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a revista do engenheiro civil techne téchne 118 janeiro 2007 www.piniweb.com IPT apoio Edição 118 ano 15 janeiro de 2007 R$ 23,00 Especial fôrmas: madeira metálica plásticas trepantes deslizantes especiais ISSN 0104-1053 9 7 7 0 1 0 4 1 0 5 0 0 0 0 0 1 1 8 ESPECIAL Fôrmas COMO CONSTRUIR Edifícios com fôrma trepante Madeira Agora só com projeto Metálicas Competitividade crescente Sistemas especiais OSB, alumínio e fôrmas de papelão Trepantes Rapidez para estruturas altas Plásticas Leveza facilita transporte Madeira Agora só com projeto Metálicas Competitividade crescente Sistemas especiais OSB, alumínio e fôrmas de papelão Trepantes Rapidez para estruturas altas Plásticas Leveza facilita transporte ESPECIAL Fôrmas Critérios de especificação, dicas para reduzir custos e cuidados de execução Critérios de especificação, dicas para reduzir custos e cuidados de execução capa tech 118.qxd 3/1/2007 10:03 Page 1

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‘a revista do engenheiro civil

techne

téchne118 janeiro

2007

www.piniweb.com

IPTapoio

Edição 118 ano 15 janeiro de 2007 R$ 23,00

Especial fôrmas:m

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metálica

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■trepantes

■deslizantes ■

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ISSN

010

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53

9770104105000

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ESPECIAL

Fôrmas

COMO CONSTRUIR

Edifícios comfôrma trepante

MadeiraAgora só com projeto

MetálicasCompetitividade crescente

SistemasespeciaisOSB, alumínio efôrmas de papelão

TrepantesRapidez para estruturas altas

PlásticasLeveza facilita transporte

MadeiraAgora só com projeto

MetálicasCompetitividade crescente

SistemasespeciaisOSB, alumínio efôrmas de papelão

TrepantesRapidez para estruturas altas

PlásticasLeveza facilita transporte

ESPECIAL

FôrmasCritérios de especificação, dicas parareduzir custos e cuidados de execuçãoCritérios de especificação, dicas parareduzir custos e cuidados de execução

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1

SUMÁRIO

SEÇÕESEditorial 2Web 6Área Construída 8Índices 12IPT Responde 14Carreira 16Melhores Práticas 20P&T 56Obra Aberta 59Agenda 60

CapaLayout: Leticia MantovaniFoto: Marcelo Scandaroli

ENTREVISTAFator fôrmaNilton Nazar explica fatores que

devem ser considerados na matrizde especificação

28

22

FÔRMAS DE MADEIRAFim do improvisoProjetista ajuda a racionalizar o sistema

de fôrmas no canteiro

32 FÔRMAS METÁLICASIndustrialização máximaMais caros, sistemas metálicos

têm a favor a grande durabilidade

38 FÔRMAS TREPANTESSistemas rápidosFôrmas móveis garantem

agilidade na execução de paredes monolíticas

44 FÔRMAS PLÁSTICASMoldura leveCubetas e chapas estruturadas

têm como grande vantagem o peso

48 FÔRMAS ESPECIAISMoldes alternativosConfira os materiais e sistemas que

chegam ao mercado e outras opções menos comuns

52 ARTIGOEstruturas de concreto: projeto

e economia Diretor da Ventuscore, de Porto Alegre,

analisa impacto dos custos deprojeto

61 COMO CONSTRUIREdificações com paredes

de concretoVeja como edificar prédios altos com

sistema de fôrma trepanteFoto

s: M

arce

lo S

cand

arol

i

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2 TÉCHNE 118 | JANEIRO DE 2007

E sta edição reúne as dicas de especificação e projetos de

fôrmas de alguns especialistas no assunto. Você vai saber

como racionalizar os projetos de fôrmas produzidas em obra,

como escolher o melhor sistema para grandes vãos, como

combinar sistemas metálicos e de madeira, quais as novidades

em sistemas industrializados e conhecer as soluções alternativas

para modelagem de pilares, vigas e lajes.

Nilton Nazar, o entrevistado do mês, projetista de fôrmas com 24

anos de experiência, diz quais são os principais fatores da matriz

de decisão de escolha do sistema de fôrmas e explica por que

algumas construtoras têm optado pelo cimbramento de madeira

em pavimentos-tipo, prática que já havia sido banida dos grandes

centros urbanos. Ele mesmo confirma ter alcançado excelente

produtividade utilizando garfos de madeira em um projeto. Aqui,

no entanto, cabe um alerta. Algumas construtoras podem estar

abrindo mão de um longo percurso tecnológico, de práticas

construtivas consolidadas, em favor de ganhos mal-avaliados. Por

isso, como frisa Nazar, a importância do projeto. Este, sim, vai

mostrar o caminho mais viável.

A boa notícia, antecipada por Nazar, é que está em andamento

uma norma de fôrmas e cimbramentos, que deve ficar pronta em

dois anos. O texto deve apresentar critérios de dimensionamento e

projeto de fôrmas gerais, para os diversos sistemas. Hoje, a única

ferramenta do construtor – e do consultor por ele contratado – são

os catálogos de fabricantes, que em sua grande maioria remetem a

normas estrangeiras e práticas pouco afeitas à realidade da

construção brasileira. Assim, abre-se espaço a uma saudável

concorrência em quesitos tão importantes quanto à qualidade das

fôrmas, ou seja, a assistência técnica e os diferenciais de prestação

de serviços, como transporte, montagem, prazos e garantias.

EDITORIALA caminho da norma VEJA EM AU

� Turning Torso� Palácio das Artes� Massimiliano Fuksas� Arquitetura hospitalar

VEJA EM CONSTRUÇÃOMERCADO

� Financiamento� Técnicas de orçamento� Coordenação de projetos� Vergalhões

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4 TÉCHNE 118 | JANEIRO DE 2007

Fundadores: Roberto L. Pini (1927-1966), Fausto Pini (1894-1967) e Sérgio Pini (1928-2003)

DDiirreettoorr GGeerraall

Ademir Pautasso Nunes

DDiirreettoorr ddee RReeddaaççããoo

Eric Cozza [email protected]

EEddiittoorr:: Paulo Kiss [email protected]:: Gustavo Mendes RReeppóórrtteerr:: Bruno Loturco; Renato Faria (produtor editorial)

RReevviissoorraa:: Mariza Passos CCoooorrddeennaaddoorraa ddee aarrttee:: Lucia Lopes DDiiaaggrraammaaddoorreess:: Leticia Mantovani e Maurício Luiz Aires;

Renato Billa (trainee) IIlluussttrraaddoorr:: Sergio Colotto PPrroodduuttoorraa eeddiittoorriiaall:: Juliana Costa FFoottóóggrraaffoo:: Marcelo Scandaroli

CCoonnsseellhhoo AAddmmiinniissttrraattiivvoo:: Caio Fábio A. Motta (in memoriam), Cláudio Mitidieri, Ercio Thomaz,Paulo Kiss, Eric Cozza e Luiz Carlos F. Oliveira CCoonnsseellhhoo EEddiittoorriiaall:: Carlos Alberto Tauil, Emílio R. E.

Kallas, Fernando H. Aidar, Francisco A. de Vasconcellos Netto, José Carlos de Figueiredo Ferraz (in memoriam), José Maria de Camargo Barros, Maurício Linn Bianchi,

Osmar Mammini, Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, Vahan Agopyan e Vera Conceição F. Hachich

EENNGGEENNHHAARRIIAA EE CCUUSSTTOOSS:: Regiane Grigoli Pessarello PPrreeççooss ee FFoorrnneecceeddoorreess:: Fábio Kawano AAuuddiittoorriiaa ddee PPrreeççooss:: Danilo Campos e Aparecido Ulysses

EEssppeecciiffiiccaaççõõeess ttééccnniiccaass:: Erica Costa Pereira e Ana Carolina FerreiraÍÍnnddiicceess ee CCuussttooss:: Juliana Cristina Teixeira CCoommppoossiiççõõeess ddee CCuussttooss:: Fernando Benigno

SSEERRVVIIÇÇOOSS DDEE EENNGGEENNHHAARRIIAA:: Celso Ragazzi, Luiz Freire de Carvalho e Mário Sérgio PiniPPUUBBLLIICCIIDDAADDEE:: Luiz Carlos F. de Oliveira, Adriano Andrade, Jane Elias e Rose Ferreira

EExxeeccuuttiivvooss ddee ccoonnttaass:: Alexandre Ambros, Daniel Bagneti,Eduardo Yamashita, Patrícia Dominguez, Ricardo Coelho e Rúbia Guerra

MMAARRKKEETTIINNGG:: Ricardo Massaro EEVVEENNTTOOSS:: Vitor Rodrigues VVEENNDDAASS:: José Carlos Perez RREELLAAÇÇÕÕEESS IINNSSTTIITTUUCCIIOONNAAIISS:: Mário S. Pini

AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO EE FFIINNAANNÇÇAASS:: Tarcísio Morelli CCIIRRCCUULLAAÇÇÃÃOO:: José Roberto Pini SSIISSTTEEMMAASS:: José Pires Alvim Neto e Pedro Paulo Machado

MMAANNUUAAIISS TTÉÉCCNNIICCOOSS EE CCUURRSSOOSS:: Eric Cozza

EENNDDEERREEÇÇOO EE TTEELLEEFFOONNEESS

Rua Anhaia, 964 – CEP 01130-900 – São Paulo-SP – Brasil

PPIINNII Publicidade, Engenharia, Administração e Redação – fone: (11) 2173-2300

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RReepprreesseennttaanntteess ddaa PPuubblliicciiddaaddee::

PPaarraannáá//SSaannttaa CCaattaarriinnaa (48) 3241-1826/9111-5512

MMiinnaass GGeerraaiiss (31) 3411-7333 RRiioo GGrraannddee ddoo SSuull (51) 3333-2756

DDiissttrriittoo FFeeddeerraall//GGooiiâânniiaa (61) 3447-7439/9942-5250 RRiioo ddee JJaanneeiirroo (21) 2267-6116/9913-6559

RReepprreesseennttaanntteess ddee LLiivvrrooss ee AAssssiinnaattuurraass::

AAllaaggooaass (82) 3338-2290 AAmmaazzoonnaass (92) 3646-3113 BBaahhiiaa (71) 3341-2610 CCeeaarráá (85) 3478-1611

EEssppíírriittoo SSaannttoo (27) 3242-3531 MMaarraannhhããoo (98) 3088-0528

MMaattoo GGrroossssoo ddoo SSuull (67) 9951-5246 PPaarráá (91) 3246-5522 PPaarraaííbbaa (83) 3223-1105

PPeerrnnaammbbuuccoo (81) 3222-5757 PPiiaauuíí (86) 3223-5336

RRiioo ddee JJaanneeiirroo (21) 2265-7899 RRiioo GGrraannddee ddoo NNoorrttee (84) 3613-1222

RRiioo GGrraannddee ddoo SSuull (51) 3470-3060 SSaannttaa CCaattaarriinnaa (47) 3322-6611

SSããoo PPaauulloo Marília (14) 3417-3099 São José dos Campos (12) 3929-7739 Sorocaba (15) 9718-8337

ttéécchhnnee:: ISSN 0104-1053Assinatura anual R$ 276,00 (12 exemplares)Assinatura bienal R$ 552,00 (24 exemplares)

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva do autor e não expressam,necessariamente, as opiniões da revista.

VVeennddaass ddee aassssiinnaattuurraass,, mmaannuuaaiiss ttééccnniiccooss,, TTCCPPOO ee aatteennddiimmeennttoo aaoo aassssiinnaanntteeSegunda a sexta das 9h às 18h

44000011--66440000principais cidades*

00880000 559966 66440000demais municípios

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fone (11) 2173-2304

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TTrrááffeeggoo ((aannúúnncciiooss))

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EEnnggeennhhaarriiaa ee CCuussttooss

fone (11) 2173-2373

e-mail: eennggeennhhaarriiaa@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

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Para solicitar reimpressões de reportagens

ou artigos publicados:

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PINIrevistasRReeddaaççããoofone (11) 2173-2303fax (11) 2173-2327e-mail: ccoonnssttrruuccaaoo@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

PINImanuais técnicosfone (11) 2173-2328e-mail: mmaannuuaaiiss@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

PINIsistemasSSuuppoorrtteefone (11) 2173-2400e-mail: ssuuppoorrttee@@ppiinniiwweebb..ccoomm

VVeennddaassfone (11) 2173-2424 (Grande São Paulo)0800-707-6055 (demais localidades)e-mail: vveennddaass@@ppiinniiwweebb..ccoomm

PINIserviços de engenhariafone (11) 2173-2369

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6 TÉCHNE 118 | JANEIRO DE 2007

Fórum TéchneAgora o site da revista Téchne tem um espaço dedicado ao debate técnico e qualificado dos principaistemas da engenharia. Três fóruns jáestão em andamento.

A NBR 6118 – Projeto de Estruturasde Concreto – deve ser revisada?"O processo de revisão de norma deveser ato contínuo. No caso da NBR-6118,ainda mais, tendo em vista suaimportância para a economia. A nossaexpectativa é a de que não mais serepitam períodos de décadas para que ocorra uma revisão."Engenheiro Francisco Graziano, um dos

coordenadores da NBR 6118

A segurança do trabalho noscanteiros de obras tem melhoradoou piorado?"Como referência, vale consultar aentrevista com um especialista noassunto, o engenheiro José Carlos de Arruda Sampaio, concedida à Téchne edição 66 e disponível paraassinantes na ferramenta de busca do site da revista."Eric Cozza, diretor de redação da Editora PINI

Por que alguns revestimentoscerâmicos de fachada estão caindo?"Basicamente porque o conhecimentoprático não é mais suficiente hoje emdia. É necessário projeto. Quando ocusto sobrepõe a técnica e uma dascamadas do revestimento ficasubdimensionada, o resultado pode sero descolamento generalizado, que podeacontecer em função do tipo desolicitação atuante nos primeiros anosde vida útil do edifício ou muito depois."Engenheiro Jonas Silvestre

de Medeiros

Conheça um pouco mais das fôrmas ICF (Insulating Concrete Forms), uma dassoluções abordadas na reportagem de fôrmas especiais desta edição. Entre asvantagens apontadas pelos fornecedores para esse sistema estão a rapidez deexecução e melhor isolamento térmico e acústico das paredes.

Fôrmas ICF

Confira em detalhes no site osrequisitos para envio de artigos para aTéchne, como número de caracteres,resolução de fotos e ilustrações, alémde roteiro de execução. Valemtambém artigos para a seção ComoConstruir. Veja ainda a lista completados artigos já publicados.

Artigos

Confira no site da Téchne fotos extras das obras, plantas e informações que complementam conteúdospublicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista

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www.revistatechne.com.br

Veja esquemas de montagem de fôrmasmetálicas para execução de cortinas. Asilustrações estão disponíveis comomaterial complementar da reportagemde fôrmas metálicas.

Fôrmas metálicas

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ÁREA CONSTRUÍDA

Localizado no setor de AutarquiasSul, em Brasília, o edifício MultiBrasil, da Multi Construtora e In-corporadora, diferenciou-se pelassoluções técnicas para garantir oconforto térmico dos usuários. Oresponsável pelo projeto arquitetô-nico do edifício, Merval de OliveiraFilho, conta que houve uma preo-cupação especial com esse aspectojá que a edificação deveria ser, ne-cessariamente, voltada para oeste."Foram projetados elementos desombreamento da fachada, tanto noembasamento quanto no corpo da

Fachada aeradaedificação. Esses elementos foramexecutados em granito e garantemo isolamento térmico, pela criaçãode um colchão de ar entre o exte-rior e o interior da edificação. É oque chamamos de "fachada aera-da", conta Merval. A especificaçãode vidros laminados duplos tam-bém ajudou a reduzir em 30% o di-mensionamento do sistema de ar-condicionado local. O materialutilizado, fornecido pela Glassec,possui baixo coeficiente de sombrae alta transmissão de luz, que aten-deram às necessidades do projeto.

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A CBIC (Câmara Brasileira da Indús-tria da Construção) entregou em outu-bro, em João Pessoa, o Prêmio FalcãoBauer de Inovação Tecnológica. Foramao todo seis prêmios, dois para cada

Prêmio Falcão Bauer de Inovação Tecnológicacategoria: Novos Materiais, NovasFerramentas e Novas Técnicas. Os tra-balhos completos estão disponíveis nosite da CBIC (www.cbic.org.br). Con-fira os vencedores:

Modalidade Novos Materiais1o lugar: Painéis de fachada Bernardo Fonseca Tutikian (RS)arquitetônicos em concreto reforçado com fibras de vidro (GRC)2o lugar:Alternativa ao capeamento Cláudio Luiz Dias Leal (RJ)de corpos-de-prova de concreto

Modalidade Novas Ferramentas1o lugar: Sistemas Mictórios Ecoeficientes Ederaldo Godoy Júnior (SP)2o lugar: Parafuso antifurto para ferragens Paulo Simões Rodrigues (RS)de estruturas metálicas Vitor Borges (RS)

Modalidade Novas Técnicas1o lugar: Projeto metro quadrado por minuto Luigi Correia Borchio (ES)2o lugar: Desconstrução de edificações Paulo César Perez (RS)verticalizadas: responsabilidade social, Ângela Borges Masuero (RS)ambiental e profissional da cadeia produtiva

Moisés Ribeiro Abdou foi o ven-cedor do 1o Prêmio AEP-Poli deIniciação Científica. Ele e suaorientadora, a professora LiediBernucci, receberam uma pre-miação de R$ 12 mil para visitaruniversidades estrangeiras querealizam trabalhos em sua áreade pesquisa – Engenharia e Infra-Estrutura de Transportes. A pre-miação é concedida pela AEP(Associação de Engenheiros Po-litécnicos), agremiação de ex-alunos da instituição que tam-bém banca bolsas de estudo paragraduandos da Escola Politécni-ca da USP que não conseguiramfinanciamento por meio de ór-gãos oficiais.

Ex-alunos premiamtrabalho de IniciaçãoCientífica

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A R E A C O N S T R U I D A

Estudo realizado por oito universida-des de seis países – entre elas a EscolaPolitécnica da USP – traçou o perfil queo engenheiro deve ter para se inserir naeconomia globalizada. A formação bá-sica de nível superior já não garante aoprofissional um bom desempenho nomercado de trabalho. Segundo as con-clusões do estudo, além de capacidadetécnica, o engenheiro precisa ser poli-

Estudo traça perfil do engenheiro globalizado

A rede de aluguel de equipamentospara construção Locguel criou o se-guro para peças faltantes na locaçãode fôrmas metálicas. Criado a partirda solicitação dos próprios clientes, oFundo de Compensação Patrimonial,como é chamado o serviço, cobre aperda dos principais componentes dosistema. A partir dos registros detodas as obras de que a empresa parti-

Seguro de perdas para fôrmascipou, foi elaborado um histórico deprobabilidades de perdas de peças.Por exemplo, o levantamento mos-trou que obras como canalizações eserviços de fundação são recordistasem perdas de peças. Se, no final daobra, o cliente apresentar uma perdamenor do que o valor do seguro con-tratado, a diferença é convertida embônus em um próximo serviço.

glota,amplamente instruído e cultural-mente bem informado, conhecedordos mercados, empreendedor, inova-dor e flexível. Para o professor PauloCarlos Kaminski, do Departamento deEngenharia Mecânica e um dos res-ponsáveis pelo estudo no Brasil, é es-sencial despender parte dos estudos noexterior durante a graduação, seja pormeio de cursos de curta duração ou de

dupla formação.Isso tem impacto dire-to nas instituições de graduação. "Osacordos de cooperação entre as univer-sidades devem ser cada vez mais esti-mulados para viabilizar a mobilidadedos estudantes, e o apoio das agênciasde financiamento nesse processo deveser redobrado", afirma. "Os laços dauniversidade com a indústria tambémterão que ser mais estreitos", completa.

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ulga

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ÍNDICESIPCE em São PauloAno 2006 encerra com pequena variaçãonos preços dos materiais

Construir em São Paulo ficou emmédia 6,67% mais caro em de-

zembro, de acordo com o levanta-mento do IPCE (Índice PINI de Cus-tos de Edificações) feito na regiãometropolitana. O percentual é supe-rior à média registrada no mesmo pe-ríodo pelo IGP-M (Índice Geral dePreços de Mercado), medido pelaFundação Getúlio Vargas. Segundo oíndice, a variação da inflação em de-zembro foi de 3,83%.

O custo global do IPCE encerrouo ano com uma discreta variação acu-mulada de 0,07%, enquanto a doIGP-M ficou em 0,32%. O preço dotubo soldável de cobre classe E (Ø =22 mm) passou de R$ 17,43 para R$18,11/m, o que equivale a 3,92% deaumento. No ano, o preço do tubo decobre acumulou alta de 66,07%.Também sofreram aumentos os pre-ços do lavatório de louça, que passoude R$ 30,68 para R$ 31,31/un, e doeletroduto de PVC roscável, com altade 2,39%.

Embora mais de um terço dosmateriais da cesta de insumos doIPCE tenham apresentado reajustesuperior à variação, não houve conse-qüência sobre o índice global, que semanteve estável.

SSuuppoorrttee TTééccnniiccoo:: para tirar dúvidas ou solicitar nossos Serviços de Engenharia ligue para (11) 3352-6402 ou escreva para Editora PINI, rua Anhaia, 964, 01130-900, São Paulo (SP). Se preferir, envie e-mail:[email protected]. Assinantes poderão consultar indíces e outros serviços no portal www.piniweb.com

IPCE globalIPCE materiaisIPCE mão-de-obra

Índice PINI de Custos de Edificações (SP)Variação (%) em relação ao mesmo período do ano anterior

35

30

25

20

15

10

5

0

76

8

2

6

3

97 54

9 9

566 7

7

62

5

9 7,276,676,12

76

88,69

5,40

2,08

7 76 6

8 876

8

Dez/05 Fev Abr Jun Ago Out Dez/06

TÉCHNE 118 | JANEIRO DE 2007

Data-base: mar/86 dez/92 = 100Mês e Ano IPCE – São Paulo

gglloobbaall mmaatteerriiaaiiss mmããoo--ddee--oobbrraaDDeezz//0055 110044..006644,,6677 5500..117722,,1122 5533..889922,,5566jan 104.553,74 50.661,19 53.892,56fev 105.110,20 51.217,64 53.892,56mar 104.327,62 50.435,06 53.892,56abr 104.425,80 50.533,25 53.892,56mai 109.352,73 52.161,98 57.190,76jun 110.471,04 53.280,28 57.190,76jul 110.411,03 53.220,27 57.190,76ago 110.432,28 53.241,52 57.190,76set 110.443,36 53.252,61 57.190,76out 110.677,85 53.487,10 57.190,76nov 110.937,11 53.746,35 57.190,76DDeezz//0066 111111..001100,,5599 5533..881199,,8833 5577..119900,,7766Variações % referente ao último mêsmês 0,07 0,14 0,00acumulado no ano 6,67 7,27 6,12acumulado em 12 meses 6,67 7,27 6,12Metodologia: o Índice PINI de Custos de Edificações é composto a partir dasvariações dos preços de um lote básico de insumos. O número índice é atualizado porpesquisa realizada em São Paulo (SP). Período de coleta: a cada 30 dias com pesquisana última semana do mês de referência.Fonte: PINI

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141414141414

Envie sua pergunta para a Téchne.Utilize o cartão-resposta encartado na revista.IPT RESPONDE

TÉCHNE 118 | JANEIRO DE 2007

Pastilha sobre drywallQue argamassa devo utilizar para assentarpastilhas cerâmicas de 10 x 10 cm sobreparedes de gesso acartonado? Henrique Candeia Formiga

João Pessoa

Para aplicações usuais de materiais cerâ-micos em paredes de gesso acartonadorecomenda-se argamassa colante tipoACII ou ACIII. Para aplicações específi-cas, caso de placas cerâmicas de grandesdimensões ou material cerâmico com

absorção de água muito baixa, são indi-cadas argamassas mais flexíveis, ou tipode pastas de resina, que conferem ade-rência elevada.Quanto às juntas,devemser respeitadas as dimensões recomen-dadas pelo próprio fabricante da placacerâmica; no que se refere aos cantos deparedes ou encontros com o piso e oforro,podem ser aplicados vedantes fle-xíveis, porém não é condição indispen-sável, desde que sejam deixadas juntasnos encontros, para aplicação do mate-

Pastilha de vidroQue cuidados devem ser tomados naaplicação de pastilhas de vidro emfachadas? O que deve prever o projeto?Giacomo Siciliano Neto

por e-mail

Pastilhas de porcelana,usualmente comdimensões de 2 x 2 cm, são bastante in-dicadas para o revestimento de facha-das, em função da impermeabilidadeconferida às paredes e da durabilidade.Embora com superfície muito lisa e po-rosidade quase desprezível, o materialde rejunte presente nas bordas das peçasfavorece a sua aderência com a base;pelas pequenas dimensões das peças,particularmente no caso de pastilhascom cores claras, as movimentaçõestérmicas são bastante restritas, não che-gando, nos casos gerais, a prejudicar ir-reversivelmente a aderência com o pas-sar do tempo.Relativamente ao projeto,

rial de rejuntamento. Como cuidadoadicional,pode-se adotar nesses encon-tros um rejunte mais flexível. Em locaispúblicos, com excesso de uso e ação daágua, pode ser recomendável a aplica-ção de impermeabilizante sob o revesti-mento cerâmico; neste caso deve-seempregar argamassas especiais ou pas-tas de resina de alta aderência.Cláudio Vicente Mitidieri Filho

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Construído)

há que se destacar inicialmente a neces-sidade de modulação horizontal e verti-cal, evitando-se o corte das peças, intro-dução de peitoris,molduras, frisos,pin-gadeiras e outros detalhes visando difi-cultar deposição de fuligem, evitar es-corrimentos concentrados de água,manchas e desagregação do material derejuntamento, etc. Em panos muito ex-tensos é sempre interessante a introdu-ção de juntas de dilatação, para mini-mizar os riscos de que problemas das al-venarias venham a refletir-se no revesti-

mento cerâmico. Quanto à execuçãoexiste a necessidade de que as basesapresentem boa resistência e coesão, eque sejam bem regularizadas porque afina camada de argamassa colante pra-ticamente não tem a capacidade de ab-sorver desalinhamentos, irregularida-des de plano e outras imperfeições. Ar-gamassas colantes devem ser especial-mente formuladas com adesivos decontato (resina acrílica, SBR, etc.), peloproblema anteriormente comentadodas superfícies lisas/pouca porosas.Paraevitar desalinhamentos ou dentes entreos painéis subseqüentes (com dimen-sões em torno de 30 x 30 cm), há neces-sidade de mão-de-obra muito habilita-da, mais até do que no caso de assenta-mento de placas cerâmicas individuais.Ercio Thomaz

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CARREIRA

Se existe alguém com muita expe-riência em cálculo de estruturas em

concreto armado e protendido,essa pes-soa é Augusto Carlos de Vasconcelos.Nofinal da década de 1930, quando termi-nou o colegial e se preparava para fazeros exames da faculdade,até cogitou cur-sar Biologia ou Música, mas ele temiaque isso não lhe sustentasse.A engenha-ria não o deixou rico, mas ele garanteque lhe trouxe satisfação pessoal.

Com incentivo dos tios, donos deuma construtora no Rio de Janeiro, es-colheu a engenharia. Mudou-se deSantos para São Paulo, para prestarexames para o curso de EngenhariaMecânica-Eletricista na Escola Politéc-nica da USP (Universidade de SãoPaulo).Sua intimidade com a Física,es-pecialmente com eletromagnetismo,pesou na decisão. Formado, porém,tornou-se pesquisador do IPT (Institu-to de Pesquisas Tecnológicas do Estadode São Paulo), na seção de Verificaçãode Estruturas. Seu diploma lhe dava odireito de trabalhar na área. A partirdali, nunca mais deixaria de trabalharcom estruturas.Ele gostou da idéia,masnão havia estudado temas como Con-creto e Estradas na faculdade. Partiupara mais um ano de faculdade de En-genharia Civil, também na Poli-USP,para complementar sua formação.

Com o passar do tempo, Vasconce-los começava a ficar descontente comseu emprego no IPT. Foi quando come-

Augusto Carlos deVasconcelosCuriosidade do engenheiro o transformou em um dos primeirosprofessores de estruturas de concreto protendido do País

Augusto Carlos de VasconcelosIdade: 84 anosGraduação: engenharia mecânica-eletricista em 1946 e engenhariacivil, em 1948, ambas pela EscolaPolitécnica da USPEspecializações: tese de doutoradosobre modelos fotoelásticos, pelaAlexander Von Humboldt Stiftung(Alemanha), em 1956Empresas em que trabalhou: IPT,Escola Politécnica, UniversidadeMackenzie, ProtenditCargos que exerceu: professor-assistente de "Cálculo Diferencial e Integral" e "Cálculo Vetorial", naPoli-USP; e de Física I e II na FEI;professor da disciplina "Resistênciados Materiais, Estabilidade dasConstruções", na Poli-USP

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çou a procurar outros serviços. Umprofessor da Poli-USP ficou sabendo ese ofereceu para ajudar o engenheiro.Passou à responsabilidade de Vasconce-los uma obra que ele faria na IgrejaNossa Senhora do Jaguaré, zona Oesteda São Paulo. Ele receberia, ao final deseis meses,menos da metade do que ga-nharia como pesquisador do IPT, masaceitou o desafio. Mais de 50 anos de-pois, ainda agradece a gentileza do pro-fessor John Ulic Burke Jr., que, além deter lhe indicado o serviço, ainda lhedava as chaves de seu escritório paraque ficasse durante a noite desenvol-vendo os projetos da igreja e consultan-do, se necessário, a bibliografia e o ar-quivo de projetos que guardava. "Eusempre o admirei por causa disso, pelaforma nobre de ele atuar."

Com Burke, Vasconcelos apren-deu a formatar e apresentar projetos.A desenhar,aprendeu com um não-en-genheiro, funcionário surdo do DER(Departamento de Estradas de Roda-gem) que fazia "bicos" desenhandoplantas para obras.Vasconcelos garanteque,apesar das dificuldades de comuni-cação,aprendeu com ele,e não na facul-dade, a fazer melhor os desenhos dasplantas.Ao final da obra, mesmo com abaixa remuneração, o engenheiro reco-nhece que o trabalho não foi perdido."Fiz 48 plantas nesses seis meses eaprendi a fazer os desenhos. Desenhan-do a gente aprende", conta. "Foi um

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Obras marcantes de queparticipou: Edifício Sumitomo eShopping Top Center (ambos naavenida Paulista, em São Paulo),Banco Itaú, na rua Boa Vista (SP) eponte sobre o Rio Tocantins (GO)

Obras mais significativas daengenharia brasileira: Ponte sobre o Rio do Peixe (SC), EdifícioManhattan (RJ), Cúpula Elíptica de Concreto Armado do HotelQuitandinha (RJ) – todos recordes mundiais

Uma realização profissional: terfundado a primeira fábrica brasileirade pré-moldados em concretoprotendido de fios aderentes

Mestres: John Ulic Burke Jr., HubertRüsch, Ernst Mönch, Nilo Amaral eTelemaco Van Langendonck, de quemfui assistente na Faculdade deArquitetura e Urbanismo da USP

Por que escolheu serengenheiro: gosto pela física e pelamatemática, aliado ao incentivo dostios, donos de uma construtora

Dez questões para Augusto Carlos de VasconcelosMelhor escola de engenharia:hoje, a Escola de Engenharia de SãoCarlos, da USP, com umaextraordinária produção científica

Um conselho ao jovemprofissional: aprender os conceitosda engenharia, já que a parte braçal,de cálculos, é tarefa para ocomputador executar

Principal avanço tecnológicorecente: concreto compactado comrolo, para uso em barragens, econcreto auto-adensável

Indicação de um livro: "OConcreto Armado no Brasil", de minhaautoria, Editora PINI, e as obras doprofessor Telemaco Van Langendonck

Um mal da engenharia: oformando sair da escola sem vivênciaprofissional e começar a usar ocomputador sem saber o que estáfazendo. Isso é agravado pelo métodode contratação dos construtores, quese baseia mais em preço do que nainteligência e pragmatismo doengenheiro projetista

irregulares, usando conceitos de fotoe-lasticidade. Ele explica: era possível cal-cular tensões em peças com forma debarra – como pilares e vigas – ou de pla-cas – como as lajes.Fora desse padrão,sócom métodos experimentais como o dafotoelasticidade, verificando os desviosde luz polarizada em modelos transpa-rentes. Hoje, Vasconcelos reconhece, denada adiantou, no Brasil, seu trabalhode doutorado. Com a falta de equipa-mentos para ensaio no País, utilizou seuconhecimento apenas uma vez,em umaobra do Banco Itaú na Rua Boa Vista,em São Paulo. Mais tarde, o advento docomputador enterraria de vez as neces-sidades desse tipo de ensaio.

A estada na Alemanha, porém, teveoutra utilidade para Vasconcelos. Para-lelamente ao trabalho de doutorado,eleparticipou das aulas sobre concretoprotendido dadas pela segunda vezapós a Segunda Guerra Mundial. Oprofessor Hubert Rüsch, que dava ocurso, conta Vasconcelos, tinha muitaprática no assunto. Quando voltou aoBrasil, traduziu as apostilas do alemão edeu aulas na cadeira de Concreto Pro-tendido, aberta pelo curso de Engenha-ria Civil da Universidade Mackenzie.

Montou um escritório de cálculo es-trutural de concreto protendido e aven-turou-se no campo industrial. Criou aprimeira empresa brasileira de estrutu-ras pré-moldadas de concreto protendi-do de fio aderente,a Protendit.Nela tra-balhou por sete anos, mas, por proble-mas financeiros, teve que se desfazer daempresa. Continuou com seu escritóriode cálculo de estruturas por 38 anos.

Acabou não trabalhando com ostios, que o incentivaram a entrar naengenharia. Ele fica aliviado: "Lá, euseria um simples empregado. Foi me-lhor trilhar um caminho independen-te", afirma.

Renato Faria

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jeito muito duro, penoso – mas o único– de aprender. Eu estava, na realidade,pagando aulas, e não recebendo remu-neração pelo serviço. Aulas muito me-lhores do que as que eu havia recebidona Escola Politécnica", brinca.

Uma tecnologia recente no campodas estruturas despertava sua curiosi-dade. Ninguém sabia dizer exatamenteo que era, na época, o concreto proten-dido. No curso de engenharia civil nãoexistia essa cadeira; livros sobre o assun-

to, eram raros. "O pouco que eu ouviem palestras não esclareceu nada", ex-plica Vasconcelos. Uma oportunidadesurgiu e ele foi trabalhar como profes-sor assistente de cálculo na Poli-USP.Em 1954, veio um convite para umabolsa de doutorado na Alemanha.

Partiu para Munique, mesmo semfalar bem alemão, e lá desenvolveu emprazo recorde de 14 meses sua tese dedoutorado. Era sobre métodos experi-mentais de cálculo de tensão em peças

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MELHORES PRÁTICAS

Escoramento remanescenteDesempenho da estrutura e ausência de patologias em demais sistemasdependem diretamente do planejamento eficaz dessa estrutura provisória

PosicionamentoA parte inferior das fôrmas devecontar com marcas que determinem o posicionamento correto das escoras.A colocação das escoras deve ocorrerantes do lançamento do concreto. A tarefa deve ser executada pelooperário que acompanha aconcretagem sob a laje.

PlanejamentoO plano operacional para oescoramento remanescente devecontar com projeto próprio,implicando diretamente naspropriedades do concreto. Osprincipais itens são o ciclo deconcretagem, as características do concreto ao executar a lajeimediatamente acima, a sobrecargade utilização das lajes, o pesopróprio, as características e oposicionamento das escoras e aquantidade de jogos necessários.

Organização prévia

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No dia do lançamento do concreto asescoras já devem estar posicionadas noslocais determinados pelo projetistaestrutural. Um dia antes, devem ser

retiradas do andar mais baixo que aindacontar com escoramento residual e, porser mais antigo, já apresenta resistênciasuficiente.

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Norma de referência: NBR 14931 – Execução de estruturas de concreto – Procedimento, em vigor desde abril de 2004Colaboração: engenheiro Paulo Assahi, da Assahi Engenharia, engenheiro Ricardo França, da França & Associados, e Cyrela Brazil Realty

Apoio remanescente

ApertoA migração das cargas do cimbramentooriginal para o remanescente tem que sernatural, com distribuição uniforme, apartir do descimbramento. Para tanto, oaperto das escoras contra a laje deve sermanual, apenas pressionando-as contra afôrma de modo que não sobrem espaçosvazios nos apoios e, tampouco,introduzam esforços danosos.

Migração das cargas

Por todo o período de cura, ao menos28 dias, as escoras remanescentesdevem permanecer intactas, evitandoinclusive qualquer reposicionamento.Isso é importante devido à

consideração, no dimensionamento,de que as cargas são "distribuídas", oque exige distância limitada entre asescoras, independentemente dacapacidade delas.

Após comprovação das características doconcreto, respeito aos procedimentos deprojeto e autorização do responsável pelaobra, o escoramento remanescente podeser retirado. No entanto, a retirada deve

ser realizada na seqüência indicada,transferindo corretamente as cargas para os apoios, mantendo a integridade e o bom desempenho da estrutura semesforços não previstos.

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ENTREVISTA

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NILTON NAZAR

Formado em engenharia civil pelaEscola de Engenharia Mauá, em1972, Nilton Nazar projeta fôrmashá 24 anos. Sua carreira começa em1973, como assistente técnico deengenharia da Jubran Engenharia.De 1974 a 1975 foi engenheiro deobras da construtora Bracco Thomé.Ainda em 1975 transferiu-se para aconstrutora Inc. Fresno, onde eraengenheiro coordenador. De 1976 a1982 foi coordenadorsuperintendente do ConsórcioTécnico de Engenharia e ArquiteturaLtda. De lá saiu para fundar a Hold-Pemarc Engenharia Ltda., onde édiretor geral. É também bacharelem administração de empresas peloMackenzie e pós-graduado emPolítica e Estratégia pela USP(Universidade de São Paulo), alémde ter cursado a Escola Superior deGuerra. Em 2006, concluiumestrado em Habitação pelo IPT(Instituto de Pesquisas Tecnológicasdo Estado de São Paulo).

Fator fôrma

Ao contrário do que se poderiaimaginar, o advento das fôrmas

industrializadas aumentou a impor-tância do projetista de fôrmas, e isso sedeve a fatores como prazos de execu-ção, partidos estruturais e segurança.Bem diferente de apenas pensar emcomo manipular as fôrmas – de qual-quer material – de modo que garantao formato desenhado pelo projetistade estrutura, esse profissional deveconsiderar custos de materiais, produ-tividade da mão-de-obra e exigênciasarquitetônicas, dentre outros elemen-tos. Ao analisar tais dados, tem comosugerir mudanças estruturais, poden-do até modificar todo o projeto e in-fluenciar significativamente no orça-mento.Para definir responsabilidades,um grupo se organizou para elaboraruma norma nacional para sistemas de

fôrmas e cimbramentos. Compostopelos mais variados representantes, ogrupo deve concluir o texto em, pelomenos, um ano, segundo contou Nil-ton Nazar, entrevistado desta ediçãoda Téchne. Ele aponta uma tendênciade especialização nesse setor e a im-portância crescente que a assistênciatécnica vem ganhando como critériode seleção dos fornecedores. Os proje-tistas não querem assumir sozinhos aresponsabilidade por todo o sistema,recorrendo ao apoio das empresas.Nazar prevê também mudanças noscustos, uma vez que o desempenhodas fôrmas influencia muito os de-mais sistemas da construção. A segu-rança também deve virar prioridade, eos casos de colapsos de fôrmas e esco-ramentos devido ao mau dimensiona-mento tendem a diminuir.

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O que justifica, técnica efinanceiramente, contratar umprojeto de fôrmas?Tecnicamente, justifica-se por propi-ciar uma estrutura com desempenhoadequado, pois o bom dimensiona-mento das fôrmas implica boa execu-ção. Do ponto de vista econômico, aracionalização no uso dos materiais.

Quais as diferenças entre uma obraque contou com projeto e outra que não?As diferenças são enormes porque oprojeto concebe todos os encaixes, ra-cionaliza os cortes e a quantidade demadeira em função do dimensiona-mento e do reaproveitamento.Sem pro-jeto, pode custar três ou quatro vezesmais. Um mestre-de-obras com muitaintuição e experiência pode até imitar ascaracterísticas de um projeto tradicionale diminuir um pouco a diferença.

Principalmente para o custo domaterial e da mão-de-obra?Exatamente, pois o projeto concebe oescoramento e o cimbramento e en-volve o processo construtivo, poden-do determinar a estrutura. Deve enfa-tizar os critérios de reescoramento eos vincular ao ciclo de execução e à re-sistência do concreto. Se o projeto defôrmas começar na fase de concepçãoestrutural, viabiliza a escolha do siste-ma adequado. Ou seja, em função doscustos de compra ou locação e dosprazos, pode compensar alterar oprojeto estrutural.

Isso define se o sistema será metálicoou em madeira?O prazo é o maior influenciador.Quando muito longos, inviabilizam alocação, mas há construtores que, porcultura ou hábito, preferem cimbra-mento metálico. No caso de pilares evigas é difícil viabilizar fôrma metáli-ca em edifícios tradicionais, e costu-mamos adotar lajes com muitas vigas,ao contrário dos Estados Unidos e daEuropa. Usamos mais em grandes re-servatórios e cortinas, mas é uma boasolução técnica quando não há pre-dominância de vigas e é economica-mente viável.

Então o uso de cimbramento metálicosó se justifica em função do prazo?Peças muito altas, como lajes entre 4,5e 6 m de altura, já justificam o uso,assim como vigas muito pesadas, detransição, e mesmo tradicionais. Masem pés-direitos menores a madeira ébastante competitiva, sendo possível,embora um pouco complicado, fazerpés-direitos altos em madeira.

Devido à disponibilidade do metálicoem grandes centros, como São Paulo,o cimbramento em madeira estárealmente em desuso?Tem voltado, principalmente em pavi-mentos-tipo, quando o prazo de utili-zação é longo e a madeira pode servantajosa. Alega-se que o metálico trazmaior produtividade, o que eu nãoacredito, pois este se associa ao hábitoda mão-de-obra e ao empenho do en-carregado e do engenheiro. Obtive ín-dices com garfos de madeira tão oumais altos do que com cimbramentometálico. Ainda assim, vi um fornece-dor falando que a produtividade deleera muito maior que a da madeira. Noentanto, os números que constato sãoum terço abaixo dos que ele anunciava.

Como avaliar a produtividade real?Como disse, depende muito do hábitoda mão-de-obra e não tanto do sistemapropriamente dito. Tenho obras cujosíndices de produtividade estão em tornode 0,47 hh/m2, com madeira nas vigas ecimbramento metálico só nas lajes. Du-vido que um cimbramento metálico al-cance valores melhores que esse.

Então o gargalo é a mão-de-obra?É a veracidade desse ponto, que os for-necedores destacam, que acho difícilavaliar. Nossa mão-de-obra absorvefacilmente sistemas novos e logo en-grena a produtividade desejada, masmuitas vezes as equipes são formadasno início da obra. Ao comparar siste-mas para vigas, as produtividades seequivalem. Isso se a madeira não ga-nhar, porque é passada de um andarpara o outro sem guincho.

Depende da experiência doconstrutor e do projetista?

A produtividade equivale para sistemasbem projetados e a decisão depende dacultura da empresa e do prazo. Nor-malmente o cimbramento é compostode torre, vigas principais e barrotes,cada um com um peso médio. Então,posso tirar os barrotes e economizarquase 70% do custo de locação.

Aí a vantagem da madeira passa a serindiscutível?Não chega a 70% porque tem o custoda madeira,mas a vantagem é grande e,se a obra se prolonga, a diferença émaior ainda. Quando o ciclo de utiliza-ção é menor e o cronograma é seguido,o metálico é vantajoso em andares atí-picos, já que é usado por menos tempo.O que não dá é para adaptar o sistemapara lajes com vigas, pois a interfaceentre os sistemas é complicada e nor-malmente não fica boa.

Onde é viável o uso de fôrmasmetálicas?Em grandes reservatórios, obras públi-cas, cortinas de concreto, obras quetêm os dois lados livres e a torna maiseconômica. Para edifícios, há a fôrmatipo túnel, que dispensa alvenaria, masé um uso específico e que implica usargrua. Fiz uma obra em São Paulo, comprazo curto, onde usei chapa metálica.Enchi os pilares, fiz armação das vigas,loquei as chapas e o cimbramento,concretei e em 12 dias devolvi. Ficoumais barato por que o prazo viabilizou,mas a análise é feita caso a caso.

Qual a linha de raciocínio a seguirpara a escolha correta?No caso de um pilar cilíndrico,se o prazoé menor que um mês, pode ser melhorlocar metálico. Se o prazo for maior, afôrma de papelão passa a ser uma ótimasolução. Se usar muitas vezes, a não serque o arquiteto queira a textura do pape-lão, pode fazer com madeira. O que nor-teia a decisão é prazo e custo,um em fun-ção do outro e considerando fôrmas in-deformáveis e adequadas.

Os construtores se queixam das multase acréscimos por perdas e danos empeças quando da devolução. Comocontrolar esse problema?

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Organizando rigorosamente o recebi-mento e a devolução, que é sempremotivo de desgaste, além de acompa-nhar a obra para que não se percampeças. As empresas não têm maneiraspráticas de fazer o inventário e acusamfalta ou danos em várias peças. Depen-de muito da relação do fornecedorcom o cliente, mas há quem deixe delocar por esses motivos.

Quais os principais problemasenfrentados com fôrmas em geral?O principal é a falta de bom treina-mento da mão-de-obra, que danificaequipamentos por mau uso e é focode desperdício. A desenforma é feitade maneira errada, sem cordas ou cu-nhas, o que danifica as peças. Umachapa que cai e tem o canto amassa-do sofre infiltração de umidade, oque danifica e influencia sua vidaútil. Daí o fornecedor diz que é devi-do a mau uso e que a garantia sócobre problemas referentes à resis-tência à abrasão e à colagem das lâ-minas do compensado.

Existem problemas com os itensgarantidos?Claro,a tecnologia de fabricação das cha-pas é muito complexa e delicada. Bastaqualquer pequena diferença no processopara a chapa apresentar defeitos na pren-sagem ou colagem, resultando em bo-lhas, por exemplo. Daí a resistência e acolagem são prejudicadas e a garantia éobrigada a repor o material. A grandequantidade de material perdido e consi-derado desqualificado fez alguns fabri-cantes de fôrmas saírem do mercado.

Ter carpintaria em canteiro é semprenecessário?Existem três modalidades: encomendaro projeto e bater a fôrma na carpintariada obra, pedir o projeto ao fornecedorde fôrma pronta ou pedir ao projetista eexecutar com esse fornecedor.

E o que determina a decisão?A confiança no consultor de fôrmas,que não é um mero projetista de painéise implica todo o processo construtivo,podendo sugerir o esquema de reesco-

ramento.Tem que verificar o corpo téc-nico do fornecedor para esse tipo de as-sessoria. No fim, o que determina é acultura e o hábito da empresa, já que al-gumas preferem interferir diretamenteno processo, escolhendo até as tiras doreescoramento.

O mais comum é deixar na mão doprojetista de fôrmas?Sim, mas infelizmente muitos fornece-dores, principalmente de madeira, nãotêm corpo técnico nenhum e acabamapenas fornecendo material.

A mão-de-obra está preparada paraassimilar novidades?As novidades dependem muito da ma-neira como são implementadas no mer-cado. Nossa mão-de-obra, apesar demalqualificada e de resistir inicialmente,tem facilidade para absorver novos siste-mas e até sugerir alterações de projeto.

E os construtores?Têm toda condição de absorver e estãoávidos por novidades e boas soluções,

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desde que viáveis economicamente,mas muitas vezes imitam outras cons-trutoras. Os orçamentos estão aperta-dos, então todo mundo está atrás debons comparativos de custos. No en-tanto,como grande parte das empresasnão tem mão-de-obra própria, toda ateoria de produtividade é esquecida aoescolher um empreiteiro qualquer.

O estudo de fôrmas pode alterar opartido estrutural?Sim, pode. Em uma obra da qual par-ticipei conseguimos reduzir em 32% ovolume de concreto, sem contar o aço,apenas modificando o partido estru-tural da laje maciça para nervurada. Aconstrutora gastou um pouco maiscom fôrmas, mas que se repetem. Pro-jetar não é simplesmente dimensionara madeira para vestir o concreto.

Alterar o sistema de fôrmas não émais comum?Isso depende de variáveis que às vezessão decisões exclusivas do construtor.Numa outra obra, a proposta inicial

previa cubetas e vãos de 12 m, comvigas chatas. Passamos para uma solu-ção diferente, que deu uma diferençateórica de 30% nos custos e que foi atémaior na obra. Mas o construtor nãoqueria locar o sistema porque o ciclo deconcretagem era de 15 dias. Nesse caso,o que pesou na solução não foi a escolhado sistema, mas o volume e o prazo.

O construtor tem que exigir essa par-ticipação do projetista?

O projetista estrutural tem que traba-lhar junto com o de fôrmas e deve estara par de custos de locação e outros de-talhes,além de considerar inúmeras di-ferenças, inclusive arquitetônicas.

Para que lado se desenvolve e o que determina o crescimento dosetor de fôrmas?Começam a aparecer materiais novos,como o papelão, o polipropileno e oPVC. A utilização adequada depende

Com o advento da norma de fôrmas e cimbramentos, o escoramento e o reescoramentode lajes, sejam metálicos ou em madeira, ganharão metodologia baseada em conceitospadronizados a fim de definir responsabilidades e extinguir acidentes e patologias

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de análises criteriosas de custos e, àsvezes, da própria estrutura. O modis-mo de fazer lajes com grandes vãos sedeve à introdução, principalmente naárea residencial, do drywall, mas nãoacho que seja uma evolução ou ten-dência. O mercado está mudando,mas não se sabe para onde.

Tem visto novidades em canteiro quepodem vir a ser referência futura?Em termos de materiais, os compensa-dos evoluíram em qualidade, com gra-matura maior para resistência à abrasãoe colagem, para atender prédios altos,com mais de 28 pavimentos. Outra no-vidade, mas que também não acho queseja tendência, é o uso de fachadas pré-moldadas mesmo em edifícios para clas-se média. Especificamente para fôrmasnão tenho visto nada promissor.

Há um movimento pela normatizaçãodos sistemas de fôrmas?Representantes de vários setores, inclu-sive eu, foram convidados a fazer parteda norma brasileira que está sendo cria-

da para fôrmas e cimbramentos. Temque haver uma interface com as já exis-tentes normas de madeira e metálica.Aspropostas estão sendo apresentadas e otexto leva mais um ano, pelo menos.

Como isso altera o mercado?Haverá mudanças nos critérios de di-mensionamento, de adoção de sobre-cargas para cargas verticais, para deter-minar o que é carga horizontal de pres-são,para dimensionar as tensões de tra-balho e as admissíveis,passando do mé-todo atual determinístico para o proba-bilístico. Será parecida com a mudançaocorrida na norma de concreto.

Vai ficar mais ousada?A idéia é tornar mais econômica,alcan-çando critérios mais racionais e visan-do a economia.Não sei até onde o mer-cado vai absorver, porque os fornece-dores de madeira, com raríssimas exce-ções, são muito pouco técnicos e o em-pirismo impera. A norma vai forçar aturma a ficar um pouco mais técnica,pois traz critérios de dimensionamen-

to, como a sobrecarga em lajes a seremconcretadas. O maior problema é apouca atenção nas universidades.

Nenhuma escola conta com essa disciplina?A Escola de Engenharia Mauá tem, mastenho a impressão que na Escola de En-genharia de São Carlos tem mais,porquea maior parte da bibliografia para minhatese veio de lá. Com 60% dos colapsosem obra sendo decorrentes de mau di-mensionamento, isso tem que mudar.

Esse volume de acidentes tem a vercom ciclo de execução?Não, é cimbramento mal-executadomesmo. Acontece muito acidente, comcolapsos durante a concretagem, quesão encobertos. Há pouquíssima for-mação nessa área e a norma vai ser umpasso grande para mudar isso.

Vai aumentar a responsabilidade dosprojetistas de fôrmas?Eles vão ter uma carga um poucomaior, mas sairão do empirismo e não

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irão se basear apenas na experiência.Temos o hábito, por exemplo, de sóusar o compensado de 18 mm quandopoderíamos adotar o de 15 ou 12 mmdesde que mudássemos a quantidadede escoramento e considerássemos obarroteamento da fôrma. Esses crité-rios serão normatizados.

Como preparar o canteiro e planejar orecebimento das fôrmas metálicas?Reservando um espaço adequado e sa-bendo receber, verificando as condi-ções e preenchendo um romaneio detodas as peças. Se estiver amassado,tem que informar no canhoto da nota.Ao devolver, a mesma coisa.

Existe, de fato, uma diminuição decustos para execução de alvenaria eemboço quando do uso de sistemasindustrializados de fôrmas?Diz-se que fazer laje plana sem vigas eusar equipamentos metálicos resultanuma alvenaria mais precisa. Do con-trário, as vigas podem sair do lugar eexigir engrossamento do revestimen-

to. Nesse sentido é econômico, mas seambas forem indeformáveis, dá namesma. Para usar metálica, tem quetirar a viga, o que envolve a concepçãoestrutural. Isso, num pavimento-tipo,aumenta o consumo de concreto e aço,porque a espessura aumenta, masgasta menos fôrma, que repete e temmenor incidência. Daí dizer que gastamenos mão-de-obra, mas é difícil ava-liar quanto de economia se obtém.

No seu caso, o que a vivência decanteiro diz?Eu, particularmente, acho que lajesgrandes, sem vigas e com vãos maioresencarecem a estrutura. Se isso traz be-nefícios para a alvenaria, por exemplo,é outra conversa. O que vejo são gran-des lajes apresentando deformações epatologias, muitas decorrentes de cri-térios inadequados de reescoramento,que são mais graves em lajes grossas.

Há consenso acerca dos critériospara reescoramento?As normas americanas apresentam cri-

térios diferentes do que boa parte dosprojetistas daqui adota, já que analisamas cargas durante a execução da própriaestrutura. Aqui, há quem pense tantoque o reescoramento deve ficar juntocom a concretagem da laje, como quemdiga o contrário, que deve desenformare deixar o reescoramento com cargazero, posicionando-o quando a laje játeve a primeira deformação. É uma di-ferença de conceito enorme e vamostentar padronizar na norma.

Essas mudanças conceituais envolvemas características do concreto?A resistência do concreto tem que serpensada em função do ciclo. Ou seja, seé de sete dias, seria bom que, nessa data,tivesse atingido a resistência de cálculo,e não 70% do desejável. Isso é tantomais grave quanto mais grossa é a laje,pois em lajes pequenas a transmissão émenor. O projeto de reescoramentoexige participação do construtor, doprojetista de estrutura, de fôrma e, àsvezes, do fornecedor de escoramento.

Bruno Loturco

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FÔRMAS DE MADEIRA

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Fim do improvisoProjeto e assistência de profissionais mais experientes garantem boaprodutividade na fabricação e montagem das fôrmas de madeira. Caso a opçãoseja por sistema pronto, construtor tem grande número de alternativas

Há uma série de explicações para ofato de, no Brasil, a madeira ser

um dos materiais mais utilizados parase fazer fôrmas para estruturas de con-creto. Além de características físico-químicas apropriadas para essa aplica-ção,como resistência,estabilidade,nãotoxicidade e aceitável variação dimen-sional quando submetida à variação detemperatura, trata-se de um sistemafacilmente dominado pela mão-de-obra – carpinteiros e montadores – erequer equipamentos simples.Aliado atudo isso, a fôrma de madeira é versá-til, permite seu aproveitamento em di-ferentes elementos estruturais, e pode

ser reutilizada, reduzindo os custoscom a execução da estrutura.

Para trabalhar com fôrmas de ma-deira, as construtoras têm à sua dispo-sição duas opções: adquirir chapas demadeira ou de compensado para pro-duzir as fôrmas no próprio canteiro, apartir de um projeto específico, oucomprar o sistema pronto. Há, ainda,uma terceira via, mais rara, que é a ela-boração de um projeto de fôrmas,cujas peças serão fabricadas por umaempresa de fôrmas prontas. Entreessas opções, não há um consensosobre qual método é melhor. "É preci-so considerar a cultura da construto-

ra.Algumas se dão bem com o sistemapronto. Outras preferem produzi-la",pondera o projetista Nilton Nazar, di-retor da Hold Engenharia.

Em São Paulo, o sistema industria-lizado, que começou a ser oferecido emmeados da década de 1970, já é maisutilizado que o modelo tradicional.Usualmente são empregadas madeirasserradas ou chapas compensadas plas-tificadas ou resinadas nas dimensões2,20 x 1,10 m e 2,44 x 1,22 m e espessu-ras que variam entre 6 e 21 mm.A tole-rância dimensional aceitável é de ± 2mm (largura e comprimento). "Em ci-dades não atendidas por fornecedores,

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são os próprios operários, sob supervi-são de um mestre-de-obras, que pro-duzem as fôrmas, com ou sem projetoespecífico", diz o projetista de fôrmasPaulo Nobuyoshi Assahi, sócio-diretorda Assahi Engenharia.

Qualquer que seja o local de fabri-cação, melhorar o aproveitamentodas fôrmas e garantir que resistam àscargas verticais e laterais até que oconcreto tenha condições de suportá-las depende de uma série de cuidadose ações. A começar pela especificaçãodo sistema e dos materiais a serem uti-lizados, que preferencialmente deve

Dicas1) A produtividade decorre diretamenteda escolha correta do sistema e dotreinamento da mão-de-obra. 2) Deve-se procurar o sistema maiseconômico, nunca o mais barato. Afinal, aqualidade da estrutura resultanteinfluencia os custos dos outrossubsistemas que compõem a construção.3) Todo equipamento exige manuseiosegundo o seu manual de procedimentosde execução e de inspeção. 4) A medida, o alinhamento e oesquadro dos painéis devem ficar dentroda tolerância dimensional estabelecida

no corte. Assim, é importante definir osprocedimentos de inspeção objetivos, demaneira que o próprio profissional possaatuar como conferente dos seus serviços. 5) Projetos de fôrmas são sempreimportantes para se tirar melhor proveito dasolução escolhida. Mas no caso de fôrmasfeitas em obra, é ainda mais importanteestudar e planejar as fôrmas para otimizar ocorte e reduzir as perdas. As bordas cortadasdevem ser seladas com tinta apropriada paraevitar a infiltração de umidade e elementosquímicos do concreto entre as lâminas,principal fator de deterioração.

ser respaldada por um projeto de fôr-mas. Este é, aliás, um item imprescin-dível quando se pretende racionalizara obra. "Ganhos de produtividadeconsideráveis podem ser conquista-dos a partir da produção idealizadapelo projetista", ressalta Assahi, querevela, ainda, que algumas construto-ras já conseguem índices de produti-vidade de 0,5 homem hora/m² comfôrmas de madeira produzidas emobra, valor seis vezes menor do queera conseguido há 30 anos. "Tempo edinheiro certamente são economiza-dos quando se otimiza o trabalho

6) O sistema de fôrma é normatizadopela NBR 14931 e é recomendado queseja dimensionado conforme as suasprescrições.7) Para evitar que a nata do cimentoescorra e o concreto perca resistência,não devem ser toleradas frestas, mas senão for possível, não poderão ter maisque 1 mm.8) É importante que todo sistema defôrma seja adquirido de empresa idônea,com devida apresentação da ART(Anotação de Responsabilidade Técnica)do Crea.

apresentando projetos com desenhossimples, claros e completos para seremutilizados pelo pessoal de campo",complementa o professor Carlito CalilJúnior, do Laboratório de Madeira ede Estruturas de Madeira da Escola deEngenharia de São Carlos–USP.

São igualmente determinantespara garantir a eficiência e a qualida-de das fôrmas o correto dimensiona-mento dos elementos, que deve seguiras recomendações da NBR 14931,além de boas práticas na hora da exe-cução. Essa etapa do processo é a maissuscetível a falhas que levam a danos

Algumas construtoras já conseguem índices de produtividade de 0,5 homem hora/m²com fôrmas de madeira produzidas em obra

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Fôrma com compensado plastificado:filme protetor deve ter boa resistênciapara garantir cerca de 30 reúsos

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Tabela 1 – FÔRMA FEITA EM OBRA X FÔRMA PRONTAFôrma feita em obra Fôrma pronta

Pontos fortes � Materiais empregados: quando produzida no � Facilidade para aquisição: basta o projetocanteiro, as opções de qualidade são maiores, estrutural para comprar um sistema de fôrma prontaprincipalmente para escolha das madeiras � Se o construtor quiser personalizar a sua fôrma,serradas, podendo-se obter o sistema é possível contratar somente a confecção commais adequado e durável apresentação do projeto de produção de fôrma� Facilidade de modificações: toda fôrma necessita � Produção industrial pode proporcionar melhorde modificações para reúsos até alcançar o aproveitamento das toras de madeirapavimento-tipo. Quando a fôrma for feita no canteiro, as operações para promover essas modificações sãomais práticas, mesmo porque a estrutura está pronta (bancada de carpintaria, equipamentos instalados etc.) e os responsáveis pela produção são os mesmos que fazem a montagem

Pontos fracos � Necessidade de espaço: é preciso ter � Nos locais mais distantes, o custo de transporteaproximadamente 50 m² para montar a carpintaria inviabiliza a aquisiçãoe outros 50 m² para estoque de materiais, nem sempre disponíveis no canteiro de obra� Gera mais resíduos

Fonte: engenheiro Paulo Assahi

O que motivou a Abrasfe e o CB-2 acriarem um Comitê de Estudos deFôrmas e Escoramentos? Existe uma dificuldade de se estabelecercritérios de projeto e dimensionamentode fôrmas e escoramentos, e oconstrutor só pode recorrer aoscatálogos das empresas. Assim, cadafabricante estabelece seus parâmetrosou utiliza as normas de seus países deorigem como baliza. Além disso, existeuma defasagem tecnológica e normativa.As fôrmas de madeira, em particular,sofreram grandes transformações nosúltimos 30 anos. Mudaram os materiais e os prazos das obras, sobretudo deedifícios. De um modo geral, as fôrmasdeixaram de ser produzidas pelacarpintaria, apenas com base nosprojetos estruturais. Surgiram projetosespecíficos de fôrmas, elaborados porprofissionais especializados, paradimensionar corretamente os sistemas,reduzir desperdícios e aumentar oreaproveitamento dos materiais.Pretendemos definir critérios paraprojeto, dimensionamento de fôrmas e escoramentos para estruturas de concreto que contemplem os diversos sistemas.

A tendência de uso de concretos comslump alto (bastante fluidos) mexecom as características das fôrmas?Sem dúvida. Quanto mais fluido for oconcreto, maior será a pressão exercidasobre as fôrmas. Além do slump, outrosfatores, como velocidade de lançamentodo concreto, também interferem napressão sobre as fôrmas.

De que modo o problema dasdeformações lentas está relacionado aomau uso de fôrmas e cimbramentos?Principalmente pela desenforma emcurto prazo (poucos dias) sem consideraras características do concreto, as cargasatuantes, o peso próprio. Tudo isso sem amanutenção do correto escoramentopermanente ou residual. Esse, a meu ver, é o aspecto mais relevante que estásendo debatido nessa tarefa de revisãodas normas. As ações presentes durantea construção de estruturas de edifíciosem concreto armado sãosignificantemente influenciadas peloprocesso construtivo. Os pavimentosrecém-concretados são suportados porpavimentos previamente concretados,por meio de fôrmas, escoras e escoraspermanentes ou reescoramentos. Se

houver fissuração prematura, ospavimentos terão maioresdeformações ao longo do tempo.

Quais os principais problemas danormatização vigente sobrefôrmas e escoramentos? A normatização não abrange asnecessidades atuais. São necessáriasmais orientações e definições dedimensionamento e diferenciar oscoeficientes de segurança de acordocom cada material de que é produzido afôrma ou cimbramento (madeira, aço,alumínio, etc.).

Norma geral

Wilton Taparelli ChadeDiretor técnico da Formaplan e membrodo Comitê de Estudos de Fôrmas eCimbramentos do CB-2

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por exigir pouca habilidade manual",destaca Paulo Assahi.

Assim como os cuidados com ouso, a qualidade dos materiais quecompõem as fôrmas está diretamenteassociada às possibilidades de reúso.Os painéis de compensado devemapresentar boa resistência à colagem eà abrasão, o que é conseguido com agramatura do filme de proteção.Cercade 30 usos podem ser obtidos, porexemplo, com compensado plastifica-do com superfícies revestidas comfilme fenólico de gramatura de 440g/m² e topos selados com resina im-permeabilizante. Vale lembrar que asfôrmas de madeira podem se tornarum item muito caro na composiçãodo custo da execução da estrutura

quando o seu reúso for limitado, outornar-se o item mais barato se explo-rar-se ao máximo o seu potencial dereutilização. "Em um andar atípico,com apenas uma utilização, a fôrmapode consumir 50% do orçamento deuma estrutura. Já em um edifício com28 pavimentos, onde haverá muita re-petição, ela pode custar apenas 5%",compara Nazar.

"Em situações em que é precisomoldar uma única laje, por exemplo, ocusto do sistema em madeira é muitosuperior ao de outros sistemas. Nessecaso, a melhor opção pode ser exe-cutá-la no sistema pré-laje, com aqui-sição de lajes pré-moldadas ou locarfôrma metálica, durante um prazocurto, que resultará na opção maiseconômica", exemplifica Assahi.

São recomendações pertinentestambém usar software de projeto e uti-lizar apenas madeiras reflorestadas,como pínus e eucalipto. A primeiramedida reduz os desperdícios e otimi-za o projeto; a segunda, claro, além deuma questão legal, é sobretudo de ca-ráter ambiental. "Os projetistas preci-sam fazer o dimensionamento dasfôrmas a partir das características dasmadeiras reflorestadas. É importantecomprar produtos de fabricantes comresponsabilidade ambiental compro-vada, ou exigir o selo ou documenta-ção de origem", conclui Nazar.

Juliana Nakamura

Resinada – Recebe resina fenólicapara resistir à água. Indicada para fazer fôrmas de concreto não-aparente.

Plastificada – Recebe acabamentocom filme plástico, conferindo-lhe ótima resistência à água. O númerode reutilizações depende daespessura do filme, mas geralmente é o dobro da chapa resinada. Confereao concreto aparente uma superfíciemais lisa e uniforme.

Tipos de chapas

� Verificar se as chapas não têmnenhum defeito, como bolhas nasuperfície ou se estão tortas� Escolher um fornecedor comcredibilidade no mercado e exigir garantiada gramatura do filme de proteção� Verificar a qualidade da colagem da chapa. Para isso, cortar um pedaço docompensado de 20 x 20 cm e deixá-loem água fervente por cerca de 30 min

Recebimento decompensados

Fonte: engenheiro Nilton Nazar, HoldEngenharia

irreparáveis nas fôrmas e com issogeram desperdício.

Durante a desenforma, o operárioinapto – que em vez de cunhas utilizapés-de-cabra, por exemplo – pode ma-chucar a chapa dando origem a pontosmais vulneráveis à penetração de umi-dade, diminuindo a vida útil da fôrma.O mesmo ocorre quando a fôrma éderrubada e tem sua ponta danificada.

Limpeza adequada e uso de des-moldantes apropriados também sãoimportantes para que a garantia dadapelo fornecedor seja preservada. "Em-bora o trabalho de carpintaria exijaintensa orientação e treinamento porparte do construtor ou contratante,preparar um carpinteiro é algo quepode ser conseguido em prazo curto,

Os danos às chapas ocorrem geralmentedurante a desenforma, por falta decuidados de manuseio. O projeto devefacilitar a desmontagem das chapas eevitar quebras. O engenheiro deve estarsempre próximo. Veja a seguir um roteirorecomendável para essa etapa:

Começar pela desenforma dospilares:� retirar os prendedores dos tensores eos tensores quando estes foremreaproveitáveis� retirar os gastalhos fixos no chão� retirar os painéis das faces dos pilares

Cuidados na desenforma

Fonte: professor Carlito Calil Júnior/LaMEM/SET/EESC/USP

Para desenforma de vigas:� retirar a guia de nivelamento de apoio dastransversinas pregadas nos garfos das vigas� retirar o garfo do meio e reescorar ofundo da viga� retirar os garfos restantes, reescorandoa cada 1 m aproximadamente

Para desenforma de lajes:� retirar as longarinas e transversinas� reescorar a faixa de reescoramento dasextremidades para o centro� retirar os mosquitos� com cuidado, retirar as chapas decompensado

Fôrmas feitas em obra: são necessárioscerca de 50 m² para a carpintaria eoutros 50 m² para o estoque

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FÔRMAS METÁLICAS

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Industrialização máximaDuráveis e agora com maior flexibilidade dimensional, os sistemasmetálicos tornam-se aos poucos uma alternativa mais competitiva

Aresponsabilidade ambiental e a ma-turação do pensamento planeja-

dor, em que a racionalização vem pormeio de projetos bem concebidos e exe-cutados,abriram caminho ao desenvol-vimento das fôrmas metálicas. A desti-nação e o tratamento adequado dos re-síduos de construção custam caro,assim como são pouco produtivas asadaptações em canteiro, levando a pro-jetos executivos mais precisos. Logo, oideal é que os primeiros nem sejam ge-rados, o que depende, em grande parte,da ausência de improvisações, quefogem do previsto em projeto.

A tendência, observada pelo enge-nheiro João Alberto de Abreu Vendra-mini, diretor da Abece (AssociaçãoBrasileira de Engenharia e Consulto-ria Estrutural), é a redução no uso demadeiras naturais, especialmente emobras de maior porte em grandes cen-tros urbanos, como edifícios de múlti-plos pavimentos e obras industriais."Contudo, existem as madeiras elabo-radas a partir da colagem ou prensa-gem de serragem e cavacos e as peque-nas obras, em que a madeira ainda émuito empregada", comenta.

Atentos à tendência que está den-tre as principais da construção civil, adiminuição do passivo ambiental, osfornecedores dos sistemas atacaramaquela que talvez fosse sua principaldesvantagem técnica, a pouca flexibi-lidade dos painéis metálicos. Comoresultado, atualmente algumas em-presas trabalham com módulos de até1 cm. "A grande disponibilidade de

fôrmas modulares resolve mais de80% dos casos", afirma o engenheiroRuy Guimarães, gerente da RacionalEngenharia. Além disso, o interesseem ter a construtora como clienteleva as empresas de fôrmas a firma-rem parcerias visando à solução maisadequada para cada projeto. "Porvezes uma necessidade específica deobra força o fornecedor a incluir anova fôrma na linha de produtos", co-menta Guimarães.

A recíproca confere com constru-toras como a própria Racional, ade-

quando as obras a fim de tornar essaindustrialização possível. "A assidui-dade de alguns clientes permite desen-volver conjuntamente os partidos es-trutural, arquitetônico e o projeto defôrmas", explica Maria Alice Moreira,diretora comercial da SH Fôrmas.Para Vendramini, a influência do usode sistemas metálicos é mínima quan-do a moldagem é feita in loco. "No queconcerne aos pré-fabricados, muitasvezes temos de ajustar os projetos àsdimensões das fôrmas existentes parafacilitar o trabalho", comenta.

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Outra questão técnica pertinenteao comparativo entre sistemas é o aca-bamento do concreto. Além da ques-tão arquitetônica, que pode exigir de-terminada aparência, está a da rigidezdimensional. Por mais bem projetadae executada que seja uma fôrma demadeira, as últimas utilizações antesdo descarte revelarão na forma de im-perfeições no concreto o que a chapasofreu com a absorção de água e as de-senformas.Em paralelo,o prejuízo nas

por fôrmas metálicas principalmentepara blocos de fundação, pilares,muros, paredes e caixas d'água. "Emvigas o uso é mais sofisticado e não tãocomum", complementa.

Guimarães, da Racional, explicaque, para ele, a adoção em blocos defundação se dá "menos em função daprodutividade, mas devido à perda dematerial", pois os sistemas metálicossão estruturados para trabalhar comtirantes de fixação e amarração.

fôrmas metálicas é menor, pois, embo-ra o contato possa ser em madeiracompensada, a estrutura é metálica eapresenta menor deformabilidade aolongo da obra.

No entanto, a madeira ainda semostra suficientemente competitivaem relação à técnica quando se tratada concretagem de vigas, por exem-plo. É o que atesta o gerente de negó-cios da Ulma, Alexandre Pandolfo,que verifica um aumento na demanda

Túnel de superfícieUma vez que a intenção sempre é, aotérmino da obra, ter lajes e pilaressolidarizados, deveria ser possívelconcretar esses elementos ao mesmotempo. E tanto é possível que há cerca de30 anos chegavam ao Brasil as fôrmas tipotúnel, que executam simultaneamentepilares-parede e lajes de até 4 m delargura e 6 m de comprimento,aproximadamente. Bastam as características dimensionaispara ter noção do porquê essesequipamentos não são tão difundidosquanto faz crer a praticidade quepropõem. "O emprego de gruas torna-seobrigatório devido ao peso e ànecessidade de carga e descarga degrandes volumes de concreto em curtosperíodos de tempo", explica o engenheiroAdalberto Magina, da construtora Sergus,uma das poucas empresas que utilizam osistema no Brasil.A pequena difusão dessas fôrmas, queforam inspiradas nas seções transversaispara concretagem de túneis subterrâneos,deve-se ao uso extremamente específico.Embora altamente produtivas, são poucoflexíveis, o que tira as empresas de locaçãodesse mercado, já que não interessa terdisponível o tempo todo um equipamentoque será locado poucas vezes ao ano. Ouseja, o alto investimento inicial aliado à

descontinuidade na utilização resultou na restrição da tecnologia.As obras que se beneficiam das fôrmastúnel são os edifícios multipavimentossem grandes requintes de fachada, comograndes varandas ou balanços. Asaberturas de vãos em paredes sãorestritas, pois têm função estrutural.Como a repetitividade é, talvez, o maiortrunfo do sistema, o número de unidadesdeve ser elevado. "Acima de mil", afirmaMagina, o que o torna uma alternativamais interessante para obras populares.Magina comenta que, como principalmaterial de execução, o concreto mereceatenção especial nos aspectos deabastecimento, resistência inicial,

plasticidade e cura. A característicasvariam, mas, em geral, trabalha-se comalta resistência inicial, slump elevado egrandes volumes diários, além devibradores de imersão. As patologias maisrecorrentes surgem nos fechamentoslaterais da estrutura, onde podem ocorrerdeslocamentos em decorrência damovimentação no ponto de encontro dediferentes materiais. O uso de instalaçõesembutidas no concreto ou a adoção deparedes secas, como o drywall, éconseqüência da natureza do sistema.A própria Sergus adaptou o sistema túnelpara o chamado sistema "Banche", cujaprincipal diferença é a retirada das fôrmasverticalmente, enquanto o sistemaoriginal prevê a retirada horizontal. Alémdisso, a execução é diferenciada, pois aslajes são concretadas após as paredes, enão simultaneamente. Também dispensaos fechamentos laterais exigidos pelaoutra técnica. O motivo da adaptação foi aredução no tamanho das unidadeshabitacionais, com dimensões que nãoeram atendidas pelas fôrmas túnel.

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F Ô R M A S M E T Á L I C A S

"Gasto menos madeira e recupero otirante tubular, perdendo apenas otubo de PVC", explica.

Prazo de utilizaçãoEmbora os sistemas metálicos es-

tejam conquistando espaço graças àevolução técnica, o custo em funçãodo prazo de utilização ainda é o maiorcomplicador para a sua escolha. Tantoque, por esse motivo, os cimbramen-tos em madeira estão, surpreendente-mente, voltando à ativa mesmo emgrandes centros urbanos, que contamcom ampla disponibilidade dessesequipamentos de uso prolongado. É oque comenta o projetista de fôrmasNilton Nazar, que utilizando escora-mento de madeira constatou índicesde produtividade parelhos aos divul-gados pelas fornecedoras de sistemasmetálicos (ver seção entrevista).

A repetitividade dos elementos éoutro fator que deve, obrigatoriamen-te, ser considerado para a escolha dosistema. Mais duráveis, as fôrmas me-tálicas suportam entre 40 e 60 reutiliza-ções, enquanto a madeira, se bem con-servada, atinge 25 ciclos de concreta-gem. "Notadamente, as metálicas exi-gem menor manutenção no uso repe-titivo e possibilitam ciclos menores deconcretagem", observa Vendramini.

Logo, a conta ideal para viabilizaros sistemas metálicos – especialmenteescoramentos – deve representar um

equilíbrio entre os dois fatores ou ex-trapolar para um dos lados, contaNazar, que afirma ser freqüentementeviável lançar mão de cimbramentometálico em andares atípicos e nas pe-riferias das edificações. Nesses casos,um projeto bem elaborado e um cro-nograma acertado permitem locar,concretar, desenformar e devolver osequipamentos em poucos dias.

"A conta correta envolve desem-bolso, produtividade, qualidade doacabamento, estabilidade dimensio-nal e versatilidade", explica Pandolfo.O raciocínio de Guimarães vai além, econsidera que eventuais incrementosna produtividade permitem reduzir amão-de-obra. Logo, os custos indire-tos também caem com reduções naestrutura administrativa e na alimen-tação dos operários, por exemplo.Para ele, é essencial que construtoras eengenheiros percebam a importânciado investimento em projeto para o su-cesso dos sistemas industrializados."As vantagens dependem de foco noplanejamento anterior à obra, com al-terações nem sempre significativasnos demais projetos", conclui.

Contrato transparenteViabilizadas técnica e financeira-

mente, as fôrmas metálicas podem tra-zer prejuízo justamente no momentoem que não são mais necessárias,na de-volução. Por não estabelecer claramen-

te em contrato as condições de entrega,devolução e indenização no caso de aspeças apresentarem avarias, algunsconstrutores se sentem lesados e até dei-xam de adotar sistemas metálicos.

Uma vez que as fôrmas são aluga-das,salvo exceções,não chegam ao can-teiro em perfeito estado. É imprescin-dível incluir cláusulas de indenizaçãototal e parcial no contrato, além de ve-rificar e anotar no canhoto de recebi-mento qual a condição das peças rece-bidas.A depender da aplicação, o clien-te tem o direito de exigir fôrmas emmelhores condições. "Para peças apa-rentes e fundos de laje dou preferênciapara materiais novos ou com poucouso", conta Guimarães, explicando queisso evita retrabalhos, retoques e preo-cupação quando da devolução.

Essa preocupação é menor quandose trata de peças revestidas ou ocultas,como caixas d'água, por exemplo. Nes-ses casos, a aceitação de uma peça bas-tante usada pode resultar em negocia-ção por preços mais baixos sob a alega-ção de imperfeições na estrutura.

Bruno Loturco

LEIA MAIS

Madeira ou metal? Téchne no 100Dez opções para moldar concreto.Téchne no 79Molde fácil. Téchne no 58Moldura para concreto. Téchne no 50

Principalmente para atender à demanda do mercado imobiliário, os fornecedores de fôrmas têm buscado flexibilizar os produtos e aumentar a assistência técnica. Argumentos favoráveis ao sistema pregam racionalização, meio ambiente e produtividade

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Eficácia na contratação de sistemas metálicos depende de boa relação com o fornecedor para definição denecessidades técnicas, qualidade das peças entregues e indenizações por avarias ao devolver

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PASHAL FV 245 e FV 260

Aplicações: pilares, paredes econjuntos habitacionaisComponentes: painéis com 1,25 e1,025 m de altura e 0,10 a 1 m delargura, variando a cada 5 cm, barras deancoragem, presilhas, aprumadores eandaimes de trabalhoMovimentação: manual ou mecânicaContato: revestimento em chapa demadeira compensada plastificada com12 mm de espessuraResistência à pressão: 30 kN/m²Quantidade média de reutilizações: 50Peso próprio: 40 kg/m²Produtividade: 1,50 hh/m²Travamentos: para paredes – 2 barras/m2

Altura máxima de concretagem:2,45m, respeitando a velocidade deconcretagem de 1,00 m/h

Fôrmas Modulares

Aplicações: pilares, paredes, muros dearrimo, galerias, estações de tratamentode água e esgotoComponentes: painéis, barras deancoragem, chaves (presilhas) eaprumadoresMovimentação: manual ou mecânicaContato: revestimento fenólico com

8 mm de espessuraResistência à pressão: 50 kN/m²Quantidade média de reutilizações: 200Peso próprio: 40 kg/m²Produtividade: 1,50 hh/m²Travamentos: para paredes – duasbarras de ancoragem/m2

Altura máxima de concretagem:4,50 m, respeitando a velocidade deconcretagem de 1,00 m/h

SHConcreform

Aplicações: grandes estruturas deconcreto, pilares, paredes, concretoaparente, fôrmas trepantes comandaime acoplado, barragens e poços deelevadoresComponentes: painéis modulares,grampos de alinhamento, aprumadores,andaimes, barras de ancoragem, emísulas para barragensMovimentação: manual ou mecânicaContato: compensado plastificado com15 mm de espessuraResistência à pressão: 60 kN/m2

Quantidade média de reutilizações: 40Peso próprio: 30 kg/m2

Produtividade: 0,3 hh/m2

Travamentos: 1/m2

Altura máxima de concretagem:variável

Topec

Aplicações: lajes planas,protendidas, nervuradas comcubetas, grandes panos de lajeComponentes: painéis modularesde alumínio, escoras, suportes depainel e drophead para escoramentoremanescenteMovimentação: manual Contato: compensado plastificadocom 10 mm de espessuraResistência à pressão: lajesmaciças de até 30 cmQuantidade média de reutilizações: 40Peso próprio: 12 kg/m2

Produtividade: 0,3 hh/m2

Travamentos: 0,6 escoras/m2

Altura máxima de concretagem:lajes de 30 cm

ULMAComain

Aplicações: muros, paredes, pilares, blocos de fundação, caixas d’água, piscinas ereservatórios, cortinas, vigasComponentes: estrutura em chapa de aço, com acabamento em pinturaeletrostática a pó ou galvanizadaMovimentação: manual mecânicaContato: chapa de compensadoplastificado com 12 mm de espessuraResistência à pressão: 40 kN/m2

Quantidade média dereutilizações: 50 a 120, sem trocade compensadoPeso próprio: 31 kg/m2

Produtividade: 1,8 a 5,5 hh/ m2

Travamentos: de 15 a 35 kg/m2, a depender do usoAltura máxima de concretagem:3,6 m (padrão), podendo ser maior

Alguns sistemas

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F Ô R M A S M E T Á L I C A S

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Orma

Aplicações: paredes e cortinasmono e dupla face de maiorenvergadura, reservatórios, grandespilares, barragens, obras de arteComponentes: painéis, grapas,alinhadores, escoras aprumadoras,tirantes, plataformas de serviço e proteçõesMovimentação: gruaContato: chapa compensadaplastificada de 18 mmResistência à pressão: 60 ou 80 kN/m²Quantidade média de reutilizações: 60 vezes a 100 vezes(chapa)Peso próprio: 60 kg/m²Produtividade: 0,12 hh/m² a 0,21 hh/m2

Travamento por m2: 15 a 25 kg/m²Altura máxima de concretagem:12 m

ROHR Hand-E-Form

Aplicações: fundações, paredesretas e curvas, reservatórios, vigas,lajes, galerias pluviais, pilaresComponentes: grapa, mordaça,tensor, escoras de prumo eandaimesMovimentação: manual oumecânicaContato: açoResistência à pressão: 60 kN/m2

Quantidade média de reutilizações: 100Peso próprio: 40 kg/m2

Produtividade: até 6,5 hh/m2

Travamentos:Altura máxima de concretagem:3,6 m

PERIHandset

Aplicações: paredes, fundaçõesComponentes: painéis com módulos de0,25 e 1,25 m de altura, travas de união,ancoragens e aprumadoresMovimentação: semimanualContato: chapa compensada plastificadacom 15 mm de espessuraResistência à pressão: 60 kN/m²Quantidade média de reutilizações: 80Peso próprio: 45 kg/m²Produtividade: 0,40 hh/m²Travamentos: 0,80/m²Altura máxima de concretagem: 5,00 m

Trio

Aplicações: paredes, pilares Componentes: painéis com módulos de30 cm e 1,20 m de altura, travas deunião, ancoragens e aprumadoresMovimentação: mecânicaContato: chapa compensada plastificadacom 18 mm de espessuraResistência à pressão: 80 kN/m²Quantidade média de reutilizações: 100Peso próprio: 57 kg/m²Produtividade: 0,31 hh/m²Travamentos: 0,62/m²Altura máxima de concretagem:8,10 m

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Aplicações: paredes, lateral devigas, fundações e pilares Componentes: painéis commódulos de 0,3 m e 1,20 m de altura,clipes de união, ancoragens eaprumadoresMovimentação: manualContato: chapa compensadaplastificada com 12 mm deespessuraResistência à pressão: 40 kN/m²Quantidade média de reutilizações: 70Peso próprio: 30 kg/m²Produtividade: 0,50 hh/m²Travamentos: 1,48/m²Altura máxima de concretagem:3,00 m

Domino

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Vario

Aplicações: paredes, pilaresComponentes: painéis pré-armadoscom larguras de 0,61, 1,22, 1,83,2,44 m e altura de até 12 m, travasde união, ancoragens e aprumadoresMovimentação: mecânicaContato: chapa compensadaplastificada com espessuras de 18 mm a 21 mmResistência à pressão: 40 até 100 kN/m²Quantidade média dereutilizações: depende docompensadoPeso próprio: 60 kg/m²Produtividade: 0,25 hh/m²Travamentos: 0,54/m²Altura máxima de concretagem:12 m

DOKAFrami

Aplicações: blocos, pilares eparedes vigasComponentes: painéis, grampos,ancoragens, escoras de prumo econsoles de trabalhoMovimentação: manual oumecânica

Contato: chapa de madeiracompensada plastificadaResistência à pressão: 40 kN/m2

em blocos e paredes e 80 kN/m2

em pilaresQuantidade média de reutilizações: 50Peso próprio: 50 kg/m2

Produtividade: não informadaTravamentos: 1,11/m2

Altura máxima de concretagem:6 m

Frameco

Aplicações: pilares e paredes vigasComponentes: painéis, grampos,ancoragens, escoras de prumo econsoles de trabalhoMovimentação: mecânicaContato: chapa de madeiracompensada plastificadaResistência à pressão: 60 kN/m2 emparedes e 90 kN/m2 em pilaresQuantidade média de reutilizações: 50Peso próprio: 55 kg/m2

Produtividade: não informadaTravamentos: 0,67/m2

Altura máxima de concretagem: 6 m

Top 50

Aplicações: pilares, paredes, aduelase estruturas especiais de obras de arteComponentes: vigas Doka H20, perfisde amarração, ancoragens e consolesde trabalhoMovimentação: mecânicaContato: variável a depender doacabamento desejadoResistência à pressão: variávelconforme a necessidade de projetoQuantidade média dereutilizações: a depender do contatoutilizadoPeso próprio: 55 kg/m2

Produtividade: não informadaTravamentos: 0,53/m2

Altura máxima de concretagem:9 m

MillsAlu-L

Aplicações: paredes e pilares planos,circulares ou anguladosComponentes: painéis modularesestruturados em alumínio, comlarguras variáveis e alturas entre 1,50 e 2,75 m, grampos, tirantes,porcas e acessóriosMovimentação: mecânica ou manualContato: chapa compensadaplastificada com 15 mm de espessuraResistência à pressão: 60 kN/m2

Quantidade média dereutilizações: 70 a 80Peso próprio: 20 kg/m2

Produtividade: 0,21 hh/m2

Travamentos: 0,61 tirantes/m2

Altura máxima de concretagem:5,50 m

* Veja esquema de montagem de cortinas em www.revistatechne.com.br

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FÔRMAS TREPANTES

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Sistemas rápidosOs conjuntos trepantes são ideais para execução de estruturas altas deconcreto, nas quais o único suporte é a camada inferior já concretada. Saibacomo analisar os diversos sistemas disponíveis no mercado

Utilizados para executar estruturasaltas, em situações inviáveis para

instalação de andaimes fachadeiros, ossistemas ditos "trepantes" mostram-seideais em obras de barragens, execu-ção de pilares e de paredes maciças deconcreto. Recorre-se ao sistema, so-bretudo, quando é impossível, emrazão da altura, executar a estrutura deuma vez só.Assim, as concretagens são

feitas em etapas consecutivas, e a es-trutura vai "subindo" aos poucos. Asfôrmas se apóiam em plataformas,que por sua vez se fixam com anéis aosegmento anteriormente concretado(veja figura).

Os componentes básicos dos sis-temas trepantes são os consoles (oumísulas), os perfis verticais (ou velas),escoras de prumo, sistemas de cone e

encaixe. Esses sistemas podem ser di-vididos basicamente em duas catego-rias: os de dupla-face – em que os es-forços de pressão do concreto são ab-sorvidos pelos tirantes, que travam osconjuntos de fôrmas – e os sistemasmonoface – em que a pressão é trans-mitida ao sistema trepante, que a re-transmite às ancoragens nas camadasinferiores de concreto.

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A altura em que esses equipamen-tos são empregados naturalmente im-possibilita a sua movimentação ma-nual. Dessa forma, é indispensável ouso de gruas no canteiro de obras parao içamento do conjunto. Segundo oprofessor Ubiraci Espinelli Lemes deSouza, da Escola Politécnica da USP(Universidade de São Paulo), essacondição exige um planejamento cui-dadoso da planta do canteiro paraevitar surpresas na hora do transportedas peças. Além disso, o construtordeve estar atento ao peso de cada sis-tema trepante, para que seja compatí-vel com a capacidade de sua grua.Outro aspecto que deve ser considera-do quando se trabalha em alturasmuito elevadas é a ação do vento. Porisso, as ancoragens devem ser dimen-sionadas para suportar o esforçoextra. Na projeção do conjunto no

solo, deve-se tomar cuidado com oisolamento da área, evitando traba-lhos constantes no local, devido ao pe-rigo de queda de objetos como marte-los e capacetes.

Prática relativamente comum quan-do se trata de aluguel de fôrmas tradi-cionais, a indenização na devolução

dos conjuntos de peças também ocor-re com o sistema trepante. Os fornece-dores afirmam que o índice de perdasé mínimo, nesse caso, já que o contatomanual com as peças acontece apenasuma vez, durante a primeira e únicamontagem, e o restante das movimen-tações é feito apenas com a grua.Mesmo assim, uma montagem ade-quada do conjunto é essencial paranão ocorrerem danos no içamento – oconstrutor deve se certificar de que osperfis verticais estejam bem contra-ventados e de que os cabos da grua oudo guindaste estejam no ângulo ade-quado, evitando esforços horizontaisexagerados que possam danificar osperfis. Segundo Paulo Müller, gerenteoperacional da Construtora Triunfo,que construiu a Pequena Central Hi-drelétrica de Salto Natal, em Santa Ca-tarina, os índices de perdas dos siste-

Utilização de sistemas trepantes exigemgrua ou guindaste para transporte vertical

Ponte Estaiada Real ParqueEstá em construção, no final da avenidaÁgua Espraiada, em São Paulo, umcomplexo de viadutos sobre o rioPinheiros ligando a via às pistas dos doissentidos da marginal. As pontes serãoestaiadas, com os cabos presos a umaestrutura central em formato de X, de 138 m de altura, e que está sendoconstruída com sistemas trepantes.Ao fazer a cotação com os fornecedoresde fôrmas, a Construtora OAS,responsável pela execução da obra,recebeu inicialmente propostas desistemas trepantes com plataformas detrabalho de 1,20 m de largura. Oresponsável de planejamento da obra daPonte Estaiada Real Parque, engenheiroAugusto Vellucci, conta que essasdimensões não atendiam àsnecessidades mínimas de movimentaçãona obra. "A proposta vencedora

apresentava uma plataforma com o dobrodessa largura – 2,40 m", afirma.A empresa que forneceu o conjuntotambém fez algumas adaptações nainclinação do sistema. "Não seria possíveltrabalhar com uma plataformaperpendicular à estrutura concretada. Issonão seria tão problemático na parede

Complexo estaiado sobre o rio Pinheiros serásustentado por estrutura em forma de X

Proposta vencedora apresentou plataformade trabalho com 2,4 m de largura

positiva (declive em direção à estrutura concretada), mas prejudicaria os trabalhos na parede negativa", conta Vellucci.A estrutura está sendo concretada emetapas de 3 m de altura, utilizando-se doisconjuntos trepantes, um para cada pilarda estrutura.

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mas tradicional e trepante são basica-mente os mesmos, estimados entre 5 e10% do valor da locação.

Como os sistemas trepantes dasdiversas fornecedoras são diferentesentre si, quem contrata a empresadeve ter um método para a escolha doequipamento. Há uma série de aspec-tos técnicos que o construtor podeconsiderar nessa situação. No que dizrespeito à execução da estrutura deconcreto, ele deve verificar a facilida-de do sistema nos ajustes e nivela-mento da fôrma e na limpeza e colo-cação de desmoldante nos painéisantes da concretagem seguinte. Após

o desmolde, "sobram" no concreto osfuros dos tirantes e dos cones utiliza-dos para o travamento e ancoragemdo sistema – esses aspectos tambémpodem ser considerados pelo cons-trutor na escolha do conjunto trepan-te, já que esses furos no concreto pre-cisarão ser tratados A altura dos guar-da-corpos, os valores das peças perdi-das (contracones, por exemplo) e otamanho dos conjuntos de içamentocompletam o check-list.

A rápida limpeza das peças é im-portante para a conservação do equi-pamento. A recomendação dos for-necedores é que o sistema trepante

Montagem do conjunto depainéis de fôrma

Colocação das velas, vigas quefazem a união entre o conjuntode painéis de fôrma aosconsoles trepantes

Montagem do sistema de cone e encaixe no concreto daprimeira concretagem

Travamento com tubo ebraçadeira do conjunto de consoles

Montagem da plataforma de trabalho em madeira

Içamento e colocação doconjunto de painéis sobre oconjunto de consoles

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Sistemas trepantes são muitoutilizados em obras de barragens. Nafoto, a construção da PequenaCentral Hidrelétrica Garganta daJararaca (MT)

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VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS FÔRMAS TREPANTES E DESLIZANTESVantagens Desvantagens

Sistema trepante Possibilidade de acabamento aparente Necessidade de tratamento de juntas e furos de tirantes e cones na estrutura

Facilidade de nivelamento e prumo Prazo maior de execução da estruturaMais econômico Desmolde pode levar até três dias para ocorrerNão são necessários turnos Necessidade de lavar constantemente ininterruptos de trabalho os equipamentosPossibilidade de trabalhar estruturas inclinadas

Sistema deslizante Execução rápida – até 30 cm/h Necessidade de turnos noturnos (concretagem ininterrupta)

Não há necessidade de tratamento posterior Maior consumo de cimento e aditivos no concreto tornam a solução mais cara

Não é necessário esperar pela cura, Maior dificuldade de nivelamento e prumoapenas pela "pega" do concretoPreço por serviço, e não pelo Apenas pode ser aplicada em estruturas verticais tempo de execução do serviço (90º) de seção constante

Sistema monoface absorve esforços doconcreto e os retransmitem à camadainferior da estrutura, onde está ancorado

seja lavado até meia hora depois daconcretagem, para que os eventuaisrespingos do concreto não endure-çam e prejudiquem a limpeza poste-rior. Caso ele já tenha endurecido,deve ser removido com espátulas, nalimpeza grossa, ou com escova de açoacoplada a lixadeiras elétricas, paralimpeza fina.

DeslizantesEm alguns casos, uma alternativa

aos sistemas trepantes são as fôrmasdeslizantes. Muito utilizadas em re-servatórios e silos de concreto verti-cais, as fôrmas deslizantes possuemsemelhanças e diferenças com o siste-ma trepante.

O sistema deslizante é compostobasicamente por fôrmas mais baixas –até 1,20 m de altura – contra painéisde mais de 2 m de altura dos sistemastrepantes – e um sistema de içamentoque inclui um macaco hidráulico eum barrão de aço, que se apóia na es-trutura. "É um sistema de protensãoinvertido", exemplifica o engenheiroLoren Frantzen, da Tecbarragem, em-presa especializada em execução deestruturas com fôrmas deslizantes. Omacaco se arrasta barrão acima, tra-zendo consigo o sistema de fôrmasque nele está preso.

Diferentes do sistema trepante,em que a desenforma só pode aconte-cer após a cura do concreto, as fôrmasdeslizantes não "esperam" para isso

acontecer – a dinâmica de concreta-gem é mais rápida, e a espera pelotempo de pega do concreto, menor(cerca de 3 horas após a concreta-gem). Passado esse período, a fôrmasobe mais 20 ou 30 cm e nova concre-tagem é feita. Assim, o ciclo se repetede forma muito mais rápida, e emturnos ininterruptos de 24 horas – oprocesso só termina quando a estru-tura estiver pronta.

Segundo o engenheiro PauloMüller, da Construtora Triunfo, noentanto, esse sistema se torna bas-tante desvantajoso, em termos fi-

nanceiros, quando comparado como sistema trepante. "Existe um con-sumo maior de cimento no concre-to, além dos aditivos para que seatinja uma pega mais rápida. Issoacaba encarecendo a utilização dosistema", afirma Müller. No entanto,quando o cronograma da obra exigeuma execução mais acelerada, a me-lhor solução continua sendo o siste-ma deslizante.

As fôrmas deslizantes possuemuma restrição técnica que limita seuuso nas estruturas de concreto: paraque seja viável sua aplicação, a seçãoconcretada deve ser constante da baseao topo. Além disso, os executores daestrutura precisam tomar um cuida-do maior com o nivelamento e prumoda estrutura, sobretudo em pilares degrande altura.

Financeiramente, a cobrança pelosistema é diferente nos dois casos. Nosistema deslizante, o prestador de ser-viço trabalha junto com o construtorna execução da estrutura de concreto.Dessa forma, o preço é orçado peloserviço, de acordo com as caracterís-ticas da obra. No caso do sistema tre-pante, a execução fica sob a responsa-bilidade do construtor, sendo a em-presa de fôrmas responsável apenaspelo fornecimento do produto e, de-pendendo do contrato, pelo forneci-mento do treinamento da mão-de-obra de montagem das peças.

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SHConcreform e Andaime SuspensoAS150

Aplicações: paredes e pilares em obrasresidenciais, industriais, comerciais e deinfra-estruturaComponentes: painéis e acessóriosConcreform, andaime dobrável,aprumador, andaime auxiliar inferiorPeso próprio: aproximadamente 775 kg

ULMAConsole CF-170

Aplicações: pilares e paredesComponentes: corpo principal doconsole, vela de 390, tensor, cone DW15Peso próprio: aproximadamente 500kg/conjunto

Console CR-250

Alguns sistemasAplicações: pilares e paredes de grandesalturasComponentes: corpo principal doconsole, vela de 540, tensor, cone DW26,5Peso próprio: aproximadamente 800kg/conjunto

PERIKGF 240 e KG 180

Aplicações: pilares, paredes e cortinasde concretoComponentes: mísulas trepantes,guarda-corpos, vigas GT-24 para asplataformas e carro de desenforma(somente na plataforma KGF 240)Peso próprio: 1.200 kg (KGF 240) e1.000 kg (KG 180)

CB 240 e CB 160

Aplicações: pilares, paredes e cortinasde concretoComponentes: mísulas trepantes,guarda-corpos, vigas GT-24 para asplataformas e carro de desenforma(somente na plataforma KGF 240)Peso próprio: 1.390 kg (CB 240) e 1.120 kg (CB 160)

DOKAMF-240

Aplicações: sistema trepante paraestruturas inclinadas (com ancoragem nafôrma)Componentes: consoles, perfis verticais,tensores, cones, andaimes suspensos,consoles superiores, tubos e braçadeirasPeso próprio: depende do projeto

D-12

Aplicações: barragensComponentes: consoles, perfis verticais,tensores, cones, andaimes suspensos,consoles superiores, tubos e braçadeirasPeso próprio: depende do projeto

Mills

Aplicações: paredes verticais einclinadas, retas e circulares, pilares degrandes alturas, silos e poços.Componentes: cones de ancoragem;mísulas trepantes; painéis verticais,inclinados ou circulares; montantes evigas de alumínio.Peso próprio: aproximadamente 88 kg/m² (conjunto)

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FÔRMAS PLÁSTICAS

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Moldura leveAlta produtividade, facilidade de transporte e muitasreutilizações são as principais vantagens das fôrmas plásticas

Quando o assunto é fôrma plásticapara concreto, as cubetas para

lajes nervuradas são as primeiras aserem lembradas. O uso dessas fôr-mas adquiriu importância por ven-cer grandes vãos e permitir a reduçãodo consumo de concreto e das arma-ções. Devido a esses trunfos, as cube-tas impulsionaram o consumo demoldes produzidos em polipropile-no (PP), utilizados na Europa hámais de 40 anos.

Inertes, essas fôrmas começaram aser produzidas no Brasil há pouco maisde dez anos, em substituição às fôrmasperdidas de madeira, ao concreto celu-lar, aos blocos de concreto e ao poliesti-reno expandido usados para preenchero vazio nas lajes. Todas essas soluções,no entanto, têm a desvantagem de in-corporar peso à estrutura.

Como nasceram em uma época emque a busca pela racionalização já erauma necessidade, os sistemas de cube-

tas disponíveis foram concebidos paraproporcionar rápida montagem e des-montagem, dispensando a fixação compregos, e com reduzido número decomponentes. A resistência à flexão, aoimpacto e à tração,assim como a estabi-lidade dimensional necessária para su-portar os esforços da concretagem e dadesenforma são garantidos pelas ner-vuras estruturais internas e por aditivos,que ajudam a evitar a deformação doplástico diante dos raios ultravioleta.

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Como se trata de uma solução in-dustrializada, há uma natural reduçãode desperdícios e retrabalhos, o quegera vantagens econômicas e ambien-tais. Sobre esse último aspecto, aliás,os materiais plásticos têm a seu favor aelevada capacidade de se reciclar. Aocontrário da madeira, a fôrma plásticapode ser produzida a partir da recicla-gem de compostos plásticos, com avantagem de apresentar vida útil su-perior à da madeira, chegando, em al-guns casos, a uma centena de reúsos.Outra característica é a ausência derugosidade característica do polipro-pileno e de outros materiais plásticoscomo o PVC (polivinil clorado) e oABS (copolímero de acrilonitrila, bu-tadieno e estireno), que proporcionapouca ou nenhuma aderência entre oconcreto e a fôrma, o que resulta emparedes com ótimo acabamento finale que permite reduzir e às vezes dis-pensar o uso de desmoldantes.

FlexibilidadeDe acordo com o projetista Nilton

Nazar, diretor da Hold Engenharia, adifusão das lajes nervuradas molda-das com cubetas plásticas é um cami-nho sem volta, dada a necessidadecrescente, por exemplo, de se ganharespaço para áreas técnicas. "Nesses

As cubetas para lajes nervuradas ganharam prestígio nas obras por permitirvencer grandes vãos

VANTAGENS E LIMITAÇÕES DAS FÔRMAS PLÁSTICASVantagens LimitaçõesLeves, geralmente são fáceis de transportar e de estocar. O custo de locação muitas vezes inviabiliza o sistema,

dependendo de quanto durar a etapa de fôrmas.Sistema de montagem racionalizado possibilita Para efetivamente apresentar vantagens em relação ganhos de produtividade e de prazo. à produtividade, é importante que a mão-de-obra

esteja familiarizada com o sistema.Recicláveis, permitem grande número de reúsos. Nem sempre as fôrmas plásticas podem ser utilizadas Gastos com desmoldantes podem ser reduzidos, pois a em todos os elementos estruturais, sobretudo aderência da fôrma plástica ao concreto é próxima de zero em vigas e pilares mais robustos.Quando empregadas em lajes nervuradas, as cubetas É importante que haja compatibilidade entre de polipropileno proporcionam redução do consumo o sistema de fôrmas e o de escoramento,

sem perda de rigidez

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Dicas� Observe as especificações dofabricante, pois algumas fôrmas exigem, conforme o caso, o uso de travas para evitar a deformação porocasião da concretagem.� Observe se as fôrmas estão emconformidade com as novas normas NBR 6118 quanto ao quesito durabilidade estrutural.� Especialmente no caso de cubetasplásticas, recomenda-se o uso de umsistema de escoramento que facilite a remoção das fôrmas sem remover as escoras.

� Ainda no sistema de cubetas plásticas,o diâmetro do vibrador utilizado paraadensar o concreto geralmente não deveexceder 40 mm.� Para preservar as fôrmas, jamais sedeve utilizar pregos na fixação e, no caso das cubetas plásticas, asferramentas necessárias para adesenforma são apenas cunha demadeira e martelo de borracha.� A fôrma terá uma vida útil maior e a superfície final apresentará melhoracabamento se antes de cada utilizaçãofor aspergido desmoldante.

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casos, as fôrmas de polipropileno têmamplo potencial de aplicação porquesão mais econômicas que os outrossistemas se levarmos em conta os ga-nhos indiretos, como o menor consu-mo de concreto e aço", acredita.

Esse raciocínio é o que muitas vezesjustifica a especificação desse tipo defôrma, segundo o engenheiro estrutu-ral Moacir H. Inoue, da Tecnicalc. "Fre-qüentemente utilizamos moldes de po-lipropileno quando o projeto arquite-tônico requer grandes vãos e muita fle-xibilidade. Isso pode ser tanto com osistema plano com laje nervurada, istoé, sem vigas, quanto em grandes pai-néis de laje subdividida com vigas in-termediárias", comenta Inoue.

Como ocorre com todos os siste-mas e soluções construtivas, é precisosaber quando especificar e como fazerum bom uso das fôrmas plásticas paraextrair delas todas as vantagens possí-

veis. Nazar lembra, por exemplo, quenão faz sentido empregar cubetas depolipropileno para lajes com vãos pe-quenos. Da mesma forma é importan-te considerar o prazo de locação antesda especificação. "Quando a constru-tora opta por locar o sistema, é impor-tante que a obra ande mais rápido demaneira que o aluguel das fôrmas não

se torne um problema", alerta o proje-tista estrutural Rui Jorge.

Mas embora as tarefas de montar edesmontar fôrmas plásticas sejamsimples,existe sempre a necessidade detreinar adequadamente a mão-de-obra. "Buscar novos equipamentos outecnologias é relativamente fácil. A di-ficuldade está, muitas vezes, em en-contrar os executores, ou seja, opera-dores ou profissionais qualificados",ressalta o projetista de fôrmas PauloAssahi. Há, usualmente, dois métodosde instalação das cubetas: um em queas fôrmas são distribuídas sobre umtablado de painéis apoiados sobrevigas e pontaletes ou escoras metálicas,e outro no qual as fôrmas se apóiamem vigas metálicas montadas sobre ca-beçotes deslizantes (drop head). Nessecaso, as fôrmas são então retiradas sema necessidade de remoção das escoras.Assim, mantém-se o escoramento per-

Cabeçote

Escoras

Barrasde ligação

Fôrma deduas abas

Fôrma dequatro abas

Vigas

Escoras

As fôrmas circulares de PVC podem serusadas em pilares e colunas deedificações ou de obras de infra-estrutura

Os sistemas de cubetas foram concebidospara permitir rápida montagem, comreduzido número de componentes

Cubeta plástica apoiada em estrutura metálica Cubeta plástica apoiada em painel

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Tubo como fôrmaPara moldagem de colunas e pilares comfôrmas plásticas, tanto em edificaçõesquanto em obras de infra-estrutura, osconstrutores têm como opção as fôrmascirculares de PVC. O material éconfeccionado a partir do enrolamentohelicoidal de uma tira de PVC nervuradacom encaixes macho-fêmea soldadosquimicamente. O baixo peso do sistema(uma fôrma de 600 mm pesa menos de9 kg/m²) permite que as peças possamser transportadas manualmente. Já anatureza do material possibilita oarmazenamento ao ar livre.

Fabricadas sob encomenda, essas fôrmassão disponibilizadas em diâmetros quevariam de 300 a 1.500 mm. De acordocom o fabricante, a desenforma pode serfeita de duas maneiras: com o simplesdesenrolamento das tiras de PVC,utilizando estilete e alicates, ou por meiode cortes longitudinais em um ou maispanos. Embora seja mais veloz, essemétodo requer o uso de serra circular oude esmerilhadeira, o que pode gerarmarcas na superfície acabada. Por isso, émais indicado para colunas que serãorevestidas posteriormente.

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manente e reduz-se a deformação pre-coce da estrutura da laje, além de ace-lerar o ciclo de reutilização das fôrmas.

Quando se excluem as cubetas depolipropileno, o uso das fôrmas plásti-cas é bastante restrito em comparaçãoàs soluções em madeira ou metálicas."A utilização da fôrma de plástico noBrasil ainda está restrita à moldagemda laje nervurada,utilizada como com-plemento do sistema de madeira oumetálico, não como sistema de fôrmade plástico propriamente dito", afirmaPaulo Assahi. Segundo ele, para outros

materiais mais duráveis que a madeirase tornarem viáveis, como é o caso dosplásticos, seria necessário introduzir aprática da padronização dimensionaldos elementos. "Só assim podemospensar em fôrmas com número eleva-do de reutilizações, diluindo-se os cus-tos." As cubetas de polipropileno sãooferecidas em diferentes dimensões.Algumas usuais, em centímetros, são:52 x 125; 60 x 60; 61 x 61; 65 x 65; 60 x112; 80 x 80; 82 x 45. As dimensõesentre eixos podem variar entre 600 mme 1.125 mm (nervuras secundárias).

Uma das construtoras que têm ti-rado partido das características dasfôrmas plásticas é a DMO Engenharia,que tem apostado em fôrmas modula-res recicladas há mais de cinco anos emlajes de edifícios de alvenaria estrutu-ral. O sistema alternativo é compostopela união de elementos modularescambiáveis, que proporciona a forma-ção de painéis de fôrmas com múlti-plas dimensões.Alexandre Luís de Oli-veira, diretor técnico da construtora,conta que o custo de locação dessasfôrmas é um pouco inferior ao das fôr-mas metálicas e também são mais levesdo que as de madeira, pesam cerca de11 kg/m². A Metroform, fornecedorado sistema, informa que os preçospodem variar entre R$ 7 e R$ 25/m²,deacordo com o tipo de obra e projeto.

A solução atende a projetos de con-creto lineares e modulares para quais-quer medidas, mas não serve para ele-mentos curvos. "Além disso, esse mate-rial não pode ser utilizado em vigas e pi-lares mais robustos, pois não apresentaresistência aos esforços que eu precisodurante a concretagem", lamenta Oli-veira. Por serem pouco usuais, exige-setambém treinamento da mão-de-obra."No começo, pode haver surpresa dosoperários com a dimensão das peças,que são menores do que as tradicionais,mas isso logo é superado e o ganho deprodutividade obtido acaba compen-sando", garante Oliveira.

Juliana Nakamura

Colaborou: Renato Faria

PREÇOS - REFERÊNCIAFôrmas de polipropileno para lajes nervuradasLargura (mm) Comprimento (mm) Altura (mm) Preço600 570 150 69,00/un600 570 180 69,00/un525 1.125 325 0,75 locação/un/dia*Condições de pagamento: à vista. Entrega/Retirada: preço dos materiais postofábrica Lagoa Santa, MG. * Condições de pagamento: faturado dez dias.Entrega/Retirada: preço dos materiais posto fábrica Lagoa Santa, MG Fonte: Guia da Construção, Revista Construção Mercado.

AVARIAS QUE INVIABILIZAM A REUTILIZAÇÃO DA FÔRMA PLÁSTICAProblema ConseqüênciaDeformação Pode comprometer o acabamento da laje,

o que levará ao maior consumo de argamassa para regularização.

Furo no contorno das abas Fragiliza a estrutura das peças e pode gerar trincas.

Lascas no contorno das Aumenta a aderência do concreto à superfícieabas, riscos e quebras e pode causar quebra na desenforma.Trincas em qualquer parte da peça Aumenta a chance de ocasionar quebras.Fonte: Astra

Apesar de ser menos usual, algumas fôrmas plásticas também podem ser utilizadas em obras de reservatórios de água (esquerda)ou até mesmo de residências (direita)

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FÔRMAS ESPECIAIS

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Moldes alternativosChapas de OSB, alumínio e as já tradicionais fôrmas de papelão têmhistórico diferente de mercado: umas ganham espaço e o gosto doconstrutor; outras desaparecem, por falta de demanda

Em casos especiais, as fôrmas tradi-cionais metálicas ou de madeira

podem não servir para os propósitosalmejados pelo construtor. Nessas si-tuações, entram em cena as fôrmas al-ternativas para concreto, de materiaisdiversos como plástico (confira maté-ria sobre fôrmas plásticas, na página44), alumínio, OSB e papelão.

As fôrmas de papelão não são ne-cessariamente uma novidade – no

Brasil, são fabricadas desde a décadade 1970. Em formato tubular, essasfôrmas são fabricadas em papelKraft e semi-Kraft de diversas espes-suras e enrolados helicoidalmente.São tratadas com colas e resinas, quelhes conferem resistência e rigidez,além de receberem internamenteuma camada de papel não-aderenteao concreto. Sua impermeabilizaçãoimpede a absorção de água pelo

papel, que não deixa escapar nem anata do concreto.

EvoluçãoAté há pouco tempo, a utilização

dessas fôrmas tinha uma limitação: sópoderiam ser aplicadas em pilares deseção circular. No entanto, há cerca dequatro anos os fabricantes trouxeramuma tecnologia já utilizada na França enos Estados Unidos para o mercado de

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tubos de papelão: o preenchimentocom EPS (poliestireno expandido).Essa solução permitiu que os fabrican-tes variassem os formatos dos pilarespara além da tradicional coluna cilín-drica.Hoje,os fornecedores já disponi-bilizam mais de 40 diferentes padrõesde fôrmas tubulares – colunas com se-ção retangular, quadrada, hexagonal,octogonal, entre outros. As empresasabrem a possibilidade, ainda, de proje-tar fôrmas de acordo com a necessida-de do construtor, desde que as dimen-sões desejadas sejam compatíveis comos diâmetros máximos dos tubos dis-poníveis, que podem chegar a 1.200mm. O comprimento máximo dostubos é de 7,0 m.As fôrmas de papelãonão são reutilizáveis. Após a cura doconcreto, o invólucro de papelão é ras-gado e jogado fora.

Os painéis de alumínio já tiveramuma breve passagem pelo Brasil, nasdécadas de 1970 e 1980. Entretanto, apreferência brasileira pela alvenariade blocos resultou na baixa demandapelo produto, e a única empresa quetrabalhava nesse mercado, a Precise,saiu do País. Hoje, não existem maisno mercado brasileiro fornecedorasde fôrmas desse material.

Sua utilização é ideal para obras rá-pidas,como casas de paredes maciças deconcreto. As chapas de alumínio, queentram em contato direto com o con-creto, podem ser encontradas em mo-delos com ranhuras que imitam tijolos,para utilização como acabamentopronto. Por isso mesmo, é consideradauma opção para a construção de habita-ções de interesse social. No Brasil, foiutilizada, por exemplo, na construçãodo Conjunto Habitacional CarreiraComprida, em Santa Luzia, pelaCohab-MG.

Os sistemas de alumínio possuemquase o mesmo peso das fôrmas de açosimilares,aproximadamente 41,5 kg/m2.

Sistema próprio de fôrmas com perfis de alumínio da BOC Construtora é utilizadona fabricação de elementos pré-moldados de concreto

A Precise americana afirma que suasfôrmas suportam uma pressão lateralde até 57,4 kN/m2 e, se bem cuidadas,agüentam até 2.500 reutilizações. Suaviabilidade econômica também é bas-tante parecida com a dos sistemas defôrmas de aço,ou seja, tanto menor seráo custo final quanto maior a quantida-de de reutilizações das fôrmas e a veloci-dade de execução da estrutura.

Pré-moldadosTambém utilizando alumínio, mas

com uma aplicação um pouco dife-rente, a BOC Construtora desenvol-veu seu próprio sistema de fôrmas.Nesse caso, os conjuntos são utilizadosna fabricação de peças de concreto

pré-moldadas em canteiro, segmentoem que a empresa trabalha. As fôrmassão compostas pela justaposição deperfis de alumínio extrudado comsecção quadrada, que se adaptam à es-pessura da peça desejada. O molde in-terno da fôrma, que entrará em conta-to com o concreto, é feito de laminadomelamínico. Quando são necessáriosdesenhos mais sofisticados nas peças,a empresa recorre a moldes comple-mentares feitos em aço.

Segundo o diretor da BOC Cons-trutora, Gyorgy Troyko, a utilizaçãodessa tecnologia permite à empresasolucionar alguns problemas logísti-cos no canteiro de obras. Em vez deproduzir as peças em uma área especí-

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Fôrmas de EPS são leves, o que tornaa montagem mais rápida. Após aconcretagem, elas passam a fazerparte da construção

Paredes definitivasMontados como blocos Lego, as fôrmasICF (do inglês Insulating Concrete Forms)constituem-se de duas chapas de materialespumoso – como o EPS, por exemplo –ligadas por espaçadores plásticos ou defibra de carbono. Com o layout da casapronto, o concreto é lançado nas fôrmas,que após a cura serão parte integrante daconstrução. Durante a execução, oprocesso é o mesmo que aqueles das casasde concreto celular, ou seja, as instalaçõesde água e energia elétrica devem serposicionadas antes da concretagem, bemcomo a armação da estrutura.

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fica da obra que lhe é destinada, o con-junto de fôrmas "vai" até o local finalonde os elementos serão montados.Lá, as peças são produzidas, concreta-das umas sobre as outras e, quandoprontas, apenas esperam empilhadaspela movimentação dos guindastes.

O sistema foi utilizado na constru-ção da fábrica da Botnia, no rio Uru-guai, fronteira entre Uruguai e Argenti-na. A obra ficou famosa por acirrar osânimos entre os dois países, após osprotestos argentinos contra a instala-ção da fábrica de celulose no lado uru-guaio do rio.Para eles,os impactos am-bientais prejudicarão o turismo local etrarão danos econômicos à região.

OSBDe novidade,há a entrada das cha-

pas de OSB no mercado de fôrmas. Aschapas são compostas por microlâmi-nas de madeira sobrepostas, cada umaem sentido oblíquo às camadas subse-qüentes. Essa disposição permite o seuentrelaçamento, que somado à consis-tência das fibras de madeira e à adiçãode resinas à prova d'água, conferem ri-gidez, resistência interna e resistênciaà umidade ao material.

Há alguns anos,houve uma tentati-va de inserção das chapas OSB (Orien-ted Strand Board) como fôrmas para

concreto. No entanto, na época surgi-ram algumas patologias relacionadas àabsorção de água pela fôrma. Quandoentrava em contato com o concreto,portanto, havia um alto índice de in-chamento das bordas da chapa. "Issofragilizava as chapas, que se rompiamcom o esforço do pé-de-cabra", explicao engenheiro André Morais, chefe deproduto da Masisa,empresa que forne-ce as fôrmas de OSB no Brasil.

O produto foi, então, reelaborado,com o desenvolvimento de novas resi-nas para melhorar o problema de in-chamento. Testes laboratoriais de de-sempenho mecânico e de inchamentoforam realizados, seguidos por testespráticos em obras de grandes constru-toras de Curitiba e São Paulo. Os resul-tados foram satisfatórios,o que fez comque a empresa lançasse agora as novasfôrmas. Vale lembrar que as fôrmasOSB para concreto são diferentes da-quelas utilizadas em tapumes, porexemplo. "São produtos específicos,confeccionados a partir de formulaçõesde resinas diferentes", esclarece Morais.

O projetista de fôrmas NiltonNazar estudou a viabilidade das peçasde OSB como fôrmas em seu trabalhode mestrado. Ele conta que, em com-paração com o compensado tradicio-nal, as chapas de OSB são ecologica-

mente mais vantajosas. Para a produ-ção de uma chapa de compensadocomum, pouco mais do que 50% damadeira da árvore é aproveitado, e só épossível utilizar árvores com, no míni-mo, 14 anos. As chapas OSB são pro-duzidas com madeira de refloresta-mento, e sua confecção pode ocorrercom árvores de apenas seis anos deidade. Além disso, mais de 90% damadeira do tronco é aproveitada, jáque as microlâminas são produzidas apartir de madeira serrada.

Nazar levanta um ponto que podeser levado em consideração na escolhadas fôrmas OSB. "As pequenas lâmi-nas dessas chapas funcionam comonegativos que desenham o concreto.No caso de aplicação futura de revesti-mentos, é até interessante, já que a su-perfície fica mais áspera e aumenta aaderência do emboço. Para concretoaparente, vai do gosto do construtor –eu não vejo problemas nos desenhos",completa Nazar.

As novas fôrmas de OSB disponí-veis no mercado são a Masisa OSBEco-tábua (duas a três utilizações), aMasisa OSB Form (12 usos, seis emcada face) e o Masisa OSB Form Plas-tificado (com garantia de 16 usos, oitoem cada face).

Renato Faria

Fôrmas de papelão com EPS permitem formatos diferenciados. Moldes personalizados,porém, devem respeitar diâmetro máximo dos tubos

Chapas de OSB desenvolvidasespecialmente para uso em fôrmas deconcreto chegam ao mercado

* Veja mais fotos de aplicação das fôrmas alternativas para concreto em www.revistatechne.com.br

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ARTIGOEnvie artigo para: [email protected] texto não deve ultrapassar o limitede 15 mil caracteres (com espaço).Fotos devem ser encaminhadasseparadamente em JPG.

Estruturas de concreto:projeto e economiaEste trabalho procura demonstrar,

de forma evidente e objetiva, que épossível comprovar as vantagens derealizar-se um projeto estrutural dequalidade que compreenda todo o es-copo das novas normas de concreto –notadamente a NBR 6118:2003, aNBR 12655:2005 e a NBR 14931:2003– obtendo economia significativa nocusto das estruturas. Racionalizaçãoque paga, com sobras, o aumento docusto do projeto em relação ao escopohabitualmente praticado, no qual oserviço está focado apenas no cálculoda estrutura no estágio pronta e carre-gada (28 dias).

O novo e atual escopo preconizadopela Normalização da ABNT com-preende aspectos executivos importan-tes, lamentavelmente não aplicadosainda pelo cálculo usual, e que pode serresumido pela verificação das exigên-cias de alguns itens das normas, comoos apresentados no quadro "Exigênciasdas novas normas de concreto".

O escopo resultante dessas exigên-cias demonstra a necessidade de que oprojeto estrutural tenha um caráternitidamente executivo, envolvendo aaprovação do sistema de movimenta-ção do escoramento, em respeito a va-lores de fck e Ec (módulo de defor-mação do concreto à compressão)obrigatoriamente fornecidos peloprojeto para idades onde essa movi-mentação se dará para atendimentodo cronograma executivo. Deixa clarotambém que caberá ao responsávelpela execução comprovar o atendi-mento a esses valores antes de movi-

Egydio Hervé NetoDiretor da Ventuscore Soluções em

Concreto, de Porto [email protected]

escoramento e desenforma, situaçõesque exigem complementaridadestécnicas e econômicas necessárias àabrangência do projeto e sua execução.

Dessa forma fica clara hoje – e estáexplícito nas normas brasileiras – aconstituição multidisciplinar da equi-pe de projeto estrutural, envolvendo aparticipação do arquiteto, do calculis-ta, do engenheiro tecnologista do con-creto e outras especialidades necessá-rias à elaboração de um projeto execu-tivo, cujo escopo é muito maior do queo que se vem fazendo até o momento.

Tal constatação tem trazido rea-ções por parte dos profissionais, tantodos contratantes, que reclamam dopossível aumento dos custos dasobras, como dos profissionais do cál-culo, os quais, por serem contratados

mentar os escoramentos ou quais-quer outras ações que impliquemcarregamentos precoces (< 28 dias), oque significa ter os resultados de con-trole em mãos nesse dia, para com-provar a conformidade.

A necessidade de introduzir resul-tados do concreto anteriores a 28 diasfaz com que o projetista estrutural sejaalgo mais do que um único profissio-nal de cálculo, como ainda é usual, poisenvolve interação de necessidades nasáreas da arquitetura, da tecnologia doconcreto, do cálculo e metodologia do

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de forma isolada, como é de costume,queixam-se, com justiça, dos preçosatuais, incapazes de cobrir todas ascompetências envolvidas, inclusivesubcontratação de outros profissio-nais especializados, para complemen-tar os conhecimentos exigidos, alémda natural preocupação com a maiorabrangência da responsabilidade téc-nica resultante.

Na verdade as normas não se dedi-cam a descer ao detalhe sobre a questãodas responsabilidades técnicas envolvi-das, mas isso não é necessário. Bastariaa compreensão de que, havendo múlti-plas áreas de abrangência no projeto,cada profissional pertencente à equipeassumirá a sua parte, descrevendo cla-ramente essas responsabilidades emcada contrato dos serviços.

O que se deseja, diante deste estadode coisas, é que o cumprimento dessasexigências possa trazer melhoras signi-ficativas à qualidade do projeto, com

reflexos na qualidade da construção. Odifícil é deixar isso claro para nossosclientes, nossos contratantes, que cer-tamente vão reclamar de um acrésci-mo de preço de projeto – embora cer-tamente também vão querer e exigirtoda essa qualidade em suas obrasquando devidamente informados.

Em busca de uma argumentaçãoválida para viabilizar a implementaçãodesses novos procedimentos sem per-das, ao contrário, para que todos ga-nhem com essa melhoria, reuni algu-mas informações que podem demons-trar que essa vantagem econômica ésistêmica e amplamente favorável aos

nossos clientes, como se verá a seguir.A Abece (Associação Brasileira de

Engenharia e Consultoria Estrutural),por meio de seu grupo de trabalho dehonorários, estabeleceu e divulgou otrabalho denominado "Honorários dereferência de projetos de estruturas",apresentado na tabela 1, acima.

Analisando as exigências das nor-mas apresentadas, deduzimos algu-mas intervenções adicionais ao escopode projeto proposto pela Abesc, con-forme relatamos a seguir:� Tecnologista de concreto: espe-cificação do concreto; programa decontrole;

Tabela 1 – HONORÁRIOS DE REFERÊNCIA DE PROJETOS DE ESTRUTURASÁrea total de CUB de Custo estimado Preço sugerido para Incidência %

Prefeitura (m2) referência para a obra o projeto estrutural Projeto/Obra1 6.000,00 R$ 882,36 R$ 5.294.160,00 R$ 37.560,00 0,712 35.000,00 R$ 30.882.600,00 R$ 379.750,00 1,233 17.000,00 R$ 15.000.120,00 R$ 68.860,00 0,46

Tabela 2 – PREÇOS DOS PROJETOS EXEMPLIFICADOSExemplo Área total de Preço sugerido para

Prefeitura (m2) o Projeto Estrutural (R$)1 6.000,00 75.120,002 35.000,00 759.500,003 17.000,00 137.720,00

Exigências das novas normas de concreto1. NBR 12655:2005, item 4.2 ProfissionalResponsável pelo Projeto Estrutural:"Cabem a esse profissional as seguintesresponsabilidades, a serem explicitadas noscontratos e em todos os desenhos ememórias que descrevem o projetotecnicamente, com remissão explícita paradeterminado desenho ou folha de memória:a) registro da resistência característica àcompressão do concreto, fck, obrigatóriaem todos os desenhos e memórias quedescrevem o projeto tecnicamente;b) especificação de fcj para as etapasconstrutivas, como retirada decimbramento, aplicação de protensão oumanuseio de pré-moldados;c)...;d) especificação dos requisitoscorrespondentes às propriedades

especiais dos concretos, durante a fase construtiva e vida útil da estrutura,tais como: a. módulo de deformação mínimo na idadede desenforma, movimentação deelementos pré-moldados ou aplicação de protensão; ...;"

2. NBR 6118:2003, item 5.2.3Documentação da solução adotada,subitem 5.2.3.3 "O projeto estrutural deveproporcionar as informações necessáriaspara a execução da estrutura".

3. NBR 14931:2003, dois últimosparágrafos do item 10.2.2 Tempo depermanência de escoramentos e fôrmas:"A retirada das fôrmas e do escoramentosó pode ser feita quando o concreto

estiver suficientemente endurecido pararesistir às ações que sobre ele atuarem enão conduzir a deformações inaceitáveis,tendo em vista o baixo valor do módulo deelasticidade do concreto (Eci) e a maiorprobabilidade de grande deformaçãodiferida no tempo quando o concreto ésolicitado com pouca idade. Para oatendimento dessas condições, oresponsável pelo projeto da estruturadeve informar ao responsável pelaexecução da obra os valores mínimos deresistência à compressão e módulo deelasticidade que devem ser obedecidosconcomitantemente para a retirada dasfôrmas e do escoramento, bem como a necessidade de um plano particular(seqüência de operações) de retirada do escoramento".

Data-base: dezembro/2004

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� Arquiteto: maior participação nadefinição da geometria das peças emfunção das novas exigências dimen-sionais nas Normas;� Aprovação do Projeto de Fôrmase da seqüência executiva de retiradade escoramentos e fôrmas;� Maior integração das equipesde Projeto com os Projetos Com-plementares e com os fornece-dores e aplicadores dos materiais eserviços.

Importa considerar a necessida-de de acrescentar custos de novasatividades da equipe de projeto nafase de execução, que devem ser atri-buídas ao desdobramento das novasexigências do projeto, dentro davisão de que hoje cabe a essa equipe"fazer acontecer o projeto na obra":aprovação do laboratório de contro-le; liberação de fôrmas; suporte àimplantação dos projetos comple-mentares na obra.

Tendo em vista essas considera-ções, na falta de um critério paraquantificá-las, vamos considerar gros-seiramente um incremento de 100%sobre os custos de projeto, aplicandoao preço total esse porcentual. Os pre-ços dos projetos exemplificados estãoapresentados na tabela 2.

Esse incremento significativo empreços diretos e indiretos, ligados à me-lhoria do projeto, importa em vanta-gens para a construção, reconhecida-

Tabela 4 – DESPERDÍCIOS DE ACORDO COM O GRAU DE CONTROLE DE QUALIDADEEtapa construtiva Desperdícios possíveis % de desperdícios sobre

cada etapa, com controleruim bom rigoroso

Infra/Superestrutura Por motivo de má execução (abertura de fôrmas, 8 5 3desnivelamento, corte de aço, etc.)

Vedação Por motivo de má qualidade tanto de material como de execução 30 20 10Forros Por motivos entre diferenças de vãos e módulos dos materiais 20 10 5Revestimento Essa etapa, tendo de absorver a má execução do item 03 31,5 21 10,5de tetos e paredes (vedação) é constituída de: Preparação: de superfícies,

que representa 42% da etapa; Aplicação: dos revestimentos, que representa 58% da etapa. No item preparação, dependendo do controle da qualidade, os desperdícios podem atingir 75, 50 e 25%, calculados sobre o custo total da etapa

Pisos internos Essa etapa segue o descrito no item acima, sendo certo 26,25 17,5 8,75que a preparação representa 35% do custo da etapa

Tabela 3 – DESPERDÍCIOS NAS ETAPAS CONSTRUTIVASEtapa construtiva % Custo Possibilidade de Justificativa das etapas de desperdício

desperdícios01 Serviços preliminares 0,59 Pequena Trata-se de serviços de instalação de canteiro

e ligações provisórias. Obedecem ao projeto de canteiro

02 Infra e superestrutura 31,16 Sim03 Vedação 3,10 Sim04 Esquadrias de 13,36 Pequena Adquire-se exatamente o que está especificado

madeira e metálicas05 Instalações 17,25 Pequena Adquirem-se e aplicam-se de acordo

elétricas e hidráulicas com o projeto06 Forros 0,16 Sim07 Impermeabilização 1,21 Pequena Aplica-se de acordo com o projeto08 Revestimentos 10,69 Pequena

de tetos e paredes09 Pisos internos 4,48 Sim10 Vidros 3,34 Pequena Aplicam-se de acordo com os vãos11 Pintura 3,57 Pequena Aplica-se de acordo com a especificação,

nas paredes e tetos acabados12 Serviços complementares 3,83 Não há Trata-se de serviços de arremate, limpeza, etc.

(como o próprio nome diz, são complementos)13 Elevadores 7,26 Não há Adquirem-se exatamente de acordo

com o especificado no projetoSoma 100,00

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Tabela 5 – DESPERDÍCIOS SOBRE O CUSTO DA CONSTRUÇÃOEtapa construtiva Custo total (%) Desperdícios sobre cada

etapa, com controle (%)ruim bom rigoroso

Infra/Superestrutura 31,16 2,49 1,35 0,93Vedação 3,10 0,93 0,62 0,03Forros 0,16 0,03 0,1 0Revestimento de tetos e paredes 1,69 3,36 2,24 1,12Pisos internos 4,48 1,17 0,78 0,39Total 40,59 7,98 5,09 2,47

Tabela 6 – CUSTOS DOS DESPERDÍCIOS EM RELAÇÃO AO PREÇO DE PROJETOEx. Custo estimado Desperdício considerado Preço

da obra (R$) para controle projeto (R$)ruim bom rigoroso

1 5.294.160,00 422.473,97 269.472,74 130.765,75 75.120,002 30.882.600,00 2.464.431,48 1.571.924,34 762.800,22 759.500,003 15.000.120,00 1.197.009,58 763.506,11 370.502,96 137.720,00

Tabela 7 – CUSTOS TOTAIS E ECONOMIASCustos Exemplo 1 Exemplo 2 Exemplo 3Custo da obra + R$ 5.754.193,97 R$ 33.726.781,48 R$ 16.265.989,58desperdício (maior) + Projeto atualCusto da obra + R$ 5.500.045,75 R$ 32.404.900,22 R$ 15.508.342,96desperdício (menor) + Projeto completoRedução de custo R$ 254.148,22 R$ 1.321.881,26 R$ 757.646,61Economia % 4% 4% 5%

Com base nos dados apresentados,o autor enumera os desperdícios sobreo custo da construção,apresentados natabela 5.

Aplicando os porcentuais apresen-tados na última linha (total) da tabela5 ao Custo da Construção, obtido nosexemplos de obras fornecidos pelo tra-balho da Abece, obtemos a tabela 6,que compara os custos dos desperdí-cios em relação ao preço de projeto su-gerido para escopo completo das Nor-mas Brasileiras.

ConclusãoA conclusão a que se chega é que

um hipotético aumento dos custos dosprojetos para o dobro, de modo a con-templar o escopo das normas brasilei-ras atuais, consideradas rigorosas, terácomo recompensa uma maior chancede conquistar um status de eliminaçãode desperdício sempre maior do que opreço final desse projeto, representan-do,de forma evidente e objetiva,que hávantagem imediata na aplicação do es-copo total de projeto.

Além disso, as considerações decusto final de longo prazo continuamválidas, favorecendo este raciocínio,ao proporcionarem vantagens econô-micas significativas em longo prazo,especialmente quando se tratam decustos de manutenção e reparos, quechegam a ser 25 vezes superioresquando detectados somente depois daobra executada, o que seria evitadocom o projeto completo.

A tabela final deste trabalho, a denúmero 7, apresenta consideraçõesainda mais importantes e objetivas.

Nos três exemplos considerados, aaplicação de um escopo completo noprojeto, de modo a garantir a perdamínima considerada, gerou uma eco-nomia aproximada de 4 a 5% sobre ovalor da obra.

Como última consideração pode-se afirmar que ainda resta a enormevantagem para a valorização dopreço de venda do imóvel, sabendo-se que uma obra realizada com o má-ximo padrão de qualidade terá ummelhor preço de venda no mercado,aumentando significativamente olucro do construtor.

mente no longo prazo, onde a maiorgarantia da qualidade resulta certa-mente em menores custos de conserva-ção e reparos, além da maior durabili-dade da estrutura,e ainda em maior va-lorização patrimonial e mercadológica,e um menor custo de amortização. En-tretanto, essas vantagens, embora reco-nhecidas, não favorecem o impacto nodesembolso inicial, o qual deverá seravaliado sob outras circunstâncias queapresentamos a seguir, tomando porbase as considerações do engenheiroWalid Yázigi em seu Livro "A Arte deEdificar", da Editora PINI, que em seuCapítulo 3 apresenta informações bemfundamentadas sobre a questão daqualidade e do desperdício nas cons-truções, resumidas inicialmente na ta-bela 3, que toma por base porcentagensde custo relativo das partes da obrasobre o custo total amplamente divul-gadas pela Editora PINI em sua revistaConstrução Mercado.

Os itens destacados na tabela, queconsideram a possibilidade de desper-dício, representam 49,59% do custoda obra e o autor faz a seguinte obser-vação sobre os mesmos: "Neste item,tenta-se determinar as origens dosdesperdícios, bem como o porcentualde desperdício sobre cada etapa cons-trutiva, em uma obra com controle dequalidade ruim, bom ou rigoroso, deconformidade com a tabela 4".

Às razões apresentadas pelo autortemos a acrescentar que ficaram claras,no dimensionamento pela NBR as in-fluências do descontrole sobre a de-senforma precoce, que gera deforma-ções e fissurações acentuadas nas es-truturas, trazendo esforços e patolo-gias adicionais às vedações e esqua-drias, além de desacertos de nivela-mento que encarecem os acabamentosde forma mais que proporcionais, car-gas adicionais às peças e às fundações,e danos às instalações embutidas.

Data-base: dezembro/2004

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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CONCRETO ECOMPONENTES PARAESTRUTURA

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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Feiras e exposições6 a 9/2/2007Vitória Stone Fair 2007 – FeiraInternacional do Mármore e GranitoSerra (ES)A Feira Internacional do Mármore eGranito é um dos primeiros eventos doano para lançamentos de máquinas,equipamentos, ferramentas e outrosinsumos utilizados pela indústria domármore e granito. É também um eventoonde as empresas apresentam seus novosprodutos. No total, o evento reúne cercade 300 variedades comerciais de rochas,entre granitos, mármores, ardósias,quartzitos e travertinos expostos.Fone: (27) 3348-8500 E-mail: [email protected]

13 a 17/3/200715a Feicon Batimat – Feira Internacionalda Indústria da ConstruçãoSão PauloO evento irá apresentar as novidades emalvenaria e cobertura, esquadrias,instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias,equipamentos elétricos, dispositivos,condutores, fios, cabos, entre outras.

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23 a 27/4/2007Fiee – 24a Feira Internacional daIndústria Elétrica, Energia e AutomaçãoSão Paulo Um dos principais eventos de energia, aFiee promete alavancar negócios e mostraros avanços tecnológicos em termos deprodutos e serviços para o setor, um dosmais importantes da economia brasileira. (11) 4191-4324 www.fiee.com.br

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COMO CONSTRUIRAlexandre PandolfoEngenheiro, gerente comercial da UlmaBrasil Fôrmas e [email protected]

Logo após a disseminação do usodo concreto armado como mate-

rial estrutural, começou-se a tentar es-tender seu uso também como elemen-to de vedação. A parede de concretoem si pode, à semelhança de uma peçaestrutural, ser moldada in loco, oumontada como uma peça pré-molda-da. Vamos nos ater, neste artigo, aossistemas de paredes estruturais mol-dadas in loco em obras verticais.

Nesse sistema construtivo, a ativi-dade de coordenação de projetos éfundamental. Afinal, a sobreposiçãodos subsistemas de estrutura e veda-ção obriga a uma análise multidisci-plinar da edificação. As paredes deconcreto, ao constituírem tanto as fa-chadas e/ou paredes internas, como aslinhas de pilares, devem ser olhadas etrabalhadas em duas frentes.

As paredes de concreto podem sercomparadas grosseiramente, paraefeitos de dimensionamento, a linhasde paredes de alvenaria estrutural –com a constituição de arranjos quesubstituem elementos de barra por li-nhas contínuas de distribuição de car-gas aos pavimentos inferiores.

Ao se lançar mão de grandes se-ções transversais verticais, as cargaspassam a ter uma distribuição maisuniforme, o que gera um panoramade tensões de compressão bastantebaixo. Usando-se costumeiramenteconcretos de mesma classe que ousual em arranjos do tipoviga–pilar, há como conseqüência aprodução de peças finas – o que sig-nifica paredes pouco espessas (11 a

Edificações comparedes de concreto

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15 cm) com baixa taxa de armação.Usualmente em edifícios de 15 a 20pavimentos utiliza-se taxa de arma-dura mínima já a partir do segundoou terceiro pavimento.

Por imposição arquitetônica, nospavimentos pré-tipo, é comum a ocor-rência e necessidade da criação de peçasde transição, responsáveis pela redistri-buição de cargas uniformes em cargasconcentradas em pilares convencionais– seja para áreas comuns do edifício oupara as garagens.

No que tange às soluções para aslajes, pode-se usar qualquer tipo desolução estrutural, seja maciça ounervurada. Para fins de otimização deciclo, é recomendada a introdução deuma junta, pelo menos, a fim de seotimizar o uso das fôrmas.

Elementos do processo construtivoAo se usar materiais como concre-

to e aço estrutural, a chave do processoconstrutivo está no bom equaciona-mento do sistema de fôrmas com rela-ção ao tipo de estrutura. As fôrmastêm como exigências básicas:� Suportar um número de utilizaçõessuficiente. Para isso, as soluções decontato em tipo compensado plastifi-

cado são atrativas porque podem sertrocadas ou facilmente recuperadas.�Serem desmontáveis em conjuntos dedimensão adequada – aos ciclos e cargasde grua. Usualmente, são interessantesmódulos de 12 a 18 m2 com massas daordem de 1.200 a 1.500 kg.É interessan-te que as plataformas de trabalho – ele-mentos de aprumo – façam parte domesmo conjunto, otimizando opera-ções de montagem e desmontagem.� Possibilitem a fixação de caixilha-ria e instalações em seu interior, semcomprometimento estrutural.

� Mantenham estabilidade dimen-sional ao longo dos sucessivos reúsos,além do alinhamento perfeito e es-quadro.É importante também a exis-tência de acessórios para adequaçãoperfeita ao projeto de arquitetura.� Incluir como parte integrante dosistema, elementos de segurança eproteção.

Vale lembrar que o estudo de grua,ou seja, suas capacidades de carga emseus respectivos raios, podem ser con-dicionantes dos tamanhos dos módu-los de painel de fôrma.

Guarda-corpo

Tensores

Baseestabilizadora

Manter fôrma demadeira da

Travamento contragiro da torre

vigarecém-concretada

Escoramentometálico

Vela 3,90Tensor

Chave alinhadora Guarda-corpo

Cabeçalde console

Haste da vela

Braçadeira

Corpo principal

Corte típico de uma parede de fachada –primeira altura de concretagem, sobretérreo, por exemplo

Caesar Business Paulista, obra da Construtora Inpar: pilar–parede de cerca de 12 m decomprimento garantindo contraventamento da estrutura de concreto em laje nervurada

Corte da estruturação da fôrma sem o contato em si – console apoiado nocone de aço incorporado ao concretoda parede já curada

Corte com painéis da fôrma interna e externa colocados e plataformas de trabalho

Div

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As implicações na arquitetura e nouso da edificação

Inicialmente vale-se observarque o uso de arranjos curvos é de so-lução mais complexa, o que acabarestringindo arquiteturas mais re-buscadas. Algumas vezes, quando asolução das fôrmas perde produção,pela necessidade de uso de peças deseção complexa, podem-se mesclarelementos pré-moldados na fôrma.

A fim de se manter as produti-vidades executivas da obra, inter-namente costuma-se usar, comoparedes, painéis do tipo drywall.Essa solução torna-se adequada aoprocesso construtivo como umtodo, ou seja, tem velocidade deexecução e perdas mais reduzidasem relação às alvenarias conven-cionais. Outra característica dife-rencial é a predominância das pas-sagens de instalações elétricas e hi-dráulicas nas paredes internas enão nas fachadas. Isso se justificapor evitar perdas de produtividadena execução da obra, ao se mesclaruma atividade rápida – a constru-ção da parede – com uma lenta – oembutimento de instalações.

Evidentemente já foram desen-volvidas boas soluções para fixaçãodos gabaritos para caixilharia, sejamportas ou janelas, com o uso de mar-cos para contraformas internas. Emalguns projetos residenciais de inte-resse popular, os caixilhos são fixadoscom vidros já colocados.

As questões do conforto térmico eacústico

Conforme salientado anterior-mente, as paredes de concreto po-deriam, a priori, ter espessuras bas-tante reduzidas como, por exem-plo, 11 a 15 cm. Além do problemado cobrimento das armaduras, taisespessuras implicariam unidadescom conforto termoacústico preju-dicadas. Isso significa gradientesbaixos de temperatura interno–ex-terno, com mudanças bruscas aolongo do dia. Da mesma forma, apenetração de ruídos externos nasunidades resultaria em habitaçõespouco confortáveis.

Esquema de reaproveitamento de painéis para cerca de 55% da área total deparede–laje 100% executada

Esquema de reaproveitamento de painéis para cerca de 55% da área total deparede–laje parcialmente executada

Corte da estruturação da fôrma sem contato (somente a vela) e com o painel de contato

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Para minimizar esses tipos deocorrências, em alguns projetos exe-cutados, por exemplo, pela Constru-tora Inpar, optou-se pela fixação depainéis de gesso acartonado – drywall– na face interna das paredes de facha-da.Essa solução cria uma espessura demaior resistência, o que transforma oconjunto de parede de concreto–ca-mada de ar–gesso numa divisória decomportamento similar ao de alvena-rias de bloco de concreto ou cerâmica.

O acabamento da fachada Externamente, as paredes de con-

creto têm um acabamento bastanteregular. É importante e evidente queos controles executivos na montagemda fôrma e no lançamento do concre-to sejam rígidos e permanentes. Aseventuais operações de manutençãocorretiva são dispendiosas e de resul-tado somente aceitável.

A maioria dos sistemas de fôrmastrepantes disponíveis no mercadotem, nas porções exteriores da fôrma,andaimes do tipo suspenso ou permi-tem a fixação de balancins. Eles per-mitem que a recuperação de peçasdeixadas na concretagem – por exem-plo de cones – seja feita. O uso de ba-lancins é vantajoso em relação aos an-daimes de altura fixa, ao permitirem adefasagem de atividades de estrutura etratamento da fachada em tempos deexecução diferente. Especial atençãodeve ser dada aos elementos de prote-ção perimetral.

Costumeiramente, espessuras derevestimento bastante pequenaspodem ser usadas – como aplicação detexturas ou revestimentos tipo mono-capa. Mais um cuidado se refere à tex-tura bastante lisa do acabamento daparede. Caso ele seja muito regular eplano, a aderência dos revestimentospode ser comprometida. Nesse caso,em algumas vezes, segundo o enge-nheiro André Chamati, ex-membrode equipe técnica da Inpar, e atual-mente na Even Construtora,recomen-da-se o uso de uma pintura do tipotextura na própria fôrma, aumentan-do a aspereza do concreto acabado.Mesmo havendo piora na aparênciado concreto, as pontes para aderênciamecânica viabilizam-se, o que garantea fixação adequada ao substrato.

Outra solução que vem sendoaprimorada é o uso de concretos dotipo auto-adensável, o que preserva afôrma dos esforços dinâmicos da vi-bração e reduz as perdas de nata.

Por que fazer, afinal?Vários motivos justificam a esco-

lha do sistema construtivo de pare-des de concreto. Os mais representa-tivos são:� Redução de prazo de atividades defachada,uma vez que se evitam suces-sivas operações na fachada. Como es-tamos falando de uma atividade per-tencente ao caminho crítico do cro-nograma de uma edificação, há re-percussão integral sobre o prazo total

da obra. A redução usual pode chegarde dois a quatro meses, a depender daedificação. Isso corresponde a custostotais de 4 a 7% menores.� Disponibilidade de equipamentospara fôrma, no mercado nacional, depelo menos cinco empresas diferen-tes, o que permite uma discussão téc-nica de bom nível e custos de locaçãocompatíveis. Na maioria dos casos, oreúso dos painéis de fôrma é bastantealto – por exemplo oito usos mensais– o que leva a custos por área executa-da muito baixos.� Redução de patologias nas interfa-ces. Ao se conformarem estruturasmonolíticas, e do mesmo material, asdeformações globais são minoradasbem como a fissuração dos encontrosparede e laje, por exemplo.� Maior segurança operacional.Como as obras desse tipo são fechadaslateralmente a cada pavimento, sãomenores os riscos de queda de mate-riais e pessoas.� Mão-de-obra com qualificaçãoadequada. A produtividade de usodesses sistemas é bastante interes-sante ao se homogeneizarem de-mandas de mão-de-obra. Chegam aatingir 1,8 a 3,5 m2/hh. Em vez determos concentrações de tarefas so-mente em dias de concreto de laje-viga e pilar, há volumes também ex-pressivos nas paredes. Os custos emR$/m3 executados são menores, jáque há mais volumes lançados emenos ociosidade da equipe.

À esquerda, hotel Formula 1 Consolação, obra da Inpar: vista interna da fôrma com os gabaritos para caixilharia; à direita, vistada plataforma de trabalho em dois níveis, permitindo a retirada dos cones de ancoragem

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