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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA Manoel Garcia de Oliveira Júnior Modelos lineares generalizados: uma aplicação da distribuição beta a dados de severidade

TCC modelos lineares generalizados

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trabalho de conclusão de curso em estatistca

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARABACENTRO DE CINCIAS E TECNOLOGIADEPARTAMENTO DE ESTATSTICA

Manoel Garcia de Oliveira Jnior

Modelos lineares generalizados: uma aplicao da distribuio beta a dados de severidade

Campina Grande/PB2014

Manoel Garcia de Oliveira Jnior

Modelos lineares generalizados: uma aplicao da distribuio beta a dados de severidade

Monografia apresentada no curso de Bacharelado em Estatstica da Universidade Estadual da Paraba, em cumprimento s exigncias para obteno de titulo de Bacharel em Estatstica.

Orientador: Prof. Dr. Tiago Almeida de Oliveira

Campina Grande/PB2014

Manoel Garcia De Oliveira Jnior

Modelos lineares generalizados: uma aplicao da distribuio beta a dados de severidade

Monografia apresentada no curso de Bacharelado em Estatstica da Universidade Estadual da Paraba, em cumprimento s exigncias para obteno de titulo de Bacharel em Estatstica.

APROVADA EM:

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________Prof. Dr. Tiago Almeida de oliveiraDepartamento de Estatstica CCT/UEPBOrientador

___________________________________________________________Profa. Dra. Ana Patricia Bastos PeixotoDepartamento de Estatstica CCT/UEPBExaminadora

___________________________________________________________Prof. Dr. Ricardo Alves de OlindaDepartamento de Estatstica CCT/UEPBExaminador

DEDICATRIA

Decido este trabalho a minha filha Isabelle Nunes Garcia, e ao meu amigo Professor Doutor Tiago Almeida, pois este quem mais incentivou a realizao desse trabalho.

AGRADECIMENTOS

A universidade Estadual da Paraba, seu corpo docente, direo e administrao que oportunizaram a janela que hoje me permite vislumbrar um horizonte superior.Ao meu orientador e amigo, Prof. Dr. Tiago Almeida de Oliveira e sua esposa Professora Patrcia, pela dedicao e apoio elaborao deste trabalho, pelo suporte ao pouco tempo que lhes couberam, pelas suas correes e incentivos.A minha me Otaclia pelo carinho e apoio incondicionalA minha filha Isabela, pois desde o seu nascimento vem me dando muitas expectativas para vencer as barreiras e obstculos que surgem.Ao meu irmo Marcelo Garcia de Oliveira, que muito colaborou com a concluso de desse trabalho, a minha irm Maiza Petrnia, ao meu irmo Manasses, meu sobrinho Pedro Giovani, ao meu irmo Mazildo sobrinhas, que mesmo ausentes fazem parte da minha formao.Ao meu supervisor Josinaldo Veras pela pacincia que tem tido comigo todos esses anos, a Gabriela Nunes, Tiago Diniz, Prof. Marcelo Grilo e a todos que de forma direta ou indireta colaboraram para a minha formao.

RESUMO

O caupi Vigna unguiculata (L.) Walp. tambm conhecido como feijo de corda, macassar ou feijo-fradinho, uma dicotilednea de origem africana pertencente ordem Fabales, apresenta uma capacidade de se adaptar s condies de estiagem prolongadas e se desenvolver em solo de baixa fertilidade, isso se deve ao fato de que razes de feijo caupi desenvolvem efetivas associaes micorrzicas, melhorando o contedo de fsforo disponvel no solo. uma leguminosa anual, sendo cultivada em escala mundial numa rea de 12,5 milhes de hectares. O caupi constitui importante fonte de protenas na alimentao humana e uma cultura de importante destaque na economia nordestina e de amplo significado social, pois o cultivo do caupi geralmente praticado por pequenos produtores, que normalmente consomem toda sua produo. A rizoctoniose, causada pelo fungo Rhizoctonia solani, uma doena do caupi no Nordeste brasileiro. Sendo assim, este trabalho teve como objetivos efetuar uma comparao dos isolados de biocontrole Bacillus spp. nas diferentes concentraes do patgeno. Para obteno dos tratamentos foi feito uma prospeco de rizobactrias de caupi como agentes de biocontrole da rizoctoniose e se avaliou a estabilidade do controle por isolados promissores em relao a diferentes densidades de inoculo do patgeno. A avaliao da severidade da doena foi efetuada aps 15 dias, utilizando-se escala de notas de 0 a 4. E com isso foi encontrado a propores da severidade da rizoctoniose com o auxilio do calculo do ndice de severidade da doena em todos os tratamentos. Procedeu-se a comparao dos isolados promissores utilizando-se a teoria dos modelos lineares generalizados utilizando-se da distribuio beta reparametrizada para que pudesse pertencer a famlia exponencial. Como resultados encontramos que somente o isolado bacteriano B-071 apresentou um nvel significativo na reduo da doena na dose zero, e tambm se comportou de forma ineficaz como os demais tratamentos com o acrscimo das doses do biocontrolador e os isolados B-063 e B-005 foram os que apresentaram menor efeito com relao ao controle das Rhizoctonia solani, na ausncia do inoculo e na concentrao de 250 mg de substrato de arroz colonizado/kg de solo.

Palavras Chaves: Famlia Exponencial; Rhizoctonia solani; Distribuio Beta.

ABSTRACT

The Rhizoctonia canker, caused by Rhizoctonia solani, is an important disease of cowpea in northeastern Brazil. This work aimed make a comparison of isolates of biocontrol Bacillus spp. previously selected (OLIVEIRA, 2011) in different concentrations of the pathogen. Samples of cowpea plants with no symptoms of root diseases were collected in 22 fields and 87 bacterial isolates were obtained from their rhizoplane, with 59 strains of Bacillus spp. and 28 strains of fluorescent Pseudomonas spp. These strains were evaluated for their efficacy in reducing the severity of Rhizoctonia canker of cowpea under greenhouse conditions. In a preliminary screening cowpea seeds (cv. IPA-206) were immersed in bacterial suspensions (approximately 108 cells/mL) prepared in 0.1 M MgSO4 solution and sown in trays containing unsterilized soil (Camaragibe) previously infested (isolated CMM-2656) with 150 mg of substrate (rice) colonized/kg soil. The assessment of disease severity was determined after 15 days, using a scale from 0 to 4, where 0 = no symptoms and 4 = non-germinated seeds and/or non-emerged plantlets After disease severity index of disease severity in all treatments was calculated. We carried out a comparison of promising isolates using the theory of generalized linear models under beta distribution. The B063 and B005 isolates were those with less effect over the control of Rhizoctonia solani in the absence of inoculum and the concentration of 250 mg of substrate colonized rice / kg soil

Key-Words: Exponential family; Rhizoctonia solani; Link function.

SUMRIO

1 INTRODUO.............................................................................................................................................82 FUNDAMENTAO TERICA ............................................................................................................102.1 Feijo Caupi e a rizoctoniose 102.2 Introduo a modelos lineares generalizados 102.2.1 Componente Aleatria ..................................................................................................................132.2.2 A componente sistemtica e a funo de ligao ...........................................................................132.2.3 Funo Geradora de Momentos e Cumulantes ...............................................................................152.2.4 Distribuio Beta ...........................................................................................................................152.2.5 Funo de ligao da beta ..............................................................................................................183 MATERIAL E MTODOS ........................................................................................................................193.1 Comparao das rizobactrias sob diferentes densidades de inoculo de Rhizoctonia solani193.2 RESULTADOS E DISCUSSO21CONSIDERAES FINAIS .......................................................................................................................24REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..........................................................................................................25

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1 INTRODUO

O caupi Vigna unguiculata (L.) Walp. tambm conhecido como feijo de corda, macassar ou feijo-fradinho, uma dicotilednea de origem africana pertencente ordem Fabales, famlia Fabaceae e subfamlia Faboideae (Papilionodea). Apresenta alta rusticidade e adaptabilidade s condies de estiagem prolongadas e capacidade de se desenvolver em solo de baixa fertilidade (OLIVEIRA; CARVALHO, 1988). Essa capacidade especial de adaptao nos solos de baixo teor de fsforo se deve ao fato de que razes de feijo caupi desenvolvem efetivas associaes micorrzicas, melhorando o contedo de fsforo disponvel no solo (VALENZUELA; SMITH, 2002).O caupi uma leguminosa anual que possui uma grande diversidade fenotpica que lhe garante maior versatilidade para diversos nichos ecolgicos (EHLERS; HALL, 1997), sendo cultivada em escala mundial numa rea de 12,5 milhes de hectares, distribudos nas regies tropicais e subtropicais da frica, da sia e das Amricas, com produo de 3,6 milhes de toneladas de gros (FAO, 2009). Varia muito em hbito de crescimento, podendo ser curta, ereta tipo arbusto, e outras so altas e do tipo liana (trepadeira). O caupi cresce rapidamente, atingindo uma altura de 48-61 cm, quando cultivado sob condies favorveis (VALENZUELA; SMITH, 2002).Na alimentao humana o caupi constitui importante fonte de protenas (23 a 25% em mdia) e carboidratos, destacando-se pelo alto teor de fibras alimentares, vitaminas e minerais, alm de possuir baixa quantidade de lipdios que, em mdia, de 2% (FROTA et al., 2008). uma cultura de importante destaque na economia nordestina e de amplo significado social, pois o cultivo do caupi geralmente praticado por pequenos produtores, que normalmente consomem toda sua produo, constituindo a principal fonte protica e energtica do homem rural (FREIRE FILHO et al., 2005).A rizoctoniose, causada pelo fungo Rhizoctonia solani, uma doena do caupi no Nordeste brasileiro. A severidade da rizoctoniose calculada com base no ndice proposto por ((McKINNEY, 1923) de acordo com a proposta de Noronha, deste modo o ndice de Severidade da Doena (ISD) est compreendido em uma escala contnua entre 0 e 1. Na distribuio beta a mdia modelada atravs de um preditor linear usando a ligao logito. Ela tem grande aplicabilidade para dados de propores compreendidos em uma escala contnua entre 0 e 1.

Para problemas que envolvem dados na forma de taxas e propores como, por exemplo, taxas de mortalidade, taxas de infeco de doenas, propores, etc. Se a varivel resposta uma proporo medida de forma contnua no intervalo de (0,1) comum o uso de uma transformao nos dados para que estes assumam valores da reta real ou no conjunto dos nmeros reais positivos. Entre as transformaes mais usuais para este tipo de dados se encontram: a transformao logito, a transformao probito, a transformao complemento log-log, a transformao log-log, a transformao angular e a transformao potencia (Box; Cox, 1964).Diante do exposto este trabalho tem por objetivo aplicar a metodologia dos modelos lineares generalizados utilizando-se a distribuio beta dados de severidade de rizoctoniose do feijo caupi e comparar os efeitos supresso de doenas por diferentes isolados de Bacillus em relao severidade da rizoctoniose do feijo caupi, comparar os efeitos de diferentes concentraes de inculo de Rizoctonia em relao a diminuio de severidade pelos Bacillus.2 FUNDAMENTAO TERICA

O contedo desta seo relata os principais aspectos da utilizao de modelos lineares generalizados e de sua extenso a distribuio beta, utilizando-se de artigos prticos e tericos relacionados ao objetivo da pesquisa.2.1 Feijo Caupi e a rizoctoniose

O caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] uma das leguminosas mais adaptadas, versteis e nutritivas entre as espcies cultivadas. Em 2008, o Brasil foi o terceiro produtor mundial de caupi, com 1,5 milhes de hectares cultivados e produo de 492,3 mil toneladas (FAO, 2011) apud (OLIVEIRA, 2011). Essa leguminosa produzida predominantemente nas regies Nordeste e Norte, desempenhando importante papel scio-econmico. O potencial produtivo do caupi para o Nordeste brasileiro indiscutvel, mas a produtividade baixa, refletindo fatores adversos como instabilidade pluviomtrica, utilizao de cultivares com potencial gentico reduzido e ocorrncia de doenas e pragas (MELO et al., 2005) apud (OLIVEIRA, 2011). As doenas constituem importantes fatores de reduo da produtividade do caupi, causando perdas na quantidade e qualidade dos gros (ATHAYDE SOBRINHO et al., 2005) apud (OLIVEIRA, 2011). A rizoctoniose, causada pelo fungo Rhizoctonia solani Khn, uma das doenas mais frequentes e de maior intensidade no caupi no Nordeste brasileiro (COELHO, 2001; ATHAYDE SOBRINHO et al., 2005) apud (OLIVEIRA, 2011). Os sintomas da rizoctoniose se caracterizam por podrides de sementes e de razes, leses pardo-avermelhadas bem delimitadas e deprimidas (cancros) na base do caule, resultando no tombamento das plntulas. Os danos so muito grandes, principalmente durante os primeiros 15 dias aps o plantio, quando determina a morte da planta (RIOS, 1990) apud (OLIVEIRA, 2011).

2.2 Introduo a modelos lineares generalizados

Em situaes em que a varivel resposta no de natureza quantitativa ou constituda de propores uma abordagem mais geral da metodologia estatstica tem sido considerada, esta abordagem no supe a distribuio normal, mas qualquer distribuio pertencente a famlia exponencial. Pertencem a essa famlia as distribuies normal, binomial, binomial negativa, gama, poisson, normal inversa, multinomial, beta, logartmica, entre outras. Essa classe de distribuies foi proposta independentemente por Koopman, Pitman e Darmois por meio do estudo de propriedades de suficincia estatstica. Posteriormente, muitos outros aspectos dessa famlia foram descobertos e tornaram-se importantes na teoria moderna de estatstica. O conceito de famlia exponencial foi introduzido na Estatstica por Fisher, mas os modelos da famlia exponencial apareceram na Mecnica Estatstica no final do sculo XIX e foram desenvolvidos por Maxwell, Boltzmann e Gibbs. Outras referncias so McCullagh and Nelder (1989) e Lindsey (1997), o modelo complementar log-log para ensaios de diluio (Fisher, 1922), os modelos probit (Bliss, 1935) e logit (Berkson, 1944; Dyke and Patterson, 1952; Rasch, 1960) para propores, os modelos log-lineares para dados de contagens (Birch,1963), os modelos de regresso para anlise de sobrevivncia (Feig and Zelen, 1965; Zippin and Armitage, 1966; Glasser, 1967).Todos os modelos anteriormente descritos apresentam uma estrutura de regresso linear e tem em comum, o fato da varivel resposta seguir uma distribuio dentro de uma famlia de distribuies com propriedades muito especficas: a famlia exponencial. Os modelos lineares generalizados foram introduzidos no incio dos anos 70, tendo um impacto muito grande no desenvolvimento da estatstica aplicada, introduzidos por Nelder e Wedderburn (1972), correspondem a uma sntese destes e de outros modelos, unificando diversas metodologias at ento desenvolvidas. Generalizando o uso de distribuies em que so casos particulares de distribuies de probabilidade (discretas ou continuas) que podem ser utilizadas a normal, gama, poisson, binomial, normal inversa, dentre outras. Seja X uma varivel aleatria (v.a.) cuja funo densidade de probabilidade (f.d.p), se X contnua ou funo de probabilidade (f.d), se X for discreta depende de um nico parmetro . Seja a famlia = { (x; ), } de f.d.p. Diz que ela a famlia exponencial de distribuio com parmetro se:

(1)sendo e funes conhecidas e funo indicadora de conjunto A que no pode depender de . Na notao clssica de McCullagh e Nelder (1989), fica (2)

Para b(.) e c(.) funes conhecidas e , suposto conhecido. Se o for desconhecido poder pertencer, ou no, a famlia exponencial com dois parmetros (McCullagh; Nelder, 1989). Outra forma com que se apresenta essa famlia na forma cannica: (3)Considerando-se que as funes e t(x) so iguais a funo identidade, nesta reparametrizao chamado de parmetro cannico. O logaritmo da funo de verossimilhana correspondente a uma nica observao no modelo dado por, (4)a funo escore resulta em As propriedades da funo escore, e , em que a a informao de Fisher, e (5)Segundo Cordeiro e Demtrio (2008) o fato de se calcular momentos em termos das derivadas da funo , denominada funo geradora de cumulantes, em relao ao parmetro cannico muito importante na teoria dos modelos lineares generalizados e no contexto assinttico do mesmo.A distribuio conjunta de , supondo que sejam n variveis aleatrias independentes e identicamente distribudas (i.i.d) da equao (1), dada por,

Segundo Cordeiro e Demtrio (2008) a equao (6) implica que a distribuio conjunta de , tambm, um modelo da famlia exponencial. A estatstica suficiente e tem dimenso um (i) qualquer que seja n.A estrutura de um MLG formada por trs partes: uma componente aleatria composta de uma varivel aleatria X com n observaes independentes, um vetor de mdias e uma distribuio pertencente famlia exponencial que engloba as distribuies; normal, gama e normal inversa para dados contnuos; binomial para propores; poisson e binomial negativa para contagens; uma componente sistemtica composta por covariveis, ou variveis independentes x1,...,xp tais que produzam um preditor linear e uma funo de ligao, que relaciona as duas componentes citadas acima, onde podemos citar por exemplo, logartimica para os modelos log-lineares.

2.2.1 Componente Aleatria

A componente aleatria considera um vetor de observaes T referente s realizaes das variveis aleatrias T independentes e identicamente distribudas, com mdias e pertencentes famlia exponencial de distribuies com funo de probabilidade dada por :

(7)

Em que, b( . ) e c( . ) so funes conhecidas para cada observao; > 0 denominado parmetro de disperso e denominado parmetro cannico, e se conhecido, representa a famlia exponencial uniparamtrica indexada em , idntica famlia exponencial na forma cannica. A esperana e a varincia na Equao (7) so dadas por,

e (8)

A partir da expresso da varincia, que um parmetro de disperso do modelo e seu inverso uma medida de preciso. A funo que relaciona o parmetro cannico com a mdia (inversa da funo b'( denotada por A funo da mdia na varincia representada por em que a funo de varincia e o parmetro cannico pode ser obtido de , pois

2.2.2 A componente sistemtica e a funo de ligao

Para a componente sistemtica temos-se , tambm chamado de preditor linear, uma funo linear dos parmetros, desconhecidos =T, representadas por

em que X uma matriz modelo conhecida de posto p. Alm disso, outra caracterstica da componente sistemtica de um MLG que a mdia do vetor x expressa por uma funo conhecida (montona e diferencivel ) de ,

Denominando g( . ) funo de ligao.iPara o modelo clssico de regresso a ligao usual a identidade no sentido de que valores esperados dos dados e preditores lineares podem assumir qualquer valor na reta real (,+). Entretanto, para modelos com distribuies gama, poisson e normal inversa, a ligao identidade menos atrativa, uma vez que no restringe os valores esperados ao intervalo (0,). Se Y tem distribuio poisson, a ligao adequada a logartmica > 0 , note que a funo de ligao adequada a logartmica pois esta tem o domnio positivo e o contradomnio na reta real. Para modelos que assumem a distribuio binomial, em que 0 < < 1, existe a restrio de que o domnio da funo de ligao deve satisfazer condio de transformar o intervalo (0,1), na reta dos reais, enquanto seu contradomnio (,+). As trs principais funes que preservam esta restrio so: logstica, probit e complemento log-log, possuem inversa, so contnuas e crescentes no intervalo (0,1). A funo logstica possui algumas caractersticas que a tornam preferida em relao s outras:i) Pode ser interpretada como o logaritmo da razo de chances;ii) Apresenta propriedades mais simples;iii) mais conveniente para anlise de dados coletados de forma retrospectiva. iv) A ligao logstica bastante empregada em estudos toxicolgicos e epidemiolgicos.Contudo, isto no quer dizer que as outras transformaes no so utilizadas na prtica. Bliss (1935) iniciou a modelagem de propores, utilizando-se um modelo binomial com ligao probit. J a complemento log-log recomendada por Collet (1994) quando a distribuio das propores bem assimtrica. Funo probit ou inversa da funo acumulada da normal reduzida e dada por:

em que a funo distribuio acumulada da normal reduzida; sendo uma constante desconhecida. A logit ou funo logstica

e a complemento log-log

Se a funo de ligao escolhida de tal forma que , o preditor linear modela diretamente o parmetro cannico e tal funo de ligao chamada ligao cannica.

2.2.3 Funo Geradora de Momentos e Cumulantes

A funo geradora de momentos (f.g.m) para a famlia exponencial com um parmetro, usando-se a notao de McCullagh e Nelder (1989) e adaptada por Cordeiro e Demtrio (2008). de dada por: (10)A funo geradora de cumulantes (f.g.c) correspondente , ento, (11)Na Estatstica a f.g.c. desempenha um papel mais importante do que a f.g.m., pois uma grande parte da teoria assinttica depende de suas propriedades, mais detalhes sobre os cumulantes em Cordeiro e Demtrio (2008). Existe uma relao funcional varincia - mdia que caracteriza a distribuio da Equao (7) de forma unvoca, atravs da funo . Entretanto, essa relao no caracteriza uma distribuio na famlia exponencial no linear , como a distribuio beta. Se X tem distribuio beta com parmetros e e f.d.p dada por, (12)em que a funo beta, tem-se que, , e , obtendo-se uma funo de varincia do mesmo tipo que a do modelo binomial.2.2.4 Distribuio Beta

A distribuio beta um modelo apropriado para descrever dados distribudos de forma continua no intervalo aberto (a,b) dado a grande flexibilidade de formas dessa distribuio e geralmente parametrizado utilizando-se dois parmetros de forma. Nesta parametrizao, sua funo de densidade de probabilidade dada por:

(13)em que o conjunto , uma funo gama definida como e p > 0 e q > 0 so parmetros de forma. Se a = 0 e b = 1, a distribuio assume sua forma padro, que a mais utilizada em aplicaes.

(14)

Definindo-se e , ou seja, e , obtem-se uma reparametrizao alternativa da distribuio beta,( Ferrari e Cribari-Neto, 2004) com funo densidade de probabilidade dada por:

Sendo a=0 e b =1, teremos a funo paramtrica mais usual para aplicaes:

0 < < 1 e . Dizemos que x tem distribuio beta com media e preciso e escrevemos . Evidentemente, atravs da escolha de , obtm-se diferentes densidades. E com essa flexibilidade da funo densidade de probabilidade a distribuio beta bastante conveniente no estudo de variveis limitadas. Dependendo dos valores de pode assumir diversas formas simtricas e assimtricas, como por exemplo U, J, J invertido apresentam diversas caractersticas, propriedades e aplicaes de distribuio beta padro com parametrizao (FIGURA 1).Sendo que o formato U ocorre quando e . J as densidades com forma de J so obtidas quando e as densidades com forma de J invertido so obtidas quando .

Onde . Desta forma, e onde , denota-a funo de varincia . o parmetro a mdia de x e o parmetro de preciso, no sentindo de que, para fixo, quanto maior for o valor de , menor ser a varincia de x.

Figura 1: Exemplos da distribuio beta variando os parmetros de forma. (Fonte: autor)

O modelo linear generalizado consiste dei) Um preditor linear; ;ii) Uma funo montona entre a varivel dependente e o preditor linear;iii) Distribuio de varivel resposta na famlia exponencial de distribuioA funo de densidade da famlia exponencial pode ser escrito na forma:

2.2.5 Funo de ligao da beta

Segundo Paulino (2011) a funo de ligao, considerando que a media dos parmetros esta compreendida no intervalo aberto (0,1) transforma o intervalo dos parmetros para a espao dos reais. Dentre as varias escolhas que podem serem usadas para funo de ligao, a logit a que retorna as estimativas dos parmetros em termos de log-odds, consequentemente, a funo definida:

3 MATERIAL E MTODOS

Os dados utilizados neste estudo foram obtidos do trabalho de Oliveira(2011), em que o autor avaliou o ndice de severidade da rizoctoniose do caupi. Foram avaliados 87 isolados bacterianos, sendo 59 de Bacillus spp. e 28 de Pseudomonas spp. fluorescentes, quanto eficincia na reduo da severidade da rizoctoniose do caupi sob condies de casa de vegetao. A severidade da rizoctoniose foi avaliada aos 15 dias aps o plantio, com o auxlio de escala de notas variando de 0 a 4 (NORONHA et al., 1995), em que 0 = sem sintomas; 1 = hipoctilo com pequenas leses; 2 = hipoctilo com grandes leses, sem constrio; 3 = hipoctilo totalmente constrito, mostrando tombamento; e 4 = sementes no germinadas e/ou plntulas no emergidas. Com esta avaliao foi calculado o ndice de severidade da rizoctoniose, em cada bandeja, pela expresso de (McKINNEY, 1923) que originalmente designada por (SVR):

Com os dados de SVR Oliveira(2011) calculou a porcentagem de reduo da severidade da doena (RSD), pela expresso:

em que, SVRte = severidade da doena na testemunha relativa e SVRtr = severidade da doena no tratamento com o candidato antagonista. O delineamento estatstico utilizado foi em blocos ao acaso, com quatro repeties, sendo cada repetio constituda por uma bandeja com nove sementes. Os isolados bacterianos que propiciaram nveis de reduo da severidade da doena superiores a 45% foram selecionados para testes subsequentes de estabilidade do controle da rizoctoniose em relao a diferentes isolados e densidades de inoculo do patgeno. De acordo com os cinco isolados bacterianos selecionados preliminarmente como potenciais biocontroladores da rizoctoniose (B-05, B-13, B-63, B-65 e B-71) foram avaliados em relao a cinco isolados de R. solani (CMM-2651, CMM-2654, CMM-2666, CMM-2675 e CMM- 2682).

3.1 Comparao das rizobactrias sob diferentes densidades de inoculo de Rhizoctonia solani

Neste trabalho foram utilizados os cinco biocontroladores da rizoctoniose (B-05, B-13, B-63, B-65 e B-71) nas diferentes concentraes do inoculo do patgeno e avaliados com o intuito de saber qual era o biocontrolador que apresentava menor ndice de severidade da doena (ISD). Os inoculos foram aplicados no solo Camaragibe pela adio de substrato colonizado na densidade de 150 mg/kg de solo. Os procedimentos de plantio do caupi e avaliao da doena encontram-se em Oliveira (2011).O modelo proposto foi o da distribuio beta, que tem a densidade de y escrita sob a forma:

em que 0 < < 1 , > 0 e que (.) a funo gama. x um vetor constitudo de 192 observaes.A funo de densidade da famlia exponencial pode ser escrita na forma:

A mdia e varincia dos dados esto relacionados com os componentes da densidade, , onde os acentos denotam primeira e segunda derivadas. A funo de ligao utilizada foi a logit sendo esta a funo de ligao cannica .Para clculo da mxima verossimilhana no procedimento GLIMMIX do SAS 9.3, calcula-se as probabilidades de log de verossimilhana nos modelos lineares generalizados como:

em que, a contribuio de verossimilhana da observao com peso e sendo o valor da varivel de frequncia, no procedimento GLIMMIX, o default para frequncia 1 e o peso por default tambm 1. Para determinar e , ver os procedimentos de adoo de pesos e das frequncias no procedimento GLIMMIX do programa SAS 9.3 (2012). A log verossimilhana individual contribui para vrias distribuies sendo no caso da distribuio beta da seguinte forma:

; , mais detalhes em Ferrari e Cribari-Neto (2004). Todos os procedimentos anlises e grficos se deu por meio do software SAS 9.3 (PROC GLIMMIX SAS for Windows 2012).

3.2 RESULTADOS E DISCUSSO

Tabela 1: Anlise de varincia para o ndice de severidade da rizoctoniose do caupi provocada por diferentes isolados de Rhizoctonia solani de isolados de Bacillus spp.

EfeitosGL NumGL DenFValor P

Bloco31410.240.8689

Tratamentos514111.90