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Técnicas e Práticas Construtivas - Da Implantação Ao Acabamento

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Júlio César Pereira Salgado

Técnicas e Práticas Construtivas:da Implantação ao Acabamento

1ª Edição

www.editoraerica.com.br 

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2 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Salgado, Júlio César Pereira  Técnicas e práticas construtivas : da implantação ao acabamento / Júlio César Pereira Salgado. -- 1. ed. -- São Paulo :Érica, 2014.

  Bibliograa.

  ISBN 978-85-365-0687-6

1. Canteiro de obras 2. Construção 3. Engenharia civil I. Título.

14-01179 CDD-624

 

Índices para catálogo sistemático:

1. Construção civil : Engenharia 624

Copyright © 2014 da Editora Érica Ltda.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem prévia autorização

da Editora Érica. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.

Coordenação Editorial: Rosana Arruda da Silva

Capa: Maurício S. de França

Edição de Texto: Beatriz M. Carneiro, Bruna Gomes Cordeiro, Carla de Oliveira Morais Tureta,

Juliana Ferreira Favoretto, Nathalia Ferrarezi, Silvia Campos

Preparação de texto e Editoração: Triall Composição Editorial Ltda

Produção Editorial: Adriana Aguiar Santoro, Alline Bullara, Dalete Oliveira, Graziele Liborni,

Laudemir Marinho dos Santos, Rosana Aparecida Alves dos Santos, Rosemeire Cavalheiro

O Autor e a Editora acreditam que todas as informações aqui apresentadas estão corretas e podem ser utilizadas para qualquer m legal.Entretanto, não existe qualquer garantia, explícita ou implícita, de que o uso de tais informações conduzirá sempre ao resultado desejado.

Os nomes de sites e empresas, porventura mencionados, foram utilizados apenas para ilustrar os exemplos, não tendo vínculo nenhum como livro, não garantindo a sua existência nem divulgação. Eventuais erratas estarão disponíveis para download no site da Editora Érica.

Conteúdo adaptado ao Novo Acordo Ortográco da Língua Portuguesa, em execução desde 1º de janeiro de 2009.

A ilustração de capa e algumas imagens de miolo foram retiradas de <www.shutterstock.com>, empresa com a qual se mantém contratoativo na data de publicação do livro. Outras foram obtidas da Coleção MasterClips/MasterPhotos© da IMSI, 100 Rowland Way, 3rd oorNovato, CA 94945, USA, e do CorelDRAW X5 e X6, Corel Gallery e Corel Corporation Samples. Copyright© 2013 Editora Érica, CorelCorporation e seus licenciadores. Todos os direitos reservados.

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Agradecimentos

O agradecimento mais importante é para a minha esposa, por ter participado da elaboraçãodeste livro com palavras de entusiasmo e otimismo.

Aos meus filhos Taís e Lucas, pela torcida por um bom trabalho realizado.

Agradeço com o mesmo entusiasmo Àquele que nos arquiteta e nos inspira em nosso dia a dia.

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e ecnologia, câmpus Caraguatatuba, pelo incentivo.

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4 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Sobre o autor

Julio Salgado é natural da cidade de Pindamonhangaba (SP), nascido em 1957. É técnico emEdificações. Iniciou seu aprendizado na área da construção civil em 1975, trabalhando em obras

residenciais. Graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade de aubaté SP, em 1984. Atuou pre-dominantemente em diversas obras de médio porte na construção de pré-moldados, o que direta-mente envolve um contato com diversas máquinas e equipamentos voltados à produção e à manu-tenção industrial, sempre à frente da execução dos serviços até o ano de 2003.

A partir de 1979 teve início – sempre que as atividades profissionais o permitissem – sua expe-riência didática no Ensino Médio, e desde o ano de 2003 vem se dedicando à educação, concluindoseu mestrado em Ciências da Educação em 2009, especialização em Gestão Pública em 2013, e atu-ando como professor na área da Construção Civil pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e ec-nologia, atualmente no campus de Caraguatatuba-SP.

É autor de outros livros na área da Construção Civil: Técnicas e práticas construtivas, Gestão para mestre de obras e Instalações hidráulicas, todos pela Editora Érica.

Maiores informações no Curriculum lattes: http://lattes.cnpq.br/1430239114574747

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Sumário

Capítulo 1 - Preparativos Iniciais .................................................................................. 11

1.1 Conceito .........................................................................................................................................................11

1.2 Classificação das construções quanto ao uso ............................................................................................12

1.3 Fases da obra ..................................................................................................................................................12

1.4 Instalações provisórias .................................................................................................................................16

Agora é com você! ...............................................................................................................................................22

Capítulo 2 - Implantação da Obra ................................................................................ 23

2.1 Locação...........................................................................................................................................................23

2.2 Movimento de terra ......................................................................................................................................27

2.3 Segurança e cuidados nas escavações .........................................................................................................29

2.4 Escoramentos ................................................................................................................................................29

Agora é com você! ...............................................................................................................................................30

Capítulo 3 - Fundações .............................................................................................. 31

3.1 Fundações ou infraestrutura .......................................................................................................................31

3.2 Fundações superficiais .................................................................................................................................32

3.3 Fundações profundas ...................................................................................................................................36

Agora é com você! ...............................................................................................................................................40

Capítulo 4 - Impermeabilização .................................................................................... 41

4.1 Conceito .........................................................................................................................................................41

4.2 Nomenclatura usual ......................................................................................................................................42

4.3 Classificação dos impermeabilizantes ........................................................................................................43

4.4 ipos de impermeabilização ........................................................................................................................44

4.5 Proteção mecânica ........................................................................................................................................47

4.6 Cuidados na execução de impermeabilizações .........................................................................................47

Agora é com você! ...............................................................................................................................................48

Capítulo 5 - Concreto................................................................................................. 49

5.1 Concreto .........................................................................................................................................................49

5.2 ipos de concreto ..........................................................................................................................................49

5.3 Componentes do concreto ...........................................................................................................................51

5.4 Aditivos ..........................................................................................................................................................52

5.5 Mistura do concreto .....................................................................................................................................55

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6 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

5.6 Aplicação do concreto ..................................................................................................................................57

5.7 Cura do concreto ..........................................................................................................................................62

5.8 Equipamentos auxiliares ..............................................................................................................................63

Agora é com você! ...............................................................................................................................................64

Capítulo 6 - Formas e Escoramentos ............................................................................ 65

6.1 Conceito ........................................................................................................................................................65

6.2 Materiais para execução de fôrmas.............................................................................................................66

6.3 ipos de fôrmas .............................................................................................................................................67

6.4 Nomenclaturas usuais para fôrmas de madeira ........................................................................................67

6.5 Exemplos de montagem de fôrmas e escoramentos .................................................................................69

6.6 Considerações gerais sobre fôrmas.............................................................................................................73

6.7 Prego ...............................................................................................................................................................75

Agora é com você! ...............................................................................................................................................76

Capítulo 7 - Armação ................................................................................................. 77

7.1 Conceito .........................................................................................................................................................77

7.2 Categoria e classes .........................................................................................................................................77

7.3 Cobrimento da armadura ............................................................................................................................78

7.4 Armação típica das peças estruturais .........................................................................................................79

7.5 Interpretação das nomenclaturas em projeto ............................................................................................80

7.6 abela de resumo de aço ..............................................................................................................................817.7 Comercialização ............................................................................................................................................82

7.8 Arames para amarração ...............................................................................................................................82

7.9 Ilustrações de corte, dobra e montagem ....................................................................................................83

7.10 Planejamento de corte ................................................................................................................................84

7.11 Cuidados ......................................................................................................................................................84

7.12 elas soldadas para concreto armado ......................................................................................................85

Agora é com você! ...............................................................................................................................................87

Capítulo 8 - Alvenarias ............................................................................................... 89

8.1 Conceito de alvenaria ...................................................................................................................................89

8.2 Aspectos construtivos de uma alvenaria ....................................................................................................90

8.3 Projeto de uma alvenaria .............................................................................................................................91

8.4 ipos de elementos de alvenaria .................................................................................................................91

8.5 Argamassa de assentamento ........................................................................................................................94

8.6 Consumo ........................................................................................................................................................95

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8.7 Execução das alvenarias ...............................................................................................................................95

Agora é com você! .............................................................................................................................................102

Capítulo 9 - Gesso Acartonado – Sistema Drywall  ....................................................... 103

9.1 Sistema drywall   - Conceito ........................................................................................................................103

9.2 ipos de chapas de gesso acartonado .......................................................................................................1049.3 Utilizações e propriedades .........................................................................................................................105

9.4 Revestimento ...............................................................................................................................................105

9.5 Instalações embutidas ................................................................................................................................106

9.6 Cuidados ......................................................................................................................................................106

Agora é com você! .............................................................................................................................................106

Capítulo 10 - Laje Pré-Moldada – Uso Residencial ........................................................ 107

10.1 Conceito geral ...........................................................................................................................................10710.2 Montagem ..................................................................................................................................................108

10.3 Armação de distribuição ..........................................................................................................................110

10.4 Espessura da laje pré-fabricada ...............................................................................................................110

10.5 Instalações embutidas ..............................................................................................................................110

10.6 EPS – Poliestireno expandido .................................................................................................................111

10.7 Cuidados com a laje pré-moldada ..........................................................................................................111

Agora é com você! .............................................................................................................................................112

Capítulo 11 - Cobertura ............................................................................................ 113

11.1 Cobertura ...................................................................................................................................................113

11.2 Estrutura da cobertura .............................................................................................................................114

11.3 Medidas usuais para cobertura em telhas cerâmicas ...........................................................................115

11.4 Ponto do telhado .......................................................................................................................................115

11.5 ipos de emendas em vigas de madeira ................................................................................................116

11.6 Sambladuras ..............................................................................................................................................117

11.7 Estrutura do telhado .................................................................................................................................118

11.8 Colocação das telhas e acabamento ........................................................................................................119

11.9 ipos de telhas ...........................................................................................................................................119

11.10 Calhas e condutores ................................................................................................................................124

11.11 Cuidados na execução e manutenção de um telhado ........................................................................125

Agora é com você! .............................................................................................................................................126

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8 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Capítulo 12 - Esquadrias .......................................................................................... 127

12.1 O que é esquadria? ....................................................................................................................................127

12.2 Componentes de uma esquadria ............................................................................................................128

12.3 Materiais utilizados...................................................................................................................................128

12.4 Tipos de esquadrias ..................................................................................................................................129

12.5 Medidas usuais das portas e janelas .......................................................................................................132

12.6 Assentamento ............................................................................................................................................133

12.7 Uso de contramarcos ................................................................................................................................136

12.8 Ferragens e acessórios ..............................................................................................................................136

12.9 Vidros .........................................................................................................................................................136

Agora é com você! .............................................................................................................................................138

Capítulo 13 - Revestimentos ..................................................................................... 139

13.1 O que é revestimento de uma obra? .......................................................................................................13913.2 Revestimentos mais comuns ...................................................................................................................139

Agora é com você! .............................................................................................................................................148

Capítulo 14 - Pintura ................................................................................................ 149

14.1 Por que a pintura? .....................................................................................................................................149

14.2 Sistema de pintura ....................................................................................................................................150

14.3 Componentes de uma tinta .....................................................................................................................150

14.4 Tipos de tinta e complementos ...............................................................................................................151

14.5 Preparo da superfície para pintura .........................................................................................................152

14.6 Defeitos na pintura ...................................................................................................................................155

14.7 Recomendações gerais .............................................................................................................................156

Agora é com você! .............................................................................................................................................156

Capítulo 15 - Máquinas e Equipamentos ..................................................................... 157

15.1 Definições ..................................................................................................................................................157

15.2 Manutenção ...............................................................................................................................................158

15.3 Ferramentas mínimas ..............................................................................................................................158

15.4 Ferramentas e máquinas – Orientações gerais .....................................................................................159

15.5 Ferramentas de corte – Orientações gerais ...........................................................................................160

15.6 Normas pertinentes ..................................................................................................................................160

15.7 Ferramentas e máquinas – Figuras ilustrativas .....................................................................................161

Anexo 1 ................................................................................................................. 163

Bibliografia ............................................................................................................ 167

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Apresentação

O livro Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento  se refere a serviçosabordados no dia a dia da construção civil oferecendo um aprendizado de forma fácil, agradável e

acessível. Os assuntos estão abordados em etapas sequenciais na execução dos trabalhos. São eles:Capítulo 1 – Preparativos iniciais: tem por finalidade dar um conhecimento das diferentes eta-

pas de uma obra bem como mostrar os conceitos de um canteiro de obras.

Capítulo 2 – Implantação da obra: está voltada aos aspectos gerais da implantação de um can-teiro de obras partindo da locação da construção até a os cuidados com a movimentação de terras enas escavações para as fundações.

Capítulo 3 – Fundações: aborda os principais tipos de fundações e seus modos de execução. Oscuidados nas suas execuções são também abordados.

Capítulo 4 – Impermeabilização: são feitas considerações sobre a sua importância e os tiposprincipais bem como a sua aplicação.

Capítulo 5 – Concreto: explica os diferentes tipos de concreto, sua execução e os cuidados quese deve ter na sua aplicação.

Capítulo 6 – Formas e escoramentos: aborda os princípios da execução das formas para con-creto, seus escoramentos e seus cuidados na execução.

Capítulo 7 – Armação: apresenta o porquê das armaduras no concreto, sua execução e cuidados.

Capítulo 8 – Alvenaria: são apresentados os principais tipos de alvenaria, suas funções e suasexecuções.

Capítulo 9 – Gesso acartonado (Sistema Drywall): é apresentado o sistema de construção aseco como alternativa para divisões de ambientes.

Capítulo 10 – Laje pré-moldada: são considerados neste capítulo sua estrutura e montagem.

Capítulo 11 – Cobertura: são considerados neste capítulo os princípios da execução de umacobertura com suas estruturas básicas tanto para telhas de cerâmica como para telhas de cimentoamianto.

Capítulo 12 – Esquadrias: são apresentados os diferentes tipos de esquadrias, suas funções e asuas instalações na obra.

Capítulo 13 – Revestimentos: detalha suas funções e importância e seus diferentes sistemas deexecução em pisos e paredes

Capítulo 14 – Pintura: sua importância é aqui mostrada e seus diferentes sistemas de aplicaçãopara diversos substratos.

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10 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Capítulo 15 – Máquinas e equipamentos: são mostrados os principais equipamentos e os crité-

rios para manutenção.

Capítulo 16 – Normas técnicas: são listadas as principais normas técnicas da ABNT.

O autor 

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1Preparativos Iniciais

Neste capítulo serão abordados os aspectos básicos para o início de uma obra, inclusive a verifica-ção do terreno, as principais etapas de uma construção, e suas instalações provisórias.

Para começar

1.1 Conceito

Este trabalho visa à informação e à correta aplicação dos diferentes materiais empregados emuma construção, sem, no entanto, se preocupar com as suas características físico-químicas, assuntoque é específico de outras fontes e publicações.

Um aspecto importante que não será esquecido é a aplicação de novas tecnologias em um pro-cesso construtivo, sem deixar de considerar os processos práticos e importantes que auxiliam muito

as tarefas do dia a dia de uma obra.É também necessário ter em mente que uma obra passa por diferentes etapas construtivas,

e que as construções têm características próprias e requerem, em maior ou menor grau, diferentesespecializações que vão influenciar no tempo de execução, na qualidade, na segurança e no acaba-mento, refletindo, assim, no processo de entrega e uso final da edificação.

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12 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

1.2 Classicação das construções quanto ao uso

A classificação mais significativa das construções e seus usos:

1) Obras industriais

2) Obras comerciais

3) Obras rurais

4) Obras rodoviárias

5) Obras ferroviárias

6) Obras portuárias

7) Obras aeroportuárias

8) Obras especiais

9) Obras temporárias

10) Obras de arte

11) Obras mistas

12) Obras subterrâneas

13) Obras aquáticas

14) Monumentos

1.3 Fases da obraÉ importante para um profissional da construção civil distinguir rapidamente as diferentes fases de

uma obra, independentemente de seu tipo e seu uso. A seguir encontram-se as principais dessas fases:

1.3.1 Vericação do terreno e sondagem

De posse dos projetos necessários, é importante verificar o terreno onde a obra será edificada,tentando observar todas as implicações e facilidades, desde a existência de água superficial, rochas epedras, acessos, árvores, matagal, animais, construções vizinhas, existência de rede de abastecimentode água (e sua capacidade), energia elétrica (e sua capacidade), rede de telefone, declividade etc.

ais verificações se fazem necessárias para um perfeito planejamento, instalação de um can-teiro de obras e contribuição do sucesso do empreendimento.

1.3.2 Projeto

É o principal elemento de trabalho de um profissional da construção. É nele que as informa-ções de execução estão inseridas, tais como:

 » Locação: é a orientação do posicionamento da obra em relação a determinado ponto oulugar.

 » Planta baixa (executiva/arquitetura): desenho com as informações básicas tais como cotashorizontais, destinação dos cômodos, materiais de acabamento, peças dos mobiliários oude instalações, entre outros.

 » Cortes: é onde se encontram as informações não representadas em planta baixa, tais comoas medidas verticais e outros detalhes.

 » Fachada: são os desenhos dos detalhes e aspectos finais da obra.

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13Preparativos iniciais

 » Urbanização:  representa os detalhes de acabamento externo, por exemplo, o ajardina-mento.

 » Instalações: são vários projetos, conforme a obra, onde se verificam os detalhes de instala-ções hidrossanitárias, elétricas, incêndio, telefonia etc.

 » Memorial de especificações (memorial descritivo): é o caderno em que se encontram, por

escrito, todos os detalhes, materiais e especificações a serem empregados na obra.

1.3.3 Implantação da obra e locação

Muitas vezes, durante a implantação do canteiro de obras, tem início a obra principal. Nessaetapa são verificados os primeiros movimentos de terra, sempre que necessários, acompanhadospelos responsáveis pela marcação (topógrafos) dos principais pontos (Referência de Nível = RN).

As marcações das Referências de Níveis se fazem necessárias, porque a partir desses pontos aobra será demarcada seja quanto às medidas horizontais (comprimentos e larguras), seja quanto àsmedidas verticais (alturas). E, o mais importante, é que os RNs sejam o mais preciso possível e devi-

damente protegidos quanto à sua destruição e a seus deslocamentos.

O canteiro de obras, por mais simples que seja, é o local da obra onde serão executados todosos trabalhos intermediários e preparativos para a obra, além de ser o local destinado aos depósi-tos de materiais e muitas das vezes onde serão construídas as instalações operacionais (escritórios,almoxarifados etc.) e as instalações de convivência (refeitórios, área de lazer).

Nem sempre o projeto de um canteiro de obras é especificado no projeto principal. Noentanto, se faz necessário um planejamento para a sua instalação onde deverão ser observados todosos aspectos da obra. As informações coletadas quando da visita e verificação do terreno serão bas-tante úteis nessa etapa.

Em alguns casos, por falta de espaço no terreno destinado às construções, não há possibilidadeda instalação de um canteiro de obras adequado e, nesse caso, pode-se optar pelo aluguel de um ter-reno adjacente ou o mais próximo possível da obra.

1.3.4 Movimento de terra e drenagem

Uma vez estabelecido o RN da edificação é também importante que seja realizado todo omovimento de terra, seja corte ou escavação, para o início propriamente dito das obras. Não menosimportante é a proteção quanto à ação das águas pluviais (chuva), de modo que não causem prejuí-zos durante a execução dos trabalhos.

1.3.5 Fundações e infraestrutura

É a etapa da obra em que são executadas as estruturas de sustentação da edificação com a fina-lidade de descarregar os esforços no solo. Cuidados deverão ser observados nas escavações, de modoque propiciem proteção aos trabalhadores, protegendo-os de possíveis desmoronamentos. Outrocuidado a ser observado é quanto à presença de água, que pode dificultar os trabalhos e, neste caso,medidas de rebaixamento de lençol freático deverão ser tomadas.

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14 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

1.3.6 Impermeabilização

É o procedimento que visa a evitar a influência da água nas edificações. Normalmente são execu-tadas no respaldo (parte superior) das fundações. Vale lembrar: Não existe “meio” impermeabilização ouimpermeabilização “mais ou menos”. É tempo e dinheiro jogado fora e sérios transtornos no futuro!

Existem vários processos de impermeabilização e em casos especiais é conjugada com o sis-tema de drenagem.

1.3.7 Alvenaria

São as paredes que vão definir as diferentes áreas de uma edificação.

1.3.8 Superestrutura

São as estruturas que irão suportar todos os esforços construtivos e de uso de uma edificação.É nessa etapa das obras que surgem os pilares, as vigas e as lajes, quando forem necessárias. Cuida-dos deverão ser tomados na montagem de andaimes e nos cimbramentos dos trabalhos de forma,armação, concretagem e desforma.

Capítulo à parte são os cuidados do lançamento e adensamento dos concretos.

1.3.9 Pisos

Já é uma etapa construtiva, em que muitos consideram já como etapa de acabamento da obra,porém é importante que sua base de sustentação esteja corretamente executada e, em alguns casos,requer um eficiente tratamento de impermeabilização. Um defeito muito comum é o não respeito àsdeclividades em direção aos pontos de escoamento, principalmente nas áreas consideradas “molha-das” onde o uso da água é constante, por exemplo, em edificações residenciais: banheiros, áreas de

serviço, cozinhas, lavanderias, varandas e canis.

Quando se fala em “pisos”, normalmente vem à lembrança aquele piso onde encontramospeças de cerâmica assentadas. É bom lembrar que não é só isso. ambém podem ser executadospisos de concreto destinados a suportar enormes carregamentos e às vezes dosados com aditivos queproporcionam características de alto desempenho.

1.3.10 Cobertura

O sistema de estrutura do telhado, mais as telhas, é o que se denomina “cobertura”. Sistemase materiais são inúmeros para as diferentes utilizações. Cuidados especiais deverão ser tomados no

caso do uso de madeiras: estas deverão ser realmente de lei (madeira dura e compactada) e isenta deumidade natural (madeira seca) para que não haja comprometimento da estrutura em caso de retra-ções indesejáveis. elhados extensos demandam um projeto específico.

1.3.11 Esquadrias

rata-se do assentamento dos batentes (portais) das portas e das janelas (ou “vitraux ”). Asfolhas de portas, ferragens e vidros normalmente são colocados dias antes da entrega da obra, já emsua fase final de construção.

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15Preparativos iniciais

1.3.12 Instalações hidráulicas, elétricas e incêndio

Muitas vezes, por intermédio de projetos específicos, as instalações de abastecimento e proteçãosão executadas antes do início do acabamento (revestimentos) final das obras. Atenção redobrada deveser dispensada, uma vez que, quaisquer problemas nas instalações que surgirem após os revestimentosfinais, acarretarão transtornos irreparáveis, principalmente quando a edificação já estiver em uso.

As tubulações hidráulicas devem ser testadas sob pressão para verificar possíveis pontos de vazamentos; as instalações elétricas, testadas quanto à fuga de energia, aterramentos, e equilíbrio dastensões; e, por último, as instalações de combate a incêndio, testadas quanto à pressão de água noshidrantes e demais sistemas de controle.

1.3.13 Revestimento

É a etapa da obra em que são executadas as medidas de proteção (finalidade principal dosrevestimentos) de tudo o que foi edificado. Na grande maioria das vezes, concilia-se proteção ebeleza. É quando o proprietário mais observa, principalmente se a obra for residencial. São executa-

dos nessa fase os rebocos, emboços, a pintura, e assentados azulejos e cerâmicas.

1.3.14 Isolamento térmico e acústico

Algumas obras requerem serviços especiais, como a de serem providas de isolamentos de som(acústico) e de calor (térmico). Para isso, materiais especiais são empregados, e normalmente aplica-dos com mão de obra especializada.

São exemplos de isolamento acústico as salas de gravação, os ambientes próximos a ruídosexcessivos, as casas de espetáculos, entre outros. E, quanto ao isolamento térmico temos: câmarasfrigoríficas, salas destinadas ao abrigo de equipamentos de alta sensibilidade, fornos, entre outros.

1.3.15 Pintura

ambém é considerada um revestimento. écnicas apropriadas são empregadas para propor-cionar durabilidade adequada e cumprir a sua função de proteger o substrato (onde a tinta se fixa).Cada tipo de tinta possui especificação própria e deve ser rigorosamente seguida.

Em ambientes industriais as tintas não são utilizadas com a finalidade primeira de embeleza-mento, e sim de proteção.

1.3.16 Paisagismo e limpeza

Nessa etapa, no final de uma edificação, são executados os serviços de paisagismo, com o plan-tio de gramas, árvores, plantas ornamentais e, para completar, a limpeza final para entrega da obraao cliente.

1.3.17 Entrega da obra

Depois de tudo limpo, é importante uma conferência das instalações e se necessário, corrigiros defeitos e efetuar retoques antes da entrega ao cliente.

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16 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

1.4 Instalações provisórias

A Norma Regulamentadora nº 18 estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planeja-mento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preven-tivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria daConstrução (Ministério do rabalho, Portaria nº 4, de 4 de julho de 1995).

Essa norma e outras relativas à segurança no trabalho podem ser obtidas no seguinte ende-reço: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/>.

1.4.1 Edicações provisórias – NR 18

São as instalações destinadas ao apoio às obras de construção. Estas devem ser executadas commateriais de baixo custo, sem, no entanto, comprometer os objetivos e as especificações da NR 18.

NR 18 é a Norma Regulamentadora nº 18 do Ministério do rabalho e Emprego, que visa àscondições de saúde e segurança do trabalhador na construção civil.

Normalmente essas construções são moduladas conforme o material a ser utilizado, em geral,chapa de madeira compensada de 1,22 m × 2,44 m, com 6 ou 8 mm de espessura, assentadas sobrepontaletes de madeira de 7 × 7 cm ou 5 × 5 cm e com cobertura de telhas de cimento amianto. Opiso normalmente é de cimento, com acabamento “desempenado” e “queimado”.

As instalações sanitárias são o mais simples possível, respeitando as condições mínimas dehigiene, bem como as instalações elétricas.

Quanto às dimensões dos diversos cômodos, estas deverão obedecer às estabelecidas na NR 18ou no Código de Obras do Município da obra.

Áreas operacionais

São as instalações destinadas à:

 » escritórios, almoxarifados, depósitos;

 » instalações de preparo de formas, armação e concretos;

 » manutenção de máquinas e equipamentos.

Essas instalações requerem o mínimo possível e necessário para a operacionalidade da obra. Devem-seprever instalações elétricas e hidráulicas compatíveis com o número de pessoas que irão ocupar tais instalações.

Áreas de vivência

São as instalações destinadas a:

 » refeitórios;

 » sanitários;

 » lazer;

 » dormitórios;

 » ambulatório;

 »  vestiários.

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17Preparativos iniciais

Para os funcionários que vão permanecer na obra, deverão ser previstas instalações que propi-ciem conforto mínimo e obedecer aos requisitos mencionados na NR18.

1.4.2 Preparação do terreno

A limpeza do terreno consiste na retirada de todos os eventuais entulhos e obstáculos para a

construção. Estes devem ser removidos e destinados a local apropriado. Em alguns casos pode-seproceder à abertura de buracos para que sejam enterrados ou, ainda, se for possível, aproveitá-lospara um aterro, dependendo da qualidade do material.

Uma vez feita a limpeza dos entulhos e outros materiais, deve ser retirada toda a vegetação,inclusive da camada vegetal do solo, o que normalmente não ultrapassa 20 centímetros. Isto pode serfeito com ferramentas manuais (enxadas) ou equipamento apropriado (tratores com lâminas, patroletc.), dependendo do tamanho da área a ser edificada.

A necessidade da remoção da camada vegetal se faz necessária porque pode comprometer aestabilidade da base de aterros ou de pisos.

Cuidado especial também deve ser observado quanto às árvores que não serão retiradas, e queestejam próximas às construções, pois as suas raízes causam sérios problemas para as fundações e asredes de abastecimento.

Cuidado especial para a remoção de árvores: consultar com antecedência os órgãos florestaiscompetentes.

1.4.3 Movimento de terra

Destinado a adequar a condição do terreno para a implantação da obra, os movimentos deterra (corte e/ou escavação) são executados após a intervenção topográfica, onde são definidos ascotas e os marcos necessários.

Equipamentos mais comuns utilizados:

 » retroescavadeira;

 » pá carregadeira;

 » caminhões basculantes.

1.4.4 Fechamento e cercas

A economia é um item que deve sempre estar presenteem todos os aspectos da obra, sem comprometer o projeto e asegurança.

No canteiro de obras isso não é diferente. Os fechamentose cercas devem ser sempre de material que não comprometa oscustos.

No final da obra, essas instalações serãodesfeitas para dar lugar ao fechamentodefinitivo e nem sempre os materiais uti-lizados são reaproveitados.

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18 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Os materiais comumente utilizados para o fechamento (também chamados de tapumes) sãoplacas ou chapas de madeira compensada resinada, na medida de 1,22 m × 2,44 m, com 6 ou 8 mmde espessura, de segunda qualidade e, quando muito, pintadas com tinta látex de segunda linha oucom tinta à base de cal.

É bom que se faça uma análise do projeto quanto ao fechamento da área. Muitas vezes, parte

do fechamento provisório pode ser substituída pelo fechamento definitivo.E não esquecer da necessidade de um portão de pelo menos 3,20 m de largura, destinado à

entrada e saída de equipamentos. Em canteiros de obras de grande porte, esses acessos podem até serindependentes.

Para sua execução, o procedimento é o seguinte:

 » Limpeza e alinhamento do local do tapume a ser executado.

 » Escavação de buracos de pelo menos Ø 20 cm, com 40 cm de profundidade, e espaçados acada 1,22 m (largura da chapa).

 » Colocação de “pontaletes” de madeira na bitola de 7 × 7 cm, com pelo menos 2,90 m decomprimento nos buracos escavados, na posição vertical e a prumo. Apiloar (socar) comterra o buraco com os pontaletes posicionados.

 » Fixação das chapas nos pontaletes com pregos.

 » É bom que, pelo menos a cada oito chapas de fechamento, seja executado um apoio desustentação no sentido vertical ao tapume executado.

Outro sistema a ser considerado é a execução do fechamento com cerca de arame, e o uso demourões de concreto ou de madeira.

1.4.5 Drenagem

A água, às vezes, é um inconveniente para as obras de construção civil e, portanto, convémprevenir sua ação. Seria desagradável ter uma atividade interrompida por haver água empoçada eformação de lama no canteiro de obras.

Nesse caso, viabilizar a construção de valas com inclinação mínima de 1% para o escoamentorápido das águas pluviais e tomar cuidados de mantê-las sempre desobstruídas. Não esquecer de pre- ver dutos de passagem da água nas vias de acesso.

É evidente que a dimensão das valas deve ser compatível com a expectativa do volume pluvio-métrico e a sua intensidade, prevendo, assim, surpresas desagradáveis.

1.4.6 AcessosItem pouco considerado num canteiro de obras são os acessos de entrada e saída de materiais e

sua distribuição. De acordo com a obra, tais acessos deverão ser o mais simples possível, tomando-seo cuidado de ter sempre condições de trânsito. No planejamento e, dependendo do porte da obra, talitem é de fundamental importância.

Os acessos e o sistema viário devem ser executados com material de boa procedência e qualidade,compatível com os custos previstos da obra. A drenagem comentada no item 1.4 é um procedimento que,quando bem executado, proporcionará pouco desgaste nas vias internas de um canteiro de obras.

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19Preparativos iniciais

1.4.7 Fornecimento de água

Uma obra não tem bom desempenho se não for garantido um suprimento de água confiável econstante. Para isso, é bom tomar algumas providências:

 » Rede pública: O volume de fornecimento é compatível com o consumo da obra? Se não, énecessário solicitar ligação de maior fornecimento. O fornecimento não sobre interrupção

constante? Se sim, providenciar condição de estoque de água, seja por meio de tamboresapropriados, construção de cisterna ou cacimbas, ou contratação de fornecimento externode água (caminhões pipa).

» Não há rede pública de abastecimento: Nesse caso é necessária a construção de cisternas(ou cacimbas), que consiste na escavação de um buraco no solo de aproximadamente 80cm de diâmetro até a profundidade suficiente onde se encontre água (lençol freático) em volume necessário para o abastecimento da obra. Essa cisterna deve ser revestida comalvenaria de tijolos furados no sentido transversal ou com manilhas de concreto no diâ-metro da escavação.

Esse procedimento visa à proteção do poço contra eventuais desabamentos. O local deve serprotegido na superfície quanto à queda de materiais e pessoas. A retirada da água deve ser feita combaldes, utilizando um sarilho ou mesmo bombas de água acionadas eletricamente. Muita atençãoquanto à época da escavação do poço. Em períodos de seca, o lençol freático é mais profundo. Deve--se, também, observar o volume de reposição da água no poço, quando o consumo é muito grande.

Em alguns casos não se encontra água em profundidade compatível a um poço (cisterna) a céuaberto, e a opção é um poço artesiano.

1.4.8 Fornecimento de energia elétrica

Da mesma forma quanto ao fornecimento de água, o fornecimento de energia elétrica não émenos importante. Portanto, em primeiro lugar, verificam-se quais os equipamentos e máquinas elé-tricas serão utilizados na obra e suas respectivas potências elétricas com o cuidado de anotar o equi-pamento de maior potência e consumo. Não esquecer, no entanto, as instalações próprias do canteirotais como iluminação, tomadas de energia, chuveiros, equipamentos de escritório, entre outros.

De posse dessas informações, solicita-se à concessionária local a devida ligação provisória deenergia elétrica. É interessante uma consulta prévia, pois as exigências para tal ligação podem variarde local para local, de acordo com a disponibilidade de fornecimento de energia por parte da con-cessionária.

Quando não há rede pública de energia elétrica. é necessária a instalação de um gerador deenergia elétrica compatível para suprir a demanda da obra.

1.4.9 Esgoto

Feitas as instalações hidráulicas, também deve haver uma preocupação de dar um destino aosesgotos gerados pela obra. Se não houver rede pública de coleta, serão então construídas fossas sép-ticas e sumidouros quando for o caso. Se for necessária a construção de fossas, estas devem ser esva-ziadas ao final da obra e devidamente aterradas.

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20 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Uma alternativa bastante interessante e que deve ser considerada é o uso de sanitários químicos,Figura 1.1, pois proporcionam rápida instalação, principalmente no início da implantação de uma obra.

Figura 1.1 - Banheiro químico.

1.4.10 Estocagem de materiais

Os materiais utilizados nas obras podem ser perecíveis (que em contato com as intempéries,modificam suas características), como o cimento, a cal, o gesso, e devem ser estocados apropriada-mente e protegidos das intempéries, e os não perecíveis, por exemplo, areia, pedra, tijolos, ferros etc.que podem ser armazenados ao ar livre.

» Cimento e cal: devem ficar armazenados, protegidos do sol, da chuva e da umidade, emdepósitos cobertos, conforme Figura 1.2, arrumados sobre estrados de madeira, afastadosdas paredes e do piso cerca de 10 centímetros.

 Afastamento de pelo

menos 10 cm da parede

Empilhamento máximo

de 10 sacos

 Afastamento de pelo

menos 10 cm do piso

Figura 1.2 - Estocagem do cimento.

 » Areia e pedra: devem ser armazenadas em depósitos em forma de baias, separadas pordivisórias de madeira, de acordo com as suas granulometrias. A declividade do solo naregião das baias deve ser suficiente para que não haja acúmulo de água sob o materialestocado. Prever acesso dos veículos que vão descarregar tais materiais.

 » ijolos: são armazenados em área nivelada, arrumados em pilhas de quinhentas unidades(para tijolos furados na medida de 20 × 20 × 10), ocupando uma área de aproximada-mente 1,30 m2. Em épocas de muita chuva, deve-se proteger as pilhas com lonas plásticaspara que a umidade constante não prejudique os tijolos.

» Madeiras:  sempre que possível, são armazenadas em galpões cobertos e ventilados,tomando-se o cuidado de colocar sob as pilhas espaçadores sobre o solo para evitar quea umidade atinja a madeira. O tamanho do local é muito variável em virtude da diversi-

   G  w  o  e   i   i   /   S   h  u   t   t  e  r  s   t  o  c   k .  c  o  m

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21Preparativos iniciais

dade das “bitolas” e dos comprimentos das peças a serem utilizadas. As chapas de madeiracompensada devem receber cuidado especial e ser protegidas contra as intempéries.

 » Ferros: não há necessidade de estocagem coberta, devendo ser reservada uma área de, nomínimo, 15 metros de comprimento e 50 centímetros de largura, para cada bitola. Essasbarras deverão ser assentadas sobre cavaletes de madeira ou mesmo de ferro, distanciadasde 4 metros para as bitolas maiores e de 2 a 3 metros para as bitolas mais finas. Não esque-cer, sempre que possível, de deixar espaço suficiente para a entrada de caminhões para odescarregamento de material.

 » Cerâmicas, azulejos, tubos e conexões: apesar de não serem materiais perecíveis, devemser armazenados em locais cobertos e fechados (almoxarifado) por causa de seu alto custoe de sua fragilidade.

1.4.11 Distribuição de máquinas e equipamentos

As instalações das máquinas para execução dos trabalhos em canteiro de obras tais como:

betoneira, serra de fita, serra de disco, bancadas de corte e dobramento de aço deverão obedecer acritérios de uso racional para evitar deslocamentos desnecessários e improdutivos.

Estudo específico deve ter o canteiro de obras quando for destinado, também, à produção depeças pré-moldadas, pois o uso de equipamentos de médio ou grande porte se faz necessário, a exem-plo de utilização de gruas, pórticos e guindastes, especificamente dimensionados para tal atividade.

É importante que esses locais sejam muito bem iluminados (para trabalhos noturnos) e suasinstalações elétricas muito bem executadas.

1.4.12 Local para preparo de argamassas e concretos

Esse local (chamado de “masseira” ou “terreiro”) consiste de uma área de aproximadamente6 m2 com revestimento executado em tijolos, tábuas ou cimentado com ligeiro caimento para o cen-tro e protegido por tábuas laterais numa altura de aproximadamente 30 cm para evitar o espalha-mento dos materiais quando do preparo. Deve-se posicioná-la próximo a um ponto de água e estra-tegicamente colocado junto às baias de agregados e depósito de cimento. O mesmo princípio deveser aplicado quando da montagem de uma betoneira.

1.4.13 Proteção contra incêndios

Em um canteiro de obras, os extintores portáteis de combate a incêndio são os equipamentosbásicos e somente devem ser utilizados aqueles que atendem às normas vigentes. Para efeito prá-tico estão aqui relacionados os locais e tipos de extintores apropriados, que devem ser colocados emlocais de fácil acesso e totalmente desobstruídos:

 » escritórios de administração:  extintor de água pressurizada (AP), água-gás (AG) ou deespuma;

 » depósito de inflamáveis: extintor de CO2, pó químico seco (PQS) ou espuma;

 » cozinha e refeitório: extintor de CO2, pó químico seco (PQS) ou espuma;

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22 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

» serra circular:  extintor de água pressurizada (AP) ouágua-gás (AG) para madeira e extintor de CO2 para oequipamento elétrico energizado;

 » máquinas e equipamentos:  extintor de CO2  ou póquímico seco (PQS).

É sempre bom lembrar que chamas e dispositivos de aquecimento devem ser mantidos afasta-dos de madeira e outros materiais inflamáveis, e que a areia é um bom aliado no combate a incêndio.

Você aprendeu a distinguir os diferentes tipos de construção e as diferentes etapas de um projeto.

Aprendeu também a importância da boa organização de um canteiro de obras para o sucesso deuma construção.

Vamos recapitular?

Agora é com você!

1) Dos itens a seguir, identifique a etapa da obra a que corresponde à:

a) execução do projeto de instalação elétrica.

b) escavação das fundações.

c) reirada final dos entulhos.

d) colocação de azulejos.2) O que é o RN da obra? Explique.

3) Qual a importância de uma drenagem superficial do terreno na execução das obras?

4) Há alguma regulamentação para a construção de um canteiro de obras? Qual é?

5) Cite alguns itens que um construtor deve observar e verificar num terreno antes ini-ciar as obras.

6) Em sua região ou bairro deve haver algum terreno desocupado e imagine que neleserá construído um posto de gasolina. Forme um grupo de trabalho e verifique se

esse terreno tem as condições necessárias e ideais para o início imediato das obras.Caso contrário, determine as ações que deverão ser tomadas.

Dica: talvez seja necessário coletar dados nas concessionárias de água, esgoto, energia elé-trica e telefonia.

Nunca hesite em chamar o corpo de

bombeiros!

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23

2Implantaçãoda Obra

Este capítulo apresenta os aspectos que envolvem a técnica da marcação e locação de uma obra, eos movimentos de terra necessários.

Para começar

2.1 Locação

Entende-se por locação de uma obra a transferência dos dados e medidas de um projeto parao local (terreno) onde a edificação será consolidada. É considerada de grande importância, e cuida-dos deverão ser tomados para que essas medidas sejam as mais confiáveis possíveis, pois seria muitodesagradável perceber, já no adiantado da obra, que uma parede foi executada no lugar errado.

As etapas a seguir têm como base uma obra de pequeno a médio porte, onde não haverá

necessidade da utilização de instrumentos e equipamentos especiais (apesar de os instrumentos deprecisão serem sempre bem-vindos).

Para uma boa locação de uma obra, antes de qualquer atitude, é importante observar certosaspectos que proporcionarão um bom trabalho:

 » O local da obra deve estar limpo e livre de vegetação.

 » Utilizar instrumentos de medida (trena de pelo menos 20 m e “mangueira de nível”) emperfeito estado de conservação e preferencialmente aferidos.

 » Estar com os projetos de implantação e locação da obra.

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24 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

 » er anotado nos desenhos as cotas e medidas acumuladas ponto a ponto.

 » er certeza da veracidade de RN (Referência de Nível).

 » Estar com os materiais e ferramentas de marcação tais como: sarrafos de madeira com10 cm de largura, serrote, pontaletes de madeira de 7 × 7 cm, linhas, pregos, tintas, lápis,martelo, marreta, estacas, entre outros.

 » er auxiliares competentes.

2.1.1 1ª etapa – Denição do tipo de locação – gabarito

Para uma obra com poucos elementos a serem locados, a utilização de cavaletes estrategica-mente colocados nos principais alinhamentos é o mais recomendado e em obras com diversos ele-mentos a utilização de sarrafos de madeira ao longo da periferia da obra é a mais correta e segura,como se observa nas Figuras 2.1 e 2.2. Em ambos os casos, essas marcações estarão a aproximada-mente 50 cm acima do solo, no seu ponto mais alto, e muito bem fixadas ao solo, e em nível.

Sarrafo 2,5 x 10 cm

Pontaletes 7 x 7 cm

firmemente cravados no solo

Travas com

sarrafo 2,5 x 5 cm

Figura 2.1 - Exemplo de uma marcação utilizando sarrafos de madeira.

Figura 2.2 - Distância entre pontaletes.

2.1.2 2ª etapa – Posicionamento das locações

As locações devem estar afastadas, quando possível, a pelo menos 1 metro das escavações que serãofeitas para a execução das fundações e dos alicerces. Deverão ser cravados firmemente no solo pontale-

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25Implantação da Obra

tes alinhados e distanciados de 1,50 m a 2 m, e, em seguida,serão pregados, em nível, os sarrafos de madeira. O nivela-mento se consegue utilizando-se a “mangueira de nível”. Oexcesso (sobra) de pontalete acima do sarrafo deverá ser ser-rado. Em terrenos em aclive, as locações deverão ser feitas emforma de degraus, como mostra a Figura 2.3.

2.1.3 3ª etapa – Esquadro da obra

Uma vez definido o eixo principal da obra, deve-se proceder à marcação de um eixo transver-sal, o que se consegue com a utilização dos conceitos básicos do triângulo retângulo. As medidascômodas de um triângulo a ser utilizado são 3 e 4 m para os catetos, e de 5 m para a hipotenusa (ou60 × 80 × 100 cm). Veja a Figura 2.4.

Outra forma de conferir o esquadro dos alinhamentos dos eixos é medir as diagonais entreeixos paralelos, o que forma um quadrilátero. Essas diagonais devem ter a mesma medida.

5,00 m ou 100 cm

3,00 m ou 60 cm

4,00 m ou 80 cmeixo   e         i      x      o 

eixo

eixo

D D

      e        i      x      o

      e        i      x      o

(b)(a)

Figura 2.4 - Exemplo de conferência do “esquadro” das medidas.

2.1.4 4ª etapa – Marcação dos alinhamentos

Sobre os sarrafos, já em nível, deverão ser marcados os alinhamentos das peças construtivas,de acordo com o projeto, como mostra a Figura 2.5. Essas marcações poderão ser feitas com pre-gos ou por entalhes executados com serrote. É conveniente que seja marcado no lado do sarrafo onúmero do eixo correspondente àquela marcação.

Uma marcação básica consiste em:

Figura 2.5 - Marcação sobre o sarrafo do gabarito.

Figura 2.3 - Gabarito em terreno

em declive (ou aclive).

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26 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

O alinhamento dos elementos construtivos tais como paredes e bases são definidos, então, peloposicionamento de linhas ligando-se os eixos ou marcações correspondentes em cada lado do gaba-rito. Normalmente são utilizadas linhas de náilon nº 60 ou arames galvanizados nº 18.

Quando a distância entre os lados opostos de um gabarito é muito grande, são executados gabaritos intermediários.Quando a distância entre os lados opostos de um gabarito é muito grande, são executados gabaritos intermediários.

Fique de olho!Fique de olho!

A Figura 2.6 mostra a planta de uma residência circundada por gabarito, em que constam:

 » os sarrafos fixados nos pontaletes;

» as linhas dos eixos das paredes a serem construídas;

 » as cotas do projeto marcadas de forma acumulativa.

Figura 2.6 - Exemplo de marcação de medidas acumuladas.

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27Implantação da Obra

2.2 Movimento de terra

Muitas vezes será necessária uma adequação nos níveis do terreno em relação ao nível naturalpara a implantação de uma obra, de acordo com o projeto de arquitetura, ou seja, um movimento deterra deverá ser executado.

2.2.1 Corte e aterro

Uma vez limpo o terreno, deve-se fazer a conferência dos levantamentos planialtimétricosfornecidos pela topografia. Assim, são demarcados no terreno os marcos principais da obra (RN =Referência de Nível) para que se inicie, se for o caso, o movimento de terra para a adequação do ter-reno àquele projetado para a obra.

A porção de terra retirada chama-se de corte e a porção de terra destinada ao enchimento dedeterminada área chama-se aterro. Ambos os casos exigem procedimentos técnicos e profissionalhabilitado quando o volume a ser movimentado corresponde a:

 » aterros com responsabilidade de suporte; » aterros com altura superior a 1 m;

 » aterros com volume maior que 1.000 m3.

A Figura 2.7 apresenta elementos de um movimento de terra:

Figura 2.7 - Nomenclaturas em movimento de terra.

Quanto à classificação dos materiais para efeito de corte/escavação, podemos dizer:

 » Material de 1a categoria: terras em geral, argilas, rochas em adiantado estado de decompo-

sição (saibro) e seixos com diâmetro máximo de 15 cm. » Material de 2a categoria: rochas com resistência à penetração mecânica inferior ao granito.

 » Material de 3a  categoria: rocha com resistência à penetração mecânica igual ou superiorao granito.

É evidente que existem ensaios normalizados para a garantia da qualidade do material a serutilizado no caso de aterros e a sua compactação.

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Quanto ao material a ser utilizado nos aterros, não são recomendadas as turfas, argilas orgâni-cas, solos com material orgânico, entre outros.

Para boa compactação em aterros, recomenda-se para compactação manual uma camada dematerial solto não superior a 20 cm, e para compactação mecanizada, a altura de material solto variaem função do equipamento utilizado podendo ser de 20 cm até 40 cm, e o grau de compactação não

deve ser inferior a 95%.Uma nova camada de solo solto só pode ser lançada após a verificação da qualidade da com-

pactação da camada anterior e se não forem atingidos os valores adequados tal trecho deve obedeceràs seguintes etapas de recomposição:

 » escarificação;

 » homogeneização;

 » acerto da umidade adequada;

 » recompactação;

 » e, em último caso, troca do solo.

Toda a camada de solo vegetal deve ser retirada antes do início dos serviços de aterro.Toda a camada de solo vegetal deve ser retirada antes do início dos serviços de aterro.

Respeite o ângulo de talude nos cortes e nos aterros de acordo com o solo utilizado e ensaios de laboratório.Respeite o ângulo de talude nos cortes e nos aterros de acordo com o solo utilizado e ensaios de laboratório.

Fique de olho!Fique de olho!

Os equipamentos normalmente utilizados são:

 » caminhão basculante;

 » retroescavadeira; » rolo compactador;

 » caminhões pipa;

 » trator de lâmina;

 » trator com grade;

 » motoniveladora.

Veja a seguir as orientações para um bom trabalho em solos:

 » erreno arenoso ou terra solta: escavação em talude, isto é, cortando o terreno em planoinclinado. Se a profundidade for grande, escava-se em degraus.

 » Escavação vertical:  proteger os barrancos conforme as normas de segurança ou projetoespecífico.

 » errenos com nascente d’água: desviar o curso da água ou executar drenos.

 » errenos muito úmidos:  fazer drenagem superficial ou rebaixamento de lençol freáticoantes da escavação ou aterro.

 » errenos inclinados: fazer patamares horizontais antes dos aterros.

Os manuais dos equipamentos forneceminformações suficientes quanto à produ-tividade.

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29Implantação da Obra

 » Empolamento: frever o empolamento do material antes dos movimentos de terra. Empo-lamento é a relação percentual de volume do material escavado com o volume do mesmomaterial solto.

 » “Selagem” do aterro: recomenda-se compactar o solo solto imediatamente na iminênciade chuva.

 » Compactação: tem de ser eficiente e com equipamentos adequados. O movimento de veículossobre o solo a ser compactado cria uma “ilusão de solo compactado”: isso não funciona.

2.3 Segurança e cuidados nas escavações

Para que os trabalhos em terra ocorram de maneira segura, algumas medidas devem ser toma-das para efeito de segurança dos trabalhadores, dos equipamentos e do bom andamento da obra:

 » Retirada ou escoramento de todo e qualquer material ou objeto.

 » Verificação das construções vizinhas tais como: casas, muros e toda e qualquer constru-

ção. Caso haja necessidade, executar escoramentos para proteção. » Desligamento de todos os cabos subterrâneos de energia elétrica. Na impossibilidade de

tal procedimento, adotar medidas preventivas.

 » Escoramento dos taludes instáveis ou com presença de água para escavações com profun-didade superior a 1,25 m (NR 18).

 » Prever escadas ou rampas para escavações com mais de 1,25 m de profundidade.

 » Escavações acima de 1,75 m de profundidade deverão ter, obrigatoriamente, escoramentoapropriado (NR 18).

 » Uma sinalização (inclusive noturna) deve ser prevista, inclusive todo o perímetro dos tra-balhos devem ser isolados.

 » Vistoria das escavações e taludes após a ocorrência de chuvas.

 » Evitar trânsito de veículos próximos às escavações manuais.

 » Outras medidas afins.

2.4 Escoramentos

Numa escavação, seja ela para simples drenagem, seja para outros fins, cuidados quanto a des-moronamentos deverão ser tomados. Conforme o tipo de terreno deverá ser o escoramento e paraprofundidades acima de 1,25 m um escoramento deverá ser considerado, Figura 2.8.

 » Para terrenos de consistência média, são usadas tábuas colocadas na vertical, espaçadasde pelo menos 1 m e apertadas contra o terreno por meio de “estroncas” horizontais nalargura da canaleta.

» Em terrenos pouco consistentes, Figura 2.9, deve ser feita a colocação de tábuas umas junto às outras, unidas por uma prancha de madeira, na horizontal e ao longo da escava-ção, e devidamente “estroncadas”.

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30 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Figura 2.8 - Escoramento descontínuo em valas.

Figura 2.9 - Escoramento contínuo em valas.

Neste capítulo foram abordados os procedimentos para fazer um gabarito e a importância das

medidas acumuladas a serem marcadas. Além disso, tiveram destaque as nomenclaturas usuais nosmovimentos de terra, a diferença entre corte e aterro, e, ainda, como se deve proteger uma escavaçãoem valas.

Vamos recapitular?

Agora é com você!

1) Qual a importância de uma boa locação de uma obra?

2) Talvez haja uma obra sendo iniciada no seu bairro ou na sua região. Monte um gru-po de trabalho, acompanhado por um responsável, e verifique se as instalações dosgabaritos da obra estão de forma ideal e identifique como as medidas foram marca-das nos sarrafos do gabarito. Discuta as observações feitas.

Dicas: antes de entrar numa obra não se esqueça de usar calçados e roupas adequados, ede pedir permissão ao responsável para entrar na obra. Procure usar também capacete desegurança. Se for tirar fotos ou fazer uma filmagem, peça permissão.

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3Fundações

Este capítulo apresenta as principais e corriqueiras fundações do dia a dia, e sua forma de execu-ção. E também a forma de preparar algumas das fundações para o recimento dos blocos de fundações

para receber os pilares de uma obra.

Para começar

3.1 Fundações ou infraestrutura

Fundações são elementos estruturais destinados a suportar toda a carga de pressão provenientedos carregamentos de esforços oriundos do peso próprio dos elementos estruturais como um todo,acrescidos dos carregamentos provenientes do uso (sobrecargas).

Esses elementos de fundação têm por finalidade distribuir todos os esforços estruturais para o

terreno (solo) dando assim estabilidade à obra, como mostra a Figura 3.1.Para a perfeita decisão sobre o tipo de fundação a ser utilizado é imprescindível não só o

conhecimento das cargas atuantes no solo como também das características do solo, que vai suportartais esforços. Para tanto, sondagens são realizadas, que têm por finalidade fazer uma prospecção dascamadas profundas do solo e verificar os tipos de solo, suas características (reconhecimento geoló-gico), bem como a presença de água. Nesse trabalho de reconhecimento são então retiradas amos-tras de solo, a cada metro de profundidade, que serão identificadas de acordo com a profundidade edepois analisadas em laboratório.

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32 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Figura 3.1- Carregamentos ou cargas numa estrutura.

No trabalho de sondagem analisa-se, também, a dificuldade de penetração das sondas, coma finalidade de verificar a resistência ao cisalhamento e a compressibilidade desses solos, que irãosuportar todo o carregamento da estrutura projetada e definir os tipos de fundações adequados.

3.2 Fundações superciais

São as também chamadas “fundações rasas”, pelo fato de não haver necessidade de equipamen-tos complexos para sua execução por serem a pouca profundidade.

Nesse grupo encontram-se os seguintes tipos:

 » sapata;

 »

bloco; » radier ;

 »  vigas de fundação.

3.2.1 Sapatas isoladas e blocos armados

São elementos estruturais cujos esforços não podem ser absorvidos somente pelo concreto e,para tanto, são usadas armaduras para suporte dos esforços de tração.

Normalmente essas sapatas, mostradas na Figura 3.2, são assentadas sobre estacas de concretoou simplesmente apoiadas no solo, de acordo com o carregamento e/ou o tipo de solo.

Para a execução das sapatas deve-se assim proceder:

 » As escavações devem seguir às recomendações pertinentes ao serviço.

 » A largura das escavações tem de ser compatível com as atividades de execução das formas.

 » Eventualmente, as escavações podem ser “contra barranco” (ver Capítulo 6, item 6.3)desde que o solo assim o permita. Nesse caso, um chapisco de argamassa no traço 1:3(cimento e areia) nas paredes verticais do solo deve ser executado, e atenção no uso de vibradores para que não danifiquem as paredes chapiscadas.

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33Fundações

 Armadura Bloco

Base de concreto magro

 Armadura

Sapata isolada

Base de concreto magro

  Sapata Bloco

Figura 3.2 - Exemplos de sapata isolada e bloco.

 » Recomendável apiloar o fundo da escavação (base de apoio da fundação).

 » Executar uma camada de concreto magro de pelo menos 5 cm de espessura sobre o soloapiloado e ultrapassando pelo menos 5 cm de cada lado da sapata, com a finalidade deregularizar a superfície e evitar a perda excessiva de água de amassamento para o solo.

 » Colocar calços sob a armadura para garantia do recobrimento.

 » Retirar todo o resto de arames de amarração e sujeiras antes da concretagem.

 » Umedecer todo o conjunto antes da concretagem.

 » Em situações especiais prever poços de captação de água e colocação de bombas.

3.2.2 Blocos não armados

São elementos de fundação em que os esforços de tração são por eles absorvidos e normal-mente não possuem armaduras, como mostra a Figura 3.3. Podem ser feitos de concreto ou pedras.

Figura 3.3 - Bloco não armado.

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34 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Para a execução dos blocos deve-se assim proceder:

 » As escavações devem seguir às recomendações pertinentes ao serviço.

 » Recomendável apiloar o fundo da escavação (base de apoio da fundação).

 » As escavações devem ter largura compatível com as atividades de execução das formas.

 »

Eventualmente as escavações podem ser “contra barranco”, desde que o solo assim o per-mita. Neste caso, um chapisco nas paredes verticais do solo deve ser executado, e atençãono uso de vibradores para que não danifiquem as paredes chapiscadas.

 » Em situações especiais prever poços de captação de água e colocação de bombas.

 » Uma alternativa usualmente recomendável é a utilização de pedras arrumadas com a apli-cação de argamassas, para a construção de blocos. É evidente que o uso deste ou daquelematerial, é em função dos esforços recebidos pelo bloco, o que é definido pelo projeto epelo cálculo estrutural.

3.2.3 Radier 

Nada mais é do que uma “laje sobre o solo”, Figura 3.4, a fim de receber todos os pilares deuma obra ou todos os carregamentos da edificação, em terrenos com pouca resistência de suportepara a execução de uma fundação direta tipo “sapata”. Muito utilizados em tanques, silos, terrenos depouca consistência, depósitos etc.

Essas “lajes” possuem armaduras duplas nas duas direções, e os pilares são distribuídos de talforma que todos os esforços de carregamento sejam uniformemente distribuídos no solo. Os cuida-dos de execução são os mesmos pertinentes a todo tipo de fundação.

 Armação

Radier 

Pontos deenergia (conduites)

Ponto deesgoto

Ponto deágua

Figura 3.4 - Radier .

Para a execução dos radiers deve-se proceder da seguinte maneira:

 » Nivelar perfeitamente o terreno.

 » Executar camada de pelo menos 5 cm de espessura de concreto magro.

 » Prever espaçadores entre a camada inferior da armadura e a base de assentamento, paragarantia do recobrimento;

 » Prever espaçadores entre as armaduras superior e inferior para garantia do espaço entre asarmaduras previstas em projeto, e minimizar o efeito mecânico do movimento de pessoassobre as mesmas.

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35Fundações

 » Prever passarelas de tábuas sobre a armadura para a execução da concretagem e nas colo-cações de tubulações elétricas e hidráulicas.

 » Evitar ao máximo possível a interrupção da concretagem. Mas, se for necessária e impres-cindível, esta deve seguir rigorosamente as orientações do calculista e, quando do seu rei-nício, proceder a um rigoroso tratamento da “junta fria”. “Junta fria” é a emenda de umconcreto já endurecido com um concreto novo.

3.2.4 Vigas de fundação

São vigas, muitas vezes chamadas de “vigas bal-drames” com formato retangular, Figura 3.5, trapezoi-dal, quadrado, onde são assentados num mesmo ali-nhamento os pilares da estrutura e as alvenarias. Essas vigas recebem armaduras de acordo com a necessi-dade, e podem possuir apenas a armadura inferior.

Normalmente são assentadas sobre estacas deconcreto ou simplesmente apoiadas no solo de acordocom o carregamento e/ou o tipo de solo.

As recomendações são as mesmas para a execu-ção de uma sapata.

3.2.5 Fundação simples para obra simples

Para obras de pequeno porte, principalmente asresidenciais, com pouco carregamento (destacando--se as que não possuem laje em concreto) e muros depequena altura, e para solos bem resistentes, é usual ebem-aceito.

A execução de fundação direta é constituídade uma viga baldrame de pequena altura (variandode 20 a 30 cm), com uma armação simples dotadade estribos, e sobre a qual é assentada uma alvenariade embasamento até a altura de piso da obra, comona Figura 3.6 (a). Muitas vezes a viga de concreto é

substituída por camada de tijolos maciços assenta-dos sobre uma camada de pouca espessura (10 cm) deconcreto com duas barras de ferro, normalmente de 8mm de diâmetro, como na Figura 3.6 (b). É semprebom lembrar que a definição por essa fundação deveestar solidamente embasada no tipo de terreno e nascargas recebidas.

Viga baldrame   Sapata corrida

Figura 3.5 - Viga baldrame e sapata corrida.

(a)

(b)

Figura 3.6 - Fundação simples.

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36 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

3.3 Fundações profundas

Como o próprio nome sugere, esses tipos de fundações vão buscar apoio em solos a profun-didades não suportadas pelas fundações diretas. São obras consideradas muitas vezes especiais, poisrequerem meios de execução específicos e ensaios de solo muito rígidos. Os tipos mais usuais são:

 »

estacas de concreto pré-moldada; » tubulões a céu aberto;

 » estacas - concreto;

 »

estacas tipo strauss; » estacas tipo Franki.

3.3.1 Estacas de concreto pré-fabricadas ou pré-moldadas

São “pilares” de concreto pré-fabricados, cravados no solopor meio de percussão, em que são utilizados equipamentos cha-mados “bate-estacas”, como mostra a Figura 3.7, que consistem domartelamento da estaca por intermédio de um peso até atingir a

nega. É considerado um dos tipos de estacas mais utilizados.Normalmente possuem seção quadrada, que variam de

25 a 40 cm, podendo chegar a 15 metros de profundidade. Sãoarmadas longitudinalmente, utilizando-se de estribos devi-damente afastados, ou por espirais (estas chamadas de “cin-tadas”). Em razão da grande solicitação de esforços durantea cravação, há maior concentração de estribos nas pontasda estaca e muitas vezes possuem uma cinta metálica nosextremos que, além do reforço, têm a finalidade de servir deemenda de estacas por meio de solda elétrica.

Para cravar a estaca em terrenos duros, são utilizadaspontas metálicas com a finalidade de facilitar a penetraçãono solo e proteger a estaca. Em solos pouco consistentes essaponta metálica é dispensada.

Durante a cravação da estaca, a cabeça é devidamenteprotegida contra o “esmigalhamento” ou rompimento; casoaconteça, será necessário o seu refazimento.

3.3.2 Tubulões a céu aberto

São consideradas fundações profundas e consistem da simples escavação de um “poço” - pormeios mecânicos ou manuais -, com diâmetros que podem variar em 60 cm, e a profundidades quepodem chegar a valores superiores a dez metros.

Quando a escavação tiver atingido a cota de projeto e/ou o solo resistente, e ainda por exigirmaior distribuição de cargas no solo, pode-se ou não ter a sua base alargada, como mostra a Figura3.8 (a). Uma técnica cada vez mais utilizada é a de perfuratrizes acopladas em veículos especiais, queperfuram o solo na profundidade desejada e evitam a utilização de mão de obra para a abertura dofuste, como mostra a Figura 3.8 (b).

Figura 3.7 - Esquema de um bate estacas.

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37Fundações

 

   D  y  z   i   O   /   S   h  u   t   t  e  r  s   t  o  c   k .  c  o  m

(a) (b)

Figura 3.8 - Nomenclatura para tubulões e abertura do fuste.

Cuidados na execução de tubulões

 » Os trabalhos de escavação devem ser executados por, no mínimo, dois operários (poçei-ros). Nunca, mas nunca mesmo, o operário que está escavando pode ficar sozinho.

 » Cuidados adicionais devem ser tomados quando os tubulões são escavados próximos adepósitos de lixo e de indústrias químicas.

 » O depósito da terra escavada deve ser colocado a pelo menos 1 metro de afastamento daboca do tubulão.

 »

Não permitir, em hipótese alguma, o trânsito de veículos a pelo menos 3 metros do tubulão. » Nunca escavar tubulões simultâneos, estando estes muito próximos. Executa-se um,

inclusive com concretagem e cura, para depois executar o outro.

 » O sistema de içamento (“sarilho”) deve estar em perfeita ordem.

 » Interromper a escavação imediatamente ao sinal de alguma suspeita de desmoronamento.

 » Não executar escavações em dias de chuva, por menor intensidade que seja.

 » Conferir sempre o prumo (verticalidade) do fuste durante a escavação.

 » Cuidado na colocação da armadura para não provocar desmoronamentos.

 » Usar dispositivos especiais para concretagem (tubos - trompas, funil).

 » Quanto à escavação, com relação ao solo, verificar oquadro a seguir:

Solo Encamisamento

Coesivo Não

Não coesivo Sim

Encamisamento: dispositivo que impe-de o desmoronamento do solo durante aescavação. Estes podem ser recuperadosou não. Consiste da colocação de tubosde conceto ou de aço, e esses tubos des-cem sobre a escavação à medida que ostrabalhos avançam.

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38 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Quando houver presença de água e for preciso escavar tubulões,pode-se recorrer a uma técnica de escavação de tubulão a ar com-primido, conforme Figura 3.9, que consiste de um sistema com-posto de uma campânula e injeç o de ar na escavaç o com a fina-lidade de expulsar a água presente no solo, durante os trabalhos.

Essa técnica de execução é muito perigosa para a saúde do traba-lhador, por estar sujeita a variações de pressão (compressão e des-compress o) e, por isso, deve ser executada com muito rigor e segu-rança, e somente por profissionais habilitados e treinados. Maioresinformaç es encontram-se na Norma Regulamentadora nº  15, doMinistério do Trabalho.

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3.3.3 Estaca moldada no local tipo broca

ambém conhecida popularmente como broca, é umaestaca moldada no local, considerada de baixo custo e de sim-ples execução. A distribuição das cargas recebidas é transmi-tida ao solo pelas pontas.

O terreno é perfurado por uma broca (trado) ou esca- vadeira até atingir solo firme e consistente, cujo diâmetroda esvação pode estar entre 15 e 25 cm de profundidade eatingir por volta dos 4 metros. Normalmente usam-se comoarmação longitudinal três a quatro ferros de 6,3 mm, amar-

rados em estribos de 4,2 mm. Conforme o projeto estrutural,a quantidade e diâmetros das ferragens pode ser alterada.Uma vez colocada a armação procede-se, então, à concreta-gem até a cota desejada.

Cuidados na sua execução são necessários, principal-mente quanto à perpendicularidade da estaca e ao desmoro-namento.

Recomenda-se esse sistema somente em solos coesivos,compactos e firmes, sem a presença de areia; e quanto à pos-sível presença de água, esta deve ser em pouca quantidade,não devendo ultrapassar 10% de profundidade em relação àprofundidade total da estaca, como mostram as Figuras 3.10e 3.11. Nesse caso, o concreto a ser utilizado deve conter poucaágua, ou seja, usar concreto com fator água-cimento baixo.

3.3.4 Estaca Franki

A estaca Franki, da Figura 3.12, é executada posicionando-se um tubo camisa no local e real-izado um “embuxamento” com concreto quase seco na sua extremidade. Um “pilão” é introduzido

Figura 3.9 - ubulão a ar comprimido.

Fonte: Estaca Raiz. Disponível em: <www.estacaraiz.com.br>. Acesso em: 21 maio 2008.

Figura 3.10 - Broca moldada “in loco”.

Figura 3.11 - rado para escavação.

Fonte: Grupo Sato. Disponível em www.gruposato.com.br/ferra_cavadeira.html. Acesso em21maio 2008

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39Fundações

no tubo e promove-se o socamento do concreto efet-uando-se assim a penetração dessa bucha e o tubo vai então também penetrando. Atingida a nega, pro-movem-se novos e enérgicos apiloamentos, formandoassim um “bulbo” no subsolo.

Introduz-se a armadura e adiciona-se o con-creto, sendo este apiloado, e retira-se o tubo gradati- vamente. As compressões de concreto provocam suaexpansão na ponta do tubo, adaptando-se ao terreno eadquirindo forma rugosa.

Esta estaca pode atingir diâmetros entre 30 e60 cm, e suportar cargas de até 100 toneladas, adepender, naturalmente, das condições do solo, do diâ-metro da estaca, da armação e do concreto utilizados.

3.3.5 Preparo da cabeça da estacaUma vez executadas as estacas ou os tubulões, estas devem ser solidarizadas às vigas ou aos

blocos. Para que essa solidarização seja feita de modo a garantir a integridade do conjunto, algunscuidados devem ser observados:

 » a estaca deve ser concretada - quando moldada in loco - pelo menos 15 cm acima da cotade acabamento;

 » a estaca deve ser cravada - quando pré-moldada -, com comprimento mínimo, de talforma que fique uma sobra de pelo menos 60 cm da cota de acabamento;

 » as “sobras” devem ser “arrasadas” ou cortadas - menos a ferragem - de forma que a estaca

fique embutida pelo menos 5 cm dentro do bloco de solidarização ou das vigas.

Esse procedimento de arrasamento, Figura 3.13, garante a retirada de parte da estaca, queeventualmente esteja comprometida pelo processo de cravação.

Figura 3.13 - Arrasamento da estaca.

Eventualmente, uma estaca cravada não possui comprimento suficiente acima do terreno paraque possa ser arrasada normalmente e garantir solidarização com blocos ou vigas, Figura 3.14. Nessecaso, deve-se promover um complemento no seu comprimento:

Figura 3.12 - Esquema de estaca tipo Franki.

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40 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

» escavar ao redor da cabeça da estaca em profundidade conveniente para os trabalhos;

 » arrasar ou cortar a cabeça da estaca de tal modo que haja garantia do comprimentomínimo da armação;.

 » completar com forma e armação, o comprimento necessário até a cota necessária;

 » completar com concreto de resistência igual ou superior à utilizada na fabricação da

estaca.

Figura 3.14 - Complemento de estaca.

Neste capítulo foram destacados: a diferença entre fundação rasa e profunda; os tipos de funda-ções mais utilizados: estacas, tubulões, brocas, sapatas e blocos de fundação. E, também, a forma de pre-paro da cabeça da estaca para recebimento dos blocos de fundação.

Vamos recapitular?

Agora é com você!

1) Talvez haja uma obra sendo iniciada no seu bairro ou em sua região. Monte um gru-po de trabalho, acompanhado por um responsável, e identifique os tipos de funda-ções que estão sendo executados. Verifiquem a forma de execução, os cuidadostomados e os equipamentos utilizados. Após a coleta dos dados, discutam as obser-

 vações realizadas.

Dica: antes de entrar numa obra não se esqueça de usar calçados e roupas adequadas, e depedir permissão ao responsável pela obra. Procure usar também capacete de segurança. Sefor fotografar ou filmar, peça permissão.

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4Impermeabilização

Neste capítulo consta a execução de uma impermeabilização, inclusive a de fundações.

Serão analisadas: a sua importância, os seus diferentes tipos e a nomenclatura usual.

Para começar

4.1 Conceito

A água na construção civil é muito importante, pois faz parte da constituição de argamas-sas, concretos, tintas, entre outros, e, além disso, é indispensável para a limpeza dos ambientes.Ao mesmo tempo em que é uma aliada, a água pode ser um elemento indesejável nas construçõesquando não precisamos dela. Assim, são necessárias medidas para a sua contenção.

Os problemas mais comuns encontrados com a presença indesejável da água são:

 » presença de umidade nas estruturas executadas ao nível do solo;

 » presença de umidade nas paredes junto ao piso;

 »  vazamento de água em lajes;

 »  vazamento de água em caixas-d’água;

 »  vazamento de água em piscinas;

 » umidade em pisos.

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42 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Para evitar esses problemas recorre-se a sis-temas de impermeabilização. Portanto, entende-sepor “Impermeabilização” todo e qualquer sistemade revestimento destinado a promover a estan-queidade da água ou qualquer outro elementofluídico. A ênfase aqui recai sobre a impermeabili-

zação destinada à estanqueidade da água.

No comércio há inúmeros tipos de produ-tos impermeabilizantes para as mais diferentesaplicações, cada qual com suas peculiaridades epropriedades. Recomendamos que:

 » sempre que possível, e perante amenor dúvida, consulte o fabricante;

 » leia atentamente os procedimentos eas dosagens a serem aplicadas, pois hádiferenças de aplicação entre produtossimilares;

 » nem todos os materiais destinados àimpermeabilização podem ser aplica-dos em superfícies úmidas;

 » a água é um ótimo aliado na cons-trução civil, porém ela pode ser uminimigo bastante difícil de combater,portanto, seja criterioso na execução

de um sistema de impermeabilização.

Não existe meia impermeabilização. Ouela é bem executada ou simplesmentenão existe.

4.2 Nomenclatura usual

Para entender corretamente os trabalhose projetos de impermeabilização é necessário oconhecimento de alguns termos comumente uti-lizados. Para tanto, estão listados a seguir algunsdesses termos:

a) água de percolação:  água que atua sobresuperfícies, não exercendo pressão hidrostá-tica superior a um quilo-pascal.

b) água sob pressão negativa:  água confinadaou não, que exerce pressão hidrostática deforma inversa à impermeabilização, comomostra a Figura 4.1.

Exemplo:  Impermeabilização de alicerces

para fundação

Figura 4.1 - Ação da pressão negativa.

c) Água sob pressão positiva: Água confinadaou não, que exerce pressão hidrostática deforma direta na impermeabilização. Exem-plo: Impermeabilização de caixas-d’água,como mostra a Figura 4.2.

Figura 4.2 - Ação da pressão positiva.

d) Umidade do solo:  água existente no solo,presente entre as partículas do solo.

e) Fluido: corpo cujas moléculas são tão poucoaderentes entre si que deslizam umas sobreas outras, tomando a forma do recipiente

que o contém (gases e líquidos).f) Estanque: elemento que impede a passagem

de fluidos.

g) Estanqueidade: propriedade de um elemen-to de impedir a penetração ou passagem defluidos através de si.

h) Impermeável: produto que impede a passa-gem de fluidos.

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43Impermeabilização

i) Impermeabilidade:  propriedade de um pro-duto de ser impermeável. É interessante lem-brar que essa propriedade está diretamenteassociada à pressão limite do produto emsuportar a condição de impermeabilidade.

 j) Infiltração: penetração de fluidos nas estru-turas.

k) Sistema de impermeabilização: conjunto deprodutos e serviços destinados a tornar umelemento impermeável.

l) Manta:  produto impermeável, pré-fabrica-do, de consistência elástica, à base de elastô-meros PVC.

m) Membrana:  produto impermeabilizante,moldado no local, com ou sem estruturante.

n) Armadura ou estruturante:  elemento fle-xível, de forma plana, destinado a absorveresforços, conferindo resistência mecânicaaos diferentes tipos de impermeabilização.

4.3 Classicação dosimpermeabilizantes

Os impermeabilizantes podem ser classifi-cados em:

4.3.1 Rígidos

Não apresentam a propriedade de traba-lhar com a estrutura principal da edificação.

São aditivos que atuam no sistema capilar,preenchem todos os vazios dos poros e impedema percolação da água. São misturados aos concre-tos e às argamassas destinadas ao assentamentode elementos de alvenaria e revestimentos.

O consumo desse aditivo impermeabili-zante varia conforme a quantidade de aglome-rante, sendo o consumo mais comum em arga-massas, na ordem de 2 litros do aditivo por 50 kgde aglomerante adicionados em argamassas de

traço 1:3 (cimento e areia) em volume; para ouso em concretos, o consumo é da ordem de 1%de aditivo em relação ao peso do cimento, nãopermitindo um consumo menor de 300 kg/m3.

Os usos mais comuns são para:

 » impermeabilização de vigas baldrames;

 » impermeabilização de argamassas,concretos e revestimentos;

 » tratamento de subsolos, túneis;

 » revestimento em piscinas, caixas--d’água e reservatórios.

4.3.2 Semiexíveis

São revestimentos impermeabilizantesconstituídos de materiais que possuem dila-tação e flexibilidade. Promovem a absorção depequenas movimentações ou acomodações daestrutura e podem suportar pressões negativase positivas.

Normalmente são produtos bicompo-nentes, que se apresentam prontos para o uso, eque devem ser misturados energicamente antes

da aplicação. Algumas marcas disponíveis nocomércio podem ser aplicadas sobre umidade,porém em qualquer situação a superfície deveráestar livre de sujeira, pó, graxa, óleo ou outroselementos que podem prejudicar a aderência doimpermeabilizante no substrato.

Os usos mais comuns são para:

 » Impermeabilização de superfícies deconcreto, argamassa, alvenaria e aço.

 » Impermeabilização de pequenas lajese terraços.

 » Revestimento em piscinas, caixasd’água e reservatórios.

4.3.3 Flexíveis

São os que possuem em sua composiçãomateriais que modificam as características elásti-

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44 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

cas do produto, pois recebem adição de polímeros, elastômeros etc., podendo absorver considerávelmovimentação estrutural. Estes podem ser divididos em dois grupos: as emulsões e as mantas.

 » Emulsões

São emulsões à base de elastômeros sintéticos e betumes emulsionados ou de base acrí-lica. Quando aplicados, a quente ou a frio, formam um filme impermeabilizante, elástico,

e de elevada aderência. Esses materiais não devem ficar expostos ao tempo, pois por pos-suírem betume em sua composição não resistem aos raios ultravioleta. Para aumentar a vida útil desses materiais deve-se proceder à execução de uma proteção mecânica sobreo produto aplicado. Confecciona-se uma argamassa de cimento: areia no traço 1:3 em volume, e coloca-se em cima da emulsão aplicada.

Alguns produtos não podem ser aplicados em caixas-d’água destinadas ao consumo, pois transferem gosto à água. Con-Alguns produtos não podem ser aplicados em caixas-d’água destinadas ao consumo, pois transferem gosto à água. Con-sultar o fabricante ou os catálogos técnicos para especificação dos produtos impermeabilizantes quando se destinar asultar o fabricante ou os catálogos técnicos para especificação dos produtos impermeabilizantes quando se destinar areservatórios de água.reservatórios de água.

Fique de olho!Fique de olho!

 » Mantas

Um tipo de impermeabilização flexível cada vez mais utilizado, pois garantem excelentetratamento, principalmente sobre lajes e coberturas, é a utilização de mantas asfálticas.Estas são fornecidas em rolos, com variada espessura, uma para cada tipo de finalidade ousolicitação. O fornecedor desse tipo de material deve ser sempre consultado e sua aplica-ção é normalmente executada por profissionais treinados.

 » Usos mais comuns

Impermeabilização de lajes, banheiros, caixas-d’água, reservatórios e piscinas.

4.4 Tipos de impermeabilização

No mercado, como foi mencionado, existem vários tipos de produtos impermeabilizantes paraos mais variados fins. No entanto, podemos separar alguns deles:

4.4.1 Impermeabilizante de baldrames

Um dos problemas mais comuns em construções é a umidade que se verifica na parte inferior

das paredes junto ao piso. Uma das principais causas possíveis é a falta de uma barreira de proteçãocontra a umidade ascendente do solo, que passa pelo baldrame, e atinge as alvenarias proporcio-nando um aspecto de degradação dos revestimentos e da pintura. O passo a passo da Figura 4.3 aseguir traz a impermeabilização de baldrames.

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45Impermeabilização

Execução de um revestimentosobre o baldrame, comargamassa de cimento e areiano traço 1:3, com adiçãode impermeabilizante. Orevestimento deve ter cantosarredondados e cobrir 10cm, no mínimo, as laterais dobaldrame.

Depois de seco orevestimento, aplicarfarta demão de pinturabetuminosa.

 Assentar a alvenaria, pelomenos as quatro primeirasfadas, com argamassa dosada

com impermeabilizante.

Recomenda-se, ainda, que aargamassa de revestimentoexterno seja dosada tambémcom impermeabilizante, nosprimeiros 50 cm acima do piso.

Figura 4.3 - Impermeabilização de um baldrame.Fonte: Otto Baumgart S.A. Disponível em www.vedacit.com.br. Acesso em 07 jan. 2014

Resumidamente, considere-se a Figura 4.4:

Figura 4.4 - Impermeabilização de um baldrame.

4.4.2 Impermeabilização de alvenarias

É muito comum vermos em alvenarias já revestidas e pintadas umidade ascendente oriunda

de falta ou deficiência de impermeabilização nos alicerces ou, ainda, excesso de umidade do ladoexterno da alvenaria, por exemplo, águas da chuva provenientes de beirais muito curtos. O revesti-mento, em geral, atinge a altura de 1 metro acima do piso, se apresenta sempre úmido, a pintura sedestacando, e o emboço com pouca resistência. A correção desse problema é sempre trabalhosa etraz desconforto aos moradores e usuários. Veja a Figura 4.5.

A primeira providência é retirar todo o emboço da alvenaria até uma altura de 1 metro acimado piso, preferencialmente nos dois lados da alvenaria. O ideal é também retirar o rodapé quandoeste existir.

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46 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Figura 4.5 - Impermeabilização de uma alvenaria.

 » Na retirada do revestimento podem surgir eventuais buracos na alvenaria. Caso aconteça,devem ser tampados com argamassa de cimento e areia no traço 1:5.

»

Deve-se varrer muito bem a superfície, retirando todas as partes soltas, e o pó, bem comorealizar a aplicação de um impermeabilizante semiflexível conforme as recomendações dofabricante.

 » Depois de aplicado o impermeabilizante, proceder normalmente ao revestimento dese- jado.

Esse procedimento é viável somente em circunstâncias normais. N o se aplica quando o piso também apresenta sinaisEsse procedimento é viável somente em circunstâncias normais. N o se aplica quando o piso também apresenta sinaisde umidade, o que sugere a necessidade de promover impermeabilizaç o no piso, muitas vezes acompanhada de um sis-de umidade, o que sugere a necessidade de promover impermeabilizaç o no piso, muitas vezes acompanhada de um sis-tema de drenagem.tema de drenagem.

Fique de olho!Fique de olho!

4.4.3 Impermeabilização de fachadas

São impermeabilizantes destinados a impedir a absorção da água pelos materiais, tais como:cerâmicas, tijolos, pedras e concreto, provenientes principalmente da ação das chuvas. Esses imper-meabilizantes, também chamados de “hidrofugantes” têm a propriedade principal de repelir a água esão constituídos basicamente de resinas siliconadas ou acrílicas.

A aplicação desses produtos se dá como na pintura; utilizam-se broxas, trinchas e rolos de lã curta.

As principais vantagens da impermeabilização de fachadas são:

 » durabilidade das peças por mais tempo;

 » evitar a umidade no interior da edificação;

 » diminuir o peso estrutural pela absorção da água principalmente em telhas e tijolos.

4.4.4 Aplicação de mantas

 » O substrato deve estar limpo, sem óleos ou graxas, livre de poeiras, e ser bem resistente.

 » A aplicação da pintura de aderência (imprimação) deve ser executada sob substrato seco.

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47Impermeabilização

 » A superfície deve estar perfeitamente regularizada.

 » Os cantos devem ser regularizados com acabamento tipo “meia-cana”.

 » Atenção para os ralos e passagens de tubulação. É muito comum surgirem problemas deinfiltração de água nesses pontos. Nestes casos, deve-se proceder a um rebaixamento dacamada de regularização para uma perfeita acomodação da impermeabilização.

 » Lembre-se de que um perfeito sistema de escoamento das águas, principalmente em lajes, já é um grande aliado na impermeabilização.

 » As emendas devem ser executadas com bastante critério, pois também são locais onde secostumam observar problemas de impermeabilização.

 » Durante a execução dos trabalhos, evitar o trânsito de pessoal não autorizado.

 » As mantas não possuem resistência à ação dos raiosultravioleta. Portanto, a execução de uma proteçãomecânica com a aplicação de uma camada de arga-massa de cimento e areia no traço, em volume de 1:3

se faz necessária.A Figura 4.6 mostra a aplicação de manta com a utilização

de aquecimento para aderência no substrato, porém também háno mercado mantas que são aplicadas sem a necessidade dessetipo de procedimento.

4.5 Proteção mecânica

As impermeabilizações expostas a intempéries, principalmente as executadas à base de produ-tos derivados de petróleo, sofrem intensamente sob a ação dos raios ultravioleta oriundos da radia-ção solar e provocam ressecamento do material, e, com isso, perda da capacidade de elasticidade.

Para resolver este problema é executada, sobre esses tipos de impermeabilização principal-mente em calhas e lajes expostas às intempéries, uma camada de argamassa no taco 1:5 (cimento eareia) com, no mínimo, 2 cm de espessura, com a finalidade de evitar a exposição direta do reves-timento aos raios solares. Além do mais, tal camada de proteção mecânica também irá proteger aimpermeabilização quando de eventual trânsito. Argila expandida ou vermiculita são materiaiscomumente utilizados sobre a proteção mecânica com a finalidade de reduzir a incidência de calorsobre o sistema de impermeabilização.

4.6 Cuidados na execução de impermeabilizações » Ler atentamente as instruções de aplicação, manuseio e estocagem do produto.

 » Consulte sempre o fabricante em caso de dúvidas.

 » oda a superfície deve estar íntegra e livre de partículas soltas.

 » oda graxa, óleo e poeira devem ser removidos.

 » A superfície tem de estar seca. Para alguns produtos a superfície deve estar úmida e nãosaturada.

Figura 4.6 - Aquecimento da manta.

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48 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

» Atenção na impermeabilização de reservatórios de água. Alguns produtos não podem seraplicados em reservatórios de água destinados ao consumo.

 » A impermeabilização não pode ser aplicada em dias chuvosos.

 » Em casos de lajes, um escoamento de água é muito importante. Executar caimentomínimo de 1%.

 » Os cantos formados entre planos diferentes de impermeabilização devem ser arredonda-dos para atenuação de pressões, principalmente em reservatórios de água, além de facili-tar a aplicação das camadas de impermeabilização.

 » A impermeabilização em platibandas, principalmente em casos de mantas, deve serembutida na mesma, como mostra a Figura 4.7.

Figura 4.7 - Impermeabilização em cantos.

Neste capítulo ficou claro que existem três tipos de impermeabilizantes: rígidos, semiflexíveis eflexíveis, e o uso corrente de cada um deles.

E, também, como deve ser feita a execução dos principais sistemas de impermeabilização e os cui-dados nesses serviços.

Vamos recapitular?

Agora é com você!

1) Forme um grupo de pesquisa e procure nas lojas de construção os impermeabilizantescomercializados. Identifique o fabricante, a marca, a finalidade e o modo de usar. Apósessa pesquisa e coleta de dados, faça um projeto detalhado para a impermeabilizaçãode uma viga baldrame indicando os produtos a serem utilizados e a forma de aplicação.

Dica: uma busca em sites da Internet é bastante interessante, mas a visita às lojas énecessária.

2) Após uma pesquisa em lojas de construção sobre os impermeabilizantes comerciali-zados, elabore um projeto detalhado para a impermeabilização de uma viga baldra-me indicando os produtos a serem utilizados e a forma de aplicação.

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5Concreto

Neste capítulo constam os tipos de concreto, bem como sua preparação.

Serão destacados os cuidados de aplicação e os equipamentos utilizados para o adensamento.

Para começar

5.1 Concreto

Elemento composto de uma mistura de diversos materiais, adicionado à água, destinado a conferir,após a sua secagem (cura), uma peça com propriedades e características estruturais, destinada a comporelementos de uma construção, tais como: vigas, lajes, pilares e pavimentos, entre muitos outros.

5.2 Tipos de concretoA tecnologia pode conferir, ao projetista e ao construtor, concreto para as mais diversas aplica-

ções e finalidades. Assim, destacam-se:

 » Concreto bombeável: De uso corrente nas obras de construção, com características defluidez para poder, por meio de tubulações, atingir grandes distâncias, tanto na horizontalcomo na vertical. Normalmente é empregado em lugares de difícil acesso.

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 » Concreto leve: Com baixo peso específico, da ordem de 0,40 a 2 t/m 3 e resistência de 10 a20 MPa. Possui como agregados materiais tais como o poliestireno expandido (Isopor) ea vermiculita. Utilizado como elemento de vedação, rebaixo de lajes, nivelamento de pisospouco solicitados, e inclusive como termoacústico. 

» Concreto fluido: É autoadensável, que dispensa vibração. Indicado para concretagem depeças delgadas e peças com alta concentração de armadura de difícil adensamento. O adi-

tivo utilizado para esste tipo de concreto é o “superplastificante”. » Concreto de alta resistência: De resistência elevada, ou seja, acima de 50 MPa e obtido

da adição de elementos tais como a microssílica e os aditivos plastificantes. Utilizado emobras marítimas, na recuperação de estruturas, em pisos de alta resistência, nas pistas deaeroportos, e em estruturas com grandes solicitações.

 » Alta resistência inicial: Utilizado nesse concreto, o cimento com elevada resistência inicialdestina-se à confecção de peças protendidas e na indústria da pré-construção, e em peçasestruturais onde há a necessidade de um período menor para a desforma.

 » Concreto com fibras de aço, plástico ou polipropileno: Tem maior resistência à tração, aoimpacto, ao desgaste superficial e ao surgimento de fissuras.

 » Concreto aditivado:  Em sua composição recebe produtos químicos chamados aditivos,que possuem propriedades de melhorar algumas de suas características tais como: plasti-cidade, impermeabilidade, resistência, durabilidade, e outras.

 » Concreto rolado: Com baixo consumo de cimento e baixa trabalhabilidade, ou seja, compouca água. Permite compactação por meio de rolos compressores com a finalidade depromover pavimentação ou sub-bases. O concreto rolado tem sua utilização em pavimen-tação e substitui o asfalto comumente utilizado.

 » Microconcreto ou “Grout ”: Concreto com agregados de pequenos diâmetros (máximo de4,8 mm) com adição de aditivos especiais que permitem fluidez e são autoadensáveis. É

utilizado no preenchimento de vazios e juntas de blocos de alvenaria estrutural, bases demáquinas e de estruturas.

 » Concreto projetado: Possui baixa trabalhabilidade, dosado com cimento, areia, pedrisco eaditivos. Suas características de aderência possibilitam reforço de lajes, revestimentos detúneis, galerias, paredes e pilares. Por sua alta aderência, não há necessidade da utilizaçãode fôrmas.

 » Concreto coloridos: Utilizado para causar melhor efeito arquitetônico a partir da adiçãode pigmentos à mistura.

 » Concreto pesado: É aquele que utiliza agregados de elevado peso específico tais como: hema-tita, barita, magnetita, entre outros. Possui elevada resistência mecânica, durabilidade e capaci-

dade de reter radiações. Utilizado também como contrapeso e lastro de equipamentos. » Concreto com microssílica:  É usado quando se tem necessidade de elevada resistência

física e para ataques químicos, resultando em maior durabilidade. A microssílica é umaglomerante altamente reativo, que incorpora características especiais como resistênciasde 50 MPa até 200 MPa.

 » Concreto resfriado/refrigerado: Executado a baixa temperatura, com a finalidade de con-trole de fissuração em peças de grande massa.

 » Concreto convencional: De uso corrente na construção civil, com resistências de até 30 MPa.

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51Concreto

 » Concreto impermeável: Com consumo mínimo de 350 kg/m3, com uso de agregados miúdose aditivos impermeabilizantes. A cura é importante para evitar o fissuramento por retração.

» Concreto aparente: Utilizado quando se deseja a execução de peças que não vão receberrevestimento adicional, assim como o uso de fôrmas de madeira plastificadas ou metálicasé imprescindível, e o uso de aditivos plastificantes é altamente recomendável.

 » Concreto celular: Trata-se de concreto também considerado leve e sem função estrutural,que consiste no uso de aditivos incorporadores de ar, que criam minúsculas bolhas de arna massa de concreto. É indicado para isolamento térmico em lajes de cobertura e terra-ços, enchimento de pisos e rebaixamento de lajes, fabricação de pré-moldados etc. O con-creto celular possui massa específica que varia de 500 kg/m3 a 1.800 kg/m3.

5.3 Componentes do concreto

5.3.1 Cimento

No mercado existem diversos tipos de cimento, para diferentes aplicações. A seguir, a Tabela5.1 é indicativa dos diferentes tipos fabricados, com sua sigla, segundo especificações das normasbrasileiras. É comercializado no varejo em sacos de 50 kg, e em grandes obras é fornecido a granel.

Tabela 5.1 - Tipos de cimento

Tipos de cimento portland (CP) Principais Características

Comum CP I Uso geral, quando não há exposição a sulfatos do solo ou de águas subterrâneas.

Comum com Adição CPI-S Idem acima, porém com adição de 5% de material pozolânico.

Composto com Escória CP II-EApresenta baixo calor de hidratação, recomendado para estruturas que exijam des-prendimento de calor moderadamente lento ou que possam ser atacadas por sulfatos.

Composto com Pozolana CP II-Z Maior impermeabilidade e mais durável.CP Composto com Fíler CP II-F Para aplicações gerais e recomendado para concreto-massa (grandes volumes).

Alto-Forno (CP III) CP IIIPossui maior impermeabilidade e durabilidade, apresentando baixo calor de hidra-tação, alta resistência à expansão, e resistente a sulfatos. Vantajoso em obras deconcreto-massa.

Pozolânico (CP IV) CP IVIndicado em obras sujeitas à ação de água corrente e ambientes agressivos. É maisimpermeável, mais durável, apresenta resistência à compressão superior ao cimentoPortland comum, a idades avançadas. Apresenta, também, baixo calor de hidratação.

Alta Resistência Inicial (CP V-ARI) CP V-ARI

Adquire elevada resistência à compressão nos primeiros dias (26 MPa a um dia deidade), recomendado no preparo de concreto e argamassa para produção de artefatosde cimento e a todas as aplicações que necessitem de resistência inicial elevada edesforma rápida.

Resistente a Sulfatos (RS) RSIndicado para meios agressivos, com sulfatos, estação de tratamento de águas eesgoto, redes de esgotos de águas servidas ou industriais, água do mar, e em algunstipos de solos.

Baixo Calor de Hidratação (BC) BCEsse tipo de cimento retarda o desprendimento de calor em peças de grande massade concreto, evitando o aparecimento de fissuras.

Branco (CPB) CPB

Pode ser estrutural e não estrutural. O estrutural é aplicado em concretos brancos parafins arquitetônicos, similares aos demais tipos de cimento. Já o não estrutural não temindicações de classe e é aplicado, por exemplo, em rejuntamento de azulejos e emaplicações não estruturais.

Fonte: Associação Brasileira de Cimento Portland

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52 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

5.3.2 Pedra

Como parte dos agregados de concreto temos a pedra, e esta pode ser obtida no comércio sobdois tipos: o chamado “pedregulho” ou “seixo”, que provém de leitos de rios, e a chamada “pedra bri-tada”, que é obtida pela trituração de pedras de granito.

É importante destacar que a qualidade da pedra a ser utilizada passa por ensaios de laboratóriopara determinação de dureza e resistência, principalmente nos seixos. Deve-se tomar cuidado paraque não ocorra contaminação do agregado por óleo, graxas e materiais terrosos nas operações decarga e descarga.

Acompanhe na Tabela 5.2 a classificação das pedras de acordo com seu diâmetro máximo:

Tabela 5.2 - Diâmetro das pedras

Pedra Diâmetro (mm)

Zero ou pedrisco 4,8 a 9,5

Pedra 1 9,5 a 19,0

Pedra 2 19,0 a 25,0

Pedra 3 25,0 a 38,0

Pedra 4 38,0 a 76

As pedras britadas e os seixos possuem impurezas que devem ser retiradas antes do seu uso. As impurezas frequentesAs pedras britadas e os seixos possuem impurezas que devem ser retiradas antes do seu uso. As impurezas frequentess o: pó de britagem, barro (argila) da jazida, galhos, folhas e raízes.s o: pó de britagem, barro (argila) da jazida, galhos, folhas e raízes.

Fique de olho!Fique de olho!

5.3.3 Areia

Também parte do agregado, a areia é obtida em leitos de rios e às margens de rios ou em “ban-cos de areia”. Deve estar limpa e livre de impurezas, tais como: argila, raízes, folhas etc., e ser adqui-rida já lavada. Precauções devem ser tomadas quando da carga e do descarregamento para que nãohaja contaminação do material por elementos nocivos.

5.3.4 Água

A água a ser utilizada no concreto deve ser limpa, sem barro, óleo, galhos, folhas e raízes, ou

seja, água boa para o concreto é água boa para beber. Caso haja contaminação, a água deve ser des-cartada. Em caso de dúvidas, deve-se coletar amostras para ensaios de qualidade.

5.4 Aditivos

Para que sejam melhoradas algumas características do concreto, ou seja, trabalhabilidade,impermeabilidade, alteração no início de pega, entre outros, usam-se produtos químicos denomi-nados aditivos que, adicionados ao concreto, antes ou durante a mistura, modificam algumas dessaspropriedades.

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53Concreto

Tratando-se de elementos que modificam as características do concreto, o seu uso deve ser muito criterioso, pois emTratando-se de elementos que modificam as características do concreto, o seu uso deve ser muito criterioso, pois emalguns casos podem trazer prejuízos incalculáveis.alguns casos podem trazer prejuízos incalculáveis.

Fique de olho!Fique de olho!

A seguir, destacam-se alguns desses aditivos.

5.4.1 Plastificantes

 » Apresentação: líquido.

 » Consumo: de 0,2 a 0,5% do peso do cimento, ou seja, na prática corresponde a 1 litro paracada metro cúbico de concreto.

» Características/usos:

 » Tornam o concreto mais plástico, pois reduzem o atrito dinâmico.

 » Reduzem a quantidade de água.

 » Permitem economia de até 15% no cimento. » Reduzem a tensão superficial na água.

 » Aumentam a trabalhabilidade do concreto.

 » Facilitam o adensamento.

 » Reduzem as fissuras.

5.4.2 Retardadores de pega

 » Apresentação: líquido.

 » Consumo: de 0,2 a 0,5% do peso do cimento, ou seja, na prática corresponde a 1 litro paracada metro cúbico de concreto.

 » Características/usos:

» Retardam o tempo de início da pega do cimento podendo ser atingido, em situaçõescontroladas, em 4 horas.

 » Agem como plastificantes.

 » Reduzem a exsudação.

 » Reduzem a permeabilidade.

 »

Aumentam a trabalhabilidade do concreto. » Facilitam o adensamento.

 » Reduzem as fissuras.

 » Aumentam a resistência à tração e à compressão.

5.4.3 Incorporadores de ar

 » Apresentação: líquido.

 » Consumo: em função dos agregados.

Há também no mercado plastificanteschamados “polifuncionais” e os super-plastificantes, que agregam caracterís-ticas especiais ao concreto e devem serutilizados apenas por profissionais quali-

 ficados.

Esse produto é fundamental para asempresas fornecedoras de concreto usi-nado, pois os retardadores permitemtransporte do concreto a longa distância.

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54 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

 » Características/usos: 

» Aumentam o abatimento (slump-test ).

 » Produzem misturas mais coesivas.

 » Reduzem segregação.

 » Reduzem a exsudação.

 » Permitem o uso de agregados malgraduados.

 » Aumentam a trabalhabilidade do concreto.

 » Usados em estruturas sujeitas a congelamento e degelo.

 » Facilitam o adensamento.

 » Reduzem as fissuras.

 » Reduzem o peso do concreto.

5.4.4 Aceleradores de pega

 » Apresentação: líquido.

 » Consumo: até 2% em peso do cimento.

 » Características/usos:

» Aumentam a velocidade de hidratação docimento, diminuindo o tempo do início de pega.

 » Elevam a resistência inicial do concreto.

 » Produzem misturas mais coesivas.

 »

Reduzem a segregação. » Reduzem a exsudação.

 » Permitem o uso de agregados malgraduados.

 » Aumentam a trabalhabilidade do concreto.

5.4.5 Impermeabilizantes

 » Apresentação: líquido.

 » Consumo: de acordo com o peso do cimento.

 »

Características/usos:» Aumentam a trabalhabilidade de argamassas e

concretos.

 » Reduzem a absorção capilar.

 » Fixam um fator água/cimento abaixo de 0,5 l/kg.

5.4.6 Expansores

 » Apresentação: líquido.

É vedado o uso de aditivos acelerado-res de pega à base de cloreto de cálcioem concretos armados e pretendidos,

pois provocam corrosão na armadura eaumentam a possibilidade de retraçãodo concreto. Em concreto simples não hárestrições.

É demasiadamente importante uma “cura”benfeita e um concreto bem- adensadopara a perfeita ação do impermeabilizante.

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55Concreto

 » Consumo: de 0,5 a 1,5% em relação ao peso do cimento

» Características/usos:

» Produzem expansão da pasta de cimento como compensação da retração.

 » Aumentam a aderência nos enchimentos de bai-nhas dos cabos de concreto protendido para pro-

teção das cordoalhas. » Utilizados no encunhamento de argamassas e na

recuperação de estruturas de concreto.

» Reduzem a absorção capilar.

 » Fixam um fator água/cimento abaixo de 0,5 L/kg.

5.4.7 Armazenamento

Para que os aditivos conservem suas características químicas e físicas de forma adequada para

o uso, é importante observar o seu armazenamento. Para tanto, devem ser observadas algumas dicas: » Como todo composto químico, os aditivos devem ser mantidos na embalagem original.

 » O depósito deve ser em local abrigado das intempéries, e em ambiente fechado.

 » Deve ser utilizado em suas embalagens originais.

 » Deve ser perfeitamente homogeneizado antes da aplicação.

 » Respeitar os prazos de validade previstos pelo fabricante. Os produtos fora de validadedevem ser imediatamente descartados conforme as normas de segurança.

5.5 Mistura do concretoEtapa de muita importância na execução de um concreto. Um concreto mal misturado terá

seus agregados com falha de envolvimento da argamassa de cimento prejudicando a sua homogenei-dade e causando pontos fracos na estrutura. Portanto, uma sequência de trabalho deve ser observadapara que haja garantia de perfeita mistura de todos os componentes de um concreto.

Para a mistura de concreto podemos classificar três tipos: a mistura manual, utilizada em obrasde pequeno porte, que envolve somente a força braçal; a mistura em betoneiras estacionárias, onde aforça mecânica é a responsável pela mistura dos componentes e, nesse caso, há no mercado betoneirasdos mais diversos tipos e capacidades; e a mistura feita em centrais de concreto com a utilização decaminhões betoneiras que transportam esse concreto da central de produção até o local de aplicação.

5.5.1 Mistura manual

A sequência abaixo no preparo manual de um concreto pode garantir um concreto de boahomogeneidade:

1) Construa uma baia para a mistura compatível com o volume a ser misturado e que nãoesteja em contato direto com o solo.

Após a mistura do aditivo, a argamassaou o concreto devem ser aplicados ime-diatamente.

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56 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

2) Espalhe a areia formando uma camada uniforme deaproximadamente 15 cm, e sobre a areia coloque ocimento promovendo uma mistura bem uniforme.

3) Espalhe novamente essa mistura formando umacamada de aproximadamente 15 centímetros.

4) Coloque a pedra sobre essa mistura e promova novamistura. Em seguida, forme um monte com um“buraco” no meio como se fosse uma cratera.

5) Adicione a água juntamente com a mistura, evitan-do que escorra e proceda a uma nova mistura, dedentro para fora.

5.5.2 Betoneira estacionária

É um equipamento que traz excelentes resultados a uma mistura de concretos e argamassas,como mostra a Figura 5.1, pois não dependem da força humana para a mistura. Eis a sequência:

a) coloque a pedra na betoneira;

b) adicione metade de água e misture por 1 minuto;

c) ponha o cimento;

d) por último, a areia e o restante da água.

» A betoneira precisa estar livre de pó, água suja e restos da última utilização.

» O tempo de mistura n o deve ser menor do que 3 minutos.

» Aumentar o tempo em 15 segundos para cada metro cúbico adicional.

» A betoneira dever estar muito bem apoiada, e em nível.

» Cuidados especiais devem ser observados pelos operadores durante o fun-cionamento do equipamento e suas partes mecânicas e elétricas devemestar devidamente protegidas.

» Somente operadores habilitados devem ter acesso ao equipamento.

» ma limpeza imediata após o uso é fundamental para o prolongamentoda vida útil do equipamento, bem como uma manutenção preventiva daspartes móveis e elétricas.

Amplie seus conhecimentosAmplie seus conhecimentos

5.5.3 Concreto usinado

Cada vez mais utilizado, esse concreto é misturado em usinas dosadoras e é enviado à obraconforme as características solicitadas, reduzindo, assim, no canteiro de obras, áreas para esto-cagem de agregados e cimento, além de proporcionar maior segurança quanto ao controle dequalidade. As centrais de concreto dispõem de profissionais credenciados que ajudam os clientes

» Um modo prático de saber se a quan-tidade de água está correta é alisar asuperfície de concreto com uma colherde pedreiro e verificar se não há escor-

rimento de água, o que sugere que aquantidade utilizada está correta. » Cuidado na tentativa de “acertar” o tra-

ço do concreto depois de misturado, poispode haver mudanças prejudiciais naproporção dos elementos e, consequen-temente, na sua resistência.

 » O uso de padiolas corretamente dimen-sionadas é importante para a garantia dadosagem dos componentes do concreto.

Figura 5.1 - Betoneira estacionária.

   S  z  a  s  z  -   F  a   b   i  a  n   J  o  z  s  e   f   /   S   h  u   t   t  e  r  s   t  o  c

   k .  c  o  m

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57Concreto

quanto às especificações do concreto, sem, no entanto, interferir na resistência especificada emprojeto; podem auxiliar quanto à utilização ou não de aditivos, à necessidade de utilizar esta ouaquela dimensão de agregado de acordo com a peça a ser concretada e na programação de concre-tagem. Em obras de médio ou grande portes deve-se solicitar uma visita desste profissional para verificação das condições da obra.

Esse concreto é transportado em caminhões betoneira,com capacidade de transporte de, nomínimo, 6 m3, e em alguns há inclusive bombas para lançamento de concreto a grande distância oualturas por meio de tubulações.

No pedido do concreto deve-se mencionar:

 » a resistência característica do concreto, inclusive o aditivo, se for usado;

 » a dimensão dos agregados da peça a ser concretada;

 » o consumo mínimo de cimento, se for exigido pelo calculista;

 » a referência quanto ao abatimento (slump) desejado;

 » o volume; » a peça a ser concretada;

 » a programação de entrega de acordo com a capacidade de aplicação.

No recebimento do concreto usinado na obra deve-se observar:

 » Se a nota fiscal possui todas as informações do concreto solicitado. Não receber o cami-nhão caso haja discordância na nota fiscal.

 » Solicitar que o concreto seja movimentado energicamente no “balão” do caminhão antesdo descarregamento.

 » Realizar o teste de abatimento e, se for necessário, adicionar água somente com o consen-timento do responsável técnico da obra.

 » Conforme a norma, retirar corpos de prova para a verificação da resistência. Esse procedi-mento também deve ser realizado quando o concreto é feito na própria obra.

5.6 Aplicação do concreto

O concreto é uma mistura de vários componentes. Durante o transporte, que pode ser pormeio de carrinhos de mão, “giricas”, caçambas, caminhão betoneira, calhas, gruas, correias transpor-

tadoras etc., há riscos de segregação dos componentes do concreto com prejuízo de sua qualidade.Para que o concreto saia do seu local de preparo e chegue com qualidade ao local de aplicação, apeça a ser concretada também já deve estar preparada para receber o concreto, com todos os equipa-mentos em perfeitas condições de uso.

5.6.1 Preparo

Não menos importante do que um concreto bem misturado e dosado é todo o aparato de pre-parativos para a concretagem. Todos os elementos e equipamentos envolvidos devem estar prepa-

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58 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

rados e, em certos casos, prever até pessoal reserva, peças e máquinas sobressalentes para que, numimprevisto, a reposição seja rápida e a concretagem não sofra interrupções. A seguir estão listadosalguns itens considerados importantes para que a concretagem transcorra com tranquilidade e aqualidade esperada seja alcançada.

a) Verificação das formas:

 » Verificar se o nível do concreto acabado está visivelmente demarcado. » Verificar a perfeita fixação das mestras no caso de concretagem de lajes e de pisos.

 » As fôrmas devem ser limpas e lavadas antes da concretagem.

 » Quaisquer buracos ou fendas que possam deixar o concreto vazar precisam serfechados.

b) Verificação dos acessos:

 » Procurar o menor percurso possível para o concreto.

 » Verificar se as rampas de acesso não possuem inclinação excessiva, se o trajeto estádesobstruído e livre de entulhos.

 » Verificar se os acessos dos caminhões betoneiras, quando forem utilizados, estão emboas condições de tráfego e livre de atoleiros.

 » A circulação dos caminhões deve ser facilitada, de modo que o caminhão seguintenão impeça a saída do caminhão vazio.

c) Verificação do local de descarregamento e lançamento (aplicação):

 » Verificar se o local de descarregamento ou lançamento está desimpedido e plano.

 » Verificar se há tábuas sobre as armações, principalmente em casos de lajes para amovimentação de equipamentos e de pessoal.

d) Aplicação com bombas e tubulações:

 » Prever, caso o concreto seja bombeado, local o mais próximo possível da concreta-gem para o posicionamento do equipamento de bombeamento e local para a mano-bra dos caminhões betoneira.

 » Verificar o nivelamento da bomba.

 » Travar firmemente a tubulação em peças já concretadas ou em estruturas especial-mente executadas para este fim, evitando a fixação na estrutura da fôrma que vai serconcretada.

 » Lubrificar a tubulação com argamassa de cimento e areia, não utilizando essa arga-massa para a concretagem.

e) Condições dos equipamentos e equipes:

 » Verificar se os equipamentos para o transporte de concreto estão limpos e em bomestado, e se a equipe operacional (transporte e aplicação) está dimensionada para o volume e o prazo de concretagem previsto.

 » Deve-se verificar se a obra dispõe de equipamentos de adensamento (vibradores)suficientes.

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59Concreto

5.6.2 Cuidados na aplicação

Não adianta uma boa mistura de concreto e uma excelente condição de transporte se umaaplicação adequada não for executada. A seguir encontram-se alguns procedimentos importantes aserem observados:

 » Assegurar-se de que o preenchimento das fôrmas seja uniforme, evitando o lançamentoem pontos concentrados que possam causar sobrecarga na estrutura.

 » Não lançar o concreto de altura superior a 3 metros, nem jogá-lo a grande distância compá para evitar a separação da brita; quando a altura for muito elevada deve-se utilizaranteparos ou funil.

 » A aplicação do concreto deve ocorrer no menor prazo possível.

 » Lançar o concreto diretamente sobre a peça a ser concretada.

 » O adensamento do concreto deve ser realizado com o auxílio de vibrador de agulha ourégua vibratória, no caso da concretagem de lajes.

 » Iniciar a cura do elemento concretado o mais rapidamente possível.

 » A concretagem deve ser feita, no máximo, dependendo das condições de tempo, tempera-tura e umidade, duas horas após a mistura ficar pronta.

 » Evitar paradas de concretagem para não causar a chamada “junta-fria”.

 » O concreto deve ser adensado em camadas e compatível com o equipamento de adensa-mento - vibradores.

 » Utilizar um funil como auxílio para o lançamento de concreto em pilares quando a alturade lançamento for superior a 2,50 m.

 » Verificar se foram previstas ancoragens para os gastalhos de pé de pilar se for concretadauma laje.

 » Realizar ensaios de abatimento (slump-test ) no recebimento do concreto e providenciarcoleta para ensaio e controle da resistência à compressão (fck).

 » Antes de o início da concretagem de pilares verificar se os elementos de apoio estão devi-damente limpos e com a superfície “apicoada”.

 » É comum despejar no pé do pilar, antes da concretagem, uma argamassa de cimento eareia no traço de 1:3 em cimento e areia.

 » Verificar se toda a camada de concreto está sendo vibrada, bem como se está sendo res-peitado o tempo de vibração e as camadas de concretagem.

 » Certificar-se de que os procedimentos para cura da superfície exposta estão sendo observados.

 » Retirar por sarrafeamento ou com o auxílio de desempenadeira ou colher de pedreiro omaterial exsudado do concreto.

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60 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

5.6.3 Concentração dearmadura

Na montagem dos elementos estruturaisdeve-se verificar a concentração de armadurasprincipalmente nos encontros de pilares com

 vigas e em seções que contenham muita emendapor transpasse, como na Figura 5.2. Nessescasos, o espaçamento entre as barras de aço podeser menor que o agregado de maior diâmetro,comprometendo o envolvimento da armadurapelo concreto. A solução seria, então, um reposi-cionamento dos transpasses e das armaduras (deacordo com as orientações do responsável téc-nico pela estrutura) ou, ainda, uma diminuiçãodos diâmetros dos agregados. Essa prática evita

os chamados “ninhos” ou “brocas”.

Concreto

 Armadura

Região com falha de concretagem

com armadura exposta (”bicheira”)

Figura 5.2 - Concentração de armadura.

É importante observar que as falhas de con-cretagem nem sempre são causa das altas concen-trações de armadura. Podem ocorrer, ainda, pelaqualidade do adensamento, pela falta de plasti-cidade do concreto, o que é obtido com o teoradequado de água/cimento, e pelo tamanho ina-dequado do agregado graúdo em função da dis-

tância entre as barras da armadura.

5.6.4 Adensamento doconcreto

O adensamento do concreto tem por fina-lidade proporcionar uma perfeita acomodaçãodo mesmo em toda a fôrma, além de fazer comque todos os vazios do concreto sejam preen-

chidos pela expulsão do ar de seus componen-tes, deixando a massa de concreto bem coesa. Amelhor maneira é o uso de vibradores especial-mente destinados para esse fim, como se observanas Figuras 5.3 a 5.5.

Motor elétrico Motor a gasolina

Figura 5.3 - Motores vibradores.

Motor vibrador externo

Figura 5.4 - Motor vibrador externo.

Figura 5.5 - Mangote de imersão.

Esse procedimento exige grande responsa-bilidade e deve ser acompanhado de perto peloresponsável pela concretagem que, em geral,é o mestre de obras. O equipamento deve sermanuseado por pessoal habilitado e treinado. O

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61Concreto

excesso de vibração pode provocar a segregação do concreto e comprometer a sua qualidade e efici-ência. Seguem algumas observações quanto ao procedimento de vibração:

 » O adensamento deve ser feito contínua e energicamente.

 » A vibração da armadura como “auxílio” no adensamento só é prejudicial à estrutura.Criam-se bolhas de ar entre a armadura e o concreto, com prejuízo da aderência.

 » No uso de vibradores de imersão, eles devem ser introduzidos na massa de concreto emposição vertical ou pouco inclinada.

 » Deve-se evitar duração longa demais, pois provoca desagregação do concreto.

 » É necessário que a espessura da camada a ser vibrada seja aproximadamente igual a trêsterços do comprimento da agulha do vibrador, que deve atingir a camada anterior, sem,porém, penetrar nela.

 » Nas colunas e paredes com dificuldades de vibração interna é melhor usar também um vibrador externo (ou de parede).

 » A batida com o martelo nas fôrmas bem como o uso de barras de ferro não são suficientescom a finalidade de “socar” o concreto dentro das fôrmas.

 » Não se deve deitar o vibrador sobre a armadura em caso de concreto de lajes.

 » Nas lajes e pisos com pouca espessura, o vibrador de imersão tem pouca eficiência. Utili-zar réguas vibratórias especialmente para este fim.

Na Tabela 5.1 constam os diferentes modelos de mangotes de imersão e suas principais carac-terísticas.

Tabela 5.1 - Características dos mangotes de imersão

Ø do tubo Comprimento Vibração Peso

26 mm 4 metros 12500 VPM 9 kg

36 mm 4 metros 12500 VPM 16 kg

48 mm 4 metros 12500 VPM 22kg

60 mm 4 metros 12500 VPM 25 kg

26 mm 5 metros 12500 VPM 10 kg

36 mm 5 metros 12500 VPM 17 kg

48 mm 5 metros 12500 VPM 23 kg

60 mm 5 metros 12500 VPM 26 kg

Fonte: Grupo Engemac.

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62 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

5.6.4.1 Régua vibratória

Utilizada sobre mestras na execução de piso, tem como finalidade, também, vibrar o concreto.Propicia excelente rendimento. O cuidado é que as mestras têm de ser reforçadas para suportar opeso do equipamento além da vibração.

Figura 5.6 - Régua vibratória.

5.7 Cura do concreto

Sabemos que durante o processo de cura do concreto há liberação de calor de hidratação docimento e se esse processo não for controlado, o risco de haver fissuras de retração é muito grande,podendo comprometer a estrutura além de criar condições para a umidade penetrar no concreto eprovocar, ao longo do tempo, um processo de corrosão nas armaduras. Por isso, a perda prematurada água do concreto deve ser evitada.

Após a concretagem e após o endurecimento da superfície do concreto deve-se promoverabundante irrigação da peça concretada, inclusive nas fôrmas, durante os sete primeiros dias (as pri-meiras 48 horas são fundamentais).

Em casos de laje recomenda-se utilizar métodos eficientes tais como espalhar sobre a super-fície uma camada de areia e mantê-la sempre úmida. Usam-se, também, sacos de estopa para essemesmo fim. Um método eficiente é a utilização de “bicos de irrigação”, iguais àqueles utilizados emgramados.

Cuidado: o vento é fator importante a ser observado, pois provoca ressecamento rápido da

peça que foi molhada.

O concreto n o seca, ele passa por um processo de endurecimento chamado “O concreto n o seca, ele passa por um processo de endurecimento chamado “cura ..

Fique de olho!Fique de olho!

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63Concreto

5.8 Equipamentos auxiliares

As Figuras 5.7 e 5.8 mostram dois equipamentos cada vez mais utilizados nos serviços de con-cretagem, principalmente quando se trata de pisos e lajes de concreto. Tais equipamentos conferemacabamento superior, proporcionando qualidade e eficiência.

5.8.1 Cortador de superfície ou serra para piso

O cortador de superfícies com disco de corte diamantado é recomendado para trabalhos emque há necessidade de corte do piso para execução de juntas de dilatação ou reparos.

Figura 5.7 - Cortadora ou serra de piso de concreto.

5.8.2 Acabadora de superfície ou desempenadeira mecanizada

Utilizada nos trabalhos de desempeno, acabamento e flotação em superfícies concretadas.

Figura 5.8 - Acabadora de superfície.

   F  o  n

   t  e  :

   C   L   A   R   I   D   O   N

   M   á  q  u

   i  n  a  s  e  e  q  u

   i  p  a  m  e  n

   t  o  s

   L   t   d  a .

   D   i  s  p  o  n

   í  v  e

   l  e  m  :  w  w  w .  c

   l  a  r   i   d  o  n .  c

  o  m .   b

  r .   A  c  e  s  s  o  e  m  :

   2   9

  n  o  v .

   2   0   0   8

 .

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64 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Você aprendeu que há diversos tipos de concreto para as mais diversas necessidades, e os aditivosque conferem características adicionais ao concreto.

Tiveram destaque: a forma correta de preparo do concreto manualmente ou em betoneira esta-cionária; o que deve ser mencionado ao solicitar concreto em usinas concreteiras; e a forma ideal paraaplicação concreto e os equipamentos que auxiliam nessa tarefa.

Vamos recapitular?

Agora é com você!

1) Ao fazer um pedido de concreto para uma usina, vários dados devem ser fornecidos.Quais são

2) Se uma viga de concreto possui alta taxa de armadura, quais características o concre-to deve possuir?

3) Qual o tipo de cimento a ser utilizado quando queremos uma desforma em curtoperíodo de tempo?

4) Qual tipo de aditivo deve ser empregado no concreto quando a distância da usina deconcreto é distante e a aplicação do concreto é trabalhosa?

5) Faça uma pesquisa nas lojas de materiais de construção e identifique os tipos decimento que são comercializados em sua região.

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66 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

6.2 Materiais paraexecução de fôrmas

São muitos os materiais destinados àexecução de fôrmas para concreto. Dos maiscomuns, podemos destacar a madeira, que é

um material de larga utilização, por ser de fácilaquisição e trabalhabilidade.

A madeira para execução das fôrmas deveter as seguintes qualidades:

 » elevado módulo de elasticidade eresistência razoável;

 » não ser excessivamente dura, de modoa facilitar a serragem, bem como a

penetração e a extração de pregos; » baixo custo;

 » pequeno peso específico.

Nesse grupo de materiais destacam-se:

 » Madeira bruta: destinada à concreta-gem de peças de fundação e de estru-turas que não requerem acabamentoperfeito ou que devam receber reves-timento.

 » Compensado resinado:  destinado àconcretagem de elementos estrutu-rais que não requerem muito acaba-mento. Dependendo do fabricante edo modo de uso e armazenamento,tais peças podem ser reutilizadas poraté cinco vezes.

 » Compensado plastificado:  largamenteempregado para a concretagem de

elementos que requerem acabamento,utilizado muitas vezes para o cha-mado “concreto à vista”. Dependendoda qualidade, do uso e do armazena-mento, tais peças podem ser reutiliza-das por até cinquenta vezes.

 » Metálica:  material cada vez maisusado, principalmente em constru-ções onde há predominância de ele-

mentos estruturais com dimensõespouco variadas. Há no mercado inú-meras empresas fornecedoras de for-mas metálicas, inclusive com possibi-lidade de desenvolvimento de formaspersonalizadas. Na indústria de pré-

-moldados é o tipo mais utilizado, esua reutilização é praticamente ilimi-tada. Sua relação custo/benefício ébastante interessante.

 » Mista: são fôrmas em que a madeiraé estruturada em conjunto com ele-mentos metálicos, propiciam faci-lidades de manuseio e estabilidadeestrutural, e em elementos especiais.

Também utilizada em obras cuja variação dimensional dos elementosestruturais é pequena.

Atenção especial deve se dar ao posicio-namento dos pregos necessários para a monta-gem das fôrmas, uma vez que conforme o posi-cionamento das peças que a compõem, podehaver dificuldade na desforma. Veja o exemploda viga na Figura 6.1: numa fôrma de viga sãodesformadas, em primeiro lugar, as laterais, e

por último a base.

Figura 6.1 - Fixação dos pregos na baseda fôrma de uma viga.

Outros Materiais:

 » Laminados.

 » Papelão.

 » Fibras.

 » Poliestireno expandido (Isopor).

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67Formas e Escoramentos

6.3 Tipos de fôrmas

 » Removível: podem ser retiradasapós a cura do elemento concretadoe podem ou não ser reaproveitadas.Utilizadas em lajes, painéis, vigas,

pilares, entre outros. » Perdida:  ficam embutidas nos ele-

mentos estruturais e não podem serretiradas. Utilizadas em lajes nervu-radas como “fôrma perdida”, comomostra a Figura 6.2. Os materiaispara a confecção dessas fôrmas sãoos de menor peso específico possívele destacam-se o papelão e poliesti-reno expandido (Isopor).

Concreto Forma

Figura 6.2 - Exemplo de fôrma perdida.

A concretagem desse tipo de fôrma con-

siste de duas etapas: a primeira é a base inferiorda laje, e após o posicionamento das fôrmas e acomplementação das armaduras é então execu-tada a segunda etapa da concretagem, Figura 6.3.

Primeira etapa de concretagem

Segunda etapa de concretagem

Figura 6.3 - Etapas de concretagem de fôrma perdida.

 » Contrabarranco:  quando o solo ébem consistente, estável e livre deágua, costuma-se utilizá-lo comofôrma para as estruturas de blocos defundação e baldrames, Figura 6.4).Escava-se o solo, recortando-o com

pelo menos 1 cm a mais nas largurase aplica-se um chapisco de cimento eareia traço 1:3 (em volume) nas late-rais. Esse chapisco tem a finalidade deevitar a fuga da água do concreto parao solo e possíveis desbarrancamen-

tos. A vantagem desse procedimentoé que evita desforma e reaterros. Umadesvantagem é a fragilidade nas bei-radas por causa da movimentaçãodos operários; esse problema pode seramenizado colocando-se um colari-nho de madeira a sua volta.

Chapisco nas laterais da escavação

Concreto magro

Solo

Figura 6.4 - Esquema de uma fôrma contrabarranco.

6.4 Nomenclaturas usuaispara fôrmas demadeira1

 » Painéis: são as superfícies (faces)que vão dar forma ao elementoconstrutivo. Os painéis formam ospisos das lajes, as faces de vigas, pila-res, paredes e fundações. São nor-malmente interligados por sarrafosde 2,5 × 10 cm (1” × 4”).

 » Travessas: 

peças de ligação dos pai-néis. São feitas de sarrafos de 2,5 ×10 centímetros ou de pontaletes (cai-bros) de 7,5 × 7,5 cm (3” × 3”). Comomedida de economia, são em geral

1 Adaptado de AZEREDO, Helio Alves - 2005.

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68 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

utilizadas como elementos constitutivos das gravatas. A distância entre as travessas é geral-mente constante no mesmo painel, de modo que a sua fixação pode ser feita com facilidadee rapidez, por meio de mesas previamente bitoladas.

 » Travessões: peças de suporte empregadas somente nos escoramentos dos painéis das lajes;são em geral feitas de pontaletes de 7,5 × 7,5 cm e trabalham como vigas contínuas apoia-das nas guias.

 » Guias: peças de sustentação dos travessões. São feitas, em geral, de caibros de 7,5 × 7,5 cmou sarrafos de 2,5 × 10 cm trabalhando de cutelo, isto é, na direção da maior resistência.Em alguns casos, por exemplo, na execução de apoios para lajes pré-moldadas, os traves-sões podem ser suprimidos. As guias são apoiadas nos pontaletes ou “pés-direitos”.

 » Travessas de apoio: 

peças fixadas sobre as travessas verticais das faces da viga, destina-das a servir de apoio para as extremidades dos painéis das lajes e das respectivas peças desuporte (travessões e guias).

 » Cantoneiras (chanfrados ou meios-fios): 

pequenas peças de seção triangular pregadas nosângulos internos das fôrmas, destinadas a evitar as quinas vivas dos pilares, vigas etc.

» Gravatas (gastalhos): 

peças que ligam os painéis das fôrmas dos pilares, colunas e vigas,destinadas a reforçar essas fôrmas, para que resistam aos esforços que nelas atuam na oca-sião do lançamento do concreto. A distância entre as gravatas geralmente varia de 40 a 60cm para peças de pouca solicitação e depende, ainda, dos reforços executados nos painéis.As peças utilizadas normalmente são os sarrafos ou os pontaletes (caibros) ou, ainda, acombinação entre caibros e sarrafos.

 » Montantes: 

peças destinadas a reforçar as gravatas dos pilares. Feitas em geral de caibros de7,5 × 7,5 cm, reforçam ao mesmo tempo várias gravatas. Os montantes colocados em facesopostas de pilares, paredes e fundações são ligados entre si por ferros redondos ou tirantes.

»

Pés-direitos (pernas): suportes das fôrmas das lajes, cujas cargas vêm por intermédio dasguias; ou seja, fazem o escoramento das estruturas das fôrmas. Feitos usualmente de cai-bros de 1a qualidade, de 7,5 × 7,5 cm. São apoiados normalmente sobre pequenas tábuas(calços) colocados sobre a superfície de apoio.

» Pontaletes (pernas): 

suportes das fôrmas das vigas, que sobre eles se apoiam por meio decaibros curtos de seção normalmente idêntica à do pontalete e independentes das traves-sas da fôrma. Num mesmo pavimento o comprimento dos pontaletes varia, naturalmente,com a altura das vigas. Feitos usualmente de caibros de 1ª qualidade, de 7,5 × 7,5 cm.

 » Escoras (mãos-francesas):  peças inclinadas trabalhando a compressão, empregadas fre-quentemente para impedir o deslocamento dos painéis laterais das fôrmas de vigas, esca-

das, blocos de fundação etc. Podem ser executadas com sarrafos ou pontaletes (caibros) eo seu distanciamento varia principalmente em relação à altura da peça a ser concretada.

 » Chapuzes: pequenas peças feitas de sarrafos de 2,5 × 10 cm, de cerca de 15 a 20 cm decomprimento, geralmente empregadas como suporte e reforço de pregação das peças deescoramento, ou como apoio dos extremos das escoras.

 » Talas: peças idênticas aos chapuzes, destinadas à ligação e à emenda das peças de escora-mento. São, em geral, empregadas nas emendas de pés-direitos e pontaletes, e na ligaçãodessas peças com as guias e travessas.

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69Formas e Escoramentos

 » Cunhas (palmetas): 

peças prismáticas, geralmente usadas aos pares, com a dupla finali-dade de forçar o contato íntimo entre os escoramentos e as fôrmas, para que não haja des-locamento durante o lançamento do concreto e facilitar, posteriormente, a retirada desseselementos. Devem ser feitas, de preferência, de madeiras duras, para que não se defor-mem ou sejam inutilizadas facilmente.

 » Calços: peças de madeira sobre as quais se apoiam os pontaletes e pés-direitos, por inter-médio das cunhas; são geralmente feitas de pedaços de tábuas de aproximadamente 30 cmde lado. Mediante a superposição de calços e variação do encaixe das cunhas, podem sereliminadas as pequenas diferenças de comprimento dos pés-direitos e pontaletes de ummesmo escoramento, ou podem ser adaptadas ao escoramento de vigas e lajes de alturasou espessuras variadas.

» Espaçadores: pequenas peças feitas de concreto, empregadas nas fôrmas de paredes e fun-dações, para manter a distância interna entre os painéis quando da necessidade de utiliza-ção de tirantes.

 » Tirantes:  peças metálicas compostas de uma

barra de ferro com rosca e porca em ambasas extremidades ou em apenas uma extremi-dade, posicionadas entre as faces de vigas ouparedes, destinadas a reforçar a ação das gra- vatas. Os tirantes são transpassados normal-mente num tubo plástico, especialmente des-tinado a esse fim, como mostra a Figura 6.5.

» Janelas (bocas): 

aberturas localizadas na base das fôrmas dos pilares e paredes, ou juntoao fundo das vigas de grande altura, destinadas a facilitar-lhes a limpeza imediatamenteantes do lançamento do concreto.

 » Travamento:  ligação transversal das peças de escoramento que trabalham à flambagem(carga de topo), destinada a subdividir o comprimento e aumentar a resistência.

» Contraventamento (travamento, amarração):  ligação destinada a evitar qualquer deslo-camento das fôrmas, assegurando a indeformabilidade do conjunto. Consiste da ligaçãodas fôrmas entre si, por meio de sarrafos e caibros, formando triângulos. Nas construçõescomuns o contraventamento, em geral, é feito somente em planos verticais, destinando-sea impedir o desaprumo das fôrmas dos pilares e colunas, sendo desnecessário no planohorizontal, visto que as fôrmas das lajes geralmente já impedem a deformação do con- junto, nesse plano.

» Desmoldante: composto líquido destinado a ser aplicado nos painéis internos das fôrmaspara evitar a aderência de concreto na fôrma. Facilita, assim, a desforma, e deve ser apli-cado antes da colocação da armadura.

6.5 Exemplos de montagem de fôrmas e escoramentos

É sabido que existem vários tipos de montagem de fôrmas para concreto. As Figuras 6.6 a 6.15apresentam somente alguns exemplos.

Figura 6.5 - Tirante metálico.

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70 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Viga com escoramento metálico

Figura 6.6 - Viga com escoramento metálico.

Viga com escoramento de madeira

Figura 6.7 - Viga com escoramento de madeira.

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71Formas e Escoramentos

Montagem de fôrma para viga baldrame

Figura 6.8 - Viga baldrame.

Sarrafo ou pontalete de reforço do painel da fôrma

Estronca

Estacas firmemente cravadas no solo

Painel da fôrma

Figura 6.9 - Lateral da fôrma de uma viga baldrame.

Montagem de fôrma para sapatas

“Pescoço” da sapata

1

1 Tirante

2 Espaçador de concreto

3 Gabarito em sarrafo de madeira

4 Concreto magro

Obs: Para uma maior eficiência, a concretagem é feita em duas etapas:

primeiro a base e depois o “pescoço”; sendo assim, a base servirá de apoio para o “pescoço”.

Base da sapata

2

3

4

Figura 6.10 - Fôrma de uma sapata.

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72 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Montagem de fôrmas para pilares

Figura 6.11 - Fôrma de um pilar.

Montagem de fôrma para laje com escoramento metálico

Figura 6.12 - Laje com escoramento metálico.

Montagem de fôrma para laje e viga com escoramento metálico

Figura 6.13 - Laje e viga com escoramento metálico.

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73Formas e Escoramentos

l

l

l

l

l

l

Figura 6.14 - Fôrma e escoramento de uma escada.

Viga mista para barroteamento e apoios

Exemplo de viga mista, que substitui com vantagem os

barrotes de vigas de madeira nas fôrmas de vigas e lajes.

Figura 6.15 - Viga mista: metal e madeira.

6.6 Considerações gerais sobre fôrmas

6.6.1 Orientações gerais sobre as fôrmas

As fôrmas para concreto armado devem satisfazer os seguintes requisitos de ordem geral:

 » Ser executadas rigorosamente de acordo com as dimensões indicadas no projeto e ter aresistência necessária para não se deformarem sensivelmente sob a ação dos esforços que vão suportar, isto é, sob a ação conjunta do peso próprio, do peso e pressão do concretofresco, do peso das armaduras e das cargas acidentais. Nas peças de grande vão devem tera sobre-elevação necessária (contraflexa) para compensar a deformação inevitável sob aação das cargas.

» Atenção especial para a estabilidade das fôrmas, quando o concreto for sofrer adensa-mento por vibração por meio de vibradores de alta frequência (vibradores de imersão).

 » Ser praticamente estanques, condição esta de grande importância para que não haja perdade cimento arrastado pela água. Para esse fim, é preciso que as tábuas sejam bem alinha-das, para que se justaponham o melhor possível, e as fendas que apareçam sejam tampa-das cuidadosamente com papel ou pano.

 » Deverá merecer cuidado particular a ligação das tábuas que formem ângulos (arestas de vigas e de pilares, juntas de vigas com lajes etc.)

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74 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

 » Ser construídas de modo a permitira retirada dos seus diversos elemen-tos com relativa facilidade e, prin-cipalmente, sem choques. Para essefim, o seu escoramento deve apoiar--se sobre cunhas, caixas de areia ou

outros dispositivos apropriados. » Ser projetadas e executadas de modo

que permita o maior número de uti-lizações das mesmas peças.

 » Serem feitas com madeira apare-lhada ou chapas de compensadoplastificado, nos casos em que o con-creto deva constituir superfície apa-rente definitiva.

 »

Antes do lançamento do concreto,as fôrmas devem ser limpas interna-mente; para esse fim, devem ser dei-xadas aberturas, denominadas “jane-las”, próximas ao fundo, nas fôrmasde pilares, paredes e vigas estreitas eprofundas, Figura 6.16.

Tampa parafechamento da janela

 Abertura na forma para limpeza (janela)

~20 cm

Figura 6.16 - Abertura (janela) para limpeza das fôrmas.

 » Antes do lançamento do concreto asfôrmas devem ser molhadas até a satu-ração, para que não absorvam águanecessária à pega do cimento. O escoa-

mento da água em excesso, empregadapara esse fim, será feita por furos con- venientemente localizados.

 » A retirada das fôrmas deve obedecersempre à ordem e aos prazos míni-mos indicados, conforme Tabela 6.1,de acordo com o estipulado nas Nor-mas Brasileiras. Essa operação deveser feita sem choques, e, quanto pos-

sível, por carpinteiros ou operáriosexperientes, para que não causemdanos à superfície do concreto nemàs fôrmas, e possam ser reaproveita-das mais vezes.

Tabela 6.1 - Tabela prática para desformados painéis laterais das estruturas

Estrutura Tempo

Paredes, pilares e faces laterais de vigas 3 dias

Lajes até 10 cm de espessura 3 dias

Lajes de mais de 10 cm de espessura 21 dias

Faces inferiores de vigas até 10 m de vão 21 dias

Arcos e abóbadas 28 dias

Faces inferiores de vigas de mais de 10 m de vão 28 dias

6.6.2 Estimativa de consumode madeira para fôrma

Considera-se, como estimativa, em média,12 m2  de fôrma para cada metro cúbico deconcreto.

6.6.3 Dimensões comerciaisdas madeiras para fôrmae escoramentos

Chapas de compensado

 » Largura por comprimento (cm):

110  220 ; 122  244

 » Espessuras (mm): 6, 8, 10, 12, 15, 20

Peças de madeira bruta

 » Tábuas: espessura  largura (cm):

2,5  30 ; 2,5  25

 » Sarrafos: espessura por largura (cm):2,5  10

 » Ripas ou Ripão: espessura por lar-gura (cm):2,5  5

 » Pontaletes: espessura por largura (cm):

5  5 ; 7,5  7,5

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75Formas e Escoramentos

O comprimento das madeiras brutas pode variar de 50 em 50 centímetros, a partir de 2metros. Em geral, as peças são comercializadas com mediadas entre 3 e 4,50 m. Para peças maiores eespeciais, os fornecedores deverão ser consultados.

6.7 Prego

Os tipos de pregos empregados na construção civil são os mais variados. A Tabela 6.2 apre-senta os principais tipos utilizados:

Tabela 6.2 - Alguns tipos de pregos

Pregos Normais Com Cabeça Aplicações

 » Montagem de formas para concreto - Construção de casas

 » Confecção de estruturas diversas

 » Forros - Tapumes

Tamanho

 » variável a partir de 12x12

Pregos Sem Cabeça Aplicações

 » Assoalho e marcenaria em geral

 » Rodapé

 » Molduras de portas, janelas etc.

Benefícios

 »  Melhor acabamento, pois fica escondido na madeira.

Cabeça Dupla 

Aplicações » Ideal para montagem de estruturas de madeiras temporárias, como fôrmas para concreto e andai-

mes. Sua dupla cabeça torna muito mais fácil o arranque, evitando danos à madeira.

Medidas

18 x 27 (2.1/2”  10), 17 x 27 (2.1/2”  11), 18 x 30 (2.3/4”  10)

Fonte: Paganini & Cia. Ltda. Disponível em www.paganini.com.br. Acesso em: 15 maio 2007.

No Brasil, normalmente se utilizam as medidas de pregos emNo Brasil, normalmente se utilizam as medidas de pregos em fieira PG Xlinhas portuguesas  Uma (1) linha portuguesa corresponde a 2,3 mm, e fieiraUma (1) linha portuguesa corresponde a 2,3 mm, e fieira

PG corresponde aPG corresponde a Paris GaugeParis Gauge  bitolas de arame-padr o na França, ent o,bitolas de arame-padr o na França, ent o,quando se diz prego 18quando se diz prego 18   27, significa que a bitola corresponde à fieira27, significa que a bitola corresponde à fieiraPG 18 (3,4 mm), enquanto o comprimento corresponde a 27 linhas portu-PG 18 (3,4 mm), enquanto o comprimento corresponde a 27 linhas portu-guesas, ou seja, 27guesas, ou seja, 27  2,3 = 62,1 mm.2,3 = 62,1 mm.

Fique de olho!Fique de olho!

Figura 6.17 - Foto de uma fôrma para viga-calha: Obra CPW, Nestlé, Caçapava-

SP, engenheiro Julio Salgado.

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76 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Foram vistos no Capítulo 6 os diversos tipos de materiais para execução de fôrmas, os tipos defôrmas e, ainda, os procedimentos para uma boa confecção de fôrmas para concreto.

As Figuras ilustraram os esquemas básicos de montagem de diversos tipos de fôrmas para estrutura.

Vamos recapitular?

gora é com você

1) Tirantes são dispositivos metálicos utilizados para a amarração de fôrmas. O quedeve ser inspecionado nesses dispositivos antes de sua utilização?

2) Faça uma visita às lojas de materiais de construção e identifique os tipos de madeiras

e chapas de compensado que são comercializados.

3) Caso haja na sua cidade ou região alguma empresa locadora de equipamentos paraconstrução civil, verifique os tipos de escoramentos disponíveis.

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77

7Armação

Neste capítulo a abordagem é a respeito da utilização do aço nas armaduras para concreto, e comoé feita a interpretação das anotações nos projetos estruturais. Além disso, também, quais são os diâme-

tros (bitolas) usados, e como é feita a sua dobra.

Para começar

7.1 Conceito

Armaduras são elementos pertencentes à estrutura na fasede sua execução, que se destinam a dar resistência à estrutura deconcreto, principalmente quanto aos esforços de tração e flexão,como mostra a Figura 7.1. Estas devem obedecer a certos crité-rios de execução, pois podem interferir de maneira significativa

na estabilidade estrutural do elemento a ser concretado.

7.2 Categoria e classes

No mercado da construção civil, podem ser encontrados os seguintes aços:

 » CA-25:  aço de grande maleabilidade, utilizado principalmente como tirante em fôrmaspara concreto armado.

Figura 7.1 - Aço para construção.

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79Armação

Tabela 7.3 - Relação do cobrimento da armadura com a agressividade ambiental

Relação entre classe de agressividade ambiental e cobrimento da armadura*

Tipo de estrutura Componente ou elemento

Classe de agressividade ambiental

I II III IV

Cobrimento nominal (mm)

Concreto ArmadoLaje 20 25 35 45

Viga / Pilar 25 30 40 50

Concreto Protendido Todos 30 35 45 55

* NA: Para dados adicionais deve-se consultar a referida norma.

7.4 Armação típica das peças estruturais

O posicionamento das barras de aço (armação) é feito segundo os diagramas de esforços soli-citantes, principalmente os de flexão e tração. Genericamente, esses posicionamentos podem ser

ilustrados para as principais peças estruturais, que são: vigas, na Figura 7.2; pilares, na Figura 7.3; earmação típica para sapata, na Figura 7.4.

Barras de montagem

Estribos  Armadura inferior ou"ferragem positiva"

 Armadura superior ou"ferragem negativa"

Barras de montagem: necessárias para o posicionamento da ferragem.Estribos: dimensionados, principalmente, para os esforços cortantes.

 Armadura superior: dimensionada, principalmente, em função dos momentos fletores "negativos". Armadura inferior: dimensionada, principalmente, em função dos momentos fletores "positivos".

Figura 7.2 - Armação típica de uma viga.

Figura 7.3 - Armação típica de um pilar.   Figura 7.4 - Armação típica de uma sapata.

A armadura superior é estendida ao longo

da viga para ser usada como estruturante

para os estribos.

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80 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

7.5 Interpretação das nomenclaturas em projeto

Os projetos de estrutura possuem, além das dimensões do elemento estrutural (largura, alturae comprimento), a distribuição da armadura de aço no interior da peça.

Cada componente da armadura recebe uma identificação composta de um desenho específicomostrando as dimensões a ser formatadas na dobra, uma numeração que identifica a posição do ele-

mento na armadura, a quantidade de elementos, o diâmetro (ou bitola) do aço, e, ainda, o compri-mento total de cada elemento que é utilizado para o corte.

Nesta notação também se encontra um complemento do tipo “c/20”. Isso significa que a nota-ção se refere à armação dos estribos; o número que aparece após o “c/” mostra o espaçamento em

centímetros entre os estribos. Veja o exemplo:N12 – 25 Ø 6,3 c = 120 c/20

Figura 7.5 - Nomenclatura das barras.

Em obras, é comum a denominação dos ferros superiores como “ferragem negativa”, e os ferrosinferiores como “ferragem positiva”, porém essas denominações referem-se à posição dos ferros naestrutura segundo o gráfico de momentos fletores obtidos no cálculo dos esforços solicitantes.

A Figura 7.6 detalha a armação de uma viga:

45023 N8

2 N5 - 2 N6

4 N7

Viga V3 (25 X 43)

30

30

30

30

30

30

445

445

445

N6 - 2 8 c = 505

N7 - 4 10 c = 505

5

5

3838

20

20

43

25

2 N6

2 N5

23 N8

4 N7

N8 - 23 5 c = 126 com 20 (CA60)

N5 - 2 10 c = 505

Figura 7.6 - Detalhe da armação de uma viga.

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81Armação

7.6 Tabela de resumo de aço

Em um projeto de estrutura há duas tabelas de aço. Uma se refere aos detalhes das peças deaço a serem cortadas e dobradas para cada posição na estrutura, e outra que se refere ao resumo deaço por bitola empregada no projeto.

As Tabelas 7.4 e 7.5 se referem ao projeto de fundação acima apresentado.A Tabela 7.4, Tabela de aço, mostra o detalhamento de cada posição do aço na estrutura, na

qual temos:

N  →  Posição do aço na estrutura

Ø  →  Diâmetro da barra de aço a ser cortada e dobrada

Q  →  Quantidade de barras na posição considerada

L  →  Comprimento em metro de corte da barra de aço

L total →  Comprimento total de aço necessário para a posição considerada

Tabela 7.4 - Exemplo de tabela de aço

Tabela de aço

N Ø Q L (m) L total (m)

12 10 72 5,20 374,40

13 12,5 42 10,28 431,76

14 8 30 10,44 313,20

15 10 120 10,25 1.230,00

16 6,3 372 2,09 777,48

17 10 12 2,36 28,32

18 12,5 72 2,36 169,92

A Tabela 7.5, Resumo de aço, apresenta um resumo de aço para o projeto. Esse resumo é dadopor bitola necessária, e extraído da Tabela de Aço já comentada. Eis os dados:

Ø  →  Diâmetro da barra de aço.

L total  →  Comprimento total de aço necessário para a bitola considerada.

kg/m  →  Peso em quilogramas do aço por metro para a bitola considerada.

kg total  →  Peso total em quilogramas do aço para a bitola considerada.

Total kg + 10%  →  Peso total em quilogramas do aço para a bitola considerada acrescido de10% por causa das perdas inevitáveis.

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82 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Tabela 7.5 - Exemplo de tabela de resumo de aço

Resumo de aço

Ø L total (m) Kg/m Kg total Total Kg + 10%

6,3 777,48 0,250 194,37 213,81

8 313,20 0,400 125,28 137,81

10 1.632,72 0,630 1028,614 1.131,47

12,5 601,68 1,000 601,68 661,85

Total (Kg) 2.144,94

7.7 Comercialização

Encontram-se barras no comprimento de 12 m, e as bitolas mais finas (3,2 e 4 mm) podem serencontradas em rolos. Na Tabela 7.6 constam os tipos fabricados em conformidade com as bitolas.

Eis os diâmetros de comercialização:Tabela 7.6 - Bitolas (diâmetro) em função da seção e peso por metro

∅ (mm) 3,2 4 5 6,3 8 10 12,5 16 20 22 25

CA 50 • • • • • • • •

CA 60 • • • • • •  

Peso (kg/m) 0,06 0,10 0,16 0,25 0,40 0,63 1,00 1,60 2,50 3,00 4,00

Seção (cm2) 0,080 0,125 0,200 0,315 0,500 0,800 1,250 2,000 3,150 3,880 5,000

7.8 Arames para amarração

Aspecto importante no projeto estrutural do concreto armado é o posicionamento adequadodas barras de aço dentro do elemento estrutural. As barras são posicionadas segundo os esforçossolicitantes, e de acordo com a região do elemento estrutural. Para este fim são então fabricados“estribos”, com a finalidade de posicionamento das barras de aço além de, também, receber influên-cia de alguns esforços solicitantes.

Para a amarração das barras de aço são normalmente utilizados fios de arame recozidos. Oarame recozido é produzido com aço de baixo teor de carbono, por trefilação, e posteriormente recebe

um tratamento térmico controlado (recozimento) adquirindo resistência a tração e maleabilidade.

É empregado, principalmente, nas amarrações de armadura para concreto armado e pode serfornecido em rolos de 60, 35 e 1 kg.

Normalmente, na amarração das armaduras é utilizado o arame BWG nº 18 do tipo recozido,retorcido, em fio duplo.

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83Armação

7.9 Ilustrações de corte, dobra e montagem2

Figura 7.7 - Ilustração de máquina mecânica (ou tesoura) para corte.

 

Figura 7.8 - Ilustração da bancada e da ferramenta para dobra da armadura.

Figura 7.9 - Ilustração das operações de dobra de um estribo.

2 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Armador de ferro. Rio de Janeiro, 1980. (Série metódica ocupacional).

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84 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Figura 7.10 - Ilustração da amarração da armadura de uma viga.

Para a execução de obras de médio e grande portes, além do corte e da dobra das armaduras por processo manual,Para a execução de obras de médio e grande portes, além do corte e da dobra das armaduras por processo manual,usam-se, com grande eficácia e qualidade, com ganho de desempenho e produtividade, máquinas hidráulicas ou elétricasusam-se, com grande eficácia e qualidade, com ganho de desempenho e produtividade, máquinas hidráulicas ou elétricas

destinadas ao corte e à dobra das armaduras. S o máquinas posicionadas estrategicamente no pátio de armaç o, com adestinadas ao corte e à dobra das armaduras. S o máquinas posicionadas estrategicamente no pátio de armaç o, com afinalidade de organizar a produç o de larga escala.finalidade de organizar a produç o de larga escala.

Fique de olho!Fique de olho!

7.10 Planejamento de corte

No projeto de estrutura, normalmente considera-se uma perda de 10% sobre a quantidade deaço especificada para os elementos estruturais. Dificilmente um projeto estrutural contempla peçascom elementos de aço de tamanhos iguais, pois há diferentes tamanhos de barras de aço a seremcortadas para as diferentes peças estruturais. Assim, é importante um planejamento de corte para

que haja racionalização no consumo do aço evitando desperdícios. Veja o seguinte caso:Se em uma grande obra o consumo de aço chega a quinhentas toneladas e considerando no

projeto uma “perda de 10%” significa, então, uma perda de cinquenta toneladas de aço, ou seja:50.000 kg. Considerando o custo do aço, nos dias atuais, a aproximadamente R$ 4,00o quilo, chega--se a uma perda de R$ 200.000,00.

Faz-se necessário, portanto, um planejamento adequado para que as sobras sejam minimiza-das, e o que não puder ter aproveitamento ser vendido como sucata.

7.11 Cuidados » Quando da colocação das armaduras nas fôrmas todo o cuidado deve ser tomado de modo

a garantir o perfeito posicionamento da armadura no elemento final a ser concretado.

 » Não utilizar armadura já em processo de corrosão. É normal uma fina camada corroídana superfície do aço.

» Garantir o posicionamento correto da armadura negativa.

 » Antes de colocar a armadura da viga na fôrma, deve-se colocar as pastilhas ou os espaça-dores de cobrimento.

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85Armação

 » Uma vez pronta a armadura, deve-se proceder a uma inspeção antes da liberação da peçapara a concretagem.

posicionamento, diâmetro e quantidade de barras;

espaçamento das armaduras longitudinais;

espaçamento dos estribos;

comprimento dos transpasses (emenda);

colocação dos caranguejos para garantia da armação negativa nas lajes;

colocação de pastilhas de cobrimento;

posicionamento de galgas e mestras para nivelamento;

posicionamento e fixação dos elementos embutidos e tubulações;

alta concentração de armadura que possa prejudicar a passagem do concreto;

limpeza geral das fôrmas.

Alguns dispositivos para garantia de cobrimento e posicionamento encontram-se na Figura 7.11:

Figura 7.11 - Espaçadores para armadura.

7.12 Telas soldadas para concreto armado

As telas soldadas para concreto armado são produtos pré-fabricados, constituídos de fios de

aço nos sentidos longitudinal e transversal - que formam malhas quadradas ou retangulares -, solda-dos em seus pontos de encontro. Podem ser fornecidas em rolos ou painéis, em diferentes tamanhosde malhas e de bitolas de aço, que podem substituir as armações convencionais, principalmente emarmaduras de lajes e de pisos. Como vantagens, encontram-se a seguir algumas características:

 » espaçamento uniforme dos fios;

» aderência ao concreto por meio de juntas soldadas;

» segurança na ancoragem;

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86 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

 » facilidade de inspeção pelo engenheiro fiscal;

» posicionamento adequado nas fôrmas;

» controle de qualidade.

Algumas aplicações:

»

Lajes e pisos armados. » Indústria de pré-moldados.

» Vigas.

» Pilares.

» Bueiros tubulares e celulares.

» Piscinas.

» Paredes diafragma.

» Revestimentos dos túneis.

» Caixas d’água.» Mourões.

» Paredes autoportantes.

 » Contenção de encostas (concreto projetado).

7.12.1 Dimensões das telas

As telas para concreto armado possuem o desenho a seguir, em que se apresentam suas princi-pais medidas, bitolas e tipos de fornecimento.

Uma tabela completa com todos os tipos e dimensões deve ser obtida nos fabricantes que,inclusive, orientam sua aplicação.

As medidas (A  B) mais comuns, em centímetros, são:

10  10 10  15 15  15 10  20 10  30

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87Armação

As bitolas dos fios (longitudinais e transversais) mais comuns, em milímetros, são:

3,4  3,4 3,8  3,8 4,2  4,2 4,5  4,5 5  5

5,6  5,6 6  6 6  8 6  7,1 7,1  7,1

8  8 9  9 10  6 10  10 12  7,1

Com relação ao fornecimento:

 » Em painéis de 2,45 m  6 m ou 2 m  3m.

 » Rolos de 60 m e 120 m (somente para as telas de bitolas mais finas).

Você aprendeu que o aço utilizado nas estruturas de concreto armado é o do tipo CA50, suasmedidas, nomenclaturas, e a utilização de telas soldadas.

Aprendeu ainda o que significa um cobrimento e os dispositivos utilizados.

Vamos recapitular?

gora é com você

1) Uma obra deve ser executada numa fazenda, longe de um centro urbano. Quaiscobrimentos de armadura devem ser adotados?

2) Na armação do pilar a seguir, identifique as peças longitudinais e transversais.

 A

B

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88 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

3) De um projeto de fundações foram extraídos os detalhes da armação de tubulões,blocos de fundação e arranques dos pilares. Construa uma tabela de aço para essaestrutura e uma tabela de resumo de aço.

Armação bloco Bl5 (6x)

140

130

18N10

132

50

122

132

122

50

N 10 - 18 10 c = 232

N 11 - 18 10 c = 376 134

7 N 8/7 N9

4N 12

18 N 11

382

382

122

122

50

50

N 8 - 7 12,5 c = 482

384

384

134

8

8

N 9 - 7 12,5 c = 626

N 12 - 4 8 c = 1052

31

N

14

Estribo 62

N 16 - 31 6,3 c = 209 c/ 30

230,758

240,708 = Cota de arrasamento

241,908

Armação tubulão Tl7 (12x)

10 N 15

31 N 16

10 N 13

N

15

-10

12,5

c=

1025

           1025

Arranque do pilar P12 (6x)

2 x 4 N 13

2 x 4 N

2

5

100

N

13

-2

x4

10

c=

235

           

205

N

14

-2

x4

12,5

c=

235

           205

30 30

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89

8Alvenarias

Neste capítulo será abordada a execução de uma alvenaria nos seus detalhes, a diferença entrealvenaria estrutural e de vedação.

E, também, os tipos de blocos cerâmicos utilizados e as estruturas que envolvem a estruturação deuma alvenaria.

Para começar

8.1 Conceito de alvenaria

As vedações verticais podem ser entendidas como um subsistema do edifício, constituído porelementos que dividem os ambientes internos, controlam a ação de agentes indesejáveis, entre osquais: intrusos, animais, ventos, chuvas, poeiras, ruídos e quaisquer outros, constituindo suporte e

proteção para as instalações dos edifícios e ainda servem para proporcionar condições de habitabili-dade necessária às edificações. Outros elementos de vedação verticais podem ser: esquadrias, vidros,painéis de outros materiais, que serão vistos mais adiante.

Normalmente as alvenarias de vedação são caracterizadas por elevado índice de quebras, retra-balhos, desperdícios, falta de padronização dos elementos de alvenaria, falhas de detalhamento deprojeto e ausência de projeto de paginação, e quando não há projetos específicos não se tomam cui-dados mínimos necessários para um desempenho razoável na execução desses serviços.

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90 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

A alvenaria pode ser entendida como um componente construído em obra, por meio da uniãoentre unidades (blocos e tijolos), e o elemento de ligação (argamassa de assentamento) formando umconjunto monolítico e estável.

Figura 8.1 - Elementos de uma alvenaria.

8.1.1 Diferença entre alvenaria de vedação e estrutural

 » Alvenaria de vedação: É aquela utilizada para fechamento de vãos ou delimitação deáreas, onde nas estruturas em concreto armado ou aço, os espaços são preenchidos comelementos sem a função estrutural de sustentação, apenas suportando seu peso próprio.

 » Alvenaria estrutural: É o sistema construtivo onde a alvenaria tem a função de suportaros esforços estruturais da edificação. Nesse sistema a padronização das unidades ou dosblocos é condição principal para a eficácia e segurança do sistema construtivo, já que amodulação do projeto, no sentido vertical e horizontal, é condição primeira. O sistematem na NBR 10.837 a base para cálculo.

8.2 Aspectos construtivos de uma alvenariaHistoricamente, as alvenarias tiveram a função inicial de simplesmente dividir ambientes e iso-

lar as coberturas da ação das intempéries e dos predadores. Na atualidade, a alvenaria é vista não sócom as suas funções primárias, mas como elemento de construção. A seguir terão destaque as suasprincipais propriedades, que devem ser observadas na sua execução, considerando as várias opçõesencontradas no mercado, com as suas diferentes características tais como: resistência à compressão,porosidade, capilaridade, absorção de água, coeficientes de absorção e dilatação térmica.

 » Ergonomia: a alvenaria é executada assentando peça por peça, o que proporciona umdesgaste físico considerável aos trabalhadores. O seu tamanho, a sua textura e o seu pesopodem influenciar diretamente na produtividade. Nem sempre um bloco maior é maisprodutivo que um bloco pequeno.

 » Regularidade dimensional:  a regularidade nas dimensões dos blocos ou tijolos é fatorimportante para a uniformidade no elemento final, além de proporcionar economia dematerial de assentamento (argamassa).

 » Absorção de água: um bloco ou tijolo com baixa absorção de água pode comprometer apenetração da nata do cimento nos seus poros, comprometendo a aderência com a arga-massa de assentamento. Em condições de temperatura elevada, usa-se o umedecimento

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91Alvenarias

dos blocos, principalmente os cerâmicos e os de concreto, para que não haja perda muitorápida da umidade da argamassa de assentamento.

 » amanho do bloco: diretamente ligado à capacidade de a alvenaria absorver movimen-tações provenientes de dilatação térmica e eventuais recalques. Quanto menos juntas,menor é o poder de movimentação.

 » Desempenho térmico e acústico: as alvenarias podem também ser um bom aliado no iso-lamento térmico-acústico.

 » Peso específico: característica que influencia o dimensionamento estrutural da edificação,inclusive nas estruturas de fundação.

 » Outras observações:  na escolha do elemento de alvenaria deve-se também verificar acapacidade de suporte e fixação de outros elementos de acabamento ou decoração taiscomo: esquadrias, equipamentos, armários e redes.

8.3 Projeto de uma alvenaria

São poucos os projetos que contemplam os detalhes da execução de uma alvenaria, prática estaque deve ser sempre considerada para que haja racionalização na sua execução, com diminuição dedesperdícios e maior produtividade. Nesse sentido, um projeto de alvenaria deve prever:

 » tipo do elemento de alvenaria (blocos cerâmicos, tijolos comuns, blocos de concreto, blo-cos sílico-calcários, alvenaria estrutural etc.);

 » projeto das fiadas dos elementos;

 » dimensão dos vãos para colocação de portas e janelas;

 » posicionamento dos elementos embutidos tais como: eletrodutos e tubulações hidráulicas;

 » detalhe de execução das vergas e contravergas;

 » ligação entre alvenaria e estrutura, principalmente com os pilares;

 » detalhes construtivos gerais (vergas, contravergas, ligações com pilares, encunhamentos,encontros entre paredes, juntas etc.);

 » especificação detalhada de todos os materiais empregados tais como: blocos, argamassas,ganchos etc.;

 » descrição de todo o processo de execução das paredes, principalmente dos tempos decura antes de fazer os encunhamentos (caso seja necessário).

8.4 Tipos de elementos de alvenaria

Para a execução das alvenarias nas paredes são diversos os elementos que podem ser utiliza-dos. Os mais comuns são os tijolos de barro, os blocos cerâmicos ou de concreto, os tijolos sílico-cal-cários, os blocos de concreto celular, cada qual com características específicas e diferentes aplicações,embora todos eles exijam cuidados de armazenamento, assentamento, nivelamento, prumo, estru-turação etc., e caberá a orientação específica, de modo geral, para cada tipo de elemento quando setratar de seu detalhamento.

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92 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

8.4.1 Blocos cerâmicos

êm como matéria prima a argila, que éextrudada e seca em fornos. Possuem furos lon-gitudinais e baixa porosidade. Normalmentesão empregados em alvenaria de vedação por

terem baixo custo, mas há blocos cerâmicosespeciais utilizados em alvenaria com funçãoestrutural, como mostra a Figura 8.2.

Principais dimensões encontradas no mercadoda construção civil:

9  19  19 com 8 furos

11,5  14  24 com 6 furos

14  19  29 com 9 furos

Figura 8.2 - Bloco cerâmico.

Para a facilidade construtiva de apoio delajes e execução de vergas, encontram-se no

mercado blocos com esta finalidade, conformeFigura 8.3.

Figura 8.3 - Bloco tipo canaleta e tipo “J”.

8.4.2 Blocos de concreto

êm como matéria-prima o concreto, exe-cutados com pedrisco, areia e cimento. Podemser fabricados com função de vedação ou estru-

tural. São fornecidos também blocos tipo cana-leta para execução de vergas e vigas, Figura 8.4.

   E   l   d  a   d   C  a  r   i  n   /   S   h  u   t   t  e  r  s   t  o  c   k .  c  o

  m

Principais dimensões encontradas:

9  19  39

14  19  39

19  19  39

Figura 8.4 - Bloco de concreto.

São fornecidos também, conforme ofabricante, os chamados “meio-blocos” com afinalidade de evitar cortes na execução de umaparede.

8.4.3 Tijolo cerâmico comum(maciço)

ijolo obtido pela moldagem do barro(argila) seco ao sol e depois cozido em fornos.São de alto custo, principalmente nas gran-des cidades, e são utilizados para vedação. Sãofabricados também como elemento de decora-ção, Figura 8.5. A alvenaria não recebe reves-timento, ou seja, os tijolos ficam “à vista”. Asmedidas encontradas nesse tipo de elementosão variadas e as mais comuns são: (4,5 ×  9 × 19) cm e (5 × 10,5 × 21) cm.

Uma alvenaria constituída por esse tipode tijolo é pesada, porém tem uma vantagemem relação aos blocos de cerâmica furados(tijolo baiano), que é a capacidade de suportarcom mais tranquilidade a fixação de insertos epeças fixadas na alvenaria por meio de parafu-sos providos de buchas plásticas.

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93Alvenarias

   M  a   d   l  e  n   /   S   h  u   t   t  e  r  s   t  o  c   k .  c  o  m

Figura 8.5 - ijolo cerâmico maciço.

8.4.4 Bloco cerâmico paraalvenaria estrutural

A alvenaria estrutural também é com-posta de elementos de cerâmica furada, porémcom algumas características que a diferenciamdos tijolos cerâmicos furados convencionais.Começa pela dimensão dos blocos, que pos-suem uma tolerância de desvios de medidasmais rigorosa e controle de qualidade de pro-dução mais apurado, pois é necessário garantiruma elevação de alvenaria mais apropriada parao embutimento (entre os furos dos elementos)das instalações elétricas e hidráulicas.

A execução desse tipo de alvenaria pro-porciona algumas vantagens:

 » menor utilização de fôrmas e arma-ção;

 » produtividade controlada;

 » menor desperdício de material;

 » obra mais racionalizada;

 » cumprimento de prazos mais certos;

 » consumo altamente quantificável;

 » maior possibilidade de supervisão.

BE30 - Bloco Estrutural de 30 cm

BE45 - Bloco Estrutural de 45 cm - Pç p/amar-ração

BE15 - Bloco Estrutural de 15 cm - 1/2 Peça

BC14/4 - Bloco Compensador de 4 cm

Figura 8.6 - Exemplos de blocos para alvenaria estrutural.

(continua)

A título de ilustração, a Figura 8.6 mos-tra alguns tipos de elementos de alvenaria uti-lizados. As dimensões são variadas, de acordocom o fabricante, e os blocos são identificadosde acordo com a sua “família”, que representa aespessura dos blocos. No exemplo a seguir, os

da família de “14”.

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94 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

BEA20 - Bloco Estrutural de Ajuste C30 - Canaleta de 30 cm

C45 - Canaleta de 45cm CJ30 - Canaleta “J”

Figura 8.6 - Exemplos de blocos para alvenaria estrutural. (continuação)

8.5 Argamassa de assentamento

Para a união dos elementos de alvenaria (tijolos ou blocos) são utilizadas argamassas compos-tas de cimento, cal hidratada (ou saibro) e areia, e para preparar a alvenaria para receber o revesti-mento (emboço) se faz necessária a aplicação de uma fina camada de argamassa de cimento e areiapara a criação de uma superfície rugosa (chapisco3).

Usualmente, para os procedimentos convencionais, são usados para composição (traço) daargamassa de assentamento conforme abela 8.1:

abela 8.1 - raços, em volume, das argamassas para assentamento

Traços (volume) de argamassas para assentamento de alvenaria

Argamassa para:Composição em volume

Cimento Cal hidratada Areia

Assentamento 1 2 6 a 10

Encunhamento 1 3 10 a 12

É uma boa técnica executiva deixar de um dia para o outro (descanso da mistura), a cal hidra-tada com a areia úmida com a finalidade de melhorar a hidratação da cal e com isso a mistura final;após a adição do cimento, terá melhor plasticidade e aderência.

3 Este assunto está mais bem detalhado no capítulo sobre revestimento.

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95Alvenarias

8.6 Consumo

Na abela 8.2 constam valores de produtividade de alguns elementos de alvenaria extraídos daCPO, Editora Pini, 2003:

abela 8.2 - Consumo e produtividade em alvenarias

Produtividade por m2 para alvenaria de 9 cm de espessura

Pedreiro (h) Servente (h) Argamassa (m3) Material (un)

Tijolo comum 5,7  9  19 1,60 1,60 0,0250 84,0

Tijolo furado 9  19  19 1,60 1,60 0,1200 25,0

Bloco concreto 9  19  39 0,66 0,66 0,0069 13,1

8.7 Execução das alvenarias

A execução das alvenarias deverá seguir rigorosamente as indicações de projeto, traços deargamassa, vãos e demais detalhes que venham a fazer parte.

Entende-se por fiada de uma alvenaria a camada de tijolos ou blocos assentados.

As orientações a seguir se referem à execução de qualquer tipo de alvenaria, mas, é bom lem-brar que para as pequenas obras, principalmente as residenciais, um projeto de alvenaria normal-mente é deficiente e muitas vezes não existe. Portanto, nesse caso, o bom senso e os cuidados relati- vos a uma boa técnica de execução devem ser observados.

8.7.1 Juntas de assentamento

As juntas de assentamento, que podem variar de 1 a 2 cm de espessura, devem ser em amar-ração para fins de distribuir adequadamente as tensões, as movimentações térmicas e sempre comdefasagem de ½ bloco ou unidade, para modulação das fiadas, e também para facilitar a passagem deinstalações nos seus septos (furos). A junta poderá ser frisada ou reta em ambas as faces da alvena-ria, devendo-se adotar sistemas de impermeabilização quando estas ficarem expostas à umidade.

A falta de argamassa nas juntas verticais (“juntas secas”) não é uma boa técnica construtiva, poisalém de comprometer a união entre os elementos causa prejuízo quanto à distribuição das tensões ver-ticais oriundas de esforços externos e do peso próprio. A adoção desta prática deve ser bastante crite-riosa, e em pequenos vãos acompanhados de um reforço no revestimento, como mostra a Figura 8.7.

Figura 8.7 - ipos de amarração entre os elementos da alvenaria.

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8.7.2 Espessura das alvenarias

Normalmente as alvenarias podem ter espessuras variáveis, deacordo com o posicionamento dos tijolos ou blocos. Comumente hádenominações tais como:

 » alvenaria de “cutelo”: construída no sentido da sua menor

espessura;

» alvenaria de “Meia vez”: alvenaria executada quando ostijolos são assentados no seu sentido longitudinal, umapós o outro;

 » alvenaria de “Uma vez”:  alvenaria executada quando ostijolos são assentados no seu sentido transversal;

 » alvenaria de “Uma vez e meia”:  quando os tijolos sãoassentados considerando-se os seus sentidos longitudinale transversal.

A título ilustrativo, a Figura 8.8 apresenta a montagem deuma alvenaria considerando tijolos comuns. É recomendável que as juntas verticais estejam desencontradas das juntas verticais da fiadaimediatamente inferior para haver melhor distribuição das tensões edas cargas provenientes do peso da alvenaria.

8.7.3 Locação das paredes

Antes da locação das paredes, é necessário conferir a posição

de cada componente estrutural, como pilares, vigas e outros, combase na marcação da primeira fiada, marcar o início da alvenaria,com posição de eixo de cada parede, ou na maioria das vezes, o alinhamento da face do lado em queo pedreiro irá executar a alvenaria, como mostra a Figura 8.9. Para lançar as medidas, é recomendá- vel que a trena seja de aço, para evitar distorções, marcando inicialmente os cantos e encontros deparedes. Um esquadro de 90° é indispensável na marcação e colocação da primeira fiada.

Figura 8.9 - Locação de uma alvenaria.

Figura 8.8 - Espessurasde uma alvenaria.

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97Alvenarias

8.7.4 Nível da primeira ada

Para nivelar a primeira fiada, Figura 8.10, deve-se verificar o projeto de posicionamento dasparedes (ou o projeto de arquitetura) e o nível definitivo do piso ou da viga baldrame onde seráassentada a alvenaria, além de marcar as fiadas nos pilares ou em equipamentos chamados escan-tilhões (régua graduada). A graduação de cada fiada vai depender da altura do tijolo/bloco que está

sendo adotado, mais a espessura da argamassa de assentamento que pode variar de 1 a 2 cm, depen-dendo da uniformidade dimensional do tijolo/bloco.

Caso o piso ou a viga não esteja nivelada deve-se proceder ao nivelamento da primeira fiada,não ultrapassando 2 cm nesta regularização, e caso seja necessário um complemento pode ser feitona segunda fiada. Esta prática é importante para facilitar o assentamento dos caixilhos e posiciona-mento das lajes.

Nos casos em que a alvenaria é executada após a execução das vigas estruturais, o que écomum em edifícios, deve-se prever espaço para o “encunhamento”.

Figura 8.10 - Nivelamento da 1ª fiada.

8.7.5 Assentamento dos elementos da alvenaria

Nivelada a base de assentamento, fixados os ferros de espera nas estruturas (quando for ocaso), e feita a marcação das alturas das fiadas, tem início a execução ou o levantamento da alvena-ria, como na Figura 8.11. O procedimento é simples:

1) Assentamento dos elementos nas extremidades, respeitando o alinhamento desejado pormeio de linha esticada segundo o gabarito.

2) Complementam-se os elementos entre as extremidades já assentadas.

3) Segue-se, então, assentando as demais fiadas, respeitando as alturas de cada fiada, marca-das no elemento estrutural ou na régua graduada (escantilhão).

4) Se as marcações das fiadas estão niveladas, o nivelamento é automático. Mesmo assim, éimportante a conferência do nível a cada três ou quatro fiadas assentadas. Da mesma for-ma, deve-se proceder com a verificação do prumo.

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Em obras mais simples, dificilmente se encontra a aplicação desta técnica. A alvenaria é exe-cutada sem as devidas marcações das fiadas e são então assentadas conforme a prática do pedreiro.Neste caso, as verificações de alinhamento, nível e prumo devem ser constantes.

Figura 8.11 - Alinhamento e prumo da alvenaria.

Na elevação das paredes devem ser observados os seguintes cuidados: » As paredes apoiadas sobre vigas ou lajes contínuas devem ser levantadas simultaneamente em

todos os vãos, não sendo aconselháveis diferenças de altura superiores a 1 m entre os vãos.

 » Ao lado da parede a ser erguida, o chão deve estar sempre bem limpo ou recoberto comlona plástica para reaproveitamento da argamassa raspada das juntas.

 » Os blocos cerâmicos deverão ser umedecidos para não “roubar” água da argamassa deassentamento, o que prejudica a hidratação do cimento.

 » A argamassa excedente das juntas será cuidadosamente raspada (para não tirar o blocoda posição) e reconduzida à caixa de massa; eventuais correções no nível e no prumo do

bloco só poderão ser realizadas imediatamente após o assentamento. » No caso de juntas frisadas, o frisamento deverá ocorrer num prazo compreendido entre

uma e duas horas após o assentamento, com especial cuidado para não tirar os blocos daposição, empregando-se para isso ferramentas apropriadas.

 » Nos encontros com pilares, mais do que em qualquer outra posição, são vitais a compac-tação e o refluxo da argamassa; se, por qualquer motivo, resultar nesse encontro juntacom mais de 3 cm de largura, deve-se empregar o microconcreto, com o máximo adensa-mento possível, em vez de argamassa.

 » Em nenhuma hipótese os encunhamentos serão executados imediatamente após o assen-

tamento da última fiada de blocos. » Constitui excelente prática o chapisco nas faces externas das paredes de fachada, execu-tado logo após a elevação da alvenaria, protegendo-a contra a incidência das chuvas e evi-tando posteriores problemas de fissuras e descolamentos, parciais ou totais.

8.7.6 Amarração entre as adas

Muitas vezes não há a necessidade da ligação entre a alvenaria e a estrutura. Nesses casos, asalvenarias de diferentes alinhamentos são assentadas com as chamadas “amarrações” entre as suasfiadas. Ou seja: uma parede estará engastada ou ligada à outra.

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99Alvenarias

Várias são as formas de amarração, e a Figura 8.12 traz alguns exemplos:

Figura 8.12 - Amarração entre as fiadas de uma alvenaria.

8.7.7 Encunhamento das paredes

Em alvenarias destinadas a fechamento (alvenaria de vedação) de vãos entre estruturas deve-sedeixar um pequeno vão entre a alvenaria e a viga estrutural. Isso porque se elevá-las até o final podeocorrer um destacamento da alvenaria da estrutura por causa da acomodação entre as diversas fiadasda alvenaria, além da acomodação estrutural. Para prevenir tal situação, a alvenaria é interrompidacerca de 20 cm antes do encontro com a viga. Após o período de cura do assentamento da alvenariae ainda depois do adicionamento das cargas principais do pavimento superior, no caso de prédios dediversos pavimentos, procede-se ao fechamento desse vão que é o chamado “encunhamento”.

O encunhamento é executado com tijolos maciços, assentados e inclinados com argamassanormal, como mostra a abela 8.1, e pressionados entre a viga e a alvenaria já executada. O preen-chimento do vão pode ainda ser executado com o uso de espuma expansiva de poliuretano e, nessecaso, o vão entre a alvenaria e a viga não deve ser superior a 3 cm.

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100 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Encunhamento comtijolos maciços Estrutura - viga

Encunhamento comespuma de poliuretano Estrutura - viga

Figura 8.13 - Encunhamento da alvenaria.

8.7.8 Vergas, Contravergas e Cintas de amarração

Os contornos dos vãos de portas e janelas estão sujeitos a tensões concentradas, por causa dassolicitações mecânicas a que as paredes estarão sujeitas, causando fissuras indesejáveis nos cantos enos vãos dos caixilhos, como mostra a Figura 8.14. Para evitar esse problema, lança-se mão das ver-gas, contravergas e cintas, cujo reforço deverá dar suporte às movimentações.

Figura 8.14 - Fissuras em alvenaria por falta de estruturação.

Entende-se como:

 » Vergas: Elemento estrutural executado acima dos vãos dos caixilhos. » Contravergas: Elemento estrutural executado imediatamente abaixo dos vãos de janelas e

 vãos abertos em alvenarias.

 » Cintas de amarração: Viga de pequena seção executada no final da alvenaria (respaldo)com a finalidade de promover a solidarização (ou “amarração”) entre as alvenarias daconstrução. êm também a função de melhor distribuir o peso da laje e da coberturasobre a alvenaria.

Figura 8.15 - Posicionamento das vergas, contravergas e das cintas de amarração.

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101Alvenarias

As vergas e contravergas deverão ultrapassar 40 cm de cada ladodo vão, e quando o vão for superior a 1,20 m deverão ser dimensiona-das como vigas armadas.

No caso de paredes com altura superior a 3 m, devem ser pre- vistas vigas de cintamento intermediárias, para absorção das tensões

laterais a que as paredes estiverem sujeitas. Acima de 5 m, as paredesdevem ser calculadas como alvenaria estrutural.

As vergas e contravergas são executadas colocando-se tábuas emambas as faces das paredes preenchidas com concreto convencional,porém com brita 1 ou zero, armados com dois ferros de ∅ 8 mm (para vãos até 1,20 m). Pode-se optar pela utilização de blocos tipo canale-tas para a execução desses elementos. No caso das cintas de amarra-ção o procedimento é idêntico, porém com a colocação dos ferros aolongo de toda a extensão (perímetro) da alvenaria, como mostram asFiguras 8.15 e 8.16. É prática comum para pequenas obras a colocaçãodesses ferros entre as duas últimas camadas de alvenaria e assentadoscom argamassa de cimento e areia no traço em volume 1:3.

8.7.9 Controle de execução das alvenarias

Muito se fala em controlar a execução de concretos, armações, fôrmas, telhados e outros itensde uma obra, mas pouco se comenta sobre o controle de qualidade de uma alvenaria, o que normal-mente só acontece em alvenarias estruturais.

Independentemente de a alvenaria ser de vedação ou estrutural, alguns itens de controle são

fundamentais para uma obra tecnicamente executada: » Prazo entre concretagem da laje do pavimento e início da alvenaria.

 » Verificação das posições das paredes, dos eventuais enchimentos nas suas bases e da ade-quação das folgas para encunhamento.

 » Checagem do posicionamento das juntas de controle, dos vãos de caixilhos e das instala-ções, entre outros, em estrita obediência ao projeto executivo.

 » raços de argamassa, chapisco e microconcretos.

 » Posições e bitolas dos ferros “cabelo” e outros insertos.

 »

Amarração, espessura, regularidade, compactação, alinhamento, nível e prumo das juntasde assentamento.

 » Amarração, ângulo e presença de armaduras nos encontros entre as paredes.

 » Prumo das paredes, nível e ângulos dos requadros dos vãos.

 » Posições de vergas, contravergas e da cinta de amarração.

 » Armaduras, umedecimento e concretagem de vergas, contravergas e das cintas de amarração.

 » Verticalidade dos caixilhos e correções de suas fixações na alvenaria.

Figura 8.16 - Detalhe executivo: vergas, contravergas e cinta de

amarração.

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9Gesso Acartonado –Sistema Drywall 

Neste capítulo o assunto é a execução de um elemento de vedação e acabamento chamado “gessoacartonado”, suas vantagens, e os detalhes de aplicação, bem como os tipos de placas de gesso utilizados

nas edificações.

Para começar

9.1 Sistema drywall  - Conceito

Esse sistema construtivo – também conhecido como sistema de construção a seco,  vem substituiras tradicionais alvenarias de vedação ou de fechamento tais como os processos que envolvem tijolos oublocos de cerâmica ou de concreto seguidos de revestimento de argamassa de cimento, cal e areia.

rata-se, simplesmente, de uma estrutura de chapa de aço revestido com zinco pelo processode imersão a quente, posicionado de acordo com as divisões dos cômodos ou áreas, seguido de uma

incorporação de chapas de gesso fixadas, em ambos os lados, por parafusos nessa estrutura. Essaschapas são fabricadas com uma mistura de gesso acrescido de aditivos, e para dar sustentação ouestruturação a essa placa, o gesso é comprimido por um processo de laminação, entre duas folhas depapel-cartão, conforme demonstram as Figuras 9.1 a 9.3. A abela 9.1 traz as medidas padronizadas.

Papel-cartão

Papel-cartão

Placa de gesso

Figura 9.1 - Esquema básico de uma placa em gesso acartonado.

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104 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Figura 9.2 - Esquema básico de uma divisória em gesso acartonado.

Figura 9.3 - Esquema básico das possibilidades de estruturação dos perfis.

abela 9.1 - Medidas padronizadas das placas

Largura (cm) 60 ou 120

Espessura (mm) 8 – 9,5 – 12,5 – 15

Comprimento (cm) 180 – 200 – 240 – 250 – 280 – 300

Obs.: Mediadas especiais a partir de 30 cm podem ser negociadas com o fabricante.

9.2 Tipos de chapas de gesso acartonado

As placas de gesso são fornecidas para diferentes usos:

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106 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

9.5 Instalações embutidas

A montagem das divisórias provoca um espaço interior entre as placas na largura do perfilmetálico da estrutura de suporte, de 48, 70 ou 90 mm, podendo ser estruturado com duplos perfis.Nesse espaço são então instalados todos os dutos de uma instalação convencional tais como eletro-dutos e tubulações de água.

Para a instalação dos pontos de acesso dessas instalações, caixas de passagem e tomadas deágua e esgoto, bem como parafusos e buchas especiais. O mercado oferece inúmeras opções apro-priadas para este sistema executivo.

9.6 Cuidados

Pelo fato do gesso acartonado ser um elemento frágil, pelo menos até a sua montagem, algunscuidados são necessários:

 » A execução deve ser realizada por profissionais habilitados, normalmente indicados pelosfornecedores ou fabricantes.

 » Os perfis estocados devem ser mantidos preferencialmente amarrados e alinhados, evi-tando distorções que podem ocasionar amassamento ou torções nas peças.

 » As embalagens dos produtos para aplicação na execução, tais como sacos de gesso e pla-cas, devem ser estocadas em lugares arejados e livres de umidade.

 » Para uma execução satisfatória é imprescindível a elaboração de um detalhado projetoexecutivo.

 » As placas devem ser estocadas em local plano, sobre apoios com comprimento mínimo

igual à largura das placas e distanciadas de, no máximo, 40 cm. » As placas devem ser transportadas verticalmente para que não haja risco de quebra.

Você aprendeu que o gesso acartonado é uma alternativa que substitui os elementos convencionaisde vedação e a forma pela qual é estruturado em placas.

Aprendeu, também, sobre as suas dimensões e os cuidados na sua montagem.

Vamos recapitular?

Agora é com você!

Faça uma pesquisa e verifique as possibilidades de uso do gesso acartonado. A reco-mendação é a de que se inicie pelo site da Associação Brasileira de Drywall. (http://www.drywall.org.br)

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10Laje Pré-Moldada –Uso Residencial

Deste capítulo constam: o uso, a função e a montagem de uma laje pré-moldada convencional, deuso residencial, e, ainda, os cuidados necessários para a sua execução e montagem.

Para começar

10.1 Conceito geral

Bastante difundidas para uso residencial, substituindo com vantagens as lajes moldadasin loco, são as lajes pré-moldadas. Estas proporcionam rapidez na execução e menor consumo dematerial, principalmente em fôrmas e escoramentos. São estruturas que suportam com segurança assobrecargas normais de uma residência e de pequenos comércios, como os escritórios de serviços, epodem vencer vãos de até 5 metros. O comprimento de cada vigota varia, normalmente, de 10 em 10cm. É bom estar ciente de que essas lajes para piso de uso industrial devem ser calculadas e projeta-das por especialistas na área.

Pode-se considerar para as lajes pré-fabricadas de uso corrente as seguintes sobrecargas admis-síveis:

 » Laje forro residencial: 50 kgf/m2

 » Laje piso residencial: 150 kgf/m2 a 200 kgf/m2

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108 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Essa estrutura é constituída basicamente de “vigo-tas” de concreto, em forma de “” invertido, espaça-das entre si de maneira uniforme, com a colocação de“tavelas ou lajotas” de cerâmica ou EPS (poliestirenoexpandido). Entre essas vigotas aplica-se uma capa deconcreto com a finalidade de solidarizar o conjunto.

Dependendo do vão e do uso, pode ser reforçada comuma ferragem superior na capa de concreto; veja asFiguras 10.1 e 10.2.

A execução da laje pré-moldada deve seguir osmesmos critérios de uma estrutura de concreto. Por-tanto, o projeto do calculista ou do fabricante deve serseguido, sem alterações e improvisações.

Há ainda no mercado um tipo de vigota que, alémde vencer vãos convencionais de uma residência, podem vencer vãos de 10 a 12 metros, desde que seja devida-mente calculada e estruturada por profissional especia-lizado. É constituída de uma ferragem em forma de tre-liça conforme a Figura 10.3.

10.2 Montagem

Para a montagem de uma laje pré-moldada, osprocedimentos seguintes devem ser adotados:

a) No respaldo da alvenaria deve haver umacinta de amarração devidamente nivela-da na altura da laje, com a finalidade não sóde estruturar a alvenaria, mas também paramelhor distribuir os carregamentos oriundosda laje a ser executada.

b) Pelo lado externo da alvenaria deve ser fixadauma tábua, normalmente de 30 cm de largu-ra, com a finalidade de servir de fôrma para

o concreto da capa da laje. Esse procedimen-to pode ser substituído pelo assentamento decanaletas de cerâmica tipo “J”, que pode fazerduas funções simultaneamente: a de servircomo cinta de amarração e de fôrma para acapa de concreto. Veja os exemplos nas Figu-ras 10.4 e 10.5.

Vigota

Lajota ou tavela

Figura 10.1 - Vigota tipo e tavela.

Capa de concreto

Espaçamento uniforme

Vigota Tavela ou lajotaFerragem

Figura 10.2 - Montagem de vigota tipo e tavela.

Vigota treviçada

Capa de concreto

Espaçamento uniforme

Vigota Tavelaou lajota

Ferragem

 

Figura 10.3 - Montagemde vigota tipo treliçada e tavela.

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109Laje pré-moldada – Uso residencial

c) A distribuição das vigotas deve seguir aorientação segundo o esquema de montagemdo fabricante ou do calculista.

d) Nada impede que se comece a montagem datavela apoiada sobre a alvenaria, paralela ao

sentido das vigotas. É recomendável deixaruma pequena folga entre a tavela e a vigotapara melhor trabalhabilidade, uma vez que aslajotas sofrem variações em suas dimensões; veja a Figura 10.6.

e) Os escoramentos, de madeira ou metálicos,devem ser considerados no projeto da laje,mas geralmente pode-se adorar um escora-mento espaçado de no máximo 1,20 m em

cada linha de escora no sentido transversal aosentido das vigotas. No escoramento preveruma “contraflecha” para a futura acomodaçãoda laje, conforme a orientação do fabricanteou do calculista. Recomenda-se um prazo de21 dias para a retirada dos escoramentos, e de28 dias para as lajes em balanço; veja as Figu-ras 10.7 e 10.8.

Laje pré-moldada

 Apoio mínimo de 3 cm

Cinta de amarração

 Alvenaria

Nível acabado da capade concreto sobre alaje pré-moldadaTábua na lateral da alvenaria

Figura 10.4 - Execução da cintade amarração com forma de tábuas.

Figura 10.5 - Execução da cinta de amarração com usode canaleta cerâmica tipo “J”.

Figura 10.6 - Montagem das vigotas e das tavelas.

 Alvenaria

Vigotas

Máximo de 1,20 m

Pontalete

Sarrafo 10 x 2,5

Figura 10.7 - Posicionamento dos escoramentos.

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110 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

10.3 Armação de distribuição

Uma armadura de distribuição no sentidotransversal às vigotas, a cada 40 cm de diâmetro ø 5mm, e a cada 1 metro no sentido longitudinal. Paralajes que receberam a função de suportar pisos, uma

ferragem apropriada deve ser colocada de acordocom as recomendações do fabricante ou do calculista.Essa armadura tem a função de melhor distribuir osesforços e as sobrecargas, como também evitar as fis-suras na capa de concreto.

Nada impede que seja utilizada malha de ferra-gem (telas soldadas) produzida industrialmente. Estastêm a vantagem de apresentar melhor produtividade.

10.4 Espessura da lajepré-fabricada

A espessura das lajes pré-fabricas é em funçãoda espessura da tavela acrescida da espessura da capa.A abela 10.1 apresenta os valores para lajes pré--fabricadas, como a da Figura 10.9, com enchimentode lajota cerâmica e com EPS (Isopor) – poliestirenoexpandido. Comercialmente podem ser encontradas:

abela 10.1 - Espessuras das lajes pré-fabricadasTIPO c (cm) h (cm) e (cm) f (cm) H (cm)

H7 3 7 30 42 10

H12 4 12 30 42 16

H16 4 16 30 42 20

H20 5 20 30 42 25

EPS H8 4 8 37 49 12

EPS H12 4 12 37 49 16

EPS H16 4 16 37 49 20

10.5 Instalações embutidas

Muitas vezes na laje pré-moldada são posicio-nados conduítes, caixas de passagem e tubulações.Nesses casos, é de primordial importância que os pro-

Escoramento

Contraflecha

Ver detalhe 2

Ver detalhe 2

Figura 10.9 - Dimensões de uma laje pré-fabricada.

Figura 10.8 - Detalhe geral de um escoramento.

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111Laje pré-moldada – Uso residencial

fissionais dessas áreas acompanhem o processo de execução da laje para que não ocorram problemasfuturos. Os mais comuns deles são:

 » caixa de passagem malposicionada, provocando o escorrimento de concreto em seu interior;

 » conduítes malfixados nas caixas de passagem que provocam seu entupimento com concreto;

 » pela atividade de concretagem, principalmente pelo pisoteamento, pode ocorrer:

amassamento dos conduítes;

deslocamento das caixas de passagem;

deslocamento dos tubos de passagem dos encanamentos.

10.6 EPS – Poliestireno expandido

O uso de EPS está cada vez mais comum na construção civil, principalmente na execução delajes. Veja algumas vantagens:

 » diminuição do peso próprio da estrutura refletindo diretamente nos custos da estrutura; » redução de mão de obra;

 » baixa absorção de água;

 » isolante térmico e acústico;

 » alta imunidade a fungos e bactérias;

 » não há perdas por causa de quebras;

 » diminuição em fôrmas e escoramentos;

 » flexibilidade nas medidas.

Porém, é importante observar:

 » possui alta sensibilidade a produtos que contêm solventes;

 » libera gases tóxicos quando exposto ao fogo.

10.7 Cuidados com a laje pré-moldada

Além dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) que devem ser utilizados por todos ostrabalhadores, alguns cuidados adicionais devem ser observados:

 » Na montagem da laje, proibir a permanência e o trânsito de pessoas sob a área de monta-gem há riscos constantes de queda de tavelas e vigotas.

 » Colocar tábuas sobre a laje para a movimentação dos trabalhadores.

 » Não pisar sobre as tavelas.

 » Molhar abundantemente a laje antes da concretagem.

 » Assegurar que os tubos de passagem estão bem fixados e no local adequado conforme oprojeto, bem como os conduítes e as caixas de passagem.

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112 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

» Verificar durante a concretagem as condições do escoramento.

 » Não sobrecarregar com concreto um único local da laje durante a concretagem. Isso podeocasionar o rompimento das tavelas.

 » Atenção especial no encontro da laje com vigas e pilares. O excesso de armadura podeprovocar falhas de concretagem.

 » O concreto da laje deve receber procedimentos de cura por pelo menos 7 (sete) dias. Um pro-cedimento interessante é utilizar aspersor de água (os mesmos utilizados para regar a grama).

 » Se a laje não for receber cobertura, deve-se providenciar impermeabilização adequada e nãoesquecer de executar escoamento para as águas das chuvas com inclinação mínima de 1%.

Você aprendeu a função de uma laje, suas características e seus elementos.

Aprendeu também como deve ser feita a sua montagem, bem como os cuidados que devem serobservados na sua montagem e concretagem.

Vamos recapitular?

gora é com você

1) Um escoramento com pontaletes de madeira para laje pré-moldada deverá ser mon-tado. Sabendo-se que a altura dessa laje em relação ao piso preparado é de 3,08 m,qual deverá ser o tamanho de corte dos pontaletes?

2) Quais os cuidados que se deve tomar na montagem de uma laje pré-moldada, alémdo uso dos equipamentos de proteção individual (EPI)?

3) Organize uma visita a uma fabrica de laje pré-moldada em sua região e verifique os tipose modelos de vigotas e tavelas comercializados, bem como os tamanhos oferecidos.

Dica: Antes de entrar numa obra não se esqueça de usar calçados e roupas adequadas e depedir permissão ao responsável pela obra. Procure usar também capacete de segurança. Sefor fotografar ou filmar, peça permissão.

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113

11Cobertura

Neste capítulo serão vistas a função de uma cobertura e seus diferentes elementos construtivos,priorizando a cobertura com telhas cerâmicas convencionais. E, também, a execução e os cuidados na

montagem.

Para começar

11.1 Cobertura

A cobertura é o elemento de uma construção que tem como finalidade primeira proteger aobra e o seu conteúdo contra as intempéries e ações da natureza, o que a humanidade procuroudesde os primórdios dos tempos. Desde os abrigos rústicos nas cavernas até a data de hoje, muitacoisa mudou quanto aos materiais utilizados, técnicas construtivas, tipos de acabamento, elementosestruturais ou não, e uma infinidade de características e formas de coberturas.

Porém, a utilização de materiais cerâmicos ainda continua com excelente aceitação no mer-cado consumidor, principalmente nas pequenas obras. Nas médias ou grandes obras o uso de mate-riais alternativos como o elemento metálico se faz mais presente por sua forma rápida de execuçãoe na interessante relação custo-benefício. Aqui, a ênfase, evidentemente, recai sobre os materiais decobertura mais utilizados tais como as estruturas treliçadas de madeira e telhas de cobertura con-

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114 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

feccionadas de materiais cerâmicos e de cimento amianto.4 As telhas autoportantes e as metálicasserão deixadas para comentários futuros, pois necessitam de detalhamentos diversos, uma vez queos fabricantes são inúmeros e, da mesma forma, suas utilizações e especificações.

Entende-se, ainda, que a cobertura de uma obra é composta basicamente de dois elementos, asaber: a estrutura que é o elemento constituído de vigas e peças metálicas ou de madeira, chamadas

de tesouras, destinadas a suportar os elementos da cobertura, e a cobertura  (telhas), que é o ele-mento que cobre a estrutura dando assim proteção à obra. Pode-se, também, acrescentar à coberturaoutros elementos destinados à captação das águas pluviais tais como calhas e condutores.

11.2 Estrutura da cobertura

Como regra básica, a estrutura de uma cobertura é basicamente composta de um sistema treli-çado destinado a suportar todo o carregamento da cobertura além dos esforços provenientes da açãodas intempéries, a saber: variação de temperaturas, chuva, vento e neve, como mostram as Figuras11.1 e 11.2. São as seguintes as nomenclaturas:

 » Água: plano inclinado que define o “caimento” de um telhado. » Beiral: parte da estrutura do telhado que se projeta além da alvenaria externa.

 » Caibro: peças de apoio para as ripas, pregadas sobre as terças.

 » Cumeeira: linha mais alta de um telhado.

 » Empena: o mesmo que perna.

 » Empeno: parte da alvenaria de elevação que acompanha o caimento de um telhado.

 » Escora: elemento oblíquo de distribuição das cargas de um telhado.

 » Frechal: Nome dado à primeira terça da tesoura.

 »

Linha: peça de alinhamento da tesoura que recebe todos os esforços da tesoura e pela qualé transmitida a estrutura principal da obra.

 » Pendural: elemento vertical de distribuição das cargas de um telhado.

 » Perna: possui a finalidade de suportar as terças e dar a inclinação da estrutura conforme otipo de telha utilizado.

 » Rincão: linha de encontro entre duas águas de um telhado.

 » Ripa: peça de apoio das telhas, pregadas sobre os caibros.

 » Terça: peça intermediária entre o Frechal  e a Cumeeira que tem a finalidade de travamentodas tesouras e suporte à estrutura de caibros.

 » Tesoura:  estrutura autoportante constituída de diversas peças formando uma estruturatreliçada com a finalidade de suportar toda a carga de um telhado.

 » Tirante: peça em diagonal destinada ao travamento, que absorve os esforços de tração datesoura.

4 Existem dois grupos de amianto: o crisotila e o anfibólio. No Brasil é proibida qualquer fabricação e comercialização do tipo anfi-bólio. Por outro lado, a fabricação, o transporte e a comercialização do tipo crisotila são regulamentados pela Lei Federal 9.055/95,pelo Decreto 2.350/97, e pela Portaria 3214/78 - NR15 - Anexo 12. (Fonte: <www.eternit.com.br/corporativo/amiantocrisotila/index.php>. Acesso em: 07/11/2009)

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115Cobertura

Cumeeira

Rincão

Pro e ão do telhado (beiral)

 Água do telhadoEspigão

Empeno

Figura 11.1 - Partes de uma cobertura.  

LinhaEscora

oudiagonal

PenduralTirante ou

suspensório

Caibro

Ripa

Pernaou asna

ou empena   Cumeeira Terça

Frechal

Beiral

Figura 11.2 - Partes da estrutura de umatesoura para cobertura.

Outro esquema de apoio da cobertura pode ser uti-lizado quando há a possibilidade de colocar sobre a laje

um pilarete de alvenaria ou de concreto para suportar asterças e a cumeeira, desde que a laje seja projetada paraessa situação, ou se o pilarete possa ser posicionado sobreuma parede. Para vãos superiores a 3 m de comprimentorecomenda-se que sejam ainda colocados pontaletes (cai-bros) servindo de mão-francesa para reforçar a estrutura. AFigura 11.3 mostra o esquema:

11.3 Medidas usuais para

cobertura em telhas cerâmicasPraticamente, as estruturas de um telhado para suporte de telhas cerâmicas obedecem às medidas

apresentadas na Tabela 11.1, desde que sejam construídas com madeira de lei e de primeira qualidade:

Tabela 11.1 - Tabela prática de medidas para estrutura de uma cobertura

Distância entre Medidas usuais (m) Seção das peças (cm)

Tesouras 3,00 a 3,50 5  11

Terças – cumeeira – frechal 1,50 a 1,80 5  11

Caibros 0,50 a 0,60 5  5 ou 5  7

Ripas conforme a telha 1,5  5 ou 2,5  5

11.4 Ponto do telhado

Ponto do telhado é a altura da cumeeira, ou seja, é o ponto mais alto do telhado. Para o cálculodesse “ponto”, esquematizado na Figura 11.4, é necessário saber o vão a ser vencido e o grau de inclinação– ou porcentagem de inclinação – da telha a ser utilizada. Como exemplo pode-se considerar:

Pilarete de alvenariaou de concreto sobrea parede

Parede

Laje

Mão francesa

Terça ou cumeeira

Figura 11.3 - Apoio de terças sobrepilarete de alvenaria ou concreto.

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116 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

 »  vão de 7 m;

 » inclinação de 30% para o telhado;

 » a cumeeira está no meio do vão.

Com esses dados tem-se:

 »

ponto do telhado = 30% de 3,50 m(metade de 7 m);

 » ponto do telhado (ou altura) = 1,05 m.

Duas coisas são distintas: inclinação expressa em porcentagem e inclinação expressa em “graus”. Esta última independeDuas coisas são distintas: inclinação expressa em porcentagem e inclinação expressa em “graus”. Esta última independedo vão, enquanto que a inclinação expressa em porcentagem tem como referência o comprimento do vão a ser vencido.do vão, enquanto que a inclinação expressa em porcentagem tem como referência o comprimento do vão a ser vencido.

Fique de olho!Fique de olho!

11.5 Tipos de emendas em vigas de madeiraNem sempre se consegue obter no mercado um fornecedor de madeiras beneficiadas, vigas de

madeiras com as medidas necessárias para a execução de uma tesoura. Então, tem-se de fazer emen-das de peças, e estas devem ser cuidadosamente executadas de acordo com os esforços a que foremsolicitadas: tração, compressão e flexão. As Figuras 11.5 e 11.6 a seguir são exemplos dos tipos deemendas comumente executados:

 » Tração: esforço atuante nas peças: linha, pendural e suspensório.

Figura 11.5 - Emendas de tração.

 » Compressão: esforço atuante nas peças: perna, escora.

Figura 11.6 - Emendas de compressão.

Em muitos casos, por medidas de segurança, são colocadas ainda ao lado das emendas, talasde reforço conforme Figura 11.7.

Figura 11.7 - Uso de talas nas emendas.

Figura 11.4 - Exemplo de cálculopara o “ponto” de um telhado.

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117Cobertura

11.6 Sambladuras

As sambladuras são os tipos de união entre as diferen-tes peças componentes de uma tesoura, e as mais comunsestão representadas a seguir, nas Figuras 11.8 a 11.11.

11.6.1 Ligação Empena  Perna

Na Figura 11.8 pode-se observar que é importanteque a força “Q” caia sobre o apoio para que não haja efeitobinário da força de ação Q com a força de reação R, poispoderá acarretar esforço de flexão na linha. Caso sejaimpossível evitar tal situação há a necessidade da coloca-ção de um reforço no apoio para compensação dos esforçosindesejados.

11.6.2 Ligação Perna  Pendural

Veja a Figura 11.9.

11.6.3 Ligação Pendural  Linha

Na Figura 11.10 está representada nesta figura umaemenda (tala), conforme foi comentado.

É importante que a peça metálica de união entre opendural e a linha não seja fixada na linha. O espaço assina-lado é para o trabalho de movimentação natural da tesoura.

11.6.4 Ligação Empena  Escora Tirante

O chapus é uma peça de formato triangular com afinalidade de dar suporte à terça. O suspensório (ou tirante)é colocado, normalmente, em ambos os lados da tesoura,conforme se observa na Figura 11.11.

11.6.5 Peças acessórias de reforço

No mercado podem ser encontradas peças metáli-cas destinadas ao reforço das sambladuras e das emendas,existentes numa tesoura de madeira. Nas Figuras 11.12 e11.13 estão representadas as mais comuns, destinadas aoreforço entre a perna e a linha, e ao reforço entre pendurale linha.

GrampoEmpena

Rebaixo de 3 cm

 Apoio da tesoura Linha

Figura 11.8 - Ligação linha × perna.

Caibro

Terça

Rebaixo de 3 cm

Empena

Pendural

Figura 11.9 - Ligação perna x pendural.

Escora

Espaço de 2 cm

Linha

Braçadeira

Pendural

Figura 11.10 - Ligação pendural x linha.

Escora

Tirante

Linha

Empena

Pregos ou parafusos

Figura 11.11 - Ligaçãoperna × escora × tirante.

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118 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Figura 11.12 - Posicionamento das peças de reforço.   Figura 11.13 - Detalhes das peças de reforço.

11.7 Estrutura do telhado

Uma vez executada a estrutura principal do telhado (tesoura), é chegado o momento de execu-ção da estrutura de apoio ou de fixação das telhas.Estas são apoiadas sobre ripamento e estes sobrecaibros, que, por sua vez, se apoiam nas terças,na cumeeira e nas frechais, conforme se observana Figura 11.14. Assim, tem-se a estrutura deum telhado destinado a receber telhas cerâmicascomuns:

 » Caibros: peças que travam a cumeeira, aterça e o frechal e dão suporte às ripas.

 » Ripas: peças que dão sustentação e apoio

às telhas, as quais têm a função primeirade “cobrir” toda a estrutura do telhadodando as devidas proteções.

Para facilidade na colocação das ripas, quedevem ter distância-padrão conforme o encaixeda telha utilizada, é feita na obra com um pedaçode ripa aquilo que chamamos de “galga”. A galga,apresentada na Figura 11.15, possui dois encaixesque medem exatamente a distância entre as ripas aserem colocadas.

Para a fixaç o de telhas de cimento amianto que normalmente possuem grandes dimens es, é dispensada a colocaç o dePara a fixaç o de telhas de cimento amianto que normalmente possuem grandes dimens es, é dispensada a colocaç o decaibros e ripas; essas telhas s o normalmente fixadas diretamente sobre a cumeeira, as terças e frechais, que por sua vezcaibros e ripas; essas telhas s o normalmente fixadas diretamente sobre a cumeeira, as terças e frechais, que por sua vezpodem ser de madeira, aço ou concreto.podem ser de madeira, aço ou concreto.

Fique de olho!Fique de olho!

Figura 11.14 - Posicionamento das ripassobre os caibros.

Figura 11.15 - Ilustração de uma galga.

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119Cobertura

11.8 Colocação das telhas e acabamento

As telhas devem sempre ser colocadas de baixo para cima num telhado, ou seja, a partir dobeiral. Na primeira fiada de telhas é recomendável que seja colocada uma “ripa dupla” com a finali-dade de fazer a vez de uma telha que ali seria colocada.

Na execução do beiral, é importante prever a colocação de uma calha. Para tanto, se faz neces-sário que a linha de ripas a serem colocadas no beiral seja recuada em relação às demais para que atelha tenha uma projeção além dessas ripas, em torno de 10 cm. A ponta dos caibros deve ser ser-rada verticalmente para que seja fixada uma tábua de acabamento chamada testeira ou tabeira. Vejaa Figura 11.16.

Figura 11.16 - Ilustração do acabamento no beiral.

Durante a colocação das telhas é importante, tanto para o aspecto visual como para uma per-

feita colocação, que o alinhamento horizontal e vertical seja sempre observado.Na última fiada de telhas, quando do encontro com a cumeeira, é normalmente colocada

como arremate ou acabamento final, no encontro entre dois planos de telhado, uma carreira detelhas “cumeeira” assentada com argamassa mista de cimento, cal e areia.

11.9 Tipos de telhas

Muitos são os tipos de telhas destinados para a cobertura de telhados. No entanto, destacam-se:

11.9.1 Cerâmicas

A seguir, a Tabela 11.2 apresenta as principais telhas encontradas no mercado, sua inclina-ção mínima, seu peso e consumo. Podem ser encontrados, também, outros tipos de telhas à base decimento e com diferentes colorações.

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120 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Tabela 11.2 - Tipos de telhas e seus dados relevantes

Tipo Inclinação mínima Peso Consumo

Plan 20% 1,90 kg/peça 26 un./m2

Portuguesa 30% 2,60 kg/peça 17 un./m2

Romana 30% 2,60 kg/peça 16 un./m2

Capa/Canal 20% 2,10 kg/peça 26 un./m2

Cumeeira ----- 2,50 kg/peça 3 un./metro linear

Fonte: Cear Cerâmicas.

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121Cobertura

11.9.2 Fibrocimento

As telhas de fibrocimento são telhas que possuem dimensões que podem suprir grandes vãospropoAs telhas de fibrocimento possuem dimensões que podem suprir grandes vãos, proporcio-nando facilidade e rapidez na execução de coberturas em obras de qualquer porte, podendo aindaser utilizadas para fechamento de vãos. Porém alguns cuidados devem ser observados:

 » As telhas de pouca espessura são muito frágeis na resistência a ventos fortes, principal-mente quando utilizadas em galpões. O sistema de fixação deve ser reforçado.

 » As telhas de fibrocimento são fixadas por meio de ganchos ou parafusos. Isso pode oca-sionar vazamentos nos furos executados para a colocação da fixação. Recomenda-se cala-fetar os furos.

 » A movimentação da estrutura e a ação dos ventos podem comprometer a fixação. É acon-selhável uma inspeção periódica.

A seguir, a Figura 11.17 traz a telha Vogatex que é amplamente utilizada nas construções pro- visórias nos canteiros de obras. Veja também a Tabela 11.3, com dados básicos do material.

50 mm

Largura nominal = 500 mm

Largura útil = 450 mm

25 mm75 mm

4 mm

24mm

Figura 11.17 - Dimensões básicas da telha Vogatex.

 

Tabela 11.2 - Dados básicos da telha Vogatex®

Características Básicas

Vão livre máximo (m) 1,15

Largura total (m) 0,5

Largura útil (m) 0,45

Inclinação mínima sem recobrimento 27% (15°)

Inclinação mínima com recobrimento 27% (15°)

Fonte: Eternit S.A. Disponível em www.eternit.com.br. Acesso em: 02 mar. 2008.

Detalhes construtivos

Para a perfeita vedação devem ser observados alguns detalhes executivos, apresentados a seguir.

 » Arremate com paredes:  No encontro do telhado com uma alvenaria que se sobres-sai acima da cobertura é necessária a colocação de um contrarrufo, mostrado na Figura11.18, normalmente feito em chapa zincada ou de alumínio. Esse procedimento tambémse faz quando a cobertura é de telhas cerâmicas.

Figura 11.18 - Colocação de contrarrufo.

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122 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

 » Juntas de dilatação:  Dispositivo colocado entre as telhas quando estas estão sujeitas amovimentação devido a dilatações estruturais ou térmicas. Devem, no entanto, garantirestanqueidade, como na Figura 11.19.

Figura 11.19 - Colocação de junta de dilatação.

 » Cordão de vedação:  Para inclinações abaixode 10° (18%) em telhados com “água” de com-primento superior a 12 m, e quando a fixação éfeita por parafusos ou ganchos com rosca, pode--se especificar cordão de vedação. Para entendermelhor, veja a Figura 11.20. Esse cordão é uma

massa colocada entre as telhas com a finalidadede evitar o “retorno da água” sob a telha, princi-palmente sob a ação dos ventos.

 » Fixação: Esse é um dos problemas encontrados quanto a vazamentos em telhas, e por issoa fixação deve ser bem executada, uma vez que as telhas são furadas para receber parafu-sos quando apoiadas sobre madeira ou ganchos, sobre estrutura metálica ou de concreto.Em ambos os casos, e sobre as telhas, os elementos de fixação devem receber um anel deborracha a ser colocado entre a telha e a porca (ou cabeça do parafuso) de fixação para a vedação do furo de passagem, como na Figura 11.21.

Parafuso com rosca soberba

Fabricado em ferro galvanizado a fogo, com Ø 8 mm (5/16”)

e cabeça com estampa especial. Seu uso é imprescindível emcoberturas sujeitas a forte sucção de vento e nas telhas do

beiral, bem como nas coberturas com inclinação abaixo

de 10° (l8%).

Gancho com rosca reto L

Para fxação de telhas e peças complementares em apoio metá-

lico ou de concreto.

Figura 11.20 - Colocação decordão de vedação.

Figura 11.21- Dispositivos para fixação de telhas de cimento amianto.

(continua)

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123Cobertura

Gancho com rosca reto simples

Para fxação de telhas e peças complementares

em apoio metálico

Fixador de abas simples

Para fxação de peças complementares diretamente

nas telhas quando há acesso por baixo da cobertura.

Conjunto de vedação elástica

Figura 11.21- Dispositivos para fixação de telhas de cimento amianto.

Algumas peças complementares para a cobertura tambémestão disponíveis, tais como: cumeeira normal, cumeeira articu-lada, espigão de abas planas e rufos.

11.9.3 Metálicas

Outra opção para as coberturas são as telhas metálicas,que podem, da mesma forma que as telhas de cimento-amianto, vencer grandes vãos, principalmente os de uso industrial. Essastelhas são obtidas por um processo de conformação em “perfila-

deiras” de chapas de zinco, alumínio ou de aço, e podem ser simples ou do tipo sanduíche. Estas pos-suem um elemento que reduz o calor interno do ambiente, proporcionam maior conforto ambientale acústico, e esse elemento de preenchimento pode ser de lã de vidro, lã de rocha, poliuretano ouIsopor.

Quanto ao formato, as onduladas e as trapezoidais são as mais utilizadas:

 » Telha Trapeizodal

Figura 11.22 - Ilustração de uma telha trapezoidal.

As movimentações das telhas oriundasdas movimentações térmicas e da açãodo vento vão com tempo “alargando” odiâmetro do furo executado nas telhas ouainda “afrouxando” os elementos de fixa-ção, e por isso é sempre necessária umarevisão nesses elementos.

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124 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

 » Telha Ondulada

Figura 11.23 - Ilustração de uma telha ondulada.

 » Telha Térmica (sanduíche)

Figura 11.24 - Ilustração de uma telha térmica.

Para a fixação dessas telas, bem como sobre seus tamanhos, recomenda-se a consulta aosfabricantes.

11.10 Calhas e condutores

Uma das funções de um telhado é a proteção da edificação contra as intempéries, principal-mente contra as chuvas. Assim, na construção de um telhado pode-se prever um sistema de captaçãode águas pluviais composto de calhas e condutores.

As calhas são elementos de seção variada e de materiais dos mais diversos, do zinco ao PVC,que são fixados nos beirais dos telhados com a finalidade de captar as águas pluviais e levá-las aoscondutores que são fixados nas alvenarias em pontos estratégicos.

Para efeito prático, é possível estabelecer uma regra simples, como o exemplo que será apre-sentado mais adiante e a Figura 11.25, para o dimensionamento das seções das calhas e condutores.Convém ressaltar que, para informações e dimensionamentos mais criteriosos, é importante a con-sulta às Normas Brasileiras, neste caso, a NBR 10.884/89.

» Calhas:  1,50 cm2  (seção transversal) de calha para cada metro quadrado de superfíciedo telhado; em regiões onde a incidência de chuvas é muito forte, deve-se aumentar este valor.

 » Condutores: metade da seção estimada para a calha.

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125Cobertura

Exemplo

Seção da calhaSeção da calha Semi-circularSemi-circular

Área de contribuição do telhadoÁrea de contribuição do telhado 100,00100,00 mm

Seção da calha: 100,00 mSeção da calha: 100,00 m22 1,50 cm1,50 cm22 p/ mp/ m22 66,6766,67 cmcm22

iâmetro da calha (seção semi-circular)iâmetro da calha (seção semi-circular) 13,0413,04 cmcm

Seção do condutorSeção do condutor 33,3433,34 cmcm22

iâmetro do condutoriâmetro do condutor 6,526,52 cmcm

Nas pontas das calhas é aconselhável prever saídas doNas pontas das calhas é aconselhável prever saídas doexcesso e águas caso aja pro emas e escoamentoexcesso e águas caso aja pro emas e escoamentoou entupimento, situação muito comum em lugaresou entupimento, situação muito comum em lugarescom muita vegetação, principa mente com a presen-com muita vegetação, principa mente com a presen-ça e árvores.ça e árvores.

11.11 Cuidados na execução e manutençãode um telhado

Como em toda estrutura, alguns cuidados devem ser observados quanto a sua execução oumanutenção. Lembre-se de que os serviços são executados em altura, e que não devem permanecerpessoas abaixo das montagens, pois o risco de queda de objetos é enorme.

 » Se a estrutura do telhado for de madeira:

usar sempre madeira de lei, sem nós, sem estarem lascadas e não apresentarem “brocas”;

usar madeira de bitolas uniformes e sem empenos;

a madeira deve estar seca;

a madeira que for ficar exposta às intempéries deverá receber tratamento impermeabilizante.

 » Se a estrutura for metálica:

as peças devem ter recebido tratamento anticorrosivo e pintura de acabamento;

não devem apresentar sinais de ferrugem e, caso aconteça, deve ser tratada;

as soldas devem ser íntegras e não apresentar sinais de fissuras. Na dúvida, usar produtoespecífico para visualização.

Os seguintes cuidados gerais devem ser tomados:

 » Não se dever fazer manutenção ou montagem de telhados em dias de chuva. Fazê-losomente em casos de extrema necessidade.

 » Usar, sempre que possível, tábuas sobre as telhas para servirem de passarelas.

 » O uso de cinto de segurança é imprescindível em qualquer situação.

Figura 11.25 - Calha com condutor.

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128 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

12.2 Componentes de uma esquadria

O esquema da Figura 12.1 é ilustrativo e básico de um batente (ou portal) para a instalação deportas, embora a nomenclatura também seja válida para as esquadrias destinadas à fixação de jane-las. O que varia é a seção do corte AA, que deve ser adaptado para janelas.

 A A

Travessa

Montante

Chumbadores

Detalhe 1

Detalhe

Corte AA

        1        0         5 

        3         5  10 30

Prego

Figura 12.1 - Componentes de uma esquadria.

Os chumbadores mencionados na Figura 12.1 têm como função auxiliar a fixação do batentena alvenaria. Esses chumbadores podem ser de pregos 22 × 48 ou 22 × 42 ou, ainda, providos de fitametálica dentada.

12.3 Materiais utilizados

Os materiais utilizados são os mais vaiados possíveis. A seguir consta uma relação dos mate-riais mais utilizados, e suas características mais relevantes:

a) MadeiraElemento de fácil adaptação em qualquer projeto arquitetônico devido à sua versatilidadee beleza.

A madeira tem de ser tratada contra fungos e cupins.

Deve estar devidamente seca antes da fabricação, pois o risco de empenamento e alteraçãode medidas é muito grande.

A madeira tem de ser a chamada “madeira de lei” ou madeira de primeira qualidade.

Requer pintura de proteção (verniz) periodicamente para manutenção de sua textura e beleza.

em de ser protegida da umidade.b) Ferro

Elemento também adaptável a qualquer projeto arquitetônico.

oda a ferragem deve ser lixada e limpa com solvente antes da aplicação do sistema de pintura.

Não recomendado para regiões litorâneas por causa da presença de salinidade, que é alta-mente prejudicial ao ferro.

Aumenta o fator psicológico (do proprietário) no aspecto “segurança”.

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129Esquadrias

c) Alumínio

Elemento leve, versátil e adaptável a qualquer tipo de projeto arquitetônico.

É encontrado comercialmente em diversas cores e padrões.

Recomendado para regiões litorâneas por sua resistência à salinidade.

Diminui o fator psicológico (do proprietário) no aspecto “segurança”.Largamente utilizado em edifícios residenciais e comerciais.

O alumínio natural dispensa pintura.

Não deve receber respingos de argamassa ou concreto, pois o alumínio sofre reação com àcal, que mancha a peça (e essa mancha não é removível).

d) PVC policloreto de vinila)

Elemento leve e versátil, também adaptável a qualquer tipo de projeto arquitetônico.

Material de pouco conhecimento do público consumidor.

Diminui o fator psicológico (do proprietário) no aspecto “segurança”.Bastante utilizado em edifícios residenciais e comerciais.

Dispensa pintura.

Verificar se o produto é resistente à ação dos raios ultravioleta.

e) Vidro

Elemento leve e versátil, também adaptável a qualquer tipo de projeto arquitetônico.

Material cada vez mais utilizado.

Permite iluminação total.

Verificar a espessura do vidro e seu tipo conforme a sua aplicação e finalidade.

O vidro tem de ser do tipo “temperado”.

12.4 Tipos de esquadrias

Há esquadrias para diversos fins. No entanto, aqui a ênfase será somente para as esquadrias deportas e janelas.

12.4.1 Esquadria para portasEsquadria para portas é formada por um conjunto de três peças, sendo duas verticais, que defi-

nem a altura, chamadas de montantes, e uma peça horizontal, que define a largura, chamada de tra- vessa.

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130 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

12.4.2 Esquadria para Janelas

Essas esquadrias são compostas de quatros peças, sendo dois montantes verticais e duas traves-sas, uma superior e outra inferior.

A seguir, a Figura 12.3 apresenta os modelos mais comuns de janelas encontrados no mercado:

 Janela de correr

Possui uma ou mais folhas que se movimentam por deslizamento horizontal no plano dafolha.

Vantagens

 » Fácil operação.

 » Ventilação regulável conforme a abertura das folhas.

 » Permite instalar grades, persianas ou cortinas.

Desvantagens

 » Vão livre para ventilação de apenas 50%.

 » Dificuldade de limpeza na face externa.

» Riscos de infiltração de água pelos drenos do trilho inferior, em vedações mal- executadas.

Janela guilhotina

É formada por uma ou mais folhas, que se movimentam por deslizamento vertical no plano dajanela. Quando aberta, suas folhas ficam embutidas no corpo da esquadria ou na alvenaria.

Vantagens » Possui as mesmas vantagens da janela de correr, caso as folhas tenham sistemas de

contrapeso ou sejam balanceadas. Do contrário, as folhas devem ter retentores nas guiasdo marco.

Desvantagens » Além das desvantagens da janela de correr, exige manutenção mais frequente para regular

a tensão dos cabos e o nível das folhas.

 » Risco de quebra de cabos.

Figura 12.2 - ipos comuns de esquadria para portas.

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131Esquadrias

 Janela projetante

Possui uma ou mais folhas que podem ser movimentadas em rotação em torno de um eixohorizontal fixo, situado na extremidade superior da folha.

Vantagens

 » Permite ventilação nas áreas inferiores do ambiente, mesmo com chuva sem vento.

 » Boa estanqueidade ao ar e à água.

 » Não ocupa espaço interno.

Desvantagens

 » Limpeza difícil na face externa.

 » Não permite uso de grade ou tela na parte externa.

 » Libera parcialmente o vão.

 » Não direciona bem o fluxo de ar.

 Janela de tombar

Possui uma ou mais folhas que podem ser movimentadas mediante rotação em torno deeixos horizontais fixos, situados na extremidade inferior da folha.

Vantagens

 » Permite ventilação nas áreas superiores do ambiente, mesmo com chuva sem vento.

 » Boa estanqueidade ao ar e à água.

 » Não ocupa espaço interno.

Desvantagens As mesmas desvantagens da janela projetante.

 Janela de abrir (folha simples ou folha dupla)

É formada por uma ou mais folhas que se movimentam mediante rotação em torno de eixosverticais fixos, coincidentes com as laterais das folhas.

Vantagens

 » Quando aberta, libera 100% do vão para ventilação.

 » Fácil limpeza da face externa.

 » Boa estanqueidade ao ar e à água.

 » Permite grades quando as folhas abrem para dentro.

Desvantagens

 » Ocupa espaço interno quando abre para dentro.

 » Não permite regulagem ou direcionamento do fluxo de ar.

 » Não permite tela ou grade se abrir para fora, ou cortina, se abrir para dentro.

 Janela pivotante (horizontal ou vertical)

Possui uma ou várias folhas que podem ser movimentadas mediante rotação em torno de umeixo horizontal ou vertical não coincidente com as laterais e extremidades da folha.

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133Esquadrias

Largura da folha

Vão luz

Figura 12.4 - Vão luz de uma esquadria.

12.5.2 Janelas

As janelas possuem as mais variadas medidas comerciais, e para os mais variados fins, par-tindo de 60 cm a 2 m de largura, e de 60 cm até 1,20 m de altura.

A área efetiva de ventilaç o e de iluminaç o das janelas nem sempre tem as medidas comerciais ou s o ideais para aA área efetiva de ventilaç o e de iluminaç o das janelas nem sempre tem as medidas comerciais ou s o ideais para aperfeita ventilaç o e iluminaç o dos ambientes.perfeita ventilaç o e iluminaç o dos ambientes.

Fique de olho!Fique de olho!

Exemplos:

1) Uma janela de abrir nas dimensões de 2 m de largura e 1,20 m de altura, com quatrofolhas, possuirá efetivamente um vão luz, quando totalmente aberta, de 1 m de largura e1,20 de altura. Neste caso há uma redução de 50% nas áreas de iluminação e de ventilação.

2) Uma janela de vidro do tipo basculante possui uma área de iluminação praticamente nasmesmas dimensões. Mas a área de ventilação é reduzida porque a parte que se abre não énecessariamente a mesma da janela.

12.6 Assentamento

O assentamento dos caixilhos de portas e janelas deve ser muito rigoroso no que diz respeitoaos prumos e níveis. Cabe lembrar que os caixilhos fazem parte do acabamento de uma obra e, comotal, devem merecer especial atenção, pois um erro pode levar a difíceis correções.

12.6.1 Observações mais comuns sobre cada caixilho

A seguir encontram-se as orientações básicas que devem ser observadas nos assentamentosdos caixilhos:

12.6.1.1 Caixilhos de madeira

 » Nunca devem ser encunhados nos meios dos vãos dos montantes e travessas. Podemsofrer torção e flexão dificultando o seu funcionamento.

 » Apropriados para regiões litorâneas.

 » Podem sofrer manchas em contato com argamassas e concreto.

 » Não recomendados quando expostos às intempéries.

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134 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

12.6.1.2 Caixilhos de alumínio e PVC

 » Podem sofrer manchas em contato com argamassa e concretos. Remover imediatamenteos respingos.

 » Nunca devem ser encunhados nos meios dos vãos dos montantes e travessas. Podemsofrer torção e flexão dificultando o seu funcionamento.

12.6.1.3 Caixilhos de ferro:

 » Nunca devem ser encunhados nos meios dos vãos dos montantes e travessas. Podemsofrer torção e flexão dificultando o seu funcionamento.

12.6.1.4 Caixilho de vidro:

 » Os requadros dos vãos devem ser perfeitos para promover o perfeito encaixe das peças. Orequadro benfeito de um vão é parte integrante do caixilho.

12.6.2 Observações de caráter geral

 » Caso os caixilhos sejam industrializados, ler atentamente os manuais de instalação e defuncionamento.

 » Normalmente os caixilhos de alumínio e de PVC possuem um “contramarco”; este deveser assentado quando do levante da alvenaria (ou após), e somente na fase final de acaba-mento é que os caixilhos são então colocados.

 » As partes móveis dos caixilhos devem ser convenientemente protegidas durante a suacolocação.

12.6.3 Esquema básico do assentamento de um caixilho

12.6.3.1 Portas

Verificação

do prumo

Linha referencial de altura

Régua para

verificação de“embarrigamento” dos

montantes

Vão a ser preenchido

com argamassa ou

com espuma de

poliuretano

Sarrafo de

madeira fixado

entre os

montantes para

garantir alargura

Sarrafo de madeira

fixado entre atravessa e o montante

para garantir o ângulo

reto da esquadria

Cunhas de fixaçãosobre os montantes

Figura 12.5 - Colocação de uma esquadria para porta.

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136 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

 Alvenaria Batente

Distâncias constantes em relação a alvenaria

Figura 12.8 - Ilustração do alinhamento de uma esquadria.

O assentamento dos caixilhos de portas e janelas deve ser muito rigoroso no que diz respeito aos prumos e níveis. CabeO assentamento dos caixilhos de portas e janelas deve ser muito rigoroso no que diz respeito aos prumos e níveis. Cabelembrar que os caixilhos fazem parte do acabamento de uma obra e, como tais, devem merecer especial atenç o, poislembrar que os caixilhos fazem parte do acabamento de uma obra e, como tais, devem merecer especial atenç o, poisum erro pode levar a difíceis correções.um erro pode levar a difíceis correções.

Fique de olho!Fique de olho!

12.7 Uso de contramarcos

Na colocação de caixilhos, principalmente os de alumínio, é de boa técnica a utilização de con-tramarcos, que têm por finalidade auxiliar a colocação final desses caixilhos por serem peças delga-das, frágeis, e de pouca resistência à ação da cal presente nas argamassas.

Esse sistema consiste em assentar previamente um quadro auxiliar nas dimensões do caixilho,durante (ou após) o levante da alvenaria, e antes do revestimento. Esse quadro, depois de assentado, vai receber o caixilho definitivo que muitas vezes é simplesmente fixado por meio de parafusos.

12.8 Ferragens e acessórios

No mercado varejista há inúmeras peças que vão compor o caixilho: fechaduras, dobradiças,puxadores, trincos, fixadores de folha de porta, entre outros. Cabe a perfeita escolha de acordo como gosto pessoal do usuário, aliada à arquitetura e ao tipo de peça, sem esquecer, no entanto, da fun-cionalidade e segurança.

12.9 Vidros

Os caixilhos nem sempre são totalmente fechados. Uma das funções dos caixilhos, principal-mente das janelas, é a de promover ventilação e iluminação para os ambientes. Para tanto, a coloca-ção de materiais não opacos se faz necessária, e entre esses materiais o mais comum é o vidro. Esteproporciona aspecto estético, conforto térmico e acústico, e alguns deles protegem contra a radia-ção solar. Há, ainda, os vidros especiais destinados à resistência a choques de objetos e até proteçãocontra choques de projéteis de armas de fogo. A seguir, na abela 12.1 adaptada do Departamentode Engenharia Civil Universidade Estadual de Ponta Grossa (http://www.uepg.br), encontram-se osprincipais tipos de vidros encontrados no mercado.

Guarnições (também chamadas de “ali-sares”) são peças de acabamento, nor-malmente de madeira, que são pregadassobre o batente (travessas e montantes)

com a finalidade de promover o acaba-mento e o complemento ao caixilho, etambém de “esconder” a região de tran-sição entre o batente e a alvenaria.

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137Esquadrias

abela 12.1 - ipos de vidro

Tipo de vidro Características Indicação de uso

Comum(recozido)

É o vidro comum sem qualquer tratamento especial noprocesso de fabricação.Espessuras: 2, 3, 4, 5, 7, 8, 10, 12, 15, 19 mm

Vertical em caixilhos de pequenasdimensões (vidraças) e na espessura de4 mm em esquadrias de alumínio padrão

Temperado

Sofre um processo de têmpera com temperatura em torno

de 700ºC que o torna até cinco vezes mais resistente queo vidro comum e ao quebrar-se, fragmenta-se totalmente.Espessuras: 4 a 19 mm

SacadasPortas autoportantesBoxes

Laminado

É constituído de camadas de vidro unidas por película deplástico (polivinibutiral - PVB) e ao quebrar-se, mantém-seinteiro com estilhaços aderidos à película.Espessura: 4 a 65 mm

Caixilhos de portasSacadasTampos

Aramado

É uma lâmina de vidro fundida com malha metálica de½” quadrada, o que confere ao conjunto alta resistênciaao fogo.Espessura: 7mm.

Vidro de segurançaJanelas de escadas enclausuradasIluminação zenitalParapeitos

Float-glass(comum flotado - cristal)

Possui superfícies planas, transparentes e visibilidadeperfeita (sem distorções), permitindo cortes precisos.

CaixilhosPortas

Impresso (fantasia)São vidros que recebem na sua fabricação estampa dedesenhos ou figuras que os tornam translúcidos.

Janelas de banheirosPortas de entrada

12.9.1 Cuidados na instalação dos vidros

a) A instalação de vidros, assim como todo o manuseio, deve ser executada apenas por pes-soal especializado, geralmente o próprio fornecedor dos vidros.

b) Por se tratar de uma fase final da obra, a movimentação de materiais já deve estar termi-nada, bem como todo o revestimento (paredes, pisos e tetos) ter sido executado.

c) Os caixilhos de ferro já devem ter pelo menos uma demão de pintura executada antes da colo-cação dos vidros, o que proporcionará maior durabilidade do caixilho e melhor efeito estético.

d) Nas esquadrias e caixilhos é recomenda-do usar massa de calafetação (conhecidacomo massa de vidraceiro), mostradana Figura 12.9, dupla na colocação dos vidros, ou seja, a utilização de massa naparte interna e externa do vidro. Esseprocedimento evita o acúmulo de sujeira

entre o caixilho e o vidro.e) Alguns caixilhos são providos de

“baguetes”. Essas peças têm a finalidadede sustentar os vidros e fixá-los nos cai-xilhos. Recomenda-se, mesmo assim, ouso de massa de vidraceiro entre o vidroe esses baguetes, como mostra a Figura12.10.

Figura 12.9 - Colocação de massa de calafetação.

Figura 12.10 - Colocação de massa decalafetação e baguete.

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138 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

f) As placas de vidro assentadas devem ser sinalizadas com o intuito de chamar a atenção eevitar acidentes. Essa sinalização deve ser executada com um “X” feito com tinta látex à basede água e deve ser removida somente quando da limpeza final da obra. Não se recomenda ouso de fitas adesivas, pois a ação dos raios solares torna difícil a remoção do adesivo.

g) A pintura sobre a massa de vidraceiro somente poderá ser feita após a sua secagem, o que

ocorre em torno de trinta a quarenta dias.

h) Na limpeza final, evitar o uso de produtos químicos agressivos que causem danos aoscaixilhos e vidros. Recomenda-se o uso de água limpa, detergente neutro e pano seco ouproduto limpa-vidros apropriado.

Você aprendeu neste capítulo a diferença entre os caixilhos de uma porta e de uma janela, bemcomo os seus componentes.

Aprendeu também sobre os diferentes tipos de esquadria, e a forma de assentamento com ênfasena importância na verificação de prumos, alinhamentos e esquadros, e sobre os diferentes tipos de vidroe sua colocação.

Vamos recapitular?

gora é com você

1) Que tipo de vidro você recomendaria para as seguintes situações:

a) Porta metálica com vãos quadriculados, na medida máxima de 20 × 20 cm?

b) Porta metálica com vãos nas medidas 70 × 120 cm?

c) Folha de porta inteira de vidro?

d) Janelas próximas a um “campinho” de futebol?

e) Janelas em edifícios acima de vinte andares?

2) Em que situação de projeto você não recomendaria o uso de janelas do tipo “maxim-ar”?

3) Ao dar acabamento final numa alvenaria, verificou-se que a sua espessura ficou 2 cm

maior que a espessura do batente de uma porta. O que você recomendaria para ummelhor acabamento a ser feito?

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139

13Revestimentos

Este capítulo trata das funções dos revestimentos e seus principais tipos: argamassas, gesso e cerâ-micos. Será abordada também a execução de cada um desses trabalhos, e os cuidados necessários.

Para começar

13.1 O que é revestimento de uma obra?

Como o próprio nome sugere, todas as construções sejam elas construções estruturais (estru-turas de modo geral: pilares, vigas, lajes, etc) e de vedação (alvenaria, por exemplo) necessitam dealgum elemento que as proteja das ações das intempéries tais como vento, chuva, sol, variações deumidade, entre outras, que ao longo do tempo vão causar danos à obra, e assim devem estar prote-gidas. Esse elemento da construção com a finalidade de dar proteção ao que foi construído, além dedar estanqueidade às edificações, chama-se revestimento.

Cuidado para não confundir revestimento com acabamento. São etapas distintas de uma obra.

13.2 Revestimentos mais comuns

Os tipos de revestimentos são os mais diversos, inclusive alguns destinados a condições eambientes específicos devidos a particularidades de uso. Há aqueles destinados a revestimentos indus-triais, navais, químicos, comerciais, hospitalares etc., cada um deles com suas características e finalida-des. Neste capítulo será dada ênfase somente aos revestimentos destinados à construção residencial.

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140 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Os revestimentos mais comuns são os de argamassas, os cerâmicos e os de pedra. Evidente-mente, a cada dia que passa novas técnicas e novos materiais estão disponíveis no mercado, e é sem-pre bom estar atento a essas inovações. Quanto à pintura, que também é um tipo de revestimento,será tema do próximo capítulo.

13.2.1 Argamassas de cimento e calAs argamassas são os revestimentos mais comuns e tradicionais, e praticamente não há obra

em que não sejam utilizadas. Ainda é o revestimento mais apropriado para efetuar proteção em alve-narias, sejam elas internas ou externas, de vedação ou estruturais.

Sua forma de aplicação é geralmente lisa, mas a critério do arquiteto pode assumir diferentestexturas e desenhos, o que pode enriquecer o aspecto das fachadas.

Um revestimento completo de argamassa assume três partes: chapisco, emboço e reboco.

13.2.1.1 ChapiscoÉ a primeira camada do revestimento aplicada diretamente sobre a alvenaria, numa espessura

que varia de 5 a 7 mm, com a finalidade de proporcionar melhor aderência à camada seguinte. Con-siste de uma argamassa de traço 1:3 (volume) de cimento e areia média cuja aplicação se faz com ouso da colher de pedreiro ou equipamento de projeção apropriado.

13.2.1.2 Emboço

É a segunda camada a ser executada, mas somente 24 horas após a aplicação do chapisco. Oemboço tem a finalidade de regularizar a superfície da alvenaria, preenchendo os eventuais vazios, e

principalmente corrigir distorções encontradas no prumo quando da execução da alvenaria. É umaargamassa aplicada geralmente em torno de 2 a 2,5 cm de espessura, e seu traço é bastante variá- vel, dependendo dos componentes utilizados em sua composição; o cimento e a areia são pratica-mente constantes, porém outros elementos são adicionados para dar plasticidade à argamassa, taiscomo: cal, “saibro” ou aditivos plastificantes. É sempre importante salientar que para obras de grandeporte é deve ser feita a pesquisa do melhor traço a ser utilizado, pois em grandes quantidades o custopoderá ser bastante significativo e ainda o estudo com referência à sua aplicação, pois em diferentespartes da obra há a necessidade de traços mais fortes, por exemplo, em área externa sujeita à açãoconstante das intempéries.

Para a aplicação dessa camada do revestimento é necessária a execução de “taliscas” (ver item

3 a seguir) com a finalidade de proporcionar prumo ao revestimento acabado e alinhamento per-feito, dando assim o aspecto final à alvenaria. Uma vez executadas as taliscas, promove-se o “ chape-amento” da argamassa à alvenaria com o uso da colher de pedreiro e depois que o excesso de água jáestiver sido absorvido pela superfície e a argamassa apresentar consistência firme, é então executadoum “sarrafeamento” com o auxílio, normalmente, de uma régua de alumínio.

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141Revestimentos

Os traços, em volume, mais usuais são:

revestimento externo: 1:2:6 (cimento, cal hidratada e areia média);

revestimento interno: 1:2:8 (cimento, cal hidratada e areia média).

13.2.1.3 RebocoÉ a terceira e última camada do revestimento. Deve ser executada somente 21 dias após o

emboço. Também é conhecida como revestimento fino. Consiste de uma argamassa de cimento, calhidratada e areia fina peneirada aplicada numa espessura não maior do que 5 mm, para finalizare dar acabamento ao emboço, corrigindo eventuais distorções. É aplicado normalmente com umadesempenadeira de madeira e o acabamento ou o alisamento final da superfície é executado com oauxílio de uma desempenadeira provida de espuma. Há, ainda, a possibilidade de adquirir essa arga-massa já industrializada, bastando apenas a adição de água para a sua aplicação.

O traço usual em volume para esse revestimento é 1:3 (cal e areia fina) com adição de 50 kg decimento por m³ de argamassa.

Está cada vez mais comum a utilização de somente duas camadas de revestimento. A primeira,imprescindível por causa da necessidade de melhoria da aderência, é o chapisco, e a segunda é oemboço preparado com areia média peneirada, sarrafeada e com alisamento final com espuma.

Quanto ao preparo, pode-se adquirir argamassas pararevestimentos (chapiscos, emboços e rebocos) e assentamentode alvenarias já pré-misturadas e ensacadas, bastando apenasa adição de água para o seu uso. Essa mistura deve ser prepa-rada em caixotes limpos e secos, observando as orientações dofabricante contidas na embalagem. É sabido que a mistura tra-

dicional da argamassa causa muita sujeira e transtornos não sóna sua mistura como também no seu transporte até o local daaplicação e a opção em se utilizar as argamassas pré-misturadasse torna bastante interessante, pois é evitado o estoque de areia ecimento além da necessidade de espaço para o preparo da arga-massa. Alguns casos são interessantes em se usar as argamassaspré-misturadas:

 » área restrita de estocagem em canteiros de obra;

 » restrição de serviços e atividades de obras em condomínios;

 »

reformas e reparos.Em obras de porte pode-se ainda optar por adquirir argamassas prontas nas mesmas usinas

que fornecem concreto.

13.2.2 Execução de revestimento do emboço

A Figura 13.1 ilustra os procedimentos para a execução do emboço. É necessária a colocaçãode taliscas e mestras para a definição da espessura do revestimento. É nessa etapa que eventuais des- vios de prumo e de alinhamento da alvenaria podem ser corrigidos.

No preparo das argamassas que utilizamcal recomenda-se a adição de cimentosomente 24 horas depois de misturada aareia com a cal, ou seja, executa-se uma

pré-mistura de areia, cal e água, deixa--se “descansar” para posteriormenteadicionar o cimento. Esse procedimentomelhora a hidratação da cal e propor-ciona maior plasticidade e aderência daargamassa.

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142 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Figura 13.1 - Etapas para marcação de taliscas e mestras para execução do emboço.

13.2.2.1 Cuidados na execução

 » Não executar emboços com mais de 2,5 cm numa mesma camada. Se necessário execu-tar uma primeira camada, esperar cura mínima de sete dias e somente após completar aespessura desejada.

 » Manter umedecido o substrato (chapisco) para a aplicação das diferentes etapas de reves-

timento sem deixar encharcado com água.

 » Verificar o prumo das paredes e da espessura dos caixilhos para estabelecer a espessuratotal do revestimento.

 » Verificar o posicionamento dos portais e caixilhos principalmente em banheiros, cozi-nhas, áreas de serviço e em outras áreas onde serão assentadas cerâmicas.

 » Os cantos vivos dos revestimentos devem ser arredondados ou chanfrados. Nesses casos ésempre interessante utilizar uma argamassa mais rica em cimento para aumentar a resis-tência no local ou ainda “salpicar” cimento na superfície da argamassa no momento doacabamento. Pode-se ainda instalar dispositivo de reforço tal, como perfil metálico exclu-

sivo para esse fim, o que proporciona maior resistência a impactos, não danificando oscantos da parede. Veja a Figura 13.2:

Figura 13.2 - Exemplo de reforço nos cantos das alvenarias revestidas.

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143Revestimentos

 » Após a execução de cada etapa do revestimento, mantê-la sempre umedecida para melho-ria da cura e diminuição da retração.

 » Executar uma etapa do revestimento somente quando a precedente estiver totalmenteseca e curada.

 » Proteger, durante o revestimento, os caixilhos e outros dispositivos já colocados ou fixa-

dos na alvenaria. Cuidado com as peças de alumínio: a cal provoca manhas na sua super-fície e não são removíveis.

 » Verificar sempre os cantos das alvenarias com as lajes e os encontros de paredes para quenão fiquem com excesso de argamassa.

 » Verificar antes da execução dos revestimentos o correto posicionamento dos elementosembutidos tais como tubos e conduítes.

» Cuidar para que as tubulações estejam embutidas o suficiente para que ocorra pelo menos2 cm de revestimento sobre as mesmas.

13.2.3 Revestimento em gesso

Um tipo de revestimento monolítico que está sendo bastante utilizado, em substituição aosrevestimentos de argamassa à base de cimento e cal, é o gesso, que tem sua origem na moagem dagipsita. Porém, deve-se ter cuidado, pois existem diferentes tipos para diversas aplicações e nessecaso o gesso deve ser específico para revestimento, o qual possui um tempo de pega em torno de 45minutos, o que permite um tempo adequado para o seu manuseio e aplicação. É imprescindível parao total aproveitamento das vantagens econômicas desse tipo de revestimento a qualidade no assenta-mento da alvenaria. Esta deve ser executada com blocos ou tijolos de assentamento o mais regularespossível, estar rigorosamente no prumo, e não possuir vazios ou buracos; caso isso ocorra, devemestar devidamente preenchidos e regularizados. Em revestimento sobre superfície de concreto, esta

deve receber uma camada de chapisco, preferencialmente do tipo “rolado”.A aplicação pode ser de dois modos: simplesmente desempenado sem o uso de taliscas, o que

confere um aspecto um pouco ondulado, ou sarrafeado com o uso de mestras e réguas de alumínioque proporcionam uma superfície final regular e uniforme.

Quanto à sua aplicação, deve ser feita com a utilização de desempenadeira de PVC em duasdemãos cruzadas, e alisado, para o acabamento final, com uma desempenadeira metálica. Nãoesquecer que o substrato deve estar livre de resíduos e excessos de argamassa, pó, óleos e graxas, eantes da aplicação do gesso a alvenaria deve ser umedecida.

13.2.3.1 Vantagens e desvantagens

A sua utilização apresenta algumas vantagens (e desvantagens) sobre os revestimentos tradi-cionais (argamassa de cimento, areia e cal). Apresenta as seguintes vantagens:

 » É aplicado diretamente sobre o substrato, não necessita do “chapisco”.

 » Maior produtividade.

 » Superfície pronta para a aplicação da pintura. Apresenta superfície lisa e branca.

 » Menor retração.

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144 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

 » Menor tempo de cura: a partir de sete dias o revestimento já pode receber pintura. O usode massa corrida somente é utilizado para corrigir imperfeições.

 » Menor prazo para o início dos sistemas de pintura.

 » Superfície lisa (basta somente um lixamento simples).

 » Menor custo (material e mão de obra).

 » Menor espessura de aplicação: 3 a 15 mm.

 » Baixo peso específico.

 » Dispensa o uso de massa corrida nos sistemas de pinturas.

 » Pode ser aplicado sobre qualquer tipo de alvenaria.

 » Facilidade na preparação: basta adicionar água.

 » Facilidade na sua reconstituição no caso de reformas e reparos.

As desvantagens são:

 » Baixa resistência à umidade. Sua aplicação é feita somente em interiores. » Diferentemente dos revestimentos à base de cimento, o gesso não contribui no comporta-

mento estrutural da parede.

 » Possui fragilidade a impactos.

 » Não auxilia na fixação de carga suspensa.

 » Necessita de mão de obra especializada.

 » A execução desse tipo de revestimento gera muito resíduo.

 » O gesso é altamente corrosivo sobre o aço-carbono. Neste caso, o aço deve receber pintura

de proteção anticorrosiva.Para o preparo da pasta de gesso, basta adicionar, de modo uniforme e aos poucos, o gesso

sobre a água na ordem de 38 a 40 litros de água para cada 40 kg de gesso em pó. Após a adiçãodo gesso deve-se proceder a uma mistura até a obtenção de uma consistência pastosa e uniforme eaguardar cinco minutos para a sua utilização.

Com relação ao consumo, produtividade e dados gerais:

 » Consumo: 12 kg/m2 para cada centímetro de espessura de revestimento.

 » Produtividade:

 »

sarrafeado: 25 a 30 m2

/dia de gesseiro; » desempenado: 50 a 60 m2/dia de gesseiro.

» Embalagens: sacos de 20 e 40 kg ou a granel.

 » Tempo de pega final: 45 minutos.

 » Armazenagem: Sobre estrados e livre da umidade.

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145Revestimentos

13.2.4 Revestimento em Cerâmica

Revestimento largamente utilizado em locais sujeitos à presença de água constante tais comoáreas de serviço, cozinhas e banheiros, não impedindo, no entanto, o seu uso em outros ambientes.

O seu assentamento requer muito cuidado, pois devem ter perfeito controle das juntas, neces-sárias para absorção de movimentações térmicas e estruturais. Antigamente o assentamento era exe-cutado com a utilização de argamassa de cimento, cal e areia preparados na obra, mas atualmentesão usadas argamassas já preparadas em fábrica, bastando apenas adicionar água. Essas argamassassão chamadas de “cimento-cola” ou “cimento-colante” e a grande vantagem é que além de possuíremcontrole de qualidade na sua produção, contém aditivos em sua composição que melhoram a ade-rência da cerâmica. Em geral, são comercializados em sacos de 20 kg.

As placas de cerâmica podem ser encontradas nos mais diversos tamanhos, a partir das cha-madas pastilhas 2 × 2 cm, até as grandes peças de 60 cm até 1 metro.

Segundo o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro)

e a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento (Anfacer), os revestimen-tos cerâmicos são classificados quanto a alguns aspectos de resistência ao uso. Na Tabela 13.1 constaessa classificação das cerâmicas quanto a resistência à abrasão:

Tabela 13.1 - Resistência a abrasão (PEI – Porcelain Enamel Institute)

PEI Tipo de tráfego Local de uso

0 - Paredes

1 BaixoAmbientes residenciais onde o desgaste é mínimo, por exemplo, banheiros e dormitórios. Ideal para aplica-ção em revestimento de paredes.

2 Médio Ambientes internos de residências onde há maior tráfego, excluindo-se cozinhas e entradas.

3 Médio - Alto Ambientes residenciais em geral, onde não há concentração de material abrasivo (areia) no piso.

4 Alto Todos os ambientes residenciais e comerciais em geral. Suporta a agressividade provocada pelas areias.

5 AltíssimoAmbientes residenciais e comerciais com alta movimentação de tráfego, principalmente àqueles com acessoa vias públicas.

As cerâmicas também são classificadas quanto à resistência a manchas e resistência mecânica, entre outros. Em situa-As cerâmicas também são classificadas quanto à resistência a manchas e resistência mecânica, entre outros. Em situa-ç es específicas, consulte os fabricantes.ç es específicas, consulte os fabricantes.

Fique de olho!Fique de olho!

13.2.4.1 Argamassa colante (cimento-cola)

A argamassa colante industrializada ou simplesmente o cha-mado “cimento-cola” substitui com muitas vantagens a argamassacomum, composta de cimento, areia e cal, porque já vem prontapara o uso; basta apenas o acréscimo de água. Proporciona umaobra mais organizada e limpa, rapidez na execução, e ainda con-fere aderência muito superior da cerâmica com o substrato.

As peças cerâmicas são assentadassobre uma superfície (emboço) ou emcontrapisos já regularizados, pois aespessura da argamassa colante oucimento-cola é sempre constante.

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146 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Essas argamassas possuem características apropriadas para cada uso. Veja os tipos encontradosno comércio:

» ACI: argamassa apropriada para revestimentos internos, exceto para saunas, churrasquei-ras, estufas e outros;

 » ACII:  indicada para uso em ambientes externos. Possui propriedades que absorvem as

influências da temperatura e da umidade; » ACIII: é indicada para condições de altas exigências tais como fachadas, piscinas e saunas.Possui alta flexibilidade e aderência;

 » ACIIIE: indicada para aplicação de cerâmicas e porcelanatos de grandes dimensões, áreasde tráfego intenso, saunas úmidas e piscinas aquecidas.

Dependendo do tipo, da rugosidade da superfície e do tamanho da placa, o consumo de arga-massa colante varia de 4 a 7 kg/m2.

13.2.4.2 Recomendações para o assentamento

 » Em áreas externas, não aplicar sob condições desfavoráveis como chuva, sol intenso e

 vento forte. » Verificar os níveis e caimentos desejados antes do início do assentamento das peças. Caso

necessário, providenciar uma regularização.

 » Umedecer a base de assentamento antes da aplicação da argamassa colante.

» Verificar se a base a ser revestida apresenta resistência suficiente para receber o revesti-mento cerâmico e para suportar as condições de utilização do local.

 » Garantir que a peça assentada tenha um contato pleno com a argamassa e a base de assen-tamento.

 » As peças assentadas devem receber pequenos golpes com martelo de borracha para que a

mesma possa se posicionar conforme as juntas previamente definidas e promover um per-feito contato com a argamassa de assentamento.

» Aplicar dupla camada (base e peça), para as peças de grande formato, com área igual oumaior do que 900 cm2, ou com reentrâncias e saliências maiores do que 1 mm.

 » Utilizar a desempenadeira de dentes, com dimensões adequadas, para obter uma espes-sura de argamassa suficiente em relação ao tamanho da placa cerâmica.

 » As peças cerâmicas não precisam ser umedecidas antes do assentamento.

 » Estudar atentamente a modulação das paredes e dos pisos.

 » A espessura da argamassa de assentamento não deve ser superior a 5 mm.

» Após o assentamento e antes do rejuntamento das peças, verifique se todas as peças estão bem aderidas. Caso con-trário, será necessário remover as peças que tiverem um som oco (som cavo), limpando a argamassa recém-aplicada eassentando novamente as peças.

» A aplicação da argamassa colante não deve ser realizada em pingos ou em bolão. Esse procedimento acarreta áreasvazias sem argamassa colante, reduzindo a aderência. Muitas vezes, isso acontece por causa dos processos de desco-lamento.

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147Revestimentos

13.2.5 Argamassa para rejuntamento

As argamassas de rejuntamento destinam-se a dar solidez ao sistema de assentamento dascerâmicas preenchendo as juntas e protegendo o sistema contra infiltrações indesejáveis. Essas arga-massas devem acompanhar o mesmo tipo utilizado para o assentamento. Há no mercado diversastexturas e cores para um perfeito equilíbrio técnico e arquitetônico do revestimento, uma vez que,

além de os sistemas terem a finalidade primeira de proteção, também há grande preocupação quantoao aspecto arquitetônico.

13.2.5.1 Consumos da argamassa para rejuntamento

Tendo conhecimento das dimensões da placa cerâmica a ser utilizada e também da larguradas juntas de assentamento, é possível realizar o cálculo do consumo aproximado de argamassa derejunte a ser utilizada. O consumo citado na Tabela 13.2 é dado em gramas, por metro quadrado depó de rejunte, antes da sua mistura (conforme instruções do fabricante).

Tabela 13.2 - Consumo de rejunte

Largura da junta 2 mm 4 mm 6 mm 8 mm 10 mm 12 mm 15 mm

Formato da placa (cm) Consumo por metro quadrado, em gramas

10 x 10 480 960 1440 1920 2400 2880 -

10 x 20 360 720 1080 1440 1800 2160 -

15 x 15 320 640 960 1280 1600 1920 -

15 x 30 240 480 720 960 1200 1440 1800

20 x 20 220 440 660 880 1100 1320 1650

20 x 30 200 400 600 800 1000 1200 1500

20 x 40 180 360 540 720 900 1080 1350

25 x 25 200 400 600 800 1000 1200 1500

30 x 30 160 320 480 640 800 960 1200

34 x 34 140 280 420 560 700 840 1050

41 x 41 120 240 360 480 600 720 900

Base para assentamento de pisos cerâmicos

A base de assentamento pode ser dividida em duas partes: contrapiso e camada de regularização.

A camada de contrapiso normalmente é de concreto, com consumo de cimento entre 200 a

250 kg/m³, executada numa espessura na ordem de 5 cm com a finalidade de dar suporte à camadade regularização.

Para execução do contrapiso é sempre aconselhável a execução de “mestras” para garantia daespessura desejada de concreto bem como garantia dos caimentos e nivelamentos esperados. Essasmestras podem ser executadas cravando-se pequenas estacas de madeira no solo até o nível dese- jado, alinhadas e espaçadas a cada 2 m, e, lateralmente nessas estacas, são pregados sarrafos demadeira. Veja a Figura 13.3:

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148 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Outra forma de definir a cota (nível) dorevestimento a ser realizado é proceder do mesmamodo que nos revestimentos de alvenaria: execu-tando taliscas e mestras.

A regularização consiste de uma camada de

argamassa no traço, em volume, de 1:4 (cimento eareia), normalmente de 2 cm de espessura e exe-cutada sobre o contrapiso com a finalidade de dara regularização final e definitiva ao piso. É sobreessa camada que o piso cerâmico será assentadocom cimento colante.

Em ambas as camadas é imprescindível que:

 » não haja partes soltas, ou seja, que asuperfície esteja íntegra;

 » não tenham restos de argamassa prove-nientes de outras etapas construtivas;

 » estejam livres de poeiras, óleos e graxas;

 » seja umedecida, sem saturação, para receber a camada seguinte.

Você aprendeu neste capítulo a função dos revestimentos de argamassa, de gesso e de cerâmica.Aprendeu, também, a execução de cada um deles e a importância de uma boa base para a perfeita aplica-

ção do revestimento.

Também aprendeu que existem diversos tipos de cimento cola para cada tipo de ambiente, alémde saber que as cerâmicas possuem diferentes graus de resistência à abrasão.

Vamos recapitular?

Agora é com você!

1) Há vários tipos de pisos, com suas características de execução. Porém, há algumas

atividades que são comuns a eles. Quais são essas condições gerais de execução, inde-pendentemente do tipo de piso a executar?

2) Um problema na execução de piso ao ar livre é a ocorrência de chuvas durante e apósa sua execução. Esse problema é maior ainda quando o piso é de concreto. Que pre-parativos ou cuidados podemos providenciar quando há esse risco?

3) Por um motivo alheio à nossa vontade, verifica-se que há a necessidade de um reves-timento de argamassa entre 3 e 4 centímetros numa determinada alvenaria. O quedeve ser feito?

Pontalete

firmemente cravado

no solo até a cota

desejada

Sarrafo 2,5 x 5,0 cm, pregadonos ponaletes

1,50 a2,00 m

1,80 m

Figura 13.3 - Colocação de mestras de sarrafo.

Cerâmica Argamassa colante

 Argamassa de regularização

Contrapiso de concreto

Solo compactado

Figura 13.4 - Etapas de um revestimento de piso

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14Pintura

Este capítulo apresenta a importância da pintura e seus principais componentes, os diversos tiposde tintas e complementos, o sistema de aplicação nas mais variadas superfícies, os defeitos em uma pin-

tura, e sua forma de correção.

Para começar

14.1 Por que a pintura?

Como já vimos, toda obra deve e tem de ser protegida contra as ações das intempéries e contraos desgastes naturais devido ao uso. Isso porque os materiais são consumidos ao longo do tempo, eassim devem ter sua vida prolongada. A pintura surge então para dar essa condição à obra.

Uma das principais funções da pintura é evitar que a umidade proveniente das chuvas, de con-

densações e de limpeza se infiltre nos elementos construtivos evitando a proliferação de fungos ebactérias no interior das edificações, e a formação de “mofo”, principalmente em ambientes de pouca ventilação e insolação.

Ainda há outra função para as pinturas; é sabido que o revestimento das alvenarias e tetos exe-cutados com argamassas de cimento e/ou areia deixam uma superfície áspera, com grânulos de areiapouco aderidos na superfície do revestimento e esses grãos de areia se destacam da superfície, pro- vocam desconforto aos usuários e se fixam em definitivo na superfície do revestimento. Além disso,a tinta pode conferir aspectos arquitetônicos à edificação, como beleza e conforto visual.

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14.2 Sistema de pintura

Sistema de pintura é todo um procedimento pelo qual se faz a aplicação de tintas nas maisdiferentes superfícies. Compreende: preparo da superfície ou substrato, preparo da tinta e sua dilui-ção, aplicação da tinta em suas diferentes demãos, uso de utensílios e ferramentas, e limpeza fina.

“Demão” é a camada de tinta aplicada sobre uma superfície. Dependendo da tinta e da superfí-cie a ser pintada, podem variar de duas a quatro demãos.

Para a definição de um sistema de pintura, convém, primeiro, responder a algumas questões:

 » ipo de superfície: madeira, alvenaria, argamassas, concreto, metal, pedras etc.

 » Ambiente: marítimo, industrial, residencial, úmido, interno, externo etc.

 » Condições do substrato: superfície nova ou velha, estado de conservação.

» extura: lisa ou rústica.

 » Acabamento: brilhante, semibrilho, acetinado, fosco ou transparente.

 » Cores: claras ou escuras. » ipo de pintura: tinta, acabamento colorido ou verniz, acabamento transparente.

 » Contato com água potável:  algumas tintas são impróprias para revestimentos de locaisonde há armazenamento de água potável. Consultar sempre as instruções na embalagemou o fabricante do produto.

14.3 Componentes de uma tinta

Antes de abordar os tipos de tintas é necessário conhecer os componentes básicos da tinta que

são utilizados na produção de veículos, pigmentos, solventes e aditivos.a) Veículos ou cargas são substâncias que têm a propriedade de formar a película ou o filme

de tinta e são o principal elemento na classificação de uma tinta, pois podem apresentardiferentes propriedades físicas e químicas e estas podem ser resinas, emulsões e óleos.

b) Pigmentos são partículas sólidas e insolúveis que proporcionam cor e poder de cobertura àtinta. São também responsáveis pela sua consistência, lixação e brilho, e representam a par-te “sólida” da tinta.

c) Solventes são líquidos voláteis (que evaporam) e têm por finalidade conferir viscosidade àtinta para que o nivelamento da camada aplicada seja uniforme e proporcione sua secagem.

Os principais solventes são os derivados de petróleo (benzina, aguarrás, tiner, querosene,entre outros) e a água.

d) Aditivos  são elementos que melhoram as propriedades físicas e químicas das tintas epodem ser, entre outros:

Secantes: auxiliam na secagem das tintas diminuindo o tempo de cura.

Antissedimentantes: proporcionam maior estabilidade aos produtos de diferentes densida-des que compõem as tintas.

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151Pintura

Antiespumantes: evitam a formação de espumas.

Plastificantes: melhoram a aplicabilidade e o espalhamento.

14.4 Tipos de tinta e complementos

Muitos são os tipos de tinta e complementos utilizados na construção com a finalidade de pro-teção. Já é sabido que os ambientes são os mais diversos passando do menos agressivo - residencial- até os mais agressivos, industriais e marítimos. Este livro enfatiza os tipos de tintas e complementosmais utilizados no ambiente residencial.

14.4.1 Complementos

Complementos são produtos que auxiliam no sistema de pintura para melhorar sua ancoragem(por exemplo, primer e seladoras), e as condições do substrato (fundo preparador de superfície).

 » O fundo preparador de paredes é um complemento destinado, principalmente, a melho-

rar os rebocos muito arenosos, dar resistência superficial aos rebocos fracos e isolar ascalcinações da pintura a ser aplicada. ambém utilizado para uniformizar a absorção dapintura de acabamento, permitindo melhor espalhamento da camada de tinta.

 » O selador é destinado a uniformizar a absorção da pintura de acabamento, permitindomelhor espalhamento da camada de tinta. Aplicado sobre reboco novo, blocos de con-creto, massa corrida, massa fina e demais superfícies resistentes. Diminui a porosidadeda superfície, proporcionando melhor rendimento da pintura. Pode ainda ser à base dePVA e acrílico ou específico para superfícies de madeira, que podem ou não ser pig-mentadas.

 » O zarcão é utilizado entre o substrato de metal e a tinta de acabamento. em forte poderde ancoragem sobre superfície lisa e também previne a corrosão dos metais. Há diver-sos tipos para os mais diferentes materiais metálicos. Lembre-se de que o zarcão utilizadopara superfícies de aço não é apropriado para superfícies zincadas.

 » A massa corrida é um complemento utilizado para melhoria da rugosidade da superfície,deixando-a com aspecto liso e fino. Aplicada largamente sobre rebocos e superfícies deconcreto. Para ambientes externos deve-se aplicar a massa corrida à base de resinas acríli-cas, pois possui maior resistência às intempéries e, internamente, podem-se utilizar mas-sas à base de PVA (acetato de polivinila).

 » Os  diluentes  são produtos destinados à limpeza e à diluição de tintas e vernizes sendo

os mais comuns a água, o tiner e a aguarrás. A água é utilizada como diluente nas tintasà base de látex (PVA ou acrílica). O tiner é mais recomendado para limpeza em geral,podendo ser utilizado também para diluição (ver recomendações do fabricante de tintas).Quanto à aguarrás, além de seu uso para limpeza, é mais amplamente utilizada para dilui-ção de tintas à base de esmalte sintético e vernizes. Atualmente já se encontram tintas àbase de esmalte sintético que podem ser diluídas em água.

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14.4.2 Tintas

 » Caiação:  pintura econômica e de fácil aplicação, utilizada principalmente em ambientesrurais (lembramos que a cal possui efeito desinfetante). Deve ser bem preparada, pois suacomposição parte do adicionamento de cal à água, obtendo uma pasta maleável, ou seja,um “leite” de cal pouco denso. Para uma boa pintura o preparado deve ser passado por

uma peneira fina e aplicado no mínimo em três demãos. » Látex PVA: tinta à base de acetato de polivinila (PVA) solúvel em água. Possui vários tipos

de textura e é aplicado sobre alvenaria, concreto, massa corrida de base PVA ou acrílica ereboco.

 » Látex acrílico: tinta à base de emulsões acrílicas, solúvel em água, com excelente resistên-cia às intempéries, por este motivo é recomendável para ambientes externos. Possui maiorresistência a produtos de limpeza do que tintas à base de PVA. ambém aplicado sobrealvenaria, concreto, massa corrida de base acrílica e reboco. Não se recomenda a aplicaçãodessa tinta sobre massa corrida à base de PVA.

 »

Esmalte sintético:  à base de resinas alquídicas, de óleos secativos e solventes. Indicadopara aplicação em superfícies de metal e madeira. Pode ter acabamento brilhante ou aceti-nado.

 » inta a óleo: com alto teor de óleo de linhaça, acrescido de pigmentos. Já foi largamenteutilizada, e atualmente é substituída pelo esmalte sintético.

 » inta epóxi: à base de resinas epóxi, de grande resistência à abrasão e ambientes agressi- vos quimicamente. Apresenta-se em dois componentes: tinta e catalisador.

 » inta borracha clorada: em solução à base de borracha clorada, de alta plasticidade egrande resistência à água, principalmente a ambientes agressivos quimicamente. Muitoutilizada para demarcação de ruas e quadras esportivas.

 » inta hidrófuga:  à base de resinas acrílicas, com propriedades impermeabilizantes que,quando aplicadas, penetram nos poros do substrato, evitando penetração de umidade.Aplicada sobre rebocos, alvenarias e concreto.

 » inta antiaderente: composta de elementos (eflon) com propriedades antiaderentes.

 » Verniz: produto obtido da dissolução de gomas vegetais, ceras ou resinas sintéticas (goma--laca ou resina copal) em solventes voláteis com ou sem adição de pigmentos. Indicadopara aplicação sobre superfícies de madeira. Há no mercado diversos tipos de verniz paraas mais diferentes aplicações, porém para ambientes externos recomendam-se vernizescom filtro solar.

14.5 Preparo da superfície para pintura

Apresentamos nos itens seguintes as principais recomendações para a aplicação de uma tinta.

Basicamente, essas são as recomendações gerais para a aplicação de pintura, independente-mente do substrato:

 » A temperatura ambiente deve estar entre 10 e 40 ºC.

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153Pintura

 » A umidade relativa do ar estar menor de 80%.

 » O ambiente deve estar muito bem ventilado.

 » O substrato deve estar seco e livre de graxas e óleos.

 » O mofo deve ser removido e limpo com “água sanitária”.

 » Não deve haver pó.

 » O substrato deve estar são, ou seja, livre de partes soltas e elementos estranhos.

 » Uma demão somente deverá ser aplicada com a anterior seca. Ver tempo de secagem naembalagem, pois o intervalo entre demãos varia de tinta para tinta.

 » As tintas antigas devem ser raspadas caso estejam soltas, e as que estão firmes devem rece-ber lixamento e limpeza para retirada do pó.

 » Cuidado nos ambientes com cheiro de urina. Os sais presentes na urina são prejudiciais àpintura, impedindo a ancoragem no substrato e neste caso as superfícies devem ser muitobem lavadas (não subestime esta recomendação).

14.5.1 Pintura sobre argamassa de cimento

Com relação ao preparo da superfície, o substrato deve estar regularizado, livre de partes sol-tas, óleos, graxas e poeiras. Caso ocorra a presença de materiais graxos, estes devem ser removidoscom solventes, seguidos de uma lavagem com água em abundância. O substrato deve estar seco ecurado, recomendando-se para rebocos novos um intervalo de trinta dias para a perfeita cura docimento e da cal.

A pintura sobre superfícies argamassadas (rebocos) ou concreto pode ser:

 » com massa corrida:

aplicar uma demão de seladora ou fundo preparador de superfície;

espalhar com o auxílio de uma desempenadeira de aço a massa corrida em camada fina,não ultrapassando 1 mm de espessura e suficiente para cobrimento dos grânulos de areiae saliências rasas. efetuar lixamento com lixa nº 100 após secagem;

efetuar uma segunda demão de massa corrida para correção e regularização final, e efe-tuar lixamento, após secagem, com lixa nº 150;

remover o pó proveniente do lixamento da massa;

aplicar duas a três demãos de tinta de acabamento, com diluição conforme instruções na

embalagem ou do fabricante.sem massa corrida:

 » os mesmos procedimentos anteriores, exceto a aplicação da massa.

14.5.2 Pintura sobre madeira

A madeira pode receber dois tipos de pintura: ou será pintada com tinta ou com vernizes, e emcada caso há um procedimento.

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14.5.2.1 Aplicação de Tinta

 » Recomenda-se utilizar esmalte, epóxi ou borracha clorada.

 » A madeira deve estar seca.

 » Efetuar lixamento para eliminação de farpas.

 » Efetuar limpeza do pó de lixamento com pano úmido.

 » Aplicar fundo selador para melhoria da ancoragem da tinta, podendo ou não ser pigmen-tado.

 » Efetuar novo lixamento com remoção do pó.

 » Promover regularização da superfície com aplicação de massa apropriada, com posteriorlixamento e remoção do pó.

 » Aplicar a pintura (preferencialmente esmalte) de acabamento conforme as especificaçõesdo fabricante. Em geral, a primeira demão é diluída a 20% e a segunda a 10% com sol- vente apropriado. Caso seja necessário, aplicar uma terceira demão.

 »

Respeitar o intervalo recomendado entre demãos. » A aplicação da tinta deve ser realizada de acordo com o fabricante e o modo de aplicação.

14.5.2.2 Aplicação de Verniz

 » A madeira deve estar seca.

 » Efetuar lixamento para eliminação de farpas.

 » Fazer a limpeza do pó de lixamento com pano úmido.

 » Para melhor acabamento, aplicar uma demão de seladora (não pigmentada) com poste-rior lixamento e eliminação do pó.

 » Aplicar duas a três demãos de verniz, sendo a primeira diluída em 20 a 25% em solvente(aguarrás), e a segunda e demais demãos diluídas em 10%.

 » Recomenda-se que entre as demãos deve haver um leve lixamento da superfície para reti-rada de possíveis rugosidades da madeira que aparecem após a primeira demão. Antes daúltima demão de verniz efetuar um leve lixamento com lixa de grana fina (nº 200).

 » A aplicação do verniz deve ser de acordo com o fabricante e de acordo com o modo deaplicação.

14.5.3 Pintura sobre metais

A superfície do metal apresenta pouca porosidade, o que dificulta a ancoragem das tintas e,por isso, o preparo da superfície deve ser bastante criterioso.

14.5.3.1 Preparo da superfície

Os metais normalmente apresentam duas condições que interferem na pintura, característicado processo de usinagem. Uma é a presença de “carepa de laminação” que é uma película formada ede pouca aderência na superfície do ferro, e outra é a presença de óleos. Para uma pintura realmenteeficiente é muito importante a remoção da carpa de laminação e a eliminação dos óleos e graxas.

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15.2 Manutenção

Um equipamento bom é aquele que funciona quando queremos, e com o desempenho quedesejamos. Para isso, o equipamento deve ser confiável.

É necessário que o equipamento passe por revisões periódicas, e manutenção adequada. Nesse

sentido, é possível classificar a manutenção em três tipos básicos, com suas devidas características:manutenção corretiva, manutenção preventiva e manutenção preditiva.

15.2.1 Manutenção corretiva

É realizada quando um equipamento quebra durante a execução de alguma atividade e causaparalisações nos trabalhos, podendo até trazer consequências físicas aos seus operadores.

15.2.2 Manutenção preventiva

É aquela que se faz periodicamente ou ao término de alguma atividade. Essa manutenção tempor características:

 » limpeza;

 » lubrificação;

 » reapertos;

 » pintura;

 »  verificação das partes móveis;

 »  verificação das conexões elétricas;

 »

estado de acionamento; » outros.

15.2.3 Manutenção preditiva

É a manutenção em que não se espera que alguma parte apresente problemas para ser reparada.Todas as peças possuem vida útil para o seu perfeito funcionamento e quando esse tempo se aproxima,tal peça deve simplesmente ser substituída, garantindo assim o seu perfeito funcionamento.

15.3 Ferramentas mínimasPara a execução das obras, obviamente, será necessária a contratação de mão de obra nas dife-

rentes especialidades e ajudantes (serventes). Uma boa maneira de verificar, mesmo que empirica-mente se um profissional é competente, é verificando suas ferramentas de trabalho. Estas deverãoestar limpas e em bom estado de conservação.

A seguir estão listadas as ferramentas mínimas que cada profissional deverá ter, e de sua pro-priedade (um profissional que apresenta ferramentas usadas é um sinal de que ele as usa):

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159Máquinas e Equipamentos

 » Pedreiro: colher de pedreiro de 8”, desempenadeira de madeira, desempenadeira de aço,metro de madeira dobrável ou trena de aço, prumo de centro e de face com cordel, esqua-dro, nível de bolha (nível de mão), marreta de 500 g, talhadeira e ponteiros.

 » Carpinteiro:  serrote de 26”, martelo tipo unha, metro de madeira dobrável ou trena deaço, esquadro, prumo de face e de centro, e lápis de carpinteiro.

 » Azulejista: todas as ferramentas de pedreiro, desempenadeira metálica dentada, martelopequeno, torquês, riscador com ponta de vídea.

 » Marceneiro: todas as ferramentas do carpinteiro, furadeira, jogo de chaves de fenda, arcode erra, serrote de ponta, jogo de formão, verruma e plaina.

 » Encanador: alicate, alicate de pressão, chave de grifo de 14”, nível de bolha (nível de mão), jogo de chave de boca, jogo de chave de fenda, metro de madeira dobrável ou trena de açocom 3 m, arco de serra e marreta.

 » Eletricista:  alicate universal de 8” com isolamento, alicate de bico fino com isolamento, jogo de chave de fenda, metro de madeira dobrável ou trena de aço com 3 m, nível de

bolha de madeira, canivete ou estilete. » Pintor: espátula e desempenadeira de aço.

15.4 Ferramentas e máquinas – Orientações gerais

Toda ferramenta ou máquina elétrica necessita de cuidados especiais para que a sua vida útilseja a maior possível. A sua troca ou substituição muitas vezes chega a até 30% do preço de um equi-pamento novo. Portanto, é imprescindível que as orientações contidas nos manuais dos fabricantessejam rigorosamente seguidas.

Para orientação geral, seguem alguns cuidados básicos que devem ser observados: » Limpeza constante nos contatos elétricos para garantia da plena passagem de corrente elétrica.

» Boa conservação e bom uso já garantem boa vida útil do equipamento. Mas é aconselhá- vel que a cada um ou dois anos, dependendo da frequência de uso, que o equipamentoseja entregue a uma oficina especializada para a manutenção e verificação das suas partesinternas.

 » Caso a ferramenta ou máquina seja provida de bateria de alimentação, siga rigorosamenteas instruções do fabricante quanto aos critérios de carregamento.

» Antes do uso do equipamento faça uma verificação geral no sistema de encaixe dos aces-

sórios, condição do gatilho de acionamento e estado do plugue de energia, quando for ocaso, e que o mesmo esteja perfeitamente encaixado na tomada de energia.

 » Caso o equipamento seja provido de plugue com ligação terra, procure conectá-losomente em tomadas apropriadas para este fim. A ligação do equipamento em tomadasem o fio terra pode provocar danos ao aparelho e choque elétrico no operador.

 » Mantenha a área de trabalho sempre iluminada e organizada.

 » Ferramentas e máquinas elétricas sempre geram faíscas. Portanto, não trabalhe em lugaresque tenham riscos de explosão.

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160 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

 » Mantenha sempre o equipamento fora do alcance de crianças e animais domésticos.

 » Não trabalhe com o equipamento sob chuva.

 » Não opere o equipamento se estiver sob influência de medicamentos, drogas, álcool ou seestiver cansado.

 » Se o cabo de alimentação estiver danificado, proceda ao seu reparo ou faça a substituição

antes da utilização do equipamento. » Procure sempre estar com postura correta e confortável, mantendo equilíbrio e firmeza

durante o uso do equipamento. Isso evitará lesões corporais.

 » Antes de qualquer manutenção e troca de acessórios, desconecte o equipamento da fontede alimentação elétrica.

 » As ferramentas elétricas devem ficar longe de fontes de calor, água e umidade. Armazene--as em lugares secos e bem ventilados.

 » Toda parte móvel das máquinas deve ser devidamente protegida.

 »

Não faça adaptações que além de risco de acidentes comprometem o desempenho damáquina ou ferramenta. Use apenas peças recomendadas pelo fabricante.

15.5 Ferramentas de corte – Orientações gerais

Para uma vida longa dessa ferramenta, tome as seguintes precauções:

 » Não use a ferramenta como martelo ou alavanca. Além de danificar a ferramenta aumentao risco de acidentes. No caso de usá-la como alavanca, a lâmina pode se quebrar.

 » Mantenha a lâmina sempre afiada.

 » Não deixe a ferramenta em constante umidade para evitar oxidação. Limpe-a sempre apóso uso.

 » Passe óleo fino na ferramenta após o uso e limpeza.

 » Não bata sobre a lâmina. O corte do facão é prejudicado com esta prática.

 » Não faça adaptações que, além de risco de acidentes, comprometem o desempenho damáquina ou ferramenta. Use apenas peças recomendadas pelo fabricante.

15.6 Normas pertinentes

O Ministério do Trabalho e do Emprego (http://portal.mte.gov.br/portal-mte/) possui à dis-posição em seu site as Normas Regulamentadoras (NR) para consulta e download . Essas normas sãorelativas às condições de saúde e de segurança que envolvem o trabalhador.

A propósito deste capítulo, consulte as seguintes normas:

 » Norma Regulamentadora nº 6: Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

 » Norma Regulamentadora nº 10: Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.

 » Norma Regulamentadora nº 12: Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.

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161Máquinas e Equipamentos

 » Norma Regulamentadora nº  18:  Condições e MeioAmbiente de Trabalho na Indústria da Construção.

 » Norma Regulamentadora nº 35: Trabalho em altura.

15.7 Ferramentas e máquinas –

Figuras ilustrativas

A seguir encontram-se uma quadro de diversas ferramen-tas e máquinas. No entanto, no mercado há inúmeros modelos,tipos, tamanhos e capacidade, para os mais diversos fins. Cabeao profissional consultar os fornecedores ou fabricantes para aescolha adequada da ferramenta ou máquina para sua atividade.

 » Mantenha sempre o equipamento fora do alcance de crianças e animaisdomésticos.

 » Para pessoas que possuem cabelos

longos é necessário o uso de toucaspara cabelos ou mantê-los presos.

 » Cada ferramenta e máquina tem usoapropriado para um determinado fim:não improvise.

Ferramentas Discriminação

Martelo tipo unha Ferramenta destinada a bater e extrair pregos em madeiras.Marreta Ferramenta destinada a demolições de superfícies diversas. Possui diversos tamanhos e pesos.

Colher de pedreiro Ferramenta destinada a assentamento de argamassas em alvenarias e revestimentos. Possui diver-sos modelos.

Carrinho de mão Instrumento prático para transporte de materiais diversos.

Nível de mão Instrumento que possui um “nível” e é destinado a conferir e estabelecer superfícies horizontais.

Picareta Ferramenta usada para abertura de solos duros e também utilizados para arrancamento de peças.

Pá Ferramenta para remoção de diversos materiais tais como, argamassa, terras e entulhos.

Furadeira elétrica Ferramenta destinada a executar furos com o auxílio de brocas. Possui diversos modelos.

Perfuratriz É uma máquina que realiza perfurações em solo ou rochas com o objetivo de produzir um furo oupoço de uma certa profundidade.

Desempenadeira metálica Ferramenta utilizada para o espalhamento de argamassas e massas finas. Muito utilizada empintura.

Desempenadeira dentada Ferramenta utilizada para o espalhamento de argamassas colantes para o assentamento de cerâmicas.

Espátula Ferramenta útil para raspagens de superfícies e pequenas aplicações de massas finas. Muito utili-zada em pintura.

Pincéis Instrumento utilizado para aplicação de tintas. Possui diversos formatos e tamanhos.

Prumo de face / ponta Instrumento utlizado para conferência de prumos em alvenarias e superfícies verticais. O prumo decentro e utilizado para marcação e conferência de centros de posicionamentos.

Chave de fenda comum Ferramenta destinada a apertar e despertar parafusos de fenda. Possui diversas medidas para cadatamanho de parafuso.

Chave Philips Ferramenta destinada a apertar e despertar parafusos do tipo Philips. Possui diversas medidas paracada tamanho de parafuso.

Serrote Instrumento para serrar (cortar) madeiras. Possui diversos tamanhos e formas.

Arco de serra Ferramenta utilizada para corte e serra de peças metálicas e de PVC.

Serra elétrica manual – concretoe pedras

Instrumento com disco de corte apropriado para corte de concreto, madeira, pedras e cerâmicas.Possui discos de serra apropriados para cada uso.

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163Normas Técnicas

Anexo 1

Normas Técnicas

São apresentadas a seguir a principais normas técnicas da Associação Brasileira de Normasécnicas (ABN), que foram referência na elaboração dos capítulos deste livro:

Capítulos Número da Norma Técnica e Descrição

1 Canteiro de obrasABNT NBR 12.284:1991

Fixa os critérios mínimos para a permanência de trabalhadores nos canteiros de obras (alojados ou não).

2 Implantação da obra

ABNT NBR 14.645-3:2005 Versão Corrigida:2011

Essa parte da ABNT NBR 14.645 estabelece os requisitos exigíveis para a locação e o controle dimen-sional da obra, com as anotações de todas as alterações ocorridas no transcorrer da obra, e indica osprocedimentos para se chegar ao projeto executado, a partir de um projeto executivo.

2 Movimento de terra

ABNT NBR 5.681:1980

Fixa as condições mínimas a serem preenchidas no procedimento do controle tecnológico da execução

de aterros em obras de construção de edificações residenciais, comerciais ou industriais de propriedadepública ou privada.

3 Fundações

ABNT NBR 6.122:2010

Estabelece os requisitos a serem observados no projeto e na execução de fundações de todas as estrutu-ras da engenharia civil.

3 Fundações

ABNT NBR 8.036:1983

Fixa as condições exigíveis na programação das sondagens de simples reconhecimento dos solos des-tinada à elaboração de projetos geotécnicos para construção de edifícios. Essa programação abrange onúmero, a localização e a profundidade das sondagens.

4 Impermeabilização

ABNT NBR 13.724:2008

Estabelece os requisitos exigíveis para a moldagem de membranas asfálticas para impermeabilização com

estruturante, aplicada a quente, com uma a três armaduras dos seguintes tipos: a) armadura tecida depoliéster, resinada e termoestabilizada; b) armadura não tecida de poliéster; c) armadura não tecida defibras de vidro.

4 Impermeabilização

ABNT NBR 9.574:2008

Estabelece as exigências e recomendações relativas à execução de impermeabilização para que sejamatendidas as condições mínimas de proteção da construção contra a passagem de fluidos, bem comosalubridade, segurança e conforto do usuário, de forma a ser garantida a estanqueidade das partes cons-trutivas que a requeiram, atendendo à NBR 9.575.

4 Impermeabilização

ABNT NBR 9.575:2010

Estabelece as exigências e recomendações relativas à seleção e ao projeto de impermeabilização, paraque sejam atendidos os requisitos mínimos de proteção da construção contra a passagem de fluidos, bemcomo os requisitos de salubridade, segurança e conforto do usuário, de forma a ser garantida a estanquei-

dade das partes construtivas que a requeiram.

4 Impermeabilização

ABNT NBR 9.952:2007

Especifica os requisitos mínimos necessários para a aceitação de mantas asfálticas utilizadas paraimpermeabilização, bem como estabelece os métodos de ensaio necessários para a verificação dessesrequisitos.

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164 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Capítulos Número da Norma Técnica e Descrição

5 Concreto

ABNT NBR 14.931:2004

Estabelece os requisitos gerais para a execução de estruturas de concreto. Em particular, define requisi-tos detalhados para a execução de obras de concreto, cujos projetos foram elaborados de acordo com aABNT NBR 6.118.

5 Concreto

ABNT NBR 6.118:2007

Fixa os requisitos básicos exigíveis para projeto de estruturas de concreto simples, armado e protendido,excluídas aquelas em que se empregam concreto leve, pesado ou outros especiais.

6 Formas

ABNT NBR 7.190:1997

Fixa as condições gerais que devem ser seguidas no projeto, na execução e no controle das estruturascorrentes de madeira, tais como pontes, pontilhões, coberturas, pisos e cimbres. Além das regras destanorma, devem ser obedecidas as de outras normas especiais e as exigências peculiares a cada casoparticular.

6 Formas

ABNT NBR 15.696:2009

Fixa os procedimentos e condições que devem ser obedecidos na execução das estruturas provisórias que

servem de fôrmas e escoramentos, para a execução de estruturas de concreto moldadas in loco.

7 Armação

ABNT NBR 14.931:2004

Estabelece os requisitos gerais para a execução de estruturas de concreto. Em particular, define requisi-tos detalhados para a execução de obras de concreto, cujos projetos foram elaborados de acordo com aABNT NBR 6.118.

7 Armação

ABNT NBR 6.118:2007

Fixa os requisitos básicos exigíveis para projeto de estruturas de concreto simples, armado e protendido,excluídas aquelas em que se empregam concreto leve, pesado ou outros especiais.

8 Alvenaria

ABNT NBR 15.812-2:2010

Essa parte da ABNT NBR 15.812 estabelece os requisitos mínimos exigíveis para a execução e o controlede obras com estruturas de alvenaria de blocos cerâmicos.

8 Alvenaria estrutural

ABNT NBR 15.961-2:2011

Essa parte da ABNT NBR 15.961 estabelece os requisitos mínimos exigíveis para a execução e o controlede obras com estruturas de alvenaria de blocos de concreto.

8 Alvenaria

ABNT NBR 7.170:1983

Fixa as condições exigíveis no recebimento de tijolos maciços cerâmicos destinados a obras de alvenaria,com ou sem revestimento.

8 Alvenaria

ABNT NBR 8.041:1983

Padroniza as dimensões de tijolos maciços cerâmicos a serem utilizados em alvenaria, com e sem reves-timento.

8 Alvenaria

ABNT NBR 8.545:1984

Fixa as condições exigíveis para execução e fiscalização de alvenaria sem função estrutural de componen-tes cerâmicos.

9   Drywall

ABNT NBR 15.758-1:2009

Essa parte da ABNT NBR 15.758 estabelece as diretrizes para projeto e seleção de sistemas construtivosde paredes em chapas de gesso para drywall, os procedimentos executivos para montagem e instalação,e as verificações para o recebimento dos serviços.

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165Normas Técnicas

Capítulos Número da Norma Técnica e Descrição

9   Drywall

ABNT NBR 15.758-2:2009

Essa parte da ABNT NBR 15.758 estabelece as diretrizes para projeto e seleção de sistemas de forros emchapas de gesso para drywall, os procedimentos executivos para montagem e instalação, e as verificaçõespara o recebimento dos serviços.

9   Drywall

ABNT NBR 15.758-3:2009

Essa parte da ABNT NBR 15.758 estabelece as diretrizes para projeto, seleção, procedimentos de monta-gem e verificações para o recebimento dos sistemas de revestimentos com chapas de gesso para drywall.

10 Laje pré-fabricada

ABNT NBR 14.859-1:2002

Essa parte da NBR 14.859 fixa os requisitos para o recebimento e a utilização de componentes de lajespré-fabricadas (vigotas, elementos de enchimento e demais complementos adicionados na obra) a seremempregados na execução de estruturas laminares nervuradas unidirecionais, para qualquer tipo de edifi-cação, de acordo com as NBR 6.118, NBR 7.197 e NBR 9.062.

11 Cobertura

ABNT NBR 13.858-1:1997

Fixa as condições exigíveis para o projeto e a execução de telhados com telhas de concreto conforme aABNT NBR 13.858-2.

11 Cobertura

ABNT NBR 7.190:1997

Fixa as condições gerais que devem ser seguidas no projeto, na execução e no controle das estruturascorrentes de madeira, tais como pontes, pontilhões, coberturas, pisos e cimbres. Além das regras dessanorma devem ser obedecidas as de outras normas especiais e as exigências peculiares a cada caso emparticular.

11 Cobertura

ABNT NBR 8.039:1983

Fixa as condições exigíveis para o projeto e a execução de telhados com telhas cerâmicas tipo francesa,conforme especificadas na NBR 7.172.

12 Esquadrias

ABNT NBR 15.930-1:2011

Essa parte da ABNT NBR 15.930-1 define os termos adotados na classificação e na nomenclaturade portas destinadas a edificações, bem como a simbologia a ser empregada quando do projeto e especi-ficação.

12 Esquadrias

ABNT NBR 15.930-2:2011

Essa parte da ABNT NBR 15.930 especifica os requisitos para o estabelecimento e a avaliação do perfilde desempenho e a respectiva classificação de portas de madeira para edificações de acordo com aocupação e o local de uso.

13 Revestimento - pisos

ABNT NBR 13.753:1996

Estabelece os requisitos para a execução, a fiscalização e o recebimento de revestimento de pisos exter-nos e internos com placas cerâmicas assentadas com argamassa colante.

13 Revestimento - pisos

ABNT NBR 13.754:1996

Estabelece os requisitos para a execução, a fiscalização e o recebimento de revestimento de paredesinternas com placas cerâmicas assentadas com argamassa colante.

13 Revestimento

ABNT NBR 13.529:1995

Define os termos relativos a revestimentos de paredes e tetos em argamassas inorgânicas à base decimento, cal, ou ambos, e a materiais e instrumentos auxiliares de aplicação.

13 Revestimento

ABNT NBR 13.530:1995

Classifica os revestimentos de paredes e tetos executados em argamassas inorgânicas, misturadas emcanteiro, dosadas em centrais, preparadas no próprio local da obra ou fora dela, ou em argamassasindustrializadas.

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166 Técnicas e Práticas Construtivas: da Implantação ao Acabamento

Capítulos Número da Norma Técnica e Descrição

13 Revestimento

ABNT NBR 13.749:1996

Fixa as condições exigíveis para o recebimento de revestimento de argamassa inorgânico aplicado sobreparedes e tetos de edificações. Essa norma aplica-se ao revestimento de elementos constituídos porconcreto e alvenarias.

13 Revestimentocerâmico

ABNT NBR 13.753:1996

Estabelece os requisitos para a execução, a fiscalização e o recebimento de revestimento de pisos exter-nos e internos com placas cerâmicas assentadas com argamassa colante.

13Revestimentocerâmico

ABNT NBR 13.754:1996

Estabelece os requisitos para a execução, a fiscalização e o recebimento de revestimento de paredesinternas com placas cerâmicas assentadas com argamassa colante.

13 Revestimento

ABNT NBR 13.755:1996 Versão corrigida:1997

Estabelece os requisitos para a execução, a fiscalização e o recebimento de revestimento de paredesexternas com placas cerâmicas assentadas com argamassa colante específica para fachadas.

13Revestimentocerâmico

ABNT NBR 13.817:1997

Classifica as placas cerâmicas para revestimentos, visando a promover a especificação correta para o uso.

13 Revestimento

ABNT NBR 13.867:1997

Fixa as condições exigíveis quanto a materiais, preparo, aplicação e acabamento de revestimentos inter-nos de paredes e tetos com pasta de gesso.

13Revestimentocerâmico

ABNT NBR 15.463:2007

Estabelece as características exigíveis para fabricação, marcação, declarações em catálogos, recebimento,inspeção, amostragem e aceitação de placas cerâmicas para revestimento do tipo porcelanato.

13 RevestimentoABNT NBR 7.200:1998

Fixa o procedimento de execução de revestimento de paredes e tetos.

13Revestimento

cerâmico

ABNT NBR 7.200:1998

Fixa o procedimento de execução de revestimento de paredes e tetos.

13Revestimentocerâmico

ABNT NBR 8.214:1983

Fixa as condições exigíveis para a execução, a fiscalização e o recebimento de revestimento de paredesinternas e externas com azulejos.

14 PinturaABNT NBR 11.702:2010 Versão Corrigida:2011

Estabelece a classificação dos tipos de produtos empregados nas pinturas de edificações não industriais.

14 PinturaABNT NBR 12.554:2011

Define os termos aplicáveis a tintas para edificações não industriais.

14 Pintura

ABNT NBR 13.245:2011

Fornece as diretrizes para a execução de pinturas em edificações não industriais, aplicadas aos diversossubstratos, indicando os sistemas de pintura adequados.

14 Pintura

ABNT NBR 14.951:2003

Estabelece os parâmetros para o reconhecimento de defeitos de sistemas de pintura aplicados em superfí-cies metálicas, suas prováveis causas e possíveis correções.

Fonte: http://www.abntcatalogo.com.br/

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REVISTA PRIMA. São Paulo: Mandarim, 2003.

REVISTA TÈCHNE Edições 15 e 16 São Paulo: Pini 1995