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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO UNIVERSITARIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIA (DETEC) CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO BRUNO PEREIRA DE OLIVEIRA UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES MODELOS DE SIMULAÇÃO PARA ANÁLISE DA LOCALIZAÇÃO DE POSTOS DE GUARDA-VIDAS DA OPERAÇÃO SALVA MAR NO BALNEÁRIO DE GURIRI DO MUNICÍPIO DE SÃO MATEUS ESPÍRITO SANTO SÃO MATEUS 2014

TCC sobre Localização de Facilidades

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Utilização de diferentes métodos para análise da localização de postos de salvamento na praia de Guriri-ES

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Page 1: TCC sobre Localização de Facilidades

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO UNIVERSITARIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIA (DETEC)

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

BRUNO PEREIRA DE OLIVEIRA

UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES MODELOS DE SIMULAÇÃO PARA ANÁLISE DA

LOCALIZAÇÃO DE POSTOS DE GUARDA-VIDAS DA OPERAÇÃO SALVA MAR

NO BALNEÁRIO DE GURIRI DO MUNICÍPIO DE SÃO MATEUS – ESPÍRITO

SANTO

SÃO MATEUS

2014

Page 2: TCC sobre Localização de Facilidades

BRUNO PEREIRA DE OLIVEIRA

UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES MODELOS DE SIMULAÇÃO PARA ANÁLISE DA

LOCALIZAÇÃO DE POSTOS DE GUARDA-VIDAS DA OPERAÇÃO SALVA MAR

NO BALNEÁRIO DE GURIRI DO MUNICÍPIO DE SÃO MATEUS – ESPÍRITO

SANTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Departamento de Engenharias e Tecnologia

(DETEC) da Universidade Federal do Espírito

Santo, como requisito parcial para obtenção do

grau de Bacharel em Engenharia de Produção.

Orientador: Prof. MSc. Wellington Gonçalves.

SÃO MATEUS

2014

Page 3: TCC sobre Localização de Facilidades

BRUNO PEREIRA DE OLIVEIRA

UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES MODELOS DE SIMULAÇÃO PARA ANÁLISE DA

LOCALIZAÇÃO DE POSTOS DE GUARDA-VIDAS DA OPERAÇÃO SALVA MAR

NO BALNEÁRIO DE GURIRI DO MUNICÍPIO DE SÃO MATEUS – ESPÍRITO

SANTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Engenharias e

Tecnologia da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para

obtenção do grau de Bacharel em Engenharia de Produção.

Aprovado em___________.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________ Prof. Dr. Glaydston Mattos Ribeiro Universidade Federal do Rio de Janeiro

____________________________________________ Prof. MSc. Wellington Gonçalves Universidade Federal do Espírito Santo Co-orientador

_____________________________________________ Prof. Dr. Rodrigo Randow de Freitas Universidade Federal do Rio de Janeiro

_____________________________________________ Prof. MSc. Thiago Padovani Xavier Universidade Federal do Espírito Santo

Page 4: TCC sobre Localização de Facilidades

AGRADECIMENTOS

Agradecer é uma forma ímpar de tentar mostrar a gratidão por aquilo que se tem

recebido apoio. Dessa forma, gostaria de destacar que existiram várias pessoas que

de alguma forma contribuíram para minha jornada acadêmica. Agradeço

primeiramente a Deus, pelo dom da minha vida e por ter iluminado minhas escolhas

ao longo desta caminhada difícil, em que houveram momentos que perseverei diante

as frustrações que apareciam. De modo especial agradecer a minha família, em

especial aos meus pais que não mediram esforços para que eu pudesse olhar ao

meu redor com os óculos da sabedoria para poder discernir os frutos que devo

colher para tornar a vida mais harmoniosa. Aos meus primos, Silvestre e Felipe, que

serviram como exemplo a serem seguidos. Meus companheiros de farda, que me

apoiaram quando precisava de suporte no trabalho, com ideias e conversas

positivas e principalmente àqueles que puderam me ajudar quando precisava

cumprir com as atividades acadêmicas, permutando horas de serviço e trocando

escalas.

Agradeço de forma honrosa ao Professor Glaydston Mattos Ribeiro, profissional

competente que expandiu meus conhecimentos favorecendo o meu

desenvolvimento e por ter despertado mesmo sem querer, a ideia de realizar um

trabalho de cunho comunitário e prestativo. Também gostaria de agradecer ao

Professor Wellington Gonçalves, que além de excelente orientador, foi instigador e

bem consistente quando abraçou a causa deste projeto.

Aos colegas de curso, agradeço por ter proporcionado muitos momentos de

felicidade e conhecimento.

E por fim, gostaria de agradecer ao comando da 1ª Cia Ind. - CBMES que me deu a

oportunidade de aplicar o presente trabalho numa área de atuação do Corpo de

Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo.

Page 5: TCC sobre Localização de Facilidades

“A experiência é uma professora dura, ela dá o teste

e depois ensina.”

SGT BM Honório

Page 6: TCC sobre Localização de Facilidades

RESUMO

Uma breve análise sobre o quadro em que se encontra o perfil de afogamento no

Brasil mostra o quão relevante é o tema para a sociedade e entidades envolvidas.

Um dos problemas que pode ser destacado acerca das táticas e estratégias das

operações emergenciais está presente na forma de gerenciamento do serviço

público de uma equipe de guarda-vidas no que tange a logística de localização dos

postos de salvamento, que em muitos casos são posicionados pelos gestores por

meio de decisões baseadas em abordagens qualitativas. O embasamento teórico

mostra que, na logística da formação do Sistema Médico de Emergência, o tempo-

resposta é um dos fatores fundamentais para determinar condutas necessárias a um

atendimento eficiente. Calcula-se que a possibilidade de morte por afogamento

quando em uma praia protegida por guarda-vidas é de 1 em 18 milhões

(0,000055%), tornando assim, a localização dos postos de salvamento

intrinsecamente ligada ao tempo-resposta. Nesse contexto, quando a alocação de

recursos num determinado planejamento influencia na eficiência do sistema em que

está inserida, um problema de localização (PL) se levanta. Para solucionar a

problemática, na área da Pesquisa Operacional, a localização de facilidades é a

ferramenta aplicada a vários problemas da logística recorrente ao conteúdo do

projeto. O PL estudado é aplicado como estudo de caso na operação Salva Mar que

acontece durante o verão no balneário de Guriri, município de São Mateus, norte do

Espírito Santo e consiste em gerenciar os recursos voltados às emergências

aquáticas. São revisados e utilizados alguns modelos matemáticos de programação

linear inteira mista (PLIM) para solucionar o PL, destacando os de cobertura de

conjuntos (PLCC), de máxima cobertura (PLMC), de p-medianas (PLp-Med) e p-

centros (PLp-centros) processados num solver de otimização. Também é utilizado

um sistema de informação geográfica (SIG) para solucionar o PL e simular os mapas

temáticos. Por fim, os resultados apontam que os modelos SIG, PLCC, PLMC e PLp-

Med são os mais sugestivos para compor uma discussão acerca do tema abordado

como forma de auxiliar na tomada de decisão.

Palavras-chave: Guarda-vidas. Tempo-resposta. Postos de salvamento. Pesquisa

Operacional. Localização de facilidades.

Page 7: TCC sobre Localização de Facilidades

ABSTRACT

A brief analysis on the Brazilian drowning profile shows how relevant is the issue for

society and involved organizations. One of the problems that can be highlighted on

the tactics and strategies of emergency operations is present in the manner of

manage the public service of a lifeguards team in respect to the logistic location of

rescue stations, that in many cases are positioned by managers through decisions

based on qualitative approaches. The theoretical foundation shows that, within the

logistics of the Emergency Medical System formation, the time-response is one of the

most important factors to determine the necessary ducts for an efficient service. It is

estimated that the possibility of death by drowning while on a beach protected by

lifeguards is 1 in 18 million (0.000055%), making the location of lifeguard stations

intrinsically linked to the time-response. Thus, when the allocation of resources in a

given planning influences the system efficiency in which it operates, a location

problem (LP) appears. To solve the problem, in the field of Operational Research,

facility location is a tool applied to various logistics problems included in the content

of the project. The studied LP is applied as a case in the Sea Save Operation, which

takes place during the summer at the balneary of Guriri, city of São Mateus, north of

Espírito Santo and consists in manage the resources devoted to aquatic

emergencies. Are reviewed and used some mathematical models of mixed integer

linear programming (MILP) to solve the LP, highlighting the set covering (PLCC),

maximum coverage (MCLP), p-median (Med-PLP) and p-centers (PLP-center)

processed in an optimization solver. Also is used a geographic information system

(GIS) to solve the LP and simulate thematic maps. Finally, the results indicate that

GIS, PLCC, MCLP and PLP-Med models are more suggestive to compose a

discussion of the subject as a help in decision-making.

Keywords: Lifeguards. Time-response. Lifeguard stations. Operational Research.

Facility location.

Page 8: TCC sobre Localização de Facilidades

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - MORTALIDADE POR AFOGAMENTO NO BRASIL ENTRE 1996 E

2012. ......................................................................................................................... 16

GRÁFICO 2 - AFOGAMENTO POR ESTADO EM 2012. .......................................... 16

GRÁFICO 3 - RESULTADOS COMPUTACIONAIS .................................................. 70

GRÁFICO 4 - VARIAÇÃO EM RELAÇÃO AO MODELO ATUAL .............................. 70

GRÁFICO 5 - VARIAÇÃO SIG X MODELOS DE COBERTURA ............................... 72

GRÁFICO 6 - VARIAÇÃO SIG X PLPMED X PLPCENTRO ..................................... 73

Page 9: TCC sobre Localização de Facilidades

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Sistema de Emergências Médicas (SEM) ................................................. 23

Figura 2 - O triângulo do planejamento logístico ....................................................... 25

Figura 3 - Representação de um problema de localização discreto. (A) Localização

geográfica dos clientes e locais candidatos. (B) Solução factível ............................. 29

Figura 4 - Aplicações do TransCAD .......................................................................... 40

Figura 5 - Distância euclidiana entre dois pontos ...................................................... 41

Figura 6 - Fases da metodologia da pesquisa........................................................... 44

Figura 7 - Localização dos postos atuais .................................................................. 48

Figura 8 - Coordenadas dos postos atuais ................................................................ 48

Figura 9 - Imagem do Balneário de Guriri com suas respectivas correntes de retorno

.................................................................................................................................. 50

Figura 10 - Principais vias de acesso à praia (locais candidatos) ............................. 51

Figura 11 - Coordenadas dos postos candidatos ...................................................... 51

Figura 7 - Organograma da Operação Salva Mar ..................................................... 53

Figura 14 - Banco de dados com as coordenadas das correntes de retorno

(demanda) ................................................................................................................. 57

Figura 15 - Layer de pontos que representam as correntes de retorno .................... 57

Figura 16 - Layer de pontos contendo os postos candidatos .................................... 58

Figura 17 - Layer de pontos contendo as correntes de retorno e os postos

candidatos ................................................................................................................. 58

Figura 18 - Ferramenta Cost Matrix .......................................................................... 59

Figura 19 - Modelo atual da localização dos postos .................................................. 60

Figura 20 - Representação dos dados de SILVA(2012) e GHIRARDINI &

CANCIGLIERI (2008) ................................................................................................ 61

Figura 21 - Simulação 1: minimizar distância máxima .............................................. 62

Figura 22 - Resultado do TransCAD ......................................................................... 62

Figura 23 - Localização espacial das novas facilidades ............................................ 63

Figura 24 - Resultado Cplex para o PLCC ................................................................ 64

Figura 25 – Localização dos postos utilizando o PLCC ............................................ 64

Figura 26 - Resultado Cplex para o PLMC ................................................................ 65

Figura 27 - Localização dos postos utilizando PLMC ................................................ 66

Figura 28 - Resultado Cplex para o PLp-Med ........................................................... 67

Page 10: TCC sobre Localização de Facilidades

Figura 29 – Localizações utilizando o PLp-Med ........................................................ 68

Figura 30 - Resultado Cplex para o PLp-centros ...................................................... 68

Figura 31 - Localização dos postos do PLp-centros .................................................. 69

Page 11: TCC sobre Localização de Facilidades

LISTA DE SIGLAS

CBMES - Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo

DATASUS - Departamento de Informática do SUS

PL - Problema de Localização

PLCC - PL para Cobertura de Conjuntos

PLF - Problemas de Localização de Facilidades

PLMC - PL de Máxima Cobertura

PLMI - Programação Linear Inteira Mista

PLp-centros - PL de p-centros

PLp-Med - PL de p-Medianas

PLp-MedCap - PL de p-Medianas Capacitado

SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

SAVC - Suporte Avançado de Vida

SBV - Suporte Básico de Vida

SEM - Sistema de Emergência Médica

SIG - Sistema de Informações Geográficas

SIM - Sistema de Informação de Mortalidade

SOBRASA - Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático

USLA - United States Lifesaving Association

Page 12: TCC sobre Localização de Facilidades

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 22

2.1 A logística do atendimento ao afogado ........................................................ 22

2.2 O Planejamento Logístico da localização de facilidades .............................. 25

2.3 Simulação como ferramenta ........................................................................ 26

2.4 Problemas de localização de facilidades (PLF) ............................................ 27

2.4.1 Classificação dos problemas de localização (PL): ................................. 28

2.5 Principais modelos matemáticos de localização .......................................... 33

2.5.1 Modelos de cobertura ............................................................................ 33

2.5.2 P-centros (PLp-centros) ......................................................................... 36

2.5.3 P-Medianas ........................................................................................... 37

2.5.4 P-Medianas Capacitado ........................................................................ 38

2.6 Sistemas de Informação Geográfica (SIG) ................................................... 39

3 METODOLOGIA ................................................................................................ 43

3.1 Tipo de Pesquisa ......................................................................................... 44

3.2 Campo de Estudos ....................................................................................... 45

3.3 Amostra ........................................................................................................ 45

3.4 Coleta de Dados .......................................................................................... 46

3.4.1 Fase 1: Definição dos nós ..................................................................... 48

3.5 Análise de Dados ......................................................................................... 51

4 ÁREA DE ESTUDO E RESULTADOS ............................................................... 53

4.1 Estrutura da operação salva mar ................................................................. 53

4.2 coleta de dados ............................................................................................ 55

4.2.1 Fase 2: Dados de entrada para os modelos de localização de

instalações ......................................................................................................... 55

Page 13: TCC sobre Localização de Facilidades

4.3 Modelagens e Simulações ........................................................................... 59

4.3.1 Fase 3: Modelo SIG e PLIM para localização de instalações ................ 60

4.4 FASE 4: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS SOLUÇÕES E ANÁLISE DOS

RESULTADOS ...................................................................................................... 69

5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 74

6 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 77

Page 14: TCC sobre Localização de Facilidades

14

1 INTRODUÇÃO As operações que envolvem a segurança pública, tais como operações policiais e

emergenciais vêm se aprimorando constantemente, tornando a busca pelo

conhecimento um estimulante para o desenvolvendo de abordagens e percepções

acerca de táticas e estratégias incluídas num planejamento otimizado.

Nesse contexto, a logística delineada para execução de operações bem sucedidas

torna-se elemento chave para a manipulação dos recursos disponíveis. Uma vez

que existam as ferramentas logísticas que possibilitem a interação de dados

espaciais e temporais com dados estatísticos, tais como técnicas e modelos de

localização de instalações integrados a sistemas de informações geográficas, é

indiscutível a contribuição que a simulação fornece a um planejamento destinado a

uma operação emergencial.

Tratando-se de emergências médicas, as situações que colocam em causa a

sobrevivência de um ser humano num curto intervalo de tempo são caracterizadas

por exigir uma intervenção que ofereça a melhoria da saúde deste indivíduo. As

emergências se diferem das urgências por apresentar agravantes que proporcionam

risco à vida, dessa forma exigem um conjunto de ações empenhadas à recuperação

de um paciente cuja saúde necessita de assistência imediata (MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 1987).

Motivadamente, para intervir como meio de suporte, existem os serviços de urgência

e emergência, que em síntese,

[...] têm o objetivo de diminuir a morbimortalidade e as sequelas incapacitantes, para tanto é preciso garantir os elementos necessários para um sistema de atenção de emergência considerando recursos humanos, infraestrutura, equipamentos e materiais, de modo a assegurar uma assistência integral, com qualidade adequada e contínua (AZEVEDO et al., 2010).

Além disso, os serviços de urgência e emergência se constituem em locais onde a

população de modo geral busca soluções para suas necessidades de saúde

(LUDWIG & BONILHA, 2003).

Dentre os vários tipos de emergências, as emergências aquáticas são aquelas em

que se observa a aspiração de fluído não corporal (entrada de líquido nas vias

Page 15: TCC sobre Localização de Facilidades

15

aéreas: traqueia, brônquios ou pulmões) por: imersão, caracterizado pelo corpo

estar coberto por água ou outro líquido, levando a vítima à hipotermia (temperatura

corporal abaixo do normal) e por submersão, em que todo corpo, inclusive as vias

aéreas se encontram abaixo da lâmina de uma substância liquefeita, como num

afogamento (SOAR, 2005).

A Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (SOBRASA, 2013) aponta que

cerca de 20 pessoas morrem afogadas todos os dias no Brasil. Os acidentes na

água, por imersão ou submersão, que podem envolver desde crianças a adultos,

acontecem nos mais diversos ambientes, como em piscinas, lagoas, represas, rios,

corredeiras, mar, inundações e até mesmo em utensílios domésticos que reservam

água. Aponta-se que as emergências que envolvem submersão (afogamento) são

as mais corriqueiras, tornando-as consequentemente em situações preocupantes às

autoridades responsáveis, as quais tendem a designar os recursos apropriados ao

efetivo atendimento.

No panorama brasileiro, o afogamento é a segunda causa de morte para idades

entre 5 e 9 anos, terceira causa nas faixas de 1 a 4 anos e 10 a 19 anos e quinta

causa na faixa de 20 a 29 anos (SOBRASA, 2011).

O Gráfico 1 apresenta os dados extraídos do banco de dados do Ministério da

Saúde, DATASUS (Departamento de Informática do SUS). Para efeito de

comparação anual, o número de óbitos por afogamento é formulado de acordo com

a quantidade de óbitos relativos a 100.000 habitantes (OR), uma vez que a

população total não se mantém estática. Contudo também é mostrada a quantidade

absoluta de mortes.

Page 16: TCC sobre Localização de Facilidades

16

GRÁFICO 1 - MORTALIDADE POR AFOGAMENTO NO BRASIL ENTRE 1996 E 2012. Fonte: DATASUS.

De acordo com o DATASUS, o Brasil atingiu 2,71 OR em 2012. Dentre os estados,

nesse mesmo ano, os estados do Amapá, Amazonas e Tocantins lideraram com

8.58, 5.82 e 5.64 OR respectivamente, ao passo que o estado do Espírito Santo

detivera 4.63 OR, ocupando a 5ª posição segundo análises dos especialistas. O

Gráfico 2 ilustra os dados referentes aos estados brasileiros.

GRÁFICO 2 - AFOGAMENTO POR ESTADO EM 2012. Fonte: DATASUS.

Page 17: TCC sobre Localização de Facilidades

17

Praias, rios e lagoas são os principais ambientes para ocorrência de afogamentos no

Espírito Santo. Segundo dados da SOBRASA (2012), por intermédio do Sistema de

Informação sobre Mortalidade (SIM) desenvolvido pelo Ministério da Saúde, em

2009, dentre os municípios com 10.000 a 30.000 habitantes: Santa Leopoldina,

Presidente Kennedy e Conceição da Barra lideraram o ranking de maiores OR, com

39.25, 27.50 e 25.88 em sequência. Nos municípios com faixa entre 100.000 a

135.000 habitantes: Guarapari, Linhares e São Mateus detiveram 10.52, 9.05 e 8.86

OR, respectivamente, enquanto que nos municípios da Grande Vitória: Vitória

liderara com 5.31, seguido de Serra e Vila Velha, com 3.46 e 2.65 respectivamente.

Entretanto, apesar dos esforços voltados para o cadastro dos óbitos relacionados a

afogamentos, segundo Szpilman (2000), os números exatos ainda são

desconhecidos em razão de um grande número de casos não notificados.

Observa-se dessa forma, que as emergências aquáticas proporcionam um contexto

estatístico dinâmico e que os ambientes aquáticos como, rios, lagos e praias formam

um conjunto de situações propícias a acidentes com banhistas, ao mesmo tempo em

que necessitam da implantação de um serviço de emergência adequado para atuar

nas situações de resgate (SOBRASA, 2012).

Dessa maneira, no que tange a estratégia de promover um serviço de qualidade

contando com o auxílio da logística aplicada ao setor público, o presente trabalho

buscou analisar e apontar soluções discutidas por meio de simulações para a

localização de postos de guarda-vidas, levantando um conjunto de informações

direcionadas ao apoio na tomada de decisão referentes a logística do planejamento

da Operação Salva Mar que acontece durante o verão na orla de Guriri, localizada

no município de São Mateus, norte do Espírito Santo.

Preliminarmente, foi realizada uma pesquisa sobre o atual posicionamento dos

postos de salvamento por meio de identificação das coordenadas utilizando GPS.

Posteriormente foi feita a coleta de dados pertinentes à demanda de salvamentos

em cada ponto que apresentava alguma relação entre as ocorrências de afogamento

e o local geográfico. A partir da coleta, então foi formulada uma proposta de solução

da problemática já salientada com auxílio de softwares de otimização, os quais

foram integrados a um sistema de informações geográficas (SIG) para facilitar a

compreensão dos resultados. Por fim, foram feitas análises comparando os

Page 18: TCC sobre Localização de Facilidades

18

resultados obtidos pelos softwares com a situação atual, além de gerar cenários

alternativos que possam dar margem a interpretações quanto ao planejamento

logístico.

As técnicas para localização de facilidades implicam em fornecer, dentro da

simulação de cenários virtuais, soluções matematicamente ótimas, obtidas por

demonstrações algébricas e lógicas que podem ser manipuladas com ajuda de um

computador. Apresentada uma situação real que traduza uma relação entre espaço

ou tempo com dados estatísticos, a simulação é usada para avaliar o impacto de

várias configurações.

Em síntese, localizar facilidades no presente contexto, é genericamente, decidir

onde instalar as unidades de serviços, assumidas como postos de guarda-vidas, que

possam atender a um determinado tipo de demanda, ou seja, as vítimas de

afogamento, de forma a minimizar um custo associado, que no caso é a distância

entre os pontos demandantes e a facilidade.

Dessa forma, o tratamento de dados, a modelagem e a solução da localização de

facilidades designadas ao serviço de emergência pode efetivamente otimizar a

utilização dos recursos envolvidos na Operação Salva Mar em relação a atual

situação?

Para tanto, é importante entender a logística do atendimento ao afogado

(esclarecido na seção Revisão Bibliográfica), que segundo Szpilman (2004), baseia-

se no acionamento de um Sistema de Emergência Médica (SEM). O SEM é atribuído

como um sistema que interliga três elementos fundamentais, ordenados na seguinte

sequência: Suporte Básico de Vida (SBV), Suporte Avançado de Vida (SAVC) e o

serviço de atendimento hospitalar.

Quando analisada a estrutura do esquema de aplicação dos recursos no campo de

estudo da Operação Salva Mar, é notória a importância da integração entre os elos

do SEM. Basicamente, tem-se a formação do SBV para execução do serviço pré-

hospitalar com qualidade, composto pela equipe de guarda-vidas, o SAVC,

composto por um serviço de transporte especializado designado às ambulâncias ou

viaturas de resgate e o serviço de atendimento hospitalar (hospital de referência).

Page 19: TCC sobre Localização de Facilidades

19

A cidade de São Mateus, local onde se situa o balneário de Guriri, apresenta uma

oportunidade de estudo antes não explorada, baseando-se em auxiliar o serviço já

realizado pela Prefeitura Municipal de São Mateus em parceria com o Corpo de

Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo (CBMES).

Dessa maneira, o presente projeto de estudo, tem como objetivo proporcionar,

mediante de tratamento de dados, possíveis planos de localização de recursos

destinados à formação do SEM no primeiro nível, ou seja, a localização dos postos

de atendimento do SBV ou postos de guarda-vidas.

Os dados para alimentar os modelos do projeto devem levar em consideração a

incidência das emergências aquáticas no período do verão entre 2013 e 2014, já

que a demanda devido ao turismo nessa época do ano tende a ser acentuada e

consequentemente a orla de Guriri torna-se local propício para atuação de um

serviço de emergências aquáticas.

Por conseguinte, na área da Pesquisa Operacional, a localização de facilidades é a

estratégia aplicada a vários problemas da logística recorrente ao conteúdo deste

projeto. Problemas como: localização de centros de saúde, bombeiros e escolas no

setor público e de fábricas e centros de distribuição na área privada são exemplos

da aplicabilidade dessa ferramenta, cujo o objetivo principal é atender da melhor

maneira possível a demanda de uma determinada localidade, de acordo com a

circunstância pré-estabelecida, determinando a quantidade e a localização ideal

dessas unidades (ARENALES et al., 2007).

Corroborando, Pizzolato et al. (2012), explica que na vertente aplicada aos

problemas de localização, os trabalhos seguem a metodologia básica da Pesquisa

Operacional, em que se inclui a identificação do problema, a formulação de um

modelo matemático, a resolução do modelo, a validação dos resultados e o

oferecimento de propostas para implementação. Sendo que estudos de localização

devem ser divididos em duas fases: i) Avaliação da localização atual e ii) Proposta

da localização ideal ou ótima (PIZZOLATO et al., 2004).

Nos estudos de localização, ao passo que algumas informações trazem restrições

evidenciadas pela demanda e capacidade da instalação, o modelo demonstra, de

acordo com o tratamento de dados, uma função objetivo que pode ser otimizada de

Page 20: TCC sobre Localização de Facilidades

20

acordo com o custo, que neste caso é subentendido como a distância entre as

unidades (ARENALES et al., 2007).

Existem assim os problemas de localização não-capacitados, que não são

submetidos às restrições de capacidades, ou seja, possuem capacidade ilimitada e

os modelos capacitados, os quais estão submetidos a limites ou faixas de

capacidades que restringem a potencialidade das facilidades (PIZZOLATO et al.,

2004).

Quando consultada a literatura sobre localização de facilidades, destaca-se o

problema de p-medianas, o qual considera a localização de p facilidades e a

designação de clientes às facilidades, de modo a minimizar a soma das distâncias

entre clientes e facilidades (ARENALES et al., 2007). Também, Senne & Lorena

(2003), relatam que o objetivo é determinar os locais de p facilidades (medianas) em

uma rede de n nós, buscando minimizar as somas das distâncias entre cada nó de

demanda e a mediana mais próxima.

Desse modo, é pertinente associar a presente proposta, com o problema de p-

medianas, salientando que o problema de p-medianas foi abordado em diversos

outros trabalhos práticos, como, por exemplo, na localização de escolas municipais

em Nilópolis, Rio de Janeiro (PIZZOLATO et al., 2004), na localização de Shopping

Center na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (ROZENTAL & PIZZOLATO, 2009), e na

localização de escolas do ensino fundamental, com modelos capacitados e não-

capacitados: caso de Vitória/ES (BARCELOS et al., 2004).

Por outro lado, Jia et al.(2005), por meio da abordagem de modelos de cobertura,

também desenvolveu um framework de modelagem para localização de instalações

de serviços médicos para emergências em larga escala, buscando propor modelos

de localização adequados às características de emergências vultosas, como

terremotos, ataques terroristas bem como para situações de emergências comuns,

como localizar centros de saúde e corpo de bombeiros.

Com isso, o presente projeto tem como objetivo aplicar os conceitos da Pesquisa

Operacional direcionada ao problema de localização de facilidades para analisar e

propor soluções abordando o clássico problema de p-medianas, p-centros e

modelos de cobertura, com foco na localização dos postos de guarda vidas da

Page 21: TCC sobre Localização de Facilidades

21

operação Salva Mar no balneário de Guriri em São Mateus – ES. A proposta de

melhoria é esclarecida com uso de um Sistema de Informações Geográficas (SIG),

com intuito de além de programar a rotina atrelada ao SIG para solucionar o

problema de localização pertinente, gerar cenários alternativos e comparar as

soluções obtidas com a atualmente empregada.

E desta forma, tem-se como objetivos específicos: Definir detalhadamente os

métodos de solução para problemas de localização; Coletar dados pertinentes aos

recursos necessários para desenvolvimento do serviço da operação Salva Mar no

balneário de São Mateus junto à Secretaria de Defesa Social, levando em

consideração os locais de demanda de emergências aquáticas no período do verão

compreendido entre 2013/2014; Fazer testes computacionais utilizando solver de

otimização e SIG; Analisar e comparar os resultados obtidos pelos métodos de

localização utilizados com a situação atual; Avaliar o uso da metodologia envolvida e

avaliar a implantação de acordo com os resultados obtidos.

Como hipótese primária do trabalho, será admitido que o posicionamento dos postos

atualmente adotado mostre os possíveis locais onde haverá ou não a necessidade

da facilidade, podendo não ser ótimo, pois se baseia na experiência dos gestores.

E, como hipótese secundária, é estimado que o processo de otimização deva gerar

um conjunto de pontos que reduzam os custos logísticos relacionados ao problema

de localização.

Page 22: TCC sobre Localização de Facilidades

22

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 A LOGÍSTICA DO ATENDIMENTO AO AFOGADO

Szpilman (2004) considera que no atendimento a vítima de afogamento, uma

corrente de três elos denominada Sistema de Emergência Médica (SEM) é

estabelecida. O primeiro elo é o Suporte Básico de Vida (SBV), o segundo o Suporte

Avançado de Vida (SAVC) e por fim o Hospital de Referência:

No primeiro elo, imediatamente a ocorrência do fato, o SBV é a equipe capacitada a

oferecer o primeiro atendimento (guarda-vidas) de acordo com o incidente, podendo

variar desde a atuação em um afogamento até os procedimentos básicos de rotina,

como ferimentos, queimaduras, etc. De acordo com Szpilman (1997) existem 6

graus de afogamento, sendo o primeiro com risco de morte nulo e os demais

evoluem até o sexto grau, no qual não há sinais vitais (parada cardiorrespiratória)

podendo levar à morte.

Simultaneamente a equipe do SBV deve acionar a equipe médica ou a ambulância

com o Suporte Avançado de Vida (SAVC), as quais procedem rotinas com condutas

médicas mais complexas e fundamentadas no SBV tais como, monitoração

utilizando-se equipamentos, oxigeno-terapia e em alguns casos podem adotar até

procedimentos invasivos (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2010), consolidando

assim o segundo elo.

No terceiro elo, o hospital de referência é o local onde se dará prosseguimento ao

atendimento de acordo com o último diagnóstico do SAVC, indicando o setor em que

a vítima será medicada (unidade básica, intermediária ou de terapia intensiva).

Page 23: TCC sobre Localização de Facilidades

23

Figura 1 - Sistema de Emergências Médicas (SEM) Fonte: Adaptado de Szpilman (2004).

Szpilman (2004) também ressalta que há a possibilidade de não haver a formação

do SEM, podendo ocorrer quando a equipe do SBV não identifica sintomas ou

traumas associados, como por exemplo, vítimas com frequência cardíaca e

respiração normais, sem frio, alerta e capaz de andar (grau 1 da classificação). O

autor também explica que em caso de dúvida, deve-se contatar o socorro médico

para avaliar a necessidade de formar o SEM por completo.

Diante a logística da formação do SEM, deve-se observar os elementos básicos

para a eficiência do sistema. No cenário emergencial, a qualidade e rapidez se

resumem no tempo-resposta, que segundo Brown (1994 apud JARDIM &

CONCEIÇÃO, 2004) é o tempo que o socorro leva para chegar à vítima, sendo uma

das mais importantes variáveis no atendimento pré-hospitalar (APH) e ainda um dos

principais indicadores da eficiência do sistema. Galvão et al. (1999) deixa

subentendido que o tempo-resposta dos serviços de emergência é uma medida

bastante utilizada entre qualquer usuário do sistema e a facilidade mais próxima.

Mediante os dados coletados, Szpilman (2004) concluiu que cerca de 70% das

mortes por trauma e afogamento ocorrem antes da vítima chegar ao hospital.

Contrastando com esse fato, a USLA (United States Lifesaving Association) calcula

Page 24: TCC sobre Localização de Facilidades

24

que a possibilidade de morte por afogamento quando em uma praia protegida por

guarda-vidas é de 1 em 18 milhões (0,000055%), (USLA, 2009).

Em face a análise da eficiência do tempo-resposta, a integração entre os órgãos

prestadores de serviço de resgate e atendimento pré-hospitalar, como por exemplo:

guarda-vidas, corpo de bombeiros, serviço de atendimento móvel de urgência

(SAMU), central de ambulâncias e os órgãos prestadores de serviço de atendimento

hospitalar: hospitais, prontos-socorros e postos especializados em traumas, torna-se

o elo onde é possível a identificação de parâmetros que possam mensurar a

eficiência dos serviços de emergências aquáticas.

Os parâmetros podem se resumir em um nível mais abrangente, como na maneira

que está estabelecida a gestão organizacional, o apoio técnico e logístico e ainda no

gerenciamento da atenção à saúde, sendo a última voltada exclusivamente ao

ambiente hospitalar (PNASS, 2007). Dessa forma, os parâmetros supracitados serão

relativos ao apoio técnico e logístico.

Conforme Ballou (2001), a missão da logística é dispor a mercadoria ou serviço

certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo

em que fornece maior contribuição à empresa/instituição. O que vai de encontro a

uma vertente militar, cuja premissa diz que a logística será cumprida colocando o

pessoal e o material, adequados: no lugar próprio, em tempo oportuno nas melhores

condições de eficiência (LOPES, 2010).

Contudo, o objetivo central da logística para Bowersox & Closs (2004) é o de atingir

um nível de serviço ao cliente pelo menor custo total possível buscando oferecer

capacidades logísticas alternativas com ênfase na flexibilidade, na agilidade, no

controle operacional e no compromisso de atingir um nível de desempenho que

implique um serviço perfeito.

Nessa perspectiva, fica evidente que a explanação da logística nas literaturas

estejam direcionadas em sua maioria ao setor de manufaturas (BALLOU, 2001).

Porém, o autor ressalta que a chave para aplicar as técnicas, conceitos e métodos

atrelados ao estudo logístico em áreas não-manufatureiras, pode estar na

transformação de um serviço intangível em um produto tangível.

Page 25: TCC sobre Localização de Facilidades

25

2.2 O PLANEJAMENTO LOGÍSTICO DA LOCALIZAÇÃO DE FACILIDADES

Todo planejamento, seja no setor público ou privado, gira em torno de um triângulo

de decisões (Figura 2) que podem tratar de assuntos contemporâneos que

abrangem a logística do setor de serviços, entretanto, deve-se partir das ideias

básicas para as mais complexas (BALLOU, 2001).

Figura 2 - O triângulo do planejamento logístico Fonte: Ballou (2001).

O tópico localização está presente na sociedade humana desde a época em que o

homem lutava por sua sobrevivência e atualmente está sintetizada na ideia

contemporânea da busca por vantagens econômicas e comodidade.

Nesse contexto, a localização de facilidades, que podem ser desde instalações de

serviços públicos a centros de distribuição, é uma das ferramentas logísticas

bastante utilizada nas decisões de localização que influenciam no atendimento da

melhor maneira possível a uma demanda de determinada localidade de acordo com

as circunstâncias pré-estabelecidas, determinando a quantidade e a localização

ideal dessas unidades.

Dentro desse argumento está inserido o problema de localização de postos de

serviços, ou seja, a escolha de uma posição geográfica para uma operação, tal que

uma medida de utilidade, ou função de utilidade, seja otimizada (maximizada ou

minimizada), satisfazendo algumas restrições (ROZENTAL & PIZZOLATO, 2009).

Decisões de localização das Instalações

Decisões Decisões de de estoque transporte

Page 26: TCC sobre Localização de Facilidades

26

No caso de uma instalação privada,

[...] o objetivo costuma ser a minimização dos custos ou a maximização dos lucros, enquanto na localização de uma instalação pública procura-se maximizar o benefício oferecido à sociedade ou minimizar os custos dos serviços oferecidos. Com relação ao tipo de serviço a ser prestado, existem os serviços ordinários, em que a preocupação maior dá-se com a distância média usuário-instalação – caso das escolas, creches, maternidades, parques, shoppings de vizinhança etc. – e aqueles em que parte dos custos guarda proporcionalidade com comprimentos ou distâncias, como tubulações de água, fiação elétrica etc., enquanto nos serviços extraordinários a preocupação é com relação à maior distância eventualmente percorrida, pois o fator tempo pode ser crucial para a qualidade do atendimento - caso dos serviços de bombeiros, polícia, ambulância, hospitais etc. (ROZENTAL & PIZZOLATO, 2009).

Ao passo que algumas informações trazem restrições evidenciadas pela demanda e

capacidade da instalação, o modelo demonstra por meio do tratamento de dados,

uma função objetivo que pode ser otimizada de acordo com o custo, que neste caso

é subentendido como a distância entre as unidades.

Os serviços extraordinários demandam qualidade no atendimento que por

consequência está atrelada ao fator tempo. Quando a oportunidade de ressaltar a

importância da melhoria no sistema de atendimento ao cidadão é observada, os

serviços de emergência são um dos principais personagens que atuam na

concretização de um planejamento logístico bem dimensionado.

Concomitantemente, com o aumento da demanda por serviços dos sistemas de

saúde e segurança, aliado ao grande problema da gestão pública quanto a

administração da escassez de recursos financeiros, o uso da simulação no âmbito

deste trabalho torna-se primordial para a compreensão dos resultados, pois o uso da

simulação como ferramenta da Pesquisa Operacional, além de significar um

importante artifício no auxílio a tomada de decisões, é um instrumento estratégico

para estudos de engenharia, uma vez que possui a vantagem de permitir a análise

de alterações de cenários virtuais sem o custo e risco de implementação de um

sistema real (OLIVEIRA, 2012).

2.3 SIMULAÇÃO COMO FERRAMENTA

Page 27: TCC sobre Localização de Facilidades

27

Ainda é evidente que os sistemas de saúde e segurança constituem dois dos

problemas mais complexos para qualquer administração pública. A escassez de

recursos humanos, materiais e financeiros resumem as causas preliminares da

ineficiência do atendimento ao cidadão. Na realidade, tais sistemas se tornaram

“uma ferida exposta nas comunidades financeiramente carentes da sociedade”

(OLIVEIRA, 2012).

Como já mencionado, a simulação é um instrumento estratégico para estudos de

engenharia. Dentro dessa realidade, Prado (2004) a expõe como uma ferramenta de

apoio a tomada de decisões de nível operacional, com objetivo de elaborar soluções

factíveis que otimizem os recursos envolvidos.

De modo resumido, a simulação em ambiente virtual proporciona a elaboração de

cenários que permitem a análise de sensibilidade às possíveis alterações que

podem ocorrer num sistema real. Logo, é importante saber o tipo de ambiente em

que se insere a categoria da simulação. No planejamento deste projeto, o primeiro

passo é entender os modelos para problemas de localização.

2.4 PROBLEMAS DE LOCALIZAÇÃO DE FACILIDADES (PLF)

A medida que a alocação de recursos num determinado planejamento influencia na

eficiência do sistema em que está inserida, um problema de localização (PL) se

levanta.

Galvão (1999) classifica os problemas de localização no setor público em duas

vertentes:

[...] localização de serviços não emergenciais e localização de serviços de emergência. Na primeira categoria estão incluídos a localização de escolas, de agências de correio, de edifícios públicos, de alguns serviços de saúde pública e mesmo de serviços relacionados ao meio-ambiente como suprimento de água e facilidades para o depósito de lixo. A categoria de serviços de emergência inclui por exemplo a localização de hospitais, de serviços de atendimento de emergência por ambulâncias e de estações do corpo de bombeiros.

O objetivo dos modelos de localização fundamenta-se em determinar onde instalar

uma facilidade de modo a otimizar uma variável de decisão. Em outras palavras, um

conjunto espacialmente distribuído de pontos de demanda que serão atendidos por

Page 28: TCC sobre Localização de Facilidades

28

facilidades sediadas de acordo com a solução de um modelo plenamente

estabelecido.

Wei (2008) menciona que,

[...] dada a localização da demanda e facilidades existentes (se relevante), os modelos são estruturados a localizar novas facilidades para otimizar algum objetivo. Os objetivos são geralmente expressados em termos mensuráveis, tal como minimizar os custos operacionais e locacionais (i.e., tempo ou distância) necessários à cobertura do serviço.

O estudo da localização de facilidades está atrelado ao planejamento estratégico e

permite a aplicabilidade tanto na área pública como privada.

Tratando-se de localização de serviços de emergências médicas, Jia et al.(2005)

atribui ao problema de localização de facilidades (PLF), como um método que

decide o número e a localização das instalações, alegando que deve-se considerar

alguns pontos como:

1. Estratégias apropriadas ao desenvolvimento da facilidade (objetivo da

instalação);

2. O número de facilidades atreladas a cada ponto de demanda (quantidade de

instalações);

3. A distância a qual a facilidade deve servir a um ponto de demanda (qualidade

do serviço).

De modo resumido, Oliveira (2012) diz que os PLF “[...] se referem à decisão de

onde posicionar recursos que uma organização possui de modo que atenda, da

melhor forma possível, aos critérios estabelecidos pela organização referentes aos

pontos de demanda”.

Para enfatizar o direcionamento do projeto, é importante entender os tipos de

problemas de localização (PL), bem como os modelos matemáticos que extraem os

dados do sistema real para a simulação.

2.4.1 Classificação dos problemas de localização (PL):

A figura abaixo apresenta um clássico PL. Basicamente, a representação consiste

em pontos de demandas (clientes), os quais requerem certo tipo de serviço ou

Page 29: TCC sobre Localização de Facilidades

29

quantidade de algum produto e dos locais onde possivelmente sediarão as

facilidades (locais candidatos), os quais atenderão as demandas exigidas.

Para o problema a seguir, as facilidades podem ser localizadas apenas nos locais

candidatos (pontos vermelhos), como mostrado na figura 3, caracterizando um

problema discreto.

A figura 3 (A) exemplifica os possíveis locais onde sediarão as facilidades,

observando que os pontos demandantes também são locais candidatos. A figura 3

(B) representa a solução em que todos os clientes são atendidos por uma facilidade

apenas, ou seja, cada cliente é atendido uma única vez e exclusivamente por uma

facilidade posicionada (ou aberta).

A partir das características de um PL que é possível extrair os dados de um sistema

real que alimentam um modelo matemático. Sob esse ponto de vista, os métodos de

localização de facilidades podem ser classificados de acordo com seus objetivos,

restrições, soluções e outros atributos (JIA et al., 2005). Diversas classificações

estão propostas na literatura, de acordo com Rocha (2008) é possível categorizá-las

de acordo com a função objetivo, o espaço de busca, o número de facilidades,

modelos estáticos e dinâmicos, modelos determinísticos e estocásticos e modelos

de alocação e roteamento.

Figura 3 - Representação de um problema de localização discreto. (A) Localização geográfica dos clientes e locais candidatos. (B) Solução factível Fonte: Autor.

Page 30: TCC sobre Localização de Facilidades

30

Ballou (2001) categoriza os problemas de localização (PL): por força direcionadora,

número de instalações, escolhas discretas, grau de agregação de dados e horizonte

de tempo. Além disso, o autor explana que a matemática aplicada aliada a

computação permeia os modelos contemporâneos de localização de instalação

única e de instalações múltiplas.

Sucintamente, Barreto (2004) descreve em seu trabalho a dificuldade de

identificação do tipo de PL por cada autor, salientando a persistência da indefinição

quanto a sua classificação. Dessa maneira, em sua metodologia, Barreto (2004)

buscou descomplicar a classificação dos PL categorizando-os quanto à sua

natureza, às suas restrições e aos seus objetivos. Tal classificação vai de encontro

com as publicações expostas em Jia et al. (2005), Rocha (2008) e Ballou (2001).

Vale salientar que a definição dos PL é bastante complexa do ponto de vista

taxonômico. Todavia, buscou-se por meio deste trabalho ressaltar o entendimento

dos principais tipos de PL levando em consideração a classificação de Barreto

(2004).

2.4.1.1 Quanto à natureza:

Arabani & Farahani (2011) classificam os problemas de localização discutidos em

espaços básicos como contínuos, discretos ou de rede.

Friedrich (2010) explica que nos modelos contínuos ou planares, todos os pontos

inseridos numa área pré-determinada podem fazer parte dos possíveis locais a

sediarem as instalações. Os modelos planares utilizam normalmente a distância

mais curta entre dois pontos, ou seja, a distância Euclidiana. Por apresentar

formulações matemáticas não-lineares, estes modelos apresentam dificuldades de

ordem computacional (BALLOU, 2001).

Já os modelos discretos, utilizados principalmente para múltiplas instalações,

constituem-se de métodos que podem selecionar as facilidades a partir de uma lista

de escolhas possíveis, ou seja, as instalações devem ser escolhidas de um conjunto

de locais candidatos (BALLOU, 2001).

Page 31: TCC sobre Localização de Facilidades

31

Contrastando com os modelos mencionados acima, nos modelos de localização de

rede, os locais candidatos fazem parte de uma rede já estabelecida, consistindo em

nós e ramos, onde a demanda pode surgir tanto nos nós quanto pode ocorrer nos

ramos e nós simultaneamente (ARABANI & FARAHANI, 2011).

Basicamente para Barreto (2004), se é aceitável a localização das instalações em

qualquer ponto, diz-se PL contínuo. Caso as facilidades devam se instalar em

pontos num conjunto de pontos determinados, diz-se PL discreto e para definir um

PL em rede, basta representá-lo num grafo.

Partindo da a análise da natureza dos dados num horizonte de planejamento, os

principais parâmetros que definem o local das instalações, tais como, custo,

demanda e tempo de entrega tornam-se variáveis ao longo do tempo, ou seja,

carregam uma incerteza sobre o comportamento dos dados no futuro (ARABANI &

FARAHANI, 2011). Todavia, Arabani & Farahani (2011) e Nogueira (2007) ressaltam

que existem modelos que consideram as incertezas interessantes em certas

condições.

Nesse contexto, os modelos estocásticos são aqueles que assumem características

probabilísticas, originando problemas que abordam variáveis e parâmetros em torno

de distribuições probabilísticas. Em outras palavras, variáveis como, tempo de

viagem, local dos clientes e demandas são empregadas como aleatórias num

modelo estocástico. Consequentemente tem-se modelos determinísticos se os

valores de entrada forem conhecidos com certeza, ou modelos probabilísticos caso

a entrada seja sujeita à incerteza Rocha (2008).

Tratando-se então da natureza dos dados, muitas vezes esses são determinísticos,

ou seja, são conhecidos com rigor, surgindo assim os PL determinísticos. Nos

casos em que os dados são baseados em processos probabilísticos que permitam

obter estimativas, originam-se então os PL estocásticos (BARRETO, 2004).

Uma vez que o raciocínio gira em torno da própria natureza do PL, entrelaçando

decisões de longo e curto prazo, é possível assim dividi-los em PL estáticos e PL

dinâmicos. Os PL são estáticos quando os dados se processam sem a análise de

um horizonte temporal, ou seja, não dependem do tempo - neste caso, utiliza-se um

conjunto de dados representativo e a resolução do problema voltada para um

Page 32: TCC sobre Localização de Facilidades

32

período de tempo específico e representativo (Nogueira, 2007). Já nos PL

denominados dinâmicos torna-se possível considerar a alteração das condições e

dos dados do problema dentro de vários períodos de tempo (BARRETO, 2004).

2.4.1.2 Quanto às suas restrições:

É notório que em todo atendimento ao cliente a satisfação de suas expectativas

deve-se tornar o principal objetivo de um PL. Na prática, para Barreto (2004),

quando há necessidade de atender os pontos demandantes em termos de

demandas de encomendas, as instalações e os veículos devem possuir uma

capacidade mínima para suprir as necessidades do cliente.

Modelos de localização consideram, genericamente, que as facilidades com

capacidade ilimitada ou que não apresentam capacidade, são denominados PL não

capacitados. Por outro lado, existem problemas que implicam em estabelecer

limites de capacidade para as instalações, sendo estabelecidos nos modelos

matemáticos como restrições.

Por meio desse ponto de vista, Barreto (2004) explica que a condição de não se

estabelecer uma capacidade para uma instalação pode dar sustentação a um

problema sem uma solução admissível. Em vista disso, o autor acrescenta que para

este novo conjunto de características relacionadas às encomendas dos clientes e a

capacidade dos veículos e instalações, originam-se os PL capacitados.

2.4.1.3 Quanto aos seus objetivos:

Numa abordagem prática, observa-se que no setor privado, a maximização dos

lucros e o Market share são os objetivos a serem alcançados, enquanto que na área

pública, o aumento da eficiência dos serviços e a minimização de custos com a

sociedade são as principais aplicações envolvidas. É desse modo que MARIANOV &

SERRA (2002 apud ROCHA, 2008) percebem a classificação segundo a função

objetivo.

Page 33: TCC sobre Localização de Facilidades

33

Rocha (2008) ainda expõe que as funções objetivo comumente usadas são de

minimização, ou de soma de todas as distâncias, ou de máxima distância à

facilidade, perfazendo três tipos de função objetivo: mediano (p-medianas), central

(máxima cobertura) e mediano-central (p-centros).

Sucintamente, é dito PL mono-objetivo, quando existe somente um único objetivo

de minimizar o custo total associado à instalação das facilidades e ao transporte

realizado entre as mesmas e os pontos de demanda. Já os PL multi-objetivos

trabalham com vários objetivos não integráveis ao mesmo tempo. Minimizar o custo

total, maximizar a demanda coberta e minimizar os riscos ambientais são vários

objetivos que precisam ser elencados de forma a se obter uma solução de

compromisso, ou seja, estabelecer uma solução factível para todos os objetivos em

jogo (ARABANI & FARAHANI, 2011).

2.5 PRINCIPAIS MODELOS MATEMÁTICOS DE LOCALIZAÇÃO

Baseando-se na classificação de Barreto (2004), é possível notar características

intrínsecas aos PL, tais como incluir nos modelos de localização, um número fixo de

facilidades e de máxima cobertura possível.

Jia et al. (2005) revisa os principais modelos de localização para serviços de

emergência tratando-os de forma semelhante ao encontrado na literatura voltada

para estratégias de localização para setor privado.

Da mesma forma, a formulação matemática utilizada nos modelos de PL são

baseados em Programação Linear Inteira Mista (PLIM), ou seja, consiste num

método exato que irá efetuar uma busca exaustiva em torno da melhor solução

matemática do problema de localização (MAPA, 2007). Assim, dividem-se em:

modelos de cobertura, p-centros, p-Medianas não capacitado e p-Medianas

capacitado.

2.5.1 Modelos de cobertura

Page 34: TCC sobre Localização de Facilidades

34

Modelos de cobertura são os mais abrangentes modelos de localização para

formular PL de unidades de emergência. O objetivo dos modelos de cobertura é

“cobrir” os pontos de demanda (JIA et al. ,2005).

Concomitantemente, Chiyoshi (2000) explica que em serviços de emergência, a

noção de cobertura está atrelada ao estabelecimento de uma distância de serviço,

que por sua vez é crítica. A demanda é considerada coberta quando se está a

menos da distância crítica de pelo menos uma das facilidades ainda que essas não

estejam disponíveis quando o serviço é solicitado.

Chiyoshi (2000) divide os modelos de cobertura em PL para cobertura de

conjuntos (PLCC) e PL de máxima cobertura (PLMC). Nos PLCC, busca-se

determinar o número mínimo de instalações necessárias e as suas localizações, de

tal maneira que cada ponto de demanda seja coberto por pelo menos uma

facilidade. Esta formulação, não faz nenhuma distinção entre regiões baseado no

tamanho da demanda. Rocha (2008) argumenta que:

Cada região, contendo um único cliente ou uma porção grande da demanda total, deve ser coberta dentro da distância especificada, indiferentemente aos custos. Se a distância de cobertura for pequena em relação ao espaçamento de regiões de demanda, a restrição de cobertura pode conduzir a um número grande de instalações a serem localizadas.

O modelo para PLCC busca extrair informações referentes a quantidade de

instalações necessárias para garantir um certo nível de atendimento aos pontos

demandantes. CURRENT et al. (2002 apud ROCHA, 2008) representa o PLCC

como:

Sujeito a:

Page 35: TCC sobre Localização de Facilidades

35

Onde é o conjunto de regiões de demanda, indexado por é o conjunto de locais

candidatos a receber facilidades, indexado por é o conjunto de todos os locais

candidatos que podem cobrir o ponto de demanda e é a variável de decisão.

A função objetivo (1.1) minimiza o número de instalações localizadas, enquanto a

restrição (1.2) assegura que cada ponto de demanda está coberto por, pelo menos,

uma facilidade. A restrição (1.3) estipula a decisão de instalar ou não uma facilidade.

No PLMC, o objetivo é buscar maximizar o número de pontos de demanda cobertos

dado um número fixo de facilidades. Um ponto de demanda está completamente

coberto se estiver dentro da distância crítica da facilidade (ROCHA, 2008). A

formulação matemática deste problema é apresentada abaixo.

Sujeito a:

Onde é o conjunto regiões de demanda, indexado por , é o conjunto de locais

candidatos a receber facilidades indexado por , é o conjunto de todos os locais

candidatos que podem cobrir o ponto de demanda , é a demanda no ponto , é

o número de instalações para localizar e é a variável de decisão:

A função objetivo (1.4) maximiza a demanda coberta. As restrições (1.5) garantem

que um ponto de demanda não será coberto, a não ser que pelo menos uma

instalação capaz de cobri-lo seja aberta. A restrição (1.6) garante que no máximo

Page 36: TCC sobre Localização de Facilidades

36

facilidades sejam abertas. As restrições (1.7) e (1.8) garantem o domínio das

variáveis de decisão.

2.5.2 P-centros (PLp-centros)

HAKIMI et al. (1964 apud PIZZOLATO, 2012) formula o PLp-centros direcionando o

objetivo em minimizar a distância máxima entre clientes e um número fixo de

instalações de serviços a serem determinadas. Nesse problema os vértices não

possuem pesos.

O PLp-centros é formulado como segue:

Sujeito a:

Onde:

representa a distância entre o ponto de demanda e a facilidade ;

indica o número de facilidades a localizar;

representa a parcela da demanda do ponto atendida pela a facilidade

; e

indica a distância máxima entre um pondo de demanda e a sua facilidade

mais próxima.

A função objetivo (1.9) minimiza a distância máxima entre um ponto de demanda e a

facilidade mais próxima. As restrições (1.10) garantem que as demandas dos pontos

de demanda sejam atendidas pelas facilidades. As restrições (1.11) garantem que

Page 37: TCC sobre Localização de Facilidades

37

exatamente facilidades serão abertas. As restrições (1.12) garantem que a

demanda do ponto só será atendida pela facilidade se houver uma

facilidade aberta em . As restrições (1.13) garantem que a máxima distância entre

um ponto de demanda e a sua facilidade mais próxima, será maior que a distância

entre qualquer outro ponto de demanda e a facilidade que lhe atende. As restrições

(1.14) e (1.15) estão associadas ao domínio das variáveis.

2.5.3 P-Medianas

O problema de localização de p-Medianas (PLp-Med) consiste em localizar

facilidades (ou medianas) de modo a minimizar o custo total. O custo de atender

um ponto de demanda está associado a distância entre este ponto e a facilidade

mais próxima (SENNE & LORENA, 2003). Em algumas situações, este custo pode

ainda ser ponderado pela demanda presente no ponto atendido. A formulação

matemática deste problema é mostrada a seguir.

Sujeito a:

Onde:

representa a distância entre o ponto de demanda e a facilidade ;

indica o número de facilidades a localizar;

indica que o ponto de demanda é atendido pela a facilidade ,

Page 38: TCC sobre Localização de Facilidades

38

e caso contrário; e

se uma facilidade é aberta em , e caso contrário.

A função objetivo (1.16) busca minimizar o custo total (neste caso, distância total)

entre um ponto de demanda e a facilidade mais próxima. As restrições (1.17)

garantem que cada ponto de demanda será alocado a uma facilidade . As

restrições (1.18) garantem que facilidades sejam selecionadas. As restrições (1.19)

garantem que uma alocação será obtida entre um ponto de demanda e uma

facilidade , se uma facilidade for aberta em . As restrições (1.20) e (1.21) estão

associadas aos domínios das variáveis.

2.5.4 P-Medianas Capacitado

O problema de localização de p-Medianas Capacitado (PLp-MedCap) é uma

adaptação do PLp-Med que consiste na consideração de capacidade para cada

facilidade e na inserção de demanda para cada ponto a ser atendido .

Desse modo, o modelo a seguir representa o PLp-MedCap conforme Chaves et al.

(2007).

MIN

Sujeito a:

Page 39: TCC sobre Localização de Facilidades

39

Onde:

representa a demanda o ponto ; e

representa a capacidade da facilidade . Os demais parâmetros foram

definidos no PLp-Med apresentando anteriormente.

O modelo matemático (1.22) – (1.28) é igual ao modelo (1.16) – (1.21), exceto pelas

restrições (1.26) que garantem que as capacidades serão respeitadas.

2.6 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG)

É evidente a complexidade de tratar um grande volume de dados e variáveis

presentes nas formulações matemáticas que envolvem os PL. Portanto, as

ferramentas computacionais se mostram de grande importância no auxílio quanto a

manipulação e gerenciamento dos dados que alimentam os modelos matemáticos.

A utilização de modelos de localização de facilidades, em conjunto com os (SIG),

tem se tornado uma ferramenta poderosa de apoio à decisão, pois os sistemas de

informação geográfica (SIG) possuem a característica de analisar e comparar uma

gama de possibilidades e objetiva-se em evidenciar a melhor solução que se adeque

à estratégia organizacional. Quando submetido ao uso dessa ferramenta, a

formulação dos PL é bem concretizada, uma vez que os SIG permitem a

visualização dos resultados gerados em mapas virtuais com a superposição de

layers ou camadas.

Corroborando, Mapa (2007) diz que:

[...] a ferramenta SIG tem diversas aplicações em problemas de localização, seja de fábricas, centros de distribuição, pontos comerciais ou planejamento público. Além de fazer análises e gerar mapas temáticos utilizando mapas digitalizados, que contêm a representação de malhas viárias, permitem ao usuário visualizar espacialmente os resultados gerados. Uma grande vantagem da ferramenta computacional é a facilidade de representação visual, que permite ampliar o entendimento de especialistas e usuários do sistema.

As vantagens do uso do SIG são inúmeras, Rose (2001) observa algumas

aplicações:

Page 40: TCC sobre Localização de Facilidades

40

Com base no aspecto de multidisciplinaridade do SIG pode-se observar sua aplicação em diversas áreas: planejamento urbano, geografia, agronomia, ambiental, florestal, engenharia, processamento de dados, pesquisas operacionais, arquitetura de urbanismo, gerenciamento de serviços, engenharia de transportes e outros.

Rose (2001) explica que o sucesso de um projeto depende da escolha e uso de

ferramentas adequadas ao seu desenvolvimento.

Com essa finalidade, o SIG adotado como ferramenta de apoio para a manipulação

dos dados utilizados no presente trabalho foi o software TransCAD, versão 4.5. Além

de ser bastante difundido, a escolha se deve ao fato de que o programa inclui em

sua estrutura, operações de planejamento logístico voltadas para localização de

facilidades e transporte, o que requer um bom suporte para um grande número de

informações.

Para ilustrar, algumas aplicações do TransCAD listadas pelo fabricante são:

Para o presente projeto, o módulo de distribuição física associada ao atendimento

de emergências, resumidamente trata das rotinas condicionadas ao PLF. Existem

Figura 4 - Aplicações do TransCAD Fonte: Rose (2001).

Page 41: TCC sobre Localização de Facilidades

41

duas rotinas que se encaixam no delineamento para a resolução do problema:

criação da matriz de custo e a localização de facilidades propriamente dita.

A matriz de custo possui as distâncias entre um par candidato/cliente. É crucial obter

uma matriz de custo num PL para relacionar as distâncias entre os locais candidatos

e pontos de demanda, pois a partir dela que se criam cenários capazes de flexibilizar

a qualidade do serviço (MAPA, 2007).

A matriz pode ser calculada a partir da rede viária incluída no SIG ou pelo método

baseado nas distâncias euclidianas entre dois pontos:

Figura 5 - Distância euclidiana entre dois pontos Fonte: Autor.

Tratando-se de localização de facilidades, as ferramentas utilizadas no software

TransCAD 4.5 são CALIPER (1996 apud MAPA, 2007):

• Minimização do custo médio de serviço oferecido aos clientes: não leva em

consideração se o serviço prestado a um cliente em particular é muito pior que a

média. Nesta opção, pode-se desejar localizar um número n de facilidades, ou

deixar que o software decida a quantidade necessária de instalações para que se

garanta certo nível de serviço, caracterizando um problema de cobertura. Pode-se

desejar, por exemplo, que a distância máxima entre um centro de oferta e um cliente

qualquer seja inferior a determinado valor;

• Minimização do custo mais elevado de serviço: o objetivo é prover o melhor serviço

possível para os clientes mais distantes do conjunto de facilidades, muito utilizado,

Page 42: TCC sobre Localização de Facilidades

42

por exemplo, para minimizar a maior distância entre clientes e serviços

emergenciais. Também possui a opção de se localizar um número fixo de

instalações ou a quantidade necessária para se obter o custo mais alto de serviço

abaixo de um valor desejado;

• Maximização do custo mais baixo de serviço: utilizado para se localizar um número

fixo de facilidades o mais distante possível de qualquer cliente. Frequentemente

utilizado para efetuar a localização de facilidades indesejadas, como incineradores e

aterros sanitários;

• Maximização do lucro da empresa: pela localização de certo número de facilidades

requeridas, podendo ou não haver um limite máximo de número de facilidades ou

restrições orçamentárias, limitado a um custo fixo total associado à localização das

novas facilidades.

Por consequência, analisando a rotina de localização de facilidades, é possível

observar que os dados de entrada são:

• Um layer, contendo os pontos demandantes e locais candidatos representados na

forma de pontos ou áreas, ou até mesmo dois layers, cada qual possuindo os pontos

de demanda e locais candidatos respectivamente.

• Associar os layers de demanda e locais candidatos a um banco de dados. Neste

trabalho, as camadas devem ser exclusivas, ou seja, um ponto candidato não pode,

ao mesmo tempo, ser um ponto de demanda;

• Uma matriz de custos (distâncias), indicando a distância entre cada par de pontos

de demanda e candidatos.

Page 43: TCC sobre Localização de Facilidades

43

3 METODOLOGIA Com a finalidade de atingir o objetivo do projeto, é crucial estabelecer uma

metodologia de pesquisa. Para isso, a pesquisa foi dividida em quatro fases,

totalizando 6 etapas:

Fase 1: Definição dos nós:

1. Centros de Oferta: definir por meio de GPS, as localizações geográficas das

instalações existentes, caso existam e pretende-se que sejam consideradas.

2. Centros de Demanda: definir por meio de GPS, as localizações geográficas

dos clientes, os quais deverão ter suas demandas supridas pelas instalações.

3. Candidatos à Localização: definir a política para criação dos pontos

candidatos à localização de novas facilidades e suas respectivas localizações

geográficas por meio de GPS.

Fase 2: Dados de entrada para os modelos de localização de instalações:

4. Matriz de Distâncias: A partir da definição dos nós da rede, integrados a uma

base de dados geograficamente referenciada, é possível, por rotina interna do

SIG, calcular a matriz de custos, responsável por armazenar as distâncias

entre todos os nós da rede. A matriz também servirá como dado de entrada

para os modelos matemáticos de programação linear mista (PLIM).

Fase 3: Modelo SIG e PLIM para localização de instalações

5. Localização de Facilidades: a partir da matriz de distâncias, executar a rotina

interna Localização de Facilidades do SIG e executar os modelos PLIM no

software CPLEX executando a rotina dos PLCC, PLMC, PLp-Med e PLp-

centros.

Fase 4: Avaliação da qualidade das soluções

6. Comparar as soluções e analisar os resultados: as soluções geradas por cada

um dos modelos, SIG e PLIM, para cada um dos cenários simulados, serão

comparadas, a fim de se avaliar a qualidade da solução SIG em termos de

precisão, e a eficácia da mesma e em termos de tempo de processamento

Page 44: TCC sobre Localização de Facilidades

44

para geração do resultado. Depois de gerados os resultados dos modelos, os

mesmos serão analisados para cada alternativa de simulação.

Figura 6 - Fases da metodologia da pesquisa Fonte: Adaptado de Mapa (2007).

3.1 TIPO DE PESQUISA

A pesquisa possui caráter experimental, que segundo Gil (2007, p. 47), consiste em

determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de

influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a

variável produz no objeto. Quanto a natureza, a pesquisa é aplicada, uma vez que

está caracterizada pelo interesse em solucionar problemas que ocorrem na

realidade (MARCONI & LAKATOS, 2009, p. 06).

O trabalho está orientado a um estudo de caso no serviço operacional temporário

Salva Mar no balneário de Guriri em São Mateus/ES utilizando modelagem de

localização com cenários simulados nos softwares TransCAD, versão 4.5 e Cplex

12.5.

O presente trabalho apresenta abordagem quantitativa, ou seja, considera que tudo

pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações

para classificá-las e analisá-las (MORESI, 2003). Sendo assim, a coleta dos dados

foi designada a alimentar os modelos matemáticos inerentes aos PL.

Page 45: TCC sobre Localização de Facilidades

45

A pesquisa também pode ser classificada como pesquisa de campo, uma vez que

objetiva-se segundo Marconi & Lakatos (2009) em agregar informações [...] acerca

de um problema para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese que se

queira comprovar. A metodologia para a pesquisa de campo abrange as fases:

Realização de uma pesquisa bibliográfica, com vistas a saber em que estado

se encontra atualmente o problema, quais trabalhos já foram realizados e

quais as opiniões reinantes sobre o assunto para então estabelecer um

modelo teórico inicial que auxiliará na determinação das variáveis e

elaboração do plano geral da pesquisa.

Determinar as técnicas a serem empregadas na coleta de dados e

determinação da amostra de acordo com a natureza da pesquisa, permitindo

representatividade suficiente para apoiar as conclusões.

Por fim, estabelecer as técnicas de registro dos dados e das técnicas usadas

em análises posteriores.

A pesquisa de campo proposta será Quantitativo-Descritiva categorizada no estudo

de descrição de população, em que a função é transcrever [...] a exata descrição de

certas características quantitativas de populações como um todo. Geralmente

contêm um grande número de variáveis e utilizam técnicas de amostragem que

apresentem caráter representativo (MARCONI & LAKATOS, 2009).

3.2 CAMPO DE ESTUDOS

O campo de estudo desta pesquisa é a Pesquisa Operacional, que se caracteriza

por apresentar “um elenco interessante de áreas, modelos e algoritmos que

permitem ao gestor tomar decisão em problemas complexos, onde deve ser aplicada

a ótica científica” (MARTINS, 2011).

O problema real a ser analisado é a localização dos postos de guarda-vidas no

balneário de Guriri, bairro sediado na cidade de São Mateus, norte do Espírito

Santo.

3.3 AMOSTRA

Page 46: TCC sobre Localização de Facilidades

46

A amostra estabelecida na pesquisa de campo foi estabelecida por meio dos pontos

geradores de demanda ao serviço da Operação Salva Mar, mais precisamente os

locais de demanda relativa às ocorrências de emergências aquáticas acontecidas na

praia de Guriri. O horizonte de planejamento estabelecido inclui a época de pico de

ocorrências, que abrange baseado no histórico de ocorrências obtidas: fim de ano,

réveillon e o mês de janeiro do ano subsequente. Nesta pesquisa o horizonte de

planejamento foi compreendido entre 29 de dezembro de 2013 e 31 de janeiro de

2014.

Para composição, o método das amostras foi não-probabilístico com amostragem

acidental ou por conveniência, na qual, a amostra foi formada por elementos que se

encontram circunstancialmente no local da pesquisa e são descritos sem ordem

específica até que a amostra atinja determinado tamanho (MARCONI & LAKATOS,

2009).

Resumidamente, a amostra consiste nos banhistas que demandam o serviço de

salvamento, ou seja, aqueles que necessitam da atuação de uma equipe de guarda-

vidas e na contabilização das principais correntes de retorno que ocasionam as

emergências. Vale ressaltar que não se estabeleceu um tamanho máximo para a

amostra e sim uma predeterminação do período dos acontecimentos.

3.4 COLETA DE DADOS

Quanto ao tipo de investigação e coleta de dados, esses foram de caráter

documental, uma vez que as fontes de dados, documentos e registros são oriundos

de órgãos públicos (MARCONI & LAKATOS, 2009), que no caso constam na base

de dados do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo e da Prefeitura

Municipal de São Mateus.

A coleta documental foi realizada por meio de materiais que ainda não receberam

tratamento analítico. Sob esse ponto de vista, o projeto buscou analisar documentos

oficiais baseados nos relatórios lavrados no verão de 2013/2014, pois os dados

baseados nos verões de 2011/2012 e 2012/2013 não especificam detalhadamente

informações como:

Page 47: TCC sobre Localização de Facilidades

47

Local exato dos pontos de demanda;

Quantificação pontual da demanda;

Relação entre pontos de demanda e fatores relacionados ao ambiente.

É importante mencionar que o tratamento analítico foi direcionado ao verão

2013/2014, pois houve a possibilidade de averiguar e registrar informações dos

pontos geradores de demanda não descritos anteriormente e que são de grande

importância ao projeto. Dessa forma, a técnica de pesquisa relativa a observação

está categorizada como direta intensiva, a qual, segundo Marconi & Lakatos (2009)

“[...] é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os

sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade”.

A observação desta pesquisa está classificada como (MARCONI & LAKATOS,

2009):

Assistemática: denominada espontânea, simples, livre, ocasional e acidental,

consistindo em recolher e registrar os fatos da realidade sem que o

pesquisador utilize meios técnicos e especiais ou precise fazer perguntas

diretas.

Não participante: o pesquisador toma contato com a comunidade, grupo ou

realidade estudada, mas sem integrar-se a ela: permanece de fora.

Individual: técnica de observação realizada por um pesquisador, podendo

intensificar a objetividade das informações, indicando quais são os eventos

reais e quais são as interpretações.

Na vida real: observações feitas no ambiente real, registrando-se os dados à

medida que forem ocorrendo.

Os dados da pesquisa foram somente os relevantes para a análise do processo de

solução. Essas informações foram relacionadas às variáveis da modelagem

matemática do PL:

Quantidade e localização georreferenciada de pontos demandantes;

Quantidade e localização georreferenciada de postos de atendimento da

situação atual;

Page 48: TCC sobre Localização de Facilidades

48

Quantidade e localização georreferenciada de postos candidatos à

localização de novas facilidades.

Dessa forma, com a finalidade de cumprir a metodologia, o delineamento

consolidado para coleta dos dados abrange a fase 1 e suas respectivas etapas,

sendo constituída da seguinte maneira:

3.4.1 Fase 1: Definição dos nós

Etapa 1: As localizações geográficas dos postos de guarda-vidas existentes foram

conseguidas por GPS e processadas no software Google Earth, versão 7.1.2.2041

(Figura 7) e colocadas no TransCAD (Figura 8);

Figura 7 - Localização dos postos atuais Fonte: Google Earth.

Figura 8 - Coordenadas dos postos atuais Fonte: Autor

Page 49: TCC sobre Localização de Facilidades

49

Etapa 2: As localizações geográficas dos pontos demandantes também foram

conseguidas por GPS com observação dos principais locais onde ocorrem as

emergências. Nesse caso foi percebido que os locais demandantes estão

relacionados com as correntes de retorno, comumente conhecidas como “valas”.

Foram consideradas nessa pesquisa, as principais correntes de retorno com alto

índice de afogamento na praia de Guriri durante o período preestabelecido. Valendo

lembrar que podem mudar com o tempo.

Fotografia 1 – Exemplo de corrente de retorno no extremo sul da Praia Brava – Itajaí. Fonte: Silva(2012).

As correntes de retorno são responsáveis por mais de 75% dos afogamentos

(SZPILMAN, 2004). O principal papel do guarda-vidas é identifica-las, pois o objetivo

está em delimitar áreas próprias para banho, ou seja, trabalhar na prevenção de

ocorrências.

Sob esse ponto de vista, a coleta dos principais locais propícios a formação de

correntes de retorno foram conseguidas pela observação do autor e experiência dos

guarda-vidas. A partir da coleta dos dados geográficos, foi possível processá-los

num mapa com o auxílio do software Google Earth (Figura 9).

Page 50: TCC sobre Localização de Facilidades

50

Figura 9 - Imagem do Balneário de Guriri com suas respectivas correntes de retorno Fonte: Google Earth.

A delimitação do campo de estudo abrange a área do balneário compreendida entre

o Projeto Tamar e a Arena Ao Mar. Foram rastreadas 35 correntes de retorno

(pontos do mapa) na zona de praia (Figura 9).

Etapa 3: Foi estabelecido como parâmetro que os locais candidatos devem ficar

próximos aos locais naturais de acesso à praia (Fotografia 2), pois assim o SAVC

estará facilmente acessando as vítimas de afogamento. E uma vez que o posto de

salvamento esteja localizado próximo aos locais de entrada e saída da orla, esse

pode servir como ponto de alocação de demanda além do fato de ser percebido pelo

banhista como um local seguro.

Fotografia 2 - Posto de salvamento localizado próximo a via de acesso à praia Fonte: Autor

A partir da coleta dos dados geográficos, foi possível identificar as principais vias de

entrada e saída num mapa processado no software Google Earth (Figura 10). A

Figura 11 mostra as respectivas coordenadas.

Page 51: TCC sobre Localização de Facilidades

51

Figura 10 - Principais vias de acesso à praia (locais candidatos) Fonte: Autor.

Figura 11 - Coordenadas dos postos candidatos Fonte: Autor

Com a finalidade de abranger a quantidade máxima de postos candidatos, os postos

atuais também foram adicionados aos modelos.

3.5 ANÁLISE DE DADOS

Page 52: TCC sobre Localização de Facilidades

52

Para análise dos dados, a representação da lógica abrange os conceitos da indução

e da dedução. “De maneira geral, entende-se que a principal diferença entre indução

e dedução é que na indução se vai do particular para o geral enquanto que na

dedução se vai do geral para o particular” (MORESI, 2003). O autor ainda salienta

que na [...] “dedução apela-se para a experiência”.

As respostas para a investigação originaram-se do tratamento dos dados que

alimentam os layers do software de otimização e do modelo de Programação Linear

Inteira Mista. Portanto, a análise de dados desta pesquisa será realizada a partir da

comparação dos resultados analíticos obtidos por meio da aplicação de Problema de

Localização de Facilidades de caráter dedutivo em um sistema proposto com a atual

situação em que se encontra a localização dos postos de guarda-vidas.

Page 53: TCC sobre Localização de Facilidades

53

4 ÁREA DE ESTUDO E RESULTADOS 4.1 ESTRUTURA DA OPERAÇÃO SALVA MAR

O PL estudado foi aplicado na operação Salva Mar que acontece todo verão no

balneário de Guriri, o qual está localizado a 12 km do centro de São Mateus (ES) e

possui mais de 3 km de extensão.

Fotografia 3 – Ilha de Guriri, ano 2004. Fonte: http://wikimapia.org.br

A operação Salva Mar consiste em gerenciar os recursos empenhados para

execução do serviço de atendimento às emergências aquáticas. Basicamente a sua

estrutura segue ao seguinte organograma (Figura 12):

Figura 12 - Organograma da Operação Salva Mar Fonte: Autor.

Page 54: TCC sobre Localização de Facilidades

54

De acordo com o organograma, a Secretaria de Defesa Social é o órgão da

prefeitura que disponibiliza os recursos humanos (candidatos a guarda-vidas e

gestores para compor o centro de operações), materiais, equipamentos de proteção

individual (EPI) e a estrutura física que comporta a área administrativa e

almoxarifado (Fotografia 2).

Fotografia 4 - Centro de Operações. Fonte: Autor.

O CBMES é o órgão de apoio que atua na capacitação dos candidatos ao cargo de

guarda-vidas, no gerenciamento dos recursos disponibilizados pela Secretaria de

Defesa Social e também disponibiliza recursos de apoio, como embarcações,

viaturas (Fotografia 3) e recursos humanos para compor o centro de operações e

supervisão.

Fotografia 5 - Viaturas para auxiliar a operação de supervisão e salvamento. Fonte: Autor

O centro de operações é o local onde ocorre a interface entre os gestores que

planejam a operação Salva Mar e os colaboradores que executam o planejamento.

Além disso, é a sede que abriga a estrutura administrativa e almoxarifado.

Page 55: TCC sobre Localização de Facilidades

55

A supervisão é o posto de trabalho que geralmente está atribuído a um membro do

CBMES, o qual deve gerenciar operacionalmente o serviço. Em outras palavras, o

militar atua como um agente que faz interface entre o centro de operações e os

guarda-vidas, concretizando a execução do planejamento preestabelecido mediante

a coordenação das atividades dos executores. Além disso, a supervisão faz o papel

de extrair informações rotineiras inerentes ao bom andamento do serviço, como

saber as áreas de maior incidência de afogamentos, aumento na quantidade de

banhistas, etc. Essa função é flexível à demanda pelo serviço, podendo aumentar ou

diminuir o efetivo empregado.

Os postos de salvamento são os locais que abrigam os guarda-vidas e materiais de

salvamento e a partir desses postos que o serviço de prevenção e resgate se

concretizará pelo trabalho dos guarda-vidas.

Ultimamente, a prefeitura, em convênio com o CBMES vem abrindo concurso para

preencher 50 vagas de guarda-vidas em regime de escala 1x1, ou seja, trabalha um

dia e folga um dia numa jornada de 12 horas. Os recursos estariam quantificados e

distribuídos da seguinte forma (Tabela 1):

TABELA 1 - COMPOSIÇÃO DAS EQUIPES

Composição das equipes

Recursos Equipe A

Equipe B

Guarda-vidas 25 25

Bombeiros 4 4

Postos de salvamento 12 12

Ambulâncias 2 2 Fonte: Autor.

Para os finais de semana e feriados, o efetivo dobraria.

4.2 FASE 2: DADOS DE ENTRADA PARA OS MODELOS DE LOCALIZAÇÃO DE

INSTALAÇÕES

Tendo em vista os dados coletados na fase 1 e as informações relativas a Operação

Salva Mar, às demais etapas foram concluídas da seguinte maneira:

Page 56: TCC sobre Localização de Facilidades

56

Etapa 4: Para a execução desta etapa, foi utilizado o software TransCAD, versão

4.5, no qual foi processada uma base de dados do mapa contendo a cidade de São

Mateus. O conteúdo com a base de dados foi fornecida pelo Sistema Integrado de

Bases Geoespaciais do Estado do Espírito Santo – GEOBASES (Figura 13).

Figura 13 - Representação dos bairros de São Mateus utilizando o TransCAD Fonte: Autor.

Neste projeto foi usado somente a base dados da área de interesse, ou seja, o

bairro de Guriri que contém o balneário onde ocorre a Operação Salva Mar.

Preliminarmente foi gerada uma tabela que serviu como banco de dados com as

coordenadas dos 35 pontos demandantes (correntes de retorno - CR). A figura 14

ilustra as coordenadas dos pontos.

Page 57: TCC sobre Localização de Facilidades

57

Figura 14 - Banco de dados com as coordenadas das correntes de retorno (demanda) Fonte: Autor.

A partir das coordenadas da figura 14, o software gerou o seguinte layer:

Figura 15 - Layer de pontos que representam as correntes de retorno Fonte: Autor.

Com as coordenadas dos postos atuais e candidatos, o SIG gerou o layer a seguir:

Page 58: TCC sobre Localização de Facilidades

58

Figura 16 - Layer de pontos contendo os postos candidatos Fonte: Autor.

Para se obter uma visualização dos postos candidatos e os pontos de demanda

simultaneamente, foi possível unir os dois layers (Figura 17):

Figura 17 - Layer de pontos contendo as correntes de retorno e os postos candidatos Fonte: Autor.

Page 59: TCC sobre Localização de Facilidades

59

A partir da geração do banco de dados contendo as informações geográficas

referentes aos pontos de demanda e postos candidatos, o TransCAD, com o uso da

ferramenta Cost Matrix (Figura 18) processou uma matriz de custos (distâncias)

46x35 (APÊNDICE A).

Figura 18 - Ferramenta Cost Matrix Fonte: Autor.

4.3 FASE 3: MODELO SIG E PLIM PARA LOCALIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES

Nesta seção, algumas simulações foram realizadas com intuito de formar

parâmetros de comparação entre a localização atual dos postos de guarda-vidas e

as soluções extraídas da aplicação das técnicas de localização de. As simulações

foram implementadas num SIG e num solver de otimização de modelo de

Programação Linear Inteira Mista (PLIM).

Assim, para compor a base inicial de comparação, com o auxílio do SIG TransCAD

foi possível além de estabelecer a localização atual dos postos e dos respectivos

pontos de demanda (Figura 19), reproduzir informações pertinentes que estão

contidas na Tabela 2:

Page 60: TCC sobre Localização de Facilidades

60

Figura 19 - Modelo atual da localização dos postos Fonte: Autor.

TABELA 2 - INFORMAÇÕES DO MODELO

Tipo de informação Modelo Atual

Custo Total (m) 3.642,030

Custo máximo (m) 176,850

Clientes servidos 35

Clientes não servidos 0

Quantidade de facilidades 12 Fonte: Autor.

A partir da etapa 5, serão apresentadas além da solução do SIG, propostas

resultantes dos modelos PLIM a partir dos modelos de cobertura: PLCC, PLMC e os

modelos PLp-Med e PLp-Centro, sendo os dois últimos formulados com o propósito

de comparar os métodos exatos e a heurística do SIG.

Etapa 5: Para executar a rotina interna do SIG, o software disponibiliza a ferramenta

Facility location, a qual o parâmetro de entrada é a matriz de distância (APÊNDICE

A), na qual os índices compreendidos entre 1 e 34 correspondem aos postos

candidatos e entre 35 e 46 aos postos atuais. Logo, a partir dessa ferramenta que as

simulações são executadas.

Preliminarmente, com vistas a consolidar os dados quanto a área de cobertura de

um posto de salvamento, foi necessário tomar como referência algumas

informações. Para tanto, Silva (2012) mostra em sua pesquisa que um posto de

Page 61: TCC sobre Localização de Facilidades

61

salvamento deve ser localizado de forma com que o guarda-vidas percorra uma

distância máxima de 150m até sua entrada no mar. O autor afirma estatisticamente

que essa distância é percorrida por um guarda-vidas num intervalo de 20s – tempo

baseado na resistência da vítima - com 100% de esforço físico. Essa medida

também é utilizada pela Ellis & Associations, uma empresa americana especializada

em treinamento de guarda-vidas e pelo serviço de salvamento aquático da Austrália

(SILVA, 2012).

Tratando-se do percurso em que o guarda-vidas terá que nadar até alcançar a

vítima, GHIRARDINI & CANCIGLIERI (2008) afirmam por meio de testes que para

uma distância de 30m de natação – distância correspondente a uma situação real –,

o tempo de alcance gira em torno de 35s.

Nos Estados Unidos e Austrália, estudos apontam que uma vítima que não sabe

nadar, possui entre 20 a 60 segundos de sobrevida até que as fases de angústia e

pânico se transforme em submersão (SILVA, 2012).

Como foi necessária a inserção da distância entre os postos de guarda-vidas e os

pontos de demanda para alimentar os modelos matemáticos, a pesquisa adotará

distância máxima total de 152,970m, o que corresponde a distância de 150m

percorrida na areia e 30m na água (Figura 20).

Figura 20 – Distância crítica entre o posto de salvamento e o banhista Fonte: Adaptado de SILVA(2012) e GHIRARDINI & CANCIGLIERI (2008).

Dessa maneira, as simulações terão como propósito, verificar quantas facilidades

são necessárias para cobrir a demanda total. As simulações foram dispostas de

forma com que a primeira utilize o SIG, com um nível de serviço de 152,970m; A

segunda está direcionada a processar um PL para cobertura de conjuntos (PLCC)

Page 62: TCC sobre Localização de Facilidades

62

num solver de otimização; A terceira executa um PL de máxima cobertura (PLMC)

num solver de otimização limitando a quantidade de facilidades ao resultado

proposto pelo PLCC; A quarta especifica um PL de p-medianas (PLp-Med)

utilizando a quantidade de facilidades propostas pelo SIG com um nível de serviço

máximo de 152,970m em um solver de otimização; A quinta simulação consiste em

executar um PL de p-centros (PLp-centros), novamente utilizando um nível de

serviço máximo de 152,970m e a quantidade de facilidades propostas pelo SIG num

solver de otimização.

Simulação 1: o objetivo é, além de saber quantas facilidades são necessárias para

absorver todos os pontos de demanda, minimizar a distância percorrida entre os

pontos de demanda e postos candidatos.

A figura 21 mostra a interface do programa com as entradas para processamento.

Figura 21 - Simulação 1: minimizar distância máxima Fonte: Autor

O TransCAD processou o problema gerou a seguinte relatório:

Figura 22 - Resultado do TransCAD Fonte: Autor.

Função objetivo: 3.402,563m;

Page 63: TCC sobre Localização de Facilidades

63

Distância máxima: 152,405m;

Clientes servidos: 35;

Clientes não servidos: 0;

Quantidade de facilidades: 11;

Tempo de processamento: 0,160s;

Postos que sediarão as facilidades: Figura 23.

Figura 23 - Localização espacial das novas facilidades Fonte: Autor.

Simulação 2: para executar a rotina do PLCC foi necessário processar uma matriz

de designação (APÊNDICE B) com vistas a cumprir a distância máxima de

cobertura.

Com a aplicação do modelo, o Cplex gerou os seguintes resultados (Figura 24):

Page 64: TCC sobre Localização de Facilidades

64

Figura 24 - Resultado Cplex para o PLCC Fonte: Autor.

Função objetivo: 10 facilidades;

Custo total: 3.619,80m;

Distância máxima: 152,41m;

Clientes servidos: 35;

Clientes não servidos: 0;

Tempo de processamento: 4,228s;

Postos que sediarão as facilidades: Figura 25.

Figura 25 – Localização dos postos utilizando o PLCC Fonte: Autor.

No modelo PLCC percebeu-se que a função objetivo está direcionada a extrair

informações referentes a quantidade de instalações necessárias para garantir um

Page 65: TCC sobre Localização de Facilidades

65

certo nível de atendimento aos pontos demandantes indiferentemente dos custos.

Portanto, um ponto de demanda pode ser coberto por mais de uma facilidade, o que

de fato ocorre no ponto CR3.

Simulação 3: para executar a rotina do PLMC, também foi necessário o uso da

matriz de designação. Após a implementação do modelo, o Cplex gerou os

seguintes resultados (Figura 26):

Figura 26 - Resultado Cplex para o PLMC Fonte: Autor.

Função objetivo: 35 pontos de demanda cobertos;

Custo total: 3.477,91m;

Distância máxima: 152,41m;

Quantidade de facilidades: 10;

Clientes não servidos: 0;

Tempo de processamento: 3,620s;

Postos que sediarão as facilidades: Figura 27. Observa-se que o índice 35 faz

referência ao PA1.

Page 66: TCC sobre Localização de Facilidades

66

Figura 27 - Localização dos postos utilizando PLMC Fonte: Autor.

Na formulação do PLMC acima, o objetivo está voltado a maximizar o número de

pontos de demanda cobertos dado o número fixo de facilidades sob o risco de não

haver a cobertura total. No entanto, o resultado acima aponta que foi possível cobrir

toda demanda e ainda nota-se que um dos postos atuais, o PA1, foi escolhido para

sediar uma facilidade.

Simulação 4: para o PLp-Med, o modelo foi implementado de forma a localizar as

11 facilidades anteriormente propostas pelo SIG com a finalidade de verificar a

qualidade do resultado quando comparado a um método exato. Para isso, o Cplex

processou o problema e chegou aos seguintes resultados (Figura 28):

Page 67: TCC sobre Localização de Facilidades

67

Figura 28 - Resultado Cplex para o PLp-Med Fonte: Autor.

Função objetivo: 3.293,7m;

Distância máxima: 147,54m;

Clientes servidos: 35;

Clientes não servidos: 0;

Tempo de processamento: 1,732s;

Quantidade de facilidades: 11.

Postos que sediarão as facilidades: Figura 29. Observa-se que os índices 35

e 36 fazem referência ao PA1 e PA2.

Page 68: TCC sobre Localização de Facilidades

68

Figura 29 – Localizações utilizando o PLp-Med Fonte: Autor.

O PLp-Med aplicado consiste em localizar as facilidades de modo a minimizar o

custo total. O custo de atender um ponto de demanda está associado à distância

entre este ponto e à facilidade mais próxima, dessa forma, a ideia é garantir que um

ponto de demanda deva ser atendido por somente uma facilidade, diferente dos

modelos PLCC e PLMC.

Simulação 5: para o PLp-centros, o modelo foi implementado de forma a localizar

as 11 facilidades anteriormente propostas pelo SIG. Para isso, o Cplex processou o

problema e chegou às seguintes respostas (Figura 30):

Figura 30 - Resultado Cplex para o PLp-centros Fonte: Autor.

Função objetivo: 152,97m;

Custo total: 3.490,28m;

Distância máxima: 152,41m;

Clientes servidos: 35;

Tempo de processamento: 1,919s;

Clientes não servidos: 0;

Postos que sediarão as facilidades: Figura 31. Os índices 40, 45 e 46 fazem

referência aos pontos PA6, PA11 e PA12

Page 69: TCC sobre Localização de Facilidades

69

Figura 31 - Localização dos postos do PLp-centros Fonte: Autor.

No PLp-centros implementado, o objetivo é minimizar a distância máxima entre

pontos de demanda e um número fixo de facilidades a serem localizadas. O conceito

está em garantir que a máxima distância entre um ponto de demanda e a sua

facilidade mais próxima será maior que a distância entre qualquer outro ponto de

demanda e a facilidade que lhe atende.

4.4 FASE 4: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS SOLUÇÕES E ANÁLISE DOS

RESULTADOS

Etapa 6: Com as informações obtidas ao analisar os dados das simulações, foi

possível gerar um gráfico que compara os resultados entre o modelo atual e o

cruzamento de informações das localizações oriundas das simulações 1, 2, 3, 4 e 5.

Para medir a variação dos custos total e máximo entre o modelo atual e os modelos

SIG, PLCC, PLMC, PLp-Med e PLp-centros, o Gráfico 3 expõe os resultados:

Page 70: TCC sobre Localização de Facilidades

70

GRÁFICO 3 - RESULTADOS COMPUTACIONAIS

Analisando as comparações efetuadas entre as soluções geradas pelos modelos

SIG e PLIM (PLCC, PLMC, PLp-Med e PLp-centros) percebeu-se que, diante os

cenários simulados, os modelos SIG e PLIM podem produzir diferença nos

resultados dependendo do objetivo abordado.

GRÁFICO 4 - VARIAÇÃO EM RELAÇÃO AO MODELO ATUAL

Comparando o modelo atual com o SIG, de acordo com o Gráfico 4, a pesquisa

mostra uma melhoria tanto para atingir a meta de cobertura quanto na minimização

da quantidade de facilidades, evidenciando assim que a localização atual dos

postos, que tem cobertura com custo máximo de 176,85m, não corresponde ao

Page 71: TCC sobre Localização de Facilidades

71

proposto por Silva (2012) e GHIRARDINI & CANCIGLIERI (2008). Evidentemente,

as 11 localizações propostas pelo SIG, que têm cobertura máxima de 147,54m,

estão melhores localizadas do que as 12 do modelo atual.

Tratando-se dos modelos de cobertura das simulações 2 e 3 (PLCC e PLMC), é

importante ressaltar que cada um possui objetivo diferente, direcionando assim a

resultados que devem ser devidamente interpretados. De acordo com a seção

anterior, o PLCC busca garantir que toda a demanda seja absorvida, o que acaba

possibilitando a simultaneidade de cobertura devido a, por exemplo, um ponto de

demanda estar contido numa zona de abrangência de duas ou mais facilidades.

Comparando-o com o modelo atual, o PLCC, o qual indica a abertura de somente 10

facilidades, varia apenas 0,61% em relação ao custo total do modelo atual, no

entanto, explora a distância máxima de cobertura quase ao limite, chegando aos

152,41m. A partir desse ponto de vista, foi possível confirmar que a baixa variação

do custo total está relacionada justamente à duplicidade e a exploração da

cobertura, pois o cálculo é feito por meio da soma das distâncias de todos os arcos

facilidade-cliente.

No modelo PLMC, a formulação busca maximizar a cobertura dos pontos

demandantes. A aplicação do modelo foi válida para averiguar se a quantidade

proposta de facilidades possui a capacidade de abrangência dos conjunto de pontos

demandantes. Comparando-o com o modelo atual, o PLMC produziu um custo total

com variação de 4,51% e por também ser formulado com vistas a explorar a

distância crítica, o custo máximo chega aos 152,41m.

Ao passo que o PLCC e o PLMC buscam abranger toda a demanda independente

do custo respeitando uma distância crítica estabelecida, os modelos SIG, PLp-Med

visam exclusividade de serviço e a busca pela minimização das distâncias entre os

arcos e o PLp-centros tende a minimizar a distância máxima entre pontos de

demanda e um número fixo de facilidades. Dessa forma, conclui-se que, uma vez

ocorrendo o atendimento simultâneo para um ponto de demanda nos modelos de

cobertura, o custo total poderá ser superior aos demais modelos. O Gráfico 5

apresenta a variação entre os custos do modelo SIG e os modelos de cobertura.

Page 72: TCC sobre Localização de Facilidades

72

GRÁFICO 5 - VARIAÇÃO SIG X MODELOS DE COBERTURA

Sob o ponto de vista de que no modelo SIG, a rotina Localização de Facilidades ser

atrelada a uma modelagem heurística e no modelo PLIM ser um método exato, é

possível ocorrer divergências entre soluções. Dessa forma, os modelos PLp-Med e

PLp-centros foram implementados com o intuito de averiguar a qualidade dos

resultados diante à proposta do SIG.

Dado que a heurística implementada à rotina PLF do SIG apontou solução com

baixa variação de acordo com o PLp-Med e melhor do que a do PLp-centros, uma

importante conclusão é classifica-la como de boa qualidade, já que convergiu para

uma solução matemática ótima sob o contexto da minimização da distância entre os

pontos de demanda e locais candidatos num intervalo de tempo de processamento

inferior aos modelos PLIM, mostrando ser eficaz diante o tratamento de dados

gráficos e estatísticos.

O modelo PLp-centros, por tentar minimizar a máxima distância entre os pontos de

demanda e a facilidade mais próxima, apresentou resultados melhores do que o

atualmente empregado, porém menos sugestivos do que os modelos SIG e PLp-

Med. O Gráfico 6 mostra a comparação entre os resultados do modelo SIG e os

PLp-Med e PLp-centros.

Page 73: TCC sobre Localização de Facilidades

73

GRÁFICO 6 - VARIAÇÃO SIG X PLPMED X PLPCENTRO

Page 74: TCC sobre Localização de Facilidades

74

5 CONCLUSÃO

As técnicas de localização de facilidades mostram-se de grande importância no

auxílio a tomada de decisão. Geralmente os modelos implementados são voltados

para o ramo de manufatura, bem como na composição da decisão estratégica de

localização de centros de oferta e alocação de demanda.

Para o setor de serviços públicos, a estratégia de localizar postos de atendimento

torna-se um desafio, pois a disponibilidade de dados é bastante escassa.

Como a coleta de dados foi o fator fundamental para formação de uma base de

dados utilizada para alimentar tanto o SIG quanto os modelos matemáticos

implementados na programação linear inteira mista, essa se tornou viável apenas

por meio da observação direta dos fatos.

Em outras palavras, devido a Operação Salva Mar acontecer somente no período do

verão, em que o pico de ocorrências de afogamento é bastante alto em comparação

com outros períodos, a observação das emergências foi crucial para traduzir os

dados da situação real para a simulação.

Como o foco do trabalho foi decidir categoricamente o posicionamento dos postos

de guarda-vidas, as hipóteses foram confirmadas em decorrência dos resultados, já

que ocorreu a melhoria dos custos logísticos associados.

A quantidade de postos está superdimensionada de acordo com a experiência dos

gestores, ou seja, a localização dos postos não se mostra eficiente, pois mesmo

com uma facilidade a mais sendo utilizada, o arranjo ultrapassa o custo máximo de

cobertura que é de 152,970m. Foi a partir desse ponto que a ferramenta utilizada no

trabalho mostrou-se capaz de propor uma solução para aumentar a eficiência da

operação.

O SIG mostrou-se eficaz na proposta de localização com cobertura total, 6,58% de

redução do custo total. O modelo p-medianas foi eficiente quando comparado ao

SIG, pois apresentou 9,56% de variação com o posicionamento das 11 facilidades

propostas. Tal fato era esperado, pois o PLp-Med é um método exato que propicia

Page 75: TCC sobre Localização de Facilidades

75

resultados ótimos. Todavia não acontece melhoria de resultados quando se compara

ao método do PLp-centros, o qual varia em -3,00% em relação ao SIG.

Por outro lado, é notório relevar as informações dos modelos de cobertura. Além da

cobertura dos pontos de demanda com o menor número de facilidades, os modelos

exploram a cobertura máxima que cada ponto candidato alcança respeitando a

distância crítica, atrelando dessa forma até mais de uma facilidade a um ponto de

demanda, causando uma “redundância” na cobertura daquele ponto. Embora ocorra

a simultaneidade de cobertura, o PLCC mostrou-se mais eficaz do que o modelo

atual, pois mostrou redução no número de facilidade e ainda uma variação de 0,68%

em relação ao custo total. O PLMC foi mais eficiente, reduzindo em até 4,51% o

custo total com o posicionamento dos 10 postos escolhidos.

Geralmente, para o setor de serviços de emergências, o tratamento da demanda

deve levar em conta os fatores que proporcionam a sazonalidade. Tal fato se

apresenta por um forte dinamismo, já que outros fatores externos ao projeto devem

ser considerados, tais como o desenvolvimento regional, que tem provocado um

aumento da demanda pelo serviço de salvamento.

Nesse contexto, a aplicabilidade do projeto em outras situações, deve levar em

consideração as características intrínsecas do local e da demanda. Contando com

isso, a estratégia do estudo foi procurar aplicar as técnicas com o objetivo de

abranger todos os pontos de demanda, pois os fatores mencionados anteriormente

podem afetar a rotina diária da localização dos postos, elevando o grau de limitação

da pesquisa. Em outras palavras, pode existir de certa forma algum tipo de atração

de demanda para diversos locais dentro da orla em diferentes períodos de tempo,

como por exemplo, festas típicas, shows e eventos. Assim, o trabalho deve ser

tomado como um ponto de partida para incremento de estudos posteriores.

Do ponto de vista estratégico do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo, o

objetivo é abranger ao máximo possível a zona de atuação dos serviços de

emergência observando a sazonalidade de cada localidade. Com isso, os modelos

SIG, PLCC, PLMC e PLp-Med podem ser apontados como os de maior interesse

para uma discussão acerca do assunto, pois além de fornecer a quantidade

Page 76: TCC sobre Localização de Facilidades

76

necessária de instalações pela orla, sugere ainda o melhor posicionamento de

acordo com a zona de atuação dos postos de salvamento.

Em relação ao modelo mais indicado para a situação abordada, a literatura indica

que os modelos de cobertura são os mais abrangentes aos serviços de emergência,

logo as localizações provenientes do modelo PLMC podem ser mais sugestivas.

Finalmente, após todo o estudo realizado, conclui-se que foi possível atingir os

objetivos da pesquisa, pois se conseguiu reunir os dados reais pertinentes da

Operação Salva Mar e resolver o Problema de Localização (PL) com auxílio de um

SIG e de modelos PLIM de forma coerente. Além disso, foi possível averiguar a

eficiência do SIG e dos modelos PLIM bem como a conclusão de viabilidade

alinhada com a estratégia do CBMES.

Este projeto pode contribuir com as atividades de salvamento aquático, gerando

uma solução que tende a minimizar os custos logísticos relacionados à localização

dos postos de guarda-vidas.

A partir desta temática, o autor tem como intenção apresentar os resultados do

trabalho a diretoria da corporação, para avaliação das melhorias salientadas, como

fomento as pesquisas na área das emergências aquáticas.

Page 77: TCC sobre Localização de Facilidades

77

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Page 82: TCC sobre Localização de Facilidades

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APÊNDICE A – Matriz de custos (distâncias entre os postos candidatos e pontos de demanda)

Page 83: TCC sobre Localização de Facilidades

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APÊNDICE B – Matriz de designação (relativo a cobertura de 152,970m)