvamento

Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br

2.4.3.4 Bambi Backet

Segundo documento do Curso de Tripulante Operacional 2011 do Batalho de Operaes Areas do CBMSC, o Bambi Backet composto por: Uma unidade de comando acoplada ao gancho de carga; um dispositivo de transporte de gua; uma unidade de comando eltrico; um conjunto de cabos de suspenso e um cabo de alijamento; um sistema Eltrico compreendendo: uma cablagem eltrica; um conector para acoplamento eltrico entre a unidade de comando e sistema eltrico, localizado ao lado do gancho de carga; um pusch botom na console; um boto de

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alijamento de todo o sistema no cclico e uma alavanca manual no coletivo; um boto de alijamento da carga de gua, acionado por uma lingueta no punho do cclico; um fusvel localizado no painel lateral de fusveis. O equipamento possui capacidade varivel para o transporte de gua de acordo com o modelo a ser utilizado, devendo o piloto verificar as limitaes de sua aeronave.Figura 21 - Bambi Backet

Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br

2.5 PRINCIPAIS HELICPTEROS OPERADOS NA SEGURANA PBLICA DO BRASIL

No Brasil a Segurana Pblica utiliza vrios tipos de aeronaves de asas rotativas. Neste tpico ser realizada uma descrio sumria das principais aeronaves operadas no Brasil, bem como suas principais funcionalidades.

2.5.1 Monoturbina

A maioria dos helicpteros operados na Segurana Pblica so monoturbina, principalmente devido ao seu baixo custo. Segundo Cordeiro Junior (2012), os principais helicpteros monoturbinas operados nos Brasil so os seguintes:

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2.5.1.1 Bell 206 Jet Ranger III

O Bell Ranger III utilizado por rgo de Segurana Pblica e por empresas de taxi areo. Era fabricado pela BELL Helicopter Textron. O Bell 206 Jet Ranger encerrou sua produo em 2008. No Brasil encontra-se um Bell 206 Jet Ranger usado no valor aproximado de U$ 850.000,00 com os custos da nacionalizao j inclusos no preo. Essa aeronave utilizada no Grupamento Aeropolicial Resgate Areo do Paran. Sua capacidade de transporte de pessoal de at cinco pessoas, incluindo a tripulao. O tanque de Combustvel tem capacidade de 344 litros ou 268 Kg, isso proporciona um alcance mximo de 676 km ou uma autonomia de 4 horas e 30 minutos.Figura 22 - Bell 206 Jet Ranger III GRAer/PR

Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br

2.5.1.2 Bell 206 Long Ranger IV

O Bell 206 Long Ranger IV equipado com cinco portas de acesso, trs do lado esquerdo e duas do lado direito. O valor de uma aeronave dessa nova custa U$ 3.100.000,00, j um helicptero usado vale aproximadamente U$ 1.700.000,00. O Ncleo de Operaes Areas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (NOA - IBAMA) opera um Bell 206 Long Ranger IV nas suas misses na Amaznia.

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Sua capacidade de transporte de pessoal de at sete pessoas, incluindo a tripulao Sua autonomia de 4 horas e 6 minutos. Essa aeronave possui um sistema de suspenso que proporciona uma operao incrivelmente suave, ideal para equipes de emergncia mdica.Figura 23 - Bell 206 Long Ranger IV IBAMA

Fonte: http://helicopterosfalcao.blogspot.com

2.5.1.3 Bell 407

O Bell 407 equipado com sistema de quatro ps, o qual proporciona um desempenho excelente com velocidade de cruzeiro de 259 Km/h. uma aeronave extremamente silenciosa o que de suma importncia para a sade de quem trabalha direta e indiretamente com ela. O valor de um Bell 407 novo U$ 3.250.000,00, j um helicptero usado vale aproximadamente U$ 2.300.000,00. A Diviso de Operaes Areas da Policia Rodoviria Federal (DOA - PRF) utiliza o Bell 407 em suas misses, que tiveram incio em 18 de maro de 1999. Sua capacidade de transporte de pessoal de at sete pessoas, incluindo a tripulao. Essa aeronave obtm um deslocamento tranquilo e leve em praticamente todas as condies meteorolgicas, alm de ser ideal para ambientes extremos como grandes altitudes ou em locais onde a temperatura seja extremamente baixa ou muito alta.

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Figura 24 - Bell 407 DOA/NE

Fonte: http://resgatedoa-brasil.blogspot.com.br

2.5.1.4 AS 350 B

O AS 350 BA fabricado pela HELIBRAS empresa brasileira associada ao grupo EUROCOPTER. Apresenta um alto desempenho em altitudes elevadas e temperaturas altas. O AS 350 B no mais produzido e o valor de usado U$ 1.000.000,00. O Batalho de Operaes Areas do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina (BOA - CBMSC) operava o AS 350 B. A capacidade dessa aeronave ESQUILO de transportar de at cinco pessoas, incluindo a tripulao. O AS 350 B consegue cumprir parcialmente as misses Bombeiro Militar e por isso obriga as equipes de bombeiros realizarem adequaes que prejudicam tanto o grau de excelncia da misso, quanto o conforto das pessoas.

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Figura 25 - AS 350 B BOA CBMSC

Fonte: http://www.ndoline.com.br

2.5.1.5 AS 350 B2

O AS 350 B2 fabricado tambm pela HELIBRAS, que detm 80% de participao no segmento de Segurana Pblica e Defesa Civil. Apresenta um alto desempenho em altitudes elevadas e temperaturas altas, alm de oferecer um excelente conforto devido aos baixos nveis de rudo de vibrao. Recentemente o BOA DO CBMSC adquiriu um AS 350 B2 usado no valor de R$ 4.250.000,00, j um Helicptero novo custa aproximadamente U$ 3.860.000,00. O AS 350 B2 o modelo mais utilizado pelo setor de Segurana Pblica, entre eles podemos destacar o CBMMG, CBMRJ, CBMDF e o CBMSC. A capacidade dessa aeronave de transportar de cinco a seis pessoas, incluindo a tripulao. O AS 350 B2 indicado para o transporte de carga externa, com capacidade de 1.160 Kg de carga no gancho. Algumas mudanas foram realizadas em comparao ao modelo anterior (AS 350 B), entre elas podemos destacar a mudana do motor por um mais potente trazendo, assim, um incremento de 415 ps por minuto em razo de subida, alm de elevar em 7% a capacidade de decolagem, podendo atingir 2.500 Kg com carga externa e agregar 250 Kg em potencial de iamento.

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Figura 26 - AS 350 B2 BOA CBMMG

Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br

2.5.1.6 AS 350 B3

O AS 350 B3 fabricado tambm pela HELIBRAS. Apresenta um alto desempenho em altitudes elevadas e temperaturas altas, devido a mudana do motor Ariel 1D1 para o Ariel 2B, que elevou significativamente a potencia mxima. O valor de um AS 350 B3 novo de U$ 3.800.000,00, j uma aeronave usada fica em torno de U$ 3.400.000,00. O AS 350 B3 utilizado por diversos grupamentos areos, entre eles podemos destacar o CIOPAER-MT, PMMG e recentemente a PMDF. A capacidade dessa aeronave de transportar de cinco a seis pessoas, incluindo a tripulao. O AS 350 B3 trouxe como principais mudanas no aspecto operacional o aumento na capacidade de transporte de carga externa e o seu teto operacional. Enquanto o AS 350 BA e o B2 levantam uma carga externa de 750 kg e 1.160 Kg respectivamente, o B3 eleva at 1.400Kg. Com relao ao teto mximo operacional o B3 chega a 20.000 ps, enquanto as verses anteriores dificilmente ultrapassavam 15.000 ps.

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Figura 27 - AS 350 B3 CIOPAer/MT

Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br

2.5.1.7 EC 130 B4

O EC 130 B4 uma aeronave monoturbina que apresenta diversas inovaes se comparado a srie de Esquilo, haja vista que ela est na sequncia de modelos fabricas pela HELIBRAS. o helicptero mais silencioso do mundo graas a substituio do tradicional rotor de cauda pelo Fenestron. O valor de um EC 130 B4 novo de U$ 4.100.000,00, j uma aeronave usada fica em torno de U$ 2.500.000,00. O EC 130 B4 utilizado pelo GRAER-PR, com duas aeronaves desse modelo. A capacidade dessa aeronave de transportar de sete a oito pessoas, incluindo a tripulao. O EC 130 B4 veio com o sistema VEMD, indicador multifuno da clula, e motor composto de dois mdulos de computadores e um sistema hidrulico duplo; essas ferramentas auxiliam o trabalho do piloto em todas as fases do voo. Quanto enfrentou ventos fortes e altitudes acima dos 12 mil ps, ele surpreendeu devido a seu alto desempenho de potencia e desenvoltura.

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Figura 28 - EC 130 B4 GRAer/PR

Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br

2.5.1.8 KOALA 119

O KOALA 119 Ke uma aeronave monoturbina fabrica pela AGUSTA WESTLAND. Seu rotor principal composto por quatro ps, do tipo articulado, isso possibilita uma economia de combustvel de 2%, ou seja, um aumento de 45 minutos de autonomia. O valor de um KOALA 119 novo de U$ 4.250.000,00, j uma aeronave usada fica em torno de U$ 3.625.000,00. O EC 130 B4 pela PMGO, CBMGO, PCGO e PMSC. A capacidade dessa aeronave de transportar de oito pessoas, incluindo a tripulao. O KOALA 119 veio com a tecnologia no motor que permite uma nova partida logo aps o seu corte, porm ele apresenta alguns aspectos limitadores, como no poder receber combustvel sob presso (reabastecimento a quente) e o outro sua cauda baixa, o que impe um limite de 2 graus de inclinao do terreno quando se almeja pousar aproado parte mais baixa. Seu grande diferencial se refere aos casos de atendimento as ocorrncias emergenciais, pois sua velocidade de 140 ns, ou 259 Km/h.

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Figura 29 - KOALA 119 COASA/GO

Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br

2.5.2 Biturbina

2.5.2.1 EC 135

O EC 135 uma aeronave biturbina leve e multifuno, que se destaca dos demais de sua categoria, em especial pela segurana, conforto e aplicao de novas tecnologias ao equipamento. O exclusivo rotor principal sem rolamentos (BMR Bearingless Main Rotor) e o rotor traseiro do tipo Fenestron oferecem uma manobrabilidade admirvel e, em combinao com o Sistema de Isolamento AntiRessonncia (ARIS), proporcionam vos excepcionalmente confortveis.

O EC 135 oferece duas opes de motorizao, Turbomeca ou Pratt&Whitney, ambas incorporando o FADEC Controle Eletrnico Total do Motor, possibilitando assim desempenho, segurana e economia de combustvel ideais. O CBMDF utiliza essa aeronave para transporte aeromdico. A capacidade dessa aeronave de transportar de sete ou oito pessoas, incluindo a tripulao. muito importante destacar sua velocidade de cruzeiro de 254 Km/h e sua velocidade mxima de 259 Km/h, sendo ideal para atendimento a as ocorrncias emergenciais.

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Figura 30 - EC 135 CBMDF

Fonte: http://www.gostavoadolfo.flogbrasil.terra.com.br

2.5.2.2 EC 145

O EC 145 tem 2,96 metros de comprimento e 1,39 metros de largura, sua cabine ganhou mais espao interno e foi aperfeioada em relao ao BK 117 C1, o antecessor deste modelo. Graas s amplas portas corredias e s portas traseiras para embarque de cargas, o acesso cabine se tornou mais fcil. Todo esse espao faz dele o helicptero mais adequado para servios aeromdicos, misses policiais, aplicaes de utilidades gerais, transporte vip e de passageiros. O EC 145 tem a mesma seo dianteira da cabine do EC 135, mantendo o conceito de posto de pilotagem desenvolvido pela Eurocopter, que alm de aliviar a carga de trabalho do piloto, tambm reduz o tempo necessrio para a homologao de tipo. Seu nvel de rudo em mdia 6.7 decibis, muito abaixo das exigncias da ICAO (Organizao Internacional de Aviao Civil) para aeronaves desta categoria.

Por isso, um dos helicpteros mais silenciosos do mundo e menos agressivo ao meio ambiente. A capacidade dessa aeronave de transportar de dez pessoas, incluindo a tripulao. muito importante destacar sua velocidade de cruzeiro de 246 Km/h e sua velocidade mxima de 268 Km/h.

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Figura 31 - EC 145 GTA/MA

Fonte: http://www.pmdf.df.gov.br

2.6 EMPREGO DO HELICPTERO NAS MISSES DOS BOMBEIROS

O Helicptero poder ser empregado em diversas situaes, sendo muitas vezes necessria a sua utilizao para que os Corpos de Bombeiros Militar possam cumprir com efetividade as suas misses. Segundo Lopes (2007 apud Cordeiro Junior, 2012, p. 20):O helicptero devido a sua versatilidade e caractersticas operacionais, como o voo pairado, e facilidades nos pousos e decolagens em pequ enos espaos, demonstra ser um equipamento de alta capacidade em operaes areas emergenciais. A utilizao dos helicpteros em operaes areas de emergncia do Corpo de Bombeiro Militar proporciona um rpido atendimento ao pblico, e passou a desencadear objetivamente aes de respostas efetivas demandadas pela sociedade.

2.6.1 Atendimento Pr-Hospitalar

Segundo Pires (2010, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 21), no atendimento prhospitalar o paciente necessita receber o primeiro atendimento no local ou at mesmo ser retirado rapidamente para uma unidade de sade. Portanto, o helicptero atua com celeridade, levando equipes treinadas para realizar o primeiro

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atendimento no local da ocorrncia e transportar a vtima para o hospital de referencia. Segundo Machado (2008, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 21), nos acidentes que as vtimas necessitam ser deslocado at o hospital de referncia, o fator tempo determinar se elas iro viver ou no. Mesmo em caso de sobrevivncia, a demora no atendimento ir determinar o nvel das sequelas resultantes do atraso. Segundo Frana (2008, p. 38), a administrao pblica economizar se utilizar o servio aeromdico em acidentes automobilsticos, pois evitar que a gravidade das vtimas evolua. Conforme pesquisa realizada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada) em 2003, os impactos econmicos dos acidentes de trnsito crescem significativamente medida que aumenta sua severidade, iniciando em R$ 3.262,00 para o acidente sem vtimas, passando por R$ 17.460,00 para o acidente com ferido, at R$ 144.143,00 para o acidente com morte. Portanto a diferena entre o valor de acidente com morte e o custo do servio aeromdico prestado pela Base DOA-NE (Diviso de Operaes Areas do Nordeste da Polcia Rodoviria Federal) que de R$ 2.791,00 e do custo de acidente com feridos que de R$ 17.460,00, temos o valor R$ 123.892,00 que pode ser entendido como sendo o lucro econmico do servio aeromdico.

Figura 32 - Transporte Aeromdico BOA CBMSC

Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br

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2.6.2 Busca e Salvamento

Segundo Machado (2008, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 22), devido s formas de topografia do relevo brasileiro, necessria a utilizao de helicpteros para alcanar determinados lugares, tais como: topo de montanhas, praias de difcil acesso, zonas rurais com estradas em precrio estado de conservao. Segundo Zanca (2007, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 22), o helicptero pode realizar salvamentos e resgates de pessoas perdidas em matas, florestas, rios, costes, lagos, pessoas ilhadas, pessoas deriva em alto mar, em areas isoladas por enchentes, em reas de difcil acesso e at mesmo pessoas no alto de edifcios em chama.Figura 33 - Busca e Salvamento COASA CBMGO

Fonte: http://alexmaragato.blogspot.com.br

2.6.3 Defesa Civil e Aes Humanitrias Segundo Pratts (2008, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 23), as atividades de Defesa Civil, so realizadas por agentes em situaes extremas, e essas apresentam dificuldades de acesso, necessidade de arrolamento e reconhecimento das reas afetadas para estabelecer um plano de ao e resposta eficiente numa eventual catstrofe. Atravs do helicptero, este levantamento ganhar velocidade e preciso em seu planejamento, beneficiando assim a populao atingida. Segundo Pires (2008, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 23), a utilizao dessas aerenoves em calamidades bem difundida devida sua grande mobilidade e

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possibilidade em aproximar-se de locais inacessveis ou de difcil acesso por vias terrestres, tornando-se quase sempre a nica forma de ingresso nos locais atingidos por desastres para executar as operaes de assistncia mdica, transporte emergencial e at mesmo de gneros de primeira necessidade para a populao flagelada. Segundo Pires (2008, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 23), a atuao dos helicpteros em aes humanitrias e ocorrncias de defesa civil fator preponderante para a rpida resposta do poder pblico com vistas a minimizao dos resultados danosos advindos de desastre evento crtico.Figura 34 - GRAer/PR transportando alimentos em Santa Catarina

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2.6.4 Misses de Misericrdia

Segundo Machado (2008, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 24), o helicptero tambm utilizado no transporte de rgos e transporte inter-hospitalar de pacientes em estado grave, que se encontram em hospitais que no tem o aparato que seja capaz de trata-los; pois devido fatores como compatibilidade e grau de necessidade do receptor, grandes distncias a serem percorridas num grande espao de tempo impediriam a concretizao da operao. Logo, a aeronave pode ser veculo de transporte de rgos. Entretanto, deve-se salientar que a utilizao de helicpteros para esse tipo de misso vivel at um raio de 300 quilmetros, em distncias superiores a esta, faz-se necessrio realizao de reabastecimentos. Alm disso,

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a velocidade de voo que o helicptero atinge inferior em relao ao avio, e o custo do voo muito superior.Figura 35 - Misso de Misericrdia realizado pelo COASA CBMGO

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2.6.5 Combate a Incndio

Segundo Zanca (2007, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 24), os helicpteros podem ser utilizados de diversas formas em situaes de incndios de grandes propores, podendo ser utilizado pelo comandante da operao como plataforma de observao, para uma avaliao global da cena. Isso permite realizar a estratgia e os meios de combate ao incndio mais adequado, podendo tambm ser utilizado para o transporte de material e pessoal, ou mesmo para resgatar equipe tcnica cercada pelo fogo. Segundo Zanca (2007, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 24), as altas temperatura e turbulncias, fazem com que as misses sejam acompanhadas de riscos a mais, e cada operao deve ser precedida de avaliao tcnica adequada e criteriosa. Os helicpteros podem ser dotados com o equipamento bambi bucket, bolsa para armazenagem de gua e combate a focos de incndio de mdia e alta intensidade. Este equipamento possibilita o lanamento de gua sobre os focos de fogo, para promover a extino do incndio e/ou resfriar superfcies, alm de auxiliar os bombeiros em terra durante a misso.

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Segundo Machado (2008, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 25), essas misses, principalmente em incndios florestais, pode resgatar a flora e a fauna da regio afetada, uma vez que aumenta a efetividade da operao de combate ao incndio. Segundo Valente (1999, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 25), uma grande aplicabilidade do helicptero no combate aos incndios florestais, ocorreu em Roraima no ano de 1998, nos meses de maro e abril, quando literalmente o Estado de Roraima pegou fogo, a Policia Militar de Minas Gerais enviou ao local dois helicpteros HB 350 Esquilo. Em funo de sua magnitude, vrias tcnicas de emprego de helicptero foram utilizadas, permitindo que as suas potencialidades como ferramenta de combate a incndios fossem exploradas ao mximo. Nesta ocasio, as aeronaves foram usadas para lanamento de gua com bambi bucket; como plataforma de observao para levantamento da dimenso da rea de depredao ambiental; para localizao e monitoramento de focos de incndios e reas com fogo controlado. Nestas situaes empregou-se muito o FLIR, que um dispositivo que detecta a radiao infravermelha emitida por objetos quentes. Atravs do FLIR podem ser localizados focos de incndio encobertos por espessas e extensas camadas de fumaa. Em seguida, os focos localizados foram plotados nas cartas de navegao com o auxlio do Sistema de Posicionamento Global (GPS), sendo realizado um mapeamento de itinerrios e vias de acesso a estes pontos plotados, fato que propicia o apoio logstico de transporte de pessoal s reas de difcil acesso.Figura 36 - Combate a Incndio Florestal utilizando o Bambi Backet

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2.6.6 Salvamento Aqutico

Segundo Valente (2002, apud Cordeiro Junior, 2012, p. 26), essas aeronaves podem ser utilizadas na preveno em regies litorneas, bem como no servio de resgate de banhistas, quando o mar encontra-se bastante agitado, fato que dificulta o resgate do afogado pelo guarda vida. Para este tipo de ocorrncia pode ser utilizado o pu, que consiste em uma armao circular com cordas tranadas que formam o equipamento empregado normalmente para salvamento aqutico. A aeronave tambm usada na preveno de afogamentos, trabalho que consiste em monitorar os locais mais propcios e perigosos de ocorrer um afogamento. A presena do helicptero tambm inibe os banhistas de adentrar em uma rea desconhecida e perigosa.Figura 37 - Salvamento Aqutico utilizando o Pu

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3 METODOLOGIA

Este captulo mostra a metodologia que foi utilizada durante a elaborao do estudo, com o intuito de provar a necessidade e exemplificar a aplicabilidade do helicptero nas misses do CBMPB. No entanto, iremos conceituar o que vem a ser pesquisa, metodologia e mtodo cientifico. Segundo Linhares e Santos (2005, p. 82) pesquisa :O processo pelo qual a cincia procura dar resposta aos problemas que se lhe apresentam por meio de investigaes sistemticas de determinado assunto, visando obter novas informaes e/ou reorganizar as informaes j existentes sobre um problema especfico e bem definido.

Para Namen (apud Id., Ibid., p. 83) metodologia :O processo detalhado de como ser conduzida a investigao da pesquisa, de tal forma que possa elucidar todo procedimento de investigao, permitindo ao pesquisador uma linha de conduta, bem como propiciar a outros investigadores a comprovar, se houver necessidade e mesmo comparar pesquisas neste campo.

Para Lakatos e Marconi (apud Id., Ibid., p. 83) mtodo cientfico :O conjunto das atividades sistemticas e racionais que, com maior segurana e economia, permite alcana o objetivo conhecimentos vlidos e verdadeiros traando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decises do cientista.

O procedimento metodolgico foi realizado de forma descrita e exploratrio, com a utilizao de pesquisa bibliogrfica, documental e pesquisa de campo; todos eles com natureza quantitativa e qualitativa. A pesquisa foi realizada na CIOPAer-RN, BOA-SC e no BOA-MG. O universo sujeito/objeto da pesquisa sero os componentes integrantes dessas organizaes. Os questionrios foram desenvolvidos por este militar com o auxilio do Capito lvaro Piloto de Helicptero da PMPB e sero respondidos pelos Tenente Coronel Eduprcio Pratts Comandante do BOA - CBMSC, Tenente Romualdo do CIOPAer - RN e integrantes do BOA - CBMMG. Este questionrio foi confeccionado com o intuito de levantar dados sobre a utilizao das aeronaves, as misses que elas cumprem, sua versatilidade, estatsticas de atendimento as ocorrncias.

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O procedimento foi realizado com a utilizao de pesquisa indireta, atravs de estatsticas e fontes bibliogrficas (legislaes, monografias e manuais) e documentao direta com a utilizao de pesquisa de campo. Os dados da pesquisa de campo foram coletados atravs de visita a Rio Grande do Norte, essa visita foi realizada em dia de expediente, tendo em vista que todos os componentes podiam ajudar nesta pesquisa e assim levantar o maior nmero de informaes possveis. J os dados do BOA CBMSC e do BOA CBMMG foram coletados por meio de envio do questionrio para essas unidades. Os dados foram selecionados, discriminados ordenadamente, tabulados, e recebero tratamentos estatsticos e interpretados; para que pudesse confeccionar as concluses.

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4 ANALISE E DISCUSSO DE DADOS

4.1 PESQUISA DE CAMPO

Analisaremos os resultados seguindo a sequncia da ordem das perguntas do questionrio que foram aplicadas aos entrevistados. A anlise foi realizada individualmente e posteriormente foi realizado um cruzamento de suas varveis.

1 Questo - Efetivo da Unidade por posto e graduao.Grfico 1 - Efetivo da Unidade por posto e graduao

O grfico 1 demonstra que a maior parte do efetivo das unidades entrevistadas composta por praas. O universo do BOA-MG composto de 11 oficiais e 24 praas. J o BOA-SC possuir em seu quadro um efetivo de 04 oficiais e 14 praas. O CIOPAer-RN possuir um quantitativo bem semelhante ao do BOA-SC, com 03 oficiais e 13 praas e um agente da Plicia Civil. O maior efetivo de praas nas unidades ocorre devido ao maior nmero de funes que eles desempenham e isso ser tratado na prxima questo.

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2 Questo - Efetivo distribudo por funo que desempenha.Grfico 2 - Efetivo distribudo por funo que desempenha

O grfico 2 demonstra que os oficiais desempenham a funo de Piloto e que as praas esto distribudos nas funes de Tripulante Operacional, Mecnico e Apoio Solo. O efetivo do BOA-MG composto de 11 oficiais Pilotos, 13 Tripulantes Operacionais, 05 Mecnicos e 06 Apoio Solo. Enquanto o BOA-SC possuir 04 oficias Pilotos, 09 Tripulantes Operacionais, 02 Mecnicos, sendo que um tambm Tripulante Operacional e 04 Apoio Solo. O CIOPAer-RN possuir 03 oficias e 01 agente da polcia Civil Pilotos, 07 Tripulantes Operacionais, 02 Mecnicos e 04 Apoio Solo. Os efetivos de todas as unidades tambm acumulam funes administrativas. Conclumos, pois, que o servio dessas unidades composto de servio operacional e administrativo, onde eles acumulam as duas funes.

3 Questo - Efetivo distribudo por tempo de servio na Corporao.Grfico 3 - Efetivo distribudo por tempo de servio na corporao

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O grfico 3 demonstra que o efetivo de ambas as unidades pesquisadas a maioria composta de servidores com mais de 10 anos de servio. No BOA-MG, todos tm mais de 10 anos. No BOA-SC igual ao BOA-MG, com todos os militares com mais de 10 anos. J no CIOPAer-RN, 14 tm mais de 10 anos. Isso mostra que mesmos possuem ampla experincia na suas corporaes.

4 Questo - Efetivo distribudo por tempo de servio na Unidade.Grfico 4 - Efetivo distribudo por tempo de servio na Unidade

Podemos observar no grfico 4 que em duas unidades a maioria do efetivo tem at 05 anos de servio lotados nela, isso se deve ao fato de que o BOA-SC e o CIOPAer-RN terem sido criadas a pouco tempo. No BOA-MG, 25 tm mais de 5 anos na unidade. No BOA-SC todo o efetivo tem menos at 05 anos, pois a unidade tem apenas 02 anos de criao. J no CIOPAer-RN, 14 tm ar de 05 anos.

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5 Questo - Como organizado o servio administrativo?

O servio administrativo do BOA-MG organizado da seguinte forma:Figura 38 - Organograma do BOA/MG

COMANDO SUBCOMANDO O

DIVISO ADMINISTRATIVA

DIVISO DE OPERAES

DIVISO DE MANUTENO

DIVISO LOGSTICA

SEO DE OPERAES

SEO DE MANUTENO TASA ALMOXARIFADO

O servio administrativo do BOA-SC organizado da seguinte forma:Figura 39 - Organograma do BOA/SC

COMANDO AJUDANTE SUBCOMANDO

B1

B2

B3

B4

B5

CTM

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O servio administrativo do CIOPAer-RN organizado da seguinte forma:Figura 40 - Organograma do CIOPAer/RN

DIREO SUBDIREO

SEO ADMINISTRATIVA

SEO DE OPERAES E INSTRUFO

SEO DE MANUTENO

SEO DE APOIO LOGSTICO

6 Questo - Como organizado o servio operacional?

As trs unidades entrevistadas organizam seus servios operacionais do nascer ao por do sol e seguindo escalas dirias de Primeiro Piloto (Comandante de Aeronave), Segundo Piloto (Comandante de Operaes Areas), Tripulantes, Mecnicos e Apoio Solo. O BOA-SC tem um Capito mdico que realiza os atendimentos durante o servio operacional.

7 Questo - Por que e como se originou o servio?

Para o BOA-MG o servio surgiu para o atendimento da demanda operacional das atividades de bombeiros que engloba a atividade area que antes era atendida pela Polcia Militar. J para o BOA-SC o servio de atendimento surgiu com a necessidade emergencial de priorizar a vida do cidado, atendimentos em praias e o grande nmero de atendimentos de acidentes de trnsito, com vtimas presas em ferragens, levando ao cidado um atendimento de suporte avanado de vida e transportando mais rapidamente para o ambiente hospitalar, onde a demora do transporte terrestre em virtude do trnsito pode agravar a situao e chances de sobrevida do paciente.

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Enquanto para o CIOPAer-RN O servio originou-se em 2002 aps convnio com o Governo Federal visando incrementar a segurana pblica no Estado, j que no contvamos com utilizao de aeronaves no servio policial potiguar.

8 Questo - Quantidade de pessoal, aeronaves, infraestrutura e equipamentos so suficientes? Se no qual seria?

Para o BOA-MG a quantidade, principalmente de pessoal no atende a realidade atual. Precisaria do dobro do efetivo para atendimento ideal. Se