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UNIVERSIDADE METODISTA DE SO PAULO FACULDADE DA SADE CURSO DE MEDICINA VETERINRIA

LUANA TORRES DE OLIVEIRA

OCORRNCIA DE HERPESVRUS BOVINO TIPO 1 (BoHV-1) EM BFALOS DO ESTADO DO PAR

SO BERNARDO DO CAMPO 2011

LUANA TORRES DE OLIVEIRA

OCORRNCIA DE HERPESVRUS BOVINO TIPO 1 (BoHV-1) EM BFALOS DO ESTADO DO PAR

Monografia apresentada no Curso de Graduao Universidade Metodista de So Paulo, Faculdade da Sade, Curso de Medicina Veterinria para Concluso de Curso. rea de Concentrao: Sanidade Animal Orientador: Prof: Dra. Silvia Regina Kleeb

SO BERNARDO DO CAMPO 2011

LUANA TORRES DE OLIVEIRA

OCORRNCIA DE HERPESVRUS BOVINO TIPO 1 (BoHV-1) EM BFALOS DO ESTADO DO PAR

Monografia apresentada no Curso de Graduao Universidade Metodista de So Paulo, Faculdade da Sade, Curso de Medicina Veterinria para Concluso de Curso.

rea de Concentrao: Sanidade Animal

Resultado: ________________________.

FICHA CATALOGRFICA

Ol4o

Oliveira, Luana Torres de Ocorrncia de herpesvirus bovino tipo 1 (BoHV-1) em bfalos do Estado do Par / Luana Torres de Oliveira. 2011. 48 f. Monografia (Medicina Veterinria) -- Faculdade da Sade da Universidade Metodista de So Paulo, So Bernardo do Campo, 2011. Orientao: Silvia Regina Kleeb.

1. Bfalos 2. Virusneutralizao 3. Hespesvirus 4. Rinotraquete I. Ttulo CDD 636.089266

AGRADECIMENTOS

A Deus, por toda fora e coragem sempre. A minha famlia, em especial aos meus pais pelo imenso amor, pelo orgulho, por acreditarem sempre nos meus objetivos e por me mostrarem todo o valor da vida. minha Tia Elizngela por toda compreenso. Ao Jonas por toda pacincia e dedicao. As amigas que surgiram ao longo destes anos de estudo e que estaro sempre comigo pelo lao formado, pelo companheirismo e por toda felicidade: Bia, Dssa, Line, Lvia (Japa), Mari, Mila, Naty e R. Ao Instituto Biolgico, em especial o Laboratrio de viroses de Bovdeos e a toda equipe. A Pesquisadora Dra.Edviges Maristela Pituco, pela oportunidade e ensinamento. Prof: Dra. Silvia Regina Kleeb por toda orientao e por todo apoio.

Se voc no puder se destacar pelo talento, vena pelo esforo. Dave Weinbaum

RESUMO

A bubalinocultara est em constante crescimento, sendo essencial para a pecuria de corte e de leite no pas, especialmente na regio norte, onde se encontra cerca de 50% do rebanho bubalino brasileiro, no entanto h imensas lacunas a serem preenchidas a respeito de doenas que impactam negativamente a produo nesta espcie, sem conhecimento da situao sanitria no h como fazer o enfrentamento e combat-las. A Rinotraquete Infecciosa Bovina (IBR) causada pelo herpesvrus bovino tipo 1 (BoHV-1), um vrus DNA, envelopado, membro da famlia Herpesviridae. Podendo comprometer os tratos respiratrio, genital, reprodutivo e ocasionar uma ampla variedade de manifestaes clnicas que so comuns a outras doenas impossibilitando o diagnstico com base apenas nos sinais clnicos e epidemiolgicos. Foram analisados 698 soros reagentes ao BoHV-1 de bubalinos, recebidos no Laboratrio de Viroses de Bovdeos do Instituto Biolgico no ano de 2009, animais oriundos de propriedades da regio norte do pas e foram isolados para avaliao sanitria com a finalidade de exportao. A tcnica empregada foi a virusneutralizao seguindo as diretrizes do Manual da OIE de 2011. As amostras soro reagentes foram submetidas titulao e seus resultados foram separados e analisados por rebanhos e procedncia. No rebanho 1 foram analisadas 458 amostras correspondendo a 65,6 % do total, j no rebanho 2 foram analisadas 240, ou seja, 34,3 %. O valor do ttulo de anticorpos 512 o mais frequente no rebanho 1 com porcentagem de 18,5% (85/458), enquanto que no rebanho 2, foi de 9,16% (22/240). Contudo, h necessidade de outros estudos, para avaliar as consequncias da infeco nos rebanhos. Palavras-chave: Bfalos, Virusneutralizao,Hespesvrus, Rinotraquete.

ABSTRACT

The bubalinocultara is constantly growing, is essential for beef cattle and milk in the country, especially in the North, which is about 50% of the Brazilian buffalo herd, but there are huge gaps to be filled on diseases that negatively impact the production in this species, without knowledge of the health situation there is no way to confront and fight them. The infectious bovine rhinotracheitis (IBR) is caused by bovine herpesvirus type 1 (BoHV-1), is a DNA virus, enveloped, member of the family Herpesviridae. May compromise the respiratory, genital, reproductive and cause a wide variety of clinical manifestations that are common to other diseases making it impossible to diagnose based only on clinical and epidemiological studies. We analyzed 698 serum reagents to BoHV-1 of buffaloes, received at the Laboratory of Viral Diseases of the bovine Biological Institute in 2009, animals from properties north of the country and were isolated for health assessment for the purpose of export. The technique employed was virusneutralizao following the guidelines of the OIE Manual, 2011. The serum samples were submitted to the titration reagents and the results were separated and analyzed by herds and origin. In one herd were analyzed 458 samples corresponding to 65.6% of the total, already in the herd were analyzed 2 240 or 34.3%. The value of antibody titer 512 is the most frequent in the herd with a percentage of 18.5% (85/458), while in the second flock, was 9.16% (22/240). However, there is need for more studies to evaluate the consequences of infection in flocks.

Key-words: Buffalo, Virusneutralizao, Hespesvirus, Rhinotracheitis.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estrutura do Herpesvirus Bovino ............................................................ Figura 2: Bovino com exsudato nasal e conjuntivite ..........

17 22

Figura 3: Bovino co severa hiperemia associada necrose e ulceras nasais ....... 22 Figura 4: Vaca apresentando corrimento vaginal (exsudato mucopurulento), mucosa vaginal edemaciada e hipermica, com ppulas avermelhadas ........ 23 Figura 5: Touro apresentando balanopostite, com formao de feridas, edema e hiperemia....................... Figura 6: Microplaca utilizadas nas reaes de virusneutralizao ............24 32

Figura 7: Incubao em estufa ............................................................................... 35 Figura 8: Fotomicrografia em microscpio invertido demonstrando tapete celular integro ou ausncia de Efeito Citoptico ................................................................ Figura 9: Fotomicrografia em microscpio invertido demonstrando tapete celular com vacolos, presena de Efeito Citoptico ......................................................... Figura 10: Grfico representando a porcentagem de animais analisados por rebanhos .................................................................................................................36

36

39

Figura 11: Grfico da escala de titulao viral por nmero de amostras analisadas ............................................................................................................... 40

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Quadro esquematizando a placa de Titulao Viral,onde coluna 1 o controle de clulas,coluna 2 controle de soro,e coluna 3 a 12 so as diluies ..... Quadro 2: Esquema da placa de retrotitulao,sendo coluna 11 e 12 destinadas ao controle de clulas,colunas 5 e 10 sem nenhum conteudo e as demais com as diluioes do virus ..................................................................................................... 34

35

Quadro 3: Nmero de animais analisados de acordo com o Municpio e rebanhos 38

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

l: microlitro BoHV-1: herpes vrus bovino tipo 1 C: graus Celsius CO2: Gs Carbnico DNA: cido desoxirribonuclico ECP: efeito citoptico IBR: Rinotraqueite Infecciosa Bovina ID: imunofluorescncia direta IPB: balanopostite pustular infecciosa IPV: Vulvovaginite Pustular Infecciosa IPX: imunoperoxidase MDBK: Madin Darby Bovine Kidney MEM: Meio Essencial Mnimo ml: mililitros PBS: soluo salina fosfatada tamponada PCR: reao em cadeia pela polimerase SFB: soro fetal bovino TCID: dose infectante 50% em cultura de tecido VN: vrusneutralizao

SUMRIO

1 INTRODUO .......................................................................................................... 2 REVISO DE LITERATURA .................................................................................... 2.1 BUBALINOCULTURA ............................................................................................ 2.2 HISTRICO DE RINOTRAQUETE ....................................................................... 2.3 AGENTE ETILOGICO .................................................................................. 2.4 EPIDEMIOLOGIA. 2.5 TRANSMISSO ..................................................................................................... 2.6 SINAIS CLNICOS .................................................................................................. 2.6.1 Forma Respiratria ........................................................................................... 2.6. 2 Forma Reprodutiva ........................................................................................... 2.6.3 Conjuntivite ....................................................................................................... 2.6.4 Forma Sistmica Neonatal ................................................................................ 2.7 DIAGNSTICO ...................................................................................................... 2.8 DIAGNSTICO DIFERENCIAL ............................................................................. 2.9 TRATAMENTO........................................................................................................ 2.10 PROFILAXIA E CONTROLE ................................................................................ 3 OBJETIVO ................................................................................................................ 4 MATERIAIS E MTODOS ........................................................................................ 4.1 AMOSTRAGEM E PROPRIEDADES ..................................................................... 4.2 SORODIAGNSTICO ............................................................................................ 4.3 CLULAS ............................................................................................................... 4.4 VRUS ..................................................................................................................... 4.5 TITULAES VIRAIS ............................................................................................ 4.6 VIRUSNEUTRALIZAO (VN) .............................................................................. 4.7 VALIDAO DA REAO .....................................................................................

12 14 14 15 17 18 20 21 21 22 24 25 25 27 27 28 29 30 30 30 30 31 31 32 37

5 RESULTADOS .......................................................................................................... 6 DISCUSSO ............................................................................................................. 7 CONCLUSO ........................................................................................................... REFERNCIAS ............................................................................................................

38 41 43 44

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1 INTRODUO

A bubalinocultura no Brasil est em crescimento e necessita de informaes consistentes sobre o controle sanitrio nesta espcie, devem-se levar em considerao as suas particularidades, o que essencial para o xito na sua criao. Por estar adaptado ao clima da regio e condies topogrficas, apresentam melhores condies de produo leiteira, crnea e de trabalho, no entanto h imensas lacunas a serem preenchidas a respeito das doenas que acometem negativamente a produo bubalina. O Herpesvrus Bovino tipo-1 (BoHV-1) pode causar a Rinotraquete Infecciosa Bovina (IBR), Vulvovaginite Pustular Infecciosa Bovina (IPV) ou Balonopostite Infecciosa Bovina (IBV), caracterizada por infeces dos tratos respiratrio, genital, reprodutivo e nervoso, ocasionando uma ampla variedade de manifestaes clnicas que so comuns a outras doenas infectoparasitrias, impossibilitando o diagnstico com base apenas nos sinais clnicos e epidemiolgicos. Tem ampla distribuio mundial, cerca de 28,9 a 82,7% do rebanho bovino brasileiro encontra-se infectado pelo Herpesvrus Bovino tipo 1(BoHV-1), que tambm acometem os bubalinos. A IBR tem acarretado grandes prejuzos econmicos nos rebanhos bovinos e bubalinos, em decorrncia de infeces respiratrias e de alteraes reprodutivas. O BoHV-1 considerado um dos principais patgenos de bovinos, sendo responsvel por grandes prejuzos econmicos explorao pecuria. observado retardo no crescimento dos animais, queda na produo leiteira, morte embrionria e fetal, abortamentos frequentes, alm da restrio comercial dos animais e seus produtos como smem, embries e produtos de biotecnologia. Os distrbios da reproduo de origem infecciosa em bovinos so multietiolgicos. Diferentes microrganismos como bactrias, vrus, protozorios e mesmo micotoxinas, atuando de forma isolada ou em associaes, podem ser responsveis pela sobreposio de sinais clnicos fazendo com que o diagnstico clnico seja de difcil realizao. Apesar das vacinas serem efetivas na reduo do impacto clnico causado pelo BoHV-1, existe pesquisa que coloca em dvida a sua capacidade de prevenir a enfermidade. No Brasil

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acredita-se que com o uso das vacinas convencionais somente em animais infectados, possvel o convvio sem transmisso do vrus, entre os infectados e os no-infectados sendo recomendado somente onde prevalncia de infeco est entre 20% e 50%, o que possibilita fazer o descarte gradual e em tempo mais longo dos animais reagentes, em propriedades onde a prevalncia superior a 50%, ou onde h necessidade premente de evitar sinais clnicos para reduzir perdas da produo, o controle com o uso de vacinas convencionais em todo o rebanho o modo de atuao indicado. O objetivo do presente estudo foi verificar a presena de anticorpos contra o BoHV-1 em amostras sorolgicas de bfalos de dois rebanhos oriundos do estado do Par, tendo em vista que esta espcie est em crescimento e ainda so escassas pesquisas voltadas a mesma, por isso, h necessidade de maiores estudos tanto epidemiolgicos quanto sorolgicos a fim de conhecer a importncia e o impacto desta e outras enfermidades na bubalinocultura.

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2 REVISO DE LITERATURA

2.1 BUBALINOCULTURA

A bubalinocultara est em constante crescimento, sendo essencial para a pecuria de corte e de leite no pas, especialmente na regio norte, onde se encontra cerca de 50% do rebanho bubalino brasileiro (IBGE, 2006). Nessa regio os bubalinos encontram um habitat ideal para o seu desenvolvimento e exercendo um papel importante na economia. (BARBOSA et al., 2005), adaptaram-se bem regio norte, devido s semelhanas ambientais locais com as de seus pases de origem do continente asitico, caracterizadas pelo clima que predominantemente tropical (CASSIANO et al., 2004). A populao da espcie bubalina atualmente est em crescimento por todo o mundo. Os sistemas de produo bubalina utilizam tecnologia desenvolvida para os bovinos com algumas adaptaes (LEITE;

BASTIANETTO, s. d.). A populao de bfalos mundial supera 168 milhes de animais, distribudos geograficamente na seguinte proporo; na sia (95,83%), na frica, principalmente no Egito, (2,24%), (1.96 %) na Amrica do Sul, na Austrlia (0.02 %) e na Europa (0.30%). (BORGHESE.; MAZZI, 2005). O bfalo considerado um animal com triplo propsito, por estar adaptado a produo de leite, carne e trabalho, isso contribui para um crescimento significativo da bubalinocultura em muitos pases do mundo (BORGHESE; MAZZI, 2005). No Brasil, so reconhecidas pela Associao Brasileira de Criadores de Bfalos quatro raas descritas abaixo: Mediterrneo: origem italiana, possui aptido tanto para produo de carne quanto de leite, tm porte mdio e so medianamente compactos. Murrah: origem indiana apresenta conformao mdia e compacta, cabeas leves e chifres curtos, espiralados enrodilhando-se em anis na altura do crnio.

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Jafarabadi: origem indiana, a raa menos compacta e de maior porte, apresenta chifres longos e de espessura fina, com uma curvatura longa e harmnica. Carabo: origem no norte das Filipinas, nica raa adaptada s regies pantanosas, e est concentrada na ilha de Maraj, no Par, apresenta pelagem mais clara, cabea triangular, chifres grandes e pontiagudos, voltados para cima, porte mdio e capacidade para produo de carne e leite (Associao Brasileira de Criadores de Bfalos, 2011).

Algumas doenas que impactam negativamente este tipo de rebanho vm sendo estudadas por diversos autores. Entre elas podemos destacar a Rinotraquete Infecciosa Bovina (IBR), importante doena descrita em bovinos e que pode tambm acometer bubalinos. DE CARLO et al. (2004), identificaram a presena de anticorpos especficos ao BoHV-1 em dois bubalinos saudveis no vacinados, aps a induo de imunossupresso nos animais para permitir que o vrus latente no organismo fosse reativado causando a sintomatologia clnica esperada para a doena, o que ocorreu e comprovou a presena do vrus no rebanho assim como a gravidade da doena nos bubalinos. Em Minas Gerais realizou-se um inqurito sorolgico, no qual 14.7% dos bubalinos estudados apresentaram anticorpos contra o BoHV-1. (LAGE et al., 1996).

2.2 HISTRICO DE RINOTRAQUETE INFECCIOSA BOVINA (IBR)

O

Herpervrus bovino

tipo-1

(BoHV-1)

encontra-se

amplamente

disseminado em rebanhos bovinos de todo o mundo, excetuando se apenas alguns pases da Europa ocidental que implantaram programas de erradicao dessa virose (ACKERMANN et al., 1990). Estudos soro epidemiolgicos, realizados em vrias regies geogrficas, tm demonstrado a grande disseminao do BoHV-1 nos rebanhos bovinos brasileiros (MUELLER et al.; SARA, 2003).

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O BoHV-1 foi isolado pela primeira vez nos Estados Unidos (EUA) em 1950(MAYR, 1988), porm foi na dcada de 60 que os sinais respiratrios graves desta infeco tornaram-se notveis naquele pas. Na Europa foi relatada em 1972 a sua forma mais grave. (PALAZZI, 2010) Em pases da Comunidade Europia, as infeces pelo BoHV-1 apresentam prevalncia variada. Em alguns pases est em processo de erradicao, enquanto outros apresentam prevalncias entre 20 e 90%. ustria, Dinamarca, Finlndia, Noruega, Sucia e Sua so pases considerados livres de BoHV-1 (VAN OIRSCHOT, 1998; QUINOCOZES, 2004). Com relao Amrica do Sul, levantamentos epidemiolgicos, realizados na Argentina, Peru, Colmbia e Chile, demonstram o carter endmico das infeces por BoHV-1. A frequncia de animais soro reagentes varia consideravelmente de 13% a 75%, com mdia entre 40% e 50%, na dependncia do tipo de amostragem e metodologia de diagnstico utilizada (ALTIERI, 2011). Na Amrica do Norte a infeco por BoHV-1 apresenta alta prevalncia. Nos Estados Unidos e no Canad, onde a infeco tem carter endmico, no existe uma poltica nacional de erradicao. Estes pases optaram pelo controle por meio de programas imunoprofilticos, com vacinas vivas e inativadas. Porm, por iniciativa privada, rebanhos livres destinados principalmente a produzir smen, embries e animais para exportao podem ser encontrados em algumas regies (WYLER et al., 1990; ALTIERI, 2011). Em 1978 houve o primeiro isolamento no Brasil, ocorreu no estado da Bahia, a partir de pstulas vaginais e no mesmo ano em So Paulo em que o vrus foi isalodo em um rim de feto bovino proveniente de abatedouro (MUELLER et al., 1978; PALAZZI, 2010). Atualmente o BoHV-1 esta disseminado por todas as regies do Brasil, atingindo elevados ndices de infeco em rebanhos (PITUCO, et al, 1999). No Brasil, levantamentos sorolgicos realizados, por todo o pas tm demonstrado alta frequncia de animais e rebanhos soropositivos com ndices que variam de 10,7% a 85,7% (GALVO et al., 1963; WIZIGMANN et al., 1972; MUELLER et al.,1981; RAVAZOLLO et al.,1989; LOVATO et al.,1995; VIDOR et al., 1995; ALTIERI, 2011).

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2.3 AGENTE ETIOLGICO

O

Herpesvrus

bovino

tipo-1

(BoHV-1)

membro

da

famlia

Herpesviridae, subfamlia Alphaherpesvirinae, gnero Varicellovirus, possui uma estrutura simples, formado por uma camada externa chamada envelope viral e o ncleo, onde se situa uma dupla hlice com as bases do DNA. Os herpesvrus possuem DNA genmico de fita dupla e apresentam dimetro que varia de 120 a 200 nm (QUINN, 2007) O nucleocapsdeo icosadrico, constitudo por 162 capsmeros, circundado por uma zona eletrodensa, chamada tegumento, e por um envelope de dupla camada glicoprotica, conforme mostra o desenho na figura 1. A replicao viral ocorre no ncleo da clula hospedeira (ROIZMAN et aI., 1951).

Figura 1: Estrutura do Herpesvirus Bovino. Fonte: Google imagens

Estudos possibilitaram a diviso do BoHV-1 em trs subtipos: BoHV-1.1, BoHV-1.2a e BoHV-1.2b(QUINN, 2007). A importncia biolgica desta

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classificao no esta bem definida, porm uma menor virulncia tem sido indicada para o subtipo 2b o qual parece no causar abortos, enquanto os BoHV-1.1 e 1.a tm sido isolados de fetos abortados (MILLER, 1991; PALAZZI, 2010). Estas variantes biolgicas podem ser demonstradas por diferenas existentes entre certas glicoprotenas e polipeptdios estruturais. E podem ser evidenciadas por meio de tcnicas como eletroforese das protenas virais em gel de poliacrilamida (PAGE), sorologia utilizando anticorpos monoclonais e anlise de restrio do DNA viral (SOUZA, 2006). O BoHV-1 penetra as clulas por fuso com a membrana celular e a replicao ocorre no ncleo das clulas (QUINN, 2007). O vrus produz corpsculos de incluso, intranucleares, acidfilos em clulas epiteliais do nariz e vagina. Conserva-se em ph entre 6 e 9, irresistvel ao formol 5%, sendo lbil ao clorofrmio e cido (MAYER, 1988).

2.4 EPIDEMIOLOGIA

A rinotraquete infecciosa bovina, tambm conhecida como rinite necrtica uma virose infectocontagiosa e est bastante difundida nos rebanhos devido s formas de criao dos rebanhos o que pode facilitar para a perpetuao da infeco do plantel (LU, 1999). O vrus produz uma virose cclica, com viremia transitria podendo se localizar em diferentes tipos de rgos (MAYER, 1988). Bovinos de todas as idades so suscetveis a infeces, porm os animais jovens so os mais suscetveis, preferencialmente confinados, e durante estaes de outono e inverno. No existem diferenas de suscetibilidade ao vrus, no que se refere a sexo e raa, mas provavelmente h quanto ao tamanho da explorao e tipo de manejo aos quais os animais so submetidos (QUINOCOZES, 2004). A transmisso feita por contato direto entre os animais como: contato entre os animais infectados e sadios, pela cpula, via transplacentria. Ou pelo contato indireto entre os mesmos como: por aerossis, fmites, tendo a inseminao artificial importante papel na entrada da doena em rebanhos que nunca tiveram contato com o vrus (LEMAIRE et al., 1994; LIMA, 2010).

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Como vias de eliminao so descritas as secrees respiratrias (tosse, espirro, saliva, secrees brnquicas, oculares e da faringe, todas elas servem de veculo para eliminar o vrus e por contato direto permitem a transmisso entre os animais), oculares e genitais (muco prepucial, muco vaginal) e o smen de animais infectados (LIMA, 2010). A infeco primria do BoHV-1 induz resposta imune e celular. Os anticorpos neutralizantes, principalmente da classe IgM e seguido pela IgG, so detectados geralmente dez dias aps a infeco (ENGELS; ACKERMANN, 1996). A replicao do BoHV-1 na fase aguda ocorre nas membranas mucosas, dependendo da porta de entrada, no trato respiratrio ou na mucosa genital. O vrus penetra nas terminaes nervosas perifricas locais, onde por via axonal retrgrada ir atingir os stios de latncia, neurnios dos gnglios trigmeos e sacrais, onde o nucleocapsdeo penetra na clula e permanecer no ncleo na forma no infecciosa ou latente, podendo ser reativado quando os animais so expostos a fatores predisponentes estressantes, que diminuem a resistncia imunolgica. O perodo de incubao em media de 2 a 6 dias e o reservatrio natural do agente o prprio gado bovino, tambm podem se infectar caprinos, sunos, leporinos e os bfalos indianos, todos aparentemente sem importncia epidemiolgica significativa (SOUZA, 2006). Aps a penetrao do BoHV-1 pelas mucosas dos tratos respiratrio superior, genital e epitlio conjuntival, ocorre replicao viral nesses locais, levando a ampla eliminao do agente nas secrees. A disseminao do vrus pela corrente sangunea (moncitos e macrfagos) at atingir os rgos alvos, porm os herpesvrus tm afinidade pelas terminaes nervosas onde permanecem em latncia (LIMA, 2010). Os anticorpos produzidos aps a infeco promovem a destruio de clulas infectadas e neutralizam as partculas virais. O combate ao agente depende da eficincia dos mecanismos de defesa do animal, adoecendo aqueles que tm esses mecanismos comprometidos. Anticorpos contra o BoHV-1 so produzidos a partir do oitavo dia aps a infeco e persistem por toda vida do animal (SOUZA, 2006). Os Herpesvrus induzem latncia, caracterizada pela presena do genoma viral nos gnglios nervosos, o animal portador latente pode reativar o vrus, quando exposto a fatores predisponentes estressantes, que diminuem a resistncia imunolgica (ACKERMANN et al., 1982) e assim eliminar

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partculas virais, na maioria das vezes sem apresentar sintomas clnicos (LEMAIRE et al.1994). Uma vez tendo sofrido infeco primria, o animal ser portador do BoHV-1 por toda a sua vida, potencialmente atuando como fonte de infeco para indivduos susceptveis, assegurando a permanncia da infeco no plantel (LEMAIRE ET al.1994).

2.5 TRANSMISSO

Algumas formas de criao e explorao do rebanho podem favorecer a presena do vrus, por isso, so necessrios mtodos higinico-sanitrios adequados. Como contato direto de transmisso pode ser citado o contato entre os animais, podendo ocorrer inalao de aerossis contaminados ou por contato direto com secrees nasais de animais infectados, tambm pela cpula (LIMA, 2010). A transmisso vertical, entre a vaca gestante e seu feto, poder ocorrer a qualquer tempo, porm, os abortos so mais freqentes na segunda metade da gestao (SOUZA, 2006). A transmisso indireta ocorre principalmente pela ingesto de gua e alimentos contaminados e pelos fmites, tendo a inseminao artificial um importante papel em rebanho que nunca tiveram contato com o vrus (LEMAIRE; PASTORET; THIRY, 1994). A transmisso iatrognica, outra forma de transmisso indireta, por meio de exames ginecolgicos em vacas utilizando-se instrumental contaminado por secrees de vacas infectadas, uso de esponjas e outros materiais na limpeza do prepcio, que estavam contaminados por secrees contendo o BoHV-1 (SOUZA, 2006).

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2.6 SINAIS CLNICOS

2.6.1 Forma Respiratria

O BoHV-1 induz um quadro respiratrio conhecido como a rinotraquete infecciosa bovina, sendo restrito ao trato respiratrio superior, podendo ocasionalmente se estender aos brnquios e pulmes, podendo apresentar-se de forma subclnica, leve ou severa, com cerca de 100% de morbidade podendo chegar, embora raramente, a cerca de 10% de mortalidade. (QUINCOZES, 2005) Os sinais clnicos incluem depresso, febre alta, anorexia, descarga nasal, inicialmente serosa e posteriormente muco purulenta devido infeco secundria por bactrias (REBHUN, 2000). A mucosa nasal se torna hipermica e as leses podem ser de difcil visualizao, progredindo de pstulas locais a grandes reas superficiais, hemorrgicas, que so cobertas por uma membrana diftrica. Pode haver dispnia, respirao pela boca, salivao e um profundo rudo brnquico. Casos agudos podem durar de 5 a 10 dias (FENNER et al., 1993a; QUINCOZES, 2005). Os animais podem apresentar exsudatos nasal e ocular inicialmente seroso, podendo tornar-se muco purulento em poucos dias como mostra figura 2. Tambm apresentam sialorria, hipertermia, inapetncia, apatia, reduo na produo de leite (LIMA, 2010). Na figura 3 nota-se hiperemia associada necrose e ulceras nasais, comum a esta forma de IBR.

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Figura 2: Bovino com exsudato nasal e conjuntivite. Fonte: Wyss et al. (2001)

Figura 3: Bovino com severa hiperemia associada necrose e ulceras nasais. Fonte: Saenz et al. (2009).

2.6.2 Forma Reprodutiva

Manifesta-se nas fmeas por vulvovaginite pustular infecciosa (IPV), desenvolve-se de 1 a 3 dias aps a monta e dolorida. Os primeiros sinais so mico freqente, com elevao e movimentao da cauda para evitar o contato com a vulva que se apresenta edematosa e dolorida. Conforme a figura 4 pode apresentar edema e hiperemia, com pequenas pstulas distribudas na

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superfcie da mucosa e corrimento vaginal muco purulento (QUINCOZES, 2005). As pstulas possuem cerca de 1 a 2 mm de dimetro, e podem formar placas fibrinosas amareladas, que iro se desprender e formar escaras (WYLER et al., 1989). As leses cicatrizam-se em torno de 10 a 14 dias (GIBBS & RWEYEMAMU, 1977; QUINCOZES, 2005). Tambm podem surgir infeces bacterianas secundrias resultando em metrite, infertilidade

temporria e secreo vaginal purulenta, que persistem por vrias semanas (LIMA, 2010).

Figura 4: Vaca apresentando corrimento vaginal (exsudato muco purulento), mucosa vaginal edemaciada e hipermica, com ppulas avermelhadas Fonte: Saenz et al. (2009)

A infeco por BoHV-1 em vacas prenhes pode causar severas perdas econmicas devido variedade de desordens como: baixas taxas de fertilidade, morte embrionria, abortos, anomalias fetais, nascimento de bezerros fracos, alm de estar associada com problemas respiratrios (BAKER, 1995; SOUZA, 2006). O aborto uma possvel consequncia de qualquer uma das formas da enfermidade por BoHV-1, Aps a infeco, os abortos podem ocorrer em qualquer perodo da gestao, variando de dias a meses (QUINCOZES, 2005), embora sejam mais frequentes no tero final da gestao (MILLER, 1991)

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Nos machos, a balanopostite pustular infecciosa (IPB) ocorre de forma clnica ou subclnica (VAN OIRSCHOT, 1995). Aps um perodo de incubao de 1 a 3 dias, a mucosa do pnis e prepcio tornam-se hipermicos e edemaciados, surgem pontos escuro-avermelhado que tendem a formar ndulos, vesculas e pstulas conforme a figura 5. Estas leses podem coalescer formando placas, lceras e infeces bacterianas secundrias, resultando em uma descarga prepucial purulentas. Podendo ser acompanhada por febre, depresso e perda de apetite (QUINCOZES, 2005). Contudo o BoHV-1 no interfere na qualidade do ejaculado, uma vez que no age sobre os espermatozides (LIMA, 2010).

Figura 5: Touro apresentando balanopostite, com formao de feridas, edema e hiperemia. Fonte: Morell Jr (2008)

2.6.3 Conjuntivite

A conjuntivite, causada pelo BoHV-1 geralmente est associada forma respiratria, caracteriza-se por secreo ocular profusa, inicialmente serosa e posteriormente muco purulenta, alm de opacidade da crnea na regio prxima conjuntiva, podendo ser confundida com queratoconjuntivite de origem bacteriana. Na conjuntiva observam-se pstulas e placas de material necrtico. A evoluo de 5 a 10 dias. (QUINCOZES, 2005). Podem ser uni ou bilateral trazendo fotofobia ao animal. (LIMA, 2010). Alguns animais podem apresentar edema corneano com ausncia de ulceraes (REBHUN, 2000).

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2.6.4 Forma Sistmica Neonatal

Em bezerros neonatos pode surgir forma enceflica da IBR ou uma placa necrtica na superfcie ventral da lngua (REBHUN, 2000). Esta forma da doena manifesta-se em recm-nascidos, infectados no tero no final da gestao, durante o parto ou em seguida ao nascimento, sendo

invariavelmente fatal (QUINCOZES, 2005). Os animais infectados desenvolvem leses necrticas no sistema digestivo, principalmente no fgado e tambm linfonodos. Frequentemente h comprometimento do trato respiratrio, com sinais clnicos e leses tpicas da forma respiratria (GIBBS; RWEYEMAMU, 1977; QUINCOZES, 2005).

2.7 DIAGNSTICO

O diagnstico pelos sinais clnicos e patolgicos no so confiveis, tendo em vista que os sinais clnicos podem assemelhar-se com outras enfermidades, por isso o diagnstico conclusivo deve ser realizado por meio de tcnicas laboratoriais. O diagnstico laboratorial de infeces pelo BoHV-1 geralmente realizado atravs de testes sorolgicos pareados (soro

neutralizao ou ELISA), isolamento viral ou microscopia eletrnica (KUNRATH et al., 2004). O diagnstico da infeco por BoHV-1 pode ser realizado por mtodos de identificao do agente etiolgico, a partir de material biolgico obtido de animais com sinais clnicos da infeco ou de fetos abortados (WYLER; ENGELS; SCHWYZR, 1990). O isolamento viral a tcnica padro para a deteco de BoHV-1, utilizam-se suspenses de tecidos ou secrees que so colocadas sobre cultivos de clulas, Aps um perodo de incubao varivel (1 a 5 dias), a presena de vrus detectada pelo efeito citoptico (ECP) caracterstico causado no cultivo celular, a partir da o isolamento viral pode ser confirmado (QUINCOZES, 2005).

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No isolamento viral em cultivo celular no possvel a caracterizao do herpesvrus por tipos, a identificao, pode ser obtida atravs das provas de imunofluorescncia direta (ID) ou imunoperoxidase (IPX). Estes testes dependem essencialmente do tipo de anticorpos empregados para a deteco do antgeno. Se realizados com soros policlonais, provavelmente sero incapazes de diferenciar entre amostras de BoHV-1 e BoHV-5. Entretanto, se realizados com anticorpos monoclonais tipos-especficos, podero ser capazes de diferenciar estes vrus (ROEHE et al., 1997). A reao em cadeia de polimerase (PCR) tem sido adaptada para detectar a presena do DNA viral em amostras apropriadas (QUINN, 2007). Outros mtodos diagnsticos so aqueles em que se faz a pesquisa de anticorpos especficos contra o BoHV-1, utilizando-se tcnicas de vrusneutralizao ou ensaio imunoenzimtico (ELISA). Outras tcnicas como a hemaglutinao passiva, gel difuso e fixao de complemento so citadas, embora menos utilizados na rotina de laboratrio (ROEHE et al., 1997; QUINCOZES, 2005). Devido a sua grande especificidade e sensibilidade, a tcnica de soro neutralizao tem sido utilizada como referncia no sorodiagnstico do BoHV1(WITTMANN, 1989, CORTEZ et al, 2001). Sendo considerado o teste sorolgico padro para detectar anticorpos anti-BoHV-1(TEIXEIRA et al.; 2001). O teste de ELISA indireto tem sido aplicado na deteco de anticorpos contra o BoHV-1 em bovinos, pois, alm de apresentar uma elevada concordncia com o soro neutralizao, uma prova rpida, de fcil execuo e que pode ser automatizada, simplificando os inquritos epidemiolgicos (CORTEZ et al, 2001) Devido facilidade na elaborao da tcnica e a possibilidade da anlise simultnea de grande nmero de amostras, a tcnica de ELISA a mais rotineiramente utilizada para a deteco de anticorpos para o BoHV-1 em soros bovinos (WYLER; ENGELS; SCHWYZR, 1989).

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2.8 DIAGNSTICO DIFERENCIAL

Apesar de alguns quadros clnicos serem caractersticos de IBR, os mesmos no permitem um diagnstico clnico seguro. Isto ocorre porque a maioria da sintomatologia clnica compartilhada por outras enfermidades. Alm disso, muitos animais no exteriorizaro sintomas. Outra possibilidade que no se pode descartar a ocorrncia de infeces concomitantes por agentes diversos, dificultando o diagnstico (SOUSA, 2006). No diagnstico diferencial devemos levar em considerao enfermidades que podem afetar o sistema respiratrio e reprodutor dos bovinos como: Brucelose, leptospirose, campilobacteriose, clamidofilose, micoplasmose,

diarria viral bovina, neosporose, pasteurelose, vrus sincicial respiratrio, parainfluenza 3 e lngua azul (LIMA, 2010; PITUCO, 2009). Abortos repetidos podem ser produzidos por diversas causas infecciosas como, triconomase e viloriase, infeco por corynebacterium pyogenese, como intoxicaes alimentares, transtornos na alimentao e traumatismos (VELOSO, 2006).

2.9 TRATAMENTO

No existe um tratamento especfico, e sim sintomtico sendo que podem ser administrados antibiticos, (LU, 1999), e antiinflamatrios no esterides para minimizar a severidade da inflamao e prevenir uma infeco secundria por bactria (LIMA, 2010). O tratamento dos doentes s possvel para amenizar os sinais clnicos, j que no existe uma terapia especfica (MOREIRA, 2004). Portanto a melhor maneira de impedir uma disseminao do vrus por meio da preveno (DEL FAVA, 1996).

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2.10 PROFILAXIA E CONTROLE

Diante da inexistncia de tratamento especfico, as medidas de controle so fundamentais para impedir o avano da doena nos rebanhos. As vacinas comercializadas atualmente previnem o desenvolvimento de sintomas clnicos e reduzem a eliminao de partculas virais, no entanto, no impedem a infeco viral e a latncia (ACKERMANN et aI., 1990). As manifestaes clnicas da infeco pelo BoHV 1 podem ser controladas e prevenidas por meio de procedimentos adequados de manejo e programas de vacinao. (PITUCO, 2009) A vacinao reduz a gravidade dos sinais clnicos, mais podem no prevenir a infeco (QUINN, 2007). Devem-se adotar medidas profilticas como: isolar os animais doentes do rebanho (MAYER, 1988, PITUCO, 2009), utilizao de smen e embries livres do vrus e isolamento dos animais de duas a trs semanas antes de introduz-los no rebanho (PITUCO, 2009). Vacinas atenuadas e inativadas previnem o desenvolvimento de sinais clnicos e reduzem a liberao do vrus, mas no previnem a infeco. No Brasil, esto autorizadas e so comercializadas as vacinas com vrus inativado ou termossensvel (atenuada), bi (IBR/IPV e BVDV) e polivalentes (IBR/IPV, BVDV, PI3 e Leptospiras). (PITUCO, 2009) A estratgia de controle deve ser definida com base na situao epidemiolgica do rebanho ou do pas. Programas de combate ao BoHV-1 requerem uma anlise de custo-benefcio que deve considerar a prevalncia, manifestao clnica da doena, o grau de melhoramento gentico dos animais, despesas com exames laboratoriais vacinao e descarte de animais infectados (PITUCO, 2009).

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3 OBJETIVO

O objetivo do presente estudo foi verificar a presena de anticorpos contra o BoHV-1 em amostras sorolgicas de bfalos de dois rebanhos oriundos do estado do Par, tendo em vista que esta espcie est em crescimento e ainda so escassas pesquisas voltadas a mesma, por isso, h necessidade de maiores estudos tanto epidemiolgicos quanto sorolgicos a fim de conhecer a importncia e o impacto desta e outras enfermidades na bubalinocultura.

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4 MATERIAIS E MTODOS

4.1 AMOSTRAGEM E PROPRIEDADES

Foram analisadas 698 amostras soro reagentes, de um montante de 791 amostras de bubalinos, sendo fmeas, na faixa etria de 25 a 36 meses, no vacinadas, recebida no Laboratrio de Viroses de Bovdeos do Instituto Biolgico no ano de 2009, estes animais eram oriundos de vrias propriedades da regio norte do pas, pertencentes s cidades de Castanhal e Belm do estado do Par. Foram isolados para avaliao sanitria com a finalidade de exportao. Os soros foram fracionados e estocados a 20oC negativos at o momento dos exames.

4.2 SORODIAGNSTICO

Foi utilizada a tcnica de virusneutralizao seguindo o protocolo descrito no Manual de Testes Diagnsticos e Vacinas para Animais Terrestres de 2011 da Organizao Mundial de Sade Animal (OIE). Foram feitos testes de titulao das amostras reagentes, aps terem sidos submetidos Triagem.

4.3 CLULAS

Para a produo das suspenses virais, titulao do vrus e testes de vrusneutralizao (VN), foi utilizada clulas da linhagem Madin Darby Bovine Kidney (MDBK). As clulas foram multiplicadas e mantidas em garrafas com meio de crescimento, cultivadas em Meio Essencial Mnimo (MEM), acrescentado 10% de soro fetal bovino (SFB) esterilizado e inativado. O

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repique das clulas foi realizado a cada 3-4 dias, ou quando apresentaram monocamada satisfatria, usualmente na proporo 1:3. Para individualizao das clulas utilizou-se soluo de Tripsina. Os cultivos de clulas foram mantidos em estufa, a uma temperatura de 37C.

4.4 VRUS

Para a realizao dos testes sorolgicos foram utilizadas as cepas padres de BoHV-1. Os vrus foram inoculados em garrafas contendo monocamadas de clulas MDBK. Estas garrafas observadas diariamente at o aparecimento de efeito citoptico. No momento que este efeito atingiu 85% da monocamada celular, o sobrenadante foi distribudo em ampolas para congelamento, e armazenado em nitrognio lquido at o momento do uso.

4.5 TITULAO VIRAL

Para a titulao viral foi utilizada a tcnica de microtitulao em placa (Figura 6). Conforme o esquema do quadro 2 foram feitas nove diluies seriadas na base 10 do vrus, comeando de 10 -1 (1:10). Cada diluio do vrus foi colocada em oito cavidades de uma coluna da placa de 96 cavidades, sendo que as duas ltimas colunas (11 e 12) serviram de controle de clulas, por isso receberam apenas meio MEM com 1% de antibiticos, em seguida, foi adicionada a placa 50 L por cavidade de uma suspenso de MDBK contendo 5% de soro fetal bovino na concentrao de 0,3 x 10 6 clulas/mL. A placa foi levada estufa a 37C com 5% de CO 2 por 72 horas at o momento da leitura, esquematizada na figura 7. O clculo do ttulo viral foi realizado utilizando-se o mtodo de Reed e Muench (1968).

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Figura 6: Microplaca utilizadas nas reaes de virusneutralizao. Fonte: Imagem pessoal

4.6 VIRUSNEUTRALIZAO (VN)

Todas as amostras testes foram submetidas inativao da cascata complemento, onde as amostras de soro foram incubadas em banho-maria temperatura de 56C por 30 minutos. O teste foi realizado em microplacas de poliestireno, fundo chato, de 96 cavidades (Figura 6). Antes de cada reao, foram feitos clculos de doses, para que, a quantidade de vrus utilizado fosse o suficiente para possibilitar efeito citoptico, por isso, os clculos eram realizados de acordo com o titulo viral de uma reao anterior. Abaixo segue o modelo de clculo de doses.

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MODELO 200 doses Titulo viral/ml Log. 200 Log. 200 = 2,3 6,6-2,3 = 4,3 Antilog 4,3 = 19952,62 19952,62= 19951,62mL de MEM + 1 ml de vrus puro 19 951+ 1 ml vrus puro (10 )

400 doses Titulo viral/ml Log. 400 6,6 - 2,6=4 Antilog 4 = 10000 10000 = 9999-1 ml do vrus puro 9, 999 + 1 ml vrus puro (10 ) / 4 2,25 + 0, 250 ml vrus

Na prova de triagem, as amostras foram testadas em quadruplicata, visando diminuir a margem de erro do teste, sendo analisados, por microplaca, 22 soros. Cada cavidade dever receber 50L do soro teste e 50L da suspenso de vrus contendo 100 TCID50. A mistura soro-vrus foi incubada por um perodo de 18h s 24h em estufa 37C com 5% de CO2 (Figura 7). Aps a incubao, foi adicionada em cada cavidade, 100L de suspenso de clulas MDBK, na concentrao de 300 mil clulas/mL, seguida de nova incubao com 5% de CO2 37C. Reservou-se, em cada microplaca, uma coluna de cavidades para controle de clulas, contendo 100L de meio MEM e 100L de suspenso de clulas, e, nas placas de titulao, tambm uma coluna para controle da toxicidade da amostra de soro, contendo 50L de meio MEM, 50L da amostra de soro a ser

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testada, e 100L de suspenso de clulas, conforme est esquematizada no quadro 1. Em todas as provas foi includo um soro controle com ttulo conhecido, para validao do teste.

Quadro 1:Quadro esquematizando a placa de Titulao Viral,onde coluna 1 o controle de clulas,coluna 2 controle de soro,e coluna 3 a 12 so as diluies.1 TtuloControle

2Controle Soro

3 2

4 4

5 8

6 16

7 32

8 64

9 128

10 256

11 512

12 1024

A CLULA

Controle

B CLULA

Controle Soro

Controle

C CLULA

Controle Soro

Controle

D CLULA

Controle Soro

Controle

E CLULA

Controle Soro

Controle

F CLULA

Controle Soro

Controle

G CLULA

Controle Soro

Controle

H CLULA

Controle Soro

Foi includa, tambm, uma placa para retrotitulao, conforme esquema do quadro 2,como controle do ttulo da suspenso viral utilizada. Nesta placa foram includas diluies da cepa padro utilizada, na base logartmica 10, diluies da dose infectante recomendada alm de controles de clula. O clculo do ttulo viral foi feito segundo REED E MUENCH (1938). Este mtodo calcula qual a dose infectante capaz de proporcionar efeito citioptico e expressar o titulo viral da reao, para quantificar a quantidade de vrus infecciosos na suspenso.

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Quadro 2: Esquema da placa de retrotitulao,sendo coluna 11 e 12 destinadas ao controle de clulas,colunas 5 e 10 sem nenhum conteudo e as demais com as diluioes do virus1 A 10 -

2 10-4

3 10-5

4 10-6

5-

6 10

7 10-4

8 10-5

9 10-6

10

11 Controle CLULA

12 Controle CLULA

B

C

BRANCO

BRANCO

D

E

F

G

H

Figura 7: Incubao em estufa Fonte: Imagem pessoal.

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A leitura dos testes foi realizada em microscpio invertido, aps incubao de 72h, atravs do monitoramento do efeito citoptico (ECP). Nos testes qualitativos, a ausncia de ECP indica a neutralizao viral na diluio utilizada esquematizada na figura 8, e a presena de ECP, significa a ausncia de anticorpos neutralizantes, como mostra a figura 9.

Figura 8: Fotomicrografia em microscpio invertido demonstrando tapete celular integro ou ausncia de Efeito Citoptico Fonte: LIMA, 2010.

Figura 9: Fotomicrografia em microscpio invertido demostrando tapete celular com vacolos, presena de Efeito Citoptico, Fonte: LIMA, 2010.

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4.7 VALIDAO DA REAO

Os controles de clula e dos soros testes no devem apresentar alteraes morfolgicas, devendo-se avaliar a toxidade das amostras analisadas; O ttulo de anticorpos do soro controle positivo deve manter-se igual ao previamente conhecido, no obtendo variaes maiores ou menores que 0,3 log; Amostras de soro com ttulos iguais ou maiores que 1:2 so considerados reagentes; Todas as amostras reagentes no teste qualitativo devem ser submetidas ao teste quantitativo, para obteno do ttulo de anticorpos. O ttulo de anticorpos ser determinado como a maior diluio do soro que inibiu o aparecimento do efeito citoptico viral; Dever ser analisada a placa de retrotitulao para confirmao do ttulo viral da cepa padro e das doses infectantes obtidas na prova, que devem estar entre 30 TCID50 e 300 TCID50.

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5 RESULTADOS

As amostras soro reagentes foram submetidas titulao e seus resultados foram separados e analisados por rebanhos e procedncia (Quadro 3). No rebanho 1 foram analisadas 458 amostras correspondendo a 65,6 % do total, j no rebanho 2 foram analisadas 240, ou seja, 34,3 %.

Quadro 3: Nmero de animais analisados de acordo com o Municpio e rebanhos.Rebanhos MUNICPIOS Rebanho 1 Rebanho 2 TOTAL

Castanhal

221 (31,6%)

0 (0%)

221 (31,6%)

Belm

237 (33,9%)

240(34,3%)

477 (68,3%)

TOTAL

458 (65,6%)

240 (34,3%)

698 (100%)

Nota-se que as amostras do rebanho 1 so em maior nmero em relao ao rebanho 2. Em relao aos municpios, Belm enviou 477 (68,3%) soros, sendo 237(33,9%) correspondendo ao rebanho 1, e 240(34,3%) do rebanho 2. J o municpio de Castanhal enviou apenas animais do rebanho 1,ao total de 221(31,6%) de soros reagentes. Por rebanho, nota-se uma diferena significativa entre os mesmos, sendo 34% dos soros corresponde ao rebanho 2 e 66% correspondem ao rebanho 1. (Figura 10)

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Figura 10: Grfico representando a porcentagem de animais analisados por rebanhos Fonte: Imagem Pessoal.

As amostras foram tituladas e separadas de acordo com o titulo apresentado, Na figura 11 possvel observar que o valor do ttulo de anticorpos 512 o mais frequente no rebanho 1 com porcentagem de 18,5% (85/458), enquanto que no rebanho 2, foi de 9,16% (22/240). Nota-se que o rebanho 1 tem o maior nmero de soros frente ao rebanho 2 (quadro 3). Devido discrepncia no nmero de soros por rebanho, nota-se a maior representao do rebanho 1 na figura 11.

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Nmero de amostras

Ttulos

Figura 11: Grfico da escala de titulao viral por nmero de amostras analisadas Fonte: Imagem Pessoal.

Como o nmero de amostragem por regio tem uma diferena significativa e o histrico clnico e de manejo destes rebanhos so desconhecidos torna-se invivel fornecer dados epidemiolgicos precisos.

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6 DISCUSSO

A criao de bubalinos no Brasil est em constante crescimento, por estar adaptado ao clima da regio norte e condies topogrficas, apresentam melhores condies de produo leiteira, crnea e de trabalho, no entanto h imensas lacunas a serem preenchidas a respeito das doenas que acometem negativamente a produo bubalina. Comprovado por DE CARLO et al. (2004) e LAGE et al.(1996) a Rinotraquete Infecciosa Bovina tambm acomete os bfalos, e devido consequncias produtivas ao rebanho, responsvel por diversas perdas econmicas nessa espcie. As falhas de fronteiras entre as propriedades, os mtodos de manejo e criao dos rebanhos, a falta de controle de enfermidades tornando os animais susceptveis a viroses, ao fato do herpesvrus induzirem latncia nos animais e a falta de sintomatologia evidenciadora tpica da IBR dificulta o controle e contribuem para a persistncia e propagao da infeco no plantel. A IBR tem alta prevalncia em rebanhos bovinos atinge coeficientes variados, a soro positividade em rebanhos no Brasil varia de 28,9 a 82,7%%. (ALEXANDRINO, 2008). Em bfalos h poucos estudos, por isso, no se sabe a epidemiologia desta infeco nesta espcie, reforando a necessidade desse tipo de levantamento. O presente trabalho assemelha-se com outros inquritos sorolgicos realizados por outros autores, os quais evidenciam a presena do BoHV-1 em bfalos. DE CARLO et al. (2004) e LAGE et al. (1996), realizaram estudos que comprovaram a importncia da infeco pelo BoHV-1 na criao de bubalinos. Neste estudo foram realizados testes de virusneutralizao, mtodo indicado devido a sua grande especificidade e sensibilidade, esta tcnica utilizada para pesquisa de anticorpos e tem sido utilizada como referncia no sorodiagnstico do BoHV-1 (WITTMANN, 1989). O diagnstico diferencial entre enfermidades muito importante, tendo em vista que alguns sinais clnicos so comuns a diversas outras enfermidades e que tambm trazem perdas produtivas ao rebanho. Os distrbios reprodutivos de origem infecciosa em bovinos so multietiolgicos.

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Microrganismos como bactrias, vrus, protozorios e mesmo micotoxinas, atuando de forma isolada, ou em associaes, podem ser responsveis pela sobreposio de sinais clnicos fazendo com que o diagnstico clnico seja de difcil realizao (JUNQUEIRA et al., 2006). Cada criatrio, regio ou pas pode apresentar uma diferente situao epidemiolgica, com a presena de um ou mais fatores de risco associados (PITUCO & DEL FAVA, 2003). Os resultados das titulaes efetuadas indicam a presena de atividade viral em ambos os rebanhos estudados, porm como a amostragem entre rebanhos e procedncia teve uma discrepncia significativa, no se pode evidenciar que fatores epidemiolgicos favorecem a infeco. Pouco se sabe sobre a epidemiologia do BoHV-1 em bfalos, os resultados obtidos neste trabalho revelaram alta freqncia de ocorrncia de bfalos portadores de anticorpos contra o BoHV-1. Contudo, como as amostras analisadas so do banco de convenincia do Laboratrio de Viroses de Bovdeos, as quais, no sabemos histrico clnico e de manejo dos rebanhos, no podemos fazer um levantamento epidemiolgico preciso. Estudos e inquritos soro epidemiolgicos, que refletem a situao epidemiolgica do rebanho ou do pas, so de suma importncia na implementao de estratgias de controle e combate ao BoHV-1. Para conhecer a prevalncia do BoHV-1 e fatores de risco em bubalinos no Par, h necessidade de realizar um estudo com delineamento experimental incluindo todas as faixas etrias e regies (LIMA, 2010). Este estudo assemelha-se com outros j realizados onde a

bubalinocultura desenvolve um grande papel socioeconmico. Contudo, h necessidade de ampliar a pesquisa para avaliar as consequncias da infeco nos rebanhos. Tendo em vista a comprovao de atividade viral em ambos os rebanhos estudados.

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7 CONCLUSO

desconhecido o histrico clinico destes animais e as suas formas de criao, por isso, no podemos evidenciar a suscetibilidade de um rebanho em relao ao outro, ou mesmo que uma regio mais propcia que outra. Outro fator relevante o numero de amostragem de cada regio, que tem uma diferena significativa, portanto torna-se invivel fornecer dados

epidemiolgicos precisos. Destacamos que para avaliar a prevalncia dessa doena nos rebanhos bubalinos no Brasil h necessidade de realizar um estudo epidemiolgico com delineamento experimental representativo da regio, para contribuir com informaes precisas a vigilncia sanitria da importncia desta espcie frente infeco do BoHV-1, para que se possam promover polticas de controles adequadas. Os resultados obtidos no presente estudo revelaram alta ocorrncia de bfalos portadores de anticorpos contra o BoHV-1. Os altos ttulos de anticorpos evidenciam atividade viral nos dois rebanhos.

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