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Prof. Elisângela Bezerra das Neves Holanda
UC5 - PRESTAR INFORMAÇÕES TURÍSTICAS NO
CONTEXTO LOCAL E REGIONAL.
A GUERRA DOS BÁRBAROS E A
ADMINISTRAÇÃO COLONIAL
Com a saída dos holandeses da capitania do Rio Grande, teve início
a recuperação das atividades produtivas. Em julho de 1659, o Senado
da Câmara de Natal, resolveu estimular para que os colonos
retornassem à capitania e pudessem retomar a posse de suas terras e
desta forma, retornassem à ocupação produtiva. Intensificou-se a
doação de terras (sesmarias) a fim de implementar uma atividade
econômica que pudesse não só sustentar os colonos que nela viviam,
mas também atender às necessidades da metrópole.
COLONIZAÇÃO, ECONOMIA E RESISTÊNCIA
INDÍGENA
Nos sertões, com o clima semi-árido a atividade privilegiada foi a criação
de animais, em especial, o “gado vacum”, que atendia o mercado de
alimentos com a carne, o leite e seus derivados, e o mercado de couros. O
curso dos rios eram as principais vias de penetração colonizadora pelos
sertões, pois suas margens eram propícias á organização de roças e
favoreciam o estabelecimento de currais.
A incompatibilidade da monocultura canavieira com a pecuária
extensiva no litoral empurrava esta última atividade para o sertão, a partir
de meados do século XVII. As frentes de expansão pastoril da segunda
metade desse século, após a expulsão dos holandeses, no entanto,
encontraram um caminho difícil de ser trilhado, em que, além das terras
inóspitas, havia o obstáculo maior à instalação dos currais e fazendas de
gado.
Face à movimentação dos curraleiros
nas áreas sertanejas, utilizando-se dos
leitos dos rios como vias de penetração, os
indígenas passaram a demonstrar
descontentamento com a utilização da
terra para os fins previstos na empresa
pecuarista. Saques às fazendas,
destruição de currais e caiçaras, morte do
gado e, posteriormente, das pessoas
envolvidas no seu trato, essas são algumas
das atitudes deflagradas pelos índios em
defesa da posse das terras onde
habitavam.
A "Guerra do Bárbaros", também conhecida como "Confederação
dos Cariris" foram os conflitos, rebeliões e confrontos envolvendo os
colonizadores portugueses e várias etnias indígenas no sertão
nordestino.
Entre os estados do Piauí, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e
Pernambuco, muitos índios reagiram atacando e matando os
povoadores destas regiões, devastando suas propriedades e bens
diversos. Isto ocorreu no final do século XVII, no ano de 1686, quando
os Janduís, índios que habitavam o Apodi, de Açú a Mossoró se
revoltaram coletivamente tomando tal iniciativa.
GUERRAS DOS BÁRBAROS: O
“DESAPARECIMENTO DO ÍNDIO NO RN”
Em repressão aos indígenas que estavam sublevados, diversos
Terços Militares foram enviados ao sertão com o intuito de dominar as
revoltas. A documentação colonial aponta três grandes conflitos
armados que ocorreram em território hoje conhecido como Seridó. O
primeiro, em 30 de novembro de 1688, onde os índios Panatis foram
combatidos pelo coronel Antônio de Albuquerque da Câmara e pelo
capitão Manuel de Amorim na Serra do Sabugi (Atual Serra do
Mulungu).
PRIMEIRO COMBATE CONTRA OS INDÍGENAS
SERRA DO MULUNGU: SÃO JOÃO DO SABUGI/RN
Localiza-se há 5 km da zona urbana do município de São João do Sabugi.
Destaca-se pela sua altitude, que ultrapassa os 500 metros.
O nome "serra do Mulungu", tem origem num poço que existia ao pé da
serra, e perto havia um pé de Mulungú. O local era utilizado como parada de
vaqueiros e ponto de encontro de tropeiros.
O segundo, ocorrido na Serra da Rajada, que se localiza entre os
municípios de Acari, Carnaúba dos Dantas, Jardim do Seridó e
Parelhas, no período de 26 a 30 de outubro de 1689, cujo resultado foi a
morte de mil e quinhentos indígenas e a prisão de trezentos, além da
baixa de trinta homens das tropas de Domingos Jorge Velho – que
comandou o massacre.
SEGUNDO COMBATE CONTRA OS INDÍGENAS
SERRA DA RAJADA: CARNAÚBA DOS DANTAS/RN
Localizada na BR-427 no município de Carnaúba dos Dantas. Trata-se
de um lajedo na encosta da serra, a Pedra Rajada tem esse nome por causa
das grandes estrias formadas pelas águas pluviais. Algumas dessas manchas
formam curiosos desenhos.
A Serra da Rajada faz parte do patrimônio arqueológico do Rio Grande
do Norte. A cidade de Carnaúba dos Dantas desperta grande interesse
histórico devido aos seus mais de 80 sítios arqueológicos, um dos mais
importantes da América do Sul em pinturas rupestres.
DOMINGOS JORGE VELHO
Domingos Jorge Velho nasceu na
vila de Parnaíba, Capitania de São
Paulo, em 1641. Comandou o massacre
na Guerra dos Bárbaros com objetivo
de aprisionar os indígenas, ocorrido na
Serra da Rajada.
O terceiro combate ocorreu
na Serra do Acauã, situada
entre os municípios de Acari e
Currais Novos, em 04 de
outubro de 1690, do qual
foram presos mais de mil
índios.
TERCEIRO COMBATE CONTRA OS INDÍGENAS
SERRA DO ACAUÃ: CURRAIS NOVOS E ACARI/RN
Tratá-se de um conjunto de Serras rico em minérios que suportam altas
temperaturas e que possuem grande resistência ao desgaste (Schelita,
tantalina e etc.)
RUINAS DA CASA FORTE DO CUÓ CAICÓ/RN
A Casa-Forte do Cuó é um importante patrimônio histórico, pois foi uma
das primeiras construções coloniais do Seridó. É um marco também do
massacre aos povos indígenas seridoenses. Foi a partir do movimento de
tropas na Casa-Forte que mais tarde o arraial do Queiquó daria origem à
cidade de Caicó.
Bernardo Vieira de Melo nasceu na freguesia de Muribeca, hoje
Jaboatão dos Guararapes, no Estado de Pernambuco, na segunda
metade do século XVII.
Foi governador e capitão-mor da capitania do Rio Grande do Norte
(1695-1700) e pacificou esta região.
BERNARDO VIEIRA DE MELO
A principal das consequências das Guerras dos Bárbaros foi o extermínio
em massa dos grupos indígenas envolvidos, tão ferozes e violentos foram os
combates entre os nativos e os conquistadores. Matavam com prioridade os
homens, deixando livres, a princípio, mulheres e crianças. Alguns fugiram
para outras capitanias, aproveitando-se de territórios onde a colonização
ainda não tinha chegado. Os que sobreviveram, fruto das pazes ditadas
estabelecidas nos finais do século XVII foram aldeados em missões religiosas,
acompanhadas e dirigidas por missionários católicos, as quais, para além de
sua função catequética e doutrinária, contribuíam para a “integração” dos
índios ao universo colonial.
Na Capitania do Rio Grande, durante o período das guerras, existiram
missões originadas de aldeias indígenas e outras formadas por “reduções” de
Tapuias. As mais conhecidas foram as missões de Guajiru (jesuítas),
Guaraíras (jesuítas), Mipibu (capuchinhos), Igramació (carmelitas
reformados) e Apodi (jesuítas), que, atualmente, correspondem aos
municípios de Extremoz, Arês, São José do Mipibu, Vila Flor e Apodi,
respectivamente.
A ADMINISTRAÇÃO E A ECONOMIA COLONIAL
Durante a metade do século XVIII, a capitania do Rio grande tinha
apenas um município: Natal. Depois, surgiram São José do Mipibu, Arês,
Vila Flor, Vila do Príncipe (Caicó), Vila Nova de Extremoz, Vila do Regente
(Apodi) e Vila Nova da Princesa (Açu/Assu).
A autoridade máxima da comarca era o Ouvidor. Primeiro, nomeado
pelos donatários das capitanias, e depois, pelo próprio rei. O Pelourinho era
símbolo da autonomia e jurisdição municipal, atesta a presença da justiça
permanente e os direitos da população governar-se por intermédio de seus
eleitos.