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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E FÍSICA ENGENHARIA DE ALIMENTOS PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL Érico Pereira Marum Jorge Orientador: Profª MSc. Maria Isabel Dantas de Siqueira Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Católica de Goiás, para obtenção do título de graduado em Engenharia de Alimentos GOIÂNIA Goiás – Brasil Junho – 2004

TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

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Page 1: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA E FÍSICA

ENGENHARIA DE ALIMENTOS

PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL

Érico Pereira Marum Jorge

Orientador: Profª MSc. Maria Isabel Dantas de Siqueira

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Católica de Goiás, para obtenção do título de graduado em Engenharia de Alimentos

GOIÂNIA Goiás – Brasil Junho – 2004

Page 2: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

ii

BANCA EXAMINADORA

APROVADO EM:____/____/____

________________________________________ Profª MSc. Maria Isabel Dantas de Siqueira

(ORIENTADOR)

________________________________________ Profº MSc. Lauro Bernardino Coelho Junior

(MEMBRO)

________________________________________ Profª MSc. Maria Ássima Bittar Gonçalves

(MEMBRO)

Page 3: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

iii

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Antônio e Hélia, pelo amor, carinho

e apoio.

Page 4: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

iv

AGRADECIMENTO

Agradeço ao Sr. Alexandre Mendes Dias, Coordenador do Controle de

Qualidade da Schincariol de Alexânia pelo auxilio com buscas de materiais para

complementação do TCC.

A todos os professores e amigos que apoiaram nos momentos de

dificuldades e dúvidas, me ajudando a buscar sempre o melhor caminho para a

resolução dos problemas.

Page 5: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

v

SUMÁRIO Página

1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 10

2 - REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................................. 12 2.1. HISTÓRICO DA CERVEJA............................................................................................. 12 2.2. DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS CERVEJAS....................................................... 13

2.2.1. QUANTO A ORIGEM E CARACTERÍSTICAS PECULIARES................................... 14 2.2.2. QUANTO AO EXTRATO ORIGINAL OU EXTRATO PRIMITIVO............................. 15 2.2.3. QUANTO À COR........................................................................................................ 16 2.2.4. QUANTO AO TEOR ALCOÓLICO............................................................................. 16 2.2.5. QUANTO À PROPORÇÃO DE MALTE DE CEVADA ............................................... 17 2.2.6. QUANTO À FERMENTAÇÃO .................................................................................... 17 2.2.7. QUANTO AO TRATAMENTO TÉRMICO................................................................... 18

2.3. MATÉRIAS PRIMAS....................................................................................................... 19 2.3.1. ÁGUA CERVEJEIRA.................................................................................................. 19 2.3.2. CEVADA ..................................................................................................................... 23 2.3.3. MALTE........................................................................................................................ 23 2.3.4. ADJUNTOS ................................................................................................................ 24

2.3.4.1. Gritz de milho ................................................................................................................. 25 2.3.4.2. Arroz ............................................................................................................................... 25 2.3.4.3. Xarope de alta maltose................................................................................................... 25

2.3.5. LÚPULO ..................................................................................................................... 26 2.3.6. LEVEDURA ................................................................................................................ 27 2.3.7. ADITIVOS ................................................................................................................... 27

2.3.7.1. Proteases ....................................................................................................................... 27 2.3.7.2. Antioxidantes .................................................................................................................. 28 2.3.7.3. Estabilizante de espuma ................................................................................................ 28 2.3.7.4. Carbonatação ................................................................................................................. 28

2.4. PRINCIPAIS MÉTODOS / PROCEDIMENTOS PARA A PRODUÇÃO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL.............................................................................................................................. 29

2.4.1. MOAGEM ................................................................................................................... 33 2.4.2. MOSTURAÇÃO.......................................................................................................... 34 2.4.3. FILTRAÇÃO DA MOSTURA ...................................................................................... 38 2.4.4. COZIMENTO DO MOSTO ......................................................................................... 39 2.4.5. RECEBIMENTO DO MOSTO E SEPARAÇÃO DO TRUB ........................................ 40 2.4.6. RESFRIAMENTO DO MOSTO .................................................................................. 41 2.4.7. FERMENTAÇÃO ........................................................................................................ 43 2.4.8. MATURAÇÃO............................................................................................................. 44 2.4.9. FILTRAÇÃO................................................................................................................ 48 2.4.10. ADEGA PRESSÃO ................................................................................................ 51 2.4.11. ENVASAMENTO.................................................................................................... 51 2.4.12. PASTEURIZAÇÃO................................................................................................. 53

3 - UNIDADE EXPERIMENTAL ................................................................................................... 55 3.1. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 55

4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................................ 56 4.1. FLUXOGRAMA E DESCRIÇÃO DO PROCESSO......................................................... 56

4.1.1. RECEBIMENTO DO MALTE...................................................................................... 58 4.1.2. ARMAZENAMENTO DO MALTE ............................................................................... 58 4.1.3. MOAGEM ................................................................................................................... 58 4.1.4. MOSTURAÇÃO.......................................................................................................... 59 4.1.5. FILTRAÇÃO................................................................................................................ 60 4.1.6. FERVURA OU COZIMENTO DO MOSTO................................................................. 61 4.1.7. SEDIMENTAÇÃO DO TRUB...................................................................................... 62 4.1.8. RESFRIAMENTO DO MOSTO .................................................................................. 63 4.1.9. FERMENTAÇÃO ........................................................................................................ 63 4.1.10. MATURAÇÃO ........................................................................................................ 64

Page 6: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

vi

4.1.11. FILTRAÇÃO ........................................................................................................... 65 4.1.12. ESTABILIZAÇÃO E CARBONATAÇÃO ................................................................ 66 4.1.13. ENVASAMENTO.................................................................................................... 67 4.1.14. PASTEURIZAÇÃO....................................................Erro! Indicador não definido. 4.1.15. ROTULAGEM /ENCAIXOTAMENTO / PALETIZACAO DAS GARRAFEIRAS .Erro! Indicador não definido.

5 - CONCLUSÕES ....................................................................................................................... 71

6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................... 72

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vii

LISTA DE FIGURAS Página

FIGURA 1 – FLUXOGRAMA DE PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL PELO PROCESSO DE

FERMENTAÇÃO INTERROMPIDA......................................................................................... 31 FIGURA 2 – FLUXOGRAMA DE FABRICAÇÃO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL PELO PROCESSO DE FERMENTAÇÃO

INTERROMPIDA E DILUIÇÃO DO MOSTO .............................................................................. 32 FIGURA 3 – FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL ...................................................... 57

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viii

LISTA DE QUADROS Página

QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO BÁSICA DA CERVEJA................................................................................ 18 QUADRO 2 – COMPOSIÇÃO MÉDIA DOS PRINCIPAIS SÓLIDOS DO MOSTO................................................. 35 QUADRO 3 - TEMPERATURA E PH ÓTIMOS DE ATUAÇÃO DAS ENZIMAS DO MOSTO CERVEJEIRO ............... 37

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PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL

Autor: Érico Pereira Marum Jorge

Orientador: Profª MSc. Maria Isabel Dantas de Siqueira

RESUMO

A cerveja é uma bebida alcoólica não destilada, obtida da fermentação do alcoólica do mosto de cereal maltado, geralmente malte de cevada. O presente trabalho apresenta o processamento de cerveja de baixo teor alcoólico mostrando as matérias-primas que são utilizadas durante a fabricação da cerveja e todo o processo tecnológico e técnico utilizado durante o processamento de cerveja com baixo teor alcoólico. A tecnologia utilizada para fabricação de cerveja sem álcool é bastante parecida com a da cerveja normal incluindo as etapas de fabricação do mosto, fermentação, maturação, filtração e engarrafamento Conclui-se que diferencial deste produto são as características físico-químicas e sensoriais diferentes das outras cervejas, devido a dosagem de lúpulo e ao processamento fermentativo que é interrompido fazendo com que a cerveja permaneça com varias características sensoriais e químicas do mosto que foi utilizado em sua fabricação, inclusive com sabor acentuado de amargor para mascarar o gosto remanescente de mosto. Este trabalho serve como material de consulta para técnicos da área, uma vez que é escasso o material bibliográfico sobre o assunto.

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1 - INTRODUÇÃO

Cerveja é uma bebida não destilada, obtida da fermentação alcoólica

do mosto de cereal maltado, geralmente malte de cevada. É facultativa a adição

de outra matéria-prima amilácea ou de lúpulo. O teor alcoólico de uma cerveja

pode variar desde 0.05 % nas chamadas cervejas sem álcool, até 14.9 % de

álcool por volume ( ABV), na cerveja suíça Samichlaus. Mas, na verdade, a

maioria das cervejas mundialmente consumidas ficam em volta de 5 % e as

americanas de 4% (1).

Segundo Aquarone et. al. (1983), para o apreciador de cerveja, não

importa o tipo, desde que o produto esteja gelado na mesa. Porém, existem

diferenças entre as cervejas que vão desde a cor, passando pelo aroma, teor

alcoólico e sabor, até o clima certo para ser consumida. Existe ainda uma

classificação pela legislação brasileira. Uma cerveja pode ter, no máximo, 7% de

teor alcoólico ( menos que o vinho, que tem, em média, 12% e da cachaça, que

tem entre 40% e 50%). Estima-se que existam atualmente mais de 20 mil tipos de

cervejas no mundo. Pequenas mudanças no processo de fabricação, como

diferentes tempos e temperaturas de cozimento, fermentação e maturação, e o

uso de outros ingredientes, além dos quatro básicos - água, lúpulo, cevada e

fermento - são responsáveis por uma variedade muito grande de tipos de cerveja.

As cervejas podem ser classificadas segundo seu local de origem,

extrato original, cor, teor alcoólico, quanto a proporção de malte de cevada, tipo

de fermentação e ao tratamento térmico.

A primeira cerveja com baixo teor alcoólico lançada no Brasil foi em

1991, pelo grupo Antártica e se chamava Kronenbier, alguns anos depois outras

Page 11: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

11

cervejarias como Schincariol e Bavária também desenvolveram as suas cervejas

sem álcool.

Na verdade não existe cerveja sem álcool. Todas as cervejas sem

álcool possuem uma pequena quantidade de álcool que não é necessário ser

mencionado no rótulo do produto.

A fabricação de cerveja de baixo teor alcoólico pode ser realizada por

diferentes processos. Os mais sofisticados usam máquinas com sistemas de

membranas que retiram o álcool, e outros, utilizam processos de fermentação

interrompida seguida de correção do teor alcoólico (2).

No processo de produção especial, através de controles bastante

rigorosos, consegue-se direcionar e interromper o processo de fermentação, de

forma a obter a cerveja sem álcool. O mais importante é que o sabor é muito

próximo de uma cerveja tipo pilsen (suave e saborosa). Graduação alcoólica

menor que 0,5% vol - 350ml.

O segmento das cervejas sem álcool no Brasil equivale a apenas 1%

do mercado total da bebida, mas tem um crescimento de aproximadamente 5% e

movimenta mais de R$ 110 milhões por ano. A cerveja sem álcool tem um volume

de produção estimado em cerca de 60 milhões de litros anuais no País.

Este trabalho tem como objetivo descrever as etapas de

processamento de cerveja de baixo teor alcoólico.

A elaboração deste trabalho servirá como fonte de informação, para

profissionais e estudantes interessados na área, já que as informações sobre este

assunto ainda são bem escassas na literatura brasileira.

A elaboração deste estudo, trouxe oportunidade de busca de

informações que complementaram os conhecimentos adquiridos na universidade.

Para o campo de estágio este estudo servirá como fonte de informação

específica para a empresa, gerando um documento detalhado sobre o processo e

controle de qualidade.

Page 12: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

12

2 - REVISÃO DE LITERATURA 2.1. HISTÓRICO DA CERVEJA

A origem das primeiras bebidas alcoólicas é incerta, mas

provavelmente tenham sido feitas de cevada, tâmaras, uvas ou mel (1).

A cerveja já era conhecida por várias civilizações antigas e era popular

em climas não propícios ao cultivo de uvas. A maioria das bebidas elaboradas

com cereais nos últimos 8.000 anos é considerada como cerveja (3).

A invenção tem sido atribuída aos sumérios e egípcios, tendo ambas

as civilizações produzido uma bebida alcoólica há mais de 5.000 anos (3).

Os povos do norte da Europa descobriram a técnica da cervejaria não

muito antes da era cristã. Até hoje algumas cervejas desta região têm sabor

ligeiramente ácido, indicando o desenvolvimento de fermentações lácticas. A

cerveja sempre foi consumida em países onde o clima e o solo eram inadequados

para a produção de vinho de uva (1).

Os monges aperfeiçoaram a tecnologia cervejeira e serviram, de certo

modo, como vendedores por atacado. A cerveja foi usada na Idade Média como

mercadoria para comércio, pagamento e impostos. Assim que as cidades

cresceram, as operações comerciais simples se desenvolveram e tornou-se

prática comum a produção de cerveja e a sua venda num mesmo

estabelecimento. No século XlV, a cidade de Hamburgo, no norte da Alemanha,

era o centro cervejeiro da Europa, lar de mais de mil mestres cervejeiros (3).

Page 13: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

13

Na América do Sul, séculos antes da chegada dos espanhóis, os incas

já bebiam cerveja de grãos (milho). Há antigas referências às cervejas milenares

na China e no Japão, e a cerveja africana similar é uma bebida tradicional do

Zaire e países vizinhos (3).

O processo de fabricação de cerveja provavelmente alcançou a cultura

ocidental a partir do Egito, via Grécia, onde o autor romano Plínio, o jovem

recorda da prática, inclusive do uso do lúpulo (3).

No princípio, armazenava-se apenas para que se tivesse um produto

para vender quando houvesse demanda. Não havia nenhuma expectativa de

melhorar a qualidade da cerveja através de armazenamento. O objetivo era

simplesmente manter a qualidade original e evitar que a cerveja se estragasse

rapidamente (4).

2.2. DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS CERVEJAS

A cerveja sem álcool possui até 0,5% em volume contra 4,0 - 6,0%

das outras cervejas. Na verdade, segundo as normas estabelecidas pelo

Ministério da Agricultura e também os organismos Internacionais, para ser

considerada uma cerveja sem álcool ela deve possuir um teor alcoólico inferior a

0,5% em volume. A título de comparação, uma salada de fruta um pouco

fermentada tem mais álcool que esta cerveja (3,5).

A legislação brasileira que regulamenta as especificações das

matérias-primas utilizadas na fabricação da cerveja, além das da própria cerveja,

esta contida no Decreto N.º 2486, de 20 de outubro de 1978, do Estado de São

Paulo, complementado pelo Decreto N.º73267 de dezembro de 1973 do Governo

Federal. Desses decretos constam a definição e a classificação da cerveja

quanto a especificações de tipo de fabricação, cor e teor de alcoólico, padrões de

qualidade, padrões de rotulagem e análises de controle (1).

Page 14: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

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2.2.1. QUANTO A ORIGEM E CARACTERÍSTICAS PECULIARES

São listadas, de acordo com Aquarone et. Al. (1983), algumas cervejas

com suas características peculiares:

- Pilsen: Originária da cidade de Pilsen, na Checoslováquia, é obtida a

partir de malte tipo Pilsen e água de baixa dureza. O extrato primitivo

(somatório de todas as substâncias solubilizadas), que varia de 11 a

13,5%, é fermentado com levedo de baixa fermentação (

Saccharomyces uvarum ), resultando numa cor clara, médio teor

alcoólico ( 3 a 5 %) e médio teor de extrato. É o tipo de cerveja mais

consumida no Brasil por se adequar favoravelmente ao clima do país.

- Bock: Originária da cidade de Einbeck, Alemanha, trata-se de uma

cerveja forte quanto ao extrato primitivo, que é acima de 14%, e de cor

escura. Possui baixa fermentação e alto teor alcoólico, sendo produzida

somente durante a primavera e o outono.

- Malzbier: Originária da cidade de Einbeck, Alemanha, possui cor

escura e alto poder nutritivo devido ao seu alto teor de extrato. A

tradição diz que mulheres em fase de amamentação, tomando este tipo

de cerveja, aumentam a produção de leite materno.

- Ice: Nasceu no Canadá em 1993. É uma cerveja fabricada pelo

exclusivo "ice process" que consiste em depois da fermentação, resfriar

a cerveja a temperaturas abaixo de zero. Nesse frio intenso, a cerveja é

transformada em finos cristais de gelo, cuidadosamente retirados no

estágio seguinte. É uma cerveja mais forte e refrescante.

- Dortmunder: Originária da cidade alemã Dortmund, onde a água é de

alta dureza permanemte, é similar ao tipo Pilsen, ou seja, clara, médio

teor alcoólico e médio teor de extrato.

- Stout: Originária da Irlanda, é elaborada com maltes especiais,

escuros, extrato primitivo de 15% e fermentação geralmente alta. (

Saccharomyces cerevisiae ). Apresenta cor escura, alto teor alcoólico e

Page 15: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

15

de extrato e seu sabor associa o amargo do lúpulo com o adocicado do

malte.

- Porter: Originária da Inglaterra, é elaborada com maltes escuros e sua

fermentação pode se alta ou baixa, inclusive com fermentação posterior

na própria garrafa. É forte quanto ao extrato primitivo, tem alto teor

alcoólico e cor escura.

- Weissbier: Oriunda da Alemanha, possui cor clara, médio teor

alcoólico e de extrato, sendo elaborada com malte de trigo e de cevada,

através de alta fermentação.

- Munchen: Originária da cidade de Munique, Alemanha, é uma cerveja

obtida a partir de malte tipo Munique. O extrato primitivo, que varia de

12 a 14%, é fermentado com levedo de baixa fermentação, resultando

num produto de cor escura, médio teor alcoólico e de extrato.

- Ale: De origem alemã, apresenta cor clara, geralmente avermelhada e

possui extrato primitivo acima de 12,5%, alta fermentação e teor

alcoólico que varia de médio a alto.

Sobre este assunto, o Diário Oficial da União - Seção 1 de 7/11/2001

página 43 definiu a classificação das cervejas da seguinte forma (9 ):

2.2.2. QUANTO AO EXTRATO ORIGINAL OU EXTRATO PRIMITIVO

- Cerveja leve, a que apresentar extrato primitivo igual ou superior a

7,0% e inferior a 11,0%, em peso;

- Cerveja comum, a que apresentar extrato original ou primitivo igual

ou superior a 11,0% e inferior a 12,5% em peso;

- Cerveja extra, a que apresentar extrato original igual ou superior a

12,5% e inferior a 14,0%, em peso;

- Cerveja forte, a que apresentar extrato original igual ou superior a

14,0%, em peso.

Page 16: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

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Extrato Original é a quantidade de extrato antes de iniciar o processo

de fermentação. Extrato originado no começo do cozimento e sua unidade é dada

em Plato ( ºP) (6).

Extrato Aparente é o extrato medido durante o processo de

fermentação. O nome aparente é dado devido ao erro analítico originado pelo

álcool que possui uma densidade diferente da água (6).

Extrato Real é o extrato medido durante o processo de fermentação,

considerando a correção da densidade do álcool (6).

2.2.3. QUANTO À COR

- Cerveja clara, a que tiver cor correspondente a menos de 15 unidades

EBC ( European Brewery Convention);

- Cerveja escura, a que tiver cor correspondente a 15 ou mais unidades

de EBC.

2.2.4. QUANTO AO TEOR ALCOÓLICO

- Cerveja sem álcool, quando seu conteúdo em álcool for menor que

0,5% em volume, não sendo obrigatória a declaração no rótulo do

conteúdo alcoólico;

- Cerveja com álcool, quando seu conteúdo em álcool for igual ou

superior a 0,5% em volume, devendo obrigatoriamente constar no

rótulo o percentual de álcool em volume, sendo:

- Cerveja de baixo teor alcoólico: a que tiver mais de 0,5 até 2,0% de

álcool;

Page 17: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

17

- Cerveja de médio teor alcoólico: a que tiver mais de 2,0 até 4,5% de

álcool;

- Cerveja de alto teor alcoólico: a que tiver mais de 4,5 a 7,0% de

álcool.

2.2.5. QUANTO À PROPORÇÃO DE MALTE DE CEVADA

- Cerveja puro malte - aquela que possui 100% de malte de cevada, em

peso, sobre o extrato primitivo, como fonte de açúcares;

- Cerveja - aquela que possuir proporção de malte de cevada maior ou

igual a 50%, em peso, sobre o extrato primitivo, como fonte de

açúcares;

- Cerveja com o nome do vegetal predominante - aquela que possuir

proporção de malte de cevada maior do que 20% e menor do que

50%, em peso, sobre o extrato primitivo, como fonte de açúcares.

2.2.6. QUANTO À FERMENTAÇÃO

- De baixa fermentação -aquela obtida pela ação do levedo que se

deposita no fundo da cuba, durante ou após a fermentação

tumultuosa ( Saccharomyces uvarum );

- De alta fermentação - aquela obtida pela ação do levedo que emerge

à superfície na fermentação tumultuosa ( Saccharomyces cerevisiae ).

O quadro 1 traz um resumo da classificação da cerveja de acordo

com os cinco aspectos principais.

Page 18: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

18

Quadro 1 – Classificação básica da cerveja

CERVEJA ORIGEM COLORAÇÃO TEOR

ALCOÓLICO

FERMENTA_

ÇÃO

Pilsen Rep. Checa Clara Médio Baixa

Dortmunder Alemanha Clara Médio Baixa

Stout Inglaterra Escura Alto Geralmente

Baixa

Porter Inglaterra Escura Alto Alta ou Baixa

Weissbier Alemanha Clara Médio Alta

Munchen Alemanha Escura Médio Baixa

Bock Alemanha Escura Alto Baixa

Malzbier Alemanha Escura Alto Baixa

Ale Inglaterra Clara e avermelhada Médio ou Alto Alta

Ice Canadá Clara Alto -

Fonte: Alimentos e bebidas produzidos por fermentação – volume 5

2.2.7. QUANTO AO TRATAMENTO TÉRMICO

Louis Pasteur descobriu que líquidos ácidos quando submetidos a baixas

temperaturas tornam-se isentos de microrganismos. A pasteurização provoca

uma estabilidade biológica praticamente ilimitada; alterações no aroma e paladar

da cerveja, a estabilidade físico-química piora tanto mais quanto maior for o teor

de oxigênio dissolvido na cerveja (3).

Page 19: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

19

Ao termino do enchimento, é pratica comum às cervejarias submeter a

cerveja ao processo de pasteurização, principalmente quando as embalagens

vidro ( garrafa ) e lata são utilizadas. A pasteurização nada mais é que um

processo térmico, no qual a cerveja é submetida a um aquecimento a 60 ºC e

posterior resfriamento, visando conferir maior estabilidade ao produto. Devido a

este processo, é possível às cervejarias assegurar uma data de validade ao

produto de seis meses após o envasamento (7).

A diferença básica do processamento da cerveja para o chopp, é que a

cerveja passa por uma etapa de pasteurização, enquanto o chopp é embarrilado

sem passar por este processo (4).

2.3. MATÉRIAS PRIMAS

As matérias-primas essenciais para a fabricação de cerveja são: água,

malte, complementos de malte, levedura e lúpulo. Outros componentes podem

ser utilizados, de acordo com o tipo, a tradição ou a preferência local (8).

A qualidade da cerveja é influenciada por inúmeros fatores entre os quais,

a qualidade das matérias-primas A escolha inadequada da matéria prima poderá

implicar em inúmeras complicações, tais como mosto turvo e dificuldades na

clarificação e sacarificação, queda de rendimento na brassagem, problemas com

paladar e espuma da cerveja, turbidez na cerveja e queda de rendimento nos

ciclos de filtração (8,9,10).

2.3.1. ÁGUA CERVEJEIRA

Em geral, para cada 100 litros de cerveja há um consumo de 1000

litros de água (incluindo água de fabricação industrial) (8).

Page 20: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

20

A água cervejeira é distribuída para vários pontos de consumo dentro

da fábrica como: sala de brassagem, adega, trocador de calor (resfriamento de

mosto), caldeiras, embarrilamento, lubrificação de esteira, no engarrafamento e

bico do HDE no engarrafamento (4).

A água representa a maior parte da cerveja em torno de 90% exercendo

grande influência sobre o tipo e a qualidade da mesma. Ela deve ser potável,

transparente, incolor, inodora, neutra, sem sabor, e cumprir as necessidades

específicas para assegurar o bom andamento do processo de produção da

cerveja e obtenção do produto acabado desejado (9).

É um fator importante a ser considerado, e praticamente define o local de

instalação da cervejaria. Por muito tempo, sua composição foi muito valorizada.

Atualmente, se for imprópria, é possível lançar mão de correções por meio de

produtos químicos, sendo uma condição imprescindível a de que seja potável (1).

A água é a matéria prima utilizada em maior quantidade na fabricação de

cervejas, sendo que para que a mesma seja utilizada com sucesso, alguns

parâmetros devem ser observados (11).

A condição de potabilidade deve ser boa e visto que devido ao grande

volume empregado de água na indústria cervejeira, a grande maioria das

unidades não utilizam água da rede pública, o que encareceria muito o produto

(12).

Quando a água utilizada for proveniente de rios, poços artesianos, as

condições de origem muitas vezes exigem o tratamento, utilizando redes de

tratamento com vários processos. O processo de tratamento pode incluir:

decantação, filtragem, tratamento desinfectante (12).

Alguns parâmetros devem ser levados em consideração na escolha da

água para a fabricação da cerveja, pois poderão acarretar inúmeras

Page 21: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

21

conseqüências, diminuindo assim, a qualidade da mesma. Entre estes, incluem a

turbidez, pH, concentração de zinco, ferro, nitrato, nitrito, sílica e matéria orgânica

(9).

A turbidez é produzida por pequenas partículas suspensas, que podem ser

de natureza orgânica ou inorgânica. Estas partículas podem servir como fonte de

alimentação para os microrganismos além de interferir no processo de assepsia.

Sua concentração deve ser menor que 1 EBC (European Brewery Convention)

(8).

De maneira geral, pode-se caracterizar a água ideal para fabricação de

cerveja por: pH entre 6,5 e 7,0; menos de 100 mg/litro de carbonato de cálcio ou

magnésio; traços de magnésio, de preferência na forma de sulfatos; de 250 a 500

mg/litro de sulfato de cálcio; de 200 a 300 mg/litro de cloreto de sódio; e menos de

1 mg/litro de ferro (1).

Quanto ao pH, se a água for alcalina, poderá dissolver grandes

quantidades de matérias indesejáveis das cascas e do malte. A reação ácida é

necessária para obter a máxima atividade de enzimas amilolíticas e proteolíticas.

O carbonato de cálcio, na presença de fosfato diácido de potássio, reduz a acidez

da água formando fosfatos monoácidos de cálcio e potássio, e gás carbônico. O

pH se eleva, diminui a atividade enzimática, as amilases atuam menos e sobram

mais dextrinas. H; a menos proteólise e maior extração de cor e substâncias

amargas (8).

Cada tipo de cerveja apresenta uma composição diferente de minerais na

água; por exemplo: a cerveja tipo "pilsen" é produzida com água mole, isto é, uma

água que contém poucos sais minerais. A cerveja tipo "ALE", inglesa, é produzida

com água dura que tem maior quantidade de sais minerais A dureza temporária

Page 22: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

22

da água é dada por bicarbonatos e a fervura provoca a precipitação dos mesmos.

A dureza permanente é dada por sulfatos ou cloretos de cálcio e magnésio (1,8).

O zinco tem ação benéfica na fermentação, ativando a síntese de

proteínas, estimulando o crescimento da levedura e ativando a fermentação. Em

concentrações elevadas na água (>0,6mg/L), terá ação negativa sobre a

fermentação e estabilidade coloidal. Sua concentração poderá oscilar de 0,08 a

0,20 mg/L (8).

No caso do ferro (Fe+2 ou Fe+3), sua presença na cerveja em

concentrações acima de 0,3 mg/L provoca escurecimento da espuma, aumento

da coloração, diminuição da estabilidade coloidal além de agir como catalisador

na oxidação na cerveja. Seus valores (ferro total) deverá ser menor que 0,2 mg/L

(8).

A presença de nitratos (NO3-) indica o estágio final da oxidação da matéria

orgânica que contém nitrogênio. Estes nitratos podem ainda ser reduzidos a

nitritos pela ação de diferentes leveduras, resultando em gosto fenólico (remédio),

além de ser extremamente prejudicial e tóxico. Sua concentração

devera ser menor que 5mg/L, e em teores de 50 a 100mg/L provoca a inibição da

propagação da levedura. Já o nitrito (NO2-) é tóxico para a levedura, pois reduz a

atividade fermentativa, assim como a fermentação. Portanto, deve estar ausente

na água (8).

Com relação a sílica (SiO2), altos teores influenciam negativamente a

fermentação, prejudicando o paladar e provocando turvação coloidal. Sua

concentração deverá ser menor que 30mg/L, pois com teores acima de 30mg/L

formam sais insolúveis e incrustações com sais de cálcio e magnésio (8).

Page 23: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

23

2.3.2. CEVADA

Existem dois tipos principais de cevada: de duas e de seis fileiras. A

cevada de duas fileiras ( duas fileiras de grãos na mesma espiga) é a mais

utilizada porque contém grãos maiores e mais uniformes. A cevada de duas

fileiras subdivide em dois grupos principais: cevada de haste ereta ( Hordeum

distichum erectum) e cevada de haste curva ( Hordeum distichum nutans) (3).

A cevada é a matéria-prima principal para a fabricação da cerveja e

tem uma característica que a coloca acima dos outros cereais na fabricação de

cerveja: ela possui uma casca que é insolúvel. Essa casca protege o grão

naturalmente das influencias atmosféricas danosas e possibilita, posteriormente, a

formação de uma camada filtrante durante a clarificação, que é a separação do

mosto das matérias sólidas (bagaço) (13).

2.3.3. MALTE

O termo técnico malte define a matéria prima resultante da germinação

de qualquer cereal sob condições controladas. Quando não há denominação,

subentende-se que é feito de cevada; em qualquer outro caso, acrescenta-se o

nome do cereal. Assim, tem-se malte de milho, de trigo, de centeio, de aveia e de

outros cereais (1).

Malteação é o processo de germinação forçada de um cereal,

interrompida no ponto adequado por um processo de secagem, cujo objetivo

principal é a ativação de enzimas amilolíticas (4).

A principio, qualquer cereal pode ser maltado. A escolha, entretanto,

leva em consideração, entre outros fatores, o poder diastásico e o valor

econômico de cada cereal. Entre os de maior poder diastásico encontra-se, pela

ordem: cevada, centeio, trigo, aveia, milho e arroz. O valor econômico é definido

pelo tipo de uso; há cereais utilizados em alimentação humana e animal (1).

Page 24: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

24

Uma vez feita a escolha do cereal, devem ser levadas em conta as

seguintes características, que constituem métodos de avaliação do potencial de

maltagem:

Poder germinativo: É calculado pelo numero de sementes que

germinam, num total de 100, em condições favoráveis, em período de tempo

determinado, em geral de 5 a 10 dias. O poder germinativo não deve ser inferior a

95%, pois não só da origem a malte de baixa atividade enzimática como os grãos

não germinados podem abrigar focos de infecção.

Potencial de germinação: Vem a ser a porcentagem de grãos que

germinam em 72 horas. É diretamente proporcional à atividade enzimática do

grão e deve ser da ordem de 65% a 85% (1).

2.3.4. ADJUNTOS

Os adjuntos substitutos do maltes são: cevada, trigo, arroz, milho, sorgo,

açúcar e xaropes (3).

São carboidratos que proporcionam material fermentável adicional ao

mosto de cerveja, e usados para reduzir os custos, podendo diminuir o teor de

nitrogênio no extrato. São adicionados na fase de fabricação do mosto e, quando

contêm amido, as enzimas contidas no malte hidrolisam-no a açúcares

fermentáveis (1).

Os adjuntos derivados de cereal utilizados para produção de mosto de

cerveja, independentemente de sua natureza, são definidos como fonte de

carboidratos não malteados de composição e propriedades adequadas ao uso

como matérias-primas complementares para o principal componente, o malte (6).

Os adjuntos são substâncias que exercem um papel complementar na

produção do mosto, fornecendo açúcares fermentáveis para a levedura cervejeira;

são, portanto, uma fonte complementar de extrato, substituindo parte do malte.

Page 25: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

25

Além disso, possuem um elevado teor de amido e compostos protéicos com

pouca solubilidade (6).

2.3.4.1. Gritz de milho O gritz utilizado em cervejarias é obtido no processamento do milho,

pelo processo conhecido como moagem a seco. Como esta substância contribui

sensivelmente para a qualidade do produto final, seu controle efetivo, e

tratamento, são fatores determinantes para obtenção de um maior rendimento na

sala de cozimento, bem como para as características sensoriais da cerveja (6).

As características sensoriais do gritz são fatores determinantes que evitam

a transferência de gosto e / ou odores estranhos ao mosto comprometendo de

forma, irreversível o produto final (6).

2.3.4.2. Arroz O arroz também pode ser utilizado como um complemento na

produção do mosto, fornecendo açúcares fermentáveis pela levedura cervejeira.

Como o gritz, possui um elevado teor de amido e compostos protéicos de pouca

solubilidade que contribuem de forma positiva na estabilidade coloidal do produto

final (6).

As características sensoriais do arroz são fatores determinantes para

avaliar a qualidade de um lote, pois o controle adequado de parâmetros como

odor, aparência e cor, visa evitar a transferência de gosto e / ou odores estranhos

ao mosto comprometendo, de forma irreversível o produto final (6).

2.3.4.3. Xarope de alta maltose O xarope de alta maltose utilizado em cervejarias, é um xarope em

solução aquosa transparente com elevada viscosidade. Suas composição definida

de açúcares e elevado teor de maltose, é muito próximo a encontrada no mosto

produzido somente com malte, o que lhe confere características de

fermentabilidade análogas aos fabricos com utilização combinada de malte, gritz

de milho, arroz e açúcar. É um adjunto com menor teor de proteínas e minerais

indesejáveis e não apresenta óleos e taninos (6).

Page 26: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

26

De boa operacionabilidade, visto que é um produto líquido, coloca-se

em vantagem, quando comparado com adjuntos sólidos. Este fato traz um

significativo aumento de rendimento na extração do malte durante a filtração. Isto

ocorre principalmente devido a uma menor concentração de sólidos na tina de

filtração (6).

A utilização do xarope de alta maltose se dá diretamente no fervedor

eliminando assim, uma série de operações de processo, com isto, é possível

obter-se uma preparação de mosto em menor tempo, principalmente pelo ganho

de tempo na filtração de mosto (6).

2.3.5. LÚPULO

Lúpulo é o nome dado aos frutos secos da planta fêmea de uma

espécie chamada Humulus lupulus. O lúpulo é responsável pelo amargor e aroma

da cerveja, sendo parte essencial no impacto sensorial total do produto (4).

O lúpulo pode ser comercializado na forma de flores secas, pó, pellets

e em extrato. As duas últimas são mais adequadas por proporcionar maior

densidade e, portanto, menor volume a ser transportado (1).

Os componentes químicos do lúpulo são: água (8 – 14%), proteínas

(12 – 24%),resinas totais (12 – 21%), ácidos - alfa 4 – 10%, ácidos beta (3 – 6%),

taninos (2 – 6%), celulose (10 – 17%), cinzas (7 – 10%), óleos essenciais (0,5 –

2,0%) (3).

O lúpulo é recebido em caixas de papelão e logo em seguida, este é

armazenado numa câmara fria denominada adega de lúpulo, que comporta uma

estocagem de trinta dias. A temperatura da adega é mantida em torno de 3 ºC (4).

Geralmente, o lúpulo é adicionado durante a fervura do mosto. Os

componentes dissolvem-se no mosto e doam o amargor e aroma característicos

(7).

Page 27: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

27

2.3.6. LEVEDURA

Os dois maiores grupos de leveduras para cultivo de cervejarias são: a

levedura de baixa fermentação - Sccharomyces uvarum (5 - 15 ºC) e a levedura

de alta fermentação - Saccharomyces cerevisiae (12 - 21ºC)(3).

Outras leveduras, como as do gêneros Schizosaccacharomyces,

Hansenula, Pichia, Torulopsis, Cândida, Brettanomyces assim como algumas

outras espécies de Saccharomyces estão relacionadas com a deterioração da

cerveja e são normalmente denominadas leveduras “selvagens”, no sentido de

ser diferentes das cultivadas. Elas proporcionam sabor e aroma anormais, razão

por que são consideradas como infecções perigosas e representam sério risco à

qualidade da cerveja (1).

As formas das leveduras podem ser, redondas ou elíptico-ovaladas e

quanto ao tamanho, o seu comprimento é de cerca de 6 - 10 µ e a largura 5 - 8 µ.

Sua superfície ( célula) perfaz em média 150 µ2 (3).

2.3.7. ADITIVOS

2.3.7.1. Proteases As enzimas proteolíticas são utilizadas para degradar compostos

protéicos de alto peso molecular, para que haja uma pequena quantidade destes

para a formação de complexos. A papaína por exemplo pode ser adicionada

durante a maturação, para que se tenha tempo suficiente para efetuar a

proteólise, ou durante o processo de filtração da cerveja (7,13).

A desvantagem do uso da papaína é a degradação de compostos

nitrogenados de alto peso molecular que também são responsáveis pela

estabilidade da espuma da cerveja. A diminuição da estabilidade da espuma da

cerveja pode ser compensada pela adição de alginatos durante a filtração da

mesma, que aumentam a sua estabilidade (13).

Page 28: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

28

2.3.7.2. Antioxidantes Antioxidantes são substancias que diminuem a velocidade de auto

oxidação dos lipídeos atuando sobre a formação ou com o próprio oxigênio

singleto (O2), que reage com átomos de carbono insaturados dos ácidos graxos.

O antioxidante pode também agir de forma competitiva com os radicais livres dos

lipídeos, impedindo a continuação da reação em cadeia, ou ainda, atuar sobre os

peróxidos decompondo-os de forma a produzir compostos que não mais

participam da reação em cadeia de radicais livres (4).

O antioxidante é adicionado à cerveja crua, apenas quando esta é

destinada ao engarrafamento, pois, se esta segue para o embarrilamento não é

necessário a adição de antioxidante devido ao chopp ser consumido rapidamente

(4,7).

2.3.7.3. Estabilizante de espuma

Os estabilizantes de espuma são adicionados tanto a cerveja destinada

ao engarrafamento como a cerveja destinada ao embarrilamento, são a base de

alginatos (4).

Para verificar a estabilidade da espuma é usado um aparelho chamado

Nibem (Haffmans), que faz os cálculos verificando o tempo que a espuma demora

a baixar em um recipiente a temperatura de 20 ºC (6).

2.3.7.4. Carbonatação

A taxa de gás carbônico adquirida na cerveja sem álcool é baixa e deve

ser corrigida com uma injeção de CO2, que é captado e tratado pela usina de

CO2 da empresa. O CO2 é dosado automaticamente pelo Carboblend, que é

programado para corrigir o teor de gás carbônico deixando-o na faixa de 0,58 –

0,62 g CO2 / 100 g de produto (2,4,7).

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2.4. PRINCIPAIS MÉTODOS / PROCEDIMENTOS PARA A PRODUÇÃO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL

São vários os processos de produção de cerveja de baixo teor alcoólico

(14).

- Separando o álcool da cerveja pronta por membranas. Utiliza-se

membranas semi-permeáveis que com aplicação de altas pressões

deixam passar o álcool e não os outros componentes da cerveja

(osmose reversa)

- Aquecendo a cerveja em condições ideais de pressão para

evaporar o álcool

- Interrompendo a fermentação antes que todo o açúcar seja

transformado em álcool.

Muitas cervejas sem álcool possuem ainda pequenas quantidades do

mesmo, porém devem atender a legislação quanto ao seu álcool residual.

Pode-se dividir em dois tipos de processos os de fermentação interrompida

e os processos de extração do álcool. No Brasil a maioria das empresas usam o

processo de fermentação interrompida (7 ).

O líquido a partir do qual é formada a cerveja chama-se mosto, que é

uma combinação de malte, água e lúpulo. Durante o processo de fermentação os

açúcares do mosto são transformados em álcool e gás carbônico. Normalmente o

processo é feito a uma temperatura de 12º C. Na produção da cerveja sem álcool

isso é feito numa temperatura de 6º C ou 7º C. Isso faz com que a fermentação

produza os aromas característicos de cerveja. Mesmo assim produz-se álcool em

pequena quantidade, da ordem de 0,35%. Pela lei, uma cerveja que tenha esses

teores é considerada não-alcoólica.

Page 30: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

30

Nos processos de extração a fermentação é interrompida com um teor

alcoólico mais alto, sendo o excesso retirado por extração por evaporação ou por

membranas (6).

As figuras 1 e 2 mostram o fluxograma de fabricação da cerveja sem

álcool pelo processo de interrupção da fermentação, sendo que o da figura 2

ocorre uma maior produção de álcool seguindo uma diluição do mosto até atingir

concentrações de álcool iguais ou menores que 0,5%.

Page 31: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

31

↓ ↓

↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓

Figura 1 – Fluxograma de processamento de cerveja sem álcool pelo processo de fermentação interrompida.

Fabricação do mosto. Extrato Orig. ~7,0%

Fermentação com fermento especial. Até formação de no max.0,5% de álcool.

Retirada do fermento e redução da temperatura

Maturação – 10 dias

Filtração, estabilização e carbonatação.

Pasteurização

Envasamento

Armazenamento

Comercialização

Page 32: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

32

↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓

Figura 2 – Fluxograma de fabricação de cerveja sem álcool pelo processo de fermentação interrompida e diluição do mosto

Fabricação do mosto. Extrato Or. ~16 %

Pré-fermentação. Até formação de ~1,5% de álcool. Seguido da separação do fermento e redução da temperatura.

Diluição do mosto até 0,5% de álcool.

Maturação cerca de 10 dias

Filtração, estabilização e carbonatação.

Envasamento

Pasteurização

Armazenamento e Comercialização

Page 33: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

33

2.4.1. MOAGEM

A moagem do malte constitui um preparo para a mosturação. No Brasil,

as industrias cervejeiras preferem não utilizar malte de uma só procedência mas,

sim, uma mistura de diversos maltes com o objetivo de obter um mosto mais

padronizado. Uma vez estabelecida a composição da mistura, cada partida de

malte é pesada separadamente (1).

O malte moído é então levado para a Caldeira de Malte onde será

misturado com água cervejeira para ser cozido. Enquanto isso na Caldeira de

Gritz, o milho triturado também será cozido com água para se transformar no

produto conhecido como Calda (8).

O principal objetivo da moagem do malte é produzir a desintegração

completa do endosperma por trituração, para que todos os seus elementos

constituintes estejam acessíveis à atuação da ação enzimática. Ela favorece o

contato do malte com a água e faz com que as enzimas ativadas na malteação

entrem em ação, dissolvendo os elementos solúveis que o compõem (8).

Além disto a moagem também facilita a dissolução do malte na água e

prepara a camada filtrante do mosto (4,8).

A moagem se processa em moinhos apropriados de cilindros múltiplos,

capazes de triturar o malte sem moê-lo completamente A moagem do malte não

deve ser muito fina a ponto de tornar lenta a filtragem do mosto ou, ao contrário,

muito grossa, o que dificultaria a hidrólise do amido (8).

Essa etapa tem influência marcante sobre a mosturação, filtração e

extração do bagaço, rendimento em extrato da brassagem e qualidade da cerveja

(cor e paladar) (8).

As características de uma moagem são de grande importância no

processo de mosturação, pois com o aumento da área de contato, haverá mais

interação entre a enzima e o substrato, aumentando assim a velocidade das

reações. Porém uma moagem muito fina produz cascas muito fragmentadas e

muito pequenas, maior extração de substâncias polifenólicas e dificuldade na

clarificação ao contrario, se muito grossa dificulta a hidrolise do amido (1,3,8).

Page 34: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

34

2.4.2. MOSTURAÇÃO

A mosturação compreende a mistura do malte moído com a água, e

a adição de seu complemento, caso necessário, e do caramelo, se a cerveja a ser

processada precisar de uma correção na cor. O objetivo é promover a

gomificação e posterior hidrolise do amido a açúcares. O pH e a temperatura

interagem parra controlar a degradação do amido e das proteínas (1).

Pelo processo de mosturação, consegue-se obter a extração de 65%

dos sólidos totais do malte, que em dissolução ou suspensão em água

constituirão o mosto para a fermentação da cerveja. Quando ao arroz ou o milho

são utilizados como complemento, são gomificados à parte em “cozinhadores”,

com a adição de até um terço do peso total de malte, a fim de diminuir a

viscosidade de pasta, e a seguir acrescentados ao mosto (1).

Os objetivos da mosturação são de solubilizar as substâncias do

malte diretamente solúveis em água e, com o auxílio das enzimas, solubilizar as

substâncias insolúveis em água e formar o máximo possível em extrato (3).

Os fatores que vão influenciar a solubilização do amido (açucaração)

são: Temperatura, tempo, pH, quantidade de alfa-amilase, concentração da

mostura (3).

As condições ideais para ação das enzimas são de:

temperatura entre 72 – 75 ºC e pH 5,6 – 5,8 para alfa-amilase e 60 – 65

ºC e pH 5,4 – 5,6 para a beta-amilase (3).

Em um tanque são misturados malte e água aquecida de 38 ºC

a 50 ºC, de modo a formar uma pasta homogênea: a temperatura é

elevada gradualmente, cerca de 1ºC / minuto, mas mantida abaixo da faixa de

embulição.

Nesta etapa do processo é feita apenas a análise de pH da mostura

(6).

Page 35: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

35

Assim como o amido, as proteínas são também degradadas, em

parte, a peptídeos ou aminoácidos. A proporção da proteólise afeta tanto o sabor

como as propriedades físicas e a estabilidade da cerveja. Os componentes

nitrogenados de alto peso molecular (peptídeos) predominam em temperaturas

acima da ótima (60 ºC) enquanto temperaturas mais baixas proporcionam maior

degradação, dando origem a aminoácidos. Além disso, deve haver um equilíbrio

correto entre proteínas e aminoácidos no mosto para que se consigam nutrientes

para a levedura e a estabilidade da cerveja (4).

A próxima etapa mistura e fervura da calda com o malte cozido, é

chamada de Mosturação. As misturas podem ser feitas através de vários

processos com temperaturas e tempos de repouso diferentes. É o processo de

preparação do mosto, obtido pela mistura de malte moído e água, sob condições

controladas de tempo, temperatura, concentração e agitação. Na tabela são

dados os sólidos contidos no mosto (8).

Quadro 2 – Composição média dos principais sólidos do mosto

SÓLIDOS %

Carboidratos 90,8 a 92

Compostos nitrogenados (N*6,5) 3,8 a 6,0

Sais minerais 1,5 a 2,0

Ácidos livres ( expressos em ácido láctico ) 0,5 a 1.0

Substâncias fenólicas 0,1 a 0,2

Extratos e óleos do lúpulo 0,05 a 0,1

Lipídios 0,03 a 0,06

O principal objetivo da mosturação é dissolver as substâncias do malte,

além de promover a hidrólise do amido a açúcares (8).

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No processo de mosturação, obtém-se a extração de 65% dos sólidos

totais do malte, que, em dissolução ou suspensão em água, constituirão o mosto

para a fermentação da cerveja, por isso, deve -se obter a maior quantidade de

extrato possível (rendimento) com a composição química desejada, pois

influenciara todas as etapas seguintes e a própria qualidade da cerveja (8).

Na mosturação as enzimas são ativadas e produzidas no processo de

malteação da cevada e todo processo enzimático depende da temperatura, do

tempo e do grau de acidez do meio em que atuam (4,8).

As principais enzimas do malte são as amilases que tem por função

quebrar o amido em moléculas menores, sendo estes açúcares, os nutrientes da

levedura no processo fermentativo, as proteases que tem por função quebrar as

proteínas, substâncias importantes no processo de fabricação da cerveja e as

glucanases que tem a função de quebrar moléculas de glucanos que conferem a

rigidez do amido (8).

Essas enzimas necessitam de alguns parâmetros para sua atuação, dentre

eles os mais importantes são a temperatura da mostura, o pH da mostura; e a

composição da moagem (8).

Com relação a temperatura, cada grupo de enzimas possui uma

temperatura ideal de atuação. Desta maneira ao se controlar os tempos de

permanência sob determinadas temperaturas, estará promovendo a atuação de

determinados grupos enzimáticos. A atividade de uma enzima aumenta com a

temperatura até o ponto ótimo e acima de cada temperatura ótima as enzimas

serão rapidamente inativadas. Semelhante à temperatura, existe também um

valor de pH ideal para atuação de cada grupo de enzimas A tabela mostra a

Page 37: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

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temperatura e o pH ideal de atividade das enzimas presentes no mosto e a

ordem de sua atuação (8).

Quadro 3 - Temperatura e pH ótimos de atuação das enzimas do mosto

cervejeiro

Enzimas

Temperatura ótima

pH

Glucanases 35 – 45°C 5,0 Proteases 45 – 55°C 5,2 – 8,2 b-amilase 60 – 65°C 5,4 – 5,6 a-amilase 70 – 75°C 5,6 – 5,8

O uso de ácido lático é feito quando é necessário abaixar o pH para a

faixa de 5,2 – 5,5 , que é ideal para atuação de enzimas amilolíticas e

proteolíticas (4).

O controle do pH é feito através da adição de ácido fosfórico na

mostura, onde terá influência na extração de polifenóis da casca do malte, já com

pH ácido, esta extração é minimizada (8).

A adição de cloreto de cálcio é importante no controle do pH agindo

como agente tamponante do meio (menor variação de pH) reduzindo a dosagem

de ácido fosfórico e proteção das amilases da desnaturação térmica (8).

A fase final da mosturação é a chamada inativação enzimática, onde,

por ação da temperatura (76°C), as enzimas perdem sua atividade. Nesta etapa

deve ocorrer ausência de amido na mostura e por isso, devem ser controlados os

parâmetros acima citados, como temperatura, pH, composição da mostura, a fim

de se obter um mosto de boa qualidade (8).

Conhecendo estes processos, o mestre cervejeiro pode criar várias

receitas e fabricar diferentes tipos de cerveja (8).

Page 38: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

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2.4.3. FILTRAÇÃO DA MOSTURA

É a separação do extrato líquido (mosto) da parte sólida (bagaço). O

bagaço - constituído pela casca - atua como meio filtrante (3).

O controle deste processo é realizado pela medida de concentração de

extrato sólido e medido em sacarímetro ou densímetro sendo dado em º PLATÔ

Terminado o processo de filtração do mosto (mosto primário), lava-se o

bagaço com água quente para retirar o máximo de extrato possível. O Mosto vai

direto para a Caldeira de Fervura onde será esterilizado e receberá o Lúpulo,

responsável pelo amargor e aroma característicos da cerveja (8).

Após a obtenção do mosto, este passará para a etapa de clarificação,

onde o principal objetivo é separar as substâncias solubilizadas na mostura

daquelas remanescentes insolúveis no chamado bagaço de malte (4).

Deve-se obter o mosto o mais límpido possível, pois a turvação

excessiva é negativa, acarretando assim, maior perda de mosto, atrapalhando o

andamento da fermentação/maturação, além de afetar a qualidade, estabilidade

do paladar e perda de amargor da cerveja. Deve-se evitar também a incorporação

de ar no mosto quente, pois a aeração exagerada conduz a coloração mais alta,

prejuízo à qualidade do paladar e à estabilidade físico-química (8).

Entende-se por filtração do mosto a separação da fase sólida da

fase liquida do mosto. E esta etapa é dividida em duas fases: a filtração do mosto

primário e a lavagem do bagaço (última água) (3).

Na primeira parte da filtragem, o líquido passa através da camada de

cascas do malte depositadas no fundo do recipiente de mosturação tun,

constituindo o mosto primário, continuando a ocorrer a dextrinização do amido.

Uma vez drenado o mosto primário, a camada de cascas por diversas vezes é

aspergida com água a 75 ºC, de modo que, quando resíduo se apresenta com

Page 39: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

39

menos de 1% de extratos solúveis, é considerado como totalmente esgotado

(última água) (7).

As análises feitas nesta etapa do processo são apenas de medição

de extratos. O primeiro mosto deve ter um extrato acima de 19 ºPlato, já a ultima

água deve ter um extrato menor que 0,80 ºPlato (6).

2.4.4. COZIMENTO DO MOSTO

Essa fase do processo tem como finalidade tornar as enzimas inativas,

esterilizar o mosto, concentrar o mosto no grau desejado, extrair as substâncias

essenciais do lúpulo, precipitar as proteínas indesejáveis e, finalmente,

transformar o aspecto e paladar do mosto. É a lupulagem que proporciona o

amargor e aroma da cerveja, além de ajudar na formação da sua espuma (4,6).

O tempo de fervura depende do tipo de cerveja a ser fabricada. A

média é entre uma hora e meia a duas horas (2).

A fervura do mosto a 100ºC com lúpulo estabiliza sua composição,

inativando as amilases e proteases por causar coagulação das proteínas e de

tanino do lúpulo por reação com a proteína, que se precipitam em flocos

denominados "trubs”. Outros efeitos da fervura do mosto são a aromatização, a

concentração e a esterilização, além da caramelização de alguns açúcares (8).

O processo de ebulição proporciona estabilidade ao mosto em quatro

sentidos: biológico (esterilização do mosto), bioquímico (inativação de enzimas),

coloidal (concentração do mosto e coagulação de compostos protéicos) e

sabor(transferência dos componentes aromáticos e amargos do lúpulo para o

mosto, aumento da cor e eliminação de voláteis). Nessa etapa não é permitida a

entrada de ar, pois a presença de oxigênio no mosto inibe a coagulação da

proteína,assim como os taninos se oxidam à formas mais precipitáveis na

presença do ar (8).

A fervura do mosto a 100 ºC com o lúpulo estabiliza sua

composição, inativando as amilases e proteases, por causar coagulação das

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40

proteínas, que se precipitam em flocos denominados trub. O processo leva em

torno de 2 horas (1).

Vão ocorrer várias transformações durante o cozimento do mosto

como: esterilização do mosto, inativação das enzimas, concentração do mosto,

coagulação das proteínas, formação de substâncias redutoras e corantes,

formação de ácidos (redução do pH), solubilização e modificação de substâncias

amargas do lúpulo (isomerização dos ácidos - alfa) (3).

Nesta etapa quando a tina é cheia com mosto no inicio do cozimento é

feita uma análise de extrato, e depois de 90 minutos de cozimento, no final da

fervura volta-se a fazer a medição do extrato para controle da taxa de evaporação

e controle de extrato, e também são feitas as análises de valor de iodo e

nitrogênio coagulável (6).

Na cerveja sem álcool é adicionado uma quantidade maior de lúpulo

para se ter um sabor amargo mais intenso na cerveja, no final do processo (7).

2.4.5. RECEBIMENTO DO MOSTO E SEPARAÇÃO DO TRUB

Depois da caldeira, o mosto é transferido para o "Whirlpool" ou,

Decantador que separa a parte sólida em suspensão através de centrifugação (8).

Essa operação permite a decantação e eliminação do "trub" ou

coágulo, para não prejudicar a qualidade da cerveja e não alterar as

características básicas do fermento (8).

O mosto é recebido no Whirlpool, que faz a função de um decantador.

Este entra no decantador tangencialmente provocando um giro da massa liquida,

que, ao girar gera pela força centrifuga, uma pressão maior na periferia que no

centro do decantador. Esta diferença de pressão empurra os sólidos em

suspensão para o centro do recipiente onde o trub decanta (4)

Page 41: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

41

O trub é formado Durante o processo de cozimento e consiste de

uma massa de partículas insolúveis, resultantes da coagulação e complexação

entre moléculas de polifenóis oxidadas ( principalmente taninos) e proteínas (4).

A separação inadequada do trub do mosto leva à redução

progressiva do poder fermentativo da levedura, decorrente da aderência das

partículas insolúveis à parede celular, reduzindo portanto, a área de troca de

nutrientes (4).

A retirada do trub é importante pois, este forma uma camada em

torno da célula de levedura e a sua retirada melhora a estabilidade físico-química

e sensorial da cerveja (3).

Após a trasfega, o mosto é mantido em repouso, no Whirlpooll,

durante aproximadamente 20 minutos, para perfeita decantação do trub. Em

seguida, o mosto limpo é bombeado para um trocador de calor onde será

resfriado. E o trub, que fica retido no fundo do decantador é lavado e bombeado

para um tanque, onde ficará armazenado para posterior venda a terceiros. Este é

utilizado como ração animal (4).

No Whirlpool, são realizadas análises de extrato aparente, pH, cor,

amargor e filtrabilidade (4).

2.4.6. RESFRIAMENTO DO MOSTO

Depois da fervura, é necessário resfriar o mosto rapidamente, para

evitar a contaminação por microrganismos e evitar a formação de DMS (Dimetil

Sulfeto). O resfriamento do mosto é feito em trocadores de calor. A temperatura

normalmente decresce de 80 ºC para 8 ºC a 10 ºC. Nesta fase, precipitam-se

complexos de proteínas com resinas e taninos, reação esta conhecida como cold

break, que se inicia a 65 ºC. Esta fase é um dos pontos em que é possível o

estabelecimento de infecções por bactérias e penetração de leveduras selvagens

(1).

Page 42: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

42

As análises que devem ser realizadas na etapa de resfriamento do

mosto são de extrato original e cor (6).

Após o resfriamento o mosto passa por uma tubulação onde é

dosado o fermento antes de chegar no tanque fermentador (7).

O mosto decantado deve ser logo refrigerado para temperatura

inicial de fermentação (8ºC). Esse processo acontece nos trocadores de calor,

dotados de refrigeração artificial, em contra fluxo. Durante o resfriamento, o mosto

é intensamente aerado com ar estéril e inicia-se a injeção do fermento (4).

O oxigênio é o inimigo número 1 da cerveja, pois tem influência

negativa sobre algumas qualidades da cerveja como a cor, o paladar, e a

estabilidade física e química, porém, esta é a única etapa que permite a presença

de oxigênio, pois a levedura como microrganismo necessita para sua propagação

cerca de 8 a 10 mg de O2/L (8).

O oxigênio deve ser injetado em bolhas finíssimas e o ar deve estar

absolutamente estéril. Quanto maior for a temperatura do mosto, maior será a

absorção do oxigênio e quanto menor for o tamanho das bolhas injetadas, maior

será a intensidade da mistura do mosto com o ar e mais rápida será a saturação

(8).

O teor de oxigênio injetado nessa etapa do processo é muito

importante, pois o mesmo é necessário a uma boa multiplicação celular,

resultando em um número de células suficientes para transformar a quantidade de

nutrientes presentes no mosto, em seu metabólitos, em um tempo pré

estabelecido (8).

Page 43: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

43

2.4.7. FERMENTAÇÃO

Fermentação é o processo de transformação de açúcares

fermentáveis do mosto em álcool, gás carbônico e calor. Este processo se dá

através de uma seqüência de reações químicas que ocorrem dentro das células

das leveduras (4).

As leveduras são fungos unicelulares facultativos, que produzem

energia a partir de compostos orgânicos (açúcares), tanto em condições aeróbias,

quanto em condições anaeróbias. Pode-se dizer então, que o metabolismo da

levedura tem duas vias distintas: a via aeróbia que ocorre na presença de

oxigênio e ausência de glicose e a via anaeróbia que é a fermentação. O mosto,

na sua composição, contem glicose, motivo pelo qual a via metabólica aeróbia

não ocorre no mosto. A principal via metabólica anaeróbia é a glicose (4).

Carboidratos fermentáveis → Glicose → Etanol + CO2 + Calor

O fermento utilizado para a fabricação de cerveja sem álcool é um

fermento especial, pois, passa por uma lavagem para retirar o álcool contido no

fermento (7).

A fermentação ocorre normalmente, ou seja, da mesma forma que

ocorre na cerveja normal, mas quando atingir a taxa de 0,35 % de álcool no mosto

deve ser interrompida a fermentação abrindo o frio do tanque. Com a abertura do

frio o fermento vai abaixar sua atividade mas, ainda vai continuar fermentando, só

que, de forma mais lenta, e com isso, o teor de álcool contido no mosto vai se

aproximar de 0,5 % (7).

O objetivo da fermentação é obter cerveja com as características

sensoriais e físico-químicas desejadas. Ao lado da fabricação do mosto, a

fermentação é uma das fases que influencia de maneira direta na qualidade da

cerveja (3).

Page 44: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

44

Quando o tanque fermentador é cheio, faz-se uma fermentação

laboratorial completa, que, em 24 Horas tem-se uma previsão de como vai

proceder a fermentação no tanque (6).

E importante ter um acompanhamento da fermentação com

medições do extrato do tanque periodicamente. Para a cerveja sem álcool

também deve ser feita a análise de álcool freqüentemente (7).

2.4.8. MATURAÇÃO

A maturação consiste na guarda da cerveja fermentada em baixa

temperatura ( 0 ºC) e sob pressão controlada (4).

Os principais objetivos da maturação de cerveja sem álcool é a

sedimentação de fermento, complexos protéicos e de outras substancias

insolúveis a frio e eliminar substâncias desagradáveis (4).

Diariamente mede-se a temperatura dos tanques maturadores para mantê-

las a 0 ºC, através da abertura e fechamento do frio (4).

A cerveja “verde”, depois que a fermentação se completa, deve maturar em

temperatura de zero grau Celsius ou de, no máximo 0,5 a 3 ºC, por períodos

variáveis (1).

Durante o período de armazenamento são formados ésteres, dando origem

a aroma e sabor que caracterizam a cerveja “maturada”. Entre os ésteres

predominam o acetato de etila em média de 24,1 mg / Litro e o acetato de amila

com 2,6 mg / Litro. A formação de compostos sulfídricos, assim como de diacetila,

é considerada indesejável por conferir sabor e aroma alterados à cerveja (1).

No décimo dia são feitas as análises de amargor, diacetil, pH, cor, Extrato

original e aparente, álcool, turbidez, contagem de células, fermentação

laboratorial final e CO2 no tanque de cerveja maturada (6).

Page 45: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

45

A cerveja fermentada, chamada de cerveja jovem, não pode ser consumida

porque ainda não tem um sabor equilibrado e suficiente de CO2. Para isso é

necessário que ela passe pelo processo de maturação, que também acontece em

tanques verticais . A cerveja é então resfriada a temperaturas em torno de 3,5

graus C e transferida para os tanques de maturação, onde a temperatura é

mantida entre - 0,5 e 0,0 graus C, nas cervejas sem álcool a incorporação de CO2

durante a fermentação é menor que nas cervejas normais, devido ao menor

tempo de fermentação (7,8).

Nesta fase, ocorrem pequenas transformações, as quais auxiliam no

amadurecimento dos componentes de aroma e paladar contidos na cerveja

recém-fermentada. Algumas substâncias indesejadas oriundas da fermentação

são eliminadas e o açúcar residual presente é consumido pelas células de

fermento remanescentes, em um fenômeno conhecido por fermentação

secundária,além disso, ocorrem outras transformações durante a maturação

como a continuação da fermentação, carbonatação, clarificação da cerveja,

estabilidade coloidal e amadurecimento responsável pelo arredondamento do

aroma e paladar da cerveja. Pode durar até 30 dias, clarifica parcialmente e refina

o paladar e o aroma da cerveja (1,8).

Os objetivos desta fase da fabricação de cervejas podem ser

resumidos em:

- Clarificação das características de aroma e paladar;

- Clarificação da cerveja pela decantação de substâncias em

suspensão, leveduras e partículas amorfas diversas;

- Estabilização coloidal pela formação e precipitação de complexos

protéicos insolúveis a frio;

Page 46: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

46

- Saturação da cerveja com gás carbônico proveniente de uma

fermentação secundária.

O objetivo mais importante é a maturação propriamente dita, ou seja, o

aprimoramento do aroma e paladar da cerveja O amadurecimento e

arredondamento de aroma e paladar ocorre devido as substâncias aromáticas da

cerveja nova, que dão a ela um paladar seco e agressivo, se transformam em

substâncias mais nobres, através de reações químicas (substâncias amargas e

adstringentes são transformadas em substâncias agradáveis e finas, aldeídos são

transformados em ésteres) (7,8).

A cerveja perde seu paladar típico de cerveja nova (sedimentação da

levedura) e as bolhas ascendentes de CO2 eliminam substâncias sulfurosas (SO2)

de influência negativa no paladar, além da eliminação do diacetil que impacta

negativamente na qualidade final do produto. Todos esses fenômenos necessitam

de tempo, porém não é aconselhável deixar maturar demais uma cerveja, pois

com isto, ela perde o seu caráter devido à autólise da levedura (paladar de

fermento) (8).

Todo o processo de fabricação, fermentação e maturação pode levar de 15 dias

até dois meses. Depende da receita da cerveja. A maturação deve ser controlada

para que não ocorra uma maturação muito rápida, nem muito lenta que impactará

negativamente na qualidade da cerveja, pois poderá não atingir paladar desejável

da mesma. Além disso, deve haver o monitoramento constante da quantidade de

O2 na bebida, afim de que a mesma mantenha suas características constantes.

(8).

O processo de aprimoramento do aroma e sabor da cerveja durante a maturação

se dá através de reações químicas e bioquímicas envolvendo as centenas de

constituintes químicos já identificados em cervejas (4).

Page 47: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

47

Alguns destes componentes aumentam sua concentração, outros diminuem, e

outros mais permanecem inalterados durante este processo de maturação. Este

complexo de modificações é em função do tempo, isto é, da duração do processo

de maturação e da temperatura na qual o processo se realiza (4).

A modificação do teor de alguns componentes, de particular importância no

processo, pode ser acompanhada analiticamente em laboratório. No entanto, o

processo de maturação no seu todo, em razão de sua complexidade, não tem

como ser acompanhado analiticamente, o que torna inevitável e imprescindível

que o desenvolvimento do processo seja acompanhado através de degustação

(ap do ale). Neste aspecto, as determinações analíticas apenas complementam,

em determinados pontos específicos, as conclusões tiradas na prática, através

das degustações realizadas por provadores profissionalmente treinados e

habilitados nesta função (8).

Após a fermentação, ocorre nos primeiros dias da maturação uma leve atenuação

do extrato. Uma atenuação mais acentuada deve ser evitada, pois o seu grau final

poderá ser rapidamente alcançado e a saturação de CO2 também permanecerá

insuficiente (8).

Nesta etapa ocorre também a formação do CO2 que é muito importante para a

formação de espuma e frescor da cerveja no ato de beber. A carbonatação

excessiva não é desejada, pois quando servida para o consumo pode ocasionar

formação excessiva de espuma com posterior perda de consistência e por

conseqüência produzirá uma cerveja “sem corpo”. E, por outro

lado, a cerveja que contêm pouco teor de CO2 provocará grande incorporação de

O2 o que fornece a impressão de uma cerveja “choca” (8).

Page 48: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

48

Durante a maturação, ocorre também a clarificação do produto, onde se

depositam os componentes da turvação e a cerveja se clarifica. Os componentes

formadores de turvação são principalmente células de levedura e subprodutos da

decomposição das proteínas de alto peso molecular e polifenóis e taninos (8).

A intensidade desse fenômeno dependerá da espécie e do tamanho das

partículas turvadoras, quanto maior e mais pesada mais depressa ocorrerá a

clarificação. Com relação à temperatura, quanto mais baixa for a temperatura,

mais lentamente ocorrerá a clarificação. Com relação à viscosidade esta influirá

também, quanto maior, mais lentamente ocorrerá a clarificação, pois a resistência

a ser vencida será maior (8).

Na maturação ocorre o resfriamento, e este provoca a formação das

ligações entre taninos e proteínas (turvação a frio), os quais somente se tornam

insolúveis e se precipitam a baixas temperaturas. Porém se estas ligações não

forem precipitadas, elas mais tarde poderão levar à turvação (turvação a quente –

estabilidade coloidal) (8).

2.4.9. FILTRAÇÃO

O objetivo da filtração da cerveja é retirar células de fermento e de

outros microrganismos, resinas de lúpulo e complexos taninícos-protéicos, para

tornar a cerveja mais límpida, brilhante, de melhor paladar e de maior estabilidade

físico-química e microbiológica (4).

Quanto melhor for a maturação ( tempo certo), mais rentável e

simples a filtração (3).

A cerveja primeiramente passa por um filtro de terra diatomácea,

este filtro tem a forma de um cilindro vertical, constituindo internamente por 52

peneiras grandes de aço de malha muito fina e 4 pequenas (8).

Page 49: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

49

Antes da cerveja entrar no filtro, este é, preparado com pré-camadas

de terra infusória (diatomácea) com diferentes granulometrias. A terra é obtida a

partir de fósseis de algas unicelulares encontradas na águas doces e salgadas,

suas paredes duras contendo sílica, formam duas valvas que se ajustam (4).

Ao iniciar-se a filtração é injetada a cerveja junto com a solução de

terra diatomácea na linha do filtro, para que juntamente com as sujidades que vão

se acumulando sobres a pré-camada, acumule-se com elas as partículas de sílica

formando desta maneira um leito poroso (2,7).

Pode aparecer turbidez durante o resfriamento devido à presença de

taninos e leucoantocianinas do lúpulo ou quando o cereal não tem enzimas

suficientes para eliminar as proteínas procedentes do cereal ou da autólise das

leveduras, que coagulam caso não sejam hidrolisadas. Neste caso, podem-se

usar proteases auxiliares, como a bromelina, a papaína e ficina e a pepsina (1).

O bom andamento da filtração vai depender do grau de turvação da

cerveja e da pressão interna do filtro (reinold).

Os aparelhos utilizados para controlar o processo de filtração são:

Manômetros (pressão de entrada e saída); turbidimetros; rotâmetros (controle de

vazões); medidor de oxigênio (3).

Depois da maturação a cerveja se apresenta levemente opalescente

por isto passa por uma filtração, que visa eliminar partículas em suspensão,

principalmente células de fermento, deixando a bebida transparente e brilhante, é

fundamental para garantir sua apresentação, conferindo-lhe um aspecto cristalino

(4).

A filtração se processa em dois estágios consecutivos. A cerveja passa

por filtros especiais que retêm as leveduras em suspensão, as resinas do lúpulo e

colóides, que constituem a maior parte das substâncias em suspensão. Em

Page 50: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

50

seguida, filtros equipados com placas de celulose retêm as partículas mais finas,

assegurando o brilho e a perfeita transparência da cerveja (8).

O objetivo principal da filtração é tornar a cerveja límpida e cristalina

com estabilidade microbiológica através da retirada de microrganismos, físico-

química pela retirada ou diminuição de substâncias as quais posteriormente

podem provocar turvação, alterem a espuma o sabor e odor. Durante a filtração

são adicionados estabilizantes de sabor, odor e espuma. Um dos estabilizantes

adicionados é composto de Isoascorbato de sódio e hidrosulfito de sódio . O

hidrosulfito de sódio quando se decompõe libera SO2 que é um antioxidante e

funciona mascarando aromas de oxidação. Os estabilizantes de espuma não

corrige os efeitos prejudiciais da qualidade da mesma, decorrentes de operações

anteriores mal conduzidas, porém ajuda na sua estabilidade após o envase (8,9).

O complexo coloidal (complexo proteína-tanino) é insolúvel e se forma

em grande parte durante a maturação a baixas temperaturas, com a redução do

pH e com a menor solubilidade em solução alcoólica e é eliminado durante esse

processo, no entanto, as reações podem se prosseguir depois da filtração, se

permanecer quantidades suficientes de proteínas e taninos solúveis na cerveja

filtrada. As diversas técnicas empregadas para estabilidade coloidal na cerveja

baseiam-se na eliminação da proteína e/ou tanino da cerveja ou fazer que a

proteína ou tanino sejam incapazes de formar o complexo (8,11).

Não se permite a incorporação de ar e a filtração é realizada sob contra

pressão a baixas temperaturas para que a cerveja não perca a saturação de CO2

. O grau de clarificação depende da temperatura e da duração da maturação,

Uma perfeita filtração, com ausência de oxigênio no processo de engarrafamento,

emprego de vasilhame limpo e asséptico e pasteurização garantem uma ótima

estabilidade biológica (8).

O produto é recolhido em tanques providos de camisas de refrigeração com

contrapressão de gás carbônico, para que mantenha as condições ideais de

conservação (8).

Page 51: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

51

2.4.10. ADEGA PRESSÃO

A adega de pressão é utilizada para a armazenagem de cerveja

filtrada, funcionando como pulmão entre a filtração e o envasamento (3).

As vantagens do uso da adega de pressão são: Armazenagem da

cerveja filtrada, o envasamento independente da filtração, qualidade homogênea

da cerveja, os filtros podem ter a sua capacidade otimizada, interrupções no

envasamento não causam transtornos, para uma pré-filtração é possível um

condicionamento específico da cerveja (3).

Depois de filtrada a cerveja fica nos tanques de pressão onde seu

sabor e aromas são controlados A estocagem da cerveja filtrada é feita em

tanques próprios, cuja construção é para uma pressão de 2 a 4 Kgf/cm . Destes é

bombeada para o envase (8).

A adega de pressão possui vantagem de que transtornos na filtração e

envasamento não impede que a cerveja venha a sofrer controles mais de uma

vez de suas características de qualidade, principalmente do teor de CO2. e, para

a garantia total do produto final antes do envase é a não assimilação de ar pela

cerveja, que tem importante papel na avaliação sensorial do produto final (8).

2.4.11. ENVASAMENTO

A cerveja acondicionadas em latas e garrafas é pasteurizada, onde a

pasteurização da cerveja envasada é realizada em túneis onde a temperatura é

elevada a cerca de 60 ºC e mantem-se por período necessário para garantir a

morte dos microrganismos deteriorantes e em seguida resfriada (1).

Este setor conta com as seguintes operações:

Desencaixotamento de vasilhame

Despaletização das garrafas

Limpeza das garrafas

Page 52: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

52

Limpeza e esterilização dos vasilhames

Enchimento e arrolhamento das garrafas

Pasteurização da cerveja

Rotulagem das garrafas

Paletização das garrafeiras

A cerveja é acondicionada em latas e garrafas e logo após o seu

enchimento a bebida passa por equipamento, que através de um jato de água à

80ºC, visa a eliminação de O2 no produto (8,10).

As garrafas que são retornáveis passam pela lavadora que lavam por

processo de mergulho e esguinchamento. As garrafas são transportadas por

esteira e passam por diferentes tanques que contêm soluções alcalinas ( NaOH)

com temperaturas que variam entre 40 e 70 graus C. No final são submetidas a

um enxagüe interno e externo com água pura na temperatura ambiente (4).

Após serem lavadas elas são inspecionadas eletronicamente onde

todas as garrafas que apresentarem defeitos serão descartadas ou voltam para a

lavadora para nova lavagem. Após a inspeção, as garrafas vão para a enchedora

(8).

O engarrafamento começa na despaletizadora, que retira as caixas de

garrafas vazias das pilhas sobre o pallet e as colocam na linha de engarrafamento

(8).

As máquinas enchedoras do tipo carrossel têm uma capacidade de

25.000 a 70.000 garrafas ou mais por hora. Primeiramente, a enchedora elimina

o oxigênio, em seguida pressuriza CO2 na garrafa e a enche de cerveja sob

contra-pressão do CO2 para evitar formação de espuma (8).

Page 53: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

53

As enchedoras operam sob condições isobarométricas.

Uma vez que a cerveja contém de 0,50 a 0,60% de gás carbônico dissolvido,

existe uma forte tendência para que o líquido espume na garrafa. A tecnologia

sofisticada das fábricas atuais permite submeter o interior das garrafas à mesma

contrapressão exercida na cerveja do tanque. Só então o líquido é escoado,

enchendo rapidamente a garrafa, com mínima produção de espuma (8).

Depois de cheias, as garrafas seguem para a capsuladora, onde as

cápsulas metálicas ou tampas com vedante interno são aplicadas. A operação

das máquinas fecha hermeticamente a garrafa e elimina a perda de líquido. Por

isso, todas elas apresentam o mesmo nível e uma mínima incorporação de ar (8).

No envase das latas os métodos empregados são semelhantes aos

do engarrafamento. As operações se iniciam com a recepção do corpo das latas

em pallets e das tampas, separadas do corpo. Depois de retirados

automaticamente e levados por transportadores até as máquinas de

lavagem(rinse), os corpos já impressos e tampas são lavados com jatos de água

quente. As latas seguem para uma enchedora semelhante as enchedoras de

garrafas (8).

Uma vez cheios, os corpos das latas vão para a recravadora, que é

abastecida com tampas. É feito o fechamento que consiste de uma operação que

requer controle freqüente, e passam por um controle de nível que utiliza células

fotoelétricas para controle de enchimento. As latas que estão com nível abaixo do

padrão são descartadas automaticamente da linha por um sistema mecânico (8).

2.4.12. PASTEURIZAÇÃO

A pasteurização da cerveja envasada em latas e garrafas é realizada

em túneis onde a temperatura é elevada à 60ºC e mantida nessa temperatura até

garantir a morte dos microrganismos deterioradores. Em seguida, sofre um

drástico resfriamento. Esse processo garante a data de validade do produto de 6

meses, porém deve ser controlado sua temperatura, pois uma pasteurização

ineficiente poderá não garantir que o produto esteja em boas condições até sua

Page 54: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

54

data de validade e pelo contrário uma pasteurização excessiva poderá alterar o

sabor e aroma da bebida (8,11).

O pasteurizador é um equipamento que inativa as enzimas existentes

na cerveja, proporcionando sua necessária estabilidade biológica. O

pasteurizador submete as garrafas já cheias e capsuladas a um aquecimento por

chuveiros de água, a temperaturas progressivamente elevadas até 60 graus C,

onde permanecem por alguns minutos. Para evitar choque térmico e conseqüente

quebra das garrafas, o resfriamento também é progressivo (8).

Existem reações químicas que ocorrem neste período de aquecimento

e que afetam negativamente o paladar. Portanto, o objetivo deve ser o de

alcançar a estabilização, utilizando o mínimo possível do efeito pasteurizador.

A superpasteurização não deve ser considerada como um recurso corretivo para

problemas microbiológicos devidos a sanitizações insuficientes nas adegas,

filtrações, tubulações, entre outras fontes de contaminação (8).

Mediante a aplicação de procedimentos apropriados de limpeza e

esterilização, de todos os equipamentos, os cervejeiros podem reduzir as

necessidades de pasteurização a níveis compatíveis com a qualidade do produto

(8).

Quando estes cuidados se somam a cuidados com o conteúdo de ar,

dentro do envase, o efeito da pasteurização sobre a qualidade da cerveja é

mínimo. Na prática, a pasteurização é controlada pelas chamadas "Unidades de

Pasteurização" (UP). Uma UP corresponde á exposição do produto durante 1

minuto à temperatura de 60 graus C. É, na realidade, uma medida do efeito letal

do tratamento térmico produzido por este processo (8).

Page 55: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

3 - UNIDADE EXPERIMENTAL

O estágio supervisionado foi realizado na industria

cervejeira Schincariol, unidade Alexania – GO no período de Janeiro a

Junho de 2004.

3.1. MATERIAIS E MÉTODOS

Computador

Livros técnicos

Através de revisão de literatura, entrevistas pessoais e observações na

fabricação da cerveja tradicional realizou-se a revisão de literatura a elaboração

do fluxograma e a descrição das etapas.

Page 56: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1. FLUXOGRAMA E DESCRIÇÃO DO PROCESSO

A figura 3, mostra o Fluxograma de produção de cerveja sem álcool

elaborado a partir das informações coletadas

Page 57: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

57

↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ Figura 3 – Fluxograma de produção de cerveja sem álcool

Recebimento do malte

Armazenamento em silos (Específicos)

Moagem

Mosturação

Filtração

Fervura

Sedimentação do trub

Resfriamento

Fermentação

Maturação

Filtração

Estabilização e Carbonatação

Envasamento e Pasteurização

Page 58: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

58

Os elementos principais para a produção de cerveja sem álcool são a

água, malte, adjuntos, lúpulo e fermento especial.

4.1.1. RECEBIMENTO DO MALTE

No recebimento do malte são feitas varias análises verificando seu

aspecto, aroma, teor de pó e palha para avaliar a qualidade do malte através da

detecção de excesso de umidade, deterioração, odor ou aparência imprópria

O malte é transportado em caminhões do tipo graneleiro e já vem pré-

limpo e dosado.

Na recepção o caminhão é pesado em balança de piso e o registra-se

o peso bruto do caminhão, em seguida este é levado para a inspeção, que verifica

se a lona que cobre a carga, não está furada e se não há a presença de insetos,

pó e se o malte não apresenta umidade Em seguida é coletado uma amostra

para a realização de análises sensoriais e de densidade do malte.

4.1.2. ARMAZENAMENTO DO MALTE

O malte é transportado por um sistema de elevadores de caneca e

transportadores de rosca sem fim ,sendo armazenado em seis silos de 420

toneladas cada um.

Nos silos são retirados o pó e as palhas do malte porque estes

elementos são responsáveis por causar adstringência na cerveja, principalmente

a palha

4.1.3. MOAGEM

Nesta fase o malte é limpo, pré - umidificado e moído.

Page 59: TCC-Erico (PROCESSAMENTO DE CERVEJA SEM ÁLCOOL)

59

O malte passa por varias etapas de beneficiamento no silo, para

retirada desde sujidades maiores como pedras até sujidades mais leves como

cascas.

Antes da moagem o malte é pré – umidificado com a finalidade de

amolecer a casca, evitando que esta se torne quebradiça na hora da moagem

originando partículas muito finas, o que não seria aconselhável, pois na hora da

filtração do mosto, estas formariam um leito filtrante pouco permeável, implicando

numa filtração desfavorável e lenta. Esta pré – umidificação é feita através de

jatos de água a temperatura ambiente durante 30 segundos. O malte fica

armazenado a uma umidade entre 4 e 5 %, se ficar abaixo de 4% se torna um

grão quebradiço, e se ficar acima de 5% sofre risco de ataque microbiológico.

Na moagem, o moinho tritura o malte, transformando o grão em casca,

sêmola e farinha. Após esta etapa ocorre a adição de água, que é em torno de 3

litros de água para cada quilo de malte moído.

4.1.4. MOSTURAÇÃO

Esta fase tem como principal objetivo o desdobramento do amido do

malte em açúcares fermentáveis através da ação enzimática

O controle da ação enzimática é importante, para que se possa garantir

a estabilidade físico-química da cerveja. Para isso faz-se necessário o controle de

alguns parâmetros através da análise do pH, controle da temperatura, tempo e

controle do aquecimento e repouso para maximizar a atuação enzimática.

Antes do despejo do malte moído são adicionados uma certa

quantidade de água cervejeira, a temperatura ambiente, cujo o volume é

controlado por um hidrômetro. A água é aquecida até a temperatura de 44 ºC,

através da circulação de vapor nas serpentinas da tina de mostura.

Nesta etapa também adiciona-se de ácido lático em quantidade

suficiente para correção do pH para a faixa de 5,2 a 5,5, que é ideal para atuação

enzimática.

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60

Após o repouso de 20 minutos da etapa anterior, eleva-se a

temperatura para 52 ºC. A vazão do vapor é controlada para que a mostura atinja

52 ºC em mais ou menos 10 minutos, onde permanecerá cerca de 10 minutos,

com a finalidade de possibilitar a ação das enzimas proteolíticas ( proteases)

existentes no malte.

Em seguida a temperatura é elevada para 71 ºC o tempo de elevação é

controlado ( 14 – 21 minutos), onde permanecerá por cerca de 20 a 30 minutos

para a sacarificação do amido. Com cerca de 20 minutos de repouso à 71 ºC, é

coletada uma amostra onde são adicionadas algumas gotas de uma solução de

iodo ( teste de iodo). Se o teste apresenta coloração amarelada, resultado

negativo, significa que todo amido já foi desdobrado, então, eleva-se a

temperatura do mosto para 76 ºC com a finalidade de inativar as enzimas

presentes no malte.

4.1.5. FILTRAÇÃO

Nesta etapa utiliza um equipamento que consiste, basicamente de um

tanque aberto com capacidade para 250 hl denominado de tina de filtração. A

base do tanque é constituída por um fundo falso em forma de peneira metálica

que permite a passagem do liquido ou extrato solúvel ( mosto doce), mas retém

os sólidos (bagaço).

Próximo ao fundo da tina existe um dispositivo rotativo que é

constituído de facas verticais que têm por finalidade remover o bagaço evitando a

compactação o leito filtrante.

O leito filtrante é formado pelo próprio material insolúvel contido no

mosto, na sua camada inferior é constituído, principalmente, por partículas

grandes de casca que são sobrepostas por partículas mais finas.

Antes de iniciar a trasfega, o filtro é coberto com um lençol de água de

aproximadamente, 10 cm de altura. Esta camada de água tem por finalidade

impedir o entupimento das peneiras.

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Terminada a trasfega, inicia-se a filtração do mosto, conhecido como

mosto primário. Após esta filtração começa-se a lavagem do bagaço, que é feita

através de esguichos de água à temperatura de aproximadamente 76 ºC, que tem

como finalidade solubilizar e retirar o extrato ainda presente no mesmo.

O extrato original do primeiro mosto é aproximadamente 15 º Plato, já o

extrato da última água deve ser menor que 0,8 ºPlato.

Estes parâmetros são controlados pelo laboratório através do uso de

um aparelho denominado Beer analysing que é um equipamento utilizado pela

maioria das cervejarias para aumentar a exatidão e precisão das medições de

extratos original, real e aparente, fornecendo ainda a densidade do fluido, a

fermentação aparente e a quantidade de álcool contida na amostra. Os aparelhos

mais modernos são capazes de fornecer todas essas informações mais o pH e

cor da amostra.

4.1.6. FERVURA OU COZIMENTO DO MOSTO

Esta operação realiza-se no cozinhador de mosto, que é uma tina tipo

tanque com capacidade de 1350 hL, constituída internamente por aço inoxidável e

externamente por cobre, com sistema de aquecimento de serpentinas onde

circula vapor e tubulação acoplada ao fundo, por onde recebe o mosto do filtro

O extrato no começo do cozimento é aproximadamente 7 ºPlato

podendo chegar no final do cozimento em torno de 8 ºPlato devido a evaporação

do mosto.

No cozinhador ocorre a cocção do mosto, juntamente com a dosagem

de lúpulo, sendo esta dosagem vai depender da concentração de alfa ácidos

existentes no lúpulo que está sendo adicionado, e para a fabricação de cerveja a

dosagem de lúpulo é maior que nas cervejas tradicionais.

Os objetivos desta etapa são:

- Aumentar a concentração do mosto através da evaporação da

água,

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- Esterilizar o mosto, através da destruição térmica de formas

vegetativas de microrganismos contaminantes,

- Formar substâncias corante (melanoidinas), através da reação

entre carboidratos e aminoácidos (reação de Maillard) e da

caramelização de açúcares,

- Promover a formação e volatilização do DMS (dimetil-sulfeto),

- Desencadear a isomerização do lúpulo,

- Coagular as proteínas, pois a desnaturação e coagulação destas é

fundamental para que as mesmas possam ser separadas do

mosto quente no Whirlpool o que proporcionara uma maior

estabilidade coloidal da cerveja no final do processo,

- Desnaturar as enzimas alfa e beta amilases,

- Desenvolver o sabor da cerveja,

- Provocar uma pequena redução do pH (para facilitar a coagulação

das proteínas), devido a presença dos ácidos do lúpulo.

4.1.7. SEDIMENTAÇÃO DO TRUB

O mosto é recebido no Whirlpool, um decantador, onde o mosto entra

tangencialmente provocando um giro da massa liquida, que ao girar, gera, pela

força centrifuga, uma pressão maior na periferia que no centro do decantador.

Esta diferença de pressão empurra os sólidos em suspensão para o centro do

recipiente onde o trub decanta.

O trub é formado durante o cozimento e consiste de uma massa de

partículas insolúveis, resultantes da coagulação e complexação entre moléculas

de polifenóis oxidadas (principalmente taninos) e proteínas.

A separação inadequada do trub do mosto leva à redução progressiva

do poder fermentativo da levedura, decorrente da aderência das partículas

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insolúveis à parede celular, reduzindo portanto a área de troca de nutrientes (ap

do ale).

Após a trasfega, o mosto é mantido em repouso, no Whirlpool, durante

aproximadamente 20 minutos para perfeita decantação do trub. Em seguida, o

mosto limpo é bombeado para um trocador de calor onde será resfriado. E o trub,

que fica retido no fundo do decantador é lavado e bombeado para um tanque,

onde ficará armazenado para posterior venda a terceiros. Este é utilizado como

ração animal.

Nesta etapa são feitas as análises de pH (5,2 a 5,8), extrato original ( >

13 ºP , cor (6,5 EBC A 8,0 EBC), amargor (40 a 45 UA) e filtrabilidade (< 0,60

EBC).

4.1.8. RESFRIAMENTO DO MOSTO

O mosto limpo é bombeado do Whirlpool para um trocador de calor à

placas de um estagio, onde é pré-resfriado com água gelada em contracorrente.

O mosto sai do trocador de calor a uma temperatura cerca de 9 ºC

4.1.9. FERMENTAÇÃO

Fermentação é o processo de transformação de açúcares fermentáveis

do mosto em álcool, gás carbônico e calor. Este processo é processa através de

uma seqüência de reações químicas que ocorrem dentro das leveduras.

O processo de fermentação é realizado em tanques denominados

”OUT-DOOR’. São tanques cilíndricos fechados para permitir a captação de CO2

,com base cônica, encamisados por onde circula amônia,para permitir o controle

de temperatura durantes o processo fermentativo.

O fermento é dosado por uma tubulação acoplada à tubulação do

resfriador do mosto, sendo alimentado pelo fundo do tanque fermentador. A

dosagem do fermento é calculada pelo extrato original do mosto a ser fermentado,

sendo 2 000 000 de células de fermento para cada grau Plato existente no mosto.

Na fermentação ocorre o monitoramento de alguns parâmetros como

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temperatura, extrato aparente, produção de álcool, pH e concentração de

oxigênio.

O controle da temperatura na fermentação é fundamental, pois a

velocidade de fermentação depende das temperaturas. O metabolismo do

fermento poderá ocorrer em temperaturas de 10 ºC e 15 ºC, porém a 2 ºC ou a 0

ºC, poderá tornar-se lento ou quase inerte. O controle é feito através de sensores

existentes no interior dos tanques, fazendo o controle automático da temperatura.

Todas as temperaturas do processo fermentativo são acompanhadas pelo

supervisório.

O acompanhamento da degradação do extrato aparente juntamente

com a produção de álcool, é feita de 2 em 2 horas e servirão como parâmetros

para a abertura do frio e final de fermentação. As análises de acompanhamento

são as de extrato aparente e álcool, onde ambas são fornecidas pelo mesmo

aparelho (Beer analysing).

O fermento para a fabricação de cerveja sem álcool antes de ser

dosado no mosto deve primeiramente passar por uma lavagem, para extração do

álcool remanescente na célula da levedura.

A fermentação para cerveja sem álcool procede normalmente no

começo, até atingir a faixa de 0,35 % de álcool no mosto, que é a hora certa para

interromper a fermentação abrindo o frio do tanque. Com a redução da

temperatura o fermento vai perder parte de sua atividade, mas ainda continuará

fermentando, fazendo com que até a sua retirada o teor alcoólico chegue a 0,5%.

4.1.10. MATURAÇÃO

Os tanques utilizados na maturação são os mesmos utilizados na

fermentação, tendo os mesmos recursos para controle de temperatura.

A maturação da cerveja sem álcool dura em torno de dez dias a 0 ºC,

sendo seu próximo destino será a filtração.

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Os principais processos que iram ocorrer neste tipo de cerveja durante

a maturação são a sedimentação das leveduras, separação de substancias que

provocam turvação a frio promovendo a clarificação das cervejas e o

amadurecimento dos componentes de aroma e paladar.

As análises laboratoriais feitas nessa etapa do processo são de pH,

amargor, cor, turbidez, extrato original, aparente e real, álcool, % fermentação

aparente, fermentação laboratorial, filtrabilidade e contagens de células.

4.1.11. FILTRAÇÃO

O objetivo da filtração da cerveja é retirar células de fermento e de

outros microrganismos, resinas de lúpulo e outros complexos tanínico-protéicos,

para tornar a cerveja mais límpida, brilhante, de melhor paladar e de maior

estabilidade físico-química e microbiológica.

A cerveja primeiramente passa por um filtro de terra diatomácea, onde

ficam detidos, principalmente os resíduos de fermento e outros microrganismos

por granulometria.

Este filtro tem a forma de um cilindro vertical, constituído internamente

por 52 peneiras grandes de aço de malha muito fina e 4 pequenas. Cada peneira

está ligada em sua parte central a um eixo perfurado, por onde escoa a cerveja

filtrada.

O leito filtrante é formado por uma mistura de três tipos de terra

infusória (diatomácea) com diferentes granulometrias. A terra diatomácea é obtida

a partir de fósseis de algas unicelulares encontradas nas águas doces e salgadas,

suas paredes duras, contendo sílica, formam duas valvas que se ajustam.

Antes da cerveja alimentar o filtro, este é preparado com pré-camadas

de terra diatomácea em todas as peneiras, para que no inicio do bombeamento

não ocorra a passagem das sujidades pelas peneiras, pois, elas tem a função de

reter o leito filtrante e não de filtrar as partículas em suspensão propriamente

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ditas. Prontas as peneiras, este é lavado com água e em seguida, recebe uma

injeção de CO2 para desaerar as peneiras.

Ao iniciar-se a filtração é injetada a cerveja junto com a solução de

terra diatomácea na linha do filtro, para que juntamente com as sujidades que vão

se acumulando sobres a pré-camada, acumulem-se com elas as partículas de

sílica, formando desta maneira um leito poroso.

O aumento na queda de pressão à medida que aumenta a espessura

do leito é inevitável, assim, o filtro terra tem um ciclo de filtração que dura em

media de oito à nove horas ( quando a cerveja não está muito turva). Quando este

atingir a pressão máxima de filtração deve-se interromper o processo para efetuar

a limpeza do filtro, caso contrário pode haver empenamento das peneiras pela

compactação do leito sobre as mesmas.

A cerveja vinda da maturação na maioria das vezes deve passar por

um processo de diluição para melhorar o rendimento e correção da concentração

de álcool presente na cerveja.

A taxa de gás carbônico adquirida na maturação é muito baixa e

deve ser corrigida com uma injeção de CO2 produzido durante a fermentação que

é captado e beneficiado pela usina de CO2.

As análises realizadas para o acompanhamento da filtração são de

extrato original e aparente, álcool, cor e turbidez .

4.1.12. ESTABILIZAÇÃO E CARBONATAÇÃO

Nesta etapa a cerveja vai receber a adição de aditivos como

antioxidantes, estabilizantes de espuma. A adição de enzimas é feita durante a

filtração ( tanque pulmão).

A taxa de gás carbônico adquirida na maturação é baixa e deve ser

corrigida com a injeção do CO2. O CO2 é captado durantes a fermentação e

beneficiado pela usina de CO2 . O CO2 é dosado automaticamente pelo

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Haffmans, que é programado para corrigir o teor de gás carbônico deixando-o na

faixa de 0,55 – 0,60 g CO2 / 100 g produto.

Após a carbonatação a cerveja vai direto para o tanque pressão

através de tubulação de aço inoxidável, que alimentam os tanques por

canalizações na base do tanque

A adega de pressão é composta de 8 tanques de pressão

encamisados,com capacidade cada um de 1500 hl. Antes de receber a cerveja os

tanques são pressurizados com CO2 que entra pela base destes e a medida que o

tanque vai enchendo o ar escapa por intermédio de uma válvula de segurança (ap

do ale).

A serventia de um tanque de pressão entre o filtro e a enchedora é de

equalizar irregularidades durante o enchimento das garrafas no envasamento.

Todo tanque de pressão após cheio deve passar por uma análise

completa, onde os parâmetros analisados devem estar dentro das especificações

de formulação da cerveja a ser envasada.

4.1.13. ENVASAMENTO E PASTEURIZAÇÃO

O envasamento da cerveja tem as seguintes operações:

- Desencaixotamento do vasilhame

- Despaletização das garrafeiras

- Limpeza das garrafeiras

- Limpeza e desinfecção do vasilhame

- Enchimento e arrolhamento das garrafas

O vasilhame chega dentro de garrafeiras com 24 garrafas cada. As

garrafeiras, por sua vez, chegam dispostas em estrados de madeiras

denominadas pallets. Cada pallet comporta 36 garrafeiras dispostas em três

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camadas cada uma com 6 caixas. Os pallets são descarregados do caminhão por

empilhadeiras que os conduzem ao local onde serão despaletizados.

O desencaixotamento é semi-automático, onde são descarregados 48

garrafas por vez ( duas garrafeiras), com a ajuda do operador. As garrafas são

colocadas em uma esteira de aço inoxidável, lubrificada com solução de sabão

que forma uma película na superfície da mesma facilitando o deslizamento das

garrafeiras,que as conduz durante todo o processo até o encaixotamento das

mesmas.

Antes de proceder-se a limpeza, as garrafas são inspecionadas, onde

as defeituosas ou que possuem coloração diferente são descartadas. A cor das

garrafas deve ser âmbar para filtração dos raios ultravioletas, prejudiciais na

estabilidade da cerveja

A limpeza é realizada em uma lavadora constituída por oito tanques

nos quais as garrafas circulam e são submetidas a banhos de soda cáustica em

diferentes concentrações e temperaturas. As garrafas percorrem a lavadora

durante cerca de 25 minutos saindo limpas, esterilizadas e sem rótulos.

Após a lavagem, as garrafas são pré-enxaguadas ,interna e

externamente, em dois tanques com esguichos de água recuperada e

enxaguadas internamente em um último tanque com esguichos de água da rede,

caindo em pé na esteira de aço inox que as conduzirá até a enchedora.

As garrafas passam por uma máquina seletiva de garrafas com auxilio

de sensores, e as que se encontram em bom estado, seguem para a enchedora .

A enchedora tipo monobloco, de forma cilíndrica, possui 80 bicos para

enchimento e 14 arrolhadores. As garrafas entram na “estrela” de entrada da

enchedora cuja função é ordenar as garrafas uma a uma.

A cerveja é bombeada da adega de pressão para uma cúpula(tanque

de cerveja), que existe dentro da enchedora e alimenta os bicos enchedores, bem

como a pressão de CO2.

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A cerveja é pasteurizada com a finalidade de inativar todos os

microrganismos deteriorantes existentes na cerveja, pela ação do calor (ap do

ale).

No pasteurizador as garrafas “caminham” lentamente sobre gralhas de

latão recebendo constantemente chuveiradas de água a diferentes temperaturas

e cuja trajetória total demora aproximadamente 40 minutos.

A U.P ( Unidade de Pasteurização). registrada após a pasteurização

deve estar na faixa entre 12 e 18, caso o valor registrado seja maior que 18 U.P

devem ser retidos 20 pallet’s e aguardar a degustação do cervejeiro para serem

liberados para comercialização, quando o valor for menor que 12 U.P devem ser

retidos 20 pallet’s, e realizar imediatamente a análise de glícofita para verificar se

houve pasteurização.

O malte possui uma enzima chamada de invertase que tem a

capacidade de hidrolizar a sacarose, mas quanto submetida a temperatura de

pasteurização é inativada. A base do teste de glícofita é verificar se houve ou não

pasteurização da cerveja, fazendo uma coleta de 10 mL da cerveja (amostra)

acondicionando em um recipiente com 0,5 g de sacarose deixando repousar por

30 minutos, para a leitura é usado o glucotest ( verifica a presença de glicose no

meio) que se permanecer da mesma cor subentende-se que a cerveja foi

pasteurizada, e se mudar de cor a cerveja não foi pasteurizada.

A rotulagem é feita em uma rotuladora Krones Stormatic com

capacidade para 30 000 garrafas por hora. Esta tem a função de colar os rótulos (

rótulos principais, gargantilhas e contra-rotulos) nas garrafas na posição correta.

Na saída da rotuladora, as garrafas passam pelo checkmat que é

dotado de um sensor de nível de liquido que, por sua vez, envia um sinal para o

push, no caso de garrafas mal cheias. Existe também, um contador automático

acoplado ao mesmo, que conta o numero de garrafas que passaram por ali.

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O push é um dispositivo que recebe os sinais enviados pelos sensores,

acionando um pino que empurra a respectiva garrafa para fora da esteira. Esta

segue por uma esteira paralela e é retida pelo operador responsável.

O encaixotamento das garrafas cheias, arrolhadas e rotuladas nas

garrafeiras. Este procedimento é feito por uma maquina com capacidade para 30

000 garrafas por hora, que completa quatro caixas por vez ( 96 garrafas).

As garrafas são encaminhadas pela esteira de aço inox para uma mesa

na qual ficam ordenadas em fileiras onde são presas no gargalo, por tulipas (

bocais que se encaixam nas garrafas e nessa posição recebem ar comprimido

que infla as borrachas internas prendendo, assim, as garrafas)

O processo de paletização é praticamente automático, e realizado por

uma maquina que funciona através de um sistema pneumático e são depositadas

seis caixas por vez no pallet. Existem sensores que enviam sinais para a mesma

após o posicionamento correto das seis caixas, assim como, a presença de

pallets no local correto onde serão depositadas as caixas.

Cada pallet recebe três fileiras de seis caixas cada uma. Completadas

as três fileiras, a esteira funciona automaticamente, através de sinais enviados

por sensores encaminhando os pallets até o local onde estes serão retirados por

empilhadeiras e conduzidos ao local onde ficarão armazenados aguardando a

expedição.

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5 - CONCLUSÕES

Apesar da cerveja sem álcool ser uma cerveja com propriedades físico-

químicos e sensoriais diferentes das tradicionais, os processos tecnológicos

empregados na fabricação são basicamente os mesmos da cerveja comum.

A principal etapa a ser controlada é a fermentação para evitar a

produção de álcool acima de 0,5%, e o principal cuidado na parte sensorial é o

teor de amargor que deve ser mais acentuado na cerveja sem álcool, o que se

consegue com a dosagem maior de lúpulo durante a fabricação.

Quanto mais suave o paladar da cerveja mais complexo o processo

tecnológico empregado na fabricação desta. A maioria das empresas utilizam a

tecnologia de fermentação interrompida devido a praticidade e baixo custo deste

processo.

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6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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3- R.REINOLD, M. Manual Prático de Cervejaria. 1.ed. São Paulo : Aden, 1997. 213p.

4- MENDES DIAS, A. da ( Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC). Processamento de cerveja.

5- Brasil. Decreto n. 2.314, de 4 de setembro de 1997. Dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas.

6- Primo Schincariol Industria de cervejas e refrigerante – Schincariol (2000)

7- Saavedra, M. ( Grupo Schincariol , Alexânia, GO). Comunicação pessoal, 2004.

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11- CERVESIA. Tecnologia cervejeira. Disponível em: <http://www.cervesia.com.br>. Acesso 02 abril 2004.

12- IMIGRANTES BEBIDAS. Cervejas. Disponível em: <http://www.imigrantesbebidas.com.br>. Acesso em 01 abril 2004 13- EHRHARDT, P.; SASSEN, H. Fermentação. SENAI – DR/RJ, 1995.

Vassouras 37 p. 14- BAVARIA. Cervejas. Produtos. Disponível em: <http://www.bavariairc.hpg.ig.com.br/tudo_sobre_cerveja.htm>. Acesso 02 abril 2004.