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Débora Oliveira Cerazza Ferreira Maria Mônica da Silva Pinheiro de Mendonça Ricardo de Oliveira Preto ÉTICA E DOCÊNCIA: Uma reflexão acerca do trabalho desenvolvido em cursos técnico- profissionalizantes em Enfermagem FacCamp – Faculdade Campo Limpo Paulista

TCC NILSON

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Page 1: TCC NILSON

Débora Oliveira Cerazza Ferreira

Maria Mônica da Silva Pinheiro de Mendonça

Ricardo de Oliveira Preto

ÉTICA E DOCÊNCIA: Uma reflexão acerca do trabalho

desenvolvido em cursos técnico-profissionalizantes em

Enfermagem

FacCamp – Faculdade Campo Limpo Paulista

Curso de Pós-graduação

Especialização em Docência no Ensino Técnico em

Enfermagem

Campo Limpo Paulista/2008

Page 2: TCC NILSON

Débora Oliveira Cerazza Ferreira

Maria Mônica da Silva Pinheiro de Mendonça

Ricardo de Oliveira Preto

ÉTICA E DOCÊNCIA: Uma reflexão acerca do trabalho

desenvolvido em cursos técnico-profissionalizantes em

Enfermagem

Monografia apresentada como exigência parcial do curso de Pós-Graduação Lato Sensu, em nível de especialização, em Docência em Educação Profissional Técnica de Nível Médio, Ênfase em Enfermagem, para obtenção do título de Especialista em Educação Profissional, sob orientação do Prof. MsC Ana Clédina Rodrigues Gomes.

Campo Limpo Paulista

2008

Page 3: TCC NILSON

Débora Oliveira Cerazza Ferreira: Enfermeira. Graduada pela Universidade

Bandeirante (UNIBAN-SP). Pós-graduada em Administração Hospitalar pela

Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Responsável Técnica e Coordenadora

de Enfermagem na Santa Casa de Misericórdia de Francisco Morato – Lar

Assistencial São Benedito. Docente do Curso de Auxiliar Técnico em Enfermagem

da Escola NUPRAS – Núcleo Profissionalizante na área de Saúde.

Maria Mônica da Silva Pinheiro de Mendonça: Enfermeira. Graduada pela FEHIAE –

Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein. Docente do Curso

Técnico em Enfermagem do Colégio Luiz Bimbatti. Docente do Curso Auxiliar

Técnico em Enfermagem da Escola NUPRAS - Núcleo Profissionalizante na área de

Saúde.

Ricardo de Oliveira Preto: Fisioterapeuta. Graduado pela Faculdade de Fisioterapia

de Guarulhos. Pós-graduado em Fisioterapia Traumato-ortopédica pela

Universidade Gama Filho. Fisioterapeuta domiciliar (Home Care). Docente na

disciplina de Anatomia e Fisiologia Humana do Curso Técnico em Enfermagem do

Colégio Luiz Bimbatti.

Page 4: TCC NILSON

"À todos os educadores comprometidos com a

Ética e a Educação Profissional."

Page 5: TCC NILSON

AGRADECIMENTOS

Ao meu esposo Sinuê e minhas filhas Ivana e Isabella, pelo apoio e paciência;

À coordenadora-docente do Curso Técnico em Enfermagem do Colégio Luiz

Bimbatti, Débora Maria de Oliveira, pela colaboração, orientação e paciência;

À Diretoria do Colégio Luiz Bimbatti, que tornou possível a realização deste;

À todos que, de algum modo, contribuíram para a realização deste trabalho;

Muito Obrigado,

Mª Mônica

Page 6: TCC NILSON

“Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo.” –

Hermann Hesse

Page 7: TCC NILSON

Resumo

Este estudo é uma reflexão do tipo exploratório-analítica que objetivou

conhecer a influência do docente de ensino técnico profissionalizante em

Enfermagem no comportamento ético dos alunos e futuros profissionais. É um “parar

para pensar” a responsabilidade do educador, refletindo sobre temas éticos, como

conceitos de ética, bioética, moral, sua importância no ensino e no cuidado.

(média 500 palavras)

Palavras-Chave: Ética; Ensino Profissional; Valores Sociais; Educação.

Page 8: TCC NILSON

Sumário

Introdução ..................................................................................................................08

I - A Ética, a Moral e a Enfermagem ........................................................................ 09

II - Repensando o Ato de Ensinar ............................................................................ 14

III – A motivação como instrumento da interação professor-aluno ...........................15

Considerações Finais ...............................................................................................16

Referências ...............................................................................................................17

Page 9: TCC NILSON

Introdução

Durante a realização do curso de especialização em Docência do Ensino

Técnico em Enfermagem, houve o despertar no grupo da necessidade de

desenvolver uma reflexão sobre o comportamento ético do aluno do curso técnico-

profissionalizante em enfermagem na sala de aula, no campo de estágio e até

mesmo no seu desenvolvimento profissional.

Como docentes de diversas disciplinas do currículo do curso de Habilitação

Profissional em Técnico em Enfermagem, foi possível observarmos que apesar de

orientados, em termo teóricos, pelos mesmos professores, havia muitas diferenças

nos comportamentos e posturas desses alunos, quer fosse em sala de aula, quer em

campo de estágio.

A proposta deste trabalho é realizar uma reflexão, tendo como base a

literatura que trata da influência e as responsabilidades éticas e o grau de influência

do docente sobre a formação teórico-prático do profissional Técnico em

Enfermagem em sala de aula, no campo de estágio e durante sua atuação

profissional. O levantamento bibliográfico foi planejado sobre obras que

dissertassem sobre ética, moral e educação e a implicação dos significados desses

termos na prática da enfermagem. Para isso....(contar resumidamente como

desenvolveram o estudo e os resultados do mesmo para o grupo)

Page 10: TCC NILSON

I - A Ética, a Moral e a Enfermagem

Ética vem da palavra Ethos, do grego ethikos que significa comportamento,

maneira de viver, formas de se relacionar. (citar fonte) Ampliar a análise acerca do

significado da palavra.

A ética serve para verificar a coerência entre práticas e princípios e

questionar, reformular ou fundamentar os valores e as normas componentes de uma

moral. Entre a moral e a ética há um constante movimento que vai da ação para a

reflexão sobre seu sentido e seus fundamentos, e da reflexão retorna à ação,

revigorada e transformadora.

Moral significa dever, como forma de compromisso, costumes de um grupo.

Moral Individual, na vida cotidiana, relaciona-se os meios que devem ser adequados

aos fins. Conforme essas definições e explicações podemos concluir que a vida em

sociedade requer regras de conduta, pois não podemos sair sem roupa na rua nem

tão pouco, roubando e matando. Para isso há uma Constituição Nacional que define

essas regras e normas que todo cidadão deve (ou deveria) seguir.

Moral é o campo em que dominamos valores relacionados ao bem e ao mal,

como aquilo que deve ser buscado ou que se deve afastar. A moralidade é

componente de todas as culturas e a dimensão moral está presente no

comportamento de cada pessoa em relação com as outras culturas e dos povos

entre si.

Na Grécia antiga, os valores e morais políticos eram idênticos. As pessoas

deveriam viver em conformidades com a natureza. Seguir os preceitos da moral

significa ter sempre comportamentos virtuosos e o objetivo a se alcançar, vivendo

moralmente era a felicidade.

Page 11: TCC NILSON

Na cultura judaico-cristã veio a crença de que ser bom e alcançar a felicidade

dependia da obediência aos decretos e mandamentos divinos, superiores aos

humanos. As virtudes passaram a ser obediência e o amor ao próximo.

Na atualidade, discutem-se questões como a atenção à igualdade e a

diferença entre os seres humanos, grupos culturais e classes sociais. (pode-se

ampliar essa idéia)

Dentro deste mesmo contexto histórico, a enfermagem é uma profissão que

surgiu empiricamente e se desenvolveu através dos séculos, relacionada com a

história da civilização, mas acompanhando o desenvolvimento no campo científico.

No período a.c. a doença era considerada como castigo de Deus, ou então, causada

por um poder diabólico exercido pelos homens. Os povos recorriam a seus

sacerdotes ou feiticeiros, acumulando estes, a função de médico, farmacêutico e

enfermeiro. O tratamento se limitava a aplacar as divindades e afastar os maus

espíritos.

Na Índia, século VI a.c., falavam a respeito da enfermagem, medicina e a

existência de hospitais. Os hindus exigiam que os enfermeiros tivessem asseio,

habilidade, inteligência, conhecimento de arte culinária e de preparo de remédios; e

moralmente deveriam ser puros, dedicados e cooperadores. (citar autor, ano e

página)

Isto nos leva a refletir que a dimensão moral das ações implica em um

posicionamento em relação aos valores, aos deveres. A elaboração de critérios que

classifiquem as ações como boas ou más, corretas ou inadequadas e, que orientem

e justifiquem a escolha, que se configura como uma resposta diante das prescrições

da sociedade. A responsabilidade é, portanto, o núcleo da ação moral. As pessoas

não nascem boas ou más; é a sociedade, quer queira, quer não, que educa

moralmente seus membros: a família, os meios de comunicação, o convívio com

outras pessoas tem influência marcante no comportamento de crianças, jovens e

adolescentes. (Não tem referencia?)

Na sociedade de todos os tempos, e educação, mesmo com um caráter

informal, tem tido o papel de socialização-conservação e transformação da cultura,

do conhecimento e dos valores. Tem, portanto, como todas as instâncias da vida

Page 12: TCC NILSON

social, uma dimensão moral. Ao se apresentar a Ética na escola como um

componente curricular, há sem dúvida, uma intenção de se realizar uma educação

moral na perspectiva do desenvolvimento da capacidade de autonomia.

Moral e Ética são palavras freqüentemente empregadas como sinônimos;

conjunto de princípios ou padrões de conduta. A etiologia dos termos (mores, no

latim e ethos no grego) é mesmo indicativo de um significado comum: ambos

remetem a idéia de costume. (levar este parágrafo para depois que tiver se esgotado

a conceituação e ética e moral)idem o abaixo q é continuação

Os costumes são maneiras de viver criadas pelos seres humanos. O

comportamento dos animais é determinado pela natureza e pelo instinto para

atender suas necessidades de comida e abrigo. Com os seres humanos é diferente,

pois para atender as mesmas necessidades, e outras inerentes apenas do homem,

criam formas de viver que vão se tornando diferentes em tempos e lugares diversos.

No âmbito da filosofia, hoje, faz-se uma distinção entre eles, definindo a moral

como o conjunto de princípios, crenças, regras que orientam o comportamento dos

indivíduos nas diversas sociedades, e a ética como uma reflexão crítica sobre a

moral.

A moral já se encontra instalada na prática educativa que se desenvolve nas

escolas; o cotidiano escolar está cheio de valores que se traduzem em princípios,

regras, ordens, proibições. O que se quer é que a ética encontre espaço, a fim de

que se reflita sobre esses princípios (em que se fundamentam?), essas regras (qual

a sua finalidade?), essas ordens (a que interesses atende?), essas proibições (que

resultado pretendem?), para que se instalem ações/relações efetivamente

democráticas. A ética é um eterno pensar, refletir, construir.

É preciso deixar claro que a escola não deve ser considerada onipotente,

única instituição social capaz de educar moralmente; na verdade, seu poder é

limitado, mesmo com limitações, a escola participa da formação moral de seus

alunos. Valores e regras são transmitidos pelos professores, pelos livros didáticos,

pela organização institucional, pela forma de avaliação, pelos comportamentos dos

próprios alunos.

Page 13: TCC NILSON

Dentro das concepções de Fernandes (2007), a educação não é algo

acabado e absoluto, porém é complexa, uma vez que envolve conhecimentos,

valores, crenças e atitudes. Tem o compromisso de incentivar o aluno a manter uma

formação contínua, como responsável pela qualidade do cuidar e também orientá-lo

em suas escolhas e decisões com base nos princípios éticos.

Na atualidade, com a chamada globalização, exige-se das pessoas, em suas

atividades de uma forma geral, rapidez, produtividade, praticidade, eficiência e

qualidade. O modo de ensino individualista precisa mudar para métodos que

estimulem a reflexão, o debate. Com isso, o ser humano precisou adquirir formas de

manter o equilíbrio entre o bom senso e os limites impostos. Esse equilíbrio se

entende pelo nome de: ÉTICA; podemos destacar a Proposta da Lei Ética

Fundamental: “age de tal forma que as conseqüências de tua ação sejam

compatíveis com a permanência de uma vida autenticamente humana.” (citação)

Segundo FERNANDES (2007), a dificuldade hoje é associar juízos de valor

com a tecnologia e propõe uma nova disciplina onde possa unir os valores de cada

ser humano, individual e coletivo, com as questões conflitantes que possam existir

quando se fala de vida e saúde. Essa nova disciplina é a Bioética que é definida

como a ética da vida, da moral e das obrigações humanas.

A bioética, termo usado pela primeira vez por um cientista cancerólogo

americano Van Rensselaer Potter em 1971, que descreveu a bioética no livro

“Bioética – Uma Ponte para o Futuro”, onde discutiu questões voltadas à realização

de pesquisas com seres humanos na década de 60, sem que ninguém soubesse

dessas pesquisas, nem mesmo os próprios pesquisados e suas famílias. Potter usou

a palavra “bioética” para mostrar que questões de ética e vida estão relacionadas,

não só nas práticas médicas, mas também em toda questão humana. (Revista

COREN, n. 70, 2007)Citar o autor da matéria, ano da revista e pagina)

Dentro do contexto atual busca-se fazer uma relação entre Bioética e

Enfermagem. Há novas reflexões sobre técnicas, valores humanos e maneira de

agir e de se comportar dos profissionais de enfermagem.

Uma referência importante é BARCHIFONTAINE (Revista COREN, 2007),

que salienta que o Profissional de Enfermagem é um “ator social”, ou seja, ao cuidar

Page 14: TCC NILSON

de um paciente dentro do hospital não pode esquecer que tanto o paciente, quanto

ele próprio e a instituição de saúde, fazem parte da sociedade. Tem que integrar o

cuidado com a bioética dentro de um contexto amplo: a sociedade.

Hoje, se busca vincular relações humanas com a vida, saúde, integridade

física do ser humano, educação e desenvolvimento social.

Todo profissional da área da saúde, ao se deparar com o ser humano

dependente e frágil, vê-se diante de um conflito. Necessita de senso crítico para

tomar decisões éticas e morais. Daí a necessidade de uma boa postura ética por

parte do educador, pois somente discussões conceituais não é suficiente para

formar os profissionais que o momento atual exige.

O ato de fazer enfermagem sempre está ligado a uma invasão do corpo do

cliente quando se executam procedimentos necessários. Deve-se solicitar então o

consentimento após esclarecimentos sobre o cuidado a ser prestado, para só então

dar prosseguimento às ações. É imperativo que se adquira respeito verdadeiro à

autonomia do cliente.

Tratando deste tema, FERNANDES (2007), refere que há urgência do

sistema educacional repensar a sua função como agente facilitador e promotor do

desenvolvimento da capacidade do aluno para tomar decisões. O profissional

precisa estar capacitado a articular conhecimentos, habilidades e valores. (ampliar

afirmação)

Page 15: TCC NILSON

II - Repensando o ato de ensinar

As questões envolvidas no processo ensino-aprendizagem são extremamente

complexas, pois esbarram no contexto pedagógico do curso e seu currículo.

Portanto, compete ao educador transformar o currículo de, algo estagnado em ativo

e transformador.

De acordo com uma enquete sobre ... publicada na Revista COREN, n. 70,

Julho-Agosto de 2007, com a pergunta “O professor é responsável pela conduta

ética do futuro profissional?”, obteve o seguinte resultado:

Sim – 32%

Não – 68%

Como docentes da enfermagem, temos que ensinar e acreditar nos direitos

humanos, na cidadania. Assim, teremos uma melhor formação profissional, voltada

para a humanização, apesar dos “dilemas éticos”. Há que existir uma escolha entre

o bem e o mal, o certo e o errado. Percebe-se uma preocupação dos professores

em trazer situações da realidade, do cotidiano, para serem discutidas com os

estudantes nas aulas, de uma forma geral. Entendem que isso propiciará a reflexão

dos estudantes, capacitando-os, inclusive aumentando o reconhecimento dos

problemas éticos e morais na futura prática profissional.

A formação de profissionais competentes, capazes de refletirem criticamente

sobre as interrogações fundamentais que se encontram na prática, respeitando os

direitos humanos e a cidadania depende de profissionais educadores conscientes.

O profissional docente atual não pode estar despreparado para atuar

dissociando a fisiologia, imagem e linguagem; não pré-julgar uma ação isolada do

aluno e procurar entendê-lo para ajudar, seja através de orientações, bibliografias,

livros ou profissionais que referenciam a vivência isolada deste aluno.

A função de docente exige uma série de condutas que o farão reconhecido

como alguém que utiliza o seu saber e o seu poder como um recurso para o bem da

coletividade com quem trabalha, fazendo bem o que lhe compete.

Page 16: TCC NILSON

Exige, além disso, determinadas virtudes, qualidades, que poderão auxiliá-lo

no dia-a-dia, como a humildade, a curiosidade, a coragem, a capacidade de decidir e

de colocar limites, comprometendo-se na busca dos objetivos que se propõe.

O objetivo é que o aluno evolua através do aprendizado para relacionar-se,

comunicar-se e desenvolver habilidades para poder enfrentar os conflitos do dia-a-

dia. Para que os alunos possam assumir os princípios éticos, são necessários pelo

menos dois fatores: que os princípios se expressem em situações reais, nas quais

os estudantes possam ter experiências e conviver com a sua prática; e que haja um

desenvolvimento da sua capacidade de autonomia moral, isto é, da capacidade de

analisar e eleger valores para si, conscientemente e livremente.(fundamentar a

afirmação: Paulo Freire, Piaget...)

Page 17: TCC NILSON

Considerações Finais

Não existe critério padronizado para ensinar os conteúdos disciplinares. Cada

instituição de ensino estabelece sua metodologia. Partindo desse ponto, devemos

buscar uma nova educação, mais geral, versátil, crítica, reflexiva, de maneira a

trazer respostas viáveis e eficazes aos muitos desafios que se apresentam. Há uma

necessidade urgente de discussões e busca de soluções possíveis.

Paschoal et.al (2001) acrescenta nesta perspectiva que a ética na educação

deve propiciar ao aluno o exercício da escolha e da decisão entre alternativas

diferentes, tanto na execução de atividades profissionais como na definição de

caminhos, procedimentos ou metodologias mais eficazes para o desenvolvimento

com qualidade da sua vida pessoal e social.

O que se pôde concluir é que, o professor é um orientador e formador de

opinião, portanto tem uma importância vital no processo ético dos alunos de

enfermagem; porém, não podemos esquecer que os princípios éticos são

provenientes de valores e costumes apreendidos pelo indivíduo no decorrer de sua

vida, em determinada sociedade, ou seja, o mundo oferece caminhos, cabe a cada

um por onde seguir. O professor é o facilitador dos preceitos éticos que norteiam a

profissão de enfermagem. Cabe a ele o desafio de estimular e fazer o aluno refletir e

compartilhar sua experiência, valores e cultura, sendo através de discussões,

orientações, para que ele próprio perceba o certo e o errado.

Ao definir a pessoa como um ser com possibilidades de escolhas e

constituído de valores, formada por uma rede de relações que começa no seio

materno, se amplia na família, na cultura e na política, ao longo de toda a existência,

entende-se que a construção das questões éticas se desenvolve num processo de

inter-relações.

Tornar o indivíduo consciente não é tarefa fácil, mas é possível quando há

esforço e dedicação; portanto há a possibilidade de o ser humano cultivar as coisas

e, culturalmente, ampliar as relações com o mundo, com o outro e consigo mesmo, e

ir construindo seu próprio mundo a partir daquilo que lhe é oferecido e do que ele se

apropria como seu, e este mundo será único.

Page 18: TCC NILSON

Referências

1 – BARCHIFONTAINE, Pe. C. P. Bioética: A Ética da vida, da Saúde e do Meio Ambiente – Entrevista. Revista do COREN-SP. São Paulo, n. 70, jul/ago.2007. p. 4 –5

2 – FERNANDES, M.F.P. A Ética e a Bioética no Contexto da Educação em Enfermagem. In: MALAGUTTI, W. (org.) Bioética e Enfermagem – controvérsias, desafios e conquistas. 1 ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2007. Cap.1, p. 1-15

3 – MAIA, P. L. Introdução à Ética e Responsabilidade Social. 1 ed. São Paulo: Liv. E Ed. Universitária de Direito, 2007

4 – MAIA, P. L. O ABC da Metodologia – Métodos e Técnicas para Elaborar Trabalhos Científicos. 1 ed. São Paulo: Liv. E Ed. Universitária de Direito, 2007

5 - PASCHOAL, A. S. MANTOVANI, M. de F. POLAK, Y. N. S. A Importância da Ética no Ensino da Enfermagem. Estudo apresentado à disciplina de Ética e Bioética, no curso de Mestrado em Enfermagem da UFPR - 2001

6 – Enquête: O Professor é responsável pela conduta ética do futuro profissional? Revista COREN-SP. São Paulo, n. 70, jul/ago.2007. p. 17

7 – Reportagem de Capa: Bioética: um instrumento pela Vida. Revista COREN-SP. São Paulo, n. 70, jul/ago.2007.

Page 19: TCC NILSON

Obras Consultadas

1 – BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ética.

2 – KURAMOTO, J. B. Ética e Bioética em Enfermagem. In: MURTA, G. F. Saberes e Práticas – Guia para Ensino e Aprendizado de Enfermagem. 1 ed. São Caetano do Sul: Difusão, 2006. vol 2, cap. 1, p. 19 – 52

3 – MOUNIER. O personalismo. Cap. V – Liberdade com condições.

4 – HEIDEGER. O ser e o tempo.

5 – SARTRE. O ser e o nada.

6 – PINHEIRO, P. N. C. MARQUES, M. F. C. BARROSO, M. G. T. Ética na

Formação Profissional – Uma Reflexão. Revista de Enfermagem, Escola Anna Nery,

abril/2006. p. 116-20.