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1 Universidade do Sul de Santa Catarina LUIZ FERNANDO GLAU VAZ Gestão de Pessoas: Análise de processos de Gestão de Pessoas da empresa Financeira Alfa S/A Florianópolis 2009

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Meu trabalho de Conclusão de Curso.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

LUIZ FERNANDO GLAU VAZ

Gestão de Pessoas: Análise de processos de Gestão de Pessoas da

empresa Financeira Alfa S/A

Florianópolis

2009

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LUIZ FERNANDO GLAU VAZ

Gestão de Pessoas: Análise de processos de Gestão de Pessoas da

empresa Financeira Alfa S/A

Relatório de estágio apresentado à Disciplina de

Estágio Supervisionado III do curso de Administração,

da Universidade do Sul de Santa Catarina, como

requisito para a conclusão da disciplina.

Florianópolis

2009

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 5

1.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................................... 6

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................ 6

1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 7

1.4 METODOLOGIA .............................................................................................................. 8

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 9

2.1 EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO ....................................................................................... 9

2.1.1 Conceitos de administração ............................................................................................ 11

2.1.1.1 Funções administrativas .............................................................................................. 12

2.1.1.2 Habilidades administrativas ......................................................................................... 14

2.2 ESCOLAS DA ADMINISTRAÇÃO ........................................................................................ 16

2.2.1 Teoria das relações humanas ........................................................................................ 18

2.2.2 Teoria do desenvolvimento Organizacional ................................................................. 18

2.3 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS ............................................................... 19

2.3.1 Evolução histórica de recursos humanos ..................................................................... 20

2.3.2 Evolução histórica de recursos humanos no Brasil .................................................... 21

2.4 PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS .............................. 23

2.4.1 Processo de agregar pessoas ........................................................................................ 23

2.4.1.1 Recrutamento de pessoas ........................................................................................... 24

2.4.1.2 Seleção de pessoas...................................................................................................... 27

2.4.2 Processo de Aplicar pessoas ......................................................................................... 28

2.4.3 Processo de recompensar pessoas .............................................................................. 30

2.4.4 Processo de manter pessoas ......................................................................................... 31

2.4.5 Processo de treinamento e desenvolvimento de pessoas ......................................... 33

3 CARACTERIZAÇÃO, HISTÓRICO E ANÁLISE DA EMPRESA ...................................... 36

3.1 NOME DA ORGANIZAÇÃO/EMPRESA (NOME FANTASIA) .......................................... 36

3.2 LOCALIZAÇÃO ........................................................................................................................ 36

3.3 DATA DA FUNDAÇÃO ........................................................................................................... 36

3.4 RAMO DE ATIVIDADE ........................................................................................................... 37

3.5 NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS ............................................................................................ 37

3.6 ESTRUTURA FÍSICA .............................................................................................................. 37

3.7 MERCADOS, PRODUTOS, SERVIÇOS E CLIENTES .................................................. 38

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3.7.1 Produtos e serviços .............................................................................................................. 38

3.7.2 Mercados ............................................................................................................................... 38

3.7.3 Clientes .................................................................................................................................. 38

3.8 HISTÓRICO DA EMPRESA .......................................................................................... 39

3.9 PROCESSOS ORGANIZACIONAIS .............................................................................. 40

3.9.1 Administração Geral............................................................................................................ 40

3.9.2 Administração de Sistemas de informação ..................................................................... 41

3.10 MISSÃO, VISÃO E VALORES .................................................................................... 41

3.11 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ............................................................................. 42

3.11.1 Organograma ...................................................................................................................... 42

3.12 COMPETÊNCIAS E VULNERABILIDADES ................................................................ 42

3.12.1 Pontos Fortes ...................................................................................................................... 42

3.12.2 Pontos Fracos ..................................................................................................................... 43

4 ANÁLISE E PROGNÓSTICO COM BASE NA PESQUISA .............................................. 43

5 PERSPECTIVAS .............................................................................................................. 45

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 45

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 46

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1 INTRODUÇÃO

Na atualidade, o país se encontra num grande desenvolvimento em todas as

áreas da economia. Isto impulsiona a mudanças no cenário econômico e social do

país. Nas organizações pode-se dizer que essas mudanças são percebidas pela

forma com que os objetivos são determinados. Atualmente o foco das empresas

deixou de ser no produto e passou a se administrar em função das pessoas.

Essas mudanças se refletem no modo em que as organizações percebem

seus funcionários, pois há a necessidade de identificar e reconhecer os talentos, em

conjunto as pessoas são consideradas o maior ativo e o capital intelectual das

organizações. E para que isto ocorra, o administrador deve administrar

estrategicamente as pessoas para que elas estejam preparadas para o crescimento

da organização sendo capacitadas e lideradas buscando a otimização do

desempenho de suas tarefas e funções e também atendendo as necessidades dos

colaboradores para que seja uma troca mútua de esforços.

O gestor deverá ter os conhecimentos, habilidades e atitudes que possam

garantir que seja um líder e que alcance os resultados desejados pela organização.

Isto trará mais credibilidade principalmente para os colaboradores, mas também

para a organização.

Estes conceitos servem como base para que se tenha a idéia de que uma

organização se torna competitiva e sólida quando valoriza e administra seus

funcionários.

A realização deste trabalho teve como objetivo elaborar os procedimentos de

recursos humanos visando a competitividade dos processos e qualidade de vida dos

funcionários da empresa Financeira Alfa S/A Filial Florianópolis.

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1.1 OBJETIVO GERAL

Identificar os fatores positivos e negativos na gestão de pessoas da empresa

Financeira Alfa S/A filial Florianópolis através de um diagnóstico dos processos de

Gestão de Pessoas.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Realizar Revisão Bibliográfica sobre a temática investigada;

Conhecer os procedimentos utilizados no processo de Recrutamento e

Seleção;

Descrever as ações de treinamento realizados pela empresa;

Investigar como ocorre a avaliação de desempenho dos colaboradores;

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1.3 JUSTIFICATIVA

Tratar de pessoas dentro das organizações está se tornando cada vez mais

difícil e complexo. Em contrapartida, está mais fácil de conseguir informação,

tecnologia e conhecimento. O mais difícil a ser feito é manter o nível do capital

intelectual na organização, sem que haja a perda do capital intelectual para a

organização concorrente.

A análise dos processos de Gestão de Pessoas na Financeira Alfa Filial

Florianópolis tem como finalidade detectar falhas e apontar, com base nas

concepções teóricas da administração, maneiras de corrigir essas falhas para que

os colaboradores se sintam compensados pelo esforço e dedicação dados da

empresa.

Contextualizando a Gestão de Pessoas, “é formado por pessoas e

organizações. As pessoas passam boa parte de suas vidas trabalhando dentro de

organizações, e estas dependem daquelas para poderem funcionar e alcançar

sucesso” (CHIAVENATO, 1999, P.4). Seguindo este pensamento, as pessoas

necessitam das organizações para crescer na vida e ser bem sucedido. Por outro

lado “as organizações dependem direta e irremediavelmente das pessoas para

operar, produzir seus bens e serviços, atender seus clientes, competir nos mercados

e atingir seus objetivos globais e estratégicos” (CHIAVENATO, 1999, P.4). Seguindo

o pensamento de Chiavenato (1999), fica muito difícil separar a organização do

colaborador, visto que uma organização é formada por pessoas e que a organização

só atingirá os objetivos propostos se as pessoas estiverem dispostas a alcançar tais

objetivos.

Este presente trabalho tem como fundamental importância, para a empresa

estudada, a análise de gestão de pessoas no âmbito da Financeira Alfa Filial

Florianópolis.

Ao se referir à Financeira Alfa filial Florianópolis, aparentemente, desprovida

de estudos reflexivos sobre os processos de gestão de pessoas adotados, verifica-

se que pode ser otimizado, em termos estratégicos a partir do momento em que os

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gestores dispuserem de um estudo consolidado acerca do gerenciamento do seu

quadro de funcionários.

1.4 METODOLOGIA

Foram utilizados dados secundários para realização do trabalho. Estes contribuíram

de forma confiável e válida para a pesquisa. Segundo Roesch (2005) dados

secundários são informações já existentes como podem ser considerados os

relatórios, documentos e processos da organização.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

Na atual conjuntura do mundo onde há mudanças repentinas e incertezas, a

Administração tem papel importante na atividade humana. Atualmente as tarefas são

gerenciar pessoas e recursos disponíveis de maneira eficaz e eficiente, mas essas

não eram as tarefas de um administrador. A administração sofreu várias influências

ao longo dos anos para chegar aos dias atuais. Sofreu influência Filosófica,

influências da Igreja católica, influências da Organização Militar e Influências da

Revolução Industrial para citar as mais importantes. (CHIAVENATO, 2000).

Mas os conceitos básicos da administração aparecem na humanidade com os

Egípcios em meados de 4000 a.C, como a necessidade de planejar, organizar e

controlar as necessidades. Passando pelos filósofos Sócrates e Platão com a

necessidade de relações humanas, manuseio de materiais estudos dos movimentos

e o princípio da especialização e em organizações militares em Roma (Dioclésio) e o

Arsenal de Veneza até chegar na Administração moderna com Adam Smith, James

Watt até chegar em Taylor e a Administração contemporânea do século XX

(CHIAVENATO,2004).

O filósofo grego Platão deu importância aos problemas políticos e sociais em

face ao desenvolvimento social e cultural do povo grego. Na obra, “A República,

“expõe a forma democrática de governo e de administração dos negócios públicos”

(CHIAVENATO, 2004, p. 26). Aristóteles, discípulo de Platão, influenciou a

Administração distinguindo as três formas de administração pública: A monarquia

governada por um só, a aristocracia governado pela elite e a democracia governado

pelo povo. Os filósofos tiveram grande influência, porém neste período a Filosofia

passou a se concentrar em assuntos que não fossem da administração. A

Administração passa a receber grande influência da Igreja Católica que estruturou

sua organização, ao longo dos séculos, com uma hierarquia de autoridade, um

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estado-maior (servindo como apoio) e a coordenação funcional para assegurar a

integração (CHIAVENATO, 2004).

A Prússia teve papel importantíssimo sobre as influências que a

Administração sofreu com as organizações militares. Foi com o Imperador Frederico

II, o Grande (1712-1786), que se passou a centralizar o comando e a descentralizar

a execução das operações militares. E no inicio do século XIX, o General Prussiano

Karl Von Clausewitz “escreveu um tratado sobre a guerra e os princípios de guerra e

sobre como administrar os exércitos em períodos de guerra [...] Para ele, a

organização requer um cuidadoso planejamento, no qual as decisões devem ser

científicas e não apenas intuitivas.” (CHIAVENATO, 2004, p. 29).

Acredita-se que na Revolução Industrial que os maiores conceitos e estudos

sistêmicos surgiram para a Administração. Em meados de 1800 com o invento da

máquina a vapor por James Watt, houve uma completa mudança na estrutura social

e comercial da época, promovendo grandes e rápidas mudanças em um curto

período de tempo. A produção, antes artesanal, passa a ser mecanizada exigindo

uma elaboração maior na estrutura organizacional. Mas foi na Segunda Revolução

Industrial que houve as maiores mudanças. Neste momento começaram a surgir os

problemas administrativos. Em relação aos problemas Chiavenato (2004, p. 32)

sustenta que:

Com a nova tecnologia dos processos de produção, de construção e funcionamento das máquinas, com a crescente legislação destinada a defender e proteger a saúde e a integridade física do trabalhador, a administração e a gerência das empresas industriais passaram a ser a preocupação maios dos proprietários. A preocupação dos empresários se fixava na melhoria dos aspectos mecânicos e tecnológicos da produção com o objetivo de produzir quantidades maiores de produtos melhores e de menor custo. A gestão de pessoa e a coordenação do esforço produtivo eram aspectos de pouca ou nenhuma importância. Assim a Revolução Industrial embora tenha provocado uma profunda modificação na estrutura empresarial e econômica da época, não chegou a influenciar diretamente os princípios de administração das empresas até então utilizados.

Essas mudanças repentinas só exigiram cada vez mais dos trabalhadores

que tinham que obter uma produção intensa. Foi neste período, início do século XX,

que Adam Smith deu início a chamada economia clássica, cuja idéia central é a

competição. Adam Smith afirmava que havia uma “mão invisível” que regulava o

mercado, alocando os recursos e a produção de maneira eficiente sem que

houvesse exageros de lucros. “Para Adam Smith, a origem da riqueza das nações

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reside na divisão do trabalho e na especialização das tarefas, preconizando o estudo

dos tempos e movimentos que, mais tarde, Taylor e Gilbreth iriam desenvolver como

base fundamental da Administração Científica” (CHIAVENATO, 2004, p.34).

Referindo-se a Abordagem clássica da Administração, Chiavenato (2004, p.

45) explica que “a Abordagem Clássica da Administração é Desdobrada em duas

orientações diferentes e, até certo ponto, opostas entre si, mas que complementam

com relativa coerência”. Que são a Escola da Administração Científica desenvolvida

por Taylor e a Anatomistas e Fisiologistas da organização desenvolvida por Henry

Fayol. A teoria de Taylor era conhecida pela preocupação “em aumentar a eficiência

da indústria por meio da racionalização do trabalho do operário” (CHIAVENATO,

2004, p. 45). Taylor acreditava que a preocupação básica era aumentar a

produtividade aumentando a eficiência no nível operário. Henry Fayol protagonizou

com a teoria da departamentalização da organização e de suas inter-relações

estruturais. Neste período são designadas as funções básicas da organização que

são: as funções administrativas, as funções técnicas, as funções comerciais, as

funções de segurança da administração e até o surgimento da área de recursos

humanos (CHIAVENATO, 2004).

Com as funções designadas, ficou mais fácil para que outros autores

clássicos posteriores “desenvolvessem conceitos de departamentalização como

forma de especialização horizontal” (CHIAVENATO, 2004, p. 92). Antes de ter

embasamento administrativo e desenvolver conceitos, é necessário saber os

conceitos de Administração.

2.1.1 Conceitos de administração

A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister

(subordinação ou obediência). Porem a palavra administração sofreu muitas

mudanças. Atualmente a administração consiste em interpretar os objetivos da

organização e transformá-los por meio das pessoas que planejam, organizam,

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direcionam e controlam os esforços realizados nas áreas e em todos os níveis da

organização para alcançar os objetivos da maneira mais eficaz e eficiente conforme

a situação (CHIAVENATO, 2004).

Desta forma podemos concluir que a administração é um sistema universal. É

universal, pois se utiliza de todos os recursos organizacionais para atingir as metas

e certificar que a organização terá bons resultados. Seguindo este pensamento

podemos concluir que “a Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e

controlar o uso de recursos [financeiros, físicos e humanos], a fim de alcançar

objetivos” (CHIAVENATO, 2004, p. 7). Em poder destas informações pode-se utilizá-

las para modelo de gestão das funções administrativas.

2.1.1.1 Funções administrativas

Um bom administrador é aquele que está apto a desenvolver e criar ações

que levem aos objetivos da organização. Para que a pessoa designada a administrar

uma organização consiga um bom desempenho aliando o cumprimento dos

objetivos da organização, existem algumas funções que são essenciais a fim de

garantir que os processos administrativos sejam bem sucedidos.

Foi identificado que alguns autores utilizam mais algumas funções, como

inovação e criação, porém as que realmente são consideradas funções

administrativas são: Planejar, Organizar, Dirigir (liderar) e Controlar.

É possível afirmar que planejar uma organização é definir metas a serem

alcançadas no curto, médio e longo prazo. Como resalta Kwasnicka (1995, p. 166) o

planejamento é:

Tanto uma necessidade organizacional como uma responsabilidade administrativa. Através do planejamento a organização escolhe metas baseadas em estimativas e previsões futuras, dando forma e direção aos esforços de administradores e trabalhadores dos demais níveis organizacionais. Os Objetivos do planejamento podem ser englobados em dois: determinas objetivos adequados e preparar para mudanças adaptadas e inovativas.

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Esta é a função essencial para o administrador. Com um bom planejamento,

as demais funções poderão ser desenvolvidas com melhor precisão e sem falhas no

processo alcançando o objetivo da organização.

Podemos citar algumas atividades que englobam o planejamento: Definir

objetivos, definir missão, visão e valores da organização, rotinas de trabalho e

procedimentos para alcançar os objetivos entre outros. Concluindo o Planejamento

inicia-se a organização. (KWASNICKA, 1995).

Para que o planejamento seja bem sucedido, é necessário organizar a

estrutura organizacional, a atribuição das tarefas, agrupamento das tarefas em

departamentos e a alocação de recursos para os departamentos (DAFT 2000).

Organizar os processos pode facilitar o andamento das tarefas e alcançar o

desempenho desejado das tarefas nos departamentos fazendo com que aconteça

conforme o planejamento. Conforme Kwasnicka (1995, p. 185), pode-se definir a

função organizar como “sendo a estrutura ou a rede de relações entre indivíduos e

posições em um ambiente de trabalho e o processo pelo qual a estrutura é criada,

mantida e usada. A definição tem dois aspectos inter-relacionados: estrutura e

processo.”

Nesta função estão as atividades de definição da estrutura: unidades

orgânicas as serem criadas, a fim de fazer uma análise organizacional, a definição

da responsabilidade que será definida para cada departamento, as relações

hierárquicas e funcionais entre os mesmos, determinar se há funções mal

distribuídas ou em duplicidade. (KWASNICKA, 1995).

Outra função administrativa relevante é dirigir, tendo em vista que para que

os planos efetuados e a estrutura da organização consigam alcançar os objetivos, é

necessário que haja uma coordenação para que as pessoas executem as tarefas

sem dispersar recursos e energia desnecessários. Segundo Kwasnicka (1995, p.

200), “A tarefa de dirigir está diretamente relacionada com a interface entre as

pessoas dentro de uma organização, quem sejam superiores, subordinadas ou

pares.” Continuando com o pensamento de Kwasnicka (1995, p. 200):

Direção é necessária em toda a organização. Conceitos como unidade de comando, centralização e descentralização, autoridade, pode e responsabilidade, delegação e relações laterais entre departamentos são

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alguns dos aspectos importantes a serem considerados para uma direção eficaz.

Dirigir tem como tarefas, a tomada de decisão, delegação de tarefas e

coordenação com o propósito de atingir os objetivos propostos no planejamento dos

processos.

Por fim temos a quarta função administrativa, controlar, que como o autor

Kwasnicka (2000, p. 209) comenta que o “planejamento e controle estão sempre tão

relacionados que chega a ser difícil identificar onde um termina e outro começa”. O

Controle é o processo ativo, onde os administradores conseguirão identificar se os

processos planejados são os mesmos que estão sendo executados (KWASNICKA,

2000). Efetuando-se padrões de desempenho, feedback de informações,

comparando o desempenho efetivo com o desempenho pré-determinado no

planejamento ajudam o administrador a detectar possíveis desvios de esforços e

poder remanejar estes esforços para alcançar as metas previstas pelo planejamento.

Para que um administrador seja bom, é de extrema importância que tenha

suas funções bem determinadas, mas além destas funções o administrador deve ter

domínio sobre as habilidades administrativas.

2.1.1.2 Habilidades administrativas

Conforme Chiavenato (2004) pode-se dizer que são as ferramentas

requeridas para a administração de uma organização ou departamento com

sucesso. As três habilidades que Chiavenato (2004) sustenta são: Habilidades

Técnicas, Habilidades Humanas e Habilidades Conceituais.

As habilidades técnicas são as habilidades básicas para o desempenho e a

realização dos processos a que o administrador saiba fazer. São as habilidades

mínimas exigidas para o bom desempenho na organização. Conforme Chiavenato

(2004, p. 3) “Habilidade Técnica envolve o uso de conhecimento especializado e

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facilidade na execução de técnicas relacionadas com o trabalho e com os

procedimentos de realização”.

As habilidades técnicas são utilizadas em todos os níveis da organização,

Porém são “particularmente importantes nos níveis organizacionais mais baixos

(DAFT, 2002, p. 10)”. Seguindo este pensamento pode-se afirmar que conforme um

gerente vai crescendo dentro de uma organização suas habilidades tendem a ser

substituídas.

As habilidades humanas auxiliam o administrador a trabalhar com as

pessoas e a trabalhar como membro de um grupo. Segundo Chiavenato (2004, p. 3)

as habilidades humanas “envolvem a capacidade de comunicar, motivar, coordenar,

liderar e resolver conflitos pessoais ou grupais.” Há uma ligação direta entre

interação com as pessoas e habilidades humanas.

Um gerente ou administrador que possua as habilidades humanas sob

domínio, facilita para os subordinados que se expressem sem medo colaborando na

motivação do subordinado, pois o colaborador sendo ouvido, sentirá mais motivado

a ser criativo e dar novas idéias.

As habilidades conceituais permitem que o Administrador tenha a

capacidade de olhar para a organização como um todo e suas relações internas

entre suas partes. O administrador passa a ter esta visão quando passa a enxergar

os objetivos da organização como um todo e não apenas de um determinado

departamento ou grupo.

Daft (1997, p. 8) defende as habilidades conceituais como:

A habilidade conceitual envolve as capacidades de pensamento, processamento de informações e planejamento do administrador. Envolve conhecer onde um departamento se ajusta no corpo da organização e como a organização se insere na indústria, na comunidade e no meio social mais amplo. Significa a capacidade de “pensar estrategicamente” – ter uma visão ampla e de longo prazo.

Seguindo o pensamento de Daft, pode-se afirmar que possuir as habilidades

conceituais auxilia os gerentes do alto escalão a terem uma visão como um todo da

empresa e pensarem de forma estratégica. Deste modo, as habilidades conceituais

são essencialmente importantes para os altos gerentes.

Chiavenato (2004, p. 3) também defende que “Um administrador com

habilidades conceituais está apto a compreender as várias funções da organização,

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complementá-las entre si, como a organização se relaciona com seu ambiente, e

como as mudanças em uma parte da organização afetam o restante dela.”

Os processos de recursos humanos estão ligados com estas habilidades que

dão apoio a administração das pessoas nas organizações seguindo o enfoque

teórico da administração.

2.2 ESCOLAS DA ADMINISTRAÇÃO

Segundo Kwasnicka (1995), grande parte dos autores da início a

administração científica com Frederic Winslow Taylor em 1895. Porém conforme

Kwasnicka (1995, p. 25):

Há indícios de que o enfoque científico de controlar as indústrias teria uma origem anterior, especialmente na Grã-Bretanha. Provavelmente, o enfoque científico foi aplicado antes de Taylor, desde o ano de 1795, na Soho Factory de James Watt Jr e Matthew Boulton. Eles introduziram técnicas que incluíram a padronização dos componentes dos produtos, o planejamento da produção, os padrões de operação e o pagamento de incentivos.

Mas o aparecimento das teorias da administração como são conhecidas hoje,

só foram escritas mais tarde, sendo melhor apresentadas no quadro a seguir.

AS PRINCIPAIS TEORIAS ADMINISTRATIVAS E SEUS PRINCIPAIS ENFOQUES

ÊNFASE TEORIAS ADMINISTRATIVAS PRINCIPAIS ENFOQUES

Nas Tarefas Administração Científica Racionalização do trabalho no nível organizacional

Na Estrutura

Teoria Clássica Organização formal.

Teoria Neoclássica Pricnípios gerais da Administração

Funções do Administrador

Teoria da Burocracia Organização formal burocrática

Racionalidade organizacional

Teoria Estruturalista Multipla abordagem:

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Quadro nº 1: As principais teorias administrativas e seus principais enfoques.

Fonte: Chiavenato (2004, p 20).

Como se percebe no quadro acima nota-se a classificação das teorias da

administração, cada qual com seu enfoque e características buscando atender as

necessidades buscadas pela organização. Para o presente estudo, que será focado

na elaboração dos processos para gestão dos recursos humanos na organização, o

enfoque será nas escolas: das relações humanas e do desenvolvimento

organizacional com ênfase nos processos.

organização formal e informal.

Análise intra-organizacional e análise interorganizacional

Nas Pessoas

Teoria das Relações Humanas

Organização informal

Motivação, liderança, comunicações e dinâmica de grupo.

Teoria do Comportamento Organizacional

Estilos de Administração

Teoria das Decisões

Integração dos objetivos organizacionais e individuais

Teoria do Desenvolvimento Organizacional Mudança organizacional planejada

Abordagem de sistema aberto

No Ambiente

Teoria Estruturalista

Análise intra-organizacional e análise ambiental

Abordagem de sistema aberto

Teoria da Contingência Análise Ambiental (imperativo ambiental).

Abordagem de sistema aberto

Na Tecnologia Teoria da Contingência Administração da Tecnologia (imperativo tecnológico).

Na competitividade Novas Abordagens da Administração

Caos e Complexidade

Aprendizagem organizacional

Capital intelectual

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2.2.1 Teoria das relações humanas

As teorias da administração científica e a teoria clássica, dão ênfase para a

tarefa e estrutura organizacional respectivamente, com a abordagem humanística,

passa-se a se preocupar e dar mais valor ao que realmente faz a organização

alcançar os objetivos propostos no planejamento; as pessoas.

Os estudos sobre a teoria das relações humanas teve início em meio aos

estudos de Elton Mayo (1880 – 1949) que iam contra os princípios afirmados pela

Teoria Clássica da Administração, com o objetivo de humanizar a administração de

empresas. O administrador clássico, que era voltado para a parte técnica e lógica na

organização, passou a ser um administrador humanista, voltado para o lado

psicológico e sociológico na organização. Desta forma, se o Administrador

estimulasse a produtividade e comprometimento dos funcionários focando nos

objetivos da organização, as relações humanas seriam eficazes (CHIAVENATO,

2004). Complementando o autor, Certo (2005, p. 33) afirma que “a habilidade para

relações humanas é definida como a capacidade de trabalhar com pessoas a fim de

promover o êxito empresarial”.

Parafraseando o Autor Gil (2001), depois que as empresas passaram a dar

relevância ao fator humano na organização, a idéia de harmonização entre os

recursos financeiros e o trabalho desenvolvido pelos funcionários pode proporcionar

um aprimoramento.

2.2.2 Teoria do desenvolvimento Organizacional

A abordagem comportamental em si acabou não refletindo em mudanças na

organização, a partir disto um grupo de cientistas sociais e consultores de empresas

abordaram de forma moderna, diversificada e democrática ao desenvolvimento

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planejado das organizações, promovendo a mudança e a flexibilidade organizacional

que a Teoria comportamental não conseguiu atingir (CHIAVENATO, 2004).

Pode-se definir o Desenvolvimento Organizacional como o monitoramento

das atividades dos vários colaboradores com a finalidade de concretizar os

processos planejados com o ambiente (CHIAVENATO, 2004).

Vale ressaltar alguns pontos que são de relevância no Desenvolvimento

Organizacional. Um deles foi o estudo do Clima Organizacional, medindo a moral e à

satisfação das necessidades dos colaboradores indicando se estão ou não

satisfeitos com o clima interno da organização e a Cultura Organizacional,

identificando quais hábitos, costumes, valores, tradições são típicos da organização.

(CHIAVENATO, 2004).

2.3 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

A Administração de Recursos Humanos é subsistema especializado dentro da

Administração, assim como a Administração Financeira, De Materiais entre outros. A

Administração de Recursos Humanos tem como principais objetivos, a interação do

trabalhador no elemento geral da organização e o aumento de sua produtividade. É

também de responsabilidade da Administração de Recursos Humanos as áreas de

recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento, manutenção, controle e

avaliação dos trabalhadores (GIL, 2006).

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2.3.1 Evolução histórica de recursos humanos

Com a revolução industrial, houve um grande aumento na especialização, que

possuía suas desvantagens, tais como: o tédio e a perda do sentido da importância

individual e também contribuiu com o crescimento do tamanho das organizações,

tornando a burocracia um empecilho ao entendimento individual, e finalmente

ocasionando problemas na comunicação interna da organização (KWASNICKA,

1995). Surgindo assim uma área específica para resolver problemas relacionados

aos recursos humanos da organização.

Foi com base em um experimento numa fábrica de Chicago em 1927, a

Western Electric, que tinha como princípio avaliar a relação entre a iluminação e a

eficiência dos operários. Coordenada por Elton Mayo, a experiência estendeu-se “à

fadiga, aos acidentes no trabalho, à rotatividade do pessoal e ao efeito das

condições de trabalho sobre a produtividade” (CHIAVENATO, 2004, p. 102).

Verificou-se que o resultado estava sendo alterado por variáveis de natureza

psicológica. O experimento primeiro levou em consideração a iluminação do

ambiente, mas nada tinha a ver com a iluminação, mas sim comprovar as influências

psicológicas além da iluminação que afetavam os funcionários. Como conseqüência

os resultados ressaltaram a importância da participação do funcionário na

organização, bem como, a valorização das relações humanas de trabalho (GIL,

2006).

Segundo Daft (2002, p. 36), o movimento das relações humanas está

relacionado a “um movimento no pensamento administrativo e na prática enfatiza

que a satisfação das necessidades básicas dos funcionários é a chave para o

aumento da produtividade”. Continuando com as idéias do autor, Gil (1994, p.14),

completa ainda que: “o movimento de valorização das relações humanas no trabalho

surgiu a partir da constatação da necessidade de considerar a relevância dos fatores

psicológicos e sociais da produtividade”. Complementando, o surgimento da

importância do fator humano ajudou na construção das ideologias de um processo

de integração dos funcionários a uma nova visão da organização conforme o autor

citado.

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21

Na década de 60, começa-se a denominar administração de Recursos

Humanos, substituindo a antiga administração de pessoal e relações industriais. O

surgimento da Administração de Recursos Humanos deve-se à conceitos da Teoria

Geral dos Sistemas à gestão de pessoas através de estudos do biólogo Ludwid Von

Bertalanffy (1901 – 1972). O autor através de seus estudos, “verificou que certos

princípios de algumas ciências poderiam ser aplicados a outras, desde que seus

objetos pudessem ser entendidos como sistemas, fossem eles físicos, químicos,

sociais, psicológicos etc.” (GIL, 2001, p.20). A grande contribuição se deu através do

entendimento da administração de recursos humanos por uma abordagem

sistêmica, ou seja:

Através de um conjunto de elementos unidos por uma forma de interação ou interdependência; como uma combinação de partes, formando um todo unitário; como um conjunto de elementos materiais ou ideais, entre os quais se possa encontrar uma relação; como uma disposição das partes ou elementos de um todo, coordenados entre si e que funcionam como estrutura organizada (GIL, 1994, p.16).

Continuando com o pensamento do autor, definir uma organização como um

sistema, pois são colaboradores que de uma forma ou outra interagem entre si e

funcionam como uma estrutura organizada. Deixando claro que a administração de

Recursos Humanos é composta de três partes essenciais: pessoas, a organização e

os sistemas (GIL, 2001).

2.3.2 Evolução histórica de recursos humanos no Brasil

A Administração de Recursos Humanos começou a ter representatividade a

partir de 1930, com o governo de Getúlio Vargas que “promoveu intervenções nas

questões trabalhistas, tanto no que se refere às medidas de proteção social ao

trabalhador quanto ao processo de organização das associações operárias.” (GIL,

2001, p.53). Foi no governo de Getúlio que foi criado o Ministério do Trabalho, e

posteriormente com a nova constituição atrelando os sindicatos ao Estado. Em 1943

foram consolidadas as leis do trabalho (CLT) e despertam uma série de movimentos

trabalhistas (GIL, 2001).

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22

Nas décadas de 50 e 60 houve um grande crescimento nas indústrias

siderúrgicas, petrolífera, química e farmacêutica e a implantação das indústrias

automobilísticas, assim o proletariado se constituiu em grande parte de

colaboradores de grandes indústrias (GIL, 2001). Continuando com as idéias do

autor, “com o crescimento das empresas, surgiram novas oportunidades de

emprego, elevou-se o nível de qualificação e consequentemente de aspiração e

conscientização dos trabalhadores” (GIL, 2001, p.54). Tais mudanças exigiram a

necessidade e o surgimento do departamento de relações industriais, ou

departamento de pessoal (GIL, 2001).

De 1963 a 1973, o País passou por uma fase econômica muito boa, chamada

de “milagre brasileiro”, as empresas cresceram e se modernizaram. Mas este

movimento não durou muito, em 1973 com o choque do petróleo, a economia do

País já não mostrava muito otimismo, os níveis de inflação voltaram a subir e a mãos

de obram ficou escassa nos grandes centros industriais, necessitando administrar a

empresa, de maneira mais, precisa os recursos humanos (GIL, 2001).

A partir de 1978, no final da ditadura militar, os trabalhadores começaram a

tornar suas ações reivindicatórias mais visíveis, porém na década de 80 foi um

período de recessão econômica e inflação, com os níveis de desemprego elevando-

se, a classe trabalhadora sofreu grandes perdas, denominando a década como

“década perdida” (GIL, 2001).

Na década de 90 com o fim da Guerra Fria, e com o desenvolvimento

tecnológico no campo da informação trouxe a tona o evento mais significativo da

década, a globalização. A alta tecnologia acabou por favorecer a valorização das

atividades de recursos humanos, onde o profissional de recursos humanos:

Passa a ser um consultor especializado dentro da empresa, a quem cabe atender às demandas dos demais gerentes no referente a pessoal, como, por exemplo, esclarecer acerca dos critérios a serem utilizados na seleção de um candidato no planejamento de um treinamento. Assim pode-se dizer que no âmbito da empresa os diferentes gerentes são clientes e o de recursos humanos é um prestador de serviços (GIL, 1994, p.29).

Pode-se destacar desta forma que a nova realidade vivida nas organizações,

o profissional de recursos humanos, necessita apresentar-se de maneira a

acompanhar as mudanças, devendo utilizar os processos da administração de

recursos humanos para certificar-se na gestão da organização e desempenhar suas

funções com segurança.

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23

2.4 PROCESSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

O Administrador deve desempenhar as quatro funções administrativas já

citadas que integram o processo administrativo. A Administração de Recursos

humanos está relacionada com tais funções e a ADH, se refere “às políticas e

práticas necessárias para se administrar o trabalho das pessoas” (CHIAVENATO,

1999, p.11).

Para que o Administrador de Recursos Humanos tenha sucesso no seu

desempenho, há várias atividades de recursos humanos a serem exercidas e

planejadas, são elas: análise e descrição de cargos, desenho de cargos,

recrutamento e seleção de pessoal, admissão de candidatos selecionados,

orientação e integração de novos funcionários, administração de cargos e salários,

incentivos salariais e benefícios sociais, avaliação do desempenho dos funcionários,

comunicação aos funcionários e treinamento e desenvolvimento de pessoas, que o

autor Chiavenato (1999) classifica como: Agregar pessoas, Aplicar Pessoas,

Recompensar Pessoas, Manter Pessoas e Desenvolver e Treinar Pessoas. Para

que possa ser identificada importância dessas atividades, serão tratadas com um

maior detalhamento.

2.4.1 Processo de agregar pessoas

Este processo é o caminho de ingresso das pessoas na organização,

representando as portas de entrada, onde apenas os capazes de ajustar as

características pessoais à cultura organizacional. Este processo é utilizado para

suprir a necessidade da organização com relação a novas pessoas na empresa.

Neste processo incluem o recrutamento e seleção de pessoas (CHIAVENATO,

1999).

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24

2.4.1.1 Recrutamento de pessoas

Para entender de recrutamento de pessoas, faz-se necessário o

entendimento do mercado de trabalho e mercado de RH. O mercado de trabalho, de

acordo com Chiavenato (1999, p.82), é “composto pelas ofertas de oportunidades de

trabalho oferecidas pelas diversas organizações. Toda organização – na medida em

que oferece oportunidades de trabalho – constitui parte integrante de um MT”.

Continuando com a idéia do autor, o mercado nada mais é do que as vagas de

emprego oferecidas pelas organizações.

O mercado de RH é o inverso do mercado de trabalho. “Ele se refere ao

conjunto de candidatos a emprego. O MRH, ou mercado de candidatos, se refere ao

contingente de pessoas que estão dispostas a trabalhar ou que estão trabalhando

mas dispostas a buscar um outro emprego.” (CHIAVENATO, 1999, p. 88). Visto que

o Mercado de trabalho são as vagas disponíveis e Mercado de RH são os

candidatos disponíveis, pode-se prosseguir com a descrição de recrutamento de

pessoal.

Pode-se afirmar que o recrutamento de pessoal é a forma em que a

organização atrai os candidatos no MRH para abastecer seu processo seletivo.

Funcionando como um processo de comunicação, a empresa anuncia as ofertas de

trabalho ao MRH. Mas se apenas comunicar e divulgar as ofertas, não atinge os

seus objetivos básicos, que são atrair e trazer candidatos para serem selecionados

(CHIAVENATO, 1999). De uma forma mais técnica, podemos conceituar o

Recrutamento como:

é o processo de gerar um conjunto de candidatos para um cargo específico. Ele deve anunciar a disponibilidade do cargo no mercado e atrair candidatos qualificados para disputá-lo. O mercado no qual a organização tentar buscar os candidatos pode ser interno, externo ou um combinação de ambos (CHIAVENATO, 1999, p.92).

Desta forma, pode-se buscar candidatos, dentro da organização

(recrutamento interno) e fora dela (recrutamento externo) ou então utilizar ambos os

recursos. Não há como afirmar qual dos dois métodos é o melhor, cada um tem seus

prós e contras, a escolha de qual processo escolher, depende das necessidades da

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empresa e com relação aos recursos disponíveis para o processo de recrutamento.

Conforme o quadro abaixo, pode se verificar quais são os prós e contra de cada

processo de recrutamento (CHIAVENATO, 1999).

Recrutamento interno Recrutamento externo

Prós

Aproveita melhor o potencial humano da organização

Introduz sangue novo na organização: talentos, habilidades e expectativas

Motiva e encoraja o desenvolvimento profissional dos atuais funcionários

Enriquece o patrimônio humano pelo aporte de novos talentos e habilidade

Incentiva a permanência dos funcionários e a sua fidelidade à

organização Aumenta o capital intelectual ao incluir

novos conhecimentos e destrezas

Ideal para situações de estabilidade e pouca mudança ambiental

Renova a cultura organizacional e a enriquece com novas aspirações

Não requer socialização organizacional de novos membros

Incentiva a interação da organização com o MRH

Probabilidade de uma melhor seleção, pois os candidatos são bem conhecidos

Indicado para enriquecer mais intensa e rapidamente o capital intelectual

Custa financeiramente menos do que fazer recrutamento externo

Contra

Pode bloquear a entrada de novas idéias, experiências e expectativas

Afeta negativamente a motivação dos atuais funcionários da organização

Facilita o conservantismo e favorece a rotina atual

Reduz a fidelidade dos funcionários ao oferecer oportunidades a estranhos

Mantém quase inalterado o atual patrimônio humano da organização

Requer aplicação de técnicas seletivas para escolha dos candidatos externos.

Isto significa custos operacionais

Ideal para empresas burocráticas e mecanísticas

Exige esquemas de socialização organizacional para os novos

funcionários.

Mantém e conserva a cultura É mais custoso, oneroso, demorado e

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26

organizacional existente inseguro que o recrutamento interno

Funciona como um sistema fechado de reciclagem contínua

Quadro nº2: Prós e contra de recrutamento interno e externo.

Fonte: Chiavenato (1999).

Como percebe-se no quadro acima, o recrutamento externo trata de buscar

pessoas no Mercado de Recursos humanos por algumas técnicas seletivas que

auxiliam na escolha dos candidatos. Estas técnicas estarão descritas abaixo no

quadro nº3

Técnicas de Recrutamento Externo

Métodos Características

Anúncios em jornais

Meio que atinge grande massa e possíveis candidatos de uma só vez. Pode ser de três tipos:

Aberto: A empresa se identifica e fornece dados para procurar a empresa

Fechado: A empresa não se identifica e o candidato utiliza o jornal ou caixa postal para contato

Mista: A empresa se identifica, mas solicita para apenas enviar carta ou currículos

Agências de Recrutamento

Este processo é adequado quando não há muito tempo e a organização não possui um órgão de RH para fazer o

recrutamento de pessoas de certo nível, se quer ter sigilo do empregador e queira alcançar um grande número de

candidatos.

Cartazes e panfletos

Processo de baixo custo e rendimento razoável e rápido. Geralmente utilizados para cargos simples e colocados nas proximidades da organização, portaria ou locais de grande

movimentação de pessoas

Indicação Outro processo de baixo custo, rendimento alto e rápido. Tratando de indicação, que pode ser feita pelo funcionário da

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27

empresa.

Banco de dados dos candidatos

O arquivamento dos Curriculum Vitae de candidatos que não foram aproveitados em certos recrutamentos, de certa forma agiliza o processo, pois já tendo passado por uma entrevista,

tem-se dados importantes informando que o candidato é ideal para uma determinada área.

Quadro nº 3: Técnicas de recrutamento externo.

Fonte: Chiavenato (1999).

No quadro apresentado dá-se uma idéia dos métodos utilizados pelas

empresas. Há muitos meios quando se opta pelo recrutamento externo, porém há a

necessidade de avaliar as condições da empresa, onde ela atua e escolher o melhor

método. Muitas empresas acabam utilizando vários destes métodos em conjunto

para obter um melhor resultado. Após o recrutamento, deve ser feita a seleção dos

candidatos.

2.4.1.2 Seleção de pessoas

Depois de realizar o processo de recrutamento, cujo objetivo é abastecer o

processo seletivo de candidatos, deve-se fazer a escolha e classificar os candidatos

mais adequados a necessidade do cargo e da organização. Pode-se conceituar a

seleção de pessoas como o método de selecionar, dentre os candidatos recrutados,

os “mais adequados aos cargos existentes na organização, visão manter ou

aumentar a eficiência e o desempenho pessoal, bem como a eficiência da

organização.” (CHIAVENATO, 1999, p. 107). Em concordância com o autor,

Lacombe (2006, p.79) acrescenta que “a seleção abrange um conjunto de práticas e

processos usados para escolher, dentre os candidatos disponíveis, aquele que

parecer ser o mais adequado para a vaga existente.”.

Uma boa seleção está fundamentada em dois campos, a exigência do cargo e

as características do candidato. As exigências do cargo são as características que o

cargo exige do profissional em termos de conhecimentos, habilidades e atitudes

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28

para o bom desempenho das funções e as características do candidato são os

conhecimentos, habilidade e atitudes que cada candidato possui para desempenhar

suas tarefas. Conforme apresentado, as características relativas ao cargo e

candidato são essenciais para uma boa seleção. Para que possa ser efetuada esta

análise, começa-se pela análise dos métodos utilizados pelo recrutamento. Os

candidatos que tiverem o perfil da vaga são chamados para uma entrevista na

maioria das vezes.

O método de entrevistar, possivelmente deva ser o método mais utilizado na

seleção, porém há outros métodos, tais como provas de conhecimentos ou

capacidade onde são feitas provas de conhecimentos gerais e/ou específicos

dependendo do cargo a ser preenchido, testes psicométricos, de personalidade e

técnicas de simulação são utilizados junto com a entrevista para complementar os

dados. Há dois tipos de entrevistas, a diretiva ou estruturada e a não-diretiva ou não

estruturada (CHIAVENATO, 1999).

a) Entrevista diretiva: é a entrevista estruturada com questões predeterminadas,

facilitando a comparação das diferentes respostas dos candidatos,

comparando pontos fortes e fracos.

b) Entrevista não-diretiva: Fica a critério do entrevistador as questões a serem

respondidas e é utilizada como medida exploratória de cada candidato, porém

é um método muito criticado pela sua inconsistência por não se ter um roteiro

previamente estabelecido.

2.4.2 Processo de Aplicar pessoas

Tendo visto que ao ingressar na organização o funcionário passou por testes,

atividades, seleções até ser contratado pela organização, inicia-se o processo de

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29

orientação e acompanhamento do novo funcionário em relação a suas atividades.

Complementando o processo de aplicar pessoas, serão fundamentadas as

atividades: análise e descrição de cargos.

Análise e descrição de cargos

É de extrema importância fazer a descrição de cargos bem definida para que

se tenha pleno conhecimento das atividades das pessoas nas tarefas

organizacionais. Há vários conceitos de cargos, mas Chiavenato (1999, p. 160)

descreve que “O cargo é um composição de todas as atividades desempenhadas

por uma pessoa – o ocupante – que podem ser englobadas em um todo unificado e

que figura em certa posição formal do organograma da empresa.” E a análise de

cargos, é o detalhamento de quais conhecimentos, habilidades e capacidades o

ocupante deverá ter para desempenhar o cargo adequadamente (CHIAVENATO,

1999). Os requisitos básicos para a análise de cargos segundo Gil (2001) são:

mentais, físicos e responsabilidades.

Depois da cuidadosa compilação destas informações para que não haja

nenhuma distorção nos dados, é que forma-se a descrição de cargos. O fundamento

de Marras (2005, p. 97) é que “além de registrar o universo de tarefas que

compreendem um cargo, a descrição registra a análise dos diversos requisitos

exigidos pelo cargo, como: escolaridade, experiência, responsabilidades, condições

de trabalho, complexidade das tarefas, conhecimentos, etc”.

Parafraseando Gil (2001), análise e descrição de cargos é o estudo para

determinar as tarefas e atribuições do cargo. As funções podem determinar o perfil

do ocupante, definindo os procedimentos de seleção, levantar dados para selecionar

conteúdos dos programas de treinamento de pessoal, coletar dados para ajudar os

programas de higiene e segurança no trabalho, informar tanto o supervisor quando o

funcionário dos padrões de desempenho no trabalho, fornecimento de dados para

avaliação de cargos e determinação de faixa salarial, determinação hierárquica na

organização e para fornecimento de dados para a implantação de avaliações por

mérito. Na descrição de cargos, ordenam-se as informações das tarefas de um

cargo para a identificação dos requisitos que o ocupante deva ter para desempenhar

as tarefas de maneira a atingir os objetivos da organização.

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30

2.4.3 Processo de recompensar pessoas

Os colaboradores da organização estão investindo com trabalho, dedicação e

esforço pessoal e para tanto esperam receber uma retribuição adequada. Por outro

lado a organização está disposta a investir em recompensas desde que as pessoas

contribuam para alcançar os objetivos. É daí que decorre o conceito de remuneração

total, que é constituída de três componentes. O primeiro deles é a remuneração

básica ou o salário mensal que o funcionário recebe regularmente. O segundo

componente são os incentivos salariais, como exemplo podem ser citados os bônus,

participação nos resultados e verba variável atrelada as metas do colaborador. O

terceiro componente são os benefícios que podem ser seguro de vida, transporte

subsidiado, refeição subsidiada etc. Estas remunerações são as chamadas

recompensas financeiras diretas. Há ainda as recompensas financeiras indiretas que

são as férias, gratificações, 13º salário entre outros aos quais foram decorrentes de

cláusulas da convenção coletiva do trabalho, leis trabalhistas e planos de benefícios

e serviços oferecidos pela organização (CHIAVENATO, 1999).

Para que cada trabalhador tenha uma remuneração justa, é adotada pelas

organizações a política de administração de salários. A administração de salários

são normas e procedimentos que visam estabelecer ou manter as estruturas de

salários justas na organização. A administração de salários visa motivar e

comprometer as pessoas, aumentar a produtividade, controlar os custos, tratar

justamente os funcionários e cumprir a legislação vigente. (CHIAVENATO, 1999).

A administração de salários utiliza do método de avaliação e classificação de

cargos para manter o equilíbrio interno dos salários. A avaliação de cargos diz

respeito a aplicar processos de comparação dos cargos para determinar uma

valoração dos salários dos diversos cargos e a classificação de cargos, é o processo

ao qual se colocam os cargos em uma hierarquia de classes para que possa ser

utilizada como base para a estrutura salarial (GIL, 2001) e (CHIAVENATO, 1999).

Com base nestas informações, afirma-se que a avaliação e classificação de cargos

são as “técnicas tradicionais para definir uma estrutura de salários com base em

uma comparação sistemática e consistente.” (CHIAVENATO, 1999, p. 230).

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31

Seguindo a mesma linha de raciocínio, onde os funcionários esperam receber

incentivos em troca de sua dedicação pela organização, poderá explorado o tema

Motivar pessoas.

2.4.4 Processo de manter pessoas

A Gestão de Recursos Humanos passa a ser viável não apenas quando

consegue captar e aplicar adequadamente os recursos humanos, mas sim os

mantendo satisfeitos no longo prazo na organização. Para manter as pessoas

satisfeitas na organização, é preciso cuidados especiais aos quais irá ser tratado de

higiene e segurança do trabalho e relações com os empregados. (CHIAVENATO,

1999).

Nas organizações, os subordinados dos gerentes podem sofrer diversas

contingências internas e externas e também a problemas pessoais, financeiros,

saúde, entre outros. Algumas pessoas conseguem administrar sozinhos, outras não,

tornando-se funcionários problemáticos, de baixa produtividade. Para que os

gerentes consigam tratar destas decisões, deve haver comunicação da organização

com a filosofia da empresa e solicitando sugestões e opiniões sobre o trabalho.

Cooperação em que a tomada de decisões e o controle das atividades sejam

compartilhados com os funcionários. Proteção do funcionário contra possíveis

retaliações e perseguições dentro da organização e assistência às necessidades

especiais de cada funcionário. Utilizando estes quatro itens, pode-se desenhar um

programa de relações com empregados que tenha uma boa aceitação

(CHIAVENATO, 1999). Prosseguindo no processo de motivar pessoas, deve ser

tratado o assunto de higiene e segurança no trabalho.

Para o funcionário, um dos principais motivos de escolher uma empresa para

trabalhar, é o trabalhador estar garantido contra acidentes no ambiente de trabalho.

E o ponto forte de higiene e segurança no trabalho é garantir que o ambiente de

trabalho seja o mais seguro em termos físicos e psicológicos também. Atualmente as

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32

organizações estão investindo mais em programas de fiscalização interna para

descobrir eventuais problemas organizacionais que interfiram física ou

psicologicamente o funcionário (CHIAVENATO, 1999).

Conceituando higiene no trabalho, se relaciona com as condições ambientais

do trabalho que preservam a saúde física e mental e com as condições de bem-

estar das pessoas (CHIAVENATO, 1999).

Os principais itens do ambiente físico que compõem o programa de higiene

do trabalho são: a iluminação, ventilação, temperatura e ruídos. Já os itens do

ambiente psicológicos são os relacionamentos humanos agradáveis, tipo de

atividade motivadora, estilo de gerência participativo e democrático e eliminação de

possíveis fontes de estresse (CHIAVENATO, 1999).

Devem ser citados ainda os princípios de ergonomia e saúde ocupacional.

Princípios de ergonomia são as máquinas adequadas às características humanas,

mesas, cadeiras e instalações ajustadas ao tamanho das pessoas e ferramentas

que reduzam o esforço físico humano. A saúde ocupacional é uma assistência

médica preventiva que está relacionada com a lei Nº 24 / 94 que criou o Programa

Médico de Saúde Ocupacional, em que se exige que se faça o exame admissional, o

exame médico periódico, o retorno ao trabalho quando o colaborador ficar mais de

30 dias afastado, o de mudança efetiva de função e o exame médico demissional.

Além destes exames exigidos por lei, são criados programas pela própria empresa

de proteção a saúde dos funcionários como palestras de medicina preventiva,

exames clínicos dos funcionários visando à qualidade de vida do trabalhador e maior

produtividade na organização (CHIAVENATO, 1999).

Com relação à segurança no trabalho, conceitua-se como “um conjunto de

medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para prevenir

acidentes” (RIBEIRO, 2005, p. 206). Continuando com as idéias do autor, segurança

no trabalho complementa a prevenção de acidentes relacionados à saúde do

funcionário. Os acidentes no trabalho possuem duas classificações, acidentes sem

afastamento, onde o funcionário continua trabalhando depois do acidente, sem

seqüela ou prejuízo considerável. Já os acidentes com afastamento, podem se

subdividir quatro tipos. Incapacidade temporária, ao qual o funcionário perde suas

capacidades temporariamente e as seqüelas do acidente se prolongam por um

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33

período menor que um ano. Incapacidade parcial permanente onde o funcionário

tem redução parcial e permanente de sua capacidade produtiva e as seqüelas

duram mais de um ano. Geralmente são causadas por perdas de qualquer membro

ou parte deste, redução funcional da visão entre outros. Incapacidade permanente

total onde o funcionário perde total e permanente a sua capacidade de trabalho,

geralmente provocada pela perda de visão total, perda anatômica, perda da audição

entre outros. O quarto tipo e mais grave é a morte do funcionário provocada pelo

acidente (CHIAVENATO, 1999).

Uma boa maneira de evitar acidentes é a verificação dos relatórios da

comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA). A CIPA é composta por

representantes escolhidos pelo empregador e representantes dos funcionários em

números iguais conforme as normas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A

CIPA tem como objetivo assessorar a empresa na prevenção ou solução de

problemas relacionados aos acidentes, ajudando a fiscalizar os processos que os

funcionários utilizam e os processos obrigatórios que perante a CLT devem ser

cumpridos como os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) entre outros.

Parar manter os funcionários na organização e que os mesmos tenham o

desempenho necessário para que a empresa alcance seus objetivos no longo prazo,

é necessário que seja feito o processo de treinamento e desenvolvimento de

pessoas.

2.4.5 Processo de treinamento e desenvolvimento de pessoas

Nos processos de recrutamento e seleção são escolhidas as pessoas que

possuem características próximas das que a organização busca em um colaborador.

E para que o colaborador recém contratado alcance o desempenho necessário, faz-

se necessário que o mesmo passe por processos de treinamento para alavancar o

desempenho do cargo. Chiavenato (1999, p. 294) conceitua como “o treinamento é

considerado um meio de desenvolver competências nas pessoas para que elas se

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34

tornem mais produtivas, criativas e inovadoras, a fim de contribuir melhor para os

objetivos organizacionais”.

O processo de treinamento possui quatro etapas e é um processo cíclico e

contínuo. O primeiro deles é o diagnóstico. Este significa a Verificação das

necessidades de treinamento que devem ser feitas. O segundo é o desenho, que é

representado pela construção do programa de treinamento, atendendo as

necessidades levantadas. O terceiro é a implantação do programa de treinamento e

o quarto é a avaliação para verificar se os resultados alcançados são semelhantes

aos resultados planejados (CHIAVENATO, 1999).

O processo de treinamento pode propiciar uma melhoria da eficiência e

eficácia dos serviços e resultados, criatividade e inovação nos produtos e serviços

oferecidos, melhora a qualidade de vida no trabalho. Isto verificando as mudanças

internamente. Há também mudanças externas com relação a organização que são a

maior competitividade organizacional, assédio de outras organizações pelos

funcionários da empresa e melhora a imagem da organização. Na mesma linha de

pensamento segue-se o desenvolvimento de pessoas. No desenvolvimento de

pessoas, é dado mais ênfase para a educação, que está relacionado com os

processos de formação da personalidade e da melhoria da capacidade de

compreender e interpretar os conhecimento, e a orientação para o futuro. Em suma,

o desenvolvimento está mais preocupado com o crescimento pessoal com relação a

carreira futura do empregado na empresa e não apenas no cargo que ele está lotado

no momento (CHIAVENATO, 1999).

Para que seja entendido o processo de desenvolvimento, serão citados

alguns métodos de desenvolvimento. O método da rotação de cargos é um

excelente método, pois o funcionário tendo que se esforçar para expandir suas

habilidades, conhecimentos e capacidades e exercer a nova posição com bom

desempenho. Há também os métodos de posições de assessoria, onde a pessoa

tem a oportunidade de trabalhar como um assistente de staff, isto é, com a

supervisão de um gerente bem sucedido, aprendizagem prática onde o treinando se

dedica de tempo integral a um trabalho para analisar e resolver problemas em

projetos. Participação em cursos e seminários externos oferecendo a oportunidade

de adquirir novos conhecimentos e desenvolver habilidades conceituais e analíticas

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35

entre outros métodos de desenvolvimento cujo objetivo é desenvolver o colaborador

para um cargo que o mesmo possa ter num futuro próximo. Muitas empresas

utilizam alguns métodos visando o desenvolvimento de carreira, conjuntamente com

uma política de cargos e salários onde o colaborador que comece num cargo inferior

tenha chances no futuro de concorrer a cargos de gerência (CHIAVENATO, 1999).

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36

3 CARACTERIZAÇÃO, HISTÓRICO E ANÁLISE DA EMPRESA

3.1 NOME DA ORGANIZAÇÃO/EMPRESA (NOME FANTASIA)

Financeira Alfa S/A.

3.2 LOCALIZAÇÃO

Av. Mauro Ramos, nº1420 Centro – Florianópolis - Santa Catarina.

3.3 DATA DA FUNDAÇÃO

Meados de 1998, com a venda do controle acionário do Banco Real para o

ABN Amro Bank.

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37

3.4 RAMO DE ATIVIDADE

Crédito pessoal consignado e financiamento de veículos para pessoas

Físicas e/ou Jurídicas.

3.5 NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS

15 funcionários

3.6 ESTRUTURA FÍSICA

A empresa Financeira Alfa S/A tem dimensão de 300 m², possui dois

departamentos: crédito pessoal consignado e Financiamento de veículos/barcos. A

empresa em questão é uma filial da Matriz localizada em São Paulo.

Com relação à limpeza do ambiente, fica por conta de uma funcionária

terceirizada da empresa ORCALI. A empresa está sempre buscando melhorias no

ambiente para proporcionar uma maior comodidade para seus clientes.

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38

3.7 MERCADOS, PRODUTOS, SERVIÇOS E CLIENTES

3.7.1 Produtos e serviços

A Financeira Alfa S/A, possui convênio para a concessão de crédito

consignado em folha em diversas Prefeituras, Câmaras, Tribunais, Senado, Órgão

do Governo federal, Governos Estaduais. E ainda possui a modalidade de

financiamento de Veículos, leasing ou CDC.

3.7.2 Mercados

A empresa sofre grande concorrência, pois todos os Bancos e Financeiras de

Santa Catarina também oferecem o mesmo serviço que a Financeira Alfa S/A, por

este motivo a empresa tenta sempre estar em primeiro lugar com relação a

atendimento personalizado e taxas para crédito.

3.7.3 Clientes

A empresa atende no setor de crédito pessoal consignado os funcionários

do setor municipal, estadual e federal no Estado de Santa Catarina e na área de

financiamento de veículos pessoas físicas e/ou Pessoas jurídicas. Na parte do

crédito consignado, os clientes devem ser concursados, estatutários e ser

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39

admissionado a mais de 2 anos(ter passado o período probatório). Na parte de

financiamento de veículos, há um setor de análise de crédito, onde são feitas as

análises dos futuros clientes, se tem ou não condições de arcar com o financiamento

de acordo com regras da Financeira e a Financeira Alfa localizada em Florianópolis,

atende mais nas concessionárias de veículos de alto padrão, assim selecionando o

público-alvo basicamente nas classes A e B.

3.8 HISTÓRICO DA EMPRESA

A história do Conglomerado Financeiro Alfa teve inicio em 1925, com a

fundação do Banco da Lavoura de Minas gerais. Em 1972, o Banco da Lavoura

alterou sua dominação para Banco Real S/A e posteriormente criou as outras

empresas financeiras que constituem o Conglomerado Financeiro real. Em 1998, O

Banco Real S/A teve seu controle acionário vendido ao ABN Amro Bank. As

empresas financeiras não vendidas (então Banco Real de Investimentos, Real

Financeira, Real Arrendamento Mercantil e Corretora Real) formaram o novo

conglomerado Financeiro Alfa, completado logo após com a criação do Banco Alfa

(Banco Comercial) e Alfa Seguradora.

Com esta sólida história de mais de 80 anos, o conglomerado Financeiro

Alfa vem desenvolvendo sua atuação principalmente nos segmentos de Crédito a

Pessoas Jurídicas e Físicas, tesouraria, Administração de Recursos de terceiros,

Seguros, Previdência Privada e Private Banking.

Na área de crédito Pessoal Consignado, O Banco Alfa, traz a tradição do

Conglomerado Financeiro Alfa aliado à modernidade de planos diferenciados com

taxas competitivas e agilidade na análise, aprovação e liberação de crédito, o que

permite as melhores opções de crédito para seus clientes.

Sediada em São Paulo, a instituição mantém filiais no Rio de janeiro,

Vitória, Brasília, Goiânia, Belo Horizonte, Campinas, São José dos Campos,

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Ribeirão Preto, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Recife e

Campo Grande.

O Conglomerado Financeiro Alfa é controlado acionalmente pelo Dr.

Aloysio de Andrade Faria e tem como Presidente Paulo Guilherme Monteiro Lobato

Ribeiro. O Controlador possui ainda relevantes investimentos em áreas não

financeiros: Hotelaria (rede Transamérica de Hotéis), Materiais de Construção (C&C

Casa e Construção), Agropecuária (Agropecuária Paraná), Agroindústria

(Agropalma), Águas Minerais (Águas Prata), Alimentos (Sorvetes La Basque),

Cultural (Teatro Alfa) e Comunicações (Rádio e TV Transamérica).

O BANCO ALFA S/A, possui convênio para a concessão de crédito

consignado em folha em diversas Prefeituras, Câmaras, Tribunais, Senado, Órgão

do Governo federal, Governos Estaduais. Sendo assim este projeto irá se restringir

somente a Financeira Alfa setor de crédito pessoal consignado com desconto em

folha de pagamento, localizada em Florianópolis – Santa Catarina.

3.9 PROCESSOS ORGANIZACIONAIS

3.9.1 Administração Geral

Na filial em Florianópolis, onde o estudo está sendo feito, há um gerente geral

que tem um diálogo aberto com todos os funcionários da empresa. Porém, as

normas e determinações são concentradas em São Paulo e normalmente o gerente

não possui poder de ações sobre tais determinações, visto que o contato entre o alto

escalão da Financeira em São Paulo com o gerente da Filial da Financeira Alfa em

Florianópolis basicamente se dá por e-mails ou telefone e poucas vezes ao ano a

diretoria busca vir às Regionais para tratar determinados assuntos pessoalmente, o

gerente normalmente tenta negociar as decisões com o alto escalão visando melhor

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gestão da filial, mas nem sempre é possível evitar as mudanças que a alta direção

determinou. E quando as mudanças são necessárias, ou o gerente faz uma reunião

ou avisa um funcionário que fica encarregado de avisar aos outros.

3.9.2 Administração de Sistemas de informação

Todos os computadores estão integrados numa rede intranet, que possui uma

página fixa onde são colocadas todas as novas instruções e mudanças feitas pela

Matriz em São Paulo. Os principais canais utilizados são a ferramenta da página fixa

da intranet, e-mails internos e por canal de voz via telefone. Há uma empresa

independente que gerencia todo o sistema de informação da empresa, a Metro

Tecnologia. Ela é responsável por toda a manutenção do sistema de servidores do

conglomerado Alfa.

3.10 MISSÃO, VISÃO E VALORES

A Financeira Alfa S/A não possui missão, visão e valores definidos até o

momento da pesquisa.

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3.11 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

3.11.1 Organograma

A Filial Loja Florianópolis está em processo de reestruturação. Agora a

unidade que fica em Florianópolis é uma Regional e esta mudança ocorreu a pouco

menos de um mês, contando da data 01/06/2009, e não possui um organograma

montado, visto que ainda não há pessoas lotadas para cargos que uma Regional

deve possuir. Com a falta de pessoal, alguns gerentes que já estavam na empresa

estão agregando funções e atividades que seriam de responsabilidade de outra

gerência. Como por exemplo a gerência de crédito que está trabalhando também

com as funções da gerência de produção de veículos e com a gerência de cobrança

até que sejam contratados os gerentes para responder pelas tais áreas.

3.12 COMPETÊNCIAS E VULNERABILIDADES

3.12.1 Pontos Fortes

Os principais pontos fortes da Financeira Alfa S/A em Florianópolis, é o

atendimento exclusivo, onde o operador vai até a casa do cliente,se necessário,

para dar maior comodidade ao cliente e a honestidade em relação ao que é cobrado

do cliente. As taxas diferenciadas, sendo a financeira que se mantém na maior parte

do tempo com as menores taxas nos segmentos onde ela atua.

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3.12.2 Pontos Fracos

A maior parte das decisões é tomada pela alta diretoria que fica em São

Paulo, sendo assim algumas decisões acabam ficando inadequadas para o mercado

local em Florianópolis.

4 ANÁLISE E PROGNÓSTICO COM BASE NA PESQUISA

4.1 RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

A pesquisa realizada nos manuais de instruções da empresa e por visita in

loco aponta que o processo de recrutamento e seleção é feito pelas filiais, ficando o

Departamento de RH apenas como consultor e orientador nesta parte. O

procedimento realizado na Regional Florianópolis é da seguinte forma. O Gerente

Regional-Geral de Florianópolis recebe os Currículos e os analisa. Seleciona os

melhores para uma entrevista, na entrevista é solicitado que o candidato faça uma

redação para que seja feito um teste grafológico em uma empresa especializada que

é conveniada do Banco.

Após redação e documentos necessários serem preenchidos pelo candidato,

a documentação é enviado por malote para que a redação seja enviada à empresa

que faz o teste grafológico e a documentação interna é verificada a fim de detectar

alguma característica que impeça o candidato de ser contratado como, ter restrição

financeira, ter mais de três empregos com menos de um ano em cada um deles,

idade mínima e máxima para determinados cargos entre outros.

Depois de ser analisada a documentação e se o resultado do teste grafológico

for compatível com a vaga em questão, toda a documentação é enviada para a

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Regional Florianópolis por malote a qual fica responsável por retornar ao candidato

avisando da contratação ou não contratação. Também lhe é informado, se for

contratado, quais os documentos são necessários e como abrir uma conta no Banco

Real, cópia de RG, CPF, Reservista entre outros documentos.

O que se percebe por visita in loco é que se a filial necessitar da contratação

emergencial de algum funcionário, acabará tendo algum prejuízo, pois da maneira

que é feito o processo é demasiadamente lento. Uma sugestão seria encontrar

alguma empresa que faça a análise do teste grafológico na região onde a filial se

encontra, pois assim implicaria em menos tempo perdido pelo envio e recebimento

dos documentos da filial para a matriz e vice-versa.

4.2 AÇÕES DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO

Por contatos com o Departamento de RH e por visitas in loco, não há um

planejamento de ações de treinamento e desenvolvimento para os colaboradores.

Foi presenciada a contratação um gerente de consignação e informalmente lhe

propuseram que viajasse para a matriz para conhecer alguns setores da empresa.

Mas não foi uma viagem estruturada com roteiro de setores para se familiarizar.

Percebe-se que isto é tratado de maneira informal dentro da empresa.

Sugere-se que quando se tenha contratação, se faça um breve levantamento de que

áreas este novo colaborador necessite visitar e que seja agendado antecipadamente

para que não haja surpresas com relação à necessidade de outro funcionário ter que

se ausentar para acompanhar o novo funcionário.

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5 PERSPECTIVAS

Todos os procedimentos da empresa são formalizados em manuais de

instruções formais, onde é descrito tudo o que pode e/ou deve ser feito dentro de

cada seguimento de produtos e serviços operacionais. A empresa utiliza de serviços

terceirizados apenas na limpeza, onde apenas uma funcionária da ORCALI é

designada para a limpeza.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho foi pertinente, pois contribuiu para constatar que o

recrutamento e seleção são feitos de uma maneira segura e criteriosa, porém devido

a documentação necessitar de ser enviada para a Matriz, posteriormente ser

enviada para um escritório onde será feita a análise grafológica leva um tempo em

que considerando que este trabalho poderia ser feito na cidade ao qual a filial está

situada, diminuiria consideravelmente o tempo gasto para o recrutamento, seleção e

contratação de novos funcionários.

Foi constatado também que na área de treinamento e desenvolvimento, não

há uma estratégia voltada ao treinamento e desenvolvimento dos funcionários já

contratados. Apenas para novos funcionários, ao qual apresentam os membros da

equipe e lhe são fornecidos os manuais de instruções pertinentes ao cargo que lhe é

dado.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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