Upload
others
View
3
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
TEA014 - Mecânica dos Fluidos Ambiental IICurso de Graduação em Engenharia AmbientalDepartamento de Engenharia Ambiental, UFPREXAME FINAL, 13 Dezembro 2019Prof. Michael Mannich
Exame Final
NOME: GABARITO Assinatura:
1 [25] Um líquido viscoso é descarregado de um grande reservatório de diâmetro de base D através de um tubo dediâmetro pequeno d .
a) [20] Desprezando os efeitos de entrada (perda localizada) e assumindo escoamento laminar obtenha uma expressãopara a variação da profundidade h do �uido no reservatório com o tempo. Apresente a equação de energia, as simpli-�cações adotadas e suas razões, e a equação para o cálculo da perda de carga utilizadas na construção do problema.
b) [5] O equipamento é utilizado para determinar a viscosidade cinemática de um óleo. A altura inicial do �uido notanque é H = 40 cm, o diâmetro do tubo é d = 6 mm, o comprimento do tubo é L = 0.65 m e o diâmetro doreservatório é D = 0.6 m. Observou-se que após 1400 s o nível do reservatório caiu 6 cm. Determine a viscosidadecinemática do �uido. Observação: veri�que se o escoamento é laminar.
SOLUÇÃO DA QUESTÃO:
a) Aplicamos a equação da energia entre um ponto a montante na superfície do reservatório (1) e a jusante na saída datubulação (2).
����Patm
P1γ+ α1�����≈ 0
V 21
2д+ z1 +
XXXXHbomba =����Patm
P2γ+ α2�����≈ 0
V 22
2д+ z2 +
XXXXHturbina + hperdas
z1 − z2 = h = hperdas
h = fL
d
V 22
2д
Como f = 64Re para o escoamento laminar e Re = Vd
ν temos:
h =64νVd
L
d
V 22
2д= 32ν
LV
d2д
V = hдd2
32Lν
Temos então a velocidade em função da carga estática h. A variação de volume do reservatório, proporcional à taxade variação do nível (dhdt ) é igual a vazão de saída, de modo que podemos escrever:
Continue a solução no verso =⇒
πD2
4dh
dt= −V
πd2
4
D2dh
dt= −Vd2 = −hd2 дd2
32Lν1h
dh
dt= −
дd4
32D2Lν
dh
h= −
дd4
32D2Lνdt∫ h
h0
1hdh = −
∫ t
0
дd4
32D2Lνdt
lnh
h0= −
дd4
32D2Lνt
h = h0 exp(−
дd4
32D2Lνt
)b) Para os dados do problema isolamos ν :
ν = −дd4
32D2L
t
ln hh0
ν = −9.81 · 0.0064
32 · 0.62 · 0.41400ln 0.36
0.40
ν = 3.6 × 10−5 m2/s
Continue a solução no verso =⇒
2 [30] Água deve ser transportada ao nível do solo por uma distância de 500 m com uma vazão de 0.04 m3/s. O sistemadeve operar com auxílio de uma bomba com potência de 40 kW e e�ciência de 66.67%.
a) [25] Determine o menor diâmetro da tubulação para uma rugosidade ϵ = 0.15 mm. Apresente a equação de energia, assimpli�cações adotadas e suas razões, e a equação para o cálculo da perda de carga utilizadas na construção do problema.
b) [5] Se a tubulação puder ser considerada lisa, o diâmetro obtido será maior, menor ou igual ao obtido em (a)? Explique.
SOLUÇÃO DA QUESTÃO:
a) Aplicamos a equação da energia entre um ponto a montante na superfície do reservatório (1) e a jusante na saída datubulação (2).
����Patm
P1γ+ α1�����≈ 0
V 21
2д+��z1 + Hbomba =
����Patm
P2γ+ α2
V 22
2д+��z2 +
XXXXHturbina + hperdas
Hbomba =V 2
22д+ hperdas
Hbomba =V 2
22д+ f
L
D
V 22
2д+ Ke
V 22
2д
Hbomba =V 2
22д
(1 + f
L
D+ Ke
)Hbomba =
8Q2
π 2D4д
(1 + f
L
D+ Ke
)
Reorganizando para isolar o diâmetro D.
D4 =8Q2
π 2дHbomba
[fL
D+ Kentrada + 1
]
D =
(8Q2
π 2дHbomba
[fL
D+ Kentrada + 1
]) 14
Reescrevendo agora a equação para estabelecer um potencial procedimento iterativo.
Di+1 =
(8Q2
π 2дHbomba
[fL
Di+ Kentrada + 1
]) 14
A altura manométrica da bomba pode ser calculada por:
Putil,bomba = Pbombaη = γQHbomba
Hbomba =Pbombaη
γQ=
40000 × 0.66679810 × 0.04
= 67.958 m
Continue a solução no verso =⇒
Podemos fazer uma estimativa do diâmetro, arbitrando f ≈ 0.02 e considerando o termo da perda de carga contínuadominante sobre os demais termos:
Hbomba =8Q2
π 2D4д
(1 + f
L
D+ Ke
)D5 =
8Q2
Hbombaπ 2дf L
D = 0.114253 m
Caso não con�e neste resultado podemos procurar a solução com mais re�namento. Na falta de um bom palpitepara o diâmetro podemos tomar como uma aproximação um valor intermediário de f = 0,020 que sempre é um bompalpite. Podemos então fazer algumas iterações para esta equação. Precisamos então de um valor inicial de D. Vamosarbitrar D1 → ∞.
Di+1 = 0,0373465(0,020
L
Di+ 0,5 + 1
) 14
Tabela 1: Iterações para determinação do diâmetroi Di
1 ∞
2 0,0413313 0,1475214 0,107749... ...12 0,114625
Mas esta não seria ainda a solução �nal, uma vez que �xamos e arbitramos f . Então agora devemos iterar para deter-minar D. Um procedimento possível é aproximar D, calcular todos os parâmetros e determinar ∆z depois compararcom o valor estabelecido. Deve-se aumentar ou diminuir D de acordo e realizar os novos cálculos. Uma forma deobter uma nova estimativa do diâmetro (i + 1) é utilizar a mesma equação para a iteração com os dados passados (i).
Di+1 = 0,0373465(fL
Di+ 0,5 + 1
) 14
Para cada iteração no cálculo do diâmetro devemos determinar f . Para determinar f fazemos iterações na forma:
1√f= −2,0 log *
,
ϵ/D
3,7+
2,51Re
√f
+-
fi+1 =
−2,0 log *
,
ϵ/D
3,7+
2,51Re
√fi
+-
−2
A tabela apresenta as iterações tomando como aproximação inicial f1 = 0, 020A tabela resume os resultados de cada iteração. Os valores do fator de atrito foram determinados resolvendo a equaçãode Colebrook. A primeira aproximação para o diâmetro D1 = 0,114m obtivemos da aproximação anterior. Nadaimpede, é claro, você ter omitido a primeira etapa e arbitrado um diâmetro qualquer como primeira aproximação. Oque �zemos apenas nos poupou algumas iterações e agilizou a convergência.Com bastante precisão obtivemos o valor de 116 mm.
Continue a solução no verso =⇒
Tabela 2: Iterações para determinação do diâmetroD V Re ϵ/D f Hbomba
0,114000 3,918866 4,467507×105 0,001316 0,021567 75,2171830,116930 3,724961 4,355579×105 0,001283 0,021457 65,9491850,116056 3,781263 4,388373×105 0,001292 0,021490 68,5626680,116313 3,764549 4,378663×105 0,001290 0,021480 67,7802280,116237 3,769478 4,381529×105 0,001290 0,021483 68,0104250,116259 3,768022 4,380682×105 0,001290 0,021482 67,9423490,116253 3,768452 4,380932×105 0,001290 0,021482 67,9624500,116255 3,768325 4,380858×105 0,001290 0,021482 67,9565120,116254 3,768362 4,380880×105 0,001290 0,021482 67,9582660,116254 3,768351 4,380874×105 0,001290 0,021482 67,9577480,116254 3,768354 4,380876×105 0,001290 0,021482 67,9579010,116254 3,768353 4,380875×105 0,001290 0,021482 67,9578560,116254 3,768354 4,380875×105 0,001290 0,021482 67,9578690,116254 3,768354 4,380875×105 0,001290 0,021482 67,9578650,116254 3,768354 4,380875×105 0,001290 0,021482 67,9578660,116254 3,768354 4,380875×105 0,001290 0,021482 67,957866
Poderíamos abrir mão da precisão e utilizar o diagrama de Moody para obter a solução. A tabela resume os resultadosde cada iteração. Os valores do fator de atrito foram determinados com o diagrama de Moody. A primeira aproxi-mação para o diâmetro foi escolhida arbitrariamente D1 = 0,100 m. Claro, poderíamos ter partido na nossa ótimaaproximação anterior, mas para �ns de ilustração deixamos assim. Conforme o diagrama, chegamos ao nosso limitevisual para determinar uma estimativa de f na terceira iteração. Levando este valor adiante chegamos também aoresultado de 116 mm.
Tabela 3: Iterações para determinação do diâmetroD V Re ϵ/D f Hbomba
0,100000 5,092958 5,092958×105 0,001500 0,022000 147,4063130,121358 3,458055 4,196633×105 0,001236 0,021300 54,4014570,114792 3,864974 4,436682×105 0,001307 0,021500 72,4422500,116641 3,743436 4,366367×105 0,001286 0,021500 66,8978140,116183 3,772979 4,383563×105 0,001291 0,021500 68,2212070,116295 3,765689 4,379326×105 0,001290 0,021500 67,8932380,116268 3,767481 4,380368×105 0,001290 0,021500 67,9737750,116275 3,767040 4,380112×105 0,001290 0,021500 67,9539530,116273 3,767149 4,380175×105 0,001290 0,021500 67,958829
b) Para um tubo liso (ϵ = 0) o diâmetro obtido seria menor por conta do menor fator de atrito f .
Continue a solução no verso =⇒
Continue a solução no verso =⇒
3 [15] Explique como o arrasto numa dada chaminé poderá ser o mesmo para um vento com velocidade de 1 m/s e paraoutro de 2 m/s. Admita que os valores de ρ e µ são os mesmos nas duas situações.
SOLUÇÃO DA QUESTÃO:Vamos igualar a força de arraste (FD = CD
ρAV 2
2 ) nas duas condições 1 (vento de 1 m/s) e 2 (vento de 2 m/s):
FD,1 = FD,2
CD,1AρSAV
21
2= CD,2
AρSAV22
2CD,1
CD,2=
(V2V1
)2
CD,1
CD,2= 4
Desta forma, notamos que a razão entre os coe�cientes de arrasto é 4. Avaliando o diagrama do coe�ciente de arrasto paraum cilindro nota-se a região de mudança da camada limite de laminar para turbulenta, afastando o ponto de separaçãodo escoamento, diminuindo o arrasto de pressão (mesmo que aumente em menor proporção o arraste viscoso). Estefenômeno implica em uma rápida redução do coe�ciente de arrasto para valores de Re > 105, conforme ilustrado na�gura para um cilindro liso. Portanto, é possível que com o aumento de 2 vezes da velocidade o coe�ciente possa ser 4vezes inferior.
Continue a solução no verso =⇒
4 [30] Um canal de concreto n = 0.015 ms−1/3 e declividade de 0.001 m/m conforme a �gura pode transportar águacom uma profundidade normal y = 1 m e b = 3 m.
a) [5] Determine a vazão transportada pelo canal.
b) [10] Considera-se instalar uma coluna estreita na porção central do canal para facilitar a construção de uma passarelaacima do canal. Qual será a elevação de nível observada para a vazão de projeto de�nida em (a).
c) [15] Alternativamente, propõe-se reduzir a largura do canal para b = 2.5 m. Neste cenário, qual será o nível de águaresultante considerando a vazão de projeto de�nida em (a)?
SOLUÇÃO DA QUESTÃO:
a) Aplicado a Equação de Manning:
A = y × b = 3 m2
P = 2y + b = 5 m
Q =1nAR2/3S1/2
0 =1
0.0153(35
)2/30.001y1/2 = 4.499154 m3/s
b) O que muda agora é o raio hidráulico, ou podemos avaliar como dois canais. Então em cada seção escoará a metadeda vazão obtida em (a), Q = 2.249577 m3/s. Vamos considerar então a área e o perímetro de uma seção:
A = y ×b
2= 1.5y m2
P = 2y +b
2= 2y + 1.5 m
Q =1nAR2/3S1/2
0 =1nA5/3P−2/3S1/2
0
A5/3 =QnP2/3
S1/20
A = *,
Qn
S1/20
+-
35
P25
1.5y = *,
Qn
S1/20
+-
35
(2y + 1.5)25
yi+1 =1
1.5*,
Qn
S1/20
+-
35
(2yi + 1.5)25
Desenvolvemos um procedimento iterativo para determinar y. Podemos partir de y1 = 1.0 m. A tabela apresenta oresultado do método.
Continue a solução no verso =⇒
Tabela 4: Iterações para determinação da profundidade yni yi
1 1.0000002 1.1440663 1.1808484 1.1899685 1.1922136 1.1927657 1.1929008 1.1929339 1.19294210 1.19294411 1.192944
Portanto, a nova profundidade seria y = 1.193 m.
c) Calculamos as propriedades na seção 1 de montante:
q1 =Q
b1=
4.4991543
= 1.499 718 m3 s−1 m−1
Fr1 =V1√дy1=
q1√дy3
1
= 0.478823
E1 = y1 +q2
1
2дy21= 1.114 636 m
O escoamento é �uvial nesta seção de montante.Para avaliar a máxima seção contraída teríamos a condição crítica na seção contraída com a mesma energia da seçãode montante.
EC = E2 = E1
yC =23EC = 0.743 091 m
qmax = qC =√y3Cд = 2.006 306 m3 s−1 m−1
bmin =Q
qmax= 2.242 507 m
Portanto a menor seção antes da contração exercer controle é y > yC e temos 2.5 >= 2.24, determinaremos umaprofundidade y2 > yC sabendo que E2 < EC na seção contraída já sabemos que não haverá controle e que comoFr < 1 o escoamento também será �uvial. Sabemos na seção 2 que:
q2 =Q
b2= 1.799 661 m3 s−1 m−1
E2 = E1 = 1.114 636 m
Determinamos y2 a partir da equação da energia especí�ca na seção 2:
E2 = y2 +q2
2
2дy22→ y3
2 − E2y22 +
q22
2д= 0
Considerando uma solução iterativa pelo método de Newton-Raphson, por exemplo, tomando uma aproximaçãoinicial (yi = 1.0) com valor superior ao da profundidade crítica na seção contraída, uma vez que sabemos que oescoamento ainda será �uvial.
f = y32 − E2y
22 +
q22
2дf ′ = 3y2
2 − 2E2y2
yi+1 = yi +f
f ′= yi +
y3i − E2y
2i +
q22/2д
3y2i − 2E2yi
Continue a solução no verso =⇒
Tabela 5: Iterações para determinação da profundidade y2
i yi
1 1.0000002 0.9345563 0.9200354 0.9193125 0.9193116 0.919311
A solução é y2 ≈ 0.92 m.
Alternativamente podemos resolver a equação cúbica de forma analítica:
x3 + ax2 + bx + c = 0
Calculamos
p = b −a2
3
q =2a3
27−ab
3+ c
∆ =q2
4+p3
27
Se ∆ < 0 temos as soluções:
x1 =2√
3√−p sin
13
sin−1 *,
3√
3q2(−p)3/2
+-
−a
3
x2 = −2√
3√−p sin
13
sin−1 *,
3√
3q2(−p)3/2
+-+π
3
−a
3
x3 =2√
3√−p cos
13
sin−1 *,
3√
3q2(−p)3/2
+-+π
6
−a
3
As raízes são então:
x1 = 0.532522x2 = −0.337197x3 = 0.919311
Continue a solução no verso =⇒