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Técnico Judiciário – Área Judiciária e Administrativa Legislação Relativa à Pessoa com Deficiência Prof. Mateus Silveira

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Legislação Relativa à Pessoa com Deficiência

Prof. Mateus Silveira

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Legislação Relativa à Pessoa com Deficiência

Professor Mateus Silveira

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Edital

LEGISLAÇÃO RELATIVA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA: Lei nº 13.146/15 – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência – Estatuto da Pessoa com Deficiência – arts. 1º a 91. Lei no 13.320/09 – Consolida a Legislação relativa à Pessoa com Deficiência no Estado do Rio Grande do Sul.

BANCA: FAURGS

CARGO: Técnico Judiciário – Área Judiciária e Administrativa

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Legislação relativa a Pessoa com Deficiência

LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015

Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Defi-ciência).

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

LIVRO I

PARTE GERAL

TÍTULO I

Disposições Preliminares

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a pro-mover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.

Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Faculta-tivo, ratificados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008, em conformidade com o procedimento previsto no § 3º do art. 5º

da Constituição da República Federativa do Brasil, em vigor para o Brasil, no plano jurí-dico externo, desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, data de início de sua vi-gência no plano interno.

Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barrei-ras, pode obstruir sua participação plena e efe-tiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

§ 1º A avaliação da deficiência, quando ne-cessária, será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará:

I – os impedimentos nas funções e nas es-truturas do corpo;

II – os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;

III – a limitação no desempenho de ativida-des; e

IV – a restrição de participação.

§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência.

Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, conside-ram-se:

I – acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-pamentos urbanos, edificações, transpor-tes, informação e comunicação, inclusive

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seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao pú-blico, de uso público ou privados de uso co-letivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobili-dade reduzida;

II – desenho universal: concepção de pro-dutos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto es-pecífico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva;

III – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, re-cursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcio-nalidade, relacionada à atividade e à parti-cipação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autono-mia, independência, qualidade de vida e in-clusão social;

IV – barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de mo-vimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à cir-culação com segurança, entre outros, classi-ficadas em:

a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados aber-tos ao público ou de uso coletivo;

b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;

c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes;

d) barreiras nas comunicações e na infor-mação: qualquer entrave, obstáculo, atitu-de ou comportamento que dificulte ou im-possibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de informações por intermé-dio de sistemas de comunicação e de tecno-logia da informação;

e) barreiras atitudinais: atitudes ou com-portamentos que impeçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com defici-ência em igualdade de condições e oportu-nidades com as demais pessoas;

f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com defici-ência às tecnologias;

V – comunicação: forma de interação dos cidadãos que abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de co-municação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a lin-guagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das comunica-ções;

VI – adaptações razoáveis: adaptações, mo-dificações e ajustes necessários e adequa-dos que não acarretem ônus despropor-cional e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais;

VII – elemento de urbanização: quaisquer componentes de obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, saneamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação pública, serviços de comunica-ção, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam as indica-ções do planejamento urbanístico;

VIII – mobiliário urbano: conjunto de ob-jetos existentes nas vias e nos espaços pú-blicos, superpostos ou adicionados aos ele-mentos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado não provoque alterações substanciais nes-

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ses elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, terminais e pon-tos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga;

IX – pessoa com mobilidade reduzida: aque-la que tenha, por qualquer motivo, dificul-dade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordena-ção motora ou da percepção, incluindo ido-so, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;

X – residências inclusivas: unidades de ofer-ta do Serviço de Acolhimento do Sistema Único de Assistência Social (Suas) localiza-das em áreas residenciais da comunidade, com estruturas adequadas, que possam contar com apoio psicossocial para o aten-dimento das necessidades da pessoa acolhi-da, destinadas a jovens e adultos com de-ficiência, em situação de dependência, que não dispõem de condições de autossusten-tabilidade e com vínculos familiares fragili-zados ou rompidos;

XI – moradia para a vida independente da pessoa com deficiência: moradia com estru-turas adequadas capazes de proporcionar serviços de apoio coletivos e individuali-zados que respeitem e ampliem o grau de autonomia de jovens e adultos com defici-ência;

XII – atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remu-neração, assiste ou presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas atividades diárias, excluí-das as técnicas ou os procedimentos iden-tificados com profissões legalmente estabe-lecidas;

XIII – profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimentação, hi-giene e locomoção do estudante com defi-ciência e atua em todas as atividades esco-

lares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em ins-tituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas;

XIV – acompanhante: aquele que acompa-nha a pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente pessoal.

CAPÍTULO IIDA IGUALDADE E DA NÃO

DISCRIMINAÇÃO

Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direi-to à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de dis-criminação.

§ 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, res-trição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de preju-dicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.

§ 2º A pessoa com deficiência não está obri-gada à fruição de benefícios decorrentes de ação afirmativa.

Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opres-são e tratamento desumano ou degradante.

Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada no caput deste artigo, são considerados especialmente vulneráveis a criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência.

Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacida-de civil da pessoa, inclusive para:

I – casar-se e constituir união estável;

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II – exercer direitos sexuais e reprodutivos;

III – exercer o direito de decidir sobre o nú-mero de filhos e de ter acesso a informa-ções adequadas sobre reprodução e plane-jamento familiar;

IV – conservar sua fertilidade, sendo veda-da a esterilização compulsória;

V – exercer o direito à família e à convivên-cia familiar e comunitária; e

VI – exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou ado-tando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade competente qualquer forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa com deficiência.

Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os tribunais tiverem co-nhecimento de fatos que caracterizem as violações previstas nesta Lei, devem reme-ter peças ao Ministério Público para as pro-vidências cabíveis.

Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da fa-mília assegurar à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilita-ção, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecno-lógicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da Con-venção sobre os Direitos das Pessoas com De-ficiência e seu Protocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e econômico.

Seção ÚnicaDO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO

Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prioritário, sobretudo com a finalidade de:

I – proteção e socorro em quaisquer cir-cunstâncias;

II – atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao público;

III – disponibilização de recursos, tanto hu-manos quanto tecnológicos, que garantam atendimento em igualdade de condições com as demais pessoas;

IV – disponibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis de transpor-te coletivo de passageiros e garantia de se-gurança no embarque e no desembarque;

V – acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação acessíveis;

VI – recebimento de restituição de imposto de renda;

VII – tramitação processual e procedimen-tos judiciais e administrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e di-ligências.

§ 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acompanhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pesso-al, exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo.

§ 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, a prioridade conferida por esta Lei é condicionada aos protocolos de aten-dimento médico.

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TÍTULO II

Dos Direitos Fundamentais

CAPÍTULO IDO DIREITO A VIDA

Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da pessoa com deficiência ao longo de toda a vida.

Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou estado de calamidade públi-ca, a pessoa com deficiência será conside-rada vulnerável, devendo o poder público adotar medidas para sua proteção e segu-rança.

Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a institucionaliza-ção forçada.

Parágrafo único. O consentimento da pes-soa com deficiência em situação de curatela poderá ser suprido, na forma da lei.

Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclare-cido da pessoa com deficiência é indispensável para a realização de tratamento, procedimento, hospitalização e pesquisa científica.

§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de curatela, deve ser assegurada sua participação, no maior grau possível, para a obtenção de consentimento.

§ 2º A pesquisa científica envolvendo pes-soa com deficiência em situação de tutela ou de curatela deve ser realizada, em cará-ter excepcional, apenas quando houver in-dícios de benefício direto para sua saúde ou para a saúde de outras pessoas com defici-ência e desde que não haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável com parti-cipantes não tutelados ou curatelados.

Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem seu consentimento prévio, livre

e esclarecido em casos de risco de morte e de emergência em saúde, resguardado seu supe-rior interesse e adotadas as salvaguardas legais cabíveis.

CAPÍTULO IIDO DIREITO A HABILITAÇÃO

E A REABILITAÇÃO

Art. 14. O processo de habilitação e de reabilita-ção é um direito da pessoa com deficiência.

Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação tem por objetivo o desen-volvimento de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais, pro-fissionais e artísticas que contribuam para a conquista da autonomia da pessoa com deficiência e de sua participação social em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas.

Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se em avaliação multidisciplinar das necessidades, habilidades e potencialidades de cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes:

I – diagnóstico e intervenção precoces;

II – adoção de medidas para compensar perda ou limitação funcional, buscando o desenvolvimento de aptidões;

III – atuação permanente, integrada e arti-culada de políticas públicas que possibili-tem a plena participação social da pessoa com deficiência;

IV – oferta de rede de serviços articulados, com atuação intersetorial, nos diferentes ní-veis de complexidade, para atender às ne-cessidades específicas da pessoa com defi-ciência;

V – prestação de serviços próximo ao do-micílio da pessoa com deficiência, inclusive na zona rural, respeitadas a organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territó-

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rios locais e as normas do Sistema Único de Saúde (SUS).

Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de reabilitação para a pessoa com deficiência, são garantidos:

I – organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para atender às características de cada pessoa com deficiência;

II – acessibilidade em todos os ambientes e serviços;

III – tecnologia assistiva, tecnologia de re-abilitação, materiais e equipamentos ade-quados e apoio técnico profissional, de acordo com as especificidades de cada pes-soa com deficiência;

IV – capacitação continuada de todos os profissionais que participem dos programas e serviços.

Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover ações articuladas para garantir à pes-soa com deficiência e sua família a aquisição de informações, orientações e formas de acesso às políticas públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar sua plena participação social.

Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste artigo podem fornecer informa-ções e orientações nas áreas de saúde, de educação, de cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de previdência social, de as-sistência social, de habitação, de trabalho, de empreendedorismo, de acesso ao crédi-to, de promoção, proteção e defesa de di-reitos e nas demais áreas que possibilitem à pessoa com deficiência exercer sua cida-dania.

CAPÍTULO IIIDO DIREITO A SAÚDE

Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todos os níveis de

complexidade, por intermédio do SUS, garanti-do acesso universal e igualitário.

§ 1º É assegurada a participação da pessoa com deficiência na elaboração das políticas de saúde a ela destinadas.

§ 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas e técnicas, que regulamen-tarão a atuação dos profissionais de saúde e contemplarão aspectos relacionados aos direitos e às especificidades da pessoa com deficiência, incluindo temas como sua dig-nidade e autonomia.

§ 3º Aos profissionais que prestam assistên-cia à pessoa com deficiência, especialmente em serviços de habilitação e de reabilitação, deve ser garantida capacitação inicial e con-tinuada.

§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à pessoa com deficiência devem assegurar:

I – diagnóstico e intervenção precoces, rea-lizados por equipe multidisciplinar;

II – serviços de habilitação e de reabilitação sempre que necessários, para qualquer tipo de deficiência, inclusive para a manutenção da melhor condição de saúde e qualidade de vida;

III – atendimento domiciliar multidiscipli-nar, tratamento ambulatorial e internação;

IV – campanhas de vacinação;

V – atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e atendentes pessoais;

VI – respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orientação sexual da pessoa com deficiência;

VII – atenção sexual e reprodutiva, incluin-do o direito à fertilização assistida;

VIII – informação adequada e acessível à pessoa com deficiência e a seus familiares sobre sua condição de saúde;

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IX – serviços projetados para prevenir a ocorrência e o desenvolvimento de defici-ências e agravos adicionais;

X – promoção de estratégias de capacitação permanente das equipes que atuam no SUS, em todos os níveis de atenção, no atendi-mento à pessoa com deficiência, bem como orientação a seus atendentes pessoais;

XI – oferta de órteses, próteses, meios au-xiliares de locomoção, medicamentos, in-sumos e fórmulas nutricionais, conforme as normas vigentes do Ministério da Saúde.

§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às instituições privadas que parti-cipem de forma complementar do SUS ou que recebam recursos públicos para sua manutenção.

Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à prevenção de deficiências por cau-sas evitáveis, inclusive por meio de:

I – acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com garantia de parto hu-manizado e seguro;

II – promoção de práticas alimentares ade-quadas e saudáveis, vigilância alimentar e nutricional, prevenção e cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição da mulher e da criança;

III – aprimoramento e expansão dos progra-mas de imunização e de triagem neonatal;

IV – identificação e controle da gestante de alto risco.

Art. 20. As operadoras de planos e seguros pri-vados de saúde são obrigadas a garantir à pes-soa com deficiência, no mínimo, todos os servi-ços e produtos ofertados aos demais clientes.

Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da pessoa com deficiência no local de residência, será prestado atendimento fora de domicílio, para fins de diagnóstico e de trata-mento, garantidos o transporte e a acomodação da pessoa com deficiência e de seu acompa-nhante.

Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em observação é assegurado o direito a acom-panhante ou a atendente pessoal, devendo o órgão ou a instituição de saúde proporcionar condições adequadas para sua permanência em tempo integral.

§ 1º Na impossibilidade de permanência do acompanhante ou do atendente pesso-al junto à pessoa com deficiência, cabe ao profissional de saúde responsável pelo tra-tamento justificá-la por escrito.

§ 2º Na ocorrência da impossibilidade pre-vista no § 1º deste artigo, o órgão ou a insti-tuição de saúde deve adotar as providências cabíveis para suprir a ausência do acompa-nhante ou do atendente pessoal.

Art. 23. São vedadas todas as formas de discri-minação contra a pessoa com deficiência, inclu-sive por meio de cobrança de valores diferencia-dos por planos e seguros privados de saúde, em razão de sua condição.

Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos serviços de saúde, tanto públicos como privados, e às informações prestadas e recebidas, por meio de recursos de tecnologia assistiva e de todas as formas de comunicação previstas no inciso V do art. 3º desta Lei.

Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tan-to públicos quanto privados, devem assegurar o acesso da pessoa com deficiência, em con-formidade com a legislação em vigor, mediante a remoção de barreiras, por meio de projetos arquitetônico, de ambientação de interior e de comunicação que atendam às especificidades das pessoas com deficiência física, sensorial, in-telectual e mental.

Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de violência praticada contra a pessoa com de-ficiência serão objeto de notificação compulsó-ria pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos dos Direitos da Pessoa com Defi-ciência.

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Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra a pessoa com deficiência qualquer ação ou omissão, pra-ticada em local público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou sofrimento físico ou psicológico.

CAPÍTULO IVDO DIREITO A EDUCAÇÃO

Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacio-nal inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus ta-lentos e habilidades físicas, sensoriais, intelec-tuais e sociais, segundo suas características, in-teresses e necessidades de aprendizagem.

Parágrafo único. É dever do Estado, da fa-mília, da comunidade escolar e da socieda-de assegurar educação de qualidade à pes-soa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e dis-criminação.

Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:

I – sistema educacional inclusivo em to-dos os níveis e modalidades, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida;

II – aprimoramento dos sistemas educacio-nais, visando a garantir condições de aces-so, permanência, participação e aprendiza-gem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena;

III – projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços e adapta-ções razoáveis, para atender às caracterís-ticas dos estudantes com deficiência e ga-rantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia;

IV – oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade es-crita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas;

V – adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem em instituições de ensino;

VI – pesquisas voltadas para o desenvolvi-mento de novos métodos e técnicas peda-gógicas, de materiais didáticos, de equi-pamentos e de recursos de tecnologia assistiva;

VII – planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento edu-cacional especializado, de organização de recursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia assistiva;

VIII – participação dos estudantes com de-ficiência e de suas famílias nas diversas ins-tâncias de atuação da comunidade escolar;

IX – adoção de medidas de apoio que fa-voreçam o desenvolvimento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e profis-sionais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com deficiência;

X – adoção de práticas pedagógicas inclusi-vas pelos programas de formação inicial e continuada de professores e oferta de for-mação continuada para o atendimento edu-cacional especializado;

XI – formação e disponibilização de profes-sores para o atendimento educacional es-pecializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissio-nais de apoio;

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XII – oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e participação;

XIII – acesso à educação superior e à educa-ção profissional e tecnológica em igualdade de oportunidades e condições com as de-mais pessoas;

XIV – inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível superior e de educação profissional técnica e tecnológica, de temas relacionados à pessoa com deficiência nos respectivos campos de conhecimento;

XV – acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a ativida-des recreativas, esportivas e de lazer, no sis-tema escolar;

XVI – acessibilidade para todos os estudan-tes, trabalhadores da educação e demais integrantes da comunidade escolar às edifi-cações, aos ambientes e às atividades con-cernentes a todas as modalidades, etapas e níveis de ensino;

XVII – oferta de profissionais de apoio esco-lar;

XVIII – articulação intersetorial na imple-mentação de políticas públicas.

§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensino, aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo ve-dada a cobrança de valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas no cumprimento dessas determinações.

§ 2º Na disponibilização de tradutores e in-térpretes da Libras a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar o seguinte:

I – os tradutores e intérpretes da Libras atu-antes na educação básica devem, no míni-

mo, possuir ensino médio completo e certi-ficado de proficiência na Libras;

II – os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados à tarefa de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação, devem possuir nível supe-rior, com habilitação, prioritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras.

Art. 29. (VETADO).

Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência nos cursos oferecidos pelas insti-tuições de ensino superior e de educação pro-fissional e tecnológica, públicas e privadas, de-vem ser adotadas as seguintes medidas:

I – atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas dependências das Institui-ções de Ensino Superior (IES) e nos serviços;

II – disponibilização de formulário de inscri-ção de exames com campos específicos para que o candidato com deficiência informe os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva necessários para sua participação;

III – disponibilização de provas em formatos acessíveis para atendimento às necessida-des específicas do candidato com deficiên-cia;

IV – disponibilização de recursos de acessi-bilidade e de tecnologia assistiva adequa-dos, previamente solicitados e escolhidos pelo candidato com deficiência;

V – dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo candidato com deficiên-cia, tanto na realização de exame para sele-ção quanto nas atividades acadêmicas, me-diante prévia solicitação e comprovação da necessidade;

VI – adoção de critérios de avaliação das provas escritas, discursivas ou de redação que considerem a singularidade linguística da pessoa com deficiência, no domínio da modalidade escrita da língua portuguesa;

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VII – tradução completa do edital e de suas retificações em Libras.

CAPÍTULO VDO DIREITO A MORADIA

Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou substituta, com seu cônjuge ou companheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a vida independente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva.

§ 1º O poder público adotará programas e ações estratégicas para apoiar a criação e a manutenção de moradia para a vida inde-pendente da pessoa com deficiência.

§ 2º A proteção integral na modalidade de residência inclusiva será prestada no âmbi-to do Suas à pessoa com deficiência em si-tuação de dependência que não disponha de condições de autossustentabilidade, com vínculos familiares fragilizados ou rom-pidos.

Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, a pessoa com deficiência ou o seu responsável goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:

I – reserva de, no mínimo, 3% (três por cen-to) das unidades habitacionais para pessoa com deficiência;

II – (VETADO);

III – em caso de edificação multifamiliar, ga-rantia de acessibilidade nas áreas de uso co-mum e nas unidades habitacionais no piso térreo e de acessibilidade ou de adaptação razoável nos demais pisos;

IV – disponibilização de equipamentos ur-banos comunitários acessíveis;

V – elaboração de especificações técnicas no projeto que permitam a instalação de elevadores.

§ 1º O direito à prioridade, previsto no ca-put deste artigo, será reconhecido à pessoa com deficiência beneficiária apenas uma vez.

§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios de financiamento devem ser compatíveis com os rendimentos da pessoa com deficiência ou de sua família.

§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interessada nas unidades habitacionais re-servadas por força do disposto no inciso I do caput deste artigo, as unidades não utiliza-das serão disponibilizadas às demais pesso-as.

Art. 33. Ao poder público compete:

I – adotar as providências necessárias para o cumprimento do disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e

II – divulgar, para os agentes interessados e beneficiários, a política habitacional previs-ta nas legislações federal, estaduais, distri-tal e municipais, com ênfase nos dispositi-vos sobre acessibilidade.

CAPÍTULO VIDO DIREITO AO TRABALHO

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

§ 1º As pessoas jurídicas de direito públi-co, privado ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.

§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com as de-mais pessoas, a condições justas e favorá-

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veis de trabalho, incluindo igual remunera-ção por trabalho de igual valor.

§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pes-soa com deficiência e qualquer discrimina-ção em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, contrata-ção, admissão, exames admissional e peri-ódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão plena.

§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao acesso a cursos, treina-mentos, educação continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e incenti-vos profissionais oferecidos pelo emprega-dor, em igualdade de oportunidades com os demais empregados.

§ 5º É garantida aos trabalhadores com de-ficiência acessibilidade em cursos de forma-ção e de capacitação.

Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de trabalho e emprego promover e ga-rantir condições de acesso e de permanência da pessoa com deficiência no campo de trabalho.

Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empreendedorismo e ao trabalho autô-nomo, incluídos o cooperativismo e o asso-ciativismo, devem prever a participação da pessoa com deficiência e a disponibilização de linhas de crédito, quando necessárias.

Seção IIDA HABILITAÇÃO PROFISSIONAL E

REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

Art. 36. O poder público deve implementar serviços e programas completos de habilitação profissional e de reabilitação profissional para que a pessoa com deficiência possa ingressar, continuar ou retornar ao campo do trabalho, respeitados sua livre escolha, sua vocação e seu interesse.

§ 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em critérios previstos no § 1º do art. 2º desta Lei, programa de habilitação ou de

reabilitação que possibilite à pessoa com deficiência restaurar sua capacidade e habi-lidade profissional ou adquirir novas capaci-dades e habilidades de trabalho.

§ 2º A habilitação profissional corresponde ao processo destinado a propiciar à pessoa com deficiência aquisição de conhecimen-tos, habilidades e aptidões para exercício de profissão ou de ocupação, permitindo nível suficiente de desenvolvimento profissional para ingresso no campo de trabalho.

§ 3º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação profissional e de educação profissional devem ser dotados de recursos necessários para atender a toda pessoa com deficiência, independentemente de sua ca-racterística específica, a fim de que ela pos-sa ser capacitada para trabalho que lhe seja adequado e ter perspectivas de obtê-lo, de conservá-lo e de nele progredir.

§ 4º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação profissional e de educação profissional deverão ser oferecidos em am-bientes acessíveis e inclusivos.

§ 5º A habilitação profissional e a reabilita-ção profissional devem ocorrer articuladas com as redes públicas e privadas, especial-mente de saúde, de ensino e de assistência social, em todos os níveis e modalidades, em entidades de formação profissional ou diretamente com o empregador.

§ 6º A habilitação profissional pode ocorrer em empresas por meio de prévia formaliza-ção do contrato de emprego da pessoa com deficiência, que será considerada para o cumprimento da reserva de vagas prevista em lei, desde que por tempo determinado e concomitante com a inclusão profissional na empresa, observado o disposto em regu-lamento.

§ 7º A habilitação profissional e a reabili-tação profissional atenderão à pessoa com deficiência.

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Seção IIIDA INCLUSÃO DA PESSOA COM

DEFICIÊNCIA NO TRABALHO

Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência no trabalho a colocação com-petitiva, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de acessibilidade, o forne-cimento de recursos de tecnologia assistiva e a adaptação razoável no ambiente de trabalho.

Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com deficiência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas as seguintes diretrizes:

I – prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com maior dificuldade de inser-ção no campo de trabalho;

II – provisão de suportes individualizados que atendam a necessidades específicas da pessoa com deficiência, inclusive a disponi-bilização de recursos de tecnologia assisti-va, de agente facilitador e de apoio no am-biente de trabalho;

III – respeito ao perfil vocacional e ao inte-resse da pessoa com deficiência apoiada;

IV – oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, com vistas à definição de estratégias de inclusão e de superação de barreiras, inclusive atitudinais;

V – realização de avaliações periódicas;

VI – articulação intersetorial das políticas públicas;

VII – possibilidade de participação de orga-nizações da sociedade civil.

Art. 38. A entidade contratada para a realização de processo seletivo público ou privado para cargo, função ou emprego está obrigada à ob-servância do disposto nesta Lei e em outras nor-mas de acessibilidade vigentes.

CAPÍTULO VIIDO DIREITO A ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os benefícios no âmbito da política pública de assistência social à pessoa com deficiência e sua família têm como objetivo a garantia da segu-rança de renda, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do desenvolvimento da autonomia e da convivência familiar e comunitária, para a promoção do acesso a direitos e da plena parti-cipação social.

§ 1º A assistência social à pessoa com de-ficiência, nos termos do caput deste artigo, deve envolver conjunto articulado de servi-ços do âmbito da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial, ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças funda-mentais no enfrentamento de situações de vulnerabilidade e de risco, por fragilização de vínculos e ameaça ou violação de direi-tos.

§ 2º Os serviços socioassistenciais destina-dos à pessoa com deficiência em situação de dependência deverão contar com cuida-dores sociais para prestar-lhe cuidados bási-cos e instrumentais.

Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que não possua meios para prover sua subsis-tência nem de tê-la provida por sua família o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.

CAPÍTULO VIIIDO DIREITO A PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) tem direito à aposentadoria nos termos da Lei Com-plementar nº 142, de 8 de maio de 2013.

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CAPÍTULO IXDO DIREITO A CULTURA, AO

ESPORTE, AO TURISMO E AO LAZER

Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as demais pes-soas, sendo-lhe garantido o acesso:

I – a bens culturais em formato acessível;

II – a programas de televisão, cinema, tea-tro e outras atividades culturais e desporti-vas em formato acessível; e

III – a monumentos e locais de importância cultural e a espaços que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos.

§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em formato acessível à pessoa com deficiência, sob qualquer argumento, inclusive sob a alegação de proteção dos di-reitos de propriedade intelectual.

§ 2º O poder público deve adotar soluções destinadas à eliminação, à redução ou à su-peração de barreiras para a promoção do acesso a todo patrimônio cultural, observa-das as normas de acessibilidade, ambientais e de proteção do patrimônio histórico e ar-tístico nacional.

Art. 43. O poder público deve promover a par-ticipação da pessoa com deficiência em ativida-des artísticas, intelectuais, culturais, esportivas e recreativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo:

I – incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de recursos adequados, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas;

II – assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos serviços prestados por pes-soa ou entidade envolvida na organização das atividades de que trata este artigo; e

III – assegurar a participação da pessoa com deficiência em jogos e atividades recreati-

vas, esportivas, de lazer, culturais e artísti-cas, inclusive no sistema escolar, em igual-dade de condições com as demais pessoas.

Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, está-dios, ginásios de esporte, locais de espetáculos e de conferências e similares, serão reservados espaços livres e assentos para a pessoa com de-ficiência, de acordo com a capacidade de lota-ção da edificação, observado o disposto em re-gulamento.

§ 1º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem ser distribuídos pelo re-cinto em locais diversos, de boa visibilidade, em todos os setores, próximos aos corredo-res, devidamente sinalizados, evitando-se áreas segregadas de público e obstrução das saídas, em conformidade com as nor-mas de acessibilidade.

§ 2º No caso de não haver comprovada pro-cura pelos assentos reservados, esses po-dem, excepcionalmente, ser ocupados por pessoas sem deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida, observado o disposto em regulamento.

§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem situar-se em locais que garantam a acomodação de, no mínimo, 1 (um) acompanhante da pessoa com defici-ência ou com mobilidade reduzida, resguar-dado o direito de se acomodar proxima-mente a grupo familiar e comunitário.

§ 4º Nos locais referidos no caput deste ar-tigo, deve haver, obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis, conforme padrões das normas de acessibi-lidade, a fim de permitir a saída segura da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, em caso de emergência.

§ 5º Todos os espaços das edificações pre-vistas no caput deste artigo devem atender às normas de acessibilidade em vigor.

§ 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa com deficiência.

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§ 7º O valor do ingresso da pessoa com de-ficiência não poderá ser superior ao valor cobrado das demais pessoas.

Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos observando-se os princípios do desenho universal, além de adotar todos os meios de acessibilidade, conforme legislação em vigor.

§ 1º Os estabelecimentos já existentes de-verão disponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade acessível.

§ 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste artigo deverão ser localizados em ro-tas acessíveis.

CAPÍTULO XDO DIREITO AO TRANSPORTE

E A MOBILIDADE

Art. 46. O direito ao transporte e à mobilida-de da pessoa com deficiência ou com mobili-dade reduzida será assegurado em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de identificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu acesso.

§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo, em todas as jurisdições, conside-ram-se como integrantes desses serviços os veículos, os terminais, as estações, os pon-tos de parada, o sistema viário e a prestação do serviço.

§ 2º São sujeitas ao cumprimento das dis-posições desta Lei, sempre que houver inte-ração com a matéria nela regulada, a outor-ga, a concessão, a permissão, a autorização, a renovação ou a habilitação de linhas e de serviços de transporte coletivo.

§ 3º Para colocação do símbolo internacio-nal de acesso nos veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen-

dem da certificação de acessibilidade emi-tida pelo gestor público responsável pela prestação do serviço.

Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao público, de uso público ou privado de uso coletivo e em vias públicas, devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de cir-culação de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoa com defi-ciência com comprometimento de mobilidade, desde que devidamente identificados.

§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equivaler a 2% (dois por cen-to) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada e com as espe-cificações de desenho e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de acessi-bilidade.

§ 2º Os veículos estacionados nas vagas re-servadas devem exibir, em local de ampla visibilidade, a credencial de beneficiário, a ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de trânsito, que disciplinarão suas caracte-rísticas e condições de uso.

§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo sujeita os infratores às san-ções previstas no inciso XVII do art. 181 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro). (Vide Lei nº 13.281, de 4/5/2016)

§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é vinculada à pessoa com deficiência que possui comprometimento de mobilida-de e é válida em todo o território nacional.

Art. 48. Os veículos de transporte coletivo ter-restre, aquaviário e aéreo, as instalações, as es-tações, os portos e os terminais em operação no País devem ser acessíveis, de forma a garantir o seu uso por todas as pessoas.

§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput deste artigo devem dispor de siste-ma de comunicação acessível que disponi-bilize informações sobre todos os pontos do itinerário.

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§ 2º São asseguradas à pessoa com defici-ência prioridade e segurança nos procedi-mentos de embarque e de desembarque nos veículos de transporte coletivo, de acor-do com as normas técnicas.

§ 3º Para colocação do símbolo internacio-nal de acesso nos veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen-dem da certificação de acessibilidade emi-tida pelo gestor público responsável pela prestação do serviço.

Art. 49. As empresas de transporte de freta-mento e de turismo, na renovação de suas fro-tas, são obrigadas ao cumprimento do disposto nos arts. 46 e 48 desta Lei.

Art. 50. O poder público incentivará a fabrica-ção de veículos acessíveis e a sua utilização como táxis e vans, de forma a garantir o seu uso por todas as pessoas.

Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% (dez por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiência.

§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores adicionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa com deficiência.

§ 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos fiscais com vistas a possibilitar a acessibilidade dos veículos a que se refere o caput deste artigo.

Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 1 (um) veículo adaptado para uso de pessoa com deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte) veículos de sua frota.

Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo, câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos ma-nuais de freio e de embreagem.

TÍTULO III

Da Acessibilidade

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa com deficiência ou com mobilidade re-duzida viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação so-cial.

Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das dis-posições desta Lei e de outras normas relativas à acessibilidade, sempre que houver interação com a matéria nela regulada:

I – a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico ou de comunicação e informa-ção, a fabricação de veículos de transporte coletivo, a prestação do respectivo serviço e a execução de qualquer tipo de obra, quan-do tenham destinação pública ou coletiva;

II – a outorga ou a renovação de concessão, permissão, autorização ou habilitação de qualquer natureza;

III – a aprovação de financiamento de pro-jeto com utilização de recursos públicos, por meio de renúncia ou de incentivo fiscal, contrato, convênio ou instrumento congê-nere; e

IV – a concessão de aval da União para obten-ção de empréstimo e de financiamento inter-nacionais por entes públicos ou privados.

Art. 55. A concepção e a implantação de pro-jetos que tratem do meio físico, de transporte, de informação e comunicação, inclusive de sis-temas e tecnologias da informação e comunica-ção, e de outros serviços, equipamentos e ins-talações abertos ao público, de uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, devem atender aos princípios do desenho universal, tendo como referência as normas de acessibilidade.

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§ 1º O desenho universal será sempre to-mado como regra de caráter geral.

§ 2º Nas hipóteses em que comprovada-mente o desenho universal não possa ser empreendido, deve ser adotada adaptação razoável.

§ 3º Caberá ao poder público promover a inclusão de conteúdos temáticos referentes ao desenho universal nas diretrizes curricu-lares da educação profissional e tecnológica e do ensino superior e na formação das car-reiras de Estado.

§ 4º Os programas, os projetos e as linhas de pesquisa a serem desenvolvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio à pesquisa e de agências de fomento deverão incluir temas voltados para o desenho uni-versal.

§ 5º Desde a etapa de concepção, as polí-ticas públicas deverão considerar a adoção do desenho universal.

Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança de uso de edificações abertas ao público, de uso público ou privadas de uso cole-tivo deverão ser executadas de modo a serem acessíveis.

§ 1º As entidades de fiscalização profissio-nal das atividades de Engenharia, de Arqui-tetura e correlatas, ao anotarem a respon-sabilidade técnica de projetos, devem exigir a responsabilidade profissional declarada de atendimento às regras de acessibilidade previstas em legislação e em normas técni-cas pertinentes.

§ 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão de certificado de projeto executivo arquitetônico, urbanístico e de instalações e equipamentos temporários ou perma-nentes e para o licenciamento ou a emissão de certificado de conclusão de obra ou de serviço, deve ser atestado o atendimento às regras de acessibilidade.

§ 3º O poder público, após certificar a aces-sibilidade de edificação ou de serviço, de-terminará a colocação, em espaços ou em locais de ampla visibilidade, do símbolo in-ternacional de acesso, na forma prevista em legislação e em normas técnicas correlatas.

Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso coletivo já existentes devem garantir aces-sibilidade à pessoa com deficiência em todas as suas dependências e serviços, tendo como refe-rência as normas de acessibilidade vigentes.

Art. 58. O projeto e a construção de edificação de uso privado multifamiliar devem atender aos preceitos de acessibilidade, na forma regula-mentar.

§ 1º As construtoras e incorporadoras res-ponsáveis pelo projeto e pela construção das edificações a que se refere o caput des-te artigo devem assegurar percentual míni-mo de suas unidades internamente acessí-veis, na forma regulamentar.

§ 2º É vedada a cobrança de valores adicio-nais para a aquisição de unidades interna-mente acessíveis a que se refere o § 1º des-te artigo.

Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos espaços públicos, o poder público e as empresas concessionárias responsáveis pela execução das obras e dos serviços devem garantir, de forma segura, a fluidez do trânsito e a livre circulação e acessibilidade das pessoas, durante e após sua execução.

Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas re-gras de acessibilidade previstas em legislação e em normas técnicas, observado o disposto na Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, nº 10.257, de 10 de julho de 2001, e nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012:

I – os planos diretores municipais, os planos diretores de transporte e trânsito, os planos de mobilidade urbana e os planos de pre-servação de sítios históricos elaborados ou atualizados a partir da publicação desta Lei;

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II – os códigos de obras, os códigos de pos-tura, as leis de uso e ocupação do solo e as leis do sistema viário;

III – os estudos prévios de impacto de vizi-nhança;

IV – as atividades de fiscalização e a imposi-ção de sanções; e

V – a legislação referente à prevenção con-tra incêndio e pânico.

§ 1º A concessão e a renovação de alvará de funcionamento para qualquer atividade são condicionadas à observação e à certificação das regras de acessibilidade.

§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilitação equivalente e sua renovação, quando esta tiver sido emitida anterior-mente às exigências de acessibilidade, é condicionada à observação e à certificação das regras de acessibilidade.

Art. 61. A formulação, a implementação e a ma-nutenção das ações de acessibilidade atenderão às seguintes premissas básicas:

I – eleição de prioridades, elaboração de cronograma e reserva de recursos para im-plementação das ações; e

II – planejamento contínuo e articulado en-tre os setores envolvidos.

Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solicitação, o recebimento de contas, boletos, recibos, extratos e cobranças de tribu-tos em formato acessível.

CAPÍTULO IIDO ACESSO A INFORMAÇÃO

E A COMUNICAÇÃO

Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponí-

veis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.

§ 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade em destaque.

§ 2º Telecentros comunitários que recebe-rem recursos públicos federais para seu cus-teio ou sua instalação e lan houses devem possuir equipamentos e instalações acessí-veis.

§ 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o § 2º deste artigo devem garantir, no mínimo, 10% (dez por cento) de seus com-putadores com recursos de acessibilidade para pessoa com deficiência visual, sendo assegurado pelo menos 1 (um) equipamen-to, quando o resultado percentual for infe-rior a 1 (um).

Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de que trata o art. 63 desta Lei deve ser obser-vada para obtenção do financiamento de que trata o inciso III do art. 54 desta Lei.

Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de telecomunicações deverão garantir pleno aces-so à pessoa com deficiência, conforme regula-mentação específica.

Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a ofer-ta de aparelhos de telefonia fixa e móvel celular com acessibilidade que, entre outras tecnolo-gias assistivas, possuam possibilidade de indica-ção e de ampliação sonoras de todas as opera-ções e funções disponíveis.

Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e imagens devem permitir o uso dos seguintes re-cursos, entre outros:

I – subtitulação por meio de legenda oculta;

II – janela com intérprete da Libras;

III – audiodescrição.

Art. 68. O poder público deve adotar mecanis-mos de incentivo à produção, à edição, à difu-são, à distribuição e à comercialização de livros em formatos acessíveis, inclusive em publica-ções da administração pública ou financiadas

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com recursos públicos, com vistas a garantir à pessoa com deficiência o direito de acesso à lei-tura, à informação e à comunicação.

§ 1º Nos editais de compras de livros, inclu-sive para o abastecimento ou a atualização de acervos de bibliotecas em todos os níveis e modalidades de educação e de bibliote-cas públicas, o poder público deverá adotar cláusulas de impedimento à participação de editoras que não ofertem sua produção também em formatos acessíveis.

§ 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos digitais que possam ser reconhe-cidos e acessados por softwares leitores de telas ou outras tecnologias assistivas que vie-rem a substituí-los, permitindo leitura com voz sintetizada, ampliação de caracteres, di-ferentes contrastes e impressão em Braille.

§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a adaptação e a produção de artigos científicos em formato acessível, inclusive em Libras.

Art. 69. O poder público deve assegurar a dispo-nibilidade de informações corretas e claras sobre os diferentes produtos e serviços ofertados, por quaisquer meios de comunicação empregados, inclusive em ambiente virtual, contendo a espe-cificação correta de quantidade, qualidade, ca-racterísticas, composição e preço, bem como so-bre os eventuais riscos à saúde e à segurança do consumidor com deficiência, em caso de sua uti-lização, aplicando-se, no que couber, os arts. 30 a 41 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.

§ 1º Os canais de comercialização virtual e os anúncios publicitários veiculados na imprensa escrita, na internet, no rádio, na televisão e nos demais veículos de comuni-cação abertos ou por assinatura devem dis-ponibilizar, conforme a compatibilidade do meio, os recursos de acessibilidade de que trata o art. 67 desta Lei, a expensas do for-necedor do produto ou do serviço, sem pre-juízo da observância do disposto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.

§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, mediante solicitação, exemplares de bulas, prospectos, textos ou qualquer outro tipo de material de divulgação em formato aces-sível.

Art. 70. As instituições promotoras de congres-sos, seminários, oficinas e demais eventos de na-tureza científico-cultural devem oferecer à pes-soa com deficiência, no mínimo, os recursos de tecnologia assistiva previstos no art. 67 desta Lei.

Art. 71. Os congressos, os seminários, as ofici-nas e os demais eventos de natureza científico--cultural promovidos ou financiados pelo poder público devem garantir as condições de acessi-bilidade e os recursos de tecnologia assistiva.

Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os projetos a serem desenvolvidos com o apoio de agências de financiamento e de órgãos e enti-dades integrantes da administração pública que atuem no auxílio à pesquisa devem contemplar temas voltados à tecnologia assistiva.

Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou em parceria com organizações da sociedade civil, promover a capacitação de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais habilitados em Braille, audiodes-crição, estenotipia e legendagem.

CAPÍTULO IIIDA TECNOLOGIA ASSISTIVA

Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, recursos, estratégias, prá-ticas, processos, métodos e serviços de tecno-logia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida.

Art. 75. O poder público desenvolverá plano específico de medidas, a ser renovado em cada período de 4 (quatro) anos, com a finalidade de:

I – facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive com oferta de linhas de crédito subsidiadas, específicas para aquisição de tecnologia assistiva;

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II – agilizar, simplificar e priorizar procedi-mentos de importação de tecnologia assis-tiva, especialmente as questões atinentes a procedimentos alfandegários e sanitários;

III – criar mecanismos de fomento à pesqui-sa e à produção nacional de tecnologia as-sistiva, inclusive por meio de concessão de linhas de crédito subsidiado e de parcerias com institutos de pesquisa oficiais;

IV – eliminar ou reduzir a tributação da ca-deia produtiva e de importação de tecnolo-gia assistiva;

V – facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos recursos de tecnologia assistiva no rol de produtos distribuídos no âmbito do SUS e por outros órgãos governamentais.

Parágrafo único. Para fazer cumprir o dis-posto neste artigo, os procedimentos cons-tantes do plano específico de medidas de-verão ser avaliados, pelo menos, a cada 2 (dois) anos.

CAPÍTULO IVDO DIREITO A PARTICIPAÇÃO NA

VIDA PÚBLICA E POLÍTICA

Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com deficiência todos os direitos políticos e a oportunidade de exercê-los em igualdade de condições com as demais pessoas.

§ 1º À pessoa com deficiência será assegu-rado o direito de votar e de ser votada, in-clusive por meio das seguintes ações:

I – garantia de que os procedimentos, as instalações, os materiais e os equipamentos para votação sejam apropriados, acessíveis a todas as pessoas e de fácil compreensão e uso, sendo vedada a instalação de seções eleitorais exclusivas para a pessoa com de-ficiência;

II – incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a desempenhar quaisquer

funções públicas em todos os níveis de go-verno, inclusive por meio do uso de novas tecnologias assistivas, quando apropriado;

III – garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda eleitoral obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de televisão possuam, pelo menos, os recursos elencados no art. 67 desta Lei;

IV – garantia do livre exercício do direito ao voto e, para tanto, sempre que necessário e a seu pedido, permissão para que a pessoa com deficiência seja auxiliada na votação por pessoa de sua escolha.

§ 2º O poder público promoverá a partici-pação da pessoa com deficiência, inclusive quando institucionalizada, na condução das questões públicas, sem discriminação e em igualdade de oportunidades, observado o seguinte:

I – participação em organizações não gover-namentais relacionadas à vida pública e à política do País e em atividades e adminis-tração de partidos políticos;

II – formação de organizações para repre-sentar a pessoa com deficiência em todos os níveis;

III – participação da pessoa com deficiência em organizações que a representem.

TÍTULO IV

Da Ciência e Tecnologia

Art. 77. O poder público deve fomentar o desen-volvimento científico, a pesquisa e a inovação e a capacitação tecnológicas, voltados à melhoria da qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com deficiência e sua inclusão social.

§ 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a geração de conhecimentos e téc-nicas que visem à prevenção e ao tratamen-to de deficiências e ao desenvolvimento de tecnologias assistiva e social.

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§ 2º A acessibilidade e as tecnologias assis-tiva e social devem ser fomentadas median-te a criação de cursos de pós-graduação, a formação de recursos humanos e a inclusão do tema nas diretrizes de áreas do conheci-mento.

§ 3º Deve ser fomentada a capacitação tec-nológica de instituições públicas e privadas para o desenvolvimento de tecnologias as-sistiva e social que sejam voltadas para me-lhoria da funcionalidade e da participação social da pessoa com deficiência.

§ 4º As medidas previstas neste artigo de-vem ser reavaliadas periodicamente pelo poder público, com vistas ao seu aperfeiço-amento.

Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o desenvolvimento, a inovação e a difusão de tec-nologias voltadas para ampliar o acesso da pes-soa com deficiência às tecnologias da informa-ção e comunicação e às tecnologias sociais.

Parágrafo único. Serão estimulados, em es-pecial:

I – o emprego de tecnologias da informação e comunicação como instrumento de su-peração de limitações funcionais e de bar-reiras à comunicação, à informação, à edu-cação e ao entretenimento da pessoa com deficiência;

II – a adoção de soluções e a difusão de nor-mas que visem a ampliar a acessibilidade da pessoa com deficiência à computação e aos sítios da internet, em especial aos serviços de governo eletrônico.

LIVRO II

PARTE ESPECIAL

TÍTULO I

Do Acesso à Justiça

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 79. O poder público deve assegurar o aces-so da pessoa com deficiência à justiça, em igual-dade de oportunidades com as demais pessoas, garantindo, sempre que requeridos, adaptações e recursos de tecnologia assistiva.

§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência em todo o processo judicial, o poder público deve capacitar os membros e os servidores que atuam no Poder Judiciá-rio, no Ministério Público, na Defensoria Pú-blica, nos órgãos de segurança pública e no sistema penitenciário quanto aos direitos da pessoa com deficiência.

§ 2º Devem ser assegurados à pessoa com deficiência submetida a medida restritiva de liberdade todos os direitos e garantias a que fazem jus os apenados sem deficiência, garantida a acessibilidade.

§ 3º A Defensoria Pública e o Ministério Pú-blico tomarão as medidas necessárias à ga-rantia dos direitos previstos nesta Lei.

Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnologia assistiva disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha garantido o aces-so à justiça, sempre que figure em um dos polos da ação ou atue como testemunha, partícipe da lide posta em juízo, advogado, defensor público, magistrado ou membro do Ministério Público.

Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem garantido o acesso ao conteúdo de to-dos os atos processuais de seu interesse, in-clusive no exercício da advocacia.

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Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão garantidos por ocasião da aplicação de sanções penais.

Art. 82. (VETADO).

Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem negar ou criar óbices ou condições dife-renciadas à prestação de seus serviços em ra-zão de deficiência do solicitante, devendo reco-nhecer sua capacidade legal plena, garantida a acessibilidade.

Parágrafo único. O descumprimento do dis-posto no caput deste artigo constitui discri-minação em razão de deficiência.

CAPÍTULO IIDO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI

Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegura-do o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pes-soas.

§ 1º Quando necessário, a pessoa com defi-ciência será submetida à curatela, conforme a lei.

§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão apoiada.

§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva ex-traordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível.

§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respec-tivo ano.

Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimo-nial e negocial.

§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.

§ 2º A curatela constitui medida extraordi-nária, devendo constar da sentença as ra-zões e motivações de sua definição, preser-vados os interesses do curatelado.

§ 3º No caso de pessoa em situação de ins-titucionalização, ao nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou co-munitária com o curatelado.

Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida a situação de curatela da pes-soa com deficiência.

Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger os interesses da pessoa com de-ficiência em situação de curatela, será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de oficio ou a requerimento do interessado, nomear, desde logo, curador provisório, o qual estará sujeito, no que couber, às disposições do Código de Pro-cesso Civil.

TÍTULO II

Dos Crimes e das Infrações Administrativas

Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima encontrar-se sob cuidado e res-ponsabilidade do agente.

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no ca-put deste artigo é cometido por intermédio de meios de comunicação social ou de pu-blicação de qualquer natureza:

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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Pú-blico ou a pedido deste, ainda antes do in-quérito policial, sob pena de desobediência:

I – recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares do material discriminatório;

II – interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na internet.

§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, cons-titui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do ma-terial apreendido.

Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, pro-ventos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa com de-ficiência:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o crime é cometido:

I – por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; ou

II – por aquele que se apropriou em razão de ofício ou de profissão.

Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas de saúde, entidades de abriga-mento ou congêneres:

Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não prover as necessidades básicas de pessoa com deficiência quando obrigado por lei ou mandado.

Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qual-quer meio eletrônico ou documento de pessoa com deficiência destinados ao recebimento de benefícios, proventos, pensões ou remuneração

ou à realização de operações financeiras, com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o crime é cometido por tutor ou curador.

TÍTULO III

Disposições Finais e Transitórias

Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Cadastro-Inclusão), registro público eletrônico com a finalidade de coletar, processar, sistematizar e disseminar in-formações georreferenciadas que permitam a identificação e a caracterização socioeconômica da pessoa com deficiência, bem como das bar-reiras que impedem a realização de seus direi-tos.

§ 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Poder Executivo federal e constituído por base de dados, instrumentos, procedi-mentos e sistemas eletrônicos.

§ 2º Os dados constituintes do Cadastro--Inclusão serão obtidos pela integração dos sistemas de informação e da base de dados de todas as políticas públicas relacionadas aos direitos da pessoa com deficiência, bem como por informações coletadas, inclusive em censos nacionais e nas demais pesqui-sas realizadas no País, de acordo com os pa-râmetros estabelecidos pela Convenção so-bre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo.

§ 3º Para coleta, transmissão e sistematiza-ção de dados, é facultada a celebração de convênios, acordos, termos de parceria ou contratos com instituições públicas e pri-vadas, observados os requisitos e procedi-mentos previstos em legislação específica.

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§ 4º Para assegurar a confidencialidade, a privacidade e as liberdades fundamentais da pessoa com deficiência e os princípios éticos que regem a utilização de informa-ções, devem ser observadas as salvaguar-das estabelecidas em lei.

§ 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somen-te poderão ser utilizados para as seguintes finalidades:

I – formulação, gestão, monitoramento e avaliação das políticas públicas para a pes-soa com deficiência e para identificar as barreiras que impedem a realização de seus direitos;

II – realização de estudos e pesquisas.

§ 6º As informações a que se refere este ar-tigo devem ser disseminadas em formatos acessíveis.

Art. 93. Na realização de inspeções e de audito-rias pelos órgãos de controle interno e externo, deve ser observado o cumprimento da legisla-ção relativa à pessoa com deficiência e das nor-mas de acessibilidade vigentes.

Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos ter-mos da lei, a pessoa com deficiência moderada ou grave que:

I – receba o benefício de prestação continu-ada previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e que passe a exer-cer atividade remunerada que a enquadre como segurado obrigatório do RGPS;

II – tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de prestação continuada previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e que exerça atividade remunerada que a enquadre como segura-do obrigatório do RGPS.

Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa com deficiência perante os órgãos pú-blicos quando seu deslocamento, em razão de sua limitação funcional e de condições de aces-sibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional e

indevido, hipótese na qual serão observados os seguintes procedimentos:

I – quando for de interesse do poder públi-co, o agente promoverá o contato necessá-rio com a pessoa com deficiência em sua residência;

II – quando for de interesse da pessoa com deficiência, ela apresentará solicitação de atendimento domiciliar ou fará representar--se por procurador constituído para essa fi-nalidade.

Parágrafo único. É assegurado à pessoa com deficiência atendimento domiciliar pela perícia médica e social do Instituto Na-cional do Seguro Social (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que inte-gre o SUS e pelas entidades da rede socioas-sistencial integrantes do Suas, quando seu deslocamento, em razão de sua limitação funcional e de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional e inde-vido.

Art. 96. O § 6º-A do art. 135 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 135. ...........................................................

§ 6º-A. Os Tribunais Regionais Eleitorais de-verão, a cada eleição, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na escolha dos locais de votação, de maneira a garantir acessibilidade para o eleitor com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive em seu entorno e nos sistemas de transporte que lhe dão acesso.

.........................................................." (NR)

Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com as seguin-tes alterações:

"Art. 428. ........................................................

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§ 6º Para os fins do contrato de aprendi-zagem, a comprovação da escolaridade de aprendiz com deficiência deve considerar, sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a profissionalização.

§ 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou mais, a validade do con-trato de aprendizagem pressupõe anotação na CTPS e matrícula e frequência em pro-grama de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em for-mação técnico-profissional metódica." (NR)

"Art. 433. ..........................................................

I – desempenho insuficiente ou inadapta-ção do aprendiz, salvo para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao desempenho de suas atividades;

............................................................. (NR)

Art. 98. A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, passa a vigorar com as seguintes altera-ções:

"Art. 3º As medidas judiciais destinadas à pro-teção de interesses coletivos, difusos, individu-ais homogêneos e individuais indisponíveis da pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo Ministério Público, pela Defensoria Públi-ca, pela União, pelos Estados, pelos Municípios, pelo Distrito Federal, por associação constituída há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por autarquia, por empresa pública e por funda-ção ou sociedade de economia mista que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção dos interesses e a promoção de direitos da pes-soa com deficiência.

............................................................" (NR)

"Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa:

I – recusar, cobrar valores adicionais, sus-pender, procrastinar, cancelar ou fazer ces-sar inscrição de aluno em estabelecimento

de ensino de qualquer curso ou grau, públi-co ou privado, em razão de sua deficiência;

II – obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém a qualquer cargo ou em-prego público, em razão de sua deficiência;

III – negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa em razão de sua defici-ência;

IV – recusar, retardar ou dificultar interna-ção ou deixar de prestar assistência médico--hospitalar e ambulatorial à pessoa com de-ficiência;

V – deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;

VI – recusar, retardar ou omitir dados téc-nicos indispensáveis à propositura da ação civil pública objeto desta Lei, quando requi-sitados.

§ 1º Se o crime for praticado contra pes-soa com deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço).

§ 2º A pena pela adoção deliberada de cri-térios subjetivos para indeferimento de ins-crição, de aprovação e de cumprimento de estágio probatório em concursos públicos não exclui a responsabilidade patrimonial pessoal do administrador público pelos da-nos causados.

§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impe-de ou dificulta o ingresso de pessoa com de-ficiência em planos privados de assistência à saúde, inclusive com cobrança de valores diferenciados.

§ 4º Se o crime for praticado em atendi-mento de urgência e emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço)." (NR)

Art. 99. O art. 20 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII:

"Art. 20. ..........................................................

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XVIII – quando o trabalhador com deficiên-cia, por prescrição, necessite adquirir órte-se ou prótese para promoção de acessibili-dade e de inclusão social.

............................................................" (NR)

Art. 100. A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor), passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 6º ............................................................

Parágrafo único. A informação de que tra-ta o inciso III do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observa-do o disposto em regulamento." (NR)

"Art. 43. .............................................................

§ 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo devem ser disponibilizadas em for-matos acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumi-dor." (NR)

Art. 101. A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 16. ..............................................................

I – o cônjuge, a companheira, o companhei-ro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectu-al ou mental ou deficiência grave;

III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectu-al ou mental ou deficiência grave;

............................................................" (NR)

"Art. 77. .............................................................

§ 2º .............................................................

II – para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, pela eman-cipação ou ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual ou mental ou defici-ência grave;

§ 4º ( VETADO).

............................................................" (NR)

"Art. 93. (VETADO):

I – (VETADO);

II – (VETADO);

III – (VETADO);

IV – (VETADO);

V – (VETADO).

§ 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário reabilitado da Previdên-cia Social ao final de contrato por prazo de-terminado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em contrato por prazo indeterminado somente poderão ocorrer após a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário reabilitado da Previdência Social.

§ 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer a sistemática de fisca-lização, bem como gerar dados e estatísticas sobre o total de empregados e as vagas pre-enchidas por pessoas com deficiência e por beneficiários reabilitados da Previdência Social, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às entidades representativas dos empregados ou aos cidadãos interessa-dos.

§ 3º Para a reserva de cargos será considera-da somente a contratação direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com deficiência de que trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decre-to-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

§ 4º (VETADO)." (NR)

"Art. 110-A. No ato de requerimento de benefí-cios operacionalizados pelo INSS, não será exigi-da apresentação de termo de curatela de titular ou de beneficiário com deficiência, observados os procedimentos a serem estabelecidos em re-gulamento."

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Art. 102. O art. 2º da Lei nº 8.313, de 23 de de-zembro de 1991, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º:

"Art. 2º ..............................................................

§ 3º Os incentivos criados por esta Lei so-mente serão concedidos a projetos culturais que forem disponibilizados, sempre que tecnicamente possível, também em forma-to acessível à pessoa com deficiência, ob-servado o disposto em regulamento." (NR)

Art. 103. O art. 11 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IX:

"Art. 11. ............................................................

IX – deixar de cumprir a exigência de requi-sitos de acessibilidade previstos na legisla-ção." (NR)

Art. 104. A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 3º ..............................................................

§ 2º .............................................................

V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdên-cia Social e que atendam às regras de aces-sibilidade previstas na legislação.

§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para:

I – produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras; e

II – bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimen-to de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às re-gras de acessibilidade previstas na legisla-ção.

............................................................" (NR)

"Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo o período de execução do contrato, a reserva de cargos pre-vista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legislação.

Parágrafo único. Cabe à administração fis-calizar o cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de trabalho."

Art. 105. O art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de de-zembro de 1993, passa a vigorar com as seguin-tes alterações:

"Art. 20. .............................................................

§ 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação continuada, considera-se pes-soa com deficiência aquela que tem impe-dimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e de aprendizagem não se-rão computados para os fins de cálculo da renda familiar per capita a que se refere o § 3º deste artigo.

§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste artigo, poderão ser utili-zados outros elementos probatórios da con-dição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnerabilidade, conforme regulamento." (NR)

Art. 106. (VETADO).

Art. 107. A Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação

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profissional, idade, entre outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal." (NR)

"Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e nos dispositivos legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de etnia, raça, cor ou deficiência, as infrações ao dispos-to nesta Lei são passíveis das seguintes comina-ções:

............................................................" (NR)

"Art. 4º ..............................................................

I – a reintegração com ressarcimento in-tegral de todo o período de afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais;

..........................................................." (NR)

Art. 108. O art. 35 da Lei nº 9.250, de 26 de de-zembro de 1995, passa a vigorar acrescido do seguinte § 5º:

"Art. 35. ............................................................

§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo único do art. 3º da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, a pes-soa com deficiência, ou o contribuinte que tenha dependente nessa condição, tem pre-ferência na restituição referida no inciso III do art. 4º e na alínea "c" do inciso II do art. 8º." (NR)

Art. 109. A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), passa a vi-gorar com as seguintes alterações:

"Art. 2º ..............................................................

Parágrafo único. Para os efeitos deste Có-digo, são consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabe-lecimentos privados de uso coletivo." (NR)

"Art. 86-A. As vagas de estacionamento regula-mentado de que trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com as respec-tivas placas indicativas de destinação e com pla-cas informando os dados sobre a infração por estacionamento indevido."

"Art. 147-A. Ao candidato com deficiência au-ditiva é assegurada acessibilidade de comunica-ção, mediante emprego de tecnologias assisti-vas ou de ajudas técnicas em todas as etapas do processo de habilitação.

§ 1º O material didático audiovisual utiliza-do em aulas teóricas dos cursos que prece-dem os exames previstos no art. 147 desta Lei deve ser acessível, por meio de subtitu-lação com legenda oculta associada à tradu-ção simultânea em Libras.

§ 2º É assegurado também ao candidato com deficiência auditiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da Libras, para acompanhamento em aulas práticas e teóricas."

"Art. 154. (VETADO)."

"Art. 181. ...........................................................

XVII – ...........................................................

Infração – grave;

..........................................................." (NR)

Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998, passam a vigo-rar com a seguinte redação:

"Art. 56. ............................................................

VI – 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da arrecadação bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e simi-lares cuja realização estiver sujeita a auto-rização federal, deduzindo-se esse valor do montante destinado aos prêmios;

§ 1º Do total de recursos financeiros resul-tantes do percentual de que trata o inciso VI do caput, 62,96% (sessenta e dois intei-ros e noventa e seis centésimos por cento)

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serão destinados ao Comitê Olímpico Brasi-leiro (COB) e 37,04% (trinta e sete inteiros e quatro centésimos por cento) ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), devendo ser observado, em ambos os casos, o conjunto de normas aplicáveis à celebração de con-vênios pela União.

............................................................" (NR)

Art. 111. O art. 1º da Lei nº 10.048, de 8 de no-vembro de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pessoas com crianças de colo e os obesos terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei." (NR)

Art. 112. A Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, passa a vigorar com as seguintes altera-ções:

"Art. 2º .............................................................

I – acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-pamentos urbanos, edificações, transpor-tes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao pú-blico, de uso público ou privados de uso co-letivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobili-dade reduzida;

II – barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de mo-vimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à cir-culação com segurança, entre outros, classi-ficadas em:

a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados aber-tos ao público ou de uso coletivo;

b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;

c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes;

d) barreiras nas comunicações e na infor-mação: qualquer entrave, obstáculo, atitu-de ou comportamento que dificulte ou im-possibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de informações por intermé-dio de sistemas de comunicação e de tecno-logia da informação;

III – pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de longo prazo de natu-reza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais bar-reiras, pode obstruir sua participação ple-na e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas;

IV – pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer motivo, di-ficuldade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordena-ção motora ou da percepção, incluindo ido-so, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;

V – acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente pes-soal;

VI – elemento de urbanização: quaisquer componentes de obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, saneamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação pública, serviços de comunica-ção, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam as indica-ções do planejamento urbanístico;

VII – mobiliário urbano: conjunto de obje-tos existentes nas vias e nos espaços públi-cos, superpostos ou adicionados aos ele-mentos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado

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não provoque alterações substanciais nes-ses elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, terminais e pon-tos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga;

VIII – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, re-cursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcio-nalidade, relacionada à atividade e à parti-cipação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autono-mia, independência, qualidade de vida e in-clusão social;

IX – comunicação: forma de interação dos cidadãos que abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de co-municação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a lin-guagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das comunica-ções;

X – desenho universal: concepção de pro-dutos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto es-pecífico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva." (NR)

"Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias públicas, dos parques e dos demais espaços de uso público deverão ser concebidos e execu-tados de forma a torná-los acessíveis para todas as pessoas, inclusive para aquelas com deficiên-cia ou com mobilidade reduzida.

Parágrafo único. O passeio público, ele-mento obrigatório de urbanização e parte da via pública, normalmente segregado e em nível diferente, destina-se somente à

circulação de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário urbano e de ve-getação." (NR)

"Art. 9º .............................................................

Parágrafo único. Os semáforos para pedes-tres instalados em vias públicas de grande circulação, ou que deem acesso aos servi-ços de reabilitação, devem obrigatoriamen-te estar equipados com mecanismo que emita sinal sonoro suave para orientação do pedestre." (NR)

"Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em área de circulação comum para pe-destre que ofereça risco de acidente à pessoa com deficiência deverá ser indicada median-te sinalização tátil de alerta no piso, de acordo com as normas técnicas pertinentes."

"Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabe-lecimentos congêneres devem fornecer carros e cadeiras de rodas, motorizados ou não, para o atendimento da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida."

Art. 113. A Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade), passa a vigorar com as se-guintes alterações:

"Art. 3º .............................................................

III – promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, programas de construção de moradias e melhoria das condições habi-tacionais, de saneamento básico, das calça-das, dos passeios públicos, do mobiliário ur-bano e dos demais espaços de uso público;

IV – instituir diretrizes para desenvolvimen-to urbano, inclusive habitação, saneamen-to básico, transporte e mobilidade urbana, que incluam regras de acessibilidade aos lo-cais de uso público;

............................................................" (NR)

"Art. 41. ..........................................................

§ 3º As cidades de que trata o caput deste artigo devem elaborar plano de rotas aces-

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síveis, compatível com o plano diretor no qual está inserido, que disponha sobre os passeios públicos a serem implantados ou reformados pelo poder público, com vis-tas a garantir acessibilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida a todas as rotas e vias existentes, inclusi-ve as que concentrem os focos geradores de maior circulação de pedestres, como os órgãos públicos e os locais de prestação de serviços públicos e privados de saúde, edu-cação, assistência social, esporte, cultura, correios e telégrafos, bancos, entre outros, sempre que possível de maneira integrada com os sistemas de transporte coletivo de passageiros." (NR)

Art. 114. A Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com as se-guintes alterações:

"Art. 3º São absolutamente incapazes de exer-cer pessoalmente os atos da vida civil os meno-res de 16 (dezesseis) anos.

I – (Revogado);

II – (Revogado);

III – (Revogado)." (NR)

"Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:

II – os ébrios habituais e os viciados em tó-xico;

III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;

Parágrafo único. A capacidade dos indíge-nas será regulada por legislação especial." (NR)

"Art. 228. ...........................................................

II – (Revogado);

III – (Revogado);

§ 1º .............................................................

§ 2º A pessoa com deficiência poderá teste-munhar em igualdade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados to-dos os recursos de tecnologia assistiva." (NR)

"Art. 1.518 Até a celebração do casamento po-dem os pais ou tutores revogar a autorização." (NR)

"Art. 1.548 .........................................................

I – (Revogado);

............................................................" (NR)

"Art. 1.550 .........................................................

§ 1º ..............................................................

§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade dire-tamente ou por meio de seu responsável ou curador." (NR)

"Art. 1.557 .........................................................

III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;

IV – (Revogado)." (NR)

"Art. 1.767 .......................................................

I – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;

II – (Revogado);

III – os ébrios habituais e os viciados em tó-xico;

IV – (Revogado);

............................................................" (NR)

"Art. 1.768 O processo que define os termos da curatela deve ser promovido:

IV – pela própria pessoa." (NR)

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"Art. 1.769 O Ministério Público somente pro-moverá o processo que define os termos da curatela:

I – nos casos de deficiência mental ou inte-lectual;

III – se, existindo, forem menores ou incapa-zes as pessoas mencionadas no inciso II." (NR)

"Art. 1.771 Antes de se pronunciar acerca dos termos da curatela, o juiz, que deverá ser as-sistido por equipe multidisciplinar, entrevistará pessoalmente o interditando." (NR)

"Art. 1.772 O juiz determinará, segundo as po-tencialidades da pessoa, os limites da curatela, circunscritos às restrições constantes do art. 1.782, e indicará curador.

Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará em conta a vontade e as prefe-rências do interditando, a ausência de con-flito de interesses e de influência indevida, a proporcionalidade e a adequação às cir-cunstâncias da pessoa." (NR)

"Art. 1.775-A Na nomeação de curador para a pessoa com deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais de uma pessoa."

"Art. 1.777 As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 receberão todo o apoio necessário para ter preservado o direito à convivência fa-miliar e comunitária, sendo evitado o seu re-colhimento em estabelecimento que os afaste desse convívio." (NR)

Art. 115. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Códi-go Civil), passa a vigorar com a seguinte redação:

"TÍTULO IV

Da Tutela, da Curatela e da Tomada de Decisão Apoiada"

Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Có-digo Civil), passa a vigorar acrescido do seguinte Capítulo III:

"CAPÍTULO IIIDA TOMADA DE DECISÃO APOIADA

Art. 1.783-A A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência ele-ge pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade.

§ 1º Para formular pedido de tomada de de-cisão apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser ofe-recido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito a vontade, aos direitos e aos inte-resses da pessoa que devem apoiar.

§ 2º O pedido de tomada de decisão apoia-da será requerido pela pessoa a ser apoia-da, com indicação expressa das pessoas ap-tas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo.

§ 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministé-rio Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio.

§ 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos li-mites do apoio acordado.

§ 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contra-to ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao apoiado.

§ 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, haven-do divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão.

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§ 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar de-núncia ao Ministério Público ou ao juiz.

§ 8º Se procedente a denúncia, o juiz desti-tuirá o apoiador e nomeará, ouvida a pes-soa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de apoio.

§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo fir-mado em processo de tomada de decisão apoiada.

§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a ex-clusão de sua participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu des-ligamento condicionado a manifestação do juiz sobre a matéria.

§ 11. Aplicam-se a tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições re-ferentes a prestação de contas na curatela."

Art. 117. O art. 1º da Lei nº 11.126, de 27 de junho de 2005, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1º É assegurado a pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o animal em todos os meios de transporte e em estabeleci-mentos abertos ao público, de uso público e pri-vados de uso coletivo, desde que observadas as condições impostas por esta Lei.

§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica--se a todas as modalidades e jurisdições do serviço de transporte coletivo de passagei-ros, inclusive em esfera internacional com origem no território brasileiro." (NR)

Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009, passa a vigorar acres-cido da seguinte alínea "k":

"Art. 46. ............................................................

IV – .............................................................

k) de acessibilidade a todas as pessoas.

............................................................" (NR)

Art. 119. A Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 12-B:

"Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi, reservar-se-ão 10% (dez por cento) das vagas para condutores com deficiência.

§ 1º Para concorrer às vagas reservadas na forma do caput deste artigo, o condutor com deficiência deverá observar os seguin-tes requisitos quanto ao veículo utilizado:

I – ser de sua propriedade e por ele condu-zido; e

II – estar adaptado às suas necessidades, nos termos da legislação vigente.

§ 2º No caso de não preenchimento das va-gas na forma estabelecida no caput deste artigo, as remanescentes devem ser dispo-nibilizadas para os demais concorrentes."

Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera de governo, a elaboração de rela-tórios circunstanciados sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos por força das Leis nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, e nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, bem como o seu encaminhamento ao Ministério Público e aos órgãos de regulação para adoção das providên-cias cabíveis.

Parágrafo único. Os relatórios a que se refe-re o caput deste artigo deverão ser apresen-tados no prazo de 1 (um) ano a contar da entrada em vigor desta Lei.

Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações previstos nesta Lei não excluem os já estabeleci-dos em outras legislações, inclusive em pactos, tratados, convenções e declarações internacio-nais aprovados e promulgados pelo Congresso Nacional, e devem ser aplicados em conformi-dade com as demais normas internas e acordos internacionais vinculantes sobre a matéria.

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Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica à pessoa com deficiência.

Art. 122. Regulamento disporá sobre a ade-quação do disposto nesta Lei ao tratamento di-ferenciado, simplificado e favorecido a ser dis-pensado às microempresas e às empresas de pequeno porte, previsto no § 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos:

I – o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995;

II – os incisos I, II e III do art. 3º da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);

III – os incisos II e III do art. 228 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);

IV – o inciso I do art. 1.548 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);

V – o inciso IV do art. 1.557 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);

VI – os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Ci-vil);

VII – os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).

Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá en-trar em vigor em até 2 (dois) anos, contados da entrada em vigor desta Lei.

Art. 125. Devem ser observados os prazos a se-guir discriminados, a partir da entrada em vigor desta Lei, para o cumprimento dos seguintes dispositivos:

I – incisos I e II do § 2º do art. 28, 48 (qua-renta e oito) meses;

II – § 6º do art. 44, 48 (quarenta e oito) me-ses;

III – art. 45, 24 (vinte e quatro) meses;

IV – art. 49, 48 (quarenta e oito) meses.

Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a vigência da Lei nº 8.989, de 24 de feve-reiro de 1995.

Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorri-dos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial.

Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da Indepen-dência e 127º da República.

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LEI Nº 13.320, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009.

(atualizada até a Lei n.º 14.859, de 20 de abril de 2016)

Consolida a legislação relativa à pessoa com de-ficiência no Estado do Rio Grande do Sul.

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei consolida a legislação relativa à pessoa com deficiência no Estado do Rio Grande do Sul. (Vide arts. 2º e 3º da Lei n.º 13.519/10)

Parágrafo único. Encontram-se consolida-das as seguintes Leis:

I – 7.616, de 5 de janeiro de 1982;

II – 8.103, de 18 de dezembro de 1985;

III – 8.115, de 30 de dezembro de 1985;

IV – 8.650, de 8 de junho de 1988;

V – 8.974, de 8 de janeiro de 1990;

VI – 9.429, de 21 de novembro de 1991;

VII – 9.796, de 30 de dezembro de 1992;

VIII – 10.003, de 8 de dezembro de 1993;

IX – 10.176, de 23 de maio de 1994;

X – 10.228, de 6 de julho de 1994;

XI – 10.364, de 19 de janeiro de 1995;

XII – 10.367, de 19 de janeiro de 1995;

XIII – 10.414, de 26 de junho de 1995;

XIV – 10.538, de 12 de setembro de 1995;

XV – 10.556, de 17 de outubro de 1995;

XVI – 10.726, de 23 de janeiro de 1996;

XVII – 10.940, de 18 de março de 1997;

XVIII – 10.945, de 15 de abril de 1997;

IXX – 11.056, de 18 de dezembro de 1997;

XX – 11.123, de 27 de janeiro de 1998;

XXI – 11.363, de 30 de julho de 1999;

XXII – 11.405, de 31 de dezembro de 1999;

XXIII – 11.576, de 4 de janeiro de 2001;

XXIV – 11.608, de 23 de abril de 2001;

XXV – 11.620, de 14 de maio de 2001;

XXVI – 11.739, de 13 de janeiro de 2002;

XXVII – 11.791, de 22 de maio de 2002;

XXVIII – 11.810, de 21 de junho de 2002;

IXXX – 11.856, de 4 de dezembro de 2002;

XXX – 11.877, de 26 de dezembro de 2002;

XXXI – 12.081, de 5 de maio de 2004;

XXXII – 12.103, de 2 de junho de 2004;

XXXIII – 12.132, de 22 de julho de 2004;

XXXIV – 12.227, de 5 de janeiro de 2005;

XXXV – 12.339, de 10 de outubro de 2005;

XXXVI – 12.430, de 27 de março de 2006;

XXXVII – 12.498, de 23 de maio de 2006;

XXXVIII – 12.578, de 9 de agosto de 2006;

IXL – 12.682, de 21 de dezembro de 2006;

XL – 12.758, de 20 de julho de 2007;

XLI – 12.885, de 4 de janeiro de 2008;

XLII – 12.900, de 4 de janeiro de 2008;

XLIII – 12.958, de 5 de maio de 2008;

XLIV – 13.017, de 24 de julho de 2008;

XLV – 13.042, de 30 de setembro de 2008;

XLVI – 13.153, de 16 de abril de 2009; e

XLVII – 13.277, de 3 de novembro de 2009.

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DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquele indivíduo que, em razão de anomalias ou lesões comprovadas de natureza hereditária, congênitas ou adquiridas, tenha suas faculda-des físicas, mentais ou sensoriais comprome-tidas, total ou parcialmente, impedindo o seu desenvolvimento integral, tornando-o incapa-citado ou carente de atendimento e educação especializados para ter vida independente e tra-balho condigno.

Art. 3º A proteção dos direitos e o atendimento da pessoa com deficiência, no âmbito estadual, abrangem os seguintes aspectos:

I – acessibilidade e conscientização da so-ciedade sobre os direitos, necessidades e capacidades da pessoa com deficiência;

II – adoção de políticas sociais básicas de saúde, educação, habitação, transporte, desporto, lazer e cultura, bem como às vol-tadas à habilitação e à reabilitação, visando à inserção no mercado de trabalho e pes-quisa;

III – promoção de políticas e programas de assistência social que eliminem a discrimi-nação e garantam o direito à proteção es-pecial e à plena participação nas atividades políticas, econômicas, sociais, culturais e es-portivas do Estado;

IV – redução do índice de deficiência por meio de medidas preventivas; e

V – execução de serviços especiais, nos ter-mos da legislação vigente.

CAPÍTULO IDO ATENDIMENTO PREFERENCIAL

Art. 4º Fica assegurado à pessoa com deficiên-cia, assim como ao idoso e à gestante, o aten-dimento preferencial nos seguintes estabeleci-mentos:

I – repartições públicas estaduais;

II – sociedades de economia mista, empre-sas públicas, autarquias e fundações manti-das pelo Estado;

III – instituições financeiras estaduais;

IV – hospitais, laboratórios de análises clíni-cas e unidades sanitárias estaduais, ou con-veniados.

Art. 5º Dentro do princípio da universalidade de atendimento da população, previsto pelo Siste-ma Único de Saúde – SUS, no Rio Grande do Sul, independentemente de quaisquer indicativos de tratamento, encaminhamentos ou parece-res, a pessoa com deficiência, assim como o ido-so e a gestante, terão atendimento preferencial e obrigatório nos postos de saúde e/ou simila-res, da rede estadual, bem como nos ambulató-rios públicos estaduais e particulares credencia-dos pelo SUS.

Parágrafo único. O atendimento preferen-cial e obrigatório, nos termos da presente Lei, constitui-se na atenção imediata, em todos os níveis de serviços de saúde do SUS/RS, respeitando-se apenas situações de maior urgência dos demais usuários.

Art. 6º É responsabilidade da autoridade poli-cial e dos órgãos de segurança pública, recebi-da a notícia do desaparecimento de pessoa com deficiência física, intelectual e/ou sensorial, proceder a sua imediata busca e localização.

Art. 7º Os estabelecimentos bancários devem disponibilizar assentos nas filas especiais para aposentados, pensionistas, gestantes e pessoas com deficiência física.

§ 1º A quantidade de assentos disponíveis deverá ser suficiente para que, durante o horário de funcionamento, todos os usuá-rios da fila especial possam estar assenta-dos.

§ 2º Os estabelecimentos bancários afixa-rão, em local visível, cartaz, placa ou qual-quer outro meio equivalente, indicando a localização e a destinação dos assentos.

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Art. 8º A Secretaria da Administração e dos Re-cursos Humanos orientará os órgãos públicos estaduais no sentido de proverem atendimen-to especial de forma que as pessoas protegidas pelo disposto no art. 7.º não sejam obrigadas a esperar em filas.

CAPÍTULO IIDA ACESSIBILIDADE

Seção IDA ACESSIBILIDADE NOS PROJETOS

DE ARQUITETURA E DE ENGENHARIA DE EDIFÍCIOS PÚBLICOS

Art. 9º Os projetos de arquitetura e de enge-nharia, destinados à construção ou reforma de edifícios públicos, inclusive os destinados a Autarquias e Empresas de Economia Mista, in-corporarão as disposições de ordem técnica consubstanciadas nesta Seção, a fim de facilitar o acesso à pessoa com deficiência física, exce-tuados os prédios tombados pelo patrimônio histórico nacional, quando tal medida implique prejuízo arquitetônico, do ponto de vista históri-co. (Redação dada pela Lei n.º 14.859/16)

§ 1º Os edifícios referidos no “caput” des-te artigo deverão dispor de, no mínimo, um sanitário masculino e um sanitário femini-no, adaptados ou construídos, para uso por pessoas com deficiência. (Redação dada pela Lei n.º 14.859/16)

§ 2º As adaptações de que trata o “caput” deste artigo serão definidas em conformi-dade com o disposto na Norma Brasileira – NBR – 9050/05, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT –, e demais nor-mas de acessibilidade vigentes. (Redação dada pela Lei n.º 14.859/16)

§ 3º Quando da impossibilidade de ade-quação dos edifícios públicos às normas de acessibilidade vigentes, apresentar-se--ão alternativas para análise junto ao órgão competente. (Redação dada pela Lei n.º 14.859/16)

Art. 10. As determinações constantes desta Se-ção não impedem a adoção de medidas suple-mentares, objetivando a adaptação das instala-ções para a pessoa com deficiência física.

Art. 11. Nas edificações que venham a ser refor-madas, as adaptações necessárias atenderão às posturas municipais, a preceitos técnicos oficial-mente estabelecidos, bem como à anuência do autor do projeto original.

Art. 12. As dependências que demandam acentu-ado contato com o público deverão estar, prefe-rencialmente, localizadas no térreo da edificação.

Art. 13. A escolha de materiais a serem especi-ficados para os pisos, principalmente das áreas de maior circulação de público, deverá recair em produtos antiderrapantes, mormente quan-do se tratar de rampas.

Art. 14. Todas as aberturas de passagem deve-rão ser dimensionadas com largura mínima de 90 cm (noventa centímetros).

Parágrafo único. Caso essas aberturas se-jam dotadas de elementos que devam per-manecer constantemente fechados, devido a segurança, ar condicionado etc., serão previstos, quando estritamente necessá-rios, mecanismos que os mantenham tem-porariamente abertos.

Art. 15. As maçanetas a serem especificadas se-rão, preferencialmente, do tipo alavanca.

Art. 16. Deverá ser previsto trecho de rampa:

I – sempre que a diferença das cotas de so-leira for superior a 2 cm (dois centímetros);

II – pelo menos em uma das entradas da edificação, quando o térreo estiver acentu-adamente acima do nível da calçada.

Art. 17. As especificações concernentes a eleva-dores de passageiros determinarão que os bo-tões de chamada e de comando estejam a, no máximo, 120 cm (cento e vinte centímetros) do piso, as cabines possuam corrimão, pelo menos, em dois lados, e as portas tenham largura míni-ma de 100 cm (cem centímetros).

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Art. 18. Os sistemas de alarme de incêndio de-verão possuir dispositivos de sinalização sono-ro-luminosa adequadamente localizados na edificação e o mecanismo de alarme ser de fácil ativação e estar a, no máximo, 120 cm (cento e vinte centímetros) do piso.

Art. 19. Projetos de auditórios devem prever local destinado a cadeiras de rodas, inclusive, quando for o caso, dotado de equipamento de tradução simultânea, sem prejuízo das condi-ções de visibilidade e locomoção.

Art. 20. Os refeitórios e salas de leitura deverão ser projetados de maneira a permitir o acesso, circulação e manobra de cadeira de rodas, bem como possuir mesas apropriadas aos usuários desses aparelhos.

Art. 21. Os sanitários destinados ao público de-verão ser dimensionados de modo a permitir o acesso e a circulação de cadeiras de rodas, bem como providos de elementos auxiliares que permitam seu uso por pessoa com deficiência.

Art. 22. No hall da edificação, quando houver telefones públicos, pelo menos um deles deverá ser acessível ao cadeirante.

Art. 23. Os projetos de arquitetura e de enge-nharia que se encontrem em elaboração incor-porarão, sempre que possível, as presentes de-terminações.

Seção IIDA ACESSIBILIDADE NOS

ESTABELECIMENTOS PRIVADOS

Subseção INOS ESTABELECIMENTOS

FINANCEIROS

Art. 24. Os estabelecimentos financeiros com agências no Estado do Rio Grande do Sul ficam obrigados a possuírem instalações sanitárias se-paradas por sexo e compatíveis com a pessoa com deficiência física, para uso de seus clientes.

Parágrafo único. Os estabelecimentos fi-nanceiros referidos no “caput” compre-

endem bancos oficiais ou privados, caixas econômicas, sociedades de crédito, associa-ções de poupança, suas agências, subagên-cias e seções.

Art. 25. Os sanitários devidamente compatíveis com a pessoa com deficiência física deverão es-tar disponíveis nos mesmos horários de funcio-namento dos estabelecimentos financeiros.

Art. 26. Todos os estabelecimentos financeiros, nas dependências destinadas para atendimento ao público, deverão possuir bebedouros, obser-vando-se sempre as normas de acessibilidade para a pessoa com deficiência física e crianças.

Parágrafo único. Serão colocados copos descartáveis à disposição dos clientes.

Art. 27. É obrigatória a instalação de caixas pa-gadoras para uso preferencial de pessoas com deficiência, com mobilidade reduzida, idosos e gestantes, no andar térreo dos estabelecimen-tos bancários, que tenham caixas exclusiva-mente em andares superiores, exceto os que possuam elevadores que, então, deverão dispo-nibilizar cadeiras de rodas para melhor locomo-ção interna.

Parágrafo único. É obrigatória a instalação de caixa eletrônico acessível ao cadeirante, no andar térreo, que possibilite a digitação e a visualização das operações a serem re-alizadas, em altura e proximidade que per-mita ao usuário do serviço a utilização deste na própria cadeira de rodas. (Incluído pela Lei n.º 14.613/14)

Art. 28. Os estabelecimentos bancários que in-fringirem o disposto no art. 27 ficarão sujeitos às seguintes penalidades:

I – advertência e notificação para se ade-quarem no prazo de 15 (quinze) dias úteis;

II – multa de 10.000 (dez mil) UPF-RS – Uni-dade Padrão Fiscal do Rio Grande do Sul e, no caso de reincidência, o dobro;

III – após a incidência do previsto nos inci-sos I e II, cassação do alvará e interdição do estabelecimento.

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Parágrafo único. A pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, idosos e ges-tantes poderão representar, junto ao Esta-do, contra o infrator, através de suas entida-des representativas.

Subseção II NOS HOTÉIS E MOTÉIS

Art. 29. Os hotéis e motéis estabelecidos no Estado do Rio Grande do Sul ficam obrigados a adaptarem suas instalações a fim de garantir o acesso da pessoa com deficiência, reservando--lhes 2% (dois por cento) de seus quartos ou apartamentos, quando com mais de 50 (cin-quenta) unidades.

§ 1º As adaptações de que trata o “caput” serão definidas em conformidade com o disposto na Norma Brasileira (NBR) 9050:04 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – ou na que vier a substituí-la.

§ 2º Os estabelecimentos localizados em prédios que não consigam atender às exi-gências previstas neste artigo devem apre-sentar alternativas para análise junto ao ór-gão competente.

Subseção IIINOS SHOPPING

CENTERS E SIMILARES

Art. 30. Fica obrigatório o fornecimento de ca-deiras de rodas para a pessoa com deficiência física e idosos pelos shopping centers e estabe-lecimentos similares em todo o Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 31. O fornecimento das cadeiras de rodas referido no art. 30 será gratuito, sem qualquer ônus para o usuário, cabendo, exclusivamente, aos estabelecimentos comerciais mencionados, o seu fornecimento e manutenção, em perfeitas condições de uso.

Parágrafo único. As cadeiras de rodas colo-cadas à disposição deverão ser de no míni-mo 2 (duas), devendo seguir as normas da ABNT.

Art. 32. Os estabelecimentos obrigados deverão afixar em suas dependências internas, inclusive nas garagens, cartazes ou placas indicativas dos locais onde as cadeiras de rodas encontram-se disponíveis aos usuários.

Art. 33. O estabelecimento que violar o previs-to nesta Subseção incorrerá em multa diária no valor de 50 (cinquenta) Unidade Padrão Fiscal – UPF-RS.

Seção IIIDA ACESSIBILIDADE AO TRANSPORTE METROPOLITANO DE PORTO ALEGRE

Art. 34. As empresas concessionárias do Siste-ma Estadual de Transporte Metropolitano de Porto Alegre – RMPA – devem disponibilizar, em seus veículos de transporte coletivo de passa-geiros, dispositivos que facilitem o acesso à pes-soa com deficiência física, obesos, gestantes e idosos, sob a supervisão do órgão estadual com-petente.

§ 1º Os dispositivos de que trata o “caput” devem ser instalados em veículos de trans-porte de passageiros, conforme parecer técnico do órgão estadual competente, ob-servados os seguintes requisitos:

I – reserva de espaço interno, com equipa-mento de fixação para, pelo menos, duas cadeiras de rodas;

II – remoção de obstáculos internos que di-ficultem a passagem das pessoas referidas no “caput”.

§ 2º Os veículos adaptados com os disposi-tivos de acesso devem ter identificação sen-sorial própria e não devem ser de uso exclu-sivo da pessoa com deficiência.

§ 3º Os veículos com as adaptações a que se refere o § 2.º, circularão em horários fi-xos, de conhecimento da população, em proporção a ser definida pelo órgão estadu-al competente, respeitando o limite de, no mínimo, um veículo por empresa com frota acima de 20 (vinte) veículos, contemplando todos os municípios.

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Seção IVDA ACESSIBILIDADE A EDUCAÇÃO

Art. 35. Fica assegurada matrícula para todo aluno com deficiência locomotora na escola pú-blica mais próxima de sua residência, indepen-dente de vaga.

Art. 36. As escolas deverão oportunizar que os alunos com deficiência locomotora façam parte de turmas cujas salas de aula estejam localiza-das em espaços físicos de fácil acesso.

Parágrafo único. As escolas farão as adap-tações necessárias para o cumprimento do estabelecido no “caput”.

Art. 37. A escola deverá proporcionar, regular-mente, ao aluno matriculado com deficiência locomotora, atividades esportivas adequadas.

Parágrafo único. A escola se articulará com as demais escolas da comunidade a fim de proporcionar ao aluno participação em jo-gos e disputas desportivas.

Art. 38. O aluno de que trata esta Seção apre-sentará comprovante de residência quando da solicitação de matrícula.

Art. 39. No caso de preferência por outra es-cola, o aluno deverá apresentar justificativa circunstanciada que será apreciada pela escola escolhida.

Art. 40. A escola poderá solicitar ao aluno laudo médico comprobatório de deficiência locomotora.

Seção VDA ACESSIBILIDADE AO ESPORTE

Art. 41. O Sistema Estadual do Desporto, insti-tuído pela Lei n.º 10.726, de 23 de janeiro de 1996, dispõe sobre normas gerais de desporto no âmbito do Rio Grande do Sul.

Parágrafo único. O desporto, como direito de cada um, tem como base os princípios estabelecidos na Lei Federal n.º 8.672, de 6 de julho de 1993, e mais a garantia de con-dições para a prática do desporto formal e não formal à pessoa com deficiência.

Art. 42. A política estadual de desporto definirá as diretrizes e os instrumentos para as ações de todas as entidades integrantes do Sistema Estadual do Desporto, em especial a proteção, o incentivo e o apoio a projetos na área do desporto formal e não formal praticado pela pessoa com deficiência, como forma de promoção, lazer e bem-estar social.

Art. 43. No Sistema Estadual de Ensino, o des-porto educacional compreenderá atividades curriculares e extracurriculares.

Parágrafo único. A educação especial de atividades físicas deverá ser de caráter re-creativo e deverá contribuir para adaptação e readaptação da pessoa com deficiência de forma a integrá-la socialmente.

Art. 44. O Conselho Estadual de Desportos do Rio Grande do Sul – CEDERS –, criado pela Lei nº 10.726/1996, é o órgão colegiado represen-tativo da comunidade desportiva estadual, in-tegrante da estrutura básica da Secretaria da Educação, como órgão de caráter normativo, consultivo, deliberativo e cogestor da política estadual do desporto, cabendo-lhe:

I – incentivar e apoiar eventos esportivos destinados à integração da pessoa com de-ficiência;

II – incentivar a formação ou especialização de professores de educação física para o atendimento à pessoa com deficiência.

Seção VIDO CRÉDITO ESPECIAL

Art. 45. As instituições financeiras estaduais manterão linha de crédito especial destinado à pessoa com deficiência e às entidades que tra-balhem na sua promoção.

§ 1º Os recursos de que trata o “caput” serão exclusivamente destinados para a cobertura de despesas necessárias à superação das di-ficuldades geradas pela deficiência.

§ 2º A liberação do crédito especial fica con-dicionada à prova documental, pelos interes-sados – pessoas físicas e jurídicas –, de que sua aplicação será feita estritamente na área da deficiência, devendo as entidades apre-

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sentarem ainda cópia do Registro na Secre-taria da Justiça e do Desenvolvimento Social.

Art. 46. Tanto às pessoas físicas como às jurí-dicas, a concessão do crédito especial se dará dentro dos critérios usuais das instituições fi-nanceiras, respeitada a capacidade de liquidez dos financiados, demonstrada por documentos que lhes forem solicitados.

Art. 47. As pessoas físicas comprovarão a defi-ciência por meio de laudo médico, devendo as entidades fazerem prova, através de seus esta-tutos, de que se dedicam à promoção da pessoa com deficiência.

Seção VIIDOS DEFICIENTES VISUAIS

Subseção IDO INGRESSO COM CÃO-GUIA

Art. 48. Toda pessoa com deficiência visual acom-panhada de cão-guia, bem como treinador ou acompanhante habilitado, poderá ingressar e per-manecer em qualquer local público, meio de trans-porte, ou em qualquer estabelecimento comercial, industrial, de serviço, ou de promoção, proteção e recuperação da saúde, desde que observadas as condições impostas por esta Subseção.

Art. 49. Para os fins desta Lei, entende-se por:

I – deficiente visual: pessoa com cegueira ou baixa visão;

II – cão-guia: o animal portador de certifica-do de habilitação fornecido por uma escola filiada à Federação Internacional de Escolas de Cães-Guia e que esteja a serviço de uma pessoa com deficiência visual, dependente inteiramente dele, ou que se encontre em estágio de treinamento;

III – local público: é aquele aberto e utiliza-do pela sociedade, com acesso gratuito ou mediante pagamento de taxa de ingresso; e

IV – estabelecimento: propriedade privada sujeita ao cumprimento das normas e pos-turas municipais.

Art. 50. Todo cão-guia portará identificação e, sempre que solicitado, o seu condutor deverá apresentar documento comprobatório do registro expedido pela Escola de Cães-Guia, acompanhado do atestado de sanidade do animal fornecido pelo órgão competente, ou médico veterinário.

Art. 51. Viola os direitos humanos aquele que impede o acesso da pessoa com deficiência vi-sual, conduzida por cão-guia, aos locais previs-tos no art. 48 desta Subseção.

Parágrafo único. Os estabelecimentos, em-presas ou órgãos que derem causa à dis-criminação serão punidos com pena de interdição até que cesse a discriminação, podendo cumular com pena de multa.

Art. 52. A pessoa com deficiência visual tem di-reito de manter pelo menos um cão-guia em sua residência e de transitar com o mesmo, seguro pela coleira, nas áreas e dependências comuns do respectivo condomínio, independentemente de restrições à presença de animais na conven-ção do condomínio ou do regimento interno.

Art. 53. À pessoa com deficiência visual que dependa de cães-guia para sua locomoção fica assegurado o direito ao transporte nas linhas intermunicipais regulares, em conformidade com o disposto na Lei n.º 12.900, de 4 de janei-ro de 2008, limitado a um animal por viagem, independentemente de peso e de cobrança de tarifa, segundo Lei Federal n.° 11.126, de 27 de junho de 2005, e Decreto Federal n.° 5.904, de 21 de setembro de 2006.

Subseção IIDA ACESSIBILIDADE A INFORMAÇÃO

Art. 54. Fica assegurado à pessoa com deficiência visual o direito de receber, sem custo adicional, os boletos de pagamento de suas contas de água, energia elétrica e telefonia, confeccionados em braile.

Parágrafo único. Para o recebimento dos bole-tos de pagamento confeccionados em braile, a pessoa com deficiência visual deverá efetuar a solicitação junto à empresa prestadora do serviço, onde será feito o seu cadastramento.

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Art. 55. Fica determinada a inclusão de, pelo menos, 1 (um) exemplar da Bíblia Sagrada, edi-tado em linguagem braile, no acervo das biblio-tecas públicas do Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 55-A. Os bares e restaurantes estabelecidos no Estado do Rio Grande Sul, onde sejam co-mercializadas refeições ao público, ficam obri-gados a oferecer cardápios em braile. (Incluído pela Lei nº 13.519/10)

§ 1º – A previsão legal contida no ‘caput’ deste artigo obriga somente os estabe-lecimentos que disponibilizem cardápios impressos e que ofereçam, no mínimo, 90 (noventa) lugares. (Incluído pela Lei nº 13.519/10)

§ 2º Estão excluídos da previsão contida nesta Lei os estabelecimentos que prestem serviços de ‘buffet’ e os que ofereçam prato único. (Incluído pela Lei nº 13.519/10)

§ 3º Os cardápios deverão estar expostos em local de fácil acesso às pessoas com de-ficiência visual, contendo a transcrição do cardápio para o braile, com o nome dos pra-tos, a relação de bebidas, de sobremesas e outros produtos oferecidos e seus respecti-vos preços. (Incluído pela Lei nº 13.519/10)

Seção VIIIDA PESSOA COM

DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Art. 56. Ficam reconhecidos a LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais – e os demais recursos de ex-pressão a ela associados, como meios de comu-nicação objetiva e de uso corrente.

Parágrafo único. Compreende-se como Língua Brasileira de Sinais o meio de co-municação de natureza visual-gestual, com estrutura gramatical própria, oriunda de co-munidade de pessoas surdas do Brasil, sen-do esta uma das formas de comunicação da pessoa com deficiência auditiva.

Art. 57. Fica assegurado aos surdos o direito à informação e ao atendimento em toda a admi-nistração pública, direta e indireta, por servidor

em condições de comunicar-se através da LI-BRAS.

Parágrafo único. Para efetivar o disposto no “caput”, o Poder Executivo poderá esta-belecer convênios com entidades públicas ou privadas que atuem no atendimento dos surdos.

Art. 58. Os telejornais da Fundação Rádio e Te-levisão Educativa estão autorizados a instituir a legenda em língua portuguesa das notícias por eles veiculados, no decorrer dos seus progra-mas diários, com a finalidade de possibilitar aos surdos o seu entendimento.

Art. 59. Fica autorizada a Fundação Rádio e Te-levisão Educativa a adquirir os equipamentos necessários, se for o caso, para o efetivo cum-primento do art. 58.

CAPÍTULO IIIDA INCLUSÃO SOCIAL

Art. 60. A família que tenha pessoa com defici-ência tem preferência na participação do Pro-grama de Garantia de Renda Mínima Familiar, instituído pela Lei n.º 11.620, de 14 de maio de 2001, coordenado pela Secretaria da Justiça e do Desenvolvimento Social, respeitadas as con-dições impostas.

Art. 61. A educação profissional, prevista na Lei n.º 11.123, de 27 de janeiro de 1998, compreende as diferentes formas de educação voltadas ao traba-lho, à ciência e à tecnologia, tendo por finalida-de propiciar o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e o de-senvolvimento de aptidões para a vida produtiva, através da preparação e da qualificação à pessoa com deficiência para o mercado de trabalho, inde-pendente de idade e nível de escolaridade.

Art. 62. Devem ser destinados preferencialmen-te ao jovem com deficiência com idade entre 16 (dezesseis) e 24 (vinte e quatro) anos 10% (dez por cento) dos novos postos de trabalho, decor-rentes do Programa Primeiro Emprego, instituí-do pela Lei n.º 11.363, de 30 de julho de 1999,

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regularmente inscrito no Programa, respeitadas as condições impostas.

Parágrafo único. O empregador que con-tratar pessoa com deficiência terá direito ao repasse de que trata o art. 4.º da Lei n.º 11.363/1999, pelo período de, no máximo, 12 (doze) meses.

Art. 63. Devem ser destinados 10% (dez por cen-to) das vagas de trabalho oferecidas no Progra-ma Nova Chance, instituído pela Lei n.º 11.856, de 4 de dezembro de 2002, preferencialmente, à pessoa acima de quarenta anos com deficiên-cia, regularmente inscrita e respeitadas as con-dições impostas pelo Programa.

Art. 64. Fica o Poder Executivo autorizado a conceder benefícios fiscais e estímulos credi-tícios a empresas que preencham, no mínimo, 10% (dez por cento) de seus Quadros de Pessoal com pessoa com deficiência encaminhada por instituições de assistência mantidas pelo poder público estadual.

Parágrafo único. Equiparam-se às institui-ções oficiais de atendimento à pessoa com deficiência as entidades particulares que estejam conveniadas com o Estado ou man-tenham registro na Secretaria da Justiça e do Desenvolvimento Social, com o mesmo propósito assistencial educativo.

Art. 65. Os benefícios fiscais referidos no art. 64 serão representados por prazos especiais con-cedidos para o recolhimento de impostos e ta-xas devidos ao Estado, ou por redução dos res-pectivos valores ou alíquotas.

Art. 66. Os incentivos creditícios serão repre-sentados por prioridade na concessão de em-préstimos, assim como diferimento de taxas pri-vilegiadas, nas operações de crédito realizadas pelas empresas credenciadas junto a estabele-cimento de crédito oficial, cujo acionista majori-tário seja o Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 67. A habilitação das empresas processar--se-á junto à Secretaria da Justiça e do Desen-volvimento Social, por períodos renováveis não superiores a 6 (seis) meses.

Art. 68. Só será considerada, para efeito de cál-culo, a pessoa com deficiência contratada nos termos da legislação trabalhista e previdenciá-ria em vigor.

Art. 69. O Sistema Estadual de Habitação de In-teresse Social – SEHIS –, instituído pela Lei n.º 13.017, de 24 de julho de 2008, tem o objeti-vo de viabilizar e promover, mediante políticas e programas de investimentos e subsídios, o acesso à terra urbanizada e à habitação urbana e rural digna e sustentável para a população de baixa renda, observando, dentre outras diretri-zes, a adoção de mecanismos de quotas para a pessoa com deficiência.

CAPÍTULO IV DA SAÚDE

Seção IDA PREVENÇÃO E DO TRATAMENTO

Art. 70. É obrigatória a realização do exame deno-minado Emissões Otoacústicas Evocadas (Teste da Orelhinha), imediatamente após o nascimen-to, nas maternidades e hospitais da rede pública e particular de saúde do Estado do Rio Grande do Sul. (Redação dada pela Lei n.º 14.625/14)

§ 1º Quando o bebê nascer fora da mater-nidade ou em outra unidade de saúde, o diagnóstico terá que ser feito até 3 (três) meses de vida. (Renumerado pela Lei n.º 14.625/14)

§ 2º Fica obrigatória a fixação de cartazes com o timbre do hospital, à vista da popula-ção, nas dependências dos hospitais, mater-nidades e postos de saúde da rede oficial, particular e conveniados, com o seguinte teor: “De acordo com o artigo 70 da Lei n.º 13.320, de 21 de dezembro de 2009, é obri-gatória a realização do exame denominado Emissões Otoacústicas Evocadas (Teste da Orelhinha), imediatamente após o nasci-mento, nas maternidades e hospitais da rede pública e particular de saúde do Esta-

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do do Rio Grande do Sul.”. (Incluído pela Lei n.º 14.625/14)

Art. 71. É obrigatória a realização de exames de acuidade visual e auditiva nos alunos das esco-las públicas estaduais.

Parágrafo único. Os exames previstos no “caput” serão realizados gratuitamente a cada início de ano letivo.

Art. 72. Os alunos que apresentarem deficiência visual ou auditiva serão submetidos a exames oftalmológico ou otorrinolaringológico, respec-tivamente.

Parágrafo único. É facultada a realização dos exames referidos mediante convênio com os municípios, instituições de saúde li-gadas ao SUS/RS e universidades.

Art. 73. Serão obrigatoriamente notificados à Secretaria da Saúde os casos de nascimento e atendimento de pessoa com deficiência, assim como os casos de deficiência adquirida por aci-dente ou moléstia, em estabelecimento hospi-talar ou ambulatorial, público ou privado.

§ 1º Cabe à Secretaria da Saúde elaborar formulário próprio para o registro dos casos de nascimento e de atendimento de pessoa com deficiência, distribuindo-o gratuita-mente às instituições públicas e privadas de saúde.

§ 2º O formulário citado no § 1.º deverá ser preenchido e assinado por profissional habilitado, fazendo constar o número de registro no conselho da classe, e enviado à Secretaria da Saúde no prazo máximo de 15 (quinze) dias, a contar da data de nascimen-to.

Art. 74. Compete à Secretaria da Saúde, além da elaboração do formulário, o esclarecimento à rede pública e privada de saúde, sobre o seu preenchimento, o tratamento estatístico dos ca-sos notificados, a publicação semestral dos ca-sos constatados e a fiscalização do cumprimen-to do disposto no art. 75.

Art. 75. Os hospitais e as maternidades situa-dos no Estado do Rio Grande do Sul prestarão assistência especial às parturientes cujos filhos recém-nascidos apresentem qualquer tipo de deficiência ou patologia crônica que implique tratamento continuado, constatada durante o período de internação para o parto.

Art. 76. A assistência especial prevista no art. 75 consistirá, basicamente, na prestação de infor-mações por escrito à parturiente, ou a quem a represente, sobre os cuidados a serem tomados com o recém-nascido por conta de sua deficiên-cia ou patologia, bem como no fornecimento de listagem das instituições, públicas e privadas, especializadas na assistência à pessoa com defi-ciência ou patologia específica.

Art. 77. A conduta prevista no art. 76 deverá ser, também, adotada pelos médicos pediatras no Estado do Rio Grande do Sul quando constata-rem deficiências ou patologias nas crianças por eles atendidas.

Art. 78. Compete ao Estado fornecer o óleo de Lorenzo – óleo de glicero trierucato mais óleo de glicerol trioleato – para tratamento dos pa-cientes portadores de Adrenoleucodistrofia li-gada ao “X”.

Parágrafo único. O Estado manterá cadas-tro e controle dos pacientes interessados e diagnosticados por unidade de genética médica.

Art. 79. Para dar cumprimento ao disposto no art. 78, poderá o Estado firmar convênio com hospitais e instituições que disponham de uni-dades de medicina genética.

Seção IIDOS SERVIÇOS RESIDENCIAIS

TERAPÊUTICOS

Art. 80. Serviços Residenciais Terapêuticos são estabelecimentos de assistência, em caráter provisório, visando à reabilitação psicossocial, à reintegração à família e ao retorno ao convívio social, da pessoa com transtorno mental e/ou com deficiência egressa de internações psiqui-

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átricas longas ou repetidas e/ou em situação de vulnerabilidade social, a partir dos 18 (dezoito) anos e de ambos os sexos.

§ 1º Para os fins de que trata o “caput”, fi-cam definidos os seguintes termos:

I – assistência: oferta de serviços de abriga-gem, alimentação, higiene, lazer e ações de reabilitação psicossocial;

II – situação de vulnerabilidade social: po-breza, abandono definitivo ou temporário, maus-tratos físicos e psicológicos, deficiên-cia física e intelectual;

III – caráter provisório: tempo necessário para que o usuário tenha condições de aten-der os objetivos estabelecidos no “caput”;

IV – reabilitação psicossocial: processo de reconstrução da plena cidadania, conside-rando os diferentes espaços de convivência como casa, trabalho e rede social.

§ 2º O serviço de que trata o “caput” somen-te poderá funcionar mediante autorização do órgão sanitário competente, por meio de alvará de saúde ou licença, nos termos da legislação em vigor, e será supervisionado pela Secretaria da Saúde do município onde estiver localizado.

Art. 81. O serviço deverá contar, pelo menos, com um profissional de saúde de nível superior, com formação, experiência ou especialização em saúde mental, que será responsável pela elaboração, coordenação e implementação do Programa Terapêutico e do Plano Terapêutico Individual.

Art. 82. O serviço deverá contar com uma equi-pe de apoio interdisciplinar composta por pro-fissionais de nível médio e fundamental, com formação, experiência ou especialização em saúde mental, que será responsável pelo acom-panhamento dos usuários nas rotinas diárias da casa, bem como nas atividades previstas no Pla-no Terapêutico Individual.

Art. 83. Entende-se por Programa Terapêutico a definição do papel do serviço dentro do proces-

so de reabilitação psicossocial de seus usuários, além de suas diretrizes éticas, objetivos e moda-lidades terapêuticas.

Art. 84. O Plano Terapêutico Individual é um re-gistro individual dos moradores, onde devem constar dados pessoais e endereço de um res-ponsável, a programação de atividades a serem desenvolvidas, considerando o que mais benefi-ciará o usuário, bem como os profissionais res-ponsáveis por tais atividades.

Parágrafo único. O plano deve ser revisto, pelo menos, uma vez por mês, prevendo termo de permanência no serviço e incluir, ainda, todos os fatos relevantes ocorridos no período de atendimento relacionados à saúde, bem-estar social e direitos.

Art. 85. O Programa Terapêutico, bem como o Plano Terapêutico Individual dos Serviços Resi-denciais Terapêuticos, deverão ser supervisio-nados pela Secretaria da Saúde do município onde estiver localizado e estarem baseados nos seguintes princípios e diretrizes:

I – priorizar as necessidades dos usuários, visando à construção progressiva da sua au-tonomia nas atividades da vida cotidiana e ampliação da inserção social;

II – reabilitação psicossocial, com oferta ao usuário de projeto da reintegração social, garantindo o acesso a programas de alfabe-tização, de reinserção a trabalho, de mobili-zação de recursos comunitários, de autono-mia para atividades domésticas e pessoais de estímulo à formação de associações de usuários, familiares e voluntários;

III – os moradores devem estar envolvidos na administração e na gestão do serviço; IV – livre acesso dos usuários aos registros re-lativos à sua vida e saúde;

V – não exploração da mão-de-obra dos moradores, que deverão receber integral-mente os honorários devidos por trabalhos executados;

VI – inexistência de quarto trancado ou isolado.

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Art. 86. O atendimento clínico e psiquiátrico, bem como as intercorrências clínicas e de emer-gência, devem ser feitos em serviço de saúde de referência.

§ 1º A direção do serviço deverá prever, em estatuto ou regimento interno, a forma de encaminhamento para atendimentos espe-cificados no “caput”.

§ 2º O usuário do serviço que demandar cuidados psiquiátricos ou clínicos intensivos deverá receber o atendimento adequado em serviço especializado, só podendo re-tornar quando da regularização do quadro patológico.

Art. 87. O espaço físico do serviço deve prever o atendimento à pessoa com dificuldade de loco-moção, adaptado conforme a legislação vigente e ter, no mínimo:

I – dimensões específicas para abrigar os usuários, acomodados em até 3 (três) por dormitório;

II – sala de estar, dormitórios, copa e co-zinha, banheiro com privacidade e água quente e fria, com mobiliário necessário para o conforto e comodidade dos usuários;

III – espaço externo para lazer.

Art. 88. O ingresso ao serviço dar-se-á median-te encaminhamento de profissional de saúde, após avaliação da situação física, psicológica e social do usuário, devendo fazer parte dos regis-tros do ingresso.

Parágrafo único. O ingresso e a permanên-cia devem ser voluntários, sendo permitido ao usuário ou pessoas de sua relação o livre acesso ao serviço.

CAPÍTULO VDAS ISENÇÕES E BENEFÍCIOS

Art. 89. A pessoa com deficiência física e a pa-raplégica, proprietária de veículo automotor, de uso terrestre e de fabricação nacional ou estran-geira, em relação ao veículo adaptado às suas necessidades, em razão da deficiência física ou

da paraplegia, é isenta do pagamento devido anualmente ao Estado do Imposto sobre a Pro-priedade de Veículos Automotores – IPVA –, ins-tituído pela Lei n.º 8.115, de 30 de dezembro de 1985, conforme dispõe o art. 4º, inciso VI.

Parágrafo único. Os veículos automotores de que trata o “caput” são isentos do Im-posto sobre Operações Relativas à Circu-lação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS –, de acordo com o art. 55, I, “c” da Lei n.º 8.820, de 27 de janeiro de 1989.

Art. 90. Ficam isentas do pagamento de qual-quer taxa decorrente da publicação de extrato de estatuto social ou de alteração do mesmo, no Diário Oficial do Estado, as entidades civis, sem fins lucrativos, que entre seus objetivos consti-tutivos se dediquem à prevenção, atendimento, educação, habilitação e reabilitação, integração social e comunitária da pessoa com deficiência.

Parágrafo único. Compete à Companhia Rio-grandense de Artes Gráficas – CORAG – estabelecer os procedimentos necessários para aplicação do referido no “caput”.

Art. 91. Fica isenta do pagamento da taxa de inscrição em concursos públicos promovidos pelos órgãos públicos do Estado do Rio Grande do Sul a pessoa com deficiência.

Parágrafo único. O benefício citado no “ca-put” será concedido àqueles que tiverem renda mensal de até um salário mínimo e meio nacional, “per capita” familiar.

Art. 92. A comprovação da condição de pessoa com deficiência se dará no ato da inscrição, me-diante a apresentação dos seguintes documen-tos:

I – carteira de identidade; e

II – atestado médico fornecido por profis-sional cadastrado pelo Sistema Único de Saúde – SUS –, que comprove a deficiência.

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Art. 93. No edital do concurso deve constar a in-formação sobre a isenção da taxa, assim como a documentação exigida no art. 92.

Art. 94. Fica assegurada à pessoa com defici-ência comprovadamente carente e ao acompa-nhante do deficiente incapaz de se deslocar sem assistência de terceiro, a gratuidade nas linhas de modalidade comum do sistema de transpor-te intermunicipal de passageiros, seja por ôni-bus, trem e/ou barco, condicionada ao disposto no art. 163, § 4º, da Constituição do Estado.

§ 1º Para efeito exclusivamente da conces-são do benefício de que trata o “caput”, considera-se pessoa com deficiência aque-la que apresenta, em caráter permanente, perda ou anormalidade de sua estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano.

§ 2º Na inexistência de linhas de modalida-de comum, o beneficio referido no “caput” fica assegurado em linhas de modalidade semidireto.

Art. 95. A condição de deficiente, bem como a necessidade de assistência de terceiros, deve-rão ser atestadas pelas respectivas entidades representativas ou assistenciais e homologadas pela Secretaria da Saúde.

Art. 96. Considerar-se-á economicamente ca-rente a pessoa com deficiência que comprove renda familiar “per capita” mensal igual ou in-ferior a 1,5 (um e meio) salários mínimos nacio-nalmente fixados.

Art. 97. O órgão competente do Poder Executivo ou a entidade de classe que represente os con-cessionários ou permissionários do transporte intermunicipal de passageiros serão responsá-veis pela confecção gratuita das credenciais de identificação dos beneficiários, devendo emiti--las no prazo máximo de 30 (trinta) dias após a solicitação.

§ 1º O órgão competente do Poder Execu-tivo manterá controle sobre o número de

credenciais emitidas e sobre a frequência de sua utilização, relativamente a cada em-presa concessionária ou permissionária de transporte coletivo intermunicipal.

§ 2º Na hipótese de frequência da utilização das credenciais em relação a uma determi-nada empresa, apurada na forma do § 1º, se esta indicar risco ao equilíbrio econô-mico da concessão ou permissão, o Poder Executivo poderá propor medidas visando a sua preservação.

Art. 98. A empresa transportadora que, sem jus-to motivo, recusar transporte gratuito ao bene-ficiário do art. 94 cometerá infração punível nos termos do Regulamento do Serviço de Transpor-te Coletivo Intermunicipal.

CAPÍTULO VI

DO SISTEMA ESTADUAL DE INCENTIVO AS ENTIDADES DE

ASSISTÊNCIA SOCIAL E A PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Art. 99. O Sistema Estadual de Incentivo às En-tidades de Assistência Social – SEIAS é instituído pela Lei n.º 11.608, de 23 de abril de 2001.

Parágrafo único. A assistência social à pes-soa com deficiência física, sensorial, intelec-tual ou múltipla, será prestada por entida-des públicas ou privadas, filantrópicas, sem fins lucrativos, constituídas para este fim.

Art. 100. Os contribuintes do Imposto sobre Ope-rações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte In-terestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, inscritos no Cadastro Geral de Contri-buintes do Tesouro do Estado – CGC/TE, poderão efetuar doações às entidades definidas no pará-grafo único do art. 105, no limite de 1% (um por cento) do montante devido do imposto, discrimi-nado na Guia de Informação ou Livro de Regis-tro e Apuração do ICMS, limitado a 0,5% (meio por cento) do saldo devedor de cada período de

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apuração, respeitado o montante global da recei-ta líquida, conforme disposto no art. 102.

Parágrafo único. Cada contribuinte não po-derá, obedecido o limite previsto no “ca-put”, ultrapassar a 25% (vinte e cinco por cento) das doações mensais resultante do abatimento no ICMS devido para a mesma entidade.

Art. 101. A doação será efetivada diretamente, em moeda corrente nacional, às entidades de assistência social mencionadas no parágrafo único do art. 99, condicionada à apresentação de negativa de tributos estaduais fornecida pela Secretaria da Fazenda.

§ 1º A entidade de assistência interessada em participar do SEIAS deverá obter regis-tro junto à Fundação de Articulação e De-senvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência e de Al-tas Habilidades no Rio Grande do Sul – FA-DERS, desde que apresente o Certificado de Utilidade Pública Federal e Certidão de Fins Filantrópicos.

§ 2º O registro previsto no § 1.º do art. 101 deverá ser renovado anualmente, com apresentação de balancetes contábeis da entidade, aprovados nos termos dos res-pectivos estatutos sociais.

§ 3º Será exigida da entidade, anualmente, Certidão Negativa de Tributos Estaduais, emitida pela Secretaria da Fazenda.

§ 4º A certidão mencionada no “caput” com validade de 1 (um) ano será emitida pela Secretaria da Fazenda, após a comprovação do respectivo registro na FADERS, e entre-gue a cada contribuinte que participe do SEIAS.

Art. 102. Anualmente, lei de iniciativa do Go-vernador do Estado fixará o montante global que poderá ser utilizado em aplicações de as-sistência social à pessoa com deficiência física, sensorial, intelectual ou múltipla, mediante a sistemática prevista neste Capítulo, equivalente

ao mínimo de 0,5% (meio por cento) da receita tributária líquida.

Art. 103. As entidades de assistência social, conforme os casos específicos de atendimento, para beneficiarem-se das doações nos termos deste Sistema, deverão contar com os seguintes serviços:

I – de apoio ou

II – de abrigamento.

§ 1º Consideram-se serviços de apoio os re-alizados nas seguintes áreas:

I – fisioterapia;

II – terapia ocupacional;

III – psicologia;

IV – nutrição;

V – enfermagem;

VI – odontologia;

VII – fonoaudiologia; e

VIII – médica-clínica.

§ 2º Consideram-se serviços de abrigamen-to aqueles prestados no mesmo local e que utilizem, comprovadamente, despesas nos seguintes percentuais mínimos:

I – saúde e medicamento – 20% (vinte por cento);

II – higiene e vestuário – 25% (vinte e cinco por cento);

III – alimentação – 15% (quinze por cento);

IV – habitação – 10% (dez por cento); e

V – pessoal – 20% (vinte por cento).

§ 3º As entidades sociais terão como limite individual mensal de despesa por pessoa:

I – se serviços de apoio, o equivalente a 50 (cinquenta) UPF-RS;

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II – se serviços de abrigamento, o equiva-lente a 100 (cem) UPF-RS.

§ 4º As entidades sociais não poderão so-mar os limites de apoio e de abrigamento mencionados no § 3.º do art. 103.

Art. 104. As instituições de assistência ficam au-torizadas a destinar espaço físico para a divulga-ção das empresas que efetuarem doações.

CAPÍTULO VIIDO SERVIÇO PÚBLICO

(Redação dada pela Lei nº 13.449/10)

Seção IDA ADMISSÃO NO SERVIÇO PÚBLICO

Art. 105. As deficiências físicas, intelectuais e sensoriais não são consideradas causas impedi-tivas para admissão no serviço público estadual.

Parágrafo único. À pessoa com deficiên-cia é assegurado o direito de inscrição em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que é portadora.

Art. 106. O candidato com deficiência deverá apresentar laudo médico que comprove a defi-ciência alegada, no ato da inscrição para o con-curso.

Art. 107. Os concursos para provimento de car-go público destinarão, na forma do parágrafo único do art. 105, no mínimo, 10% (dez por cen-to) das vagas para pessoas com deficiência.

§ 1º Não ocorrendo a aprovação de candi-datos com deficiência em número suficiente para ocupar os cargos previstos em reserva de mercado, estes serão preenchidos pelos demais aprovados.

§ 2º Caso o número de vagas oferecidas impossibilite a obtenção do percentual de 10% (dez por cento) previsto no “caput”, no

mínimo uma delas será destinada ao con-curso de deficientes.

Art. 108. À pessoa com deficiência serão asse-gurados meios adequados para a prestação das provas requeridas no concurso, de acordo com as peculiaridades de sua deficiência.

Art. 109. O deficiente intelectual, nas atividades compatíveis com a deficiência, será submetido, obedecidos os parâmetros do art. 110, a teste prático realizado no órgão em que irá desempe-nhar suas atividades.

Parágrafo único. No ato da inscrição, o de-ficiente intelectual deverá apresentar car-teira de habilitação específica para o cargo ou função a exercer, fornecida por entidade oficial reconhecida.

Art. 110. A pessoa com deficiência será prefe-rencialmente lotada em órgão cuja infra- estru-tura lhe facilite o acesso ao local de trabalho e desempenho da função, desde que verificada a necessidade administrativa de lotação do res-pectivo cargo.

Art. 111. A deficiência de que era portador o candidato ao ingressar no serviço público não poderá ser motivo para a concessão de aposen-tadoria por invalidez ou exoneração do respecti-vo cargo ou função.

Seção IIDOS SERVIDORES PÚBLICOS QUE

POSSUEM FILHOS COM DEFICIÊNCIA

Art. 112. Os servidores públicos estaduais da administração direta, autárquica ou fundacio-nal, incluindo os empregados das fundações mantidas ou instituídas pelo Estado, que possu-am filho, dependente, com deficiência congêni-ta ou adquirida, com qualquer idade, terão sua carga horária semanal reduzida à metade, nos termos desta Seção.

§ 1º A redução de carga horária, de que trata o “caput”, destina-se ao acompanha-mento do filho, natural ou adotivo, no seu

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tratamento e/ou atendimento às suas ne-cessidades básicas diárias.

§ 2º No caso de ambos os cônjuges serem servidores estaduais e enquadrados nas dis-posições desta Seção, a somente um deles será autorizada a redução de carga horária, de sua livre escolha.

§ 3º O afastamento poderá ser consecutivo, intercalado, alternado ou escalonado, con-forme necessidade e/ou programa do trata-mento pertinente.

Art. 113. Para se efetuar a redução de carga ho-rária prevista no art. 112, o interessado deverá encaminhar requerimento ao titular ou dirigen-te máximo do órgão em que estiver lotado, ins-truído com cópia da certidão de nascimento ou adoção, atestado médico ou laudo de que tenha filho com deficiência, com dependência, e, se possível, laudo prescritivo do tratamento a que deverá ou está sendo submetido.

§ 1º A autoridade referida no “caput” enca-minhará o expediente à Secretaria da Ad-ministração e dos Recursos Humanos, com vistas ao Departamento de Perícia Médica, que emitirá laudo conclusivo sobre o reque-rimento.

§ 2º Não havendo órgão de perícia médica do Estado na cidade domiciliar do servidor, o laudo do Departamento de Perícia Médica poderá ser suprido por relatório detalhado de dois profissionais plenamente habilita-dos.

Art. 114. O benefício de que trata esta Seção será concedido pelo prazo de 6 (seis) meses, po-dendo ser renovado sucessivamente por iguais períodos, observando-se o disposto no art. 116 e seus parágrafos.

§ 1º Tratando-se de deficiência irreversível e que necessite de tratamento continuado, o servidor fará, à época da renovação, ape-nas a comunicação ao seu órgão para fins de registro e providências.

§ 2º Encaminhado o pedido inicial ou a soli-citação de prorrogação ou renovação da au-torização, o servidor, automaticamente, go-zará deste benefício, passados 15 (quinze) dias do protocolo do expediente, cabendo à autoridade ou dirigente todas as responsa-bilidades, principais e acessórias, para sua implementação.

Seção IIIDA APOSENTADORIA

Art. 115. Para efeito de fixação dos proventos de aposentadoria, na forma do que prevê o art. 40, item I, da Constituição Federal, são considera-das graves, se incapacitantes para a função pú-blica, conforme o caso, a cegueira e a paralisia e, por equiparação, a grave deformidade física superveniente ao ingresso no serviço estadual.

Art. 116. O disposto no art. 115 aplica-se a to-das as categorias de servidores do Estado regi-das por Estatuto, ainda que próprio ou peculiar.

Art. 117. Os servidores inativados com proven-tos proporcionais ao tempo de serviço que vie-rem a se enquadrar em hipótese prevista no art. 121 terão esses proventos revistos para se tor-narem integrais.

Seção IVDO ESTÁGIO DO ESTUDANTE

COM DEFICIÊNCIA (INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.449/10)

Art. 117-A. Ficam assegurados nos órgãos pú-blicos do Estado, 10% (dez por cento) do total das vagas de estágio existentes aos estudantes com deficiência, matriculados no ensino médio, superior, supletivo e especial. (Incluído pela Lei nº 13.449/10)

Art. 117-B. Quando o total das vagas a que se refere o art. 117-A resultar em fração igual ou superior a 0,5 (cinco décimos) ou inferior a 0,5 (cinco décimos), arredondar-se-á para o número inteiro imediatamente superior ou inferior, res-pectivamente. (Incluído pela Lei nº 13.449/10)

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§ 1º Será sempre reservada, no mínimo, uma vaga ao estudante com deficiência. (In-cluído pela Lei nº 13.449/10)

§ 2º Na hipótese do não preenchimento das vagas por falta de candidatos aptos às fun-ções, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua disponibilização, estas se-rão destinadas a outras pessoas, não defi-cientes. (Incluído pela Lei nº 13.449/10)

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 118. Todos os jovens com deficiência têm o direito à reinserção e à integração plena na so-ciedade, de acordo com a Lei n.º 12.682, de 21 de dezembro de 2006, que instituiu o Estatuto da Juventude no âmbito do Estado do Rio Gran-de do Sul, sendo sujeitos de direitos e oportuni-dades que lhes permitam o acesso a serviços e benefícios sociais que melhorem sua qualidade de vida.

Art. 119. A pessoa com deficiência infratora, considerada em situação de vulnerabilidade econômica, conforme dispõe a Lei n.º 11.877, de 26 de dezembro de 2002, é beneficiada pela gradação de penalidade ambiental de multa, respeitadas as condições impostas.

Art. 120. Fica instituída no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul a Semana Estadual da Pessoa com Deficiência no período de 21 a 28 de agos-to de cada ano.

Art. 121. A Semana Estadual da Pessoa com De-ficiência tem por finalidades:

I – esclarecer a comunidade quanto às cau-sas das deficiências;

II – promover a integração da pessoa com deficiência em todos os níveis sociais;

III – promover campanha educativa em es-colas, igrejas, centros sociais, visando à pre-venção e à conscientização quanto à proble-mática da pessoa com deficiência;

IV – promover o intercâmbio de informa-ções com a comunidade, visando a soluções

efetivas para as dificuldades das pessoas com deficiência;

V – proceder a um levantamento anual das ações levadas a efeito em prol da pessoa com deficiência em todas as esferas da ad-ministração pública.

Art. 122. Compete à FADERS coordenar, junta-mente com as Federações Estaduais representa-tivas da pessoa com deficiência, todas as ativi-dades da semana.

Art. 123. Os Secretários de Estado, por ocasião da Semana Estadual da Pessoa com Deficiência, procederão a levantamento das atividades rea-lizadas no âmbito de suas Secretarias, devendo dar prioridade para implementação das ações sob orientação da FADERS.

Art. 124. O Dia Estadual dos Surdos é comemo-rado, anualmente, no dia 26 de setembro.

Art. 125. O Dia da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS – é comemorado, anualmente, no dia 24 de abril, com a finalidade de valorizar a conquis-ta da liberdade de expressão gesto-visual das pessoas com deficiência auditiva.

Art. 126. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 127. São formalmente revogadas, por con-solidação e sem interrupção de sua força nor-mativa, as seguintes Leis:

I – 949, de 28 de dezembro de 1949;

II – 2.356, de 21 de junho de 1954;

III – 5.254, de 26 de julho de 1966;

IV – 8.064, de 29 de novembro de 1985;

V – 8.974, de 8 de janeiro de 1990;

VI – 9.429, de 21 de novembro de 1991;

VII – 10.003, de 8 de dezembro de 1993;

VIII – 10.228, de 6 de julho de 1994;

IX – 10.364, de 19 de janeiro de 1995;

X – 10.367, de 19 de janeiro de 1995;

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TJ-RS (Técnico) – Legislação relativa a Pessoa com Deficiência – Prof. Mateus Silveira

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XI – 10.414, de 26 de junho de 1995;

XII – 10.538, de 12 de setembro de 1995;

XIII – 10.556, de 17 de outubro de 1995;

XIV – 10.940, de 18 de março de 1997;

XV – 11.056, de 18 de dezembro de 1997;

XVI – 11.405, de 31 de dezembro de 1999;

XVII – 11.576, de 4 de janeiro de 2001;

XVIII – 11.739, de 13 de janeiro de 2002;

XIX – 11.791, de 22 de maio de 2002;

XX – 12.103, de 2 de junho de 2004;

XXI – 12.498, de 23 de maio de 2006;

XXII – 12.578, de 9 de agosto de 2006;

XXIII – 12.758, de 20 de julho de 2007;

XXIV – 12.958, de 5 de maio de 2008;

XXV – 13.042, de 30 de setembro de 2008;

XXVI – 13.153, de 16 de abril de 2009; e

XXVII – 13.277, de 3 de novembro de 2009.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 21 de de-zembro de 2009.

Legislação compilada pelo Gabinete de Consul-toria Legislativa.