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TEATRO DO OPRIMIDO TEATRO DO OPRIMIDO TEATRO DO OPRIMIDO TEATRO DO OPRIMIDO Um Guia em suporte papel para consulta permanente Um Guia no wikispaces para fomentar interactividade e desenvolvimento temático Um Guia em imagens, vídeo ou slide show, para ilustrar as actividades Um Guia em suporte electrónico para ser descarregado – PDF
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GUIAS criativos
Caderno de aprendizagem
TEATRO DO OPRIMIDO NO AUTONOMUS
Um Guia em suporte papel para consulta permanente
TEATRO DO OPRIMIDO Um Guia em suporte electrónico para ser descarregado – PDF
TEATRO DO OPRIMIDO Um Guia no wikispaces para fomentar interactividade e desenvolvimento temático
TEATRO DO OPRIMIDO Um Guia em imagens, vídeo ou slide show, para ilustrar as actividades
TEATRO DO OPRIMIDO
1
Colecção: Guias Criativos
Um Guia em suporte papel para consulta permanente
Um Guia em suporte electrónico para ser descarregado – PDF
Um Guia no wikispaces para fomentar interactividade e desenvolvimento temático
Um Guia em imagens, vídeo ou slide show, para ilustrar as actividades
CADERNO DE APRENDIZAGEM DO AUTONOMUS Nº 1
Teatro do Oprimido
Guia em suporte papel:
Guia PDF
FICHA TÉCNICA
Projecto AUTÓNOMUS
Soluções integradas para a reinserção profissional
www.autonomus.eu
http://autonomus.ning.com
AUTORIA
Conteúdos e orientação técnica EVA RIBEIRO
Concepção, desenvolvimento e produção multimédia CARLOS RIBEIRO
Financiamento da Iniciativa Comunitária EQUALANOP – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE OFICINAS DE PROJECTOS – ENTIDADE INTERLOCUTORA
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IntroduçãoO Teatro do Oprimido é teatro na acepção mais arcaica da palavra: todos os seres
humanos são actores, porque agem, e espectadores, porque observam. Somos todos
espect-actores. O teatro do oprimido é uma forma de teatro, entre todas as outras.
O seu método desenvolve-se a partir de um sistema de exercícios (monólogos corporais),
jogos (diálogos corporais), técnicas de Teatro- Imagem e técnicas de ensaio que podem
ser utilizadas tanto por actores, como por não-actores, Todo o mundo actua, age,
interpreta. «Somos todos actores. Até mesmo os actores!» O teatro é algo que existe
dentro de cada ser humano, e pode ser praticado, na solidão de um elevador, em frente
a um espelho, no Maracanã ou em praça pública para milhares de espectadores. Em
qualquer lugar, até mesmo dentro dos teatros.
A linguagem teatral é a linguagem humana por excelência, e a mais essencial. Sobre o
palco, os actores fazem exactamente aquilo que fazemos na vida quotidiana, a toda a
hora e em todo o lugar. Os actores falam, andam, exprimem ideias e revelam paixões.,
exactamente como todos nós em nossas vidas no corriqueiro dia-a-dia. A única diferença
entre nós e eles consiste em que os actores são conscientes de estar usando essa
linguagem, tornando-se, com isso, mais aptos a utilizá-la. Os não-actores, ao contrário,
ignoram estar fazendo teatro, falando teatro, isto é, usando a linguagem teatral, assim
como Monsieur Jourdain, o personagem de O Burguês fidalgo de Moliére, ignorava estar
falando em prosa, quando falava.
Que se dê inicio ao espectáculo!1
Eva Ribeiro
1 Grande parte deste texto foi retirada do livro “Jogos para Actores e Não-actores”, de Augusto Boal, 1998.
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índice
O QUE É
QUAIS SÃO OS OBJECTIVOS
COMO FUNCIONA
UM CASO ILUSTRATIVO
A EXPERIÊNCIA NO AUTONOMUS
BIBLIOTECA
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1. O que éTeatro do Oprimido. O que é?
O teatro do oprimido, através da prática de jogos, exercícios e técnicas teatrais, procura
estimular a discussão e a problematização de questões do quotidiano, com o objectivo de
fornecer uma maior reflexão das relações de poder, através da exploração de histórias
entre opressor e oprimido. Tem sido utilizado como ferramenta de participação popular,
como uma forma de discussão dos problemas públicos, constituindo também um
instrumento de educação informal de participação popular, ao estabelecer temas para a
discussão colectiva, envolvendo a população no debate das questões públicas, o T. O.,
estimula também a criatividade e a capacidade de propor alternativas para as questões
do quotidiano.
Que modalidades existem?
Entre as técnicas do Teatro do Oprimido estão: Teatro-Imagem, Teatro Jornal, Teatro
Invisível, Teatro Legislativo e Teatro-Fórum.
O Teatro Imagem é um conjunto de técnicas que transformam questões, problemas e
sentimentos em imagens concretas. Busca-se a compreensão dos factos através da
linguagem das imagens.
No Teatro-fórum A metodologia baseia-se, deste modo, na criação de pequenas
situações reais, normalmente em oficinas de algumas horas, situações nas quais se verifica
uma clara situação de opressão, representadas posteriormente para uma plateia que é
convidada a participar, substituindo os actores, equacionando todas as possibilidades. No
Teatro-Fórum, como técnica teatral é utilizada uma pergunta feita pelo elenco aos
espectadores. É apresentado um problema objectivo, através de personagens opressores,
que entrem em conflito por causa dos seus desejos e vontades contraditórias. Nesta luta
pelo seu objectivo, o oprimido.
O Teatro Jornal é um conjunto de nove técnicas que dinamizam notícias de jornal,
dando-lhes diferentes formas de interpretação.
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Já o Teatro Invisível é uma técnica de representação de cenas quotidianas onde os
espectadores são reais participantes do facto ocorrido, reagindo e opinando
espontaneamente na discussão provocada pela encenação.
O Teatro Legislativo é uma experiência sócio-cultural que visa a produção de
propostas legislativas e/ou jurídicas, a partir da intervenção do público em espectáculos
de Teatro Fórum. É a forma de implantar o conteúdo político no Teatro do Oprimido. A
partir dos problemas quotidianos da população, é feito um levantamento de informações
para a elaboração de leis. Os grupos populares montam peças de Teatro-Fórum e
apresentam-nas para diversos públicos. As intervenções realizadas pela plateia no
Teatro-Fórum são anotadas em relatórios. As análises destes relatórios são a base para a
formulação de novas leis.
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2. ObjectivosO Teatro do Oprimido é genuinamente brasileiro, mas hoje é difundido no mundo inteiro -
em mais de 70 países. O método estimula uma postura activa em seus praticantes e
espectadores. Como linguagem, pode incentivar à discussão de qualquer tema no qual
exista um conflito claro e objectivo e o desejo e a necessidade de mudança. Por fim,
oferece condições para que alternativas sejam encontradas e estimuladas, e que
extrapolem o âmbito do palco para a vida real, tornando-se factos concretos.
A ideia surgiu na década de 70, época em que Augusto Boal era director do Teatro de
Arena de São Paulo e um dos principais colaboradores na criação e consolidação da
dramaturgia nacional. O projecto reúne exercício, jogos e técnicas que buscam a
“desmecanização” física e intelectual dos actores e, especialmente, a democratização da
peça, estabelecendo uma relação intrínseca com o espectador. São condições práticas
para que o oprimido se aproprie dos meios de produzir teatro e, assim, amplie suas
possibilidades de expressão.
A metodologia baseia-se, deste modo, na criação de pequenas situações reais,
normalmente em oficinas de algumas horas, situações nas quais se verifica uma clara
situação de opressão, representadas posteriormente para uma plateia que é convidada
a participar, substituindo os actores, equacionando todas as possibilidades.
No Brasil, o Teatro do Oprimido é difundido pelo CTO-Rio, uma associação sócio-cultural
sem fins lucrativos. As acções da entidade visam à democratização dos meios de
produção cultural e o fortalecimento da cidadania.
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3. Como funciona Teatro- Fórum - Funcionamento e aspectos técnicos
Antes de qualquer espectáculo o grupo de actores deve ser preparado e trabalhado. Os
exercícios partem de uma lógica de criação de relações interpessoais, de descontracção,
relaxamento e concentração e desenvolvem-se no sentido de exercícios mais complexos
ligados directamente à criação de situações de opressão, modelos e anti-modelos.
Princípios gerais na apresentação do espectáculo
- aquecer a plateia e actores com exercícios teatrais\ dinâmicos
- a peça ou modelo deve apresentar uma falha social ou política, para que os espect-
actores possam ser estimulados a encontrar soluções e a inventar novos modos de
Representação de espectáculos de teatro-fórum
Criação de anti-modelo e
passagem para o modelo ideal
Criação de quadros
individuais colectivos de
opressão
Jogos de aquecimento(cruz\círculo, seguir o cego,
etc.)
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confrontar a opressão. Nós propomos boas questões mas cabe à plateia fornecer boas
respostas
- a peça pode ser realista, simbolista, expressionista, de qualquer género, estilo ou
forma, ou formato, excepto surrealista ou irracional – porque o objectivo é discutir
situações concretas.
- o texto deve caracterizar claramente a natureza de cada personagem, identificá-lo com
precisão, para que o espect-actor reconheça a ideologia de cada um.
- cada personagem deve ser representado visualmente, independentemente do seu
discurso falado e o figurino deve conter elementos essenciais ao personagem para que os
espect-actores possam também utilizá-los aquando da substituição.
O papel do curinga
- num primeiro momento, o espectáculo é representado como um espectáculo convencional,
onde se mostra uma determinada imagem do mundo. As cenas devem conter o conflito
que se deseja resolver, a opressão que se deseja combater
- pergunta-se, em seguida, se os espect-actores estão de acordo com as soluções
propostas pelo protagonista. Provavelmente, eles dirão que não. Informa-se o público
que o espectáculo será refeito, tal como da primeira vez. O jogo-luta está na tentativa
dos actores de refazer o espectáculo como antes e no esforço dos espectadores para
modificá-lo, apresentando sempre novas soluções possíveis e viáveis, novas alternativas.
Em outras palavras, os actores representam uma determinada visão do mundo e
consequentemente tentarão manter este mundo tal como ele é, fazendo com que as coisas
continuem exactamente da mesma maneira… a menos que um espect-actor possa intervir
e mudar a aceitação do mundo como ele é por uma visão do mundo como ele deve vir a
ser. É preciso criar uma certa tensão nos espect-actores; se ninguém mudar o mundo, ele
ficará como está, e se ninguém mudar a peça, ela também ficará como é.
- Informa-se os espectadores que o seu primeiro passo é interromper a acção quando
acharem que o actor poderia reagir de outro modo à situação proposta. Assim, o seu
primeiro passo é tomar o lugar do protagonista quando este estiver cometendo um erro,
ou optando por uma alternativa falsa ou insuficiente, e procurar uma solução melhor para
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a situação que a peça apresenta. O espect-actor deve gritar da plateia ou aproximar-se
da cena e dizer “Pára!” ou “Stop!”. Os actores deverão imediatamente congelar a cena,
imobilizando-se em seus lugares. Imediatamente, o espect-actor deve dizer de onde quer
que a cena seja recomeçada, indicando uma frase, momento ou movimento a partir do
qual se retoma a acção. A peça recomeça no ponto indicado, tendo agora o espectador
como protagonista.
- O actor substituído não ficará totalmente fora do jogo, devendo permanecer como um
tipo de ego auxiliar, a fim de encorajar o espectador e corrigi-lo, caso ele eventualmente
se engane em alguma coisa essencial.
- A partir do momento em que o espect-actor toma o lugar do protagonista e propõe
uma nova solução, todos os outros actores se transformam em agentes de opressão – ou
se já exerciam essa opressão, intensificam-na, a fim de mostrar ao espect-actor o quanto
será difícil transformar essa realidade – salvo, é claro, os personagens aliados do
protagonista.
O jogo consiste nessa luta entre o espect-actor – que tenta uma nova solução para
mudar o mundo – e os actores que tentam oprimi-lo, como seria o caso na realidade
verdadeira, obrigá-lo a aceitar o mundo tal como está.
- É evidente que o objectivo do fórum não é ganhar, alcançar a solução perfeita, mas sim,
permitir que aprendamos e nos exercitemos. Os espect-actores, pondo em cena as suas
ideias, exercitam-se para a acção na vida real; e actores e plateia, igualmente actuando,
tomam conhecimento das possíveis. Ficam conhecendo o arsenal dos opressores e as
possíveis tácticas e estratégias dos oprimidos. O fórum é lúdico – uma maneira rica de
aprendermos uns com os outros.
- Se o espect-actor renuncia, ou esgota as acções que tinha planeado, sai do jogo; o
actor-protagonista retoma o seu papel, e o espectáculo caminhará naturalmente para o
final conhecido. Um outro espectador poderá parar a cena e dizer “Pára!”, indicando de
onde deseja que a peça seja retomada – como numa cassete de vídeo, em que podemos
ir para a frente e para trás –, e uma nova solução pode ser tentada, e tantas quantas
forem as intervenções dos espect-actores. A peça recomeça sempre a partir do ponto que
o espect-actor deseja examinar. Após cada intervenção, o curinga (que é o mestre-de-
cerimónias do espectáculo) deverá fazer um claro resumo do significado de cada
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alternativa proposta, devendo igualmente indagar a plateia se algo lhe escapa ou se
alguém discorda: não se trata de vencer a discussão, mas de esclarecer pensamentos,
opiniões e propostas.
- Um dos actores deve exercer a função de curinga.
Ao curinga cabem-lhe as funções de:
- explicar as regras do jogo;
- corrigir erros;
- encorajar uns e outros a interromper a cena e intervir
Se os espectadores não puderem mudar o mundo, tudo ficará como está. E se o quiserem
mudar – pois ninguém vai fazê-lo no seu lugar -, devem começar por ensaiar as
mudanças, mudando as imagens que a peça-fórum lhes apresenta: é um ensaio, um treino.
Sempre estaremos mais bem preparados para enfrentar uma necessária acção futura se
a ensaiarmos hoje, no presente
- Ninguém deve imaginar soluções miraculosas: as estratégias propostas e o conhecimento
adquirido neste processo são as estratégias propostas pelo grupo que pratica esta sessão
de Teatro-fórum, e o conhecimento de que este grupo é capaz. Talvez no dia seguinte,
outro grupo, com outras pessoas, possa chegar a propostas diferentes e a outros
conhecimentos. O curinga não é um conferencista, não é o dono da verdade. O seu
trabalho consiste em fazer com que as pessoas que sabem pouco exponham o seu
conhecimento, e aqueles que se atrevem pouco ousem um pouco mais, mostrando
aquilo de que são capazes.
Quando o «fórum» termina, os espectadores podem ficar insatisfeitos, querendo continuar
a discussão, principalmente se o tema tratado não for urgente; caso seja, caso se trate de
uma acção a ser praticada no dia seguinte, então, sim, deve-se propor um modelo de
acção para o futuro, a ser interpretado pelos espect-actores que, no dia seguinte,
participarão dessa acção. É um treino, um ensaio, uma forma de se fortalecer.
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4. Um casoUm exemplo de Teatro-fórum
1. A reforma agrária vista de um banco de praça
Em Portugal, depois do 25 de Abril de 1974, o povo empreendeu, ele mesmo, a reforma
agrária. Não esperavam a lei ser aprovada; simplesmente ocuparam as terras
improdutivas e as tornaram produtivas. Actualmente (1977-1978) o governo pretende
criar uma lei agrária que mudará as conquistas populares nesse sentido, devolvendo as
terras aos seus antigos proprietários (que não fazem uso delas).
1ª Acção
A cena desenrola-se em dois bancos de um jardim. Um homem, o latifundiário, descansa
mansamente sobre os dois bancos. Surgem sete homens e mulheres cantando Grândola
Vila Morena, de José Afonso, canção de protesto que foi usada como o sinal que deu
início à insurreição militar que pôs fim aos 50 anos de ditadura de Salazar e Caetano.
Eles expulsam o latifundiário de um dos bancos; porém, um banco só é pequeno demais
para todos, e eles não se sentem à vontade.
2ª Acção
Todos se põem a trabalhar, fazendo a mímica do trabalho na terra, cantando outras
canções populares, enquanto discutem sobre a necessidade de levar a sua conquista para
os bancos públicos, protestam contra a produtividade do latifundiário que tem um banco
só para ele, mas as opiniões estão divididas: enquanto uns querem expulsar o
latifundiário do segundo banco, outros optam por trabalhar naquilo que já conquistaram.
3ª Acção
Chega um polícia, com uma ordem judicial que obriga o grupo a ceder vinte centímetros
do seu banco (a lei do retorno). Nova divisão: uns optam por ceder, outros não, porque
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fazer uma concessão poderia significar uma vitória para as forças de reacção, que
poderiam tentar gradualmente recuperar mais terreno. Finalmente, cedem: vinte
centímetros é coisa pouca.
4ª Acção
O latifundiário protegido pelo polícia, senta-se no espaço que ficou vazio no banco. Os
outros sete amontoam-se no espaço que restou. O latifundiário abre um enorme guarda-
chuva, tapando a luz dos outros. Os sete protestam. O polícia diz que o latifundiário tem
o direito de fazer aquilo, porque se as terras podem ser apropriadas, o mesmo não
acontece com o ar e o céu. Eles dividem-se: uns querem lutar, outros contentam-se com o
pouco que já obtiveram e querem a paz a qualquer preço.
5ª Acção
O polícia insiste na necessidade de se levantar um muro dividindo o banco em duas
partes. Esse muro deve ser construído em terras que não pertençam a ninguém,
evidentemente, a intenção é que ele seja construído no lado que pertence ao grupo e não
do lado pertencente ao antigo proprietário. Novas discussões, novas divisões, novas
concessões. Um dos sete abandona a luta, um outro também se vai, depois um terceiro e
um quarto. Aos poucos, desistem, o grupo desintegra-se.
6ª Acção
O polícia anuncia que a ocupação não tem mais sentido porque a maioria dos ocupantes
abandonou as terras. Em consequência disso, os três são considerados simples ladrões, e
não um grupo social, com os seus direitos e os últimos são expulsos. O latifundiário
restaura os seus direitos sobre os dois bancos do jardim.
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Fórum
Esta cena foi representada no Porto e em Vila Nova de Gaia. Na primeira apresentação,
havia mil pessoas na praça, ao ar livre. Primeiro, encenamos o modelo, depois iniciamos o
“fórum”. Já na segunda apresentação, vários espect-actores deram as suas versões de
resistência ao contra-ataque do latifundiário. Mas o melhor momento foi o protesto de
uma mulher da plateia. Com base na modesta cena, alguns espect-actores discutiam entre
eles, como personagens, sobre as melhores tácticas a utilizar. Em dado momento,
concluíram que todos estavam de acordo e que o fórum lhes tinha sido útil. Neste ponto, a
mulher na plateia disse:
- Aí estão vocês no palco, falando de opressão; no entanto, só há homens em cena. Em
contrapartida, aqui em baixo há mulheres que continuam sendo oprimidas, porque
continuamos tão inactivas quanto antes, e apenas presenciamos os homens actuando!
Então um dos espect-actores convida algumas mulheres para mostrarem as suas opiniões e
sentimentos, em diferentes papéis, e o fórum é reiniciado. Apenas um homem é autorizado
a continuar em cena: o que interpretou o papel de polícia. Isto porque a mulher
argumentou:
- Como o polícia é o opressor mesmo, não há nenhum problema em ser interpretado por
um homem.
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5. ExperiênciasExperiência no Autonomus – formação de animadores por áreas temáticas do projecto
AUTONOMUSTecer a inclusão com inovação e empreendedorismo social
Teatro Imagemao serviço da inclusão social
Actividade dinamizada pela ANOP - Associação Nacional de Oficinas de Projecto
AUTONOMUSTecer a inclusão com inovação e empreendedorismo social
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Teatro Imagem ao serviço da inclusão socialSessões de trabalho, com técnicos dinamizadores do AUTONOMUS e com animadores locais de entidades parceiras, promovem novas modalidades de acompanhamento a desempregados.
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teatro do oprimidoO teatro do oprimido, através da prática de jogos, exercícios e técnicas teatrais,
procura estimular a discussão e a problematização de questões do quotidiano, com o
objectivo de fornecer uma maior reflexão das relações de poder, através da
exploração de histórias entre opressor e oprimido. Tem sido utilizado como
ferramenta de participação popular, como uma forma de discussão dos problemas
públicos, constituindo também um instrumento de educação informal de participação
popular, ao estabelecer temas para a discussão colectiva, envolvendo a população
no debate das questões públicas, o T. O., estimula também a criatividade e a
capacidade de propor alternativas para as questões do quotidiano.
teatro imagem
Entre as técnicas do Teatro do Oprimido estão: Teatro-Imagem, Teatro Jornal, Teatro
Invisível, Teatro Legislativo e Teatro-Fórum.
O Teatro Imagem é um conjunto de técnicas que transformam questões, problemas e
sentimentos em imagens concretas. Busca-se a compreensão dos factos através da
linguagem das imagens.
teatro imagem no autonomus
Os temas trabalhados no processo de disseminação do Autonomus são: desemprego;
violência doméstica; qualificações e outros genericamente relacionados com a
exclusão / inclusão social.
Trabalho sobre as representações e sobre as estratégias individuais e colectivas de
auto-diagnóstico e de promoção de soluções.
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FESETE- PORTOFEDERAÇÃO DOS SINDICATOS DA INDÚSTRIA TÊXTIL E CALÇADO TEMA
DESEMPREGOAs representações relativas ao desemprego
O grupo de sindicalistas, desempregados e técnicos
Estar empregado, os problemas no posto de trabalho no quotidiano, nas relações de hierarquia, na expressão das individualidades e dos colectivos.Estar desempregado, os problemas financeiros, de sobrevivência e de vida ao quotidiano, sem os outros, sem estatuto social e sem futuro.
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OLIVEIRA DE AZEMÉIS SANTA CASA DA MISERICÓRDIATEMA
VIOLÊNCIA DOMÉSTICAAs representações relativas à violência e à vida quotidiana no seio da família
O grupo de técnicos Oliveira de Azeméis e S. João da Madeira
Partir de uma situação anti-modelo (violência doméstica, opressão social) para uma situação ideal: um quadro familiar equilibrado e sem opressões.
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SANTA MARIA DA FEIRA ORFEÃOTEMA
INCLUSÃO – EXCLUSÃO SOCIALAs representações relativas à marginalização e vulnerabilidade social
O grupo de técnicos de Santa Maria da feira e Paços de Ferreira
Como exprimir a opressão? Como manifestar a condição de oprimido? Que elementos estéticos e formais estruturam a nossa representação da opressão, da exclusão e da inclusão?
20
Imagens e exercícios
A animadora das sessões – Eva Ribeiro
www.autonomus.euhttp://autonomus.ning.com
21
6. Biblioteca
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