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1 RESUMO Este estudo teve como objetivo identificar a produção científica da enfermagem na área de nefrologia em artigos nacionais publicados entre 2000 e 2010. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, realizada na base de dados Scielo e Bdenf, a partir dos descritores diálise renal, insuficiência renal. A amostra de foi constituída por 48 trabalhos que atenderam aos critérios de inclusão. As produções concentraram-se nos anos de 2008 e 2009, tiveram a abordagem qualitativa como metodologia empregada na maioria dos estudos, e os focos das investigações em sua maioria voltaram-se para questões relacionadas ao cotidiano do paciente portador de doença renal crônica em tratamento dialítico, destacando que a maioria destes direcionam a população adulta em diálise, embora tenham sido verificadas investigações relacionadas aos idosos, crianças e adolescentes. Descritores: Diálise Renal, Insuficiência Renal.

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RESUMO

Este estudo teve como objetivo identificar a produção científica da enfermagem na área de

nefrologia em artigos nacionais publicados entre 2000 e 2010. Trata-se de uma pesquisa

bibliográfica, realizada na base de dados Scielo e Bdenf, a partir dos descritores diálise renal,

insuficiência renal. A amostra de foi constituída por 48 trabalhos que atenderam aos critérios de

inclusão. As produções concentraram-se nos anos de 2008 e 2009, tiveram a abordagem qualitativa

como metodologia empregada na maioria dos estudos, e os focos das investigações em sua maioria

voltaram-se para questões relacionadas ao cotidiano do paciente portador de doença renal crônica

em tratamento dialítico, destacando que a maioria destes direcionam a população adulta em diálise,

embora tenham sido verificadas investigações relacionadas aos idosos, crianças e adolescentes.

Descritores: Diálise Renal, Insuficiência Renal.

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1. INTRODUÇÃO

A insuficiência renal crônica caracteriza-se pela destruição progressiva de néfrons

individuais por períodos prolongados. O resultado das lesões renais irreversíveis e progressivas da

perda contínua de néfrons torna o rim incapaz de realizar as suas funções. Em cada 5.000

pessoas, uma adoece dos rins, tornando-se portadora de insuficiência renal. O ritmo de progressão

depende da doença original e de causas agravantes, como hipertensão, infecção urinária, nefrite,

gota e diabete. Muitas vezes a destruição renal progride pelo desconhecimento e descuido dos

portadores das doenças renais. (STEVENS, LOWE, 2002)

A insuficiência renal crônica é a perda brusca ou gradativa, de forma irreversível, da função

renal, e seus portadores são submetidos a tratamentos  de substituição desta função (diálise ou

transplante renal) para que haja a manutenção da vida (RIELLA,2003). A escolha da melhor

modalidade de tratamento deve contemplar a análise das condições clínicas, psicológicas e

financeiras do paciente (THOMÉ, MANFRO, 1999).

Um dos objetivos mais importantes do tratamento da Doença Renal Crônica (DRC) é

retardar a progressão da enfermidade, por meio do tratamento específico das doenças de base que

constituem o seu diagnóstico etiológico (ROMÃO JÚNIOR, 2004). No Brasil o diabetes melito e a

hipertensão arterial sistêmica são doenças de base freqüentes entre os pacientes com DRC (Romão

Júnior, 2004).

Segundo estimativas da SBN (2008), pelo menos 10 milhões de brasileiros apresentam

algum grau de alteração renal e 52 milhões correm risco de desenvolver a doença por serem idosos,

obesos, diabéticos ou hipertensos. O aumento de doentes renais crônicos em um pequeno intervalo

de tempo observado pelo estudo é evidenciado nas estatísticas realizadas. A qual demonstrou que

nos últimos oito anos a parcela da população duplicou, pois no ano de 2000 havia 42.695 pacientes

em tratamento dialítico e no ano de 2008, chegou-se a 87.044 pacientes.

Outra questão levantada foi à forma de custeio do tratamento da doença renal, financiada

pelo Sistema Único de Saúde (87,2%), ao passo que outros convênios de saúde privados contribuem

apenas com 12,7% do pagamento da terapia renal substitutiva.

A doença renal crônica tem elevada morbidade e mortalidade e cresce em proporções

endêmicas a cada ano no Brasil e no mundo (SESSO, 2006), com proeminente comprometimento

da qualidade de vida, razão pela qual se torna alvo de interesse da Enfermagem a investigação de

novas formas de cuidado que possam melhorar a assistência prestada a esses pacientes.

(CAMINHA, SILVA E LEÃO, 2009).

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No intuito de conhecer as pesquisas realizadas pela enfermagem em nefrologia e, assim,

fundamentar a importância da construção do conhecimento nesta área e suscitar reflexões nos

profissionais acerca da necessidade de conhecer o seu papel neste processo questiona-se:

Qual é o conhecimento científico já produzido por enfermeiros na área de nefrologia

em produções nacionais?

Frente ao exposto, este estudo teve como objetivo identificar a produção científica da

enfermagem na área da nefrologia voltada a insuficiência renal publicada em artigos nacionais.

Espera-se, com este trabalho, contribuir com as investigações que vêm sendo realizadas

acerca da temática e apontar as necessidades de pesquisa que merecem ser exploradas.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Insuficiência Renal Aguda e Crônica

A Insuficiência Renal Aguda (IRA) é a supressão abrupta da função renal em conseqüência

de alterações renais agudas, caracterizada pela oligúria (volume urinário menor que 20ml/h) ou

anúria (ausência de urina). Há três tipos de IRA dependendo do local onde se dão as alterações

agudas: antes do rim, no rim e depois do rim: pré-renal, renal ou pós-renal (GONÇALVES, 2008;

DRAIBE e AJZEN, 2005).

A Insuficiência renal crônica (IRC) é o nome dado a uma perturbação persistente da função

renal, onde os rins não são mais capazes de exercer as suas funções (RIELLA, 2003). Trata-se de

uma doença crônica cujo tratamento é longo e para a qual ainda não se descobriu à cura. Essa

patologia se caracteriza pela perda progressiva da função renal que acarreta o acúmulo de produtos

da degradação metabólica no sangue (azotemia), evolui gradativamente e irreversivelmente.

Geralmente, o inicio é insidioso; os sintomas são tardios e, quando diagnosticada, o doente

já apresenta perda substancial de massa renal, processo que, no máximo, pode ser estagnado, mas

não revertido (FORTES 2000; SCHLOTAG, 2000). Por ser lenta e progressiva esta perda resulta

em processos adaptativos que, até certo ponto, mantêm o paciente sem sintomas da doença. Se não

for adequadamente controlada e tratada, é uma doença que pode levar a morte, por isso exige um

tratamento rigoroso (FORTES, 2000).

2.2 Etiologia

A insuficiência renal crônica é causada por várias doenças, que, à medida que progridem,

passam a apresentar sintomatologia comum que reflete as alterações da estrutura e função renal

(RIELLA, 2003).

Embora existam alguns fatores étnicos raciais que afetam a prevalência de algumas doenças

que levam ao colapso renal como a virulência e a hipertensão em homens negros e a incidência de

diabetes entre judeus, em geral, a prevalência do colapso renal no mundo e no Brasil persiste nos

mesmos índices (ROMÃO,2003).

As principais causas da insuficiência renal crônica em crianças são: obstrução do trato

urinário causado por malformações pielonefrites, doenças policísticas dos rins, doenças vasculares

graves e a glomerulonefrite crônica, sendo esta a mais comum e cuja causa é desconhecida

(RIELLA, 2003).

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2.3 Epidemiologia

A doença renal crônica constitui hoje em um importante problema médico e de saúde

pública. No Brasil, a prevalência de pacientes mantidos em programa crônico de diálise mais que

dobrou nos últimos oito anos. De 24.000 pacientes mantidos em programa dialítico em 1994,

alcançamos 58.000 pacientes em 2004. A incidência de novos pacientes cresce cerca de 8% ao ano,

tendo sido 18.000 pacientes em 2001. O gasto com o programa de diálise e transplante renal no

Brasil situa-se ao redor de 1,4 bilhões de reais ao ano (ROMÃO, 2003).

Estimativas mundiais mostram uma incidência de falência progressiva da função renal em

cerca de 2,5 a 4 crianças até a idade de 16 anos, por ano, para cada milhão de habitante. No que se

refere ao Brasil, observa-se que há uma incidência anual de cerca de 160 a 256 crianças urêmicas

novas por ano (ROMÃO, 2003).

Por outro lado, demonstra-se que 30 a 80 pessoas por 1.000.000 de habitantes da população

geral necessitam de diálise ou transplante para a manutenção da vida, a cada ano. Contribuem para

esse total cerca de 10 de crianças abaixo de 16 anos. Esses dados levam a inferência de que cerca de

4.200 a 11.200 crianças, a cada ano, necessitarão do programa de diálise e transplante renal. Raros

são aqueles que conseguem ter pelo menos uma parte do funcionamento dos rins recuperada, o

bastante para deixarem de necessitar de diálise e poucos têm a sorte de receber um transplante renal.

A cada ano somente 2.700 brasileiros são submetidos a um transplante renal no Brasil (LIMA,

MENDONÇA & DINIZ, 1994).

2.4 Complicações Provenientes da doença

Os rins, devido a sua importância, são compreendidos como órgãos vitais. O

comprometimento das suas funções gera severas conseqüências para o organismo. Isso se deve ao

fato dos rins possuírem funções chaves para o bom funcionamento do organismo e manutenção do

crescimento, tais como: a filtração sanguínea e a conseqüente eliminação de toxinas através da

urina; a regulação da pressão sanguínea; a produção de hormônios que favorecem a formação do

sangue e a produção dos glóbulos vermelhos e o auxilio no crescimento e na manutenção de ossos

fortes no período de crescimento do indivíduo.

Quando os rins estão com as suas funções comprometidas, o organismo passa a sofrer com

uma série de complicações, tais como: o comprometimento da formação de ossos sadios (os rins são

responsáveis por regularizar a concentração de cálcio e fósforo no sangue), com a regulação

comprometida, os rins tendem a aumentar a concentração de cálcio no organismo e passa a

desenvolver o quadro de hipercalcemia.

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Também ocorre o aumento da probabilidade do indivíduo desenvolver um quadro de anemia

profunda devido a não liberação de um hormônio que é secretado nos rins denominado de

eritropoetina, responsável pela maturação dos glóbulos vermelhos do sangue e da medula óssea

(RIELLA, 2003). Outro complicador refere-se à pressão alta sangüínea (hipertensão). Os rins são

responsáveis por controlar a concentração de sódio e a quantidade de líquido no corpo.

Além disso, quando os rins falham, eles deixam de secretar uma substância que se chama

renina (substância que estimula a produção de um hormônio que eleva a pressão sanguínea) e

passam a produzi-la em excesso, o que resulta na hipertensão (FORTES, 2000).

Apesar desses complicadores, quando se cita problemas renais, normalmente, associa-se ao

descontrole do balanço químico e líquido do corpo. Isso se deve ao fato de que quando os rins não

funcionam apropriadamente, as toxinas passam a se acumular no sangue. Isto resulta em uma

condição muito séria conhecida como uremia. A uremia, por sua vez, ocasiona problemas no trato

digestivo que geram como conseqüência: perda do apetite, náusea, vômito, inflamação do

revestimento da boca (estomatite) e um odor desagradável na boca. Estes sintomas podem acarretar

desnutrição e perda de peso (RIELLA, 2003).

2.5 Diagnóstico

Há toxinas que se acumulam no sangue e que podem ser usadas para avaliar a gravidade do

problema. As principais substâncias usadas para este propósito se chamam uréia e creatinina. A

enfermidade dos rins se associa freqüentemente com níveis elevados de uréia e de creatinina. Para

avaliar os níveis dessas substancias no organismo, analisa-se a filtração glomerular (FG). A

premissa básica envolvida nesse critério de análise refere-se ao fato de que uma substância tem sua

concentração estável no plasma, a sua concentração filtrada deve ser igual a sua quantidade

excretada na urina, contudo, quando a concentração no plasma está elevada, a mesma indica que

pouco está sendo filtrado para a urina. Desse modo, pode-se inferir que todos os pacientes

diagnosticados com insuficiência renal crônica possuem uma alta taxa de creatinina e uréia no

sangue (LIMA, MENDONÇA & DINIZ, 1994). Esses autores afirmam ainda que a estimativa da

filtração glomerular (FG) representa uma ótima maneira de mensurar a função renal, e uma FG

elevada é considerada um bom índice da função renal, e deve ser usada no estadiamento da doença

renal crônica (DRC). Uma queda na FG precede o aparecimento de sintomas de falência renal em

todas as formas de doença renal progressiva.

Portanto, ao se monitorizar mudanças na FG estima-se o ritmo de perda da função renal. A

aplicação clínica da FG permite ainda predizer riscos de complicações da DRC e também

proporcionar o ajuste adequado de doses de drogas nestes pacientes prevenindo a toxicidade. O

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diagnóstico dessa enfermidade é realizado através de exames de sangue e urina. Diagnosticada a

doença, o bom prognóstico e a adesão ao tratamento podem ser mensurados pelo controle alimentar

e hídrico, onde deve ser evitada a anemia, o aumento da acidez do sangue (acidose – medida através

de um exame denominado gasometria), diminuição da concentração de cálcio, aumento da

concentração de fosfato, aumento da concentração de paratormônio, diminuição da concentração de

vitaminas e concentração de potássio normal ou discretamente aumentada (BERKOW & BEERS,

2004).

2.6 Estágios da Doença Renal Crônica

Nos pacientes, com Doença Renal Crônica, o estágio da doença deve ser determinado com

base no nível de função renal, independente da doença de base. Para efeitos clínicos,

epidemiológicos, didáticos e conceituais, a DRC é dividida em seis estágios funcionais, de acordo

com o grau de função renal do paciente. Segundo BERKOW E BEERS (2004), estes estágios são:

a) Fase de função renal normal sem lesão renal – importante do ponto de vista

epidemiológico, pois inclui pessoas integrantes dos chamados grupos de risco para o

desenvolvimento da Doença Renal Crônica (hipertensos, diabéticos, parentes de hipertensos,

diabéticos e portadores de DRC, etc), que ainda não desenvolveram lesão renal.

28 b) Fase de lesão com função renal normal - corresponde às fases iniciais de lesão renal com

filtração glomerular preservada, ou seja, o ritmo de filtração glomerular está acima de 90

ml/min/1,73m2.

c) Fase de insuficiência renal funcional ou leve - ocorre no início da perda de função dos

rins. Nesta fase, os níveis de uréia e creatinina plasmáticos ainda são normais, não há sinais ou

sintomas clínicos importantes de insuficiência renal e somente métodos acurados de avaliação da

função do rim (métodos de depuração, por exemplo) irão detectar estas anormalidades. Os rins

conseguem manter razoável controle do meio interno. Compreende a um ritmo de filtração

glomerular entre 60 e 89 ml/min/1,73m2.

d) Fase de Insuficiência Renal laboratorial ou moderada - nesta fase, embora os sinais e

sintomas da uremia possam estar presentes de maneira discreta, o paciente mantém-se clinicamente

bem. Na maioria das vezes, apresenta somente sinais e sintomas ligados à causa básica (lupus,

hipertensão arterial, diabetes mellitus, infecções urinárias, etc.). Avaliação laboratorial já mostra

níveis elevados de uréia e de creatinina plasmáticos. Corresponde a uma faixa de ritmo de filtração

glomerular compreendido entre 30 e 59 ml/min/1,73m2.

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e) Fase de Insuficiência Renal clínica ou severa - O paciente já se ressente de disfunção

renal. Apresenta sinais e sintomas marcados de uremia. Dentre estes a anemia, a hipertensão

arterial, o edema, a fraqueza, o mal-estar e os sintomas digestivos são os mais precoces e comuns.

Corresponde à faixa de ritmo de filtração glomerular entre 15 a 29 ml/min/1,73m2.

f) Fase terminal de Insuficiência Renal Crônica - como o próprio nome indica, corresponde

à faixa de função renal na qual os rins perderam o controle do meio interno, tornando-se este

bastante alterado para ser incompatível com a vida. Nesta fase, o paciente encontra-se intensamente

sintomático. Suas opções terapêuticas são os métodos de depuração artificial do sangue (diálise

peritoneal ou hemodiálise) ou o transplante renal. Compreende a um ritmo de filtração glomerular

inferior a 15 ml/min/1,73m2.

2.7 Prognóstico e Tratamento

A Insuficiência Renal Crônica tende a evoluir independentemente do tratamento, devido a

esse fato, as condições que causam insuficiência renal devem ser corrigidas o mais rapidamente

possível. Essas ações incluem a correção dos desequilíbrios de sódio, de água e ácido-básicos, a

remoção de substâncias tóxicas dos rins, o tratamento da insuficiência cardíaca, da hipertensão

arterial, das infecções, da concentração sangüínea elevada de potássio (hipercalemia) ou de cálcio

(hipercalcemia) e de qualquer obstrução do fluxo urinário (BATISTA & SANTOS, 2003).

Batista e Santos (2003) revelam que uma especial atenção à dieta ajuda no controle da

acidose e das concentrações elevadas de potássio e de fosfato no sangue. Uma dieta pobre em

proteínas (0,4 a 0,8 g por quilo de peso corpóreo ideal) pode retardar a velocidade da progressão da

Insuficiência Renal Crônica à insuficiência renal terminal, para a qual é necessária a instituição da

diálise ou a realização de um transplante renal. Durante a Insuficiência Renal, as alterações da sede

normalmente determinam o consumo de água. Ocasionalmente, para evitar que a concentração de

sódio no sangue torne-se muito baixa, o consumo de água deve ser limitado.

A ingestão de sal (sódio) normalmente é restrita, principalmente quando existe edema

(acúmulo de líquido nos tecidos) ou hipertensão arterial. Os alimentos ricos em potássio e fósforo

devem ser evitados, visando o controle dos índices de fosfato e da concentração elevada de potássio

no sangue (MARTINS, 1963).

Além da dieta, Riella (2003), revela que os médicos decidem iniciar a diálise quando a

insuficiência renal causa encefalopatia urêmica (disfunção cerebral), pericardite (inflamação do

pericárdio), acidose (acidez elevada do sangue) não responsiva a outros tratamentos, insuficiência

cardíaca ou uma concentração muito elevada de potássio no sangue (hipercalemia).

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Por diálise compreende-se um processo de remoção de produtos da degradação metabólica e

do excesso de água do organismo. Existem dois métodos de diálise: a hemodiálise e a diálise

peritoneal (RIELLA, 2003).

Na hemodiálise, o sangue é removido do corpo e bombeado até um aparelho que retira as

substâncias tóxicas do organismo e, em seguida, retorna o sangue purificado ao indivíduo (ROMÃO

2003).

Na diálise peritoneal, é realizada a infusão no interior da cavidade abdominal de um líquido

contendo uma mistura especial de glicose e sais que retira as substâncias tóxicas dos tecidos. Em

seguida, o líquido é retirado da cavidade abdominal e descartado (SORKIN &BLAKE, 2003).

A freqüência da diálise varia de acordo com o nível da função renal remanescente. No

entanto, a maioria dos indivíduos necessita de duas a três sessões de diálise por semana. Um

programa de diálise eficaz permite ao indivíduo levar uma vida razoavelmente normal, a manter

uma dieta razoável, uma contagem de eritrócitos aceitável, uma pressão arterial normal e não

desenvolver qualquer lesão nervosa (RIELLA, 2003).

Pelo exposto, observa-se que a evolução crônica da doença demanda procedimentos e

intervenções constantes que mobilizam o emocional não só do paciente como de toda a família. A

compreensão da doença e do tratamento tende a propiciar uma melhor adesão ao tratamento por

parte dos pacientes e dos seus familiares, contudo, fatores inerentes ao tratamento tendem a

dificultar a adesão ao tratamento da insuficiência renal crônica.

3. METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão de literatura acerca das produções nacionais da enfermagem na área

de nefrologia sob a forma de artigos. Optamos pela pesquisa bibliográfica, a qual propicia o exame

de um tema sob um novo enfoque ou abordagem, chegando a considerações inovadoras. Este tipo

de pesquisa abrange fontes secundárias, assim como, bibliografia já tornada pública em relação ao

tema do estudo como boletins, jornais, periódicos, livros, pesquisas, monografias, teses,

dissertações, entre outros. (LOPES e FRACOLLI, 2008)

A busca bibliográfica aconteceu nos meses de junho e julho de 2010, sendo a mesma

realizada por meio do sistema informatizado de busca, no acervo de periódicos da base de dados

SCIELO. Os critérios para seleção das publicações seguiram alguns parâmetros, tais como, o

período de publicação a partir do ano de 2000 por conta da atualidade da discussão sobre a temática,

serem produzidos por enfermeiros, que abordasse nos seus objetivos a “insuficiência renal”, e por

último que tivessem como descritores: diálise renal e insuficiência renal.

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Inicialmente foram encontrados 79 (setenta e nove) estudos, sendo selecionados (42)

quarenta e oito artigos que atenderam aos critérios de inclusão.

Após a investigação bibliográfica, e leitura de cada um dos resumos das publicações, as

mesmas passaram a ser registradas em ficha catalográfica (Anexo I), a qual continha os seguintes

dados: título do estudo, ano e tipo de estudo e por último, os objetivos de cada investigação. Quanto

ao processo de análise dos dados, este partiu das inúmeras leituras e releituras das buscas

bibliográficas encontradas, tendo como ponto chave à resposta aos objetivos do presente estudo.

4. ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste estudo foram analisados quarenta e oito artigos científicos que atenderam aos critérios

de inclusão estabelecidos previamente. Para operacionalizar a análise, inicialmente apresentamos a

distribuição dos artigos por ano, periódico e tipo de estudo. Posteriormente, apresentaremos os

dados relativos aos objetivos das investigações, os quais foram divididos em quatro categorias:

- Estudos que tratavam de revisão de literatura (7 estudos);

- Estudos clínicos (9 estudos);

- Estudos relacionados ao cotidiano do paciente em tratamento dialítico (31);

- Estudos voltados a saúde do trabalhador em diálise (1).

4.1 Distribuições das produções por ano, periódico e aspectos metodológicos

O gráfico a seguir apresenta a distribuição das publicações por ano.

32 1

42

3

18

15

0

5

10

15

20

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Gráfico 1: Número de artigos produzidos por enfermeiros na área de nefrologia entre os anos de 2000 a Julho/2010.

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Verifica-se no gráfico acima que houve maior concentração de publicações entre os anos de

2008 e 2009, com tendência de aumento, dado que nos anos posteriores o máximo de publicações

chegou a quatro no ano de 2005.

Este fator pode estar relacionado ao periódico que veiculou as pesquisas, destacando-se a

Revista Acta Paulista de Enfermagem, responsável por vinte e duas publicações, a qual buscou

divulgar as investigações em números especiais, voltados somente a área de nefrologia nos anos de

2008 e 2009. Salienta-se que as publicações contidas neste numero especial foram originadas do

Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia, apresentados de forma oral neste evento.

Os demais artigos da amostra constituída foram publicados na Revista Latino Americana de

Enfermagem (sete estudos); Revista Brasileira de Enfermagem (seis estudos); Revista Anna Nery

(cinco estudos); Revista da Escola de Enfermagem da USP (três estudos) e os demais de outras

revistas que abrangem publicações das diversas áreas da saúde (quatro estudos).

Em relação aos aspectos metodológicos, os estudos de abordagem qualitativa foram

escolhidos pela maior parte das produções em 45,8% (vinte e dois estudos), seguido dos estudos de

abordagem quantitativa em 37,5% (dezoito estudos). Ainda, estudos de revisão de literatura

representaram 12,5% das investigações (seis estudos) e outros 4,2% (dois estudos) traziam relatos

de experiência.

Para Minayo (1993) a abordagem quantitativa tem como campo de práticas e objetivos

trazer à luz dados, indicadores e tendências observáveis. Deve ser utilizada para abarcar, do ponto de

vista social, grandes aglomerados de dados, de conjuntos demográficos, por exemplo, classificando-

os e tornando-os inteligíveis através de variáveis. Já a abordagem qualitativa adequa-se a aprofundar

a complexidade de fenômenos, fatos e processos particulares e específicos de grupos mais ou menos

delimitados em extensão e capazes de serem abrangidos intensamente.

4.2 Principais objetivos das investigações realizadas por enfermeiros na área de nefrologia

Como referido anteriormente, os dados relativos aos objetivos das investigações foram

divididos em quatro categorias, sendo: estudos de revisão de literatura, estudos clínicos, os que

abordavam o cotidiano do paciente em tratamento dialítico e por último, estudos voltados à saúde

do trabalhador em diálise.

Os principais objetivos dos estudos de revisão foram discutir as infecções em pacientes

submetidos a procedimentos hemodialíticos (12). Um dos estudos trouxe uma revisão bibliográfica

sobre a incidência de infecções em pacientes adultos submetidos à hemodiálise no período de

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janeiro de 1990 a março de 2008, em que foram selecionados 33 artigos pela base eletrônica de

prática baseada em evidência - COCHRANE, PubMed/MEDLINE, Literatura Latino-Americana e

do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Banco de dados de Enfermagem (BDENF).

Como resultado da referida investigação, destaca-se que a maioria dos estudos encontrados

focou unicamente a incidência de infecções em pacientes submetidos à hemodiálise. Os demais

incluíram também a identificação de fatores de risco, o impacto da infecção na mortalidade,

complicações do acesso, criação de um sistema de vigilância, atualização de rede nacional já

existente e estratégias para prevenção de infecção. Os dados demonstram ainda que as maiores

taxas de infecção estão relacionadas com os catéteres temporários quando comparados aos

tunelizados ou fístulas e enxertos.

No que se refere as infecções em diálise, a literatura destaca que os pacientes com

comprometimento renal possuem alto risco para o desenvolvimento de infecção devido à baixa

imunidade, condição clínica severa e necessidade de acessos vasculares para a terapia de

substituição renal (TSR).

Nesta direção, considerando a gravidade da situação de risco a qual está exposta essa

população e que a prevenção destas infecções é quase em sua totalidade de responsabilidade dos

profissionais envolvidos na assistência, outro estudo buscou na literatura as medidas padronizadas

para prevenção de infecções relacionadas a cateter em pacientes em hemodiálise (28).

A evidência que se obteve com esta revisão foi que a vigilância é o componente essencial

em um programa de controle de infecções, bem como, ação fundamental para a melhoria da

qualidade da assistência. Por se tratar de uma população com alto risco de infecção, a emergência

de micro-organismos multirresistentes deve ser considerada e a ocorrência de algum caso deve

desencadear medidas adicionais de prevenção de transmissão, evitando assim, a ocorrência de um

surto entre esta população. Considerando que diversos profissionais da saúde estão envolvidos

desde a inserção do cateter, manutenção e retirada do mesmo, toda a equipe deve ser orientada

constantemente sobre a importância da qualidade da assistência na prevenção de infecções. (FRAM

et al, 2009).

Ainda as complicações mais freqüentes relacionadas à hemodiálise e as intervenções de

enfermagem a elas relacionadas também foram discutidas (15). Para Fermi (2003), as complicações

que ocorrem durante a sessão de hemodiálise podem ser eventuais, mas algumas são extremamente

graves e fatais. A equipe de enfermagem tem importância muito grande na observação contínua dos

pacientes durante a sessão, podendo ajudar a salvar muitas vidas e evitar muitas complicações ao

fazer o diagnóstico precoce de tais intercorrências.

No entendimento de Daugirdas (2003), a hemodiálise busca a reversão não somente dos

sintomas urêmicos, mas também a redução das complicações que são inerentes ao próprio

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procedimento e a diminuição do risco de mortalidade. Por este motivo os profissionais de

enfermagem devem estar sempre atualizados para promover um tratamento com segurança e

qualidade ao paciente renal crônico.

Outro estudo buscou identificar produções científicas de enfermagem sobre insuficiência

renal aguda provocada por contraste iodado após cateterismo cardíaco, (35) e outra investigação

voltou-se a prevenção desta ocorrência e o papel do enfermeiro nesta ação (40).

Para Lima, Pereira e Chianca (2006), os pacientes podem desenvolver IRA devido ao uso de

contraste iodado usado no cateterismo cardíaco, tendo a enfermagem papel fundamental e

insubstituível no período pré-procedimento, identificando os pacientes com risco potencial para

desenvolver IRA, no trans, administrando o contraste com o volume e a osmolaridade correta e no

pós, identificado sinais precoces que indiquem o declínio da função renal. Ou seja, o enfermeiro

atua na prevenção, detecção e tratamento da IRA.

Camerini e Cruz (2008) destacam a atuação do enfermeiro na prevenção da IRA provocada

por contraste é ampla e indispensável, e consideraram que a realização do estudo possa oferecer

suporte aos profissionais da área, por conter informações atualizadas, e por estimular um cuidado de

enfermagem baseado na prevenção de co-morbidades e de complicações, levando a uma prática de

enfermagem mais segura e de melhor qualidade.

Por último, uma investigação buscou sintetizar a contribuição das pesquisas realizadas sobre

os modos de enfrentamento das pessoas em tratamento hemodialítico (41), tendo como principais

objetivos o levantamento dos modos de enfrentamento associados aos estressores em hemodiálise, o

estabelecimento de relações entre os modos de enfrentamento e outras variáveis estudadas, como

depressão, ansiedade, qualidade de vida ou algum estressor em particular. Ao final do estudo,

concluiu-se que o grande interesse dos enfermeiros pelo processo de enfrentamento das pessoas em

tratamento hemodialítico, deve-se à participação deste profissional no processo, principalmente no

direcionamento e auxílio do paciente no enfretamento focado no problema.

Os estudos clínicos buscaram discutir a sobrevida da população em diálise (34, 47,48),

incidência da insuficiência renal aguda (36) e crônica (32,38) em tratamento dialitico, a questão

nutricional do paciente portador de DRC (20), avaliação da dose de diálise através das medidas do

KTV (33), e por último, discutir índices de infecção relacionada ao cateter de duplo lúmen (37).

Dentre os estudos que se voltaram a investigar a sobrevida em diálise, dois estudos

destacaram a sobrevida do paciente em insuficiência renal aguda (34,48). Neste sentido, deve-se

considerar que as manifestações da IRA são semelhantes às observadas na insuficiência renal

crônica. Contudo, deve ser enfatizado que, pela rapidez com que ocorrem, são freqüentemente essas

alterações que contribuem para a alta taxa de mortalidade por IRA.

Page 14: TCC Rafael Pronto

14

Como resultados, os estudos destacam os eventos associados à IRA com maior freqüência

são os de natureza cardiovascular e infecciosa, pulmonares e metabólicos havendo risco relativo de

morte nos pacientes submetidos à diálise (48). Ainda o grande número de pacientes com idade

elevada, complicações de origem infecciosa e cardiovascular como: a insuficiência / infecção

respiratória, hipertensão arterial sistêmica, septicemia, diabetes mellitus e Síndrome de

Imunodeficiência Adquirida são também diretamente proporcional ao elevado índice de mortalidade

entre eles (34). Por último, destaca que o conhecimento dos mecanismos de nefrotoxicidade e os

principais distúrbios clínicos e metabólicos resultantes da insuficiência renal podem alterar o índice

de mortalidade dos pacientes atendidos em hospitais, principalmente nas UTI's.

Já o estudo conduzido por Barbosa et al (2006) (47), buscou identificar a co-morbidade e

causas de mortalidade dos pacientes em início de diálise e analisar se as variáveis pessoais, a

comorbidade, os resultados laboratoriais, o número de dias de internação e número de sessões de

diálise eram fatores de risco para mortalidade. Como resultados foram evidenciados que a

hipertensão e a infecção constituíram as causas maisprevalentes de co-morbidade em pacientes em

início de diálise. A mortalidade de 21,5% entre os pacientes estudados foi considerada elevada,

sendo a infecção a causa mais freqüente de mortalidade (63,6%). Ainda, os pacientes com anemia

que não receberam transfusão sangüínea apresentaram um risco relativo de morte de 1,7 vezes

maior em relação aos que sobreviveram e receberam transfusão. O sítio de infecção mais freqüente

foi a corrente sangüínea, relacionado ao uso do cateter venoso central, via de acesso mais utilizada

nestes pacientes.

Em relação a questão nutricional do paciente em diálise, o estudo realizado por Pinto et al

(2009) buscou investigar as associações entre a ingestão energética, proteica e de fósforo em

pacientes em hemodiálise (HD), uma vez que a nutrição desempenha um importante papel na

avaliação e no tratamento das doenças renais. Os resultados mostraram a associação positiva entre a

ingestão de energia, proteína e fósforo na alimentação de pacientes em HD. O controle desses

nutrientes na dieta é essencial, pois auxilia no controle das complicações relacionadas com a DRC.

Assim, a avaliação nutricional é importante nas unidades de diálise para definir o perfil dietético

dos pacientes e que seja feito o ajuste de suas prescrições.

Inoue et al (2009) ao considerar que a monitorização da dose de diálise corrobora com a

qualidade do tratamento oferecido ao paciente crítico com IRA se propôs verificar a correlação

entre o Kt/V calculado e o Kt/V-OCM.1 Os resultados demonstraram não existir correlação entre o

Kt/V calculado e o Kt/V da máquina, pois a diferença entre eles foi estatisticamente significativa (p-

valor < 0,0001).

1 Uma alternativa para monitorização da dose de hemodiálise é o clearance on-line (OCM), que prevê o Kt/V sem coleta de sangue e em tempo real durante cada sessão de HDI.

Page 15: TCC Rafael Pronto

15

Outros estudos abordaram questões relacionadas ao cotidiano do paciente em IRC (16), outros

6 estudos buscaram descrever ações de cuidados em idosos em diálise e 5 estudos abordaram

crianças e adolescentes em diálise. Ainda, foram observadas pesquisas que se voltaram a discutir a

assistência de enfermagem baseadas na Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e

diagnósticos de enfermagem.

A maioria dos estudos desenvolveu aspectos relacionados a população adulta em tratamento

dialítico (diálise peritoneal ou hemodiálise), abordando as questões relacionadas a competencia para

o autocuidado do paciente DRC (21), compreensão do cotidiano, percepções e subjetividade e ainda,

mensuração da qualidade de vida de doentes com insuficiência renal crônica (2-3-7-9-10-18-19-27-39-44-45).

Outra investigação buscou identificar as principais demandas e recursos da família no

conviver e no cuidar de doentes renais. Dois estudos (24-30) discutiram a relação do enfrentamento do

cliente dependente de hemodiálise em termos de possibilidades para o cuidado de enfermagem e

ainda, a representação do cuidar na hemodiálise para a equipe de enfermagem e para o cliente em

tratamento dialítico.

Dos estudos que tiveram como sujeitos crianças ou adolescentes em tratamento dialítico,

dois (8-16) debateram o experienciar do cuidado em famílias que possuem uma criança com

insuficiência renal e o planejamento desse cuidado. As demais investigações (17-23) procuraram

compreender as vivências e significados diante da insuficiência renal crônica em tratamento, e ainda

compreender os significados do transplante renal para este grupo (46).

O diagnóstico de enfermagem e a sistematização da assistência de enfermagem em unidade

de hemodiálise também foram objeto das investigações em 5 artigos analisados(4-6-13-42-43).

Dentre os principais focos das investigações direcionadas à população idosa em diálise, dois

estudos buscaram descrever ações de cuidados de si do idoso em hemodiálise(1-29); outra

investigação buscou revelar as alterações do estado de saúde vivenciadas por idosos portadores de

Insuficiência Renal Crônica (IRC), em tratamento de Diálise Peritonial Contínua Ambulatorial

(DPCA)(11); outro estudo procurou estabelecer a relação entre uma medida genérica de qualidade de

vida e a medida de severidade da IRCT(14); outra investigação buscou descrever o processo de cuidar

dos idosos e seus cuidadores na terapia de diálise peritoneal (26), e um estudo buscou identificar

níveis de depressão em idosos com insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise(31).

Destaca-se que a hipertensão arterial, diabetes melittus e insuficiência cardíaca, predispõem

à doença renal no idoso. Ainda, as alterações anatômicas e fisiológicas nos rins, decorrentes do

processo de envelhecimento renal, constituem um agravante para a patologia renal no idoso,

aumentando a suscetibilidade da disfunção renal com o passar dos anos (LESSA, 1998;

SMELTZER E BARE, 1998).

Page 16: TCC Rafael Pronto

16

Kusumota (2004) demonstrou que a IRC ocasiona mudanças no estilo de vida e causam

alterações corporais e comportamentais nos idosos, decorrentes da condição de doentes crônicos. O

enfrentamento dessas situações exige a utilização de estratégias individuais, que constitui um

desafio para o idoso. Nesta direção, o enfermeiro pode proporcionar aos idosos meios necessários

para que estes desenvolvam mecanismos para enfrentar a IRC, com vistas a melhorar a sua

condição de vida e incentivar a família a participar ativamente do processo.

Para Lenardt (2008) o tratamento hemodialítico exige dos idosos cuidados cotidianos

relacionados às peculiaridades da própria doença e ao envelhecimento, revelando a necessidade de

nova abordagem no cuidado de enfermagem diante do cuidado de si do idoso renal crônico, no

sentido de atitude e de disposição por parte de todos os atores dos cenários em que se realiza o

cuidado.

Os cuidados necessários apresentam relação com o grau de dependência nas realizações das

atividades de vida diária, compreensão da doença e modos de se cuidar. Muitas vezes, a máquina de

hemodiálise é entendida pelo idoso como instrumento de cura e, esta percepção inadequada fragiliza

ainda mais o idoso, porque ele deixa de realizar alguns cuidados consigo mesmo que são

necessários à manutenção do equilíbrio da doença. (LENARDT, PASQUAL BIALY, 1999)

Por último, uma investigação (25) buscou trazer a discussão os aspectos relacionados a saúde

do trabalhador em serviços de hemodiálise, analisando o conhecimento do trabalhador da equipe de

enfermagem acerca das medidas de proteção e segurança em uma unidade de hemodiálise.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando a epidemiologia da insuficiência renal crônica uma problemática de pesquisa

importante e emergente no contexto dos serviços de saúde e a partir da análise realizada,

apresentam-se as seguintes considerações e sugestões:

As pesquisas que vêm sendo desenvolvidas por enfermeiros na área de nefrologia no

Brasil na última década (2000-2010) caracterizam-se como estudos de abordagem

qualitativa em sua maioria, embora estudos de abordagem quantitativa venham

sendo buscados por enfermeiros nos últimos anos;

Os focos das investigações foram questões relacionadas ao cotidiano do paciente

portador de doença renal crônica em tratamento dialítico, destacando que a maioria

destes direciona a população adulta em diálise, embora tenham sido verificadas

Page 17: TCC Rafael Pronto

17

investigações relacionadas aos idosos, crianças e adolescentes em tratamento nos

últimos anos.

A temática é veiculada por periódicos que buscam incentivar as publicações na área

da nefrologia realizada por enfermeiros, como a Revista Acta Paulista de

Enfermagem nos anos de 2008 e 2009 que buscou os trabalhos apresentados no

Congresso Brasileiro de Enfermagem em Nefrologia realizado bienalmente.

No campo da prática/assistência de enfermagem, é necessária uma reflexão crítica da

função-papel do enfermeiro, em especial no âmbito da prevenção da doença renal

crônica frente ao aumento acelerado de doentes renais observado nos últimos anos.

Desta forma, este estudo verificou a ausência de investigações relativas a prevenção

da doença renal em nossa população indicando que o tema merece ser explorado.

Ainda, as investigações voltadas ao campo da saúde do trabalhador de enfermagem

em diálise quase inexistem, sendo verificada somente uma produção nesta área. Cabe

ressaltar, a exposição aos riscos ocupacionais nestes ambientes, principalmente

durante a assistência ao paciente, podendo trazer conseqüências para a saúde deste

trabalhador em vários aspectos.

Como limitações do estudo, consideramos a busca eletrônica uma ferramenta eficaz

no que se refere aos objetivos desta investigação, porém a não utilização dos

descritores em ciências da saúde em algumas produções, limitou a seleção da

amostra considerada neste estudo.

Page 18: TCC Rafael Pronto

18

6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Acta paul. enferm., Set 2006, vol.19, no.3, p.304-309.

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http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?268. Acesso em: 23/05/2009.

Page 19: TCC Rafael Pronto

19

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Disponível em: http://www.sbn.org.br/noticias/DossieFinal.pdf. Acessado em 19/05/2010.

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Kusumota, Luciana, Rodrigues, Rosalina Aparecida Partezani and Marques, Sueli Idosos com

insuficiência renal crônica: alterações do estado de saúde. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Jun

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Lima, Luciano Ramos de, Pereira, Sandra Valéria Martins and Chianca, Tânia Couto Machado

Diagnósticos de Enfermagem em pacientes pós-cateterismo cardíaco: contribuição de Orem.

Rev. bras. enferm., Jun 2006, vol.59, no.3, p.285-290.

LOPES ALM, Fracolli LA. Revisão sistemática de literatura e metassíntese qualitativa:

considerações sobre sua aplicação na pesquisa em enfermagem. Texto & Contexto Enferm.

2008;17(4): 771-8.

MARTINS, C. (1963). Nutrição para pacientes em hemodiálise. 2ª ed. Curitiba: Editora da UFPR.

MINAYO, Maria Cecilia de S.; SANCHES, Odécio. Quantitativo-qualitativo: oposição ou

complementaridade?. Cad. Saúde Pública,  Rio de Janeiro,  v. 9,  n. 3, Sept.  1993 .  

Page 20: TCC Rafael Pronto

20

Pinto, Denise Entrudo et al. Associações entre ingestão energética, proteica e de fósforo em

pacientes portadores de doença renal crônica em tratamento hemodialítico. J. Bras. Nefrol.,

Dez 2009, vol.31, no.4, p.269-276.

RIELLA, M. C. (2003). Princípios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos. 4ª Edição. Rio de

Janeiro : Guanabara-Koogan.

ROMÃO JR JE, Olinto SWL, Canziani ME, Praxedes JN, Santello JL & Moreira JCM. (2003).

Censo SBN 2002: informações epidemiológicas das unidades de diálise do Brasil. Jornal Brasileiro

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http://www.sbn.org.br/Censo/2008/censoSBN2008.pdf. Acessado em: 19/05/2009.  

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doente renal crônico e familiares atendidos na Fundação Pró- Renal. Monografia de conclusão de

curso. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba.

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Thomé FS, Gonçalves LFS e colaboradores. Nefrologia: rotinas, diagnóstico e tratamento. 2a ed.

Porto Alegre (RS): Artes Médicas; 1999. 627p. p.423-440.  

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21

ANEXO I – Estudos selecionados

Código

Título do trabalho apresentado/Autor Ano/Tipo de estudo

Periódico Objetivos

1 O idoso portador de nefropatia diabética e o cuidado de si. LENARDT, Maria Helena

2008Qualitativo

Texto contexto - enferm

descrever ações de cuidados de si, alicerçadas nos hábitos de cuidado do idoso renal crônico portador de nefropatia diabética, em tratamento hemodialítico.

2 A influência de ritmos musicais sobre a percepção dos estados subjetivos de pacientes adultos em hemodiáliseCAMINHA, Leandro Bechert; SILVA, Maria Júlia Paes da  e  LEAO, Eliseth Ribeiro

2009Qualitativo

. Rev. esc. enferm. USP

conhecer a influência de dois diferentes ritmos musicais nos estados subjetivos e na percepção tempo-sensorial de pacientes adultos submetidos à hemodiálise.

3 A dialética da vida cotidiana de doentes com insuficiência renal crônica: entre o inevitável e o casual.MACHADO, Leise Rodrigues Carrijo e  CAR, Marcia Regina

2003Qualitativo

Rev. esc. enferm. USP,

compreender o cotidiano da vida de doentes com insuficiência renal crônica em hemodiálise sob a visão do referencial teórico-metodológico do materialismo histórico e dialético.

4 SOUZA, Emilia Ferreira de; DE MARTINO, Milva Maria Figueiredo e  LOPES, Maria Helena Baena de Moraes. Diagnósticos de enfermagem em pacientes com tratamento hemodialítico utilizando o modelo teórico de Imogene King.

2007Qualitativo

Rev. esc. enferm. USP

identificar os diagnósticos de enfermagem mais freqüentes nos clientes renais crônicos tendo como referencial o Sistema Conceitual de Imogene King.

5 GROTHE, Cibele et al. Incidência de infecção da corrente sanguínea nos pacientes submetidos à hemodiálise por cateter venoso central.

2010Quantitativo

Latino avaliar a incidência e os fatores de risco de infecção da corrente sanguínea (ICS) em pacientes com cateter venoso central (CVC) duplo lúmen, para hemodiálise (HD) e identificar os micro-organismos isolados na corrente sanguínea.

6 CHAVES, Erika de Cássia Lopes; CARVALHO, Emilia Campos de; TERRA, Fabio de Souza  e  SOUZA, Luiz de. Validação clínica de espiritualidade prejudicada em pacientes com doença renal crônica.

2010Qualitativo

Rev. Latino-Am. Enfermagem

identificar e validar as características definidoras do diagnóstico de enfermagem espiritualidade prejudicada

7 CARREIRA, Ligia  e  MARCON, Sonia Silva. Cotidiano e trabalho: concepções de indivíduos portadores de insuficiência renal crônica e seus familiares.

2003Qualitativo

Rev. Latino-Am. Enfermagem

conhecer as concepções, atitudes e comportamentos relacionados ao trabalho, de 16 indivíduos portadores de insuficiência renal crônica (IRC) e seus familiares.

8 PAULA, Érica Simpionato de; NASCIMENTO, Lucila Castanheira  e  ROCHA, Semiramis Melani Melo. A influência do apoio social para o fortalecimento de famílias com crianças com insuficiência renal crônica.

2008Qualitativo

Rev. Latino-Am. Enfermagem

identificar temas a partir dos dados empíricos relacionados à experiência de quatro famílias que possuem uma criança com insuficiência renal.

9 BEZERRA, Karina Viviani  e  SANTOS, Jair Lício Ferreira. O cotidiano de pessoas com insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico.

2008Quantitativo

Rev. Latino-Am. Enfermagem

avaliar a percepção das pessoas com insuficiência renal crônica em relação às atividades cotidianas e ocupacionais.

10 NAZARIO, Roberta de Carvalho Pinto e  TURATO, Egberto Ribeiro. Fantasias sobre gravidez e maternidade relatadas por mulheres adultas férteis em hemodiálise, sudeste do Brasil: um

2007Qualitativo

Rev. Latino-Am. Enfermagem

discute experiências com hemodiálise em termos dos significados que mulheres trouxeram aos diversos fenômenos associados.

Page 22: TCC Rafael Pronto

22

estudo clínico-qualitativo.11 KUSUMOTA, Luciana; RODRIGUES,

Rosalina Aparecida Partezani  e  MARQUES, Sueli. Idosos com insuficiência renal crônica: alterações do estado de saúde.

2004Qualitativo

Rev. Latino-Am. Enfermagem

Descrever as alterações do estado de saúde vivenciadas por idosos portadores de Insuficiência Renal Crônica (IRC), em tratamento de Diálise Peritonial Contínua Ambulatorial (DPCA), atendidos na Unidade de Diálise e Transplante Renal de um Hospital Público de Ribeirão Preto-SP

12 CAIS, Daiane Patricia; TURRINI, Ruth Natalia Teresa  e  STRABELLI, Tânia Mara Varejão. Infecções em pacientes submetidos a procedimento hemodialítico: revisão sistemática.

2009Revisão

Rev. bras. ter. intensiva

revisar a literatura sobre infecções em pacientes submetidos a procedimentos hemodialíticos

13 BISCA, Mariane Muniz  e  MARQUES, Isaac Rosa. Perfil de diagnósticos de enfermagem antes de iniciar o tratamento hemodialítico.

2010 Rev. bras. enferm

descrever o perfil dos diagnósticos de enfermagem de 31 pacientes em início de tratamento hemodialítico em uma clínica de hemodiálise na Zona Sul de São Paulo.

14 SOUZA, Fabiana Ferreira de; CINTRA, Fernanda Aparecida  e  GALLANI, Maria Cecília B. Jaime. Qualidade de vida e severidade da doença em idosos renais crônicos.

2005Quantitativo

Rev. bras. enferm

verificar, em uma população de idosos com Insuficiência Renal Crônica Terminal (IRCT) em hemodiálise ambulatorial, a relação entre uma medida genérica de qualidade de vida (WHOQOL-breve) e a medida de severidade da IRCT (ESRD-SI Índice de Severidade da IRCT).

15 NASCIMENTO, Cristiano Dias  e  MARQUES, Isaac R.. Intervenções de enfermagem nas complicações mais freqüentes durante a sessão de hemodiálise: revisão da literatura.

2005Revisão

Rev. bras. enferm

descrever as complicações mais freqüentes relacionadas à hemodiálise e as intervenções de enfermagem a elas relacionadas.

16 SIMPIONATO, Érica; CORREIA, Carolina Camilo  e  ROCHA, Semiramis Melani Melo. Histórico familiar de crianças com insuficiência renal crônica: coleta de dados.

2005Qualitativo

Rev. bras. enferm

apresentar a experiência de coleta de dados para planejamento do cuidado em famílias de crianças com Insuficiência Renal Crônica em diálise peritoneal.

17 RAMOS, Islane Costa; QUEIROZ, Maria Veraci Oliveira  e  JORGE, Maria Salete Bessa. Cuidado em situação de Doença Renal Crônica: representações sociais elaboradas por adolescentes.

2008Qualitativo

Rev. bras. enferm

apreender as representações sociais dos adolescentes em relação ao cuidado em situação de Insuficiência Renal Crônica.

18 PIETROVSK, Vanusa  e  DALL'AGNOL, Clarice Maria. Situações significativas no espaço-contexto da hemodiálise: o que dizem os usuários de um serviço?.

2006Qualitativo

Rev. bras. enferm

conhecer situações significativas para o paciente renal crônico vivenciadas no espaço-contexto de hemodiálise

19 MOREIRA, Leonardo Barbosa et al. Conhecimento sobre o tratamento farmacológico em pacientes com doença renal crônica.

2008Quantitativo

Rev. Bras. Cienc. Farm.

mensurar o nível de conhecimento sobre o tratamento farmacológico em pacientes com doença renal crônica e identificar os fatores que estão associados a este conhecimento.

20 PINTO, Denise Entrudo et al. Associações entre ingestão energética, proteica e de fósforo em pacientes portadores de doença renal crônica em tratamento hemodialítico

2009Quantitativo

. J. Bras. Nefrol.

Investigar as associações entre a ingestão energética, proteica e de fósforo em pacientes em hemodiálise (HD).

21 PACHECO, Gilvanice de Sousa; SANTOS, Iraci dos  e  BREGMAN, Rachel. Clientes com doença renal crônica: avaliação de Enfermagem

2007Qualitativo

Esc. Anna Nery

avaliar a competência e o déficit para o autocuidado do cliente com DRC.

Page 23: TCC Rafael Pronto

23

sobre a competência para o autocuidado.

22 FRAGUAS, Gisele; SOARES, Sônia Maria  e  SILVA, Patrícia Aparecida Barbosa. A família no contexto do cuidado ao portador de nefropatia diabética: demanda e recursos.

2008Qualitative

Esc. Anna Nery

estudo identificar as principais demandas e recursos da família no conviver e no cuidar de pessoas com nefropatia diabética.

23 VIEIRA, Sheila de Souza; DUPAS, Giselle  e  FERREIRA, Noeli Marchioro Liston Andrade. Doença renal crônica: conhecendo a experiência da criança.

2009Qualitative

Esc. Anna Nery

compreender a vivência da criança com insuficiência renal crônica e analisar o significado que ela atribui a esta vivência.

24 BARBOSA, Genesis de Souza  e  VALADARES, Glaucia Valente. Experimentando atitudes e sentimentos: o cotidiano hemodialítico como base para o cuidar em enfermagem

2009Qualitativo

Esc. Anna Nery

discutir a relação do enfrentamento do cliente dependente de hemodiálise em termos de possibilidades para o cuidado de enfermagem.

25 SILVA, Michele Karla Damacena da e  ZEITOUNE, Regina Célia Gollner. Riscos ocupacionais em um setor de hemodiálise na perspectiva dos trabalhadores da equipe de enfermagem.

2009Qualitativo

Esc. Anna Nery

descrever os riscos ocupacionais no contexto dos trabalhadores da equipe de enfermagem em uma unidade de hemodiálise, analisar o conhecimento do trabalhador da equipe de enfermagem acerca das medidas de proteção e segurança em uma unidade de hemodiálise e discutir o conhecimento do trabalhador da equipe de enfermagem sobre os riscos ocupacionais e as implicações para a saúde do trabalhador

26 RIBEIRO, Daniele Favaro; MARQUES, Sueli; KUSUMOTA, Luciana  e  RIBEIRO, Rita de Cássia Helu Mendonça. Processo de cuidar do idoso em Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua no domicílio.

2009Quali

Acta paul. enferm

Caracterizar os idosos com insuficência renal crônica termina em tratamento de diálise peritoneal ambulatorial contínua e seus cuidadores e descrever o processo de cuidadar desses idosos.

27 ARAUJO, Sílvia Teresa Carvalho de e  CRUZ, Doris de Oliveira Araújo. Pesquisa sociopoética: a subjetividade de pacientes em terapias substitutivas renais.

2009Quali

Acta paul. enferm.

relatar como a técnica dos sentidos sociocomunicantes do corpo é produtora de subjetividades dos pacientes portadores de cateter de diálise peritoneal sob o cuidado de profissionais de enfermagem no período de 2005 e 2008.

28 Fram, Dayana Souza et al. Prevenção de infecções de corrente sanguínea relacionadas a cateter em pacientes em hemodiálise

2009Revisão

Acta paul. enferm

Realizar uma revisão sistemática sobre medidas padronizadas para prevenção de infecções relacionadas a cateter em pacientes em hemodiálise.

29 KUSUMOTA, Luciana; OLIVEIRA, Marília Pilotto de  e  MARQUES, Sueli. O idoso em diálise.

2009Relato experiência

Acta descreve os principais aspectos e as características do idoso em diálise;

30 RODRIGUES, Tatiana Aparecida  e  BOTTI, Nadja Cristiane Lappann. Cuidar e o ser cuidado na hemodiálise.

2009Quali

acta Identificar a representação do cuidar na hemodiálise para a equipe de enfermagem e para o cliente em tratamento dialítico.

31 Ribeiro, Rita de Cássia Helú Mendonça et al. Depressão em idosos portadores de insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico

2009Quanti

Acta paul. enferm

Caracterizar idosos com insuficiência renal crônica submetidos à hemodiálise em um hospital escola e identificar níveis de depressão na população estudada.

32 Rembold, Simone Martins et al. Perfil do doente renal crônico no ambulatório multidisciplinar de um hospital universitário.

2009Quanti

Acta Descrever o perfil do cliente com doença renal crônica em tratamento conservador no Ambulatório Multidisciplinar do Hospital Universitário Antonio Pedro.

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33 Inoue, Kelly Cristina et al. Correlação entre métodos de avaliação da qualidade da dose de diálise

2009Quanti

2009 Verificar a correlação entre o Kt/V calculado e o Kt/V-OCM.

34 Oliveira, Fernanda Celedonio de, Alves, Maria Dalva Santos and Bezerra, Aline Pontes. Co-morbidades e mortalidade de pacientes com doença renal: atendimento terceirizado de nefrologia.

2009Quanti

acta Identificar as causas de co-morbidades e mortalidade de pacientes com insuficiência renal aguda atendidos na Clínica SARA no ano de 2007; analisar as variáveis pessoais, as co-morbidades e os fatores de risco para mortalidade desses pacientes.

35 Camerini, Flavia Giron and Cruz, Isabel Cuidados de enfermagem na prevenção da insuficiência renal provocada por contraste após cateterismo

2008Revisão

Acta identificar produções científicas de enfermagem sobre insuficiência renal aguda provocada por contraste iodado após cateterismo cardíaco, no período de 2002 a 2007, analisando sua aplicabilidade à prática.

36 Ribeiro, Rita de Cássia Helú Mendonça et al. Pacientes vítimas de politrauma com insuficiência renal aguda na unidade de terapia intensiva.

2008Quanti

Acta Identificar as características de pacientes portadores de insuficiência renal aguda (IRA), vítimas de politrauma, internados em uma unidade de terapia intensiva (UTI).

37 Ribeiro, Rita de Cássia Helú Mendonça et al. Levantamento sobre a infecção na inserção do cateter de duplo lúmen.

2008Quanti

Acta Identificar o índice de infecção, o agente etiológico, as complicações infecciosas e o tempo de permanência do cateter de duplo lúmen em um mesmo período em anos alternados.

38 Ribeiro, Rita de Cássia Helú Mendonça et al. Caracterização e etiologia da insuficiência renal crônica em unidade de nefrologia do interior do Estado de São Paulo

2008Quanti

Acta Caracterizar os pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) em programa dialítico; verificar as causas de IRC; identificar as doenças associadas a IRC; levantar o tipo de tratamento e o acesso atual destes pacientes.

39 Higa, Karina et al. Qualidade de vida de pacientes portadores de insuficiência renal crônica em tratamento de hemodiálise.

2008Quanti

Acta Analisar a qualidade de vida.

40 Bianco, Rosana Pires Russo and Araújo, Elizete Sampaio Nefroproteção relacionada ao uso de meio de contraste iodado: atenção de enfermagem.

2008Revisão

Acta Analisar estudos publicados sobre Nefropatia induzida por contraste, sua prevenção e o papel do enfermeiro nesta ação, bem como, propor intervenções de enfermagem.

41 Bertolin, Daniela Comelis et al. Modos de enfrentamento dos estressores de pessoas em tratamento hemodiálitico: revisão integrativa da literatura.

2008Revisão

Acta objetivo de sintetizar a contribuição das pesquisas realizadas sobre os modos de enfrentamento das pessoas em tratamento hemodialítico.

42 Oliveira, Sandra Mara de et al. Elaboração de um instrumento da assistência de enfermagem na unidade de hemodiálise.

2008Relato

Acta O objetivo deste estudo é relatar a experiência de construção de um instrumento para registro da sistematização da assistência de enfermagem em uma unidade de tratamento dialítico.

43 Lata, Aline Gozzi Braga et al. Diagnósticos de enfermagem em adultos em tratamento de hemodiálise.

2008Quanti

Acta Analisar a distribuição dos diagnósticos de enfermagem presentes em adultos de uma clínica de hemodiálise de Petrópolis - Rio de Janeiro.

44 Kusumoto, Luciana et al. Adultos e idosos em hemodiálise: avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde.

2008Quanti

Acta Caracterizar os adultos e idosos em hemodiálise residentes em Ribeirão Preto-SP. Avaliar e descrever as diferenças na Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS) desses pacientes.

45 Koepe, Giselle Barcellos Oliveira and 2008 Acta Identificar as percepções sensoriais dos

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Araújo, Sílvia Teresa Carvalho de A percepção do cliente em hemodiálise frente à fístula artério venosa em seu corpo.

Quali clientes frente à fistula artério-venosa (FAV) e descrevê-las a partir dos sentidos sócio comunicantes do corpo.

46 Setz, Vanessa Grespan, Pereira, Sônia Regina and Naganuma, Masuco O Transplante renal sob a ótica de crianças portadoras de insuficiência renal crônica em tratamento dialítico: estudo de caso.

2005Quali

Acta Compreender o significado do transplante renal para crianças em tratamento dialítico e conhecer suas expectativas em relação a este tratamento.

47 Barbosa, Dulce Aparecida et al. Co-morbidade e mortalidade de pacientes em início de diálise.

2006Quanti

Acta identificar a co-morbidade e causas de mortalidade dos pacientes em início de diálise

48 Bernardina, Lucienne Dalla et al. Evolução clínica de pacientes com insuficiência renal aguda em unidade de terapia intensiva.

2008Quanti

acta Avaliar a evolução clínica de pacientes com insuficiência renal aguda (IRA) submetidos a tratamento dialítico e não-dialítico na UTI.