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TÉCNICAS DE REDAÇÃO DISCURSIVA Professor Dickson Cosseti

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TÉCNICAS DE REDAÇÃO

DISCURSIVA

Professor Dickson Cosseti

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Sumário

Apresentação ................................................................................................................................................. 3

A importância da avaliação discursiva ........................................................................................................... 3

Quebrando paradigmas ................................................................................................................................. 3

Dissertação .................................................................................................................................................... 4

Elementos da dissertação de concurso ......................................................................................................... 4

Estrutura de uma dissertação ........................................................................................................................ 5

Como são os enunciados das avaliações discursivas? ................................................................................... 7

O que fazer quando não se sabe muito a respeito do tema? ......................... Erro! Indicador não definido.

Critérios de avaliação das provas discursivas .................................................. Erro! Indicador não definido.

Exemplos de textos dissertativos elaborados passo a passo .......................... Erro! Indicador não definido.

Redações corrigidas pelas bancas ................................................................... Erro! Indicador não definido.

AVISO

Esta obra é protegida pela LEI DO DIREITO AUTORAL, Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998. Sua

reprodução ou divulgação é expressamente proibida com fins comerciais ou não, em qualquer meio de

comunicação, inclusive na Internet, sem prévia consulta e aprovação do autor.

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Apresentação

Este é o curso de TÉCNICAS DE REDAÇÃO

DISCURSIVA, criado para garantir que o candidato

consiga, de forma rápida, compreender aquilo que é

necessário para desenvolver um texto dissertativo - nas

provas de concursos públicos - com objetividade, riqueza

argumentativa e respeito às normas cultas e formais da

Língua Portuguesa.

O objetivo específico dessa obra é, sobretudo, preparar o candidato, por meio de exemplos práticos e exercícios específicos para redigir de forma clara as questões discursivas propostas pelas bancas.

Contudo, não queremos alunos mecanizados. Mesmo porque a mecanização não lhes serviria para nada, pois cada ato de escritura lhes exige uma nova postura. Queremos que os alunos utilizem todos os recursos de que dispõem para construir não apenas um parágrafo, mas principalmente um texto real, fruto conciso e coerente com a funcionalidade que o seu redator lhe atribui.

Além disso, pretende-se ainda mostrar a necessidade de se planejar como será conduzida sua dissertação do começo ao fim, sobretudo, no tocante ao tempo, seleção de argumentos e técnicas, organização do conteúdo e revisão textual.

Essa apostila foi preparada com todos os

assuntos previstos no seu edital. Cada tema ou assunto

proposto aqui é específico para o seu concurso.

No entanto, não basta fazer o curso, ler a apostila

e pronto! O candidato deve treinar. E muito! Ler bastante,

fazer exercícios aplicando as técnicas e elaborar as

redações é fundamental.

Dessa forma, para o sucesso desse curso é

essencial que o candidato não falte a nenhuma das aulas,

bem como elabore e entregue as redações solicitadas e os

exercícios propostos em sala. A sequência correta na

elaboração das redações é necessária para a mensuração

do progresso do candidato com relação à evolução da

capacidade de redigir bons textos e ao gerenciamento do

tempo de prova.

Desejamos a todos um excelente curso de

TÉCNICAS DE REDAÇÃO!

A importância da avaliação discursiva

É cada vez mais frequente a cobrança de

avaliações discursivas nos concursos públicos. Seja de

nível superior ou médio. Essa é uma tendência que parece

se tornar quase obrigatória para todos os candidatos a

concursos públicos.

Todos sabem que a Administração Pública se

manifesta por meio dos seus atos. A publicidade é um dos

princípios da Administração Pública. E para se tornarem

públicos, esses atos, são exteriorizados pelos seus

servidores. Quando são escritos, devem obedecer a um

padrão. Sobretudo, no tocante ao uso formal e culto da

língua portuguesa.

É essencial o entendimento da língua escrita por

parte dos servidores públicos. São contratos, declarações,

notas técnicas, editais e todo o tipo de documentos de

abrangência – muitas vezes – nacional.

Agora, imagine escrever algo errado e repassar

para a chefia um documento que será publicado e lido por

centenas ou milhares de pessoas? É realmente

constrangedor.

Além disso, percebemos que o peso dessas

avaliações cresceu nos últimos anos. Em alguns

concursos chegam a valer até 50 % da nota total do

candidato.

Quebrando paradigmas

Para iniciar essa conversa, ou melhor, essa obra,

quebraremos três paradigmas de provas de concursos.

Mas antes de tudo, o que são paradigmas? São modelos

estabelecidos; são padrões. Pois bem, vamos a eles:

Escrever muito

Para se tirar uma boa nota não é essencial

escrever o número máximo de linhas permitidas na prova.

Pelo contrário, quem escreve muito tem a possibilidade de

se perder no assunto ou ser prolixo, assim como, tem a

chance de errar mais (gramaticalmente). Todavia, isso não

quer dizer que deve escrever pouco. Sempre deverá ir

além do número mínimo de linhas.

Escrever difícil

O candidato deve utilizar apenas palavras que

conheça e que saiba o significado. A linguagem técnica

(juridiquês e outras formações técnicas) deve ser

empregada somente quando exigido, a depender do cargo

almejado.

Os textos das provas de concursos devem ser

redigidos de forma simples e objetiva, facilitando a sua

leitura e seu entendimento. Isso não quer dizer que deve

ser coloquial – a linguagem usada no nosso cotidiano. A

dissertação deve orientar-se pelo uso formal e culto da

Língua Portuguesa, quer dizer, respectivamente, uso da

linguagem dos meios acadêmicos e trabalhistas

(Administração Pública e Privada) e o respeito às normas

das gramáticas referenciais.

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Dominar a gramática

Há algum tempo, as provas de concurso

deixaram de dar importância principal ao respeito às

normas gramaticais. É evidente que isso é importante.

Claro. Contudo, hoje, tem papel subsidiário. Algumas

bancas destinam quase 80% do total da nota para o

desenvolvimento do tema proposto, a argumentação

utilizada pelo candidato e a sua capacidade crítica. Desse

modo, é possível o candidato tirar uma boa nota errando

alguns itens no que se refere à questão gramatical. Porém,

o zelo pelas normas é essencial para se escrever bem.

Texto

A palavra texto vem do Latim e significa tecido.

Literalmente, quer representar que ao produzir um texto

estamos entrelaçando fios de ideias como na indústria

têxtil se entrelaçam fios de linha para se fazer o tecido. O

bom texto, portanto, é uma ampla unidade clara, com

coerência de sentido e com frases relacionadas umas às

outras.

Tipologia Textual

Tipo textual é a forma como um texto se

apresenta. As únicas tipologias existentes

são: narração, descrição, dissertação ou exposição,

informação e injunção.

Tradicionalmente em concursos públicos as

provas discursivas cobram a elaboração de textos

dissertativos. Dispensaremos todas as energias nesse

tipo.

Atenção! Caso o candidato não respeite o tipo

textual exigido em sua prova, será punido pela banca com

“nota zero”.

Dissertação

É a forma de redação que expões ideias

próprias do seu autor sobre determinado tema. Dissertar é

discutir, refletir, analisar, avaliar determinado assunto.

É o tipo de texto mais exigido em provas de

concursos. Trata-se de um texto que obedece a uma

lógica.

A dissertação pode ser:

Expositiva – objetiva apresentar e discutir um assunto de

forma impessoal e objetiva. Sua finalidade não é a de

convencer ou influenciar o leitor, mas sim expor o ponto de

vista do autor sobre determinado tema por meio de ideias,

fatos, argumentos etc.

Argumentativa – objetiva persuadir, convencer, influenciar

o leitor sobre a validade de um assunto por meio de ideias,

fatos, argumentos etc. É um texto muito mais pessoal do

que o expositivo. Muitas vezes, ao lê-lo, percebemos um

pouco da emoção que o autor vivenciou no momento em

que escreveu o texto.

Para as provas de concursos públicos,

poderemos utilizar conceitos e ideias de ambas as formas.

Contudo, caberá ao candidato avaliar o que é solicitado

pelo seu edital.

Elementos da dissertação de concurso

1. Título (será apresentado somente se exigido no

comando da questão): é uma mera referência ao

texto. Deverá ser centralizado na parte superior da

prova, acima das linhas numeradas. O candidato não

deverá saltar linhas para iniciar o seu texto, devendo

começá-lo na linha 1 da folha de redação.

Atenção! Caso o candidato coloque título em sua

prova – quando não exigido – ou qualquer outra

marca identificadora como frases, desenhos,

números, nomes ou assinaturas, será punido pela

banca com “nota zero”.

2. Tema: é o assunto a ser tratado no texto. Existem

três tipos de temas classificados assim por esse

autor:

I. Temas específicos

Com o passar do tempo, percebemos que

algumas bancas começaram a cobrar temas que exigem

conhecimentos específicos dos candidatos. Normalmente

são temas que têm relação com as atividades, atribuições

e responsabilidades do cargo a ser desempenhado. É o

caso de concursos para nível médio e superior para os

cargos de técnico, analista e especialista das Agências

Reguladoras, alguns tribunais e as polícias judiciárias. É

uma tendência a ser seguida por todas as bancas.

Os temas específicos se subdividem em:

a. Técnicos ou questões discursivas

O examinador apresenta uma questão bem

objetiva cobrando do candidato conhecimentos acerca da

lei ou da doutrina de forma teórica. O candidato deve

atentar-se, principalmente, às legislações, normas, leis e

doutrinas na sua resposta.

Exemplo: Discuta a validade jurídica de um ato

administrativo consoante com a lei e incompatível com a

moralidade administrativa.

b. Estudo de caso ou situação problema

O examinador monta uma situação e exige que o

candidato aplique a lei ao caso apresentado, ou seja, traga

a aplicação ao caso prático. O candidato não deve apenas

atentar-se às legislações, normas, leis e doutrinas na sua

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resposta, mas, sobretudo, aos costumes, ensinamentos,

jurisprudências e à situação apresentada no comando da

questão.

II. Temas de atualidades

São temas que abordam tópicos atuais e

relevantes de diversas áreas, tais como desenvolvimento

sustentável, ecologia, tecnologia, energia, política,

economia, sociedade, relações internacionais, educação,

saúde, segurança e artes e literatura e suas vinculações

históricas. Era costume aparecerem em quase todos os

tipos de concursos, independente do nível ou cargo.

Atualmente, são temas cobrados em provas de alguns

cargos de tribunais, alguns ministérios, Polícias Militares e

Detrans.

III. Temas reflexivos

São temas que versam a respeito de assuntos

mais abstratos e exigem uma reflexão por parte do

candidato, ou seja, exigem que o candidato vá além

daquilo que está escrito e demonstrado no comando da

questão. A interpretação de texto é essencial nesse

contexto. É um tipo de tema muito utilizado em

vestibulares do CESPE e em vários concursos da FGV.

Exemplo: A tendência à criação de um mundo de

“conformistas mimados”.

A ideia desse tema foi apresentada por um artigo

do colunista do The New York Times, Roger Cohen,

reproduzido no jornal Folha de São Paulo. O candidato

não consegue escrever às cegas sobre esse tema. Precisa

refletir antes se somos uma sociedade de conformistas,

medrosos, ou de pessoas que se mobilizam e se esforçam

para transformar as situações. Faz até o candidato refletir

sobre sua própria situação.

3. Tese: é a abordagem dada pelo autor ao tema; é o

ponto de vista do autor a respeito do tema; é algo que

o autor quer provar.

4. Problemas: são tópicos a serem abordados no texto.

São obrigatórios. Eles aparecem de forma genérica

na introdução e são detalhados durante o

desenvolvimento da dissertação. O normal é

tratarmos cada um em - pelo menos - um parágrafo

do desenvolvimento. Quando eles já são dados no

comando da prova, chamamos de redação

roteirizada, devendo assim, serem desenvolvidos

naquela ordem proposta. Quando não, o candidato

deve, por sua conta, criá-los e tratá-los no

desenvolvimento do seu texto.

5. Argumentos: são raciocínios, fatos, estudos, dados,

citações, informações, elaborações que visem

sustentar uma ideia, isto é, que comprovem a sua

tese.

6. Texto motivador: é dado na maioria das provas.

Pode ser apenas um ou mais. Servem para instigar o

candidato a pensar a respeito do tema da redação.

São meras referências ao tema. Erro muito comum é

o candidato deixar levar-se pelo teor dos textos

motivadores e esquecer o tema da redação, dessa

forma, poderá ser penalizado indicando o

tangenciamento do tema ou a fuga ao tema.

7. Parágrafo: Segundo Figueiredo (1999), parágrafo é

um bloco de raciocínio progressivo. Cada parágrafo

possui a ideia central ao redor da qual giram ideias

complementares. Nota-se que essa visão de

parágrafo baseia-se em Garcia (2006), que elaborou

um estudo sistemático da constituição do texto a

partir do parágrafo. Para esse autor, o “parágrafo é

uma unidade de composição constituída por um ou

mais de um período, em que se desenvolve

determinada ideia central”.

Os períodos se organizam em parágrafos. Mas,

diferente do período, o parágrafo não é uma organização

essencialmente sintática. Ele tem uma função estética e

também estrutural. É primordialmente um facilitador de

leitura utilizado como um instrumento de organização das

ideias. Desse modo, ao iniciar um novo parágrafo, deve-

se iniciar um novo assunto. Em textos escritos à mão, usa-

se como marca um distanciamento da margem — de

aproximadamente 2,5 cm.

Parágrafo padrão: alguns manuais de redação e livros

sobre o assunto costumam defender o ensino de um

parágrafo tido como padrão. Segundo Garcia, o parágrafo-

padrão é aquele se estrutura em três partes: introdução,

desenvolvimento e conclusão. A introdução, conhecida

como tópico frasal, expressa rapidamente a ideia núcleo; o

desenvolvimento explana tal ideia e a conclusão fecha o

raciocínio.

Estrutura de uma dissertação

O texto dissertativo possui três partes: a

introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Veremos

uma a uma.

Introdução

É onde o candidato faz a abertura do seu texto

convidando o leitor a apreciá-lo. É aqui que se apresenta a

tese e os problemas de forma genérica. Ou seja, uma ideia

geral daquilo que será exposto. Um tipo de roteiro a

respeito do que será tratado.

A introdução é o “carro-chefe” do texto. Uma

introdução objetiva, clara e com boa argumentação abre

caminho para uma nota alta na avaliação discursiva. O

examinador se torna amigável toda vez que tem um bom

começo. É um parágrafo muito importante.

Desenvolvimento

É onde o candidato comprova a sua tese por meio

de argumentos, ideias, fatos, dados, informações,

elaborações, notícias, afirmações, legislações etc. É a

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parte da redação onde se detalham os problemas

(aspectos a serem abordados no texto).

Como exemplo, trazemos, abaixo, uma passagem

que marca o poder de se comunicar bem, apresentando-se

argumentos convincentes.

O dono de um pequeno comércio, amigo do

grande poeta Olavo Bilac, certo dia abordou-o na rua e

disse: Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que

o senhor tão bem conhece. Será que poderia redigir o

anúncio para o jornal? Olavo Bilac apanhou lápis e papel e

escreveu:“Vende-se encantadora propriedade, onde

cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo,

cortado por cristalinas e merejantes águas de um lindo

ribeirão. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a

sombra tranqüila das tardes na varanda.” Alguns meses

depois, o poeta encontra-se com o comerciante e

pergunta-lhe se já havia vendido o sítio no que o amigo

responde: “Nem pensei mais nisso. Depois que li o

anúncio é que percebi a maravilha que tinha!”

No desenvolvimento o candidato não pode

apenas citar os problemas. Erro dos mais comuns nos

textos dissertativos de concursos. Isso pode caracterizar o

tangenciamento do tema o que representaria perda de

pontos importantes. O candidato deve detalhar de forma

precisa e acrescentar novos argumentos ao tópico de

modo a utilizar todos os artifícios para comprovar seu

ponto de vista. Entretanto, a subjetividade deve ser

evitada. O candidato deve ser objetivo.

O candidato jamais deve, também, fugir ao tema.

Isso implicaria em “nota zero”. Um exemplo de fuga ao

tema é quando o comando da redação apresenta o tema

Princípios da Administração Pública e o candidato escreve

a respeito dos Princípios Constitucionais. Ou ainda,

quando o comando solicita que se redija um texto que

aborde como ocorrerá a política de combate à fome no

Brasil e o candidato aborda o combate à fome no

Nordeste.

Via de regra, é no desenvolvimento que as

bancas costumam dispensar maior atenção. É aqui que é

avaliada a aptidão argumentativa e a capacidade para

desenvolver o assunto proposto.

Conclusão

É a apresentação da visão geral do assunto tratado. É a parte do texto em que se retoma a ideia inicial (tese), resume-se o que foi tratado no desenvolvimento e se apresenta a resposta ao problema levantado, ou a solução, ou o seu posicionamento, ou ainda, a sua contribuição acerca do tema. Isso dependerá do contexto da sua redação.

Na maioria das vezes, representa uma síntese do

assunto tratado na dissertação ou a reafirmação da ideia central do texto. E o tipo mais comum de finalização de um texto dissertativo é a denominada conclusão-resumo.

Evite o emprego de frases emocionais, que

expressam ensinamentos ou uma forma idealizada de

avaliar um problema. Tente ser impessoal e não

emocional. Sempre. Essas argumentações trazem

subjetividade ao texto.

Para melhorar o estilo técnico, é necessário

evitar: os clichês – palavras “pobres” e de sentido genérico

ou desgastado pelo abuso; o excesso de advérbios

terminados em “mente” e de voz passiva no texto;

expressões pleonásticas como: referência supracitada,

como dissemos acima, pela presente vem através desta,

tomamos a liberdade de etc. Expressões consideradas

obsoletas como: conforme o assunto ventilado, passo as

suas mãos, outrossim,sem mais para o momento, de

conformidade quanto ao solicitado etc.

Segue um exemplo do que não se deve fazer:

Assim, a corrupção na Administração Pública

mostra-se como o maior dos males. A atitude - contrária à

legalidade - dos homens que têm responsabilidade com o

erário os condenará ao castigo da história. É possível

fazer-se algo, de imediato, que possa acender uma

pequena chama de esperança que venha a raiar no

horizonte de um Brasil digno de se dizer: esse é o país do

agora e não mais o país do futuro.

Percebe-se, claramente, o condão pessoal

dispensado pelo autor nas suas palavras. Além disso, o

texto é repleto de julgamentos, frases de efeito e ditados,

coisas que sempre devem ser evitadas, na conclusão ou

em qualquer outro parágrafo da redação.

Veja em destaque as partes problemáticas: “O

maior dos males”; “os condenará ao castigo da história”; e

para fechar com “chave de ouro” “que possa acender uma

pequena chama de esperança que venha a raiar no

horizonte de um Brasil digno de se dizer: esse é o país do

agora e não mais o país do amanhã”.

Alguns exemplos de conclusão:

Tema: Educação

Por todo o exposto, percebe-se a importância da

educação na formação de cidadãos com capacidade

crítica que podem contribuir para a evolução do país.

Investir mais na qualificação dos professores, aparelhar as

universidades e colégios públicos bem como implementar

políticas baseadas em meritocracia nas escolas, poderiam

acelerar esse processo.

Tema: A nova Lei Seca

Portanto, constata-se que a efetividade da nova

Lei Seca será possível, sobretudo, no aspecto relacionado

à comprovação da embriaguez. No entanto, fica claro que

o aumento da fiscalização - por parte dos Detrans e das

PMs – é necessário. Ampliar o efetivo e intensificar as

blitzes poderia trazer melhorias ao caso em questão.

Afinal, de que vale uma lei se não há fiscalização nas ruas

para cumpri-la?

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Como são os enunciados das avaliações discursivas?

Atualmente os enunciados das avaliações

discursivas se caracterizam por apresentar um, dois ou até

três textos motivadores. Esses textos apenas têm alguma

relação com o tema. Eles servem para que o candidato

seja instigado a criar ideias acerca do assunto a ser

abordado. Podem vir na forma de charge também.

Além disso, apresentam o comando da questão e,

em seguida, o tema e os problemas a serem tratados na

dissertação. Porém, pode ser que tema ou problemas não

sejam apresentados. Nesse caso, caberá ao candidato

criá-los. No caso dos problemas, quantos achar necessário

(normalmente de dois a três). Deverá reservar, ao menos,

um parágrafo para cada problema.

Seguem alguns enunciados de avaliações

discursivas anteriores.

CESPE – Polícia Civil/PE/2016

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FCC – ANALISTA – ADMINISTRAÇÃO – DPE/RS

CESPE/2009 – PMDF

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CESPE/2009 – ANATEL – Analista Administrativo

DET

RA

N/D

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F/FUNIVERSA/2012

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CESPE/TCU/2015

CESPE - ANATEL/2009

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CESPE/ANATEL/2009

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CESPE – DPF/Escrivão/2009

CESPE/TCE/PARÁ/2016

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CESPE/TRE/RS/2015

CESPE/TRE/RS/2015

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CESPE/CL/POLICIAL LEGISLATIVO/2013

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FUNIVERSA – AgentedeSegurançaPrisional/2015

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CESPE – Agente/PCPB/2014

CESPE/Técnico bancário/Caixa/2014

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CESPE/CNJ/2012/TécnicoAdministrativo

CESPE – Agente-DPF/2014

CESPE/TCE/PARÁ/2016