TCC Equações Weyl Dirac Spin Relatividade

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TCC Equações Weyl Dirac Spin Relatividade

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  • FLAVIA SILVIA DOS SANTOS

    AS EQUAES DE WEYL E DIRAC COMO EQUAES RELATIVSTICAS PARA O SPIN

    Londrina 2013

  • FLAVIA SILVIA DOS SANTOS

    AS EQUAES DE WEYL E DIRAC COMO EQUAES RELATIVSTICAS PARA O SPIN

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Departamento de Fsica da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial obteno do ttulo de Bacharel em Fsica.

    Orientador: Prof. Dr. Jos Abdalla Helayl-Neto

    Londrina 2013

  • FLAVIA SILVIA DOS SANTOS

    AS EQUAES DE WEYL E DIRAC COMO EQUAES RELATIVSTICAS PARA O SPIN

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Departamento de Fsica da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial obteno do ttulo de Bacharel em Fsica.

    BANCA EXAMINADORA

    ____________________________________

    Orientador: Prof. Dr. Jos Abdalla Helayl-Neto

    Centro Brasileiro de Pesquisas Fsicas

    ____________________________________

    Coorientador: Prof. Dr. Antnio Edson Gonalves

    Universidade Estadual de Londrina

    ____________________________________

    Prof. Dr. Verissimo Manoel de Aquino Universidade Estadual de Londrina

    Londrina, _____de ___________de _____.

  • Dedico este trabalho a Deus e minha famlia.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus, por tudo o que Ele tem feito na minha vida, por ser o Criador, Salvador e Mantenedor de tudo. Por Jesus ser meu melhor amigo e estar me guiando em cada passo da minha jornada nessa Terra. Por estar me capacitado com inteligncia e fora a concluir mais uma etapa da minha carreira profissional. Pelo privilgio de ter conhecido pessoas maravilhosas, com quem estive em contato esses quatro anos de graduao. E por tudo o que Ele tem-me feito.

    Sou grandemente agradecida ao meu orientador, o Prof. Jos Abdalla Helayl-Neto, que,alm de me ter orientado neste trabalho e me ensinado conceitos fsicos, mostrou-se um excelente profissional e fsico, um exemplo de ser humano, educado e um exemplo de humildade em pessoa. Obrigada pela pacincia, incentivo e pela enorme bagagem de conhecimento que me proporcionou atravs de suas fascinantes vdeo-aulas, palestras e orientao.

    Dedico esta conquista tambm aos meus amados pais (Ccero e Vilma) e as minhas amadas irms (Marcela e Franciele), que sempre me incentivaram a buscar a concretizar os meus sonhos. Agradeo pelo carinho, apoio, amor e pacincia que tiveram comigo.

    A Universidade Estadual de Londrina (UEL) e ao CBPF, pela oportunidade de participar das aulas de Eletromagnetismo e Iniciao Cientfica, atravs das vdeo-aulas e pela oportunidade e privilgio de ser orientada pelo Professor Helayl.

    A todos os meus colegas de turma, perseverantes na jornada, em especial, ao Renan, Mateus, Ana Carolina, Neusmar, Aline, Guilherme, Helder e Demtrio.

    Enfim, a todos os professores que me acompanharam durante a graduao, em especial ao Prof. Pedro Henrique, a Profa. Hiromi Iwamoto, ao Prof. Verssimo Manoel de Aquino, ao Prof. Antnio Edson e ao Prof. Edson Laureto, por todo apoio.

  • SANTOS, Flavia Silvia dos. Asequaes de Weyl e Dirac como equaes relativsticas para o spin. 2013.67 f. Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em Fsica) Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2013.

    RESUMO

    O presente trabalho consiste no estudo e na descrio fsica de duas categorias de frmions Weyl e Dirac -atravs de equaes de onda relativsticas extradas a partir do Grupo de Lorentz. Neste contexto, apresentaremos as representaes irredutveis relevantes para as partculas do Modelo-Padro das Interaes Fundamentais. Mostraremos como compor a equao de Dirac atravs do acoplamento das equaes de Weyl para frmions ditos left e right, atravs da introduo de um parmetro de mistura com dimenso de massa. A metodologia de trabalho baseia-se, sobretudo nas aulas de cursos de Eletromagnetismo e Teoria Clssica de CamposdoCBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Fsicas), registradas no Projeto Vdeo-Aulas,e pesquisas bibliogrficas sobre o assunto.

    Palavras-chave:Equaes relativsticas. Frmions. Espao de Minkowski. Spin. Representaes irredutveis do Grupo de Lorentz.

  • SANTOS, Flavia Silvia dos. The Weyl and Dirac equations as relativistic equations for spin. 2013. 67 f. Final Course Paper (Physics Bachelor) Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2013.

    ABSTRACT

    The present essay sets out to study and discuss the physical description of two categories of fermions Weyl and Dirac by analysing the corresponding relativistic wave equations that stem from the Lorentz Group. In this framework, we shall focus on the irreducible representions where the particles of the Standard Model for Fundamental Interactions are placed. We shall work out Diracs Equation by coupling the Weyls Equations for left- and right-handed fermions by means of a mixing mass parameter. The methodology of our work mainly consists in following the courses on Electromagnetic Theory and Classical Fields delivered at CBPF (Brazilian Centre for Research in Physics), available in the Video-Class Project, and bibliographical research on the topics of this essay.

    Keywords: Relativistic equations. Fermions. Minkowski Space. Spin. Irreducible representations of Lorentz Group.

  • LISTA DE ILUSTRAES

    Grfico 1 Grfico das funes hiperblicas ........................................................... 16

  • SUMRIO

    1 INTRODUO .................................................................................................. 10

    2 GRUPO DE LORENTZ ..................................................................................... 13 2.1 GRUPO SO(1,1).................................................................................................. 14 2.2 GRUPO SO(1,3).................................................................................................. 17 2.3 TRANSFORMAO DE LORENTZ UTILIZANDO ANOTAO COVARIANTE NO ESPAO DE MINKOWSKI .................................................................................................... 20 2.4 OPERADORES DE SPIN ......................................................................................... 22 2.5 LGEBRA DE LIE DO GRUPO DE LORENTZ .............................................................. 24 2.5.1 Representaes do Grupo SO(1,3) .................................................................. 26 3 EQUAES DE MAXWELL EM NOTAO COVARIANTE ......................... 29 3.1 EQUAES DE MAXWELL NO VCUO EM NOTAO COVARIANTE ............................. 29 3.1.1 Equao de Continuidade ................................................................................ 32 3.2 SIMETRIA DE GAUGE ........................................................................................ 33 4 EQUAES RELATIVSTICAS PARA FRMIONS ........................................ 34 4.1 EQUAO DE WEYL ........................................................................................... 34 4.1.1 Equao de Weyl Left ................................................................................... 34 4.1.2 Equao de Weyl Right ................................................................................. 35 4.1.3 O DAlembertiano Escrito no Espao dos Espinores ........................................ 36 4.2 REPRESENTAO ESPINORIAL EM DIFERENTES BASES ......................................... 38 4.2.1 Construindo a Equao de Dirac ...................................................................... 38 4.2.2 Notao de Dirac .............................................................................................. 40 4.3 SOLUO DA EQUAO DE DIRAC PARA ENERGIA POSITIVA .................................... 43 4.3.1 Soluo da Equao de Dirac no Referencial de Repouso (E > 0) ................. 43 4.3.2 Soluo da Equao de Dirac para Momento No Nulo (E > 0) ....................... 44 4.4 SOLUO DA EQUAO DE DIRAC PARA ENERGIA NEGATIVA .................................. 45 4.4.1 Soluo da Equao de Dirac no Referencial de Repouso (E < 0) ................. 46 4.4.2 Soluo da Equao de Dirac para Momento No Nulo (E < 0) ....................... 47 4.5 INTRODUO DA INTERAO ELETROMAGNTICA ................................................... 48 4.6 SIMETRIA DE CONJUGAO DE CARGA DA EQUAO DE DIRAC ............................... 50 4.6.1 Conjugao de Carga e as Solues de Antipartcula ..................................... 53

  • 5 CONCLUSO ................................................................................................... 56

    REFERNCIAS ......................................................................................................... 59

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .............................................................................. 60

    APNDICES ............................................................................................................. 61

    APNDICE A Vetores covariante e contravariante ................................................ 62

    APNDICE B Propriedades da conjugao de Dirac ............................................. 64

    APNDICE C Propriedades da conjugao de carga ............................................ 66

  • 10

    1 INTRODUO

    A importncia dos mtodos algbricos intrnsecos Teoria de Grupos para a descoberta das leis gerais da teria quntica tem-se tornado cada vez mais visvel, desde seu advento em 1929, no clssico livro de Hermann Weyl, Theory of Groups and Quantum Mechanics, inicialmente publicado em alemo.A Teoria de Grupos mostra-se um campo da Matemtica de fundamental relevncia para a implementao e aplicao do conceito de simetria em sistemas qunticos e na elaborao de modelos e teorias para as interaes fundamentais entre partculas genuinamente elementares. A investigaodas caractersticas especficas de cada grupo de Lie, clssico ou excepcional, tem a vantagem de oferecer uma viso sistemtica sobre o sistema em estudo, mas a verdadeira compreenso das relaes entre grandezas fsicas deve ser obtida seguindo-se um desenvolvimento fundamental explcito, que envolve a teoria de representaes.1

    A metodologia de trabalho desta Monografia baseia-se, sobretudoem cursos registrados no Projeto Vdeo-Aulasmantido pelos Grupos de Pesquisa Teoria de Campos e Partculas Elementares e Fsica e Humanidadesdo CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Fsicas) e pesquisas bibliogrficas sobre a descrio de frmions atravs das equaes de onda relativsticas ferminicas.

    Este trabalho tem como objetivo o estudo da descriofsica de duas categorias especficas de frmions, os frmions de Weyl e Dirac,atravs de equaes relativsticas extradas a partir da teoria de grupo aplicada Teoria da Relatividade Restrita, e assim, apresentar alguns tipos de representaes, notao e formalismo que so muito importantes na descrio das partculas fundamentais do Modelo-Padro das Interaes Fundamentais: a matria - representada peloslptons carregados (eltron, mon, tau e suas correspondentes antipartculas), seus respectivos neutrinos e as 3 famlias de quarks, o setor de bsons de gauge (fton, os bsons vetoriais carregados, W, e neutro, Z, e os glons) e o crucial dubleto de escalares de Higgs, elemento-chave para a gerao de massa das partculas do Modelo-Padro.

    Nesta Monografia, vamos nos concentrar especialmente no setor ferminico a matria do Modelo-Padro. O nosso objetivo principal mostrar de forma pedaggica, o que no se encontra nos livros-texto da rea, como derivar a

  • equao de Dirac atravs do acoplamento das equaleft e right, mediante a massa nas equaes de Weyl

    Em geral, os livrostentando trabalhar algo como a raiz quadrada da Equao de Kleinescalares, o que parece, em um primeiro momento para os iniciantes, uma derivao muito formal, sem deixar claro, o que h de mais importante para a Equao deo fato de ser uma equao relativstica para o spin, fato que Pauli buscava tenazmente, mas foi Dirac a primeiro chegar a um resultado bemnosso ponto de partida.

    Utilizaremos o Cuja motivao fsica de espao-tempo de Minkowski, Mecnica Quntica. O fato inteiros, um resultado da Teoria de Grupos. A Mecnica Quntica entra atribuindo ao spin a sua unidade fsica: o

    Os formalismoferminicas, em especial o forutilizados como suporte desenvolvimentos justifica que estudemos em detalhes esta

    A estruturao do trabalho estNo Captu

    de simetria dos diferentes espaos, onde no espao de Minkowski obtmde Lorentz, que ser o gferminicas, que descrevem os frmio

    No Captulo 3, a

    componente transversal do campo se as equaes de Maxwell.

    No Captulo 4equaes relativsticas ferminicas: Equao de Weyl e a Equao de Dirac.Construmos a equao de Dirac. Verificade Dirac, o que se deve ao contedo da representao irredutvel a ela Introduz-se a interao eleprescrio do acoplamento mnimo.

    equao de Dirac atravs do acoplamento das equaes de Weyl para frmions ditos , mediante a introduo de um parmetro de mistura

    massa nas equaes de Weyl para o neutrino (setor-left) e antineutrinoEm geral, os livros-texto motivam e chegam

    tentando trabalhar algo como a raiz quadrada da Equao de Kleinescalares, o que parece, em um primeiro momento para os iniciantes, uma derivao muito formal, sem deixar claro, o que h de mais importante para a Equao deo fato de ser uma equao relativstica para o spin, fato que Pauli buscava tenazmente, mas foi Dirac a primeiro chegar a um resultado bem

    Utilizaremos o grupo de Lorentz para obter as equaesmotivao fsica de utiliz-lo porque ele sistematiza a lgebrad

    de Minkowski, fornecendo-nos a base algbrica para o que o O fato de o spin ser quantizado, tendo valores apenas semi

    inteiros, um resultado da Teoria de Grupos. A Mecnica Quntica entra atribuindo sica: o .

    formalismos desenvolvidos para tratar das equaes relativsticas ferminicas, em especial o formalismo de Dirac,so muito teis, porque

    suporte desenvolvimentos e descobertas futurajustifica que estudemos em detalhes estas equaes e as suas solues.

    A estruturao do trabalho est distribuda da seguinNo Captulo 2, introduz-se o conceito de grupos atravs dos princpios

    de simetria dos diferentes espaos, onde no espao de Minkowski obtmde Lorentz, que ser o grupo base para a obteno das equaes relativsticas

    descrevem os frmions, como o eltron. No Captulo 3, ao descrever o fton atravs do D

    componente transversal do campo , no espao livre, em notao cose as equaes de Maxwell.

    No Captulo 4, so feitas descries dos frmions atravs das equaes relativsticas ferminicas: Equao de Weyl e a Equao de Dirac.

    mos a equao de Dirac. Verifica-se a insero natural do irac, o que se deve ao contedo da representao irredutvel a ela

    a interao eletromagntica pelo tradicional mtodo que denominamos de prescrio do acoplamento mnimo.Analisamos as solues da equao de Dirac e

    11

    es de Weyl para frmions ditos de mistura com dimenso de

    neutrino (setor-right). equao de Dirac

    tentando trabalhar algo como a raiz quadrada da Equao de Klein-Gordon para escalares, o que parece, em um primeiro momento para os iniciantes, uma derivao muito formal, sem deixar claro, o que h de mais importante para a Equao de Dirac: o fato de ser uma equao relativstica para o spin, fato que Pauli buscava tenazmente, mas foi Dirac a primeiro chegar a um resultado bem-sucedido. Este ser

    para obter as equaes procuradas. sistematiza a lgebradas rotaes no

    nos a base algbrica para o que o spin na quantizado, tendo valores apenas semi-

    inteiros, um resultado da Teoria de Grupos. A Mecnica Quntica entra atribuindo

    s equaes relativsticas malismo de Dirac,so muito teis, porque podem ser

    e descobertas futuras na Fsica. Isto e as suas solues.

    distribuda da seguinte forma: rupos atravs dos princpios

    de simetria dos diferentes espaos, onde no espao de Minkowski obtm-se o grupo rupo base para a obteno das equaes relativsticas

    o descrever o fton atravs do DAlembertiano da

    espao livre, em notao covariante, obtm-

    frmions atravs das equaes relativsticas ferminicas: Equao de Weyl e a Equao de Dirac.

    natural do spin na equao irac, o que se deve ao contedo da representao irredutvel a ela associada.

    tromagntica pelo tradicional mtodo que denominamos de Analisamos as solues da equao de Dirac e

  • 12

    introduz-se o conceito do conjugado de Dirac e do conjugado de carga. Finalmente, No Captulo 5, apresentamos as nossas Consideraes

    Finais, onde organizamos de forma mais objetiva os resultados principais trabalhados nesta Monografia.

    Seguem-se 3 Apndices, A, B e C, com o propsito de expecificarmos as notaes e convenes utilizadas no trabalho e explicitar, devidamente, detalhes mais tcnicos referentes a operaes especiais associadas Equao de Dirac.

  • 13

    2 GRUPO DE LORENTZ

    As teorias fsicas so associadas a princpios de simetria, invarincias, que esto associadas a alguma classe de transformao, porque ao mudar de referencial procuramos algo que deva permanecer invariante ao fazer a transformao de um referencial para o outro. Esses princpios de simetria estaro associados a alguma classe de transformao, e essas transformaes se agrupam em uma classe chamada de grupos. As leis fsicas devem ser covariantes tambm, com respeito ao seu grupo de transformao, ou seja, as leis da fsica independem do observador, elas devem ser vlidas em qualquer referencial, somente as grandezas fsicas medidas que mudaro.

    Por exemplo, no espao euclidiano bidimensional (E) se impusermos que o produto escalar um invariante sob uma determinada transformao, ento os mdulos dos vetores e os ngulos entre os vetores sero preservados, j que suas definies envolvem o produto escalar:

    || = , ||

    Utilizando notao matricial o produto escalar definido como: ds ds Supondo transformao do tipo: (1) Impondo o princpio de simetria que preserva o produto escalar,

    obtemos: ds ds ds ds ds = ds

    que nos conduz a condio de ortogonalidade (2) A matriz(matriz identidade) a mtrica do espao euclidiano para

    que o princpio de simetria que preserva o produto escalar seja satisfeito para a transformao do tipo . Portanto, esse princpio de simetria nos conduziu ao conjunto de matrizes ortogonais, que gera o grupo O(2), pois esse conjunto

  • 14

    satisfaz as condies de um grupo (associatividade, matriz identidade, existncia da matriz inversa ).

    Tirando o determinante da condio de ortogonalidade: det # 1 %1 Se 1(subgrupo especial), obtemos o grupo SO(2), que o

    grupo de todas as matrizes reais (2x2) que sejam ortogonais e com determinanteigual a +1.

    A matriz transformao pode ser interpretada como uma matriz rotao, ao fazer a relao entre: 1e que e a identidade trigonomtrica: & '(& 1

    2.1 GRUPO SO(1,1)

    O espao de Minkowski bidimensional(M1,1) com uma coordenada temporal (cdt) e uma espacial (dx) definido pela mtrica , = )1 00 +1,, (3) que define o produto escalar nesse espao da seguinte maneira: ds ds cdt dx )1 00 +1, )cdtdx , cdt# + dx#

    Definindo / )' ,, podemos reescrever o produto escalar, utilizando a notao matricial, como: / /

    Supondo transformao do tipo: (4) Impondo o princpio de simetria que preserva o produto escalar,

    obtemos: # / / / / / /

  • 15

    que nos conduz a seguinte condio: (5)

    Multiplicando a relao (5), pela direita, por , obtemos: (6) ou (7)

    A condio (5) gera o grupo O(1,1), o grupo das matrizes ortogonais para uma dimenso temporal e uma dimenso espacial.

    Seja a matriz transformao , uma matriz qualquer dada por:

    dcba

    Aplicando-a na condio (7), obtemos:

    =

    1001

    dbca

    1001

    ac

    bd

    1

    =

    dbca

    ac

    bd1 (8.1)

    onde, 1 3' o determinante da matriz . A expresso (8.1) conduz as seguintes relaes:

    d=a (8.2)

    c=b (8.3)

    b=c (8.4)

    a=d (8.5)

    Substituindo a relao (8.2) em (8.5) ou (8.3) em (8.4), obtm-se que: = 1 = 1

    Assim como nas matrizes ortogonais, ou seja, a matriz transformao R O(1,1), so matrizes pseudo ortogonais.

    Se = +1 (subgrupo especial), obtemos o grupo SO(1,1), que o grupo de todas as matrizes reais (2x2) que sejam pseudo ortogonais, satisfazendo a condio (5) e com determinante igual a +1.

  • 16

    A condio = +1 nos conduz a matriz transformao , dada por:

    abba

    cujo determinante : 1 + 3 1 que pode ser relacionada com a identidade hiperblica: '(4 & 4 & 1 (9) com, 1 '(4& e 3 4&, ou seja,

    coshcoshsenh

    senh (10)

    Ento, a matriz transformao dada pela expresso (10), nos fornece que: / /

    =

    dxcdt

    senhsenh

    dxcdt

    coshcosh

    '

    '

    que nos conduz s seguintes relaes: ' '(4&' 4& '(4& ' 4& (11.1) 4&' '(4& '(4& 4&' (11.2) Sabendo que:

    '(4& 567586# 9 1, (12.1) e supondo que conheamos quem 4&, impondo que esta seja igual a um valor :, que deve estar no intervalo +1 ; 4& ; 1, como pode-se verificar no Grfico 1:

    Grfico 1 Grfico das funes hiperblicas

    Fonte: Wikipedia. Disponvel em: . Acesso em: 20 de Out de 2013.

  • 17

    Assim, se conhecermos quem 4&, conheceremos quem '(4& utilizando a definio da funo 4& e a identidade (9), porque queremos saber a interpretao fsica da transformao / /, ou seja, temos que: 4& ?@A? B : ; 1, (12.2) 4& :'(4&. (12.3)

    Substituindo a relao (12.3) na equao (9), obtm-se que: '(4& D 9 1. (12.4) Substituindo a expresso (12.4) na equao (9), obtm-se que:

    4& % :1 + :. De acordo com a relao (12.3) 4& ; '(4&, portanto: 4& + DD. (12.5) Portanto, substituindo as expresses (12.4) e (12.5) na matriz ,

    expresso (10), obtemos a seguinte matriz de transformao: )'(4& 4&4& '(4&, D E 1 +:+: 1 F . (12.6)

    Interpretando c

    V= , onde H a velocidade relativa entre o

    referencial S e o referencial S, obtm-se a transformao de Lorentz. ' DI ' + :, (13.1) DI + :' .(13.2) Portanto, as transformaes do grupo SO(1,1), das matrizes pseudo

    ortogonais, no espao de Minkowski, nos fornece a transformao de Lorentz. No espao de M1,1 a transformao que deveria aparecer como uma rotao assim como no espao E2, apareceu como uma translao, ou seja, a Relatividade Restrita est na mtrica , que define um novo produto escalar, do positivo no definido.2

    2.2 GRUPO SO(1,3)

    O espao de Minkowski 4-dimensional (M1,3), com uma coordenada temporal e trs espaciais, definido pela mtrica:

  • 18

    =

    1000010000100001

    que define o produto escalar da seguinte forma; # / / '# # + # + # + J onde, o vetor definido por:

    / B K' J L Impondo o princpio de simetria que preserva o produto escalar,

    obtivemos a seguinte relao: M M (14.1) 1 (14.2) que gera o grupo SO(1,3).

    Fazendo a expanso em primeira ordem da matriz transformao , temos que: N O O# (15)

    Substituindo a expanso (15) na relao (14.1), obtemos que: M +M (16) A matriz uma matriz (4x4):

    =

    ponmlkjihgfedcba

    (17)

    Substituindo a matriz (17) na relao (16), obtemos:

    =

    1000010000100001

    **

    1000010000100001

    plhdokgcnjfbmiea

    ponmlkjihgfedcba

    onde, 1 +1 0 3 ' R S T +T 0 +U 4 + V +V 0 W +( X +X 0 Assim,

  • 19

    =

    00

    00

    lhdlgchgbdcb

    Definindo:3 Y, ' Y#, YZ, &, 4 ,W &Z Logo, podemos reescrever a matriz como:

    +

    +

    +

    +

    +

    =

    0100100000000000

    0010000010000000

    0000001001000000

    0001000000001000

    0000000100000100

    0000000000010010

    321

    321

    (18.1)

    Obtendo, assim, seis geradores composto por:\ , R 1,2,3, que so os geradores que acoplam o tempo e o espao, denominados de boostspois geram as transformaes de Lorentz e \, R 1,2,3, os geradores que caracterizam o espao e desacoplam o tempo, representam rotaes no espao e pertencem a lgebra so(3).

    Podemos reescrever a matriz como: Y` Y#`# YZ`Z & # &ZZ (18.2) Os geradores `\ , R 1,2,3 correspondem aos chamados boosts e os

    geradores \, R 1,2,3 descrevem, respectivamente, rotaes no sentido trigonomtrico realizadas nos planos coordenados x-y, y-z e z-x.

    As matrizes de transformao so:

    = =

    1000010000cosh00cosh

    11

    11

    11

    senhsenh

    e

    zz

    yyxctsenhxxsenhctct

    =

    =

    +=

    +=

    '

    '

    )(cosh)(')()(cosh'

    11

    11

  • 20

    ==

    10000cosh0001000cosh

    22

    22

    22

    senh

    senh

    e

    zz

    yctsenhyxx

    ysenhctct

    =

    +=

    =

    +=

    '

    )(cosh)(''

    )()(cosh'

    22

    22

    ==

    33

    33

    33

    cosh0001000010

    00cosh

    senh

    senh

    e

    zctsenhzyyxx

    zsenhctct

    )(cosh)(''

    '

    )()(cosh'

    33

    33

    +=

    =

    =

    +=

    ==

    10000cos00cos00001

    11

    1111

    sen

    sene

    zz

    yxsenyysenxx

    ctct

    =

    +=

    +=

    =

    '

    )(cos)(')()(cos'

    '

    11

    11

    ==

    22

    2222

    cos000100

    0cos00001

    sen

    sene

    zxsenz

    yyzsenxx

    ctct

    )(cos)(''

    )()(cos''

    22

    22

    +=

    =

    +=

    =

    ==

    33

    3333

    cos00cos00

    00100001

    sen

    sene

    zysenzzsenyy

    xx

    ctct

    )(cos)(')()(cos'

    '

    '

    33

    33

    +=

    +=

    =

    =

    onde: :\ ab@ ec 1 d1 + :\#e , R 1,2,3 Portanto, obtivemos novamente a transformao de Lorentz, agora

    para o grupo SO(1,3). Assim, a mtrica do espao de Minkowski gera a transformao de Lorentz mais rotao, ou seja, nos conduz a Relatividade Restrita.

    2.3 TRANSFORMAO DE LORENTZ UTILIZANDO A NOTAO COVARIANTE NO ESPAO DE MINKOWSKI

    Reescrevendo o grupo de Lorentz, utilizando a notao covariante (veja o Apndice A), o vetor / no espao M1,3 ser escrito como:

  • 21

    f B ct; x, y, z j; , #, Z (19) que obedece a transformao de Lorentz, da seguinte forma: f kfk (20.1) onde, a transformao de Lorentz kf dada pelas matrizes: 11e= ou 22e= ou

    33e= .

    A partir da transformao (20.1) obtivemos as relaes (14.1) e selecionamos a condio (14.2), que definem o grupo de Lorentz. Reescrevendo essas expresses em notao covariante: flMlfkf Mfk (20.2)

    Utilizando a expresso (18.2), fazendo a expanso em primeira ordem da transformao de Lorentz, obtemos:

    f kfk )mInopNop,kf k #qrlrl skfk t ukfk #qrlrlvwk (21) onde, N

    12qrlrl A expresso matricial geral que reproduz qualquer componente dos

    geradores do grupo de Lorentz, no espao M1,3, dada por: rlkf +urfMlk + Mrkulf (22) O elemento de linha, em notao covariante dado por: # ff Mfkkf Mfkkf ff (23) A partir da expresso (20.2), obtemos que: Mlfkf lfMfk(24.1) Multiplicando a expresso (20.1) por Mlf, esquerda, temos que: Mlff Mlfkfk (24.2) Substituindo a relao (24.1) em (24.2), obtemos que: l lfMfkk (24.3) Portanto, no espao dual, a transformao do objeto covariante

    realizada pela matriz transposta inversa diferentemente do objeto contravariante, que realizado pela matriz prpria . Isso ocorre devido a mtrica no trivial () do espao de Minkowski.

  • 22

    O operador gradiente no espao de Minkowski, em notao covariante dado por: xf yyz{ @ x , | (25.1) xf yyz{ @ x , +| (25.2)

    O DAlembertiano dado por: xfxf @x + |# (25.3) O DAlembertiano um invariante por transformao de Lorentz. A transformao do operador gradiente, na notao covariante

    dada por: yyz{ yyz} yz}yz{ fk yyz} (25.4) onde, xxf fk xxk ou seja, a derivada de uma coordenada contravariante resulta em uma coordenada covariante e vice-versa.

    2.4 OPERADORES DE SPIN

    O teorema de Helmholtz diz que todo campo vetorial pode ser decompostoem uma parte longitudinal ou solenoidal mais uma parte transversal ou irrotacional, demonstrando que a condio necessria para se conhecer esse campo vetorial ter o conhecimento de seu rotacional e de seu divergente. 3

    Seja uma funo auxiliar ~, continua e definida em todo o espao. Aplicando a seguinte relao vetorial sobre esta funo: | | ~ || ~ + |~ (26.1)

    Definindo: +|~ (26.2) | ~ (26.3) | ~, (26.4) substituindo estas definies na relao (26.1), obtemos a seguinte expresso para o campo vetorial : +| | (26.5)

  • 23

    ou seja, (26.6) Assim, a partir da definio (26.3) do vetor , tirando o seu

    divergente, sabendo que o divergente do rotacional de um vetor sempre nulo, logo, obtemos que: | | | ~ 0

    Portanto, para se conhecer bem certo campo precisa-se conhecer seu divergente e seu rotacional. 4

    Tirando o divergente da expresso (26.5), obtemos: | +|# B `, , J (26.7) Tirando o rotacional da expresso (26.5), obtemos: | | | || + |# +|# B , , J(26.8) A partir das equaes (26.7) e (26.8), temos que: + |I | (26.9) + |I | (26.10)

    As expresses (26.9) e (26.10) esto em notao simblica, elas significam, matematicamente, que:

    +Z | 4| + | Z + | +Z | 4| + | Z + |

    onde, a funo de Green do laplaciano dada por: |# + uZ + ou seja, dividir um funo pelo laplaciano significa calcular a sua funo de Green.

    Assim, podemos reescrever a expresso (26.5), substituindo pela relao (26.9), como:

    | 1|# | | cuja i-sima componente do vetor dada por: \ yby| | \ q\ &\ (27.1)

    Definindo:

  • 24

    q\ B x\x| Substituindo a relao (26.10) na componente do rotacional do vetor , temos que:

    | \ \x \x + 1|# x + 1|# u\u + u\uxx + 1|# xx\ + xx\ + 1|# xx\ 1|# |#\ \ + xx\|# | \ u\ +q\ B &\

    Ento, de acordo com a relao (26.6) podemos decompor a relao (27.1) em uma parte longitudinal e uma transversal, dadas respectivamente por: \ yby| q\ (27.2) \ u\ + yby|I &\ (27.3)

    No espao M1,3, um quadrivetor escrito como: f j, (componente contravariante) f j, + (componente covariante) No Grupo SO(1,3), que gera o espao M1,3, a componente j um

    escalar com spin igual a zero 0, j as componentes espaciais que formam um vetor tridimensional tem spin igual a um, 1. Portanto, no campo , a parte longitudinal guarda spin nulo 0 e a parte transversal guarda o spin inteiro igual a unidade 1. 2

    2.5 LGEBRA DE LIE DO GRUPO DE LORENTZ

    lgebras de Lie surgem naturalmente como espaos vetoriais de transformaes lineares munidos com uma operao chamada de comutador.

    O objetivo agora identificar e caracterizar os espinores do grupo SO(1,3), porque os espinores descrevem os frmions. E queremos encontrar uma equao relativstica que descreva o frmion fundamental do eletromagnetismo, o eltron.

    Obtivemos seis geradores a partir das transformaes de Lorentz, cuja representao matricial foi fornecida na equao (22), mas sabendo que M , ou por componentes, MfkMk uf, podemos reescrever a equao (22) como:

  • 25

    fk +MfMk + MfMk (28) cujas componentes do tipo j\ B \, R 1,2,3 so chamados de boosts e geram as transformaes de Lorentz, e as componentes \ B \, R U V ou \ # \ representam as rotaes do espao.

    Buscamos a descrio dos frmions dentro da lgebra so(1,3), por isso, calcularemos o comutador entre os geradores do grupo SO(1,3), utilizando as expresses (22) e (28), fk , l fkl + lfk MfMk + MfMkurMl + Mrul + MMl + MMlufMk + Mfuk MfMkMl + MfMklMr + MfMkMl MflMkMr +MMlfMk MMlkMf MfMlMk + MkMlMf Mk+fl Mfl+k Mklf Mfkl fk , l +Mkfl Mflk + Mklf + Mfkl (29.1) ou seja, o comutador entre dois geradores quaisquer resulta em uma combinao linear matricial, confirmando que os geradores formam uma lgebra de Lie.

    Fazendo o comutador de dois boosts obtm-se: B\, B j\, j +M\jj + Mj\j M\jj Mjj\ \ (29.2) j que pela definio da mtrica M, os elementos fora da diagonal so nulos, ou seja, M\j 0 e no existe rotao em um plano \, ( R U, ou seja, o comutador entre dois boostsgera uma rotao.

    Fazendo o comutador entre duas rotaes obtm-se,

    R\, R 14 \==, Utilizando a relao (29.1):

    R\, R 14 \=u= u= + u= + u= 14 \ 14 \== + 14 \ + 14 \== +14 u\u + u\u + 14 u\u= + u\u== +14 u\u + u\u + 14 u\u= + u\u== R\, R +\ (29.3)

  • 26

    ou seja, o comutador entre duas rotaes gera outra rotao. Fazendo o comutador entre um boost e uma rotao, obtm-se que:

    B\, R 12 =j\, = 12 =u\j= uj=\ + u\=j + uj\= B\, R +\ (29.4) ou seja, o comutador entre um boost e uma rotao gera outro boost. Portanto, existem termos fora da diagonal. Porm, se reescrevermos uma nova base de geradores como uma combinao linear entre um booste uma rotao, dada por: \ \# \ R\ (30.1) \ + \# \ + R\ (30.2) na qual, J\, J R\ K\, R\ J\, 0

    Portanto, com essa nova base no espao M1,3, definida pelas expresses (30.1) e (30.2), o spin possui duas lgebras, devido mistura do boostcom a rotao.

    so(1,3) ~ so(3) so(3) su(2) su(2) Como o spin no relativstico definido pela lgebra su(2), ento o

    spin relativstico definido pela composio de dois spins no relativsticos su(2) su(2), caracterizando assim o fton, cuja representao )# , #,.2

    2.5.1 Representaes do Grupo SO(1,3)

    A partir dos seis geradores do grupo de Lorentz (fk definiram-se duas classes de geradores,os boostsj\e as rotaes =, dos quais atravs da combinao linear desses dois tipos de geradores definiram-se dois novos tipos de geradores \, \, que comutam entre si, \ , \ 0, ou seja, so ortogonais, criando assim uma nova base.

    Assim, a lgebra de Lie do grupo de Lorentz pode ser escrita como a composio de duas lgebras su(2), j que \ e \ so uma combinao linear

  • 27

    complexa de boosts com rotaes e por isso \ e \ so descritos pela lgebrasu(2) individualmente. (1,3 2 2

    O grupo SU2pode ser caracterizado por um nmero j, que pode tomar valores inteiros e semi-inteiros, cujo vetor representado por , com (2j+1) componentes. E similarmente, SU2 caracterizado por k, cujo vetor representado por ,.

    O grupo SO(1,3) caracterizado por dois nmeros U, V porque somente esses dois geradores comutam entre si. Portanto, para caracterizar uma partcula relativstica necessrio especificar quem so esses dois nmeros U, V.

    A representao 0,0, onde U 0 e V 0, caracteriza um escalar, um campo de Higgs.

    A representao # , 0, onde U # e V 0, pode caracterizar: um lpton (W, um quark ou um neutrino no setor left. Associada a essa representao o vetor , Y 1,2 (espinores de Weyl left). Essa representao, cuja dimenso igual a dois, satisfaz a seguinte relao: J\, J R\ cuja relao satisfeita pelas matrizes de Pauli divididas por dois: b# , # R\ # , com J\ \/2 e K\ 0.

    A representao 0, #, onde U 0 e V #, pode caracterizar: um lpton (W ou um quark no setor right, cujo vetor , Y 1,2. Da mesma forma essa representao, com dimenso igual a dois, satisfaz a seguinte relao: K\, K R\ cuja relao satisfeita pelas matrizes de Pauli divididas por dois: b# , # R\ # , com K\ b# e J\ 0

    Portanto conhecemos quem so os geradores das representaes # , 0 e 0, #. Um objeto obtido a partir da soma espacial# , 0 0, #, representa

    o eltron, que descrito pela equao de Dirac, com dimenso igual a quatro, cujo vetor denotado por:

  • 28

    EWWF ##

    A representao com U # e V #, )# , #, f j, \, onde \ , onde R 1,2,3,caracteriza o fton. Essa representao cuja dimenso 2U 12V 1, que igual a quatro tem como geradores: J\ \2 # K\ # \2

    onde:

    12 E 0 ## 0 F # 12 E 0 +R#R# 0 F Z 12 E# 00 +#F \ K\2 00 +\2L

    Por exemplo, uma rotao em torno do eixo x dada por: #Z onde,

    R2 R + R2 + R Somando com obtm-se que:

    + ,

    0110100110010110

    Portanto, a representao )# , #, bosnica, porque ao realizar uma rotao completa de 2 em torno do prprio eixo sobre o objeto, o resultado o prprio objeto. Essa a chamada representao quadrivetorial do grupo de Lorentz, pois um vetor nessa representao denotado por f j, . Do ponto de vista do grupo SO(3) (espao euclidiano), a representao )# , #, de SO(1,3), apresenta 0 e 1.

  • 29

    3 EQUAES DE MAXWELL EM NOTAO COVARIANTE

    Com as definies anteriores dos operadores de spin a partir do Teorema de Helmholtz, vamos, agora, passar discusso de um interessante aspecto que nos evidencia o importante papel das representaes do grupo de Lorentz no programa de encontrar as equaes relativsticas adequadas para descrever partculas com spin bem-definido.

    O primeiro exemplo que trabalharemos envolve o caso do spin1. Mostraremos como a propagao de uma partcula de spin1 e massa de repouso nula automaticamente nos leva descrio, baseada na simetria de calibre, das equaes de Maxwell em sua forma covariante. Portanto, ficar claro como uma

    argumentao completamente baseada na representao )# , #, do grupo SO(1,3) nos leva a redescobrir as equaes de Maxwell em bases puramente algbricas.

    Este exemplo do spin1 nos abrir o caminho para uma derivao

    bastante peculiar da equao de Dirac para frmions com spin# massivos, mais especificamente, os eltrons e psitrons.

    3.1 EQUAES DE MAXWELL NO VCUO EM NOTAO COVARIANTE

    O DAlembertiano da componente transversal do campo igual azero descreve uma partcula com 1 e massa de repouso nula (fton), no espao livre, ou seja, onde a densidade de carga e a corrente so nulas. k 0 (31)

    Substituindo a relao (27.3), covariantizada, na equao (31), obtemos:

    k k + xkxf f 0 k + xkxff 0 Usando a definio do DAlembertiano, relao (25.3), obtemos: xfxfk + xkxff xfxfk + xkf 0 xf~fk 0

    ou (32) xf~fk 0

  • 30

    Definindo o tensor de segunda ordem como: ~fk B xfk + xkf (33) ~fk xfk + xkf Portanto, a partir do espao M1,3, descrevendo uma partcula com 1 e massa de repouso nula obtemos as equaes de Maxwell no espao livre. Para 0 e R, R 1,2,3, a partir da expresso (33), obtemos

    que, ~j\ xj\ + x\j + @ x + |\j B /\ / (34.1) na qual, sabendo que \ + e definindo j j B /', temos que:

    xj\ + x\j +1' x + | ' +x + | (34.2) definindo/ B /' (campo eltrico).

    Para R, R 1,2,3 e U, U 1,2,3, a partir da expresso (33), obtemos que, ~\ x\ + x\ +\| (34.3) ou seja, ~# +| Z,~#Z +| , ~Z +| #

    Para R, R 1,2,3 e 0, substituindo a expresso (34.1) na equao (32), obtemos: x\~\j x\/\ | / 0 | / 0 | 0 (34.4)

    Para 0, R, R 1,2,3 e U, U 1,2,3, obtemos: xf~f xj~j x\~\ 1' x/ + x\ \| 1' x/ + \x\ 0

    Definindo, | B (34.5) e lembrando que: \ +\ x\ +x\ | @x (34.6)

  • 31

    Expandindo a equao (32) obtemos a identidade de Bianchi: xf~k xk~f x~fk 0 Para 0 e R, R 1,2,3, V U, U 1,2,3, obtemos: xj~\ x\~j x~j\ 0

    onde, ~\ +\| +\ ~j\ +~\j \'

    ento, obtemos que:

    +1' \x + 1' x\ + x\ +1' \x + 1' \| 0 | +x (34.7) Para R, R 1,2,3, U, U 1,2,3 e V 1,2,3, obtemos: x\~ x~\ x~\ 0 x\ \x \x 0 Multiplicando a equao acima por \, obtemos: +\x\ \\x \\x 0 +u\u + u\ux\ u\\u + u\u\x u\\u + u\u\x 0 +x 3x 3x + x\\ 3x + x\\ 0 6x 0 x | 0 (34.8) Portanto, a equao (32) equao de Maxwell no vcuo na

    notao covariante. Para descrever uma partcula com 1 e massa de repouso

    diferente de zero, a equao (31) precisa ser diferente de zero. Acrescentandoum termo ao lado direito da equao (32), descreveremos essa nova partcula da seguinte forma: xf~fk jUk ou (35) xf~fk jUk

    Para R, R 1,2,3 e 0, obtemos: x\~\j x\~j\ x\ \' jUj

  • 32

    x\\ 'jUj Sabendo que, ~j\ \/'e' 1/jj

    e definindo: Uj '` obtemos que: | (Lei de Gauss) (36.1)

    Para 0, R, R 1,2,3 e V, V 1,2,3, obtemos: xj~j x\~\ jU 1' x \x\ 1' x + \x\ jU onde, Uf Uj, + e \ +\, logo: | @x j (Lei de Ampre com correo de Maxwell) (36.2)

    A partir da identidade de Bianchi, para 0 e R, R 1,2,3, V U, U 1,2,3, da mesma forma que no espao livre, obtemos a Lei de Faraday: | +x (36.3) Da mesma forma que no espao livre, para 0 e R, R 1,2,3, V U, U 1,2,3, obtemos a lei de Gauss para o Magnetismo: | 0 (36.4)

    3.1.1 Equao de Continuidade

    Tirando o divergente da equao (35), e sabendo que os ndices do tensor ~fk so ndices mudos, obtemos: xkxf~fk xfxk~kf +xfxk~fk +xkxf~fk jxkUk onde, ~fk +~kf ento, para o lado esquerdo da equao acima temos que: xkxf~fk +xkxf~fk 0

    Logo, o sinal de igualdade implica que o lado direito ser dado por: xkUk xjUj x\U\ 0 x` | 0 (36.5) esta equao a chamada equao de continuidade.

  • 33

    3.2 SIMETRIA DE GAUGE

    Fazendo uma transformao nas componentes do vetor da seguinte forma: k k xkT onde,T seja uma funo contnua, tal que: xfxkT xkxfT

    Tirando o gradiente das componentes do vetor , obtemos: xfk xfk xfxkT Logo, a transformao do tensor ~kf ser dada por: ~fk xfk + xkf xfk xfxkT + xkf + xkxfT xfk + xkf ~fk Portanto, se o campo fapresentar uma transformao feita por uma

    funo contnua T, o tensor ~fk ser um invariante, apresentando uma simetria, a chamada simetria de Gauge ou Calibre, ou seja, a descrio de uma partcula de 1 e massa de repouso nula no espao M1,3 est vinculada com uma simetria de Gauge.

  • 34

    4 EQUAES RELATIVSTICAS PARA FRMIONS

    A cada partcula associa-se uma equao relativstica que caracterize e descreva essa partcula. Por isso, para cada representao U, V obtida a partir dos geradores do grupo SO(1,3) procuraremos uma equao relativstica que a descreva, porque cada um desses objetos possue um espinor associado que descreve a sua dinmica.

    As equaes relativsticas ferminicas descrevem os frmions, cuja caracterstica so spins semi-inteiros.

    As equaes especificadas nos itens seguintes descrevem partculas elementares e subatmicas. A equao de Weyl descreve o neutrino e o antineutrino, a equao de Dirac descreve o eltron.

    4.1 EQUAO DE WEYL

    4.1.1 Equao de Weyl - Left

    No Captulo 3 obtivemos as equaes de Maxwell covariantes, onde os campos de radiao descreviam partculas com massa nula S 0 e spin igual a 1 ( 1) atravs da equao (31). Agora queremos descrever uma partcula com massa nula e spin #, que a descrio do neutrino (de acordo com o Modelo Padro), um frmion - left. Impondo que o spin dessa partcula esteja projetado ao longo da direo de movimento, que dada pelo vetor momento linear, a equao que pode descrever essa partcula a seguinte: X # (37.1) onde o operador de spin na representao meio dado por:

    2 Assim, atuando o operador dado pela equao (37.1) sobre um

    espinor, na qual um autoestado do operador X com autovalor#, obtm-se que: # || # (37.2)

  • 35

    Sabendo que o momento relativstico definido como: Rxf Xf (38) na qual, Rxj Xj Xj @, xj y@ Rx\ X\ +X

    E definindo o quadrivetor contravariante como, f B j, na qual: j #

    As matrizes de Pauli so: \ z, , ento, a partir da relao (37.2), obtm-se que:

    X ' Utilizando o Princpio da Correspondncia com a mecnica quntica,

    obtm-se que:

    +R | Rx' R | xj 0 R\x\ xj# 0 Rfxf 0 (Equao de Weyl - left) (39) ou, sabendo que Rxf Xf, podemos reescrever essa equao da seguinte forma: fXf 0

    Portanto, a equao de Weyl - left descreve o movimento de um

    frmion no massivo, com # e cuja projeo do spin est ao longo do movimento, o neutrino, cuja representao )# , 0,.

    4.1.2 Equao de Weyl - Right

    Para descrever uma partcula com massa nula e spin #, e cujo spin dessa partcula esteja projetado no sentido contrrio da direo de movimento,

  • 36

    ou seja, a descrio de um frmion - right, )0, #,. A equao que pode descrever essa partcula a seguinte: X + # (40.1)

    Analogamente ao que foi feito para o frmion-left, tendo # , definindo um espinorright e definindo f B ,+, obtm-se que: # || + # (40.2)

    +R | +Rx' R | xj 0 R+\x\ xj# 0 Rfxf 0 (Equao de Weyl - right) (41) ou, podemos reescrever essa equao da seguinte forma: fXf 0

    Portanto, a equao de Weyl - right descreve o movimento de um

    frmion no massivo, com # e cuja projeo do spin est no sentido contrrio direo do movimento, o antineutrino, cuja representao )0, #,.

    A representao )0, #, equivalente ao complexo conjugado da representao )# , 0,, indicando que o antineutrino uma partcula diferente do neutrino. 2

    E0, 12F~ E12 , 0F

    4.1.3O DAlembertiano Escrito no Espao dos Espinores

    Adotamos na notao covariante que : f B , Se definirmos um sigma barrado: f B ,+

    a partir da relao simtrica entre esses dois quadrivetores: fk kf Para 0, obtm-se que:

  • 37

    jj jj 2 Para 0 e R, obtm-se que: j\ \j + 0 Para R e U, obtm-se que: \ \ + + +2u\ Portanto, a expresso geral da relao simtrica entre os dois

    quadrivetores sigma dada por: fk kf 2Mfk# (42) Mas, a relao de anticomutao: f , k fk kf

    fornece: Para 0: j, j jj jj 2 Para 0 e R: j, \ j\ \j + + +2 Para R e U: \ , \ \ + + +2u\ Portanto, a relao de anticomutao geral entre os quadrivetores

    sigma tambm fornece uma relao similar (42). Atuando fxfsobre kxk, sabendo essa relao simtrica e

    utilizando a relao (42), temos que:

    fxfkxk 12 fkkfxfxk Mfk#xfxk fxfkxk (43) Aplicando o operador DAlembertianofxfkxk sobre espinor-

    left, obtemos a equao de Weyl-left, dada por: 0 (44) Aplicando o operador DAlembertianofxfkxk sobre espinor-

    right , obtemos a equao de Weyl - right, dada por: 0 (45)

  • 38

    4.2 REPRESENTAO ESPINORIAL EM DIFERENTES BASES

    Sabendo que:

    12 , 0 0, 12 HD 12 , 12 0, 12 12 , 0 H D 12 , 12 onde a representao# , # uma representao espinorial Y: ou Y:.

    Etendo que qualquer matriz 2x2 pode ser expandida na base , ou na base , +, como no exemplo: H Sff Sj S\\ (46.1) H ff j \\ (46.2)

    Multiplicando a equao (46.1) por k e a equao (46.2) por k, pela direita, e tirando o trao, obtm-se que: Hk Sf fk Hk Sf fk onde: fk fk 2Mfk, que conduzem a: Sf # Hk ef # Hk

    Assim, podemos reescrever as expresses (46.1) e (46.2) como: H D # Hk Df (46.3) HD # Hk Df (46.4) ou seja, pode-se expandir a matriz H em diferentes bases. Portanto, a atuao da matriz leva a representao : )0, #, em Y # , 0 e vice-versa e essa relao conduz a equao de Dirac.2

    4.2.1 Construindo a Equao de Dirac

    Descrevemos o neutrino e o antineutrino atravs da equao de

    Weyl, que um frmion # no massivo. Para descrever uma partcula ferminica massiva, deve-se acoplar um termo de massa equao de Weyl. Portanto, adicionando as equaes de Weylright e left um termo massivo, com unidade de momento, j que o termo fXf da equao de Weyl tem unidade de

  • 39

    momento e concordando com o princpio de covarincia, o qual diz que todos os termos de uma equao tensorial tm que ter a mesma natureza, ou seja: Xff DD c 0 (47.1) XffD D ' 0 (47.2) onde, os termos possuem dimenso de massa e como ' (velocidade da luz) tem dimenso de velocidade, ento c e ' tem dimenso de momento. Pode-se perceber tambm que o termo Xff D transforma o espinorleftD cuja representao )# , 0, para a representao right)0, #, e igualmente, o termo XffD transforma o espinor rightD cuja representao )0, #, para a representao left)# , 0, .

    As equaes (47.1) e (47.2) so equaes acopladas pela massa ferminica.

    A partir da equao (47.2), obtm-se que:

    + 1' Xkk Substituindo essa expresso na equao (47.1), desacoplamos as

    equaes: XfXkfk + '# 0 onde o termo fk simtrico, logo ele pode ser reescrito como # fk kf e utilizando a expresso (42), obtm-se que: XfXkMfk# + '# 0 X + '# 0

    Considerando que , possuem unidades de massa, ento a equao a cima conduz a seguinte relao: X S'# (48)

    Fazendo uma correspondncia com a relao entre energia e momento 'X, a expresso (48) nos conduz a relao de energia relativstica S', onde o quadrivetor momento igual a Xf Sc', X Sc', 0, com o vetor momento nulo, ou seja, a partcula est em um estado estacionrio.

    Portanto, as equaes acopladas (47.1) e (47.2) esto descrevendo uma partcula ferminica massiva em um estado estacionrio.

  • 40

    Reescrevendo as equaes (47.1) e (47.2) utilizando a representao matricial e definindo +S:

    +S' XffXff +S' EF 0 Utilizando a representao de Weyl, reescrevemos a expresso

    acima como:

    Xf ) 0 ff 0 , + S' EF 0 Definindo: cf B ) 0 ff 0 , (matrizes gama de Dirac na representao de Weyl)

    EF E12 , 0F E0, 12F Obtemos a equao de Dirac: Xfcf +S' 0 Como Xf Rxf, ento: Rcfxf +S' 0 (49) Portanto, acoplando um termo de massa a Equao de Weyl nas

    representaes )0, #, e )# , 0, obteve-se a Equao de Dirac, que descreve uma partcula ferminica # com massa, ou seja, a descrio do eltron.

    A Equao de Dirac uma equao de primeira ordem tanto na derivada temporal, quanto na espacial, por isso ela possui dois graus de liberdade (carga e spin) com quatro coordenadas: eltron com energia positiva e spin up ou spin down e eltron com energia negativa (anti-eltron) com spin up ou down.

    4.2.2 Notao de Dirac

    A partir de agora, ser utilizado a notao de Dirac, para isso ser necessrio redefinir a notao do espinor , para eliminar os ndices com pontos que foi adotado no espao de Minkowski, ou seja:

    ## B #Z , Y 1,2,3,4

    Essa redefinio ser utilizada para distinguir o espao dos

  • 41

    espinores, como os ndices Y 1,2,3,4, do espao de Minkowski, onde tnhamos os ndices com ponto do setor right e os ndices sem ponto do setor left.

    A partir da definio da matriz cf, feita na seo 4.2.1, obtm-se as seguintes propriedades dessa matriz:

    O quadrado das componentes temporal e espacial da matriz cf, dado por: cj# c\# + (50)

    A componente temporal da matriz cf hermitiana e a componente espacial anti-hermitiana: cj cjc\ +c\ (51) onde

    cj E# 00 +#F c\ ) 0 + 0, (52) Essas matrizes so unitrias, pois multiplicando a matriz cj por cj

    e multiplicandoc\ por c\, pela esquerda. Tendo que cjcj e c\c\ , obtm-se que: cjcj c\c\

    As componentes da matriz gama espacial e temporal anti-comutam entre si: cjc\ +c\cj (53) c\c +cc\, R U

    Nessa nova representao, a representao de Dirac, perde-se a noo de espinor left e right, como havia-se definido no espao de Minkowski.

    O objetivo de se utilizar essa notao o de diferenciar as componentes que so relativsticas e as que no so. J, na representao de Weyl ficou claro a estrutura de spin da partcula. Os diferentes tipos de representaes so importantes para ajudar a resolver o problema abordado e simplificar a interpretao fsica do mesmo, porque independentemente da representao a fsica do problema a mesma.

    Reescrevendo a equao de Dirac, dada pela equao (49), no espao dos momentos, tendo que Rxf Xf, obtm-se que: cfXf +S'p 0 (54)

    Utilizando a notao de Dirac, essa equao ter a seguinte forma:

  • 42

    E +S'# + X' X' + S'#F ), 0 onde:

    E#F EZF na qual, )# , 0, 0, #, porque nessa nova representao h uma mistura de componentes.

    Assim, obtm-se as seguintes equaes: + S'# + ' X 0 (55) ' X + S'# 0 Da ltima equao se extrai que: @7@I (56) Portanto, no limite no relativstico ', as quatro componentes

    do espao espinorial tendem para a representao bidimensional, com um espinor dominante, pois depende de , assim, o espinor fixo, trazendo consigo 4 parmetros reais independentes e o espinor dependente. Isso ocorre porque foi imposto que satisfaz a equao de Dirac. A quantidade de parmetros obtida foi devido o fato de a equao de Dirac ser uma equao de primeira ordem na derivada temporal.

    Substituindo a expresso (56) na equao (55), obtm-se a equao de energia e momento para uma partcula relativstica massiva. # +S#' + X'# 0 onde, X'# '\X\X 'X \

    Assim, obtm-se que: # +S#' + 'X 0 Para arbitrrio, extra-se a equao da energia relativstica

    massiva: %S#' 'X B %X (57) Portanto, a relao energia-momento relativstico uma

    consequncia da equao de Dirac.

  • 43

    4.3SOLUO DA EQUAO DE DIRAC PARA ENERGIA POSITIVA

    Definindo ; X, o espinor de Dirac, com quatro componentes, como a soluo da equao de Dirac com energia positiva (E > 0), a equao de Dirac ser dada por: cj + c X' + S'#; X 0 (58)

    Tirando o conjugado hermitiano da equao (58): cj c X' + S'# 0 (59) onde, cj cj, c +c, X X

    Multipicando a equao (58) por pela esquerda, multiplicando a equao (59) por pela direita e somando o resultado, obtm-se que:

    XS' cj Definindo um novo tipo de conjugado, denominado de conjugado de

    Dirac(veja o Apndice B), como: cj (60) onde, # +Z + diferenciando-se do conjugado hermitiano: # Z

    4.3.1 Soluo da Equao de Dirac no Referencial de Repouso (E > 0)

    Seja a energia dada por: X S'# obtemos que a soluo de um espinor com energia positiva e momento nulo, ou seja, a soluo no referencial de repouso, ser dada por: S'cj + S'#; 0 0 (61)

    Na representao de Dirac, temos que: cj + )0 00 +2, (62) Portanto, substituindo a matriz (62) na equao (61), obtemos que:

  • 44

    S' )0 00 +2,K#ZL 0

    implicando que: Z 0. Ento, a forma do espinor da soluo com E>0 dada por:

    S'#; 0 K#00 L K1000L # K

    0100L (63) com duas solues independentes no espao bidimensional.

    4.3.2 Soluo da Equao de Dirac para Momento No Nulo (E > 0)

    Pode-se reescrever a equao de Dirac para uma partcula relativstica com energia positiva e momento arbitrrio (no nulo) como: cfXf +S'Xf 0 (64)

    Multiplicando o operador de Dirac pelo seu conjugado, obtemos: cfXf +S'ckXk S' cfckXfXk +S' X + S' onde, o termo cfck, que simtrico, pode ser reescrito como:

    cfck 12 cfck ckcf Mfk Logo, a soluo da equao (64) dada por: Xf ckXk S'S'#; 0 (65) Portanto, conhecendo a soluo para a partcula livre em energia

    positiva, basta multiplic-la pelo operador ckXk S' que obtemos a soluo em qualquer instante, para um momento arbitrrio.

    Tendo que as duas solues no referencial de repouso so:

    K1000L , K0100L

    Aplicando o operador ckXk S' nessas solues, obtemos que:

    ckXk S' K1000L

    @ S' X+ X + @ S'K1000L

    @ S'0+X+Xz + RX

    (66)

    onde,

  • 45

    + X )10, +E X Xz + RXXz RX +X F )10, ) +X+Xz + RX, Portanto, o espinor

    @ S'0+X+Xz + RX

    o boostdo espinor livre, K1000L, de energia positiva, no referencial da partcula de movimento.

    A outra soluo dada pela aplicao do operador ckXk S' sobre a segunda soluo:

    ckXk S' K0100L

    @ S' X+ X + @ S'K

    0100L 0@ S'+Xz RXX

    (67)

    onde,

    + X )01, +E X Xz + RXXz RX +X F )01, E+Xz RXX F Portanto, o espinor

    0@ S'+Xz RXX

    o boost do espinor livre, K0100L, de energia positiva, no referencial da partcula de movimento.

    Assim, a soluo geral de um eltron com E > 0 e momento no nulo dada pela combinao linear desses dois boosts, (66) e (67). Portanto, dado um eltron com E > 0 e momento definido sabemos qual a sua funo de onda.

    4.4SOLUO DA EQUAO DE DIRAC PARA ENERGIA NEGATIVA

    Definindo +; X, o espinor de Dirac, com quatro componentes, como a soluo da equao de Dirac com energia negativa (E < 0), a equao de Dirac ser dada por: cj c X' S'#+; X 0 (68)

    Definindo: Xf B /';+ X temos: cfXf cj ' + c X

  • 46

    cfXf cj ' c X

    Assim, podemos reescrever a equao (68) como: cfXf S'+X 0 (69) Tirando o conjugado hermitiano da expresso (68), temos que: cj + c X' S'# 0 (70) Multiplicando a equao (69) por a esquerda e multiplicando a

    equao (70) por a direita, e somando o resultado, obtemos que: (/S' + (71)

    onde, B cj Portanto, obtivemos o mesmo resultado que o anterior (para a

    energia positiva), porm, agora, com sinal negativo. Assim, temos: cfXf +S'X 0 cfXf S'+X 0

    4.4.1 Soluo da Equao de Dirac no Referencial de Repouso (E< 0)

    Analogamente ao processo seguido para encontrar a soluo da equao de Dirac com E > 0, seguiremos o mesmo procedimento para encontrar a soluo para a E < 0.

    A soluo de um espinor com energia negativa e momento nulo, ou seja, a soluo no referencial de repouso, ser dada por: cj +/'; 0 0 (72)

    Na representao de Dirac, temos que: cj )2 00 0, (73) Substituindo a matriz (73) na equao (72), obtemos que:

    )2 00 0,K#ZL 0

    implicando que: # 0

  • 47

    ento, a forma do espinor da soluo com E < 0 dada por:

    +/'; 0 K 00ZL Z K0010L K

    0001L (74) com duas solues independentes no espao bidimensional:

    K0010L, K0001L

    4.4.2 Soluo da Equao de Dirac para o Momento No Nulo (E < 0)

    Sendo a equao de Dirac para uma partcula relativstica com energia negativa e momento arbitrrio (no nulo) dada por: cfXf S'+X 0 (75) multiplicando o operador de Dirac pelo seu conjugado, obtemos: cfXf S'ckXk +S' cfckXfXk +S' X + S' onde, cfck Mfk e XfXf XfXf X

    Logo, a soluo da equao (75) dada por: +/'; X ckXk +S'+S'; 0 (76) Portanto, conhecendo a soluo para a partcula livre com energia

    negativa, basta multiplic-la pelo operador ckXk +S' que obtemos a soluo em qualquer instante, para um momento arbitrrio.

    Aplicando o operador ckXk +S' nas solues da equao de Dirac para E < 0, no referencial de repouso, obtemos que:

    ckXk +S' K0010L

    @ +S' X+ X +@ S'K

    0010L XXz RX+@ S'0

    (77)

    Portanto, o espinor XXz RX+@ S'0

    o boostdo espinor livre, K0010L, de

    energia negativa, no referencial da partcula de movimento. Aplicando o operador ckXk +S' sobre a segunda soluo,

    obtemos:

  • 48

    ckXk +S'K0001L

    @ +S' X+ X +@ S'K

    0001L Xz + RX+X0+@ S'

    (78)

    Portanto, o espinor Xz + RX+X0+@ S'

    o boostdo espinor livre, K0001L, de energia negativa, no referencial da partcula de movimento, onde, ckXk +S' cjXj c\X\ +S' cjXj + c\X\ +S' cj ' c X + S' na qual, para E < 0, X\ +X.

    Portanto, a soluo geral de um eltron com E < 0 e momento no nulo dada pela combinao linear desses dois boosts, dados pelas equaes (77) e (78).

    4.5INTRODUO DA INTERAO ELETROMAGNTICA

    Tendo que a equao de Dirac livre foi obtida na seo 4.2.1: Rcfxf +S' 0 introduzindo um termo de potencial eletromgntico nesta equao, dado por:

    xf xf R f obtemos a seguinte equao: Rcfxf +S' + fcf 0 (79)

    Reescrevendo esta equao no espao dos momentos, obtemos: cfXf +S' + fcf 0 (80) Assim, acrescentamos o campo eletromagntico na equao de

    Dirac, para descrever uma partcula carregada, um frmion, em acoplamento mnimo com o campo eltrico.

    Trabalharemos no limite baixamente relativstico, onde a energia dominante a energia de repouso mc.

    Abrindo a equao (80), temos que: cj + c X' +S'#+ cj ec c 0 (81) onde, j /', \ +

  • 49

    Utilizaremos a notao de Dirac, pois nesta notao fica claro que a componente da representao de Dirac no campo dos espinores tem quatro componentes, que so dois espinores com duas componentes cada um, onde a parte inferior fracamente relativstica.

    Reescrevendo a equao (81) utilizando as matrizes de Dirac, obtemos:

    +S'# + # +' X + ' X + + +S'# # EF 0 (82) onde, EF

    A partir da equao (82), obtemos as seguintes equaes acopladas: + S'# + ' X + (83) ' X + ( S'# + (84)

    Da equao (84) extramos que: @57@I5 (85)

    Substituindo a relao (85) na equao (83), obtm-se que: + S'# + S'# + ' X + (86) Para o lado esquerdo da equao (86), temos que: + S'# + S'# + 2S'= + (87)

    onde, = + S'# e S'# + 2S' Para o lado direito da equao (86), temos que: \X\ + \X + '# '\X\X + X\ + \X \ '#u\ R\X\X + X\ + \X \ 'X ' + R'#X + 2'# X ' X + (88)

    Observao: \ tem uma parte simtrica e uma antissimtrica. Portanto, substituindo as expresses (87) e (88) na equao (86),

    obtemos: 2S'#= + 'X ' + R'#X + 2'# X Dividindo a equao acima por 2S'# e rearranjando os termos:

    = + X2S 2S + 22S X + R2S X

  • 50

    12S X + + R2S X na qual, da mecnica quntica e do eletromagnetismo, pelo princpio de correspondncia, temos que: X +R| +R

    Portanto, = + # X + + 5# (89) Obtemos, assim, uma interao eletromagntica. Aquilo que no

    espao de Minkowski, no limite no-relativstico, um acomplamento mnimo, no limite fracamente relativstico a interao do spin eltrico com o campo magntico,

    j que # . Rearranjando a equao (89), para = Rx,obtemos a equao

    de Schrdinger: Rx # X + + 5# (90) Reescrevendo o penltimo termo do lado direito da equao (90): 5# 2 ) 5#, )#, (91)

    esse termo o acoplamento magntico, onde: 5# B (magneton de Bohr) 2 5 2 (razo giro eletromagntica do eltron) (92)

    O resultado prevendo que a razo giro eletromagnetica do eltron fosse igual a 2 foi um grande triunfo da equao de Dirac, pois esse resultado foi extrado naturalmente da equao de Dirac, j na equao de Pauli, o termo 5 2 precisa ser colocado a mo foradamente, ou seja, a interao eletromagntica fracamente relativstica no-mnima. Pois ao introduzir o acoplamento mnimo na equao de Dirac, a relatividade j introduz o acoplamento magntico.2

    4.6SIMETRIA DE CONJUGAO DE CARGA DA EQUAO DE DIRAC

    A equao de Dirac com um campo eletromgantico dada pela equao (79) dada por:

  • 51

    Rcfxf +S' + fcf 0 Tomando o conjugado de Dirac desta equao, obtemos: +Rxfcf +S' + fcf 0 (93) Transpondo a equao (93), obtemos: +Rcfxf +S' + fcf 0 (94) Existe uma matriz , unitria e antissimtrica, tal que: cf +cf (95) cf , ck 2Mfk (96) cf, ck 2Mfk (97) +cf, +ck 2Mfk (98)

    onde, os dois grupos de matrizes (97) e (98) satisfazem a lgebra das matrizes gama. Asrelaes de (96) a (98)so denominadas de automorfismo da lgebra, porque os elementos mudam, mas as relaes algbricas no mudam. A transformao (95) independe da representao que for utilizada.

    Ento, aplicando a matriz na equao (94), pela esquerda, e tendo que, , obtemos: +Rcfxf +S' + fcf 0 (99)

    Utilizando a propriedade (95) e definindo um novo tipo de conjugao, denominado de Conjugao de Carga(veja Apndice C), dado por: @ B (100) fazendo essas substituies na equao (99), obtemos: Rcfxf@ +S'@ fcf@ 0 (101)

    A equao (101) a equao de Dirac com um campo eletromagntico para o espinor @. Portanto, a equao de Dirac oferece duas solues, na qual a soluo @ tem a mesma massa e esta submetida ao mesmo campo eletromagntico que a soluo , mas com carga oposta +, ou seja, duas solues que se diferem somente pela natureza da carga, carga positiva para a soluo e carga negativa para a soluo @.

    Indo para a representao de Dirac, onde a propriedade (95) satisfeita, multiplicando essa relao pela matriz, pela direita, obtemos: cf +cf (102) onde: cj cj +cj , cj 0

  • 52

    c c c , c 0 (103) c# c# +c# , c# 0 cZ cZ cZ , cZ 0 ento, pelas propriedades (103), se fizermos: Vcjc# (104)

    Multiplicando a expresso (104) por cj, pela direita, temos que: cj Vcjc#cj +Vc#cjcj +Vc# Multiplicando a expresso (104) por cj, pela esquerda, temos que: cj Vcjcjc# Vc#

    ento, a expresso (104) mesmo uma soluo da equao (102). Se a matriz for unitria , a partir da soluo (104), na

    qual:

    1V +c#cj 1V cjc# V+c#cj Vcjc# temos que: 1V cjc# Vcjc# |V#| 1 ou seja, a matriz tem que ser uma fase: \cjc# (105) cuja transposta dada por: \c#cj +\cjc# +

    Portanto, se a matriz for unitria, ela tambm ser antissimtrica e satisfaz a propriedade (95) para qualquer cf.

    Na notao de Dirac, a expresso (105) ficar como:

    \ ) 00 +, E 0 + 0 F \ E 0 0 F Se \ R, temos que:

    R E 0 0 F R K0 0 0 +R0 0 R 00R +R0 0 00 0 L K

    0 0 0 10 0 +1 00+1 10 0 00 0 L Rcjc# (106)

  • 53

    Utilizando as definies de conjugao de carga (100) e conjugao de Dirac (60) e tambm a relao (106), temos que: @ B cj cj cjC +cjC +cjRcjc# +Rc# @ +Rc# (107)

    Em notao das matrizes de Dirac:

    @ +R K 0 0 0 +R0 0 R 00+R R0 0 00 0 L#Z K

    0 0 0 +10 0 1 00+1 10 0 00 0 L#Z

    @\@ +Z#+ (108)

    Portanto, a conjugao de carga pega as solues de energia negativa e transforma em solues de energia positiva, porm, como a conjugao de carga tem o sinal da carga oposto, ento, troca-se a carga e troca-se o sinal da energia. 2

    4.6.1 Conjugao de Carga e as Solues de Antipartcula

    Obtivemos na seo 4.4, as solues para a equao de Dirac com energia positiva e negativa: cfXf +S', X 0 cfXf S'+,+X 0

    Para energia positiva S'# e momento nulo X 0, obtivemos que as solues so:

    K1000L , # K0100L

    Para energia negativa +S'# e momento nulo X 0, as solues so:

    K0010L , # K0001L

  • 54

    Tirando o conjugado de carga da soluo , utilizando as definies de conjugado de Dirac e de Carga, e a expresso (106), temos que: @ +cj +Rc# @ +Rc#

    Em notao das matrizes de Dirac,

    @ K 0 0 0 +10 0 1 00+1 10 0 00 0 LK0010L K

    0100L # @ # Tirando o conjugado de carga novamente, na qual sabemos que @@ (veja o Apndice C), temos que: @@ #@ (109) Tirando o conjugado de carga da soluo #, utilizando as definies

    de conjugado de Dirac e de Carga, e expresso (106), temos que: #@ # +cj# +Rc## #@ +Rc## Em notao das matrizes de Dirac,

    #@ K 0 0 0 +10 0 1 00+1 10 0 00 0 LK0001L +K

    1000L + #@ + Tirando o conjugado de carga novamente, temos que: #@@ # +@ (110) Portanto, a partir das relaes (109) e (110), observa-se que a

    soluo de energia negativa , #, nada mais do que o conjugado de carga da soluo de energia positiva , #. Os lados direitos das relaes (109) e (110) possuem energia positiva e descrevem um objeto com carga positiva, os lados esquerdos so solues com energia negativa e descrevem um objeto com carga negativa, porm as massas das partculas so as mesmas. Logo, as solues de energia negativa podem ser interpretadas como a conjugao de carga das solues de energia positiva. Essa foi a interpretao que Dirac deu para as solues com energia negativa, ou seja, aqui Dirac prev a existncia dos psitrons (carga oposta, , com E > 0).2

  • 55

    Assim, quando fazemos a conjugao de carga sobre um eltron com energia negativa, obtemos um psitron com energia positiva. Esse ponto foi o ponto-chave na qual Dirac interpretou a antipartcula. Logo, no h mais soluo com energia negativa, mas sim uma soluo com energia positiva e com carga oposta , ou seja, um psitron.2

  • 56

    5CONCLUSO

    Introduziu-se o conceito de grupos atravs dos princpios de simetria dos diferentes espaos, dando um exemplo com o espao euclidiano bidimensional (E). Ento, definiu-se uma nova mtrica que caracteriza o espao de Minkowski, impondo o princpio de simetria que preserva o produto escalar para uma transformao do tipo , que nos conduz a condio e selecionando o subgrupo com 1, obtm-se o grupo SO(1,3), o grupo das matrizes pseudo ortogonais (4x4), com uma dimenso temporal e trs espaciais, denominado de grupo de Lorentz, cujas transformaes so as Transformaes de Lorentz, da Relatividade Restrita.

    Atravs da lgebra de Lie caracterizou-se os espinores do grupo SO(1,3), que descrevem os frmions, na qual, a partir desses procuramos as equaes relativsticas que descrevam as partculas.A partir dos geradores do grupo de Lorentz definiu-se duas classes de geradores, os boosts e as rotaes, na qual a combinao linear destes dois tipos de geradores nos conduz a uma nova base, composta por dois novos geradores \, \, cujos grupos so caracterizados por dois nmeros U, V. Onde para caracterizar uma partcula relativstica necessrio especificar quem so esses dois nmeros U, V.

    Os estudos sobre a luz conduziram o andamento da Fsica a algumas representaes: as equaes de Maxwell, posteriormente a Relatividade e ao grupo de Lorentz, que so descritas pelas equaes relativsticas, na qual cada uma est associada a um espinor. A partir do grupo de Lorentz ao atuar sobre um espinor ferminico, ou seja, um espinor cuja representao uma partcula com spin semi-inteiro, com as matrizes de Pauli, levando a representao (, 0) para a representao (0, ) para descrever um frmion massivo necessrio acrescentar um parmetro de massa na representao ferminica (, 0) e (0, ), que nos conduz a Equao de Dirac.

    Atravs da descrio do fton na notao covariante obteve-se as equaes de Maxwell.

    Obteve-se dois tipos de representaes: a representao de Dirac e a representao de Weyl, na qual, esses diferentes tipos de representaes so importantes para ajudar a resolver o problema abordado e simplificar a interpretao fsica do mesmo, porque independentemente da representao a fsica do problema

  • 57

    a mesma. Na representao de Weyl obtm-se claramente a estrutura de spin e na representao de Dirac fica claro o quanto as partculas so relativsticas ou no.

    Atravs da teoria degrupo obteve-se as equaes de Maxwell do eletromagnetismo e as relaes da fsica quntica, onde o spin surge naturalmente da equao de Dirac sem precisar ser colocado a mo, demonstrando a importnicia do ponto de vista proporcionado pela teoria de grupos para a descoberta das leis fsicas.

    Obtivemos que a massa do eltron surge do acoplamento dos setores left e rightdo grupo de Lorentz. Mostramos, assim, como emergem as matrizes de Dirac e a lgebra de Clifford naturalmente a partir da introduo de massa na equao de Weyl, obtendo-se finalmente a Equao de Dirac.

    Introduzindo um termo de potencial eletromgntico na equao de Dirac, para descrever um frmion carregado, em acoplamento mnimo com o campo eltrico, no limite baixamente relativstico, obtivemos uma interao eletromagntica. Aquilo que no espao de Minkowski, no limite no-relativstico, um acomplamento mnimo, no limite fracamente relativstico a interao do spin eltrico com o campo

    magntico, j que # . Dessa anlise obteve-se, tambm, que a razo giro eletromagnetica do eltron igual a 2, o que foi um grande triunfo da equao de Dirac.

    Verificou-se que a equao de Dirac oferece duas solues, e @, na qual a soluo @ tem a mesma massa e esta submetida ao mesmo campo eletromagntico que a soluo , mas com carga oposta +, ou seja, duas solues que se diferem somente pelo natureza da carga, carga positiva para a soluo e carga negativa para a soluo @.

    A partir das solues para a equao de Dirac com momento nulo e energia positiva (, #, e com momento nulo e energia negativa , #, tirando o conjugado de carga dessas solues, obteve-se que, a soluo de energia negativa , # o conjugado de carga da soluo de energia positiva , #, ou seja, #@ e # +@. Como os lados direitos dessas relaes possuem energia positiva e descrevem um objeto com carga positiva, os lados esquerdos so solues com energia negativa e descrevem um objeto com carga negativa, cujas massas das partculas so as mesmas. Ento, as solues de energia negativa podem ser interpretadas como a conjugao de carga das solues de energia

  • 58

    positiva. Essa foi a interpretao que Dirac deu para as solues com energia negativa, prevendo, assim, a existncia do psitron.

    Portanto, quando fazemos a conjugao de carga sobre um eltron com energia negativa, obtemos um psitron com energia positiva. Essa interpretao de Dirac foi muito importante, porque dessa forma no h mais soluo com energia negativa, mas sim uma soluo com energia positiva e com carga oposta, ou seja, o psitron.

  • 59

    REFERNCIAS

    1 WEYL, Hermann; ROBERTSON, H. P.The theory of groups and quantum mechanics.[s.n.]. DoverPublications, 1931.p.vii e viii. 2HELAYL-NETO, Jos Abdalla. Notas do Curso: Eletromagnetismo Clssico, 1 semestre e 2 semestre de 2013. Centro Brasileiro de Pesquisas Fsicas, Rio de Janeiro, 2012.

    3 HSU, Hwi P.Anlise vetorial. Rio de Janeiro: Livros Tcnicos e Cientficos, 1972. p. 122-125.

    4 CANTARERO, Andrs. Terema de Helmholtz. 2004. Disponvel em: . Acessoem: 23 out. 2013.

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    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

    1 DIRAC, Paul Adrien Maurice. The quantum theory of the electron. Cambridge:JSTOR, 1928. (Communicated by R. H. Fowler, F.R.S. Received January 2, 1928). 2DIRAC, Paul Adrien Maurice. The quantum theory of the electron: Parte IICambridge:JSTOR, 1928. (Communicated by R. H. Fowler, F.R.S. Received February 2, 1928). 3 OAKES, Thiago Luiz Antonacci.Estado fundamental do tomo de hidrognio via equao de Dirac em um cenrio com comprimento mnimo. 2013. 72f. Tese (Doutorado em Cincias Fsicas) Centro de Cincias Exatas, Universidade Federal do Esprito Santo, Esprito Santo, 2013.

    4 BROWN, Laurie M.Paul A.M.Diracs the principles of quantummechanics. Physics in Perspective, BirkhuserVerlag, Basel, 2006(This article is based upon a talk I gave at the Baylor University Dirac Centennial Conference, September 30-October 2, 2003, organized by Bruce Gordon).

    5RIBAS, Rafael Marques. Equao de Dirac. 2001. 39f. Monografia (Bacharel em Fsica) Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.

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    APNDICES

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    APNDICE A Vetores covariante e contravariante

    Em um espao qualquer, n-dimensional (SN) podemos definir o produto escalar como:

    u v \ \\ onde, a mtrica do espao definida como:

    \ Utilizando a notao matricial, reescrevemos o produto escalar

    como: u v Supondo uma transformao do tipo:

    e impondo que o produto escalar seja um invariante, obtemos: u v u v que nos conduz a seguinte condio: (A-1)

    Se a mtrica for no singular, ou seja, se ela tiver um determinante no nulo, ela ser inversvel.

    Definindo um novo vetor ( como o produto entre a mtrica e o vetor :

    Aplicando a transformao em , obtemos: (A-2) A partir da relao (A-1), temos que: (A-3) Substituindo a relao (A-3) em (A-2), obtemos que: (A-4)

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    Portanto em um espao cuja mtrica no trivial cria-se uma nova categoria de vetores (vetor dual) que se transforma por , diferentemente da primeira categoria de vetores que se transforma por . Esses dois tipos de vetores que tm origem na mtrica no trivial so chamados de vetores covariantes e contravariantes, que podem ser definidos colocando-se ndices em cima e embaixo. Definiremos como vetores contravariantes os vetores com ndice em cima, e vetores covariantes os vetores com ndice embaixo: f (vetor contravariante) (A-5) f(vetor covariante) (A-6)

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    APNDICE B Propriedades daconjugao de Dirac

    Conhecendo as seguintes propriedades do conjugado hermitiano: cj cj(B-1) c\ +c\, R 1,2,3 (B-2) onde, cjcj , c\c\ + (B-3) na qual, em notao de Dirac,

    cj E# 00 +#F c\ ) 0 + 0, Multiplicando a relao (B-1) por cj, a direita e a esquerda, e

    utilizando a propriedade (B-3), obtm-se que: cjcjcj cjcjcj cj cjcjcj cj (B-4) Fazendo a mesma operao sobre a relao (B-2), obtm-se que: cjc\cj +cjc\cj c\cjcj c\ cjc\cj c\(B-5) Comparando as expresses (B-4) e (B-5) verifica-se que tanto a

    coordenada espacial quanto a coordenada temporal, ambas obedecem a mesma relao. Portanto podemos agrup-las em uma expresso nica dada por: cjcfcj cf , 0,1,2,3(B-6)

    Reescrevendo essa relao para matrizes, temos que: cjcj De acordo com as propriedades (B-1) e (B-2), observa-se que na

    conjugao hermitiana nem todas as matrizes gama so auto-conjugadas. Mas, na conjugao de Dirac, todas as matrizes gama so auto-conjugadas: cf cf , 0,1,2,3(B-7)

    Portanto, definimos o conjugado de Dirac como: cj (para um espinor ) (B-8) cjcj (para uma matriz M) (B-9) Analisaremos, a seguir, algumas proriedades do conjugado de Dirac: 1) Para duas matrizes, temos que:

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    cjcj cjcj cjcjcjcj (B-10) Introduzimos o termo cjcj, pois ele igual a matriz identidade. 2) Tirando o conjugado do conjugado de Dirac, temos que:

    cjcj (B-11) 3) Fazendo o produto de uma matriz com um espinor, obtemos: cj cj cjcjcj (B-12) 4) Multiplicando um espinor por um escalar, obtemos: ' 'cj 'cj ' ' ' (B-13) 5) Multiplicando uma matriz por um escalar, obtemos: ' cj'cj 'cjcj ' ' ' (B-14) 6) Tirando o conjugado de Dirac de uma mariz inversa: cjcj cjcj cjcj cjcj (B-15)

    na qual, utilizamos a seguinte propriedade: Tirando o conjugado hermitiano dessa propriedade, temos que: Portanto, a partirdessas propriedades, (B-10) a (B-15) observa-se

    que a conjugao de Dirac apresenta propriedades similares s do conjugado hermitiano. Exceto, que como j dissemos, as matrizes gama so auto-conjugadas na conjugao de Dirac, o que no ocorre na conjugao hermitiana.

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    APNDICE C Propriedades da conjugao de carga

    Tendo que a definio do Conjugado de Carga definido por: @ B (C-1) (i) Tirnado o transposto desta relao, obtemos: @ + Multiplicando essa ltima relao pela matriz , pela direita, e

    sabendo a matriz uma matriz unitria e antissimtrica, temos que: @ + +@ (C-2) (ii) Tirando o transposto da seguinte relao , que um nmero,

    ou seja a transposta de um nmero o prprio nmero, temos que: +@@ +@@ (C-3) onde, a partir da definio (C-1) e utilizando a definio de conjugado de Dirac para um espinor, dado pela expresso (B-8), temos que: @ B cj cj cj +cj(C-4) cujo conjugado de Dirac ser dado por: @ B @cj (C-5)

    Substituindo a relao (C-4) em (C-5): @ cjcj cjcj cjcj +cjcj + onde, cjcj , cf +cf @ + (C-6)

    (iii) Tirando o transposto da seguinte relao cf, que tambm um nmero, temos que: cf cf cf cf @cf@ onde, utilizamos as relaes (C-1), (C-6), cf +cf e . cf @cf@ (C-7)

    (iv) Utilizando a definio de conjugado de carga (C-1),a relao (C-4) e a definio de conjugado de Dirac para um espinor, dado pela expresso (B-8). Ento, tirando o cojugado de carga do conjugado de carga, temos que:

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    @@ @ +cj +cj +cjcjcjcj + ++ onde, cjcj

    cj cjcj

    Portanto, @@ (C-8)