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9 INTRODUÇÃO A vontade de lecionar em minha vida surgiu desde a primeira série do ensino fundamental, hoje ciclo um, fiquei encantada pelo mundo mágico das descobertas, inspirada pela minha professora na época, professora Nasciete. Pois, digo que não escolhi e sim fui escolhida. Escolhi pedagogia porque estava buscando formação completa para atuar com registro de professor/educador, habilitado a trabalhar em ambientes escolares e não escolares, admitindo perspectivas diferenciadas de inserção no mercado de trabalho. E não somente dar aulas. Faço parte do Movimento Escoteiro do Brasil, e sei que a pedagogia me auxiliará muito neste movimento. Quero focar essa pesquisa em educação fundamental ciclo I, pois, pressuponho que seja uma idade que precisa de atenção.Cheguei ao curso movido pelo meu desejo de ser educadora, fazer a mudança, outrora fiz curso técnico em enfermagem, porem meu desejo estava em ser professora. Conversando com um amigo ele me sugeriu a Uniesp pela competência dos professores, e aqui estou eu. Escolhi realizar essa pesquisa com o tema, Escotismo: sua contribuição na formação social e na educação ambiental. Pois ao analisar o meu filho e seus companheiros do grupo de escoteiros do ar capelão capitão Vicente Aguiar, e vendo que as atividades desenvolvidas com os objetivos de prepará-los

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INTRODUÇÃO

A vontade de lecionar em minha vida surgiu desde a primeira série do ensino

fundamental, hoje ciclo um, fiquei encantada pelo mundo mágico das descobertas,

inspirada pela minha professora na época, professora Nasciete. Pois, digo que não

escolhi e sim fui escolhida.

Escolhi pedagogia porque estava buscando formação completa para atuar

com registro de professor/educador, habilitado a trabalhar em ambientes escolares e

não escolares, admitindo perspectivas diferenciadas de inserção no mercado de

trabalho. E não somente dar aulas. Faço parte do Movimento Escoteiro do Brasil, e

sei que a pedagogia me auxiliará muito neste movimento. Quero focar essa

pesquisa em educação fundamental ciclo I, pois, pressuponho que seja uma idade

que precisa de atenção.Cheguei ao curso movido pelo meu desejo de ser

educadora, fazer a mudança, outrora fiz curso técnico em enfermagem, porem meu

desejo estava em ser professora. Conversando com um amigo ele me sugeriu a

Uniesp pela competência dos professores, e aqui estou eu.

Escolhi realizar essa pesquisa com o tema, Escotismo: sua contribuição na

formação social e na educação ambiental. Pois ao analisar o meu filho e seus

companheiros do grupo de escoteiros do ar capelão capitão Vicente Aguiar, e vendo

que as atividades desenvolvidas com os objetivos de prepará-los para a vida, para a

vida em sociedade, para a preservação ambiental, o auxilio na educaçãoescolar, me

admirei com o crescimento e o dinamismo que as crianças apresentam questionei –

me Será que realmente faz a diferença? Qual é o tamanho do desenvolvimento

infantil através desse jeito de aprender? Ensinando a pratica de uma cooperação,

trabalho em equipe teremos crianças mais sociais e menos egoístas? Dentre tantas

inquietações foquei-me em quais as contribuições do movimento escoteiro na

formação social e educação ambiental dessas crianças e dos adultos que já são

formados? Ou seja, que já passaram pelo movimento.

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Então ao perceber que atualmente existe essa lacuna no desenvolvimento da

socialização e da educação ambiental nas nossas crianças. Pois, estamos formando

muitas crianças egocêntricas e individualistas por isso, desejo abordar o impacto da

pouca ênfase dada atualmente ao desenvolvimento de crianças, onde as mesmas

estão sem vícios e são estritamente curiosas.

Querendo experimentar o novo, o misterioso. Sedentas por novidades, um

bom começo para se ampliar esse modelo de educação não formal, onde auxilia no

desenvolvimento dessas crianças, pois no movimento eles são envolvidos com a

união, trabalho em equipe, cooperação, solidariedade, diversidade.

A pesquisa terá como base analise textual das referencias bibliográficas e

estudos de caso, sabendo que minhas palavras chave serão: escotismo, formação

social, educação não – formal e educação ambiental.

A presente pesquisa que venho desenvolvendo está fundamentada nas concepções

de Piletti (1991), Aranha (2006), Layrargues (coord.) (2004). E nas entrevistas de

integrantes do Movimento Escoteiro do ar Capelão Capitão Vicente Aguiar. A

pesquisa será organizada em trêscapítulos: o primeiro capítulo será exposto os

conceitos sobre educação não formal, educação ambiental, escotismo.

O segundo capitulo será observado o cenário do estudo de caso, a história do

grupo analisado.

O terceiro capítulo será os conceitos e a proposta pedagógica com a analise

do estudo de caso e a reflexão sobre o questionamento. Pois o movimento tem

pensamentos de socialização, com conceito de inclusão e sem ser individualista. A

pedagogia que usa a cooperação é fundamental para a inserção na sociedade atual.

O uso dos jogos no contexto educacional só pode ser situado corretamente a

partir da compreensão dos fatores que colaboram para uma aprendizagem ativa

Piaget afirma que “O jogo é um tipo de atividade particularmente poderosa para o

exercício da vida social e da atividade construtiva da criança”,você acrescentaria

algo a esta afirmação?Aprender com o outro é mais rápido e mais afetivo porque é

mais prazeroso. Uma das coisas que a cooperação assegura é esse espaço de

prazer e aprendizagem.

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Dependendo de como é conduzido, o jogo ativa, desenvolve os esquemas de

conhecimento, aqueles que vão poder colaborar na aprendizagem de qualquer novo

conhecimento, como observar e identificar, comparar e classificar, conceituar

relacionar e inferir.

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CAPÌTULO 1 EDUCAÇÃO NÃO FORMAL, FORMAÇÃO SOCIAL DA

CRIANÇA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL.

Este capítulo fará a exposição dos conceitos de educação não formal, tendo

como fundamentação Gohn (2006), Gadotti (2005); Formação social,tendo como

fundamentação Aranha (2006) e Peleti (1996), Educação ambiental tendo como

fundamentação, Layrargues(coord.) (2004) e Escotismo, tendo como

fundamentação,Fagundes (2009), Borba (2007), Barden Powell.

1.1 Educação Não Formal

Define-se educação não-formal como “toda atividade educacional organizada,

sistemática, executada fora do quadro do sistema formal para oferecer tipos

selecionados de ensino a determinados subgrupos da população.” (La Belle,

1982:2).

Uma definição que mostra a ambiguidade dessamodalidade de educação, já que

ela se define em oposição (negação) a um outro tipo de educação: aeducação

formal. Usualmente define-se a educação não-formal por uma ausência, em

comparação com aescola, tomando a educação formal como único paradigma, como

se a educação formal escolar tambémnão pudesse aceitar a informalidade, o “extra-

escolar”.

Gostaria de definir a educação não-formal por aquilo que ela é, pela sua

especificidade e não porsua oposição à educação formal. Gostaria também de

demonstrar que o conceito de educação sustentadopela Convenção dos Direitos da

Infância ultrapassa os limites do ensino escolar formal e engloba asexperiências de

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vida, e os processos de aprendizagem não-formais, que desenvolvem a autonomia

dacriança. Como diz Paulo Freire

Se estivesse claro para nós que foi aprendendo que aprendemos ser possível ensinar, teríamos entendido com facilidade a importância das experiências informais nas ruas, nas praças, no trabalho, nas salas de aula das escolas, nos pátios dos recreios, em que variados gestos de alunos, de pessoal administrativo, de pessoal docente se cruzam cheios de significação (Freire, 1997:50).

A educação não-formal é mais difusa, menos hierárquica e menos

burocrática.Os programas de educação não-formal não precisam necessariamente

seguir um sistema seqüencial ehierárquico de “progressão”. Podem ter duração

variável, e podem, ou não, conceder certificados deaprendizagem.

Toda educação é, de certa forma, educação formal, no sentido de ser

intencional, mas o cenáriopode ser diferente: o espaço da escola é marcado pela

formalidade, pela regularidade, pelaseqüencialidade. O espaço da cidade (apenas

para definir um cenário da educação não-formal) é marcadopela descontinuidade,

pela eventualidade, pela informalidade.

A educação não-formal é também umaatividade educacional organizada e

sistemática, mas levada a efeito fora do sistema formal. Daí tambémalguns a

chamarem impropriamente de “educação informal”. São múltiplos os espaços da

educação nãoformal. Além das próprias escolas (onde pode ser oferecida educação

não-formal) temos as OrganizaçõesNão-Governamentais (também definidas em

oposição ao governamental), as igrejas, os sindicatos, ospartidos, a mídia, as

associações de bairros, etc.

Na educação não-formal, a categoria espaço é tãoimportante como a

categoria tempo. O tempo da aprendizagem na educação não-formal é

flexível,respeitando as diferenças e as capacidades de cada um, de cada uma. Uma

das características da educaçãonão-formal é sua flexibilidade tanto em relação ao

tempo quanto em relação à criação e recriação dos seusmúltiplos espaços.Trata-se

de um conceito amplo, muito associado ao conceito de cultura. Daí ela estar

ligadafortemente a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto

cidadãos e à participação ematividades grupais, sejam esses adultos ou crianças.

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Segundo Gohn ela define a educação não formal como sendo um processo

que forma para a vida,

a educação não-formal designa um processo de formação para a cidadania, de capacitação para o trabalho, de organização comunitária e de aprendizagem dos conteúdos escolares em ambientes diferenciados. Por isso ela também é muitas vezes associada à educação popular e à educação comunitária. Gohn (1999:98-99).

A educação não-formal estendeu-se de forma impressionante nas últimas

décadas em todoo mundo como “educação ao longo de toda a vida” (conceito

difundido pela UNESCO), englobando todasorte de aprendizagens para a vida, para

a arte de bem viver e conviver.

“A difusão dos cursos de autoconhecimento, das filosofias e técnicas orientais de relaxamento, meditação, alongamentos etc. deixaram de ser vistas como esotéricas ou fugas da realidade. Tornaram-se estratégias de resistência, caminhos de sabedoria. É também um grande campo de educação não-formal” (Gohn, 1999:99).

Não se trata, portanto, aqui, de opor a educação formal à educação não-

formal. Trata-se deconhecer melhor suas potencialidades e harmonizá-las em

benefício de todos e, particularmente, dascrianças.Gostaria, a seguir, de me referir a

um exemplo concreto de um espaço cada vez mais utilizadopara na educação tanto

formal quanto não-formal.A educação não-formal tem outros atributos: ela não é,

organizada por séries/ idade/conteúdos; atuasobre aspectos subjetivos do grupo;

trabalha e forma a cultura política de um grupo.Desenvolve laços de pertencimento.

Ajuda na construção da identidade coletiva dogrupo (este é um dos grandes

destaques da educação não-formal na atualidade);ela pode colaborar para o

desenvolvimento da auto-estima do grupo, criando o que alguns analistas

denominam, o capital social de um grupo.Fundamenta-se no critério da

solidariedade e identificação de interesses comuns e é parte do processo de

construção da cidadania coletiva e pública do grupo. A educação não- formal poderá

desenvolver, como resultados, uma série de processos tais como:

• consciência e organização de como agir em grupos coletivos;

• A construção e reconstrução de concepção (ões) de mundo e sobre o mundo;

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• contribuição para um sentimento de identidade com uma dada comunidade;

• forma o indivíduo para a vida e suas adversidades (e não apenas capacitação para

entrar no mercado de trabalho);

• quando presente em programas com crianças ou jovens adolescentes a educação

não-formal resgata o sentimento de valorização de si próprio (o que a mídia e os

manuais de auto-ajuda denominam simplificadamente, como a auto-estima); ou seja,

dá condições aos indivíduos para desenvolverem sentimentos de auto-valorização,

de rejeição dos preconceitos que lhes são dirigidos, o desejo de lutarem para ser

reconhecidos como iguais (enquanto seres humanos), dentro desuas

diferenças(raciais, étnicas, religião ).

• os indivíduos adquirem conhecimento de sua própria prática, os indivíduos

aprendem a ler e interpretar o mundo que os cerca.

1.1.1 Algumas características da educação não-formal:metas,lacunas e

metodologias

A seguir listamos algumas características que a educação não formal pode

atingir em termos de metas, em processos planejados de ações coletivas grupais:

• O aprendizado da diferenças. Aprende-se a conviver com demais. Socializa-se o

respeito mútuo;

• Adaptação do grupo a diferentes culturas, reconhecimento dos indivíduos e do

papel do outro, trabalha o “estranhamento”;

• Construção da identidade coletiva de um grupo;

• Balizamento de regras éticas relativasàs condutas aceitáveis socialmente. O que

falta na educação não-formal:

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• Formação específica a educadores a partir da definição de seu papel e as

atividades a realizar;

• Definição mais clara de funções eobjetivos da educação não formal;

• Sistematização das metodologias utilizadas no trabalho cotidiano;

• Construção de metodologias que possibilitem o acompanhamento do trabalho que

vem sendo realizado;

• Construção de instrumentos metodológicos de avaliação e análise do trabalho

realizado;

• Criação de metodologias e indicadores para estudo e análise de trabalhos da

Educação não formal em campos não sistematizados. Aprendizado gerado por atos

de vontade doreceptor tais como a aprendizagem viaInternet, para aprender música,

tocarum instrumento etc.;

Para finalizar a primeira parte deste texto destacamos que também

diferenciamos a educação não- formal de outras propostas de educação,

apresentadas como educação social, no século XX, porque a maioria daquelas

propostas ao se dirigirem para os excluídos objetivam, na maior parte das vezes,

apenas inseri-los no mercado de trabalho. Entendemos a educação não - formal

como aquela voltada para o ser humano como um todo, cidadão do mundo, homens

e mulheres. Em hipótese alguma ela substitui ou compete com a Educação Formal

escolar.

A educação não- formal tem alguns de seus objetivos próximos da educação

formal, como a formação de um cidadão pleno, mas ela tem também a possibilidade

de desenvolver alguns objetivos que lhes são específicos, via a forma e espaços

onde se desenvolvem suas práticas, a exemplo de um conselho ou a participação

em uma luta social, contra as discriminações, por exemplo, a favor das diferenças

culturais etc. Resumidamente podemos enumerar os objetivos da educação não-

formal como sendo:

a) Educação para cidadania;

b) Educação para justiça social;

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c) Educação para direitos (humanos, sociais, políticos, culturais, etc.);

d) Educação para liberdade;

e) Educação para igualdade;

f) Educação para democracia; Educação não formal, participação da sociedade civil

e estruturas colegiadas nas escolas.

g) Educação contra discriminação;

h) Educação pelo exercício da cultura, e para a manifestação das diferenças

culturais.

1.2 Formação Social

A tendência constatada nos últimos 20 anos tem sido a de atribuir à interação social um papel importante no desenvolvimento da criança, enquanto via de formação de relações sociais, produto considerado "um sistema comportamental de imensa significância adaptativa para seres humanos" (Schaffer, 1984, p. 4).

A criança, brincando, no espaço externo junto à natureza, com tempo,

liberdade e outras crianças, recebe estímulos constantes e variados, trabalha e

enriquece a sua percepção do espaço e desenvolve a sua sensibilidade,

coordenação motora, imaginação, mente e criatividade, socializando-se,

trocando experiências, criando vínculos com outras crianças e com adultos de

diversas classes sociais, crenças, raças, culturas e etnias e aprende a ser

solidária. A história de cada criança vai-se compondo a partir do espaço que

vivencia no dia-a-dia, da imagem do lugar, da experiência sensorial, motora,

emocional e social, do aprendizado, da imaginação e da memória, com a

percepção diferente da do adulto. Entre todos os tipos de espaço, é o espaço

público, espaço de todos, que proporciona uma fonte de estímulos, riquezas,

conhecimentos, aprendizados, inter-relacionamentos, e desempenha um

importante papel no processo de sua formação; é a rua o espaço público que

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encontramos por toda a cidade. Hoje as crianças apresentam mudanças na

percepção e exploração dos espaços, pois não os vivenciam. Em São Paulo, há

escassez de espaços públicos e carências de locais de brincar. As crianças têm

direito à saúde, à liberdade, ao lazer, à dignidade, ao respeito, à educação e à

convivência comunitária. Por essa razão, a cidade deve fornecer espaços

públicos, para que deles as crianças possam fazer uso, exercitando sua

cidadania. As crianças necessitam do espaço público próximo a suas casas,

para poderem, a qualquer dia e hora, optar e realizar o lazer no seu tempo

disponível e construir sua autonomia. Estes espaços precisam ser vivos e

diversificados, melhorando a qualidade de vida na cidade. O ambiente urbano é

fundamental para a formação da criança.O Homem educado é aquele que

atingiu a sua maioridade, que seemancipou de todos os que foram os condutores

dos seus primeiros passos.

Ao se emancipar, torna-se o condutor do próprio processo de reformação, de

auto-desenvolvimento. Ao se tornar competentepara operar tais escolhas, ele

adquiriu autonomia, libertou-se de quemlhe orientou os primeiros passos. Essa é

a diretriz básica da educação:educa-se para a emancipação, para a autonomia.E

que aspectos podem ser destacados para que seja reconhecida asituação de

autonomia nos sujeitos? Podemos indicar que, pelo menostrês: o da autonomia

da vontade, o da autonomia física e o da autonomiaintelectual. O sujeito se torna

autônomo, no primeiro plano, quandocapaz de estabelecer relações de equilíbrio

racional entre suas emoções e paixões.

Poderíamos demonstrar, por exemplo, algumas situações que auxiliam a

compreensão dos aspectos acima colocados. No caso do equilíbrio entre

emoções, paixões e disciplina da vontade, é bastante inteligível o

comportamento infantil e como ele se diferencia do adulto. Ascrianças,

geralmente, não têm paciência para esperar que sua vontadeseja atendida nas

mínimas coisas, e na adolescência ocorre a tendênciapara se imaginar que toda

e qualquer vontade poderá ser realizada. Istotorna o comportamento dos

adolescentes incômodo aos adultos. Quasesempre eles expressam de modo

irritado a sua insatisfação diante dequalquer interdição a seus desejos e querem

alcançar seus objetivos ainda que com o uso da força. Têm dificuldade para

negociar, adiar ou alterar a sua inclinação inicial.

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No outro plano, o da autonomia física, ocorrem situações semelhantes. Ao

nascer, todos desconhecemos o funcionamento próprio docorpo e, por isso,

agimos por reação e segundo os limites e movimentos naturais. É assim que

qualquer criança é capaz de se alimentar,ingerir líquidos, expelir excrementos e

manifestar desconforto comodor, frio, medo. Não sabe, de início, cuidar do corpo

físico e desconhece as necessidades ligadas à higiene, ao descanso, ao

manuseio das mãos,e mesmo das potencialidades escondidas na mente e nos

sentidos. Ora,a educação deve abrir tais possibilidades aos indivíduos.

Inicialmente,orientamos as crianças a evitar o perigo, a executar atos de higiene,

a sealimentar adequadamente, enfim, insistimos no desenvolvimento dehábitos

considerados sadios e moderados. O que esperamos? Certamente que as

crianças, na medida em que vão se tornando adultas, adquiram autonomia. E

quando a terão adquirido? A partir do momento em que puderem dirigir o seu

próprio corpo para uma relaçãosaudável consigo mesmo e com o mundo natural.

Isto vai levá-la a tomardecisões sobre a própria higiene, alimentação, descanso,

preservaçãoda natureza e de relações sociais, operar escolhas em relação ao

uso docorpo etc.

E, por último, a autonomia intelectual. Esta é a mais fundamental e complexa,

porque é ponto de partida e ponto de retorno de todo oprocesso de

desenvolvimento dos fundamentos da autonomia, aí incluídos os da autonomia

física e da vontade. O modo como o ser humano serelaciona com o mundo, tem

um ponto de inflexão sobreo qual tudo o mais é construído: a transformação da

experiência sensívelem experiência simbólica.Esses meios e fins são

identificados nas regras da vida social, nasformas institucionais criadas para

agregar e promover a vida social nosprojetos de futuro que desenha para si e

para a humanidade. Encontramos estes produtos nas instituições religiosas, na

família, no Estado, nasleis, nas regras morais, nas instituições punitivas, nas

empresas, nas instituições científicas e tecnológicas, nas organizações

internacionais ecorporativas.

O sujeito social autônomo é aquele que circula e atua no conjuntoda vida

social de forma independente e participativa. Para isso, requer-seque ele

também seja capaz de estabelecer juízos de valor e assumir responsabilidades

pelas escolhas. O fundamento ético da humanidade seassenta no tripé

constituído pelo reconhecimento de si mesmo comosujeito (individualidade), na

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liberdade e na autonomia. A consciênciadeste tripé se frutifica pela ação

educativa, que constrói no ser humano acapacidade para incorporar estes

valores.Não se pode desconhecer, no entanto, as enormes dificuldadespara que

o ser humano atue na vida social norteado por essa regulação.

A interação social tem sido objeto de interesse na investigação científica desde o século passado. Tem, entretanto, assumido diferentes significados em função da leitura epistemológica que fundamentou sua investigação nos diferentes momentos históricos da Psicologia (Aranha, 1992).

Esta alternativa, embora desejável, parece-nos um pouco distante, pelas

inúmeras dificuldades que geralmente impedem a constituição de um grupo de

pesquisa desta natureza. Apesar disto, precisamos continuar explorando os métodos

para descrever o sistema em interação e, com isto, poder contribuir para o

estabelecimento e/ou aprofundamento dos pressupostos que norteiam as pesquisas

sobre interações e relações sociais, na perspectiva do desenvolvimento.

Com este propósito, e envolvidas com o estudo do desenvolvimento das

relações, vimo-nos desafiadas a enfrentar o problema de encontrar vias

metodológicas que favorecessem a análise quantitativa do fenômeno e que

viabilizassem a descrição objetiva e sistemática do processo de desenvolvimento de

uma possível relação. Para facilitar a descrição da solução encontrada, passaremos

a apresentar dois estudos realizados, um no contexto familiar e outro no contexto

escolar, enfatizando seus aspectos conceituais e metodológicos.

1.3 Educação Ambiental

Uma simplificação recorrente entre aqueles que não atuam diretamenteou

não se identificam como educador ambiental é pensar a educaçãoambiental

enquanto processo linear de desenvolvimento na história, umdesdobramento

direto de modalidades educacionais focadas na conservaçãoda natureza, já

existentes nos anos de 1950, para uma educação que pensa oambiente em sua

integralidade. Isso se mostra equivocado por dois motivos.Primeiro, porque

qualquer atividade social modifica sua qualidade por umconjunto complexo de

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relações e interações no tempo e não apenas por umacúmulo de conhecimentos.

Segundo, porque a educação ambiental éexpressão concreta e específica de

diferentes abordagens ambientalistas epedagógicas, que se configuraram nas

últimas quatro décadas, porém, demodo plural e tensionado. Segundo Brugger

“A crise ambiental é, portanto, muito mais a crise de uma sociedade do que

umacrise de gerenciamento da natureza, (Brügger, 1994:27).

1.3.1 Educação, sociedade e natureza

Educar é um fenômeno típico, uma necessidade ontológica de nossaespécie,

e assim deve ser compreendido para que possa ser concretamenterealizado.

Refere-se aos processos sociais relativos à aprendizagem – quese traduz na

dimensão pessoal pela percepção sensível, capacidade reflexivae atuação objetiva e

dialógica na realidade. Ocorre por meio de múltiplasmediações sociais e ecológicas

que se manifestam nas esferas individuais ecoletivas por nós compartilhadas, o que

pressupõe, em seu movimentoconstitutivo, os lugares e o momento histórico em que

vivemos.A educação se concretiza pela ação em pensamento e prática, pelapráxis,

em interação com o outro no mundo. Trata-se de uma dinâmica queenvolve a

produção e reprodução das relações sociais, reflexão eposicionamento ético na

significação política democrática dos códigosmorais de convivência. Educar é ação

conservadora ou emancipatória(superadora das formas alienadas de existência);

pode apenas reproduzirou também transformar-nos como seres pelas relações no

mundo,redefinindo o modo como nos organizamos em sociedade, como

gerimosseus instrumentos e como damos sentido à nossa vida. Isto não significavê-

la como o meio singular para a mudança de valores e de relações sociaisna

natureza e nem como dimensão descolada da dinâmica societária total.A educação

é promotorae resultante de várias relações em cada contexto histórico e, ao

mesmotempo em que permite a mudança.

A questão fundamental é compreendermos aeducação em sua concretude

para podermos avançar pela crítica e atuaçãoconsciente nas estruturas sociais,

reorganizando-as. Falar que a educaçãopode gerar a mudança vira discurso vazio

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de sentido prático se fordesarticulado da compreensão das condições que dão forma

ao processoeducativo nas sociedades capitalistas contemporâneas.Nossa unidade

enquanto ser se manifesta na indissociabilidade dasdimensões biológica e social. É

frágil conceber ser viável educar pela açãoindividualizada, sem perceber as

mediações e relações que nos constituem,ou pela ação afetiva e intuitiva descolada

da racionalidade na cultura.Assim posto, a Educação Ambiental procura arealização

humana em sociedade, enquanto forma de organização coletivade nossa espécie, e

não pela simples “cópia” de uma natureza descolada domovimento total.

A natureza deve ser pensada como movimento permanente de auto-

organização e criação do universo e, portanto, da vida. Define-se, em suagênese,

pelo sentido de ordem presente na organização cósmica, masigualmente pelo de

caos; pelo sentido de permanência e de variações, junçõese disjunções,

manutenção e ruptura (conservação e mudança).

Decorrentedesse tipo de entendimento da natureza, posso dizer que a cultura

é aespecificidade organizacional de nossa espécie. Em sociedade, comototalidade

dinâmica cultural, nos relacionamos produzindo e reproduzindo,aprendendo e

reaprendendo.

Sociedade de homens emulheres livres é a que permite o estabelecimento

democrático das relaçõessociais sustentáveis à vida planetária sem incorrer em

preconceitos edesigualdades que impossibilitem o exercício amplo da cidadania.a

educação ambiental não se refere exclusivamente às relações vistas comonaturais

ou ecológicas como se as sociais fossem a negação direta destas,recaindo no

dualismo, mas sim a todas as relações que nos situam no planetae que se dão em

sociedade – dimensão inerente à nossa condição comoespécie.

Assim, o educar “ambientalmente” se define pela unicidade dosprocessos que

problematizam os atributos culturais relativos à vida quandorepensa os valores e

comportamentos dos grupos sociais; com os que agemnas esferas política e

econômica – quando propicia caminhos sustentáveise sinaliza para novos padrões

societários.

1.3.2 Diferenciações entre a Educação Ambiental Transformadora e

aconvencional.

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A dita educação ambiental convencional,está centrada no indivíduo, no

alcançar condição de ser humano integral e harmônico, pressupondo aexistência de

finalidades previamente estabelecidas na natureza e de relaçõesideais que

fundamentam a pedagogia do consenso.

Focaliza o ato educativoenquanto mudança de comportamentos compatíveis

a um determinadopadrão idealizado de relações corretas com a natureza,

reproduzindo odualismo natureza-cultura, com uma tendência a aceitar a ordem

socialestabelecida como condição dada, sem crítica às suas origens históricas.

Educação entendida enfaticamente em sua dimensão individual,baseada em

vivências práticas de sensibilização, com asecundarização ou baixa compreensão

de que a relação do eu como mundo se dá por múltiplas mediações sociais;

Educação como ato comportamental pouco articulado à açãocoletiva e à

problematização e transformação da realidade de vida,despolitizando a práxis

educativa.

Como conseqüência, parte-seda crença ingênua e idealistade que as

mudanças das condiçõesobjetivas se dão pelo desdobramento das mudanças

individuais,faltando complexidade no entendimento das relações constituintesdo ser;

A Educação Ambiental Transformadora enfatiza a educação

enquantoprocesso permanente, cotidiano e coletivo pelo qual agimos e

refletimos,transformando a realidade de vida. Está focada nas

pedagogiasproblematizadoras do concreto vivido, no reconhecimento das

diferentesnecessidades, interesses e modos de relações na natureza que definem

osgrupos sociais e o “lugar” ocupado por estes em sociedade, como meiopara se

buscar novas sínteses que indiquem caminhos democráticos,sustentáveis e justos

para todos.

Baseia-se no princípio de que as certezassão relativas; na crítica e autocrítica

constante e na ação política como formade se estabelecer movimentos

emancipatórios e de transformação socialque possibilitem o estabelecimento de

novos patamares de relações nanatureza. Esta pode ser apresentada em três eixos

explicativos.

A educação transformadora busca redefinir o modo como nosrelacionamos

conosco, com as demais espécies e com o planeta.Aqui não cabe nenhuma formade

dissociação entre teoria e prática; subjetividade e objetividade;simbólico e material;

ciência e cultura popular; natural e cultural;sociedade e ambiente.

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24

Em termos de procedimentos metodológicos, a EducaçãoAmbiental

Transformadora tem na participação e no exercício dacidadania princípios para a

definição democrática de quais são asrelações adequadas ou vistas como

sustentáveis à vida planetáriaem cada contexto histórico.

Educar para transformar significa romper com as práticas sociaiscontrárias ao

bem-estar público, à eqüidade e à solidariedade,estando articulada necessariamente

às mudanças éticas que sefazem pertinentes.

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CAPITULO II ESCOTISMO

2.1 Baden Powell, O Fundador

Robert Stephenson Smith Baden Powell, nasceu em em 1857 na Inglaterra.

Desde sua infânciaera grande seu amor pela aventura e pela natureza. Em 1876,

quando terminou seus estudossecundários, ingressou no Exército. Como oficial de

carreira viajou muito, conhecendo grande partedo mundo. Durante suas viagens,

contatou tribos de guerreiros da África, vaqueiros americanos econviveu com índios

da América e do Canadá.

Conta-se que tudo começou durante a Guerra do Transval em 1899. Baden

Powell comandavaa guarnição do entroncamento ferroviário de Mafeking, cuja posse

era de grande valor estratégico. Acidade foi durante meses vítima de ataques de

forças inimigas muito superiores, e só se mantevegraças à inteligência e coragem de

seu comandante, cujas atitudes inspiravam a atuação de seuscomandados. Como

dispunha de poucos soldados, ele treinou todos os homens válidos da cidade

parausá-los como combatentes e para os serviços auxiliares, primeiros socorros,

comunicação, cozinha,etc., organizando um corpo de cadetes com adolescentes na

cidade.

As maneiras como os jovensdesempenhavam suas tarefas, seus exemplos de

educação, lealdade, coragem e responsabilidade,causaram grande impressão em

Baden Powell e, anos mais tarde, este acontecimento teria grandeinfluência na

criação do escotismo.Promovido ao posto de Major-General, Baden Powell, tornou-

se muito popular nos olhos deseus compatriotas e lançou um livro, dirigido para

militares – “Aids to Scouting” (“Subsídios paraReconhecimento” ou “Ajudas à

Exploração Militar”). Em 1907, com um grupo de vinte rapazes de 12a 16 anos,

Baden Powell foi para a Ilha de Brownsea, no Canal da Mancha, para realizar o

primeiroacampamento escoteiro, onde e quando ensinou-lhes uma porção de coisas

importantes: primeirossocorros, observação, técnicas de segurança para a vida na

cidade e na floresta, etc.

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26

O sucesso do livro,não só diante do público militar, mas também frente ao

público jovem, o incentivou a reescrever umaversão dedicada especialmente para

rapazes. Em 1908, escreveu o seu manual de adestramento, o"Escotismo para

Rapazes", em capítulos quinzenais que, inicialmente, foi publicado em fascículos

evendidos nas bancas de revistas ejornais. Os jovens ingleses se entusiasmaram

tanto com o livro, queele resolveu organizar e fundar o Movimento Escoteiro.

Em seguida, agora em 1910, Baden Powell compreendeu que o escotismo

seria a obra a quededicaria sua vida. Afastou-se do Exército e dedicou-se apenas ao

Movimento, que, rapidamente, seespalhou por vários países do mundo. “Dois anos

depois já havia 123 mil escoteiros espalhados nasnações que faziam parte do

Império Britânico” (In: [www.escotismo.com.br], consulta em junho de2005). Com

isso, a Coroa Inglesa reconheceu a utilidade da organização, que prestou

relevantesserviços ao país, colaborando nos esforços de mobilização e assistência

em conflitos. Em agosto de1920, no primeiro acampamento internacional, que os

escoteiros chamam de “jamboree”, realizado naInglaterra, os vinte mil jovens

presentes, representando 32 países, aclamaram Baden Powell, ChefeEscoteiro

Mundial.

Depois de vários anos de dedicação ao escotismo, viajando pelo mundo e

fundandoassociações escoteiras em vários países, Baden Powell sentiu suas forças

declinarem. Retirou-se entãopara uma pequena propriedade que possuía no Kenia,

na África. Ali, na companhia de sua esposa

dividia seu tempo entre a pintura, suas numerosas correspondências e as visitas de

seus amigos.

Elefaleceu aos 83 anos de idade, na madrugada de 8 de janeiro de 1941,

enquanto dormia.Anunciando que no mundo existem, hoje, 28 milhões de

escoteiros, presentes em 216 países eterritórios, a Região Interamericana da

Organização Mundial do Movimento Escoteiro informa-nosque, só ela, agrupa em

seus serviços mais de sete milhões de jovens e adultos, homens e

mulheres,integrantes de 32 organizações nacionais espalhadas pelo continente

americano (In: [http://www.wsbosi.cl]. Consulta em novembro de 2005).

2.2 O Escotismo No Brasil

Page 19: tcc escotismo formaçao social andrea klin

27

Em 1907, ano que o movimento escoteiro (Scouting for Boys) havia sido fundado,

váriosoficiais e praças da Marinha Brasileira estavam na Inglaterra e se

impressionaram com esse novométodo de educação complementar.O escotismo foi

introduzido no Brasil em 1908, por intermédiodesses marinheiros e oficiais de nossa

Marinha, que trouxeram consigo uniformes escoteiros e ointeresse de semear o

movimento no Brasil. No dia 14 de junho de 1910 foi oficialmente fundado noRio de

Janeiro, o Centro de Boys Scouts do Brasil.

A partir de 1914, surgiram em outras cidades vários núcleos, dos quais o mais

importante foi aAssociação Brasileira de Escoteiros, em São Paulo. A ABE espalhou

o movimento escoteiro por todoo país e, em 1915, já contava com representações

na maioria dos Estados Brasileiros.

Neste mesmoano, uma proposta para reconhecer o escotismo como de

Utilidade Pública resultou no Decreto doPoder Legislativo nº 3.297, sancionado pelo

Presidente Wenceslau Braz em 11 de junho de 1917 que,no Art. 1º, estabelecia:

“São considerados de utilidade pública, para todos os efeitos, as

associaçõesbrasileiras de escoteiros com sede no país”.

A primeira notícia sobre o Escotismo publicada no Brasil foi no dia 1o. de

dezembro de 1909, no número 13 da revista Ilustração Brasileira editada no Distrito

Federal, no Rio de Janeiro, e com circulação nacional. A reportagem tinha o título :

Scouts e a Arte de Scrutar; ocupava três páginas e apresentava 7 fotografias.

A matéria fora preparada na Inglaterra pelo 1o. Tenente da Marinha de

Guerra Eduardo Henrique Weaver, onde se encontrava a serviço. Teve, assim, a

oportunidade de presenciar o nascimento do Movimento Escoteiro – Scouting for

Boys, criado em 1907 pelo General Inglês Baden-Powell – B. P. Na época,

juntamente com o Tenente Weaver, encontrava-se na Inglaterra numeroso

contigente de Oficiais e Praças da Marinha – preparava-se para guarnecer os novos

navios da esquadra brasileira em construção.

Um grupo de suboficiais de entusiasmou com o revolucionário método de

educação complementar imaginado por B-P. Entre eles estava o Suboficial Amélio

Azevedo Marques que fez com que seu filho Aurélio ingressasse em um dos Grupos

Escoteiros locais. Assim, o jovem Aurélio Azevedo Marques foi o primeiro Escoteiro

Brasileiro ou, mais precisamente, o primeiro Boy Scout Brasileiro.  

Quando da vinda para o Brasil, os militares trouxeram consigo uniformes

escoteiros ingleses, no valor de trinta libras esterlinas. O Encouraçad "Minas

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28

Gerais", navio onde estava embarcada a maioria dos militares interessados em

trazer para o Brasil o Movimento Escoteiro, chegou ao Rio de Janeiro em 17 de abril

de 1910. No dia 14 de junho do mesmo ano, na casa número 13 da Rua do

Chichorro no Catumbi, Rio de Janeiro, reuniram-se, formalmente, todos interessados

pelo escotismo e embarcados nos navios que haviam chegado ao Brasil. Naquele

local foi oficialmente fundado o Centro de Boys Scouts do Brasil. O evento foi

informado aos jornais, os quais publicaram a carta recebida da Comissão Diretora.

A correspondência enviada começava nos seguintes termos: À imprensa

desta capital, brilhante e poderoso fator de progresso, campeã de todas as idéias

nobres, vem o Centro de Boys Scouts do Brasil, solicitar o auxílio de sua boa

vontade, o esteio de que necessita para que em todos os lares brasileiros penetre o

conhecimento do quanto à Pátria pode ser útil a instrução dos Boys Scouts. Anexo a

comunicação foi enviado documento que descrevia as Bases do Centro de Boys

Scouts do Brasil que assim começava:  

1o.- fica nesta data instituída uma sociedade de instrução, diversões e esportes para

meninos, semelhante em tudo que for possível a dos "Boys Scouts" da Inglaterra.  

O Tomo I – 1910 – 1924 Os primórdios do Escotismo do Brasil da história do

Escotismo Brasileiro, de autoria do Almirante Bernard David Blower, editado pelo

Centro Cultural do Movimento Escoteiro em 1994, é a publicação de referência para

a obtenção de informações mais complexas sobre este assunto que está sendo

abordado de maneira sucinta. Do mencionado livro, ao final do capítulo II –

Introdução no Brasil, transcreve-se: infelizmente, por diversas razões, a existência

do Centro (referindo-se ao Centro de Boys Scouts do Brasil) foi efêmera; entre essas

razões estavam o fato que de os dirigentes do Centro viajavam constantemente e

mesmo por terem alguns sido transferidos para unidades fora do Rio de Janeiro,

além da falta de conhecimento do pais sobre o alcance da novel instituição

concorrendo para a frequente ausência de seus filhos às atividades escoteiras de

campo. Segundo informações, já em 1914 não mais existia o Centro.

2.3 A Constituição da UEB

No final dos anos 10 e início dos anos 20, do século passado, apareceram

várias associações,confederações, federações, etc. de diferentes modalidades no

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29

Movimento Escoteiro, dissociadasinteiramente umas das outras, embora todas com

os mesmos princípios e atividades preconizadas porBaden Powell.

Fazia-se veemente apelo para que as associações escoteiras, existentes e

dispersas pelo Brasil,se unissem numa organização única que pudesse falar ao

mundo pelos escoteiros do país. A Históriada criação da União dos Escoteiros do

Brasil – UEB, está disseminada em todos os informes nacionaisdo movimento, ele

que, porém, “só veio a ganhar amplitude nacional com a fundação, em 1924, noRio

de Janeiro, da UEB - União dos Escoteiros do Brasil, que começou o processo de

unificação dosdiversos grupos e núcleos escoteiros dispersos no país. O trabalho só

foi consolidado por completo em1950”. (In: [www.escotismo.com.br], consulta em

ABRIL de 2012).

O escotismo é praticado no Brasil por pessoas físicas ou jurídicas autorizadas

pela UEB3,como assegura a legislação, expressa no Decreto nº 5.497 de 23 de julho

de 1928 e o Decreto-Lei nº8.828 de 24 de janeiro de 1946. Desde sua fundação, a

UEB é titular do registro internacional junto àOrganização Mundial do Movimento

Escoteiro (World Organization of the Scout Movement -WOSM), possuindo

exclusividade para implementação, coordenação e prática do Escotismo no Brasil.

O ingresso e a participação no escotismo são voluntários, sendo que a idade

mínima para oingresso é aos sete anos, não havendo limite máximo nem

discriminação de raça ou sexo. Como évoluntário, todos os membros do movimento

ficam responsáveis, cada um a seu nível, a cumprir osprincípios, fins e métodos do

escotismo. O sucesso do Escotismo está baseado no seu método próprio.

Ele vai de encontro aos anseios normais dos jovens, proporcionando

maneiras atraentes de realizar. O Método Escoteiro caracteriza-se pela aplicação

eficientemente planejada e sistemática avaliação em diversosníveis do movimento,

nos seguintes pontos: aceitação da Promessa e Lei Escoteira; aprender fazendo;

vida emequipe; atividades progressivas, atraentes e variadas; e desenvolvimento

pessoal pela orientação individual.seus desejos e aspirações, orientando-os, ao

mesmo tempo, para finalidades socialmente úteis, pormeio de jogos, costumes,

tradições, trabalhos manuais, explorações, acampamentos, etc.

2.4 Objetivos do Movimento Escoteiro.

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30

É um movimento educacional mundial, voluntariado, apartidário e sem fins

lucrativos. A proposta visa o desenvolvimento do jovem, por meio de um sistema de

valores que prioriza a honra. Esse sistema se baseia na Promessa e Lei Escoteiras.

Foi gestado como um tipo de associação voluntária e embora tenha surgido

como uma prática educacional extra escolar fundamentava-se em princípios

baseados na educação pelos sentidos, pela observação e pela experiência,

características estas do método intuitivo, propalado por Pestalozzi. Segundo ele

“Aprende-se a fazer e a conhecer, fazendo”. (1946, p. 15).

O trabalho em equipe e a vida ao ar livre promovem atividades de

interpretação do meio, de respeito às dinâmicas terrestres. O jovem Escoteiro

assume seu próprio desenvolvimento, por meio da fraternidade, altruísmo,

responsabilidade, lealdade, respeito e disciplina, princípios também da Educação

Ambiental.

Para o objetivo maior os escoteiros devem fazer o melhor possível para que

se tornem adultos conscientes e solidários com as causas ligadas à sociedade e à

natureza.Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizado um levantamento

de dados junto a União dos Escoteiros do Brasil (UEB) e entrevistas com Escotistas

de varias idades e profissões presentes no grupo de escoteiro do ar capelão

capitão Vicente Aguiar. O objetivo foi demonstrar como um movimento de ensino

não-formal se incorporou na educação formal no Brasil, e aspectos da Educação

Ambientalpresentes no Projeto Político Pedagógico.

2.5Movimento escoteiro o que é

Somos um movimento de educação não formal, que se preocupa com o

desenvolvimento integral dos jovens, complementando o esforço da família, da

escola e de outras instituições.

Somos um movimento de jovens e para jovens, com a colaboração de

adultos, unidos por um compromisso livre e voluntário.

Queremos o desenvolvimento do ser humano como um todo e de todos os

seres humanos. O ser humano, homem e mulher, na plenitude de sua existência e

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31

na riqueza de suas semelhanças e diferenças. O ser humano em sua identidade

singular e em sua cultura, sem distinção de origem social, raça e credo.

Educamos para a liberdade e procuramos desenvolver a capacidade de

pensar criativamente, mais do que a aquisição de conhecimentos ou habilidades

específicas. Fortalecemos nos jovens a vontade de optar por uma escala de valores

que dê sustentação a suas vidas e os convidamos a agir de forma coerente com

essa opção. Caminhamos em busca de Deus e estimulamos o jovem a dar

testemunho de sua fé, vivendo ou buscando a religião que a expresse.

2.6 Quem pretendemos formar?

Um homem ou uma mulher reto de caráter, limpo de pensamento, autêntico

na forma de agir, leal, digno de confiança;

Um homem ou uma mulher capaz de tomar suas próprias decisões, respeitar o ser

humano, a vida, e o trabalho honrado; alegre e capaz de compartilhar sua alegria,

leal ao seu país, mas construtor da Paz, em harmonia com todos os povos;

Um homem ou uma mulher líder a serviço do próximo, integrado ao

desenvolvimento da sociedade, capaz de dirigir, de acatar as leis, de participar,

consciente dos seus direitos, sem se descuidar de seus deveres;

Forte de caráter, criativo, esperançoso, solidário e empreendedor;Um homem

ou uma mulher amante da natureza, capaz de respeitar sua integridade; guiado por

valores espirituais, comprometido com seu projeto de vida, em permanente busca de

Deus, e coerente em sua fé; Capaz de encontrar seus próprios caminhos na

sociedade e ser feliz.

2.7Método escoteiro

O Método Escoteiro define-se como um sistema de auto-educação

progressiva, combinando diversos elementos: 

- Aceitação voluntária da lei e promessas escoteiras, tomando-as também como

compromisso ético perante os companheiros; Educação por meio da ação, com

base na auto-confiança e iniciativa; Combinação equilibrada de atividades variadas

como jogos ao ar livre em contato com a natureza; Integração em equipe para

melhorar a socialização;Vida ao ar livre, valorizando a natureza e defendendo sua

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32

conservação;Prestação de serviços interativos com a comunidade; Prática de

orientação individual para desenvolvimento pessoal.

1. ACEITAÇÃO DA LEI E DA PROMESSA ESCOTEIRA

Todos aqueles que querem fazer parte do Movimento Escoteiro devem aceitar

a Lei e a Promessa Escoteira, e o fazem voluntariamente, pois ninguém é obrigado a

ser Escoteiro. Aceitar a Lei e a Promessa significa prometer vivenciá-las, assumir

um compromisso de vida, um código de ética e de comportamento. Ninguém é

obrigado a aceitar a Lei e a Promessa, mas a partir do momento que o faz espera-se

um esforço para observá-las.

2. APRENDER FAZENDO

O Escotismo prega o aprendizado pela prática, pela ação, valorizando o

treinamento para a autonomia baseado na autoconfiança e iniciativa, desenvolvendo

os hábitos da observação e dedução. Não usamos aulas para transmitir informações

ou impingimos aos jovens exercícios teóricos com o objetivo de adquirir

conhecimento. Nós preferimos fazer com que todos aprendam com a prática e que o

erro seja visto como um passo em busca do acerto. Os jovens devem ser

incentivados a desenvolverem suas habilidades e gostos pessoais, cabendo ao

Escotista criar oportunidade para tal. 

3. VIDA EM EQUIPE

A vida em equipe significa a integração a pequenos grupos, que são as

unidades de trabalho nas Seções. O pequeno grupo possibilita a descoberta

progressiva de responsabilidade e prepara o autocontrole, por meio da disciplina

consciente assumida voluntariamente além de desenvolver a capacidade tanto para

liderar quanto para cooperar. Nos Ramos Escoteiro e Sênior este ponto é aplicado

sob o nome de Sistema de Patrulhas. 

4. ATIVIDADES PROGRESSIVAS, ATRAENTES E VARIADAS

As atividades são o elemento que dispomos para atrair os jovens no

Movimento Escoteiro. Para tal, é necessário que se atendam aos anseios, as

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33

características e necessidades de cada faixa etária. As atividades definidas,

programadas com a participação dos jovens de acordo com cada Ramo, asseguram

seu interesse e seu envolvimento. Eles vão ao Grupo para se divertir e nós

utilizamos as atividades para ajudá-los na sua auto-educação. As atividades devem

ser programadas de maneira progressiva não somente em duração, mas em termos

de exigências de técnicas, habilidades e amadurecimento e de oferecer aos jovens

desafios e aventuras de acordo com a sua evolução no Grupo, ou vivência dos

diferentes Ramos. 

As atividades devem ser atraentes e variadas. Elas serão atraentes quando

afinadas com os desejos e necessidades dos jovens. As atividades escoteiras

compreendem jogos, capacitação em técnicas úteis estimuladas por um sistema de

distintivos, a vida ao ar livre e em contato com a natureza, a interação com a

comunidade, a Mística Escoteira e o Ambiente Fraterno. 

5. DESENVOLVIMENTO PESSOAL COM ORIENTAÇÃO INDIVIDUAL

O chefe escoteiro deve acompanhar o desenvolvimento de cada jovem

individualmente. Deve identificar suas qualidades e deficiências para melhor orientá-

lo e criar oportunidades para que ele se supere. Manifestar interesse pelas coisas

que ele faz, gosta, oferecer ajuda e orientação são alguns passos para conquistar a

amizade do jovem. Portanto, o chefe deve considerar a realidade e o ponto de vista

de cada jovem, identificar as potencialidades de cada um e dar o exemplo.

Individualmente, muitos desses pontos são ferramentas de outras formas de

educação. Mas no escotismo eles fazem parte de um todo, tornando o Método

escoteiro único.

Os elementos atuam como uma rede, e podem ser visto singularmente como:

Cada um tem uma função específica;

Interação de cada um reforça o mesmo;

Contribuí para toda proposta a ser atingida.

Uma importante característica do sistema é a sinergia criada, o efeito do sistema

é muito maior do que um elemento sozinho. Cada elemento do Método tem função

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34

educacional; cada elemento completa o impacto do outro. Se algum elemento se

perde ou não é utilizado propositadamente, o sistema não pode servir para a

proposta inicial - o progressivo e holístico desenvolvimento do jovem.

O Método Escoteiro foi desenvolvido para estimular o desenvolvimento do jovem

para além dos anos de escotismo. Isso significa que funciona para todos os jovens

mesmo que ele tenha oitenta anos.

Pode parecer que há um erro, uma pessoa não pode estar fisicamente em

contato com o mundo natural e dando suporte a um hospital, mas ela pode sim

conter elementos da natureza como um plano de fundo, ou mesmo presente

utilizando métodos que não deteriorem a natureza, por exemplo.

O sistema natural de progressão de auto-educação

O Método Escoteiro é um sistema de progressão, a intenção é estimular que

cada jovem desenvolva suas capacidades e seus interesses. Ele faz isso colocando

desafios a serem superadas, aventuras, incentivando a explorar, a descobrir, a

experimentar, a inventar e a criar a capacidade de achar soluções; mas sempre os

respeitando individualmente, suas barreiras.

2.8 Atividades escoteiras

- Acantonamento: atividade ao ar livre, em área fixa com pernoite em construção

coberta; - Acampamento: atividade ao ar livre em área fixa com pernoite em

barracas; - Acampamento Volante: atividade ao ar livre, onde os participantes se

deslocam por um trajeto, por qualquer meio de transporte terrestre, com pernoite no

local seguindo viagem no dia seguinte; - Bivaque: atividade ao ar livre em área fixa

ou etinerante, com pernoite em abrigo mateiro, construído com recursos naturais ou

excepcionalmente com auxílio de uma lona; - Jornada: atividade ao ar livre, onde os

participantes deslocam-se por um trajeto superior a 15 quilômetros, por qualquer

meio de locomoção não motorizado (caminhando, de bicicleta, barco etc.), podendo

ou não pernoitar no local; - Excursão: atividade ao ar livre com duração superior a 1

dia, integrando as atividades desenvolvidas em mata, áreas de preservação

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35

ambiental, perfeita flora e fauna, cachoeiras e outros; - Passeio: ar livre, não superior

a 1 dia, como visitas a parques, museus e exposições.

2.9 Escotismo e meio ambiente

O escotismo disseminou-se em quase todo o mundo, sendo um movimento

respeitado e simpático às pessoas que complementa a educação escolar e familiar. 

Alicerçado em sólidos princípios morais, comportamentais e educacionais, o

escotismo prega principalmente a fraternidade, a vida em contato com a natureza e

sem vícios, estando muito preocupado com a formação de jovens com atitudes

sadias e corretas perante a sociedade. O escotismo procura também incutir nos

jovens o amor à Pátria, incentivando-os a uma participação mais ativa nas questões

sociais. 

Ao se tornar escoteiro o jovem faz “a promessa” de obedecer a Lei do

Escoteiro e assume compromissos que  seguidos fielmente ajudarão em sua

formação e servirão para elevar o seu conceito e estima no lar, escola e entre os

amigos, pois ele se diferenciará dos demais jovens pelas virtudes que cultua. 

Quanto as suas atividades quase todas são feitas ao ar livre, na natureza como

acampar, caminhar e desbravar lugares de grande beleza e o mais emocionante: as

vezes selvagens. 

Já as brincadeiras entre os escoteiros são sempre direcionadas pelos chefes

que também participam. Há  o “Fogo de Conselho” que é quando os membros do

grupo se reúnem a noite a volta de uma fogueira para discutir assuntos de

interesses de todos, com momentos de reflexão. Há também festividades em que a

presença dos escoteiros é imprescindível como nas festas cívicas. 

Dessa forma, ser Escoteiro é muito gratificante e só trará vantagens ao jovem,

principalmente porque propiciará um contato direto com a Natureza, sempre

procurando respeitá-la e preservá-la. 

Seu lema de vida e exemplo são vigorosos incentivos ao aperfeiçoamento da

educação ambiental, colaborando assim na preservação do meio ambiente sadio,

dever de todos (Silveira ;art. 225 da Constituição Federal) .

2.10 Ramos escoteiros

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36

A família escoteira está organizada em “ramos”, que se distinguem por

programas e atividades diferentes, dentro da mesma metodologia escoteira:

a) Lobinho, para meninos e meninas de 7 a 10 anos, indistintamente denominados

lobinhos;

b) Escoteiro, para rapazes e moças de 11 a 14 anos, indistintamente denominados

escoteiros;

c) Sênior, para rapazes e moças de 15 a 17 anos, indistintamente denominados

seniores;

d) Pioneiro, para rapazes e moças de 18 a 21 anos (incompletos), indistintamente

denominados

pioneiros. (Anexo L, tabela VI)

Nestes intervalos abertos, a passagem de um ramo para o seguinte pode ser

feita quando o lobinho contar de 10 a 11 anos, o escoteiro de 14 a 15 anos e o

sênior de 17 a 18 anos, levando em conta as características individuais de cada

criança ou jovem. As meninas e moças, antes denominadas “Bandeirantes”, agora

são consideradas “Escoteiras”.

2.10.1 RAMO LOBINHO

No grupo escoteiro a seção que se reúne as crianças que tem entre 7 e 10

anos recebe o nome de Alcatéia. Esta alcatéia está dividida em matilhas, sendo que

cada uma recebe uma cor. Assim as crianças se reúnem, tornam-se amigas, e

juntas vão ter os primeiros ensinamentos do método escoteiro. Na alcatéia a criança

aprende viver em grupo, a ser responsável pelas suas próprias coisas.

O fundo de cena da Alcatéia é baseado nas fábulas do “O Livro da Selva” de

Rudyard Kipling. Como Mowgli, nossos lobinhos e lobinhas vivem como o Povo Livre

da Selva e aprendem a serem livres por meio da solidariedade e do respeito à lei. A

autoridade máxima da alcatéia é Aquelá, o lobo mais velho e experiente a quem

todos os lobos devem respeito. Os outros personagens contribuem para educação

dos lobinhos, personificando o caráter e sabedoria temos o urso Baloo, a habilidade

e a força temos a pantera Bagheera e a inteligência da serpente Kaa.

Baden Powell não havia fixado um limite de idade mínima, nem máxima para

o ingresso de meninos no Movimento Escoteiro. Como conseqüência disso, as

tropas tinham meninos cujas idades variavam entre 9 a 18 anos. Levantaram-se

agudas e persistentes vozes dos meninos que eram muito pequenos para serem

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37

escoteiros, irmãos menores. Os primeiros esforços de trabalhar com meninos

menores não obtiveram sucesso. Alguns escoteiros sentiram em receber estas

crianças como "JuniorScouts" (Escoteiros Juniores), mas os resultados foram

desastrosos. A primeira tropa desestruturou-se, os mais velhos não desejavam

misturar-se com os pequenos e estes não conseguiram acompanhar as vigorosas

atividades feitas pelos escoteiros.

Em novembro de 1913, surgiu um projeto intitulado “Regras para escoteiros

menores”. Com mudanças e emendas, em 1914, foi publicado o esquema para

"Lobinho" ou "Jovem Escoteiro" que não era mais que uma forma modificada de

adestramento de escoteiros. Em seguida, veio um manual próprio para os pequenos,

de 7 a 10 anos de idade, abordando um método com características especiais. Lema

do ramo lobo: Melhor Possível, que significa tentar fazer sempre o seu melhor em

tudo que fizer.

Promessa do Lobinho

Prometo fazer o melhor possível para:Cumprir meus deveres para com Deus

e minha Pátria;Obedecer à Lei do lobinho e fazer todos os dias uma boa ação.

Lei do Lobinho

I. O Lobinho ouve sempre os Velhos Lobos.

II. O Lobinho pensa primeiro nos outros.

III. O Lobinho abre os olhos e os ouvidos.

IV. O Lobinho é limpo e está sempre alegre.

V. O Lobinho diz sempre a verdade.

2.10.2 RAMO ESCOTEIRO

A Tropa Escoteira é o ramo escoteiro em que ficam jovens de 11 a 14 anos

de idade de ambos os sexos. O programa educativo e as etapas do escoteiro visam

aumentar os conhecimentos e aumentar sua autoconfiança. Na Tropa Escoteira o

jovem aprende a conviver em equipe, o sistema de patrulha, o respeito à natureza e

muitas outras coisas necessárias nessa faixa de idade. 

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38

A organização da Tropa Escoteira pode ser só de escoteiros, só de escoteiras

ou mista. A tropa é dividida em no máximo 4 patrulhas, que são equipes de 5 a 8

jovens. Cada tropa é independente para fazer sua própria programação, como por

exemplo, seus próprios acampamentos.

Cada patrulha tem como símbolo e nome um animal, uma estrela ou uma

constelação.Todos os seus membros devem conhecer suas principais

características. Os fatos marcantes da vida da patrulha devem ser indicados no

bastão e na bandeirola da patrulha. Cada patrulha tem o seu monitor, que é

responsável pela administração, disciplina, treinamento, atividades e boa

apresentação de sua patrulha, ajudado pelo sub-monitor. Esses dois jovens são

escolhidos pela chefia após passar por uma "corte de honra". 

Antes de completar 15 anos de idade, o Escoteiro ou Escoteira é

encaminhado para a Tropa Sênior ou Tropa Guia, depois de fazer a "rota" para se

adaptar na futura tropa, o Escoteiro ou a Escoteira passa por uma cerimônia de

passagem na qual se despede da Tropa.Lema da tropa escoteira: sempre alerta o

que significa que você está sempre preparado, atento, física e mentalmente, para

cumprir o dever para com Deus, com a Pátria e com o Próximo

LEI ESCOTEIRA

Conceitos inerentes à Lei Escoteira

Honra, integridade, lealdade, presteza, amizade, cortesia, respeito e proteção

da natureza, responsabilidade, disciplina, coragem, ânimo, bom-senso, respeito pela

propriedade e auto-confiança.

Quando Baden-Powell idealizou a Lei Escoteira, decidiu não estabelecer leis

proibitivas, mas conceitos para formação de pessoas benévolas, para que, desta

forma, o jovem escoteiro tivesse onde se espelhar e pudesse se orientar.

Os dez artigos da Lei Escoteira

1. O ESCOTEIRO TEM UMA SÓ PALAVRA; SUA HONRA VALE MAIS DO QUE A

PRÓPRIA VIDA.

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"A Honra para um Escoteiro é ser digno de toda confiança. Como um Escoteiro,

nenhuma tentação, por maior que seja, e embora seja secreta, irá persuadi-lo a

praticar uma ação desonesta ou escusa, mesmo muito pequena. Você não voltará

atrás a uma promessa, uma vez feita. A palavra de um Escoteiro equivale a um

contrato. Para um Escoteiro, a verdade, e nada mais que a verdade." Baden-Powell

2. O ESCOTEIRO É LEAL.

"O Escoteiro é leal à Pátria, à Igreja, às autoridades do governo, aos seus pais, seus

chefes, seus patrões e aos que trabalham como seus subordinados. Como um bom

cidadão, você é de uma equipe, jogando o jogo honestamente, para o bem do

conjunto. Você merece a confiança do governo de sua pátria, do Movimento

Escoteiro, dos seus amigos e companheiros de Patrulha, de seus patrões ou de

seus empregados, que esperam que você seja correto, fazendo o melhor possível,

em benefício deles, ainda quando eles não correspondem sempre bem ao que você

espera deles. Além disso, você é leal também a si mesmo; você não quer diminuir

seu respeito a si mesmo jogando mal de propósito; nem vai querer decepcionar ou

ficar em falta com outro homem, nem, tampouco, com outra mulher." Baden-Powell

3. O ESCOTEIRO ESTÁ SEMPRE ALERTA PARA AJUDAR O PRÓXIMO E

PRATICA DIARIAMENTE UMA BOA AÇÃO.

"O dever do Escoteiro é ser útil e ajudar a todos. Como Escoteiro, seu mais alto

objetivo é servir. Você deve merecer a confiança de que, em qualquer ocasião,

estará pronto a sacrificar tempo, trabalho, ou, se necessário, a própria vida pelos

demais. O sacrifício é o sal do serviço." Baden-Powell

4. O ESCOTEIRO É AMIGO DE TODOS E IRMÃO DOS DEMAIS ESCOTEIROS.

"É amigo ou irmão, não importando a que país, classe ou credo o outro possa

pertencer. Como Escoteiro, você reconhece as demais pessoas como sendo, com

você, filhos do mesmo Pai, e não faz caso de suas diferenças de opinião, casta,

credo ou país, quaisquer que elas sejam. Você domina os próprios preconceitos e

procura encontrar as boas qualidades que tenham; o defeito deles qualquer um pode

criticar. Se você põe em prática esse amor pelas pessoas de outros países e ajuda a

fazer surgir a paz e a boa vontade internacionais, isto será o Reino de Deus na terra.

O mundo inteiro é uma fraternidade." Baden-Powell

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40

5. O ESCOTEIRO É CORTÊS.

"Como os antigos cavaleiros, você, sendo um Escoteiro, é, sem dúvida, polido e

atencioso com as mulheres, velhos e crianças. Mas, além disso, você é polido

mesmo com aqueles que estão contra você. Aqueles que têm razão, não precisam

perder a calma; aqueles que não têm razão, não podem se dar ao luxo de perdê-la."

Baden-Powell

6. O ESCOTEIRO É BOM PARA O ANIMAIS E AS PLANTAS.

"Você reconhecerá como companheiras as outras criaturas de Deus, postas, como

você, neste mundo, durante certo tempo, para gozar suas existências. Maltratar um

animal é, portanto, um desserviço ao Criador. Um Escoteiro deve ter um grande

coração." Baden-Powell

7. O ESCOTEIRO É OBEDIENTE E DISCIPLINADO.

"O Escoteiro obedece, de boa vontade, sem vacilar, às ordens de seus pais,

Monitores e Chefes. Como Escoteiro, você se disciplina e põe-se, profunda e

voluntariamente, às ordens das autoridades constituídas, para o bem geral. A

comunidade mais feliz é a comunidade mais disciplinada; a disciplina, porém, deve

vir do íntimo, e nunca ser imposta de fora. Por isso, tem um grande valor o exemplo

que você der aos demais nesse sentido." Baden-Powell

8. O ESCOTEIRO É ALEGRE E SORRI NAS DIFICULDADES.

"Como Escoteiro você será visto como o homem que não perde a cabeça e que

agüenta qualquer crise com ânimo alegre, coragem e otimismo." Baden-Powell

9. O ESCOTEIRO É ECONÔMICO E RESPEITA O BEM ALHEIO.

"Como Escoteiro, você olhará para o futuro e não irá dissipar tempo e dinheiro com

prazeres do momento, mas, ao contrário, fará uso das oportunidades do momento

tendo em vista o futuro sucesso. Você fará isso com a idéia de não ser um ônus,

mas uma ajuda para os demais." Baden-Powell

10. O ESCOTEIRO É LIMPO DE CORPO E ALMA.

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41

"O Escoteiro é limpo em pensamento, palavra e ação. Como Escoteiro, espera-se

que você tenha não só uma mente limpa, como também uma vontade limpa; seja

capaz de controlar quaisquer tendências intemperadas do sexo; dê um exemplo aos

demais sendo puro, franco, honesto em tudo que pensa, diz ou faz." Baden-Powell

2.10.3 RAMO SENIOR

A Tropa Sênior/Guia é o ramo escoteiro em que ficam os jovens de 15 a 17

anos de idade de ambos os sexos. O programa educativo e as etapas do sênior e da

guia visam aumentar os conhecimentos e treinamento para o desenvolvimento

físico, moral, intelectual, espiritual e social. é introduzido valores de vida,

autodomínio, coragem, amizade, respeito e autoconfiança suficiente para enfrentar

qualquer situação. 

A Tropa Sênior (masculina), Tropa Guia (feminina) ou Tropa Sênior Mista é

dividida em no máximo 4 patrulhas de 4 a 6 jovens. Cada patrulha adota um nome

característico, que pode ser o de algum acidente geográfico bem conhecido pela

patrulha ou de uma tribo indígena nacional. é facultado às patrulhas que até 30 de

abril de 1990 tenham adotado nome de um grande vulto ou personalidade histórica

nacional, conservar o nome adotado. 

Nos trabalhos e atividades que, por sua natureza, exijam interesses,

habilidades ou conhecimentos avançados, as patrulhas poderão ceder lugar a

equipes de trabalho, integradas por membros de diferentes patrulhas, cabendo a

coordenação de cada equipe ao seu integrante melhor qualificado. 

Na Tropa Sênior/Guia ficam os jovens numa idade de muitas mudanças,

idéias e ideais novos, valores que estão mudando. Nessa tropa, o relacionamento

entre a chefia e os membros é bastante distante da Tropa Escoteira, pois os

membros já têm uma maturidade suficiente para seguir seus próprios caminhos

sendo auxiliados pelos chefes. A Tropa Sênior/Guia normalmente é a que exige um

maior esforço físico e um alto grau de conhecimento, o que permite os jovens

evoluírem muito. Todos que um dia passaram pela Tropa Sênior/Guia sabem o valor

que essa tem e o quanto essa fase foi boa e importante para seu crescimento na

vida. Para quem ainda não chegou lá, boa sorte e aproveitem muito se tiverem a

oportunidade! 

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42

Antes de completar 18 anos de idade, o sênior ou a guia é encaminhado para

o Clã Pioneiro, depois de passar pela "ponte" para se adaptar na futura tropa, o

jovem passa por uma cerimônia de passagem na qual se despede da Tropa

Sênior/Guia.  Lema da tropa sênior: sempre alerta igual a tropa escoteira.

2.10.4 RAMO PIONEIRO

O Clã Pioneiro é o ramo escoteiro em que ficam os jovens adultos de 18 a 21

anos incompletos de ambos os sexos. O programa educativo e as etapas do

pioneiro ou da pioneira visam aumentar a integração do jovem ao mundo, voltando-

se ao serviço a comunidade e o exercício de cidadania com base nos valores da

Promessa e Lei Escoteira. O lema pioneiro é SERVIR.

A unidade onde ficam os pioneiros e pioneiras é chamado de Clã. o Clã Pioneiro

pode ser masculino, feminino ou misto.

O Clã é orientado por um Mestre Pioneiro e/ou uma Mestra Pioneira que

podem ter seus assistentes. A Comissão Administrativa do Clã ou o Conselho do Clã

é a autoridade para tratar de todos os assuntos internos de administração, finanças,

disciplina e programação. O Mestre Pioneiro detém o poder de veto, que deverá

exercitar em casos excepcionais de forma a balizar as atividades dentro dos

princípios do Escotismo.

A guerra de 1914, entretanto, impediu que a Sociedade se desenvolvesse. Ao

término da guerra, o problema dos jovens assumiu importância maior, por causa dos

que descobriram a existência do Escotismo, mas já haviam ultrapassado a idade de

16 ou 17 anos de idade. Assim, em setembro de 1918, foi escrito um folheto

intitulado “Regulamento dos Rovers” (Pioneiros), dentro do Movimento Escoteiro.

Em 1920 foram publicados, em duas partes, “Notas sobre o Adestramento dos

Rovers”.

O passo seguinte, importante para o desenvolvimento do Pioneirismo, foi a

publicação por Baden Powell de seu livro “Caminho para o Sucesso”, com o objetivo

de estimular, inspirar e aconselhar os Pioneiros.

O Pioneirismo é “uma ação ativa e efetiva sobre todos os componentes da

estrutura individual” porque cria condições, no sentido de desenvolver, no jovem, os

valores referentes à reflexão, à ação e à avaliação, utilizando, para isso, o Clã como

meio. A origem do lema pioneiro “Servir”.  

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43

O Lema Pioneiro “SERVIR” foi adotado por B.P. com base no escudo de

armas do Príncipe de Gales, título que até hoje é utilizado pelo futuro herdeiro da

Coroa Britânica.Se observarmos atentamente o escudo, nos depararemos com um

detalhe curioso: a inscrição que se encontra no liste diz “ICH DIEN”, que não é um

termo da língua inglesa, mas do alemão antigo.

Esse escudo pertencia ao rei João de Luxemburgo, filho do Imperador

Henrique VII, da Prússia (atual Alemanha). O rei João foi morto na batalha de Crecy

quando combatia a Inglaterra, que estava sob o comando do filho do Rei da

Inglaterra, chamado de Príncipe Negro.

Terminado a batalha de Crecy, os estandartes ingleses anunciavam a vitória

do Príncipe Negro, que cavalgando pela arena, encontrou o corpo do Rei morto.

Sendo informado dos pormenores da morte do Rei, ficou impressionado com a

nobreza e dedicação de João, pelo que decidiu levar seu escudo daquele lugar.

Tempos depois, o escudo do Príncipe de Gales estava formado por uma

coroa adornada por três plumas de avestruz, em posição assemelhada de uma flor

de lis, tendo na parte inferior um listel com os dizeres “ICH DIEN”, “EU SIRVO”, em

língua alemã.

B.P. considerou que a herança que guarda a palavra “SERVIR” é digna de ser

portada por todos aqueles que, em suas ações e palavras, demonstram, com

orgulho e honra, o espírito de ser um Verdadeiro Pioneiro.

A “Forquilha Pioneira” encerra, no seu simbolismo, o firme propósito do

Pioneiro Investido de continuar enriquecendo o processo de sua vida por

pensamentos e ações melhores, razão porque, o Mestre Pioneiro deve incentivar

aos jovens que entram no Clã a se tornarem Pioneiros Investidos, possuindo, cada

um, a sua Forquilha.

A Forquilha é feita de um galho de árvore e se constitui de quatro partes:

Ponteira: na parte inferior da haste, representa, simbolicamente, a base de toda a

vida do Pioneiro, ou seja, seu caráter sem mancha;

Haste: representa o caminho reto que o Pioneiro deve palmilhar, em sua vida,

como homem de caráter, consciente de suas responsabilidades;

Nós da haste: são dificuldades, os obstáculos a serem transpostos no seu

caminhar pela estrada da vida;

V da forquilha: simbolicamente, é a vitória, coroando uma vida dignificante,

honesta, proveitosa.

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44

Virtudes Pioneiras X Leis Escoteiras.

VERDADE. O Escoteiro tem uma só palavra; sua honra vale mais do que a

própria vida.

LEALDADE. O Escoteiro é leal.

ALTRUíSMO. O Escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica

diariamente uma boa ação.

FRATERNIDADE. O Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais

Escoteiros.

O Escoteiro é cortês.

BONDADE. O Escoteiro é bom para os animais e as plantas.

O Escoteiro é obediente e disciplinado.

FELICIDADE. O Escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades.

CONSCIÊNCIA. O Escoteiro é econômico e respeita o bem alheio.

PUREZA. O Escoteiro é limpo de corpo e alma.

2.11 Valores Do Movimento Escoteiro

Missão

A missão do escotismo é contribuir para a educação do jovem, baseado em

sistema de valores baseados na Promessa e na Lei Escoteira, ajudando a construir

um mundo melhor, aonde se valorize a realização individual e a participação

construtiva em sociedade.

Visão

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O Movimento Escoteiro, é um movimento global que produz uma real

contribuição na criação de um mundo melhor.

Princípios do Escotismo

A Organização Mundial do Movimento Escoteiro define como Princípios do

Escotismo:

1. Dever para com Deus (crença e vivência de uma fé, independentemente de

qual seja);

2. Dever para com os outros (participação na sociedade, boa ação, serviço ao

próximo);

3. Dever para consigo próprio (crescimento saudável e auto desenvolvimento).

Desenvolvimento físico

Proporcionar o desenvolvimento físico do jovem por meio de jogos ao ar livre,

exercícios, excursões e acampamentos.

Desenvolvimento moral

A finalidade é o caráter com um propósito. E o propósito é que essa geração

seja sadia no futuro, para desenvolver a mais alta forma de compreensão e dever

para com Deus, pátria e próximo.

Desenvolvimento intelectual

Dá-se uma preparação adequada pelo conhecimento adquirido em cada uma

das etapas como cozinha; campismo, nós, natação e salvamento; primeiros

socorros; regras de segurança, orientação, transmissão de sinais, estudo da

natureza, entre outros. (anexo M, tabela VII).

2.12 Modalidades

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46

Existem três vertentes do Escotismo, diferenciando somente no foco de suas

atividades, mas preservando os valores:

Modalidade Básica

A Modalidade Básica, caracterizada pelo escoteiro típico, sendo a modalidade

com o maior número de integrantes, apresenta grande flexibilidade de atividades e

com formação geralmente mais voltada para a atividade excursionista, campismo e

montanhismo.

Os acampamentos exigem inúmeras técnicas escoteiras, dentre elas a que se

destaca é a pioneiria, uma forma de suprir a necessidade de móveis e como um

modo de proteção, normalmente constituídas por troncos de madeira e unidas

através de amarras.

Modalidade do Mar

O que caracteriza o Escotismo Modalidade do Mar é que eles realizam suas

atividades preferencialmente na água, onde quer que exista água em quantidade e

profundidade suficientes para que uma embarcação possa navegar, seja ela de que

tipo for. Sendo assim podem existir Escoteiros do Mar, seja esta água de mar, de rio,

lago, lagoa ou pantanal. Procurando desenvolver nos jovens o gosto pela vida no

mar, pelas artes e técnicas marinheiras, pela navegação à vela e a motor, pelas

viagens e transportes marítimos, pela pesca, pelo estudo da oceanografia, pela

exploração e pelos esportes náuticos, incentivando o culto das tradições da marinha.

A gama de atividades que podem ser realizadas é enorme, indo da tradicional

navegação a remo até mergulho ou windsurf.

Modalidade do Ar

O Escotismo Modalidade do Ar procura desenvolver nos jovens, além dos

valores da Modalidade Básica, o gosto pelo aeromodelismo, aeroplanos, pelos

problemas de aeroportos, aeronavegação, aeropropulsão, pelo pára-quedismo e

pelos esportes aéreos, pelo estudo da meteorologia e da cosmografia, pelo mundo

aeroespacial e pela cosmonáutica, incentivando o culto das tradições da aeronáutica

do país.

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47

As ênfases educativas das Modalidades do Mar e do Ar são sugeridas aos

Ramos Escoteiro e Sênior. No Ramo Lobinho o desenvolvimento nas Modalidades

do Mar e do Ar ocorrem sob forma de atividades especiais, especialidades, etc. No

Ramo Pioneiro se reflete em Projetos de Equipes de Interesse.

2.13 O Escotismo É Apenas Um Passa-Tempo

Já faz algum tempo, estamos atuando na função de recepcionar os novos

pais que vem ao Grupo Escoteiro solicitar informações sobre o Escotismo, para

colocarem seus filhos.

Determinamos que eles devessem passar por uma Palestra Informativa antes

de efetuarem a matrícula, e chegamos à conclusão que 90 minutos seriam

suficientes.

E assim temos feito todos os sábados, para uma média de seis pessoas.

Inicio com a “pergunta chave” de todo o processo informativo: “Os Srs.

sabem o que é o Escotismo”? E a seguir: “E o que ele tem para oferecer aos seus

filhos”?.As respostas são as mais variadas e algumas bem interessantes,

culminando com a que mais nos chamou a atenção: “Não faço a menor idéia, mas

sei que é bom”.Graças a Deus e a muitos Escotistas que nos precederam desde

1907, nossa imagem é limpa, positiva, com um perfil adequado a postura que um pai

deseja para seu filho.

Mas, a grande maioria das respostas gira em torno da idéia que o Escotismo

“é um passa-tempo útil” demonstrando um desconhecimento quase que total do que

pretendem oferecer aos seus filhos. Raríssimos são os pais que ligam o Escotismo a

educação não formal e ou a formação do caráter. Nem mesmo os educadores

formais conhecem o método escoteiro... Professores, pedagogos e psicólogos

poucos sabem.

Como seria bom se fosse verdade que o Escotismo é apenas um passa-

tempo útil! Quanto conteúdo estaria contido nesta simples afirmação...

Se assim fosse, nossos jovens já poderiam ser considerados preparados para

assumirem sua futura missão de cidadão responsável, consciente de seus direitos,

deveres e obrigações.Pais, familiares, tutores, mestres, professores, religiosos,

autoridades e todos os indivíduos e entidades que respondem pela educação e

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48

formação do nosso futuro cidadão, teriam cumprido integralmente a nobre missão de

educá-los.

Ao Escotismo então, caberia apenas a função de ocupar o tempo livre dessas

crianças e destes jovens, produzindo “cunhas” que descompromissadas,

preencheriam os momentos de ociosidade, sem a responsabilidade de criar e

cultivar hábitos e valores, pois estes já existiriam em suas mentes e corações.

Não haveria necessidade de conviverem com a Promessa e a Lei Escoteira, pois já

seria a sua opção natural de conduta, herdada do convívio social, escolar e familiar.

Receberíamos e trabalharíamos com crianças quase que perfeitas! Aí sim, o

Escotismo seria apenas um simples e sadio divertimento.

Mas, (sempre tem um mas), a realidade é outra...

Convivemos hoje, com novas situações que a vida moderna nos apresenta.

Os excessos de alunos em algumas escolas determinam o pouco tempo para

ensinar. Muitos casais, ambos trabalham fora, na luta heróica pela sobrevivência.

Crianças são educadas pelos avós, já idosos para poder exercer um controle

satisfatório sobre seus netos. O salário termina bem antes do mês, produzindo uma

lacuna no orçamento familiar.

As crianças, muitas vezes, são educadas por empregadas que, por sua vez,

estão com os próprios filhos deixados na creche, longe do carinho materno e não

raro, até adoentados, na casa de um vizinho. É a transferência pura e simples de

carinho e afeição, muitas vezes suprida em parte por pessoas estranhas à família,

que procuram auxiliar naquilo que podem. As televisões mostram uma realidade

brutal que o jovem, convivendo diariamente com esta imagem, acaba aceitando

como natural.

Frente a esta dura realidade, pode o Movimento Escoteiro, (ou qualquer

cidadão de bem) se dar ao luxo de ser apenas “um passa-tempo útil”?

Este quadro faz com que o Escotismo se apresente como uma das mais

eficientes opções na área da educação. Fazemos recreacionismo, porém vamos

muito além, trabalhando a ludo educação e a sociabilidade em benefício da

formação dos jovens. O Movimento Escoteiro atua procurando minimizar a falta de

tempo dos responsáveis diretos, uma situação cada dia mais presente em nossas

vidas.

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Completamos (e nunca substituímos) a família, a escola e a religião, pois

estas, por mais que se esforcem, nem sempre conseguem cumprir em sua

plenitude, as responsabilidades inerentes das obrigações que se propuseram.

O Movimento Escoteiro, preocupado com as gerações futuras, aceita a sua

parte na responsabilidade de formar bons cidadãos, preocupação esta, que na

realidade, cabe a todos os cidadãos de bem.

Por isso, e outras tantas mais, que o Escotismo não é e nem pode ser apenas “um

passa-tempo útil”.

CAPITULO III GRUPO ESCOTEIRO DO AR CAPITÃO CAPELÃO VICENTE

AGUIAR

3.1 história do grupo

contada pela visão do seu atual presidente Jeferson Santos

O Grupo escoteiro do ar capitão capelão Vicente Aguiar, foi fundado em 1968,

na realidade ele começou um pouco antes, pois, antigamente já havia um grupo

escoteiro aqui na base aérea de Santos, esse grupo escoteiro era o grupo Morvam

dias Figueiredo, que depois ele mudou de nome, em 1968, passando a se chamar

grupo escoteiro do ar Ara ri,depois de um certo tempo esse grupo em homenagem

ao seu fundador Capitão capelão Vicente Aguiar,ele mudou novamente de nome,

mantendo então até hoje o nome do seu fundador.

O Capelão Vicente Aguiar, foi presidente do grupo por muitos anos,aqui na

base aérea,esse grupo já teve sede aqui na base aérea dentro de vários locais,aqui

onde hoje esta sediado o grupo, era o antigo INFRA, já tivemos sede na antiga

prefeitura da base, no hangar, numa sala do lado do rancho.portanto já andamos por

diversos locais dentro da base aérea de Santos.

O grupo vem desenvolvendo diversas atividades, dentre elas destacam-se as

atividades ecológicas, social, culturais e educacionais, com crianças e jovens de

sete a vinte um anos. Separados por tropas.

Dos sis anos e meio aos dez anos e meio alcatéia, dos onze anos aos catorze anos

tropa escoteira, dos quinze aos dezoitos anos tropa sênior,e dos dezenove aos vinte

um clã pioneiro.

O atual presidente esta no grupo desde 1981 entrou no grupo como mascote,

por falta de idade para ser elemento de tropa. Em 1982 foi introduzido na alcatéia

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50

como lobo, e depois foi passando por todas as tropas, construindo assim sua vida

escoteira. Após completar idade, foi direcionado para ser assistente de tropa, e por

fim chefe de tropa sênior, depois a direção. Onde está no seu segundo mandato.

A eleição da diretoria do grupo, se dar assembléia, essa assembléia é composta por

pais de elementos, por alguns membros escoteiros e por chefes escoteiros, são

feitas algumas chapas e nestas são colocado para votação os cargos de diretor

presidente, diretor técnico,diretor financeiro e diretor administrativo. Realizando a

votação, a chapa eleita,ela assume as funções por dois anos.

Pelo fato de estarmos sediado dentro da Base Àrea de Santos, temos para

nosso uso e fruto uma grande área verde, de mata e que nos favorece e muito para

a pratica escoteira, somos privilegiados por ter uma área desta podemos usufruir de

toda área dentro da base, área de mata, braços de mares,lagos, morros.infelizmente

nem todos grupos tem essas condições favoráveis, muitos estão sediados dentro de

escolas.

Nosso grupo participa de algumas campanhas junto com a sociedade,

exemplos: campanha do agasalho, campanha do voluntariado, limpezas de rios e

praias.

Fazemos atividades junto a creches, asilos, casa do menor, então sempre

estamos atuando junto a sociedade, até mesmo para estar mostrando para a

sociedade o quanto o movimento escoteiro esta integrado com eles. E assim

contribui para a formação social e emocional das crianças envolvidas.

Quando falamos em preservação ambiental, o movimento escoteiro favorece

muito porque o movimento escoteiro trabalha com o meio ambiente em sua pratica

pedagógica,pois temos como base a vida ao ar livre, a socialização, da criança e do

joven com o meio ambiente e a educação ambiental, pois desenvolvemos a

consciência ambiental de preservar a mata, os animais.temos por objetivo

desenvolver nas crianças e jovens uma preocupação com o futuro, não somente o

futuro pessoal, mas o futuro da humanidade,porque hoje meio ambiente é questão

social.

Antigamente como já fora dito, o grupo se chamava ara ri, e esse nome foi

dado por uma variedade de arara que nos temos no Brasil e é um nome indígena, a

maioria dos grupos escoteiros, ou homenageiam pessoas ou usam nomes indígenas

para colocarem no seus grupo. Isso já faz parte do movimento escoteiro no Brasil.

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51

No movimento escoteiro, existe sim uma pratica pedagógica,ao contrario que

todos pensam, nós utilizamos a pratica pedagogica do aprender fazendo, por isso o

movimento tem a visão construtivista, existe regras, limites porem se pratica a

solidariedade e a cooperação. Os elementos,( nomes dados as crianças e jovens

pertencentes as tropas) constrói seu próprio saber, através da pratica, da mao na

massa,sendo mediado o conhecimento pelo chefe ( os adultos responsáveis para

passar o conhecimento aos elementos),através das praticas escoteiras, para o seu

desenvolvimento intelectual, motora, social, emocional,cultural, fisica. As nossas

atividades são pautadas no aprender fazendo.

A visão do nosso grupo é construir um cidadão de boa moral e boa índole.

Nosso grupo foi fundado em 1968 como já disse, temos 44 anos dentro da

cidade de Guarujá, contribuindo para a formação das crianças e jovens, sabendo

que o movimento escoteiro tem mais de 100 anos.

Nosso grupo é conhecido pela boca-a- boca, ou seja, um traz o outro, dentro

da nossa metodologia nós achamos o ideal de um chefe para cada escoteiro, para

que você tenha uma estrutura de um grupo grande temos que ter bastantes adultos

empenhados em ajudar nesta formação. Porem tem cerca de 300 integrantes.

Na cidade de Guarujá o grupo do ar Vicente Aguiar, é o mais antigo.

O chefe Ernesto freire, foi um dos presidentes que mais tempo ficou na

presidência do nosso grupo, e o que diferenciava ele é que ele tinha uma doutrina

muito grande, todos os jovens que o conheceram o respeitavam muito.

Não só pela pessoa de chefe, mas pela pessoa que ele era, a sua postura

dentro do movimento escoteiro, o seu conhecimento era muito grande,era um chefe

insígna da madeira.ele agregou muitos valores ao nosso grupo. O insigna da

madeira dentro do movimento escoteiro é o grau mais alto alcançado por um chefe,

o chefe que possui esse insígna tem um conhecimento amplo, se a gente for fazer

um comparativo com a parte estrutural dos estudos ai fora ou seja, os estudos

formais,é como se fosse um doutorado dentro do movimento escoteiro.

Historia contada pelo presidente em exercício Jeferson Santos, 39 anos,

formado em direito, oficial militar.

Grito do grupo.

Espírito de selva grupo do ar

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Nós somos escoteiros do Vicente Aguiar

Lutamos sem perdão, com garra e união

Honramos o nome do nosso capelão

Capitão capelão, Vicente aguiar

Capitão capelão, Vicente Aguiar

Sempre alerta.

Grito dos lobinhos

Espírito de aventura, grupo do ar

Nos somos lobinhos do Vicente Aguiar

Aprendemos com a ação, com garra e união

A honrar o nome do nosso capitão.

Capitão capelão Vicente Aguiar

Melhor possível.

3.2 Resultado Das Pesquisas De Campo Realizada

Para avaliar de forma mais clara as questões relacionadas à opinião do entrevistado

quanto ao Movimento Escoteiro, os resultados obtidos foram tabelados (Tabelas I, II

e III) e organizados por perguntas e por categorias de respostas, reunindo todas as

informações dadas por todos os respondentes entrevistados.

3.3 Análise dos Resultados Obtidos

O Método Escoteiro é baseado em cinco abordagens metodológicas:

aceitação da Lei e Promessa Escoteiras; aprender fazendo; vida em equipe;

atividades progressivas, atraentes e variadas; e desenvolvimento pessoal com

orientação individual. A partir destas, a definição dos princípios do Movimento

Escoteiro são: dever para com Deus; dever para com os outros; e dever para

consigo próprio e foram elaborados para que cada jovem Escoteiro se desenvolva

como cidadão saudável, justo e útil para a sociedade, através de incentivo à

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53

superação de desafios, à exploração, ao desejo por aventura, à descoberta, à

iniciativa, à invenção, à criação, etc.

Os resultados obtidos até a presente etapa desse estudo, demonstram que as

pessoas que foram ou ainda são participantes do Movimento Escoteiro comprovam

a eficiência da aplicação do Método Escoteiro e dos princípios acima descritos em

suas vidas enquanto estudantes e/ou profissionais, como um sistema de ensino não-

formal.

Embora todos estes métodos e princípios apresentem relação entre si, os

resultados obtidos nas entrevistas (Tabela IV no anexo D) foram organizados para

estabelecermos uma comparação com a proposta pedagógica dada pelo Método

Escoteiro (representado na tabela pela letra “M”) e aos princípios do Movimento

Escoteiro (representado na tabela pela letra “P”), e relacionadas às categorias, ao

método e ao princípio correspondente.Referente aos resultados obtidos nas

entrevistas e relacionando-os com os principais objetivos finais do Movimento

Escoteiro foi realizada a seguinte análise (Tabela V no anexo E):

De acordo com os dados estipulados no livro Escoteiros de São Paulo:

Relatório Social e Ambiental - 100 anos de História e de Preservação do Meio

Ambiente (UEB, 2011), podemos determinar como justificativa para estes resultados

a questão de que o Método Escoteiro, em conjunto com seus princípios, é um dos

segredos do Escotismo. As atividades levam o jovem a conhecer e explorar seus

potenciais, através de atividades físicas, intelectuais, espirituais, sociais, afetivas e

de caráter.

Somando todas as atividades realizadas pelas unidades Escoteiras existentes

em São Paulo, podemos afirmar que são realizadas anualmente: 550

acampamentos; 825 excursões de cunho técnico; 825 visitas e passeios educativos;

825 atividades de cunho cultural; 1100 atividades de cunho ecológico; e 3330

reuniões e participações em Congressos, Conselhos Tutelares, Conselhos e

Comissões Municipais e Estaduais, etc.”

Pela aplicação adequada do Método Escoteiro e seus princípios, a União dos

Escoteiros do Brasil obteve, entre 1917 e 2009, vinte e nove prêmios e

reconhecimentos, sendo alguns destes relacionados à Educação e à Educação

Ambiental:

1946 – Decreto Lei nº 8828: Instituição de Educação Extra-Escolar e órgão

máximo do Escotismo Brasileiro em 24/Jan;

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54

1995 – Prêmio ADVB – TOP Ecologia – Educação Ambiental: Prêmio Especial

categoria “Hors Concours”, reconhecendo o Escotismo Paulista como uma

ferramenta importante na formação de jovem, nas questões ambientais e ecológicas;

2002 – Prêmio Criança Brasil: Em razão da valorização e a contribuição

educacional do Movimento Escoteiro para o desenvolvimento da criança brasileira;

2002 – Prêmio de Educação Ambiental: Em reconhecimento as atividades de

Educação Ambiental desenvolvidas pelo Movimento Escoteiro;

2004 – Prêmio Nestlé Criança Brasil: Em reconhecimento a atividade educacional

desenvolvidas por crianças e jovens do Movimento Escoteiro no Projeto Cidadania

Ativo.

Entre outros.

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55

CONCLUSÃO

É importante salientar que este Trabalho Final foi realizado a partir de dados e

análises de resultados obtidos como parte da Iniciação Científica iniciada em agosto

de 2011 e com término previsto para agosto de 2012. Dessa forma, cabe ressaltar

que as conclusões deste Trabalho Final devem ser consideradas como resultados

parciais das pesquisas de campo e levantamentos realizados até o presente

momento e que, após a entrega deste trabalho, esta pesquisa terá continuidade.

De acordo com Henri Joubrel, autor do livro O Escotismo na Educação e

Reeducação dos Jovens (JOUBREL, 1969), a importância atual do Escotismo e a

influência que exerceu desde sua criação são fatos incontestáveis. De forma que

Schmidt, em seu livro Educar pela Recreação (SCHMIDT, 1964) diz que “o

Escotismo foi, por sem dúvida, uma das invenções mais geniais que têm surgido no

campo pedagógico. Quando os sociólogos de amanhã estudarem a história da

juventude, verão ainda melhor do que nós a que ponto as „simples sugestões‟

lançadas em 1908, por Baden-Powell, contribuíram para a evolução das idéias sobre

educação e como formaram um determinado tipo de indivíduo”.

O Movimento Escoteiro é uma forma de educação não-formal que

complementa a educação formal na medida em que auxilia a formação de cidadãos

conscientes através de suas práticas, pois de acordo com o autor Henri Joubrel

(JOUBREL , 1969):

- A educação através do jogo, aventura, excursões e acampamentos: a criança

ressalta o valor educativo do jogo, favorece o desenvolvimento somático e a

resistência à fadiga;

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56

- As canções e esquetes: a criança tem liberdade de escolher temas ou de realizar

variações sobre temas dados. Se o Escotista for perspicaz, é uma excelente

oportunidade de observação e mesmo percepção dos desejos e necessidades dos

jovens;

- O contato com a natureza: a criança encontra na vida ao ar livre uma fonte de bem

estar físico e espiritual, aprender a ser simples e a dominar sozinha inúmeras

dificuldades materiais;

- O sistema de equipe: permite a iniciativa e a responsabilidade individual dentro do

grupo, confere o sentido de solidariedade e desperta a consciência social;

- O uniforme e as tradições: desperta a atração que a criança sente pelas insígnias e

pelos ritos secretos através do cerimonial Escoteiro rico em simbolismos como

saudação, totem, investiduras, canções, fogos de conselhos, etc. E quanto ao

uniforme, a criança começa a igualar a aparência de jovens pertencentes à níveis

sociais pobres ou ricos e com nacionalidades, raças e religiões diferentes;

- As provas de classes e distintivos: um sistema progressivo de exames do tipo

menos escolar possível que consagra à criança a aquisição de qualidades e

conhecimentos teóricos e práticos;

- Apelo ao sentimento de honra: é feito individual e coletivamente pela lembrança da

Promessa e da Lei Escoteiras e também pelo sistema de patrulhas;

- Serviço ao próximo: a boa ação Escoteira, exigida aos jovens cotidianamente, tem

o mérito de criar o condicionamento de um hábito e, em seguida, de uma

mentalidade voltada ao próximo;

- O exemplo permanente do Escotista: os discursos, as pregações, os sermões

moralizadores têm geralmente pouca influência sobre as crianças que “acreditam

mais com os olhos do que com as orelhas”. A maioria das crianças aspiram a

identificar-se com um herói. O bom Escotista é aquele que se faz estimar e que

merece servir de exemplo. “Ele” é aquele que as crianças desejam imitar. Mas para

isso, o Escotista deve se apresentar às crianças como um irmão mais velho, vivendo

inteiramente com elas, como elas e pronto à ampará-las em todas as dificuldades.

Dessa forma imagina-se que alguns dos problemas encontrados na

sociedade atualmente como instabilidade psico-motora, emotividades, depressão,

paranóia, impulsividade, perversidade, etc., também podem ser trabalhados e

melhorados pela aplicação e prática do Método Escoteiro e da Lei e Promessa

Escoteiras (Tabela IX). O Movimento Escoteiro busca estimular nos jovens o

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57

respeito e o compromisso com a natureza, com os indivíduos e consigo próprio. E,

pela aplicação e prática de seu Projeto Político Pedagógico é possível que sejam

formados cidadãos saudáveis, justos e úteis para a sociedade, como sempre

desejou Baden-Powell.

Dessa forma podemos concluir este trabalhado com um trecho escrito pelos

Escotistas responsáveis pelo método educativo do Movimento Escoteiro, do

Escritório Nacional da União dos Escoteiros do Brasil em Curitiba, no livro Programa

de Jovens: Objetivos finais e intermediários (UEB) que relata o seguinte: “embora

seja perfeitamente admissível que uma ou duas áreas de desenvolvimento se

destaquem sobre as demais, em um determinado momento, em função do

diagnóstico que os Escotistas e/ou os próprios membros de um Ramo façam a

respeito de suas necessidades imediatas, quando da elaboração da programação a

ser cumprida em um dado ciclo de programa, é absolutamente imprescindível que

todas as áreas de desenvolvimento sejam contempladas com ações concretas, no

contexto geral da aplicação do Programa de Jovens. O que se pretende com este

cuidado é assegurar à criança e ao jovem o desenvolvimento harmonioso de toda a

sua personalidade.”

Ao estudar o Projeto Político Pedagógico do Movimento Escoteiro (SCHMIDT,

1964) é ressaltado que na família, a consciência moral do menino se rege pelas

imposições dos pais. Na escola, o professor adota também o sistema autoritário. Já

na sociedade Escoteira, o regime de disciplina é diverso, pois impera ali a

autonomia, porém dentro da prática da mais generosa solidariedade”.

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58

Referências Bibliográficas

Aranha,Maria Lucia de Arruda. Filosofia da educação – 3 ed.rev. e amp.-são Paulo.

Moderna 2006.

BADEN, of Gilwell, Lord. Lições da escola da vida - 1ª Edição. Curitiba: Escritório

Nacional da União dos Escoteiros do Brasil, 1986.

BADEN-POWELL, of Gilwell, Lord. Escotismo para rapazes: um manual de

instrução em boa cidadania por meio das artes mateiras - Edição da Fraternidade

Mundial. Curitiba: Escritório Nacional da União dos Escoteiros do Brasil, reedição

2006, reimpressão 2008.

BADEN-POWELL, of Gilwell, Lord. Guia do Chefe Escoteiro: teoria do

adestramento Escoteiro - um subsídio para a tarefa dos Escotistas - 7ª Edição.

Curitiba: Reproset Indústria Gráfica, abril de 2006. Páginas 11-12, 28-30 e 45-62.

CURITIBA. Escritório Nacional da União dos Escoteiros do Brasil. Manual do

Escotista Ramo sênior: um método de educação não-formal para jovens de 15 a

17 anos. Curitiba, 2011. Páginas 242-249.

CURITIBA. Escritório Nacional da União dos Escoteiros do Brasil. Programa de

jovens: objetivos finais e intermediários. Curitiba. Páginas 3-7, 30-33.

GASPAR, A. A educação formal e a educação informal em Ciências. Fórum da

Ciência e Cultura. Casa da Ciência. Centro Cultural de Ciência e Tecnologia.

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ciência e público: caminhos da divulgação

científica no Brasil. Organizado por Luisa Massarani, Ildeu de Castro Moreira e

Fátima Brito. Rio de Janeiro, 2002. Páginas 171-183.

PAOLILLO, C.; IMBERNON, R. A. L.,. Educação Ambiental e educação científica no

contexto do Movimento Escoteiro (Environmental and scientific education in the

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59

context of Boy Scouts Movement). Escola de Artes, Ciências e Humanidades,

Universidade de São Paulo. Revista Experiências em Ensino de Ciências. V4(2).

São Paulo, agosto de 2009. Páginas 93-105.

JOUBREL, H. O Escotismo na educação e reeducação de crianças e dos

jovens. Tradução por Maria José Austregésilo de Athayde. Rio de Janeiro: Editora

Livraria Agir, 1969. Páginas 11-14, 24-29 e 94-103.

MEC - Ministério da Educação. PCN‟s - Parâmetros Curriculares Nacionais. São

Paulo, 1996. Disponível em: <www.portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf>.

Acesso em: julho de 2011.

Projeto Educativo do Movimento Escoteiro. Escritório Nacional da União dos

Escoteiros do Brasil. Curitiba. Disponível em:

<www.Escoteiros.org.br/downloads/documentos_oficiais.php>. Acesso em: fevereiro

de 2011.

SÃO PAULO. Escritório Nacional da União dos Escoteiros do Brasil. Escoteiros de

São Paulo: relatório social e ambiental - 100 anos de história e de preservação do

meio ambiente - 1ª Edição. São Paulo, 2011. Páginas 6-13.

SCHMIDT, M. J. Educar pela recreação - para pais e educadores - 3ª Edição. Rio

de Janeiro: Editora Agir, 1964.

THOMÉ, N. Movimento Escoteiro: projeto educativo extra-escolar. Universidade do

Contestado (UnC), Campus de Caçador (SC). Revista HISTEDBR On-line. Nº 23.

ISSN: 1676-2587. Campinas, setembro de 2006. Páginas 171-194.

UEB - União dos Escoteiros do Brasil - Região de São Paulo. Disponível em:

<www.escotismo.org.br>. Acesso em: fevereiro de 2011.

UEB - União dos Escoteiros do Brasil. Disponível em: <www.Escoteiros.org.br>.

Acesso em: fevereiro de 2011.

WOSM - World Organization of the Scout Moviment. Disponível em: <www.sco

ut.org>. Acesso em: fevereiro de 2011.

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Anexos

Anexo A

Tabela I- Reflexos do Movimento Escoteiro na aprendizagem na escola

De que forma o “ser Escoteiro” gerou (ou gera) reflexos no seu aprendizado na escola?

Quantidade de Respostas Categoria

01 Equilíbrio 01 Dedicação 01 Ser alegre 02 Educação 02 Postura 03 Aplicação de valores (altruísmo,

sinceridade, lealdade, bondade...) 03 Organização 03 Liderança 03 Aprender fazendo 04 Comprometimento 04 Visão de mundo diferente 05 Trabalho em equipe 06 Desinibição 06 Enfrentar desafios 06 Responsabilidade 08 Alcançar objetivos 08 Desenvolvimento de aptidões 11 Formar cidadãos/ Formar caráter 16 Respeito 18 Disciplina 02 Não foi Escoteiro enquanto estudava 01 Não influenciou - Justificativa: não

apresentou justificativa

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ANEXO B

Tabela II- Influência do Movimento Escoteiro na vida profissional

De que forma o “ser Escoteiro” influenciou (ou influencia) sua vida profissional?

Quantidade de Respostas Categoria 01 Buscar conhecimento 01 Pontualidade 02 Organização 02 Aprender fazendo 02 Confiança 05 Responsabilidade 06 Respeitar hierarquias 06 Desenvolvimento de habilidades 07 Postura 07 Enfrentar desafios 09 Boa conduta 09 Respeito 09 Formar cidadãos/ Formar caráter 11 Escolha profissional 12 Liderança 20 Trabalho em equipe 04 Nunca trabalhou 01 Não influenciou - Justificativa:

tornou-se Escoteiro quando já era aposentado (a)

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ANEXO C

Tabela III - Inserção dos princípios do Movimento Escoteiro na escola

Como você vê a inserção dos princípios do Movimento Escoteiro na escola?

Quantidade de Respostas Categoria

01 Complemento 01 Pensar/ refletir 02 Comportamento 03 Desenvolvimento 04 Responsabilidade 04 Aprender fazendo 05 Buscar informações 05 Patriotismo 07 Motivação 08 Respeito 09 Disciplina 13 Trabalho em equipe 23 Formar cidadãos/ Formar caráter 04 Não é a favor - Justificativa: se for

obrigatório, será contra os princípios do ME¹

¹ ME - Movimento Escoteiro

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ANEXO D

Tabela IV- Relação entre os resultados obtidos com Métodos e Princípios Escoteiros

Categoria Métodos e/ou Princípios Escoteiros

Alcançar objetivos M - Desenvolvimento pessoal com orientação individual P - Dever para consigo mesmo

Aplicação de valores M - Aceitação da Lei e Promessa Escoteiras P - Dever para com os outros

Aprender fazendo M - Aprender fazendo P - Dever para consigo mesmo

Boa conduta M - Aceitação da Lei e Promessa Escoteiras P - Dever para com os outros

Buscar conhecimento M - Desenvolvimento pessoal com orientação individual P - Dever para consigo mesmo

Buscar informações M - Desenvolvimento pessoal com orientação individual P - Dever para consigo mesmo

Comportamento M - Aceitação da Lei e Promessa Escoteiras P - Dever para com os outros

Comprometimento M - Aceitação da Lei e Promessa Escoteiras P - Dever para consigo mesmo

Confiança M - Desenvolvimento pessoal com orientação individual P - Dever para com os outros

Dedicação M - Atividades progressivas, atraentes e variadas P - Dever para com os outros

Desenvolvimento M - Desenvolvimento pessoal com orientação individual P - Dever para consigo mesmo

Desenvolvimento de aptidões M - Desenvolvimento pessoal com orientação individual P - Dever para consigo mesmo

Desenvolvimento de habilidades M - Desenvolvimento pessoal com

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orientação individual P - Dever para consigo mesmo

Desinibição M - Atividades progressivas, atraentes e variadas P - Dever para consigo mesmo

Disciplina M - Aceitação da Lei e Promessa Escoteiras P - Dever para com os outros

Educação M - Aceitação da Lei e Promessa Escoteiras P - Dever para com os outros

Enfrentar desafios M - Atividades progressivas, atraentes e variadas P - Dever para consigo mesmo

Equilíbrio M - Vida em Equipe P - Dever para com os outros

Escolha profissional M - Aprender fazendo P - Dever para consigo mesmo

Formar cidadãos/ Formar caráter M - Aceitação da Lei e Promessa Escoteiras P - Dever para consigo mesmo

Liderança M - Vida em Equipe P - Dever para com os outros

Motivação M - Vida em Equipe P - Dever para consigo mesmo

Organização M - Aceitação da Lei e Promessa Escoteiras P - Dever para consigo mesmo

Patriotismo M - Aceitação da Lei e Promessa Escoteiras P - Dever para consigo mesmo

Pensar/ refletir M - Desenvolvimento pessoal com orientação individual P - Dever para consigo mesmo

Pontualidade M - Aprender fazendo P - Dever para com os outros

Postura M - Aceitação da Lei e Promessa Escoteiras P - Dever para com os outros

Respeitar hierarquias M - Aceitação da Lei e Promessa Escoteiras P - Dever para com os outros

Respeito M - Aceitação da Lei e Promessa Escoteiras P - Dever para com os outros

Responsabilidade M - Aceitação da Lei e Promessa Escoteiras P - Dever para com os outros

Ser alegre M - Aceitação da Lei e Promessa Escoteiras P - Dever para consigo mesmo

Trabalho em equipe M - Vida em Equipe P - Dever para com os outros

24 Visão de mundo diferente M - Atividades progressivas, atraentes e variadas P - Dever para consigo mesmo

Não foi citada como categoria e nem como Princípio do Movimento Escoteiro (ME) aquele que refere-se ao dever para com Deus, pois o ME preza a importância da crença, mas não define a religião.

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ANEXO E

Tabela V - Relação entre os objetivos finais do ME e os resultados obtidos nas entrevistas

Objetivos Finais Resultado Obtido Porcentagem 44 = 100%

Liderança 34,09%

01 Pontualidade 2,27%

01 Dedicação 2,27%

04 Comprometimento 9,09%

05 Organização 11,36%

15 Liderança 34,09%

15 Responsabilidade 34,09%

27 Disciplina 61,36%

Trabalho em equipe 86,36%

02 Confiança 4,54%

04 Desinibição 9,09%

38 Trabalho em equipe 86,36%

Respeito ao próximo 88,63%

02 Educação 4,54%

03 Aplicação de valores 6,81%

09 Boa conduta 20,45%

39 Respeito 88,63%

43 Formar cidadãos/ caráter

97,72%

Enfrentar desafios 29,54%

07 Motivação 15,90%

08 Alcançar objetivos 18,18%

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09 Aprender fazendo 20,45%

13 Enfrentar desafios 29,54%

17 Desenvolvimento 38,63%

Outros 01 Pensar/ refletir 2,27%

01 Equilíbrio 2,27%

01 Ser alegre 2,27%

02 Comportamento 4,54%

02 Postura 4,54%

04 Visão de mundo 9,09%

05 Patriotismo 11,36%

06 Buscar conhecimento 13,63%

07 Postura 15,90%

11 Escolha profissional 25,00%

ANEXO F

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ANEXO G

Questões das entrevistas na integra

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Questões para a elaboração da pesquisa de campo do protótipo de tcc, onde meu tema é escotismo: sua contribuição na formação social e na educação ambiental, gostaria de saber se vocês estariam disposto a me contar um pouco da sua vida escoteira, eo quanto o escotismo contribuiu na sua formação.

Entrevista AThiago Foster

1 –com quantos anos você entrou no movimento?

9 anos;

2 - como foi sua entrada?

Minha entrada se deu a partir da minha mãe. Na ocasião o Grupo Escoteiro Pascoal Lembo estava se formando, e um grupo de adultos (a chefia que estava abrindo o grupo) foi fazer uma apresentação sobre o escotismo no Colégio Olga Cury, em Santos, para os pais dos alunos. Entre esses pais estava a minha tia, que acabou levando os meus primos também na primeira atividade do grupo, bem como a minha mãe fez comigo;3 -como você era antes do movimento com relação a educação ambiental e formação social?

Na época (1994), educação ambiental não era um assunto discutido abertamente pela sociedade. Não existia a preocupação e a conscientização que existe hoje, então a minha idéia sobre educação ambiental era praticamente zero. A minha formação social ja era bem desenvolvida, pois eu estudei toda a minha infância em uma escola católica particular muito tradicional, que tinha um foco muito grande na formação cívica das crianças, diversas disciplinas sobre os acontecimentos cívicos, matérias como Estudos Sociais, etc. 4 –conte-me sua historia no movimento escoteiro.A minha história no ME foi muito rica. Iniciei como lobo na matilha branca e naturalmente fui evoluindo dentro da alcatéia, até chegar ao Cruzeiro do Sul. Existiu até uma situação de preconceito entre a minha akela e eu, por desentendimentos entre ela e a minha mãe, mas nada que tenha atrapalhado a minha história como lobo. Sai da alcatéia como primo, e ao passar para o ramo escoteiro tive a sorte de entrar em uma das patrulhas mais adestradas, onde o meu monitor era um dos mais antigos do meu GE, membro da fundação, como eu. Naturalmente fui aprendendo com o sistema de patrulhas e me formando escoteiro. Em 1995, no meu primeiro acampamento escoteiro, ganhei o apelido de "playboy" entre os meninos, pois como vinha da alcateia, eles consideravam que eu era muito "enjoado" para o ramo escoteiro. E entre um sarro e outro, o apelido diminuiu para "boy" e desde então la se vão 16 anos, só de apelido rsrsrs. Após conquistar o distintivo de Lis De Ouro, rumei ao ramo sênior e todos os meus amigos q me acompanhavam desde lobo, passaram também aos poucos...  E dentro do ramo sênior, assim como nos anteriores fui muito feliz também, abrindo ainda mais o meu leque de amigos e atividades, de todos os tipos... No final da minha vida como Sênior, o meu grupo foi diminuindo de tamanho e os meus amigos começaram a se desligar do ME, por

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motivos diversos (faculdade, namorada, baladas, etc) e eu ainda interessado fui continuar a minha vida escoteira no GE Vicente Aguiar. Tive oportunidade de vivenciar algumas atividades pioneiras, com a Mestra Dina e fui trabalhando como auxiliar em todas as seções, estruturando tropas escoteiras/senior. Após passar por todos os ramos, tive a oportunidade de reativar o clã do Vicente Aguiar, onde estou com os "meus" pioneiros até hoje. Depois de tanto, te digo o seguinte: Foi uma vida escoteira completa, com todo tipo de atividade, com centenas de noites acampadas e muitos amigos, até fora do Brasil. Fiz todo tipo de atividade como jovem e vivi coisas q eu jamais viveria se  a minha mãe não me levasse no EEPG Escolástica Rosa, naquela tarde de sábado, em 1994. Hoje em dia tento devolver aos jovens que eu dirijo, tudo que me foi dado e proporcionado, para que a roda continue girando, como acontece a mais de 100 anos;5 – como você vê a importância do movimento escoteiro na sua vida?

Grande parte do que acontece na minha vida hoje, veio do movimento escoteiro. Os meus melhores amigos vieram TODOS de la. Muitos amores também vieram de la. 70% das minhas histórias de infância e juventude vieram de la. Conheci meus 2 melhores amigos no ME e ja vi e "criei" muita gente dentro do ME. Vi nascer e morrer muita gente durante este tempo, desta forma vejo o escotismo como grande parte da minha vida;

6 –quais foram os aprendizados internalizados e inesquecíveis para você?

Em 18 anos de movimento você pode imaginar o quanto de aprendizado me foi passado né. Mas posso ressaltar alguns que me guiam hoje em dia. O primeiro é sobre a humildade. Dentro do ME eu aprendi que todos são iguais, todos devem ser aceitos e todos tem alguma coisa de boa para te ensinar e para contribuir com o todo. Isso é uma lição que eu aprendi desde o primeiro dia como lobo, e ainda tenho muitas experiências de como isso é real. A outra é sobre liderança. O Escotismo me ensinou a liderar, a agregar, a trabalhar em equipe e a ganhar o respeito dentro de um grupo de pessoas. Graças ao sistema de patrulhas, aprendi desde criança, como viver em equipe e liderar de maneira humilde e colaborativa;7 –como a vivencia dentro do movimento contribuiu para seu desenvolvimento social hoje?

Minha infância se passou numa época em que o país passava por uma série de transformações políticas e sociais. Mudança de presidente, moeda são bons exemplos disso. Através de atividades coletivas proporcionadas pelo ME, fui entendendo a importância cívica que o cidadão deve desenvolver ao longo da sua infância e pretendo levar isso para os meus filhos. O escotismo reforça este aprendizado, com suas atividades cívicas, sociais e de carater coletivo;8 –o que você aprendeu de educação ambiental no movimento quanto elemento?

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A educação ambiental e um assunto vivido diariamente no escotismo. Tive dezenas de lições de como viver de bem com a natureza e preservar o meio ambiente, através de um séria de atividades que me foram proporcionadas. Tive a oportunidade inclusive de fazer uma atividade pioneira dentro de um lixão, vivenciando o dia a dia dos catadores de lixo e qual é a importância ambiental e social desta categoria de profissionais. A partir dai eu passei a fazer coleta seletiva no meu apartamento, através da experiência que eu tive neste dia, que só o escotismo poderia me propiciar;9 –voce indica o movimento escoteiro  (ME) como forma de educação não formal? porque?

Indico. Pois durante esses anos ja tive uma séria de exemplos de amigos que se não tivessem passado pelo escotismo, teriam colocado as suas vidas em situações muito complicadas, como drogas, más companhias, etc. E a família e a educação tradicional não seriam capazes de afasta-los desses caminhos;10 –na sua opinião se vc nao tivesse participado do ME, como seria seu desenvolvimento social e sua cidadania hj?

Eu acredito que não teria o censo de cívico e social que eu tenho hoje, pois a base que eu criei a partir de experiências que eu vivi dentro do escotismo, me fizeram o cidadão de bem e consciente que eu sou hoje. Não só o meu exemplo, mas o de uma série de amigos escoteiros que eu tenho são suficientes para me fazer acreditar que a vivência que o escotismo da ao jovem é fundamental em sua educação social e cívica;11 – na sua opinião qual a importancia do ME navida de uma criança?

Acho que o escotismo na vida de uma criança se faz importante a medida em que ele propicia a vida ao ar livre e a vida em grupo. A troca de experiências que o movimento proporciona na presença do meio ambiente, em um convívio de um grupo sadio, que se preocupa com um mundo melhor, sem dúvida são experiências muito positivas para a infância de qualquer criança;12 –qual a sua formação hj, isso se dá um pouco pela disciplina do ME? explique?

Sim, na verdade uma coisa puxou a outra. O escotismo e a minha vida foram se entrelaçando de uma forma que eu ja não consigo mais separar o que foi provido pelo movimento e o que veio do meu caráter/criação. Todas as pessoas que passaram na minha vida dentro do ME foram responsáveis pelo homem que eu me tornei hoje. E isso só seria possível graças ao escotismo. Sem dúvida nenhuma.Fiquei muito feliz e lisonjeado de ser convidado por você para contribuir com o seu trabalho... É muito gratificante poder dividir isso e tornar objeto de estudo... Te confesso que ao escrever um pouco sobre a minha vida escoteira, me passou uma série de imagens pela cabeça... E foi muito bacana lembrar de tudo isso...

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Muito sucesso no seu projeto e na sua vida acadêmica... Espero ter respondido a altura...

Longa vida escoteira a vc... bjão!

Thiago.

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Anexo H

Entrevista B

Jeferson Santos,oficial da policia militar, sou bacharel em Direito, pós graduado em Direito público, bacharel em Educação física, bacharel em ciências policiais e segurança pública, e tenho vários cursos dentro e fora da policia militar.

...Acho que a coisa mais importante no estudo é a disciplina, sou uma pessoa extremamente disciplinada quando falamos de estudo, e com certeza o movimento escoteiro tem participação nisto.(palavras de Santos).

1. com quantos anos você entrou no movimento?

Entrei no movimento escoteiro com 6 anos

2. como foi sua entrada?

Pra mim, foi natural, como sempre influência dos pais, né? Certo dia eu estava em um ônibus com minha mãe e entrou um escoteiro, neste momento minha mãe me perguntou se eu gostaria de ser escoteiro. Não tinha conhecimento nenhum e mesmo assim tive vontade. Uma semana depois fui conhecer o grupo escoteiro. Naquela época o grupo era dirigido por um capelão e para freqüentar o grupo vc tinha que assistir a 14 missas. A missa fazia parte das atividades e era na capela da base.

3. como você era antes do movimento com relação a educação ambiental e formação social?

Sempre fui uma pessoa que gostava de estar envolvido com a natureza, meu pai sempre me levava para pescar em vários lugares e a várias cachoeiras então acho que já fazia parte minha vida, porém não existia muita coisa a respeito de educação ambiental, apenas consciência ambiental.

4. conte- me sua historia no movimento

entrei com 6 anos como mascote, aos 7 me tornei lobinho, fui cruzeiro do sul, primo da matilha vermelha, aos 11 passei para a tropa escoteira, fui monitor da patrulha falcão, fui escoteiro de 1º classe, aos 15 fui para a tropa sênior, fui monitor da patrulha Xingu e eficiência II.

Como no nosso grupo não havia clã pioneiro fui ser assistente de chefe da tropa sênior, posteriormente fui diretor presidente, pois a UEB exigia que o diretor presidente do grupo tinha que ter curso superior ou estar cursando (eu era o único no grupo e estava cursando engenharia civil), depois voltei para a tropa sênior como chefe e depois assumi a presidência novamente.

5. como você vê a importancia do movimento para sua vida hoje?

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A base da minha vida é o movimento escoteiro, tudo que aprendi a respeito de educação, confiança, amizade, hierarquia e disciplina foi no movimento escoteiro.

6. quais foram os aprendizados inesqueciveis para voce?

Todos, mas sempre tem algum que marca mais. Certa vez em um acampamento na sede, com o grupo albatroz, fomos fazer um lance comunitário e tinha um elemento do meu grupo que não havia trazido nada de lanche, porém ele foi convidado também a participar deste lanche comunitário, mas ele tinha em seu bolso uma bala e esta bala foi dividida em vários pedaços e todos receberam sua parte. Isso marcou muito pelo gesto de amizade e preocupação com os irmãos.

7. como a vivencia dentro do movimento contribuiu para seu desenvolvimento social hoje?

Hoje sou uma pessoa forte socialmente, tenho caráter formado e bons costumes, a quantidade de amigos nem se fala, consigo contribuir com a sociedade sempre que precisa.

8. o que você aprendeu de educação ambiental no movimento quanto elemento?

O movimento escoteiro trabalha em cima da educação ambiental, da necessidade de preservar o meio ambiente para darmos continuidade a espécie, as atividades escoteiras são elaboradas de forma que a vida ao ar livre te conscientize de que o meio ambiente dentro de um contexto de sociedade é importante.

9. voce indica o movimento escoteiro  (ME) como forma de educação não formal? porque?

Sim, o movimento escoteiro na verdade é uma forma de co-educação, pois não consegue trabalhar sozinho tem que estar interagindo com a sociedade, a família, a igreja, etc.

10.na sua opinião se vc nao tivesse participado do ME, como seria seu desenvolvimento social e sua cidadania hj?

Acho que também seria bom, sempre tive uma boa base familiar, minha mãe conseguiu me dar todo o suporte necessário, dentro das possibilidades dela, que eu precisava para crescer e me tronar uma pessoa de caráter.

11.na sua opinião qual a importancia do ME na vida de uma criança?

Desenvolvimento. Tudo que esta relacionado ao desenvolvimento da criança é importante e o movimento escoteiro faz com que este desenvolvimento seja grande e rápido.

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12.qual a sua formação hj, isso se dá um pouco pela disciplina do ME? explique?

Hoje sou oficial da policia militar, sou bacharel em Direito, pós graduado em Direito público, bacharel em Educação física, bacharel em ciências policiais e segurança pública, e tenho vários cursos dentro e fora da policia militar.

Acho que a coisa mais importante no estudo é a disciplina, sou uma pessoa extremamente disciplinada quando falamos de estudo, e com certeza o movimento escoteiro tem participação nisto.

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Anexo I

Entrevista C

Mauricio Almeida, coordenador de uma empresa de navegação e tenho ensino superior em Comercio Exterior.

... a disciplina que aprendi a ter com o M.E. me auxiliou a ter objetivo, honestidade, companheirismo. E estas são coisas fundamentais para se conviver em sociedade com fazemos em uma empresa.( Palavras de Almeida)

1. com quantos anos você entrou no movimento? – 15 anos2. como foi sua entrada? – através de um amigo da escola3. como você era antes do movimento com relação a educação ambiental e

formação social? – antes de entrar no movimento escoteiro eu não tinha tanto zelo pela natureza como agora. O movimento também fez melhorar a minha formação social, observar ao redor e me preocupar com o próximo.

4. conte- me sua historia no movimento – entre com 15 anos através de um amigo, primeira atividade foi um acampamento. Fui membro juvenil ate os 18 anos, depois passei a ser assistente de chefes na troca escoteira (crianças de 11 a 14 anos). Depois de 2 anos fui transferido para a tropa sênior (jovens de 15 a 18 anos). Atualmente sou Dirigente Institucional e ocupo a função de Diretor Tecnico.

5. como você vê a importancia do movimento para sua vida hoje?  - essencial para minha formação como um ser humano melhor. Não que eu fosse ser uma má pessoa, mas com certeza sou melhor do que eu poderia ser sem o movimento escoteiro.

6. quais foram os aprendizados inesqueciveis para voce? - Amigos valem muito! Não somos melhores que ninguém, temos capacidades diferentes.

7. como a vivencia dentro do movimento contribuiu para seu desenvolvimento social hoje? – tenho de conviver com homens, mulheres, crianças e pessoas muito diferentes entre si. Isso me ensina a tentar compreender os motivos para certas atitudes e me ensina a conviver com qualquer tipo de pessoa.

8. o que você aprendeu de educação ambiental no movimento quanto elemento? – Aprendemos que nossa casa é a natureza e por isso precisamos cuidar bem dela. Não jogamos lixo fora do lixo, aprendemos a fazer reciclagem, a não machucar uma planta, uma arvore, um animal. Etc.

9. voce indica o movimento escoteiro  (ME) como forma de educação não formal? porque? Sim, porque ele auxilia os jovens a enxergarem coisas que não são trazidas pela educação formal (escola). E quando são trazidas, o escotismo ajuda a enxergarmos de uma forma diferente, mais atrativa.

10.na sua opinião se vc nao tivesse participado do ME, como seria seu desenvolvimento social e sua cidadania hj? – Talvez de menos preocupação com o próximo, com a natureza.

11.na sua opinião qual a importancia do ME navida de uma criança? – fundamental para a formação de um bom cidadão.

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12.qual a sua formação hj, isso se dá um pouco pela disciplina do ME? explique? Sou coordenador de uma empresa de navegação e tenho ensino superior em Comercio Exterior. Sim, a disciplina que aprendi a ter com o M.E. me auxiliou a ter objetivo, honestidade, companheirismo. E estas são coisas fundamentais para se conviver em sociedade com fazemos em uma empresa.

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Anexo J

 Entrevista D

Gustavo Cardoso da Silva, 19 Anos , 9 Anos e 10 meses 2 - Entrei com 9 Anos 3 - Eu passava sempre na frente da escola no dia da atividade e por curiosidade resolvi entrar 4 - Era um criança que adorava brincar da rua com os amigos , mais que nao procurava muito limpar a cidade ou so fazer minha parte5 - Vou Resumir , No ramo lobo fiz muitos acantonamentos e aprendi muitas coisas e faltou pouco pra tirar cruzeiro do sul , No escoteiro tive meu primeiro ralo e isso fez com que me apaixonasse mais pelo movimento fiz muitos acampamentos , Jornadas . No Ramo Senior esse sim foi a melhor parte no movimento escoteiro foi onde fiz mais loucuras e coisa muito radicais como rapel , tirolesa , Acampamentos so com Rede ... No Ramo Pioneiro que estou agr , Estou aprendendo muitas coisas pra ser um Otimo chefe como tive em todos esses anos 6 - Que ele faz parte de toda a minha vida ajudou muito na minha educação e me ensinou muitas coisas que vou levar pro resto da minha vida , E sem ele fica um espaço vazio na minha vida 7 - Preservar o Meio Ambiente , Ajudar o Próximo ,Obedecer os mais velhos , Estar sempre Feliz com a vida 8 - Me ensinou que ninguem e perfeito e que todos temos nosso defeitos e temos que aceitar , e viver com as diferenças 9 - Aprendi que mesmo que vc so fazendo a sua parte seja pouco , mais com isso vc ja consegue influenciar os outros , mesmo que seja aos poucos . A nao jogar lixo nas ruas , Se ver um lixo recolher e jogar no lixo mais proximo , Nao Desmatar ...10 - Sim , pq lá temos muitos aprendizados e recebemos muito conhecimentos sobre a vida e sobre como preservar o meio ambiente 11 - Acho que sem o movimento escoteiro eu continuaria sendo o mesmo , Amigos de todos nao importa a diferença 12 - Faz que com essa criança mesmo que seja um dia na semana se divirta de um jeito que ela nunca se divertiu na vida dela , e que ela sinta uma coisa na vida dela que so quem participa sente que e o amor que vai aumentando cada vez mais pelo movimento 13 - Hoje estou formado no Ensino Médio . Cursando Ensino Superior , Curso de Gastronomia  ... O Escotismo so complementou meu gosto por cozinha porque em todas as patrulhas tem que ter o cozinheiro e eu sempre era , ai esse gosto foi aumentando e hoje sou apaixonado por cozinhar 14 - Bom com o Movimento fiz muitos amigos de verdade que levo eles comigo ate hoje , Me uniu muito mais com minha familia , Me Ensinou a preservar mais o meio ambiente e que se cada um fazer sua parte faremos um mundo melhor , Ja conseguir algumas namoradas siim , Mais uma em Especial que estou namorando com ela ainda , Me ensinou a simplicidade da vida que com alguns amigos uma barraca e um fogueira voce pode ser feliz , mesmo que cai um chuva de alagar tudo como ja aconteceu em alguns acampamentos voce tem que ser feliz e olhar sempre o lado bom das coisas e que quando voce esta na natureza tudo muda na sua vida e outro mundo totalmente diferente .

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Anexo L

TABELA RAMOS

Tabela VI- Ramos do Movimento Escoteiro (fonte: www.Escoteiros.org.br)

Ramo Lobo Alcatéia Para meninos e meninas de 07 a 10 anos, chamados de Lobinhos e Lobinhas. Usa como marco simbólico o livro da Jângal, de Rudyard Kipling. As atividades incentivam a socialização pela diversão e execução de tarefas em equipes. Como oportunidade de desenvolvimento, o Ramo Lobo oferece jogos, trabalhos manuais, interpretação, canções, etc. além de instrução de técnicas Escoteiras.

Ramo Escoteiro Tropa Escoteira Para meninos e meninas de 11 a 14 anos, chamados de Escoteiros e Escoteiras. É baseado no estudo da natureza, vida mateira, exploração, campismo, navegação e conquista do ar, fundamentado na vida em equipe e participação comunitária. A principal característica está na oportunidade de aventura.

Ramo Sênior Tropa Sênior Para meninos e meninas de 15 a 17 anos, chamados de Seniores e Guias. Tem suas atividades em torno dos quatro desafios: físico, mental, espiritual e social, atendendo às características da idade de auto-afirmação, intenso desenvolvimento físico e intelectual, acentuado

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interesse pelo grupo de idade em relação a opiniões, aceitação e interesse pelo sexo oposto.

Ramo Pioneiro Clã Pioneiro Para meninos e meninas de 18 a 21 anos, chamados de Pioneiros e Pioneiras. É uma fraternidade de ar livre e serviço ao próximo, funcionando como um centro de interesses, de realização, de mútua ajuda e de serviço comunitário, promovendo atividades de campismo, excursionismo e ecológicas, culturais e sociais, estimulando o jovem a evoluir em espiritualidade e perfeição humana e atingir a maturidade como cidadão feliz e eficiente.

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ANEXO M

Tabela VII- Relação entre tendência de caráter, Métodos Escoteiros e artigos da Lei Escoteira (fonte: livro “O Escotismo na Educação e Reeducação dos Jovens” - Henri Joubrel, 1969) Tendência de Caráter Métodos Escoteiros Artigos da Lei Escoteira Instabilidade psico-motora Jogos, excursões,

acampamentos, canções, esquetes, sistema de patrulhas e trabalhos manuais

O Escoteiro é obediente e disciplinado; tem uma só palavra e sua honra vale mais que sua própria vida; e é econômico e respeita o bem alheio

Emotividade Responsabilidades pessoais, apelo ao sentimento de honra, debates coletivos, trabalhos manuais, vida ao ar livre, distintivos e tradições

O Escoteiro está sempre alegre e sorri nas dificuldades; é limpo de corpo e alma; tem uma só palavra e sua honra vale mais que sua própria vida; é leal; e é cortês

Depressão Jogos, excursões, acampamentos, esquetes, provas de classes e especialidades

O Escoteiro está sempre alegre e sorri nas dificuldades; é obediente e disciplinado; tem uma só palavra e sua honra vale mais que sua própria vida; e pratica diariamente uma boa ação

Paranóia Sistema de patrulhas e exemplo do Escotista

O Escoteiro é obediente e disciplinado; é amigo de todos e irmãos dos demais Escoteiros; é leal; é cortês; pratica diariamente uma boa ação; está sempre alegre e sorri nas dificuldades; é econômico e respeita o bem alheio

Impulsividade Sistema de patrulhas, trabalhos manuais, canções e esquetes

O Escoteiro é obediente e disciplinado; é amigo de todos e irmão dos demais Escoteiros; é limpo de corpo e alma; e tem uma só palavra e sua honra vale mais que sua própria vida

Perversidade Vida ao ar livre, sistema de patrulhas, canções e exemplo do Escotista

O Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais Escoteiros; é cortês, é bom para os animais e as plantas; pratica diariamente uma boa ação; é econômico e respeita o bem alheio; é limpo de corpo e alma

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ANEXO N

IMAGENS DE ATIVIDADES COM CRIANÇAS, INTERNALIZANDO O APRENDIZADO NO

MEIO AMBIENTE.

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BADEM POWELL

DESFILE EM GUARUJA 2011

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DESFILE EM GUARUJA 2011

DESFILE EM GUARUJA 2011

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A

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