Tcnicas de Avaliao de Agentes Ambient a Is

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Confederao Nacional da Indstria Servio Social da Indstria Departamento Nacional

TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMBIENTAIS:

MANUAL SESI

BRASLIA 2007

TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMBIENTAIS

CONFEDERAO NACIONAL DA INDSTRIA CNIPresidente: Armando de Queiroz Monteiro Neto

SERVIO SOCIAL DA INDSTRIA SESIConselho Nacional Presidente: Jair Meneguelli SESI Departamento Nacional Diretor: Armando de Queiroz Monteiro Neto Diretor-Superintendente: Antonio Carlos Brito Maciel Diretor de Operaes: Carlos Henrique Ramos Fonseca

Confederao Nacional da Indstria Servio Social da Indstria Departamento Nacional

TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMBIENTAIS:

MANUAL SESI

BRASLIA 2007

2007. SESI Departamento Nacional Qualquer parte desta obra poder ser reproduzida, desde que citada a fonte.

SESI/DN Unidade de Sade e Segurana do Trabalho UnisadeNOTA: Este Manual resultado do Curso de Avaliao de Agentes Ambientais, promovido pelo Departamento Nacional do SESI, em 2004/05, para seus 27 Departamentos Regionais. Este curso foi ministrado pelos professores Mario Luiz Fantazzini e Maria Cleide Sanchez Oshiro que produziram o material pedaggico que ora se transforma neste Manual.

FICHA CATALOGRFICA

____________________________________________________________ S491t Servio Social da Indstria. Departamento Nacional. Tcnicas de avaliao de agentes ambientais : manual SESI. Braslia : SESI/DN, 2007. 294 p. : il. ; 26 cm. ISBN 978-85-7710-086-6 1. Segurana no Trabalho 2. Higiene Industrial I. Ttulo.CDU 331.45 __________________________________________________________________SESI Servio Social da Indstria Departamento Nacional Sede Setor Bancrio Norte Quadra 1 Bloco C Edifcio Roberto Simonsen 70040-903 Braslia DF Tel.: (61) 3317-9754 Fax: (61) 3317-9190 http://www.sesi.org.br

APRE

S E NTAOAPRESENTAOA razo principal para que a segurana e sade do trabalho constitua uma clara prioridade para o Servio Social da Indstria (SESI) o forte impacto que essa rea possui sobre a produo das empresas e sobre a qualidade de vida dos trabalhadores. Para efetivamente reduzir os inaceitveis ndices de acidentes e doenas do trabalho no Pas, preciso agir com competncia tcnica e de maneira regular em cada ambiente laboral onde existam perigos, sejam eles provocados por agentes fsicos, qumicos, biolgicos, mecnicos ou situaes ergonmicas. com orgulho que o Departamento Nacional do SESI apresenta esta publicao, Tcnicas de Avaliao de Agentes Ambientais Manual SESI, escrito pelos professores Mario Luiz Fantazzini e Maria Cleide Sanchez Oshiro, em iniciativa estruturada pela Gerncia de Sade e Segurana do Trabalho. Trata-se de um texto preciso e detalhado construdo no campo especializado da higiene ocupacional. Seus grandes captulos a exposio ao calor, as condies de iluminamento, o tratamento das radiaes no ionizantes, a avaliao do rudo e das vibraes, a exposio a agentes qumicos tm uma abordagem centrada fundamentalmente no dia-a-dia do setor industrial. Ao ensinar a melhor forma de identificar eventuais problemas, o SESI facilita, em muito, a tarefa das empresas na busca de solues adequadas para que tornem seus ambientes de trabalho mais seguros e saudveis.

Braslia, 2007.

Antonio Carlos Brito Maciel Diretor-Superintendente do SESI/DN

INTRO

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DUO

INTRODUO

Esta publicao nasceu de um curso de formao continuada a distncia, por meio de videoaulas, contratadas pelo SESI Departamento Nacional. Foram selecionados agentes relevantes que demandam avaliaes ambientais, descritos no sumrio. As aulas, em perodo aproximadamente mensal, tiveram inicialmente uma durao de duas horas, passando, antes da metade do curso e por solicitao dos alunos, para trs horas. Dentro da sistemtica das videoaulas, era dado o direito, para duas a trs das salas receptoras, em forma de rodzio, de realizar perguntas para dirimir dvidas, em momentos predefinidos. Para todos os alunos participantes, foi concedido o direito de sanar dvidas por mensagem eletrnica, tanto durante como aps as aulas. O material didtico de cada aula foi enviado previamente para estudo preparatrio, e a base desta publicao. Todas as perguntas feitas foram colecionadas, coligidas e sistematizadas, e tambm fazem parte deste livro, sempre anexadas ao final de cada captulo, com as devidas respostas dadas pelos instrutores. Ao final das videoaulas tericas, houve uma srie de nove aulas de laboratrio de avaliao de agentes ambientais, em vrias cidades do Pas, concentrando regionalmente os alunos e permitindo a concluso do curso com uma parte prtica. As estatsticas deste curso merecem ser destacadas:

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INTRODUO

1. Nmero total de alunos nas videoaulas 377 2. Nmero de salas de recepo no Pas 33 3. Nmero de alunos elegveis para as aulas de laboratrio 226 4. Total de perguntas formuladas durante as aulas e por mensagens eletrnicas 91 5. Carga horria total por aluno 40 horas a distncia e 8 horas presenciais 6. Nmero de horas docentes totais 176 horas Desta experincia, como vista pelos instrutores, deve-se destacar no s o alto nvel participativo dos alunos, como a constatao de que este formato didtico uma alternativa plenamente realizvel, vlida e justificvel em circunstncias como as do SESI, pela grande capilaridade que possui em nvel nacional. Existindo a tecnologia e um projeto pedaggico adequado, torna-se vivel formar tcnicos em um grande nmero de localidades, espalhados continentalmente, havendo em cada local quantidades reduzidas, que no justificariam aes de treinamento individualizadas. Adicionalmente, foram elaboradas gravaes das videoaulas em formato VHS, dando oportunidade de reviso terica a qualquer tempo, assim como se tornando um material de estudo, que este livro complementa.

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Ns nos sentimos orgulhosos de ter participado desta iniciativa, e apoiaremos outras semelhantes, pois pudemos perceber que sua eficincia formativa no difere da forma tradicional, atingindo seus objetivos. O complemento prtico e presencial confere a caracterstica necessria de eficcia aos cursos de avaliaes ambientais, que de outra forma no seria alcanado.

So Paulo, julho de 2004 Mario Luiz Fantazzini Coordenador Tcnico e Instrutor Maria Cleide Sanchez Oshiro Instrutora

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CAPTULO I SITUANDO A HIGIENE OCUPACIONAL1 ESTAbELECENDO CONCEITO E DEFINIES 1.1 Conceituao Geral Sobre a higiene ocupacional: Visa preveno da doena ocupacional por meio da antecipao, reconhecimento, avaliao e controle dos agentes ambientais (essa a definio bsica atual, havendo variantes; outras definies sero discutidas mais adiante); Preveno da doena deve ser entendida com um sentido mais amplo, pois a ao deve estar dirigida preveno e ao controle das exposies inadequadas a agentes ambientais (um estgio anterior s alteraes de sade e doena instalada); Em senso amplo, a atuao da higiene ocupacional prev uma interveno deliberada no ambiente de trabalho como forma de preveno da doena. Sua ao no ambiente complementada pela atuao da medicina ocupacional, cujo foco est predominantemente no indivduo; agentes ambientais que a higiene ocupacional tradicionalmente Os considera so os chamados agentes fsicos, qumicos e biolgicos. Essa considerao pode ser ampliada, levando em conta outros fatores de estresse ocupacional, como aqueles considerados na ergonomia, por exemplo (que tambm podem causar desconforto e doenas). evidente que as duas disciplinas se interligam e sua interao deve ser sinergtica, antes que antagnica; Os agentes fsicos so, em ltima anlise, alguma forma de energia liberada pelas condies dos processos e equipamentos a

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que ser exposto o trabalhador. Sua denominao habitual: rudo, vibraes, calor/frio (interaes trmicas), radiaes ionizantes e no ionizantes, presses anormais; agentes qumicos, mais por sua dimenso fsico-qumica que por Os sua caracterstica individual, so classificados em gases, vapores e aerodispersides (estes ltimos so subdivididos ainda em poeiras, fumos, nvoas, neblinas, fibras); podemos entender os agentes qumicos como todas as substncias puras, compostos ou produtos (misturas) que podem entrar em contato com o organismo por uma multiplicidade de vias, expondo o trabalhador. Cada caso tem sua toxicologia especfica, sendo tambm possvel agruplos em famlias qumicas, quando de importncia toxicolgica (hidrocarbonetos aromticos, por exemplo); vias de ingresso ou de contato com o organismo consideradas As tradicionalmente so as vias respiratria (inalao), cutnea (por meio da pele intacta) e digestiva (ingesto). A respiratria a de maior importncia industrial, seguida da via drmica; agentes biolgicos so representados por todas as classes de Os microorganismos patognicos (algumas vezes adicionados de organismos mais complexos, como insetos e animais peonhentos): vrus, bactrias, fungos. Note que merecem uma ao bem diversa da dos outros agentes e que muitas formas de controle sero especficas; Para bem realizar a antecipao, o reconhecimento, a avaliao e o controle dos agentes ambientais so necessrias mltiplas cincias, tecnologias e especialidades. Para a avaliao e o controle, importante a engenharia; na avaliao, tambm se exige o domnio dos recursos instrumentais de laboratrio (qumica analtica); no entendimento da interao dos agentes com o organismo, a bioqumica, a toxicologia e a medicina. A compreenso da exposio do trabalhador (esse termo fundamental) a um certo agente passa pelas caractersticas fsicas e/ou qumicas dos agentes e pelo uso dessas cincias bsicas;

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reconhecimento um alerta; a adequada avaliao deve levar O a uma deciso de tolerabilidade; os riscos intolerveis devem sofrer uma ao de controle; Para se conhecer sobre a intolerabilidade, valores de referncia devem existir. o conceito dos limites de exposio (legalmente, limites de tolerncia); objetivo ltimo da atuao em higiene ocupacional, uma vez que O nem sempre se pode eliminar os riscos dos ambientes de trabalho, o de se reduzir a exposio mdia de longo prazo (parmetro recomendado de comparao) de todos os trabalhadores, a todos os agentes ambientais, a valores to baixos quanto razoavelmente exeqvel dentro de critrios definidos de tolerabilidade. Veja que comearam a surgir outros conceitos, que devem ser definidos a seu tempo; Nem todos os agentes so medidos apenas por sua ao de longo prazo, sendo tambm importantes as exposies agudas (curto prazo). Pode-se perceber que devem variar aqui os objetivos e formas de avaliao da exposio. 1.2 Detalhando Aspectos Bsicos Antecipar ... trabalhar, com equipes de projeto, modificaes ou ampliaes (ou pelo menos analisar em momentos adequados o resultado desse trabalho), visando deteco precoce de fatores de risco ligados a agentes ambientais e adotando opes de projeto que favoream sua eliminao ou controle; estabelecer uma polcia de fronteira na empresa, rastreando e analisando todo novo produto qumico a ser utilizado (isso inclui as amostras de vendedores); ditar normas preventivas para compradores, projetistas, contratadores de servios, a fim de evitar exposies inadvertidas

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a agentes ambientais causadas pela m seleo de produtos, materiais e equipamentos. Por exemplo, um dispositivo para espantar roedores de galerias de cabos eltricos parece timo, mas necessrio saber que um emissor de ultra-som. Reconhecer ... conhecer de novo! Isso significa que se deve ter conhecimento prvio dos agentes do ambiente de trabalho, ou seja, saber reconhecer os riscos presentes nos processos, materiais, operaes associadas, manuteno, subprodutos, rejeitos, produto final, insumos; estudar o processo, atividades e operaes associadas e processos auxiliares, no apenas com os dados existentes na empresa (e inquirindo os tcnicos, projetistas, operadores), mas tambm conhecendo a literatura ocupacional especfica a respeito deles, pois mesmo os tcnicos dos processos podem desconhecer os riscos ambientais que estes produzem. Podem omitir, freqentemente, detalhes que no julgam importantes para o higienista, mas justamente ligados a um risco. O solcito tcnico da mquina empacotadora de leite longa vida pode lhe dar uma explicao precisa e detalhada do seu funcionamento, omitindo que a caixinha selada por radiofreqncia; transitar e observar incessantemente o local de trabalho (no se faz higiene sem ir a campo), observando o que lhe mostrado e o que no . Andar atrs das coisas, em subsolos, casas de mquinas, pores de servio, pode ser bastante instrutivo e revelador de riscos ambientais (cuidado com os riscos de acidentes nesses locais). Avaliar ... forma simples, poder emitir um juzo de tolerabilidade sobre em uma exposio a um agente ambiental. Atualmente, a avaliao est inserida dentro de um processo que se convenciona chamar de Estratgia de Amostragem, o que , evidentemente, muito mais que avaliar no sentido instrumental;

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comparar a informao de exposio ambiental (que pode ter vrios graus de confiabilidade) com um critrio adequado, para obter o juzo de tolerabilidade. O critrio genericamente denominado de limite de exposio ambiental, ou limite de exposio (legalmente falando, limite de tolerncia; este conceito ser detalhado adiante). Controlar ... adotar medidas de engenharia sobre as fontes e trajetria do agente, atuando sobre os equipamentos e realizando aes especficas de controle, como projetos de ventilao industrial; intervir sobre operaes, reorientando-as para procedimentos que possam eliminar ou reduzir a exposio; definir aes de controle no indivduo, o que inclui, claro mas no est limitado , a proteo individual. Sero fornecidos mais frente os elementos gerais de aes de controle em higiene ocupacional. Em cada matria, sero dadas aes especficas de controle.NOTA : alguns termos deste texto possuem nova conceituao no Sistema SESI. Por favor, verifique na documentao do Modelo SESI em SST quais termos deveriam ser modificados na elaborao de documentos oficiais para as empresas.

2 REAS DE INTERAO DA HIGIENE OCUPACIONAL Medicina ocupacional interao evidente e mais forte, no h como desempenhar qualquer das disciplinas sem dialogar com o profissional da outra. rea de gesto ambiental interao importante, pois os mesmos agentes j citados podem extrapolar o mbito ocupacional (ambientes onde h trabalhadores expostos), tornando-se um problema de meio ambiente e comunidade (Exemplos: rudo, contaminantes presentes em resduos, emisses).

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Ergonomia como tambm eminentemente multidisciplinar, a ergonomia apresenta vrias interaes, pois os mesmos agentes ambientais que significam risco na higiene sero fatores de desconforto na ergonomia (rudo, calor, iluminao). No se deseja aqui limitar a ergonomia questo do conforto, pois h outras inadequaes ergonmicas que geram doenas, mas evidenciar com os exemplos dados a interdisciplinaridade que existe. 3 CONCEITOS DA HIGIENE EM ALGUMAS REFERNCIAS Higiene Ocupacional, Higiene Industrial, Higiene do Trabalho os termos so considerados sinnimos, enquanto exprimem a ao da disciplina. Atualmente se usa Higiene Ocupacional. Definio da American Industrial Hygiene Association (AIHA), citada na Enciclopdia de Segurana e Sade Ocupacional, da Organizao Internacional do Trabalho (OIT): Cincia e arte devotada ao reconhecimento, avaliao e ao controle dos fatores e estressores ambientais, presentes no local de trabalho ou oriundos deste, os quais podem causar doena, degradao da sade ou bem-estar, ou desconforto significativo e ineficincia entre os trabalhadores ou cidados de uma comunidade. O autor do verbete na Enciclopdia, C. M. Berry, diz ainda que atualmente a definio no descreve adequadamente a disciplina, e que importante adicionar o termo antecipao, como vimos antes. Expe ainda que, a preocupao deve se estender famlia do trabalhador, citando os casos do berlio e do asbesto. A definio do American Board of Industrial Hygiene semelhante, falando da Cincia e prtica devotada antecipao, ao reconhecimento, avaliao e ao controle dos fatores e estressores ambientais presentes no local de trabalho ou oriundo deste que podem causar doena, degradao da sade ou bem-estar, ou desconforto significativo entre trabalhadores e podem ainda impactar a comunidade em geral (ateno: ambas so tradues livres; convm sempre ler os originais, at porque h muito de instrutivo nessas leituras para o higienista).

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4 CONCEITO DO LIMITE DE TOLERNCIA / LIMITE DE ExPOSIO Exerccio de construo do conceito Faamos por aproximaes sucessivas, e, ao mesmo tempo, discutindo e construindo o conceito, com aspectos associados: valor abaixo do qual no haver doenas? (seria muito grosseiro Um e pretensioso) Um valor abaixo do qual h razovel segurana contra o desencadeamento das doenas causadas por um agente ambiental? (melhorou, mas ainda falta muito) Um valor abaixo do qual h razovel segurana para a maioria dos expostos contra o desencadeamento de doenas causadas por um agente ambiental? (essa adio fundamental) Vamos intercalar aqui a definio da American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) veja tambm o item sobre Associaes e Entidades em Higiene Ocupacional: Os limites de exposio referem-se a concentraes de substncias qumicas dispersas no ar (assim como a intensidade de agentes fsicos de natureza acstica, eletromagntica, ergonmica, mecnica e trmica) e representam condies s quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, repetidamente, dia aps dia, sem sofrer efeitos adversos sade. A definio acima completa, mas no diz tudo (porque h muitas consideraes associadas, que no cabem numa definio). Dessa forma, preciso alertar para: A maioria implica uma minoria, ou seja, pessoas que no estaro necessariamente protegidas ao nvel do Limite de Exposio (LE) ou at abaixo deste. Podem ser pessoas hipersuscetveis pela prpria natureza da variabilidade individual ou por fatores de hipersuscetibilidade especfica, como o caso dos albinos em relao radiao ultravioleta.

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preciso conhecer quais os efeitos que o LE pretende evitar. Muitas vezes, no sero evitados todos os efeitos. No caso do rudo, trata-se apenas da perda auditiva induzida, embora se saiba que h outros efeitos sade. Muitas vezes, difcil modelizar tais efeitos para fins de um limite, pois h grande variabilidade individual; outras vezes, simplesmente no h relao dose-resposta, como no caso de carcinognicos (o LE para asbestos pode proteg-lo da fibrose pulmonar, mas no dos cnceres, cuja relao estocstica, uma chance dependente do nvel de exposio j fica aqui a mensagem para evitar toda exposio a essa fibra). preciso conhecer qual a base de tempo do LE sobre a qual se estabelece a mdia ponderada de exposio (essa j uma questo de avaliao); pode ser de seis minutos, como ocorre com radiofreqncia, uma hora para exposio ao calor, e, mais freqentemente, oito horas, ou a jornada, para a maioria dos casos. preciso lembrar que o limite de exposio representa a melhor abordagem disponvel, dentro de certos critrios, a respeito do conhecimento acerca do agente ambiental em termos correntes, ou seja, um conceito sujeito a contnua evoluo, sendo apenas o que se conhece na atualidade de sua emisso. Freqentemente os LE so rebaixados, raramente so aumentados (ou seja, houve alguma superestimao do risco). 5 ENTIDADES E ASSOCIAES DA REA Destacam-se as associaes higienistas estrangeiras, como a ACGIH e a AIHA, uma internacional a International Occupational Hygiene Association (IOHA), que uma associao de associaes, e, nacionalmente, a Associao Brasileira de Higienistas Ocupacionais (ABHO). As entidades a destacar so o National Institute of Occupational Safety and Health (NIOSH) norte-americano, governamental, e seu homlogo nacional (conceitualmente falando), que a Fundao Jorge Duprat

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Figueiredo de Segurana e Medicina do Trabalho (Fundacentro). So especialmente importantes as entidades do Canad, da Frana e da Espanha (neste ltimo caso, pela maior facilidade quanto ao idioma).

REFERNCIAS BRASIL. Portaria n 3.214, de 8 de junho de 1978. Aprova as normas regulamentadoras do captulo V, ttulo II, da Consolidao das Leis do Trabalho, relativas a segurana e medicina do trabalho. Disponvel em: . Acesso em: 22 jul. 2005. FANTAZZINI, M. L. Situando a higiene ocupacional. Revista AbHO de Higiene Ocupacional. So Paulo, v. 2, n. 6, set. 2003. International Labour Office. Encyclopedia of occupational health and safety. Geneva, 1985. LIMITES de exposio (TLVs) para substncias qumicas e agentes fsicos & ndices biolgicos de exposio. Trad. Associao Brasileira de Higienistas Ocupacionais. So Paulo, 2002.

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CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR1 INTRODUO A exposio ao calor ocorre em muitos tipos de indstria. Prevalecem aquelas que implicam alta carga radiante sobre o trabalhador, e essa a parcela freqentemente dominante na sobrecarga trmica que vem a se instalar; todavia, muitas atividades com carga radiante moderada, porm acompanhadas de altas taxas metablicas (trabalhos extenuantes ao ar livre), tambm podem oferecer sobrecargas inadequadas. Deve-se lembrar ainda que pode haver situaes crticas em ambientes em que predomina o calor mido, praticamente sem fontes radiantes importantes, como nas lavanderias e tinturarias. Em suma, deve-se tomar cuidado em no tipificar categoricamente as situaes ocupacionais quanto ao calor; o melhor analisar criteriosamente cada uma delas. O higienista experiente poder, com o tempo, adquirir uma razovel sensibilidade quanto a esses riscos potenciais nas situaes de trabalho. 2 CONCEITUAO E ANTECEDENTES TCNICO-LEGAIS 2.1 Mecanismos de Trocas Trmicas A sobrecarga trmica no organismo humano resultante de duas parcelas de carga trmica: uma carga externa (ambiental) e outra interna (metablica). A carga externa resultante das trocas trmicas com o ambiente e a carga metablica resultante da atividade fsica que exerce. Tipos de trocas trmicas CONDUO: Troca trmica entre dois corpos em contato, de temperaturas diferentes, ou que ocorre dentro de um corpo cujas extremidades encontram-se a temperaturas diferentes. Para o trabalhador, essas trocas so muito pequenas, geralmente por contato do corpo com ferramentas e superfcies.

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CONVECO: Troca trmica realizada geralmente entre um corpo e um fluido, ocorrendo movimentao do ltimo por diferena de densidade provocada pelo aumento da temperatura. Portanto, junto com a troca de calor existe uma movimentao do fluido, chamada de corrente natural convectiva. Se o fluido se movimenta por impulso externo, diz-se que se tem uma conveco forada. Para o trabalhador, essa troca ocorre com o ar sua volta. RADIAO: Todos os corpos aquecidos emitem radiao infravermelha, que o chamado calor radiante. Assim como emitem, tambm recebem, havendo o que se chama de troca lquida radiante. O infravermelho, sendo uma radiao eletromagntica no ionizante, no necessita de um meio fsico para se propagar. O ar praticamente transparente radiao infravermelha. As trocas por radiao entre o trabalhador e seu entorno, quando h fontes radiantes severas, sero as preponderantes no balano trmico e podem corresponder a 60% ou mais das trocas totais. EVAPORAO: Evaporao a mudana de fase de um lquido para vapor, ao receber calor. a troca de calor produzida pela evaporao do suor, por meio da pele. O suor recebe calor da pele, evaporando e aliviando o trabalhador. Grandes trocas de calor podem estar envolvidas (a entalpia de vaporizao da gua de 590 cal/grama). O mecanismo da evaporao pode ser o nico meio de perda de calor para o ambiente, na indstria. Porm, a quantidade de gua que j est no ar um limitante para a evaporao do suor; ou seja, quando a umidade relativa do ambiente de 100%, no possvel evaporar o suor, e a situao pode ficar crtica. 2.2 Equilbrio Trmico O organismo ganha ou perde calor para o meio ambiente segundo a equao do equilbrio trmico: MCRE=Q

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em que: M - Calor produzido pelo metabolismo, sendo um calor sempre ganho (+) C - Calor ganho ou perdido por conduo/conveco R - Calor ganho ou perdido por radiao (+/-) E - Calor sempre perdido por evaporao (-) Q - Calor acumulado no organismo (sobrecarga) Q>0 acmulo de calor (sobrecarga trmica) Q> pequenas quantidades a cada 15/20 minutos Bebe-se mais (maior quantidade) se as bebidas tiverem sabor do que gua pura Evitar caf e bebidas gaseificadas

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busca de Auxlio Mdico Aos primeiros sintomas, descansar e tomar lquidos Persistindo por mais de 15 minutos, buscar ajuda mdica Ningum deve ser impedido de buscar ajuda mdica se desejar Condies Limitantes e Alerta de Emergncia Se o limite de exposio estiver ultrapassado ou estiverem em uso trajes impermeveis, interromper a exposio se: Fc > 160 para menores de 35 anos (Fc freqncia cardaca) Fc > 140 para maiores de 35 anos Excreo de sdio urinrio menor que 50 mmoles em 24 horas Quando o grupo tem queixas de sudorese e fadiga severas, nuseas, vertigem ou tontura

Alerta de Emergncia Mdica A pessoa aparenta estar desorientada e confusa Irritabilidade, mal-estar Se a sudorese parar e a pele se tornar seca e quente Acionar o Servio Mdico, adotar primeiros socorros e providenciar hospitalizao

6 CALOR EM PERGUNTAS E RESPOSTAS CAL 1 Devemos considerar insalubre a situao quando o IBUTG ultrapassar o limite de tolerncia, devido exposio a cu aberto, no havendo nenhuma outra fonte de calor?

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Resposta: Sim. Se for excedido o limite de tolerncia, caracteriza-se a insalubridade. No h nenhuma excluso na legislao trabalhista quanto a fontes de calor naturais ou artificiais. CAL 2 Para fins de PPRA existe nvel de ao para calor? Se sim, qual? (Cleber O. Sarmento Juiz de Fora/MG) Resposta: Prezado Cleber, o nico agente fsico que possui nvel de ao definido o rudo. Na comunidade europia, h agentes fsicos, alm do rudo, com nvel de ao demarcado, mas no conheo nada com relao ao calor, nem me parece fcil que se consiga, pelas caractersticas do ndice e da exposio. CAL 3 Para medir a temperatura de bulbo mido natural com instrumento digital, existe algum cuidado adicional em relao circulao/ velocidade do ar (fazendo uma analogia ao termmetro de mercrio? distncia entre base do bulbo e boca do recipiente = 25 mm)? Resposta: Os instrumentos digitais em geral atendem ao requisito de se ter o bulbo do Tbn com boa circulao de ar, embora no se possa dizer que a distncia de 25 mm seja sempre respeitada. CAL 4 Na tabela da NR-15, anexo 3, no quadro do tipo de atividade versus kcal/h, caso eu obtenha uma taxa de metabolismo mdia de 370 kcal/ h, devo considerar uma atividade moderada ou pesada? (Engenheiro Roberto DR/PR)

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Resposta: Se for usado o quadro 1, deveria ser considerada pesada, pois o maior valor moderado de 300 kcal/h. Usando o quadro 2, o valor exato seria usado, obtendo-se uma melhor avaliao da situao de exposio. A propsito, de onde foi obtido o valor de 370 kcal/h? Se foi de uma tabela mais completa, use a metodologia do quadro 2. CAL 5 Quais os critrios adotados para a definio dos pesos de 10%, 20%, 30% e 70% utilizados nas frmulas de avaliao ocupacional ao calor com e sem carga solar? Resposta: O ndice foi definido assim e os critrios devem ser pesquisados na bibliografia de sua criao, no ano de 1957. Para obter essa referncia, pesquise na biblioteca do Centro Tcnico Nacional da Fundacentro. Existem critrios diferentes para ambientes insalubres em relao ao calor para o Ministrio do Trabalho e INSS? (DR/PB) Resposta: Sim, h diferenas. Em certo perodo, o INSS s aceita exposio ao calor como atividade especial para fins de aposentadoria quando for fonte artificial. a regra da Previdncia. CAL 6 As medies efetuadas com o termmetro digital TD-200 da Instrutherm so vlidas? Resposta: Eu no conheo em detalhes o equipamento, mas se possuir globo negro de seis polegadas e as demais caractersticas atenderem ao exposto quanto aos sensores, no h por que no considerar tecnicamente vlidas as medies.

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Em sua explanao, o Senhor citou que o IBUTG um ndice. Perguntamos: ndice de qu? E qual a temperatura ambiente? (DR/AL) Resposta: IBUTG o ndice de bulbo mido termmetro de globo. A chamada temperatura ambiente dada pelo termmetro de bulbo seco, ou seja, um termmetro de mercrio comum, que um dos componentes do IBUTG, quando h carga solar direta. Veja a NR-5, anexo 3. CAL 7 Como posso desconsiderar o Quadro I (como o senhor recomendou) se o exemplo que o senhor forneceu caracteriza trabalho contnuo e a maioria dos trabalhos e fbricas se enquadram nessa modalidade? (Vera do DR/CE) Resposta: Prezada Vera, a resposta j foi dada ao vivo. No se trata de desconsiderar, mas evitar o uso, pois desfavorvel ao trabalhador e empresa. O uso do Quadro II permite otimizao dos tempos de trabalho e descanso, e o trabalhador descansa em ambiente mais ameno. Nesse sentido, devo discordar de que na maioria das fbricas existe a modalidade do Quadro I, pois este trata o descanso no mesmo local fsico (mesmo ponto fsico onde se permanece imvel). Ainda que o trabalhador no deixe o recinto, o fato de se mover pelo ambiente, pelo menos um metro, j desabilita o Quadro I e permite o uso do Quadro II, pois o IBUTG variar. Este o ponto que se deve enfatizar.

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CAL 8 Em outro momento, tive oportunidade de ver a taxa de metabolismo sendo definida a partir de grfico e batimento cardaco. O que dizer desse mtodo? (DR/PE) Resposta: Pode haver outros mtodos, como, por exemplo, o consumo de oxignio, e o seu uso em princpio no proibido ou invlido, mas no so prticos no uso industrial. CAL 9 Na avaliao de um ambiente (casa de mquinas) de uma empresa, aps serem adotadas vrias medidas de melhoria, como sistema de exausto, obteve-se um ndice de 43C. Qual sugesto voc daria para solucionar esse problema, tendo em vista que j foram adotadas todas as possibilidades (conhecidas) de reduo e, mesmo assim, continua com um ndice muito elevado? (Engenheiro Pedro Carvalho DR/RO) Resposta: Este caso ser usado como modelo de discusso para a parte do controle de calor. Por favor, procure providenciar o mximo de informaes sobre esse local para que se possa discutir em aula. Uma foto pode ajudar. Obrigado. CAL 10 O que conforto e calor, de acordo com a NR-17? (Mirian DR/SP)

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Resposta: Prezada Mirian, a NR-17 trata do conforto trmico com outro ndice, chamado temperatura efetiva. No existe correlao universal desse ndice com o IBUTG, sendo que cada um deve ser usado no seu contexto e com o seu critrio e aceitabilidade. No caso da temperatura efetiva, o valor aceito para conforto que se situe na faixa de 20 graus Celsius a 23 graus Celsius. CAL 11 Calor e alta velocidade do ar, termmetro de Globo dimetro IBUTG 30, uma situao sria? (Antonio Lima DR/SP) Resposta: Prezado Antonio, o nico dado que foi citado o IBUTG, que resulta de todos os parmetros do ambiente, incluindo temperatura do ar, velocidade do ar, umidade relativa do ar e calor radiante. J est tudo considerado no ndice. Mas, para saber se srio, devemos tambm saber qual a atividade fsica do trabalhador, ou seja, o metabolismo. Com esse dado, usando o Quadro I ou o Quadro II, pode-se saber se a sobrecarga trmica causada pela exposio aceitvel. CAL 12 Eu posso montar o termmetro e esperar a estabilizao do aparelho conforme pedido no manual e ir at a fonte com os termmetros e fazer a medio? O aparelho Instrutherm TG 200. Resposta: No. Voc deve esperar a estabilizao no ponto de medio.

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TCNICAS DE AVALIAO DE AGENTES AMbIENTAIS

CAL 13 Gostaramos de sugestes para o devido controle da exposio ao agente calor, nas diversas situaes como caldeiras, padarias, cermicas, digestores e etc. (SESI DR/AC) Resposta: Prezados amigos do DR/AC, analisem as sugestes da aula de controle de calor, vendo onde e em que circunstncias se aplicariam as atividades que vocs citaram. No existe receita de bolo para o controle, necessrio analisar as fontes e os ambientes e verificar quais as medidas de controle que se aplicam. tarefa do tcnico analisar as situaes de trabalho e aplicar os conhecimentos. Faam suas sugestes e elas sero comentadas. CAL 14 Gostaria que me respondesse s seguintes dvidas: em relao ao agente calor, eu posso montar o termmetro, esperar a estabilizao do aparelho conforme pedido no manual e ir at a fonte com os termmetros e fazer a medio? O aparelho Instrutherm TG 200. Resposta: Pergunta j respondida, necessrio que o instrumento estabilize no ponto de medio.

CAL 15 Gostaria de saber tambm se o TG 200 pode ser colocado prximo da fonte de calor. Existe o risco de danificar o visor do aparelho? Ele suporta at quantos graus? Eu poderia medir dentro de um forno de cermica em que o trabalhador fica em mdia oito minutos?

CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

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Resposta: Como foi alertado em aula, o instrumento (parte de eletrnica e de leitura) deve ficar afastado de fontes intensas de calor radiante. Para isso devem ser adquiridos cabos de extenso, que so disponveis pelos fabricantes como acessrios. Somente os sensores devem ficar no ponto de medio. Em ambientes moderados e sem carga radiante excessiva, o equipamento poderia suportar, mas ainda assim estaramos aquecendo a parte eletrnica, podendo haver erros. Se for necessrio proteger o leitor, envolva-o em papel alumnio, abrindo o embrulho para fazer as leituras. CAL 16 Perdoe-me caso a pergunta no se aplique disciplina. Eu compreenderei. Entretanto, essa dvida persegue-me constantemente quando vou realizar as medies de calor em uma empresa que no possui fontes artificiais e os resultados encontrados excedem o LT estabelecido pela NR-15. Nesse caso, a empresa deve pagar a insalubridade, o que implica o pagamento adicional de 6%, 9% ou 12% (INSS, por meio da informao que a empresa obrigada a fornecer GFIP/GPS), adicionais esses que serviriam para custear a possvel aposentadoria precoce. Entretanto, quando o empregado exposto condio descrita for pleitear a aposentadoria especial, o INSS no considerar esse direito, pois ele no estava exposto a fontes artificiais. Essa descrio longa foi necessria para que o senhor compreendesse a real situao e, se possvel, indicasse bibliografia que esclarea a questo. (Obrigada, Vera) Resposta: Analise voc mesma, usando o Quadro II. Determine a taxa metablica dessa atividade. Como no h outra tarefa (pelo exposto), ento j ser o metabolismo mdio ponderado. Para esse valor, veja o mximo IBUTG mdio permitido (Quadro II) e compare com o seu valor medido. Para melhorar essa situao de sobrecarga trmica, se excessiva, seria necessrio adotar uma ou mais das medidas de controle dadas na aula. O que voc sugeriria? Faa suas consideraes e elas sero comentadas.

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CAL 17 Existem muitos fatores que influem no clculo do IBUTG. O ciclo de trabalho e a taxa de metabolismo so dois exemplos: o ciclo geralmente estimado, podendo oscilar para mais ou para menos. O tipo de atividade escolhido pelo avaliador, mas a atividade que eu considero como Moderada, pode ser Pesada para outro avaliador. O local de posicionamento do equipamento, como foi dito, deve ficar prximo, sem atrapalhar ou correr o risco de ser danificado, gerando, portanto, erro. Assim, no muito preciosismo considerar inadequado o uso do aparelho automtico? (ldio/SC) Resposta: Os fatos que voc comenta tratam do que se chama julgamento profissional. Com a experincia, o tcnico pode fazer boas estimativas, deixando a margem de erro sempre a favor do trabalhador. Mas, no caso do equipamento, trata-se de um sensor fora de norma e que erra contra o trabalhador. Assegurar-se de uma medio correta, quando se sabe que o erro ser contra o trabalhador, no preciosismo, tica. CAL 18 Com calor radiante e altas velocidades do ar, pode haver uma diferena de at 8C na leitura do Tg, que agravado por subestimar o IBUTG? Favor explicar a conseqncia. (Antonio de Lima DR/SP) Resposta: O erro do globo de duas polegadas para menos, subestimase o Tg em at 8 graus, e, portanto, o IBUTG em at 2,4 graus. Se o ndice menor que o real, ento contra o trabalhador e pode registrar uma situao como aceitvel quando em realidade no .

CAPTULO II AVALIAO E CONTROLE DA ExPOSIO AO CALOR

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CAL 19 Existe tabela de converso de termmetro de globo de duas polegadas para seis polegadas? (DR/MS) Resposta: No existe, pois para fazer a correo preciso conhecer a velocidade do ar e o valor do globo de seis polegadas tambm (veja no material didtico). Sem chance. CAL 20 Sendo o amianto bom absorvedor de calor, por que se utilizar dele para a proteo individual? (Ftima Passos) Resposta: Prezada Ftima, o amianto usado como bom isolante trmico, ou seja, oferece proteo ao contato com objetos quentes. Mas ele um bom absorvedor de infravermelho, produzindo aquecimento e aumentando a sobrecarga trmica. Se voc no necessita de proteo ao contato, ento evite o amianto nos EPIs. CAL 21 No havendo o termmetro, possvel usar o termmetro mido e seco para avaliao da temperatura efetiva? (Rinaldo de Sousa Vilela MS) Resposta: No, pois a temperatura efetiva requer o termmetro de bulbo mido, que existe nos psicrmetros, no qual a velocidade do ar sobre o bulbo deve ter um valor mnimo.

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Um termmetro do IBUTG, de bulbo mido natural, tem a velocidade do ar no induzida, ou seja, natural, como o nome diz, e no serve para essa medio. CAL 22 Os medidores eletrnicos so fabricados dentro da Norma IS0 7243 de 1989 e na sua pgina vemos o seguinte: Qualquer dispositivo pode ser usado para medio de temperatura de globo, desde que seja feita a calibrao antes da medio e que a preciso seja de, no mximo, 0,5C. No manual do equipamento da Quest temos: Sensor bar Used in the QT area heat-stress monitors, a sensor bar is a set of three sensors: Natural wet bulb thermometerIndicates the effects of humidity on an individual. Relative humidity and wind speed are taken into account by measuring the amount of evaporative cooling taking place at a thermometer covered with a moistened wick. Globe thermometerIndicates the radiant heat exposure to an individual due to either direct light or hot objects in the environment. This is accomplished by placing a temperature sensor inside a blackened copper sphere and measuring the temperature rise. Dry bulb thermometer measures the ambient air temperature. This measurement is used in the outdoor WBGT calculation when a high solar radiant heat load might be present.

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The QT area heat stress monitors have three sensor bars (one default; two optional). You can use these for simultaneous monitoring of up to three sensor arrays. The data from these arrays can be analyzed separately or combined into a weighted average WBGT reading according to ISO 7243. Portanto: Na legislao vigente (NR-15) no se especifica como equipamento a ser usado s o IBUTG. A NHO um critrio tcnico que no coincide com o legal. 1) correto? 2) Qual a conseqncia? 3) Existe outro pas onde os equipamentos eletrnicos so usados com o Tg com seis polegadas? (Paulo Sergio Alguin SESI/SP) Resposta: No me recordo em detalhes da norma ISO, mas ela deve se ater apenas ao dimetro do globo, deixando em aberto o tipo de sensor interno. A ACGIH dizia em verses anteriores dos TLVs que qualquer sensor que responda similarmente a um termmetro de mercrio considerado aceitvel. Hoje, esta parte deve estar contemplada na documentao dos TLVs. Quanto ao tipo de sensor (termmetro, termopar), realmente tecnicamente indiferente. Quanto questo do dimetro no se pode admitir que a resposta similar. O artigo tcnico citado no material da B&K Technical Review, de 1985, mostra claramente isso.

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Dessa forma, ser o equipamento eletrnico no invalida a medio, desde que o sensor se comporte como um termmetro de mercrio tpico (com as mesmas tolerncias). A preciso recomendada normalmente conseguida sem problemas. O termmetro de globo tem que ser de seis polegadas.

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REFERNCIAS BRASIL. MTE. Portaria n 3.214, de 8 de junho de 1978. Aprova as normas regulamentadoras NR do captulo V, ttulo II, da Consolidao das Leis do Trabalho, relativas a segurana e medicina do trabalho. Disponvel em: . Acesso em: 22 jul. 2005. Fundacentro. Norma de higiene ocupacional NHO 6: avaliao da exposio ocupacional ao calor. So Paulo, 2002. _______. NHT 01C/E: norma para avaliao ocupacional ao calor. So Paulo, 1985. International Labour Office. Encyclopedia of occupational health and safety. Geneva, 1985. LIMITES de Exposio (TLVs) para substncias qumicas e agentes fsicos & ndices biolgicos de exposio. Trad. Associao Brasileira de Higienistas Ocupacionais. So Paulo, 2002. POSSEBON, Jos. Apostila sobre calor. So Paulo, 2003. (Curso EAD PECE / Escola Politcnica da Universidade de So Paulo).

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CAPTULO III AVALIAO DAS CONDIES DE ILUMINAO1 INTRODUO As avaliaes de iluminao tm por objetivo quantificar a iluminncia nos postos de trabalho, visando sua posterior comparao com os valores mnimos estabelecidos pela legislao brasileira, bem como fornecer recomendaes gerais, para se obter a adequao das condies de iluminao s atividades desenvolvidas nesses locais. Existem duas formas bsicas de iluminao: Natural quando existe o aproveitamento direto (incidncia) ou indireto (reflexo/disperso) da luz solar. Artificial quando utilizado um sistema (em geral eltrico) de iluminao, podendo este ser de dois tipos: Geral para se obter o aclaramento de todo um recinto ou ambiente. Suplementar ou Adicional para se reforar o aclaramento de determinada superfcie ou tarefa. 2 CONCEITUAO E ANTECEDENTES TCNICO-LEGAIS 2.1 Conseqncias de uma Iluminao Inadequada A iluminao, ou seja, a luz visvel, no , a exemplo de outros parmetros levantados em higiene ocupacional, propriamente um agente agressivo do ponto de vista de desencadeamento certo de doenas ocupacionais. Esse o caso geral, pois ordinariamente a iluminncia deixa a desejar.

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Quando a iluminncia est inadequada, e, na maioria das vezes, a inadequao se refere deficincia da iluminao, poderemos perceber algumas conseqncias, tais como: Maior fadiga visual e geral; Maior risco de acidentes; Menor produtividade/qualidade; Ambiente psicologicamente negativo. Todavia, existem casos especiais de excesso que requerem limitao energtica, como no uso de fontes especiais e lasers, e h limites de tolerncia na ACGIH para a luz visvel. 2.2 Riscos Associados Alm das conseqncias diretas mencionadas acima, podemos verificar alguns riscos associados aos aspectos de iluminao, como: Maior probabilidade de acidentes, quando ocorre uma variao brusca da iluminncia (para mais ou para menos) Efeito estroboscpico, que um fenmeno que pode resultar da combinao de:

mquinas com partes girantes ou com movimento alternado

+fonte piscante (60 Hz) no percebida (ex.: lmpada fluorescente)

Isso pode resultar numa falsa impresso de que a mquina est parada, ou se movendo lentamente, sendo causa importante de acidentes em mquinas. 2.3 Tarefa Visual e Campo de Trabalho Nas atividades de avaliao da iluminao, para evitar avaliaes inexpressivas (to poucos pontos que no se conclui o estudo) ou

CAPTULO III AVALIAO DAS CONDIES DE ILUMINAO

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exageradas (muitos pontos sem importncia adicional), ser importante ter em mente os conceitos de tarefa visual e campo de trabalho. Entende-se por CAMPO DE TRAbALHO toda a regio do espao onde, para qualquer superfcie a situada, exigem-se condies de iluminao apropriadas TAREFA VISUAL a ser realizada. Sendo assim, os pontos que realmente interessam ser avaliados em um estudo de iluminao so aqueles em que so realizadas as tarefas visuais principais/habituais. 2.4 Unidades, Grandezas e Relaes Fotomtricas A seguir, sero explanados alguns conceitos necessrios para as avaliaes de iluminao: INTENSIDADE LUMINOSA a emisso em uma particular direo de uma fonte que emite 1 Candela (Cd) radiao monocromtica de freqncia 540 x 1012 Hz cuja intensidade energtica naquela direo 1/683 Watt/sr.Nota: 1 sr (esferorradiano) ngulo slido que subentende uma rea = r2 em uma esfera de raio r. Todo o espao corresponde a um ngulo de 4 sr

FLUXO LUMINOSO Fluxo emitido por uma fonte puntiforme isotrpica (mesmo valor em todas as direes), dentro de 1 sr, de 1 Cd. expresso em lmen (lm). ILUMINNCIA Fluxo luminoso recebido por unidade de rea. expressa em lux. 1 lux = 1 lm/m2 LUMINNCIA Intensidade recebida por unidade de rea, na direo de observao. expressa em cd/m2. Veja a seguir compreenso. a ilustrao desses parmetros, para melhor

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FIGURA 3 ILUSTRAO DOS PARMETROS LUMINOSOS

Fonte: Mario FANTAzzINI, 1991

2.5 Antecedentes A legislao brasileira (Portaria n 3.214, NR-17) dispe sobre condies ambientais de trabalho no item 17.5.3, do qual seguem trechos de importncia quanto a aspectos de iluminao de locais de trabalho. 17.5.3 Em todos os locais de trabalho deve haver iluminao adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada natureza da atividade.

CAPTULO III AVALIAO DAS CONDIES DE ILUMINAO

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17.5.3.1 A iluminao geral deve ser uniformemente distribuda e difusa. 17.5.3.2 A iluminao geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incmodos, sombras e contrastes excessivos. 17.5.3.3 Os nveis mnimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho so os valores de iluminncia estabelecidos na NBR 5.413, norma brasileira registrada no Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial (Inmetro). 17.5.3.4 A medio dos nveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho em que se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxmetro com fotoclula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em funo do ngulo de incidncia. 17.5.3.5 Quando no puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este ser um plano horizontal a 0,75 m do piso. No artigo 2, pargrafo nico, da Portaria que alterou a NR-17 (Portaria n 3.435, de 19/06/1990), foram revogados o subitem 15.1.2, o anexo 4 e o item 4 do Quadro de Graus de Insalubridade, todos da Norma Regulamentadora n 15. Seguem trechos da NBR 5.413/1992, a qual dispe de valores definidos tanto para grupos de tarefas visuais quanto para tipo de atividade exercida.

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TAbELA 1 ILUMINNCIA PARA CADA GRUPO DE TAREFAS VISUAIS*FAIxA ILUMINNCIA (lux) 20 30 50 50 75 100 100 150 200 200 300 500 b Iluminao geral para rea de trabalho 500 750 1000 1000 1500 2000 2000 3000 5000 C Iluminao adicional para tarefas visuais difceis 5000 7500 10000 10000 15000 20000Fonte: Excerto da NbR 5.413

TIPO DE ATIVIDADE

reas pblicas com arredores escuros

A Iluminao geral para reas usadas interruptamente ou com tarefas visuais simples

Orientao simples para permanncia curta

Recintos no usados para trabalho contnuo, depsitos

Tarefas com requisitos visuais limitados, trabalho bruto de maquinaria, auditrios

Tarefas com requisitos visuais normais, trabalho mdio de maquinaria, escritrios Tarefas com requisitos visuais especiais, gravao manual, inspeo, indstria de roupas Tarefas visuais exatas e prolongadas, eletrnica de tamanho pequeno

Tarefas visuais muito exatas e prolongadas, montagem de microeletrnica

Tarefas visuais muito especiais, cirurgias

(*) A ser utilizada apenas quando da no-aplicao direta ou por analogia dos locais especficos definidos na NBR 5.413 da ABNT.

CAPTULO III AVALIAO DAS CONDIES DE ILUMINAO

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2.6 Seleo de Iluminncias Para determinao da iluminncia conveniente recomendvel considerar o seguinte procedimento: Na tabela anterior, constam trs valores de iluminncia para cada grupo de tarefas visuais. O uso adequado de iluminncia especfica determinado por trs fatores, de acordo com a Tabela 2.TAbELA 2 FATORES DETERMINANTES DA ILUMINNCIA ADEQUADACaracterstica da tarefa e do observador Peso

-1

0

+1

Idade

Inferior a 40 anos

40 a 55 anos

Superior a 55 anos

Velocidade e preciso Refletncia do fundo da tarefaFonte: Excerto da NbR 5.413

Sem importncia

Importante

Crtica

Superior a 70%

30% a 70%

Inferior a 30%

O procedimento o seguinte: a) analisar cada caracterstica para determinar o seu peso (-1, 0 ou +1). b) somar os trs valores encontrados, algebricamente, considerando o seu sinal. c) quando o valor total igual a -2 ou -3, usa-se a iluminncia mais baixa do grupo; usa-se a iluminncia superior quando a soma for +2 ou +3; nos outros casos utiliza-se o valor mdio. Como exemplo de preciso, podemos mencionar a leitura simples de um jornal versus a leitura de uma receita mdica, sendo a primeira sem importncia e a segunda crtica.

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Na tabela a seguir (extrada do item 5.3 da NBR 5.413/1992, para fins ilustrativos), podemos ver valores recomendados segundo o tipo de atividade e tarefa.TAbELA 3 ALGUNS VALORES MNIMOS DE ILUMINNCIA EM LUx POR TIPO DE ATIVIDADECorredores e escadas - geral Escritrios - registros, cartografia etc. - desenho, engenharia mecnica e arquitetura - desenho decorativo e esboo Fundies - inspeo (material de preciso) - inspeo (material grosseiro) Indstrias Metalrgicas - usinagem grosseira e trabalhos de ajustador - usinagem mdia e trabalhos de ajustador; trabalhos grosseiros de plainas, tornos e polimentos - poos de resduos - conserto de portas do forno e material refratrio - depsito de refugo - fabricao de ao - compartimento de triturao Siderrgicas - depsito de matrias-primas - reas de carregamento - poos de resduos - aberturas para inspees - fundies de lingotes - depsitos de lingotesFonte: AbNT NbR 5.413, item 5.3, 1992 ObS: A referida NbR fornece valores mnimos convenientes para a execuo de vrias tarefas. Os itens especficos so bastante resumidos, porm, por analogia de atividades, pode-se estabelecer os valores mnimos. Se houver situaes que no constem da tabela do item 5.3, usa-se a Tabela 1 como orientao geral.

LUx 75 100 150

750 750 300

1000 1000 500

1500 1500 750

750 300

1000 500

1500 750

150 300 150 150 150 150 150

200 500 200 200 200 200 200

300 750 300 300 300 300 300

100 150 150 150 150 150

150 200 200 200 200 200

200 300 300 300 300 300

CAPTULO III AVALIAO DAS CONDIES DE ILUMINAO

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2.7 Avaliao em reas Externas Para o caso das reas externas, no coberto pela NBR 5.413, podese utilizar critrios nacionais especficos (p.ex., normas para ptios ferrovirios), porm limitados abrangncia, ou critrios internacionais, como por exemplo a norma API RP 540, do American Petroleum Institute. Abaixo, so apresentados alguns valores ilustrativos dessa norma.TAbELA 4 RP 540 VALORES MNIMOS DE ILUMINNCIA PARA AMbIENTES ExTERNOSAMbIENTES Corredores e escadas ..................................................................... Equipamentos em rea externa.......................................................... Bombas, vlvulas, manifolds............................................................. Trocadores de calor........................................................................ Plataformas de operao................................................................. Plataformas simples....................................................................... Diais e painis..............................................................................Fonte: American Petroleum Institute API RP540, normas

LUx 15 55 35 35 35 25 55

Obs.: valores arredondados a maior, para mltiplos de 5. Salvo os casos bvios, a leitura feita ao nvel do piso.

Em termos de critrios nacionais, tambm importante comentar sobre uma pr-norma da ABNT, para iluminncia de exteriores, publicada no 12 Encontro de Segurana Industrial do IBP, cuja tabela de iluminncia por classe de atividade reproduzida a seguir:

Fatores Determinantes da Iluminncia Necessria Durao da Atividade curta mdia longa curta mdia longa curta mdia longa curta mdia longa curta mdia crtica longa pouco freqente freqente pouco freqente freqente pouco freqente freqente freqente pouco freqente 5 5 10 20 20 30 50 50 75 100 100 150 200 freqente 3 pouco freqente 2 Freqncia da Atividade Iluminncia em Lux

CLASSE fcil regular difcil fcil regular difcil fcil regular difcil fcil regular difcil fcil regular difcil difcil regular fcil normal importante difcil crtica regular importante fcil normal difcil crtica regular importante fcil normal crtica regular importante fcil normal difcil crtica regular importante fcil normal

Tipo de Atividade

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Facilidade de Facilidade de Facilidade de Importncia Acesso Identificao Execuo da Atividade

fcil

regular

I Orientao simples para permanncia curta

difcil

fcil

regular

TAbELA 5 ExTRATO DE PR-NORMA

A

II Tarefas visuais com requisitos visuais simples

difcil

fcil

III Tarefas com requisitos visuais normais

regular

difcil

fcil

IV Tarefas com requisitos visuais especiais

regular

difcil

fcil

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B

regular

V Tarefas em reas abertas, porm com cobertura

difcil

Fonte: Anais do Encontro de Segurana Industrial do IbP

Classe A Iluminao para reas (locais) usados interruptamente Classe b Iluminao para rea de trabalho

Nota: As classes, bem como os tipos de atividades no so rgidos quanto s iluminncias limites recomendadas, ficando a critrio dos responsveis alcanar ou no os valores das classes/tipos de atividades adjacentes, dependendo das caractersticas do local/tarefa.

CAPTULO III AVALIAO DAS CONDIES DE ILUMINAO

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3 AVALIAO AMbIENTAL E ExERCCIOS PRTICOS 3.1 Metodologia Para a determinao dos valores de iluminncia, devem ser adotados os critrios definidos na NBR 5.413, que, em linhas gerais, so: A iluminncia deve ser medida no campo de trabalho. Quando este no for definido, entende-se o nvel como referente a um plano horizontal a 0,75 m do piso. Entende-se por campo de trabalho toda a regio do espao em que, para qualquer superfcie nela situada, exigem-se condies de iluminao apropriadas tarefa visual a ser realizada. As medies devem ser feitas por amostragem, visando recolher dados de alguns pontos de tarefas visuais para avaliar a eficincia e adequao do sistema de iluminao, no sendo necessrio o levantamento de todos os pontos existentes, mas sim, amostralmente, de todos os tipos de tarefas visuais e reas de circulao ou passagem. importante importante que se evidenciem as tarefas inadequadas quanto iluminncia. 3.2 Instrumental Necessrio

O equipamento utilizado para as avaliaes de iluminncia deve ser o iluminancmetro (chamado usualmente de luxmetro). Como existe no mercado uma grande diversidade de marcas e modelos, previsvel que a qualidade e a adequabilidade tambm variem. Abaixo, so relacionados os recursos/caractersticas mnimos que um equipamento deve possuir para permitir uma medio adequada e representativa.

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FIGURA 4 LUxMETRO

Fonte: Manual de instruo do equipamento Gossen/Panlux

CARACTERSTICAS DOS ILUMINANCMETROS FOTOCLULA INDEPENDENTE (desejvel) A fotoclula deve ser independente do corpo do luxmetro, com cabo de extenso de, no mnimo, um metro, visando minimizar a interferncia (sombras e reflexos) do usurio no campo visual a ser medido. CURVA V (obrigatrio) A fotoclula deve ser tambm dotada de um filtro para a adaptao da leitura resposta de cor do olho humano, segundo uma curva espectral padronizada (curva V da CIE/ISO). LEI DOS COSSENOS (obrigatrio) O instrumento deve possuir um dispositivo de correo do ngulo de incidncia da luz, com a finalidade de no medir apenas a luz normal, mas tambm a incidncia oblqua, que proporcional ao cosseno do ngulo de incidncia.

3.3 Exerccios Prticos 1. Quais as iluminncias recomendveis para os seguintes casos: a. Torneamento de madeira em mveis rsticos. b. Mesa cirrgica de uma clnica veterinria. c. Almoxarifado de estampos de prensas. d. Sala de montagem de medicamentos para pacientes em hospitais (remdios a granel em um pires com o nmero do quarto do paciente). e. Ambiente externo, beira do cais.

CAPTULO III AVALIAO DAS CONDIES DE ILUMINAO

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4 ROTEIRO PARA AbORDAGEM DE CAMPO ILUMINAOCUIDADOS GERAIS 1. Calibrao No h calibrao de campo Verificao simples O instrumento deve ser aferido periodicamente Usar uma fonte conhecida para uma verificao grosseira antes de ir a campo Paralelo ao plano da tarefa A 0,75m do piso quando no h tarefa definida No produzir sombras sobre o sensor Entender as tarefas visuais do posto O operador deve ficar em seu posto

2. Avaliao de iluminncia

Posio do sensor (geral e na tarefa)

Postura de medio Tarefa visual Permanncia do operador

3. Sensor do iluminancmetro

Adequao (resposta de cor) Resposta de cosseno Aclimatao Ofuscamento

Resposta de cor igual do olho humano Deve possuir resposta de cosseno O sensor deve se aclimatar por 15 minutos Evitar insolao direta (no usar se ocorrer deixar no escuro por 48 a 72 horas)

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ROTEIRO DE AVALIAO AMbIENTAL (ILUMINNCIAS) TPICO 1. Planejamento e preparativos PONTOS DE VERIFICAO Baterias Acessrios Ferramentas Folhas de campo Reconhecimento de tarefas visuais Verificao de condies de iluminao tpicas Anotar condies anormais DETALHAMENTO E ObSERVAES A caixa deve ser protegida quando em reas com insolao direta

2. Abordagem do ambiente

Por funo De acordo com usos e costumes dos usurios Variao de insolao, luminrias apagadas, lmpadas queimadas Nvel de bateria Comportamento eletromecnico Expor por, pelo menos, 15 minutos em iluminncia mdia Paralelo ao plano da tarefa Ocluir sensor para teste Proteger em exteriores Vide folha de campo

3. Reviso instrumental

Bateria, escalas Comportamento geral Aclimatao do sensor

4. Cuidados de avaliao / Situao de campo 5. Dados para folhas de campo

Posio de sensor Interferncias: eletromagntica Ofuscamento em exteriores Nome do tcnico Dia, hora, turno Ambiente com uso noturno ou no Interior ou exterior Equipamento com nmero de srie Registrar o estado normal aparente do equipamento Registro de atividade e tarefa visual Registro de medio com unidade Registro de condies anormais Nome do ocupante do posto e funo Condies dos equipamentos de iluminao, limpeza de luminrias, lmpadas queimadas Cores de teto e paredes, superfcies de trabalho Registro de confiabilidade das medies

ORDEM

ITEM

DADO / DISCRIMINAO

ObSERVAES

1.

Nome do tcnico avaliador

2.

Dia, hora, turno

3. Interior Exterior

Ambiente com uso noturno ou no

4.

Interior ou exterior

5.

Equipamento com nmero de srie

6. Nome Funo Atividade Tarefa Dado Atividade Tarefa Dado

Registrar o estado normal aparente do equipamento

7.

Nome do ocupante do posto e funo

8.

Registro de atividade e tarefa visual

Registro de medio com unidade

FOLHA DE CAMPO ILUMINNCIA

9.

Registro de condies anormais

10.

Condies dos equipamentos de iluminao, limpeza de luminrias, lmpadas queimadas Teto Paredes Superfcies de trabalho Piso Dados considerados confiveis?

CAPTULO III AVALIAO DAS CONDIES DE ILUMINAO

11.

Cores de teto e paredes, superfcies de trabalho

87

12.

Registro de confiabilidade das medies

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5 ASPECTOS DE CONTROLE 5.1 Projetos de Iluminao para Ambientes de Trabalho Os fabricantes possuem guias de clculo para projetos de iluminao, que so de simples entendimento. Deve-se apenas ressaltar que no se busca apenas uma boa iluminncia mdia, mas sim o respeito ao valor recomendado em todos os pontos de trabalho. Valores muito mais altos que a mdia devem ser obtidos com iluminao suplementar. 5.2 Fatores para uma Iluminao Adequada Para se buscar uma iluminao adequada e eficaz, no devemos estar somente fixados no aspecto de maior nmero de lmpadas ou maior potncia. A adequao vai resultar da combinao dos seguintes fatores: Reproduo de cores Aplicaes especiais Carga trmica Eficincia luminosa Difuso Diretividade Ofuscamento/reflexos Valor adequado de iluminncia Homogeneidade Contrastes Sombras Reposio Limpeza Refletncia Ambincia

Tipo de lmpada

Tipo de luminria

Quantidade de luminrias

Distribuio

Manuteno

Cores

CAPTULO III AVALIAO DAS CONDIES DE ILUMINAO

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6 ILUMINNCIA EM PERGUNTAS E RESPOSTAS ILUM 1 Iluminncia deve ser caracterizada como risco fsico, e contemplada no PPRA, obrigatoriamente, ou apenas abordada quando da aplicao da NR-17? (Guilherme Gustavo de Carvalho SESI/SENAI Volta Redonda DR/RJ) Resposta: A luz uma radiao no ionizante e, como tal, um agente fsico. Dentro dessa premissa, faz parte do PPRA. Como esse agente no mais causador de insalubridade, pois o anexo 4 antigo foi revogado na reviso da NR-17, esta ltima norma tambm trata da iluminao dos locais de trabalho. As duas normas tratam do assunto, com enfoques diferentes.

REFERNCIAS ABNT. NbR 5413: Iluminncia de Interiores. So Paulo, 1992. ENCONTRO de Segurana Industrial do IBP. Pr-Norma de Iluminncias, 12. Anais.[s.l.], 1997. FANTAZZINI, Mario Luiz. Iluminao dos locais de trabalho. Revista gerncia de riscos, v. 6, n. 21, p. 44-46, jan./mar. 1991. SALIBA FILHO, Anis; FANTAZZINI, Mario Luiz. Material didtico do Programa de Formao de Higienistas. Itsemap do Brasil. 1993-2001.

CAPTULO IV

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CAPTULO IV RADIAES NO IONIzANTES1 INTRODUO Este texto, assim como os demais, est baseado na aula presencial. Deve ser considerado meramente introdutrio e sinttico. O assunto muito vasto, portanto sero ressaltados apenas os pontos mais importantes e aqueles relacionados ao dia-a-dia do trabalho de higiene ocupacional nas indstrias em geral. Ao longo do texto, so fornecidas orientaes para o detalhamento do assunto e a busca de informaes complementares. 2 CONCEITUAO, ANTECEDENTES TCNICO-LEGAIS, ASPECTOS DE AVALIAO E CONTROLE DAS RADIAES NO IONIzANTES 2.1 As Radiaes No Ionizantes O que distingue as radiaes no ionizantes das suas primas, as ionizantes, justamente sua incapacidade em produzir a ionizao da matria. Todavia, mesmo assim, possuem propriedades e energia suficiente para produzir danos sade e serem consideradas riscos ambientais significativos. As radiaes no ionizantes so ondas eletromagnticas. As ondas so definidas por sua freqncia ou seu comprimento de onda, e sua velocidade de propagao a velocidade da luz no vcuo (c), aproximadamente 3 x 108 m/s. O comprimento de onda inversamente proporcional freqncia da onda e obtido pela relao: = c / f [m] c velocidade da luz f freqncia em Hz

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As radiaes no ionizantes esto divididas em famlias dentro do seu espectro, que mostrado a seguir:FIGURA 5 ESPECTRO DE RADIAES NO IONIzANTES

Fonte: FANTAzzINI, 2001

2.2 Radiofreqncia e Microondas A primeira famlia em termos de comprimentos de onda decrescentes a que se denomina Radiofreqncia e Microondas, tomando a faixa que vai de muitos quilmetros a alguns milmetros. As ondas nessa regio so utilizadas em muitas formas de telecomunicao, de pesquisa e prospeco espacial, bem como para usos militares, mas tambm possuem usos industriais e mdicos. Estes ltimos so exemplificados na figura a seguir.

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FIGURA 6 ALGUMAS APLICAES DE RADIOFREQNCIA E MICROONDASUsos Medicina Freqncia 27 MHz 2450 MHz 13 17 40 70 MHz 100 W Potncia Observao Diatermia a microondas Aquecimento do PVC por ao do campo eltrico Madeira, tabaco, cola Ao do campo magntico Cozimento, secagem, descongelamento, desidratao, esterilizao Borracha, espuma de poliuretano

Prensas a perdas dieltricas (SOLDA) Secagem

0,1 a 150 KW

13 / 27 / 40 / 70 MHz 100 W a 10 KW 1 a 700 KW

Aquecimento por induo (solda, fuso, 50 Hz a 0,5 MHz tmpera) 2450 5800 22125 MHz 2450 MHz

Fornos a microondas

100 W a 20 KW

VulcanizaoFonte: FANTAzzINI, 2001

500 W a 2 KW

Efeitos Sade: Os efeitos sade so predominantemente trmicos, ou seja, aquecimento por absoro da radiao pelos tecidos. A intensidade do aquecimento depende da potncia da fonte, da distncia da fonte ao indivduo, do tempo de exposio e das caractersticas dieltricas e de dissipao trmica dos tecidos expostos. Depende tambm da freqncia da radiao, como sumarizado abaixo para o corpo inteiro de uma pessoa.Freqncia em MHz Acima de 3.000 Entre 1.000 e 3.000 Abaixo de 1.000 Regio de Aquecimento Superficial (pele) Intermediria (camadas de gordura) Interna (aquecimento profundo)

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H riscos especiais a serem considerados, principalmente para o cristalino do olho na regio de 2 GHz a 3 GHz. A faixa de mxima absoro de corpo inteiro para o homem se situa entre os 30 MHz a 300 MHz. Existem limites de exposio definidos pela ACGIH, os quais devero ser consultados. Os limites definem valores permissveis por freqncia e cobrem todo o espectro por faixas. Esses limites pretendem limitar o aquecimento por absoro para as exposies ocupacionais, mas no elimin-lo. Deve-se atentar para o fato de que pode haver efeito sinergtico com exposies ocupacionais ao calor (ambientes quentes e com cargas radiantes). A avaliao dessas radiaes bastante complexa e requer instrumentao especfica. Deve-se reportar ACGIH para uma orientao sobre a avaliao. Existe tambm um manual NIOSH para essas avaliaes, que pode ser obtido no site da instituio. Deve ser aqui lembrado, tambm, que pode ocorrer uma srie de fenmenos e efeitos no trmicos cuja natureza e importncia ainda carecem de consolidao quanto ao risco e preveno. Existem muitas pesquisas correntes sobre o tema, que vo desde a questo das linhas de alta tenso at os telefones celulares. As mais recentes informaes sobre a situao geral das radiaes no ionizantes podem ser obtidas no site da Organizao Mundial da Sade (OMS), onde existe um Projeto Eletromagntico Internacional, que trata das principais preocupaes atualmente existentes em termos ocupacionais e de comunidades. Esse projeto vai de 1996 a 2007, com vrios objetivos. O site a ser visitado www.who.int/emf. Pode-se visitar, tambm, o site do Prof. John Moulder, do Medical College de Wisconsin, www.mcw.edu. Nesse local, existe um conjunto extremamente til de perguntas e respostas sobre todas as questes de RNI e sobre as pesquisas atuais nos temas controversos.

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Elementos de Controle das Exposies: Lembrar-se sempre de que as exposies mais severas podem existir: Quando a fonte muito potente (centenas de watts e acima). Quando se est muito perto da fonte ou antena. Quando se permanece longo tempo exposto. Quando a regio de freqncias de mxima absoro. Portanto, as medidas bsicas de controle devem incluir: Enclausuramento eletromagntico da fonte. Intertravamento de proteo no caso de fontes de alto risco. Uso de barreiras (chapas ou telas metlicas, devidamente aterradas). Distanciamento da fonte (equipamentos, transmissores, antenas). Automao dos processos, afastando o operador. Reduo das atividades nas proximidades da fonte. Controle mdico. 2.3 Radiao Infravermelha A radiao infravermelha o chamado calor radiante e se situa na faixa de comprimentos de onda que vai de alguns milmetros a 0,78 micrometro. A radiao muito pouco penetrante (alguns milmetros) e sua absoro causa basicamente o aquecimento superficial (pele). Est considerada nos problemas de calor industrial, pois a carga radiante das fontes medida pelo termmetro de globo no ndice IBUTG. Todavia, a radiao tambm pode causar efeitos oculares, independentemente da questo do aquecimento do corpo inteiro nos estudos de calor. As fontes infravermelhas so os corpos aquecidos e incandescentes, chamas, arcos, material em fuso. A quantidade irradiada ser to maior quanto mais alta a temperatura da fonte e sua rea de emisso. Existem tambm lmpadas especiais nessa regio. Devemos ainda nos lembrar do sol, que a fonte infravermelha que garante a vida na terra. A seguir, apresentamos o espectro solar bsico ao nvel do mar:

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FIGURA 7 ESPECTRO SOLAR AO NVEL DO MAR

Fonte: FANTAzzINI, 2001

Efeitos Oculares O efeito de uma exposio no protegida radiao infravermelha uma das doenas ocupacionais mais antigas, relacionando uma ocupao a uma molstia. Trata-se da catarata do vidreiro, reconhecida h milnios como parte do destino dessa ocupao, se houver exposio excessiva e sem a devida proteo. Deve-se ressaltar que esse um efeito crnico, que pode levar muitos anos para se desenvolver. Evidentemente, toda exposio no protegida a fontes infravermelhas significativas, por tempo prolongado, poder produzir o mesmo efeito que nos vidreiros.

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Normalmente essas fontes no so muito brilhantes (parte visvel) e, portanto, no produzem averso visual por ofuscamento. Dessa forma, as pessoas se expem inadvertidamente em muitas atividades industriais, como na regulagem de chamas, fornos, maaricos, soldagem, secagem de tintas com lmpadas infravermelhas. Em todas as radiaes no ionizantes, com exceo do LASER, afastarse das fontes sempre ser benfico. Quando se necessita de proteo ocular, pode-se lanar mo de tabelas como a que se apresenta a seguir:FIGURA 8 TONALIDADES DE LENTES PARA PROTEO RADIAO INFRAVERMELHA TAbELA ILUSTRATIVAProcesso Solda fraca ou branca a maarico Solda forte ou brasagem a maarico Corte leve Corte mdio Corte pesado Solda a gs leve Solda a gs mdio Solda a gs pesadoSENAI. So Paulo, 1997. Observaes: 1. So permissveis variaes em torno dos nmeros-guia, de forma a permitir acomodao individual luminosidade da fonte ou fonte de emisso. 2. A espessura da pea dada em polegadas () ou em milmetros (mm).

Espessura da pea

Tonalidade 2 3,4

at 1 ou 25,4 mm de 1 a 6 ou 25,4 mm a 152 mm acima de 6 ou 152 mm at 1/8 ou 3,2 mm de 1/8 a 1/2 ou 3,2 mm a 12,7 mm acima de 1/2 ou 12,7 mm

4 4,5 5,6 4,5 5,6 6, 7, 8

Fonte: FANTAzzINI, Mrio Luiz. Higiene e Segurana na Soldagem. Coleo Tecnologia.

Avaliao e Controle A avaliao da radiao em termos da exposio de pele e olhos feita por meio de sensores especiais e radimetros leitores. H limites de exposio previstos na ACGIH que devem ser consultados para essas avaliaes.

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O controle da exposio de pele e olhos deve ser tratado dentro dos mesmos princpios j expostos anteriormente, com as seguintes peculiaridades: Blindar as fontes incandescentes, munindo fornos e estufas de portas e fechamento adequado. Reduzir a rea exposta das fontes. Promover o uso de barreiras, feitas de material metlico polido (o melhor em termos prticos e de eficincia ser o alumnio polido). Afastar-se das fontes. Reduzir o tempo de exposio s reas com radiao intensa. Prover-se de proteo ocular, seguindo a orientao da tabela apresentada. 2.4 Luz Antes de prosseguir, lembramos que a luz visvel tambm uma radiao no ionizante, a qual tem a peculiaridade de impressionar a viso. Em outras palavras, nossos olhos so capazes de perceber a radiao no ionizante (ondas eletromagnticas) na regio de 400 nanometros a 780 nanometros. Existem limites de exposio para luz muito intensa (ACGIH), mas esse no o caso ocupacional geral, em que a iluminao apenas suficiente e muitas vezes deficiente. A iluminao tratada em captulo parte. 2.5 Radiao Ultravioleta A radiao ultravioleta ocupa o espectro na regio que vai de 400 nanometros a aproximadamente 100 nanometros. Est subdividida em bandas, como mostrado a seguir:

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Subdiviso de bandas de Radiao UltravioletaFaixa bandas e designaes Ultravioleta prximo ou da luz negra Eritemtica Germicida UVC Oznio Absoro Regio espectral em nanometro (10-9 m)

UVA UVB

400 315 315 280 280 220 220 180 180 - 100

Ocorrncia e Fontes de Radiao Ultravioleta Sol, fonte natural, ao nvel do mar, em que recebemos radiao que vai at os 290 nm aproximadamente. Todos os tipos de arcos eltricos, com especial ateno a todos os tipos de solda. As modalidades de maior emisso UV so as protegidas com o gs Argnio (MIG, TIG, MAG). Lmpadas especiais, em que destacamos: Lmpadas de luz negra. Lmpadas germicidas. Lmpadas de vapor de mercrio, sendo as de maior risco aquelas de maior presso e bulbo transparente. Lmpadas na indstria grfica, heliografia, cura de resinas. Corpos incandescentes a temperaturas acima dos dois mil graus Celsius.

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Apresentamos a seguir o espectro de emisso de algumas lmpadas e de alguns tipos de arcos eltricos.FIGURA 9 ESPECTRO TPICO DE LMPADA GERMICIDA

Fonte: Philips do brasil (folheto)

FIGURA 10 ESPECTRO TPICO DE LMPADA DE LUz NEGRA

Fonte: Fac-smile de dado de fabricante (Especificao Tcnica)

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FIGURA 11 ESPECTROS DE EMISSO DE ARCOS ELTRICOS

Fonte: TSUTOMU, Okuno. Spectra of optical radiation from welding arcs

Efeitos da Radiao Ultravioleta A radiao ultravioleta muito pouco penetrante; dessa forma, seus efeitos sero sempre superficiais, envolvendo a pele e os olhos. Os efeitos agudos so, em geral, retardados de 6 a 12 horas, e essa uma caracterstica tpica da radiao. No existe sensao no momento da exposio e por isso doses elevadas podem ser recebidas sem qualquer advertncia sensorial.

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Na pele, a radiao produz o eritema ou queimadura solar, sendo bem conhecida por experincia prpria das pessoas. A pele exposta tende a se pigmentar, e o aumento da pigmentao proteger a pessoa de novos eritemas. Evidentemente, aqui existe um papel importante representado pelo tipo de pele, ou seja, uma maior ou menor facilidade de pigmentao. Nos olhos, produz-se uma querato-conjuntivite (inflamao fotoqumica da crnea e da conjuntiva ocular) muito dolorosa e granulosa (os atingidos tm a sensao de areia nos olhos). Esse efeito incapacitante, cedendo em um ou dois dias e no produzindo, em regra, nenhuma seqela. Os limites de exposio da ACGIH definem valores permissveis para a preveno desses efeitos. A parte de avaliao ser discutida mais adiante. Um efeito importante e reconhecido da radiao ultravioleta o cncer de pele, para o qual no est vinculado um limite de exposio. Esse efeito mais reconhecido nas profisses ao tempo, como agricultura, pesca, salinas, offshore. Parece no existir ainda vnculo causal com as atividades industriais em interiores. Os TLVs da ACGIH no prevem a proteo contra o cncer de pele. Para a pesquisa de qualquer tipo de carcinognico, recomenda-se consultar a IARC, que a Agncia Internacional de Pesquisa em Cncer da OMS ( www.who.org/iarc). Um resumo das consideraes da IARC dado a seguir. Favor visitar o stio para os detalhes sobre as classificaes e seu significado. Consideraes sobre a Carcinogenicidade da Radiao UV (vide IARC): H evidncia suficiente de carcinogenicidade da radiao solar para o homem (cncer de pele e melanoma). H evidncia limitada para lmpadas de bronzeamento artificial.

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No h evidncia adequada para lmpadas fluorescentes e outras fontes artificiais. H evidncia suficiente de carcinogenicidade para UVA, UVB e UVC em relao a animais. Avaliao da Radiao Ultravioleta A NR-15 trata das radiaes no ionizantes, na qual se inclui a radiao ultravioleta, em seu anexo 7. A insalubridade associada, de grau mdio, caracterizada por meio de laudo de inspeo. O anexo no define limite de tolerncia diretamente, ficando este escolha do perito caracterizador. boa prtica tcnica em higiene ocupacional, tambm reforada pela NR-9, que, na inexistncia de limites de tolerncia quantitativos na NR15, sejam adotados os preconizados pela ACGIH. Vamos discutir esse critrio, cuja traduo reproduzimos parcialmente a seguir. Esta traduo autorizada pela ACGIH exclusivamente para a ABHO, que edita anualmente os TLVs, ou Limites de Exposio. Antes, porm, preciso entender as idias subjacentes aos Limites de Exposio. Deve-se ter em mente que: 1. Eles protegem a maioria, mas no todos, podendo haver expostos que desenvolvam efeitos mesmo que os LE sejam respeitados. 2. Eles se referem a efeitos especficos, e no a todos os efeitos possveis. Nesse caso, os efeitos que se pretende evitar so o eritema e a querato-conjuntivite. Portanto, o limite de exposio, ou TLV como chamado pela ACGIH se refere proteo da maioria contra os efeitos na pele e olhos j citados. Para aplicar esse limite, preciso ter uma instrumentao especfica, composta por um detector de UV e um radimetro de leitura. Esse detector muito especial, pois nem todos os comprimentos de onda UV tm a mesma capacidade de produzir os efeitos nocivos. Essa habilidade varia com o comprimento de onda, ou seja, h uma eficincia espectral ao longo da faixa de

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medio (180 nm a 400 nm), com pico de rendimento nocivo nos 270 nm. Assim, o detector deve seguir essa mesma sensibilidade, como se fosse um trecho de pele (ou dos olhos) exposto. No qualquer medidor UV que capaz disso, e sua seleo e compra devem ser cuidadosos. Se o detector adequado, ento a leitura integrada pelo radimetro j nos fornece um valor chamado irradincia efetiva, e o tempo permitido de exposio dado pela tabela a seguir.FIGURA 12 ExPOSIES PERMISSVEIS RADIAO ULTRAVIOLETADurao da Exposio por dia 8 horas 4 horas 2 horas 1 hora 30 minutos 15 minutos 10 minutos 5 minutos 1 minuto 30 segundos 10 segundos 1 segundo 0,5 segundo 0,1 segundo Irradincia Efetiva Eeff(W/cm2) 0,1 0,2 0,4 0,8 1,7 3,3 5 10 50 100 300 3.000 6.000 30.000

Fonte: ACGIH Limites de exposio (TLVs) para substncias qumicas e agentes fsicos, 2002

claro que a aplicao do TLV no uma coisa to imediata e simples como parece ao ser apresentado aqui; por isso, uma leitura atenta e completa de todo o captulo sobre UV altamente recomendvel. Devese lembrar, tambm, que h um limite de exposio especfico para a faixa do UVA (315-400 nm), no ponderado, de 1,0 J/cm2 para exposies menores que mil segundos (energia recebida), e de uma irradincia de 1,0 mW/cm2 para exposies maiores ou iguais a mil segundos.

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Proteo Ocupacional A radiao UV tem baixa penetrao, sendo relativamente fcil produzir barreiras relativamente eficientes. O vidro comum razovel para exposies menos energticas, protegendo as fotos antigas do desbotamento causado pela radiao, por exemplo (lembramos aqui que a radiao produz uma srie de efeitos fotoqumicos, degradando pigmentos, acelerando a cura de resinas etc). Para se conhecer a atenuao de materiais, os fabricantes devem ser consultados. A maioria dos corpos rgidos e opacos ser uma boa barreira (chapas, madeira prensada, aglomerada). Plsticos como o policarbonato e o acrlico podem ser eficientes. Para os soldadores, a proteo dos olhos atendida usando-se as tonalidades recomendadas para cada processo. A seguir, apresentamos uma tabela ilustrativa de tonalidades de proteo para processos que utilizam arco eltrico.FIGURA 13 TAbELA ORIENTATIVA PARA TONALIDADES EM PROCESSOS DE SOLDAGEMPROCESSO INTENSIDADE DA CORRENTE OU DIMETRO DO ELETRODO At 100 A At 5/32 (4mm) 100 a 300 A 3/16 (4,8Mm) a 1/4 (6,4mm) Acima de 300 A Acima de 1/4 (6,4mm) At 200 A Acima de 200 A ---------------At 15 A 15 a 75 A 75 a 100 A 100 a 200 A 200 a 250 A 250 a 300 A ---------------TONALIDADE 8,9 10, 11 12 14 10, 11 12, 13, 14 12, 13, 14 8 9 10 11 12 13, 14 14

Eletrodo revestido

Processo Mig (proteo por gs inerte) Processo Mag (proteo por gs ativo)

Processo Tig (eletrodo de tungstnio com proteo por gs inerte)

Eletrodo de grafite

Fonte: FANTAzzINI, Mario Luiz. Higiene e segurana na soldagem

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A proteo da pele depende da irradincia de que se quer proteger (solar ou de um arco de solda, por exemplo). Os tecidos tm um efeito de barreira muito varivel, em funo do estreitamento da trama e do preenchimento de vazios que a fibra pode proporcionar. O fato de produzir sombra enganoso, pois o que se bloqueia a parte visvel, e no necessariamente a radiao UV. Na tabela abaixo, vemos a eficincia relativa de certos tecidos. Tramas mais fechadas e densas daro melhor desempenho. Testes podem ser realizados para materiais especficos.TAbELA 6 TRANSMISSIVIDADE UV DE ALGUNS TECIDOSTipo de Tecido Parcela Transmitida na Faixa de 320 a 280 nm 20 a 40 % 05 a 30 % 10 a 15 % < 1% < 0,01%

nylon algodo rayon e mesclas de rayon l pesada, flanela couroFonte: OMS Environmental Health Criteria n.160 1994

Os cremes protetores solares de uso popular tambm podem e devem ser utilizados ocupacionalmente. Deve-se preferir um fator de proteo alto (o fator representa quantas vezes mais em tempo pode-se ficar exposto at se atingir o mesmo efeito de quando no se est protegido). A ACGIH estima que, em latitudes baixas e ao meio-dia no vero, o TLV pode ser ultrapassado em pouco mais de cinco minutos de exposio. Assim, um fator de proteo bastante alto deve ser usado, pensandose que deveramos ter proteo por 480 minutos (480/5 = 96), mas isso seria o pior caso, pois no ficamos o dia todo expostos ao sol do meiodia. Em suma, os cremes devem ser utilizados disciplinadamente, com reaplicaes durante o dia, e devem ter fatores de proteo bem altos.

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Finalmente, deve-se lembrar que, embora no olhemos diretamente para o sol, a radiao UV refletida pode atingir os olhos. As reflexes mais importantes ocorrem na gua, na neve e no sal (salinas), podendo ser necessria proteo ocular de baixa tonalidade. Hipersensibilidade UV Os efeitos citados no existem, como regra, para a regio do UVA (luz negra). Todavia, para pessoas fotossensveis, haver efeitos mesmo nessa regio e em todas as demais. Os efeitos sero mais severos, com menor retardo. So consideradas pessoas hipersensveis ou fotossensveis: Portadores de albinismo. Portadores de doenas como o herpes e o lpus eritematoso. Usurios de medicamentos que conferem hipersensibilidade (h indicaes nas bulas dos remdios consultar tambm o mdico). Todos os que forem expostos a fotossensibilizantes de contato, como o suco ou o sumo de frutas ctricas e do figo. 2.6 Laser LASER uma sigla, que quer dizer Amplificao de Luz por Emisso Estimulada de Radiao. LASER no uma outra radiao, mas sim uma outra forma de emisso das radiaes conhecidas. Por essa razo, no aparece no espectro no ionizante de forma individualizada, pois qualquer radiao do espectro pode, em princpio, ser emitida na forma LASER (luz, infravermelho, microonda, UV). A emisso LASER chamada de emisso coerente. A radiao monocromtica (um nico comprimento de onda emitido) e pode ser focada ou colimada, de forma a concentrar toda a energia do feixe em uma rea to pequena quanto a tecnologia permitir. Essa uma das caractersticas notveis e teis da radiao, ou seja, a capacidade de se produzir uma densidade de energia extremamente elevada (por exemplo, centenas de watts em alguns micrometros quadrados). A forma de emisso LASER explicada pela fsica atmica e pela mecnica quntica, o que no ser desenvolvido aqui. Vamos

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recapitular as caractersticas da radiao e nosso interesse nela como fator de risco ocupacional: Uma grande energia pode ser concentrada em uma rea muito pequena (risco de destruio de tecidos, queimadura) O feixe no perde intensidade com a distncia (exceto se for absorvido pelo meio), como as outras radiaes (emisso comum) Reflexes especulares (vidros, azulejos, chapas polidas, pisos vitrificados) so to perigosas quanto o feixe principal As ocorrncias industriais ainda so poucas, mas j so sensveis. Alguns usos correntes so: topografia, telemetria solda e corte mapeamento de superfcies microfurao barreiras para proteo e sensoreamento, cortinas de luz Alm disso, j existe h tempos o uso em diversos tipos de cirurgia e tratamentos drmicos.

Efeitos Nocivos Basicamente, o risco o de queimadura e destruio de tecidos. No caso do olho, queimaduras de retina podem ocorrer em fraes de segundo, mesmo com LASER de muito baixa potncia (alguns miliwatts). Um apontador LASER do tipo que se vende para apresentaes, e mesmo como brinquedo, pode produzir exposies acima dos limites permitidos para o olho, se este for exposto com o feixe incidindo direta e frontalmente. A reflexo difusa e indireta no necessariamente um risco, e o que normalmente vemos dos feixes, ou seja, sua reflexo espalhada nas partculas de poeira ou fumaa. Todavia, se o feixe entrar frontalmente (incidncia normal), h risco para a retina mesmo em baixssimas potncias, e em frao de segundos poder ser produzido um ponto cego na retina.

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A avaliao da exposio ao LASER uma tarefa complexa e especfica. H limites de exposio na ACGIH, cuja aplicao demanda bastante estudo e conhecimento.

Medidas Gerais de Controle As seguintes medidas so importantes na preveno de acidentes e exposio excessiva com LASER:MEDIDA Isolamento da rea, enclausuramento ObSERVAO A rea deve ser restrita apenas ao pessoal autorizado. O equipamento deve ser enclausurado As reas de acesso devem ser intertravadas, de forma a desarmar o LASER se houver intruso, desalinhamento do feixe ou mau funcionamento Uma alta iluminncia vai produzir o fechamento da pupila ao seu mnimo, reduzindo a energia que entra no olho em um acidente. Medida efetivamente preventiva A regio de trabalho deve possuir fundo absorvente e incombustvel, especialmente nos casos de altas potncias Como o feixe refletido especularmente tem a mesma energia que o principal, todas as superfcies do recinto devem ter acabamento fosco Seguir as orientaes do fabricante, pois os EPIs para olhos devem ser especficos para cada equipamento (radiao) Os equipamentos LASER implicam alta tecnologia e os seus manuais costumam ser bem completos no que se refere segurana. Seguir com ateno tais recomendaes

Intertravamento de proteo

Iluminao geral alta

Alvos absorventes e incombustveis Evitar superfcies refletivas. Todos os acabamentos devem ser foscos EPIs so especficos segundo o tipo de LASER Ler atentamente o manual do equipamento

FISP para o LASER Veja a seguir como seria uma FISP para o LASER. um bom resumo dos pontos mais importantes expostos.

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FICHA DE INFORMAES DE SEGURANA DE PRODUTO/AGENTE RADIAO LASER IDENTIFICAO E CARACTERSTICAS BSICAS Radiao eletromagntica no ionizante, podendo ser emitida em todo o espectro. O laser no outra radiao, mas sim uma outra forma de emisso, coerente, monocromtica e de caractersticas especiais. Radiao colimada e concentrada, podendo ter grande densidade de energia. No atenuada pela distncia da fonte. Reflexes especulares so to perigosas quanto o feixe principal. Laser: light amplification by stimulated emission of radiation. Ocorre em meios oticamente ativos, slidos, lquidos e gasosos. Limites de tolerncia: consultar a ACGIH (TLV) para detalhes. PRINCIPAIS RISCOS/EFEITOS SADE Os riscos so os mesmos da radiao-me (por exemplo, microonda, uv), adicionados aos riscos da enorme densidade de energia atingvel, que pode causar destruio de tecidos de forma imediata. Mesmo os de baixa potncia podem causar queimaduras na retina (entrada do feixe axialmente no olho). Cuidados devem ser tomados, inclusive com os apontadores didticos a laser (W = 1 mW a 3 mW). Os lasers so classificados quanto aos riscos (classe I, II, ...). MEDIDAS GERAIS PREVENTIVAS Evitar toda e qualquer exposio ao feixe. Proteger pele e olhos. Consultar tabelas para seleo de tonalidade e materiais de lentes de proteo especficos para cada tipo de laser. Seguir as medidas de proteo segundo a classe do laser; seguir as orienta