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wuoppuw Tecendo Redes Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador - Boletim Informativo Especial Temático - Março/2012 Quintal das Margaridas inaugurado com Conversa de Quintal M uitas flores encheram o Quintal das Margaridas do Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador (CETRA) na noite do 1º de março. A primeira Conversa de Quintal de 2012 discutiu mulheres, as suas vitórias e as conquistas que ainda estão por vir. Para começar esse fio, Elisabeth Ferreira, do Fórum Cearense de Mulheres (FCM) puxou a conversa a partir dos 80 anos da conquista feminina do direito ao voto. Na ocasião foram homenageadas as 15 mulheres guerreiras que nomeiam o espaço e que, presentes ou representadas, coloriram esse momento. Eram mulheres de diferentes gerações, de origens urbana e rural, profissionais liberais e agricultoras, interagindo na discussão sobre questões comuns aos 80 anos do voto, dentre outros direitos. Depoimentos vários mostram que, na questão de gênero, ainda são muitos os desafios para as margaridas de todo o mundo. A liderança rural Rita diz que o homem se sente ameaçado com o fortalecimento da mulher e que ela mesma enfrenta preconceitos em sua comunidade. “Como eu sou uma mulher separada e passo nas casas chamando para as coisas, várias pessoas pensam que eu não sou uma pessoa séria, que eu sou depravada”. Ainda no meio rural, Maria José Alves trouxe a questão da divisão sexual do trabalho, a dificuldade que o homem ainda tem de perceber que a mulher fica sobrecarregada com as responsabilidades do trabalho doméstico e demais afazeres. “Mesmo sabendo que eu tenho um marido companheiro, as vezes ele tem dificuldade de perceber que eu preciso de ajuda”. Eliane Rocha, coordenadora dos projetos de mulheres do CETRA, destaca que é muito importante todas, mas principalmente aquelas que têm filhos homens, tomarem cuidado com o que estão reproduzindo, para não fortalecer as relações desiguais de gênero presentes na sociedade. A economista doméstica Helena Selma coloca alguns dados: “as mulheres tem nível educacional maior, mas ainda ganham menos que os homens para realizar o mesmo trabalho e ainda há a divisão sexual do trabalho, alguns cargos que são ocupados somente por homens. A noite ainda contou com duas performances da arte-educadora e atriz Flávia Cavalcante que homenageou a liderança feminina rural e poeta Nazaré Flor encerrando a noite com uma grande ciranda em que todas as presentes participaram. Conheça nossas Margaridas Nazaré Flor: liderança rural e poeta, assentada da reforma agrária; Margarida Maria Alves: liderança sindical rural; Dolores Borges: sindicalista ferroviária e fundadora do CETRA; Irmã Dorothy: missionária religiosa; Daniele Medeiros: militante da agroecologia; Margarida Pinheiro: assistente social e militante política; Vanete Almeida: militante do movimento de mulheres rurais; Maria José Alves (Zeza): liderança e agricultora agroecológica; Maria Edite: militante de movimentos sociais urbanos; Luizinha Camurça: militante pastoral; Irmã Cleide: advogada e militante política; Luiza Souza: lutadora da reforma agrária e agricultora; Maria Luiza Fontenelle: socióloga e ex-prefeita de Fortaleza, primeira mulher eleita prefeita em uma capital brasileira; Maria Amélia Leite: professora e missionaria da causa indígena; Maria da Penha Fernandes: ícone no combate a violência contra a mulher, dá nome à lei que criminaliza ações de violência de gênero. desenvolvimento, sustentabilidade e solidariedade

Tecendo Redes - Conversa de Quintal sobre mulheres

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Boletim informativo da Conversa de Quintal de março.

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wuoppuwTecendo RedesCentro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador - Boletim Informativo Especial Temático - Março/2012

Quintal das Margaridas inaugurado com Conversa de Quintal

Muitas flores encheram o Quintal das Margaridas do Centro de Estudos

do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador (CETRA) na noite do 1º de março. A primeira Conversa de Quintal de 2012 discutiu mulheres, as suas vitórias e as conquistas que ainda estão por vir. Para começar esse fio, Elisabeth Ferreira, do Fórum Cearense de Mulheres (FCM) puxou a conversa a partir dos 80 anos da conquista feminina do direito ao voto. Na ocasião foram homenageadas as 15 mulheres guerreiras que nomeiam o espaço e que, presentes ou representadas, coloriram esse momento.

Eram mulheres de diferentes gerações, de origens urbana e rural, profissionais liberais e agricultoras, interagindo na discussão sobre questões comuns aos 80 anos do voto, dentre outros direitos. Depoimentos vários mostram que, na questão de gênero, ainda são muitos os desafios para as margaridas de todo o mundo.

A liderança rural Rita diz que o homem se sente ameaçado com

o fortalecimento da mulher e que ela mesma enfrenta preconceitos em sua comunidade. “Como eu sou uma mulher separada e passo nas casas chamando para as coisas, várias pessoas pensam que eu não sou uma pessoa séria, que eu sou depravada”.

Ainda no meio rural, Maria José Alves trouxe a questão da divisão sexual do trabalho, a dificuldade que o homem ainda tem de perceber que a mulher fica sobrecarregada com as responsabilidades do trabalho doméstico e demais afazeres. “Mesmo sabendo que eu tenho um marido companheiro, as vezes ele tem dificuldade de perceber que eu preciso de ajuda”.

Eliane Rocha, coordenadora dos projetos de mulheres do CETRA, destaca que é muito importante todas, mas principalmente aquelas que têm filhos homens, tomarem cuidado com o que estão reproduzindo, para não fortalecer as relações desiguais de gênero presentes na sociedade.

A economista doméstica Helena Selma coloca alguns dados: “as mulheres tem nível educacional maior, mas ainda ganham menos que os homens para realizar o mesmo trabalho e ainda há a divisão sexual do trabalho, alguns cargos que são ocupados somente

por homens.

A noite ainda contou com duas performances da arte-educadora e atriz Flávia Cavalcante que homenageou a liderança feminina rural e poeta Nazaré Flor encerrando a noite com uma grande ciranda em que todas as presentes participaram.

Conheça nossas MargaridasNazaré Flor: liderança rural e poeta, assentada da reforma agrária;Margarida Maria Alves: liderança sindical rural; Dolores Borges: sindicalista ferroviária e fundadora do CETRA; Irmã Dorothy: missionária religiosa; Daniele Medeiros: militante da agroecologia; Margarida Pinheiro: assistente social e militante política; Vanete Almeida: militante do movimento de mulheres rurais; Maria José Alves (Zeza): liderança e agricultora agroecológica; Maria Edite: militante de movimentos sociais urbanos; Luizinha Camurça: militante pastoral; Irmã Cleide: advogada e militante política;Luiza Souza: lutadora da reforma agrária e agricultora;Maria Luiza Fontenelle: socióloga e ex-prefeita de Fortaleza, primeira mulher eleita prefeita em uma capital brasileira;Maria Amélia Leite: professora e missionaria da causa indígena; Maria da Penha Fernandes: ícone no combate a violência contra a mulher, dá nome à lei que criminaliza ações de violência de gênero.

desenvolvimento, sustentabilidade e solidariedade