119
UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA Curso de Graduação em Engenharia Civil NOVA METODOLOGIA PARA INSPEÇÕES ROTINEIRAS EXPEDITAS EM PONTES Edmilson Suaris de Souza Brasília - DF abril - 2014

TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos fazendo uma comparação com a norma de vistoria do DNIT 010-2004 pro

Citation preview

Page 1: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

Curso de Graduação em Engenharia Civil

NOVA METODOLOGIA PARA INSPEÇÕES ROTINEIRAS

EXPEDITAS EM PONTES

Edmilson Suaris de Souza

Brasília - DF

abril - 2014

Page 2: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

Edmilson Suaris de Souza

NOVA METODOLOGIA PARA INSPEÇÕES ROTINEIRAS

EXPEDITAS EM PONTES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Civil da Universidade Paulista - UNIP como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Dr. MSc. Marcos Aires A. Santos

Brasília - DF

2014

Page 3: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

S729n Souza, Edmilson Suaris de

Nova metodologia para inspeções rotineiras expeditas em pontes /

Edmilson Suaris de Souza – Brasília, 2014.

119 f.: il. color. (CD-ROM)

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Apresentado ao

Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia da Universidade Paulista,

Brasília, 2014.

Área de Concentração: Inspeções em Pontes e Viadutos

―Orientação: Profº. Dr. MSc Marcos Aires Albuquerque Santos‖

1. Pontes. 2. Viadutos. 3. Inspeção. I. Título.

CDU 624

Page 4: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

Edmilson Suaris de Souza

NOVA METODOLOGIA PARA INSPEÇÕES ROTINEIRAS

EXPEDITAS EM PONTES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Civil da Universidade Paulista - UNIP como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, sob orientação do Prof. Marcos Aires. Habilitação: Engenheiro Civil

Aprovado em: 01 de abril de 2014

BANCA EXAMINADORA

_________________________________/____/_______

Prof. Dr. Marcos Aires Albuquerque Santos M.Sc (Orientador)

Universidade Paulista - UNIP

_________________________________/____/_________

Fabio Pessoa da Silva Nunes M.Sc.

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT

_________________________________/____/_________

Prof. Marcus Alexandre Noronha de Brito, M.Sc. (UNIP)

_________________________________/____/_________

Prof. Ramon Saleno Yure Costa Silva M.Sc (UNIP)

Universidade Paulista - UNIP

Page 5: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

A Meu Deus, minha esposa Mariana e

minhas filhas Janaina e Ruth.

Page 6: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a meu Deus, meu Senhor e Salvador, que

me deu forças e condições para concluir este curso.

Agradeço a Minha esposa Mariana que sempre esteve ao meu lado,

várias vezes, retirando as pedras do caminho para que eu pudesse continuar

minha jornada e chegar ao meu destino.

Agradeço ao meu coordenador e orientador Marcos Aires.

Aos professores, funcionários da administração e direção da Faculdade.

Agradeço também a todos os alunos que participaram desta jornada

mesmo aos que infelizmente desembarcaram no caminho, porém, em algum

momento embarcaram no mesmo vagão e de uma forma ou outra participaram

desta viagem.

Agradecimentos especiais a todos os professores da 1ª turma do curso

de Técnico em Edificações do Instituto federal de Brasília – IFB 1º semestre de

2011, que me forneceu uma base sólida para a conclusão do curso de

Engenharia civil.

Page 7: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

Quando se sonha sozinho é apenas um sonho.

Quando se sonha, juntos, é o começo da realidade.

Dom Quixote

Page 8: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

RESUMO

De acordo com o Tribunal de contas da União – TCU o Brasil tinha em 2010

mais de 4600 pontes ou viadutos sob sua responsabilidade, um patrimônio de

mais de 13 bilhões de reais, os projetistas de pontes calculam para estas

estruturas uma vida útil de 100 anos, porém para que estas estruturas

alcancem esta vida útil é de extrema importância um plano de manutenção que

é baseado em vistoria rotineira que segundo as normas em vigor, devem ser

realizadas anualmente segundo a norma ABNT NBR 9452 ou bienalmente

como determina a norma DNIT 010-PRO, segundo entrevista à Folha, Araújo

(2007) Coordenador de Estruturas, no DNIT, órgão responsável pelas Obras de

Arte Especiais sob domínio do governo federal, entre os anos de 1990 a 1995

ele era o único engenheiro especialista em pontes e que apesar do órgão

contar em 2007 com 10 engenheiros especialistas, o ideal deveria ser 17,

sendo assim impossibilitando durante essa época, uma atenção a essas obras

como determina a própria norma do DNIT, a norma DNIT 010-PRO determina

uma série de exigências para a inspeção de uma ponte, exigências estas que

se tomadas como única possibilidade contrastam com a realidade brasileira

quanto ao número de profissionais habilitados para as inspeções em cidades

afastadas dos grandes centros, sendo assim fazendo-se necessário uma

alternativa que possibilite a realização das inspeções rotineiras, esse trabalho

procura mostrar uma alternativa simples, econômica, porém eficiente, sem

comprometer a qualidade da inspeção, que é a utilização de uma metodologia

de vistoria in loco das pontes por um profissional de engenharia, desde que

este tenha conhecimento e discernimento de patologias em estruturas, além do

profundo conhecimento do manual de inspeções de pontes do DNIT e a

utilização de um Sistema de planilhas que pode ser convertido para um

software e/ou um aplicativo com resultados pré-determinados, sistema este que

emitirá um relatório descritivo e fotográfico, o qual deverá ser enviado a um

engenheiro especialista para emissão do laudo técnico da obra, possibilitando

que mesmo em municípios que não tenham segundo as normas em vigor,

profissionais habilitados a desempenharem uma vistoria rotineira em suas

pontes, possa assim o fazer.

.

Palavras-chaves: Pontes; Viadutos; Inspeção.

Page 9: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

ABSTRACT

According to the Court of Accounts - TCU Brazil had in 2010 over 4600 bridges

or viaducts under his responsibility, a heritage of over 13 billion dollars , the

designers of these structures to bridges calculated a lifespan of 100 years but

for these structures to achieve this life is of utmost importance that a

maintenance plan is based on routine inspection that according to the rules,

must be performed annually according to ABNT NBR 9452 or biennially as

determined by the standard DNIT 010 - PRO , according to an interview with

Folha, Araújo (2007 ) Coordinator Structures in DNIT agency responsible for

special works of art under the control of the federal government between the

years 1990-1995 he was the only specialist engineer on bridges and despite the

body count in 2007 with 10 engineers experts , the ideal would be 17 , thus

making it impossible during that time , an attention to such works as required by

the standard itself DNIT the norm DNIT 010 - PRO provides a number of

requirements for inspection of a bridge, demands which are taken as the only

possible contrast with the Brazilian reality in the number of qualified

professionals for inspections in towns away from the large centers , thus making

it necessary an alternative that enables the carrying out routine inspections ,

this article shows a simple , economical but effective alternative without

compromising the quality of the inspection, which is the use of a methodology

for on-site inspection of bridges by a professional engineer, provided that it has

knowledge and understanding of pathologies in structures in addition to the

deep knowledge of the inspections of bridges DNIT and use of a system of

manual spreadsheets that can be converted into a software and / or an

application with pre -determined results , this system will issue a descriptive and

photographic report, which should be sent to a specialist engineer to issue the

technical report of the work , allowing even in towns that do not have according

to the rules, qualified professionals to perform a routine inspection on your

bridges , you can do so.

Keywords: Bridges; Viaducts; inspection.

.

Page 10: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

INDICE DE FIGURAS

Figura 2.1 - esquema ilustrativo do viaduto de acesso..................................... 20

Figura 2.2 - viaduto de meia encosta ............................................................... 20

Figura 2.3 - Ponte rodoviária Akashi Kaikyo ..................................................... 21

Figura 2.4 - Ponte ferroviária de Beipanjiang na China. ................................... 21

Figura 2.5 - Ponte rodo ferroviária em Marabá no Pará. .................................. 22

Figura 2.6 - Pontilhão Carandaí ....................................................................... 22

Figura 2.7 - Ponte sobre o rio Vístula ............................................................... 24

Figura 2.8 - Projeto de pontes até 1950 .......................................................... 24

Figura - 2.9 Pontes até 1950 em detalhe ......................................................... 25

Figura 2.10 - projeto de pontes de 1950 até 1960 ............................................ 25

Figura 2.11 - Pontes de 1950 até 1960 em detalhe ......................................... 25

Figura 2.12 - Projeto de pontes de 1960 até 1975 ........................................... 26

Figura 2.13 - Projeto de pontes de 1960 até 1975 em detalhe......................... 26

Figura 2.14 - Projeto de pontes de 1975 até 1985 ........................................... 27

Figura 2.15 - Projeto de pontes de 1975 até 1985 em detalhe......................... 27

Figura 2.16 - Projeto de pontes realizadas após 1985 ..................................... 27

Figura 2.17 - Projeto de pontes realizadas após 1985 em detalhe .................. 28

Figura 2.18 - Gabarito de navegação .............................................................. 28

Figura 2.19 - Ponte reta.................................................................................... 29

Figura 2.20 - Ponte esconsa ............................................................................ 29

Figura 2.21 - Ponte curva ................................................................................. 29

Figura 2.22 - Lei de evolução de custos, Lei de Sitter, tempo x custos. ........... 30

Figura 3.1- Anomalias em vigas de viaduto...................................................... 43

Figura 3.2 - Deterioração do concreto na fundação ......................................... 44

Figura 3.3 - Deficiência na fundação causada por erosão ............................... 45

Figura 3.4 - Degradação no concreto ............................................................... 47

Figura 3.5 - Desplacamento do concreto.......................................................... 47

Figura 3.6 - Pilar em ruína ................................................................................ 48

Figura 3.7 – Apoio Elastomérico ...................................................................... 49

Figura 3.8 - Apoio metálico ............................................................................... 50

Figura 3.9 - Apoio de neopreme fretado ........................................................... 50

Figura 3.10 - Infiltração e fiação exposta.......................................................... 57

Figura 3.11 - Lajes quebradas no canteiro divisor de sentidos ........................ 57

Figura 3.12 - Junta de dilatação/vedação......................................................... 58

Figura 3.13 - Junta de dilatação destruída ....................................................... 58

Figura 3.14 - Tubulação de água potável anexa à viga. ................................... 59

Figura 3.15 - Estrutura do vigamento da ponte ................................................ 59

Figuras 3.16 - A Corrosão na base do pilar em detalhe ................................... 60

Figura 3.17 - Pilar-parede................................................................................. 61

Figura 3.18 - Concreto desagregado com armadura exposta .......................... 62

Page 11: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

Figura 3.19 - Reparos mal realizados na via .................................................... 63

Figura 3.20 - Acúmulo de água e mato na via .................................................. 63

Figura 3.21 - Trincas no acesso da ponte ........................................................ 64

Figura 3.22 - Recalque no encontro no acesso da ponte ................................. 64

Figura 3.23 - Drenagem do acesso à ponte ..................................................... 65

Figura 3.24 - Guarda-corpos ............................................................................ 65

Figura 3.25 - Acúmulo de água no passeio ...................................................... 66

Figura 3.26 - Ponte JK Brasília-DF ................................................................... 66

Figura 3.27 - Sinalização vertical ..................................................................... 67

Figura 3.28 - Monitoramento da ponte JK ........................................................ 68

Figura 3.29 - Monitoramento 24 horas ............................................................. 68

Figura 3.30 - Vista inferior da laje do tabuleiro ................................................. 69

Figura 3.31 - Estruturas metálicas de sustentação da ponte............................ 70

Figura 3.32 - Tabuleiro em caixão metálico...................................................... 70

Figura 3.33 - Corrosão na extremidade do tabuleiro. ....................................... 71

Figura 3.34 - Engenheira Maruska da NOVACAP em Vistoria de rotina nos

estais da ponte JK ............................................................................................ 71

Figura 3.35 - Vistoria de rotina em um estai na Ponte JK. ............................... 72

Figura 3.36 - Estais da ponte JK ...................................................................... 72

Figura 3.37 - Detalhe do estai em vistoria para manutenção ........................... 73

Figura 3.38 - Manutenção dos estais ............................................................... 73

Figura 3.39 - Dimensões do pilar parede da Ponte JK ..................................... 74

Figura 3.40 - Visão lateral do pilar da ponte ..................................................... 74

Figura 3.41 - Trinca no pilar da OAE ................................................................ 75

Figura 3.42 - Sinais de desagregação no concreto do pilar ............................. 75

Figura 3.43 - Fissuras na estrutura do encontro ............................................... 76

Figura 3.44 - Bloco de fundação dos arcos ...................................................... 77

Figura 3.45 - Apoio elastomérico deformado .................................................... 78

Figura 3.46 - Desnível na estrutura da ponte JK .............................................. 78

Figura 3.47 - Buraco no viaduto de acesso ...................................................... 79

Figura 3.48 - Irregularidades na via .................................................................. 79

Figura 3.49 - Desgaste junto à ao encontro ..................................................... 80

Figura 3.50 - Falta de junta de dilatação .......................................................... 80

Figura 3.51 - Junta de dilatação/vedação nova ................................................ 81

Figura 3.52 - Junta de dilatação em detalhe .................................................... 81

Figura 3.53 - Pingadeira sob o tabuleiro da ponte ............................................ 82

Figura 3.54 - Sensor instalado no arco metálico .............................................. 83

Figura 3.55 - Acesso ao interior de um dos arcos ............................................ 83

Figura 3.56 - Corrosão em um dos arcos da ponte .......................................... 84

Figura 3.57 - ―Escada‖ no interior dos arcos .................................................... 84

Figura 3.58 - Viaduto Galeria dos estados ....................................................... 85

Figura 3.59 - Buraco na laje inferior ................................................................. 86

Figura 3.60 - Corrosão ..................................................................................... 86

Page 12: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

Figura 3.61 - Armadura rompida pelo choque de caminhões ........................... 86

Figura 3.62 - Concreto desagregado ................................................................ 87

Figura 3.63 - Estalactites e carbonatação do concreto .................................... 87

Figura 3.64 - Estalactites e manchas ............................................................... 88

Figura 3.65 - Fluxo de água na junta ................................................................ 88

Figura 3.66 - Fluxo de água na laje inferior ...................................................... 89

Figura 3.67 - Cobrimento insuficiente ............................................................... 89

Figura 3.68 - Trincas no revestimento da viga ................................................. 90

Figura 3.69 - Quebra do dente gerber .............................................................. 90

Figura 3.70 - Desplacamento e armadura exposta .......................................... 91

Figura 3.71 - Desplacamento do revestimento lateral ...................................... 91

Figura 3.72 - Visão superior do viaduto ............................................................ 92

Figura 4.1 - Exemplo de classificação Ponte das Garças .............................. 102

Figura 4.2 - Classificação Laje Ponte das Garças .......................................... 103

Page 13: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

INDICE DE TABELAS

Tabela 2.1 - Principais danos e patologias verificados pelo SGO. ................... 35

Tabela 2.2 - Classificação das OAE’s – norma DNIT 010-PRO (anexo c da

NORMA). .......................................................................................................... 36

Tabela 2.3 – Classificação das pontes - método da AASHTO ......................... 37

Tabela 2.4 - Classificação da NBI (tradução do original).................................. 38

Tabela 2.5 - Classificação utilizada em Alberta no Canadá (tradução) ............ 39

Tabela 3.1 - Relação dos itens há vistoriar ...................................................... 53

Tabela 3.2 - Classificação das pontes .............................................................. 92

Tabela 4.1 - Roteiro SOUZA & SANTOS para vistorias de OAE's ................... 98

Tabela 5.1 - Relatório Vistoria Expedita Ponte das Garças............................ 104

Tabela 5.2 - Comparação dos resultados da vistoria da Ponte das Garças ... 107

Tabela 5.3 - Relatório de vistoria expedita na Ponte JK ................................. 108

Tabela 5.4 - Comparação dos resultados da vistoria da Ponte JK ................. 112

Tabela 5.5 - Relatório de vistoria no viaduto galeria dos Estados .................. 113

Tabela 5.6 - Comparação dos resultados da vistoria do Viaduto galeria dos

Estados .......................................................................................................... 116

Page 14: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AASHTO American Association of State Highway and Transportation Officials

ABNT Associação Brasileira de Normas técnicas

BIRD Banco Interamericano de Desenvolvimento

DETRAN Departamento de Transito

DF Distrito Federal

DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

EESC Escola De Engenharia De São Carlos

NBR Norma Brasileira

NBI National Bridge Inventory

NOVACAP Companhia Urbanizadora da Nova Capital

OAE Obra de Arte Especial

PROARTE Programa de Reabilitação de Obras de Arte Especiais

SGO Sistema de Gerenciamento de Obras

TCU Tribunal de Contas da União

UNB Universidade Nacional de Brasília

Page 15: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

Sumário

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 17

1.1 Objetivos ............................................................................................. 18

1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................... 18

1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................... 18

1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................. 18

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ....................................................... 19

2 PONTES E VIADUTOS ............................................................................. 20

2.1 Definição ............................................................................................. 20

2.2 História das Pontes e Viadutos ........................................................... 23

2.3 Dimensionamento ............................................................................... 28

2.4 LEI DE SITTER ................................................................................... 30

2.5 Fiscalizações nas Pontes e Viadutos .................................................. 32

2.5.1 Controles geométricos .................................................................. 33

2.5.2 Controle na qualidade dos materiais ............................................ 33

2.5.3 Anotações ..................................................................................... 33

2.6 Vistoria ................................................................................................ 34

3 TÓPICOS PARA AVALIAÇÃO ................................................................... 42

3.1 Tabuleiro ............................................................................................. 42

3.2 Fundações........................................................................................... 44

3.3 Encontros de Alvenaria com pedra argamassada ............................... 45

3.4 Encontros De Concreto Armado.......................................................... 46

3.5 Pilares De Concreto Armado ............................................................... 46

3.6 Aparelhos De Apoio e Juntas Móveis .................................................. 49

3.7 INSPEÇÕES SUBMERSAS E EXCEPCIONAIS ................................. 51

3.7.1 Inspeções Submersas .................................................................. 51

3.7.2 Inspeção Excepcional ................................................................... 52

3.8 INSPEÇÃO VISUAL ............................................................................ 52

3.8.1 Equipamentos para inspeção relacionados no manual de

inspeções do DNIT. ................................................................................... 53

3.9 Características das OAE’s vistoriadas ................................................ 55

3.9.1 Ponte das Garças ....................................................................... 55

Page 16: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

3.9.2 Vistoria na Ponte JK ................................................................... 66

3.9.3 Viaduto da galeria dos Estados ................................................. 84

3.10 CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A NORMA 010-PRO ........................ 92

3.10.1 Classificação das Pontes Vistoriadas ........................................ 92

4 NOVA METODOLOGIA PARA CLASSIFICAÇÃO E VISTORIA EM

PONTES E VIADUTOS .................................................................................... 93

4.1 Itens a Modificar .................................................................................. 93

4.2 Itens incluir no novo roteiro ................................................................. 96

4.3 Sistema de planilhas para inspeção pelo método SOUZA & SANTOS

101

5 CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO O MÉTODO SOUZA & SANTOS ............ 103

5.1.1 Resultado do Relatório da Vistoria da Ponte das Garças ........... 103

5.1.2 Resultado do Relatório da Vistoria da Ponte JK ......................... 108

5.1.3 Resultado do Relatório da Vistoria do Viaduto Galeria dos Estados

113

6 CONCLUSÃO .......................................................................................... 117

7 REFERENCIAS ....................................................................................... 118

Page 17: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

17

1 INTRODUÇÃO

O Brasil é um país continental e desde os primórdios sempre se deu

maior ênfase ao transporte por via terrestre, antes da invenção dos veículos

automotivos as carruagens e carroças cruzavam vias de terra batida ou mesmo

pavimentadas com paralelepípedos, a partir do século XX com a invenção dos

veículos automotores passou-se a utilização de carros, caminhões e carretas,

mas desde sempre uma estrutura foi e é essencial para a utilização desses

veículos, a ponte, utilizada para transpor barreiras como vales e rios, com o

passar dos tempos os veículos automotores foram se modificando em

tamanho, potência, capacidade de carga, velocidade e principalmente em

quantidade, para acompanhar essas modificações, as pontes e viadutos

passaram por grandes transformações em tamanho, capacidade de cargas,

estruturalmente e também em designer, o aumento de veículos em transito faz

com que haja investimento em construções de novas pontes e viadutos, porém

a formação e preparação de engenheiros para que se realizem as vistorias

rotineiras em um prazo não superior a um ano, como determina a Norma

9452:2014 ou mesmo com um intervalo de dois anos com determina a Norma

DNIT 010:2004PRO O presente trabalho procura fazer um balanço sobre a

situação dessas estruturas, uma visão de como estão sendo realizadas as

vistorias e manutenções dessas estruturas no Brasil e em outros países e

procura inserir uma nova metodologia para vistorias e classificação dos

resultados obtidos, incluindo para isso um programa de simples utilização,

assim possibilitando que estas vistorias rotineiras possam ser executadas

mesmo por um engenheiro Júnior e o relatório emitido possa ser emitido para

analise de um engenheiro gabaritado para este fim, sendo assim, faz-se

possível o monitoramento de todas as pontes e viadutos mesmo que não exista

próxima a região um engenheiro especialista no assunto, essa analise é

essencial para que se faça um plano de manutenção e para que as pontes e

viadutos que são construídos para uma vida útil de 100 anos, possam

realmente cumprir o desempenho a qual fora projetada.

Page 18: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

18 Por várias vezes as pessoas se perguntam como seria sua vida sem

celular, Sem computador, Sem internet, Porém as pessoas nunca param para

se perguntar como seria sua vida sem pontes e viadutos!

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Apresentar nova metodologia para vistorias de pontes e viadutos e nova

classificação dos resultados das vistorias realizadas nas pontes e

viadutos com a utilização de um sistema de planilhas que deverá ser

convertido para um software, possibilitando uma abrangência maior

sobre pontos negligenciados em outras metodologias;

1.1.2 Objetivos Específicos

Possibilitar que se cumpra o que determinam as normas brasileiras de

vistorias em pontes e viadutos, ou seja, a realização de vistorias

periódicas para monitoramento de Obras de Arte Especiais, mesmo que

em locais afastados dos grandes centros.

1.2 JUSTIFICATIVA

São fartas as referências sobre projetos de dimensionamento de

pontes e viadutos, tanto por meios físicos como meios digitais, a mesma

facilidade não acontece com materiais sobre inspeções de obras de arte

especiais, sendo disponibilizadas apenas poucas referências sobre este tema,

como exemplo pode-se destacar a norma ABNT NBR 9452 que possui apenas

11 páginas, e que através do conteúdo disponibilizado na norma é impossível a

abrangência total que merece a inspeção, mesmo que rotineira, de uma ponte

ou viaduto, porém com a utilização de referências nacionais e internacionais,

além da norma DNIT 010-PRO e outros manuais também fornecidos pelo DNIT

pode-se unir material suficiente para uma vistoria eficiente e segura.

A execução de vistorias de pontes e viadutos ainda é restrita a

profissionais e empresas especializados nesse processo, profissionais e

empresas que por diversas vezes não são encontrados em várias cidades e

municípios do Brasil, principalmente pequenos municípios que geralmente

Page 19: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

19 estão afastadas dos grandes centros, sendo necessária a locomoção de

profissionais habilitados a estes locais, este é um dos motivos que algumas

OAE’s estão em completo abandono.

E imprescindível que se dê condições para que seja realizado o

monitoramento das OAE’s, mesmo que esta esteja localizada em uma

localidade herma, desde que, nesta localidade se encontre um profissional

Engenheiro Civil e técnicos auxiliares.

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Para melhor estruturação e organização desse trabalho foram

divididos em capítulos os quais são descritos a seguir.

No capítulo 01 alem da introdução estão discriminados os objetivos

da realização deste trabalho.

No capítulo 02 é apresentada a revisão bibliográfica além de seus

subitens.

No capítulo 03 foi discriminada a relação dos materiais e métodos

utilizados para a determinação de uma vistoria expedita eficiente em OAE.

O capítulo 04 discrimina a o estudo de caso tema deste trabalho

relacionando os resultados das vistorias executadas em três OAE’s localizadas

no Distrito Federal - DF.

No capítulo 05 são discriminados os resultados das vistorias nas

estruturas executadas, fazendo-se uma comparação entre o resultado obtido

através do método descrito na norma DNIT 010-PRO e o método SOUZA &

SANTOS a qual esse trabalho procura discriminar.

No Capítulo 06 estão apresentadas as conclusões finais desse

trabalho e as recomendações para trabalhos futuros.

E por fim, no capítulo 07 encontra-se a Bibliografia.

Page 20: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

20 2 PONTES E VIADUTOS

2.1 Definição

Pontes são utilizadas para a continuidade de vias transpondo vales,

braços de mar, rios, vales profundos e outros, constituídos ou não por água. É

comum chamar de pontes quando essa transposição ocorre sobre a água e

viadutos quando a transposição ocorre sobre leito seco PFEIL (1983)

Os viadutos além de interligarem vias pela transposição de

obstáculos como vales ou outra via, podem ter outras denominações como

segue a seguir:

Viaduto de acesso - quando interligam uma via a uma ponte ou

viaduto (Figura 2.1);

Figura 2.1 - esquema ilustrativo do viaduto de acesso

Fonte: Introdução a Pontes de Concreto EESC, 2009

Viadutos de meia encosta – são utilizados em encostas, com o

objetivo de amenizar a movimentação do solo, principalmente em encostas

íngreme ou como alternativa para o uso de muro de arrimo (Figura 2.2).

Figura 2.2 - viaduto de meia encosta

Fonte: Introdução a Pontes de Concreto EESC, 2009

Page 21: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

21

As pontes ou viadutos podem ser rodoviárias (Figura 2.3) ferroviárias

(Figura 2.4) ou rodo-ferroviário (Figura 2.5) e os cálculos de sua capacidade de

carga dependem da sua utilização, tendo o trem tipo como fator determinante

para esses cálculos.

Figura 2.3 - Ponte rodoviária Akashi Kaikyo

Fonte:http://engenhariacivilnanet.blogspot.com.br/2007/08/ponte-akashi-kaikyo.html acessado em 01 de outubro às 09h49min.

Figura 2.4 - Ponte ferroviária de Beipanjiang na China.

Fonte: http://www.amantesdaferrovia.com.br/profiles/blogs/a-ponte-ferroviria-mais-alta-do-mundo.

Page 22: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

22 Figura 2.5 - Ponte rodo ferroviária em Marabá no Pará.

Fonte: http://jornaloexpresso.files.wordpress.com/2011/12/marabc3a1-ponte.jpg

Além das pontes e viadutos existem também os pontilhões, que são

pequenas pontes, segundo alguns escritores pontilhões são pequenas pontes

que transpõem um vão livre de até 10 metros (Figura 2.6), e segundo outros

interpretes, um vão livre de até 20 metros.

Figura 2.6 - Pontilhão Carandaí

Fonte: Victor Nishiyama

Page 23: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

23 2.2 História das Pontes e Viadutos

Se olharmos pelo ponto de vista da história mundial, as pontes como

é visto nos dia de hoje é relativamente nova, pois as primeiras pontes

construídas com a utilização de concreto em sua estrutura se deram em 1912,

pouco mais de 100 anos, mas a história da utilização de pontes se dá ainda na

pré-história, com a utilização de troncos de arvores que acabavam por cair e

eram utilizadas para a transposição de rios e vales o que acabou por ser

imitado pelos homens;

Os chineses e romanos construíam abobadas de pedra antes de

cristo, na idade média as abobadas eram mais abatidas e venciam vão de até

50 metros.

Durante os séculos 12 e 13 surgiram na Europa ordens religiosas

que desempenharam um papel importante na construção e expansão das

pontes, na Itália os Fratres Pontífices, daí o título até hoje de pontífices

máximos, que eram frades da igreja católica incumbidos de construção e

manutenção de pontes, e na Inglaterra surgiram os Brothers off the Bridge, ou

seja, máximo construtor de pontes, HERBERMANN, CHARLES, ED. (1913).

Já no final do século XVIII surgiram as pontes de ferro fundido em

forma de arco, porém com o surgimento das locomotivas, tornou-se necessário

a construção de pontes que resistissem a grandes cargas, em 1846 Robert

Stephenson construiu a ponte Britânia, que foi a primeira ponte em viga

utilizando seção celular de aço forjado, logo depois em 1850 surgiram as

pontes em treliças metálicas, como exemplo destaca-se a ponte de Frado na

polônia sobre o rio Vístula (Figura 2.7) com seis vãos de 124 metros cada um.

Page 24: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

24 Figura 2.7 - Ponte sobre o rio Vístula

Fonte: acessada em <http://pt.dreamstime.com/imagem-de-stock-ponte-de-fardo-image16235021> em 17 de setembro de 2013 às 09h52minmin.

Só em 1900 teve-se início a utilização de um material novo, que fora

nomeado como concreto, porém, inicialmente a utilização do concreto se deu

apenas como um substituto da pedra na construção de pontes, sem a utilização

do aço em sua estrutura que ainda não era conhecido como concreto armado

LEONHARDT (1979).

No Brasil as primeiras normas para a construção de pontes e

viadutos surgiram na década de 40, sendo que, a maiorias dos conceitos da

época já não são mais aceitos, as normas ABNT NBR NB-1 e a NB-2

determinavam como carga máxima dos veículos como 24 tf, tinham guardas

corpos baixos e ineficazes, ausência de pingadeiras transversinas ligadas à

ponte e sobre laje de grande espessura (Figura 2.8).

Figura 2.8 - Projeto de pontes até 1950

Page 25: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

25 Figura - 2.9 Pontes até 1950 em detalhe

Os projetos de dimensionamento para pontes e viadutos na década

de 50 em comparação com os projetos de dimensionamento de pontes

realizados na década anterior não houve grandes variações (Figura 2.10).

Figura 2.10 - projeto de pontes de 1950 até 1960

Figura 2.11 - Pontes de 1950 até 1960 em detalhe

Page 26: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

26 Para as pontes projetadas de 1960 a 1975 houve grandes alterações

nos gabaritos das pontes, como aumento na largura da pista de rolamento

passando de 7,2 para 8,2 metros, o guarda roda que até então eram de 0,55m

passa para 0,90 m e o peso total dos veículos passaram de 24 tf para 36 tf

(Figura 2.12).

Figura 2.12 - Projeto de pontes de 1960 até 1975

Figura 2.13 - Projeto de pontes de 1960 até 1975 em detalhe

Entre 1975 e 1985 a largura das pistas de rolamento teve uma

alteração no gabarito de no mínimo 1,8 m, sendo assim, a largura da pista

passou a ser maior que 10 m houve a inclusão de barreiras tipo New Jersey

(Figura 2.15) com pingadeiras a inclusão de lajes com declividades e sobre

lajes de pequena espessura (Figura 2.14).

Page 27: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

27 Figura 2.14 - Projeto de pontes de 1975 até 1985

Figura 2.15 - Projeto de pontes de 1975 até 1985 em detalhe

Somente nas obras a partir de 1985 houve a inclusão de

acostamentos com a largura total das pistas passando para 12,00 m e carga

total dos veículos para 45 tf, alem da recomendação de execução de lajes de

transição (Figura 2.16) DNIT (2004), cabe ressaltar que na execução deste

trabalho já existe estudo para ampliação da capacidade de carga para pontes

Figura 2.16 - Projeto de pontes realizadas após 1985

Page 28: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

28 Figura 2.17 - Projeto de pontes realizadas após 1985 em detalhe

Fonte das figuras 8 a 17: Manual de inspeções de pontes rodoviárias DNIT 2004.

2.3 Dimensionamento

Os projetos de pontes e viadutos são executados utilizando-se das

mais variadas formas geométricas, porém seu dimensionamento depende do

método utilizado, da distância a transpor, do relevo do terreno ou mesmo da

disponibilidade de espaço, no caso de área urbana e em caso das pontes em

rios navegáveis pelo menos em um dos vãos exige-se que sua dimensão leve

em conta os meios de transporte fluvial utilizado naquela região que é chamado

de gabarito de navegação (Figura 2.18), as formas geométricas mais utilizadas

são as pontes retas (Figura 2.19), esconsas (Figura 2.20) ou curvas (Figura

2.21).

Figura 2.18 - Gabarito de navegação

Fonte: www.blogdaengenharia.com (em 01 de outubro de 2013 às 08h01min)

Page 29: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

29 Figura 2.19 - Ponte reta

Figura 2.20 - Ponte esconsa

Figura 2.21 - Ponte curva

Fonte das figuras 19, 20 e 21: Departamento de engenharia civil FURG em www.furg.br acessado em 01 de outubro de 2013

Page 30: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

30 2.4 LEI DE SITTER

Os custos em manutenções em OAE’s estão diretamente ligados às

fiscalizações e vistorias nas mesmas, a Lei de Sitter ou Lei dos Cinco (Figura

2.22), é uma lei que demonstra essa relação, pois os custos de manutenção

em uma edificação têm seus custos elevados em uma progressão geométrica

de razão cinco a cada ano que a devida intervenção e postergada (HELENE

1997).

Figura 2.22 - Lei de evolução de custos, Lei de Sitter, tempo x custos.

Fonte: SITTER, 1984 apud HELENE, 1997

Para melhor compreensão da lei de Sitter baseando-se na

interpretação de HELENE (1997) sobre esta lei, e para avaliação de custos

será utilizado o dimensionamento dos apoios de neopreme de uma OAE.

Fase de projeto: Tempo t1 da lei de Sitter pode-se relacionar a fase de

projeto com o Gênesis da edificação, é justamente nesta fase que é

traçado a história da OAE e onde se deve ter o máximo de cuidado com

o que vai ou não vai ser inserido na estrutura para sua proteção e

durabilidade, como exemplo, é nesta fase que é dimensionado o

cobrimento da armadura, qual o apoio será instalado, qual o tipo de junta

de dilatação/vedação a ser utilizado da OAE, qual será o fck do concreto

Page 31: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

31

alem de outros tantos dimensionamentos da estrutura, que se bem

dimensionados nesta fase garantirá uma vida útil ou um ―êxodo‖ para a

estrutura sem que haja demasiadas intervenções.

Nesta fase os cálculos para cálculos de dimensionamento dos apoios de

carga e controle de vibração custam cerca de R$ 5000,00.

Fase de Execução: Tempo t2 nesta fase, ao ser detectada uma falha no

projeto deve-se parar ou diminuir o ritmo para que essa falha possa ser

sanada, o problema maior é se essa falha for detectada quando parte

desta estrutura já estiver concluída, e por inúmeras vezes o que fora

construído tiver ser refeito, além do retrabalho, tem todo o custo de

demolição, logística de retirada dos resíduos sólidos, perda de materiais.

De acordo com a lei de Sitter, a intervenção nesse ponto eleva os custos

em cinco vezes do que se houvesse ocorrido o devido dimensionamento

na fase anterior, fase de projeto.

Se na fase de projeto não houve o devido cuidado com o

dimensionamento dos apoios da estrutura e esse problema só foi

detectado no momento de instalação dos mesmos, a obra terá de ser

paralisada temporariamente, e o projeto deverá voltar para a empresa

responsável pelo projeto, o qual deverá ser redimensionado e só assim

poderá dar continuidade na execução da estrutura, elevando assim os

custos para cerca de R$ 25000,00.

Fase de manutenção preditiva e preventiva: Tempo t3 Como o

objetivo é que a OAE atinja a sua vida útil, a intervenção para solução

nesta fase eleva os custos em até cinco vezes do que se a intervenção

houvesse ocorrida na fase anterior, essas intervenções também

poderiam ter uma freqüência bem menor, se na fase de projeto e

execução fossem tomadas algumas precauções, como exemplo, a

presença de pingadeiras, beirais, drenos eficientes, apoios inseridos

com um estudo mais preciso, juntas de dilatação/vedação de qualidade,

as intervenções para solução de pintura, descascamento, por outro lado

Page 32: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

32

a ação preventiva (incluído as vistorias freqüentes) diminui os custos da

intervenção do que estas mesmas aconteçam na fase de correção.

Se a empresa responsável pela execução da estrutura, mesmo após

observar que o apoio dimensionado é incorreto e insistir em instalar esse

apoio, essa estrutura deverá ter um monitoramento sistemático para que

a OAE obtenha desempenho a qual foi planejado, esse monitoramento

constante e adequações nos apoios elevam o custo para cerca de R$

125000,00.

Fase de manutenção corretiva: Tempo t4 Esta fase corresponde aos

trabalhos de diagnóstico, reparo, reforço e proteção das estruturas que

já perderam ou tem grandes riscos de perder sua vida útil de projeto e

apresentam manifestações patológicas evidentes. A intervenção nesta

fase para que o desempenho estrutural seja proporcional ao

desempenho de projeto corresponde a um custo de até 125 vezes se na

fase de projeto houvesse uma atenção a tais detalhes.

Se mesmo passando por todas as fases anteriores, não houve uma

atenção à manutenção ou correção dos apoios, eles se deterioram e o

desempenho funcional da OAE está comprometido, faz-se necessário a

troca urgente dos apoios, não a tempo de se fazer uma licitação, nestes

casos existe a opção de uma compra emergencial o custo para essa

OAE possa ter o desempenho de projeto passará para cerca de R$

625000,00.

2.5 Fiscalizações nas Pontes e Viadutos

Toda estrutura deve ter durante sua vida útil, que neste caso é de

100 anos, manterem o desempenho como especificado em projeto, mas para

que isto aconteça é de extrema necessidade que se tome alguns cuidados,

antes, durante e depois da construção que deve ser iniciado pela fiscalização.

A fiscalização é essencial para assegurar o cumprimento das

condições de projetos e das especificações construtivas, PFEIL (1983).

Essa fiscalização deve ocorrer nas seguintes atividades:

Page 33: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

33

Controles geométricos;

Controle de qualidade dos materiais;

Obediência às especificações construtivas.

A fiscalização deve ser realizada por equipes de especialistas que

por vezes também fazem a medição dos serviços realizados.

2.5.1 Controles geométricos

O controle geométrico é realizado a partir da locação da obra até o

alinhamento final nos acabamentos da obra.

2.5.2 Controle na qualidade dos materiais

O controle dos materiais é realizado tanto nos materiais metálicos,

quanto nos materiais componentes do concreto.

Nos materiais metálicos devem ser realizados analises química,

ensaios mecânicos que devem ser realizados pelo fabricante dos materiais e

devem ser realizados ensaios nas amostras retiradas no canteiro de obras;

Já nos componentes de concreto há um controle prévio e um

controle durante a execução da obra, esses controles devem ser realizados no

cimento, na água, areia e nos agregados utilizados, devem ser verificados

todos os procedimentos determinados pelas devidas normas pertinentes.

A fiscalização deve ser realizada também após a aplicação na

estrutura com ensaios não destrutivos que são realizados no próprio canteiro

de obras e ensaios destrutivos com a retirada de amostras que serão

analisadas em ensaios em laboratórios.

2.5.3 Anotações

Ao recebimento da obra deve ser entregue todos os documentos,

que serão utilizados durante toda vida útil da edificação para inspeções

periódicas, preventivas e corretivas, são esses documentos que serão

Page 34: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

34 utilizados para implantação do plano de manutenção e devem estar à

disposição quando for necessária.

Os elementos cadastrais a serem registrados são os seguintes:

Projeto – Autor do projeto;

Construção – Empresa realizadora e período de construção;

Supervisão – Empresa responsável pela supervisão

Alterações do projeto inicial (As-Built) – devem ser descritos as

mudanças ocorridas no projeto inicial;

Controle de qualidade – Devem ser apresentados os resultados dos

ensaios realizados de controle de qualidade;

Nivelamentos – Nivelamentos das obras acabadas, tendo uma

referência de nível estabelecida no local;

Documentação fotográfica – Deve ser realizado um relatório fotográfico,

que será utilizado como referência na avaliação da evolução do

comportamento da mesma, no futuro.

2.6 Vistoria

No Brasil podem-se destacar três referências com roteiros para

vistoria em OAE’s sendo dois manuais e um livro, o Manual de Inspeção de

OAE’s do DNER (1994), o manual de Inspeções de Pontes rodoviárias DNIT

(2004) e o livro Pontes Rodoviárias Fundamentos, Conservação e Gestão

VITÓRIO (2002), além de duas normas a norma ABNT NBR 9452 e a norma

DNIT 010-PRO.

Esses roteiros abrangem em quase sua totalidade os mesmos

pontos a serem vistoriados, como não poderia deixar de ser, sendo que, alguns

são mais criteriosos que os outros na classificação de risco na estrutura da

OAE.

A classificação mais abrangente no Brasil é a classificação utilizada

pelo método descrito no Sistema de Gerenciamento de Obras SGO, após as

vistorias de pontes e viadutos é realizado um relatório e cada elemento

vistoriado é classificado em classificações de 1 até 5, em que a nota 5 é

Page 35: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

35 relativa há uma ponte em estado de nova e a nota 1 é relativo há uma ponte

em estado precário classificação esta encontrada na norma DNIT 010-PRO

(Tabela 2.2). Pode-se destacar, para conhecimento ou trabalho que venha a

serem realizadas no exterior, classificações utilizadas em inspeções de OAE’s

em outros países, entre eles destacam-se os roteiros da AASHTO (American

Association of State Highway and Transportation Officials, 2011), (Tabela 2.3) e

a classificação segundo o modelo da NBI (National Bridge Inventory), (Tabela

2.4), classificações estas utilizadas nos Estados Unidos da America EUA e a

classificação utilizada pelo Bridge Inspection And Maintenance System no

estado de Alberta no Canadá (Tabela 2.5).

A SGO correlacionou os principais danos e patologias presentes nas

estruturas vistoriadas, onde são encontradas e com qual freqüência essa

patologia ocorre.

Tabela 2.1 - Principais danos e patologias verificados pelo SGO.

ELEMENTO DANO PATOLOGIA FREQUÊNCIA

Viga T ou I de concreto

armado

Concreto desagregado e

armadura exposta / oxidada

Corrosão do aço 15%

Laje de concreto armado Concreto desagregado e

armadura exposta / oxidada

Corrosão do aço 13%

Pavimento asfáltico Trincas / buracos na

pavimentação

Abrasão / Impacto 12%

Guarda-corpo de concreto

armado

Destruição Impacto 11%

Viga T ou I de concreto

armado

Eflorescências e manchas Lixiviação do

hidróxido de cálcio /

carbonatação

9%

Transversina de ligação

de concreto armado

Eflorescências e manchas Lixiviação do

hidróxido de cálcio /

carbonatação

7%

Guarda-rodas Concreto desagregado e

armadura exposta / oxidada

Corrosão do aço 7%

Page 36: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

36 Laje de concreto armado Eflorescências e manchas Lixiviação do

hidróxido de cálcio /

carbonatação

7%

Pilar de concreto armado Concreto desagregado e

armadura exposta / oxidada

Corrosão do aço 6%

Transversina de ligação

de concreto armado

Concreto desagregado e

armadura exposta / oxidada

Corrosão do aço 3%

Cortina de concreto

armado

Concreto desagregado e

armadura exposta / oxidada

Corrosão do aço 2%

Talude de encontro Erosão do aterro de acesso Drenagem

deficiente

2%

Longarina de

enrijecimento da laje

Concreto desagregado e

armadura exposta / oxidada

Corrosão do aço 2%

Laje de concreto armado Fissuração com abertura

maior que 0,3 mm

Excesso de carga / 2%

Deficiência de

projeto

Junta elastomérica de

dilatação

Junta danificada / expelida Projeto /

manutenção

inadequados

2%

Tabela 2.2 - Classificação das OAE’s – norma DNIT 010-PRO (anexo c da NORMA).

Nota Danos no elemento/

insuficiência estrutural Ação corretiva

Condições de

Estabilidade

Classificação das

condições da ponte

5 Não há danos nem

insuficiência estrutural Nada há fazer Boa Obra sem problemas

4

Há alguns danos, mas

não há sinais de que

estejam gerando

insuficiência estrutural

Nada há fazer,

apenas serviços

de manutenção

Boa Obra sem problemas

importantes

3

Há danos gerando

alguma insuficiência

estrutural, mas não há

sinais de

comprometimento da

estabilidade da obra

A recuperação da

obra pode ser

postergada,

devendo-se,

porém, neste caso,

colocar-se o

problema em

observação

Boa

aparentemente

Obra potencialmente

problemática

recomenda-se

acompanhar a evolução

dos problemas através das

inspeções rotineiras, para

detectar, em tempo hábil,

um eventual agravamento

da insuficiência estrutural

Page 37: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

37

2

Há danos gerando

significativa

insuficiência estrutural

na ponte, porém não

há ainda,

aparentemente, um

risco tangível de

colapso estrutural

A recuperação

(geralmente com

reforço estrutural)

da obra deve ser

feita no curto prazo

Sofrível

Obra problemática

Postergar demais a

recuperação da obra pode

levá-la a um estado crítico,

implicando também sério

comprometimento da vida

útil da estrutura. Inspeções

intermediárias são

recomendáveis para

monitorar os problemas

1

Há danos gerando

grave insuficiência

estrutural na ponte; o

elemento em questão

encontra-se em estado

crítico, havendo um

risco tangível de

colapso estrutural

A recuperação

(geralmente com

reforço estrutural) -

ou em alguns

casos, substituição

da obra - deve ser

feita sem tardar.

Precária

Obra crítica

Em alguns casos pode

configurar uma situação

de emergência, podendo a

recuperação de a obra ser

acompanhada de medidas

preventivas especiais, tais

como: restrição de carga

na ponte, interdição total

ou parcial ao tráfego,

escoramentos provisórios,

instrumentação com

leituras contínuas de

deslocamentos e

deformações

Podem-se destacar duas classificações nas estruturas americanas,

o modelo da AASHTO (American Association of State Highway and

Transportation Officials, 2011) (Tabela 2.3), e a classificação segundo o

modelo da NBI (National Bridge Inventory), (Tabela 2.4).

Tabela 2.3 – Classificação das pontes - método da AASHTO

Classificação Descrição Ações viáveis comumente

empregados

1 Varia de acordo com elemento

BOA Manutenção preventiva

2 Varia de acordo com elemento

RAZOÁVEL Manutenção preventiva ou reparos

3 Varia de acordo com elemento

RUIM Reabilitação

4 Varia de acordo com elemento

SEVERA Reabilitação ou mesmo substituição

Fonte: Diana Vidal Druzian

Page 38: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

38

Tabela 2.4 - Classificação da NBI (tradução do original).

CÓDIGO DESCRIÇÃO AÇÃO A SER REALIZADA

9 Condição excelente

Apenas manutenção

preventiva 8 Condição muito boa - sem problema aparente

7 Condição boa - com pequenos problemas

6 Condição satisfatória - Elementos estruturais

apresentam pequenos problemas

Manutenção preventiva e/ou

reparos

5

Condição razoável - Todos os elementos da

estrutura primária são sólidos, mas pode ter alguma

perda de seção menor, rachadura ou

desplacamentos

4 Condição ruim – São observadas perdas de seções

em estado já avançado, deteriorações e rachaduras

Reabilitação ou substituição

3

Condição séria - Perdas de seções, deteriorações e

rachaduras comprometem os componentes da

estruturas primária. Falhas locais são possíveis.

Fissuras por fadiga no aço ou de cisalhamento no

concreto podem estar presentes

2

Condição crítica - Deterioração avançada nos

elementos de estrutura primária. Fissuras por fadiga

no aço ou de cisalhamento no concreto estão

presentes ou a correnteza removeu o suporte da

infraestrutura. Deve-se haver um monitoramento

permanente e possibilidade de interrupção do trafego

para que manutenções corretivas

1

Condição de falha iminente - Grande deterioração

ou perda de seção nos componentes da estrutura

crítica, ou deslocamentos visuais sendo horizontais

e/ou verticais que afetem a estabilidade estrutural. A

ponte deve ter o trafego interrompido para que se

possam fazer ações corretivas, mas pode ser ativada

após as devidas correções

0 Condição de falha geral - Deve ser mantida fora de

serviço, mesmo com correções

Fonte: Diana Vidal Druzian

Page 39: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

39

No Canadá pode-se destacar a classificação utilizada no estado de

Alberta, esta classificação é utilizada pelo Bridge Inspection And Maintenance

System (Tabela 2.4).

Tabela 2.5 - Classificação utilizada em Alberta no Canadá (tradução)

Classificação Comentário Prioridade de manutenção

9 Muito bom Condição de ponte recém construída Não há previsão de

necessidade de reparos

8 Condição de ponte quase nova Não há previsão de

necessidade de reparos

7 Bom Com pouco esforço a ponte pode ser

considerada como nova Não há necessidade de reparos neste momento

6 Ponte com boa condição geral,

funcionando como o projeto sem sinais de fadiga ou deterioração

Não há necessidade de reparos neste momento

5 Adequado Estrutura em condição aceitável, com

funcionamento como o pretendido Não há necessidade de reparos neste momento

4 Funcionamento abaixo do mínimo

aceitável Baixa prioridade de reparos

3 Ruim Presença de fadiga ou deterioração. O

funcionamento de projeto está prejudicado

Média prioridade de reparos e/ou reposição

2 Condição perigosa ou sinais severos

de fadiga e deterioração Alta prioridade de reparos

e/ou reposição

1 Ação imediata Estrutura com risco de colapso e/ou

perigo aos usuários

Fechamento da ponte, reposição e reparos serão necessários em breve

N Não acessível Elemento não foi detectado

visualmente

X Não aplicável Elemento não aplicável nesta ponte

Fonte: Diana Vidal Druzian

As vistorias de OAE’s segundo a NBR 9452 se dividem em três

fases:

Vistoria cadastral

Vistoria rotineira

Vistoria Especial

A vistoria cadastral como citado no tópico anterior é o levantamento

de todos os documentos relativos a todas as informações construtivas da obra,

do projeto a obra finalizada, na vistoria cadastral devem ser relacionadas todas

Page 40: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

40 as modificações realizadas na obra, como alargamentos, acréscimos de

comprimento, reforços ou qualquer mudança no sistema estrutural, na vistoria

cadastral devem estar relacionado farto material fotográfico com o cronograma

das modificações e com as devidas fichas cadastrais.

A vistoria rotineira é a vistoria realizada periodicamente e com

intervalos programados segundo a norma vigente para cada trecho da

estrutura, a vistoria rotineira é realizada basicamente por inspeção visual

diretamente do terreno ou do nível d’água, a utilização de equipamentos

somente será utilizada quando extrema necessidade de vistoria de certos

trechos pré-definidos.

A vistoria Especial é realizada em intervalos máximos de cinco anos,

em pontes reconhecidas como excepcionais, são pontes de grande porte, pelo

sistema estrutural diferenciado ou por pontes reconhecidas como pontes

problemáticas, essa vistoria deve ser acompanhada de relatórios descrevendo

minuciosamente os detalhes da vistoria além do relatório fotográfico de cada

etapa da vistoria.

Além das três vistorias indicadas na NBR 9452 o Manual de

Inspeções de Pontes Rodoviárias (2004) do DNIT recomenda outras duas

vistorias em pontes e viadutos rodoviários:

Vistoria extraordinária

Vistoria Intermediária

A vistoria extraordinária é a inspeção realizada sem qualquer

programação anterior e acontecerá sempre que houver algum dano a estrutura,

que tenha sido provocada por meios naturais ou humanos, através da análise

dessa vistoria, que como as outras devem ser realizadas por profissionais

altamente qualificados, que deverão tomas as devidas providências, como

interdição total ou parcial da estrutura, além de verificar se será necessária ou

não uma vistoria especial.

A vistoria intermediária é realizada para o acompanhamento de

anomalias detectadas em outras vistorias através desse acompanhamento é

Page 41: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

41 possível observar se as anomalias estão estabilizadas ou não sendo observada

uma progressão nestas anomalias os observadores que deverão adotar

medidas para a correção das mesmas, como esta vistoria é para

acompanhamento, não é necessário a presença de um inspetor.

Apesar de a vistoria cadastral ser de extrema importância, como

informado anteriormente, somente no ano de 1994 o DNIT criou o SGO, neste

sistema deveriam relacionadas todas as OAE’ sob domínio do governo federal,

porém segundo o Tribunal de Contas da União TCU a ultima atualização desse

sistema ocorreu em 2004, e nos 10 anos de trabalho do SGO apenas 25% das

obras sob supervisão do governo federal foram catalogadas.

Durante os anos de 2002 a 2004 o DNIT através do SGO chegou à

conclusão que 139 estruturas deveriam passar por uma intervenção imediata

para que houvesse um trabalho de reforço nas estruturas a fim de evitar danos

maiores em um futuro próximo, desse total das estruturas verificadas, apenas

cinco sofreram intervenções, TCU (2010).

O TCU relata em seu relatório que o governo federal tem sob sua

responsabilidade um patrimônio de mais de 13 bilhões de reais, os quais estão

se deteriorando.

Segundo reportagem de 14 de abril de 2012 do Jornal Gazeta do

Povo assinada pelo jornalista Diego Antonelli, no ano de 2011 o governo

lançou o Programa de Reabilitação de Obras de Arte Especiais PROARTE,

esse programa previa a recuperação e ou ampliação de 2500 obras de arte

especiais, essas intervenções ocorreriam entre os anos de 2011 a 2014 com

um custo estimado de 5,8 bilhões. Investimento este que seria financiado pelo

Banco Mundial BIRD, porém em setembro de 2011 o PROARTE foi paralisado.

A falta de manutenção das estruturas coloca em risco a segurança de todos os

usuários. ―O poder público, em geral, cuida mal das rodovias do país‖, reforça o

professor de Engenharia do Tráfego da Universidade Nacional de Brasília UNB

Paulo César Marques.

Page 42: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

42 3 TÓPICOS PARA AVALIAÇÃO

Como o presente trabalho tem por objetivo relacionar o trabalho a

ser realizado em uma inspeção de ponte rodoviária, e como as pontes

rodoviárias construídas ou em construção nas últimas décadas são utilizadas

estruturas de concreto armado, protendido, metálicas e/ou mistas somente

estes casos serão abordados. Na literatura, Pontes Rodoviárias Fundamentos,

Conservação e Gestão VITÓRIO (2002), em uma vistoria especial devem-se

observar todas as deficiências na que são relatadas abaixo.

3.1 Tabuleiro

As falhas nos tabuleiros merecem especial atenção, pois são as que

apresentam maior interferência com a segurança e o fluxo dos veículos, as

falhas nos tabuleiros decorrem de alguns fatores que com um plano de vistoria

preventiva adequada pode evitar graves problemas que podem por em risco a

integridade da ponte.

Em uma vistoria de rotina (visual) devem ser observadas

deficiências em todo tabuleiro, dentre estas se podem destacar:

Falta de caimento para escoamento das águas pluviais

Irregularidade ou ruptura da camada do revestimento ou pavimentação

Falhas nas juntas do tabuleiro

Desnível na transição do tabuleiro para o terrapleno

Efeitos de erosão sobre o aterro

Devem ser observadas todas as deficiências estruturais da

superestrutura minuciosamente estabelecendo critérios e tolerâncias conforme

a função estrutural do elemento, o relatório de vistoria deve ser acompanhado

de documentário fotográfico, os principais pontos a serem verificados são:

Sistema estrutural;

Material empregado;

Número de vãos e dimensões de cada um;

Definição das dimensões das peças examinadas;

Page 43: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

43

Exame detalhado das vigas principais, transversinas, cortinas, lajes

centrais, lajes em balanço, lajes inferiores (tabuleiros celulares) e

dentes;

Verificação da ocorrência de fissuras ou trincas, caracterizando-as de

acordo com a configuração, a abertura, a intensidade e o

posicionamento nas peças examinadas;

Verificação, nas estruturas de concreto protendido, da ocorrência de

fissuras ou anomalias;

Análise de flecha, grau de vibração e deformações acentuadas;

Deficiências de concretagem (juntas, saliências, nichos, brocas, trincas

etc.);

Fissuras na junção de duas ou mais peças;

Infiltração de água no tabuleiro;

Fissuras ou linhas de ruptura nos painéis de lajes (características de

majoração das cargas móveis);

Esmagamentos, trincas, desagregação de concreto e exposição de

armaduras em dentes Gerber;

Verificação de anomalias ().

Figura 3.1- Anomalias em vigas de viaduto

Fonte:<www.defender.org.br>acessada em 10/05/2013 às 14h30min

Page 44: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

44 3.2 Fundações

As falhas mais comuns que ocorrem em pontes e viadutos são

decorrentes de erosão, recalque ou ruptura do solo e deterioração do material

utilizado na fundação.

Nas fundações de concreto armado podem ocorrer dois tipos de

deterioração:

Deterioração do concreto devido ao ataque de sulfatos (Figura 3.2);

Corrosão das armaduras do concreto armado.

Sendo que a segunda é relativamente comum e a primeira tem sua

ocorrência rara PFEIL (1983).

Figura 3.2 - Deterioração do concreto na fundação

Fonte figura 19: Jornal Nova Imprensa< http://www.ultimasnoticias.inf.br> acessado em 10 de maio de 2013 às 14h35min.

Em vistoria rotineira devem-se ser observadas as movimentações do

recalque, causas da erosão (que por vezes podem ser resolvidas apenas com

o simples uso de gabião).

Nas vistorias especiais devem-se ser observadas as deficiências

estruturais que se não sanadas podem prejudicar a vida útil da ponte, os

pontos principais a serem observados são:

Page 45: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

45

Nas fundações em estacas, verificar o estado de conservação dos

blocos, vigas de amarração e das próprias estacas. Recomenda-se

descrever se estão expostas, partidas ou com corrosão, no caso de

perfis metálicos (Figura 3.3);

Tipo de fundação adotada. Quando possível, citar material, dimensões,

condições de prumo, fissuras, trincas, indícios de punção ou de

esmagamento e descalçamento de sapatas;

Características do terreno de fundação, ocorrência de erosão, empuxos

de terra ou de água, condições dos taludes das cabeceiras, tipo e

condições da proteção adotada;

Avaliação do processo construtivo adotado, indicando a qualidade de

execução.

Figura 3.3 - Deficiência na fundação causada por erosão

Fonte: DNIT

3.3 Encontros de Alvenaria com pedra argamassada

Na vistoria neste tipo de encontro deve ser observando o estado dos

rejuntes das argamassas utilizadas para união e vedação das pedras, essas

argamassas são de extrema importância neste tipo de estrutura, pois a falha

Page 46: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

46 nos rejunte podem permitir a infiltração no aterro causando desestabilidade e

possíveis erosões.

Na vistoria neste tipo de estrutura deve-se observar também o

estado de conservação das muretas de contenção do lastro de pedra britada

utilizada nas cabeceiras dos encontros.

3.4 Encontros De Concreto Armado

As ocorrências de deficiências mais comuns nos encontros ocorrem

por falhas nos materiais, defeitos estruturais e de fundação.

Os recalques diferenciais nas fundações ou erosão podem ocasionar

falhas no alinhamento ou mesmo fissuras nos encontros.

Em uma vistoria rotineira esses itens devem ser observados e

acompanhados a evolução de fissuras e trincas, na vistoria deve ser observada

também os drenos que aliviam a pressão sobre a parede do encontro, o

entupimento desses drenos aumentam os esforços horizontais acrescidos da

pressão hidrostática atuantes sobre a parede causando uma sobrecarga além

da sobrecarga de projeto.

3.5 Pilares De Concreto Armado

Nos pilares em uma vistoria rotineira as principais deficiências a

serem observadas são:

Sinais de degradação do concreto (Figura 3.4);

Corrosão das armaduras.

Igualmente importante é a observação de possíveis fissuras, trincas

e quebras nos cantos dos pilares, além da degradação do concreto nas bases

dos pilares, (DNIT 2004).

Page 47: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

47 Figura 3.4 - Degradação no concreto

Fonte: Clique www.rbs.com.br acessado em 10 de maio de 2013 às 10h25min.

As fissuras ou trincas nos pilares permitem a infiltração de água no

interior dos pilares ocasionando a corrosão das armaduras, esta corrosão

provoca um aumento de até cinco vezes na seção transversal das armaduras e

o desplacamento da camada de cobrimento da estrutura do pilar (Figura 3.5).

Figura 3.5 - Desplacamento do concreto

Fonte: DNIT Manual de inspeção de pontes Rodoviárias 2004

Page 48: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

48 Em uma vistoria especial deve ser observado além desses itens já

mencionados, pontos importantes na estrutura como:

Tipo de pilar (pilar isolado, pilar parede, seção transversal, maciço ou

vazado, de seção constante ou variável, comprimento, prumo,

inclinação);

Hipótese estrutural adotada (pórtico, pilar esbelto, extremidade livre,

montante, pêndulo);

Estado atual (cobrimento, deterioração do concreto, fissuras, trincas,

armaduras expostas, anomalias provocadas por flambagem,

esmagamento, contraventamento, condições de ligação com as

fundações) (Figura 3.6);

Desgaste devido às condições ambientais (erosão hidráulica, meio

ambiente agressivo, vibrações, impacto de veículos ou embarcações,

proximidade de linha férrea);

Impedimento à livre rotação (para o caso de pilares pêndulos).

Figura 3.6 - Pilar em ruína

Fonte: DNIT- Manual de inspeção de pontes Rodoviárias 2004

Page 49: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

49 3.6 Aparelhos De Apoio e Juntas Móveis

As deficiências nos aparelhos de apoio prejudicam o desempenho

das pontes e viadutos sob as variações de temperatura, o mau funcionamento

dos aparelhos de apoio provoca elevadas tensões no vigamento.

Figura 3.7 – Apoio Elastomérico

Fonte: Catálogo de apoios elastoméricos Rudloff.

Há tempos atrás eram utilizadas placas de chumbo como apoio,

porém a observação revelou que os pequenos movimentos de rotação

ocasionavam a expulsão do chumbo fazendo com que a viga funcionasse

diretamente sobre a cabeça do pilar ou do encontro devido a baixa flexibilidade

do material, além do chumbo que não é mais utilizado existem as articulações

Freyssinet (de concreto), metálicas, estes sofrem com a corrosão quando há

problemas na vedação e drenagem da obra (Figura 3.8), flexíveis que são

conhecidas como apoio elastomérico e podem ser fretados: possui placas

metálicas no seu interior (Figura 3.9) ou não.

Page 50: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

50 Figura 3.8 - Apoio metálico

Fonte: Ricardo D. Mathias www.panoramio.com/photo/28071722 acessado em 03/04/2014 as 20:42min.

Figura 3.9 - Apoio de neopreme fretado

Fonte:http://www.aecweb.com.br/prod/e/apoio-de-neoprene_25517_20670 #prettyPhoto acessado em 03/04/2014 as 21:06min.

Page 51: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

51 Apesar de alguns estudiosos terem o neopreme como um material

que dispensa qualquer tipo de manutenção, PFEIL (1983) no livro, curso básico

de pontes demonstra que isso não se confirma como pôde ser observado há

alguns anos atrás, mas precisamente em 2011 com a necessidade de troca

dos apoios da ponte JK.

Em uma vistoria nos apoios deve-se observar o estado geral das

peças, a posição do aparelho para verificar excentricidades ou desvios, se

observados erros, estes devem corrigidos ou trocados.

3.7 INSPEÇÕES SUBMERSAS E EXCEPCIONAIS

Além das inspeções cadastrais, rotineiras e especiais, as pontes

devem passar por inspeções submersas e excepcionais.

3.7.1 Inspeções Submersas

As pontes necessariamente devem passar por inspeção nas regiões

constantemente submersas, quando essas pontes se encontram em águas

rasas, esta inspeção não necessita de equipamentos especiais e pode ser

realizada pela equipe que está realizando a inspeção especial.

Quando estas áreas submersas se encontram em águas profundas,

existe a necessidade de utilização de equipamentos de mergulho, mas não se

faz necessário a utilização de equipes no nível d’água, pois os mergulhadores

possuem equipamentos com ar suficiente para a inspeção.

Quando a inspeção é realizada em águas profundas é necessária a

utilização de escafandro e equipe de suporte.

A inspeção submersa é realizada em três níveis sendo eles:

Nível I - Inspeção visual

Nível II – Inspeção detalhada com limpeza parcial

Nível III – Inspeção detalhada com testes não destrutivos

Page 52: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

52 3.7.1.1 Inspeção Submersa Nível I

Esta inspeção é realizada de modo superficial, porém minuciosa,

tendo como objetivo a observação de deteriorações ou descontinuidades na

estrutura submersa, não sendo necessária a limpeza da estrutura e a

observação do leito do rio próximo ao bloco de fundação.

3.7.1.2 Inspeção Submersa Nível II

Esta inspeção é realizada em cerca de 10% da estrutura submersa,

próximo a superfície, próxima ao fundo e à meia altura da estrutura, esta

inspeção tem como objetivo observar e detectar anomalias sob os seres que

vivem na superfície da estrutura, para isso é necessária a retirada total dos

seres vivos nas áreas criticas da estrutura.

3.7.1.3 Inspeção Submersa Nível III

A inspeção de nível III é uma inspeção rigorosa e deve ser realizada

quando a estrutura está comprometida, devendo ser realizada uma completa

recuperação ou mesmo a substituição da mesma, esta inspeção abrange uma

limpeza geral, testes não destrutivos, testes destrutivos como extração de

testemunhos e realização de ultrasom.

3.7.2 Inspeção Excepcional

A inspeção excepcional é a inspeção realizada sem uma

programação pré-determinada e ocorre em casos extremos como choques de

veículos ou embarcações, enchentes, deterioração ou movimentação dos

apoios.

3.8 INSPEÇÃO VISUAL

A inspeção visual é uma ferramenta prática para vistoria em pontes

e viadutos, além de prática, tem seu custo não tão alto, se comparado às

demais inspeções, mas requer devido censo crítico e atenção do inspetor,

permitindo que o mesmo possa obter várias informações sobre o objeto a ser

vistoriado, a inspeção visual permite que se possa obter um relatório e uma

classificação que determinarão as ações de que deve ser tomado no futuro e

Page 53: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

53 até mesmo evitar uma tragédia, apesar de ser útil, apresenta algumas

desvantagens, pois faz a análise apenas superficialmente, não faz uma análise

quanto às propriedades dos materiais utilizados e quantificações, necessitando

assim de grande experiência do inspetor, para facilitar o trabalho do inspetor à

norma DNIT 010-PRO no seu anexo ―A‖ é encontrado uma relação dos itens a

serem vistoriados (Tabela 3.1).

3.8.1 Equipamentos para inspeção relacionados no manual de inspeções do DNIT.

Para que a inspeção seja confiável, faz-se necessário o uso de alguns

equipamentos:

Equipamentos de limpeza.

Escovas, vassouras, palhas de aço, lixas.

Equipamentos de inspeção.

Canivete, facão, martelo, chave de fenda, cinto suporte de ferramentas.

Equipamentos para melhor visualização.

Binóculo, lunetas, lente com iluminação, espelho de inspeção, lanterna e

líquido penetrante.

Equipamentos de medição.

Trena, paquímetro, fissurômetro, fio de prumo, nível de pedreiro e termômetro.

Equipamentos de documentação.

Pranchetas, fichas cadastrais, lápis, borracha, esquadros, giz, câmera

fotográfica.

Equipamentos complementares.

Estojo de primeiros socorros, repelentes e materiais de higiene pessoal.

Tabela 3.1 - Relação dos itens há vistoriar

LAJES

Buracos/aberturas Existe É eminente

Armadura exposta Muito oxidada Grande incidência

Concreto desagregado Muita intensidade Grande incidência

Page 54: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

54 Fissuras Forte infiltração Grande incidência

Marcas de infiltração Forte Grande incidência

Aspecto do concreto Má qualidade

Cobrimento Ausente / Pouco

VIGAMENTO PRINCIPAL

Fissuras finas Algumas Grande incidência

Trincas (fissuras w>0,3mm) Algumas Grande incidência

Armadura Principal Exposta Muito oxidada

Desagregação de concreto Muito intenso Grande incidência

Dente Gerber Quebrado/Desplacamento Trincado

Deformação (flexa) Exagerada

Aspectos do concreto Má qualidade

Cobrimento Ausente / Pouco

MESOESTRUTURA

Armadura exposta Muito oxidada Grande incidência

Concreto Desagregado Muita intensidade Grande incidência

Fissuras Forte infiltração Grande incidência

Aparelhos de apoio Danificado Grande incidência

Aspecto do concreto Má qualidade

Cobrimento Ausente / Pouco

Desaprumo Há

Deslocabilidade dos pilares Forte

INFRAESTRUTURA

Recalque de fundações Há

Deslocamento de fundação Há

Erosão no terreno de fundação Há

Estacas desenterradas Há

PISTA ACESSO

Page 55: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

55 Irregularidades no pavimento Muita intensidade Grande extensão

Junta de dilatação Faltando /Inoperante Muito problemática

Acessos x Pontes Degrau acentuado Concordância Problemática

Acidentes com veículos Frequente Eventual

Fonte: Anexo A da Norma DNIT 010-PRO

Neste trabalho selecionaram-se três OAE’s, que foram vistoriadas

seguindo os principais itens indicados no roteiro da norma DNIT 010-PRO,

cabe ressaltar que as três pontes vistoriadas não são de responsabilidade do

DNIT, e a utilização do método foi única e exclusivamente utilizada para

comparação dos dois métodos de vistorias.

Ponte das garças cujo nome oficial é ponte Presidente Médici, e

conhecida popularmente como ponte do Gilberto Salomão devido à

proximidade com o centro comercial Gilberto Salomão, é de

responsabilidade do DER-DF.

Viaduto WSUL no início do Eixão sul (DF 002) sobre a galeria dos

estados, sob responsabilidade do DER-DF.

Ponte JK, conhecida como terceira ponte, ligando a área central de

Brasília à região administrativa do Lago Sul, sob responsabilidade da

NOVACAP.

3.9 Características das OAE’s vistoriadas

As informações preliminares foram obtidas por pesquisa na internet,

publicações técnicas e órgãos responsáveis por manutenção e fiscalização no

governo do Distrito Federal.

3.9.1 Ponte das Garças

Apesar de ter uma placa identificando esta ponte como ponte das

Garças, esta ponte foi inaugurada como ponte Presidente Médici e é

identificada até hoje como tal em várias referências, também é conhecida como

ponte Gilberto Salomão por estar localizada próxima a um Centro comercial

com este nome, foi a primeira ponte inaugurada em Brasília fazendo a ligação

da Asa Sul ao Lago Sul em Brasília, aproveitando um trecho estreito e pouco

Page 56: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

56 profundo do lago, tendo sido a primeira a ser efetivamente utilizada pela

população, um fato interessante é que esta ponte foi construída em pouco mais

de seis meses, teve seu início em 29 de junho de 1973 e tendo sido

inauguração em 14 de janeiro de 1974.

A ponte possui 300 metros de comprimento divididos em oito vãos

além de dois viadutos de acesso suportada por 18 pilares parede, possui 18

metros de largura dividida em quatro faixas de rolagem sendo duas faixas para

cada sentido divididos por um pequeno canteiro central com 0,90m, dois

passeios para pedestre, guarda-rodas em concreto armado e guarda-corpos

metálicos, a ponte é iluminada e conta com sinalização horizontal apenas com

indicação de velocidade permitida.

Superestrutura

A superestrutura é composta por laje e vigamentos maciços em

concreto armado.

Laje

Foram observados desplacamentos no concreto, entre as pistas que

dividem os dois sentidos, com armaduras expostas e riscos de acidentes,

porém estas não influenciam no desempenho estrutural da ponte, não foram

observadas falhas por desagregação no tabuleiro, foram observadas pequenas

fissuras sob o tabuleiro da ponte e marcas de infiltração devido às lajes

quebradas (Figura 3.10).

Page 57: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

57 Figura 3.10 - Infiltração e fiação exposta

Fonte: própria

Figura 3.11 - Lajes quebradas no canteiro divisor de sentidos

Fonte: própria

As juntas de dilatação se encontram totalmente destruídas

impossibilitando a devida vedação, além disso, possibilita o acumulo de detritos

e sedimentos em seu interior (Figura 3.12).

A superestrutura apresenta um desagradável aspecto devido à falta

de pingadeiras e falta manutenção em geral.

Page 58: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

58 Figura 3.12 - Junta de dilatação/vedação

Fonte: própria

Figura 3.13 - Junta de dilatação destruída

Fonte: própria

Vigamento Principal

O vigamento é composto por quatro vigas longarinas ligadas por

vigas transversinas.

Foram observadas grande quantidade de fissuras e trincas nas

laterais e região inferior das vigas longarinas, em alguns pontos é possível

verificar a exposição nas armaduras principais devido ao descascamento do

concreto deixando a armadura exposta e oxidada (Figura 3.15), não foi

observado pontos de desagregação no concreto, foram observados pontos de

Page 59: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

59 infiltração causando eflorescência e lixiviação deixando uma aparência

desagradável no vigamento principal da ponte, o cobrimento apesar de

suficiente está desplacando devido às fissuras.

Figura 3.14 - Tubulação de água potável anexa à viga.

Fonte: própria

Figura 3.15 - Estrutura do vigamento da ponte

Fonte própria

Mesoestrutura

A mesoestrutura é formada por 18 pilares parede com dimensões de

5,7m largura por 0,35m de espessura sendo sua área de seção transversal de

2m² em concreto armado e maciço, na vistoria nos pilares que fazem a ligação

do viaduto de acesso à ponte propriamente dita foram detectadas armaduras

Page 60: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

60 expostas e sinais de corrosão no engaste da base do pilar com o bloco de

fundação (Figuras 3.16 a e b) como a vistoria realizada fora apenas

visualmente não foi possível observar o cobrimento efetivo dos pilares, não

foram detectadas trincas ou fissuras significantes, os pilares apresentam uma

boa aparência no ponto de vista estrutural, porém uma péssima aparência

visual, devido às pichações e falta de manutenção inclusive falta de pintura

para proteção ( Figura 3.17).

Figuras 3.16 - A Corrosão na base do pilar em detalhe

Figura 3.16 b - Corrosão na base do pilar

Fonte: própria

Page 61: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

61 Figura 3.17 - Pilar-parede

Fonte: própria

Infraestrutura

A fundação da ponte é composta por estacas ligadas por um bloco na base do

pilar, não sendo possível a observação das condições da fundação, pois esta

se encontrava submersa, o bloco se encontra em estado precário, sendo

observados pontos de desagregação deixando a armadura exposta e com

sinais de oxidação ( Figura 3.18), não foram detectados sinais de recalque na

fundação, como não existem barbacans para drenagem das águas pluviais

provenientes do encontro, a descida das águas pluviais provocam o acúmulo

de sedimentos e resíduos na base do bloco do pilar-parede de ligação do

viaduto de acesso à ponte.

Page 62: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

62 Figura 3.18 - Concreto desagregado com armadura exposta

Fonte: própria

Pistas e Acessos

A pista de rolamento da ponte em questão apesar de estar integra

se encontra com vários buracos e reparos mal realizados, deixando

ondulações, que causam desconforto e insegurança ao condutor , pôde-se

observar que a mesma se encontra desgastada e com trincas em toda sua

extensão (Figura 3.19), os pontos de drenagem tem um diâmetro irregular para

a área de captação de águas pluviais que ocasiona retenção de água na pista

e acúmulo de sedimentos (Figura 3.20), a pista se encontra, em alguns pontos,

com nichos de mato junto ao guarda-rodas e juntas de dilatação demonstrando

a falta de manutenção em sua faixa.

Page 63: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

63 Figura 3.19 - Reparos mal realizados na via

Fonte: própria

Figura 3.20 - Acúmulo de água e mato na via

Fonte: própria

Os acessos à ponte se encontram com grande quantidade de

trincas, causadas pela falta de lajes de transição (Figura 3.21), a falta da laje

de transição ocasionou um recalque no acesso da via que pode ser verificado

através do desnível entre o viaduto de acesso à ponte e a via de acesso,

causando um desconforto para o condutor do veículo pelo ―solavanco‖ que é

percebido quando da entrada ao viaduto de acesso, não foi possível a

Page 64: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

64 verificação da junta de dilatação/vedação do encontro entre o acesso e a

ponte, pois a mesma se encontra sob uma camada de pavimento flexível

(Figura 41).

Figura 3.21 - Trincas no acesso da ponte

Fonte: própria

Figura 3.22 - Recalque no encontro no acesso da ponte

Fonte: própria

A drenagem do acesso é realizada pela implantação de bocas de

lobo em sua extensão, porém elas se encontram com seu desempenho

prejudicado pela falta de manutenção (entupidas pelo acúmulo de lixos,

sedimentos e com tampas dos bueiros quebradas) causando redução de vazão

(Figura 3.23), os taludes do acesso se encontram com mato alto,

impossibilitando o acesso para verificação.

Page 65: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

65 Figura 3.23 - Drenagem do acesso à ponte

Guarda Rodas, Barreira e Defensas

Como informado no subitem 6.1.1, a ponte possui guarda-rodas em

concreto e guarda corpo metálico, porém cabe salientar que os dois estão

totalmente fora de padrão, mesmo tendo sua construção no ano de 1973 o

ideal seria a construção com guarda-rodas com 0,90m e não como o que foi

construído, com apenas 0,50m e guarda corpo com 0,90m e não com 0,80

como o existente na ponte. Os guarda-corpos se encontram em estado

precário com corrosões e quebras (Figura 3.24), em relação ao passeio para

pedestres foram detectados pontos de acúmulo de águas pluviais em sua

superfície dificultando o transito dos pedestres (Figura 3.25).

Figura 3.24 - Guarda-corpos

Fonte: própria

Page 66: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

66 Figura 3.25 - Acúmulo de água no passeio

Fonte: própria

3.9.2 Vistoria na Ponte JK

Figura 3.26 - Ponte JK Brasília-DF

Fonte: própria

A ponte Juscelino Kubitschek mais conhecida como ponte JK e

conhecida popularmente como terceira ponte, foi inaugura em 2002 e no ano

seguinte foi eleita a ponte mais bonita do mundo pela Sociedade de

Engenharia do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos é uma verdadeira

obra de arte, seus arcos lembram uma pedra quicando sobre a água, sendo

uma estrutura única. Para uma perfeita vistoria visual o inspetor deve observar

alguns itens que não consta na norma de vistoria DNIT 010-PRO.

Page 67: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

67 A ponte tem um comprimento de 1200 metros e largura de 24 metros

divididos em duas vias com três faixas de rolamento cada uma, separada por

um guarda rodas central e duas passarelas para pedestres e ciclistas com

1.5m cada passarela é bem sinalizada tanto vertical (Figura 3.27) quanto

horizontalmente, possui três vãos livres, sendo que os maiores vãos possuem

240m sustentados por estais, estais estes que estão distribuídos pela extensão

dos vão com distancia de 20m entre eles, os estais foram produzidos com

cordoalhas de 15,7mm e nos pontos de maior esforço foram utilizados estais

com 31 cordoalhas sendo estes fixos na região inferior e reguláveis na parte

superior dos estais.

Como não foi possível o acesso ao interior do caixão e arcos da

ponte, resultados serão utilizados como fonte de estudo e conhecimento ao

leitor, sendo informado somente os resultados de uma inspeção parcial.

Figura 3.27 - Sinalização vertical

Fonte: própria

Após a ocorrência de falhas no desempenho funcional nos apoios

elastoméricos que causou uma série de problemas e até a interdição parcial

com controle de veículos de carga, a OAE passou a ter um sistema de

monitoramento 24h em toda a sua extensão (Figura 3.28 e Figura 3.29) com a

utilização de sensores de 51 sensores nos cabos e 3 sensores nos topos dos

arcos além de visita diária no interior da ponte.

Page 68: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

68 Figura 3.28 - Monitoramento da ponte JK

Fonte: própria

Figura 3.29 - Monitoramento 24 horas

Foto: Fred Leão/R7 DF

3.9.2.1 Curiosidades da ponte JK

No site do Ministério dos transportes, mas exatamente no Banco de

Informações e Mapas de Transporte BIT pode-se ter conhecimento de algumas

curiosidades do concreto na construção da ponte:

A quantidade de aço aplicada na ponte JK é duas vezes maior que a

utilizada na construção da Torre Eiffel, em Paris (França).

Page 69: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

69

O volume de concreto submerso (debaixo d'água) é suficiente para

construir três superquadras inteiras de Brasília, com dois mil apartamentos

cada superquadra.

As máquinas de perfuração utilizadas na construção da ponte JK

são do mesmo tipo das maquinas que foram utilizadas na construção da Ponte

Rio - Niterói (Rio de Janeiro).

A ponte JK está localizada sobre uma falha geológica - retirados por

onde corria o Rio Gama. O local de construção da ponte conta com treze

diferentes tipos de solo e rochas.

Estacas de 60 metros de comprimentos foram inseridas no solo

abaixo d'água com ajuda de 12 mergulhadores profissionais, que submergiram

até 48 metros profundidade.

Superestrutura

A superestrutura é composta por um tabuleiro em placas de concreto

(Figura 3.30), chapas metálicas, vigamento em estrutura metálica e em caixão

metálico (Figura 3.31).

Figura 3.30 - Vista inferior da laje do tabuleiro

Foto: Fred Leão/R7 DF

Page 70: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

70 Figura 3.31 - Estruturas metálicas de sustentação da ponte

Foto: Fred Leão/R7 DF

Laje

Não foi possível a vistoria na parte inferior da laje do tabuleiro, pois o

acesso é restrito aos funcionários da empresa responsável pelo monitoramento

da ponte, porém no vigamento de caixão metálico (Figura 3.32) pôde ser

observados pontos de corrosão nas extremidades dos tabuleiros com a ligação

dos encontros (Figura 3.33), corrosões estas causada pela falha nas juntas de

dilatação/vedação na ligação do tabuleiro com o acesso à ponte que será

visualizado mais adiante.

Figura 3.32 - Tabuleiro em caixão metálico

Fonte: própria

Page 71: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

71

Como descrito anteriormente, o tabuleiro nos vãos principais da

ponte JK é sustentado basicamente por conjunto de estais, que precisam

passar por constantes verificações para que haja um perfeito desempenho da

estrutura como um todo (Figura 3.34 e Figura 54)

Figura 3.33 - Corrosão na extremidade do tabuleiro.

Fonte: própria

Figura 3.34 - Engenheira Maruska da NOVACAP em Vistoria de rotina nos estais da ponte JK

Fonte: própria

Page 72: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

72 Figura 3.35 - Vistoria de rotina em um estai na Ponte JK.

Fonte: própria

Figura 3.36 - Estais da ponte JK

Fonte: acervo livre do Wikimédia Foundation

Após a análise e se preciso for, deve ser realizado a regulagem dos

estais, esse serviço é realizado por engenheiros da NOVACAP e da LSE que é

a empresa responsável pela monitoria inspeção, análise e diagnóstico

estrutural da Ponte JK (Figura 3.37).

Page 73: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

73 Figura 3.37 - Detalhe do estai em vistoria para manutenção

Fonte: própria

Figura 3.38 - Manutenção dos estais

Fonte própria

Mesoestrutura

A mesoestrutura da ponte é formada por um conjunto de pilares

parede (Figura 3.39 e Figura 3.40) em concreto armado vazado na forma

de um losângulo, observa-se que nas extremidades existe uma área em

concreto maciço, áreas estas que são dimensionadas para resistirem às cargas

dos apoios da ponte.

Page 74: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

74 Figura 3.39 - Dimensões do pilar parede da Ponte JK

Fonte: própria

Figura 3.40 - Visão lateral do pilar da ponte

Fonte: própria

Apesar da robustez dos pilares, podem ser observadas algumas

trincas e fissuras nos pilares, fissuras estas que em grande sua maioria são

provenientes da retração do concreto (Figura 3.41), não foram verificada a

presença de armadura exposta, porém pôde ser observado sinais de

desagregação ou desgaste no concreto dos pilares principalmente na região

que freqüentemente está submersa e por esse motivo sofre com a

agressividade d água do lago Paranoá (Figura 3.42).

Page 75: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

75 Figura 3.41 - Trinca no pilar da OAE

Fonte: própria

Figura 3.42 - Sinais de desagregação no concreto do pilar

Fonte: própria

Foi observada a presença de fissuras no encontro (Figura 3.43) e

nos pilares, porém como a inspeção realizada é somente uma inspeção visual

e não há descascamento nos pilares, a visualização e análise do cobrimento

não foram possíveis, não foram detectados quaisquer desaprumos ou

deslocabilidades nos pilares.

Page 76: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

76 Figura 3.43 - Fissuras na estrutura do encontro

Fonte: própria

Infraestrutura

Como mencionado anteriormente, a ponte JK é única não só no

designer, como também na infraestrutura, os projetos dos blocos de fundação

foram realizados por grupos de pilares, que os pilares P6 e P7 exigiram o

projeto de um bloco de grandes dimensões, com comprimento de 37,90

metros, largura de 21,70 metros e altura de 4,60 metros, compreendendo um

conjunto de 84 estacas, sendo 26 verticais e 58 inclinadas.

Para o Pilar P8 foi necessária a elaboração de um projeto para um

bloco com largura de 21,90 metros, comprimento de 39,90 metros e altura de

4,60 metros, compreendendo um conjunto de 90 estacas, sendo 24 na vertical

e 66 inclinadas compostas de tubos metálicos cravados e pinos de 1,00 metro

de diâmetro escavados nas camadas de alteração da rocha.

As fundações dos acessos são constituídas por quatro tubulões a ar

comprimido com 1,6 metros de diâmetro e base alargada para garantir a tensão

no solo menor ou igual a 5 kgf./cm². Os blocos de fundação ficaram submersos

numa profundidade de 80 cm, ficando os pilares nascendo abaixo do nível

d’água.

Page 77: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

77

Para as fundações dos arcos foi adotado um conjunto de 30

tubulações verticais, com a camisa metálica de 1,90 metros de diâmetro,

executado sob ar comprimido, com base alargada para o diâmetro de 4 metros

após a penetração de 8 metros na camada de quartzito alterado/fraturado.

Os blocos de fundações medem 23 x 30 x 3,50 metros

(Figura 62) e foram feitos através de um caixão de concreto, executado fora

d’água e na sua posterior submersão, até alcançar 80 cm abaixo da cota

básica do Lago.

Figura 3.44 - Bloco de fundação dos arcos

Fonte: Própria

A vistoria nas fundações não foi possível, pois os blocos de

fundação dos pilares dos viadutos de acesso se encontram enterrados e as

verificações dos blocos dos pilares da ponte estão submersas sendo assim só

é possível a análise em uma vistoria especial ou extraordinária.

No Ano de 2011 a ponte JK teve uma interdição total e logo depois

apenas parcialmente devido a problemas nos apoios de carga e correção de

vibrações, na vistoria ocorrida no dia 06 de outubro de 2013 foi observado que

alguns apoios existentes encontram-se deformados (Figura 3.45), esse

problema se não corrigido pode e vai ocasionar o mesmo problema que

ocorreu em 2011 quando parte da estrutura teve um desnível em relação à

outra parte (Figura 3.46).

Page 78: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

78 Figura 3.45 - Apoio elastomérico deformado

Fonte: Própria

Figura 3.46 - Desnível na estrutura da ponte JK

Fonte: Foto de Elza Fiúza – Agencia Brasil

Pista e acessos

De acordo com informações obtidas na internet ao invés de ser

utilizado um asfalto comum na Ponte JK, foi utilizado o pavimento flexível

antiderrapante sobre chapas metálicas enrijecidas por nervuras em Y.

A OAE é bem iluminada por 41 postes com luminárias de vapor de

mercúrio de 400 watts e 162 postes com lâmpadas de 150 watts além dos 164

refletores de 150, 400 e 1.500 watts que iluminam os arcos.

Page 79: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

79

Na pista de rolamento fora observado a presença de buracos e

desgastes causados por abrasão no início do viaduto de acesso à ponte

(Figura 65) além de extensas irregularidades no pavimento flexível (Figura

3.48).

Figura 3.47 - Buraco no viaduto de acesso

Figura 3.48 - Irregularidades na via

Fonte: Figuras 3.47 e 3.48 fonte própria

A junta de dilatação da ligação do acesso da via ao acesso da ponte

se encontra em mal estado de conservação, que além de não atenderem a

finalidade de absorver as dilatações da estrutura permitem a percolação de

águas pluviais no interior da ponte ( Figura 3.49) e provoca um

pequeno ―solavanco‖ nas entradas da ponte, esse solavanco provoca uma

vibração que causa um mal estar para os pedestres que se encontrem nos

balanços, grande parte das juntas de dilatação/vedação da ponte em si se

Page 80: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

80 encontram em estado precário de conservação, sendo que em alguns dos

encontros entre as estruturas, existe apenas o local onde deveria existir uma

junta (Figura 68).

Figura 3.49 - Desgaste junto à ao encontro

Fonte: própria

Figura 3.50 - Falta de junta de dilatação

Fonte: própria

Algumas das juntas de dilatação/vedação da estrutura foram

trocadas por juntas elastoméricas, bem mais eficientes e modernas que as

retiradas logo após o problema ocorrido nos apoios de carga no ano de 2011

(Figuras 3.51 e 3.52).

Page 81: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

81

Figura 3.51 - Junta de dilatação/vedação nova

Fonte: própria

Figura 3.52 - Junta de dilatação em detalhe

Fonte: própria

Não foram observados pontos que possam provocar acidentes com

veículos ou pedestres, nem sinais nos guardas rodas ou outras estruturas da

ponte, de acidentes freqüentes nas vias de transito. Não foram detectados

problemas estruturais nas passarelas para pedestres e ciclistas, tendo as

passarelas dimensões maiores do que as dimensões mínimas que a norma

recomenda. A drenagem da via é eficiente contando com drenos em PVC de

Page 82: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

82 100 mm e a foi constatado a presença de pingadeiras (Figura 70) conforme

recomendações das normas e manuais.

Figura 3.53 - Pingadeira sob o tabuleiro da ponte

Fonte: própria

Como descrito no início deste tópico, a ponte JK é única, sendo

assim, alguns itens da estrutura não constam em qualquer manual, que devem,

não somente serem vistoriados com também monitorados constantemente,

como é o caso dos estais, os arcos e até mesmo os tabuleiros em vãos

suspensos da ponte, porém somente após o fato ocorrido com os apoios de

carga em 2011 é que teve início o monitoramento durante as vinte e quatro

horas do dia e trezentos e sessenta e cinco dias do ano, sendo assim o

Laboratório de Sistemas Estruturais LTDA a LSE foi contratada para monitorar

o desempenho dos pontos da estrutura, para isso foram instalados cinqüenta e

um sensores acoplados aos quarenta e oito cabos de sustentação e três

sensores no topo dos arcos (Figura 3.54), além de visitas diariamente no

interior dos arcos para verificação de qualquer anomalia ou patologia (Figura

3.55).

Page 83: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

83 Figura 3.54 - Sensor instalado no arco metálico

Foto: Fred Leão/R7 DF

Figura 3.55 - Acesso ao interior de um dos arcos

Foto: Fred Leão/R7 DF

Durante a vistoria visual foram observados pontos de corrosão em

um dos arcos metálicos (Figura 3.56) que, se não tratada pode ocasionar

grandes problemas e custos aos cofres públicos.

Page 84: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

84 Figura 3.56 - Corrosão em um dos arcos da ponte

Fonte: própria

Figura 3.57 - ―Escada‖ no interior dos arcos

Fonte: Fred Leão/R7 DF

3.9.3 Viaduto da galeria dos Estados

Poderia ser só mais um viaduto na DF 002 ou como é conhecido

popularmente, Eixo rodoviário Sul ou somente Eixão Sul, este viaduto faz a

ligação da rodovia com a zona central de Brasília passa sobre a galeria dos

Estados que liga o Setor Bancário Sul ao setor Comercial Sul além de passar

sobre quatro alças de acesso, as dimensões do viaduto são: 27m de largura

divididos em seis faixas de rolamento e uma faixa presidencial e 195 m de

comprimento.

Page 85: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

85

Sob o viaduto estão instalados dois restaurantes com grande

capacidade de atendimento, há anos existe o projeto de revitalização do

viaduto e arredores, porém o que se pode verificar é uma estrutura totalmente

deficiente.

Figura 3.58 - Viaduto Galeria dos estados

Fonte: http://doc.brazilia.jor.br/Vias/Eixo-Rodoviario-Cebolao-Sul.shtml acesso em 11/2013 às 19h30min

Superestrutura

A superestrutura é formada por uma laje em concreto armado

construída pelo método de caixão perdido.

Na parte inferior da laje existem grande quantidade de buracos

(Figura 3.59) deixando em variados locais a armadura totalmente exposta e

corroída (Figura 3.60) sendo que em alguns pontos existem armaduras já

rompidas pela ação da corrosão e/ou devido a baixa altura do viaduto e a falta

de alguma identificação dessa altura, pelo impacto de caminhões (Figura 3.61).

Page 86: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

86 Figura 3.59 - Buraco na laje inferior

Figura 3.60 - Corrosão

Figura 3.61 - Armadura rompida pelo choque de caminhões

Figuras 77 a 79: fonte própria

Page 87: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

87

É possível a observação de vários pontos com desagregação,

nichos, brocas e descascamento do concreto (Figura 3.62), em praticamente

toda a extensão da laje é possível a observação de inúmeras fissuras na parte

inferior e grande quantidade de infiltrações, infiltrações essas que causam

manchas, lixiviações e até mesmo estalactites em toda extensão do viaduto

(Figura 3.63).

Figura 3.62 - Concreto desagregado

Fonte: própria

Figura 3.63 - Estalactites e carbonatação do concreto

Fonte: própria

Page 88: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

88 Figura 3.64 - Estalactites e manchas

Fonte: própria

Como a vistoria foi realizada em um dia de chuva forte, foi possível a

observação de fluxo das águas pluviais provenientes da pista de rolamento,

principalmente nas juntas de dilatação/vedação (Figura 3.65), sendo que a

drenagem das águas pluviais deveria escoar pelo sistema de drenagem, porém

este estava completamente obstruído, devido a falta de manutenção.

Figura 3.65 - Fluxo de água na junta

Fonte: própria

A estrutura possui intensa quantidade de concreto se descascado

devido à corrosão da armadura, assim pôde se observar que o cobrimento é

insuficiente e em alguns pontos não chega a 0,5 centímetros (Figura 3.67)

quando a norma determina o mínimo de 2,5 cm, o aspecto visual da estrutura é

Page 89: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

89 péssimo, principalmente para quem ao passar sob o viaduto e olha para o alto

e se depara com uma estrutura deficiente e precária.

Figura 3.66 - Fluxo de água na laje inferior

Fonte: própria

Figura 3.67 - Cobrimento insuficiente

Fonte: própria

Com descrito anteriormente a laje foi construída pelo processo

construtivo de vigamento em caixão perdido, sendo assim não foi possível a

verificação total das vigas internas da estrutura, porém nas vigas laterais foi

possível a constatação de trincas com mais de três centímetros de espessura

localizadas entre o revestimento de argamassa com a viga em concreto (Figura

3.68), sendo assim é possível concluir que o revestimento das vigas está

Page 90: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

90 completamente solto, podendo se desplacar a qualquer momento, como já

acontece em alguns pontos do viaduto, podendo assim, causar um acidente

com os transeuntes ou mesmo com algum veiculo parado ou em transito sob o

viaduto.

Figura 3.68 - Trincas no revestimento da viga

Fonte: própria

Nos dentes gerber é possível a observação de intensos

desplacamentos e quebras (Figura 3.69), além de armaduras expostas na

extremidade e por toda sua extensão (Figura 3.70).

Figura 3.69 - Quebra do dente gerber

Fonte: própria

Page 91: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

91 Figura 3.70 - Desplacamento e armadura exposta

Fonte: própria

Em toda a extensão lateral do viaduto é possível a observação de

desplacamentos da argamassa de revestimento na lateral do tabuleiro

(Figura 3.71) sendo que o local é de grande tráfego de pedestres, pois além de

ser ligação entre dois pontos de suma importância em Brasília, Setor Comercial

Sul e o Setor Bancário Sul, existem a presença de dois grandes restaurantes

sob a estrutura do viaduto.

Figura 3.71 - Desplacamento do revestimento lateral

Fonte: própria

Page 92: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

92 Figura 3.72 - Visão superior do viaduto

Fonte: própria

3.10 CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A NORMA 010-PRO

A classificação das pontes vistoriadas tem como parâmetro a tabela

2.2 seguindo a orientação da norma 010-PRO do DNIT.

3.10.1 Classificação das Pontes Vistoriadas

Tabela 3.2 - Classificação das pontes

Ponte Nota Laje

Nota

Vigamento

Principal

Nota Mesoestrutura

Nota

Infraestrutura

Nota

Pista/Acesso

Nota

Final

Ponte das

Garças

3 4 5 3 2 3

Viaduto

Galeria

dos

estados

1 1 4 - 3 1

Ponte JK - 4 5 - 3 4

Obs: Apesar da nota da pista/acesso ser a menor nota, esta não entra na nota

final, a nota segundo a norma é baseada nas notas dos elementos estruturais.

Page 93: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

93 4 NOVA METODOLOGIA PARA CLASSIFICAÇÃO E VISTORIA EM

PONTES E VIADUTOS

A vistoria em OAE’s, como já mencionado anteriormente deve seguir

um roteiro, o qual deve abranger todos os pontos da estrutura, porém os

roteiros existentes e utilizados nas vistorias realizadas deixaram a desejar

sobre alguns pontos da estrutura, sendo assim, se o inspetor seguir

rigorosamente o roteiro descrito na ficha de inspeção expedita da norma 010-

PRO deixará de inspecionar pontos de suma importância na estrutura. Por este

motivo faz-se necessário a formulação de uma nova metodologia de vistoria em

pontes e viadutos, metodologia esta que procure abranger todos os pontos que

possam causar algum dano a estrutura, outro ponto falho é que os roteiros

existentes não deixam claro para o leitor do relatório executado a partir da ficha

de inspeção expedita da referida norma, uma visão ampla da situação real da

OAE, essa metodologia visa criação de um novo roteiro para vistorias e

classificação das OAE’s, roteiro este que chamaremos de roteiro SOUZA &

SANTOS, com a inclusão dos seguintes itens e subitens no roteiro DNIT:

4.1 Itens a Modificar

LAJE

Impermeabilização

Aspecto Geral da estrutura (pintura, matos, arvore)

Fissuras

De retração

Adensamento

De comportamento imprevisto

VIGAMENTO PRINCIPAL

Armadura exposta

Meio da viga

Page 94: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

94

Outros pontos

Extremo

DENTES GERBER

Quebrado

Extremo

Ao longo

Não quebrado

Trincado

Diagonal

Na ponta (vertical)

Não trincado

MESOESTRUTURA

Aparelhos de apoio

Deformação Longitudinal

Deformação transversal

Deformação vertical

Não deformada

INFRAESTRUTURA

Recalque nas fundações

Acentuado

Admissível

Não existe

Page 95: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

95

Recalque Diferencial

Acentuado

Médio

Não existe

Erosão no terreno da fundação

Acentuada

Média

Não existe

PISTA/ACESSO

Junta de dilatação

Antiga

Não existe

Inoperante

Funcional

Moderna

Defeituosa

Funcional

ACESSO x PONTE

Recalque

Acentuado

Corrigível

Page 96: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

96

Não existe

Laje de transição

Não existe

Inoperante

Funcional

4.2 Itens incluir no novo roteiro

ENCONTROS

Fissuras

De retração

Adensamento

De comportamento imprevisto

Trincas

De 1 a 1,5 mm

De 0,5 à1 mm

Não existe

Desagregação do concreto

Aspectos gerais

Cobrimento

Impermeabilização

Recalques

Proteção de Talude

Page 97: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

97

Não existe

Problemático

Funcional

TABULEIRO

Pingadeiras

Não existem

Insuficiente

Funcional

Via de rolagem

Intransitável

Transitável

Funcional

Sinalização

Não existe

Vertical ou horizontal

Vertical e horizontal

PROTEÇÃO

Guarda Rodas

Não existe

Antigo

Moderno

Guarda Corpo

Page 98: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

98

Não existe

Inoperante

Funcional

Iluminação

Não existe

Precária

Eficiente

DRENAGEM DOS ACESSOS (Águas Pluviais)

Não existe

Inoperante

Funcional

Sendo assim, o novo roteiro ou roteiro SOUZA & SANTOS para

vistoria em pontes e viadutos rodoviários fica distribuído desta forma:

Tabela 4.1 - Roteiro SOUZA & SANTOS para vistorias de OAE's

LAJES

Buracos/aberturas Muitos Existem Não existem

Armadura exposta Muito oxidada Início de oxidação Não existe

Concreto desagregado Muito intenso Existe Não existe

Fissuras

Retração Muitas Existem Não existem

Sedimentação Muitas Existem Não existem

Comportamento Imprevisto

Muitas Existem Não existem

Marcas de infiltração

Centro da Laje Forte Existe Não Existe

Entre Vigas Forte Existe Não Existe

Outros Forte Existe Não Existe

Aspecto geral Péssima Agendar manutenção Boa qualidade

Cobrimento Insuficiente Suficiente

Impermeabilização Não existe Precisa de manutenção

Existe

Page 99: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

99

VIGAMENTO PRINCIPAL

Fissuras finas Algumas Grande incidência

Retração Muitas Existem Não existem

Sedimentação Muitas Existem Não existem

Comportamento Imprevisto

Muitas Existem Não existem

Trincas De 1 a 1,5 mm De 0,5 à1 mm Não existem

Armadura exposta Meio da viga Outros pontos Extremo

Desagregação de concreto Muito intenso Grande incidência Não existe

Dente Gerber

Quebrado/Desplacado

Extremo Ao longo Não quebrado

Trincado Diagonal Na Ponta (vertical) Não trincado

Deformação (flexa) Exagerada Contra Fecha De projeto

Aspecto geral Péssima Agendar manutenção Boa qualidade

Cobrimento Insuficiente Suficiente

MESOESTRUTURA

Armadura exposta Muito oxidada Existe Não existe

Desagregação de concreto Muito intenso Existe Não existe

Fissuras

Retração Muitas Existem Não existem

Sedimentação Muitas Existem Não existem

Comportamento Imprevisto

Muitas Existem Não existem

Aparelhos de apoio Deformação Longitudinal/transversal

Deformação Vertical Não deformado

Aspecto geral Péssima Agendar manutenção Boa qualidade

Cobrimento Insuficiente Suficiente

Desaprumo Há Não há

Deslocabilidade dos pilares

Forte Não existe

INFRAESTRUTURA

Recalque de fundações Acentuado Admissível Não existe

Recalque Diferencial Acentuado Médio Não existe Deslocamento de fundação

Existe Não existe

Erosão no terreno de fundação

Acentuada Média Não existe

Estacas desenterradas Acentuada Visível Não visível

PISTA /ACESSO

Irregularidades no pavimento

Muita intensidade Grande extensão

Junta de dilatação

Antiga Não existe Inoperante Existe

Moderna Defeituosa Funcional

Recalque Acessos x Pontes

Acentuado Corrigível Não existe

Laje de transição Não existe Inoperante Funcional

Page 100: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

100

Acidentes com veículos Frequente Eventual

Drenagem/Bocas de lobo Não existe Inoperante Funcional

ENCONTROS

Fissuras

Retração Muitas Existem Não existem

Sedimentação Muitas Existem Não existem

Comportamento Imprevisto

Muitas Existem Não existem

Trincas De 1 a 1,5 mm De 0,5 à1 mm Não existem

Desagregação de concreto Muito intenso Existe Não existe

Aspecto geral Péssima Agendar manutenção Boa qualidade

Cobrimento Insuficiente Suficiente

Impermeabilização Não existe Precisa de manutenção

Existe

Recalque Acentuado Admissível Não existe

Proteção dos Taludes Não existe Problemático Funcional

TABULEIRO

Irregularidades no pavimento

Muita intensidade Grande extensão

Junta de dilatação

Antiga Não existe Inoperante Existe

Moderna Defeituosa Funcional

Drenagem/Pingadeiras Não existem Insuficiente Funcional

Via de rolagem Intransitável Transitável Boa qualidade

Sinalização Não existe Vertical ou horizontal Vertical e horizontal

Iluminação Não existe Precária Eficiente

Vibração Muito acentuado Alem do normal Normal

PROTEÇÃO

Guarda Rodas Não existe Antigo Moderno

Guarda Corpo Não existe Inoperante Funcional

As classificações utilizadas, não só pela norma DNIT como também

algumas classificações internacionais discriminadas neste trabalho, seguem a

mesma metodologia quanto à intervenção para manutenção, ou seja, só deve

existir a partir do momento que haja risco de comprometimento na estabilidade

estrutural. A metodologia defendida neste trabalho é justamente o contrário,

onde a intervenção deva acontecer a partir do momento em que qualquer item

de proteção quanto à vedação e ou impermeabilização tenha seu desempenho

funcional prejudicado, seja imediatamente reparado, pois água participa como

agente da deterioração em quase todos os mecanismos de degradação do

Page 101: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

101 concreto. Evitar o contato da estrutura com a água, desde que possível, é uma

forma eficiente de evitar sua deterioração (ANDRADE, 2005).

A nova metodologia de classificação das OAE’s visa impedir que

aconteça nas estruturas o que foi discriminado no item 2.4 deste trabalho, a lei

dos cinco ou Lei de Sitter, que ao contrário das classificações existentes

orientam a intervenção quando o custo da manutenção já é demasiadamente

oneroso para o Estado, a intervenção em caráter de urgência nos itens

mencionados no capítulo anterior se torna uma manutenção rápida e

relativamente barata.

4.3 Sistema de planilhas para inspeção pelo método SOUZA & SANTOS

Para facilitar o trabalho de vistoria e classificação das OAE’s se

propõe a utilização de um sistema de planilhas que, como informado

anteriormente pode ser convertido para um software (Figura 4.1 e Figura 4.2)

onde são inseridas situações predeterminadas em cada item e subitens

(quando necessário) do roteiro SOUZA & SANTOS, para essas situações

foram pré-inseridas notas, assim sendo, não acontecerá o que acontece com o

aplicativo do SGO e com a ficha de inspeção expedita do DNIT, onde o

inspetor determina a nota para a situação encontrada, de acordo com a visão

do inspetor, não tendo, portanto uma padronização nas classificações, desta

maneira mesmo que duas OAE’s tenham a mesma patologia dificilmente terão

a mesma nota, pois essa nota depende do ponto de vista do inspetor.

A classificação também será dada para cada item separadamente e

não como acontece nas metodologias existentes, onde é dada uma nota para

cada elemento e a nota geral da ponte é a menor nota dada a algum item,

mesmo que esse item não ocasione qualquer interferência nos outros pontos

da estrutura.

Cabe ressaltar que o software poderá (ao ser convertido para o

sistema Android) ser inserido em qualquer aparelho celular, Tablet, Notebook

ou computador e após a vistoria o resultado poderá ser enviado imediatamente

para os setores responsáveis como, setor administrativo ou setor técnico.

Page 102: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

102 Com a utilização do sistema de vistoria e classificação, a inspeção

abrangerá praticamente todos os pontos de uma OAE sujeitos a patologias e

dando ao leitor do relatório final uma visão ampla da situação real em que se

encontra a estrutura, além disso, para que ocorra uma intervenção, a

preparação desta, ocorrerá mais rápida, pois só será enviado para o local, os

recursos e insumos necessários para a devida reparação economizando assim

tempo e capital.

Figura 4.1 - Exemplo de classificação Ponte das Garças

Fonte: própria

Page 103: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

103 Figura 4.2 - Classificação Laje Ponte das Garças

Fonte: própria

5 CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO O MÉTODO SOUZA & SANTOS

Utilizando o sistema já com o método SOUZA & SANTOS e

analisando as informações da estrutura da Ponte das Garças que fora

classificada no capitulo quatro deste trabalho podemos obter através do

relatório gerado, as seguintes informações sobre esta estrutura:

5.1.1 Resultado do Relatório da Vistoria da Ponte das Garças

Page 104: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

104

Tabela 5.1 - Relatório Vistoria Expedita Ponte das Garças

RELATÓRIO DE VISTORIA EXPEDITA PONTE DAS GARÇAS

1. DADOS DO VISTORIADOR

Nome:

Órgão:

1. LAJES

1.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS LAJES

A LAJE necessita de manutenção em curto prazo nota 3

1.2 OBSERVAÇÕES:

Buracos A classificação é BOA nota 5

Armadura Exposta Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Concreto Desagregado A classificação do concreto é BOA nota 5

Fissuras Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Aspecto Geral da Estrutura Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Cobrimento A classificação é BOA nota 5

Impermeabilização Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 1

Marcas de Infiltração Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 1

2. VIGAMENTO

2.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS VIGAMENTOS

O Vigamento se encontra em estado de nova apenas monitoramento nota 5

2.2 OBSERVAÇÕES:

Trincas A classificação é BOA nota 5

Armadura Exposta A classificação é BOA nota 5

Concreto Desagregado A classificação do concreto é BOA nota 5

Fissuras Finas A classificação é BOA nota 4

Aspecto Geral da Estrutura Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Cobrimento A classificação é BOA nota 5

Deformação (flexa) A classificação é BOA nota 5

Dente Gerber A classificação é BOA nota 5

3. TABULEIRO

3.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DO TABULEIRO

Necessário intervenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

3.2 OBSERVAÇÕES:

Page 105: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

105

Irregularidades no pavimento Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Via de rolagem Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Drenagem/Pingadeiras Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Juntas de dilatação Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Aspecto Geral da Estrutura Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Sinalização Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Iluminação Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 3

Vibração Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 3

4. MESOESTRUTURA

4.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DA MESOESTRUTURA

A Estrutura necessita de manutenção em curto prazo nota 3

4.2 OBSERVAÇÕES:

Aparelhos de apoio A classificação é BOA nota 5

Armadura Exposta Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Concreto Desagregado Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Fissuras Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Aspecto Geral da Estrutura Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Cobrimento Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Impermeabilização Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 3

Desaprumo Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 3

5. INFRAESTRUTURA

5.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DA INFRAESTRUTURA

Necessita-se de manutenção em curto prazo nota 3

5.2 OBSERVAÇÕES:

Recalque de fundações Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Recalque Diferencial A classificação é BOA nota 5

Deslocamento de fundação A classificação do concreto é BOA nota 4

Fissuras Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Erosão no terreno de fundação Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Estacas desenterradas A classificação é BOA nota 5

Impermeabilização Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 1

6. VIA DE ACESSO

Page 106: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

106

6.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DA VIA DE ACESSO

Necessita-se de manutenção em curto prazo nota 3

6.2 OBSERVAÇÕES:

Irregularidades no pavimento A classificação é BOA nota 5

Recalque Acessos x Pontes Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Laje de transição Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Juntas de dilatação Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Aspecto Geral da Estrutura Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Acidentes com veículos A classificação é BOA nota 5

Drenagem/Bocas de lobo Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 3

Juntas de dilatação Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 3

7. ENCONTRO

7.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS ENCONTROS

Necessita-se de manutenção em curto prazo nota 3

7.2 OBSERVAÇÕES:

Trincas Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Armadura Exposta A classificação é BOA nota 5

Concreto Desagregado A classificação do concreto é BOA nota 4

Fissuras Finas Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Aspecto Geral da Estrutura Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Cobrimento A classificação é BOA nota 5

Recalque Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 3

Proteção dos Taludes Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 3

Ao se comparar a mesma vistoria e a classificando segundo o

método da norma DNIT 010-PRO e o método SOUZA & SANTOS pode-se

verificar algumas diferenças tanto na nota de classificação quanto nas ações

corretivas que devem ser tomadas.

Page 107: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

107

Tabela 5.2 - Comparação dos resultados da vistoria da Ponte das Garças

CLASSIFICAÇÕES E AÇÕES CORRETIVAS DA PONTE DAS GARÇAS SEGUNDO OS MÉTODOS DNIT E SOUZA & SANTOS

Souza & Santos DNIT 2004/PRO

Itens Classificação Ação corretiva Itens Classificação Ação corretiva

Lajes 3 A LAJE necessita de manutenção em curto prazo.

Laje 3

A recuperação da obra pode ser postergada, devendo, porém neste caso, colocar-se o problema em observação sistemática

Mesoestrutura 3

A Estrutura necessita de manutenção em curto prazo.

Mesoestrutura 4 Nada a fazer, apenas serviços de manutenção

Infraestrutura 3 Necessita-se de manutenção em curto prazo.

Infraestrutura 5 Nada a fazer

Via de acesso 3 Necessita-se de manutenção em curto prazo.

Pista/Acesso 3

A recuperação da obra pode ser postergada, devendo, porém neste caso, colocar-se o problema em observação sistemática

Vigamento 5

O Vigamento se encontra em estado de nova apenas monitoramento.

Vigamento 2

A recuperação (geralmente com reforço estrutural) da obra deve ser feita em curto prazo

Tabuleiro 2 Necessário intervenção imediatamente

- -

Encontro 3 Necessita-se de manutenção em curto prazo

- -

Observa-se que além das diferenças entre as classificações e ações

corretivas pode-se observar que o método SOUZA & SANTOS abrange dois

itens que não estão inclusos na norma do DNIT.

Page 108: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

108 Comparando os resultados das vistorias expeditas da Ponte JK e do

Viaduto da Galeria dos Estados, segundo os métodos em questão poderemos

notar discrepâncias dos resultados entre aos dois métodos e que podem ser

analisadas pelo leitor nas tabelas abaixo.

5.1.2 Resultado do Relatório da Vistoria da Ponte JK

Tabela 5.3 - Relatório de vistoria expedita na Ponte JK

RELATÓRIO DE VISTORIA EXPEDITA

1. DADOS DO VISTORIADOR

Nome:

Orgão:

1. LAJES

1.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS LAJES

A LAJE se encontra em estado de nova apenas monitoramento nota 5

1.2 OBSERVAÇÕES:

Buracos A classificação é BOA nota 5

Armadura Exposta A classificação é BOA nota 5

Concreto Desagregado A classificação do concreto é BOA nota 5

Fissuras A classificação é BOA nota 4

Aspecto Geral da Estrutura A classificação é BOA nota 5

Cobrimento A classificação é BOA nota 5

Impermeabilização A classificação é BOA nota 5

Marcas de Infiltração A classificação é BOA nota 5

2. VIGAMENTO

2.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS VIGAMENTOS

Page 109: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

109

O Vigamento necesita de manutenção a médio prazo nota 4

2.2 OBSERVAÇÕES:

Trincas A classificação é BOA nota 5

Armadura Exposta Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Concreto Desagregado Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Fissuras Finas Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Aspecto Geral da Estrutura Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Cobrimento A classificação é BOA nota 5

Deformação (flexa) A classificação é BOA nota 5

Dente Gerber A classificação é BOA nota 5

3. TABULEIRO

3.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DO TABULEIRO

O Tabuleiro necesita de manutenção a médio prazo nota 4

3.2 OBSERVAÇÕES:

Irregularidades no pavimento Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Via de rolagem Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Drenagem/Pingadeiras A classificação do concreto é BOA nota 5

Juntas de dilatação Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Aspecto Geral da Estrutura Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Sinalização A classificação é BOA nota 5

Iluminação A classificação é BOA nota 6

Vibração A classificação é BOA nota 6

4. MESOESTRUTURA

Page 110: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

110

4.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DA MESOESTRUTURA

A Estrutura necesita de manutenção a curto prazo nota 3

4.2 OBSERVAÇÕES:

Aparelhos de apoio Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Armadura Exposta Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Concreto Desagregado A classificação do concreto é BOA nota 5

Fissuras Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Aspecto Geral da Estrutura Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Cobrimento A classificação é BOA nota 5

Impermeabilização Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 1

Desaprumo Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 1

5. INFRAESTRUTURA

5.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DA INFRAESTRUTURA

Encontra-se em estado de nova apenas monitoramento nota 5

5.2 OBSERVAÇÕES:

Recalque de fundações A classificação é BOA nota 5

Recalque Diferencial A classificação é BOA nota 5

Deslocamento de fundação A classificação do concreto é BOA nota 5

Fissuras A classificação é BOA nota 5

Erosão no terreno de fundação Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Estacas desenterradas A classificação é BOA nota 5

Impermeabilização A classificação é BOA nota 5

6. VIA DE ACESSO

6.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DA VIA DE ACESSO

Page 111: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

111

Necessita-se de manutenção a curto prazo nota 3

6.2 OBSERVAÇÕES:

Irregularidades no pavimento Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Recalque Acessos x Pontes Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Laje de transição A classificação do concreto é BOA nota 4

Juntas de dilatação Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Aspecto Geral da Estrutura Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Acidentes com veículos Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Drenagem/Bocas de lobo Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 3

Juntas de dilatação Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 3

7. ENCONTRO

7.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS ENCONTROS

Necessita-se de manutenção a curto prazo nota 3

7.2 OBSERVAÇÕES:

Trincas Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Armadura Exposta Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Concreto Desagregado A classificação do concreto é BOA nota 4

Fissuras Finas Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Aspecto Geral da Estrutura Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Cobrimento A classificação é BOA nota 5

Recalque Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 3

Proteção dos Taludes Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 3

Page 112: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

112 Comparando-se os resultados da vistoria expedita da ponte JK

através do método definido pelo DNIT e o método SOUZA & SANTOS

podemos visualizar as diferenças existentes as dois métodos e as ações

corretivas estabelecidas pelos seus respectivos métodos.

Tabela 5.4 - Comparação dos resultados da vistoria da Ponte JK

CLASSIFICAÇÕES E AÇÕES CORRETIVAS DA PONTE JK SEGUNDO OS MÉTODOS DNIT e SOUZA & SANTOS

Souza & Santos DNIT 2004/PRO

Itens Classificaçã

o Ação corretiva

Itens Classificação Ação corretiva

Lajes 5

A LAJE necessita de manutenção em curto prazo

Laje Sem acesso -

Mesoestrutura 3

A Estrutura

necessita de

manutenção

em curto prazo

Mesoestrutura 4 Nada a fazer, apenas serviços de manutenção

Infraestrutura 5

Encontra-se

em estado de

nova apenas

monitorament

o

Infraestrutura 3

A recuperação da obra pode ser postergada, devendo, porém neste caso, colocar-se o problema em observação sistemática

Via de acesso 3 Necessita-se de manutenção em curto prazo

Pista/Acesso 4

Nada a fazer, apenas serviços de manutenção sistemática

Vigamento 4

O Vigamento

necessita de

manutenção

em médio

prazo

Vigamento Sem acesso -

Tabuleiro 4 O Tabuleiro

necessita de Não abrange - -

Page 113: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

113

manutenção

em médio

prazo.

Encontro 3 Necessita-se de manutenção em curto prazo

Não abrange - -

Mesmo sendo a vistoria expedita na ponte JK prejudicada pela

impossibilidade de acesso ao interior do caixão metálico da estrutura, através

dos resultados obtidos e descritos na tabela, podem-se notar novamente as

diferenças nos resultados da classificação quanto ao estado da estrutura,

quanto à ação corretiva a ser tomada.

Do mesmo modo tem-se o relatório de vistoria expedita realizada no

viaduto sobre a Galeria dos Estados com a utilização do software pelo método

SOUZA & SANTOS.

5.1.3 Resultado do Relatório da Vistoria do Viaduto Galeria dos Estados

Tabela 5.5 - Relatório de vistoria no viaduto galeria dos Estados

RELATÓRIO DE VISTORIA EXPEDITA VIADUTO GALERIA DOS ESTADOS

1. DADOS DO VISTORIADOR

Nome:

Órgão:

1. LAJES

1.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS LAJES

A LAJE se encontra em estado precário convém interdição nota 1

1.2 OBSERVAÇÕES:

Buracos Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Armadura Exposta Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Concreto Desagregado Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Fissuras Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Aspecto Geral da Estrutura Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Cobrimento Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Impermeabilização Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 1

Marcas de Infiltração Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 1

Page 114: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

114 2. VIGAMENTO

2.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS VIGAMENTOS

O Vigamento se encontra em estado precário convém interdição nota 1

2.2 OBSERVAÇÕES:

Trincas Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Armadura Exposta Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Concreto Desagregado Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Fissuras Finas Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Aspecto Geral da Estrutura Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Cobrimento Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Deformação (flexa) Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 2

Dente Gerber Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 2

3. TABULEIRO

3.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DO TABULEIRO

O Tabuleiro necessita de manutenção em médio prazo nota 4

3.2 OBSERVAÇÕES:

Irregularidades no pavimento Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Via de rolagem A classificação é BOA nota 5

Drenagem/Pingadeiras Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Juntas de dilatação Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Aspecto Geral da Estrutura Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Sinalização A classificação é BOA nota 5

Iluminação A classificação é BOA nota 6

Vibração A classificação é BOA nota 6

4. MESOESTRUTURA

4.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DA MESOESTRUTURA

A Estrutura necessita de manutenção em curto prazo nota 3

4.2 OBSERVAÇÕES:

Aparelhos de apoio A classificação é BOA nota 5

Armadura Exposta Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Concreto Desagregado Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Fissuras Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Aspecto Geral da Estrutura Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Cobrimento Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Impermeabilização Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 3

Desaprumo Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 3

5. INFRAESTRUTURA

5.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DA INFRAESTRUTURA

Encontra-se em estado de nova apenas monitoramento nota 5

Page 115: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

115 5.2 OBSERVAÇÕES:

Recalque de fundações A classificação é BOA nota 5

Recalque Diferencial A classificação é BOA nota 5

Deslocamento de fundação A classificação do concreto é BOA nota 5

Fissuras A classificação é BOA nota 5

Erosão no terreno de fundação A classificação é BOA nota 5

Estacas desenterradas A classificação é BOA nota 5

Impermeabilização A classificação é BOA nota 5

6. VIA DE ACESSO

6.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DA VIA DE ACESSO

Necessita-se de manutenção em curto prazo nota 3

6.2 OBSERVAÇÕES:

Irregularidades no pavimento A classificação é BOA nota 5

Recalque Acessos x Pontes Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Laje de transição Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

Juntas de dilatação Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Aspecto Geral da Estrutura A classificação é BOA nota 5

Acidentes com veículos Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Drenagem/Bocas de lobo Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 1

Juntas de dilatação Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 1

7. ENCONTRO

7.1 CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS ENCONTROS

Necessário intervenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 2

7.2 OBSERVAÇÕES:

Trincas Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Armadura Exposta Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Concreto Desagregado Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Fissuras Finas Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Aspecto Geral da Estrutura Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 1

Cobrimento Deve passar por manutenção imediatamente CLASSIFICAÇÃO 3

Recalque Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 3

Proteção dos Taludes Deve-se acionar a manutenção CLASSIFICAÇÃO 3

Assim pode-se realizar a comparação dos resultados dos métodos

em estudo da vistoria realizada no viaduto Galeria dos Estados.

Page 116: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

116

Tabela 5.6 - Comparação dos resultados da vistoria do Viaduto galeria dos Estados

CLASSIFICAÇÕES E AÇÕES CORRETIVAS DO VIADUTO SOBRE A GALERIA DOS ESTADOS SEGUNDO OS MÉTODOS DNIT e SOUZA & SANTOS

Souza & Santos DNIT 2004/PRO

Itens Classificação Ação corretiva Itens Classificação Ação corretiva

Lajes 1

A LAJE se encontra em estado precário convém interdição

Laje 2

A recuperação (geralmente com reforço estrutural) da obra deve ser feita em curto prazo

Mesoestrutura 3

A Estrutura necessita de manutenção em curto prazo

Mesoestrutura 4 Nada a fazer, apenas serviços de manutenção

Infraestrutura 5

Encontra-se em estado de nova apenas monitoramento

Infraestrutura - Nada a fazer

Via de acesso 3 Necessita de manutenção em curto prazo

Pista/Acesso 4 Nada a fazer, apenas serviços de manutenção

Vigamento 1

O Vigamento se encontra em estado precário convém interdição

Vigamento 1

A recuperação (geralmente com reforço estrutural) ou em alguns casos substituição da obra - deve ser feita sem tardar

Tabuleiro 4

O Tabuleiro necessita de manutenção em médio prazo

Não abrange -

Encontro 2 Necessária intervenção imediatamente

Não abrange -

Page 117: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

117 6 CONCLUSÃO

A inspeção de pontes e viadutos exige grande experiência e senso

crítico do inspetor, a própria norma DNIT 010-PRO determina no item 4.1.1

que, para uma inspeção rotineira em uma única obra de tamanho igual o

inferior a 200 metros o inspetor seja um Engenheiro Civil e tenha no mínimo

cinco anos de experiência com projetos de pontes ou viadutos e que este já

tenha no mesmo período atuado como auxiliar em inspeções de OAE’s.

Conclui-se que a exigência estipulada no item 4.1.1 da norma DNIT

010-PRO é uma exigência justa, pois uma OAE é uma obra complexa e para a

emissão de um laudo técnico eficiente necessita-se de grande experiência,

porém se levada ao pé da letra como vem sendo levada atualmente, em um

período breve o Brasil terá um patrimônio de mais de 13 bilhões de reais

transformados em resíduos sólidos isso só na esfera Federal além das OAE’s

inseridas nas esferas municipais e estaduais.

A inspeção rotineira com o uso do método Souza & Santos não

exclui a necessidade do engenheiro especialista em projetos e inspeção de

pontes, apenas possibilita que não seja essencial a sua presença in loco, pois

possibilita com que o especialista possa emitir o laudo técnico através do

relatório emitido pela inspeção realizada por um engenheiro civil do setor de

obras da localidade, assim sendo abre-se um leque de oportunidades a

engenheiros atuarem na área de inspeção em OAE, permite que todas as

pontes, independentemente de sua localização possam ser inspecionadas

rotineiramente, como determina a norma e principalmente permitira a execução

total de um plano de manutenção, permitindo assim um período de vida útil da

estrutura até mesmo maior do que a vida útil de projeto.

Conclui-se que o Objetivo ainda não foi alcançado, pois o método

ainda não foi aplicado, mas demonstra que existe solução para a implantação

de um plano de manutenção nas OAE’s estejam elas onde estiver.

Page 118: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

118 7 REFERENCIAS

ANDRADE, T., SILVA, A. J. C. Patologia das Estruturas – Concreto, Ensino,

Pesquisa e Realizações - Ibracon. Geraldo C. Isaia, São Paulo, SP, 2005

ARAUJO, Eduardo c, Engenheiro foi por 5 anos o único especialista em pontes

a trabalhar no Dnit – Folha de São Pulo, São Paulo, SP, 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9452. Vistorias

de pontes e viadutos de concreto — Procedimento, Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NB-1. Cálculo e

Execução de Obras de Concreto Armado, 1940.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NB-2. Cálculo e

Execução de Pontes de Concreto Armado, 1942.

DEPARTAMENTO NACIONAL DEESTRADASDE RODAGEM – DNER. Manual

de inspeção de obras-de-arte especiais. 1994.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES -

DNIT. Manual de conservação rodoviária. 2 ed – Rio de janeiro, 2005.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES –

DNIT. Manual de inspeção de pontes rodoviárias. 2. ed. Rio de Janeiro, 2004.

253p.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES -

Manual de recuperação de pontes e viadutos rodoviários. - Rio de Janeiro,

161p. (IPR. Publ, 744).

DNIT SGO – Sistema de Gerenciamento de OAE - BRIDGES BRAZIL 2011.

Disponível em <www.ipr.dnit.gov.br/TCU-visita-IPR/Bridges-Brazil-2011-IPR-

VAp. pps> acessado em 24/06/2013.

Druzian, V. Diana. Avaliação De Pontes No Município De Florianópolis-Sc Por

Meio De Inspeção Visual. Santa Catarina, 2011

DNIT 010/2004–PRO – Inspeções em pontes e viadutos de concreto armado e

protendido – Procedimento, de 20.01.2004.

FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION OFFICE OF INFRASTRUCTURE

(Org.). Bridge Preservation Guide: Maintaining State of Good Repair Using Cost

Effective Investment Strategies.2011. 29p. Disponível em:

<http://transportation.ky.gov/Maintenance/Documents/AASHTO%20Presentatio

ns/Bridges%20Technical%20Working%20Group/Bridge%20Preservation%20G

uide-5-12-2011.pdf>. Acesso em: 07/09/2011.

Page 119: TCC Nova metodologia para vistorias expeditas em pontes e viadutos

119 HELENE, Paulo. Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas de

concreto. São Paulo, PINI, 1992.

HELENE, Paulo. Envelhecimento e Inspeção de Viadutos e Pontes In: III

Seminário Internacional de Durabilidade de Materiais, Componentes e

Estruturas, 1997, São Paulo. III Seminário Internacional de Durabilidade de

Materiais, Componentes e Estruturas. , 1997.

Herbermann, Charles, ed. Catholic Encyclopedia. Robert Appleton Company,

1913

http://www.ferias.tur.br/informacoes/1786/lago-sul-

df.html#ixzz2fAzKpLP9acessado dia 09 /09/2013 às 23h50minmin.

http://www2.transportes.gov.br/bit/02rodo/9pontesviadutos/pontes/DF/ponte%2

0jk/GpJK.HTM acesso dia 09/11/2013 às 20h47min.

http://oglobo.globo.com/pais/ponte-jk-em-brasilia-interditada-apos-problemas-

de-desnivel-no-piso-2834686 acesso dia 10/09/2013 às 00h29min.

http://noticias.r7.com/distrito-federal/fotos/r7-df-conhece-a-estrutura-da-ponte-

jk-por-dentro-saiba-como-e-19102013#!/ acesso dia 10/11/2013 às 16h51min

WIKIMEDIAFOUNDATION:http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:

bsb_ponte_jk_ene_2006_187. JPG acessada em 19/11/2013 às 20h50minmin.

LEONHARDT, F. Construção de concreto: vol. 6: princípios básicos da

construção de pontes de concreto. Tradução João Luís Escosteguy Merino. Rio

de Janeiro: Interciência, 1979, 241 p.

PFEIL, Walter, Concreto armado. Rio de Janeiro: LTC, 1989.

PFEIL, Walter, Pontes: Curso Básico: Projeto, Construção e Manutenção. Rio

de Janeiro: Campus, 1983. 627 p.

PFEIL, Walter. Pontes em Concreto Armado. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1983.

2 v.

SANCHEZ, Jesus Flores. Conservacion de Puentes Carreteros. 2000. 1 v.

Tese (Mestrado) - México, México, 2000. Disponível em:

<http://www.construaprende.com/tesis02/>. Acesso em: 07/09/2013.

VITÓRIO, A. Ramos Jr. – Pontes Rodoviárias –Fundamentos, Conservação e

Gestão– CREA-PE –2002

VITÓRIO, A., Ramos Jr. – Inspeção e Diagnóstico Para Recuperação de

Pontes Rodoviárias– DER-PE, 1992.