TCC Cad 2315 Lacerda MB-02

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ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS ACADEMIA REAL MILITAR (1810)

Leonardo Verissimo Lacerda

EVOLUO DOS FUZIS DE ASSALTO: ANLISE DAS PRINCIPAIS CARACTERSTICAS E PERSPECTIVAS PARA O FUTURO

Resende 2011

Leonardo Verissimo Lacerda

EVOLUO DOS FUZIS DE ASSALTO: ANLISE DAS PRINCIPAIS CARACTERSTICAS E PERSPECTIVAS PARA O FUTURO

Trabalho de Concluso de Curso apresentado Academia Militar das Agulhas Negras como parte dos requisitos para a Concluso do Curso de Bacharel em Cincias Militares, sob a orientao do Cap MB Leonardo Toledo de Melo Ramos.

Resende 2011

Leonardo Verissimo Lacerda

EVOLUO DOS FUZIS DE ASSALTO: ANLISE DAS PRINCIPAIS CARACTERSTICAS E PERSPECTIVAS PARA O FUTURO

Trabalho de Concluso de Curso apresentado Academia Militar das Agulhas Negras como parte dos requisitos para a Concluso do Curso de Bacharel em Cincias Militares, sob a orientao do Cap MB Leonardo Toledo de Melo Ramos.

COMISSO AVALIADORA

____________________________ Leonardo Toledo de Melo Ramos, Cap MB Orientador

___________________________ Fernando Perotti Honori, Ten MB Avaliador

Resende 2011

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Aos meus pais, que sempre me apoiaram, e permitiram meu sucesso.

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AGRADECIMENTOS A minha famlia, que mesmo distante so meu porto seguro. Aos meus amigos, que sempre ajudaram nos momentos difceis. A minha namorada que me acompanhou e motivou a fazer esse trabalho. E ao Cap Toledo pelas orientaes.

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RESUMO

LACERDA, Leonardo Verissimo. Evoluo dos fuzis de assalto: anlise das principais caractersticas e perspectivas para o futuro. Resende: AMAN, 2011. Monografia. O presente trabalho pretende pesquisar os fatores que influenciaram no desenvolvimento dos fuzis de assalto. Atravs da busca por dados tcnicos relativos aos armamentos, sero analisadas as principais mudanas entre os modelos dos diversos fuzis de diferentes pases, de forma a encontrar a mudana em comum a todos esses armamentos. Alm da anlise dos fuzis j produzidos, tambm ser levantado a perspectiva de futuro desses armamentos, para analisar os fatores que guiam esse desenvolvimento, desde o seu incio, no Stg-44 ao mais avanados fuzis j projetados.

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ABSTRACT

LACERDA, Leonardo Verissimo. Evolution of assault rifles: analysis of the main features and prospects to the future. Resende: AMAN, 2011. Monograph. The present work intend to research the factors that influenced the development of assault rifles. By the search for technical data relatives to these weapons, it will be analyzed the main changes between the models of different countries, in order to find the common change to all these weapons. Beyond the analysis of the assault rifle already produced, it also will be set up the prospects of future about these weapons, in order to analysis the factors that still guide this development, since its beginning, with the Stg-44, until its most advanced rifle ever projected.

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NDICE 1 INTRODUO ................................ ................................ ................................ ........... 12

2 - FUZIS DE ASSALTO ................................ ................................ ................................ .... 14 2.1 O fuzil de assalto................................ ................................ ................................ ........ 14 2.2 A criao do fuzil de assalto. ................................ ................................ ...................... 14 2.3. Principais Fuzis de Assalto ................................ ................................ ........................ 15 2.3.1 O AK-47 ................................ ................................ ................................ ............. 16 2.3.2 O M-16 ................................ ................................ ................................ ............... 17 2.3.3 O FN FAL ................................ ................................ ................................ ........... 19 2.4 Comparao entre os fuzis................................ ................................ .......................... 21 3 A EVOLUO DOS FUZIS DE ASSALTO ................................ ................................ .... 23 3.1 Fuzis da dcada de 50................................ ................................ ................................ . 23 3.2. Fuzis da dcada de 60................................ ................................ ................................ 27 3.3. Fuzis da dcada de 70................................ ................................ ................................ 28 3.4. Fuzis da dcada de 80................................ ................................ ................................ 32 3.5. Fuzis da dcada de 90 aos dias atuais ................................ ................................ ........ 35 4 NOVOS PROJETOS E TENDNCIAS PARA O FUTURO ................................ ............ 43 5 REFERENCIAL TERICO-METODOLGICO ................................ ............................ 47 5.1. Referencial metodolgico................................ ................................ .......................... 47 5.2. Perspectiva Terica ................................ ................................ ................................ ... 47 6- CONCLUSO ................................ ................................ ................................ ................ 50 7 REFERNCIAS ................................ ................................ ................................ .............. 51

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NDICE DE QUADROS QUADRO 1: Dados tcnicos do AK-47 ................................ ................................ .............. 16 QUADRO 2: Dados tcnicos do M-16 A2 ................................ ................................ ........... 18 QUADRO 3: Dados tcnicos do FN FAL. ................................ ................................ ........... 19 QUADRO 4: Comparao entre AK-47, M-16 e FN FAL ................................ .................... 21 QUADRO 5: Comparao entre as munies. ................................ ................................ ...... 22

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NDICE DE FIGURAS FIGURA 1 - Primeiro modelo de AK-47 desmontado ................................ .......................... 24 FIGURA 2 - Modelo definitivo do AK-47 ................................ ................................ ........... 24 FIGURA 3 - Fuzil Tipo 56 de fabricao chinesa ................................ ................................ 24 FIGURA 4 - Fuzil SA Vz 58 da Tchecoslovquia. ................................ ............................... 25 FIGURA 5 - Fuzil Valmet Rk 62 desmontado. ................................ ................................ ..... 25 FIGURA 6 - Fuzil M-1 Garand, base para o M-14 ................................ ............................... 25 FIGURA 7 - Fuzil M-14 ................................ ................................ ................................ ...... 26 FIGURA 8 - Verses do FAL. De cima para baixo: G1 alemo, R1A1 sul africano, Stg. 58 da ustria e o L1A1 da Austrlia ................................ ................................ .............................. 26 FIGURA 9 - Fuzil CETME modelo B com carregador de 30 munies ................................ 26 FIGURA 10 - Fuzil HK G-3 da alemo................................ ................................ ................ 27 FIGURA 11 - Fuzil AKM com coronha dobrvel. ................................ ................................ 28 FIGURA 12 - Fuzil IMI Galil com coronha rebatida. ................................ ........................... 29 FIGURA 13 - Armalite AR-18 ................................ ................................ ............................. 29 FIGURA 14 - HK-33 ................................ ................................ ................................ ........... 29 FIGURA 15 - O HK-53 com a coronha retrada ................................ ................................ ... 30 FIGURA 16 - FN CAL ................................ ................................ ................................ ........ 30 FIGURA 17 - FN FNC ................................ ................................ ................................ ........ 30 FIGURA 18 - SIG SG-540 com bip................................. ................................ ................... 31 FIGURA 19 - Beretta AR-70 ................................ ................................ ............................... 31 FIGURA 20 - Steyr AUG. ................................ ................................ ................................ ... 32 FIGURA 21 - AK-74 equipado com baioneta. ................................ ................................ ..... 32 FIGURA 22 - Giat FAMAS G 2 montado sobre o bip. ................................ ....................... 33 FIGURA 23 - Enfield L-85 ................................ ................................ ................................ . 33 FIGURA 24 - Lapa FA-03 ................................ ................................ ................................ ... 34 FIGURA 25 - Valmet M-82 ................................ ................................ ................................ . 34 FIGURA 26 - HK G-41 ................................ ................................ ................................ ....... 34 FIGURA 27 - Fuzil Tipo-81 chins. ................................ ................................ ..................... 35 FIGURA 28 Norinco Tipo-86 ................................ ................................ ............................. 35

11 FIGURA 29 - Fuzil Colt M-4 com mira telescpica Trijicon ACOG e lanador de granadas M-203 ................................ ................................ ................................ ................................ .. 36 FIGURA 30 - Fuzil FN-2000 com mira telescpica e lanador de granadas 40 mm FN EGLM ................................ ................................ ................................ ................................ ............ 37 FIGURA 31 - Fuzil Tavor com lanador de granadas 40 mm M-203 americano................... 38 FIGURA 32 - Fuzil HK G-36 com lanador de granadas 40mm AG-36 ............................... 39 FIGURA 33 - Fuzil HK 416. Desenho semelhante ao Colt M-4. ................................ .......... 39 FIGURA 34 Fuzil Vektor CR-21. ................................ ................................ ....................... 40 FIGURA 35 - FX-05 Xiuhcoatl................................ ................................ ............................ 40 FIGURA 36 - Fuzil AK-101 com lana-granadas 40 mm russo GP 30 ................................ . 40 FIGURA 37 - Esquema do sistema de ao balanceada. Em vermelho o ar sob presso durante o disparo. ................................ ................................ ................................ ............................. 41 FIGURA 38 - Fuzil AN-94. ................................ ................................ ................................ . 42 FIGURA 39 - Fuzil Tipo 03 ................................ ................................ ................................ . 42 FIGURA 40 - FN SCAR desmontado. Notam-se as poucas peas no seu interior e a facilidade de troca dos canos. ................................ ................................ ................................ ............... 43 FIGURA 41 - Fuzil PAPOP. Destacando-se acima do armamento a mira em tela de LCD. .. 44 FIGURA 42 - Prottipo ................................ ................................ ................................ ....... 44 FIGURA 43 - Projeto XM-29 SABR. Nota-se o tamanho do carregador posterior, feito para armazenar a munio 20 mm. ................................ ................................ .............................. 45 FIGURA 44 - Fuzil XM-8 na exposio de material militar Shot Show em 2004. ................ 45 FIGURA 45 - Comparao entre as munies calibre 6,8 mm e 5,56 mm. ........................... 45 FIGURA 46 - Munio do HK G-11 ................................ ................................ .................... 46 FIGURA 47 - Uma munio 5,56 mm padro OTAN e uma 5,6 mm XM-216 seccionada. .. 46

12 1 INTRODUO

O fuzil de assalto surgiu em plena Segunda Guerra Mundial, onde os analistas militares perceberam que ao contrrio da Primeira Guerra Mundial, onde o combate era esttico em trincheiras e os exrcitos inteiros eram imobilizados e bem definidos em linha de frente, agora se caracterizava em combates a distncias menores e alvos mveis. Um cenrio mais dinmico que fez com que grande parte do armamento, antes utilizado, fosse modificado para adaptar-se a nova realidade. Nesse contexto, surge o FG-42, com munio de 7,92x57mm super-dimensionada com fogo automtico, seguido pelos modelos MP-43 e MP44 (MPainda de MachinenPistole Submetralhadora), at o Stg.44 (Stg de SturmGewehr) de fato o primeiro fuzil de assalto, com calibre de 7,92x33mm. (BERALDI, 2004). Segundo Popenker (2011), o fuzil de assalto a principal arma de emprego individual adotado pelos exrcitos de todo o mundo. Devido suas caractersticas, como o peso relativamente, boa cadncia de tiro, preciso e versatilidade no manuseio, tornaram o fuzil uma arma de uso indispensvel em qualquer tipo de operao militar. O presente trabalho busca tratar do tema sob a perspectiva da evoluo tcnica desse tipo de armamento que est ligado diretamente evoluo ttica dos combates, tratando do emprego desses armamentos apenas com o objetivo de identificar como as necessidades no combate e os fatores econmicos e polticos trouxeram modificaes estrutura do fuzil. Delimitou-se o foco de pesquisa nos modelos AK-47, M-16 e FAL, apesar disso sero abordados os principais fuzis de cada perodo. Partindo desta questo, os objetivos geral e especfico do presente trabalho so: Objetivo geral: Caracterizar as principais diferenas estruturais dos fuzis de assalto. Objetivos especficos: 1) Descrever o surgimento dos fuzis de assalto. 2) Caracterizar e comparar AK-47, M-16 e FAL. 3) Apresentar as novas tendncias e perspectivas de futuro. 4) Descrever a evoluo dos fuzis de assalto. Para tanto, o trabalho foi elaborado a partir de pesquisas bibliogrficas (livros, revistas, internet, artigos, peridicos institucionais, entrevistas etc.). Quanto estrutura, alm desta introduo, o trabalho apresenta no Captulo 1 o surgimento do fuzil de assalto, assim como as caractersticas dos modelos AK-47, M-16 e FAL; fazendo uma comparao entre

13 suas principais caractersticas. No Captulo 2 apresentada de forma sucinta a evoluo dos fuzis de assalto a partir da dcada de 50 at os dias atuais, apontando as principais caractersticas e inovaes desses modelos. O Captulo 3 apresenta os novos projetos e as tendncias para o futuro prximo. No captulo 4 so apresentados os procedimentos metodolgicos utilizados para este trabalho. Ao final desse trabalho chega-se a concluso apontada atravs das pesquisas.

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2 - FUZIS DE ASSALTO

2.1 O fuzil de assalto Fuzil de assalto o que realiza o tiro intermitente e contnuo, possui grande capacidade de armazenamento de munio no seu carregador e essa munio tem caractersticas balsticas que permitem abater alvos a grandes distncias. (ESCOLA DE MATERIAL BLICO, 2005, p.185). Ainda a Escola de Material Blico (2005), os fuzis de assalto se diferenciam dos antigos fuzis de repetio devido sua maior capacidade de tiros, comprimento e peso menor. Segundo Popenker 2011, o fuzil de assalto a arma primria de qualquer fora armada moderna. Atualmente eles geralmente vm com calibres entre 5,45mm e 7,62 mm e com carregadores de 20 a 30 cartuchos e podem ser de tiro automtico, semiautomtico e em alguns modelos de tiro automtico limitado a dois ou trs tiros. O alcance efetivo na mdia de 600 metros.

2.2 A criao do fuzil de assalto. Segundo Beraldi (2004), o fuzil de assalto surgiu em plena a Segunda Guerra Mundial, aps analistas militares perceberem que diferente do que houve na Primeira Guerra Mundial, na Segunda Grande Guerra no ocorria mais o combate esttico de trincheiras, com disparos a grandes distncias e tropas imobilizados em frentes definidas. As novas tecnologias aplicadas no campo de batalha tornaram os conflitos muito dinmicos, com a adoo de unidades blindadas e melhorias na artilharia e aviao tornaram impossvel o posicionamento de tropas em posies fixas.Os militares alemes perceberam que o movimento coordenado, baseado em veculos a motor e grande disponibilidade de combustvel, mudaria o combate, que perderia seus aspectos estticos e linhas de frente bem definidas. O tiro fosse de artilharia ou de armas portteis no mais se caracterizaria pelos disparos de longo alcance. A guerra de movimento impedia a colocao de tropas em posies estticas, que eram facilmente ultrapassadas pelos blindados, acompanhados curta distncia por infantaria transportada em veculos protegidos ou caminhes. Aproximando-se rapidamente do inimigo, j desestabilizado pelo fogo areo e dos canhes dos blindados, os infantes blindados combateriam a uma distncia menor por vezes tendo o inimigo diretamente vista. Blog Causa. Disponvel em

15 Assim tantos os pases aliados como os pases do eixo buscaram desenvolver o armamento ideal para o novo conflito que eclodia. No comeo da Segunda Guerra Mundial, em 1939, as principais armas de uso individual eram os fuzis de repetio, como o modelo M1 Garand, e as submetralhadoras, como a Thompson americana, Sten Gun inglesa, e MP 40 alem. Alm delas tambm houve a adaptao das metralhadoras que foram adaptadas para ganhar maior agilidade no campo de batalha. Apesar de atender as necessidades ainda no eram as armas ideais, pois os antigos fuzis tinham um grande poder de parada, mas eram grandes, pesados e no permitiam seqncias rpidas de tiro com preciso. E as submetralhadoras, apesar de ter as dimenses e peso ideais para o novo tipo de combate, utilizavam munio de pistola, sendo ineficazes para tiros a mdias distncias e no eram capazes de deter o inimigo em um s disparo (Beraldi, 2004). Com o intuito de unir essas qualidades, a fbrica Rheinmetall, a pedido da Luftwaffe (Fora Area Alem), desenvolve em 1942 o Fallschirmjgergewehr 42, o FG-42, uma arma com tiro automtico e peso relativamente leve, mas que ainda no era um fuzil de assalto, pois sua munio era muito potente, de 7,92x57mm, impedindo o tiro com boa preciso. Outro fato que no levou adoo em larga escala desse armamento era sua d ificuldade de produo com o decorrer da guerra (Martins, 2009). O primeiro fuzil de assalto considerado o Sturmgewehr 44, o Stg-44. Um armamento que tinha como caractersticas a compaticidade, grande capacidade de tiro e fogo automtico, e utilizava a munio 7,92x33 mm Kurz (Beraldi, 2004). Segundo Popenker, alm de aumentar a estabilidade do armamento no tiro automtico, a escolha por um calibre 7,92 mm curto tambm gerou uma economia nos processos de produo da munio, pois pode aproveitar grande parte do maquinrio j existente da produo da antiga munio 7,92x57 mm. Segundo o site Firearms, History, Technology & Development, o Stg-44 foi largamente utilizado no front oriental alemo, sendo bastante aceito pelos soldados e confivel, inclusive nas condies extremas do inverno russo.

2.3. Principais Fuzis de Assalto A partir do estudo dos armamentos AK-47, M-16 e FN FAL, ser realizado uma comparao entre suas caractersticas.

16 2.3.1 O AK-47 O Avtomat Kalashnikova 1947, que significa Automtica de Kalashnikov 1947, um cone da guerra moderna. De acordo com Beraldi (2004), o fuzil AK-47 foi o segundo fuzil de assalto a ser desenvolvido no mundo. Segundo Popenker (2011), este foi o armamento mais fabricado no mundo, com cerca de 90 milhes de unidades produzidas, largamente utilizado at os dias atuais, devido sua simplicidade e confiabilidade. Modelo criado em 1947, por Mikhail Kalashnikov, rapidamente se tornou o fuzil padro da antiga Unio Sovitica. Abaixo um quadro com os principais dados tcnicos do AK-47: QUADRO 1: Dados tcnicos do AK-47 Munio Cadncia Terica Peso 7,62x39 mm M43 600 tiros/min 4,3 kg Velocidade inicial do projetil Alcance Eficaz Carregador Comprimento da arma 715 m/s 350 m 30 tiros 870 mm

Comprimento do cano 414 mm Fonte: Adaptado de reamilitar, 2007.

Segundo Popenker (2011), com um desenho parecido com o Stg-44, criado ao final da Segunda Guerra Mundial pelos alemes, e um mecanismo similar ao M1 Garand americano, suas poucas peas e espaos vazios no interior da caixa da culatra fazem com que o AK -47 seja uma arma que opere em qualquer tipo de ambiente, com impurezas no interior do seu sistema e necessite de pouca manuteno. Arma de fcil fabricao, ela feita basicamente de chapa de ao estampada e madeira, o que a torna resistente, relativamente leve e com custo baixo. Inicialmente utilizado pelos pases da Unio Sovitica e do Pacto de Varsvia, atualmente alm desses pases tambm empregado principalmente no Oriente Mdio, grupos terroristas e nos conflitos na frica. Criado na Rssia comunista, o AK-47 apareceu em 92 pases, participou de 90% das batalhas da 2 metade do sculo 20 (s vezes dos dois lados da disputa), e foi a arma usada para matar pelo menos 7 milhes de pessoas.(MAIA, 2007). Atualmente Gergia, Ir e Israel esto fabricando AK-47. Na Amrica Latina, se deve especial ateno Venezuela, que adquiriu, em 2005, 100.000 AK-103 e anunciou a construo de fbricas de AK-103, com transferncia total de tecnologia, em um investimento de US$ 300 milhes (MAIA, 2007).

17 Projetado em 1947, j foram desenvolvidos diversas variaes do AK-47, porm seu funcionamento em geral no foi modificado, visto que esse foi o principal motivo do seu grande sucesso nos campos de batalha. De acordo com o site Russian Small Arms, abaixo as principais variaes do modelo sovitico: a) AKM: verso melhorada do AK-47. Teve poucas modificaes, como caixa da culatra Tipo 4, de metal estampado e rebitado, dispositivo na boca do cano para evitar que a arma levante muito durante o tiro automtico e peso mais leve. b) RPK: verso metralhadora da AK-47. Com cano mais longo e bip. c) AK-74, AKS-74 e AKS-74U: seguindo a tendncia de mundial de diminuio do calibre, desde a dcada de 60, a verso AK-74 foi projetada para a munio 5,45x39mm. Alm disso, houve melhorias no aparelho de pontaria, de amortecimento e a possibilidade de acoplar uma faca ou lanador de granadas. O AKS-74 a verso com coronha dobrvel e o AKS-74U uma verso com o cano menor, prprio para tropas embarcadas em blindados e helicpteros. d) AK-101: verso que mantm as caractersticas do AK-74, porm adota a munio padro OTAN, 5,56x45mm e) AK-103: verso da AK-74 que adota a mesma munio da AK-47 original, 7,62x39mm. f) AK-102, AK-104 e AK-105: a verses compactas do AK-101, AK-103 e AK-74, respectivamente. g) AK-107 e AK-108: o AK-107 uma verso do AK-74 com um sistema chamado balanced action no qual o mesmo gs que empurra o mbolo para trs tambm usado para amortecer o coice da arma e utilizado para estabilizar mais o tiro automtico. A verso AK108 tem o mesmo sistema de amortecimento, porm no calibre 5;56 OTAN, semelhante ao AK-101

2.3.2 O M-16 O fuzil M-16, de origem norte-americana, at os dias atuais o armamento padro do exrcito americano. famoso por ser um fuzil leve e preciso, mas tambm reconhecido por ser um armamento frgil e que exige muita manuteno (BERALDI, 2006). Abaixo alguns dados tcnicos do M-16 A2:

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QUADRO 2: Dados tcnicos do M-16 A2 Munio Cadncia Terica Peso Comprimento do cano 5,56x45 mm OTAN 800 tiros/min 3,4 kg 508 mm Velocidade inicial do projtil Alcance Eficaz Carregador Comprimento 948 m/s 550 m 30 tiros 1006,6 mm

Fonte: Adaptado de reamilitar, 2008. Com um projeto que iniciou em 1957, foi inicialmente desenvolvido pela Empresa Armalite a pedido do exrcito americano, que tinha como objetivo adotar um novo fuzil que fosse leve, de calibre .22, com fogo automtico e capaz de penetrar em um capacete de ao a 500 metros. Assim baseado no armamento AR-10, foi desenvolvido por Eugene Stoner o AR15, adotando a munio .223 Remington. Porm logo nos primeiros testes realizados pelo exrcito seu desempenho no foi satisfatrio, o que fez com que M-14 tivesse a preferncia dos militares. Sabendo desse resultado, a Armalite logo vendeu os direitos e documentos do projeto do AR-15 para a Colt, que j mantinha uma relao mais antiga de venda de armas para o exrcito. A Colt ento passou a fazer uma intensa propaganda sobre a preciso, o peso leve, o baixo recuo e o desenho do AR-15, resultando que em 1964 a Fora Area Americana adota o AR-15 como armamento padro, denominando-o M-16, e em 1967, pelo Exrcito Americano com o nome de M-16A1 (POPENKER, 2011). Com a Guerra do Vietn iminente, as tropas logo foram equipadas com o novo fuzil, que j nos seus primeiros anos em combate dava sinais de falhas no seu funcionamento. Durante o decorrer desse conflito o M-16 ganharia a fama de ser uma arma frgil, ainda mais devido regio do sudeste asitico, coberto pela selva e de clima tropical. Porm no foram s as intempries que causaram o mau funcionamento generalizado, houve srios problemas tcnicos tambm relacionados. A munio projetada originalmente vinha com a plvora Dupont IMR, porm foi trocada pela plvora usada nas munies 7,62 OTAN, produzindo mais fuligem dentro do fuzil com seu funcionamento e modificando a presso nas partes mveis, gerando um desgaste maior que o projetado. Para completar ainda mais essa falha, durante a propaganda para adoo do fuzil, a Colt divulgou que era um armamento que no necessitava de muita manuteno, assim o exrcito, para cortar gastos, no adquiriu material para realizar a limpeza do fuzil e nem deu treinamento ao soldado de como proceder a manuteno, agravando o problema da fuligem dentro do sistema. Alm

19 disso, o exrcito dispensou a proteo cromada no interior do cano e no conjunto do ferrolho, deixando essas partes mais vulnerveis corroso. Depois de diagnosticados esses problemas, eles logo foram sanados, durante o decorrer a Guerra do Vietn, e alm dessas mudanas tambm foi adotado o carregador com capacidade de 30 munies, seguindo o padro do sovitico AK-47 (POPENKER, 2011). Aps o final da Guerra do Vietn, o M-16 j estava mais confivel, e assim passou por poucas modificaes com o decorrer do tempo, seguindo apenas algumas tendncias dos armamentos no mundo. A principal evoluo do M-16 foi o M-4, verso compacta projetada para as foras especiais, que permite acoplagem na arma de vrios tipos de acessrios.As limitaes de uso, principalmente o curto alcance, colocam o Colt Commando na mesma categoria de uma submetralhadora, mas o fato dele empregar o mesmo cartucho do M-16 e ser mecanicamente idntico a ele permite sua classificao ao lado daquele fuzil. (MYATT, 1986 p. 75)

2.3.3 O FN FAL O FN FAL, Fusil Automatique Leger, uma arma belga e foi um dos fuzis mais utilizados e famosos da sua poca, sendo utilizado por mais de 90 pases. o armamento padro do Exrcito Brasileiro, e apesar de ter sido fabricado em mais de 10 pases sob licena, atualmente s fabricado no Brasil e na prpria FN na Blgica. Ele tem um poder de parada muito forte devido sua munio 7,62x51mm OTAN, porm tambm um dos fuzis mais pesados existentes. Com um funcionamento simples, um armamento rstico, resistente e preciso, com capacidade de tiro a longas distncias e de fcil manuteno. Um dos poucos armamentos que utiliza ferrolho basculante, onde o ferrolho se encaixa na estrutura do fuzil ao final da apresentao do projtil na cmara, obrigando-o a ter uma caixa da culatra resistente ao choque produzido pela exploso da munio (POPENKER, 2011). Abaixo alguns dados tcnicos do FN FAL. QUADRO 3: Dados tcnicos do FN FAL. Munio Cadncia Terica Peso 7,62x51 mm OTAN 700 tiros/min 4,45 kg Velocidade inicial do projtil Alcance Eficaz Carregador Comprimento 840 m/s 550 m 20 tiros 1100 mm

Comprimento do cano 533 mm Fonte: Adaptado de reamilitar, 2007.

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Com um projeto que data de 1946, o FAL foi idealizado a partir da necessidade de um novo armamento para as munies intermedirias 7,92x33 mm. Assim foram desenvolvidos os primeiros prottipos pela Fabrique Nationale, com essa munio, e postos prova em 1950 pelo exrcito americano, obtendo resultados impressionantes. Porm nessa ocasio os americanos estavam querendo um fuzil com munio mais potente, e para isso a FN desenvolveu o que viria a terminar o projeto do FAL em 1953, com a munio 7,62x51 mm padronizada para a OTAN. A partir desse momento vrios pases se interessaram e adquiriram o FAL e a licena de produo do mesmo, principalmente pases ligados ao Commonwealth e da Amrica Latina, como o caso do Brasil, que o produz em uma fbrica da Imbel que se situa na cidade de Itajub-MG, desde 1964. O nico pas ao qual a Blgica negou a venda da licena de produo foi a ento Alemanha Ocidental, que devido a esse motivo desenvolveu um fuzil prprio, o G-3, com base no espanhol CETME. Devido a essa venda de licena de produo, o FN FAL sofreu vrios tipos de alteraes nos pases em que era adotado, de acordo com suas necessidades. Por isso iremos estudar apenas o desenvolvimento desse armamento na FN e no Brasil. Aps o sucesso do FN FAL, a Fabrique Nationale j voltou sua ateno para a nova tendncia mundial dos armamentos, o calibre 5,56. Assim, em 1967, desenvolveu o CAL, Carabine Automatique Lgre, fuzil mais leve e menor que o FAL e tinha ferrolho rotativo, porm no foram produzidos em grande escala devido a dificuldades de produo de certas peas e sua manuteno complexa. O prximo passo foi o FN FNC, Fabrique Nationale Carabine, com munio 5,56x45, esse fuzil foi finalizado em 1978 e conta com um funcionamento melhor que o anterior, possui um ferrolho rotativo baseado no AK-47, seu regulador de escape de gases tem duas posies, um obturador de gases com a mesma capacidade do FAL, para realizar tiro com granada de bocal, e uma ala de mira em L, com marcao de 250 e 400 metros. No Brasil houve a compra da licena de produo do modelo original em 1964, sendo produzido aqui pela Imbel com a denominao FAL M964. Aps um grande perodo sem preocupao com a modernizao desse armamento, no incio da dcada de 80 passou a se projetar um modelo brasileiro do FAL que se adequasse munio de calibre 5,56 mm OTAN, adotado pela maioria dos pases ocidentais. Dessa forma surgiu o FAL MD2, desenvolvido pela IMBEL, um fuzil novo, por m no acompanhou a evoluo mundial, ficando com o sistema idntico ao FAL original, apenas com as peas adaptadas para o calibre

21 5,56 mm OTAN. Essa inovao no representou nenhuma melhoria significativa com relao verso de calibre 7,62 mm, visto que seu material continuou sendo o mesmo e o ferrolho continuou sendo basculante, sua principal desvantagem, mantendo o peso da arma ainda elevado para um calibre menor. Devido a esse fato a Imbel continuou seu estudo sobre as mudanas que poderiam ocorrer no armamento, para que desenvolvessem um fuzil que acompanhasse as principais tendncias mundiais. Esses estudos resultaram no FAL MD97, lanado em 1997, com mudanas significativas, como ferrolho com trancamento rotativo, caixa da culatra em alumnio e um mecanismo que limita o fogo automtico, chamado burst em ingls. Apesar de tornarem o fuzil bem mais leve, essas mudanas j eram bastante conhecidas em todo o mundo, fazendo com que o novo modelo no tivesse muita importncia em comparao aos fuzis estrangeiros, sendo somente utilizado pelas foras policiais brasileiras (BERALDI, 2005). Segundo Cinquini, 2010, com a divulgao da Estratgia Nacional de Defesa e uma maior preocupao com a indstria blica nacional, est havendo o desenvolvimento de um novo fuzil brasileiro, chamado inicialmente de Imbel IA2, que deve ser adotado em um curto espao de tempo nas unidades operacionais do Exrcito Brasileiro. Pouco foi divulgado, mas se sabe que ter verses com as munies 5,56 mm e 7,62 mm, trilhos Picatinny para colocar acessrios, e usa polmero na coronha, guarda-mo e punho.

2.4 Comparao entre os fuzis Aps o levantamento dos principais dados dos armamentos AK-47, M-16 e FAL, sero comparados as caractersticas desses fuzis de assalto. QUADRO 4: Comparao entre AK-47, M-16 e FN FAL Caracterstica\Fuzil Peso Comprimento da arma Comprimento do cano Alcance Eficaz Munio Cadncia Terica Carregador Fonte: Dados da pesquisa. AK-47 4,3 Kg 870 mm 414 mm 350 m 600 tiros/min 30 tiros M-16 3,4 Kg 1006,6 mm 508 mm 550 m 800 tiros/min 948 m/s 30 tiros FN FAL 4,45 Kg 1100 mm 533 mm 550 m 700 tiros/min 840 m/s 20 tiros

7,62x39 mm M43 5,56x45 mm OTAN 7,62x51 mm OTAN

Velocidade inicial do projtil 715 m/s

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Analisando essa tabela possvel visualizar que calibres menores permitem uma estrutura mais leve do armamento. Outra caracterstica que o comprimento do cano influencia no alcance eficaz do fuzil, quanto maior o comprimento, maior o alcance eficaz. notvel a superioridade da cadncia de tiro o fuzil M-16, e a desvantagem do carregador do fuzil FN FAL. QUADRO 5: Comparao entre as munies. Munies Peso do projtil Velocidade cano Energia no cano 1991 J 1700 J 3594 J Fonte: Adaptado de World Guns, 2011. Nessa tabela de comparao das respectivas munies tambm possvel extrair algumas observaes. Destaca-se a energia da munio 7,62 OTAN, garantindo um alto poder de parada. Outra caracterstica a proporo inversa entre peso do projtil e velocidade de sada do cano, garantindo assim o poder de parada, mesmo com munies mais leves. 7.6x39mm M43 7,9 gramas no 710 m/s 5.56x45mm OTAN 4,01 gramas 921 m/s 7.62x51mm OTAN 9,72 gramas 860 m/s

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3 A EVOLUO DOS FUZIS DE ASSALTO Aps analisar as caractersticas gerais e especficas de alguns fuzis, nesse captulo abordaremos as geraes em que podemos dividir a evoluo desses armamentos, de forma a entender as principais tendncias mundiais, levantando alguns motivos para tais mudanas. importante notar os principais pases que desenvolviam esses armamentos e suas conjunturas internacionais.A evoluo do Fuzil de Assalto pode ser dividida em geraes, sendo que, a cada salto evolutivo, vemos novas caractersticas predominantes nesta classe de armas, havendo, porm, modelos que no apresentam todas as caractersticas em conjunto, ou, ainda, aqueles que mesclam traos de uma gerao posterior com aqueles de geraes bem anteriores. (BERALDI, 2004, p. 05).

Aps o fim da Segunda Guerra Mundial surge a partir do armamento alemo Stg 44, o conceito dos fuzis de assalto, armas leves e que combinam a potncia de uma metralhadora pesada com a maneabilidade de uma metralhadora de mo. Com a derrota da Alemanha Nazista, o mundo se v dividido em dois grandes blocos: o capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o socialista, liderado pela Unio Sovitica. Alm do alinhamento ideolgico e econmico que essas potncias exerciam sobre os pases dos seus blocos, havia tambm uma forte influncia militar, gerando os principais conflitos aps a Segunda Guerra Mundial e o desenvolvimento de tecnologias militares semelhantes dentro de um bloco. Assim dividirei o estudo atravs das dcadas:

3.1 Fuzis da dcada de 50 Os primeiros modelos de fuzil eram basicamente feitos com ao e madeira, seguindo a tendncia dos armamentos da II Guerra Mundial. Com desenhos semelhantes ao Stg 44, os fuzis dessa gerao eram basicamente de calibre 7,62 mm, tornando armamentos muito -os potentes e pesados, com ao usinado nas partes relativas ao funcionamento e madeira no punho, na coronha e no guarda-mo (BERALDI, 2004). No Bloco Sovitico o maior representante dessa gerao o fuzil AK -47, da Unio Sovitica. Devido a sua alta resistncia, e facilidade de fabricao e manuseio, se tornou a principal arma do Exrcito Vermelho, influenciando diversos outros pases socialistas, e at pases no alinhados ao socialismo, no desenvolvimento de armas leves.

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FIGURA 1 - Primeiro modelo de AK-47 desmontado Fonte: World Guns, 2011.

FIGURA 2 - Modelo definitivo do AK-47 Fonte: World Guns, 2011. Atravs da compra de licena de fabricao do AK-47, foram criados novos armamentos, como o caso do Tipo 56 da China, o SA Vz 58 da ento Tchecoslovquia e o Valmet Rk 62 da Finlndia, que em comparao com o AK-47 russo no possuam nenhuma mudana significativa na estrutura original (POPENKER, 2011).

FIGURA 3 - Fuzil Tipo 56 de fabricao chinesa Fonte: World Guns, 2011.

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FIGURA 4 - Fuzil SA Vz 58 da Tchecoslovquia. Fonte: World Guns, 2011.

FIGURA 5 - Fuzil Valmet Rk 62 desmontado. Fonte: Military Images.Net, 2011. Nota-se a semelhana das peas da Figura 5 com as peas do fuzil AK-47. Pelo lado ocidental houve uma maior variedade de origens, porm deve ser observado que todos usavam a munio 7,62 padro OTAN. As que mais se destacam so o M-14, o FN FAL e o G-3. De origem americana, o M-14 foi uma evoluo do M-1 Garand, fuzil de repetio largamente utilizado pelos Estados Unidos durante a II Guerra Mundial, sendo apenas modificado sua munio e o sistema de alimentao, para utilizar o carregador com capacidade de 20 cartuchos. Segundo Myatt, 1986, devido s poucas modificaes, esse fuzil era extremamente pesado com relao aos outros de sua poca e no era capaz de sustentar o tiro automtico, pois era difcil de controlar e seu cano superaquecia rapidamente. Por isso teve pouca projeo no cenrio internacional, apesar de ter alta confiabilidade at os dias atuais.

FIGURA 6 - Fuzil M-1 Garand, base para o M-14 Fonte: World Guns, 2011.

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FIGURA 7 - Fuzil M-14 Fonte: World Guns, 2011. O FN FAL foi o fuzil ocidental de maior destaque de sua gerao. Criado pela Blgica, ele sofreu pequenas modificaes nos vrios pases em que era produzido sob licena. Atendendo s especificaes da munio padro 7,62 da OTAN, seu funcionamento simples e de fcil manuseio e manuteno (MYATT, 1986).

FIGURA 8 - Verses do FAL. De cima para baixo: G1 alemo, R1A1 sul africano, Stg. 58 da ustria e o L1A1 da Austrlia Fonte: Angus Arms Co, 2011. O Heckler-Koch G-3, da Alemanha Ocidental, foi criado a partir do modelo CETME espanhol em resposta ao FN FAL. Com munio 7,62x51 mm padro OTAN, o G-3 tambm foi largamente usado pelos pases ocidentais durante a Guerra Fria (POPENKER, 2011).

FIGURA 9 - Fuzil CETME modelo B com carregador de 30 munies Fonte: World Guns, 2011.

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FIGURA 10 - Fuzil HK G-3 da alemo Fonte: World Guns, 2011. 3.2. Fuzis da dcada de 60 De acordo com o Blog Firearms, History, Techology and Development (2011), nessa dcada pode-se ser observada uma mudana no pensamento doutrinrio da poca, que passou a valorizar calibres menores, permitindo uma capacidade maior dos carregadores, armamentos mais leves e tiros automticos mais precisos. Atravs de estudos realizados pelo Exrcito Americano foi constatado que poucos soldados realmente atiravam diretamente contra o inimigo durante a Segunda Guerra Mundial e aqueles que atiravam com armas automticas tinham uma tendncia de atirar mais devido ao fato se importar menos com a morte de outra vida humana. A mudana para munies menores tambm tinha por objetivo tornar mais barato a produo dos cartuchos e um poder de parada menor, que faria com que um tiro apenas ferisse o inimigo, de forma a eliminar outros que viessem a socorr-lo.As mudanas mais notveis foram a diminuio do calibre, devido a uma nova doutrina segundo a qual se pode anular trs soldados inimigos quando se fere um soldado, j que pelo menos dois soldados tero de carregar o ferido, anulando assim trs membros do peloto inimigo. Como um soldado morto deixado para trs, a ttica de matar, pura e simplesmente, menos eficaz. (DI SANTIS JNIOR, 2006)

Alm da mudana da munio tambm se buscou o uso de materiais si tticos nas n partes que no esto envolvidas diretamente no funcionamento, substituindo a madeira (Beraldi, 2004). A principal inovao desse perodo foi o surgimento do M-16, armamento padro americano at os dias atuais. A utilizao de um calibre menor ainda era experimental para a maioria dos pases, sendo comprovada sua eficincia somente aps a Guerra do Vietn, por parte dos americanos, e posteriormente viria a influenciar o desenvolvimento de todos os fuzis seguintes.

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Figura X: Fuzil M-16 com carregador de 20 munies Fonte: World Guns. Disponvel em: No lado comunista houve apenas o desenvolvimento do AKM, uma verso modernizada do AK-47, possibilitando a reduo do peso em aproximadamente um quilo e melhorando o processo de produo.

FIGURA 11 - Fuzil AKM com coronha dobrvel. Fonte: World Guns, 2011. 3.3. Fuzis da dcada de 70 A partir da consolidao da munio 5,56 mm OTAN pelos Estados Unidos na Guerra do Vietn, foi possvel uma diminuio do peso e das dimenses dos armamentos, tendncia depois seguida pelos soviticos. Cada vez mais os armamentos eram projetados para combates urbanos, com grande volume de fogo a curtas distncias. A partir desse perodo tambm notvel a adoo do regime de tiro automtico limitado, chamado burst em ingls, um mecanismo que permite uma rajada de em mdia trs tiros, possibilitando uma rajada sem consumo excessivo de munio. Com a adoo de um novo calibre para os pases da OTAN, surge nos pases ocidentais uma enorme variedade de modelos com o calibre 5,56 mm. Em Israel, desenvolvido o IMI Galil, pela Israel Military Industries, a fim de atender as Foras de Defesa de Israel, que utilizaram anteriormente o FN FAL e o UZI, armamentos estes que no responderam de forma satisfatria nos conflitos naquela regio devido areia fina do deserto que causava problemas no seu funcionamento. O Galil j passou a utilizar a nova munio 5,56x45 mm OTAN, utilizando uma verso no calibre 7,62 mm para uso de

29 caadores. Ele acabou sofrendo grande influncia do AK-47 por ter sido um projeto finlands, baseado no Valmet Rk 62 (POPENKER, 2011).

FIGURA 12 - Fuzil IMI Galil com coronha rebatida. Fonte: Military Factory, 2011. Nos Estados Unidos desenvolvido o AR-18, pela Armalite. De acordo com o site Military Factory (2010), esse fuzil de assalto foi projetado para o mercado externo, devido a consolidao do M-16 como padro das foras armadas americanas, porm no chegou a alcanar uma grande produo, sendo encerrada em 1978.

FIGURA 13 - Armalite AR-18 Fonte: Military Factory, 2011. Na Alemanha Ocidental desenvolvido o HK-33, armamento que buscou a compactao do G-3 e logo deu lugar ao HK-53, uma verso extremamente compacta e ideal para combates em locais fechados (POPENKER, 2011).

FIGURA 14 - HK-33 Fonte: World Guns, 2011.

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FIGURA 15 - O HK-53 com a coronha retrada Fonte: World Guns, 2011. A Fabrique Nationale, da Blgica, desenvolveu inicialmente o FN CAL, mas devido a problemas na produo de certas peas logo deu lugar ao FN FNC, sendo adotado em seguida pela Blgica, Sucia e Indonsia. Esse fuzil tinha muita influncia da estrutura do AK-47 e do M-16 (POPENKER, 2011).

FIGURA 16 - FN CAL Fonte: World Guns, 2011.

FIGURA 17 - FN FNC Fonte: World Guns, 2011. Na Sua desenvolvido o SIG SG-540, fuzil bastante leve e com peas baseadas no funcionamento do AK-47, como o mbolo do cilindro de gases solidrio ao ferrolho e apenas o uso de duas garras do extrator, minimizando o risco de defeitos no seu funcionamento. Esse o nico armamento dessa poca que foi desenvolvido com verses que ainda utilizavam a munio 7,62x51 mm (POPENKER, 2011).

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FIGURA 18 - SIG SG-540 com bip. Fonte: World Guns, 2011. Na Itlia desenvolvido a Beretta AR-70, com o ferrolho rotativo similar ao do AK47. Apesar de projetado na dcada de 70, sua produo efetiva se deu apenas em 1990 (POPENKER, 2011).

FIGURA 19 - Beretta AR-70 Fonte: World Guns, 2011. Ao final desse perodo desenvolvido o austraco Steyr AUG, o primeiro bullpup a ser produzido em larga escala. Com um desenho diferente do normal, baseado no Stg 44, nos armamentos bullpup o carregador fica atrs do punho e a caixa da culatra ocupa a parte compreendida pela coronha, permitindo um fuzil muito mais compacto e leve. Essa seria a tendncia da prxima dcada (BERALDI, 2004). Segundo o site Firearms, History, Technology & Development, o Steyr AUG vem de Armee Universal Gewehr, que em portugus significa fuzil universal do exrcito. Esse armamento possui a capacidade de trocar o lado pelo qual a munio ser ejetada, permitindo o uso ambidestro, visto que a janela de ejeo se encontra na regio onde o atirador apia o rosto para o tiro Alm disso, esse . armamento j vem com um aparelho de mira padro com mira telescpica que amplia 1,5 vezes a pontaria (POPENKER, 2011).

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FIGURA 20 - Steyr AUG. Fonte: World Guns. Nota-se na Figura 20, a posio do carregador atrs do gatilho e um desenho inovador. No bloco comunista, na busca de um calibre menor desenvolvido o AK-74, que, para Popenker (2011), adotou a munio 5,45x39 mm, porm continuou com o mecanismo, desenho e dimenses parecidas com o antigo AKM. Segundo o site Russian Small Arms, mais de 50% das peas do AK-74 so iguais ao do AKM, facilitando muito o processo de produo.

FIGURA 21 - AK-74 equipado com baioneta. Fonte: World Guns,2011. A maior diferena externa visvel com o AKM a introduo do quebra-chamas.

3.4. Fuzis da dcada de 80 Nessa dcada notvel a preocupao com a compactao dos armamentos, com a adoo de canos menores e dos fuzis bullpup, onde a caixa da culatra preenche o espao no interior da coronha, diminuindo a dimenso e o peso desses armamentos. Alm dessa inovao possvel perceber o uso de polmeros na estrutura dos fuzis, material mais leve e resistente (BERALDI, 2004). O primeiro bullpup produzido em larga escala foi o j citado Steyr AUG, da ustria. No comeo da dcada surge na Frana o Giat FAMAS, Fusil d'Assaut de la Manufacture d'Armes de St-Etienne, que significa Fuzil de Assalto da Fbrica de Armas de Saint Etienne. Um fuzil desenvolvido desde 1967, projetado para ser o armamento padro das Foras Armadas da Frana, inclusive da Legio Estrangeira, sendo pouco adotado em outros pases. Essa arma utiliza a munio 5,56 padro OTAN, mas tem um funcionamento incomum atravs de um sistema chamado lever delayed blowback (POPENKER, 2011). De

33 acordo com o site Firearms, History, Technology & Development, esse sistema, que em portugus recebe o nome de recuo retardado por alavanca, utiliza uma pea como alavanca, e a diferena de peso entre o ferrolho e seu impulsor para manter a cmara fechada durante a deflagrao do cartucho, utilizando a apenas fora gerada pela exploso do cartucho, sem utilizar a retomada dos gases comum aos outros modelos. O FAMAS tambm possui a capacidade de selecionar o lado que a munio ser ejetada, permitindo o uso ambidestro e na sua verso G 2 aceita o carregador STANAG, padro do M-16 americano (POPENKER, 2011).

FIGURA 22 - Giat FAMAS G 2 montado sobre o bip. Fonte: World Guns, 2011. O outro armamento que tem destaque nessa poca o Enfield L-85, de fabricao inglesa. Segundo Popenker (2011), o Reino Unido j tinha um projeto de arma bullpup desde aps o final da Segunda Guerra Mundial, o projeto do Enfield EM-2, que foi abandonado devido escolha na poca da munio calibre 7,62 para os pases da OTAN, impossibilitando um armamento de dimenses compactas. Assim s com a adoo da munio 5,56 OTAN que iniciou o desenvolvimento do novo fuzil ingls, sendo finalizado em 1985. Um fuzil que apesar das dimenses pequenas tem um peso relativamente grande, cerca de 4 quilos, tem um sistema de funcionamento parecido com o AR-18 e se mostrou bem problemtico no comeo de sua operao.

FIGURA 23 - Enfield L-85 Fonte: World Guns, 2011.

34 Alm desses fuzis, houve outros projetos do lado ocidental como o Bushmaster M-17 da Austrlia, o Lapa FA-03 do Brasil, o Valmet M-82 da Finlndia e o HK G-41 da Alemanha, porm por serem projetos de alto custo ou no atenderem algun requisitos no s foram levados adiante (POPENKER, 2011).

FIGURA 24 - Lapa FA-03 Fonte: World Guns, 2011.

FIGURA 25 - Valmet M-82 Fonte: World Guns, 2011.

FIGURA 26 - HK G-41 Fonte: World Guns,2011. No lado comunista, as inovaes mais notveis so da China, que desenvolve o Tipo81, fuzil que utiliza munio 7,62x39 mm e parecido com o AKM russo, porm uma das maiores diferenas o posicionamento da maa de mira, que saiu da boca do cano, permitindo o uso de granadas de bocal. Outra inovao chinesa o NORINCO Tipo-86, arma bullpup desenvolvida ao final da dcada, porm no teve grande importncia devido recente adoo do fuzil Tipo-81 para armar o Exrcito Popular da China (POPENKER, 2011).

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FIGURA 27 - Fuzil Tipo-81 chins. Fonte: World Guns, 2011.

FIGURA 28 Norinco Tipo-86 Fonte: World Guns, 2011.

3.5. Fuzis da dcada de 90 aos dias atuais Nessa poca o mundo vive grandes transformaes na ordem mundial. A queda do Muro de Berlim o prenncio do fim da Unio das Repblicas Socialistas Soviticas. O fim das hostilidades indiretas entre as duas grandes potncias trouxe um novo contexto nos conflitos. Surgiram os conceitos de guerras assimtricas, um aumento nas operaes de paz e dos combates em reas urbanas, necessitando de armas que alm de letais fossem extremamente precisas, para no causar baixas civis.As operaes de paz atualmente tendem a ocorrer em ambientes nos quais se encontram numerosas partes em conflito no somente duas , grupos indisciplinados que no obedecem s suas prprias autoridades, acordos de cessarfogo ineficazes, ambientes nos quais se verifica a ausncia de lei e ordem, alto risco de oposio armada s tropas da ONU, presena e envolvimento de grande nmero de civis, incluindo refugiados e desterrados, colapso da estrutura civil, e apresenta um teatro de operaes indefinido. uma realidade resultante de diversas variveis que influenciam as caractersticas dos conflitos armados do presente (GODOI, 2010).

Nesse contexto as indstrias de armamentos passam a incrementar os aparelhos de pontaria, melhorando os instrumentos ticos e assimilando tecnologias como o laser e o infravermelho. Surge tambm uma preocupao maior com a modularidade dos armamentos, com a ergonomia e conforto para o atirador, e com a capacidade de acoplar itens estrutura do fuzil, permitindo melhorias na pontaria, e tiro com calibres diferentes e lanadores de granadas, de acordo com a necessidade da operao ou da situao (BERALDI, 2004). Devido aos grandes avanos tecnolgicos da dcada de 90, a partir desse perodo surgem

36 diversos programas de modernizao de soldados. Esses programas tm o objetivo de desenvolver novos equipamentos e armas para o soldado atual, utilizando o mximo de tecnologia disponvel.Os Programas de Modernizao de Soldados podem ser definidos como um conjunto de estudos aplicados nas mais diversas reas indo desde uma cor mais adequada para um uniforme de camuflagem, at um rob autnomo para transporte, reconhecimento e combate que tm por objetivo incrementar de maneira exponencial os seguintes aspectos do soldado: sua letalidade; sua capacidade de comando, controle e comunicao; sua possibilidade de integrar-se numa rede, fornecendo e recebendo dados (Network Centric Warfare); sua capacidade de identificao de amigo ou inimigo; sua autonomia e resistncia; e, como conseqncia da sinergia dos itens anteriores, sua sobrevivncia. (BERALDI, 2005)

Do lado ocidental as principais inovaes foram relacionadas com o desenho dos armamentos e materiais dos mesmos. Nos Estados Unidos desenvolvido o Colt M-4 Carbine, visando um armamento mais compacto e ideal para o novo cenrio de conflitos. Com um funcionamento idntico ao M-16, porm com dimenses bem menores e peso reduzido, esse armamento bastante confortvel, ajustvel e ainda possui uma grande possibilidade de acoplar novos acessrios. Devido a essas caractersticas o M-4 logo foi adotado como armamento padro pelo Comando de Operaes Especiais dos Estados Unidos. comumente visto com o lanador de granadas M-203 e com diversos tipos de instrumentos para auxiliar na pontaria, como o telescpio Trijicon ACOG e a mira Aimpoint Red-Dot (POPENKER, 2011).

FIGURA 29 - Fuzil Colt M-4 com mira telescpica Trijicon ACOG e lanador de granadas M-203 Fonte: World Guns, 2011. Na Blgica, a FN apresentou durante esse perodo o FN 2000, fuzil com um desenho inovador, de estrutura bullpup e modular, buscando uma maior compactao e ergonomia para o combatente. um armamento excepcional, possui uma luneta na configurao bsica e pode ser complementado pelo lanador de granadas FN EGLM 40 mm, pelo mdulo de arma no-letal M-303, alm de outros dispositivos para melhoria da pontaria. Uma inovao desse armamento seu sistema de ejeo, que lana o cartucho gasto para a parte frontal do fuzil,

37 sem necessitar de qualquer trabalho para seu manuseio ambidestro. Apesar da estrutura moderna apresentada, esse fuzil no foi chegou a ser adotado largamente, equipando o Exrcito da Eslovnia e tropas de foras especiais de alguns pases europeus (POPENKER, 2011).

FIGURA 30 - Fuzil FN-2000 com mira telescpica e lanador de granadas 40 mm FN EGLM Fonte: World Guns, 2011. Ainda nesse contexto de inovao, a IWI, Indstria de Armas de Israel, lana em 1998 o Tavor TAR-21, em troca dos modelos M-16 e IMI Galil usados at ento pelas Foras de Defesa de Israel, segundo.Para Jones (2009), esse fuzil representa o que h de mais moderno. Usando a munio 5,56x45 mm padro OTAN, ele tem uma estrutura modular e do tipo bullpup, utiliza plstico de alta resistncia a impactos e ao apenas nas partes necessrias, conferindo compactao e leveza. O atirador tem a capacidade de trocar o lado da janela de ejeo e acessar a alavanca de manejo por ambos os lados, facilitando o manuseio de canhotos, sendo tambm um ponto negativo j que necessrio desmontar algumas partes para realizar essa troca de lado da janela de ejeo. Seu ferrolho rotativo similar ao do M16, porm sua ao dada atravs do mbolo fixado no impulsor do ferrolho. A verso de micro fuzil de assalto, MTAR-21, permite a adaptao para o calibre 9 mm de pistola usando um kit de converso que conta com cano, conjunto do ferrolho e adaptador do carregador. Seu guarda-mato envolve o punho por completo, como visto no Steyr AUG. As verses iniciais do Tavor possuam o aparelho de pontaria ITLMARS, que mostrou caro e foi trocado pelo Meprolight, que usa o ponto vermelho. Alm disso, possui trilhos Picatinny e a possibilidade de montar o lanador de granadas M-203 40 mm, o mesmo do Colt M-4. No comeo de sua operao entre os anos de 1999 e 2002, o Tavor ficou em fases de teste, apresentando alguns problemas, mas logo foram sanados na verso definitiva. A fabricante de armamentos brasileira Taurus fechou um contrato com a IWI para a produo desse fuzil em territrio

38 nacional, com transferncia total de tecnologia, visando o rearmamento do Exrcito Brasileiro.

FIGURA 31 - Fuzil Tavor com lanador de granadas 40 mm M-203 americano Fonte: World Guns, 2011. A Alemanha, atravs da Heckler-Koch, apresentou alguns modelos de novos fuzis durante esse perodo destacando-se o HK G-36, o HK 416 e o HK 417. Com desenho moderno, leve e compacto, o HK G-36 foi durante muito tempo considerado o melhor fuzil de assalto da atualidade, de acordo com Beraldi (2004). Com seu projeto finalizado em 1995, essa foi a resposta que a indstria de armamentos alem precisava apresentar ao Exrcito Alemo de um fuzil moderno e com custo acessvel, assim o HK G-36 conseguiu agregar a maioria das novas tecnologias relacionadas aos armamentos. um fuzil de ferrolho rotativo, feito basicamente de fibra de carbono, ao apenas nas partes necessrias, proporcionando uma boa leveza. Sua alavanca de manejo se situa acima do conjunto do ferrolho e pode ser acionada por ambos os lados. A maioria de suas peas so montadas com pinos que permitem a montagem e desmontagem desse armamento sem a necessidade de ferramentas. Outra vantagem que a estrutura do punho pode ser facilmente trocada, fazendo com que se possam escolher trs variaes de regime de tiro desejado, visto que tem o tiro semi-automtico, tiro automtico limitado a 2 ou 3 tiros e o tiro automtico. O carregador feito de plstico translucido para que o atirador possa ver quantos cartuchos ainda possui sem necessitar retir-lo ou contar os tiros. O aparelho de pontaria da verso padro para o Exrcito Alemo conta com uma luneta de ampliao de 3,5 vezes e uma mira hologrfica Red-Dot, fazendo com que o atirador seja capaz de engajar tanto alvos a grandes distncias quanto alvos a uma curta distncia de forma rpida. O HK G-36 ainda pode acoplar o lanador de granadas HK AG-36 de 40 mm e a baioneta do fuzil AK-74 (POPENKER, 2011).

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FIGURA 32 - Fuzil HK G-36 com lanador de granadas 40mm AG-36 Fonte: World Guns, 2011. Segundo Beraldi (2006), o HK 416 um armamento mais recente, de 2005, resultado de uma parceria entre Alemanha e Estados Unidos, para desenvolver um fuzil mais confivel que o americano Colt M-4. Apesar de possuir um exterior bem parecido com o fuzil americano, no seu interior a Heckler Koch buscou sanar os principais problemas do sistema do M-16, assim a principal diferena o uso do mbolo no cilindro de gases, impedindo que na retomada dos gases entre fuligem dentro da culatra. Alm disso, houv melhorias no e material do cano e a colocao de trilhos Picatinny em toda a extenso do guarda-mo. O HK 417 uma verso similar ao HK 417 que adota a munio 7,62x51mm OTAN.

FIGURA 33 - Fuzil HK 416. Desenho semelhante ao Colt M-4. Fonte: World Guns, 2011. Alm desses principais armamentos, durante esse perodo houve o desenvolvimento de outros fuzis de menor expresso nos pases ocidentais. Pases com pouca tradio na fabricao de armamentos comearam a desenvolver suas indstrias nesse sentido, para atender aos seus programas de modernizao de soldado. Na frica do Sul desenvolvido o Vektor CR-21, pela empresa sul-africana Vektor. Em configurao bull-pup, esse fuzil utiliza a munio 5,56 padro OTAN e possui uma estrutura parecida com o AK-47, herdada do israelense Galil que produzido sob licena pela Vektor. Ele segue as tendncias mundiais, como o uso de polmeros, desenho inovador e a possibilidade e incorpora um lanador de granadas 40 mm de origem sul-africana (POPENKER, 2011).

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FIGURA 34 Fuzil Vektor CR-21. Fonte: World Guns, 2011. No Mxico houve o desenvolvimento do FX-05 Xiuhcoatl, um fuzil com desenhos to parecidos com o HK G-36 que houve suspeita de quebra de patente. Esse fuzil produzido em pequena escala para o Exrcito Mexicano e possui quase todas as inovaes dos fuzis atuais (POPENKER, 2011).

FIGURA 35 - FX-05 Xiuhcoatl Fonte: World Guns, 2011. Aps o fim da Guerra Fria, no h grandes mudanas no desenvolvimento de armas nos pases do antigo bloco sovitico. Pode-se observar isso no fato de que os fuzis desenvolvidos nesse perodo pouco diferenciaram do fuzil AK-47, sendo a maior novidade o fuzil AN-94. De acordo com Popenker (2011), a Rssia, seu principal representante, desenvolveu no comeo da dcada uma famlia de fuzis com diferentes calibres e absorvendo a tecnologia de polmeros e a capacidade de acoplar acessrios, porm ainda baseado no consagrado AK74. As munies adotadas pela famlia denominada AK-100 so a 5,56x45 mm OTAN, a 5,45x39 mm M74 e a 7,62x39 mm M43, mostrando assim a preocupao com a adoo de vrios tipos de calibres, inclusive para a exportao para pases ocidentais.

FIGURA 36 - Fuzil AK-101 com lana-granadas 40 mm russo GP 30 Fonte: World Guns, 2011.

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Na Figura 36, pode-se perceber, que o carregador menos curvilneo por ser um modelo de calibre 5,56mm OTAN Segundo o site Russian Small Arms (2011), os modelos AK-107 e AK-108, alm dos melhoramentos da srie AK-100, estes modelos possuem um sistema de ao balanceada, onde dois mbolos opostos no cilindro de gases se movem simultaneamente, permitindo maior estabilidade no tiro automtico, pois a direo do movimento interno das peas no fica em uma s direo.

FIGURA 37 - Esquema do sistema de ao balanceada. Em vermelho o ar sob presso durante o disparo. Fonte: Adaptado de World Guns, 2011. Alm da srie AK-100, foi desenvolvido na Rssia o fuzil AN-94, fuzil com desenho baseado no modelo AK-47, mas com funcionamento totalmente indito no mundo. Segundo Beraldi, esse sistema chamado blow back shifted pulse, traz uma diferena significativa nos dois primeiros tiros, pois aps o disparo do primeiro tiro, um cabo de ao aciona um sistema que realiza um segundo disparo antes do ferrolho alcanar o fundo da caixa da culatra. Resumidamente, ele permite dar dois tiros quase que seguidos e sem a alterao da mira devido ao movimento interno das peas. Na prtica, o agrupamento dos projteis a uma distncia de 100 m pode ser coberto pela palma de uma mo. A vantagem em distncias maiores bvia e comprovada: a probabilidade de acerto em um alvo mvel a 300 m 200% maior que aquela utilizando um fuzil convencional. Um efeito colateral e benfico a maior capacidade de incapacitao do alvo: se este est sem colete balstico o poder de parada o dobro, pois dois projteis atingem o alvo de forma quase simultnea. (BERALDI, 2005). Esse fuzil, Figura 38, teve seu uso restringido s foras especiais russas e foras do governo.

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FIGURA 38 - Fuzil AN-94. Fonte: World Guns, 2011. Na China houve o desenvolvimento dos fuzis Tipo 95 e Tipo 03, porm seguindo a mesma tendncia de manter as caractersticas do AK-47. A maior inovao desses armamentos foi a adoo de uma munio totalmente nova desenvolvida na China, o 5,8x42 mm. Com isso se buscava uma munio que continuasse leve, porm mais potente que as j existentes no mundo (POPENKER, 2011).

FIGURA 39 - Fuzil Tipo 03 Fonte: World Guns, 2011.

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4 NOVOS PROJETOS E TENDNCIAS PARA O FUTURO Atualmente h diversos fuzis em desenvolvimento ou em fases de testes. Agora sero apresentados os mais importantes, bem como as tecnologias que se busca para melhorar cada vez mais a capacidade de combate do soldado moderno. Entre as maiores promessas, segundo Beraldi (2006), est o FN SCAR, fuzil belga da tradicional Fabrique Nationale, desenvolvido sob encomenda especialmente para o Comando de Operaes Especiais dos Estados Unidos (USSOCOM). A caracterstica mais notvel desse armamento sua capacidade de modificar o calibre da arma em pouco tempo, permitindo que o soldado seja capaz de selecionar a munio que ir utilizar, de acordo com a situao ttica. Atravs de um procedimento de troca rpido de troca da parte superior do armamento se pode atirar com as quatro principais munies utilizadas por fuzis de assalto no mundo, a 5,56x45mm OTAN, a 7,62x51mm OTAN, a 6,8x43mm SPC e 7,62x39mm M43. Nota-se que a possibilidade de utilizar a munio 7,62x39 mm, inclusive com o carregador da AK-47, permitindo ao soldado americano utilizar a munio encontrada em territrio inimigo, e facilitando o problema de logstica. Tambm se deve salientar que foi exigido que os carregadores utilizados fossem de fcil aquisio no mercado, dando importncia facilidade na obteno de peas.

FIGURA 40 - FN SCAR desmontado. Notam-se as poucas peas no seu interior e a facilidade de troca dos canos. Fonte: adaptado Beraldi, 2006. Outra inovao desse campo e tem se mostrado uma tendncia a adoo de lanagranadas acoplados definitivamente com o fuzil. Para Castro (2003), isso fica bem claro no modelo francs PAPOP, ele possui um cano com calibre 5,56mm e outro para disparar granadas 35 mm. Sua munio explosiva mais direcionada contra alvos mltiplos ou que estejam abrigados e pode ser programada antes do disparo para que sua fragmentao se ja frontal ou lateral. Alm disso, esse armamento vem com um moderno sistema eletrnico, que utiliza uma tela LCD no topo do fuzil como mira, facilitando o tiro abrigado sem expor o

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combatente. Apesar de toda essa modernidade, esse armamento possui um peso extremamente elevado, com o peso de 6 quilos quando est carregado.

FIGURA 41 - Fuzil PAPOP. Destacando-se acima do armamento a mira em tela de LCD. Fonte: Sistemas de Armas, 2011. Outro conceito importante e que segue o anterior, surgiu no desenvolvimento do fuzil para o programa de modernizao do soldado australiano, um programa chamado AICW (Advanced Infantry Combat Weapon). Ainda em fases de teste, a inovao desse programa o uso de um lanador de granadas que no precisa ser carregado, j que as granadas ficam guardadas em seqencia no interior do cano. Para disparar utilizado um sistema eletrnico e as granadas tambm so programveis. Nesse prottipo tambm h grande uso de sistemas eletrnicos agregados ao armamento e seu peso extremamente elevado, chegando a pesar quase 10 quilos com todos os sistemas e carregado (CASTRO, 2004).

FIGURA 42 - Prottipo Fonte: Sistemas de Armas, 2011. Nos Estados Unidos, o primeiro projeto de fuzis modernos foi o XM-29 SABR (Selectable Assault Battle Rifle), um prottipo que j unia um sistema com o calibre 5,56 mm e outro inovador de 20x85 mm que utilizava munio explosiva e programvel. Devido seu peso elevado, mais que 8 quilos, o projeto XM-29 foi trocado pelos prottipos XM-8 e XM26 (CASTRO, 2004).

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FIGURA 43 - Projeto XM-29 SABR. Nota-se o tamanho do carregador posterior, feito para armazenar a munio 20 mm. Fonte: Sistemas de Armas, 2011. Ambos os projetos XM-8 e XM-26 deixam de ter um desenho futurstico e apresentam caractersticas de um fuzil moderno sem grandes inovaes externas. Porm so armamentos que so preparados para receber lana-granadas e outros calibres que possam ser acoplados em sua estrutura (CASTRO, 2004).

FIGURA 44 - Fuzil XM-8 na exposio de material militar Shot Show em 2004. Fonte: World Guns, 2011. Outra novidade para os prximos anos a adoo da munio 6.8x43mm SPC (Special Purpose Cartridge). Desenvolvido para atender as Foras Especiais americanas, esse novo cartucho foi criado para ser mais letal que o calibre padro 5,56 mm OTAN e menos que o 7,62 mm OTAN. Essa munio foi ainda projetada para ser municiada nos carregadores STANAG do fuzil Colt M-16, evitando o gasto com o desenvolvimento de uma arma especfica, necessitando assim somente a converso dos canos dos armamentos que utilizam esse carregador.

FIGURA 45 - Comparao entre as munies calibre 6,8 mm e 5,56 mm. Fonte: Sistemas de Armas, 2011.

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Uma idia j antiga, mas ainda como perspectiva de futuro, da munio sem cpsula. Segundo Popenker (2011), a fbrica alem Heckler & Koch foi a primeira a desenvolver um prottipo com essa idia no incio da dcada de 1960, o HK G-11, em parceria com a empresa Dynamit Nobel, que ficou responsvel pelo desenvolvimento da munio. Um armamento que para garantir o poder de parada utilizava munio de pequeno calibre, 4,7 mm, com grande capacidade de carregador, que vo de 45 a 50 tiros. Como a munio j est envolta no seu propelente, aps a deflagrao o projtil expulso pelo cano e no sobram mais resduos dentro do armamento, tornando desnecessrios mecanismos de extrao. Apesar de passar nos testes para produo em 1989, esse fuzil de assalto no chegou a ser adotado. Segundo opinio de Popenker, foi devido a falta de recursos decorrentes da recente unificao da Alemanha e da poltica de padronizao de calibres e carregadores da OTAN.

FIGURA 46 - Munio do HK G-11 Fonte: World Guns, 2011. Outra idia desenvolvida a um certo tempo, mas sem resultados concretos de munies de dardos. Segundo Willians (2011), isso permitiria projeteis a velocidades de aproximadamente 1400 m/s, extremamente rpidos, alm de possuir maior estabilidade e massa. Desde o final da dcada de 60 se pesquisa uma munio com dardos de 1,8 mm de dimetro, mas devido seu custo elevado de produo, no chegou a ser adotado ainda.

FIGURA 47 - Uma munio 5,56 mm padro OTAN e uma 5,6 mm XM-216 seccionada. Fonte: Assault rifles and their ammunition: history and prospects, 2011.

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5 REFERENCIAL TERICO-METODOLGICO O tema dessa pesquisa insere-se na linha de pesquisa histrica militar, com nfase na rea de estudo de armamentos leves. 5.1. Referencial metodolgico Visando investigar os motivos para a evoluo dos fuzis de assalto foi formulado o seguinte problema de pesquisa: Quais os principais fatores que influenciam no desenvolvimento dos fuzis de assalto? Como objetivo geral foi definido: Caracterizar as principais diferenas estruturais nos fuzis de assalto com o decorrer do tempo, para atravs do estudo em cima dessas modificaes, ser capaz de analisar os motivos desse desenvolvimento. De forma a ajudar nessa pesquisa foram definidos como objetivos especficos: a. Descrever o surgimento dos fuzis de assalto. b. Caracterizar e comparar AK-47, M-16 e FAL. c. Apresentar as novas tendncias e perspectivas de futuro. d. Descrever a evoluo dos fuzis de assalto. 5.2. Perspectiva Terica Para Ander-Egg (1978) apud Lakatos e Marconi (2005), a pesquisa um procedimento controlado e crtico, que permite descoberta de novos dados, fatos, relaes ou leis, em qualquer campo do conhecimento. De acordo com Silva e Menezes (2001) a pesquisa pode ser classificada: Quanto natureza em: a) b) Bsica quando a pesquisa tem por objetivo gerar conhecimentos novos e Aplicada quando a pesquisa pretende promover a gerao de conhecimentos teis, envolvendo interesses e verdades universais. que possam ter aplicao prtica na soluo de problemas especficos, envolvendo verdades e interesses locais. Quanto forma de abordagem do problema em: a) Quantitativa quando a pesquisa considera que tudo, como por exemplo, opinies e informaes, possam ser quantificveis e traduzidas em nmeros, requer o uso de recursos e tcnicas em estatstica.

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b)

Qualitativa quando a pesquisa descritiva, nessa classificao o ambiente

natural fonte direta para coleta de dados, os pesquisadores tendem a fazer suas anlises indutivamente. A relao entre o mundo real e o sujeito no pode ser traduzida em nmeros, por isso no requer o uso de mtodos e tcnicas estatsticas. Quanto aos objetivos: Segundo Gil (1991) apud Silva e Menezes (2001), do ponto de vista de seus objetivos a pesquisa pode ser: a) Exploratria envolve levantamento bibliogrfico, anlise de exemplos, entrevistas com pessoas que tiveram experincias prticas com o problema pesquisado, visando oferecer maior familiaridade com o problema ou, para criar hipteses. Geralmente assumindo a estrutura de estudo de caso ou de pesquisa bibliogrfica. b) Descritiva envolve a utilizao de tcnicas padronizadas de levantamento de dados, visando descrever as caractersticas de determinado fenmeno, populao ou o envolvimento de relaes entre as variveis. Geralmente assumindo a forma de levantamento. c) Explicativa envolve o mtodo experimental quando realizada nas cincias naturais, e o mtodo observacional quando realizada nas cincias sociais. Visa identificar fatores que contribuem ou determinam a ocorrncia dos fenmenos, explicando o porqu das coisas. Geralmente assumindo a forma de pesquisa experimental e pesquisa expost-facto. Quanto aos mtodos: De acordo Gil (1991) apud Silva e Menezes (2001), sobre os mtodos a pesquisa podem ser: a) b) c) objeto. d) e) f) Levantamento: elaborada por meio da interrogao direta das pessoas, cujo Estudo de caso: elaborada por meio de um estudo profundo, de um ou poucos Expo-facto elaborada quando o experimento se realiza depois dos fatos. comportamento deseja-se conhecer. objetos para que se possa realizar seu amplo detalhamento e conhecimento. Bibliogrfica: elaborada por meio do uso de material j publicado, ou Documental: elaborada por meio do uso de materiais que no receberam Experimental: elaborada aps a determinao de um objeto de estudo, da disponibilizado pela internet. tratamento analtico. seleo das variveis, definindo a forma de controle e de observao que a varivel produz no

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Assim conclui-se que essa pesquisa de natureza bsica, por gerar novos conhecimentos de interesse universal. A forma de abordagem quantitativa, levando em conta que os armamentos tem seu desempenho medido atravs de suas caractersticas fsicas. Os objetivos desse trabalho so descritivos, levantando dados das caractersticas do fuzis. Por fim o mtodo de pesquisa utilizado foi o bibliogrfico, levantando informaes principalmente de dados da internet, em endereos eletrnicos de pases estrangeiros.

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6- CONCLUSO Atravs da anlise dos dados levantados historicamente foi possvel chegar concluso que a evoluo dos fuzis de assalto alm de atender as necessidades tticas da evoluo dos conflitos, tambm sofreu influncias econmicas e polticas. Indubitavelmente o fuzil de assalto o armamento bsico do combatente moderno, e por isso tambm um smbolo de poder militar e gera grandes custos. Com relao ao objetivo geral deste trabalho, que foi o de Caracterizar as principais diferenas estruturais dos fuzis de assalto pode se concluir que: Seu desenho no se modificou muito com o decorrer do tempo, desde o Stg-44 aos fuzis modernos a nica diferena aparece nos armamentos de configurao bullpup. No seu interior, porm houve grandes evolues, devido principalmente ao grande nmero de fuzis de diferentes origens, que aps a anlise simultnea, acabavam por assimilar as vantagens de outros fabricantes. O desenvolvimento dos fuzis de assalto, por ser iniciada somente aps o trmino da 2 Guerra Mundial, acabou sofrendo grande influncia da Guerra Fria. Os reflexos desse perodo so vistos na padronizao das munies adotadas pelos dois blocos. Alm disso, os prprios fuzis acabam tornando-se parecidos dentro de um bloco, principalmente no caso do antigo bloco sovitico, onde os fuzis quase que em sua totalidade derivaram do AK-47. Essa tendncia padronizao ocorre devido a possibilidade de ajuda recproca na produo desses armamentos. Os novos conflitos a distncias menores, fez com que a munio adotada pudesse diminuir, diminuindo tambm o tamanho das armas, o custo de produo das munies e o seu poder de parada. Esta ltima caracterstica, apesar de ter sido desejada no incio, a tendncia atual contra, devido possibilidade de reao do inimigo mesmo aps ter sido alvejado, optando assim pela munio intermediria 6,8 mm. A modularidade a tendncia atual dos armamentos. A possibilidade de montar diversos tipos de acessrios de pontaria indispensvel no combate moderno. Alm disso, os novos projetos prevem munies de calibres maiores como fogo de apoio e a introduo de componentes eletrnicos, no s como auxilio da pontaria, mas para comunicao e controle de granadas.

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