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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ADMINISTRAO DEPARTAMENTO DE CINCIAS ADMINISTRATIVAS

Eder de Oliveira dos Santos

AVALIAO DOS NVEIS DE INTEGRAO DE SITES DE GOVERNOS ESTADUAIS COM OS SITES DE REDES SOCIAIS FACEBOOK E TWITTER

PORTO ALEGRE NOVEMBRO DE 2011

Eder de Oliveira dos Santos

AVALIAO DOS NVEIS DE INTEGRAO DE SITES DE GOVERNOS ESTADUAIS COM OS SITES DE REDES SOCIAIS FACEBOOK E TWITTER

Trabalho de concluso de curso de graduao apresentado ao Departamento de Cincias Administrativas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para a obteno do grau de Bacharel em Administrao. Orientador: Prof. Dr.Luis Roque Klering

PORTO ALEGRE NOVEMBRO DE 2011

Eder de Oliveira dos Santos

AVALIAO DOS NVEIS DE INTEGRAO DE SITES DE GOVERNOS ESTADUAIS COM OS SITES DE REDES SOCIAIS FACEBOOK E TWITTER

Conceito final: Aprovado em ........ de ..........................de..........

BANCA EXAMINADORA

___________________________________

___________________________________

___________________________________

___________________________________ Orientador Prof. Dr. Lus Roque Klering UFRGS

RESUMO

A internet e seus novos ambientes e ferramentas vem propiciando importantes espaos de relaes sociais e muitos autores vem essas relaes como estando organizadas em rede, que uma forte caracterstica da nossa nova sociedade fortemente influenciada pela tecnologia. Estes espaos so os sites de redes sociais, despontando Facebook e Twitter como os principais. Estes sites esto se tornando importantes espaos de organizao e mobilizao social com mais de 30 milhes de usurios no Brasil. Se a sociedade est cada vez mais presente nesse novo ambiente, cabe perguntar se governos seguem o mesmo caminho. Sendo assim, este trabalho procurou avaliar o nvel de integrao de sites de governos estaduais com os sites de redes sociais Facebook e Twitter. Para isso, desenvolve um modelo de classificao contendo 6 nveis de integrao, selecionando-se e classificando-se posteriormente 13 sites estaduais. A presena na internet destes 13 estados explorada via visitas ao portal oficial dos estados e sites de 4 secretarias de governo. Do mesmo modo, so explorados os perfis dos estados e secretarias nos sites Facebook e Twitter. Aps a pesquisa, conclui-se que os estados selecionados ainda esto em fase de aprendizado em relao ao uso desses novos ambientes, e que riqueza e proximidade com o cidado podem ter influencia sobre isso. Palavras-Chave: governos estaduais, redes sociais, Facebook, Twitter

ABSTRACT

The internet and its new sites and tools is providing important opportunities for social relations and many authors see these relationships organized in networks, which is a characteristic of our society strongly influenced by new technologies . These spaces are social network sites and Facebook and Twitter emerging as the

leading ones. Moreover, these sites are becoming important spaces of both social organization and social action with more than 30 million users only in Brazil. If our society is ever more attracted by this new environment, one wonders if governments follow the same path. Therefore, this study aimed to evaluate the Integration level of state government websites with the social network sites Facebook and Twitter. To do so, we develop a model of integration and selected 13 websites to be classified. The presence on the web of these 13 states was explored through visits to their official website and 4 sites from government departments. Similarly, the profiles on Facebook and Twitter of those states and its 4 departments were explored. After research, it is concluded that the selected states are just in early days when it comes to the use of these new environments, as well as wealth and proximity to the citizen may have influence on it. Keywords: State Government, Social Network Sites, Facebook, Twitter

LISTA DE ILUSTRAES

Figura 1 - exemplo de uma pgina do Twitter ........................................................... 24 Figura 2 - Exemplo de um perfil no Facebook ........................................................... 27 Figura 3 - O Estado de So Paulo e as redes sociais ............................................... 45 Figura 4 - O Estado do Rio de Janeiro e as redes sociais ........................................ 46 Figura 5 - Estado de Minas Gerais e as redes sociais .............................................. 48 Figura 6 -O Estado do Rio Grande do Sul e as redes sociais ................................... 49 Figura 7 - O Estado do Paran e as redes sociais .................................................... 51 Figura 8 - O Estado da Bahia e as redes sociais ...................................................... 52 Figura 9 O Estado de Pernambuco e as redes sociais .......................................... 54 Figura 10 - O Estado do Cear e as redes sociais .................................................... 55 Figura 11 - O Estado de Gois e as redes sociais .................................................... 57 Figura 12 - O Estado do Mato Grosso e as redes sociais ......................................... 58 Figura 13 - Estado do Amazonas e as redes sociais ................................................ 60 Figura 14 - O Estado de Rondnia e as redes sociais .............................................. 61 Figura 15 - O Estado do Par e as redes sociais ...................................................... 63 Figura 16 Nveis de integrao por Estado/regio ................................................. 66

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Modelo de Owyang .................................................................................. 33 Tabela 2 - Modelo de Meira....................................................................................... 34 Tabela 3 Modelo Klering e Schreder .................................................................... 35 Tabela 4 - Endereo na internet de governos estaduais ........................................... 38 Tabela 5 - Resumo dos nveis de integrao ............................................................ 43 Tabela 6 - Nvel de Integrao por PIB ..................................................................... 64 Tabela 7 - Site integrado e presena freqente nos sites Facebook e Twitter .......... 67

SUMRIO

1. INTRODUO ........................................................................................................ 9 2. JUSTIFICATIVA.................................................................................................... 12 3. REVISO TERICA ............................................................................................. 14 3.1 CAMINHANDO PARA UMA SOCIEDADE EM REDE ..................................... 14 3.2 REDES SOCIAIS NA INTERNET ................................................................... 16 3.2.1 Dinmicas das redes sociais ................................................................ 20 3.3 SITES DE REDES SOCIAIS ........................................................................... 22 3.3.1 Twitter .................................................................... 23 3.2.1.1 Ferramentas...................................................................................... 24 3.2.1.2 Opes de integrao entre Twitter e outros sites ............................ 25 3.2.1.3 Twitter no Brasil ................................................................................ 25 3.3.2 Facebook .......................................................... 26 3.3.2.1 Ferramentas...................................................................................... 27 3.3.2.2 Opes de integrao entre Facebook e outros sites ....................... 28 3.4 GOVERNOS + TECNOLOGIA = GOVERNO ELETRNICO ......................... 29 3.5 GOVERNOS E REDES SOCIAIS DE INTERNET .......................................... 31 3.6 NVEIS DE INTEGRAO COM SITES DE REDES SOCIAIS ...................... 32 3.6.1 Modelo de Owyang ................................................................................ 33 3.6.2 Modelo de Meira ..................................................................................... 34 3.6.3 Modelo de Klering e Schreder ............................................................ 35 4. OBJETIVOS .......................................................................................................... 37 5. METODOLOGIA ................................................................................................... 38 6. PROPOSTA DE MODELO DE CLASSIFICAO DE SITES GOVERNAMENTAIS EM REAO AO NVEL DE INTEGRAO COM SITES DE REDES SOCIAIS ...................................................................................................... 40 6.1 PRIMEIRO NVEL DE INTEGRAO............................................................. 40

6.2 SEGUNDO NVEL DE INTEGRAO ............................................................ 40 6.3 TERCEIRO NVEL DE INTEGRAO ............................................................ 41 6.4 QUARTO NVEL DE INTEGRAO ............................................................... 41 6.5 QUINTO NVEL DE INTEGRAO ................................................................ 42 6.6 SEXTO NVEL DE INTEGRAO .................................................................. 42 7. AVALIAO DOS NVEIS DE INTEGRAO DE SITES DE GOVERNOS ESTADUAIS COM OS SITES DE REDES SOCIAIS FACEBOOK E TWITTER ...... 44 7.1 Estado de So Paulo ................................................. 44 7.2 Estado do Rio de Janeiro ............................................ 45 7.3 Estado de Minas Gerais ........................................... 47 7.4 Estado do Rio Grande do Sul ..................................... 48 7.5 Estado do Paran ....................................................... 50 7.6 Estado da Bahia ........................................................ 51 7.7 Estado de Pernambuco ............................................. 53 7.8 Estado do Cear ................................................... 54 7.9 Estado de Gois ................................................... 56 7.10 Estado do Mato Grosso .......................................... 57 7.11 Estado do Amazonas ............................ 59 7.12 Estado de Rondnia .................................. 60 7.13 Estado do Par ........................................................ 62 8. APRESENTAO E ANLISE DE DADOS ........................................................ 64 8.1 NVEL DE INTEGRAO E PIB ESTADUAL ................................................. 64 8.2 NVEL DE INTEGRAO POR REGIES BRASILEIRAS ............................. 65 8.3 INTEGRAO E PRESENA NAS REDES SOCIAIS ................................... 67 9. CONSIDERAES FINAIS .................................................................................. 69 REFERNCIAS ......................................................................................................... 72

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1. INTRODUO

Desde a metade do sculo passado, o mundo vem acelerando o processo de desenvolvimento tecnolgico. Este processo, por sua vez, est influenciando o modo de organizao da sociedade como um todo. A internet e os meios que proporcionam comunicao atravs dela, so os grandes propulsores das modificaes dessa nova sociedade, por alguns denominada de Sociedade em Rede(CASTELLS, 2009). A Comunicao Mediada pelo Computador (CMC) tem permitido e incentivado os indivduos a se comunicarem, possibilitando e facilitando relaes sociais entre os mais diversos atores da sociedade. A CMC deu oportunidade a indivduos e organizaes de se mostrarem, organizarem e se mobilizarem nesse novo ambiente. O desenvolvimento e a democratizao do acesso internet, que a plataforma dessa comunicao, possibilitou a criao e expresso de redes nesse espao: as chamadas redes sociais mediadas pelo computador (RECUERO, 2009). Os sites das maiores representantes das redes sociais mediadas pelo computador tm ganhado expresso em todos os continentes. Desde o incio deste ano, tem-se presenciado uma enorme onda de protestos em nvel mundial, resultando inclusive na deposio de ditadores. No Brasil, tem-se percebido um nmero de mobilizaes jamais visto nos ltimos 20 anos. E o que a maioria desses acontecimentos tm em comum? Foram mobilizados e organizados, ao menos em boa parte, atravs das redes sociais da internet, principalmente de sites como Facebook, Twitter e Youtube. Em virtude da crescente importncia dessas redes, delas que trataremos no presente trabalho. O estudo das redes sociais da internet, embora recente, mostra o potencial revolucionador dessa nova forma de se relacionar que os diversos atores sociais adquiriram. Sites como o Twitter, que prestou um papel importante nas revolues do Egito e Tunsia ocorridas neste ano (LOTAN et al., 2011), e Facebook, que conta com mais de 800 milhes de usurios em todo mundo, vm conquistando cada vez mais adeptos. Segundo pesquisa Ibope/Nielsen, os usurios de internet no Brasil j passam de 74 milhes e mais de 50 milhes possuem conta em algum site de redes

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sociais, tais como o Orkut, Facebook e Twitter. Alm disso, com o j lanado Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), o nmero de usurios de internet e, consequentemente, a presena e uso destes sites, deve aumentar em muito at 2015. Com uma parcela cada vez maior da sociedade agindo e interagindo nos sites de redes sociais, e seu potencial de impacto em termos de organizao e mobilizao social, torna oportuno perguntar: como esto os governos em relao a este novo ambiente, e como eles o percebem? O uso das tecnologias de informao e comunicao por governos, chamado Governo Eletrnico, comeou a ganhar nfase no Brasil por volta do ano 2000 (DINIZ et al., 2009). De l pra c, governos parecem haver se adaptado a certas tecnologias, mas quando se trata da internet e suas modernas ferramentas e ambientes (web 2.0), nota-se que os governos ainda tm muito a aprimorar (THE ECONOMIST, 14/02/2008). Em se tratando de sites de redes sociais, segundo ambiente mais acessado na internet, supe-se que os governos ainda no estejam integrados como deveriam e poderiam estar. Para identificar o nvel de integrao de governos estaduais com sites de redes sociais, este trabalho pretende classificar a intensidade e qualidade de presena na internet de 13 governos estaduais quanto sua integrao com dois dos sites de redes sociais de maior abrangncia global e mais influentes no Brasil: Twitter e Facebook. Para tanto, desenvolve-se um modelo de classificao contendo seis nveis de integrao, que so explicados mais adiante nesta monografia. Integrar a presena de governos e a sociedade na internet via sites de redes sociais significa criar e/ou aprimorar laos sociais entre os governos e os usurios destas redes, que so, na realidade, a prpria sociedade reunida num novo espao. Diversos autores apontam benefcios sociais no uso das redes sociais da internet pelo poder pblico, principalmente no que tange mais efetiva atuao dos agentes sociais no processo democrtico. Sites como o Facebook e Twitter proporcionam aos governos um espao nico de dilogo e integrao com a sociedade a um custo financeiro muito baixo. A TerraForum Consultores (2009)

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afirma que os desafios trazidos pelas e redes sociais e outras ferramentas modernas da internet so enormes, assim como o potencial de ganhos sociais que podem ser gerados atravs delas. A comunicao de mo dupla, que caracterstica destes sites, pode proporcionar uma maior participao dos cidados na discusso da agenda poltica local. Situao diversa ocorre com os meios de comunicao tradicionais televiso, rdio, jornal onde o cidado participa de forma passiva, somente recebendo informao e com pouca possibilidade de interagir. Na web 2.0, todos so iguais e podem participar das discusses intensivamente, independentemente de raa, credo ou cor (DZIEKANIAK, 2009). Alm disso, tem-se percebido uma falta de interesse poltico de cidados com idade inferior a 30 anos nas ltimas dcadas. A possibilidade do engajamento dos mais jovens, maiores usurios dessas redes sociais, poder vir a reforar a democracia; a oportunidade de o cidado participar mais de perto da discusso da agenda poltica e a maior visibilidade da administrao pblica, so pontos importantes que podem ser alcanados com a boa utilizao de redes sociais. Por isso, a discusso e estudo sobre as mdias sociais de internet e governos bastante pertinente. A temtica das redes sociais de internet e suas aplicaes por governos vem sendo discutida intensamente nas mais diversas partes do mundo. H uma percepo de que o poder pblico deva utilizar essas mdias para cumprir melhor seu papel; contudo, ainda no existe consenso e poucos so os exemplos de casos satisfatrios de como utilizar as redes sociais e quais dessas so adequadas para o uso de governos. O caminho para que governos faam melhor uso dos sites de redes sociais passa pela integrao de sites governamentais, entendidos aqui de uma maneira mais ampla, como a presena de governos na web, com os sites de redes sociais da internet; utilizando-se de todos os recursos e ferramentas disponveis para interagir com os cidados e, desta forma, aprimorar os laos que unem governo e sociedade.

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2. JUSTIFICATIVA

De um modo geral, pode-se dizer que h concordncia em relao ao fato de que governos devem incorporar o conhecimento de cidados e de usurios de servios por meio de ferramentas sociais. Tambm se pode afirmar que existem inmeros potenciais benefcios no uso de redes sociais por governos e sua explorao pode revolucionar a maneira como os governos prestam servios e se relacionam, de forma mais ampla, com os diferentes atores sociais. Todavia, esse potencial somente far sentido e trar benefcios se for desenvolvido. Nesse sentido, bastante adequada a realizao de estudos que mostrem a situao em que governos se encontram em relao utilizao de redes sociais da internet. Feitas essas ponderaes iniciais, verifica-se a importncia do objeto de estudo deste trabalho que, ao analisar a presena na web de 13 governos estaduais de diferentes regies brasileiras, apresenta uma radiografia do Brasil em relao ao nvel de integrao de sites de governos estaduais com sites de redes sociais Twitter e Facebook. O conhecimento e informaes obtidos com este estudo podero contribuir, assim como subsidiar, para que governos estaduais utilizem destas mdias sociais no planejamento estratgico e gerenciamento da administrao pblica como um todo. O momento mundial de incertezas e, ao mesmo tempo, de grandes oportunidades, sendo que a contestada administrao pblica precisa encontrar respostas para atender demanda dessa nova sociedade que est em constante e rpida transformao e fortemente influenciada pelas novas tecnologias de informao e comunicao. Alm disso, governos devem buscar, incessantemente, maneiras de como engajar o cidado no processo democrtico. Portanto, o momento propcio para que gestores pblicos reavaliem e considerem novas ferramentas e modos de governana. Iniciativas de integrao com ambientes e ferramentas sociais podem propiciar aos estados mais rpido desenvolvimento econmico e social.

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Quanto mais transparente e aberto for um governo, quanto mais firme estiver o lao que une o poder pblico e a sociedade, maior ser o bem-estar de um povo. Por isso, se governos ampliarem os meios que possibilitam maior acesso, dilogo e participao na agenda governamental por seus cidados, os resultados positivos em ganho de bem-estar seriam bastante interessantes.

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3. REVISO TERICA

3.1 CAMINHANDO PARA UMA SOCIEDADE EM REDE O mundo vive h duas dcadas um processo de reestruturao social. um processo multidimensional, que est associado emergncia de um novo paradigma tecnolgico, baseado nas tecnologias de comunicao e informao, que comearam a tomar forma nos anos 60 e que se difundiram de forma desigual por todo o mundo (CASTELLS, 2006). Nesse processo de reestruturao, a sociedade emergente tem sido chamada de sociedade da informao, do conhecimento ou em rede. Esse estudo adotar o conceito de sociedade em rede, o qual parece mais apropriado. De acordo com Castells (2006, p. 19) a sociedade em rede, em termos simples, uma estrutura social baseada em redes operadas por tecnologias de comunicao e informao fundamentadas na microelectrnica e em redes digitais de computadores que geram, processam e distribuem informao a partir de conhecimento acumulado nos ns dessas redes. Segundo Castells (2003) apud Cardoso (2006), essas transformaes so caracterizadas por duas tendncias em paralelo que enquadram o comportamento social: o individualismo e o comunalismo. Por individualismo, Cardoso (2006, p. 26) entende como sendo a construo de sentido em torno da concretizao dos projectos individuais. E por comunalismo, a construo de sentido em torno de um conjunto de valores definidos por uma colectividade restrita e internalizados pelos seus membros. Mais adiante, Cardoso (2006, p. 31) refere que alguns observadores tm olhado estas duas como fonte de potencial desintegrao da sociedade atual, mas ressalta que tais acontecimentos podem gerar, no o fracionamento e desintegrao da sociedade, mas a reconstruo das instituies sociais e, para alm disso, da prpria estrutura social, com base nos projectos autnomos dos sujeitos sociais.

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Alguns fatores-chave so considerados para o desenvolvimento e bem-estar humano na atual sociedade em rede. Castells (2006) considera os seguintes como sendo os fatores-chave: Setor pblico: ator decisivo para desenvolver e moldar a sociedade em

rede. Assim, a moldagem da sociedade passa por uma reforma do setor pblico que tem sido a esfera da sociedade onde as tecnologias de informao e comunicao (TICs) esto menos difundidas. Portanto, a transformao do estado est ligada ao uso mais intenso das novas tecnologias e adaptao aos valores e necessidades da nova sociedade. Educao: na base do processo de mudana, est um novo trabalhador,

com caractersticas e valores ligados sociedade em rede. Por isso, necessria uma reconverso total do sistema educativo em todos os seus nveis. Isto se refere a novas formas de tecnologia e pedagogia, bem como a contedos e organizao do processo de aprendizagem. Desenvolvimento Global: o novo modelo informacional de desenvolvimento

redefine a condio de crescimento partilhado no mundo. Isto implica na difuso das TICs para que as redes cheguem a todo lado. Regies integradas na rede da economia global esto sendo enormemente beneficiadas pelo seu dinamismo; todavia, boa parte da sociedade global est excluda destas redes e de seus potenciais benefcios. Deste modo, polticas pblicas a nvel internacional so necessrias para corrigir este desenvolvimento desigual e excludente. Criatividade e inovao: so fatores-chave para a criao de valor e da

mudana social nas nossas sociedades. O desenvolvimento deste potencial est ligado a novas legislaes sobre o direito de propriedade. Segundo Himanen (2006, p. 347), de uma perspectiva terica, o conceitochave inclui uma organizao em rede e o crescimento baseado na inovao. A economia da informao assenta no crescimento da produtividade baseado na inovao, ao contrrio da chamada nova economia. O potencial humano

envolvido em novas tecnologias de comunicao verdadeiramente extraordinrio.

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Contudo, os sistemas sociais existentes travam a dinmica da criatividade e, se desafiados pela competio, tendem a implodir (CASTELLS, 2006). Se a base do desenvolvimento da sociedade em rede so as novas tecnologias de informao e comunicao, a internet com suas poderosas ferramentas e ambientes tem papel fundamental nesse desenvolvimento. No cabe, neste trabalho, aprofundar acerca da rede mundial de computadores, mas sim sobre as novas formas de comunicao trazidas por ela. Chamadas de advento da Comunicao Mediada pelo Computador (CMC) por Recuero (2009), estas novas formas de comunicao esto transformando as formas de organizao, identidade, conversao e mobilizao social. Essa comunicao, mais do que permitir aos indivduos comunicar-se, amplificou a capacidade de conexo permitindo que redes fossem criadas e expressas nesses espaos: as redes sociais mediadas pelo computador. As novas tecnologias de comunicao baseadas na web,

especialmente as redes sociais de internet, vem oportunizando o surgimento de um novo tipo de esfera pblica, onde so percebidas posies autnomas e mais freqentes por parte dos cidados (HOFFMANN, 2011). A internet, contudo, tem potencial revolucionador e papel importante no desenvolvimento da nova sociedade. Uma das caractersticas mais importantes a ser observada na internet, e que exemplifica de algum modo a sociedade em rede, a forma de organizao em redes sociais. Por isso, necessrio entender-se melhor as redes sociais de internet e seu potencial. Do mesmo modo, o poder pblico tem papel-chave nesse desenvolvimento. Para tanto, governos devem passar por uma reestruturao, sobretudo em relao ao uso das novas TICs, especialmente a internet, para cumprir melhor seu papel e alavancar o bem-estar da nova sociedade.

3.2 REDES SOCIAIS NA INTERNET As chamadas Rede Sociais da Internet surgiram com a comunicao mediada por computador proporcionada pela internet, que uniu o mundo todo em uma imensa rede. Embora as redes sociais on-line possuam vrias caractersticas das redes offline, as redes no ciberespao se diferem destas, pois possuem singularidades e

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dinmicas prprias. Para aprofundar mais sobre o assunto das Redes Sociais da Internet, adotar-se- a linha de estudo proposta por Recuero (2009), que afirma: estudar redes sociais , portanto, estudar padres de conexes expressos no ciberespao. explorar uma metfora estrutural para compreender elementos dinmicos e de composio dos grupos sociais. A abordagem de rede ganhou fora nas cincias sociais a partir do desenvolvimento da Teoria dos Grafos. Segundo Recuero (2009), esta abordagem bastante interessante no estudo dos aspectos sociais no ciberespao, porque permite estudar, por exemplo, a criao das estruturas sociais; sua dinmica, tais como a criao do capital social e sua manuteno; a emergncia da cooperao e da competio; as funes das estruturas e, mesmo, as diferenas entre os variados grupos e seu impacto nos indivduos. Em termos gerais, pode-se dizer que uma rede social o conjunto de atores e suas conexes, sendo que os atores so pessoas, instituies, etc. e conexes so os laos sociais que os unem. Uma rede , portanto, uma metfora para observar os padres de um grupo social, a partir das conexes estabelecidas entre os diversos agentes. A abordagem de rede focaliza a estrutura social, e seu estudo concentra-se na origem, tipos e composio dessas redes que so afetadas em sua estrutura pela comunicao entre os atores e suas conexes (RECUERO, 2009). Os atores, que so os ns da rede, so representados no necessariamente por uma pessoa, mas por um perfil no Facebook, uma conta no Twitter, etc.. Desta maneira, as impresses deixadas por um perfil podem representar, ou no, a verdadeira identidade de uma pessoa. Todavia, de acordo com a pesquisa realizada por Back et al. (2010), que buscou saber se as impresses deixadas pelos perfis no Facebook eram as reais impresses de seus usurios, mostrou que as impresses deixadas realmente correspondem com as do dono do perfil. A maioria dos sites de redes sociais possui mecanismos para incentivar os atores a mostrarem as diversas facetas do seu eu, fato que depende muito das foras sociais e tecnolgicas dentro de cada site, pois so elas que moldam as atitudes de seus usurios (BOYD e ELLISON, 2008). Considera-se Facebook e Twitter representantes deste tipo de site.

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J as conexes so constitudas, geralmente, pelos laos sociais que, por sua vez, so formados atravs da interao social entre seus atores (RECUERO, 2009). A maioria dos contatos/conexes nas redes sociais de internet so os mesmos da rede social off-line (ELLISON, STEINFIELD e LAMPE, 2007), ao menos nas primeiras semanas de uso. Porm, a rede de um usurio pode ampliar exponencialmente, dependendo das conexes e da interao deste usurio com outros na rede. A interao nas redes sociais abordadas neste trabalho proporciona formas sncronas (quando os usurios comunicam-se de forma imediata) e assncronas (quando a resposta no esperada de forma quase imediata) de comunicao. Os laos sociais na internet, embora sejam difceis de ser identificados, apresentam alguns elementos que so perceptveis, tais como: o grau de intimidade entre seus interagentes, a natureza do capital social trocado e outras informaes que auxiliam na percepo do lao que une cada par (RECUERO, 2009). Como era de se imaginar, num espao to multiplexo como o ciberespao, existem vrios tipos de interaes na rede. Estas interaes acabam afetando o sistema, por exemplo, quando se adiciona um amigo, aumentando o nmero de contatos e possibilidades de novas conexes, bem como afetam a vida real do usurio, possibilitando novas oportunidades advindas de novas conexes em uma rede social de internet. A interao no mbito da internet varivel, podendo gerar/manter laos sociais fracos e tambm laos fortes. Os usurios nas redes sociais mantm relaes desde as mais ntimas (laos fortes), com pessoas e organizaes mais prximas, at as mais distantes (laos fracos), como acontece com as relaes com ex-colegas, amigo de amigos, e assim por diante. Por isso, o contedo e a frequncia da interao pode variar consideravelmente. Alis, outra observao a ser feita sobre os laos sociais na internet refere-se sua composio, que depende dos atributos sociais de ambos os participantes e, por sua vez, das idiossincrasias de cada um (GARTON; HAYTHORNTHWAITE e WELLMAN, 1997). O lao social , portanto, composto pelas relaes sociais, que so formadas pelas interaes entre os atores sociais (RECUERO, 2009, p. 42).

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Um outro importante elemento relativo s qualidades das conexes (laos sociais) nas redes sociais de internet o capital social. Segundo Coleman (1988), o capital social importante, primeiramente, porque identifica certos aspectos da estrutura social por suas funes, tal qual o conceito de cadeira identifica um determinado objeto fsico por suas funes. Por identificar estas funes de certos aspectos da estrutura social, o conceito de capital social um recurso que garante determinados resultados em nvel individual de ao, bem como ajuda a fazer a transio micro->macro sem o trabalho de precisar influenciar a estrutura social em que a ao ocorre. Recuero (2009, p. 49) considera capital social como um conjunto de recursos de um determinado grupo que pode ser usufrudo por todos os membros do grupo, ainda que individualmente, e que est embutido nas relaes sociais e determinado pelo contedo delas. Para Bertolini e Bravo (2004), os atores so a pea central de tudo isso, cada qual com seus interesses, usando os recursos representados pelos aspectos da estrutura social para realiz-los. O acesso ao capital social a vantagem ltima de fazer parte de um grupo. Por conta disso, os sistemas de comunicao mediada por computador fornecem vantagens

fundamentais aos indivduos,

pois facilitam a manuteno de relaes sociais

mesmo distncia (LEMOS, 2002). Para entender como o capital social encontrado e seus diferentes aspectos, Bertolini e Bravo (2004), partindo do conceito de Coleman (1988), explicam que o capital social heterogneo e constroem categorias que constituiriam aspectos nos quais o capital social pode ser encontrado. Essas categorias seriam: a) relacional: que abrange as relaes, laos e trocas que conectam os indivduos de uma determinada rede; b) normativo: que compreenderia as normas de comportamento de um determinado grupo e seus valores; c) cognitivo: que compreenderia a soma do conhecimento e das informaes comumente encontrada em determinado grupo; d) confiana no ambiente social: que compreenderia a confiana no comportamento de indivduos em um determinado ambiente; e, e) institucional: que incluiria as instituies, as quais constituem-se na estruturao geral dos grupos, onde possvel conhecer as normas da interao social, e onde o nvel de cooperao e coordenao bastante alto.

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Tais aspectos do capital social seriam divididos entre os aspectos de grupo (que eles tambm chamam de segundo nvel de capital social), ou seja, aqueles que apenas podem ser desfrutados pela coletividade, como o a confiana no ambiente social (d) e a presena das instituies (e), e os aspectos individuais, como as relaes (a), as leis ou normas (b) e o conhecimento (c), que variam de acordo com os indivduos . A existncia de capital social de primeiro nvel fundamental para a constituio do capital de segundo nvel (BERTOLINI e BRAVO, 2004). Segundo Recuero (2009) um segundo nvel de capital demonstra uma maior maturidade da rede social, alm de maior densidade e existncia no tempo de seus laos. O capital de segundo nvel importantssimo, porque aumenta a qualidade e a produo do de primeiro nvel, criando um crculo de produo constante de recursos pelo grupo. A estrutura das redes sociais da internet pode variar com o tempo, isso depende de suas dinmicas, que so diretamente afetadas pelas interaes entre os atores de uma rede. Por tal razo, importante entender um pouco das dinmicas das redes sociais da internet. 3.2.1 Dinmicas das redes sociais Atravs das interaes de um determinado grupo de atores numa rede social, observam-se comportamentos coletivos, considerados como sendo dinmicas nas redes sociais. Sobre estas dinmicas, Recuero (2009) aponta alguns elementos considerados importantes a seguir: Cooperao, competio e conflito: estes processos sociais, que so fenmenos naturais emergentes das redes sociais, no se percebem obrigatoriamente distintos e podem, inclusive, estar relacionados, cada qual com impacto diferenciado na estrutura social.Enquanto a cooperao essencial para a criao e a manuteno da estrutura, o conflito contribui para o desequilbrio. A competio, por um lado, pode agir no sentido de fortalecer a estrutura social, gerando cooperao para atingir um fim comum, proporcionar bens coletivos de modo mais rpido, ou mesmo gerar conflito, desgaste e ruptura das relaes. (RECUERO, 2009, p. 83)

Ruptura e agregao: indica a capacidade que os atores das redes sociais tm de remover conexes ou adicionar novas conexes. H sempre uma

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tendncia no sentido de que o nmero de agregaes esteja em ritmo mais acelerado que o nmero de rupturas na rede. Adaptao e auto-organizao: o computador e a internet estabeleceram novas formas de se comunicar. As pessoas adaptaram-se, utilizando a rede para formar novos padres de interao, gerando novas formas de sociabilidade e organizao social. A adaptao, e sua conseqente autoorganizao, parece ser uma constante nas redes sociais. Outros comportamentos emergentes: um importante aspecto da dinmica

das redes sociais, que tambm caracterstica de sistemas complexos, a emergncia. O aparecimento de ordem num sistema catico e complexo, a propagao de memes, adaptao, auto-organizao so comportamentos emergentes percebidos nas redes sociais. Os comportamentos nas redes sociais, contudo, so quase sempre emergentes, influenciados pelas ferramentas dos sistemas e dependentes da interao entre os atores sociais. Estas redes esto em constante mutao e tendem a apresentar comportamentos criativos, inesperados e emergentes. Recuero (2009) divide em dois tipos as redes sociais de internet: emergentes ou de associao/ filiao. As redes emergentes so aquelas expressas a partir das interaes entre os atores sociais; deixam implcita uma comunicao de mo-dupla que estimula e cria laos sociais, alm de serem menores e mais conectadas que as redes de filiao/associao. As redes de filiao/associativas se caracterizam por possuir dois tipos de ns formados pelos atores e grupos relacionados por conexes de pertencimento; embora essas conexes sejam forjadas pelos sites de redes sociais, elas podem criar laos sociais. As diferenas entre redes emergentes e de filiao podem ser pouco perceptveis e esto relacionadas mais com o tamanho e menos com o tipo de usurio, sendo que as diferenas mais significativas esto relacionadas com a dinmica da rede, enquanto a rede de filiao/associao mais estvel, as redes emergentes so bastante mutantes.

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3.3 SITES DE REDES SOCIAIS As mdias sociais tm se tornado parte importante da sociedade moderna. Atualmente, algumas redes sociais de internet possuem uma base de usurios regulares maiores que grande parte dos pases (sozinho, o Facebook diz ter mais de 800 milhes de usurios em todo mundo), preenchendo praticamente todas as reas de interesse e disponibilizando ferramentas multimdia, as quais possibilitam o compartilhamento de fotos, vdeos, facilitam discusses e troca de conhecimentos. Landsbergen (2010), pensando nas redes sociais de internet, define mdia social como uma ferramenta que: 1) permite aos indivduos usarem mais facilmente as redes de relacionamento humana; 2) torna explicito uma comunicao de mo dupla; 3) poderosa porque no se utiliza somente de textos, mas tambm de fotos e vdeos, ou seja, multimdia; e 4) baseia-se em medidas e objetivos para facilitar a comunicao. Na definio de Boyd e Ellison (2008), redes sociais de internet so servios com base na web que permitem aos indivduos (1) criarem perfis pblicos ou semipblicos dentro do site, (2) articular uma lista de outros usurios com os quais se quer interagir, e (3) visualizar e interligar sua lista de contatos com outras dentro do mesmo sistema. A grande diferena entre os sites de redes sociais e outras formas de comunicao mediada pelo computador, segundo Recuero (2009), o modo como permitem a visibilidade e a articulao das redes sociais, bem como a manuteno dos laos sociais estabelecidos no mundo off-line [...], [...] mas importante salientar que so, em si, apenas sistemas. So os atores sociais, que utilizam essas redes, que realmente formam estes sites. Como exemplos deste tipo de sites encontram-se Youtube, Twitter, Orkut e Facebook, entre outros. Este tipos de sites comearam a se difundir com mais intensidade a partir do ano de 2004. Com o aprimoramento da velocidade da conexo de internet, sistemas e hardwares mais potentes e dinmicos, a internet deu um grande salto em qualidade e interatividade com ambientes e ferramentas de extraordinria comunicabilidade, onde o usurio pode fazer parte desta constante construo virtual da rede. Convencionou-se chamar essa internet mais interativa de web 2.0.

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Ao longo dos ltimos anos, os sites de redes sociais se tornaram expoentes em web 2.0. Sobre as novas ferramentas web 2.0, Gregrio e Bolliger (2008) afirmam: Para o usurio comum da web, esse novo ambiente oferece mais do que oacesso passivo a informaes, tornando-o tambm autor e co-autor de contedos, protagonista de sua presena no meio digital e participante de comunidades produtivas nesse meio. Sites como Wikipedia, Youtube, Orkut, , Blogger e Google, entre outros, vo alm do fornecimento de ferramentas, ofertam um ambiente integrado e interoperativo, onde o conhecimento pode ser organizado, publicado, melhorado e redistribudo constantemente, com usabilidade e facilidade de uso e acesso.

Outra caracterstica que as redes sociais de internet incentivam diz respeito capacidade de tomada de deciso em diversos fruns de discusses e opinies espalhados pela web, ambientes que vm se consolidando e que servem de escola ao cidado nos processos prximos, se no plenos, ao menos prximos do exerccio da cidadania (DZIEKANIAK, 2008). Assim, esse novo jeito de se comunicar na web 2.0, disponibilizado e incentivado pelas ferramentas sociais, tem mudado a sociedade. As redes sociais virtuais buscam conectar pessoas e oportunizam novos laos sociais (RECUERO, 2004, p. 7). Um ponto comum entre as diversas redes sociais, virtuais ou no, lembrado pela Wikipedia, o compartilhamento de informaes, conhecimentos, interesses e esforos em busca de objetivos comuns. Aspectos positivos desse novo ambiente e ferramentas sociais de internet so apontados por diversos autores, principalmente no que tange participao mais efetiva do cidado e organizaes como atores sociais.

3.3.1 Twitter Twitter um site de rede social e servidor para microblogging (blog para textos breves), que permite aos usurios enviar e receber atualizaes pessoais de outros contatos (em textos de at 140 caracteres, conhecidos como "tweets"), por meio do website do servio, por SMS e por softwares especficos de gerenciamento.

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As atualizaes so exibidas no perfil de um usurio em tempo real e tambm enviadas a outros usurios seguidores que tenham assinado para receb-las. As atualizaes de um perfil ocorrem tanto por meio do site do Twitter quanto por programas e ferramentas adaptadas para isso que esto espalhadas pela web. O servio gratuito pela internet, entretanto, usando o recurso de SMS pode ocorrer a cobrana pela operadora telefnica.

Figura 1 - exemplo de uma pgina do Twitter Fonte: www.twitter.com

3.2.1.1 Ferramentas O site Wikipedia1 descreve algumas ferramentas do Twitter, dentre as quais: Retweet - o retweet uma funo do Twitter que consiste em replicar uma determinada mensagem de um usurio para a lista de seguidores, mencionado o autor original;

1

www.wikipedia.org

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Twitter List: Twitter List um recurso disponvel no Twitter que permite ao usurio criar listas compartilhveis de usurios e, desta maneira, organizar e ler os contedos postados mais facilmente; Trending Topics: os Trending Topics (TT) so uma lista em tempo real dos nomes mais postados no Twitter pelo mundo todo. Valem para essa lista as hashtags (#) e nomes prprios. Este recurso permite a seleo dos contedos mais postados em nvel mundial bem como por pas e regio.

3.2.1.2 Opes de integrao entre Twitter e outros sites Este site de rede social oferece gratuitamente diversas formas de compartilhar e divulgar contedos de outros sites no Twitter, bem como permite um excelente intercmbio de informaes com diversas redes sociais, entre elas o Facebook, em que possvel com que tudo que o usurio poste no Twitter seja tambm postado em sua conta do Facebook tambm e vice-versa. Dentre as formas mais utilizadas, est a opo de tweet, que pode ser colocada em qualquer pgina de qualquer site a fim de proporcionar ao usurio do Twitter uma forma de compartilhamento dos mais diversos contedos e pginas na internet, e um link tipo Siga-me, incentivando usurios do Twitter a seguir determinado perfil. H tambm a opo de colocar em qualquer site uma lista com os ltimos tweets de um determinado perfil no Twitter; deste modo, quem navega por um site, como os portais dos governos estaduais, por exemplo, pode tomar conhecimento que este site tambm est no Twitter, bem como saber como est interagindo por l.

3.2.1.3 Twitter no Brasil De acordo com o grupo de pesquisa norte-americano Web Ecology2, a lngua portuguesa a segunda mais utilizada pelo Twitter. Uma pesquisa realizada pela

Folha Online. 22/09/2009. (pgina da notcia visitada em 07/02/2010). Disponvel em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u627761.shtml

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agncia Bullet3, a maioria (61%) dos usurios do Twitter no Brasil composta por homens na faixa de 21 a 30 anos, solteiros, residentes nos estados Rio de Janeiro e So Paulo. Em sua maioria, so pessoas com ensino superior completo e renda mensal entre R$ 1.000,00 e R$ 5.000,00. Ainda segundo a pesquisa, esse pblico gasta cerca de 50h semanais conectados Internet. Cerca de 60% das pessoas so formadores de opinio: possuem um blog; conhecem a ferramenta atravs de amigos ou posts em outros blogs. Sobre o uso do Twitter por empresas, a pesquisa informa que grande parte dos usurios consultados (51%) disseram achar interessantes os perfis corporativos, desde que sejam utilizados com relevncia. Cerca de 30% j participaram de alguma ao publicitria e 70% seguem ou j seguiram algum perfil corporativo. Para esta pesquisa, foram consultados 3.268 brasileiros por meio do site da Bullet e o Migre.me, no perodo de 27 a 29 de abril de 2009.

3.3.2 Facebook O Facebook entrou no ar em 2004, nascido da idia de alunos da universidade Harvard, EUA. No comeo, o site limitou-se aos estudantes de algumas universidades americanas, mas devido ao seu rpido crescimento, abriu-se para pessoas de toda a parte do mundo e, nos dias de hoje, o sistema com base na web com maior nmero de usurios cadastrados no mundo. Para fazer parte deste site de rede social, os usurios devem preencher um cadastro. Logo aps, solicitado ao novo usurio fazer uma busca aos usurios da rede que j fazem parte de sua rede social no mundo off-line. A partir de ento, os usurios so estimulados a interagir na rede de diversas formas, principalmente a postar contedos, enviar fotos e encontrar amigos.

3

Sobre isso, acessar http://caosdemarketing.blogspot.com/2010/03/agencia-bullet-faz-estudo-sobre-

twitter.html

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Figura 2 - Exemplo de um perfil no Facebook Fonte: www.facebook.com

O website gratuito para os usurios e gera receita proveniente de publicidade, incluindo banners e grupos patrocinados. Usurios criam perfis que contm fotos e listas de interesses pessoais, trocando mensagens privadas e pblicas entre si e participantes de grupos de amigos. A visualizao de dados detalhados dos membros restrita para membros de uma mesma rede ou amigos confirmados.

3.3.2.1 Ferramentas O Facebook apresenta as seguintes caratersticas e ferramentas: Mural: o Mural um espao na pgina de perfil do usurio que permite aos amigos postar mensagens para ele ver. Ele visvel para qualquer pessoa com permisso para ver o perfil completo, e posts diferentes no mural aparecem separados no "Feed de Notcias". Muitos usurios usam os murais de seus amigos para deixar avisos e recados temporrios. Mensagens privadas so salvas em "Mensagens", que so enviadas caixa de entrada

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do usurio e so visveis apenas ao remetente e ao destinatrio, bem como num e-mail. Em julho de 2007 o Facebook, que s permitia posts de textos, passou a permitir postagem de anexos no mural. Cutucar / Toque: o Facebook adicionou um recurso chamado "Cutucar" (Brasil) ou "Toque" (Portugal) (em ingls Poke) para que os usurios enviem "cutucadas" uns aos outros. Segundo o FAQ do Facebook, uma cutucada "uma forma de voc interagir com seus amigos no Facebook. Quando criamos o cutucar, ns achamos que seria legal ter um recurso sem qualquer finalidade especfica. As pessoas interpretam a cutucada em muitas maneiras diferentes, e ns encorajamos que voc venha com seu prprio significado". A princpio, ele se destina a servir como uma forma de atrair a ateno de outro usurio. No entanto, muitos usurios utilizam-o como uma forma de dizer "Ol" e alguns como uma "investida sexual". H muitas aplicaes, tais como "X Me" e "SuperPoke!", que permitem ao usurio enviar qualquer ao no lugar da palavra "poke". Status: o recurso "Status" permite aos usurios informar a seus amigos e a membros de sua comunidade seu paradeiro atual e suas aes. Atualizaes de Status esto disponveis na sesso "Recently updated" (Atualizaes recentes) de toda sua lista de amigos. Eventos: os "Eventos" so uma maneira para que os membros informem seus amigos sobre os prximos eventos em sua comunidade, para organizar encontros sociais ou simplesmente para dizer o que est sentindo no momento.

3.3.2.2 Opes de integrao entre Facebook e outros sites Assim como o Twitter, o Facebook disponibiliza uma variedade de modos pelo quais seus usurios podem compartilhar contedos da internet. A maneira mais utilizada por outros sites para integrar-se com o Facebook atravs da opo Curtir, atravs da qual o usurio compartilha com sua rede de relacionamento no site algum contedo na internet. Uma opo mais completa de compartilhamento a opo de comentar um contedo em outro site e, desde que o usurio esteja loggado, ser automaticamente divulgado o contedo e o comentrio postado para

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toda a rede de relacionamento do usurio no Facebook. Alm disso, os usurios que se relacionam com ele tambm podem compartilhar e comentar este contedo com sua respectiva rede de relacionamento. Outra opo que o Facebook oferece, a possibilidade de mostrar em outro site uma lista de usurios que curtiram este site, incentivando outros usurios a fazer o mesmo e, desta maneira, divulgar o referido site nesta rede social. Para sites que exigem cadastro, com senha e login, o Facebook disponibiliza um mecanismo atravs do qual o usurio faz o login com seu usurio e senha no Facebook e, ao fazer isso, este site obter seus dados cadastrais no Facebook.

3.4 GOVERNOS + TECNOLOGIA = GOVERNO ELETRNICO O intensivo uso das Tecnologias de Informao e Comunicao (TICs) por governos, denominado Governo Eletrnico, comeou mundialmente no final do sculo passado. No Brasil, os movimentos mais significativos nesse sentido comearam na virada do sculo XX (DINIZ et al., 2009). Segundo a enciclopdia livre Wikipedia, Governo eletrnico, ou e-gov (do ingls electronic government) consiste no uso das tecnologias da informao alm do conhecimento nos processos internos de governo e na entrega dos produtos e servios do Estado tanto aos cidados como indstria. Muitas das tecnologias envolvidas e suas implementaes so as mesmas ou similares quelas correspondentes ao setor privado do comrcio eletrnico (ou ebusiness), enquanto que outras so especficas ou nicas em relao s necessidades do governo. Nesta monografia, governo eletrnico a maneira para governos usarem as tecnologias de informao e comunicao mais modernas, particularmente da web, para oferecer a cidados e organizaes mais fcil acesso a informaes e servios governamentais, melhorar a qualidade dos servios, e aprimorar e incentivar a participao no processo democrtico (FANG, 2002). De acordo com Schwester (2009), o governo eletrnico pode ser dividido em dois componentes:

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1. Prestao de servio: atravs das novas tecnologias, principalmente a internet, governos podem disponibilizar informaes e documentos e servios por meio digital e de forma ampla e gil, ou seja, prestando melhores servios aos cidados. 2. Democracia Digital: tambm conhecida por democracia eletrnica, ou edemocracia, est mudando o jeito como o governo interage com os cidados. O uso da Tecnologia da Informao e Comunicao no processo democrtico caracteriza a e-democracia (WIKIPEDIA). Refere-se a participao dos cidados nas decises de governos (Carrizales, 2008). o uso das novas tecnologias por governos para incentivar a participao em instituies e processos democrticos (Fang, 2002). Entre as causas determinantes da adoo das TICs por governos, Diniz et al., (2009) destaca:o uso intensivo das TICs pelos cidados, empresas privadas e organizaes no governamentais; a migrao da informao baseada em papel para mdias eletrnicas e servios online e o avano e universalizao da infraestrutura pblica de telecomunicaes e da internet. Outras causas esto associadas s foras provenientes do prprio movimento de reforma do Estado, da modernizao da gesto pblica e da necessidade de maior eficincia do governo.

De outro lado, dentre as TICs adotadas pelos governos, a internet e, especialmente, os novos ambientes e ferramentas sociais, a web 2.0 , sem dvida, a mais importante. Osimo (2008) diz que ambientes e ferramentas web 2.0 so relevantes para os mais diversos domnios de e-gov, alm dos conhecidos exemplos de facilitao da participao no processo poltico, bem como tm muito a contribuir para um governo melhor, mais simples, engajado e interligado. Segundo Landsbergen (2010), as mdias sociais de internet so importantes para o governo porque aumentam a confiana do cidado no governo e fazem com que os gastos dos recursos escassos sejam mais eficientes. Por fim, Dziekaniak (2008) entende que as redes sociais de internet podem contribuir para fomentar a sociedade do conhecimento, a e-participao e a e-cidadania no cenrio do governo eletrnico.

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3.5 GOVERNOS E REDES SOCIAIS DE INTERNET Pode-se notar, tendo em vista sua difuso por toda a web nos mais recentes artigos e trabalhos em sites e posts em blogs especializados no tema, assim como na bibliografia descrita neste trabalho, que h consenso na importncia da integrao de governos nesse novo tipo de esfera pblica trazida pela web 2.0, com ambientes e ferramentas sociais. Alm disso, cidados demostram atitude positiva em relao a potenciais inicitativas de web 2.0 pelo poder pblico (CHANG e KANNAN, 2008). Esse processo de redesenho no poder pblico relacionadas s iniciativas da web 2.0, no entanto, envolve profundas mudanas organizacionais e necessita de recursos que so imprescindveis para que essas iniciativas sejam bem sucedidas. Sobre estes recursos, Schwester (2009) destaca: pessoal qualificado, suporte tcnico e apoio poltico. A respeito das mudanas organizacionais, cabe destacar que organizaes pblicas onde ainda prevalecem vises de mundo isolacionistas, autocrticas e puramente hierrquico-funcionais dificilmente iro incorporar as ferramentas da web 2.0[....], [....], e ficaro cada vez mais distantes dos cidados, o que pode levar a conseqncias de toda sorte (TERRAFORUM CONSULTORES, 2009). De uma maneira bem contundente, Osimo (2008) afirma que iniciativas de integrao com ambientes e redes sociais web 2.0 so potencialmente benficas e, provavelmente, a opo mais segura para governos. Ainda mostra diversas iniciativas de web 2.0 - no contexto governamental - de sucesso ao redor do mundo (OSIMO, 2008, p.21). So inmeras as hipteses para a ocorrncia da timidez em iniciativas que utilizam o potencial de ambientes e ferramentas sociais por governos. No caso brasileiro, nas palavras de Dziekaniak (2009), acredita-se que a maioria destas causas estejam relacionadas ao desinteresse governamental para que as redes sociais obtenham sucesso. E, mais ainda, acredita-se que este desinteresse no seja to desinteressado assim. Dentre as esferas de poder, os nveis federal e estadual de governo so reconhecidos por usarem mais intensamente os ambientes e ferramentas web 2.0. Alm disso, h uma enorme distncia existente entre os mais e menos

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desenvolvidos no que se refere ao governo eletrnico (SCHWESTER, 2009). Contudo, cabe destacar os inmeros benefcios para os municpios que j utilizam as possibilidades da web 2.0, atravs do qual podem criar eficientes canais de comunicao entre os gestores pblicos e os cidados, maior participao e responsabilidade da sociedade em processos decisrios, tornando as decises mais eficazes, alm da troca de experincias entre os cidados (OLIVEIRA et al., 2009). Os sites de redes sociais podem ser usados nas mais diversas reas da administrao e governana pblica. Existem casos de sucesso na rea da Educao (KAYRI e AKIR, 2010; TERRAFORUM CONSULTORES, 2009), Segurana Pblica (OSIMO, 2008; Sade BOLLIGER, BOLLIGER, (MOREIRA, 2008;), 2008; 2011; TERRAFORUM TERRAFORUM Democrtica

CONSULTORES, CONSULTORES,

2009), 2009;

Participao

(CARRIZALES, 2008), entre outras, bem como estudos mostrando como o potencial dessas novas tecnologias est sendo sub-utilizado por entes pblicos

(NURHADRYANI; MASLOW; YAMAMOTO, 2009; SILVA e ROVER, 2009). Embora sejam raros os estudos sobre governos estaduais brasileiros e sua integrao/utilizao com ambientes e ferramentas sociais da web 2.0, h relatos de iniciativas promissoras de alguns governos nesse sentido, onde se pode destacar o governo do Estado de So Paulo (SRGIO e BOLLIGER, 2008). Tambm foram encontrados estudos (LAIA, 2009; PINHO, 2008) sobre Governo Eletrnico em estados brasileiros; todavia, nenhum estudo comparativo sobre redes sociais de internet.

3.6 NVEIS DE INTEGRAO COM SITES DE REDES SOCIAIS Com o intuito de criar maneiras para classificar a presena na internet de governos estaduais, buscou-se escritos sobre o tema. A vasta pesquisa feita resultou em dois modelos de integrao que serviram como base para o desenvolvimento dos 6 nveis descritos neste trabalho. Estes so o modelo de Owyang (2010) e o modelo de nveis desenvolvido por Meira (2010), a partir do

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modelo proposto por Owyang (2010). Os referidos modelos sero mostrados a seguir, nas prximas sub-sees deste trabalho.

3.6.1 Modelo de Owyang A proposta de Owyang (2010) refere-se a um modelo de 8 nveis de integrao entre mdias sociais da web e websites corporativos. Segundo o autor, o modelo serve de guia para empresas avaliarem onde esto atualmente em relao ao uso dessas mdias e planejarem onde querem chegar. Na tabela abaixo, encontram-se os 8 nveis mencionados.

Tabela 1 - Modelo de Owyang

Nvel de integrao1) Sem integrao alguma 2) criando ligaes com as redes de qualquer maneira, sem estratgia

DescrioSites de empresas que no fazem meno ou ligao alguma com as mdias sociais da internet. Sites de empresas que fazem menes como siga-me no Twitter ou compartilhe/curtir no Facebook. Esto gerando trfego mas desperdiando a oportunidade de beneficiar-se dele, pois no h estratgia A empresa tenta fazer com que os usurios de seu site espalhem pela web as mensagem induzidas por ela. Mas, por ainda no possuir estratgia alguma, a empresa no est preparada para situaes adversas. Neste nvel, a empresa integra a marca s redes sociais a web, com sua experincia no mundo off-line sendo, de alguma forma, refletida nestas mdias. Aqui a empresa comea a mostrar alguma estratgia em relao s redes sociais, concentrando as conversaes nos usurios das redes no seu site. As empresas integram sistemas de logins das redes sociais com o sistema de seus prprios site. Com isso, a qualidade e quantidade de interaes entre usurios/empresa deve aumentar.

3) Sem estratgia, induo ao compartilhamento de mensagens da empresa 4) Experincia da marca integrada com as redes sociais 5) Agregar conversao em seu site

6) Utilizao de plug-ins sociais para permitir e estimular usurios a conectarem-se ao site da empresa

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Nvel de integrao7) Usurios das redes conectados e estimulados a compartilhar contedos 8) Integrao completa entre sites de empresas e sites de redes sociais

DescrioNeste nvel, os usurios das redes sociais loggados em seu site comeam a ter experincias de carter social e acabam por espalhar contedos do site da empresa.

A experincia que os usurios das redes sociais tem nos sites das respectivas redes a mesma experincia que ele ter no site da empresa. Atividades dos usurios das redes confundem-se com as dos empregados da empresa. Fonte: adaptado de Owyang (2010)

3.6.2 Modelo de Meira Partindo do modelo proposto por Owyang (2010), Meira (2010) desenvolve 10 nveis de integrao entre a presena na web de empresas e redes sociais de internet. Em seu modelo, o autor descreve que no ltimo nvel de integrao as empresas so, na realidade, uma rede social. Os nveis so descritos na tabela 2.Tabela 2 - Modelo de Meira

Nveis

DescrioNo h nenhuma presena da empresa em qualquer rede social No h qualquer presena da empresa nas redes sociais, mas os usurios das redes fazem interaes mencionando o nome da empresa. Ainda no h qualquer presena formal da empresa nas redes sociais, mas os usurios das redes e os funcionrios da empresa esto engajados em conversas nas redes sociais. A empresa tem presena formal em uma ou mais redes sociais, mas ainda sem qualquer estratgia. Isso pode levar voz nas redes, mas sem capacidade da manter relacionamentos coerentes. Neste nvel, a empresa tem uma presena em redes sociais bem como uma ou mais estratgias para associar tal presena ao que acontece no seu site e, em particular, ao que acontece com os clientes e usurios, em seu site. Este estgio agrega os nveis 3, 4 e 5 da modelo proposto por Owyang (2010). Neste nvel, a empresa ou instituio tem um conjunto de processos de gesto de conhecimento corporativo que passam pelo uso competente de uma ou mais redes sociais internas organizao; tais redes devem ter como objetivo representar a quantidade e qualidade das interaes e conversaes em todos os nveis da instituio(MEIRA, 2010).

0 1 2 3

4

5

35

Nveis

DescrioAqui, a empresa integra as redes sociais internas com seu site. Da mesma forma, integra seu site com as diversas redes sociais da internet. Este nvel uma pequena evoluo do nvel 6, pois alm de integrar as redes internas com o site da empresa, tambm as integra com as redes sociais da internet externas empresa, bem como ao seu prprio site. A empresa comea a desenvolver estratgias para induzir conversaes corporativas. Neste nvel, o conhecimento organizacional transcende a empresa e comea a estar em todo o lugar onde h gente que conversa sobre a empresa, seus produtos e servios (MEIRA, 2010). Neste nvel, a empresa considerada uma rede social onde processos de negcio, internos e externos, so realizados em comunidades das mais diversas redes sociais, inclusive e principalmente na rede social da prpria empresa. Fonte: adaptado de Meira (2010)

6 7

8

9

3.6.3 Modelo de Klering e Schreder Este modelo, elaborado a partir de diversos estudos na rea de governo eletrnico, trata do nvel de virtualizao de municpios e prope um modelo de classificao de sites municipais em 6 (seis) nveis ou estgios de virtualizao, atravs dos quais, segundo os autores, os municpios evoluem providenciando uma adequada definio da estrutura de dados, de relacionamentos e de servios, contemplando aspectos de contedo, design, interao e transao (KLERING e

SCHREDER, 2008). Segue uma descrio dos referidos nveis na tabela Tabela3, abaixo.Tabela 3 Modelo Klering e Schreder

Nvel1) Institucionais estticos 2) Institucionais dinmicos

DescrioSites municipais que somente proporcionam comunicao de mo nica, resumindo-se em apresentar dados institucionais e de governo bsicos. Os sites ainda apresentam comunicao unidirecional, mas viabilizam mais informaes e maior riqueza de contedos. Neste nvel, os sites de municpios comeam a proporcionar alguma espcie de comunicao de mo dupla, havendo um retorno ou feedback, bem como disponibilizam informaes recentes dos servios solicitados.

3) Interativos ou consultivos

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Nvel

DescrioOs sites de municpios mais sofisticados tecnologicamente, oferecendo servios on-line. Estes sites tentam simplificar e orientar a procura de informaes, via recursos inteligentes de navegao (KLERING e SCHREDER, 2008). Sites que utilizam modernas tecnologias para intensificar a interao com o cidado e estimulam a participao do cidado no dia-a-dia da administrao pblica local, utilizando-se das muitas ferramentas que a web proporciona para este propsito. Num sexto nvel, esto os sites de municpios que tratam de forma customizada cada cidado. Alm de proporcionarem as mais diversas informaes e servios da administrao pblica, estes sites disponibilizam e incentivam o dilogo e outras formas de interao com o agente pblico. Fonte: Adaptado de Klering e Schreder (2010)

4) Transacionas

5) Participativos

6) Personalizados

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4. OBJETIVOS

Para avaliar em que estgio governos estaduais se encontram na integrao de seus sites com os sites de redes sociais Facebook e Twitter, este trabalho analisar 13 sites de governos de diferentes regies brasileiras, classificados por regio e PIB, avaliando nvel de integrao dos mesmos com os sites Facebook e Twitter. Para atingir o objetivo geral, os seguintes objetivos especficos so propostos: Discutir as mudanas trazidas pela web 2.0; Avaliar a importncia das mdias sociais de internet e a relao com governos; Desenvolver um modelo de classificao da integrao de sites estaduais com sites de redes sociais; Verificar o nvel de integrao de governos estaduais com ambientes e ferramentas sociais; Divulgar os resultados e Fomentar a discusso sobre o tema.

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5. METODOLOGIA

Neste trabalho, que um estudo exploratrio, foram selecionados, por convenincia, 13 estados como amostra para a anlise. Os estados seguem de acordo com a Tabela 1, localizada logo abaixo.Tabela 4 - Endereo na internet de governos estaduais

Nome do estadoSo Paulo (SP) Rio de Janeiro (RJ) Minas Gerais (MG) Rio Grande do Sul (RS) Paran (PR) Bahia (BA) Pernambuco (PE) Cear (CE) Gois (GO) Mato Grosso (MT) Amazonas (AM) Par (PA) Rondnia (RO)

Endereo na internet Fonte: prprio autor

Optou-se por selecionar estados de todas as regies brasileiras, levando em conta a proporcionalidade e o ndice de desenvolvimento econmico (PIB estadual), com o intuito de obter uma radiografia simplificada (e no exatamente representativa) em relao ao nvel de integrao de sites estaduais com os sites de redes sociais mencionados. Cabe enfatizar que, no caso, site significa a presena do governo na internet atravs do site oficial e seus links, bem como alguns sites de secretarias de governo. A pesquisa final, constituda por visitas aos sites selecionados, ocorreu no perodo de 25 de outubro a 18 de novembro de 2011, sendo que cada site foi

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visitado em, pelo menos, duas datas dentro deste perodo. A fim de obter uma maior riqueza de informaes e segurana de pesquisa, a investigao no se restringiu apenas ao portal, mas tambm por visitas a algumas secretarias de governo. Por ser um estudo exploratrio, no foram visitadas todas as secretarias e rgos governamentais; seguindo o relatrio da ONU/ASPA (2008), foram selecionadas as reas de sade, educao, finanas e segurana, por representarem o eixo das demandas aos rgos governamentais. Nas visitas aos sites dos governos estaduais, foi analisada a pgina inicial do site, explorando-se os links do menu principal, visitando-se os sites das secretarias da sade, educao, finanas e segurana e alguns de seus links principais. Levouse em conta as opes de compartilhamento de contedos no Facebook e Twitter. J nos sites de redes sociais Facebook e Twitter, quando o endereo no site no era encontrado atravs do site do governo estadual, foram loggados e pesquisados pelos termos Estado + nome do estado, Governo + Estado, Secretaria + nome da secretaria + Estado + nome do estado. Os resultados da pesquisa foram conferidos para se chegar ao perfil que mais se aproximou da real identidade do Estado (nenhum perfil analisado dava algum sinal de falsidade). Para explorar o grau de interao, foram observados os amigos/seguidores, o nmero, frequncia e contedos de postagens (tweets)/atualizaes/comentrios deixados, bem como o nmero de pessoas que curtiram/gostaram disso. Alm disso, foram observados o histrico dos ltimos 30 dias de atualizaes, com o intuito de verificar se o perfil reagia s interaes dos usurios quando era esperado. Foi considerado o tempo de 7 (sete) dias como mximo aceitvel para um perfil ser considerado atualizado.

40

6.

PROPOSTA

DE

MODELO

DE

CLASSIFICAO

DE

SITES

GOVERNAMENTAIS EM REAO AO NVEL DE INTEGRAO COM SITES DE REDES SOCIAIS Para classificar os sites de governos estaduais em relao ao nvel de integrao com sites de redes sociais, foi desenvolvido para este trabalho um modelo de classificao de seis nveis de integrao com os sites de redes sociais, tendo como base os nveis desenvolvidos por Meira (2010) a partir da matriz proposta por Owyang (2010), os nveis de virtualizao de municpios propostos por KLERING e SCHREDER (2008) e experincias do prprio autor.

6.1 PRIMEIRO NVEL DE INTEGRAO Num primeiro nvel, no h nenhuma presena formal e articulada de governo em qualquer rede social. Na pgina principal do site, no se encontra qualquer meno a redes sociais, bem como nos sites das secretarias no so encontrados sequer links como curtir, do Facebook, ou siga-me, do Twitter. No se percebe qualquer estratgia relacionada s redes sociais, somente supe-se que existem; no h perfil atuante da administrao pblica estadual nos sites das redes sociais. Deste modo, no se observa nenhuma inteno de criar laos sociais com os usurios de nenhuma rede social.

6.2 SEGUNDO NVEL DE INTEGRAO Ocorrem indcios da presena de redes sociais, mas a comunicao por parte do governo nfima e desarticulada e presumivelmente feita por poucos funcionrios da administrao pblica. Ainda que se percebam links e outros modos para tentar relacionar o site com as redes sociais, so iniciativas apenas de algumas das secretariais, no se observa meno s redes sociais Facebook no site do governo estadual, nem mesmo h perfis do estado nessas redes. O governo estadual pode at estar presente no Twitter ou Facebook, mas sua presena no divulgada em

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seu site oficial. Portanto, no observada nenhuma atitude ou estratgia governamental relacionada s redes sociais analisadas.

6.3 TERCEIRO NVEL DE INTEGRAO Neste nvel, a administrao pblica ainda no tem nenhuma estratgia e presena nas redes sociais, mas apresenta opo de integrao logo na pgina de abertura do site estadual. Ou seja, o estado demonstra certo interesse em integrarse com os sites de redes sociais. Neste nvel, pode-se observar, embora no satisfatoriamente, opes de compartilhamento de contedos do site nas redes no portal do governo e no site de algumas das secretariais. tambm neste nvel que se encontra o estado com perfil atuante em, ao menos, uma das redes sociais analisadas, bem como perfil atuante de algumas secretariais nos sites das redes. H pouco mais links e outros modos de tentar relacionar o governo com as redes, porm, as opes de compartilhamento no so satisfatrias, o que quer dizer que os contedos compartilhados e as formas de compartilhamento no so as mais completas. Finalizando, poucos so os perfis e/ou pginas da administrao pblica nas redes bem pouco freqentes so as interaes.

6.4 QUARTO NVEL DE INTEGRAO Num quarto nvel, verifica-se uma presena formal consistente nas redes sociais, mas ainda sem qualquer estratgia. Neste nvel, encontram-se os sites estaduais que disponibilizam mais consistentemente links e outros modos de ligao com as redes, h uma interao significativa entre a administrao pblica e os usurios do Facebook e Twitter, entretanto, nota-se que as opes de integrao nos sites do governo estadual e maior parte das secretarias analisadas no so, ainda, completas. Assim como no se percebem reaes dos perfis estaduais s interaes de outros usurios. Embora possa haver integrao e interao

significativa por parte de uma ou outra secretaria, no se observa uma estratgia de governo para comunicar a rede com o site do governo, e no ocorre articulao com

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os objetivos da administrao pblica corrente. Quando o governo se apresenta engajado com Twitter e Facebook, utilizando-se das diversas formas de integrao entre os sites, a maior parte das secretarias no esto no mesmo caminho, ou seja, no h uma estratgia de governo em relao s redes.

6.5 QUINTO NVEL DE INTEGRAO Num quinto nvel de integrao, o governo no s tem uma presena consistente em pelo menos uma das redes sociais, mas tambm aparenta ter estratgias para associar tal presena ao que acontece no seu site. Logo na pgina inicial observa-se alguma meno s redes sociais de internet bem como em boa parte dos links e sublinks. Encontram-se pginas e/ou perfis consistentes em diversas redes sociais, porm, em no mais que uma rede (Facebook ou Twitter) est presente uma estratgia de comunicao e integrao entre os sites. O governo pode ou no ter uma declarao formal de sua estratgia, mas percebe-se uma articulao e atuao estratgica. As discusses e outras interaes nas redes so articuladas e orientadas. So disponibilizadas diversas opes de integrao nos sites governamentais com os sites das redes sociais. Neste nvel, percebe-se a inteno do poder pblico em interagir com os usurios das redes, reagindo s interaes de outros perfis. a partir deste nvel que se encontra com maior nmero e mais consistentemente os plug-ins sociais, opes consistentes de compartilhamentos e outras formas de integrao entre sites.

Neste nvel, somente o potencial de uma das duas redes sociais desenvolvido satisfatoriamente pelo poder pblico estadual como um todo.

6.6 SEXTO NVEL DE INTEGRAO Num ltimo nvel de integrao, observa-se que o governo tem inteno de integrar-se com os sites de redes sociais Facebook e Twitter. O portal do governo apresenta vrios modos de compartilhamento e integrao com as duas redes, e tambm nos sites das secretarias se encontram as mesmas opes de integrao.

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Portanto, o governo aparenta ter uma estratgia formal de comunicao nas redes sociais e que, presumivelmente, deve ser seguida por toda administrao pblica que j est engajada na comunicao em rede. Percebe-se no sexto nvel boa integrao entre os sites, e a oportunidade de comunicao dos usurios das redes com o governo bastante interessante e variada. dedicada bastante ateno nos perfis/pginas do governo e secretarias nas redes, os quais so relacionados s mais diversas reas da administrao pblica. neste nvel que o governo mostra-se disposto a utilizar todo o potencial de diversas redes sociais para cumprir melhor seu papel, interagindo com a sociedade. Para finalizar, segue um resumo dos 6 nveis na Tabela 5 logo abaixo.Tabela 5 - Resumo dos nveis de integrao

Nvel1) Desconhecimento 2) Integrao perifrica 3) Integrao bsica

DescrioSites estaduais sem nenhuma meno aos sites de redes sociais Integrao somente nos sites de algumas secretarias, sites do governo ainda no interagem. Site do governo comea a dar os primeiros passos em direo a integrao com os sites de redes sociais. Entretanto, utilizam-se de poucas ferramentas de integrao, sem estratgia. Alm de fazer meno aos sites de redes sociais em suas respectivas pginas na web, os sites de governos e algumas secretarias tambm compartilham vrios contedos e tem presena freqente nos sites das redes. Mas, sem estratgia. Compartilhamento de contedos e espaos importantes nos sites de governos e de boa parte das secretarias para as redes sociais, bem como presena atuante nos sites destas redes. Com estratgia, mas nem todo o governo est alinhado. Completamente integrado e interagindo com os sites de redes sociais. Os governos apresentam-se com estratgia consistente e alinhamento de todas as secretarias de governo. Fonte: prprio autor

4) Integrao melhorada

5) Integrado sem esforos

6) Integrado

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7. AVALIAO DOS NVEIS DE INTEGRAO DE SITES DE GOVERNOS ESTADUAIS COM OS SITES DE REDES SOCIAIS FACEBOOK E TWITTER

7.1 Estado de So Paulo Logo no incio, localizado no topo da pgina de abertura do site, encontra-se um link dando opo de interao com os mais diversos sites de redes sociais. O portal do Governo do Estado, nome que identifica o site, oferece opo de compartilhamento de boa parte dos contedos do portal. Porm, nos sites das secretarias analisadas no foram encontradas formas de integrao consistentes com as redes sociais. Somente a Secretaria da Educao oportuniza interao com os diversos contedos nas redes, principalmente no Twitter. Nos sites das redes sociais, os resultados foram os seguintes: Facebook: somente o portal do governo est presente, com mais de trs mil pessoas interagindo com o perfil e atualizaes dirias com assuntos pertinentes. Twitter: foram encontrados perfis do governo estadual, secretarias da educao e fazenda. Postagens dirias sobre o dia-a-dia da administrao pblica foram observadas no perfil da secretaria da educao e do Governo do Estado, este ltimo com mais de 31 mil seguidores e 12 mil tweets. A Secretaria da Fazenda tem mais de um mil seguidores em seu perfil, porm, no h nenhuma postagem.

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Figura 3 - O Estado de So Paulo e as redes sociais Fontes: www.sp.gov.br, www.twitter.com/@fazendasp, www.twitter.com/@educacaosp

O Governo do Estado mostrou inteno em interagir com Twitter e Facebook, todavia nenhuma secretaria apresentou resultados satisfatrios neste sentido. Portanto, a presena na web do Estado de So Paulo se encontra no Quarto Nvel de Integrao.

7.2 Estado do Rio de Janeiro A presena na internet do Estado do Rio de Janeiro relacionada aos sites de redes sociais. Observa-se localizado na parte de baixo do portal estadual (Figura 4), links que direcionam a uma pgina onde encontra-se uma lista de rgo da administrao estadual e seus respectivos endereos nos sites de 5 diferentes redes sociais, entre elas Facebook e Twitter. Este o nico Estado a organizar e visibilizar todas as contas da administrao pblica nos sites de redes sociais em um espao especfico. No entanto, no h qualquer opo de compartilhamento de contedos no site estadual. Nenhum site de secretaria e do governo est integrado com os sites

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de redes sociais Facebook e Twitter, h somente os referidos links para os perfis nas redes. Quando explorados os sites seguintes: Facebook: conforme postagem no perfil da Secretaria da Educao neste site (Figura 4), a estratgia deste Estado no Facebook de concentrar todos rgos em um s perfil do Governo de Estado onde observa-se atualizaes freqentes. Twitter: so encontrados com atualizaes freqentes perfis do Governo do Estado e secretarias da Fazenda e Segurana. O perfil da Secretaria da Sade parece abandonado e no h uma conta da Secretaria da Educao no Twitter. Facebook e Twitter, os resultados so os

Figura 4 - O Estado do Rio de Janeiro e as redes sociais Fontes: www.rj.gov.br e www.facebook.com/govrj

O Estado do Rio de Janeiro inova ao visibilzar e concentrar todos os perfis dos rgo pblicos nas redes sociais em um s lugar. Mas, no integra os contedos dos

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diversos sites estaduais com as redes sociais. Portanto, o Estado avaliado com o Terceiro Nvel de Integrao.

7.3 Estado de Minas Gerais O portal oficial do Estado oferece meios de interagir com redes sociais Twitter, Youtube e Flickr logo na pgina de abertura, no topo e centro da pgina (Figura 5). Porm, no oportuniza integrao com os sites de redes sociais nos diversos contedos do site, nem mesmo do Portal da Transparncia do Estado. Somente a Secretaria da Sade possibilita interao com os sites das redes sociais Facebook e Twitter na pgina de abertura do site, bem como oportuniza de maneira satisfatria o compartilhamento de diversos contedos de seu site nas respectivas redes. As demais secretarias analisadas no faziam qualquer meno ou

possibilidade de interao com as redes sociais em seus sites. Quando pesquisada a presena do Estado nos sites das redes sociais, os resultados foram os seguintes: Facebook: somente a Secretria da Sade interagia satisfatoriamente nesta rede, com postagens dirias e histrico de dialogo com os usurios (Figura 5). A secretaria da Educao tambm est presente no Facebook, todavia com pouca interao. No foram encontrados perfis atuantes do Governo do Estado e de outras secretarias no Facebook; Twitter: foram encontrados perfis do Governo do Estado (9378 tweets e 9654 seguidores) e secretarias da Defesa Social (160 tweets e 351 seguidores) e da Sade (1828 tweets e 2399 seguidores). Como mostra a Figura 5, o perfil da Secretaria da Defesa no atualizado constantemente, diferente dos perfis do Governo do Estado e Secretaria da Sade que so atualizados diariamente, inclusive com histrico de dialogo com usurios por parte da Secretaria. No foram encontrados perfis das outras secretarias.

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Figura 5 - Estado de Minas Gerais e as redes sociais Fontes: www.mg.gov.br, www.twitter.com/@sedsmg, www.facebook.com

O Estado de Minas Gerais, contudo, mostra-se sem estratgia em relao aos sites de redes sociais. Os sites do Governo do Estados e secretarias esto pouco integrados com as redes, bem como no apresentam atuao e presena satisfatria nos sites das de redes sociais Facebook e Twitter. Portanto, o Estado encontra-se no Terceiro Nvel de Integrao.

7.4 Estado do Rio Grande do Sul Com visual bonito e de fcil navegao, o Portal do Governo do Estado demonstra sua inteno de integrar-se com os sites de redes sociais da internet com um link para o Twitter no topo da pgina, e a opo de compartilhar nas redes sociais os diversos contedos do site localizada no topo e na parte de baixo do site. A grande maioria dos contedos pode ser compartilhada na rede satisfatoriamente. Todavia, encontram-se secretarias que no esto alinhadas na internet com o

governo estadual. Nenhuma secretaria apresenta integrao satisfatria em seu site com as redes sociais. As secretarias da Segurana e da Educao sequer reservam

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algum espao em seu site para a integrao com as redes. A Secretaria da Fazenda no menciona as redes na pgina inicial, mas d a opo de compartilhar noticias. J a Secretaria da Sade menciona vrios sites de redes sociais logo na pgina inicial, todavia no d a opo de compartilhar qualquer contedo nesses sites. Os resultados nos sites Facebook e Twitter foram os seguintes: Facebook: os nicos perfis atuantes, com postagens freqentes, eram do Governo do Estado e da Secretaria da Sade. Inclusive, como mostra a Figura 6, o perfil do Governo dialogava com usurios; Twitter: somente para a Secretaria da Educao no foi encontrado um perfil oficial; tanto para o Governo do Estado quanto para as outras secretarias pde-se observar interao em seus respectivos perfis. Todos os perfis encontrados so atualizados constantemente, menos o perfil da secretaria da Fazenda, que havia sido atualizado pela ltima vez em 28 de janeiro de 2011.

Figura 6 -O Estado do Rio Grande do Sul e as redes sociais Fontes: www.rs.gov.br, www.twitter.com/@sefazrs, www.facebook.com/GovernodoRS

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Embora o Governo Estadual mostre empenho em interagir com as redes sociais da internet, nenhuma secretaria analisada demonstra o mesmo empenho. Sendo assim, o Estado avaliado com o Quarto Nvel de Integrao.

7.5 Estado do Paran No site de entrada da presena do Estado na web, no h qualquer meno s redes sociais Facebook e Twitter, h apenas a opo de compartilhar alguns contedos (as notcias, por exemplo) nestas redes, todavia de maneira insatisfatria. As secretarias da Sade e Segurana Pblica apresentam possibilidade de interao com as redes scias de internet bem visvel em seus respectivos sites, bem como possibilitam o compartilhamento dos contedos de seus sites de uma maneira considerada satisfatria. No h qualquer inteno de integrao entre os sites da secretaria da Educao e da Fazenda e os sites de redes sociais pesquisados. Os resultados nos sites das redes foram os seguintes: Facebook: numa pesquisa no site, encontra-se um perfil que se presume do Governo do Estado, mas no h interao neste perfil. Em compensao, as secretarias da Educao, Segurana Pblica e Sade tem perfis atualizados freqentemente, inclusive interagindo com os usurios (Figura 7). Ao pesquisar pela Secretaria da Fazenda no Facebook, no encontra-se coisa alguma; Twitter: de todos os perfis procurados, a Secretaria da Segurana Pblica (@sesppr: 1680 tweets e 1476 seguidores) a nica com atualizao freqentes em seu perfil. O perfil do Governo do Estado (@governodoparana) havia sido atualizado pela ltima vez h cerca de 1 ano, situao similar ao perfil da Secretaria de Sade que apresenta ltima postagem datada de 22 de setembro deste ano. Realizando uma pesquisa por nomes no Twitter, no obtm-se resultados para as secretarias da Fazenda e da Educao.

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Figura 7 - O Estado do Paran e as redes sociais Fontes: www.pr.gov.br, www.facebook.com/EducacaoParana, www.twitter.com/@governodoparana

O Estado do Paran, embora presente, mostra-se sem estratgia e com pouca inteno de integrar-se com os sites de redes sociais Facebook e Twitter. Desta forma, o Estado encontra-se no Terceiro Nvel de Integrao.

7.6 Estado da Bahia O portal oficial do Estado est em manuteno desde a primeira tentativa de acesso em 25 de outubro, por isso, as informaes relativas a este site no puderam ser exploradas. As secretarias da Educao, Sade e Segurana apresentam links para seus respectivos perfis no Twitter na pgina principal de seus sites, mas, somente a Secretaria da Sade menciona tambm o Facebook. Em se tratando de compartilhamento de contedos nas redes, as secretarias de Segurana e da Educao so as nicas que disponibilizam opes de compartilhamento. A secretaria da Fazenda no faz meno aos sites de redes sociais. Nos sites das redes sociais Facebook e Twitter os resultados so os seguintes:

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Facebook: dentre todos os perfis pesquisados, somente a Secretaria da Sade resulta em um perfil oficial com atualizaes freqentes bem como histrico de interao com usurios (Figura 8); Twitter: neste site de rede social encontram-se 3 secretariais de governo com perfis atualizados freqentemente e inclusive histrico de interao com os usurios, estas so as secretarias da Educao, da Sade e de Segurana Pblica. Fazenda pesquisa por nomes o Twitter, no obtm-se resultados para um perfil oficial do Governo de Estado, tampouco para a Secretaria da Fazenda.

Figura 8 - O Estado da Bahia e as redes sociais Fontes: www.ba.gov.br, www.facebook.com/profile.php?id=100000364771236, www.twitter.com/@SESAB

Infelizmente, o site oficial do Governo est fora do ar e no h inteno do Governo em continuar interagindo na internet com os cidados durante este perodo de apago, pois no oferece nenhuma possibilidade de interao com as redes sociais na pgina que informa a indisponibilidade do site. Um oportunidade de mostrar-se nas redes sociais da internet est sendo desperdiada, uma vez que no h qualquer link para os sites das redes sociais e tampouco um perfil oficial do Governo encontrado nestes sites. Portanto, o Governo do Estado da Bahia encontra-se no Segundo Nvel de Integrao.

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7.7 Estado de Pernambuco Novamente no se encontra num site oficial de Estado alguma meno aos sites de redes sociais analisados. Nenhum contedo do portal do Governo do Estado, Portal da Transparncia, Secretaria de Defesa Social e Secretaria da Fazenda esto integrados com as redes sociais. J as secretarias de Sade e Educao oportunizam interao com as redes logo na pgina inicial de seus sites, tambm do a opo de compartilhar a maior parte dos contedos nos sites das redes. Nos sites das redes sociais analisadas, os resultados foram os seguintes: Facebook: os mesmos que apresentam integrao com os sites de redes sociais em seus respectivos sites, so os nicos com perfil atuante no Facebook. As secretarias da Educao e da Sade atualizam seus perfis diariamente, mas a Secretaria da Educao a nica que reage interao dos usurios. Como mostra a Figura 9, a Secretaria da Sade interage unilateralmente com os usurios, diferentemente do perfil da Secretaria da Educao que, embora com atraso nas respostas, responde aos

questionamentos de outros perfis; Twitter: as secretarias de Sade (838 tweets e 718 seguidores) e Educao (488 tweets e 205 seguidores), mais uma vez aqui, tinham perfis atuantes no Twitter, embora a Secretaria da Sade no atualizasse freqentemente seu perfil. O Governo do Estado (5611 tweets e 9753 seguidores), assim com a Secretaria da Educao, atualizam diariamente seus perfis com assuntos do dia-a-dia da administrao e inclusive Figura 9 - com pronta reao s interaes dos usurios da rede. No foram encontrados perfis das secretarias da Fazenda e Defesa Social.

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Figura 9 O Estado de Pernambuco e as redes sociais Fontes: www.pe.gov.br, www.facebook.com/profile.php?id=100002367137690&sk=wall, www.twitter.com/governope

O Estado est presente e atuante no Twitter, porm, no demonstra nenhuma estratgia e tampouco inteno de integrar sua presena na web com os sites de redes sociais. A avaliao deste Estado com o Segundo Nvel Integrao.

7.8 Estado do Cear Embora no haja meno dos sites de redes sociais na pgina inicial do site do Governo, a Figura 10 mostra que existe forma de compartilhar no Facebook e Twitter alguns contedos, mas ainda de maneira insatisfatria. Nas secretarias, os sites da Segurana e Sade apresentam, embora modestamente, opo de integrao com o Twitter unicamente. Os sites das outras secretarias no apresentam opo de interao alguma, nem mesmo o Portal da Transparncia do Estado. Nas pesquisas nos sites de redes sociais os resultados so os seguintes: Facebook: o Governo do Estado o nico a apresentar um perfil oficial

atuante neste site de rede social, com cerca de 1200 usurios interagindo

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com o perfil. A maior parte das postagens so realizadas, via Twitter, diversas vezes durante o dia, mas ainda com dilogo unilateral sem reagir s interaes dos usurios; nem mesmo quando questionado; Twitter: neste site, existe um perfil oficial do Governo do Estado (3544 tweets e 3979 seguidores), bem como das secretarias de Sade (64 tweets e 354 seguidores) e Segurana (986 tweets e 935 seguidores) com atualizaes constantes. Apesar da freqncia da atualizao e da aparente disposio a interagir com os usurios da rede, veja Figura 10, ainda poucos os usurios interagindo com os perfis. No foram encontrados perfis das outras secretarias.

Figura 10 - O Estado do Cear e as redes sociais Fontes: www.ceara.gov.br, www.facebook.com/governodoceara, www.twitter.com/@sspdsce

O portal oficial do Estado no menciona redes sociais de internet em sua pgina de abertura, porm, oportuniza compartilhamento nas redes de alguns contedos do portal. Sendo assim, presume-se que o Estado tem inteno em integrar-se com os sites Facebook e Twitter, entretanto, ainda est engatinhando nesta direo. Por isso, o Estado do Cear avaliado com o Terceiro Nvel de Integrao.

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7.9 Estado de Gois O Governo do Estado no faz meno a redes sociais na pgina de abertura do site. Nos links principais e nos sites das secretarias h pouco meno s redes sociais, somente a Secretaria da Sade proporciona meios de integrao com as duas redes sociais de uma maneira consistente. A Secretaria da Educao, por sua vez,