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O exame radiográfico é um método auxiliar de diagnostico para complementar da maioria das patologias que acometem os animais de estimação, pois é eficaz, rápido e barato. Os exames contratados são em muitos casos cruciais para elucidar e fechar diagnósticos, que não foram suficiente em exames simples. Técnicas radiográficas contrastadas. Abdome de cães e gatos. Disciplina: Radiologia Veterinária Acadêmico: ROBERTO MESQUITA PARNAIBA /2014

Técnicas radiográficas contrastadas veterinaria

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O exame radiográfico é um método

auxiliar de diagnostico para

complementar da maioria das patologias

que acometem os animais de estimação,

pois é eficaz, rápido e barato. Os exames

contratados são em muitos casos cruciais

para elucidar e fechar diagnósticos, que

não foram suficiente em exames simples.

Técnicas

radiográficas

contrastadas. Abdome de cães e gatos.

Disciplina: Radiologia Veterinária Acadêmico: ROBERTO MESQUITA PARNAIBA /2014

Page 2: Técnicas radiográficas contrastadas veterinaria

Exames contratados em pequenos animais

1. Introdução

Para auxiliar o médico veterinário, assim como na medicina humana, o exame

radiográfico é de extrema importância, pois elucida a maioria das patologias

que acometem, principalmente os pequenos animais de estimação.

Os equipamentos radiográficos permitem a avaliação do sistema ósseo, musco

esquelético e também de patologias que acometem a cavidade abdominal e

torácicas, que além de radiografias simples, as vezes faz-se necessário usar

técnicas complementares contrastadas, tais como:

Esofacograma;

Trânsito gastrintestinal e enema opaco;

Urografia excretora, cistografia, e uretrocistografia;

Fistulografia;

Mielografia

A clínica veterinária evoluiu muito nos últimos anos, que oferecem serviços de

diagnostico com o mais auto gral de sofisticação, porem o radiodiagnostico é

indispensável na rotina clinica pela sua simplicidade e rapidez.

A responsabilidade do técnico ou tecnólogo em radiologia não se ater apenas

ao procedimento isolado, e sim como cuidado geral com o paciente,

obedecendo aso boas praticas de proteção radiológica ocupacional, e do

ambiente.

2. Meios de contraste

2.1. Tipos de meio de contrate:

a. Positivo

b. Negativo

c. Duplo contraste

2.2. Classificação dos meios de contrate:

a. Agentes empregados no trato digestivo;

b. agentes hidrossolúveis;

c. Agestes excretados pelas vias biliares;

d. Agentes gasosos;

3 . Estudos contrastados:

3.1. Esôfagograma: A radiografia simples deve preceder sempre a

contrastada.

a. Meio de contrate: Administração de substância com densidade

diferente do órgão. São elas: sulfato de bário (rotina) e soluções

iodadas (casos de suspeita de ruptura) na dose de 2 a 6 ml / Kg de peso .

Page 3: Técnicas radiográficas contrastadas veterinaria

b. Posicionamento : região cervical o esôfago é dorsal à traquéia, na

entrada do tórax encontra-se lateralmente à traquéia e na altura da

base do coração encontra-se dorsal à traquéia

c. Trajeto : diâmetro do lúmen, preenchimento do lúmen pelo

contraste, superfície mucosa e progressão da coluna de bário

d. Tempo : 5 a 15 minutos (início do trato digestório);

Posicionamento do paciente para radiografia de região cervical em projeção lateral

Radiografia de região cervical de cão em projeção ventro-dorsal

ESOFAGOGRAMA NORMAL EM CÃO

Rotineiramente o diâmetro esofágico é

uniforme em toda sua extensão, podendo

ocorrer ondulações (peristaltismo).

Estrias longitudinais - normalmente aparecem

na espécie canina no esôfago até a base do

coração.

Em felinos estas estrias são transversais na

porção caudal

Page 4: Técnicas radiográficas contrastadas veterinaria

e. Considerações gerais:

Densidades anormais em radiografia simples superpondo-se ao

trajeto esofágico : radiopacos - corpo estranho, partículas

alimentares, neoplasias radiotransparentes - coleções gasosas

(aerofagia) em animais anestesiados

Alteração de topografia ou densidade de estruturas adjacentes

como a traquéia são indícios de alteração esofágica

Trajeto em radiografia contrastada: diâmetro diminuição

(estenose), aumento ou dilatação pode ser segmentar,

circunscrita (divertículo) ou total (megaesôfago)

Preenchimento do lúmen

Superfície mucosa

Progressão da coluna de contraste

Ruptura - extravasamento de contraste para a cavidade

f. Processos obstrutivos:

Neste caso radiopaco, a radiografia contrastada é utilizada

somente para diagnosticar ruptura; o c.e. radiotransparente (ex.:

cartilagem) necessita de contraste

Locais de eleição para parada de corpo estranho : entrada do

tórax, base do coração e cárdia

Posicionamento : lateral e ventro dorsal

Corpo estranho radiopaco corpo estranho radiolucente

g. Estenose cicatriciais: Decorrem de traumas causados pela ingestão de corpos

estranhos cortantes ou irritantes; o ponto de estenose geralmente está associado a

dilatação esofágica

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h. Megaesofago idiopático:

A dilatação congênita aparece

na mesma idade de animais

com persistência de arco

aórtico, a diferença é a

dilatação total. É obrigatório o

esofagograma.

Sinais radiográficos :

hipertransparência em região

esofágica e dilatação em toda a

sua extensão na radiografia

simples

A dilatação total pode ocorrer também em animais anestesiados e em determinadas

viroses (como a cinomose) além de outras afecções como a miastenia gravis e o

hipotireoidismo.

i. Intussuscepção gastro-esofágica :

invaginamento do estômago em esôfago;

ocorre principalmente em casos de

megaesôfago, devido ao esforço contínuo do

vômito. Pode ocorrer em fase terminal de

quadros mórbidos.

Sinais radiográficos : a imagem do estômago

inexiste na posição normal

3.2. RADIOGRAFIA DO ESTOMAGO:

Técnica contrastada: solução de sulfato de bário na dose de 12 a 16 ml/Kg p.v.

sequência de radiografia em tempos de 5, 30 e 60 minutos após a administração

a. Aspectos normais : observar a posição do estômago (bolha gasosa), e o

preenchimento pelo contraste deve ser homogêneo. A superfície mucosa

apresenta ondulações devido às pregas exuberantes nos carnívoros.

b. Esvaziamento gástrico : o contraste vai do fundo ao antro, do antro ao piloro

em 5 min atinge o início do intestino delgado.

c. A forma e posicionamento do estômago variam com a espécie.

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Em cães : o fundo encontra-se em região cranial esquerda, o corpo na região

média e antro na região cranial direita. As ondas peristálticas promovem

estreitamento e alargamento das faixas de contraste

d. Considerações gerais das patologias : R-X simples - densidades anormais e

aumento de volume da cavidade R-X contrastado - alteração de posição,

alteração de volume da cavidade gástrica (diminuição ou aumento), alteração

no preenchimento pelo contraste, alteração na superfície mucosa, alteração no

trânsito gastro-duodenal.

e. Corpo Estranho : radiopacos ou

radiolucentes apresentam

sintomatologia igual. O diagnóstico

radiográfico é importante para o

cirurgião. Em exames contrastados

são vistos como falhas de

preenchimento do contraste.

Utiliza-se posições lateral e ventro-

dorsal.

f. Alterações do trânsito gastro-duodenal -

clinicamente caracterizado por vômitos pós

prandiais em jatos, causado por : corpo estranho

no antro pilórico, espasmos de piloro ou

hipertrofia de piloro. O diagnóstico R-X

contrastado aos 5 min já é suficiente, mas não

deve ser muito confiável devido ao stress do

animal que pode comprometer o trânsito.

Necessário repetir o exame após maior tempo.

g. O espasmo de piloro ocorre em cães de

pequeno porte e extremamente agitados e em gastos

siameses. É uma condição neurogênica e o tratamento

pode ser medicamentoso ou cirúrgico.

h. A hipertrofia de piloro é uma afecção mais

crônica, onde observam-se alterações relativas ao

trânsito e volume da cavidade) estômago mais

distendido quanto maior a cronicidade.

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3.3. RADIOLOGIA DO INTESTINO DELGADO

a. Técnica :

mesma do estômago.

Aos 5 min -início do estômago,

aos 30 min - início do intestino delgado,

aos 60 min já percorreu todo intestino delgado.

A posição que fornece mais informações é a latero lateral.

Aspectos Normais: Conteúdo gasoso, líquido ou sólido (nas

porções finais), alças intestinais na porção média da cavidade

abdominal, diâmetro é uniforme em toda extensão

contraste permite estudo da topografia do lúmen

(preenchimento), superfície mucosa (lisa) e progressão da coluna

de bário

Em felinos há septações intensas da coluna de bário devido ao

peristaltismo

b. Considerações Gerais R-X simples

densidades anormais

alterações no diâmetro da alça intestinal

(diminuído ou aumentado)

alteração de distribuição topográfica.

c. Considerações Gerais R-X contrastado

(trânsito intestinal e enema de bário)

Alteração na posição (hérnias)

alteração no diâmetro:diminuição (estenose) ou aumento

(dilatação pode ser segmentar, circunscrita ou generalizada)

alteração no preenchimento do lúmen

alteração na superfície mucosa

alteração na progressão da coluna de bário

d. Processos Obstrutivos Intestinais

Corpos estranhos

radiopacos e radiolucentes

intussuscepção

estenoses cicatriciais ou

aderências (após cirurgias

ou devido a presença de

neoplasia)

Page 8: Técnicas radiográficas contrastadas veterinaria

disfunção ou espasticidade da

junção íleo cólica

Sinais radiográficos : dilatação do

segmento anterior por gases e

líquidos, pode haver

espessamento da mucosa.

c.e. linear provoca franjeamento

da alça intestinal

3.4. RADIOGRAFIA DO SISTEMA URINARIO:

Aspectos Radiográficos Normais de Rins e Ureteres.

Consiste na administração intravenosa de composto iodado

orgânico hidrossolúvel que será rapidamente excretado pelos

rins.

Avalia qualitativamente a função renal.

Permite a avaliação do tamanho, forma e localização dos rins,

ureteres e bexiga.

Contra indicações: animais severamente debilitados. presença

de desidratação (contraste é hipertônico)

Meio de contraste: diatrizoato de meglumina (Hypaque 300

mg/ml)

Preparo do animal: jejum sólido de 24hs e hídrico de 12hs

laxante e antifisético 24hs antes esvaziar a bexiga antes da

administração do contraste.

Técnica: realizar radiografia simples (LL e VD).

Administrar o contraste intravenoso na dose de 750 mg/Kg.

Realizar radiografias seqüenciais.

Rx da cavidade abdominal de gato em LL Urografia excretora

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Técnica Contrastada : Urografia Excretora

Preparo prévio : jejum sólido e limpeza de TGI

Contraste : composto hidrossolúvel triiodado dose de 2 ml/Kg pv (cães e

gatos) A injeção do contraste aumenta a densidade de outros órgãos

também (fígado e baço)

Seqüência de radiografias : 5, 15 e 30 min.

5 min. -analisa aporte da substância, após filtração glomerular observa-

se as vias excretoras intra-renais, o parênquima apresenta aumento da

opacidade (divertículos, recesso da pelve e pelve renal);

15 min. - observa-se a condensação do iodo na bexiga; permite maior

número de informações;

30 min.- diminui a opacidade renal e aumenta a vesical. Em função da

diferença de opacidade podemos avaliar a função renal. A melhor

posição radiográfica é a latero-lateral. Obtém-se informações quanto a

forma, contornos, tamanho, posição, região cortical e medular,

eliminação do contraste, função renal e geometria das vias excretoras

intra-renais;

Patologias Radiográficas dos Rins

o Agenesia, hipoplasia ou atrofia : retardo na eliminação do contraste

(rim direito = 2,5 x L2)

o hidronefrose : retenção da urina nas vias excretoras intra-renais, em

fase aguda há distenção total do parênquima e em fase terminal

somente a cápsula resiste

o Cálculos renais : superposição de radiopacidade ao rim

o Ruptura renal : progressão do contraste para o espaço

retroperitoneal

o Parasitose renal : Dioctophyme renale em rim direito

Pielonefrite ureter ectópico Cisto renal

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Uretrocistografia

Preparo prévio : jejum, fleetenema

Contraste : composto hidrossolúvel

triiodado em dose variável (média

20ml)

Sequência de radiografias : durante

e após a administração

Indicações : alterações uretrais e

vesicais

Aspectos Radiográficos Normais da Bexiga e Uretra Contrastadas

Bexiga : forma (piriforme), tamanho, posição, preenchimento do lúmen pelo

contraste, superfície mucosa lisa, aspectos da parede vesical (espessura),

capacidade de eliminação do contraste (pós-miccional)

uretra : machos (prostática e peniana)

Considerações Gerais sobre Alterações Radiográficas Vesicais em Radiografia Simples

Ausência da imagem (ruptura ou vazia)

alteração da forma, tamanho e posição

(hérnias)

opacidades anormais : radiopacos

(cálculos) ou radiotransparentes

(cistiteenfizematosa

Radiografias Contrastadas

Alteração de forma (causas extra vesicais)

posição : estruturas vizinhas

preenchimento do lúmen pelo contraste : falhas determinadas por tumores,

coágulos

superfície mucosa : cistite (pólo cranial)

parede vesical (espessamento)

capacidade de eliminação do contraste (divertículos)

Afecções Vesicais

Cálculos : tipos de cistina, oxalato, fosfato, urato e sílica

cistites : irregularidade da superfície

Page 11: Técnicas radiográficas contrastadas veterinaria

divertículos : irregularidade da

superfície, saculação da bexiga,

retenção do contraste

rupturas : associado a traumas

neoplasias : falha de preenchimento

BIBLIOGRAFIA

1. MASAO IWASAKI: Departamento de Cirurgia Faculdade de Medicina

Veterinária e Zootecnia da USP - Estudo comparativo entre as

técnicas de ultrassonografia e cistografia positiva para detecção de

alterações vesicais em cães;

2. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária é uma

publicação semestral da Faculdade de Medicina Veterinária e

Zootecnia de Garça – FAMED/FAEF e Editora FAEF, mantidas pela

Associação Cultural e Educacional de Garça ACEG.;

3. S.F. Rausch1, C.L.B. Godoy1, C. Schmidt1, L.C. Pellegrini1 D.C.

Veiga2, G. Krolikowski3, L.B. Wolle3, A.N.C. Oliveira3 - Radiologia

do intestino delgado de cães por meio da técnica de duplo-contraste -

Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.61, n.2, p.515-519, 2009.