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a revista do engenheiro civil techne téchne 123 junho 2007 www.revistatechne.com.br IPT apoio Edição 123 ano 15 junho de 2007 R$ 23,00 Pan 2007 Gruas Drywall Texturas acrílicas Bauma Casa eficiente Tirantes Gestão Contenções ISSN 0104-1053 9 7 7 0 1 0 4 1 0 5 0 0 0 0 0 1 2 3 ENTREVISTA Ivan Joppert fala sobre fundações e contenções GRUAS Opções para içar cargas CONTENÇÕES Soluções de reforço COMO CONSTRUIR Tirantes Estádio João Havelange A polêmica obra do Pan 2007 deve ser concluída a um preço seis vezes maior. O fato ofusca, mas não esconde boas soluções de engenharia e instalações modernas BAUMA 2007 Máquinas do futuro capa tech 123a.qxd 1/6/2007 16:03 Page 1

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‘a revista do engenheiro civil

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téchne123 junho 2007

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Edição 123 ano 15 junho de 2007 R$ 23,00

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ENTREVISTA

Ivan Joppert falasobre fundaçõese contenções

GRUAS

Opções para içar cargas

CONTENÇÕES

Soluções de reforço

COMO CONSTRUIR

Tirantes

Estádio João Havelange A polêmica obra do Pan 2007 deve serconcluída a um preço seis vezes maior. O fatoofusca, mas não esconde boas soluções deengenharia e instalações modernas

BAUMA 2007

Máquinas do futuro

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2 TÉCHNE 123 | JUNHO DE 2007

É parte integrante desta revista uma amostra da manta tipo III da Denver

SUMÁRIO

SEÇÕESEditorial 4Web 8Área Construída 10Índices 12IPT Responde 14Carreira 16Melhores Práticas 18P&T 66Obra Aberta 72Agenda 74

CapaLayout: Lucia LopesFoto: Marcelo Scandaroli

ENTREVISTAFundação práticaConsultor critica prazos de obras

de fundações e aponta riscos

26 FEIRASShow de máquinasConfira os destaque da Bauma,

a maior mostra de equipamentosdo mundo

44

20

CAPAEstádio João HavelangeAs polêmicas obras realizadas para os

Jogos Pan-americanos de 2007

32 SUSTENTABILIDADEVitrine de tecnologiasUniversidade e laboratórios juntam-se

para criar a Casa Eficiente

36 RECUPERAÇÃOContra-ataque químico As obras de reparo da estrutura de uma

usina de álcool

40 GRUASPlano de cargasComo escolher o equipamento para

içar materiais

52 DRYWALLPlaca verde Como executar o fechamento das áreas

úmidas ou molháveis

56 CONTENÇÕESTerra firme As técnicas para reforço de encostas

e taludes

60 ARTIGOConstrutoras e subempreiteiras:

quem ganha e quem perde?Pesquisadores alertam para o risco

excessivo das terceirizações

77 COMO CONSTRUIRTirantesComo atirantar paredes-diafragma

e taludes

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VEJA EM AU

EDITORIAL

4 TÉCHNE 123 | JUNHO DE 2007

Auditoria do Tribunal de Contas da União aponta que uma

única obra dos Jogos Pan-americanos, a do Estádio João

Havelange, será concluída a um preço seis vezes maior do que o

orçado. Dos R$ 60 milhões previstos inicialmente, o valor da obra

saltou para R$ 380 milhões. Além de identificar vários problemas

no orçamento geral do Pan, o relatório do TCU alerta para outras

conseqüências: os prazos poderão comprometer testes dos

equipamentos e até prejudicar competições. O objetivo de Téchne

ao publicar na capa desta edição a obra mais emblemática do Pan

2007 foi desvendar a tecnologia por trás da polêmica. Não

podemos, entretanto, ignorar a frustração da sociedade brasileira

com o atraso e o estouro do orçamento previsto. Com um

exemplo desses na cartola (ou seria de cartolas?), devemos nos

aventurar a organizar uma Copa do Mundo em 2014? O evento

no Rio de Janeiro trará inegavelmente benefícios para a cidade e

ficará marcado pela emoção do esporte. Além disso, ninguém

mais do que a indústria da construção anseia, necessita, precisa e

deve lutar por obras como as do Pan 2007. Não se trata, portanto,

de bloquear iniciativas saudáveis para o setor. A questão é o preço

que pagamos. Não bastam os relatos de "buracos do metrô",

"operações navalhas" e outros decepcionantes episódios de nossa

história recente? Cada uma dessas tristes novelas carrega

particularidades intrínsecas, falhas de naturezas díspares e

interesses difusos. Revelam, entretanto, muito de nossos vícios e

de nossa frágil estrutura como Nação. Há centenas de milhares de

engenheiros e profissionais da construção que não toleram mais

serem encarados pela sociedade com desconfiança. Daí a

necessidade de nossas lideranças se comprometerem com um

profundo sentido de mudança ética. Não só dos outros. Mas,

principalmente, de cada um de nós.

Como queremos ser encarados?

� Casa de Marcio Kogan,em São Paulo

� Como Especificar:divisórias piso–teto

� Internacional: Hotel Indigo, no Chile, deSebastián Irarrázaval e Salão do Móvel de Milão

� Aquecimento global� Energia eólica� Green building� Crédito de carbonos� Marcio Fortes, ministro

das Cidades

VEJA EM CONSTRUÇÃOMERCADO

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6 TÉCHNE 123 | JUNHO DE 2007

Fundadores: Roberto L. Pini (1927-1966), Fausto Pini (1894-1967) e Sérgio Pini (1928-2003)

DDiirreettoorr GGeerraall

Ademir Pautasso Nunes

DDiirreettoorr ddee RReeddaaççããoo

Eric Cozza [email protected]

EEddiittoorr:: Paulo Kiss [email protected]:: Gustavo Mendes RReeppóórrtteerr:: Bruno Loturco; Renato Faria (produtor editorial)

RReevviissoorraa:: Mariza Passos CCoooorrddeennaaddoorraa ddee aarrttee:: Lucia Lopes DDiiaaggrraammaaddoorreess:: Leticia Mantovani e Maurício Luiz Aires;

Renato Billa (trainee) IIlluussttrraaddoorr:: Sergio Colotto PPrroodduuttoorraa eeddiittoorriiaall:: Juliana Costa FFoottóóggrraaffoo:: Marcelo Scandaroli

CCoonnsseellhhoo AAddmmiinniissttrraattiivvoo:: Caio Fábio A. Motta (in memoriam), Cláudio Mitidieri, Ercio Thomaz,Paulo Kiss, Eric Cozza e Luiz Carlos F. Oliveira CCoonnsseellhhoo EEddiittoorriiaall:: Carlos Alberto Tauil, Emílio R. E.

Kallas, Fernando H. Aidar, Francisco A. de Vasconcellos Netto, Francisco Paulo Graziano, Günter Leitner,José Carlos de Figueiredo Ferraz (in memoriam), José Maria de Camargo Barros, Maurício Linn Bianchi,

Osmar Mammini, Ubiraci Espinelli Lemes de Souza e Vera Conceição F. Hachich

EENNGGEENNHHAARRIIAA EE CCUUSSTTOOSS:: Regiane Grigoli Pessarello PPrreeççooss ee FFoorrnneecceeddoorreess:: Juliana Cristina Teixeira AAuuddiittoorriiaa ddee PPrreeççooss:: Sidnei Falopa e Ariell Alves Santos

EEssppeecciiffiiccaaççõõeess ttééccnniiccaass:: Erica Costa Pereira e Ana Carolina FerreiraÍÍnnddiicceess ee CCuussttooss:: Andréia Cristina da Silva Barros CCoommppoossiiççõõeess ddee CCuussttooss:: Cristina Martins de Carvalho

SSEERRVVIIÇÇOOSS DDEE EENNGGEENNHHAARRIIAA:: Celso Ragazzi, Luiz Freire de Carvalho e Mário Sérgio PiniPPUUBBLLIICCIIDDAADDEE:: Luiz Carlos F. de Oliveira, Adriano Andrade e Jane Elias

EExxeeccuuttiivvooss ddee ccoonnttaass:: Alexandre Ambros, Eduardo Yamashita,Patrícia Dominguez, Ricardo Coelho e Rúbia Guerra

MMAARRKKEETTIINNGG:: Ricardo Massaro EEVVEENNTTOOSS:: Vitor Rodrigues VVEENNDDAASS:: José Carlos Perez RREELLAAÇÇÕÕEESS IINNSSTTIITTUUCCIIOONNAAIISS:: Mário S. Pini

AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO EE FFIINNAANNÇÇAASS:: Tarcísio Morelli CCIIRRCCUULLAAÇÇÃÃOO:: José Roberto Pini SSIISSTTEEMMAASS:: José Pires Alvim Neto e Pedro Paulo Machado

MMAANNUUAAIISS TTÉÉCCNNIICCOOSS EE CCUURRSSOOSS:: Eric Cozza

EENNDDEERREEÇÇOO EE TTEELLEEFFOONNEESS

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EEssppíírriittoo SSaannttoo (27) 3242-3531 MMaarraannhhããoo (98) 3088-0528

MMaattoo GGrroossssoo ddoo SSuull (67) 9951-5246 PPaarráá (91) 3246-5522 PPaarraaííbbaa (83) 3223-1105

PPeerrnnaammbbuuccoo (81) 3222-5757 PPiiaauuíí (86) 3223-5336

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ttéécchhnnee:: ISSN 0104-1053Assinatura anual R$ 276,00 (12 exemplares)Assinatura bienal R$ 552,00 (24 exemplares)

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva do autor e não expressam,necessariamente, as opiniões da revista.

VVeennddaass ddee aassssiinnaattuurraass,, mmaannuuaaiiss ttééccnniiccooss,, TTCCPPOO ee aatteennddiimmeennttoo aaoo aassssiinnaanntteeSegunda a sexta das 9h às 18h

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Para solicitar reimpressões de reportagens

ou artigos publicados:

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PINIrevistasRReeddaaççããoofone (11) 2173-2303fax (11) 2173-2327e-mail: ccoonnssttrruuccaaoo@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

PINImanuais técnicosfone (11) 2173-2328e-mail: mmaannuuaaiiss@@ppiinnii..ccoomm..bbrr

PINIsistemasSSuuppoorrtteefone (11) 2173-2400e-mail: ssuuppoorrttee@@ppiinniiwweebb..ccoomm

VVeennddaassfone (11) 2173-2424 (Grande São Paulo)0800-707-6055 (demais localidades)e-mail: vveennddaass@@ppiinniiwweebb..ccoomm

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e-mail: eennggeennhhaarriiaa@@ppiinnii..ccoomm..bbrr PROIBIDA A REPRODUÇÃO E A TRANSCRIÇÃO PARCIAL OU TOTAL TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

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8 TÉCHNE 123 | JUNHO DE 2007

Fórum TéchneO recebimento de comissão paraa especificação de materiais(reserva técnica) é umprocedimento correto?Não, não é uma prática correta, mascomo fazer se cada vez mais aignorância é predominante nomercado, com empresários,construtores dando nenhum valor aotrabalho de projeto?AC Arquitetura e Consultoria Ltda.

23/05/2007 11:57

O que o engenheiro deve fazer se a sua empresa utilizar produto fora de norma ou realizar procedimentoconstrutivo não recomendado?Como já mencionaramanteriormente ele deve avisar aempresa que existem outrosprodutos semelhantes, porémautorizados e assim esperar asubstituição do material a tempo.Caso a empresa ignore sua iniciativaele deve avisar os órgãoscompetentes. O que ele não deve éresponder por negligência.Marcelo Novelli

17/05/2007 16:37

Técnicos de edificações etecnólogos devem coordenar obras?Vou postar minha opinião em formade pergunta. Deve o enfermeiro ouauxiliar de enfermagem realizar umprocedimento cirúrgico? Acreditoque o problema não é poder ou nãoe sim que todos tenham o devidoreconhecimento do importantepapel que exercem dentro docontexto geral.David Américo Fortuna Oliveira

22/05/2007 06:43

Além do Estádio João Havelange, a cidade do Rio de Janeiro ganhou novosequipamentos esportivos. No site da revista, confira mais fotos da Arena OlímpicaMultiuso e do Parque Aquático Maria Menck. Veja também a planta baixa de um dosprédios da Vila Pan-americana e o design que permite a ventilação de todos osambientes das unidades.

Jogos Pan-americanos

Téchne acompanhou a maior feira demáquinas e equipamentos do mundo, aBauma, realizada em Munique no mês deabril. Além dos equipamentos destacadosnesta edição, o leitor poderá conferirmuito mais no site, como gruas,plataformas elevatórias, guinchos e outrosequipamentos para construção civil,pavimentação e mineração.

Bauma 2007

Confira no site da Téchne fotos extras das obras, plantas e informações que complementam conteúdospublicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista

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www.revistatechne.com.br

Veja no site da Téchne alguns dosprincipais métodos de contenção de taludes. Ao todo são apresentados 16 sistemas, com ficha técnicaresumida das características de cada um, aplicação, vantagens e cuidados de execução. Todos os métodos são ilustrados.

Métodos de contenção

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ÁREA CONSTRUÍDAVidro laminado viraisolante e verniz para pisode madeiraPesquisa desenvolvida na EscolaPolitécnica da USP mostrou ser possíveltransformar resíduos de vidro laminadoem material para tratamento demadeiras. Com a separação do vidro edo filme de PVB (polivinil butiral) quecompõem o laminado, foi possívelutilizá-los como matérias-primas naprodução de verniz e de isolante parapisos. A engenheira Isabella MariniVargas, que desenvolveu o processo emseu doutorado, conta que o material,rejeitado pela indústria vidreira, teriacomo destino aterros sanitários. "O PVBlevaria 500 anos para ser decomposto eo vidro é praticamente indestrutível",explica. O isolante foi obtido a partir dadiluição em álcool do filme de PVB e suaposterior mistura a outros materiais. Asolução substituiu algumas resinas noprocesso de fabricação do isolante. Nacomposição do verniz, o vidro entrou nolugar do óxido de alumínio – substânciaimportada e cara. Os isolantes sãoaplicados na madeira virgem paramelhorar a flexibilidade das próximasdemãos de verniz que serão aplicadassobre ela e devem ter alta aderência aomaterial. As camadas de verniz sãoresponsáveis, além do brilho, pelaresistência à abrasão da madeira.

Um dos cartões postais de Florianó-polis (SC), a ponte Hercílio Luz estásendo recuperada e deverá ser liberadapara trânsito de veículos em 2010. Emsetembro começa a segunda fase dasobras, que prevê duas etapas de execu-ção paralelas – a reabilitação das fun-dações e blocos de ancoragem e a trocado sistema de fundação do vão pênsil.Os trabalhos irão garantir a perma-nência da estrutura, descartando ris-cos de desabamento. As obras, que de-verão durar até o início de 2009, têm ocusto estimado em cerca de R$ 80 mi-lhões. A primeira fase da recuperaçãoda Hercílio Luz será entregue em ou-tubro e teve um custo de R$ 21 mi-

Começou em maio a construção dotrecho sul do Rodoanel Mario Covas,em São Paulo. Orçada em R$ 2,58 bi-lhões, a nova rodovia terá 61,4 km deextensão e vai atravessar sete municí-pios paulistas. Oito frentes de traba-lho estão operando nos cinco lotescorrespondentes aos consórcios queatuam na obra – Andrade Gutier-rez/Queiroz Galvão (lote 1), Norberto

Trecho sul do Rodoanel começa a ser construído

Segunda fase da recuperação da ponte Hercílio Luz

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lhões. Já estão prontas as obras na ca-beceira insular, que incluem a reformada estrutura metálica, recuperação depeças (jateamento e pintura) e substi-tuição de rebites. Os mesmos traba-lhos estão agora em execução na partecontinental em direção ao vão central.

Fórum de compradores aborda negociação,TI e qualidadeRealizado no final de maio na regiãocentral de São Paulo, o "Fórum Com-pras & Negociação na ConstruçãoCivil" reuniu cerca de 200 diretores,executivos, gerentes e profissionais decompras e suprimentos de constru-toras de diversas regiões do País. Es-tratégias inovadoras de negociação,tecnologia da informação, processosde qualificação e relacionamento comfornecedores de materiais, sistemas e

serviços,além de cases de construtoras,foram os principais assuntos aborda-dos no evento, organizado pela PINI,com apoio das revistas Téchne e Cons-trução Mercado. Palestrantes convida-dos: Maria Célia de Moraes Bourroul(Bourroul Consultoria), Maria An-gélica Covelo Silva (NGI), José PiresAlvim Neto (PINI), Márcio Grigolon(Construtora Cyrela), David AntonioNonno (Sinco Engenharia).

Odebrecht/ Constran (lote 2), Quei-roz Galvão/CR Almeida (lote 3), Ca-margo Corrêa/ Serveng (lote 4) eOAS/Mendes Júnior (lote 5). O tre-cho sul será uma rodovia de classezero – de alta velocidade, com poucosacessos e tráfego controlado em todaa extensão. Terá pista dupla, com trêsou quatro faixas de tráfego em cadasentido, com 3,6 m de largura cada,

faixa de segurança de 1 m, acosta-mento de 3 m, e um canteiro centralgramado de 11 m de largura.

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Tijolo é produzido comrejeitos siderúrgicos epetroquímicos

Um tijolo ecológico foi desenvolvido naCoordenação de Programa de Pós-graduação em Engenharia da UFRJ(Universidade Federal do Rio deJaneiro). O material é produzido a partirde sobras de processos siderúrgicos epetroquímicos – como ferrugemformada na laminação lingotamento doaço, resíduos de craqueamento dopetróleo e rejeitos de operações demineração –, compostos que agemcomo aglutinantes e agregados.Segundo Liliana Fay, que pesquisou oproduto em seu trabalho de doutorado,o tijolo pode ser usado até três horasapós a mistura dos componentes, que éfeita à temperatura ambiente emmoldes plásticos. O encaixe dos tijolos édo tipo macho-e-fêmea e dispensaargamassa de assentamento. Aresistência final do produto é adquirida após três dias.

dades e faculdades "que seguissem de-terminados critérios e diretrizes apro-vadas pelo Sistema Confea/Crea para aformação dos alunos". A utilização damodalidade de pregão eletrônico paraa contratação de serviços de engenha-ria e arquitetura por órgãos públicosconstitui outro assunto polêmico queganhará espaço no congresso, assimcomo a eleição direta para os repre-sentantes dos profissionais nos conse-lhos regionais. Hoje, entidades profis-sionais e instituições de ensino são res-ponsáveis pela indicação. Mais infor-mações: www.confea.org.br; fone:(61) 3348-3700; fax: (61) 3348-3739.

Congresso discute exame de ordem paraprofissionais da construçãoExame de ordem para engenheiroscivis, arquitetos e as demais profissõesregulamentadas pelo sistema. Esse éum dos principais assuntos que serãodebatidos de 15 a 18 de agosto no 6o

Congresso Nacional de Profissionaisdo Sistema Confea/Crea, no Rio deJaneiro-RJ. Outro ponto polêmico aser abordado durante o evento refere-se à proposta da formação universitá-ria genérica em Engenharia, comopção de especialização nas áreasCivil, Mecânica, Ambiental, de Ali-mentos etc. De acordo com o assessorda presidência do Confea, ArgemiroMendonça, "percebe-se um ambientefavorável para a adoção de um examede ordem, capaz de filtrar a concessãodo registro para novos profissionais".Em recente fórum online no sitewww.revistatechne.com.br, promovi-do pela PINI, engenheiros civis, arqui-tetos e tecnólogos dividiram opiniõessobre o tema. Uma alternativa aoexame a ser discutida, segundo Men-donça, seria a certificação de universi-

Um projeto de longo prazo está sendorealizado na UFF (Universidade Fede-ral Fluminense) para avaliar o desem-penho dos revestimentos utilizadosnas fachadas prediais. Durante dezanos, uma equipe multidisciplinarcomposta por pesquisadores enge-nheiros e arquitetos vai analisar os efei-tos do sol,vento,chuva,poluição e ma-resia nos materiais de construção.Umaestação experimental foi montada acéu aberto no campus da UFF na PraiaVermelha, em frente à Baía de Guana-bara (RJ). Inspiradas em um trabalhosemelhante do LNEC (LaboratórioNacional de Engenharia Civil), ligadoao governo português, as instalaçõesbrasileiras possuem dez paredes cons-truídas de forma a receber a maior in-cidência dos ventos e das chuvas domi-nantes na região. São paredes de alve-naria de tijolos cerâmicos e de blocosde concreto, acabadas com diferentes

Construção do século 17será restaurada em SPConstruídos no século 17 em taipa depilão, a igreja e o convento do LargoSão Francisco, tombados como Patri-mônio Histórico pelo Condephaat(Conselho de Defesa do PatrimônioHistórico, Arqueológico, Artístico eTurístico do Estado de São Paulo),passarão por obras de restauração. Oprojeto é estimado em R$ 2,5 milhõese receberá investimentos da NossaCaixa e do BNDES (Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômico e So-cial). A restauração contempla traba-lhos de reparo nas estruturas do pré-dio, a instalação de um novo sistemade iluminação e a adequação do espa-ço para deficientes, com a instalaçãode elevadores e rampas de acesso. Aconstrução receberá também trata-mento contra a ação de cupins, águaspluviais e umidade ascendente. A áreatotal a ser recuperada é de 8,9 mil m²,entre fachada externa, paredes, forros,telhados e imagens.

Projeto avalia revestimentos de fachada materiais. Estão sendo testadas arga-massas preparadas no canteiro deobras e argamassas industrializadas.No acabamento final são analisadostintas e texturas, materiais cerâmicos epedras ornamentais. Nas superfíciesdas vigas que servem de apoio às pare-des são estudados hidrofugantes e ver-nizes acrílicos, revestimentos proteto-res específicos para o concreto armadoaparente.A coordenação é da professo-ra Regina Helena Ferreira de Souza, doDepartamento de Estruturas e Funda-ções da UERJ e pesquisadora da Escolade Engenharia da UFF, e do professorde Materiais de Construção da UFF,Ivan Ramalho de Almeida.

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ÍNDICESAlta em maioReajustes salariais elevam custos dasedificações em São Paulo

Em maio, o IPCE (Índice PINI deCustos de Edificações) registrou

alta de 3,09%, impulsionada pelo au-mento dos custos de mão-de-obra,conforme pesquisa realizada pelaPINI junto às construtoras. Com isso,de acordo com o Índice Global, cons-truir em São Paulo ficou em média4,00% mais caro nos últimos 12meses. Mesmo assim, o percentual éinferior à alta registrada pelo IGP-Mno período,de 4,40%, índice pesquisa-do pela Fundação Getúlio Vargas.

O custo/hora de pedreiro subiu deR$ 3,38 para R$ 3,56, equivalente a5,33% de aumento. O aumento paraos serventes ficou próximo, 5,30%,passando de R$ 2,83 para R$ 2,98/h.

Alguns materiais também sofreramreajuste, como o fio isolado em PVC,que devido a uma instabilidade nopreço do cobre apresentou variação de10,84%, o maior reajuste do mês. Opreço do rolo de 100 m saltou de R$86,00 para R$ 95,33. Já o preço da portalisa de madeira subiu 2,08% devido aorepasse do fabricante. Em abril a portalisa custava R$ 68,68, e em maio passoua custar R$ 70,11 a unidade.

Como reflexo da deflação do preçodo vidro temperado nos últimosmeses, alguns fornecedores conti-nuam reajustando suas tabelas. Emabril, o metro quadrado, que custavaR$ 147,12, passou em maio a custar R$142,54, uma queda de 3,21%.

Insumos como a areia lavada, o ci-mento e a tinta látex PVA sofreramdiscreta variação, enquanto o assoalhode madeira permaneceu estável nomês de maio.

SSuuppoorrttee TTééccnniiccoo:: para tirar dúvidas ou solicitar nossos Serviços de Engenharia ligue para (11) 2173-2373ou escreva para Editora PINI, rua Anhaia, 964, 01130-900, São Paulo (SP). Se preferir, envie e-mail:[email protected]. Assinantes poderão consultar indíces e outros serviços no portal www.piniweb.com

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Data-base: mar/86 dez/92 = 100Mês e Ano IPCE – São Paulo

gglloobbaall mmaatteerriiaaiiss mmããoo--ddee--oobbrraaMMaaii//0066 110099..335522,,7733 5522..116611,,9988 5577..119900,,7766jun 110.471,04 53.280,28 57.190,76jul 110.411,03 53.220,27 57.190,76ago 110.432,28 53.241,52 57.190,76set 110.443,36 53.252,61 57.190,76out 110.677,85 53.487,10 57.190,76nov 110.937,11 53.746,35 57.190,76dez 111.010,59 53.819,83 57.190,76jan 110.759,12 53.568,36 57.190,76fev 110.716,18 53.525,42 57.190,76mar 110.289,87 53.099,11 57.190,76abr 110.315,81 53.125,06 57.190,76MMaaii//0077 111133..772222,,3377 5533..449933,,2244 6600..222299,,1133Variações % referente ao último mêsmês 3,09 0,69 5,31acumulado no ano 2,44 -0,61 5,31acumulado em 12 meses 4,00 2,55 5,31Metodologia: o Índice PINI de Custos de Edificações é composto a partir dasvariações dos preços de um lote básico de insumos. O índice é atualizado porpesquisa realizada em São Paulo (SP). Período de coleta: a cada 30 dias com pesquisa na última semana do mês de referência.Fonte: PINI

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Envie sua pergunta para a Téchne.Utilize o cartão-resposta encartado na revista.

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IPT RESPONDE

Pode-se recuperar uma armaduracorroída pintando-a com zarcão e depoisrecobrir o trecho danificado da estruturacom argamassa estrutural polimérica? Henrique Sirtoli Neto

Balneário Camboriú (SC)

O termo zarcão significa tetróxido dechumbo (Pb3O4), material com boa ca-pacidade de oferecer proteção anódicaao aço. Também significa fundo anti-

Quais materiais se enquadram nadesignação "piso frio"?Fernando Fernandes

Cambuí (MG)

"Pisos frios" são aqueles que produzemforte sensação de friagem ao serem to-cados por partes do corpo humano. Asensação de frio acontece no contatocom materiais com boa condutibilida-de térmica, ou seja, esses materiais rou-bam e conduzem rapidamente o calordo corpo, produzindo a sensação de

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Piso frio

Recuperação de armaduras

frio. Ao contrário, se o material tocadofor mau condutor de calor (madeira,carpete etc.), não se tem a sensação defrio. Nessa conceituação, os pisos metá-

Qual o motivo de os forros de gessoamarelarem após a pintura com tinta acrílicasobre fundo preparador à base de água? Henrique Sirtoli Neto

Balneário Camboriú (SC)

O amarelamento do gesso pode tersido causado por presença de impu-

Pintura sobre gessorezas na matéria-prima, calcinaçãoinadequada da gipsita, preparação dapasta em recipiente metálico, conta-minação com argila, poeiras ou ou-tros materiais. No caso de forro sus-penso, pode ter sido decorrente daação da umidade/acidez do gessosobre tirantes metálicos. Qualquer

licos (chapa xadrez etc.) seriam pisosextremamente frios. Embora nãoapresentem a elevadíssima condutibi-lidade térmica dos metais, são conside-rados pisos frios aqueles constituídospor: concretos de cimento Portland,concretos asfálticos, argamassas, ci-mento queimado, granilite, placas ce-râmicas, pavimentos intertravados,mosaico português, placas de mármo-re, granito e outros materiais similares.Ercio Thomaz

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corrosivo à base de tetróxido dechumbo. Quando adquirimos umfundo protetor de cor laranja ou ligei-ramente amarronzada, poderemosestar adquirindo uma tinta alquídicacom pequeno teor ou com alto teor dePb3O4; neste segundo caso, pode serconsiderada adequada a aplicação domaterial de proteção. Mais adequadaainda, após completa remoção dosprodutos de corrosão presentes na ar-

madura, poderia ser a aplicação detintas epóxi ricas em zinco ou outrasdo gênero. Cuidados devem ser toma-dos para que a região anteriormentecorroída não passe a funcionar comocátodo, induzindo a criação de outraszonas anódicas na armadura, ou seja,não haveria mais corrosão no trechopintado, mas sim em outros trechos.Ercio Thomaz

Cetac (Centro de Tecnologia do Ambiente Construído)

que tenha sido a fonte do problema,parece ter agido em grande intensi-dade, já que não é usual a manchaamarelada conseguir ultrapassar abarreira constituída pela película detinta alquídica.Ercio Thomaz

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CARREIRA

Já faz 17 anos que Lauro Modesto,ex-professor da Escola Politécnica

da USP, não leciona mais. Mas o enge-nheiro definitivamente não parou detrabalhar quando sua aposentadoriaveio em 1990. Pelo contrário, ele reu-niu os conhecimentos acumuladosem seus 37 anos de experiência paraaplicá-los no desenvolvimento denovos softwares de dimensionamentode peças de concreto. Já produziucinco livros técnicos e planeja lançarmais dois – um sobre "Cisalhamento eTorção" e um "Manual sobre Pilares".

Lauro nasceu em Uberaba, cidadedo Triângulo Mineiro, em 1929. Filhode um bancário, passou a infância nacidade sem ir a escolas convencionais.Seu pai preferia chamar professorasparticulares para lhe apresentar asprimeiras letras e números, depois osconhecimentos básicos em outrasáreas do conhecimento. Essa formade aprendizado, reconhece o enge-nheiro, era bastante truncada, des-continuada. Aos nove anos de idade,seu pai foi transferido para Araguari,outra cidade do Triângulo Mineiro.

Cidade próxima, mas distante.Pai, mãe e filhos precisaram se mudare deixar em Uberaba o restante da fa-mília – as visitas aos parentes que fica-ram não seriam tão freqüentes quan-to gostariam. Sua mãe ficou triste,mas a troca de ares valeu a Lauro fre-qüentar sua primeira escola. No gal-pão simples de tijolinhos e telhadoduas águas, conheceu quem ele definecomo a melhor professora de sua

Lauro Modesto dos SantosEspecialista em concreto armado e protendido, professor da USP passou adesenvolver softwares de cálculo estrutural após deixar de lecionar

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vida: Wanda Pieruccetti. Foi destina-da a ela a dedicatória de um dos livrostécnicos do engenheiro, "Sub-Roti-nas Básicas do Dimensionamento doConcreto Armado", de 1994.

Na cidade, ficou por cerca de umano e meio, pois seu pai conseguiutransferir-se de volta para Uberaba.Lá,freqüentou o Colégio Diocesano deUberaba, onde estudou até concluir ocurso científico, em 1947. Nos anos se-guintes, serviu o Tiro-de-Guerra doExército e prestou vestibular para ocurso de Engenharia. "Eu gostava dematemática, e me diziam que a carrei-ra em que mais se utilizava matemáti-ca era a Engenharia Civil", conta.

Estudou na Escola Politécnica daUSP até 1953. Interessou-se, durantea graduação, por estruturas de con-creto armado e protendido. Recém-formado, passou a trabalhar comprojetos estruturais de concreto ar-mado com mais dois colegas e seuprofessor, Fernando José Escorel. Estese tornou seu amigo pessoal, e foi, in-clusive, padrinho do casamento deLauro, que já dura mais de 50 anos. Aduração do escritório foi efêmera,pois um ano e meio depois Lauro erachamado como professor-assistenteda recém-criada EESC (Escola de En-genharia de São Carlos) da USP. Lá,morou e lecionou por nove anos.Vol-tou para São Paulo, mas continuoudando aulas uma vez por semana naunidade. Lá, também fez seu douto-rado, concluído em 1962.

De volta à capital paulista, tornou-

PERFIL

Nome: Lauro Modesto dos SantosIdade: 77 anosGraduação: engenharia civil, em1953, pela Escola Politécnica da USPEspecializações: doutorado pelaEscola de Engenharia de São Carlos,em 1962Empresas em que trabalhou:USP, Azeredo Santos Construtora,Naiva Construtora, PromonEngenharia, Editoras LMS e Thot,ELMS Produção e Desenvolvimento de Softwares Cargos que exerceu: professor-assistente na EESC; professor ecoordenador de Pós-graduação doDepartamento de Estruturas daPoli-USP; diretor técnico daconstrutora Azeredo Santos; diretorgerente da Naiva Construtora;engenheiro grau 9 – nível máximo no plano de carreira da PromonEngenharia; e proprietário daseditoras LMS, Thot e da ELMS

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Obras marcantes de queparticipou: Estação São Bento (linha1 do metrô de São Paulo); barragemde Água Vermelha, barragem TrêsIrmãos; barragem de Itaipu

Obras mais significativas daengenharia brasileira: barragem deItaipu, por sua grandeza; e Catedralde Brasília, que fundiu estrutura earquitetura em uma obra só

Realizações profissionais:ter escrito meus livros técnicos e produzido os programas de dimensionamento de concreto armado

Mestres: Nilo Amaral; Telemaco vanLangendonck; Fernando José Escorel

Por que escolheu serengenheiro: pelo apreço que tinhapela matemática desde o colegial

Melhor escola de engenharia:sou incapaz de responder, já que nãoconheço outras escolas, masapostaria na Escola Politécnica eEESC, ambas da USP

Dez questões para Lauro Modesto dos SantosUm conselho ao jovemprofissional: lutar sempre eprocurar valorizar a carreira. Osengenheiros de estruturas nãotêm conseguido realizar talvalorização

Principais avanços tecnológicosrecentes: recursos de informática egravador de DVD (que permitiu salvarcoleção de músicas e óperas quetinha em LD, formato de vídeo extintona década de 90)

Indicação de livro: Modelos deBielas e Tirantes Aplicados aEstruturas de Concreto Armado, deReginaldo Carneiro da Silva e JoséSamuel Giongo

Um mal da engenharia: para osengenheiros de estruturas, a nãovalorização do próprio trabalho,resultado da concorrênciadesastrada; na engenharia emgeral, a falta de unicidade eatuação mais firme nas questõespolíticas que interessam aodesenvolvimento do País. Falta umaOAB da engenharia

cação de seus livros, criou duas edito-ras, a LMS e a Thot. Mas ambas tive-ram existência efêmera. "É difícil man-ter economicamente uma empresa pe-quena que só publica livros técnicos",ressalta Lauro. "O mercado editorial éuma área bastante difícil."

Após a aposentadoria, dedicou-seao desenvolvimento de programaspara computador. O professor já co-nhecia algumas linguagens de pro-gramação – Basic, Quick Basic, C++e Pascal – e, na década de 90, criou aELMS para comercializar seus pro-dutos. No escritório nos fundos desua casa, vem trabalhando nos últi-mos 17 anos nos dois principais soft-wares que comercializa até hoje. OConDe (Concrete Design) permite odimensionamento de seções de peçasde concreto armado submetidas àflexão composta, e o Esbelt é o pro-grama complementar para verifica-ção de pilares esbeltos. Todo o traba-lho é feito com um cuidado especial –a máquina onde os softwares são pro-duzidos não é conectada à internet."Para não contaminar com vírus", ex-plica. As atualizações do programasão constantes, e a última versão já éadaptada à nova norma de concretoarmado – NBR 6118:2003, de cuja re-visão Lauro participou – e às princi-pais versões do Windows.

Não à toa, Lauro considera acriação de seus softwares uma dasprincipais realizações profissionaisde sua carreira.

Lauro foi homenageado, em 1993,como um dos melhores professores daPoli pela Associação dos Antigos Alu-nos da Escola Politécnica. Pode teraprendido com a dona Wanda, quecompleta 90 anos este mês. Lauro,aliás, garantiu presença na festa de ani-versário de sua mestra.

Renato Faria

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se diretor técnico da construtora Aze-redo Santos. Uma das principais obrasda empresa foi uma das unidades daEscola Paulista de Medicina, na VilaClementino, na zona Sul. Formououtra construtora, a Naiva S/A, espe-cializada na construção de sobradospara a classe média na cidade. Em1971, passou a trabalhar na PromonEngenharia, onde participou das prin-cipais obras de sua carreira. Entre elas,participou do projeto da construção

da Estação São Bento, da primeiralinha do metrô paulista. Acompanhoutambém o projeto de três barragens – abinacional Itaipu, Três Irmãos e ÁguaVermelha. Por esta última, construídaem 1972, ele mantém um carinho es-pecial, pois foi o responsável técnicopor sua estrutura. "Foi a obra em quetrabalhei mais tempo, exigiu de mimmaior responsabilidade." Participoutambém da elaboração de diversasnormas técnicas. Para facilitar a publi-

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MELHORES PRÁTICAS

Estaca hélice contínuaRecursos tecnológicos auxiliam na atenção a detalhes essenciais paraa obtenção do desempenho esperado desses elementos de fundação

Recomenda-se que o concreto utilizadonesse tipo de fundação apresente umarelação água/cimento de, no máximo,0,6, fck de 20 MPa, brita 1, com dimensãomáxima de 12,5 mm, slump entre 200 e240 mm e consumo de cimento de, pelomenos, 400 kg/m3. Um traço adequadoao bombeamento, com o uso de aditivosplastificantes. Para especificação,informar a quantidade máxima de água aser adicionada em obra, considerandoaquela retida na central e estimandoperdas por evaporação.

Equipamentos Controle daperfuraçãoO torque deve ser coerente com aresistência oferecida pelo terreno, que variade acordo com a profundidade, e o avanço é sempre inferior a um passo por volta. Apressão vertical decorre apenas do pesopróprio da hélice e do solo nela contido. Aperfuração é uma operação contínua, o queindica que a hélice não pode ser içada a fimde evitar alívios no terreno.

Solos mais resistentes exigem que osdentes da extremidade da hélice sejamsubstituídos por pontas de vídia. Éimportante verificar a presença datampa que impede a entrada de solo notubo central. A produtividade, entre 150e 400 m/dia, varia de acordo com odiâmetro da hélice, a profundidade daestaca, o tipo e a resistência do terrenoe o torque do equipamento utilizado.

Qualidade do concreto

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Controle da injeção

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Norma de referência: NBR 6122 – Projeto e Execução de Fundações, em vigor desde abril de 1996

Colaboração: engenheiros Frederico Falconi, da Zaclis, Falconi e Engenheiros Associados, Miguel Ferreira, da Fundesp (FundaçõesEspeciais), Waldemar Hachich, Cyro Pessôa, arquiteto Rodrigo Mindlin Loeb e Geosonda

Simultânea à retirada da hélice, ainjeção do concreto é determinada pelapressão e pelo sobreconsumo domaterial, visando a evitarestrangulamentos ou seccionamentosem seu comprimento. A hélice pode serretirada sem girar ou girandolentamente no sentido da perfuração. O

Respeitado o tempo limite de duas horasdesde a chegada do concreto ao canteiro,a inserção da armadura pode contarapenas com a gravidade ou mesmo compilão de pequena carga ou vibrador.Compostas por barras grossas e estribo

helicoidal soldado nas barraslongitudinais, têm extremidade inferiorafunilada para facilitar a penetração eevitar deformações, e deve sercentralizada no furo com auxílio deespaçadores ou roletes.

O monitoramento durante a execuçãoexige uso de sistema computadorizadoespecífico, com mostrador na cabina dooperador e sensores espalhados pelamáquina. Informam sobre aprofundidade, velocidade de rotação,pressão de torque, inclinação da torre,pressão do concreto, volume desde oinício da concretagem esobreconsumos. O mesmo sistema geraum relatório sobre a estaca, contendoos dados obtidos.

Controle executivoInstalação da armadura

preenchimento com concreto podecessar num nível inferior à superfície,caso o furo seja estável e seja possívelcolocar a armadura sem prejuízo àestaca. Durante a retirada, érecomendável limpar as lâminasmanualmente ou com uso deequipamento hidráulico acoplado.

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ENTREVISTA

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IVAN DE OLIVEIRAJOPPERT JR.

O estágio na Themag Engenharia,iniciado em 1980, foi encerrado namesma época da formatura pelaEscola de Engenharia daUniversidade Mackenzie, em 1982.De lá, Joppert foi para a MAGProjesolos Engenheiros Associados,onde ficou até 1986. Na GeostáticaEngenharia assumiu a direçãotécnica, mesmo cargo exercido naMG&A Consultores de Solos, até2002. A partir daí dedica-se àInfraestrutura Engenharia, da qual é sócio-fundador e diretor presidentee comercial. Na área acadêmica,leciona fundações aos engenheirosformados pelo Mackenzie desde1985. Até 2005 ensinava mecânicados solos para os arquitetos damesma universidade. É autor deartigos técnicos, entre eles "Métodode Cálculo para Estimativa de Cargade Ruptura de TirantesAutoperfurantes Tipo Tubular".

Das palavras de Ivan de OliveiraJoppert Jr., entrevistado deste mês

da Téchne, uma das conclusões possí-veis afirma que, quanto mais avançaem técnicas e tecnologias, mais a enge-nharia sente faltar seus princípios bási-cos. Se considerarmos que a prática – emesmo a existência – dessa área do co-nhecimento humano só se justifica emvirtude da existência de problemas ouda ânsia de evoluir, parece lógico e in-teressante evitar a ocorrência de novasdificuldades. É imperativo, portanto,resgatar o tripé sobre o qual se sustentaa disciplina, até mesmo para que a in-cessante busca por resultados financei-ros não seja afetada por colapsos ououtros eventos inesperados que acar-retem em prejuízos.O entrevistado de-fende uma alteração na forma de cons-truir dos empreendedores, atualmente

montada apenas na velocidade, emesmo na postura de fornecedores,principalmente os de concreto. Nadade diminuir o ritmo das obras, garan-te, mas sim investir em conhecimentoe tecnologias que permitam trabalharmelhor com prazos impostos e não in-correr em riscos demasiados, comoeventualmente vem ocorrendo. A for-mação dos profissionais nos bancosdas faculdades também foi alvo de crí-ticas do professor da Escola de Enge-nharia do Mackenzie. Para ele, se éamplo o campo de visão do recém-for-mado, por outro lado não há aprofun-damento suficiente para facilitar a ini-ciação prática. Joppert é autor do livrorecém-lançado pela Editora PINI"Fundações e Contenções de Edifícios– Qualidade Total na Gestão do Proje-to e Execução".

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O entrevistado da edição passada(Téchne 122), o engenheiro e peritoMauricio Marcelli, afirmou que amaior parte dos sinistros que ocorremdurante a obra concentra-se na fasede escavações. Por que essesproblemas são tão recorrentes?Uma obra sustenta-se num tripé for-mado pelo projeto, pelos materiais uti-lizados e pelo controle da qualidade daexecução. No entanto, as obras estãomuito rápidas e o cliente exige respos-tas e ritmo rápidos,pois obra rápida saimais barato. Por vezes escapam deta-lhes,e como sempre se quer andar maisrápido nas fundações,que ninguém vê,é lá que estão as maiores patologias. Aprincipal meta do livro é estimular ocontrole de projeto e materiais, masprincipalmente de execução.

Na prática, o que a velocidade, se fordemais, afeta a obra?

Um exemplo típico de patologia de-corre da eliminação de tirantes duran-te uma escavação de subsolo para ace-lerar a execução. Ou seja, há tirantesem determinada altura, mas escava-setotalmente a prumo.A parede não estádimensionada para isso e a obra cai. Éuma decisão tomada na obra paradiminuir custos e prazos.

Irresponsabilidades desse tipo sãocomuns?Esse exemplo não é inventado, acon-tece realmente. Como acontece de co-meçar a construção sem projeto,principalmente quando há um proje-to básico, como é o caso de hipermer-cados. A obra começa mesmo queseja necessário mudar fundações, porexemplo, o que é feito sem planta decargas, com a obra andando. Quandoo engenheiro tem experiência, tira deletra porque já fez muito daquilo e

sabe o que dá certo. No entanto,quem, sem demérito nenhum, nãotem experiência está muito mais su-jeito a errar. Daí, é necessário condu-zir o profissional para que não erre, ea única forma é lhe dar elementos ta-belados, pois engenheiro não gostade ler. Temos que seguir um raciocí-nio lógico, com verificações e deci-sões a tomar em cada passo.

É possível conciliar qualidade erapidez tanto de projeto quanto deexecução ou a saída é desacelerar?Quanto mais rápido, maior a possibili-dade de errar,mas é questão de organi-zação e de colocar limites. Ao tentareconomizar, o fator de segurança di-minui. Não adianta falar para o clienteir mais devagar se existem prazos, commultas decorrentes do não-cumpri-mento deles. É como se trabalha hojeem dia e é necessário se adaptar.

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E N T R E V I S T A

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Há métodos de fundaçãotecnicamente eficientes que sejam deixados de lado por serem lentos?Tem muita coisa caindo em desusopor conta de velocidade, como as es-tacas tipo Frank. Independente-mente de haver problemas com vi-bração, dificilmente são adotadasporque, entre fazer três ou quatro es-tacas Frank por dia ou fazer até 12 es-tacas hélice, mesmo que mais caras, opessoal acaba optando pela segunda.A pressa é o fator preponderantepara orientar os projetos.

Mas a boa engenharia não deveriaminimizar os riscos, principalmentepara os terceiros?Nunca acredito em má-fé. É difícildefinir a probabilidade de haver pa-tologias no caso de usar um ououtro tipo de fundação ou conten-ção. Se for bem executado, empre-gando material de boa qualidade,conforme especificado em projeto,com fiscalização, não tem por queocorrem patologias.

No Brasil temos tecnologia eequipamentos adequados paraexecutar fundação?Sem dúvida. Na Bauma [feira alemãde construção], (veja cobertura tam-bém nesta edição), os equipamentosexpostos eram os mesmos que te-mos para fundações especiais aqui,por exemplo. Os empreiteiros brasi-leiros têm equipamentos de primei-ra qualidade.

Relativamente, projetos de fundaçãoe contenção são caros para umaconstrutora?Não absurdamente. Chegam a 5 ou7% do total da obra. Então, por queeconomizar tanto? Vou raciocinarcomo o empreendedor, sabendo queele tem que respeitar um custo máxi-mo por metro quadrado. Dentrodesse valor existe a porcentagem des-tinada a cada etapa, sobrando aquelequinhão para as fundações. Se desti-nar mais, a filosofia fica errada, poisgasta mais do que a verba destinadapara aquilo.

Dentre as patologias que costumamocorrer numa obra de fundações, oserros mais comuns estão no cálculoou na execução?Concreto com resistência abaixo doespecificado e execução malfeita sãomaioria. Projeto dificilmente apre-senta erros. Estamos passando poruma má fase em termos de concreto.Pede-se uma determinada resistênciae quando se aplica descobre-se quenão tem aquela resistência.

E na execução, quais os erros?Fazer locação é um exemplo bemclaro. Antigamente lançava-se umatábua em torno da obra, o topógrafomarcava com prego cada eixo dos pi-lares, esticava um arame, descia umprumo e locava a estaca. Antes deexecutar, checava de novo. Hojemarca um monte de piquetes nochão. Se alguém dá um toque e ele saido lugar, haverá excentricidades. Afundação será executada 20 cm longede onde era para ser, exigirá reforçose travamentos, que custam dinheiroe tempo. Onde foi o erro? Na escolhado tipo de locação.

Parece estranho o concretoapresentar problemas, pois asconcreteiras costumam alardear oalto controle tecnológico sobre oproduto que oferecem.O concreto realmente tem altíssimocontrole tecnológico, com cimentosespeciais de alto desempenho, mas,por motivos que não sei quais são,nem sempre é isso que é entregue.Vejo muitas obras com problemasde resistência no traço do concreto.Inclusive interrupção do forneci-mento durante a concretagem deuma parede-diafragma, com 30 mde profundidade, quando dez esta-vam concluídos. E daí, o que fazer?No dia seguinte o concreto já endu-receu. Acho que houve um aqueci-mento e as concreteiras não dãoconta de atender bem a todos.

Por que erros de projeto são poucoscomuns?O computador ajuda muito hoje emdia. O cálculo é rápido e com menorpossibilidade de erro. Basta estarciente e carregar os dados no compu-tador de forma correta.

Justamente por isso o pessoal deestruturas reclama de profissionaismenos experientes.No ramo de fundações e contençõesé difícil ter engenheiros recém-for-mados. Para começar a bater bolanessa área tem que ter no mínimodez anos de experiência. O compu-tador faz o cálculo, mas, com expe-riência, o profissional tem sensibili-dade para saber o que está erradoou certo. No caso de estruturas, oengenheiro sai da faculdade, com-pra um programa, uma ferramentaexcelente, entra com os dados eobtém, para um vão de 3 m, umaviga de 1,5 m de altura, com umferro de uma polegada embaixo.Não tem sensibilidade para saber seestá certo. Já na área de fundações emecânica dos solos temos um mixde projeto e obra.

E por que os recém-formados não se aventuram nesse campo?Porque não têm experiência. Se na

Com equipamentos tão atuais quanto oseuropeus, a engenharia de fundações,também por ser uma etapa poucovisível, está entre as principais afetadaspela velocidade imposta às obras atuais

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sondagem a estaca deveria ter 12 m,mas na obra ficou com 8 m, o quefazer? Como saber se está boa? Porque aconteceu? Por isso o recém-for-mado não se aventura. Na primeiravez que acontecer, liga pra alguémcom mais experiência para saber oque faz. Em estruturas, o programadá armadura de flexão, de cisalha-mento, detalhes e tudo o mais, masem fundações, na obra, tem queadaptar o projeto à realidade.

Para o engenheiro que não trabalha diretamente com isso,como os engenheiros de obras,é complicado lidar com mecânicados solos?O pessoal vê como um bicho de setecabeças desde a faculdade, o próprionome assusta. Como é física pura etem muita experimentação de campo,é complicado. O objetivo do meu livroé desmistificar, ser bem prático paraque o engenheiro de qualquer lugar doBrasil tenha as soluções.

Alguns critérios e limites técnicosdevem ser observados para aadequação do sistema de contenções efundações à velocidade exigida pelocontratante, com controle de riscos àobra e à vizinhança

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A pressa em concluir a etapa defundações decorre também dessedesconhecimento do tema?Um pouco da desvalorização se deveao desconhecimento. Quando meformei no Mackenzie, formavam-se300 alunos por ano. Hoje tenho 30por semestre. Enquanto isso, o mer-cado cresceu. Muita gente saiu doramo e o mercado está absorvendoesse pessoal mais novo, mas que, pornão ter vivência, nem sabe o quãorápido tem que ser uma obra. Acabareservando duas semanas do crono-grama para as fundações quando vaiprecisar de três meses. É falta de ex-periência, mas acho que tínhamosque passar por isso.

Como assim?A construção está em crise há 25anos. Teve um boom em 1985, quan-do os preços foram congelados ecomeçou-se a comprar imóveis. Na-quele ano fiz muitas obras. Depoisdisso, foi sempre muito ruim e o pes-

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da qualidade. Ou seja, coloca-se olobo pra cuidar dos cordeiros. EmSão Paulo ou Rio de Janeiro há umpouco mais de consciência. Contra-ta-se um escritório especializado emfundações para desenvolver o proje-to. No resto do País, se houver pato-logias, o empreiteiro vai brigar como empreendedor, pois o responsáveltécnico pela obra não tem comocontrolar. Empurra-se a responsabi-lidade para o empreiteiro, não im-portando se vai gastar mais ou se vaidar algum problema.

Quais os itens a controlar durante a execução?Se o projeto condiz com a obra, e seé tecnicamente viável o material autilizar. Não adianta especificar umtipo de aço e comprar um que nãoatinge a resistência. Durante a exe-cução, verificar desde locação até seas condições do solo condizem coma sondagem.

E ao final?Verificar o desempenho ao ser carre-gada. É possível fazer, durante a cra-vação de uma estaca pré-moldada,por exemplo, uma prova de carga di-nâmica para saber qual é a carga deruptura. Acompanhar a fundação inloco é fundamental para o sucesso.

Há novidades em termos desegurança para a execução de tubulões?Continua sendo uma execução queincorre em alguns riscos. É a funda-ção mais barata e a mais segura emtermos de desempenho que existe.Em meu escritório só executamos tu-bulão se tiver 100% de segurança. Ascondições são que o solo seja coesivo,o lençol freático não esteja muito altoe não haja presença de areia. Antes deexecutar, fazemos um poço de inspe-ção pra ver como se comporta a esca-vação. Afinal, nós também vamosdescer no tubulão para verificar se ooperário abriu a base. Por isso,vamos até determinado limite e dalipra frente é outra metodologia.Mesmo que seja mais barato, não dápra fazer ou vai matar alguém.

Com cinco ou seis obras na mesmaregião, sabemos que algumasconstrutoras deixam de realizarsondagem por considerar que o soloda região é homogêneo.É por isso que só projetamos e execu-tamos se houver sondagem. O solonão tem regra nenhuma. Num pontoé de um jeito e 20 m para o lado podeser completamente diferente.

O controle de materiais também éfonte de problemas?É complicadíssimo, principalmentepara materiais que trabalham combase na resistência, como concreto eaço. Este tem controle melhor, excetoquando definimos um tipo de aço paracravar perfil e o cliente compra outropara economizar.Ainda assim,o maiorproblema é a resistência do concreto.

O livro fala de qualidade total. O queé isso?É o tripé formado por projeto, execu-ção e o material empregado e que ga-rante a segurança. Se os três estiverembons, eis a qualidade total. Para cadaum desses critérios o livro tem umchecklist. Quais informações um pro-jeto tem que apresentar para podercontrolar a execução? Tem que tersondagem, levantamento planoal-timétrico do terreno, as contençõesdefinidas. Qual é a cota de apoio, atensão ou carga unitária? Isso tudotem que estar definido no projeto defundações para ser controlado de-pois. São itens a cobrar do escritóriocontratado para que o engenheiroresponsável controle a execução.

Bruno Loturco

LIVRO

Fundações e Contenções deEdifícios – Qualidade Total naGestão do Projeto e ExecuçãoIvan Joppert Jr.224 páginasEditora PINIVendas pelo portal www.piniweb.comou pelos telefones 4001-6400(regiões metropolitanas) ou 0800-5966400 (demais regiões)

soal saiu do ramo. Agora, a qualqueraquecida do mercado, não há profis-sionais de projeto pra contratar. Opessoal quer ir para a área de plane-jamento e gerenciamento.

O que falta na formação para darmais experiência prática aosprofissionais e para abrir os olhospara esses campos que estãocarentes?Haver uma integração maior entreescolas e empresas para que os está-gios fossem levados mais a sério. Nasescolas técnicas federais os alunossão obrigados a fazer estágio para seformar. O estudante tem um montede informação, mas não se aprofun-da em nada. Isso principalmente nasescolas com nível técnico melhor,que absorve o aluno a ponto de eleficar o dia todo na faculdade.

Com tanta informação a serpassada, como aprofundar?A faculdade de engenharia deveriater seis anos. A grade é a mesmadesde sempre, com as mesmas cadei-ras, mas há muita informação nova, epara encaixá-las diminui-se a cargahorária de matérias que eram vistascom mais profundidade, como es-truturas. O sujeito sai com uma visãomaravilhosa, mas sem especializa-ção. Daí as escolas viram a necessida-de dos cursos de pós-graduação, masisso é ruim. O aluno tinha que sair jápara trabalhar.

Quais as ferramentas disponíveispara controlar a qualidade?São bem poucas, e o objetivo do livroé realmente esse, pois os livros quetemos de mecânica dos solos e fun-dações são muito teóricos. Mesmo oque foi brilhantemente editado pelaPINI, com a participação dos melho-res profissionais do mercado. Têmque ser mais acessíveis, mais simples.

Como é feito até agora?Vou lhe dar dois panoramas. Fora deSão Paulo, por exemplo em Brasília,as fundações são encomendadaspara um empreiteiro, que desenvol-ve o projeto, executa e faz o controle

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FEIRAS

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No dia 26 de abril, o aeroporto deMunique, na Alemanha, regis-

trou movimentação de 120 mil passa-geiros, um recorde histórico. O feitodá a dimensão do poder de atração dafeira de máquinas e equipamentosBauma, sem dúvida a principal res-ponsável pela movimentação semprecedentes. Realizada entre 23 e 29de abril no Trade Fair Centre de Mu-nique, a maior feira do setor domundo também quebrou seus pró-prios recordes. Contou com cerca de500 mil visitantes, registrando cresci-mento de 20% em relação à ediçãoanterior, de 2004, e recebeu visitantesde aproximadamente 190 países, umcrescimento de cerca de 11% (vejaboxe com números detalhados).

O crescimento não é por acaso, jáque a feira aconteceu em um momen-to de forte aquecimento da constru-ção mundial, conforme lembra Man-fred Wutzlhofer, presidente da MesseMünchen, organizadora do evento."Contribuiu significativamente parao sucesso da Bauma o boom global daconstrução – principalmente nos paí-ses emergentes da Ásia, América Lati-na e África – e também o crescimentodo setor na Europa."

De acordo com a organização doevento, 2.099 brasileiros visitaram aBauma. Muitos deles foram em cara-vanas como a da Sobratema (Associa-ção Brasileira de Tecnologia paraEquipamentos e Manutenção), comcerca de 620 participantes; da Câmara

Show de máquinasA Bauma refletiu, neste ano, a tendência mundial de crescimento daconstrução. Confira alguns lançamentos e novidades da maior exposiçãode máquinas e equipamentos

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Brasil Alemanha (AHK), com 80; e daSH Fôrmas e Escoramentos, que con-tou com 76 pessoas. "Nossa intenção épromover o nome da empresa e estrei-tar o relacionamento com os clientes",resume Maria Alice Moreira, diretoracomercial da SH. Para ela, que tam-bém participou da Bauma 2004, a edi-ção atual teve mais fôlego. "Em todosos aspectos a feira cresceu", avalia.

A empresa, que neste ano está in-vestindo R$ 15 milhões em equipa-mentos, também foi à Bauma para co-nhecer novas tecnologias, conta Ruthde Castro, presidente da SH. "Manti-vemos contato com a Hünnebeck,que foi sócia da SH durante dez anos,e que tem inspirado nossos últimosinvestimentos em equipamentos dealta tecnologia. Em geral, a Baumanos ajuda no benchmark com concor-rentes internacionais – e também paraestudar as soluções européias e ver sesão viáveis no Brasil."

Levi Vasconcellos dos Santos, ge-rente de suprimentos e logística daHochtief, visitou a feira em busca deequipamentos para aquisição ou loca-ção. As áreas de interesse da empresaforam basicamente movimentaçãohorizontal e vertical de cargas (eleva-dores, gruas, guindastes, manipula-dores telescópicos etc.) e equipamen-tos para processamento de agregados."A diversidade encontrada foi real-mente grande. Na maioria dos itensconhecemos novos fornecedores, comoos asiáticos, por exemplo. O maismarcante não foi o volume de novida-des, mas sim o número de fornecedo-res encontrados", avalia.

A Fortes Engenharia, construtoracapixaba, enviou seis profissionais desua equipe técnica ao evento. O obje-tivo, segundo conta Ivana Có Rodri-gues Netto, gerente de engenharia, eragerar formadores de opinião que pu-dessem disseminar o conhecimento

obtido aos outros profissionais daempresa. "Chamou nossa atenção aevolução das soluções construtivas etecnológicas das fôrmas pré-fabri-cadas para concreto. Resta-nos agorafazer com que nós aqui no Brasil pos-samos usufruir pelo menos de partede toda essa tecnologia já disponívelno mundo", afirma.

Pela primeira vez a Bauma contoucom um pavilhão brasileiro, resultadoda parceria da Sobratema com a Câ-mara Brasil-Alemanha, com apoio daApex (Agência de Promoção de Ex-portações e Investimentos), ligada aoMinistério do Desenvolvimento, In-

dústria e Comércio. O estande brasi-leiro ficou localizado no Pavilhão A3,destinado a máquinas e ferramentaspara construção. Cinco empresas fize-ram parte do pavilhão: Electro AçoAltona, Eurobrás Construções Modu-ladas, Proficenter Planejamento deObras, Turbo Service Brasil e UnitecMetalúrgica do Pó. Outras duas em-presas brasileiras, Metalúrgica Wolf eCló Zironi Indústria, também partici-param da feira em outros pavilhões.

Novas tecnologiasA Bauma 2007 foi dividida em

sete setores que englobaram pratica-mente todos os segmentos de máqui-nas, ferramentas, peças e serviços paraconstrução. A feira também contou,pela primeira vez, com uma área ex-clusiva para o segmento de minera-ção. Os estandes estavam distribuídosem 16 pavilhões, totalizando 180 milm², e também em uma área externa deimpressionantes 360 mil m². No total,o evento contou com 3.041 exposito-res de 49 países, com predominânciade empresas alemãs, italianas e britâ-nicas. De acordo com pesquisa inde-pendente encomendada pela organi-zação da feira, 91% dos participantesapresentaram inovações.

O leque de tecnologias em exposi-ção foi tão grande quanto as dimen-sões da feira. No segmento de veículospara canteiro, um dos mais represen-tativos da feira, a redução de emissões

A caravana da SH Fôrmas contou com 76 participantes. No total, 2.099 visitantesbrasileiros visitaram a Bauma

Visitantes: 500 milVisitantes estrangeiros: 160 milVisitantes brasileiros: 2.099Países representados pelos visitantes: 190Países representados pelos expositores: 49Expositores: 3.041Área interna: 180 mil m²Área externa: 360 mil m²

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nesse segmento apresentavam inova-ções para melhorar o conforto dooperador e a manobrabilidade.

Em relação ao porte das máqui-nas, o leque de opções cresceu nosdois sentidos. Foi grande o número deexpositores lançando maquinários depequeno porte como miniescavadei-ras e minicarregadeiras, segmentoainda pouco desenvolvido no Brasil.Algumas empresas de outras fatias demercado, inclusive, aproveitaram oevento para anunciar seus primeirosmodelos para esse segmento. Naoutra ponta, uma série de máquinasde grande porte, muitas batendo re-cordes de capacidade, também foramlançadas. Nesse caso, a demanda a seratendida era a redução de custos e au-mento da produtividade.

No segmento de equipamentospara transporte vertical, o porte dasmáquinas também aumentou paraatender grandes obras, como as da Pe-nínsula Arábica, Índia e Rússia, re-giões destacadas pela VDMA (Federa-ção Alemã de Engenharia) como asque mais estão demandando máqui-nas e equipamentos. Precisão, mano-brabilidade e facilidade de manuten-ção também foram elementos cons-tantes nos lançamentos. A feira tam-bém contou com um pavilhão desti-nado às tecnologias de escoramento,elevação e fôrmas; outro para tecno-logias de demolição, além de um sem-número de ferramentas e softwarespara construção.

A próxima Bauma ocorrerá entre19 e 25 de abril de 2010, também emMunique. E, ao que tudo indica, deveser tão grandiosa quanto a última edi-ção. De acordo com pesquisa inde-pendente encomendada à TNS Infra-test pela organização do evento, 96%dos visitantes da Bauma 2007 preten-dem visitar a próxima feira. A pesqui-sa também revela que 86% dos entre-vistados consideraram o atual mo-mento do setor excelente e a mesmaproporção considera que esse quadrode aquecimento deve melhorar aindamais. Com tanto otimismo, em 2010o aeroporto de Munique pode que-brar mais um recorde de passageiros.

Gustavo Mendes

O evento contou com cerca de 500 mil visitantes de 190 países

Dividida em 16 pavilhões mais uma área externa que ocupa 360 mil m², a feira é amaior do mundo no segmento

de gases poluentes e causadores doefeito estufa foi uma das tônicas. Umgrande número de máquinas (cami-nhões, escavadeiras, carregadeiras,compactadores) com motores queestão de acordo com as exigências

americanas Tier III para redução naemissão de gases foi apresentado. Emmuitos casos, os modelos das máqui-nas eram os mesmos, apenas os moto-res foram substituídos. Ademais, pra-ticamente todos os novos modelos

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DPU 130

A força centrífuga de 130 kN dessa placavibratória para compactação de solo ouasfalto ultrapassa, segundo o fabricante,em 30% os mais potentes compactadoresdisponíveis no mercado. O equipamentopode substituir pequenos e grandes roloscompactadores e tem manuseiofacilitado por ser operado por controleremoto infravermelho. O compactadordeve estar disponível no mercado noinício de 2008 e será o precursor de umasérie de novos equipamentos decompactação da empresa alemã.Wacker Construction Equipament AGPreuBenstraBe 41 80809 MünchenFonte: +49-(0) 89-354 02-0www.wackergroup.com

Bobcat 335

TecnologiasBobcat Europe, Ingersoll Rand CompactVehicle Technologies167 Dreve Richelle1410 Waterloo (BE)www.bobcat.com

Britadeira Holmatro

Britadeira móvel hidráulica paraconcreto foi desenvolvida pela HolmatroIndustrial Equipment para ser umaalternativa aos martelos pneumáticos.Com baixo nível de ruído e baixa geraçãode poeira, pode ser utilizada paraconcreto aerado ou paredes de tijolo de até 20 cm. Holmatro Industrial Equipment B.V.Fone: 0162 589 200Fax: 0162 522 482E-mail: [email protected]

Case 821E

A nova pá-carregadeira de rodas da Casetem capacidade de operação de 17.166kg, o que, segundo o fabricante, confereao equipamento o maior rendimento noseu segmento. A carregadeira tambémteve a altura da pá aumentada em 4%,assim como o tamanho da cabina. Onovo motor teve sua potênciaincrementada em 11%, com menorconsumo de combustível e,conseqüentemente, menor emissão degases. O motor Case Family IV é movido

a diesel, com 159 kW, tem tecnologiacommon rail e certificado Tier III.Case Construction EquipmentBenzstr. 174076 Heilbronn (DE)Fone: +49 (0)7131/64 49-0Fax: +49 (0)7131/64 43-1 81www.casece.com

CAT 304 CR

Miniescavadeira hidráulica que tem comoponto forte, segundo o fabricante, agrande variedade de acessórios paraampliar sua versatilidade. Com pesooperativo de 4.409 kg, possui estruturasuperior com raio reduzido para facilitar otrabalho do operador. Dispõe de capôarticulado por onde a maioria dos serviçosde manutenção podem ser realizados.Caterpillar S.A.R.L.76 Route de Frontenex, P.O. Box 60 001211 Geneva 6 (CH)Fone: +41 (0)22/8 49 44 44Fax: +41 (0)22/8 49 45 44www.cat.com

Micro

A escavadeira Micro da JCB pesa apenas1.063 kg e possibilita a passagem poraberturas de até 762 mm. Oequipamento é indicado para obras

Essa miniescavadeira tem peso deoperação de 4.173 kg e veio parapreencher a lacuna entre os modelosBobcat 331/334, de 3 a 4 t, e 337/347m,de 5 a 6 t. Ela está equipada com motorKubota V2203-m-di-E2B-BC-4 turbo dieselde 30,3 kW. Sua lança tem rotação de 90ºpara a esquerda e de 50º para a direita.Dispõe de duas velocidades: 3,2 e 5,5km/h. Como as outras escavadeiras dalinha, a 335 tem sistema hidráulico comsensor de carga que otimiza a potênciahidráulica de escavação.

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domésticas e de paisagismo. Paraalcançar espaços restritos, a Micro édotada de chassis extensíveis. Com essatecnologia, o chassi pode sercompactado para acessar espaçosreduzidos ou estendido quando fornecessária estabilidade para a escavação.JCBRocester, Staffs ST14 5JP (GB)Fone: +44 (0)1889/59 03 12Fax: +44 (0)1889/59 30 70E-Mail: [email protected] www.jcb.com

HammerHead HydroBurst HB125

O equipamento é indicado parasubstituição de tubulações de água e deesgoto. O HB125 utiliza a plataformaVermeer Navigator HDD e tem 250 millibras de força. É capaz de substituir tubosde 4 a 20" de diâmetro. Com pesoreduzido, pode ser comandado por apenasum operador. O método, não destrutivo,evita interrupções no trânsito e outrostranstornos.Earth Tool Company LLCPO Box 3, Oconomowoc, WI 53066Fone: 1-800-331-6653E-mail: [email protected]

HTC 1500 iT

Novo sistema de tratamento de piso dasueca HTC, possui duas cabeças depolimento que comportam seis discos de 340 mm. O equipamento é uma versãomais compacta do HTC 2500 iX, com 2,5 m de largura de polimento, lançadoum ano atrás. De acordo com a fabricante,as máquinas de polimento são as únicasmóveis desse tipo.HTC Sweden AB/HTC Floor SystemsGmbHIm Petersfeld 765624 Altendiez (DE)Fone: +49 (0)6432/6 45 58-0Fax: +49 (0)6432/6 45 58-22E-mail: [email protected] www.htc-sweden.com

W170

Ecoply P

A nova pá-carregadeira tem suspensãoa ar (sistema Full Adjustment), fácilacesso para o operador e uma série deajustes do banco para melhorar oconforto e a produtividade do operário.O motor, um CNH 6TAA-6802 commonrail de quatro válvulas, pode operarcom duas potências: 127 ou 138 kW,com rotação de 2.000 rpm. Possui,ainda, sistema de diagnóstico parareduzir os custos e o tempo necessáriopara manutenção.New Holland Kobelco ConstructionMachineryStrada di Settimo 32310099 San Mauro T.SE (Torino) (IT)Phone: +39 011/0 07 78 61Fax: +39 011/0 07 70 86Internet: www.newholland.com

O novo painel para fôrmas da Hünnebeckdura, segundo a fabricante, três vezesmais que os painéis convencionais, alémde terem manuseio e limpeza facilitados.Possui interior de madeira e revestimentode 1 mm de polipropileno. O novo painelpassará a integrar os sistemas de fôrmasManto, Takko e Rasto da empresa.Hünnebeck GmbHRehhecke 8040885 Ratingen (DE)Fone: +49 (0)2102/9 37-1Fax: +49 (0)2102/3 76 51E-mail: [email protected] www.huennebeck.com

Neuson 9503

De acordo com o fabricante, a 9503 é aescavadeira de 9 t mais veloz no mercado.Para garantir estabilidade, a máquinapossui garras com controle individual esuportes que operam automaticamente. O acesso a todos os componentes paramanutenção pode ser realizado por meioda inclinação da cabina, exclusividadedesse modelo. Atinge até 40 km/h develocidade e tem motor de 75 kW.Neuson Kramer Baumaschinen AGHaidfeldstraße 374060 Linz-Leonding (AT)Fone: +43 (0)732/9 05 90-0Fax: +43 (0)732/9 05 90-2 00E-mail: [email protected]

Veja mais produtos e contatos de empresas em www.bauma.de

Tecnologias

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SUSTENTABILIDADE

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Ser uma vitrine e um laboratório depesquisa para técnicas de mínimo

impacto ambiental, capaz de incenti-var o desenvolvimento de soluçõesinovadoras e eficientes na construçãocivil. Esse é o objetivo do projeto "CasaEficiente", idealizado pela empresa detransmissão e geração de energia Ele-trosul (Centrais Elétricas S/A) e peloLabEEE (Laboratório de EficiênciaEnergética em Edificações), da Uni-versidade Federal de Santa Catarina,com apoio da Eletrobrás (CentraisElétricas Brasileiras S/A) e do Procel(Programa Nacional de Conservaçãode Energia Elétrica).

Para testar "na prática" o desempe-nho de técnicas e equipamentos cria-dos para otimizar o uso da eletricida-de, o pátio da Eletrosul, em Florianó-polis, foi escolhido para abrigar a cons-

Vitrine de tecnologiasO projeto Casa Eficiente reúne o que há de mais avançado em eficiênciaenergética no Brasil

trução de uma casa de 206 m², comdois quartos, salas de estar e jantar, co-zinha, banheiro, área para recepção eárea de serviço coberta – ideal parauma família com até quatro pessoas.

A meta da casa, que implicou in-vestimento de mais de R$ 470 mil, éreduzir o consumo de energia elétricaem mais de 60%.

A eficiência energética da casa ébuscada em duas frentes: adequaçãoclimática (com estudos de insolação,ventos predominantes e sombrea-mento, além de técnicas construtivastermicamente eficientes) e a geraçãode energia elétrica no próprio local,por placas fotovoltaicas com supri-mento de 1,9 kW.

Nesse quesito, a tecnologia está àfrente da legislação. A casa é ligada àrede energética da cidade, mas conta

com um sistema que seria, em prin-cípio, capaz de "vender" a energia ex-cedente produzida: o relógio que faza medição do consumo gira para osdois lados e, assim, toda a eletricida-de que não é utilizada ou armazena-da poderia ser jogada na rede, conta-bilizando créditos para o proprietá-rio. Mas o sistema de medição bidi-recional ainda é experimental, emparte por conta da inexistência de le-gislação para esse comércio energé-tico. "O problema não é mais técni-co, é legal", afirma Roberto Lam-berts, engenheiro civil e coordena-dor do LabEEE.

Jorge Luis Alves,gerente da Divisãode Pesquisa e Desenvolvimento da Ele-trosul, explica que com as placas foto-voltaicas, o pico de produção de ener-gia ocorre entre 11 e 13 h, período quenão coincide com o horário de maiorconsumo de energia na casa. "A solu-ção para não desperdiçar a energia ge-rada foi transferi-la para a rede internada Eletrosul, como se a casa fosse a edí-cula da nossa sede", compara.

Para Alves, essa distribuição dewatts excedentes requer uma legisla-ção que regulamente parâmetros dequalidade e nível de tensão da energiaque seria jogada para a rede pública."Isso vem sendo estudado por gruposde pesquisadores ligados a universi-dades, empresas de energia e ao Mi-nistério de Minas e Energia", aponta.

Há ainda a questão dos custos, jáque as placas fotovoltaicas chegam aomercado a preços proibitivos para amaioria dos construtores.

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Projeto inteligenteSe uma parte dos equipamentos

ainda não é uma realidade de merca-do, medidas simples e inteligentespodem reduzir (e muito) a conta deluz e o impacto ambiental provocadopela produção de energia. Todo o pro-jeto foi longamente estudado em ter-mos de adequação climática. Softwa-res criados pelo LabEEE (disponíveispara download gratuito no site do la-boratório) compilaram informaçõessobre a incidência de luz solar, predo-minância dos ventos, temperatura e

Cobertura em cerâmica ti o portuguesa

Isolante térmico de polietileno aluminizado

Isolante

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térmico delã de rocha de 25 mm

Forro de OSBcom espessurade 1,5 cm

Isolante térmico delã de rocha de 25 mm

Placa fotovoltáica

Telha metálica

Estrutura da coberturaem caibros de madeiralaminada colada

Forro de OSBcom espessurade 1,5 cm

Mantageotêxtil

Isolante depoliestirenoextrudado

Laje de concreto

Seixo rolado

Mantaimpermeabilizante +camada separadoraem papel kraft

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umidade na região, guiando a ocupa-ção do terreno, a distribuição dos cô-modos e a instalação de equipamen-tos. Aberturas estrategicamente colo-cadas permitem a entrada do ar friono verão e treliças de madeira e tijolodispersam os ventos frios do inverno.

A adequação climática requer pla-nejamento, mas proporciona ganhosde eficiência energética a baixos cus-tos. Apesar disso, esse é um aspectopouco considerado nos projetos bra-sileiros. "Infelizmente pouca genteconsulta a norma 15220, da ABNT(Associação Brasileira de NormasTécnicas), que indica os parâmetrospara o zoneamento bioclimático emtodo o País", lamenta Lamberts.

Técnicas construtivasA escolha dos materiais e das

técnicas construtivas integra o rolde possibilidades de aumento daeficiência energética. Na casa, as pa-redes duplas de tijolos maciços con-tam com lã de rocha entre uma eoutra. A cobertura leva três gruposde materiais. Nas laterais, telhas ce-râmicas, isolante térmico em polie-tileno aluminizado, lã de rocha eforro de placas de OSB. Na partefrontal da casa, que recebeu os pai-néis fotovoltaicos, o telhado comestrutura de madeira laminada co-lada conta com telha metálica e iso-lante térmico de lã de rocha (vejailustração). Por último, o beiral noentorno da casa recebeu um jardimsuspenso (telhado verde), com lajede concreto, manta impermeabili-zante e isolante de polietileno ex-trudado. Tudo para aumentar o

conforto térmico e o desempenhoambiental da construção.

A casa conta ainda com tecnologiasde uso racional da água,que inclui cap-tação de água de chuva para uso novaso sanitário, lavanderia e irrigação,além do reúso de água no jardim.

"Aqui nós estamos testando tec-nologias de ponta. Não é para se sairpor aí construindo casas iguais a essa,até porque uma casa com menosequipamentos também pode sermuito eficiente", afirma RobertoLamberts.

Giuliana Capello

PARA SABER MAIS:

www.labeee.ufsc.brwww.eletrosul.gov.br/casaeficiente

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N

Área íntima Área social Área de serviços

Estudo do sombreamento

Edificação residencial com 206 m² para uma família de quatropessoas comsala de estar, sala de jantar, dois quartos, cozinha,banheiro, área para recepção e área de serviço coberta

21 de junho15h

21 de dezembro15h

Cartas solares

Planta do térreo

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RECUPERAÇÃO

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Na engenharia, é pouco provávelque um erro isolado acarrete em

problemas de grandes dimensões. Ge-ralmente são causados paulatinamen-te por acontecimentos encadeados.Foi o que aconteceu na Usina Dacaldade açúcar e álcool, localizada na cida-de de Jacarezinho, no Paraná.

Ocorre que o caldo da cana éácido, e seu derramamento constantena estrutura fez com que as armadu-ras fossem atingidas pela acidez. Como decorrer do tempo – a usina operahá 13 anos –, essa agressão provocou acorrosão do concreto e das ferragens.Em estágio avançado, o ataque ácidojá havia, inclusive, ocasionado perdade seção de vigas e pilares.

Acrescente-se a esse cenário o fatode, sobre essa estrutura, operarem asmoendas. Quando do acionamentodo equipamento, todo o conjunto so-fria grande esforço mecânico. Com aperda de seção, a resistência foi afeta-da e passaram a ocorrer solicitaçõesacima das previstas, como esforços decisalhamento. "A recuperação se tor-nou necessária, pois as solicitações ge-raram movimentações que poderiamprejudicar a parte mecânica do con-junto da moenda", explica o enge-nheiro Miguel Grandini, da ProjexEngenharia, empresa que projetou eexecutou os trabalhos de recuperaçãoe reforço estrutural.

Mostrava-se imprescindível, por-tanto, restaurar a seção de concretoperdida para que a resistência estrutu-ral fosse recuperada. Em paralelo, epara que a solução fosse definitiva, era

Contra-ataque químicoApós sofrer ataques ácidos, estrutura foi recomposta e reforçada, inclusive comdispositivo para evitar novas contaminações

Ataques ácidos, provocados pelo derramamento de caldo de cana, provocaram acorrosão do concreto e das armaduras, que passaram a não atender mais assolicitações estruturais da edificação

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necessário estancar o processo de cor-rosão e eliminar o risco de novas con-taminações da estrutura.

Resistência de voltaAssim sendo, a primeira provi-

dência tomada foi a de descobrir to-talmente as armaduras que já esta-vam expostas. Utilizando disco dia-mantado, toda a superfície do con-creto que ainda estava bom foi fresa-da, uma camada de aproximadamen-te 2 mm de espessura.

Com as ferragens à mostra, deci-diu-se pela aplicação de tela galvânicanos pilares para interromper o pro-cesso corrosivo. Nas vigas, tambémnos pontos em que as armaduras esta-vam descobertas, a escolha foi pelaaplicação de fio galvânico, com carac-terísticas semelhantes às das telas.

Após garantir que as armaduras eo próprio concreto não mais sofre-riam com a deterioração provocadapela corrosão, foi necessário aumen-tar a resistência estrutural. A reconsti-tuição das armaduras se beneficioudo fato de ser a mesma Projex a res-ponsável pelo projeto e execução ori-ginais. Assim, as novas ferragensforam montadas seguindo os mesmoscritérios das já existentes. Com isso, ospilares ganharam – além da taxa deaço – um incremento também naseção. Cada lado, até então com 80cm, ganhou mais 10 cm, resultandoem pilares com 100 cm de lado.

A fim de proporcionar um ganhoreal de resistência,os arranques das ar-maduras adicionais nascem dos blo-cos de fundação e se fixam às vigas.Além disso, o novo concreto apresentaresistência à compressão de 30 MPa,ante fck 20 MPa do original.A intenção,resume Christiane Matachana Thomé,também da Projex, era "consolidar aestrutura, transformando-a em ummonobloco de concreto armado".

Embora apenas oito dos 14 pilaresapresentassem problemas, todos tive-ram as dimensões aumentadas paraque não houvesse prejuízos estéticos.Também as fôrmas foram as mesmas– chapas de madeira compensada re-sinada – para assegurar o mesmo aca-bamento ao concreto aparente.

Por se tratar de uma recuperação– e não de uma nova construção – é de

se esperar que as condições de traba-lho fossem restritas, além de o prazoser apertado. Afinal, manter a usinaparada ou operando apenas parcial-mente representa prejuízos. Por isso, aobra foi executada entre 22 de janeiroe 28 de fevereiro deste ano.

Quanto às restrições, um dos de-safios era garantir que não houvessevazios no novo concreto aplicado,

Para compensar a perda de seção e de resistência, os pilares foram aumentados em10 cm para cada lado e tiveram a taxa de armadura aumentada, além de ganharemproteção catódica

Recuperados, os pilares passaram a contar com lados de 100 cm. As armadurasadicionais partem dos blocos de fundação e vão até as vigas, garantindo arecuperação efetiva da resistência

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R E C U P E R A Ç Ã O

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mesmo que fosse difícil realizar a vi-bração após o lançamento. Dessaforma, optou-se por aplicar um con-creto auto-adensável nos pilares."Utilizamos aditivos plastificantespara adensar melhor o concreto,pois o espaço era muito pequeno",conta Grandini. Nas vigas, os pontosque apresentavam trincas foram re-compostos com argamassa de ci-mento e areia.

Para a cura dos elementos ado-tou-se manta, que era mantida úmidadurante sete dias. Após o endureci-mento do concreto, foram aplicadosum primer e uma resina epóxi paraaumentar a proteção contra a acidezdo caldo de cana.Em tempo,tal medi-da, atesta Grandini, poderia ter sidotomada quando da construção dausina. No entanto, embora a soluçãotenha sido sugerida, o proprietário

optou por contar apenas com as cana-letas de captação, que deveriam reco-lher todo o líquido antes que esse atin-gisse a estrutura.

Proteção catódicaUma vez que o processo corrosivo

já havia iniciado, e também porque oconcreto já se encontrava contamina-do com o caldo de cana, foi necessáriolançar mão da proteção catódica con-tra corrosão. "O problema continua,porque mesmo com a recuperação édifícil saber se está havendo nova con-taminação", explica o engenheiro Joa-quim Rodrigues, da Rogertec.

A estratégia adotada para evitarnovas ocorrências foi a aplicação detelas e fios galvânicos em contato dire-to com as ferragens, a chamada prote-ção catódica. Para compreender oprincípio de funcionamento do dis-

positivo é necessário recorrer à quí-mica. Quando um processo corrosivoé iniciado, o metal anódico passa aceder elétrons para o meio. Com otempo, o metal sofre perda de seção e,conseqüentemente, de resistência.

Sendo impossível evitar que ometal seja atingido por acidez, a solu-ção é adotar a proteção catódica. Paratanto, é necessário colocar o metal emquestão em contato com um ânodode sacrifício. Ou seja, um metal queseja ainda mais suscetível à corrosãodo que o aço estrutural. Dessa manei-ra, se o processo de corrosão for in-duzido, esse metal de sacrifício cederáelétrons para a armadura, que se tor-nará um cátodo. Em termos, a tela ouo fio galvânico – em liga de alumínio,zinco e índio – irão corroer para evitardanos às armaduras.

Essa proteção, que perde massa aolongo do tempo, é a única para arma-duras contaminadas, segundo Rodri-gues, e foi projetada para ter uma vidaútil de, pelo menos, dez anos. "Duraesse tempo ou mais, a menos que hajauma contaminação muito abrupta",salienta. A função do epóxi de revesti-mento, portanto, é evitar que a con-centração ácida aumente ainda mais.

Bruno Loturco

LEIA MAIS

Proteção catódica contra acorrosão. Téchne 77.

Nos trechos em que havia trincas, as vigas receberam argamassa de cimento e areia.A cura do concreto aplicado nos elementos foi feita com uso de manta, molhadacontinuamente durante sete dias

Deteriorado, o concreto foi fresado atéque se atingisse um ponto em queestivesse são. A medida objetivoueliminar a contaminação e interromper a corrosão por ataque ácido

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GRUAS

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Uma grua em atividade reduz o nú-mero de operários, auxilia no

cumprimento de prazos apertados etorna viável a implantação de diver-sos sistemas pré-moldados comovigas, pilares, lajes e fachadas. Os be-nefícios e facilidades são um contra-argumento forte àqueles que alimen-tam verdadeira obsessão por custosimediatos na obra. No entanto, senão forem muito bem calculados emsua figuração proeminente no can-teiro, esses equipamentos – ao ladode outros irmãos colossos, os guin-dastes – podem ter parte das poten-cialidades anuladas.

Exemplos da falta de planejamen-to, inconfessáveis pelos próprios en-volvidos, caem freqüentemente no co-nhecimento das empresas fornecedo-ras. O diretor da divisão de gruas daAlec (Associação Brasileira das Empre-sas Locadoras de Bens Móveis), PauloMelo Alves de Carvalho,relata um casotípico de má instalação de grua: posi-cionada a uma distância muito grandeda área de carga e descarga, a lança nãochegava às caçambas dos caminhões.Foi preciso que funcionários transpor-tassem os materiais até certo ponto,para que então houvesse o içamento."Quando devolveu o equipamento, oconstrutor não sentiu o retorno espe-rado", conta Carvalho.

Outra situação de despreparo foitestemunhada pelo profissional deuma empresa locadora de guindastes:um dos braços que reforçam o apoio

Plano de cargasVeja os equipamentos mais comuns para içar,como preparar a logística do canteiro e como fazerestudos de produtividade do equipamento

da máquina ficou assentado na calça-da, embaixo da qual corria uma adu-tora da companhia de saneamentolocal. Resultado: o peso do guindasteacabou rompendo a adutora. Além denão realizar o serviço, a empresa co-brou o período de locação do equipa-mento. "Colocamos na proposta que aexistência de tubulações, galerias eoutras interferências subterrâneas te-riam que ser informadas. E a constru-tora não sabia dessa adutora", explica.

O projeto de implantação deequipamentos de guindar começacom o chamado Plano de Cargas. Odocumento inclui uma espécie decroqui (veja modelo), no qual são le-vados em conta diferentes itens quecircundam o canteiro: localização deárea de estocagem de materiais, viasde circulação de pessoal, redes elétri-cas, edificações vizinhas, recuos, po-sição de árvores, elevadores, gerado-res, entre outros. "Uma grua podenão fazer o giro completo porque temalgum impedimento não verificadopreviamente, então não produz o quepoderia. E a despesa para desmontare montar outra vez é muito alta", afir-ma o diretor da Alec.

Um aspecto fundamental no pro-jeto de utilização de gruas é a escolhacriteriosa do sinaleiro. Profissionalcom capacitação específica, é elequem vai supervisionar a amarraçãode cargas para içamento, quanto àscaracterísticas permitidas e peso má-ximo suportado pelo equipamento. M

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Itens de segurança obrigatórios em gruas� Limitador de momento máximo � Limitador de carga máxima parabloqueio do dispositivo de elevação � Limitador de fim de curso para o carroda lança nas duas extremidades � Limitador de altura que permitafrenagem segura para o moitão � Alarme sonoro para ser acionado pelooperador em situações de risco e alerta,bem como de acionamento automáticoquando o limitador de carga ou momentoestiverem atuando� Placas indicativas de carga admissívelao longo da lança � Luz de obstáculo (lâmpada piloto) � Trava de segurança no gancho do moitão� Cabos-guia para fixação dos cabos de

segurança para acesso à torre, lança econtralança. Para movimentação verticalna torre da grua é obrigatório o uso dedispositivo trava-quedas � Limitador de giro, quando a grua nãodispuser de coletor elétrico � Anemômetro � Dispositivo nas polias que impeça asaída acidental do cabo de aço � Proteção contra a incidência de raiossolares para a cabina do operador � Limitador de curso para o movimentode translação de gruas instaladas sobre trilhos � Guarda-corpo, corrimão e rodapé nastransposições de superfície � Limitadores de curso para o movimentoda lança (aplicável a gruas de lança móvelou retrátil)

Checklist

Além disso, ressalta um documentoda Alec com normas de segurança, "ooperador em grande parte dos traje-tos não terá visibilidade da carga,sendo guiado exclusivamente pelasorientações do sinalizador guinchei-ro". A comunicação deve ocorrer pormeio de um rádio com freqüência ex-clusiva à operação.

Enquanto empresas locadoras degruas comumente não se envolvem naoperacionalização das máquinas, demodo a evitarem o enquadramentocomo prestadoras de serviço (forne-cem apenas o operador, que fica su-bordinado aos comandos do sinaleirocontratado pela construtora), locado-ras de guindastes se encarregam detodo o trabalho. "O construtor só dizo que ele precisa, e nós buscamos amelhor forma de execução", pontuaum profissional do ramo.

Um técnico da empresa visita aobra, toma medidas, consulta plantas

e,com a ajuda de um sistema desenvol-vido pelo fabricante, determina qual omodelo de máquina adequado, consi-derando fatores como capacidade decarga e tamanho de lança necessários.

Caso o guindaste precise ser colo-cado em via pública, também é a lo-cadora que faz os contatos com ór-gãos municipais e concessionáriaspara liberação do trânsito e elimina-ção de fiações elétricas. Segundo umdiretor ouvido por Téchne, 90% dostrabalhos estão relacionados à mon-tagem e desmontagem de gruas – quedemoram em média dois dias cada.Os outros 10% correspondem à ins-talação de ar-condicionado, içamen-to de geradores, transformadores,caldeiras, antenas e componentes si-milares – serviços que costumamlevar um dia para serem feitos. Rara-mente são efetuados levantamentosde materiais de obra. "É muito limita-do, e fica mais caro."

Fonte: NR-18

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G R U A S

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TORRE FIXA

Capacidade de carga na ponta:de 1 a 2 t, podendo chegar a 50 t ou maisAltura: de 15 a 120 mAncoragem: fixação da estrutura dagrua à edificação, geralmente a cada 15ou 20 m Tempo de montagem: de 3 a 5 dias

TORRE MÓVEL

Capacidade de carga na ponta: 1 a 2 t,podendo chegar a 50 t ou maisAltura: de 15 a 60 mAncoragem: não aplicávelTempo de montagem: de 4 a 6 dias

ASCENSIONAL

GruasAltura: de 18 a 40 m de torre maisedificaçãoAncoragem: não aplicávelTempo de montagem: de 3 a 5 dias

AUTOMONTANTE

Capacidade de carga na ponta: de800 kg a 6 tAltura: até 36 mAncoragem: não aplicávelTempo de montagem: hidráulicas de 1 a 3 h; convencionais em 8 h, em média

LANÇA MÓVEL

Fonte: Paulo Melo Alves de Carvalho, diretor da divisão de gruas da Alec (AssociaçãoBrasileira das Empresas Locadoras de Bens Móveis)

Modelo certoEm construção civil, os guindastes

mais requisitados têm entre 70 e 100 te, num contexto alternativo, de 200 a250 t. A espera por esses modelos nasempresas locadoras pode chegar a atéquatro dias.

Por outro lado, no caso de neces-sidades especiais, de elevadíssimoporte, o mercado dispõe de maqui-nário relativamente ocioso devido àbaixa demanda do setor – embora aquantidade em oferta seja reduzida.Estima-se que haja no Brasil cerca de12 guindastes com capacidade entre500 e 550 t. Já no caso de capacidadede até 50 t, a oferta sobe para aproxi-madamente 200 unidades em todo oPaís, de acordo com fonte do setor.

O tempo de espera pelos guindas-tes montados sobre caminhão é umindicativo claro do aquecimento quevive o setor. O fenômeno atinge demaneira parecida à locação de gruas."Ainda não chega a haver falta deequipamento, mas isso pode vir aocorrer", afirma Paulo Carvalho, daAlec. Ele aponta que os modelos maissolicitados possuem capacidade decarga intermediária – entre 1 e 1,5 t,com lança de 30 a 40 m. "Máquinasum pouco menores e um poucomaiores são mais acessíveis."

A seleção técnica dos equipamentosnaturalmente está relacionada às carac-terísticas individuais de obra, e deveconsiderar,sobretudo,o fator da produ-tividade. "Para economizar, o constru-tor pega uma máquina com 1 t na pontaem vez de 1,5 t, e nas oito horas do dianão consegue dar conta do trabalho. Aívai ter que fazer horas extras,e os custosdiretos e indiretos disso acumulam-seno final", analisa Carvalho.

Também visando à otimizaçãodos dias locados, antes de uma gruaentrar em operação recomenda-seconferir se a alimentação elétrica docanteiro atende à exigência da máqui-na. Falhas nesse sentido causam ex-cesso de manutenção e conseqüenteperda de atividade.

SegurançaA busca por produtividade não

deve pôr em risco a segurança das

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Capacidade de carga na ponta: de 1a 2 t

Capacidade de carga na ponta:de 2 a 8 tAltura: de 15 a 120 mAncoragem: fixação da estrutura dagrua à edificação, geralmente a cada 15ou 20 mTempo de montagem: de 3 a 5 dias

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SOBRE CAMINHÃO

Capacidade de carga: até 70 tAltura máxima: 65 mTamanho do caminhão: 10,5 mPeso com contrapeso: 55 tTempo de preparo: 45 minutosIndicações:� Obras curtas� Em espaços confinados�Trabalhos leves sem movimentaçãohorizontal de carga�Trabalhos mais ágeis

GuindastesMONTADO SOBRE CAMINHÃO DE FÁBRICA

Capacidade de carga: 450 tAltura máxima: 150 mTamanho do equipamento: 22 m commastroPeso com contrapeso: 550 tTempo de preparo: de 30 a 50 hIndicações:� Espaços livres� Obras longas�Trabalhos muito pesados commovimentação horizontal de carga

Fonte: Igor Boff, diretor comercial da IV Transportes e Guindastes

GUINDASTE SOBRE ESTEIRA

mite, previne o diretor da Alec. "Aosentir dificuldades de giro, o operadornão deve insistir no movimento, casocontrário forçará a grua."

Ocorrências de raios também for-çam à paralisação. "Mesmo com a es-trutura da grua devidamente aterra-da, as pessoas que estão próximas a elacorrem perigo, principalmente aque-las que têm contato com o gancho decarga", lembra Carvalho.

Mesmo longe de condições climá-ticas desfavoráveis, a atenção com asegurança é imprescindível, na formade conferências periódicas dos equi-pamentos. Paulo Carvalho esclareceque, concluída a montagem da grua, oconstrutor recebe um Termo de En-trega Técnica, que atesta o bom pre-paro da máquina. Essa análise é repe-tida mensalmente, como uma manu-tenção preventiva. "Existe ainda ochecklist diário do operador, maissimplificado, onde ele confere o fun-cionamento de itens como os limita-dores, se as marchas estão entrando,se os todos os movimento estão ok",complementa o diretor da Alec.

Thiago Oliveira

operações, aspecto tão importanteem se falando de gruas que os equi-pamentos dispõem de abordagemespecífica na NR-18, Norma Regula-mentadora do Ministério do Traba-lho que prescreve Condições e MeioAmbiente de Trabalho na Indústriada Construção.

Em dias com ventos muito inten-sos, superiores a 42 km/h, indica-seque o funcionamento só prossiga comrestrições de segurança, assistido porum técnico ou engenheiro capacita-dos. A operação deve ser interrompi-da se a velocidade do vento ultrapas-sar os 72 km/h. Ou bem antes desse li-

O Plano de Cargas estabelece a localização das áreas de estocagem, vias decirculação pessoal, redes elétricas, edificações vizinhas, recuos, posição de árvores,elevadores e de qualquer item que interfira na movimentação da grua

Capacidade de carga: até 550 t (na Europa, até 1.200 t)Altura máxima: 145 mTamanho do caminhão: 23 mPeso com contrapeso: 315 tTempo de preparo: de 2 a 15 hIndicações:� Obras curtas� Em espaço confinado�Trabalhos pesados sem movimentaçãohorizontal de carga�Trabalhos rápidos

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Estádio João HavelangeCustos efetivos com construção do estádio já ultrapassaram há muito tempo aestimativa orçamentária original, de R$ 60 milhões. Mas a obra exigiu soluçõesexecutivas diferenciadas de engenharia

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Uma das principais obras para osJogos Pan-americanos de 2007,

que acontece em julho na cidade doRio de Janeiro, a construção do Está-dio Olímpico Municipal João Have-lange já consumiu R$ 380 milhões eminvestimentos da prefeitura. É umvalor 6,3 vezes maior que o previstoem 15 de janeiro de 2003, quando oDiário Oficial do Município divulgavaa autorização para a execução do Está-dio e seu orçamento, então estimadoem R$ 60 milhões. O "sutil" erro de es-timativa ocorreu não apenas no está-dio, mas na construção e reforma deoutros equipamentos para o Pan, quetambém recebiam investimentos fede-rais. Por isso, desde o início de 2007 oTCU (Tribunal de Contas da União)vem acompanhando de perto o anda-mento das obras, emitindo relatóriostrimestrais até o final da competição.

O primeiro relatório, apresentadoem abril, afirma que a participação doGoverno Federal no custeio dos Jogos,previsto em R$ 680 milhões, passoupara mais de R$ 1,9 bilhão, segundovalores de fevereiro de 2007. Apesar deo valor investido ser quase três vezesmaior que o orçado, as obras atrasa-ram e, segundo o relator, Marcos Viní-cios Vilaça,houve descumprimento doAcordo de Responsabilidades e Obri-gações para o Pan – assinado em 2002,entre outros,pela Odepa (OrganizaçãoDesportiva Pan-americana), pela pre-feitura do Rio e pelo Ministério dos Es-portes –, que exigia que todas as insta-lações estivessem em condições de usotrês meses antes da competição. Elelembra que a proximidade dos jogosfez surgir um "expressivo número decontratações e convênios", que acele-rou o ritmo das obras, mas revelou

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também "falta de planejamento e umcerto grau de improviso que pareceestar presente em todo o processo".

O presidente da empresa munici-pal de urbanismo, Riourbe, João LuísReis da Silva, conta que, no EstádioJoão Havelange, grande parte dosatrasos no cronograma da obra se deuem função de entraves burocráticosna liberação dos terrenos onde estálocalizado o estádio. "Nós tivemosque aguardar a liberação da área deum trecho do terreno do Museu doTrem, além de outra área, no acessoleste do estádio, onde havia umcampo de futebol. É uma situaçãomuito complexa, com diversas desa-propriações, que fogem do nosso con-trole e param no judiciário", justifica."A última desapropriação foi feita noinício do mês de maio."

Apesar da polêmica em torno doorçamento e cronograma, o estádiopossui hoje as instalações mais mo-dernas do País. Com capacidade para45 mil pessoas, foi projetado preven-do expansão de mais 15 mil lugarespara receber uma eventual Copa doMundo, em 2014, e uma Olimpíada,em 2016.A estrutura foi executada emconcreto pré-moldado, com peças de

até 80 t. Mas o destaque do Engenhão,como também é conhecido o estádiomunicipal construído no bairro En-genho de Dentro, é a cobertura metá-lica circular de 4.200 t, sustentada porquatro grandes arcos metálicos quevencem vãos de até 220 m.

EstruturaO primeiro projeto do Engenhão

previa a construção de 160 pórticosde concreto armado moldados inloco. No entanto, dois motivos leva-ram os construtores a repensar aexecução da estrutura: o cronogra-ma e o consumo de fôrmas. "Com

Plataforma metálica transporta pré-moldado ao local de montagem.Içamento exigiria taxas maiores de armaduras

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Corredores largos facilitam fluxo dos torcedores no estádio. Tempo total deevacuação previsto pelos projetistas do estádio João Havelange é de 11 minutos

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0 15Corte A-A

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Transformada empeça pré-moldada, a laje dos camarotesprecisou serpendurada àarquibancadasuperior. Na foto,detalhe do tirante

Peça de 60 t, montada a cerca de 30 m dealtura, era apoiada apenas no pilar eapresentava balanço para trás e parafrente. O apoio, temporário, foi feito comuma escora metálica atirantada – a escoraimpedia que a peça "tombasse" para frentee o tirante, que ela "tombasse" para trás

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uma estrutura moldada in loco, ha-veria um consumo brutal de fôr-mas", aponta o projetista estruturaldo estádio, César Pereira Lopes. Asaída era modificar o projeto parautilização de peças pré-moldadas nocanteiro, o que exigiu arrojo tantoem termos de projeto quanto de pla-nejamento de montagem. O escritó-rio de cálculo determinou todos osmomentos atuantes na estrutura e,de posse dessas informações, a em-presa fornecedora de pré-moldadossubdividiu as peças, sempre procu-rando levar os apoios para regiões demomento zero ou quase zero.

A primeira alteração resultante douso de pré-moldados foi a reduçãopela metade do número de eixos, de160 para 80. Moldada no local, a es-trutura contaria com arquibancadasapoiadas em eixos distantes 5 m entresi. Com a mudança de sistema estru-tural, a distância entre eixos passoupara 10 m e as arquibancadas, a serempré-moldadas no canteiro. SegundoDécio Previato, diretor da CPI Enge-nharia, a alteração permitiu economi-zar em concreto e armação na estru-tura e nas fundações. Por questões"psicológicas", a espessura da estrutu-ra foi mantida. "Ela permaneceu coma aparência maior para não ficarmuito esbelta e passar a sensação deser muito leve", explica Previato. Osengenheiros utilizaram EPS parapreencher as peças.

As arquibancadas originais, mol-dadas in loco, foram concebidas comovigas contínuas. Com a adoção do sis-tema pré-moldado, essas estruturaspassaram a ser isostáticas, ou seja, as80 arquibancadas eram módulos in-dependentes entre si. Tal modificaçãoalterou bastante o modo de vibraçãoda estrutura das arquibancadas e ocálculo dos esforços precisou ser re-feito. Por isso, essas foram as peçasmais alteradas do projeto original. "Asalturas das arquibancadas precisaramser aumentadas para compensar aperda de continuidade das vigas, eassim solucionar o problema da vi-bração", explica Lopes.

Cada pórtico foi decomposto em13 peças. Algumas pesam 80 t e preci-

Na mira do TCUApós o estouro do orçamento e oaumento do investimento federal nasobras do Pan, o TCU passou a acompanharde perto o andamento dos trabalhos.Confira algumas conclusões do primeirorelatório trimestral do Tribunal,apresentado em 25/04/07.

�A maioria das obras civis para aconstrução das instalações esportivas dos Jogos Pan-americanos tem o seuprazo de entrega para junho e julho de2007, às vésperas das competições. Senão inviabiliza, isso ao menos prejudica a realização de testes dos equipamentos,podendo inviabilizar competições nas instalações.

�A exigüidade dos prazos leva o Governodo Estado e a Prefeitura a fazeracréscimos de serviços em contratospreexistentes para evitar a realização denovos procedimentos licitatórios. O TCUdeverá avaliar se os contratos pagos emconvênio com Governo Federal foramrealizados dentro dos ditames da lei.

� Em menos de quatro meses, a partir denovembro de 2006, houve um incrementode 154% no valor correspondente àparticipação do Governo Federal nofinanciamento das obras do Pan, com ainclusão dos convênios da Vila Pan-americana (R$ 53 milhões) e do ComplexoEsportivo do Maracanã (R$ 40 milhões doconvênio já celebrado + R$ 100 milhões,perspectiva de repasse).

�As únicas obras licitadas, contratadas epagas pela União são as das instalaçõesda Vila Militar (Complexo Deodoro), quereceberão as provas de hipismo. Em12/04/07, o 3o Termo Aditivo acrescentouao contrato a quantia de R$ 119,8milhões, que corresponde a 55,8% de seu valor inicial, bem acima dos limitespermitidos pela lei.

� No caso das obras do Pan, cujo prazode conclusão é improrrogável, osprejuízos de sua não conclusão sãoincalculáveis. Os danos de paralisação são maiores do que a apuração deresponsabilidade a posteriori.

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Estádio possui estrutura única para cobertura dos quatro setores de arquibancadas.Característica tornou a execução delicada, e atenção especial foi dispensada aodescimbramento dos setores norte e sul

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Novos em folha

Arena Olímpica Multiuso

A Arena Olímpica Multiuso tem capacidadepara 15 mil espectadores e receberá, noPan 2007, os jogos de basquete e asapresentações de Ginástica Olímpica.Sobretudo para o último tipo decompetição, o isolamento acústico doambiente é fundamental. Para garanti-lo, acobertura conta com um sistema compostopor duas camadas de telha metálicaintercaladas com uma manta de lã derocha. A camada superior é zipada e ainferior é perfurada, de modo a evitarreverberação. A área da quadra principalganhou um sistema de arquibancadasretráteis que permite a expansão de mais1.716 lugares. Em eventos de maiorpúblico, uma espécie de gaveteiro –localizado sob as arquibancadas deconcreto – é aberto sobre a quadra, fazendoa estrutura metálica escorregar sobre osistema de trilhos. As bordas do piso demadeira da quadra receberam reforçoestrutural e de amortecimento. Segundo ocoordenador da obra, o engenheiro JacobGimi Lerner, os barrotes de madeira sob opiso serão menos espaçados, já que seprevê eventualmente o trânsito de veículosde apoio no local. O solo argiloso onde aArena foi construída, localizado próximo àsmargens da Lagoa de Jacarepaguá, exigiu ouso de 35 mil m de estacas raiz, comprofundidades que variam de 12 a 30 m.

As principais características dos equipamentos construídos especialmente para o Pan 2007

Reforço estrutural no piso da quadraprevê trânsito de veículos de apoio

Ginásio tem telha metálica perfurada paraevitar reverberação

Velódromo

O Velódromo possui telhas translúcidaspara aproveitar iluminação natural nasprovas que acontecerão durante o dia. Opiso da pista é produzido com madeirasiberiana, tratada e cortada na Holanda poruma equipe de especialistas coordenadapelo arquiteto do circuito, Sander Douma.É um dos equipamentos com previsão deentrega no mês da competição.

Vila do Pan

A Vila Pan-americana está localizada emum terreno originalmente pantanoso,beirando a avenida Ayrton Senna, emJacarepaguá – um subsolo bastanteparecido com o do Complexo Esportivo doAutódromo. Ela possui uma praça central,

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Parque Aquático

O Parque Aquático Maria Menck possuitrês piscinas, de 3,8 milhões, 3,4milhões e 1,8 milhão de litros. Oconcreto das piscinas recebeu aaplicação de um selante canadense,que penetra nos poros do concreto e,em caso de vazamento, cristaliza emcontato com a água. O coordenador daobra, Ivan Magalhães, conta que oproduto é aplicável inclusive com apiscina cheia. Foi o que, de fato,ocorreu no caso do Parque Aquático.Quando as piscinas foram preenchidascom água, detectaram-se algunspontos de vazamento em suas paredes

externas, acessíveis pelo subsolo daconstrução. "Mesmo com todos oscuidados, ocorrem esses pequenosvazamentos. Então, nós aplicamos oproduto na parede externa e ele vedouesses pontos de infiltração", explicaMagalhães. "Em contato com a água, oproduto expande-se, cristaliza-se e selaesses 'buracos'", conclui.

Selante aplicado em vazamento pela paredeexterior da piscina. Produto cristaliza aoentrar em contato com a água

As arquibancadas são protegidas por umacobertura metálica, cuja carga é sustentadapor quatro pilares externos. A estabilidadehorizontal é dada pelo atirantamento dascolunas à estrutura da arquibancada

com um lago de 3.500 m² de espelhod'água. Roberto Saad, gerente de obras,da Agenco, construtora que executou aVila, conta que, em vez de estaquear aárea, a empresa optou por realizar umprocesso de aceleração de recalque naregião do lago – que durou cerca de umano – com a utilização de 50 mil m dedrenos fibroquímicos. "Um processoque aconteceria em dez anos, nósforçamos para ocorrer em um ano",explica Saad. Todo o resto do terreno daVila – inclusive ruas e redes deabastecimento de água e coleta deesgoto – foi estaqueado. Os prédios deapartamentos foram construídos emconcreto armado moldado in lococonvencional, com exceção das lajes doteto dos subsolos, pré-fabricadas.Segundo Saad, essas lajes ocupampraticamente todo o terreno da Vila –foram cerca de 45 mil m² só de peçaspré-fabricadas. "Fazendo dessa maneira,conseguimos uma velocidade deexecução muito grande na obra",justifica. As plantas baixas dos prédiostêm um átrio central, vazado do térreo àcobertura, de onde saem, dependendodo projeto, duas, três ou quatro "asas".Essas "asas" permitem que todos oscômodos das unidades tenhamiluminação e ventilação naturais.

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savam ser posicionadas a até 30 m dealtura.Por isso,o projeto estrutural doselementos deve levar em consideraçãonão apenas os esforços que suportarãoem sua utilização final, mas tambémaqueles resultantes de sua movimenta-ção. Lopes conta que os esforços de fle-xão resultantes do transporte das peçasimplicariam um projeto com alto con-sumo de aço. A solução, relativamentesimples, foi utilizar apoios metálicosque carregavam os elementos a suasposições finais. Elementos metálicostambém foram utilizados como "ta-las", que temporariamente sustenta-vam as peças de concreto recém-soli-darizadas. "Na emenda você aplica ograute, mas o que segura até aquilovirar uma estrutura monolítica é a'tala' metálica", explica o projetista.

CoberturaO projeto executivo da cobertura

metálica do Estádio João Havelange

foi realizado pelo escritório para-naense Andrade Rezende. Para aobra, a empresa consorciou-se a ou-tros dois escritórios: o Alpha Proje-tos, do arquiteto Flávio D'Alambert,que elaborou o projeto básico da es-trutura; e o Tal Projetos, empresaportuguesa que já havia participadoda construção do Estádio da Luz, emPortugal, e que supervisionou a ela-boração do projeto da cobertura.

A concepção arquitetônica do está-dio foi inspirada em um projeto da dé-cada de 40, criado por Oscar Niemeyerpara o Estádio do Maracanã. Na oca-sião, o trabalho ficou em segundo lu-gar na concorrência pela obra, não foiutilizado e havia sido abandonado.Carlos Porto remodelou-o para o Está-dio João Havelange: quatro arcos me-tálicos que sustentam uma coberturacircular também metálica que envolvetodas as arquibancadas.

Segundo Jeferson Luiz Andrade,diretor técnico da Andrade Rezende,o projeto da cobertura apresentavagrande complexidade geométrica. "Acobertura não está toda no mesmonível, ela descreve parábolas, tem par-tes mais altas, outras mais baixas." Aconseqüência disso era que nenhumapeça era igual à outra – segundo An-drade, poderiam ser bastante pareci-das, mas sempre havia pequenas dife-renças, ainda que milimétricas. O de-talhamento de cada peça deu bastantetrabalho, já que os desenhos eramúnicos e não podiam ser aproveitados

Complexidade do projeto da cobertura doEngenhão exigiu a produção de mais de60 mil peças, todas diferentes entre si

para outras peças. No final, forammais de 60 mil desenhos. Para ajudarno trabalho, os projetistas utilizaramum software de design de peças metá-licas chamado XSteel.

A concepção arquitetônica pecu-liar da cobertura resultou em um ca-pítulo especial na elaboração do pro-jeto executivo da cobertura do estádiocarioca. Como o Estádio da Luz, o En-genhão possui quatro arcos que sus-tentam a cobertura das arquibanca-das. Mas as semelhanças param poraí. No estádio português, cada arcosustenta um dos setores de cobertura,que são independentes entre si. Nocaso brasileiro, os arcos sustentamuma única estrutura em formato deanel, que cobre os quatro setores dearquibancada – fato que muda drasti-camente a maneira de projetar e,principalmente, executar a cobertura.

"A estrutura não tem estabilidadeparcial, ela só fica estável quando estámontada e solidarizada", explica An-drade.Além de suportar as cargas ver-ticais da cobertura, os arcos absor-vem, também, seus esforços horizon-tais. Dessa forma, a estabilidade nosentido norte-sul é dada pelos arcosdas laterais, que vencem os vãos de220 m; e a estabilidade no sentidoleste-oeste, pelos arcos transversais,que vencem vãos de 180 m.

A etapa de montagem foi bastan-te cuidadosa. Primeiro, foram execu-tadas estruturas laterais (leste eoeste). Em cada uma delas, 14 torrestreliçadas, apoiadas sobre macacoshidráulicos, sustentavam o conjuntocomposto por arco e cobertura.Quando esses setores eram concluí-dos, os macacos eram acionados e astorres, retiradas – com o cuidado demanter o sistema escorado até a con-clusão dos setores norte e sul. Com ossegmentos prontos e a estrutura soli-darizada, o controle do descimbra-mento precisou ser mais rígido. "Erapreciso que o descimbramento das 22torres nas duas pontas fosse feito aomesmo tempo", afirma Andrade.Manômetros instalados nos macacospermitiram acompanhar com preci-são a evolução do trabalho.

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DRYWALL

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Placa verdeCom exceção de áreas externas, gesso acartonado pode ser usado em áreasmolháveis, inclusive boxes de banheiros

A s placas de gesso acartonado re-sistentes à umidade (RU) se dife-

renciam das placas padrão por suacoloração esverdeada. No processo defabricação dessas chapas, são incluí-dos na mistura do gesso alguns aditi-vos hidrofugantes – normalmente àbase de silicone – que reduzem a taxade absorção da água pelo material.Salvador Duarte, membro da comis-são técnica da Associação Brasileirados Fabricantes de Chapas para Dry-wall, explica que, de acordo com anorma NBR 14.717, que define as ca-racterísticas físicas das chapas de

gesso acartonado, as placas RU devemapresentar uma taxa de absorção deágua máxima de 5%. "Nas placasStandard, sob as mesmas condiçõesde ensaios, a absorção pode chegar a70%", conta Duarte.

Mas, apesar da resistência do ma-terial, não é em qualquer ambientemolhável que se pode utilizar as cha-pas resistentes à umidade. SegundoDuarte, a ação dos intemperismos emáreas externas é agressiva demaismesmo para as placas verdes. "Algu-mas fachadas são verdadeiras ca-choeiras", afirma, ressaltando que esse

uso indevido pode acarretar na perdada garantia do produto. A utilizaçãodessas placas é permitida em áreas su-jeitas ao vapor e à projeção de água,desde que ocorram de forma não sis-temática. Por isso, apesar dos precon-ceitos de alguns construtores, são tec-nicamente viáveis inclusive nas áreasde boxes dos banheiros.

Dependendo do dimensiona-mento das cargas da parede, podehaver a necessidade de reduzir os es-paçamentos entre os montantes. Aaplicação de revestimentos mais pe-sados, como granitos, pode exigir es-

Produtos no mercadoConfira as especificações técnicas daschapas dos principais fabricantes do Brasil.

Placa RU KnaufEspessuras: 9,5, 12,5 e 15 mmDimensões: 1.200 x 1.800 mm a 1.200 x 3.600 mmPeso/área: 6,5 a 14 kg/m2, dependendoda espessura da placa

Placa RU Lafarge GypsumEspessuras: 12,5 mmDimensões: 1.200 x 1.800 mm a 1.200 x 2.800 mmPeso/área: nd

Placa RU PlacoEspessuras: 12,5 e 15 mmDimensões: 1.200 x 2.400 mm (padrão)Peso/Área: 10 e 12,5 kg/m²

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paçamentos menores, de 40 cm, entreos perfis. Acabamentos tradicionais –como a pintura sobre o próprio dry-wall ou até mesmo revestimento ce-râmico – são mais leves e permitem oposicionamento mais distante dosperfis verticais, a até 60 cm.

As tubulações são colocadas du-rante a execução da estrutura metáli-ca da parede, e alguns cuidados naetapa devem ser observados. Algu-mas obras têm tubulações de águaquente em cobre ou bronze. Essesmateriais são altamente reativos seencostados no aço galvanizado dosperfis metálicos da parede. O contatoprolongado entre os elementos, por-tanto, prejudica a proteção catódicaconferida ao aço galvanizado, expon-do-o mais rapidamente a ataquescorrosivos. Dessa forma, alerta Duar-te, é obrigatório isolar a tubulaçãometálica com espumas ou borracha.

Em caso de passagem de tubula-ção plástica, é importante colocarprotetores plásticos nos furos dosmontantes. Essa região possui extre-midades muitas vezes cortantes, quepodem funcionar como "navalhas" edanificar o encanamento, causandovazamentos ou expondo a fiação elé-trica. "É uma proteção tanto para ele-trodutos quanto para a tubulação deágua", explica.

Os pontos de saída das tubula-ções devem ser fixados à estrutura daparede – diretamente nos montantesou em travessas horizontais metálicasou de madeira tratada. As frestas daregião de contato entre os pontos desaída e a chapa de gesso devem ser ve-dadas com selantes elastoméricos."Uma prática errada é a vedação comgesso ou massa corrida", explicaDuarte. Esses pontos de saída devemavançar cerca de 2 mm para fora dorevestimento da parede.

Para amenizar o ruído resultanteda passagem de líquidos, o isolamen-to acústico pode ser feito com lã mi-neral, de preferência posicionadaapós o fechamento de um dos ladosda parede. Colocadas entre os mon-tantes, devem preencher uniforme-mente o espaço, evitando-se vaziosque permitam a passagem do som.

Tubulação recebe protetoresplásticos na região dos furos dosmontantes. A extremidade cortantedos perfis metálicos pode danificar os materiais plásticos

Esquema de impermeabilização da interface piso-drywall: à esquerda, constituição demembrana a frio; a direita, impermeabilização com manta asfáltica, feita com maçarico

Impermeabilização com emulsõesdispensam uso de rodapé metálico.Deve-se apenas deixar 1 cm entre achapa de gesso e o piso para aplicaçãode selante (mástique ou similar)

Cortes na lã podem ser feitos para oenvolvimento da tubulação passante.

Segundo Duarte, a área maissensível das paredes de drywall é abase do sistema, na interface com opiso. Dependendo do projeto e dotipo de impermeabilização que será

aplicada no local, o esquema demontagem do sistema pode apre-sentar uma pequena variação. Casoa opção do construtor seja por im-permeabilização com manta asfálti-ca, aplicada com maçarico, é neces-sária a utilização de um rodapé

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A natureza do drywall confere aosistema a característica de absorveras deformações naturais da estruturaonde ele está encaixado. "Essas de-formações precisam ser transferidaspara as camadas mais externas de re-vestimento", explica Duarte. Paraisso, ele recomenda a utilização deargamassas colantes ACII e rejuntesflexíveis, que conferem ao revesti-mento a mobilidade necessária paranão fissurar com os esforços que lhessão transferidos.

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metálico de, no mínimo, 20 cm dealtura. É sobre a peça que se apoiaráa base das chapas de drywall dasáreas úmidas. O procedimento deimpermeabilização é o mesmo, coma aplicação da manta e da proteçãomecânica. A regularização da super-fície é dada pela camada de arga-massa colante, que fixará o revesti-mento (veja ilustração). A aplicaçãode emulsões que formam membra-nas impermeabilizantes dispensa ouso do rodapé metálico, e as basesdas placas podem ser apoiadas mais

próximas ao contrapiso, separadasdele por uma camada de vedação demástique ou material similar.

O coordenador de produção daLúcio Engenharia, Manuel RegueiroRodriguez, conta que, na construtora,também a interface entre as paredesde drywall e de alvenaria convencio-nal recebem tratamento de imper-meabilização. "Quando temos esseencontro, ambas recebem tratamentode impermeabilização e a junta verti-cal é realizada com material selante",explica o engenheiro.

Lã mineral deve preencher todo o espaço entre os montantes. Furos podem ser feitos para passagem de tubulação

Interface entre piso e parede drywall é a mais sensível em áreas molháveis.Para garantir estanqueidade, impermeabilização deve avançar, no mínimo,20 cm parede acima

Estrutura do drywall deve receberreforços nas regiões de fixação delavatórios, vasos sanitários e armários

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Cortar ou aterrar terrenos pode serum grande desafio à física e à ma-

temática: muitas vezes, de acordo coma resistência ao cisalhamento e a umi-dade que permeia o terreno, o rompi-mento de um talude pode fazer comque as idéias de um projeto de enge-nharia de solos escorreguem pelas en-costas. Contudo, para a prevenção dedeslizamentos em rodovias, encostas,rios e canais, ou até mesmo nas pare-des de garagens subterrâneas, a tecno-logia já encontrou diversas soluções.

CONTENÇÕES

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Terra firmeConheça os vários métodos de contenção dos terrenos inclinados e veja quaisas soluções para calcular ou reforçar os taludes

"Não há uma única fórmula que indi-que qual o melhor sistema de conten-ção de taludes para cada uma dessas si-tuações", afirma o engenheiro e pro-fessor da Escola de Engenharia MauáNélcio Azevedo Júnior.

Ele reúne as diferentes soluções emtrês grupos básicos. O primeiro consis-te em métodos de redução da pressãoneutra, já que a água é, geralmente, aprincipal causa de rupturas. "O grandeproblema das encostas é a água; e a al-ternativa é, sem dúvida, a drenagem,

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que pode ser feita com drenos fibroquí-micos, horizontais profundos (DHP)ou trincheiras drenantes e materiaispermeáveis, como a areia", exemplifica.

É bastante provável também queseja necessário alterar a geometria doterreno, caso ele esteja pouco inclina-do, ou vertical demais. Criar umaberma ou tirar o peso excessivo decima do talude são alguns dos méto-dos indicados.

"Em muitos casos, contudo, não setem espaço físico nem acesso suficien-

Os tirantes estão entre as soluções mais modernas de contenção de taludes; entretanto, seus custos são mais elevados

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te de terreno para que ele possa ser tra-tado em sua geometria", justifica oprofessor, apontando, nesses casos, autilização de elementos externos,como muros de arrimo, solos gram-peados, tirantes, estacas, paredes-dia-fragma ou geotêxteis.

Como não há uma única soluçãopara cada caso, é necessário fazer umestudo aprofundado do solo e ter cria-tividade.Às vezes, será necessário com-binar algumas dessas soluções: "Tudodepende do solo",confirma a professo-ra do Departamento de Estruturas eGeotécnica da Escola Politécnica daUSP, Heloisa Helena Silva Gonçalves.

"Primeiro, se há espaço para cortaro talude, o ideal é projetá-lo em umdeterminado ângulo no qual não sejanecessário fazer mais nada, além dacobertura com grama, que evita a ero-são do solo.Caso o solo seja bom,maiscoesivo, o talude até poderá ser maisvertical, ou seja, o ângulo de cortepode até ser maior que o de atrito", ex-plica a professora.

ParâmetrosOs parâmetros que representam o

comportamento do solo podem serobtidos por ensaios de laboratórios.Estes são utilizados em cálculo de esta-bilidade do talude, com programaspara dimensionamento (há métodostambém disponíveis em livros didáti-cos). "Para aumentar a segurança deum talude pode-se fazer o retaluda-mento. O método consiste em reduzira inclinação do talude ou na constru-ção de bermas intermediárias", afirmao professor coordenador de pós-gra-duação em Engenharia Geotécnica daPoli-USP Marcos Massao Futai. "Agrama tem função superficial e é umaproteção, não pode ser vista como ele-mento de contenção ou estabilização",define. "Quando é preciso cortar o ta-lude em ângulo mais íngreme, usam-se técnicas de contenção."

"Às vezes não é possível invadir umterreno para se fazer o talude, ou aindaos prazos são muito curtos. A cortinaatirantada,mesmo que mais cara,podeser a melhor solução", simula Nélcio,que defende uma avaliação ponderadado custo–benefício, caso a caso.

Além das condições de solo – per-meabilidade e acumulação de água – elogística para execução da obra,outrositens como localidade, distância dosfornecedores, disponibilidade de ma-teriais, equipamentos e mão-de-obradeterminarão o melhor sistema paracada encosta.

"É sempre bom pesquisar os pre-ços dos materiais, o que está mais viá-vel no momento, se é o concreto, ou ometal ou os geossintéticos", aconselhaHeloisa. Assim, se existe uma obra jáem andamento numa região onde ti-rantes estão sendo empregados, vale apena avaliar, pois pode ser essa a solu-ção mais barata no momento. "Porém,não perca no desempenho técnicocom a procura pelo mais barato.É pre-ciso ter, para todos os métodos avalia-dos, o mesmo coeficiente de seguran-ça, para depois ver qual é o mais emconta", ensina.

Todo esse planejamento será feitoem projeto, com cálculo dos esforços,análise dos possíveis sistemas e seusrespectivos preços, além das possibili-dades de execução.

Os especialistas mencionaramcomo métodos de cálculo mais utiliza-dos os de Rankine, que admite terra-pleno horizontal, material não-coesivoe ausência de água; e de Coulomb, que

considera a superfície plana de ruptu-ra, calculando-se o equilíbrio das for-ças para diferentes ângulos de cunhasde ruptura, onde o empuxo ativo é omaior valor de empuxo obtido.

"As primeiras teorias de Coulombfalavam que o escorregamento ocorriacomo uma cunha – o cálculo teve deser adaptado, já que hoje se sabe queesse movimento do solo é circular",conta Nélcio. "Coulomb enxergou essefenômeno, mas não teve em mãos oinstrumental matemático suficientepara chegar à função da curva; assim,seu esquema simplificado era funcio-nal porque superdimensionava o fe-nômeno", relata.

O projeto geotécnico de uma con-tenção é realizado por engenheirosgeotécnicos. Eles definem a melhorsolução técnico-econômica. A execu-ção da obra é realizada por empresasespecializadas, pois muitas vezes sãonecessários equipamentos e mão-de-obra especializados.

Para garantir maior segurança, hámonitoramentos de obra que contro-lam, por diversos instrumentos, todasas movimentações do solo.A cada mo-vimento, é preciso que se introduzauma nova solução ou reforço. Mas, nomundo da tecnologia e da criatividade,o que vale ainda é a velha regra: prestar

Os muros de arrimo, tradicional solução estrutural, podem ser executados compedras ou ainda pedras argamassadas ou solo-cimento ensacado

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sempre atenção às novidades que omercado e os pesquisadores oferecem.

Em linhas gerais, os processos paraestabilização de encostas consistemem: eliminação da água, atenuação dapressão de água e dos efeitos de gravi-dade, e controle da erosão.

A eliminação da água dá-se pelacaptação de fontes e bolsões aqüífe-ros, regularização do escoamento oudrenagem superficial. Esses métodostendem a baixar o nível da água paraum ponto abaixo da provável linhade ruptura.

Tubos metálicos perfurados po-dem ser verticalmente instalados nosolo e estarem ligados a bombas desucção na superfície. A dificuldademaior, nesse caso, é manter o funcio-namento da bomba, o que pode invia-bilizar a solução.

As DHPs (drenagens horizontaisprofundas) consistem em tubos hori-zontais perfurados (normalmente dePVC enrolados em material geotêx-til), envoltos por areia ou materialpermeável, que ajuda a água a encon-trar o caminho mais fácil de saídapara bem longe da superfície externada contenção.

Não se pode, contudo, esquecer dadrenagem superficial, com valetas nascristas ou plataformas,nem de regulari-zar o escoamento, com terraceamento,valeteamento ou aterro de depressões.

Já os geodrenos verticais fibroquí-micos eliminam rapidamente a água

dos solos argilosos moles e pouco per-meáveis, permitindo aumento da re-sistência ao cisalhamento. O processode consolidação começa quando o ter-reno, ao ser comprimido, filtra a águacontida entre os poros das partículassólidas, reduzindo seu volume e dimi-nuindo sensivelmente o percurso a sertomado pela água até uma região per-meável e sem pressões.

A execução do dreno vertical,que pode chegar a 40 m de profundi-dade, é feita com a ajuda de umguindaste e com a introdução de ummaterial de elevado coeficiente depermeabilidade e capacidade de re-sistir aos esforços pelo adensamentoe execução de aterros.

Para a atenuação de efeitos de gravi-dade,opta-se por aliviar o peso com ter-raceamento ou escavações no alto do ta-lude, ou ainda por bermas de equilíbrioao lado ou no pé dos mesmos.

A redução da declividade tambémpode ser uma solução viável.

Pode ser necessário que o solo sejareforçado já durante a execução. Nessecaso, fitas metálicas ou geossintéticossão usados como armadura, dandoorigem ao nome 'terra armada', comotambém é conhecida. Os geossintéti-cos são geogrelhas, geomalhas, geo-membranas, geocompostos ou geocé-lulas, inseridos em camadas de solocompactado na construção do aterro,para equilibrar uma provável ruptura.A proteção do solo reforçado não é

feita com concreto projetado.Normal-mente leva placas pré-moldadas ousimplesmente grama.

O mesmo vale para os solos gram-peados, onde barras de aço são inseri-das, sem tração, ou chumbadores sãoinstalados no solo em corte com o re-vestimento na face do talude. A inje-ção da argamassa é realizada por umtubo (perdido) e a extremidade podeser simplesmente dobrada ou fixadacom placa, rosca e porca. Ao mesmotempo, drenos profundos (tubos PVCrígidos 1 ½'' a 2'', envoltos por telas decomprimentos que variam entre 6 e18 m), canaletas ou descidas de águasão executados. A armação, na maio-ria das vezes, é uma tela soldada, se-guida de concreto projetado. Alterna-tiva a essa última seria a aplicação doconcreto com fibras.

Jet-groutingO jet-grouting é uma técnica de re-

forço do solo com misturas líquidasde cimento jateadas. Primeiramente obico penetra o solo injetando água,para revolver o solo, para depois subirformando uma coluna de solo-ci-mento. A formação de paredes comuma seqüência de colunas permiteque se façam as escavações posterior-mente. Pode-se entender uma colunaem jet-grouting como elemento decontenção (parede de solo-cimento)ou coluna de reforço (estaca). As dife-rentes tecnologias no mercado permi-

A contenção com concreto projetado é um método bastante difundido em encostasàs margens de rodovias

Composto por polímeros fundidos eextrudados, os geotêxteis têm boapermeabilidade, o que evita a saturaçãodo talude

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de ruptura. Assim, impede-se quetudo venha abaixo.

Eles podem ser gabiões ou crib-walls (elementos vazados de concreto,aço ou madeira, preenchidos com opróprio material do corte), sacos deareia, cimento ou até mesmo pneus.

Embora todas as soluções, inclu-sive os retaludes, devam apresentarum sistema de drenagem adequado,o espaço físico disponível, as condi-ções de acesso, o material disponível,os custos e o tipo de solo devem serestudados para conseguir-se um sis-tema eficiente.

O princípio de funcionamento dasestruturas de contenção é o mesmo,independente do método. Todas pro-movem, ativa ou passivamente, resis-tência ao deslocamento de terra e rup-tura ocasionados pelo corte.A diferen-ça principal diz respeito ao local deapoio de tais estruturas. Enquanto omuro de arrimo é um peso indepen-dente, que lança mão apenas da gravi-dade para funcionar, o método deno-minado solo grampeado e as cortinasatirantadas procuram a zona resistentepara se fixarem, penetrando nomesmo solo que devem estabilizar.

Giovanny Gerolla

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tem que as colunas cheguem a ter 190cm de diâmetro.

No caso das cortinas atirantadas,que são construídas a partir do topoem faixas horizontais, à medida que ocorte é executado, as ancoragens sãobarras ou tirantes embutidos no pró-prio maciço que será arrimado, epodem funcionar à tração de até 1.500kN. Em aterros, após cada uma dasetapas, os tirantes são instalados. Casoa cortina atinja o lençol freático, dre-nos profundos deverão ser instalados.

As paredes-diafragma tambémpodem ser construídas de cima parabaixo: elas são executadas em painéisou lamelas (sucessivos ou alternados),de continuidade assegurada por tuboou chapa-junta,colocado após o iníciodo endurecimento do concreto.Versá-til, esse sistema aplica-se bem a servi-ços de subfundação e de proteção deobras ameaçadas por ação das águas,grandes obras hidráulicas,obras de ca-nalização, buracos subterrâneos,como no caso de construções parametrô ou garagens. Feito in loco, o dia-fragma nada mais é que um murocontínuo e vertical de concreto arma-do com espessura que pode chegar a120 cm. Hoje é possível encontrar a

utilização de pré-moldados de concre-to armado ou protendido na execuçãodessas paredes.

Estacas raizOutro meio de conter os empuxos

horizontais são as estacas raiz, quetambém são concretadas in loco, comdiâmetro que vai de 80 a 450 mm.Executadas em direção vertical ou in-clinada, utiliza-se de rotação ou roto-percussão com circulação de água,lama betonítica ou ar comprimido epode atravessar qualquer tipo de ter-reno. A concretagem é feita de baixopara cima, aplicando-se pressão con-trolada, de acordo com a natureza dosolo. A evolução tecnológica permitiuque o processo de perfuração nãoprovocasse vibrações ou descompres-são do terreno. A estaca raiz resiste acargas de tração muito altas e os equi-pamentos mais modernos permitemexecutá-las com uso de cargas de até1.500 kN.

Há muros de arrimo, contudo,que só podem ser construídos debaixo para cima, como é o caso dospesos aplicados na base dos taludes,para que um contra-empuxo sejamaior que o empuxo ativo, no ponto

Os gabiões são um dos sistemas mais utilizados para contenções: a pedra britada envolvida por gaiolas garante que a estruturaseja drenável e deformável

Div

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Envie artigo para: [email protected] texto não deve ultrapassar o limitede 15 mil caracteres (com espaço).Fotos devem ser encaminhadasseparadamente em JPG.ARTIGO

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Asubcontratação de serviços naconstrução brasileira é uma prática

irreversível, acompanhando uma ten-dência mundial de imprimir flexibilida-de à produção. Porém, chamadas em-presas subempreiteiras, subcontratadasou especializadas têm tido dificuldadespara responder às exigências da legisla-ção vigente e do próprio mercado.

Neste artigo busca-se identificaressas dificuldades e possíveis soluções,apartir de uma pesquisa com oito su-bempreiteiras de São Paulo, para asquais foram identificados e analisadossua estrutura organizacional e seus ma-croprocessos de produção, bem comoos pontos críticos a serem alterados.

Caracterização das empresas estudadasNa tabela 1 as empresas identifica-

das de "A" a "H" são caracterizadas.Da caracterização das empresas

pode-se concluir:�As empresas A,B,C e D não têm enge-nheiros ou técnicos especializados; a Gpossui um engenheiro ou técnico espe-cializado para cada 17 operários da pro-dução;as empresas E,F e H possuem umtécnico especializado para 40 operários.� A formação escolar e técnica dos só-cios das empresas E, F, G e H permiteutilizar melhor os recursos tecnológi-cos disponíveis, dentre os quais, os deinformática. A baixa escolaridade dosproprietários das empresas A, B, C e Ddificulta o acesso ao conhecimento téc-

Construtoras esubempreiteiras: quemganha e quem perde?

nico especializado disponível; nenhu-ma dispõe de recursos de informática.�As empresas não apresentam estraté-gia competitiva definida. Pouco in-fluenciam nas cláusulas contratuais quelhes são impostas pelas contratantes,principalmente as empresas A, B, C e D.As empresas E e F utilizam contratospróprios; enquanto G e H dizem anali-sar os contratos propostos. O principaldessas empresas é sobreviver no merca-do, principalmente em função da con-corrência predatória e do baixo poderde barganha junto às construtoras.

Estrutura organizacionalO organograma das empresas es-

tudadas é apresentado na tabela 2 e ob-serva-se que a estrutura predominanteé do tipo funcional, em que ocorre oagrupamento de atividades e tarefas deacordo com as funções principais de-

senvolvidas. Analisando-se a estruturaorganizacional dessas empresas con-cluiu-se que:�As empresas A, B, C e D não apresen-tam departamentos formalizados e ossócios ficam responsáveis pela totalida-de das atividades; enquanto as E, F, G eH apresentam departamentos formali-zados,com responsáveis bem definidos.� Uma vantagem associada ao pe-queno porte das empresas A, B, C e Dé a maior agilidade na resolução deproblemas; são poucos níveis hierár-quicos. Porém, apresentam macro-processos cujas atividades são excessi-vamente informais e nem semprepossuem o controle necessário.� A criação de "equipes de produ-ção", no caso da G, com os líderes par-ticipando do planejamento e da pro-dução resulta em maior nível organi-zacional e de produtividade.

Identificação dos principais macro-processos e problemas enfrentadosna prestação do serviço

A tabela 3 apresenta os problemasidentificados tanto pelos autorescomo apresentados pelos dirigentesdas empresas em seus principais ma-croprocessos. Destaca-se que nemtodos existem em todas as empresas.

Analisando-se os principais pro-blemas identificados nos macropro-cessos, tem-se que:� Há problemas generalizados em

Alberto Casado Lordsleem Jr.Doutor em engenharia de construçãocivil pela Epusp, professor da Escola

Politécnica da Universidade dePernambuco

[email protected]

Mercia Maria Bottura de BarrosDoutora em engenharia de construçãocivil pela Epusp, professora da Escola

Politécnica da Universidade de São [email protected]

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todos os macroprocessos das subem-preiteiras. Alguns aparecem com maisintensidade e freqüência em algumasorganizações que em outras.� Quanto ao macroprocesso comer-cial, há o predomínio da concorrênciapor preço, em detrimento dos demaiscritérios de seleção (qualidade, orga-nização, treinamento, capacitação);há, também, muita informalidade nacontratação dos serviços, sem apoiode regras contratuais.� Falhas na programação de abaste-cimento de suprimentos, acarretan-do atrasos nos prazos acordados.Tanto a construtora atrasa no forne-

cimento dos materiais e equipamen-tos quanto a subempreiteira atrasana produção dos serviços.� Ausência da participação das su-bempreiteiras no planejamento, pro-gramação e projeto; não pela falta deinteresse, mas por não serem chama-das pelo contratante.A sua não partici-pação resulta, quase sempre, na defini-ção de prazos incompatíveis com o ser-viço a ser realizado, ocasionando pro-blemas no relacionamento subemprei-teira–construtora.� Inexiste corpo técnico da subem-preiteira voltado à segurança; usual-mente seguem os procedimentos in-

dicados e são brevemente treinadospelos contratantes.� A ausência de ações para a capaci-tação da mão-de-obra é uma situa-ção recorrente na maioria das em-presas especializadas.�Os problemas identificados nos diver-sos macroprocessos geram problemasde execução e resultam numa relaçãoconflituosa entre funcionários da su-bempreiteira e desta com a construtora.� Inexiste controle que permita me-dir facilmente os serviços executados,gerando discordância entre a subem-preiteira e seus funcionários e, tam-bém, com a construtora.

Tabela 1 – CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS SUBEMPREITEIRAS ESTUDADASEmpresas

A B C D E F G HÁrea de atuação

Alvenaria, Alvenaria, Revestimento Fôrmas de Construção Construção Alvenaria, Fôrmas, revestimento revestimento interno madeira, civil civil revestimento armadura,

interno de interno e cerâmico armadura, em geral em geral de concretagem, argamassa e externo de concretagem, argamassa alvenaria e

cerâmico argamassa alvenaria e revestimentos e cerâmico revestimento de argamassa

de argamassa e cerâmicoTempo13 anos 13 anos 3 anos 10 anos 20 anos 17 anos 3 anos 12 anosNúmero de sócio(s); perfil do sócio(s)

1; primário, 2; experiência 2; primário, 2; 1 2; 3; 1 1; 3; 1 início como de obra, início como científico, engenheiros engenheiro engenheiro engenheiro ajudante de início como servente 1 aprendiz civil e 2 e 2 técnicos carpintaria ajudante de obra de armador técnicos em

de pedreiro em edificaçõesedificações

Competência técnicabásico básico básico básico superior superior superior superior

Formação da empresaApós ser Após ser Após ser Após ser – Após ser – Após sermestre- oficial de encarregado de encarregado subempreiteira funcionáriode-obras pedreiro revestimento de armadura de alvenaria, de outra

cerâmico revestimento subempreiteirade argamassa

Quantidade de funcionários25 22 7 18 161 250 50 350

Quantidade de obras3 5 1 4 3 4 3 5

EspecificidadesNúmero de Número de Número de Número de Subempreiteira Subempreiteira Perspectiva Perspectiva

clientes clientes clientes clientes vinculada à vinculada à de de ampliarreduzido reduzido reduzido reduzido construtora construtora ampliar o o tipo de

número de serviço clientes prestado

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A R T I G O

Tabela 2 – RESULTADOS DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL PELOS ORGANOGRAMAS DAS EMPRESAS DO ESTUDO DE CASO

Legenda: DIR: diretoria; ADM: administrativa; FIN: financeira; GER: gerência; COM: comercial; CON: contabilidade TÉC: técnica; PROJ: projeto; DES: desen-volvimento; MAT: materiais; ALM: almoxarifado; OBR: obras; SUP: suprimentos; PES: pessoal; PLAN: planejamento; ENG: enga.; COMP: compras; TRA:transporte; ORÇ: orçamento; SEG: segurança; TRAB: trabalho; CONT: contratos; CPR: contas a pagar/receber� As empresas E e F utilizam recursos das construtoras que pertencem a seus diretores, em particular infra-estrutura e pessoal dos departamentosde suprimentos e técnico. Esse suporte facilita a organização das atividades administrativas.

� Inexiste sistemática de atendimen-to ao contratante ou ao seu cliente e,muitas vezes, a ausência desse macro-processo implica a não realização denovos contratos.� Predomina a informalidade nomacroprocesso administrativo e fi-

nanceiro, com a ausência de controleque permita o desenvolvimento dasubempreiteira como uma organiza-ção empresarial.� Muitos problemas que ocorrem nassubempreiteiras são originados na de-sorganização das próprias contratantes.

A necessidade de melhorias e asações de organização

A tabela 4 sintetiza as principais a-ções propostas para a melhoria dos ma-croprocessos das empresas especializadas.

Cada uma das ações da tabela 4constitui um desafio a ser enfrenta-

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do pelas subempreiteiras. Há açõessimples, que exigem apenas maiororganização; há as que talvez nãoconsigam implementar sozinhas.Nesses casos, o estabelecimento deparceria subempreiteira x construto-ra poderá ser um caminho.

No atual estágio tecnológico damaioria das empresas especializadas éfundamental que haja o apoio dasconstrutoras, muitas vezes realizandoinvestimentos para o desenvolvimentodas que lhes prestam serviços,para quetoda a cadeia possa se desenvolver.

Cabe também estimular e imple-mentar recursos por meio de ações se-toriais dessa cadeia. Uma alternativa é ajunção de empresas subempreiteiraspequenas na forma de cooperativaspara terem maior poder de negociação.

Cabe lembrar, porém, que empre-

Tabela 3 – PRINCIPAIS PROBLEMAS RELATIVOS AOS MACROPROCESSOS IDENTIFICADOSMacroprocessos Principais problemas sob a ótica das empresas subempreiteirasComercial � Concorrência por menores preços; chega a ser predatória.

� Alta instabilidade do mercado.� Urgência na elaboração de propostas, com informações insuficientes repassadas pelos clientes,

dificultando a avaliação dos custos de produção e de mão-de-obra. � Quanto aos contratos há ausência de análise; fechamento entre as partes; assinatura do cliente;

e registro de modificações.� Encargos sociais elevados.� Ausência da função "marketing".� Ausência de tempo para busca de novos clientes.� A subempreiteira assume os custos de equipamentos, muitas vezes, exigidos pela própria construtora.

Suprimentos � Ausência de controle de recebimento de equipamentos e ferramentas.� Ausência de informações atualizadas de compras realizadas pelas obras.� Atraso na entrega de equipamentos e ferramentas.� Discordância quanto aos critérios de recebimento adotados pelas construtoras.

Planejamento, � Informações insuficientes por parte dos contratantes. programação � Nenhuma participação no desenvolvimento dos projetos.e projeto � Atraso na entrega dos projetos pelos contratantes.

� Existência de erros no projeto.� Mudanças no projeto no decorrer da obra, acarretando atrasos no cronograma de execução.� Pouca participação no planejamento das atividades.� Dificuldades no cumprimento de prazos estabelecidos pela construtora.� Atraso no início de obra, por contratação sem tempo adequado para mobilização

de pessoal e planejamento dos serviços.� Equipamentos de transporte subdimensionados pelos contratantes.

Segurança � Desconhecimento das normas regulamentares.� Ausência de responsável pelas atividades de segurança.� Ausência de treinamentos voltados à segurança.

Pessoal � Ausência de controle de documentos.� Existência de muitas ações trabalhistas.� Ausência de mão-de-obra qualificada.� Ausência de recursos para investir em treinamento.� Ausência de planejamento para contratação, transferência, demissão e férias.� Ausência de sistemática de atuação quando de ocorrências com os operários.� Ausência de critérios de seleção de mestre-de-obras ou encarregados.

Produção � Inexistência de procedimentos de produção próprios.� Dificuldade na definição dos líderes de produção.� Excesso de retrabalho.� Falta de procedimentos de controle da qualidade.

Medição � Ausência de formalização das modificações durante a execução do serviço, com divergências no pagamento.� Ausência de procedimento de medição previamente definida com o contratante e demora na

aprovação da medição.Assistência técnica � Ausência de sistemática e de recursos humanos para o atendimento ao contratante/cliente.Administrativo � Ausência de controle de documentos.e financeiro � Ausência de sistemática para comunicação interna e com obras.

� Ausência de controle financeiro dos serviços prestados.

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LEIA MAIS

Metodologia para CapacitaçãoGerencial de EmpresasSubempreiteiras.Alberto CasadoLordsleem Jr. Tese (Doutorado).Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2002.

Biombos de Subemprego.AlbertoMawakdiye. Construção Mercado no 57,São Paulo, págs. 4-17, jun/2004.

Certificações “Setoriais” daQualidade e Microempresas.O Caso das EmpresasEspecializadas de ConstruçãoCivil. Francisco Ferreira Cardoso.Tese (Livre Docência). EscolaPolitécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, 228 págs., 2003.

Diretrizes para Gestão dosSubempreiteiros. Sheyla Mara

Baptista Serra. Tese (Doutorado).Escola Politécnica da Universidade deSão Paulo. São Paulo, 2001.

Modelo de Processos para a Gestãode Subempreiteiros: Estudo de Casosem Empresas Construtoras deEdifícios. Daniel Kamekichi Ohnuma.Dissertação (Mestrado). EscolaPolitécnica, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2003.

NR o quê? Eric Cozza. Téchne, SãoPaulo, v. 6, no 35, págs. 18-23,jul-ago/1998.

A metamorfose dos Gatos. SimoneCapozzi. Construção em São Paulo, no 2630, págs. 17-9, jul/1998.

Terceirize, se puder. Kelly Carvalho.Construção Mercado, São Paulo, no 16,págs. 34-41, nov/2002.

A R T I G O

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Tabela 4 – AÇÕES DE ORGANIZAÇÃO POR MACROPROCESSOMacroprocesso Ações de organizaçãoComercial � Investir na busca por oportunidades de novos negócios.

� Estabelecimento prévio dos parâmetros que devem existir na proposta e no contrato.� Análise crítica da oportunidade de serviço sob os aspectos: comercial; financeiro; técnico e

jurídico, incluindo solicitação de informações ao cliente; visita à obra e análise de projetos.Projeto � Análise técnica do projeto.

� Controle de recebimento e de distribuição.� Elaboração de projetos para a produção, contemplando: especificação dos materiais, seqüência de

execução adotada, detalhes construtivos, equipamentos, equipe, parâmetros de controle da qualidade.� Controle de modificações.

Planejamento/ � Estabelecimento do layout da área ocupada pela subempreiteira no canteiro de obras.programação � Dimensionamento e programação prévia das equipes, materiais e equipamentos.

� Elaboração e implementação de um PQS (Plano da Qualidade do Serviço).Recursos humanos EEssttaabbeelleecciimmeennttoo ddee ssiisstteemmááttiiccaa ddee::

� Recrutamento e seleção de mão-de-obra.� Ações para a integração de pessoal e que estimulem a motivação e a realização dos serviços com a

qualidade previamente definida.� Sistemática de treinamento.

Segurança � Observação das diretrizes de Normas Regulamentadoras.� Definição dos responsáveis pelas atividades de solicitação e controle de entrega dos equipamentos

de proteção individual, controle dos atestados de saúde e registro de treinamentos.� Realização dos treinamentos admissional, periódico, de uso de ferramentas e de operadores de

máquinas e equipamentos.� Estabelecimento da sistemática de atuação a ser seguida em situações de emergência.

Suprimentos � Estabelecimento da sistemática de aquisição e controle de recebimento de materiais e equipamentos.Produção � Definição de procedimentos de execução, controle da qualidade e entrega do serviço (parciais e final).Medição � Estabelecimento da sistemática de medição, para faturamento e para apropriação da produção de

cada funcionário.Assistência técnica � Definição de procedimentos para recebimento, execução e entrega dos serviços de assistência técnica.

sas com organizações e bases tecnoló-gicas muito diferentes exigem estraté-gias distintas para resolução dos pro-blemas e, para isso, deverão utilizaruma adequada metodologia de açãoque lhes permita viabilizar mais racio-nalmente sua prestação de serviço,com ganhos de produtividade e incre-mento de competitividade.

Dificilmente essas empresas vãoconseguir alto grau de organização en-quanto seu objetivo único for a sobre-vivência no mercado. A implantaçãode um processo de mudança organiza-cional exige disposição, participação,empenho e constância de propósitos.

É preciso mudar o enfoque. É fun-damental prever recursos para incre-mentar sua capacidade tecnológica,com aquisição de equipamentos quelevem à maior produtividade. Alémdisso, deverá focar na capacitação deseus funcionários de modo que pos-sam fazer mais com menos.

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ACABAMENTOS

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TEMPORIZADORESA nova Série 80 detemporizadores da Finder foidesenvolvida para satisfazerdiversos tipos de usos, comosistemas de aquecimento eventilação, tratamento de água,arranque de motores e máquinasautomáticas. A série 80 está emconformidade com a diretivaEuropéia RoHS.Finder Componentes Ltda.(11) [email protected]

TRANSFORMADORESOs Transformadores deDistribuição e Média ForçaRomagnole são produzidos sobrígido controle de matérias-primas, catalogadas e analisadasem laboratórios da própriaempresa. Os equipamentos sãoproduzidos conforme normasnacionais (ABNT) einternacionais(ANSI/ASTM/IEC).Romagnole0800-7071385romagnole@romagnole.com.brwww.romagnole.com.br

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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DUCHAA Turboduchass Corona faz parteda nova geração de chuveiros daempresa. O produto tem quatroopções de temperatura, que,segundo o fabricante,proporcionam maior economiade energia. A ducha tem turbinasinternas que proporcionammaior pressão e volume de á[email protected]

TUBULAÇÃOO Grupo Dema fabrica a linha detubos Duratop de polipropilenopara redes de esgoto. Segundo aempresa, o produto oferecemaior resistência ao impacto doque o PVC, à água quente e aoóleo de frituras.Grupo Dema0800-7710331www.grupodema.com.br

COBERTURA, IMPERMEABILIZAÇÃO E ISOLAMENTO

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IMPERMEABILIZAÇÃOO Protelha PlusImpermeabilizante, daCristalcolor, é indicado paraaplicação em telhas cerâmicas,de fibrocimento, tijolos ealvenaria em geral. Segundo aempresa, o produto, fabricado àbase de água, não agride o meioambiente.Cristalcolor(48) [email protected]

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ESTRUTURAS E PEÇAS METÁLICAS

INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS

PARAFUSO COM BUCHA O parafuso com bucha da Fixtil é indicado para paredes ocas,tijolo maciço e drywall. Àmedida que o parafuso éapertado, a bucha se deformaaté se transformar em um nó,provocando um travamento desegurança. A cartela em blister,contendo de duas a quatrounidades, contém etiqueta cominstruções para aplicação doproduto.Fixtil Comercial(11) 5034-1436 www.fixtil.com.br

LOUÇAS PARABANHEIROAloha é uma linha de louças parabanheiros da Celite, desenvolvidapara compor ambientescompactos: lavatório com coluna,lavatório com coluna suspensa,bacia convencional, bacia comcaixa acoplada e bidê. As peçasestão disponíveis nas coresbranco, pergamon e cinza-prata,facilitando, segundo a empresa, acombinação em diversosambientes.Celite(11) 4588-4600www.celite.com.br

METAISOs Metais Roca podem serencontrados em diversosmodelos: mecanismos de discoscerâmicos de meia-volta;monocomandos; eletrônicos,que utilizam a técnica dedetecção por proximidade,iniciando assim o fluxo de água;temporizados e termostáticos,que mantêm a temperatura daágua previamente selecionada,não importando as variações de pressão e volume da água fria ou quente.Roca(11) 4588-4600www.rocabrasil.com.br

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MADEIRAS, PLÁSTICOSE MELAMINICOS

PLÁSTICOSPolicog é o produto que suafabricante, Cogumelo, chama de"madeira plástica". Segundo aempresa, o material pode serutilizado em qualquer lugar quea madeira convencional tenhaaplicação – píers e decks,móveis, entre outros. Éantiderrapante e tem garantia dedez anos.Cogumelo(11) [email protected]

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS

EQUIPAMENTOSA Locabens é distribuidoraexclusiva no Brasil da linhaPotain de Gruas. O sistema degerenciamento online daempresa proporciona ao clienteagilidade no fornecimento depeças, com estoque permanentepara itens de maior demanda.Locabens(11) [email protected]

LOCAÇÃO E VENDAA Degraus Andaimes e Máquinastrabalha há 20 anos com locação,venda e manutenção deequipamentos para a construçãocivil. Trabalha ainda com corte efuro de concreto e demoliçãocontrolada. A empresa temunidades em São Paulo, Bahia eEspírito Santo.Degraus(11) 6425-5211www.degrausmaquinas.com.br

GRAMPEADORO novo grampeador ManualVonder 2 em 1 é multiuso. Alémde funcionar como umgrampeador comum para papéis,grampeando até 40 folhas deuma só vez, também pode serutilizado como ferramenta paratrabalhos domésticos maispesados. Possui corpo fabricadoem plástico leve de altaresistência. Utiliza gramposretos, com 6 a 10 mm de altura,de acordo com o trabalho a serexecutado.Vonder(41) 2101-0550www.vonder.com.br

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PRODUTOS & TÉCNICAS

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MEDIDOR A LASERO DLE 50, da Bosch, é o menormedidor de distância a laser domercado. Com 10 cm decomprimento, 5,8 cm de largurae 3,2 cm de altura, o medidorgarante precisão para mediçõesde até 50 m de distância.Bosch(11) 2126-1950www.bosch.com.br

MÁQUINAS,EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS

AMBIENTES BANCÁRIOSA Daiken atua na área deambientes bancários,acessibilidade, segurança eprojetos especiais. A empresadispõe de estrutura capaz deatender as necessidades docliente, do projeto à instalaçãodos equipamentos.Daiken(41) 2169-2500www.daiken.com.br

SOLOSA Fundsolo realiza serviços defundações, tratamentos demaciços, estabilização de taludese rebaixamento de lençóisfreáticos e outros serviçosgeotécnicos. A empresa jáparticipou, entre outros, deobras como o Rodoanel e arecuperação da Estação da Luz.Fundsolo(11) 5041-5130www.fundsolo.com.br

PROJETOS E SERVIÇOS TÉCNICOS

SOFTWAREO BBF Fenix é um software quepermite simular e visualizardiferentes combinações de corese tons em diversos tipos deambientes. Segundo osdesenvolvedores, o programa éideal para fábricas e lojas detintas, arquitetos e decoradores,engenheiros, fábricas de móveis,entre outros.BBF Informática(49) 3442-1850

DRYWALL A JKR, empresa que atua noramo da construção civil há maisde 20 anos, fornece material emão-de-obra de execução deparedes de drywall. Seu serviçopode ser visto em lojas dedepartamentos, hotéis,restaurantes, escritórios, entreoutros.JKR(11) [email protected]

VEDAÇÕES, PAREDES E DIVISÓRIAS

PAREDESOs Sistemas Placostil sãoconstituídos por placas de gessoacartonado parafusadas em umaou mais camadas sobre umaestrutura metálica leve. Podemser montados em conjunto comestruturas de concreto, metálicasou de madeira.Placo0800-0192540sac.placo@saint-gobain.comwww.placo.com.br

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OBRA ABERTA

Gerenciamento deProjetos – ProcedimentoBásico e Etapas EssenciaisRicardo Aldabó144 páginasArtLiber Editorawww.artliber.com.brVoltado aos profissionais daárea técnica de diversossegmentos, como engenharia,pesquisa, construção,informática e desenvolvimentode produtos, a publicação trazos ensinamentos de formaleve e simples. Já naapresentação, o autor destacao cuidado e as dificuldadesenvolvidas na tradução dosconhecimentos técnicos eteóricos acerca do tema-títulopara uma linguagem didáticae acessível. Destaca aimportância de determinarobjetivos, contar comrecursos, prevenir dificuldadese alcançar soluções.

Livros

Comentários à Lei dosConsórcios Públicos*Organização: Vladimir Alves184 páginasLivraria e Editora Universitáriade DireitoVendas pelo portalwww.piniweb.com.brPara o autor, privilégio deveser dado às realidades sociais,como as conurbações ouaglomerações urbanas e até aescassez de recursos. O objetivo da publicação emquestão é, justamente, trazerao leitor as linhas gerais sobre as formas deassociativismo em matéria de gestão pública na busca de objetivos de interessecomum dos entes federados.

Manual Prático de Direitodas Construções*José Fiker136 páginasLivraria e Editora Universitáriade DireitoVendas pelo portalwww.piniweb.com.brPara facilitar o entendimentomesmo de absolutos leigos, oautor lança mão de umagrande diversidade deilustrações para as questõesapresentadas. Além disso,trata exclusivamente do que éessencial à construção civil,como ações envolvendoperícias, direito de vizinhança,desapropriação, mediação earbitragem e teoria geral doscontratos. O autor é vice-presidente da Câmara deValores e Avaliações doIbape/SP.

Sistema de ForrosSuspensos – Programaparte 182 páginasKnauf AMFwww.amf-brasil.com.brDa renovação de toda aliteratura técnica da empresaresultaram seis volumes queabrangem temas diversos. O primeiro, Sistema de ForrosSuspensos, já vem sendodistribuído gratuitamente,com solicitação feita via siteda Knauf. Apresenta toda alinha de produtos, incluindocaracterísticas técnicas eestéticas. Os outros cincomanuais abordam, por ordem, Proteção Contra o Fogo, Acústica, Saúde & Higiene, Sonorização,Iluminação & Tecnologias e Material & Design.

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Engenharia do Brasil – 90 anos do Instituto de Engenharia192 páginasInstituto de Engenhariawww.institutodeengenharia.org.brCom patrocínio da Sabesp, daEngevix e da AndradeGutierrez, o livro, em formatogrande e acabamento de luxo,comemora os 90 anos doInstituto de Engenharia. Emtom jornalístico, discorresobre as memórias daconstrução do Brasil moderno.Os cinco capítulos dividem-se,pela ordem cronológica, em: Odesenho da nação (1916-1932), Terreno e fundações(1933-1945), Compasso daconstrução (1946-1964),Integração à paisagem (1965-1984), e O global e o local(1985-2006). Repleto de fotose desenhos, é uma obrahistórica e essencial.

TV OfertimóveisFone: (11) 3888-4505www. ofertimoveis.com.brTrata-se de uma ferramentaque utiliza a internet parafazer a divulgação de imóveisnovos e usados. Para tanto,aplica recursos de vídeo econta com informaçõesdetalhadas dosempreendimentos. Aorganização dos imóveis, quecontam cada um com umhotsite, se dá por região delocalização, incluindo pontosde referência, e cada um delesconta com plantas eperspectivas. É possívelassistir a vídeos e ver fotos decada obra. O andamento deobras não concluídas tambémestá disponível, ressaltando apraticidade que o canalpretende oferecer aosinteressados em divulgar e emprocurar imóveis.

Sisan EmpreendimentosImobiliáriosFone: (11) 2192-5030www.sisan.com.brA incorporadora do grupoSílvio Santos coloca àdisposição, com o lançamentode seu site, uma fonte deinformações sobre a empresae os projetos que têm emandamento. Tem o objetivo deser uma ferramenta derelacionamento da empresa,responsável por diversosempreendimentos comerciaise residenciais no Estado deSão Paulo, com parceiros eproprietários, incluindo atémesmo alguns canaisexclusivos para esse público.No link "Empreendimentos" épossível obter informaçõessobre lançamentos futuros eedifícios prontos para habitar.Traz, ainda, a possibilidade deassinar a newsletter com asnovidades do grupo.

PadoFone: 0800-7014224www.pado.com.brAgora com acesso exclusivo egratuito para arquitetos,construtoras, decoradores,engenheiros e representantes,traz conteúdo e atendimentodirigidos para esses diferentespúblicos. Para ter acesso énecessário fazer um cadastro.Conta com toda a linha deprodutos – Acessórios,Cadeados, Dobradiças,Fechaduras, Puxadores eTravas – segmentada por tipoe com descrição completa dascaracterísticas. O catálogo2007 também já estádisponível no portal, contendofotos dos produtos, comdimensões e coresdisponíveis, pode ser baixado.

Sites

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Seminários econferências25/7/2007Seminário da Construção em Aço –62o Congresso Anual da ABM –Internacional Vitória O evento deve apresentar os benefícios daconstrução em aço, a partir de palestras,com apresentação de obras importantes eprodução das empresas locais, além deteses sobre a experiência com o material.Fone: (21) 2141-0001www.cbca-ib.com.br

Feiras e exposições27/6 a 1o/7/2007FenahabitBlumenau A Feira promete apresentar novidades dosetor da construção, contemplando as novastecnologias disponíveis. Destinado a lojistas,arquitetos, engenheiros, síndicos econdôminos, o evento terá mais de 110empresas do País.Fone: (47) 3336-3314E-mail: [email protected] www.construacerto.com.br

10 a 13/7/2007Equipo Multiconstrução 2007Sorocaba (SP)O objetivo do evento é promover o setorde construção industrial, montagem emanutenção apresentando as novastecnologias, além de divulgar osdesenvolvimentos recentes detecnologias para a infra-estrutura urbana.Por ser realizado em uma área aberta, aFeira deve possibilitar demonstrações dediversos segmentos do setor, comopavimentação, movimentação de terra,estruturas metálicas, movimentação decargas, transporte vertical, entre outros.Fone: (11) 3783-8990 www.equipomulticonstrucao.com.br

1o a 4/8/200710a Construsul – Feira da Indústria daConstruçãoPorto Alegre Visto atualmente como um dos principaiseventos da região Sul direcionado àconstrução civil, a Feira aconteceparalelamente à Expo Máquinas, queapresenta uma grande exposição deplataformas elevatórias, retroescavadeiras,gruas, perfuratrizes e equipamentos emáquinas para construção pesada. Fone: (51) 3225-0011www.feiraconstrusul.com.br

14 a 18/8/2007Expo Construção – Feira deTecnologia, Máquinas e Equipamentosda Indústria da Construção CivilSalvadorA Feira agrega os vários segmentos dosetor, aborda da estrutura ao paisagismo,com produtos para serem utilizadosdesde a concepção do projeto até oacabamento de uma obra, passando daclimatização à arquitetura. Deve reunircerca de 250 expositores, incluindograndes marcas nacionais.Fone: (11) 3044-4410www.expoconstrucao.com.br

15 a 17/8/2007Concrete Show South América São PauloA Feira promete atingir empresas eprofissionais com exposição, seminários e conferências técnicas. Com apoio deentidades importantes do setor, como aABCP (Associação Brasileira de CimentoPortland), Abesc (Associação Brasileiradas Empresas de Serviço deConcretagem) e a Ficem (FederaçãoInteramericana do Cimento), o eventodeve se tornar um ponto de encontrointernacional de negócios e tecnologia dacadeia de concreto e seus usuários. Fone: (11) 4689-1935Site: www.concreteshow.com.br

25 a 29/9/2007InterconJoinville (SC)Reúne fabricantes, distribuidores,revendedores, construtores, engenheiros,arquitetos e entidades de todo o Brasil edo exterior, promovendo a divulgação e,sobretudo, a realização de negócios. Emsua sétima edição, a Intercon terá suaárea ampliada e deverá contar com aparticipação de mais de 200 expositores,superando o número de 30 mil visitantesregistrados no evento anterior.Fone: (11) 3451-3000 E-mail: [email protected]

23 a 25/10/07ConstruTech 2007 – O encontrointernacional dos profissionais daconstruçãoSão PauloO evento promovido pela PINI prometereunir os profissionais mais importantes einfluentes do setor da construção civil paraexposição e debate de idéias inovadorassobre tecnologia e modelos construtivos.São esperados cerca de 2.000 profissionaisdas empresas envolvidas com a cadeiaprodutiva da construção civil, desdeexecutivos e profissionais das construtorase incorporadoras, fornecedores demateriais, tecnologias de sistemasconstrutivos, representantes do setorfinanceiro, do governo, de entidades declasse e profissionais autônomos. Durantetrês dias os participantes terão contato comconstrutoras nacionais e estrangeiras queirão apresentar cases de obras eempreendimentos que se tornaramreferências em tecnologia, inovação egestão estratégica. As 12 palestras quefazem parte da programação irão abordaros principais aspectos dosempreendimentos desde sua concepção:análise de mercado, busca dos locaisadequados, estudo de viabilidade, seleçãodas equipes de projeto e execução,pesquisa sobre tecnologias construtivas de

AGENDA

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ponta, desenvolvimento e coordenação deprojetos inovadores, comparativos decustos, escolha dos fornecedores, execução e planejamento das intervençõespós-ocupação e/ou entrega doempreendimento. O objetivo desse grandeencontro é oferecer ao participante, emapenas três dias, acesso às melhoressoluções implementadas e aprovadas emobras no Brasil e no mundo, estimulando o desenvolvimento de novos conceitos e idéias para sua prática.Fone: (11) 2173-2395E-mail: [email protected]/construtech

5 a 10/11/2007Batimat 2007Paris A comunicação e as demonstrações dessaedição irão abordar os grandes temasespecíficos a esse setor: domínio da energia,segurança, acessibilidade e conforto.Direcionada a construtores e fabricantes deequipamentos e materiais, a Feira é aindaum canal de comunicação para diversosprofissionais e deve receber este ano cercade 400 mil visitantes de 141 países e reunir2.800 expositores de 45 países.Fone: (11) 3168-1868E-mail: [email protected]

Cursos e treinamentos28/6, 26/7, 27/9, 25/10 e 29/11Treinamento Teórico e Prático:Tecnologias de ImpermeabilizaçãoTamboré (SP)Oferecido gratuitamente pela Lwart ProasfarQuímica, empresa especializada emimpermeabilizantes, o curso tem o objetivode agregar conhecimentos aos profissionaisda construção civil sobre patologias,produtos e suas diversas aplicações,discutindo temas relevantes, dentre eles,projetos e comparativo de custos, o códigocivil e sanitário e casos de obras.Fone: 0800-7274343E-mail: [email protected]

26 e 27/7/2007Licitação, Contratação e Fiscalizaçãode Obras e Serviços de Engenharia –Lei 8.666 e CreaCuritiba

O curso tem como objetivo possibilitar aoparticipante um conjunto deconhecimentos e informações paraaprimorar a dinâmica e formação pessoal eprofissional, proporcionando uma visãomais ampla sobre a complexidade dalicitação, preparando-o adequadamentepara resolver as questões que surgemjunto ou na administração federal,estadual, municipal, empresas públicas ede economia mista, autarquias e outras.Direcionado a executivos, servidorespúblicos, comunidade discente e docente,profissionais de empresas privadas queparticipam de licitações e contratações.Fone: (11) 3739-0901www.aeacursos.com.br

24 a 28/9/2007Resistência à Corrosão – Teoria ePráticaRio de JaneiroCom abordagem teórico-prática, o cursopromete apresentar discussões sobrediversos temas, como a importânciaeconômica e aspectos ambientais dacorrosão das estruturas e coberturasmetálicas, o mecanismo eletroquímico dacorrosão, as formas de corrosão e comofazer a proteção – aço inox e aço carbono. Fone: (21) 3325-9942E-mail: [email protected] www.abcem.com.br

Concursos15/7/2007Prêmio Holcim Antac – Excelênciaem Construção SustentávelBrasilA Holcim Brasil vai premiar a melhordissertação de mestrado e tese dedoutorado sobre construção sustentávelno País. Entre os objetivos da premiaçãoestá levar o conceito de construçãosustentável para o dia-a-dia dosprofissionais desde a universidade.Fone: (51) 3316-4084www.antac.org.br

17/10/2007V Prêmio Talento EngenhariaEstruturalSão PauloA premiação, que destaca profissionais deengenharia de estruturas que

desenvolveram projetos diferenciados e dequalidade, traz uma inovação nesta quintaedição: uma categoria para obras depequeno porte e estruturas especiais, quedeve valorizar não só os grandes projetos,mas também os menores. Promovida pelaAbece (Associação Brasileira de Engenhariae Consultoria Estrutural) e pelo GrupoGerdau, a comissão julgadora serácomposta pelas duas instituições e por umrepresentante da Editora PINI. O prazo paraas inscrições vai até 31 de julho. CDs emateriais impressos devem ser enviados aoscuidados de Eduardo Castro Silva para a ruaCenno Sbrighi, 170, Edifício II, 6o andar,05036-010, Água Branca, São Paulo-SP.Fone: 3097-8591www.abece.com.brwww.gerdau.com.br

Outubro/2007Prêmio MasterInstalSão PauloCom o objetivo de destacar cases desucesso, reunindo as diversas empresas eprofissionais do setor de instalações, oprêmio intenta ampliar as soluções eexperiências de destaque do setor.Realizado pela Abrinstal (AssociaçãoBrasileira pela Conformidade e Eficiênciadas Instalações), a premiação édestinada às empresas construtoras,incorporadoras, instaladoras,concessionárias, fabricantes efornecedores de materiais eequipamentos para instalações.Inscrições até 30 de julho.Fone: (11) 3865-0944E-mail:[email protected]

Novembro/2007Prêmio Alcoa de Inovação emAlumínio São PauloCom o objetivo de estimular acriatividade e a conscientizaçãoecológica, a sexta edição do prêmio contaagora com a modalidade profissional, queagregará estudantes de qualquer cursosuperior, além de alunos de pós-graduação latu sensu e profissionais queatuam com projetos e planejamento degestão. Inscrições até 16 de julho.www.alcoa.com.br

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COMO CONSTRUIR

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T irantes são elementos lineares capa-zes de transmitir esforços de tração

entre suas extremidades. Nas aplica-ções geotécnicas de tirantes, a extremi-dade que fica fora do terreno é a cabeçade ancoragem e a extremidade que ficaenterrada é conhecida por trecho anco-rado e designada por comprimento oubulbo de ancoragem. O trecho que ligaa cabeça ao bulbo é conhecido por tre-cho livre ou comprimento livre.

A Norma Brasileira "NBR-5629/77– Estruturas Ancoradas no Terreno,Ancoragens Injetadas no Terreno",bem como a sua revisão a "NBR-5629/96 – Estruturas de Tirantes An-corados no Terreno", apresentam basi-camente o conceito acima exposto,conforme pode ser visto na figura 1.

O campo de utilização de tirantesna engenharia geotécnica é bastanteamplo, mas de forma sintética os ti-rantes classificam-se em dois grupos:permanentes e provisórios.

Tirantes permanentes são aquelesque se incorporam a uma estruturadefinitiva, como é o caso das cortinasatirantadas, lajes de subpressão, fun-dação de torres etc. e que, portanto,deverão ter vida útil compatível como fim a que se destinam.

Tirantes provisórios são aqueles deutilização temporária, como é o casodas paredes de contenção das obras deinfra-estrutura de edifícios residen-ciais, comerciais, estações enterradasde metrô etc. em que, após a constru-ção das lajes da estrutura do edifício,ostirantes são desativados e os esforçostransferidos para a estrutura.

As diferenças fundamentais entre ti-rantes permanentes e provisórios estãono coeficiente de segurança determina-

Tirantes

do pelo projeto,na proteção anticorrosi-va do corpo e da cabeça do tirante e nostestes de protensão,conforme preconizaa norma brasileira NBR 5629.

As aplicações mais comuns e usuais,tanto dos tirantes permanentes quantodos provisórios, são em contenções deescavações para obras enterradas ou emsituações em que é necessário cortar ummaciço de terra que não é autoportante,para implantar uma obra como umarodovia, ferrovia, ou outra.

Dentre essas aplicações, cabe desta-que à de tirantes provisórios para con-tenção de maciços de terra, escavadospara implantação de subsolos de edifí-cios residenciais e comerciais,aplicaçãocomum nos centros urbanos e com asquais convivemos rotineiramente.

Nessas obras são executados, noperímetro do terreno de implantaçãodo empreendimento, paramentos decontenção (paredes-diafragma, perfis

metálicos com pranchões de madeiraou concreto e outros) que serão supor-tados, à medida que a escavação no in-terior do terreno avança, por linhas detirantes em cotas predeterminadas peloprojeto. O espaçamento entre tirantesde uma mesma linha e as cargas de tra-balho dos tirantes, bem como seuscomprimentos livre e ancorado, tam-bém são definidos pelo projetista.

Nesses casos, a utilização de tiran-tes como apoio das paredes de conten-ção representa a forma mais eficaz degarantir segurança às benfeitoriasexistentes nos terrenos vizinhos, já quepelo fato de ser protendido, quandoinstalado em cada fase de escavação, otirante minimiza deslocamentos e de-formações do paramento de conten-ção. Conseqüentemente, edificações ebenfeitorias que nele se apóiam esta-rão protegidas dos efeitos de alívioprovenientes da escavação lindeira.

engenheiro Fabio Azemdiretor superintendente da TecnogeoEngenharia e Fundaçõ[email protected]

engenheiro Geraldo Guedes Andradediretor técnico da TecnogeoEngenharia e Fundaçõ[email protected]

Figura 1 – Detalhe típico de um tirante

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MateriaisOs tirantes são elementos de alta

resistência à tração e normalmentesão compostos por cordoalhas, fios oubarras de aço apropriado, podendoser protendidos ou tracionados.

Todo tirante deve ser de materialque permita sua ancoragem no inte-rior do maciço de terra ou rocha a sercontido. Assim, utiliza-se regular-mente para esse fim calda de cimentoe água, eventualmente com aditivosaceleradores de resistência, objetivan-do diminuição dos prazos da obra.

Além do elemento estrutural, queem geral é o aço, e da calda de cimen-to como elemento de ancoragem, sãocomponentes dos tirantes os seguin-tes acessórios (veja figura 1).� Tubo de PVC equipado com válvu-las manchetes, que permite a injeçãoda calda em posições definidas emprojeto� Tubo “espaguete”, de plástico, queserve para manter o isolamento doelemento estrutural do tirante (cor-doalha, fio ou barra) no trecho livre� Espaçadores com a finalidade decentralizar o corpo do tirante no inte-rior do furo

Na cabeça do tirante, denominadatambém de cabeça de protensão, uti-lizam-se dispositivos que permitemprender o elemento tracionado ouprotendido, junto ao paramento decontenção, mantendo-se a carga detrabalho atuante (veja figura 1).

Projeto O projeto de contenção deve ser

desenvolvido por engenheiro proje-

tista geotécnico conhecedor de cálcu-los de estabilidade de maciços de terraque, em geral, inicia sua análise consi-derando os seguintes quesitos:a) Arquitetura (layout da obra) indi-cando as dimensões, tais como exten-são e cotas de escavações e/ou de im-plantação da construção, que even-tualmente poderão exigir tratamen-tos de contençãob) Tipo de terreno a ser contido. É ne-cessário, portanto, uma campanha deinvestigação geotécnica adequada,por ser esse o procedimento para seobter os parâmetros do maciço, quenortearão os cálculos. É importantenessa investigação se detectar a pre-sença ou não do lençol freático, bemcomo a cota do nível d'águac) Possibilidade ou não de circulaçãode pessoas, veículos ou cargas nasimediações do topo da contenção

d) Existência ou não de construçõesnas circunvizinhanças do topo dacontenção, bem como identificaçãodo tipo de fundação das mesmas e) Existência ou não de interferênciasenterradas, tipo tubulações de con-cessionárias públicas (água, eletrici-dade, telefonia etc.), posicionamentodas fundações das construções vizi-nhas, galerias etc.

Assim, de posse dos elementos ar-quitetônicos e cadastrais e dos parâme-tros geotécnicos, o especialista podediscernir e desenvolver uma solução decontenção com a utilização de tirantesou não. No caso de ser necessária a suautilização, o projeto define, então, otipo de tirante, as cargas de trabalho,posicionamento de cada um na estru-tura de contenção, comprimentos, in-clusive dos trechos livre e ancorado, in-clinação e outros itens mais específicos.

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Foto 1 – Estação de metrô em São Paulo Foto 3 – Parede-diafragma atirantada

Foto 4 – Obra de tirante em local confinado

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Foto 2 – Cortina atirantada

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Os grandes blocos de rocha junto àmargem direita foram fixados com ti-rantes individuais e localizados estra-tegicamente no campo pelo projetis-ta. Os diversos diques de concreto ci-clópico, transversais ao eixo do leitopara reduzir a energia e velocidade daágua, foram fixados na camada derocha sob o leito do rio com cavaletesde estacas raiz à tração (função de ti-rante não protendido).

ExecuçãoMMeettooddoollooggiiaa bbáássiiccaa ddee eexxeeccuuççããoo::Preparo da frente de trabalho

A área de trabalho deverá ser prepa-rada de maneira coerente com o plane-jado para o desenvolvimento dos servi-ços. Essa etapa deve levar em conta otipo de equipamento mais adequadopara o contexto específico da obra.Como esse procedimento varia de obra

para obra,é recomendável solicitar a vi-sita de técnico especializado na execu-ção de tirantes junto à frente dos servi-ços para definir conjuntamente as pro-vidências dessa etapa.

Montagem do tiranteO tirante deve ser montado pre-

viamente, de acordo com a especifica-ção do projeto. Os materiais para con-fecção dos tirantes serão comprados epreparados previamente e sua monta-gem deve ser feita na obra sobre ban-cada de madeira preparada para essefim. Os tirantes montados devem serarmazenados sobre cavaletes a fim demantê-los limpos para a instalação.

Perfuração e instalação do tiranteA perfuração prévia do tirante

deve ser executada por perfuratriz ro-tativa ou rotopercussiva, com capaci-dade e torque suficientes para levar ofuro até o comprimento de projeto, ese necessário revesti-lo até atingir ca-madas autoportantes.

No caso de utilização de perfura-triz rotativa, deverá ser utilizada águacomo fluido de perfuração e transpor-te das partículas de solo perfurado. Nocaso de perfuratriz rotopercussiva,essa função é desempenhada pelo arcomprimido que também é utilizadopara bater o martelo.

Independentemente do sistema deperfuração, os furos devem ser execu-tados até a profundidade de projeto, edevem estar limpos e estáveis após adesmontagem e retirada das composi-ções de perfuração, a fim de permitir ainstalação do tirante em seu interior.

Nos casos de maciços mistos (soloe rocha) ou rochosos, a análise docontexto de contenção é feita, nor-malmente, de maneira setorizada,contingenciando-se as soluções. Écomum, nesses casos, existirem blo-cos de rocha isolados que precisam sercontidos de maneira apropriada e ostirantes podem ser utilizados de ma-neira específica, otimizando-se a so-lução de contenção.

As fotos 5, 6 e 7 ilustram umaobra realizada com o objetivo deproteger as fundações de um pilar deponte existente entre os túneis 2 e 3da pista descendente da Rodovia dosImigrantes e de disciplinar a descidadas águas de rio serrano por cujoleito descem muitos blocos de rocha.

A proteção das fundações junto àmargem esquerda do rio foi realizadapor cortina atirantada de concreto.

Foto 5 – Tirante em execução Foto 6 – Vista de uma cortina concluída

Foto 7 – Obra concluída realizada na Imigrantes

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rar o tirante, será necessário no diaseguinte realizar a 2a fase (secundá-ria) e assim sucessivamente até que aspressões sejam consideradas adequa-das para a ancoragem.

As injeções são executadas uti-lizando-se dispositivo denominadoobturador duplo, que permite a inje-ção localizada por válvula manchete.O obturador é introduzido no interiordo tubo de injeção, acoplado a umamangueira por onde passará a calda decimento, e posicionado exatamente naúltima válvula do tubo, junto à pontado tirante. Faz-se a injeção nessa vál-vula conforme especificação do proje-to e a seguir passa-se à válvula seguin-te. Assim, manchete por manchete, otrecho ancorado recebe a injeção decalda de cimento. Todo esse procedi-mento deve ser acompanhado por téc-nico especializado em injeções, queelaborará um relatório para cada ti-rante, indicando pressões de injeção evolumes consumidos de calda, na bai-nha e em cada válvula.

Após cada fase de injeção, inclusivebainha, deve-se lavar o interior dotubo de injeção, para permitir a rein-trodução do obturador para as fasessubseqüentes.

Cabeça de ancoragem e protensãoFinalizada a etapa das injeções e

após a cura do cimento (três dias paracimento ARI e sete dias para cimentocomum), pode-se instalar a cabeça deancoragem, acoplada junto ao para-mento de contenção para realizaçãodas protensões.

As protensões devem ser executa-

das por macacos hidráulicos devida-mente calibrados, compatíveis com ascargas de testes dos tirantes e com suacomposição estrutural.

A NBR 5629 estabelece procedi-mentos para a protensão dos tirantese para aceitação destes no campo.Essas normas são diferentes para ti-rantes provisórios e definitivos, ha-vendo algumas diferenciações entreos tipos de ensaios e em que intensi-dades deverão ser testados.

Para os casos de tirantes definiti-vos, haverá a necessidade de se prote-ger a cabeça com acabamento de con-creto em forma de bloco trapezoidal,que é o mais usual.

Controle da qualidadeO controle da qualidade dos tiran-

tes provisórios, segundo a NBR 5629,exige que 90% dos tirantes sejam en-saiados no campo com carregamentode pelo menos 1,2 vez a carga de traba-lho e 10% deles a 1,5 vez a carga de tra-balho. Para os tirantes permanentes,90% devem ser testados a 1,4 vez acarga de trabalho e 10% a 1,75 vez essamesma carga. Isso oferece uma segu-rança especial em estruturas de con-tenção desse tipo.

Além dos ensaios de campo, re-comenda-se solicitar aos fornecedoreslaudos de controle da qualidade dosprodutos, atestando a qualidade exigi-da para o produto final.

ManutençãoO tirante como elemento de con-

tenção, submetido à carga de traçãoplena ininterruptamente, fica sujeitoa um desgaste maior do aço por fadi-ga e assim se expõe mais ao processode corrosão. É claro que todos essesfatores são considerados no dimen-sionamento dos materiais que com-põem o tirante, entretanto, há que selevar em conta o contexto de cadaobra e de cada utilização desse ele-mento de contenção.

Principalmente quando se trata detirantes definitivos, é prudente quesejam inspecionados periodicamente,visto seu caráter perene e a responsa-bilidade a que estão sujeitos os execu-tores e projetistas.

O diâmetro da perfuração deve sercompatível com o tirante especificadoem projeto,permitindo sua introduçãono furo de forma confortável.

No caso de ser necessária a utiliza-ção de revestimento parcial ou total aolongo do comprimento do furo, omesmo deve ser mantido para permi-tir a instalação do tirante, e somenteapós sua completa introdução no furoo revestimento poderá ser retirado.

Em maciços arenosos onde ostand up time é pequeno, é necessáriofazer a injeção de bainha antes de reti-rar o revestimento.

O tirante depois de instalado ficacom cerca de 1,00 m para fora do furo,comprimento necessário para permi-tir a posterior protensão.

InjeçãoA calda de cimento a ser injetada

deve ser dosada conforme especifica oprojeto e preparada previamente, mi-nutos antes, em central de preparo ebombeamento, utilizando-se água ecimento e em alguns casos aditivosaceleradores de resistência.

Usualmente, o processo de inje-ção é realizado em duas etapas. A pri-meira, denominada de bainha, tem afunção de preencher o espaço anelarentre o corpo do tirante e a parede dofuro ao longo de todo o seu compri-mento e que, após adquirir algumaresistência, irá impedir que a calda decimento proveniente de injeçõessubseqüentes flua para a parte exter-na do maciço nesse espaço anelar.Conforme já comentado, o embai-nhamento poderá ser necessárioantes da retirada do revestimento e,em alguns casos, recomendáveisantes mesmo da instalação do tiranteno furo. A segunda fase, para forma-ção do bulbo de ancoragem, é inicia-da após a bainha ter atingido resis-tência suficiente, o que normalmenteocorre no dia seguinte. Nessa etapapoderão ser necessárias mais do queuma fase de injeção de formação dobulbo. Tudo será definido em funçãodas pressões de injeção atingidas emcada fase. Se a pressão de injeçãoatingida na 1a fase (primária) forconsiderada insuficiente para anco-

Foto 8 – Detalhe de uma cabeça deprotensão

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