TCC Renato Domingues de Castro

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  • 7/21/2019 TCC Renato Domingues de Castro

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    FACULDADE COMUNITRIA DE JOO MONLEVADE

    INSTITUTO ENSINAR BRASIL - REDE DOCTUM DE ENSINO

    RENATO DOMINGUES DE CASTRO

    A UTILIZAO DAS INFORMAES CONTBEIS NA TOMADA DE DECISO

    DE MICROS E PEQUENAS EMPRESAS

    Joo Monlevade

    2013

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    RENATO DOMINGUES DE CASTRO

    A UTILIZAO DAS INFORMAES CONTBEIS NA TOMADA DE DECISO

    DE MICROS E PEQUENAS EMPRESAS

    Este Trabalho de Concluso de Curso foi julgado adequado e aprovado paraobteno do ttulo de Bacharel em Cincias Contbeis, na Faculdade

    Comunitria de Joo Monlevade, em 2013.

    Avaliao do Orientador: _______________

    Conceito de Metodologia: _______________

    Total: _______________

    Joo Monlevade, ___ de _________________ de 2013.

    Prof. Marcos Antnio BatistaOrientador

    Profa. Eliane Aparecida de SouzaCoordenadora de TCC

    COMISSO AVALIADORA: ____________________________________

    ____________________________________

    ____________________________________

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    Dedico esta monografia aos familiares e

    amigos que sempre me apoiaram a lutar

    pelo conhecimento.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a todos os professores e funcionrios que durante o curso se

    empenharam e passaram o melhor possvel de seu conhecimento e esforo para

    nos preparar para o mundo e ampliar nossa capacidade de encarar o mercado de

    trabalho. Os colegas de sala pelos anos de convivncia, nos bons e maus

    momentos, os amigos de rotina que sempre ajudaram mesmo que com palavras de

    incentivo, os colegas de trabalho que nunca negaram um sorriso ou ajudinha para

    fechar o balano. Ao Marcos Batista, que alm de grande mestre, dedicou parte do

    seu apertado tempo em orientar, ouvir e aconselhar quando preciso nessa etapa dedesafios

    Enfim, agradecer a todos que de alguma forma ajudaram na concluso do curso e

    realizao desse trabalho.

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    As informaes geradas pela

    contabilidade visam subsidiar o processo

    decisrio dos administradores das

    empresas. No entanto, os administradores

    constituem-se em um dos grupos de

    pessoas interessadas nas informaes

    geradas por uma empresa comercial..

    (SOUZA, 2002, p. 35)

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    RESUMO

    O presente estudo evidenciou a importncia, a percepo e utilizao atribudas as

    informaes contbeis pelos gestores na tomada de deciso das Micros e Pequenas

    Empresas. Tais informaes ajudam a apontar caminhos para tomada de decises e

    estabelecer valores, a fim de firmar a existncia da mesma no mercado. Tambm

    mostrou que pequenos empresrios no fazem distino do dinheiro da empresa

    com o dinheiro pessoal, sugerindo talvez uma falha nas instrues contbeis ou de

    preparo do prprio empreendedor para gerenciar seu negcio. As ferramentas de

    anlise disponveis na maioria dos casos no so utilizadas, por falta deconhecimento do seu real sentido, alm do fato de o contador nem sempre estar

    disponvel para auxiliar no gerenciamento das informaes junto a empresa,

    aparentemente porque as mesmas no tem interesse de aumentar o investimento no

    setor administrativo gerencial devido seu tamanho. As empresas no se preocupam

    em obter uma contabilidade que demonstre sua situao real, elas no visam o

    crescimento, ento se preocupam apenas em no serem autuadas pelo FISCO,

    tornando assim a funo do contador de apenas um mero o intermedirio com asobrigaes tributrias. Foi possvel notar que em alguns casos, gestores afirmaram

    que caso houvesse uma simplificao no recolhimento dos tributos, os mesmos no

    manteriam os servios do contador. preciso que tanto contador quanto empresrio

    se interessem mais em passar e usar as informaes contbeis disponveis para

    organizao e gesto, afim de ganhar estabilidade, ser competitiva e lucrativa no

    mercado.

    PALAVRAS-CHAVE: Informaes. Decises. Gerenciamento. Ferramentas.

    Instrues.

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    LISTAS DE FIGURAS

    Quadro 1: Objetivos das Informaes Contbeis..................................................Quadro 2: Orientaes das Informaes Contbeis.............................................

    Quadro 3: Dados das MPEs no Brasil...................................................................

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Cargo Ocupado.....................................................................................Tabela 2: Nvel de Escolaridade............................................................................

    Tabela 3:Faixa Etria............................................................................................

    Tabela 4: Porte da Empresa..................................................................................

    Tabela 5: Tempo de Funcionamento.....................................................................

    Tabela 6: Ramo de Atividade................................................................................

    Tabela 7: Conhecimento Contbil.........................................................................

    Tabela 8:rea de Maior Importncia da Informao............................................Tabela 9: Principal Funo do Servio Contbil....................................................

    Tabela 10:Informaes Relevantes para Empresa..............................................

    Tabela 11: Chegada de Informaes Relevantes para Empresa..........................

    Tabela 12:Recebimento de Relatrios da Contabilidade......................................

    Tabela 13: Continuariam com os Servios............................................................

    Tabela 14: Melhoria Para Empresa Atravs da Aproximao...............................

    Tabela 15:Principal Recurso Utilizado para Tomada de Decises.......................

    Tabela 16: Profissional Para Auxiliar.....................................................................

    Tabela 17: Maiores Dificuldades Enfrentadas.......................................................

    Tabela 18: Pagariam Mais Por Ajuda Direta do Contador.....................................

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    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1: Cargo Ocupado....................................................................................Grfico 2: Nvel de Escolaridade...........................................................................

    Grfico 3:Faixa Etria..........................................................................................

    Grfico 4: Porte da Empresa.................................................................................

    Grfico 5: Tempo de Funcionamento....................................................................

    Grfico 6: Ramo de Atividade...............................................................................

    Grfico 7: Conhecimento Contbil........................................................................

    Grfico 8:rea de Maior Importncia da Informao...........................................Grfico 9: Principal Funo do Servio Contbil...................................................

    Grfico 10:Informaes Relevantes para Empresa.............................................

    Grfico 11: Chegada de Informaes Relevantes para Empresa.........................

    Grfico 12:Recebimento de Relatrios da Contabilidade....................................

    Grfico 13: Continuariam com os Servios...........................................................

    Grfico 14: Melhoria Para Empresa Atravs da Aproximao..............................

    Grfico 15:Principal Recurso Utilizado para Tomada de Decises.....................

    Grfico 16: Profissional Para Auxiliar....................................................................

    Grfico 17: Maiores Dificuldades Enfrentadas......................................................

    Grfico 18: Pagariam Mais Por Ajuda Direta do Contador...................................

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    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    CTN: Cdigo Tributrio Nacional

    IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    IFAC:International Federation of Accountants

    MPEs: Micro e Pequenas Empresas

    PIB: Produto Interno Bruno

    SEBRAE: Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ................................................................................................ 132 REFERENCIAL TERICO.............................................................................. 16

    2.1 Histria da Contabilidade........................................................................... 16

    2.2 Evoluo da Contabilidade Gerencial....................................................... 17

    2.2.1 Caracterizao da Contabilidade Gerencial...............................................

    2.2.2 Contabilidade Gerencial versus Contabilidade Financeira.........................

    2.2.3 Funes da Contabilidade Gerencial..........................................................

    2.2.4 Contabilidade Gerencial Como Instrumento de Administrao..................2.3 Conceito de Comrcio.................................................................................

    2.3.1 Perspectivas para a Contabilidade Comercial............................................

    2.4 Princpios Contbeis Aplicveis s Empresas Comerciais.....................

    2.4.1 Conceito de Entidade..................................................................................

    2.4.2 Conceito de Continuidade...........................................................................

    2.4.3 Uso da Moeda Como Principal Unidade Contbil.......................................

    2.5 Contabilidade para Micro e Pequenas Empresas.....................................

    2.5.1 Definio de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte....................

    2.5.2 Definio das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte..................

    2.5.3 Tributos e Contribuies das Microempresas e Empresas de Pequeno

    Porte.....................................................................................................................

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    3 AS MICROS E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL...................................

    3.1 Classificao das MPEs no Brasil..............................................................

    3.2 Influncia Nacional......................................................................................

    3.3 Maiores Dificuldades e Desafios das MPEs..............................................

    3.3.1 Maiores Dificuldades na Administrao do Negcio...................................

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    4 PESQUISA DE CAMPO ..................................................................................

    4.1 Coleta e Anlise dos Dados Obtidos com a Pesquisa.............................

    4.1.1 Perfil do Empresrioquestes 1 a 3........................................................

    4.1.2 Perfil da Empresaquestes 4 a 6............................................................

    4.1.3 Conhecimento e Utilizao Das Informaes Contbeis questes 7 a

    10.........................................................................................................................

    4.1.4 Papel e Auxlio do Contador na Empresaquestes 11 a 13...................

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    4.1.5 Particularidadesquestes 15 a 18...........................................................

    4.1.6 Anlise Obtida Atravs do Dilogo com Profissionais Contbeis...............

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    5 CONSIDERAES FINAIS ............................................................................. 53

    REFERNCIAS .................................................................................................. 56

    APNDICE A TTULO ..................................................................................... 58

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    1 INTRODUO

    To antiga como a civilizao, a contabilidade est ligada aos homens desde a caa,

    a organizao da agricultura e do pastoreio. A necessidade de se organizar e

    registrar fatos econmicos vem de muitos anos, junto das primeiras manifestaes

    de necessidade social e de proteo ao uso e posse de solo. Acredita-se que suas

    primeiras ocorrncias datam cerca de 2.000 a.C.

    A contabilidade sofreu vrias mudanas em todo o mundo nas ltimas quatro

    dcadas, deixando assim as informaes cada vez mais precisas e teis na tomadade deciso das empresas. Os Contadores se atualizaram e adaptaram para atender

    as exigncias cada vez maiores do mundo globalizado e do Fisco, buscando

    tambm o aprimoramento de dados para o desenvolvimento de tticas gerenciais.

    No Brasil, muitos vem o Contador apenas como um instrumento para atender as

    normas do Fisco, o que acarreta em empresas tomando decises e sendo

    administradas sem uma anlise das demonstraes contbeis e reais situaes damesma, o que gera uma forma nem sempre segura e/ou lucrativa do empresrio

    administrar seu negcio. Sendo assim, necessrio que as empresas tomem

    conhecimento junto aos seus administradores e contadores, da importncia da

    Contabilidade como instrumento de gesto e tomada de deciso, tornando-se mais

    slida e competitiva no mercado.

    O presente estudo busca analisar a influncia das informaes contbeis na tomadade deciso das Micros e Pequenas Empresas, afim de identificar se tais informaes

    so usadas para um gerenciamento mais efetivo, evidenciando tambm se h

    necessidade do contador como um consultor para as Micros e Pequenas Empresas.

    A falta de planejamento, ausncia de auxlios contbeis, carga tributria elevada,

    entre outros, so fatores importantes para a elevada taxa de mortalidade das Micros

    e Pequenas Empresas no Brasil, principalmente nos seus primeiros cinco anos. Por

    isso os empresrios devem buscar o conhecimento necessrio para gerenciar seu

    negcio, seja com cursos de especializao ou seus contadores, afim de no entrar

    para estatstica de mortalidade.

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    Em muitos casos possvel perceber que as informaes contbeis no so

    utilizadas pelos empresrios ou administradores como deveriam, pela falta de

    entendimento das informaes, ausncia do contador e muitas vezes pela falta de

    interesse em tais informaes. necessrio acabar com a imagem de um contador

    que serve somente para atender uma srie de condies burocrticas, valorizar seu

    conhecimento e dados produzidos afim de obter uma anlise da situao da

    empresa e uma orientao gerencial eficaz e efetiva junto a administrao.

    Este projeto pretende avaliar a utilizao e percepo da relevncia das informaes

    contbeis na tomada de deciso das Micros e Pequenas Empresas de So

    Domingos do Prata (MG) pelos gestores, tendo em vista a seguinte problemtica: osempresrios se interessam e usam das informaes contbeis disponveis para

    tomada de decises em suas empresas?

    A realizao deste estudo tem a inteno de verificar o nvel de entendimento e se o

    uso de relatrios e demonstraes contbeis para a tomada de decises pelas

    Micros e Pequenas Empresas as ajudariam a sobreviver nos seus cinco primeiros

    anos, evitando problemas associados a ausncia de informao contbil-financeira,no processo de controle, decises estruturadas, tornando-se menos frgil diante a

    concorrncia e sofrendo menos com falta de acesso ao crdito, excesso tributrio,

    entre outros problemas administrativos que podem fazer com que uma empresa no

    cresa, ou no se mantenha ativa.

    Ser analisada tambm a necessidade de maior interao entre contador,

    empresrios e administradores, pois necessrio maior confiana e reconhecimentodo trabalho do contador para que se possa confiar e basear nas informaes

    produzidas para tomada de deciso, alcanando desta forma maior satisfao e

    atendendo todas as partes.

    Com o objetivo de entender melhor o mercado complexo de hoje, buscando

    respostas e solues alternativas para a questo sugerida, sero utilizadas fontes de

    pesquisa como bibliogrfica e pesquisa qualiquanto.

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    Esta pesquisa atuar onde existe o problema, sendo classificada como de campo.

    Esse tipo de pesquisa visa captar de um determinado grupo as explicaes e

    interpretaes dos possveis problemas ocorridos, afim de procurar uma soluo ou

    hiptese para tais. Uma amostragem de 20 (vinte) empresas classificadas como

    Micros e Pequenas Empresas ser utilizada para realizao da pesquisa, com

    variadas atividades econmicas no Municpio de So Domingos do Prata (MG). Os

    dados sero coletados por meio de questionrios, buscando identificar o

    conhecimento sobre contabilidade e utilizao dos dados contbeis no

    gerenciamento e administrao das mesmas na tomada de decises com intuito

    uma empresa mais solida.

    A abordagem quantitativa se d a necessidade de explorar o problema e interpretar

    as informaes obtidas atravs do questionrio, afim de adquirir intimidade com o

    mesmo, buscando como resultado estabelecer hipteses e torn-lo mais claro.

    Em contrapartida, uma breve e simples entrevista qualitativa com contadores ativos

    da regio, possibilitar uma viso diferente do problema proposto.

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    2 REFERENCIAL TERICO

    2.1 Histria da Contabilidade

    A prtica contbil se deu simultaneamente a origem do comrcio, ou seja, desde

    quando surgiram as atividades humanas. Diferentemente de hoje, a contabilidade

    ainda no tinha o carter comercial, pois era baseada no escambo, troca de

    mercadorias. Portanto, sem sentido econmico.

    A partir do momento em que se comeou a adquirir bens dos produtores e revend-

    los com lucro, a atividade comercial iniciou campo para conceitos econmicos.

    Dessa forma gerando riquezas, que o objeto principal de estudo da Cincia

    Contbil.

    Recentemente, com o desenvolvimento do mercado acionrio e o fortalecimento da

    sociedade annima como forma de sociedade comercial, a contabilidade passou aser considerada tambm como um importante instrumento para a sociedade. Diz-se

    que o usurio das informaes contbeis j no mais somente o proprietrio,

    outros usurios atualmente tambm tm interesse em saber sobre uma empresa:

    sindicatos, governo, fisco, investidores, credores etc. (CREPALDI; 2002).

    Diante do exposto por Crepaldi notamos a importncia de observar quanto os

    demonstrativos contbeis e suas informaes devem estar de acordo com alegalidade, pois uma mesma informao analisada por diversos usurios, e cada

    uma dessas entidades ir avaliar de acordo com seu ponto de vista ou interesse.

    A ampliao do leque dos usurios potencias da contabilidade decorre da

    necessidade de uma empresa evidenciar suas realizaes para a sociedade em sua

    totalidade. Antes, a contabilidade objetivava informar ao dono qual foi o lucro obtido

    numa empreitada comercial. No capitalismo atual isso j no mais suficiente.

    Como exemplo, podemos destacar que os sindicatos precisam saber qual a

    capacidade de pagamento de salrios, o governo demanda a agregao de riqueza

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    economia e a capacidade de pagamento de impostos, os ambientalistas exigem

    conhecer a contribuio para o meio ambiente, os credores querem calcular o nvel

    de endividamento e a possibilidade de pagamento das dvidas, os gerentes das

    empresas precisam de informaes para subsidiar o processo decisrio e reduzir as

    incertezas (CREPALDI; 2002).

    importante lembrar que atualmente temos empresas sem fins lucrativos, que

    tambm so regidas pelas regras e prticas contbeis, mas o foco deste estudo

    baseado nas empresas cuja atividade visa lucros.

    Porm, diante da realidade, seja para organizaes com ou sem fins lucrativospode-se afirmar que o grande objetivo da contabilidade planejar e colocar em

    prtica um sistema de informao.

    A contabilidade foi sendo aprimorada medida que as atividades comercias foram

    se desenvolvendo, quando tornou-se necessria alguma forma de registro e

    acompanhamento dos eventos ocorridos nas empresas. De forma que aumentaram-

    se as atividades desenvolvidas pela comercializao de produtos, passou-se a exigirtambm cada vez mais da contabilidade gerencial, o que contribuiu para o

    aprimoramento dos mecanismos de registros contbeis (SOUZA; 2002).

    2.2 Evoluo da Contabilidade Gerencial

    De acordo com Crepaldi, a contabilidade uma atividade fundamental na vida

    econmica. Mesmo nas economias mais simples, necessrio manter a

    documentao dos ativos, das dvidas e das negociaes com terceiros. O papel da

    contabilidade torna-se ainda mais importante nas complexas economias modernas.

    Uma vez que os recursos so escassos, temos de escolher entre as melhores

    alternativas, e para identific-las so necessrios os dados contbeis.

    Os mtodos da contabilidade gerencial foram desenvolvidos para diferentes

    propsitos e usurios, destacando os administradores e responsveis pela direo e

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    controle. Sendo esta rea da contabilidade uma das bases para a tomada de

    decises dentro de uma empresa, pois est relacionada com o fornecimento das

    informaes (PADOVEZE; 2008).

    Sobre as Demonstraes Contbeis, Souza (2002, p. 36) informa que,

    O interesse nas Demonstraes Contbeis produzidas pela contabilidade deuma empresa comercial maior para esses grupos de usurios dasinformaes, para que se possa acompanhar o desenvolvimento de todasas atividades das empresas, bem como fazer o confronto entre o orado e orealizado dentro de um perodo, quer seja anual, mensal, semanal ou atmesmo dirio em alguns casos.

    Segundo International Federation of Accountants/International. Management

    Accounting Pratice Statement (1998, p. 4) apud Padozeve (2008, p. 32 - 33): O

    International Federation of Accountants determina a evoluo e mudana na

    contabilidade gerencial em quatro estgios, da seguinte forma:

    Estgio 1 Antes de 1950, o foco era na determinao do custo e controle

    financeiro, atravs do uso das tecnologias de oramentos contabilidade de custos;

    Estgio 2Por volta de 1965, o foco foi mudado para o fornecimento de informao

    para o controle e planejamento gerencial, atravs do uso de tecnologias tais como

    anlise de deciso e contabilidade por responsabilidade;

    Estgio 3 Por volta de 1985, a ateno foi focada na reduo do desperdcio de

    recursos usados nos processos de negcios, atravs do uso das tecnologias de

    anlise do processo e administrao estratgica de custos;

    Estgio 4Por volta de 1995, a ateno foi mudada para a gerao ou criao de

    valor atravs do uso efetivo dos recursos, atravs do uso de tecnologias tais como

    exame dos direcionadores de valor ao cliente, valor para o acionista, e inovaoorganizacional.

    Nos estgios 3 e 4 a contabilidade gerencial vista como uma parte integral do

    processo de gesto, com informaes sendo disponibilizadas em tempo real

    diretamente para a administrao, e com a distino entre administrao de apoio e

    linha sendo progressivamente embaada. O foco do uso dos recursos para criar

    valor uma parte integral do processo gerencial nas organ izaes (IFAC; pargrafo19).

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    Nos estgios 3 e 4, a informao vista como um recurso organizacional,

    juntamente com outros recursos organizacionais; o foco, agora, contudo, na

    reduo das perdas e desperdcios desses recursos e em conservar ou alavancar

    seu uso na gerao ou criao de valor (IFAC; pargrafo 17).

    2.2.1 Caracterizao da Contabilidade Gerencial

    Sobre a Contabilidade, Padoveze (2012, p. 11) informa que,

    Caracteriza-se Contabilidade Gerencial o segmento da cincia contbil quecongrega o conjunto de informaes necessrias administrao quecomplementam as informaes j existentes na Contabilidade Financeira. AContabilidade Financeira o nome mais comum para designar aContabilidade Tradicional, a contabilidade estruturada em cima das prticascontbeis geralmente aceitas e regulamentada pela legislao comercial etributria.

    Entende-se que a contabilidade gerencial existe se houver uma ao. Que haja

    dentro da entidade pessoas que consigam traduzir os conceitos contbeis em

    atuao prtica. Pode ser traduzida como um gerenciamento da informao contbil(PADOVEZE; 2008).

    Em geral, o objetivo das informaes contbeis de uma empresa tem a seguinte

    viso:

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    Quadro 1Objetivos das Informaes Contbeis

    ControleProcesso pelo qual a alta administrao da empresacertifica-se se as metas traadas esto sendo alcanadas;

    ComunicaoTendo as demonstraes contbeis grande importnciapara a informao a respeito dos planos e aes que aadministrao ir traar para a organizao;

    Motivao

    Em que a responsabilidade da administrao consiste emsaber se o trabalho est sendo executado pelosempregados, sendo imprescindvel a motivao para queoutros faam o que a administrao deseja que se faa;

    VerificaoQue consiste na necessidade da avaliao do trabalhoexecutado pelos empregados;

    Planejamento Que visa mostrar exatamente qual o rumo que ser dadoaos negcios da organizao.

    (Souza; 2002Adaptado por Castro)

    Alm das Demonstraes Contbeis convencionais, a contabilidade de uma

    empresa comercial fornece tambm demonstraes especificas para usos

    gerenciais, normalmente demonstraes internas para atender s necessidades de

    controle e acompanhamento da operacionalizao da empresa (SOUZA; 2002).

    Souza ainda esclarece algumas restries do mtodo contbil, seja qual for o ramo

    de atividade da empresa, a contabilidade no finda em si mesma. As informaes

    contbeis s tero alguma utilidade caso satisfaam s necessidades da

    administrao e dos demais grupos de pessoas interessadas a elas. A contabilidade

    no feita para o prprio contador, caso fosse, uma das finalidades da cincia no

    estaria sendo atendida, que a gerao de informao aos usurios.

    Outra restrio colocada por Souza (2002) consiste no fato de que a contabilidade

    s capaz de captar e registrar eventos mensurveis em moeda, e devemos ter

    conhecimento de que outros elementos no quantitativos muitas vezes devem ser

    levados em considerao no momento da tomada de deciso. E a contabilidade de

    empresas comerciais no foge a esta regra: no e capaz ainda de produzir

    informaes qualitativas para informar a seus usurios.

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    2.2.2 Contabilidade Gerencial versus Contabilidade Financeira

    Padoveze (2008) coloca que a maior parte da disciplina Contabilidade Gerencial

    tomada de outras disciplinas das reas de Cincias Contbeis ou Administrao

    Financeira, e Souza (2002) complementa que possvel fazer uma segregao

    entre dois ramos em que a contabilidade pode fornecer as informaes, a

    Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial.

    Onde a Contabilidade Financeira oferece como relatrios finais o Balano

    Patrimonial , a Demonstrao do Resultado do Exerccio e a Demonstrao deOrigens e Aplicaes de Recursos, que so mais voltados para atender as pessoas

    externas, inclusive aos scios desligados da administrao da empresa. E a

    Contabilidade Gerencial includa a Contabilidade de Custos, por sua vez mais

    voltada para interesses dos administradores internos das empresas (SOUZA; 2002).

    Em resumo a Contabilidade gerencial relacionada como fornecimento de

    informaes para os administradores, aqueles que esto dentro da empresa e queso responsveis pela direo e controle de suas operaes. Em contrapartida a

    Contabilidade Financeira est relacionada com o fornecimento de informaes para

    os acionistas, credores e outros que esto fora da empresa (PADOVEZE; 2008).

    2.2.3 Funes da Contabilidade Gerencial

    A informao contbil gerencial orienta vrias funes organizacionais diferentes,

    como mostra o quadro a seguir, proposto por Atkinson e outros, 2011.

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    Quadro 2Orientaes das Informaes Contbeis

    Controle operacionalFornecer informao de feedback sobre a eficincia e aqualidade das tarefas desempenhadas.

    Custeio de produto e

    cliente

    Mensurar os custos dos recursos usados para fabricarum produto ou executar um servio, vend-lo e entreg-lo aos clientes.

    Controle gerencialFornecer informaes sobre o desempenho de gerentese unidades operacionais.

    Controle estratgico

    Fornecer informaes sobre o desempenho competitivoda empresa a longo prazo, as condies de mercado,as preferncias dos clientes e as inovaes

    tecnolgicas.(Atkinson e outros; 2011)

    Portanto, a demanda por informao contbil gerencial difere, dependendo do nvel

    da organizao e dos diferentes setores.

    2.2.4 Contabilidade Gerencial Como Instrumento de Administrao

    As informaes geradas pela contabilidade visam subsidiar o processo decisrio dos

    administradores das empresas. No entanto, os administradores constituem-se em

    um dos grupos de pessoas interessadas nas informaes geradas por uma empresa

    comercial (SOUZA; 2002).

    Entende-se que a contabilidade gerencial existe ou existir se houver uma ao. Setemos a contabilidade e a informao contbil, mas no so usadas no processo

    administrativo e no processo gerencial, ento no existe gerenciamento contbil,

    nem a contabilidade gerencial (PADOVEZE; 2008).

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    2.3 Conceito de comrcio

    De acordo com Iudcibus e Marion (2008), entende-se por comrcio a troca de

    mercadorias por dinheiro ou de uma mercadoria por outra. A atividade comercial

    inerente natureza e s necessidades humanas, pois todos tm necessidades e, se

    no existisse moeda, trocaramos bens que temos em excesso por outros que no

    possumos. A atividade comercial das mais importantes, pois permite colocar

    disposio dos consumidores, fsica ou economicamente delimitados, grande

    variedade de bens e servios, necessrios satisfao das necessidades humanas.

    Neste sentido, diz-se, tambm, que o comerciante a pessoa fsica ou jurdica queaproxima vendedores e compradores, levando-os a completar uma operao

    comercial, ou seja, a troca de mercadorias por dinheiro ou por outras mercadorias.

    2.3.1 Perspectivas para a Contabilidade Comercial

    Na literatura corrente, todas as entidades econmicas, com finalidade lucrativa, so

    definidas como empresas. A funo bsica das empresas comerciais servir de

    mediadoras entre o produtor e o consumidor (SOUZA; 2002).

    Com o fortalecimento profissional do contador mediante formao solidificada por

    sua familiarizao com mtodos quantitativos, com a computao, bem como com

    rgos representativos de classe, preocupando-se sempre com a melhoria edesenvolvimento dos princpios e padres contbeis, os horizontes da contabilidade

    comercial sero os mais amplos e promissores possveis (SOUZA; 2002).

    De acordo com o firmado entre o Conselho Federal de Contabilidade e Instituies

    de Ensino Superior de excelncia no Brasil, esse rgo representativo da classe

    contbil vem oferecendo cursos aos profissionais de contabilidade. Com isso, a

    tendncia do processo de contabilizao das empresas em geral de que haja

    melhoria constante, mediante disseminao das tcnicas de regimes contbeis

    existentes, como tambm o surgimento de outras (SOUZA; 2002).

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    2.4 Princpios Contbeis Aplicveis s Empresas Comerciais

    De acordo com Souza (2002), a contabilidade aplicada a empresas comercias, como

    instrumento de mensurao dos eventos econmicos, processamento dessas

    informaes e comunicao aso tomadores de deciso, tem como produto chave as

    Demonstraes Contbeis. Para a elaborao das Demonstraes Contbeis de

    uma empresa comercial, existem alguns conceitos aplicveis no somente a esse

    rami de atividade, como tambm aos demais tipos de empresas.

    2.4.1 Conceito de Entidade

    Segundo esse conceito, a contabilidade trata a pessoa jurdica da empresa de forma

    distinta das pessoas fsicas. A contabilidade feita para a entidade e no para seus

    proprietrios. Dessa forma o patrimnio da empresa comercial contabilizado de

    forma segregada do patrimnio de seus proprietrios, no se confundindo um com ooutro (SOUZA; 2002).

    2.4.2 Conceito de Continuidade

    No ato de constituio de uma empresa comercial, partimos do pressuposto de queessa entidade exista por tempo ilimitado. A continuidade pressuposto bsico de

    uma empresa comercial, e suas operaes so efetuadas considerando-se essa

    premissa. Que seja na avaliao de seus ativos, na mensurao do seus passivos,

    na apurao do resultado etc, o conceito de continuidade ser levado em

    considerao (SOUZA; 2002).

    2.4.3 Uso da moeda como principal unidade contbil

    A unidade contbil comum a todo tipo de sociedade a moeda. Em uma sociedade

    comercial, no seria nada diferente. Para os registros contbeis, so necessrios

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    alguns requisitos bsicos, entre os quais se insere o uso da moeda. Dessa forma,

    para que um evento seja registrado contabilmente, necessrio que possa ser

    traduzido em moeda (SOUZA; 2002).

    2.5 Contabilidade para Micro e Pequenas Empresas

    Inmeros so os mecanismos de incentivos e apoio a Micro e Pequenas Empresas

    no Brasil. Alguns so os aspectos que justificam essa iniciativa. Essas empresas

    possuem um alto custo fixo e sofrem com possveis deseconomias, o que asimpedem de atingir o equilbrio desejado. As MPEs suportam um custo

    desproporcional quando comparadas a empresas de maior porte em cumprimento

    das obrigaes legais.

    Segundo Stroeher (2005), as MPEs apresentam problemas prprios, possuem

    grande heterogeneidade, sendo necessrio um estudo diferenciado voltado para sua

    gesto por criarem uma condio particular que as diferem das empresas de maiorporte.

    Se, por um lado, a informao contbil importante na tomada de deciso

    empresarial, muitos usurios no conseguem compreender o significado de muitos

    termos que so utilizados na evidenciao de eventos econmicos e financeiros.

    Esse fato tem contribudo para uma precria interpretao das informaes

    fornecidas nesses relatrios. Assim, essas informaes no tm contribudo com afinalidade a que se propem, que o de comunicao dos eventos econmicos

    (DIAS FILHO; 2000).

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    2.5.1 Definio de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

    So classificadas como pequenas e mdias empresas aquelas que no tm

    obrigao pblica de prestao de contas e elaboram demonstraes contbeis para

    fins gerais destinados a usurios externos.

    A Lei Complementar 123/06 presente no Cdigo Tributrio Nacional (CTN) sobre as

    Microempresas e Empresas de Pequeno Porte discorre da seguinte forma:

    Art. 1. Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamentodiferenciado e favorecido a ser dispensado s microempresas e empresas de

    pequeno porte no mbito dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e

    dos Municpios, especialmente no que se refere:

    I apurao e recolhimento dos impostos e contribuies da Unio, dos Estados,

    do Distrito Federal e dos Municpios, mediante regime nico de arrecadao,

    inclusive obrigaes acessrias;

    II ao cumprimento de obrigaes trabalhistas e previdencirias, inclusiveobrigaes acessrias;

    IIIao acesso a crdito e ao mercado, inclusive quanto preferncia nas aquisies

    de bens e servios pelos Poderes Pblicos, tecnologia, ao associativismo e s

    regras de incluso.

    2.5.2 Definio das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

    Ainda conforme o CTN:

    Art.3. Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas e

    empresas de pequeno porte a sociedade empresria, a sociedade simples, a

    empresa individual de responsabilidade limitada e o empresrio a que se refere o

    art. 966 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no

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    Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurdicas,

    conforme o caso, desde que:

    I no caso da microempresa, aufira em cada ano-calendrio, receita bruta igual ou

    inferior a R$ 360.000,00;

    II no caso da empresa de pequeno porte, aufira em cada ano-calendrio, receita

    bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a 3.600.000,00.

    2.5.3 Tributos e Contribuies das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

    Conforme se encontra no CTN:

    Art. 12. Fica institudo o Regime Especial Unificado de Arrecadao de Tributos e

    Contribuies devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

    Simples Nacional.

    Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento

    nico de arrecadao, dos seguintes impostos e contribuies:

    I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurdica - IRPJ;

    II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no inciso XII

    do 1 deste artigo;

    III - Contribuio Social sobre o Lucro Lquido - CSLL;

    IV - Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, observadoo disposto no inciso XII do 1 deste artigo;

    V - Contribuio para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do 1 deste

    artigo;

    VI - Contribuio Patronal Previdenciria - CPP para a Seguridade Social, a cargo

    da pessoa jurdica, de que trata o art. 22 da Lei n 8.212, de 24 de julho de 1991,

    exceto no caso da microempresa e da empresa de pequeno porte que se dedique s

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    atividades de prestao de servios referidas no 5-C do art. 18 desta Lei

    Complementar;

    VII - Imposto sobre Operaes Relativas Circulao de Mercadorias e SobrePrestaes de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de

    Comunicao - ICMS;

    VIII - Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza - ISS.

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    3 AS MICROS E PEQUENAS EMPRESAS NO BRASIL

    A grande maioria das empresas brasileiras esto classificadas atualmente como

    Micro e Pequenas Empresas, o que as torna de suma importncia a nvel nacional.

    3.1 Classificao das MPEs no Brasil

    Vrios so os critrios utilizados pelos autores para classificar as MPEs, comonmero de empregados, capital social, receita bruta, etc. Ainda assim o que se

    destaca a receita bruta anual, que segundo rgo federal classificasse como micro

    empresa aquela que possui faturamento bruto anual igual ou inferior a R$

    360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), sendo as de faturamento superior a R$

    360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) at R$ 3.600.000,00 (trs milhes e

    seiscentos mil reais), consideradas pequenas empresas.

    3.2 Influncia Nacional

    As MPEs desempenham papel importante na gerao de empregos e na dinmica

    da economia, de acordo com dados do IBGE retirados do site www.brasil.gov.br elas

    representam 20% do Produto Interno Bruno (PIB), so responsveis por 60% dos94 milhes de empregos no pas e constituem 99% dos 6 milhes de

    estabelecimentos formais existentes no Brasil. Estando a maior parte localizada na

    Regio Sudeste, sendo o comrcio o setor preferencial, seguido de indstria e

    construo civil. O que justifica os incentivos concedidos pelo governo.

    Dados gerais das MPEs brasileiras:

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    Quadro 3Dados das MPEs no Brasil

    As MPEs no Brasil O que isso representa

    20% do PIB R$ 700 bilhes

    99% das empresas 5,7 milhes de MPEs

    60% dos empregos 56,4 milhes de empregos

    Fonte: IBGE, DIEESE, Sebrae Nacional

    Alm de fazer parte da fora econmica no pas, importante ressaltar tambmoutros benefcios que as MPEs esto diretamente relacionadas. De acordo com

    informaes cedidas pelo Ministrio do Trabalho e do Emprego atravs da Relao

    Anual de Informaes Sociais (Rais/MTE), o SEBRAE (2008), pronuncia que as

    MPEs sejam as responsveis pela gerao de 51% da totalidade dos trabalhadores

    empregados com carteira assinada no Brasil, ou seja, as pequenas e mdias

    empresas so as responsveis por mais da metade dos trabalhadores que

    trabalham com a carteira assinada no Brasil, sendo este um motivo para entenderque as MPEs esto saindo da ilegalidade, que gera prejuzo para o pas e dando aos

    trabalhadores os direitos que lhe so previstos por lei.

    3.3 Maiores Dificuldades e Desafios das MPEs

    Entre os maiores problemas que enfrentam as MPEs esto a falta de mo de obra

    qualificada, ou no capacidade de arcar com a mesma, dificuldade de acesso ao

    crdito, falta de planejamento econmico por parte dos proprietrios, excesso de

    carga tributria, etc.

    As dificuldades e riscos de apoio ao investimento muitas vezes fazem com os

    proprietrios das MPEs evitem o crescimento, criando um abismo quase

    intransponvel entre o pequeno e o grande negcio. A falta de qualidade

    administrativa e apoio por parte do contador junto s demonstraes contbeis,

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    planejamento tributrio e financeiro fazem essas empresas muitas vezes

    estagnarem no tempo, ou at mesmo falirem.

    Segundo dados do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributao, 2013),

    aproximadamente 45% das Micros e Pequenas Empresas desaparecem nos seus 5

    (cinco) primeiros anos, sendo possvel citar como principais causas a falta de

    planejamento e informaes do mercado (41,64%), complexidade tributria e

    burocracias (16,51%), dificuldade de acesso ao crdito (14,43%), alto custo de

    tecnologias, brigas familiares ou entre scios, etc.

    Para Stroeher (2005), os relatrios contbeis e financeiros preparados pelocontador, acabam transformando-se em mero cumprimento das obrigaes legais,

    devida a no compreenso dos mesmo pelos gestores, sendo neste caso inteis

    para auxiliar o administrador ou proprietrio nas tomadas de decises.

    3.3.1 Maiores Dificuldades na Administrao do Negcio

    Lima et al. (2004) citam o no entendimento dos benefcios que as informaes

    contbeis poderiam trazer na administrao do negcio por parte dos gestores,

    como causa da Contabilidade ser vista apenas como uma despesa que no agrega

    valor ao empreendimento.

    Para Flippo e Musiger (1970), o sucesso de um gerente pode ser medido pelaquantidade e qualidade de suas decises, que vo depender de sua capacidade e

    habilidade de usar os dados disponveis, que por sua vez acabam sendo limitados.

    Stroeher e Freitas (2006) completam que, os pequenos empresrios esto deixando

    de lado o controle, a organizao, o planejamento e relacionando o contador apenas

    como um mecanismo de escapar da tributao. Por no possurem conhecimentos

    suficientes, por vezes, no conseguem avaliar a sua importncia.

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    Albuquerque (2004), observou que boa parte das decises so tomadas com base

    na experincia e intuio do gestor, e no de uma anlise minuciosa das

    informaes financeiras e mercadolgicas, cabendo ao contador conhecer e

    participar mais da vida empresarial de seus clientes, afim de estreitar uma

    aproximao e demonstrar a importncia da Contabilidade na gesto empresarial.

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    4 PESQUISA DE CAMPO

    Este captulo tem a finalidade de descrever as informaes coletadas no processo

    de pesquisa de campo junto as Micro e Pequenas Empresas de So Domingos do

    Prata, tanto quanto analisar os resultados obtidos e esclarecer se as informaes

    contbeis esto sendo passadas e utilizadas com clareza na tomada de decises

    administrativas pelos gestores.

    4.1 Coleta e Anlise dos Dados Obtidos com a Pesquisa

    Segundo Lakatos e Marconi (2001, p. 186), pesquisa de campo [...] aquela

    utilizada com o objetivo de conseguir informaes acerca de um problema, para o

    qual se procura uma resposta, ou uma hiptese, que se queira comprovar, ou, ainda

    descobrir novos fenmenos ou as relaes entre eles.

    A pesquisa de campo foi realizada por meio de um questionrio fechado de mltipla

    escolha, sendo este composto por 18 questes (Apndice A). Foram dividas em 5

    grupos especficos de questes afim de qualificar melhor as informaes, alm de

    um sexto grupo referente a entrevista realizada com os contadores da regio.

    a) Perfil do Empresrioquestes 1 a 3

    b) Perfil da Empresaquestes 4 a 6c) Conhecimento e Utilizao das Informaes Contbeisquestes 7 a 10

    d) Papel e Auxlio do Contador na Empresaquestes 11 a 14

    e) Particularidadesquestes 15 a 18

    f) Anlise Obtida Atravs de Entrevista com Profissionais Contbeis

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    4.1.1 Perfil do Empresrioquestes 1 a 3

    Na Tabela 1, observamos que 80% dos participantes da pesquisa classificaram-se

    como proprietrios ou scios na empresa, sendo 15% descritos como

    administradores e os demais 5% no opinaram.

    Tabela 1 - Cargo ocupado

    Cargo ocupado Frequncia %Proprietrio ou scio 16 80%

    Administrador ou Gestor 3 15%No Opinaram 1 5%Total 20 100%

    Grfico 1Cargo Ocupado

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    A Tabela 2 revela que 10% esto cursando o nvel superior, 25% j possuem o

    superior completo e 30% possuem apenas o 2 grau completo. Foi possvel observar

    tambm que 35% no possuem nem o 2 grau completo, um nmero que revela um

    ndice de escolaridade relativamente baixo.

    Tabela 2 - Nvel de Escolaridade

    Nvel de Escolaridade Frequncia %1 grau incompleto 1 5%1 grau completo 2 10%2 grau incompleto 4 20%2 grau completo 6 30%

    Nvel superior incompleto 2 10%Nvel superior completo 5 25%Total 20 100%

    Grfico 2Nvel de Escolaridade

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    Quanto a faixa etria dos entrevistados, 60% esto entre 31 e 50 anos, 20% entre

    51 e 60 anos e apenas 10% acima dos 60 anos.

    Tabela 3 - Faixa Etria

    Faixa Etria Frequncia %20 a 30 anos 2 10%31 a 40 anos 7 35%41 a 50 anos 5 25%51 a 60 anos 4 20%acima de 60 anos 2 10%Total 20 100%

    Grfico 3Faixa Etria

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    4.1.2 Perfil da Empresaquestes 4 a 6

    Para classificar o porte da empresa foi usado como critrio o faturamento bruto

    anual estabelecido pela CTN. Observa-se ento na Tabela 4 que 55% informaram

    ser microempresas, ou seja, possuem faturamento bruto anual at R$ 360.000,00

    (trezentos e sessenta mil reais), 40% afirmaram ser pequenas empresas, com

    faturamento superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) at R$

    3.600.000,00 (trs milhes e seiscentos mil reais) e 5% preferiram no opinar.

    Tabela 4 - Porte da Empresa

    Porte da Empresa Frequncia %Microempresa 11 55%Pequena Empresa 8 40%No Opinaram 1 5%Total 20 100%

    Grfico 4Porte da Empresa

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    Verifica-se que 35% das empresas entrevistadas existem a mais de 15 anos na

    cidade, 30% esto entre 11 e 15 anos de existncia e 25% entre 6 e 10 anos. O

    restante (10%), esto na faixa onde h o maior ndice de mortalidade nas MPEs, os

    cinco primeiros anos.

    Tabela 5 - Tempo de Funcionamento

    Tempo de Funcionamento Frequncia %1 a 5 anos 2 10%6 a 10 anos 5 25%11 a 15 anos 6 30%15 anos ou mais 7 35%

    Total 20 100%

    Grfico 5Tempo de Funcionamento

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    Conforme a Tabela 6, o ramo de atividade que se mostrou mais freqente o

    comrcio com 60%, o ramo de indstria e servio ocupam igualmente o resto do

    mercado com 20% cada.

    Tabela 6 - Ramo de Atividade

    Ramo de Atividade Frequncia %Servios 4 20%Comrcio 12 60%Indstria 4 20%Total 20 100%

    Grfico 6Ramo de Atividade

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    4.1.3 Conhecimento e Utilizao Das Informaes Contbeisquestes 7 a 10

    Esta etapa tem como finalidade determinar o nvel de conhecimento Contbil dos

    empresrios ou gestores das empresas. De acordo com a Tabela 7, 50% dos

    entrevistados afirmam no possuir conhecimento algum para entender os relatrios

    e informaes contbeis, 30% alegam ter um conhecimento mdio dos

    demonstrativos e 10% apenas se dizem capaz de analisar e interpretar os dados.

    Tabela 7 - Conhecimento Contbil

    Conhecimento Contbil Frequncia %Nenhum 10 50%Ruim 2 10%Bom 6 30%timo 2 10%Total 20 100%

    Grfico 7Conhecimento Contbil

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    Na Tabela 8, foi possvel observar que 45% dos participantes consideram as

    informaes contbeis importante para rea fiscal, 10% no as consideram

    importante ou teis, 20% as citam como importantes para o setor trabalhista da

    empresa e os outros 15% acreditam no seu uso para o controle gerencial e

    financeiro do negcio e apenas 10% no opinaram.

    Tabela 8 - rea de Maior Importncia da Informao

    Importncia da Informao Frequncia %Trabalhista 4 20%Fiscal 9 45%Controle Gerencial e Financeiro 3 15%

    Nenhuma rea 2 10%No Opinaram 2 10%Total 20 100%

    Grfico 8rea de Maior Importncia da Informao

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    De acordo com os dados da Tabela 9, 60% dos empresrios ou gestores, acreditam

    que os servios contbeis so apenas uma maneira de manter-se em dia com as

    obrigaes tributrias, apenas 15% entendem que os servios so importantes para

    o controle gerencial e para tomada de decises e 5% enxergam os servios como

    uma ajuda direta dentro da empresa.

    Tabela 9 - Principal Funo do Servio Contbil

    Funo do Servio Contbil Frequncia %Cumprir Exigncias do Fisco 12 60%Ajudar na Gesto e Controle 1 5%Fornecer Informaes Relevantes 3 15%

    No Opinaram 3 15%Outros 1 5%Total 20 100%

    Grfico 9Principal Funo do Servio Contbil

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    Os dados da Tabela 10 definem como maior preocupao dentro das empresas o

    controle de faturamento (35%), seguido do controle de fluxo de caixa (30%) e o

    custo da produo e produto com 15% da ateno.

    Tabela 10 - Informaes Relevantes para Empresa

    Informaes Relevantes Frequncia %Fluxo de Caixa 6 30%Faturamento 7 35%Controle de Entreda e Sada 2 10%Custo do Produto 3 15%Preo da Concorrncia 2 10%Total 20 100%

    Grfico 10Informaes Relevantes para Empresa

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    4.1.4 Papel e Auxlio do Contador na Empresa - questes 11 a 13

    Analisando a atuao do profissionais contbeis diretamente nas empresas, notou-

    se, de acordo com a Tabela 11, que apenas 15% dos participantes afirmam usar

    informaes recebidas dos seus contadores, sendo que 35% fazem uso de

    programas especficos, 30% afirmam fazer controle por meio de planilhas

    especficas e 20% ainda fazem de forma manual o controle interno do negcios.

    Tabela 11 - Chegada de Informaes Relevantes para Empresa

    Chegada das Informaes Frequncia %Controle Manual 4 20%Programa Especfico 7 35%Planilhas Especficas 6 30%Contabilidade 3 15%Total 20 100%

    Grfico 11Chegada de Informaes Relevantes para Empresa

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    Por meio da Tabela 12 foi possvel identificar que apenas 20% dos gestores

    entrevistados dizem receber relatrios contbeis que dizem respeito a situao da

    empresa, sendo de 50% o ndice de participantes que afirmam no receber relatrio

    algum e 30% que dizem receber em algumas situaes.

    Tabela 12 - Recebimento de Relatrios da Contabilidade

    Recebimento de Relatrios Frequncia %Sim 4 20%No 10 50%s Vezes 6 30%Total 20 100%

    Grfico 12Recebimento de Relatrios da Contabilidade

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    Ao analisar os dados da Tabela 13, ficou claro que 30% dos gestores e

    administradores no continuariam com os servios de um escritrio contbil se

    houvesse uma facilitao burocrtica para as MPEs, 35% mostraram-se em dvida

    com relao a atitude tomada, 30% afirmam que continuariam com os servios

    prestados e 5% preferiram no opinar.

    Tabela 13 - Continuariam com os Servios

    Continuariam com os Servios Frequncia %Sim 6 30%No 6 30%s Vezes 7 35%

    No Opinaram 1 5%Total 20 100%

    Grfico 13Continuariam com os Servios

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    Verifica-se conforme a Tabela 14, que 35% dos entrevistados acreditam que uma

    aproximao do contador e empresa, poderiam resultar em uma melhoria para a

    empresa. O maior percentual o que se mostra duvidoso sobre a possibilidade de

    mudana (40%), apenas 20% no acreditam que haveria alguma mudana e 5%

    preferiram no opinar sobre o assunto.

    Tabela 14 - Melhoria Para Empresa Atravs da Aproximao

    Melhoria para Empresa Frequncia %Sim 7 35%No 4 20%s Vezes 8 40%

    No Opinaram 1 5%Total 20 100%

    Grfico 14Melhoria para Empresa Atravs da Aproximao

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    4.1.5 Particularidadesquestes 15 a 18

    Buscando entender melhor os participantes como gestores, a Tabela 15 mostrou

    que 35% dos gestores ainda utilizam basicamente sua experincia para tomada de

    decises. Com 15% cada, o uso de pesquisas de mercado, sistema prprio de

    banco de dados e relatrios contbeis so os seguintes da lista.

    Tabela 15 - Principal Recurso Utilizado para Tomada de Decises

    Tomada de Decises Frequncia %

    Pesquisa de Mercado 3 15%Consultas a Internet 0 0%Planilhas Estatsticas 2 10%Relatrios Manuais 1 5%Bando de Dados 3 15%Relatrios Contbeis 3 15%Baseados na Experincia 7 35%Baseados na Intuio 1 5%Total 20 100%

    Grfico 15Principal Recurso Utilizado Para Tomada de Decises

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    Conforme a Tabela 16, os entrevistados acreditam que a melhor opo para auxiliar

    na gesto da empresa seria o Administrador, sendo este representante de 50% da

    preferncia, seguido do contador com 20%. Observa-se tambm que 20% no se

    mostrou disposto ou necessidade de contratar qualquer profissional para apoio a

    gesto do seu negcio.

    Tabela 16 - Profissional Para Auxiliar

    Profissional Frequncia %Contador 4 20%Administrador 10 50%Economista 2 10%

    Advogado 0 0%Outro 0 0%Nenhum 4 20%No Opinar 0 0%Total 20 100%

    Grfico 16Profissional para Auxiliar

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    Sobre as dificuldades enfrentadas na gesto de um negcio, destacou-se com 35%

    a carga tributria, seguida da dificuldade de concorrer no mercado com 25% e

    administrao financeira com 15%.

    Tabela 17 - Maiores Dificuldades Enfrentadas

    Dificuldades Frequncia %Formao de Preo 2 10%Controle de Entrada e Sada 1 5%Administrao Financeira 3 15%Mercado 5 25%Concorrncia 2 10%Carga Tributria 7 35%Outra 0 0%Total 20 100%

    Grfico 17Maiores Dificuldades Enfrentadas

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    A Tabela 18 aponta que 40% dos participantes da pesquisa pagariam para obter

    maior auxilio dos contadores. Ainda assim, 35% no se diz disposto a pagar mais

    por ajuda e o restante (25%) deixou em aberto a possibilidade.

    Tabela 18 - Pagariam Mais Por Ajuda Direta do Contador

    Pagariam Mais Por Ajuda Frequncia %Sim 8 40%No 7 35%s Vezes 5 25%No Opinaram 0 0%Total 20 100%

    Grfico 18Pagariam Mais Por Ajuda Direta do Contador

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    4.1.6 Anlise Obtida Atravs do Dilogo com Profissionais Contbeis

    Atravs das entrevistas realizadas com alguns contadores da regio, observou-se

    que, para alguns, os empresrios das MPEs no esto interessados em expandir ou

    entender as informaes contbeis. Relatou-se at que alguns parecem tratar seu

    comrcio como uma venda de garagem, onde no se preocupa com custos e

    despesas, tributao, estoques, etc; mas apenas com vender e colocaro dinheiro

    no bolso. Foi citado que em alguns casos as demonstraes deixaram de ser

    geradas e enviadas por pedido dos proprietrios que no viam necessidade no

    mesmo.

    A respeito dos valores cobrados pelos servios, notou-se que existe uma grande

    resistncia ao pagamento do valor justo pelos mesmos, sendo descrito como uma

    dificuldade conseguir um valor justo de honorrio, o que implica na disponibilidade

    dos proprietrios de pagar apenas o suficiente para a contabilidade pelos servios

    de setor pessoal e fiscal, sendo deixado de lado os benefcios da contabilidade

    gerencial e financeira. Contudo, em alguns casos, o interesse em pagar o valor justopor auxlio e vontade de expandir suas atividades ainda se faz presente em alguns

    gestores e ramos de atividades.

    Por fim, foi relatado um descaso com relao a veracidade das informaes trazidas

    pelos gestores, onde as mesmas, na sua maioria, no condizem com a realidade.

    Entre essas destacam-se a distino de venda a vista e a prazo, controle de

    estoque, contas bancrias e despesas no informadas.

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    5 CONSIDERAES FINAIS

    O presente estudo evidenciou a carncia de chegada e uso das informaes

    contbeis diretamente nas MPEs. Contudo, foi possvel notar que essa deficincia

    est ligada principalmente a falta de conhecimentos suficientes para interpret-las e

    o descaso dos gestores com relao a importncia da contabilidade. A falta de

    proximidade entre contador e empresa faz com que os gestores visem a

    contabilidade apenas como uma forma de cumprir as obrigaes fiscais.

    Procurou-se inicialmente conceituar a evoluo e importncia da contabilidade comoforma de gerenciamento para uma empresa, baseando-se nos recursos fornecidos

    pela contabilidade gerencial e financeira como principal fonte para extrao de

    dados. J que estas reas tm como inteno facilitar e auxiliar na tomada de

    decises.

    de longa data que se estabeleceu a idia de que o contador apenas um recurso

    para cumprir as exigncias do FISCO. Diante dessa realidade, a fim de identificar sea idia ainda est presente nos dias de hoje, uma pesquisa de campo por intermdio

    de questionrio foi realizada junto as MPEs na cidade de So Domingos do Prata.

    Foi possvel observar com a pesquisa, que a maioria dos administradores ainda

    considera as informaes contbeis desnecessrias, sendo essas vistas apenas

    como uma obrigao de cumprir o quesito de fiscalizao. Este pode ser ainda um

    reflexo da viso antiga que se tem dos contadores, devido a faixa etria constatadana gesto das empresas, que est entre 31 e 50 anos, e o ramo de atividade mais

    freqente, o comrcio, onde se observou um forte interesse de apenas manter-se no

    mercado, e no de expandir os negcios.

    Verificou-se ainda que o conhecimento e capacidade de analisar as informaes

    contbeis efetivamente precrio, sendo este, possivelmente, um dos motivos pelo

    qual as demonstraes no tm importncia diante os olhos dos proprietrios das

    MPEs. O ndice insatisfatrio de entrevistados com nvel superior completo refora

    esse descaso pelas demonstraes.

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    A respeito das informaes consideradas de fato relevantes para os gestores das

    MPEs, destacam-se as que tem relao direta com faturamento e caixa, deixando

    claro a idia bsica de vender lucrar. No h percepo clara ou preocupao

    evidente com controle de custos ou produo, somente a idia de que preciso

    vender mais para competir no mercado. O uso de formas desatualizadas de controle

    e gesto para auxlio e tomada de decises, como apenas planilhas, controle

    manual, tomada de decises baseadas nas mesmas e at mesmo na experincia de

    vida e mercado contribuem para essa viso fechada com relao a administrao.

    A falta de participao direta do contador junto a gesto das MPEs contribui com a

    forma que as MPEs esto sendo gerenciadas, o no envio e at mesmo auxlio nainterpretao das demonstraes contbeis est claramente ligada a idia do

    contador que somente cumpre com as obrigaes do FISCO. Reflexo disto so as

    afirmaes de que muitos abandonariam os servios contbeis se houvesse uma

    simplificao das exigncias fiscais para as MPEs.

    Contudo, um pequeno grupo destaca-se em meio a pesquisa. Apesar de ser uma

    minoria evidente, este mostra-se mais interessado no que as demonstraescontbeis tm a oferecer. Observou-se que o grupo, em alguns casos, esto

    diretamente ligados ao ramo de indstrias, sendo que j possuem nvel superior

    completo ou o esto cursando. Essa co-relao pode ser avaliada como um caminho

    para a valorizao dos servios contbeis, j que os mesmos se mostraram

    interessados em achar um valor justo a pagar pelos servios, desde que este seja

    de efetiva ajuda para gesto do empreendimento.

    Sugere-se ento com este trabalho, que tanto clientes como contadores, procurem

    um ponto de equilbrio entre o valor justo de honorrios, efetivo apoio e ajuda na

    gesto para tomada de decises das MPEs, atravs das ferramentas contbeis

    disponveis. necessrio que os gestores comprometam-se mais com relao s

    informaes prestadas a contabilidade, pois as mesmas precisam ser coniventes

    com a realidade para que haja de fato algum sentido nas demonstraes contbeis.

    Por fim, este trabalho demonstrou a distncia que existe entre as MPEs e seus

    contadores, ressaltando que as mesmas poderiam ser beneficiadas e enfrentar

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    menos dificuldades se houvesse uma aproximao de ambas as partes, entendendo

    que contadores no so os guardas livros de antigamente e nem so apenas

    intermdios com o FISCO, mas so poderosas ferramentas de gesto.

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    REFERNCIAS

    ALBUQUERQUE, A. F. Gesto estratgica das informaes internas na pequenaempresa: estudo comparativo de casos em empresas do setor de servios hoteleiroda regio de Brotas. 2004. 209f. Dissertao (Mestrado em Engenharia daProduo) Curso de Ps-Graduao em Engenharia de Produo, Escola deEngenharia de So Carlos, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2004.

    ATKINSON, Anthony A. [et al.]; traduo Andr Olmpio Mosselman Du ChenoyCastro, reviso tcnica Rubens Fam. 3. ed. So Paulo: Atlas, 2011.

    BRASIL. Cdigo Tributrio Nacional e Constituio Federal / obra coletiva de autoriada Editora Saraiva com a colaborao de Luiz Roberto Curia, Lvia Cspades eJuliana Nicoletti. 41. ed. So Paulo: Saraiva, 2012.

    CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial : teoria e prtica. 2. ed. SoPaulo: Atlas, 2002.

    DIAS FILHO, J. M. A linguagem utilizada na evidenciao contbil: uma anlise de

    sua compreensibilidade luz da teoria da comunicao, Caderno de Estudos,FIPECAFI, So Paulo, v.13, n. 24, p. 38 - 49, jul./dez. 2000.

    FLIPPO, E. B.; MUSINGER, G. M. Management. 5. ed. Boston: Allyn & Bacon, 1970.

    IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Mapa das micro e pequenasempresas 2012 2013. Disponvel em: . Acesso em: 10 out.2013.

    IUDCIBUS, Srgio de; MARION, Jos Carlos. Contabilidade Comercial.: atualizadoconforme o novo cdigo civil. 7. ed. So Paulo: Atlas, 2008.

    PADOVEZE, Clvis Lus. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema deinformao contbil. 5. ed. So Paulo: Atlas, 2008.

    PADOVEZE, Clvis Lus. Contabilidade Gerencial. IESDE Brasil S.A. , 2012.

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    57

    SEBRAE. Servio Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas. Fatorescondicionantes e taxas de sobrevivncia e mortalidade das micro e pequenasempresas no Brasil 2003 2005. SEBRAE 2007.Disponvel em:. Acesso em: 15 out. 2013.

    SOUZA, Acilon Batista de. Contabilidade de Empresas Comerciais. So Paulo:Atlas, 2002.

    STROEHER. A. M. Identificao das caractersticas das informaes contbeis e asua utilizao para tomada de deciso organizacional de pequenas empresas. 2005.159 f. Dissertao (Mestrado em Administrao) Curso de Ps-Graduao emAdministrao, Escola de Administrao da Universidade Federal do Rio Grande doSul, Porto Alegre, 2005.

    STROEHER, A. M.; FREITAS, H. Identificao das necessidades de informaescontbeis de pequenas empresas para a tomada de deciso organizacional. In: IIICongresso Internacional de Gesto da Tecnologia e Sistemas de Informao -CONTECSI, 3., 2006, So Paulo. Anais... CONTECSI, 2006.

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    APNDICE A QUESTIONRIO

    Prezado(a) Empresrio(a),

    Estou concluindo meu curso de Cincias Contbeis, no final deste ano, e paraconcluir apresentarei minha Monografia, cujo tema A Utilizao das Informaes Contbeis na Tomada de Deciso de Micros e Pequenas Empresas. Paraisso, necessrio realizar uma pesquisa, cujos dados coletados me ajudaro arealizar o estudo especificado acima.

    Solicito, pois, que voc preencha este questionrio, externando suasimpresses acerca dos servios contbeis recebidos.

    Muito obrigado!Renato Domingues de Castro

    -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    Nome (opcional): _____________________________________________________

    1- Qual seu cargo na empresa?a) Proprietrio ou Sciob) Administrador ou Gestorc) Outros Qual?_____________________________

    d) No Opinar

    2- Qual a sua formao?a) 1 grau incompletob) 1 grau completoc) 2 grau incompletod) 2 grau completoe) Nvel superior incompletof) Nvel superior completo

    3- Qual a sua idade?a) 20 a 30b) 31 a 40c) 41 a 50d) 51 a 60e) Acima de 60

    4- Porte da empresa:a) Faturamento Bruto Anual at R$ 360.000,00

    b) Faturamento Bruto Anual acima de R$ 360.000,00 at R$ 3.600.000,00c) Faturamento Bruto Anual acima de R$ 3.600.000,00d) No Opinar

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    5- Idade da sua empresa?e) 1 a 5 anos

    f) 6 a 10 anosg) 11 a 15 anosh) Acima de 15 anos

    6- Ramo de atividade?a) Serviosb) Comrcioc) Indstriad) Outros Qual?_____________________________

    7- Como voc qualificaria seu conhecimento contbil para analisar os relatrios edemonstrativos?

    a) Nenhumb) Ruimc) Bomd) timo

    8- Em que setor voc acha que as informaes contbeis so ou podem ser maisrelevantes?

    a) Trabalhistab) Fiscalc) Controle Gerencial e Financeiro do Negciod) Nenhuma reae) No Opinaramf) Outro Qual?____________________________

    9- Qual a principal finalidade dos Servios Contbeis para voc?a) Cumprir com as obrigaes tributriasb) Ajudar diretamente no controle e gesto da empresa

    c) Fornecer informaes relevantes que ajudem no processo administrativod) No Opinare) Outra Qual?____________________________

    10- Qual informao mais importante dentro da empresa para seu controle?a) Fluxo de Caixab) Faturamentoc) Controle de Entrada e Sada (estoque)d) Custo de produo e funcionamentoe) Preo da Concorrncia

    f) Outra Qual?____________________________

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    11- Como voc consegue as informaes citadas no item anterior (questo 10)?a) Controle Manualb) Programa Especficoc) Planilhas Especficas

    d) Contabilidadee) Outra Qual?____________________________

    12- O contador envia relatrios, informaes ou demonstrativos contbeis sobre aempresa?

    a) Simb) Noc) s vezesd) No Opinar

    13- Voc continuaria com os servios de contabilidade caso houvesse umasimplificao burocrtica para o funcionamento das empresas?

    a) Simb) Noc) s vezesd) No Opinar

    14- Haveria alguma melhoria na empresa com uma proximidade maior do contadorpara voc ?

    a) Simb) Noc) s vezesd) No Opinar

    15- Qual principal recurso utilizado no processo de tomada de decises?a) Pesquisa de Mercadob) Consultas a Internetc) Planilhas Estatsticas

    d) Relatrios Manuaise) Banco de Dados de Sistema Prpriof) Relatrios Contbeisg) Experinciah) Intuio

    16- Qual profissional voc contrataria para ajudar no processo de gesto?a) Contadorb) Administradorc) Economista

    d) Advogadoe) Outro Qual?____________________________f) Nenhum

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    g) No Opinar

    17- Quais as maiores dificuldades enfrentadas na administrao do seu negcio?

    a) Formao de Preob) Controle de Entrada e Sada (estoque)c) Administrao de Caixa e Capital de Girod) Mercadoe) Concorrnciaf) Carga Tributriag) Outra Qual? ____________________________

    18- Pagariam mais ao contador por maior auxlio no processo de gesto?a) Sim

    b) Noc) s vezesd) No Opinar